sigilo e votação no júri - o resultado unânime

22

Upload: rosivaldo-toscano-junior

Post on 08-Jul-2015

2.702 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

SANTOS Júnior, Rosivaldo Toscano dos. Constituição e Sigilo das Votações no Júri: o Resultado Unânime. In ALENCAR, Rosmar Antonni Rodrigues Cavalcanti de (Coord). Direitos Fundamentais na Constituição de 1988. Porto Alegre: Núria Fabris, 2008, p. 283-304

TRANSCRIPT

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 1/22

 

C '_N S,T : .TV t ;AO ' I~ S,'IG LOAS V_".TA.< , ;OES

~ ' U , ; - , ' , , . ' : S I ' L iT .A .I· '., U .r ,,~ N 1\ ,E

Rosivaldo Toscano dos Santo« .hiniorPos-Graduado em Processo Penal e pos-graduando emDireito Constitucional.

Professor da Escola d a ~ "Ia g:i stratura do R'·- - ESMARN.

Juiz de Direito.

Comecamos esse opusculo onde terrninamos urn texto sobre 0

formalismo na linguagem e na redacao juridico-judiciaria (TIeS Far-

mas de se Fazer ou nao se Fazer uma Certidao - ainda inedito): ~,'O."

mundo nao I e estati co" E din a mic0"0 tempo nfio para .. ViveI I10S ern

constante e" ;o lucao A ssiI1 1 e essencial mudar sempre para podermos

conservar a nossa propria essencia, ..' "Veremos 0 porque desta frase

e podercmos, entao, fazer HIllareflexao sobre uma realidade existcnte

na praxis judiciaria.Deparamo-nos corn uma situacao [d e relevante violacao de uma

garantia constitucionalmente protegida que, estranhamente, ainda nao

foi muito percebida pela doutrina e jurisprudencia nacionais, apesar

de remontar a urn born tempo,

A questao ern comento esta insen da na insti tuicao "Tribunal do

Juri . Trata-se da discussao sobre a (desjnecessidade/umlpossibi-

lidade de, na votacao do'S quesitos submetidos aos jurados, do juiz-presidente ir, obrigatoriamente, ate 0 setimo voto, haja vista que a

J 8 : · ' " " ,..~l

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 2/22

 

votacao se da por maioria, 0 que ocorre na proclamacao do quarto

voto "sim" au "nao", independentemente dos que restarem na uma

para serem divulgados.

Essa pratica cornecou a ser desenvolvida pelos Tribunais dos

Juris dos rec6nditos do Brasil.

Em razao disso, houve anulacoes de julgamentos em varios

estados brasileiros 1. 0 fundamento foi 0 descumprimento do art. 487

do Codigo de Processo Pena12. Isso trouxe prejuizos a concretizacao

da justica, ocasionando retrocesso para 0 andamento do feito, sem

falar que os custos econ6micos e de tempo de uma sessao de juri sao

altos para as partes, para 0 Judiciario e para os vinte e urn jurados

que ali se reunem, principalmente os sete sorteados para integrarem 0

conselho de sentenca.

1 Podemos tamar como paradigma 0 seguinte julgado do TJRS: "JURI. HOMI-

C fDrO DU 'PLAMEN T E QUA LIFIC A DO . IN C O N FO RM IDADE DE FEN S IV A

COM A QUESITA(:Ao DA PARTICIPA\=A.O GENERlCA. QUESITO QUE

RESTOU PREJUDICADO PELO RECONHECIMENTO DA FORMA DE

PARTICIPA<;Ao DESCR I TA NA DENUNCIA. Deficiencia no termo de vota-

cao. Ausencia do mimero de votos afirmativos e negativos para cada quesito,

DESATENDENDO-SE 0 DISPOSTO NO ART. 487 DO CPP. Nulidade do

julgarnento. PROVIMENTO DO APELO DEFENSIVO FUNDADO NA ALI -

N E A A DO INCISO III DO ART. 593 DO CPP, PREJUDICADO SED EXA-

ME PELA ALfNEA D DO MESMO DISPOSITIVO LEGAL, BEM COMO 0" "

DO A PELO DO MINISTERIO PUBLICO" (BRASIL, Tribunal de Justica do

Rio Grande do SuI. Apelaciio Criminal n° 70006865349, Relator, Des. Ranolfo

Vieira, data de Julgamento: 03/12/2003).2Outro exemplo, agora do TJRN: "Juri - Homicidio qualificado - Nulidade posterior

a prom inc ia - Im ped im ento d o Juiz Presidente do Tribunal d o Juri para presidir a

sessao de julgamento - Inocorrencia - Magistrado devidamente habilitado por Por-

taria expedida pelo Desernbargador Presidente do Tribunal de Justica - Preclusao -

Preliminar de nulidade do julgamento por dcficiencia do termo de votacao suscitada

pelo Relator - Acolhimento - Ausenc ia de cons ignacao dos vo to s afirmati YOS e ne-

gativos - Desobediencia ao estabelecido no art. 487 do C6digo de Processo Penal -

Novo juri ordenado. Acarreta a nulidade absoluta da decisao do Juri a falta de con-

signacao, no termo de votacao, dos mimeros dos votos afirmativos e negativos, em

desobediencia ao disposto no art. 487 do C6digo de Processo Penal" (B RA S IL , T ri-

bunal de Justica do Rio Grande do Norte. Apelacdo Criminal n° 05.002394-8. Rel.

Des. Caio Alencar. Data de Publicacao: DJ 14.07.2005).

284

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 3/22

 

285

2. NORMAS OBJETO DO ESTUDO

Antes de entrarmos na discussao propria sobre 0 tema, cabe

trazer a baila os dispositivos normativos que serao objetos desse es-

boco te6rieo, a saber, 0 artigo 5°, inciso XXXVIII, alineas "a" e "b",e artigo 93, IX, da Constituicao Federal, e os artigos 487 e 488 do

C6digo de Processo Penal:

Art. 5° Todos sao iguais perante a lei, sem distincao de qualquer na-

tureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros res]dentes no

Pais a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade, a igualdade, aseguranca e a propriedade, nos termos seguintes:

(...)XXXVIII - e reconhecida a instituicao do juri, com a organizacao

que the der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;

b) 0 sigilo das votacoes;

Art. 93. ( ...) IX - todos os julgamentos dos orgaos do Poder Judicia-

rio serao publicos, e fundamentadas todas as decisoes, sob pena de

nulidade, podendo a lei limitar a presenca, em determinados atos, as

pr6prias partes e a seus advogados, au somente a estes, em casas nosquais a preservacao do direito a intimidade do interessado no sigilo

nao prejudique 0 interesse publico a informacao;Art. 487. Ap6s a votacao de cada quesito, 0 presidente, verificados

os votos e as cedulas nao utilizadas, mandara que 0 escrivao escreva

o resultado em termo especial e que sejam declarados 0 mirnero de

votos afirmativos e 0 de negativos.

Art. 488. As decisoes do juri serao tomadas por maioria de votos.

3. QUESTOES ESSENCIAIS PARA 0

DESLINDE DO PROBLEMA

Para que se possa dar cabo a quaestio ora em analise, precisa-

mas responder, pelos menos, as seguintes questoes:-"

a) E obrigat6ria a contagem de todos os votos?b) Em caso positivo, uma votacao unanime violaria a Consti-

tuicao Federal?

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 4/22

 

ct Em caso negative. ate onde poderia au n ecessi taria haver a

contagem?

d) Ha urn conflito ent1 "e os r .incfpios da public id ad e d es dec i-

soes judiciais e da plenitude de defesa corn < 0 princfpio do

sigilo das vo tacoes? Equal deveria prevalecer, em caso po--." ?sinvo ~

Antes, porem, de iniciarmos nossas reflexoes, cabe nos situarmos

histo ricam cnte a trav es d a e v o I 1 1 9 a o do T ribuna l do JU 'j p rinc ipa lm ente

em face das nossas divers as Const i tu icoes atraves dos tempos,:I

Ernbora as raizes do Tribunal do Juri estejam nas distantes

Rorna e Grecia classicas ~segundo Ana Paul a Zomer, foi na Inglater-

ra , a ind a no seculo X I, que 0 instituto tomou as formas rnais ou me-

nos parecidas COU1 a,que hoje conhecemos sob 0 epiteto de juror, ja

que o s concidadaos faziam 0julg a rnento d e seus pcu1es sob juramen-

to..A te a metade de seculo XlX~ o juri era a unica forma d ie julga .... . . . .

. ~. I 1menta nos parses de common-taw: ,.

o T ribuna l Popula r teve infc io , no Brasil po r d ecre ta d o Prfnc ipe

Regente ern 1822,. Jii em n(1SSa primeira Constituicao, a Imperial outor-

gada .~n. 824~fazia -se co nsta ·0 segumte ( redacao d a epoca):

All. 15 L 0 Pod er Jud ic ia l e independente, e sera cornposto de Jul-

zes~e Jurados, os quaes terao logar assim no Civel, como 'no Crime

nos. C~ lSO~ , e pelo modo , que OR Co d ig o s d e tc rm in are rn .

Art, 152. Os ]urados pronunciam sobre .0 facto, e os J uizes applicant

A C onstituicao Republicana d e 189 Lern seu a rt , 72, § 31~.ape-

nas cuidou de dizer que a instituicao do juri era rnantida, inserida

entre o s d ir i tos e zarant ia : ind iv iduals .- -

3 , Z ' O Y V r E R " Ana Paula .. Tribunal do jl-iri' e direito comparado .~ suzestoes para unlmodele brasileiro, Disponivel .m: <\ ww.ibccr im.com.br>, A c . ~<'Oem 17,)'f.201.

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 5/22

 

Ja sob 0manto da Carta de 193,4.~0Tribunal Popular cont inuou

tendo previsao normativa, 86 que desta vez 110 capitulo referente ao

P I. · 1 · . 1 · 1 · . . . . . ." . J . - udiciario .•..c_el _ ~.-.- _ _-

Veio a era ditatorial de Vargas, e com cla a omissao do institute

do Juri Popula r no conteudo .d a Constituicao ou to rgada par ele em 1937.,

01 Decreto-Iei n" '~.67.~e . 5 de janeiro de ]938, art 92, "b", inclusive,

p6s abaixo diante da 0 1 1 1 - r u S S , [ \ . o constitucional, a soberania dos vered ic -

to s, E foi so b 0 ausp fc io d essa C arta , e do Dccrc ro -le i ac im a citado, que

foi ou to rgado 0 Cod i go de Processo Penal (tambem Dec re to -le i, desta

v ez r ec eb en do 0n" 3~ 689; d e 3 ·d e outubro d e 1 941 ).

E rn 1 946,. 0T ribuna l do Juri, sob o s influxes do pes-guerra , fo i

re inse rid o como ills t ituto constituc iona l, d cssa vez d entre o s d ire ito s

e garantias fundamentals (art, ;~, J ~ 7 § 28), Pela primeira v e z , fo i pre-

visto ,0 sigilo das votacoes, t i l plenitude da defesa do fell e a soberania

dO B veredictos, Alem disso, expressamente constou sua comperencia

para 0 julgamento dos crimes dolosos contra a vida. A concretizacao

da soberan 1" a do , ' S ~ I vered ictos na Iezi S · · l ' ~ I C · · · · ~ ' O · . · · · · 0· · rrd "L ' n ; : 1 r; a veio c O · · · I J · l a lei. , ~ . - ' - 'b o o ""l,·. ... , . 1 r _ J J . . _ . . . . J i . . , " ,~ v.e~" J L ~ . : i ; ,. . .~ . . . . _ . . .I.~ ~. _ - VJ·· _.. ~ ""' .

.263/48~Ela cri..ou 0 § 3°~nc art. 593; do Codigo die Processo Penal,

Inan.,d,@ndooretl.anovoJ"urlliern.caso,die absol vicao manifestamente..' 3

contraria aprova dos autos, ja que a redacao origir .aria de Codigo de

Processo Penal (art, 593" I ll, b) permitia a reforma da sentenca pelo

jufzo de segundo gran, nesse caso.

Novo regime ditatorial em 196·4. CO In ele, a Constituicao de

19,67; que rnanteve a instituicao e a soberania do juri, COlD competen-0= ,:) I . . _ '

cia para 0 jnlgamento des crim es d olo so s contra a vidaPorem, corn

a Emenda Constitucional de 1969, novarnente caiu p()r terra a p rev i-

s , a o constitucional da soberania des veredictos,

Apo s 0 · · · · ' P I I } '; ' O . . C : ' :ess , 0 · . .• ( ~ I ~ 0)bertur ~ ]~o.,]Itic··a, I ' ni c i a d 0 · · · e ' n j " ' b ' n 19 · ·. .7 7 · ' . " ' V ·"e 1(J'lJ I • I ..... ~JL. ..! r ; _ . (,IL,.. .. J. , ! J L . I t , ) ' . .J. ,J i. ., . , . . . .. ' " - 'I i . . . . J!LL .., , . . . . ! l . . . ~

ern ~988, a "Constituicao-cidada''. Previu expressamente, em seu art.

5 0 ' , XXXVI I l , . a plenitude de d cfesa , o sigilo das votaeoes, a sobera-

nia dos veredictos c a cornpetencia para 0 julgarnento des crimes

do lo so s contra a v id a .

287

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 6/22

 

5 ~ - O · ' · I L · - - A :· · ' . n -- · ' 0 " , ' , ' 1 1 \ . ' ~ A · · · · S . . . , · · - - E ! C - - ~ ' 1 ; - 0 " ····1'.. S ' ~ - · O · : - " B - '~ iJ .' '. __ -_ ,~... .. ' -.', _' ." g . - J . ' . ' : _ . ' ' . _ '" , . . . ~ .

IQ "UE ' . IEG, !\tIE NA.S,CEU 0 C.pi"?

' .. .

A epoca da outorga do Decreto-Iei n" 3~689, de 3 de outubro de

1941 (Codigo de Processo Penal) vivia 0 Pais Ulna realidade institu-cion al bas UU)J e d i :f ic i 1 .

Ao n os d ebruc armo s sobre a Constituicao de '~ 937, amb i mte I~m

que entro u em v igenc ia 0C - ' P - podemos en nder ..·j·. g iinte panora-rna:

d ~ C:- c t - E . ( '1' d' d-, . '.-,>!! I ", ' - , . . . . " _ : - ' , , ~ . -- . - - " ~ - . . _ ' _ '_ , I I .':." _ -. __ ,- r .' "_ " ---:- _. '. . . I --,-~outo rgou-se po eL,; amp os ao :. ie e uo 'X" ,CUt1VO eiamos r m ta - OT

que editou reIncausa propria sua Constituicao"), alterando 0 equilfbrio

entre os Poderes; restr ingiram-se as prerrogativas do Congresso e do

Judiciario, podendo 0 Executi vo sobrepujar a interpretacao dada pelos

i b . d i J C - ·" " S d d O ' " ,, 1tn mnais; '~ .SSO ..'V e u'-s e a t.amara e 0 ~'enar .'0, conrnctonanoo-se o seu

restabelecimento a urn,plebiscite que jamais se realizou".

Sob 0 enfoque do texto constitucional, o Ministerio Publico

nao tinha as prerrogat ivas que hoje possui , s endo s u chefe, 0 Pro-

curador ...Geral da .,_-publica submetido , a , 1]vre nomeacao demis: ao

do ditador (alt. 99). A advocacia nao obtinha respaldo con stituc ional .

.-6 A - N '" " E R P ' R 'ETA'.....0' ' D ' O ' D ''IR 'E 'I - 'T 'O '. : ~ _ '~ ' . . o i., ... _ 11..>. yr~. II ,I . _' ; I ! . . . ' . ' . . . . . . '

o SE·NSO COIl 'v lUl \1DOS JUR: STAS

o chamado "sense comum teo rico ' e .0 d iscurso que dom ina 0

im ag inario d os juristas, de cunho aCl1lI I·;·CQ· S·_111 conteudo invest isa t ivo .'" -

E e sc la re ce d or 0 a po nta rnento fe ito po r A rtur Stamford quando diz que

o que nos interessa e que 0 exercfcio da atividade profissional produzconhecimentos tao ideologicos quanto os do sense comum Ieigo, pois

< ." f ' d " ~ + f' d ...a prauca torensc proouz luna tennmotogra e Ulna rorma Ille atuar pro-

pria do cotidiano profissionalv Esse conhecimento nao e urn sabercientffico, principalmente por se preocuparem emjustificar e nito ex-

p lica l a rcalidade de sua atividade prof issional (Souto, ~987: 42), A

4. CAR'V,A_LI-JO~ K] ldare Goncalve . Direito C 0 1 1 : titucional. 1.0. ed, rev. atual , e

arnpl. Belo Horizonte: ,De,l Rey, 2004, p, 309-310.

788

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 7/22

 

este sense comum Wanat chama 'senso conium teorico dos juristas ~

dist.inguindo-o do saber cientffico, I e que 0 saber juridico qu[e emana

da necessidade de justificar a ordem jurfdica, e nao de explica-la'

(W ara t. "1 993: 103)~ [0 termo tcoria empregado nesta expressao p.ro-

voca uma confusao qnanto ao sentido deste terrno. A origem desta

confusao csra ern tra ta r por teorico 0 conhec imento de se n so COll11JJ :T I

de urn cotidiano profissional. Para evita-la basta considerar que teo-

ria e resultado de especulacoe cientfficas, nao S , e , referindo as infor-- ~ d · i · ' fissi 1 "f ...... ,' ., '.. ' . 1 - . - " , _ . . - " , . , , - _ : . _ . : - - " . ' - - ' . , . _ - , • . _ ,,I ,r: r ,- - " ll'~ -,. .'. "". ,-"._.,rnacoes p rovem entes '. 'e Ul~ cone iano pro issiona ; pO I tsso a expres-

S·~.'O 'sen so comum fo ren ' ' - ' eo JI. : : i 3 . . " , " I,~' ". ·,Il,1, a " . i l L _ ' " - I. L , ~ til

1i.i 0 0" · d '. 6 1 '. o' t......· - . . . 0 _ 0 " - . - I -. ., .lh" ~ . ,. ,.. ti ::."~.. . .;;,., 0 " .,. , -: - ~ " , dm sen: ..OS que eS,Il-R:.·nesse p a InI. . a r [0 men 0, 0 rm agm ano . o s

no sso s jurista s a ind a esta povo ado d a he rm eneutica c l a s s r ! ca , m erg u-o

0 - d " }- d - ' " ' .lha d o s q ,ue estao num dogm a tism o 11 t r apassa : _0 -- 'C O ll.10 se re fe re

Lenio Luiz Streck6

==, surgindo daf pretensoes interpretativas de en-

contrar ~'~O'cspir i to do legislador", "a vontade do Ieg i s l ador" "o espi-

rito d a lei", ' ' - , 3 . von t ade da no rma" , 'a intencao da lei". Tra t a -se d ie

n . ' ' 1 1 - 1 a ' ~ V ' I ; ' S " ' i U - : - : - ' O 'e o .sa e u m o r f a do Direito apegando -se a - ; Iei e m t·: I T I - ' . e s m ay,~ . .] :. 1 . . ,L ,:_- .,."9 .. ' I ! J . ,I ~ I .J . 0 • • " - ' 11l..'-, Q ' 1 0 . . . 1 ; ; : " _ O. - - '" c ' ; : ; , ' I.: ,= ,.1 . 0 .. I. 1. I. "

"- . . ,,._.. e

eO n1 0 se e la fo sse a tabua de salvacao da interpretacao dos t ex tos

jundicos. Essa visao quer t r ansfo rmar a propr ia norma em urn oru-

cnlo ,que responders p!o r si S(), "pesso al m en te" ., 1 8 inr lag acso in te rp re .... 'dt anva contn a em urn cs so concre to .

Com a Constituicao nao ocorre difere nte~ Pensa-se ser ela ape.,~

nas m a is uma 'le i '~ ~ ,sem comp reend er SItU fo rca no rm a ti v a e : : 1 Su..

p remac i a hierarquica dentro do sistem a , N ao raras vezes 0 que 0 ope -

r a do r do d ire i to faz e interpre ter 1 '1 Cons t i tu icao de aco rd o com o s

c o di z o s o U 11]1e S I10- ~ e S u ~ ·n :.U~ Ia t " , d , e ·. .trib IJII1 1 a i S ' s u n e r io r e s :. .. to 0 I- . . : . . . - . C " '. ,(..!!,.;)... _. ..1. b , L : : 1 ' . - . ' . !,(l. .r'· __~_"1 •

Vejamos 0 exemplo de Gui lhe rme d ie Souza Nucc i . 0 ronoma-

do autor se resigna, diante da obrigacilo Ie ,gal de constar os vo t o s

a firm a tiv o e neg a t iv e , ap esa r de entend er nao ser recom end ave l tal

p ro ced e r po rque ca so 0 resultado se ja unanim e, esta ra devassada a

5ST 'AN l lFIORl1~Ar tu r . . 1 2 ' porfalar ern teoria juvidica. o nd e arula a c ie niijic id od e d o

direito ?,isponlveJ e .rn :1 1 ttp :/lwwvv .mundojuridico, adv .br/sisartigo -'/artigo/ .asp?

co dig o= 41 5. A c esso ern 0 4 " . 0 4 , , 2 0 . 0 6 .6 ,...,

: STRECK .~ Len io Luiz, Jurisdicdo constitucional e hermeneutica: urna novacrltica do direito, 2" eeL Rio de Janeiro: -orense 2004.p. 40 ,

289

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 8/22

 

posjcao dos jurados, Alern disso, segundo sua. opiniao da-se azo a.

discussoes sobre como votou 0 conselho de sentenca possibilitandoc.

inte .pretacocs de que.0conselho nao foi coerente por modi lear 0 pla-

car, ainda que rnantendo a tese vencedora, Por fim, conclui com as se-

guintes p a le }' rr as: ' 0 ideal lena apenas registrar 0 shu 0 0 'nao", sen]

contagem explicitada", Por fin} arremata sua. posicao dogmatista, reve-

lando; exemplarmente , 0perfil do senso comum dos juristas: ~~i\.lei;o

entanto, necessi ta ser al terada para que isto sej a imp lemen ado "7.o

As mesmas posicoes Iegal is tas e dogmat i s t as tern Adriano Maney"

c Julio Fabbrini Mirabete, 0 qual sustenta O r seguinte: "(".,.)A falta do ter-

mo de votaeao acarreta a t nulidade do julgamento, que tambem existe se

n ao fic ar c onsig na do 0 mimero de vo to s a tlrm ativo s e negauvos" 9.Jit Fernando Capez procura 11,30 se comprometer, afirmando,

tao somente que:

J a . h . a quem sustente que tao logo aparecam quatro votos no rnesrnotid -- d I· d ,... . ~sentu 0 a votacao ;'eve ser estancada, evitan Jo-se a ocorre icia (~e

sete votos em.urn mesmo sentido, sendo 0 sigilo urn principio infer-

d if 1 Juri 1 - ]I" d r d· .. o"llrna .or especmco (0 Juri a e e nao se apncanc 00'_ isposto no art. 71 ~

IX da C~F,que trata da publicidade dos julgamentos.

D~Z, ainda, ao fechar seus perfunctorios comentarios sobre 0

assunto, uma grande novidade.: a sala secreta ja foi considerada

consti tucional pelo ST lF .. , .

Sao poucas as vozes doutrinarias de .,· anguarda . Ern sintetico, c i-

rurgico e incisive texto, Armando Lucio ·Ribe·iroiOapregoa (J seguinte:

.N·UCCI,Guilherrne de Souza,..Manu.al. de processo e e x e c u r G 1 0 ' penal. S50-J'au-

1 0 : Revista dos T ribunai S; , , ; ; : ,00,5. .641.

1V1ARRE-· · ' .Adr iano , Teoria e prdtica do juri: doutrina, jurisprudencia questio-

narios, roteiros praticos, 7. ed .. rev. atual, e ampl .. Sao Paulo: Revista dos Tribu-

nais, 2 0 0 ' 1 1 . m ~ , · 1361.,

9 tlIRA.BE·TE~ Julio Fabbrini. Codigode Processo Penal interpretado. 1 1 . cd. -

S ·~ PI ' 1 20··03 '~8. ' I " >I 'I ,., i, ,r..' "- I I ' ] .. - .ao. ~Ul o .._.LdS. _. .. p. ... : J . • • .

I0 RIBElRfJ~_·. .rmando Lricio, 0' sigilo das votacoes no tribunal do j,itri. Disponivel

em: <l1l .u]1: /b~ '}v\v" ,nip '. r [1 .gov.brlc .aops /caopjph ~e•sigilo jribuna ljuri.pd f>, A cessoeU129.04,2006.

290

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 9/22

 

( .. .) adequada constitucionalmente, a afirmacao de que deve ser in-

terrompida 'a , votacao no Tribunal do Jur i t'10 logo se alcance ao·,~.. ' " J • ~. - 1 " ".. '. _ ' 'j;" . '1 .'. _! L '" '" I :.. <.: ,I, .Il .' ' - ,~_"." 1 . " ' ~. _ ~ _ . I.::....., I;

-quarto voto ern favor d un a das teses. Do co nrario, corre ...e 0 risco

de violacao ,~1.garann a do sigi]0 da votacao (Art, 5°; XXX.VIlt b)

pois pode aflorar ern uma una nunid ad e, (.." .,)Hodiernamentc, nao hfinenhum reclarno qu.e justifiqu se ultrapasse a contagem ao quarto

voto Iavoravel a uma tese, pelo contrario, insistindo nessa contagem,

trilha-se pela in co nstituc io n alidade.

Na jurisprudencia, 0caminho foi 0de ir pelo dogmatismo, com. . . . , , f l

. ras esp ars a - S ex ceco es·ar~.·t,;.",..,~(·l.! " ,c. IV .._. ' . '3 " : . ( , •

Isso se d a porque o Brasil, ern sua histor ia, como vimos na breve

passag ern sobre a . e vo lucao d a soberania do Jur i e rn. no ssa s C a rta s, 0.,5.0

teve 0 costume, em razao do s diversos memento s eru qne se im p la nta -

ram modelos ditatoriais de fazer Iurne a Constituicao no mornento de~

interpre tar /apl icar 0direi to , E a pro ve ito para fa zer um a reflexa o: "avida

,7 d ' d id Ih · J .. . ? t · "J .so po e ser compreenataa ou tanao - se para tras, mas so ' poae ser VlVlaa

olhan do-se para [re nte " (Kierkegaard). Apenas cinco anos antes da

: n O : " S · " S · : ~ . l c · · · · 'arta atual 0 · ' , Bra S " 1 ' ~ 1 vivia 1 1 1 I T I ' " reaime di ta tor ia l!)J ... ,-,,,. ' ' - J I l . C\. =,1-1. ··.1, e- . . l I 1 1 Jl! .V., . 1 . . , . ·c.l.], .... '.l......•.•,.

Ji t se p . assaram vinte anos de de 0 advento Id a Constituicao ·F·-3

deral, Contudo a mesma geracao de juristas que hoje a (desjaplica

e~n sua boa parcela, nem cresceu e nem foi educada sob 0manto de; - . . ' E ~ ' t ..I · ' . D · . ' , / 't" ."".' d e · D · · ·, " " , . · · · ( . ' . . ~ d o d · · d '· " . " . .. . " . .=t .. , d · :IilUll . ~Sac.oelnOCl.a1c. ICO I . e >B:el.O, segui.o , c . n os IeCeltle~ . e pes-

.quisa feita pela Asscciacao des Magistrados Brasileiros =- i~ivtB- a

id d ~ d ' d istrad · "d ' d ,.. ,~ 44 4 · )1'1 A d .l .a_·e Ine,~'] a _0magistrac 0 el11 ativ roa .. e e H.e .~, - ·fUl0S· ..... .... e[llalS~,

11 T " "d ~ . ..~ .., , . .. iu l\ emos. 'CO ]T IOU1U .a e xce ca o, n o; t . iuunars supenores , .0 seg um te e antigo JU.-

gada do STJ: "Processo penal. Juri. 'TerlDo DE V'OT.AC~~O. " '\ circunstancia deo termo d e 'vo ta . 'c ;a oconsignar apenas os votes rna jo rita rio s na o nu lific a 0julga-

mente . . ap li c acao do. princfpio pas d e n uliie sans gr i~ f . f\ deficiencia d e r esposra

·3 que alude 0 paragrafo tinico do a rt 564, do CPP, e aquela de carater intrinse-

eo, re la cio na da c orn 0 quesito formuiado, em ordem a ensej ar d iivida sobre a.. .

manifestacao d'~voruade dos jurados. recurso conhecido, pela letra c do pcnnis~

s ivo cons ti tuc iona l, e irnprovido" (Brasi], Superior Tribunal de Justica - Recur-

so Especial nO 42lMS. H..lator: Ministro I CO S I 'A ' BITE, Scxta turrna, julgado

en) 24 .1 0 , 1989~ )J 20,11,] 9,89 p . 173 .00) .

]2 S t\DEK Maria 'T "TeZ'L (o rg .) , Pesqu isa .A.M B. ,Dispontvel ern: <bttp:! lwvlW,aul1b.

co~r] ib]1porta ' [ fdoc/ /not iciaslpesq1! . l isaanlb2005. .pdf> ...Acesso ern: 01.05.2006.

29]

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 10/22

 

a sua, formacao academics tambem foi COl1duz ida . , n , a sua, ampla

maioria, por docentes que. nao tiveram a oportunidade de dialogar e

deba t e r c rit ic 'a 'm e :'n'e durante P I P ] ' I O " meno Ie' 'V',1ntIQ a"10,O": U " rn exe ' I ' l l ' iplo,,(- - ,'lJlL. lllJ." ,J!!;"', (,I_" "'. V,,' " ..""",,0 ",ll",,[,'lv ,,_,Id, ().,," ,,', ','" 01 '

dessa situacao foi 0 ~AI-,j,quica nas palavras de Streck13~ 0 instru-

mento lT Ia1 tSdraconiano da historia brasileira'", Assim, nao estavam. _.. .

acostumados, ou liberados, nos bancos de faculdade, a fazer juizos de

constirucionalidade sobre os temas que eram explanados aos gradu-

andes de entao. E esse dcsapego a filtragem hermeneutico-consriru-

cional gerou (e gera) graves problemas quando da aplicacao do Di-

reito pclo Judiciario de hoje.

Dizemos isso porque, no contexte pos-constituciona: de 1988"

para que uma lei ordinaria federal seja promulgada.rprecisa pass.ar,ncccssariamentc, pOI' tres jufzos a priori de controle de constitucio-

nalidade: pelas Comissoes de ICons t i tu~ .¥ao e Justica de cada uma das

Casas Legislativas (COl IUS sao de Consti tuicao, Justica e Cidadania,

na Camara dos Dcputados, e Comissao de Cons tituicao , Justica e- 31 .~

Redacao, no. Senado). Depois, pelo jufzo de constitucionalidade

(veto) do Chefe do Executive.

l3 'D I p , " cit., p . 2 4 " .l4 Fazernos questao de destacaralguns pontes do Al-5.~ de 13 de dezembro de

i li .968;0 d i t ador poderia decretar 0 recesso do Congresso Nacional, das Assent-

bleias Legislati vas e das Camaras de Vercadores ~podendo legislar em todas as

materias e exercer as atribuicoes previstas nas Constituicdes ou na Lei Organica

dos Municipi os. Poderia suspender os direitos politicos dos cidadaos, cessar 0

foro por prerrogativa de funcao, suspender '0 1 direito de votar e de ser votado nas

e'~eig,5essindicais, proibir manifestacoes ptiblicas sabre assunto de natureza po-

linea, aplicar liberdade vigiada, proibicao de frequenter determinados lugares e

determinar que alguem ficasse ern domicilio determinado e velar ,[)exercfcio de

quaisq uer outros direitos publicos ou pri vados, Ficaram suspensas a vitalicicda-

de, inamovibilidade e esrabilidade, bem como a de exercicio em funcoes por

pJ2lZ0 certo ..Podia 0 ditador demitir, remover, aposentar ou por em disponibili-

dade qualquer servidor civil ou militar, 0 ' 1 . 1 agente politico. Suspendeu a garanria

de habeas corpus, nos. cases de crimes politicos. contra a scguranca nacional, a

ordem economica e socia l e a c co no rnia popular. P'ar:31fechar e rn g ra nd e estilo,

exeluiu de qualquer ap.reciacao j' udicial todos os atos p . naticados de acordo com' " ' t i l ' 1 & 1 1 " . ::I '

o AI~5 e seus ..Alas Complernentares, bern COUlD os respecti vos efeitos,

297.. ~

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 11/22

 

J a sob 0 manto de um re g im .e totalitario, como fa] 0 caso d a

e~pocada publicaeao do Codigo de Processo Penal ern questao, nao

houve Isso ..0 Executive publicava as normas (c dava a exequibilida-

d '~ "). .. : '. , ': . . '. '"e r i ~ / \ , 'i l ' a s n I e · " f i : " S : a. . t e n " ! l p ' , o · ( 1 ( 9 : ~ 4 I i . . . .. 'S " e · ' q ' ,r- 1 I, e ;. r " ~ I C " · · , ' · · s t i , t . . . ~ . : '" :'' . . . .,.,e: como qu JI..ld., A4..1 ,t:~.,,::: o c ~... 1,1.. ". ~ -...." _I, L~ · U.....on81 u.l~a:o

"Polaca' havia erigido 0 Tribunal do, Jur i a prcceito constitucional,, ,- . ' .ante '0 J '" 'atP redio n a cv clue a70 - : ' le o r " slat : "lL.i"":lcO 'l1 [SO ,- ~~ .. 1.. ' e ,~"j. ~.,. _ ,~_~ _ r ".".I~~·" •. lll'-a ~, l~~ 'y M"

Desta fo rm a, tornouse costume fazer lUl11 jufzo de l ega l idade

estrita tics fatos, sem consciencia de que antes de assim proceder

neeess,a lr llio se faz verificar a v alid ad e da 110rJ :nainterpre tada , Vigencia

c n n o e 0 mesmo q '.m e va lid ad e. V ig enc ia e ,0 aspecto fo rm al do texto!I..].'U".. . . .. . . .... _." -- ~ . ' .. " ... ".. . .. w". .,......" '- . .. ~

"i ., . •.,.: 1 " - .. • , ,; ':" " ' . • . . e- . ,. 'dI " " , " ' i . . ' . , . t .. d c " , " . ' d e " ' , d.,;;",'-.' ~.~.".'.'. .,'" ~;Q!;sua msercao no or enamen _ 0 " . ' iepors :.e cumpnnas a s erapa s p ro ce-

dimentais (formals) legislativas Ha, nesse case. como ap r egoa LuigiFerra io li a necessidade I d e u rn ju fz o de fa to , } = \ va lid ad e, p or sua vez ,_ , . . 1 . , . ' 1 ' ; . ·'I e." v is ta segund c urn '~~t~" '70' hermene I lf '· ·" 'o(' -", mstit , :; '.""1] .'. s t " .t"aeve ser vista 8-=~., J ! l . " U .~Jll.lllZ .1 ermeneuuco conSd.UC]011a.,"~ 1S.0 le~

a aferic i 1 . ( ) ' do te 'X~'O" diante dos v alo res apire go ad os p el "aCa r t " I 'M'·~·agna-.:._J.''''':!'~,iiiU~ '-~!' ,,~. L· ~·~_. , ,_ .v !i!oJ:,:'), ' !f '~ -! ,. '! lJ . .. . ;3 1 '_""el, ~ .=,H;:}!;'."J. o ,V",-_·Il;., .~a _'_':'_,~U'~,

E . "J' d ~ /' d' f l " , . " " d l' d d / .'n r 'l121J1tO 0 jllIJZO '.',e V mga r e I"e tato, 0 J Ul7:0 ~.c va llll8[: .e e d e

valor 'N o s n.~ 'rrrnes auto ri t1ri (")5 n,9:0b , a essa d is t w ncao alias. 1 1 1 0 se da. ~.> . ,,, .{;; ......". ,,," " ..,' . = .' . ..... . .,~(, ~'- L . . , . .0 o ' . " . _

essa indagacao,

Quando da interpretacao/aplicacao do Direito a urn case COl1~

crete, cumpre ao Poder Judiciario, 6rgao diverse do qual emanou a

lei vigente, anal isar , a luz dos valores da C o nst itu icao , a perfectibili-

d ad ed aque la em re la cao a essa pa ra , so , entiio , ad rnit ir-lhe v a lid a para,

o C~IS,'(') pos to em d"liSl"L-lSS~lCt) 15,.{l!!,. ·\.-v· ~~ , , ~ 1 I ; , e - !,.. ..... """--". ,

E , - : " ' " refoi..·····,··. · C . · ' - - · · _ . · , - ' · · . . 'lti!'rl~·':.:;I: ';.--1 I -- E - · · l t · . . d l· . · D " · · " "-"'-'Ii"'''''/' ·~··'lc .. 1... 'D"'-..In re 0190., a ..ons '[Il.l~BLO~m Ullin S'"a I,()_ em.GCI dtlCO (lie ....

re i to , deve ser vista nao somcnte C01TIO urn s is tema de va lo res a se-

remp ' o e

.,;;,('1

e. - ' 'U ' . ' 1 "

d'.•0 ' c, I J "el o'~I

e o -'1·

c '] a d ' ' '0 '1t~ '0 " rd iH~ riO ' ( " 1 1 1 'U ,r i n d '0 ' d ' ; ;)1 f~.;' U ' I " ' ~ ~ ' d a '

· I L ' ] e " l~~,. " ~ ~~__...ll ~~ ,~~." " " . .-.Ii]i , ,',:- ,', ... J ,~'.' e ,n.. " I •• ~- . 1 1, t 1 l , - ·},lIl.! . - _ . , ]J lJ·Q .. , ,,'." ,. < _ , ! ' ~ _ _CAL...,.

:_ ,._ I , ,I._

a _Cl. .._"_'.a .:~_"..I~"J! ., .-. , L : ; " ,

mas sim tal qua: instrumento de transformacao social, atuando sobre~

a realidade presente e sobre todas as normas viaentes E a Car t a. " . . I I . - " , . . " . . . " . " . . . . . . ' - "L- .. l.... " ... .

Maier se co lo ca no venice superior desse sistema ju rfd ic o , a que ..m as

normas abaixo deverao se conformar quando da interpretacao/apli-~ d d - ' , .. . . . ~ ' I ' " ~ . . . , ' . ' ~ . . . ' .ca~ao, ..·,,0 Jill eito.

1 .5 F 'E r{RAJOL1~ Luigi. Direito e raziio: teoria do garantismo penal, S a . o Paulo:

Editora Revista dos Tribunals, 2002. p, 701-702.

?',,(l".....:7'..

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 12/22

 

Interessante destacar as H~oes de ETOS Grau, Ele diferencia

teXI.O de norma, sendo aquele 0 produto do legislador e esta 0 resul-

tado do processo interpretative. Salienta e adverte que 10 processo de

interpretacao e aplicacao do direito nao e : urn ate uno. Interpreta-seao aplicar 0Direito E ao faze-Io, se Iaz por urn todo ente It endo que

a norma (produto da interpretacao) extraida do texto esta inserida ern

todo urn sistema, Nao se pode interpretar assim, ern tiras ..E conclui:

A mte pretacao d ie qua lqu er tex to de dire ito irnpoe ao interprete,

sempre, em qualquer circnnstancia, 0 caminhar :pelo percurso que se

projeta a partir dele ~ do texto - ate a Constituicao, lJ.II~ texto de di-

reito isolado destacado, desprendido do sistema jurfdico, nao ex-

.. ifi do a l 16press a sig ru cauo a ig um ,

E nesse pOl1~O se faz de boa acolhida a crftica de Dalmo de

Abreu Dallari:

Ainda e comum ouvir-se um juiz a firmar, com o rg r l l ~ ! l O v izinho d a a rro -

g an cia ~ q ue Ie 'escra vo Id a lei ' 'F .E CO I n isso fica em paz: com sua c ons.-

eiencia como se tiv esse a ting id o .0 Clune da perfeicao, e nao assume a

responsabi id ade pe la s injusticas e peio s conflito s humano s e so cia is quemuitas ezes decorrem de suas decisoes . COHl alzurna eonsciencia esse

' ' 1 - . . . . . .

ju iz pe rceberia a contrad ieao d e umjuiz-escravo e saberia que urn julg a-

d o r so pod era ser justo se fo r independ ente . U rn juiz nan pode se r e sc ra -. . . r I -

vo de ninguem nem de nada, nem mesmo da lei,

:E ao mterpretar 0 texto e extrair a nor rna dele, (J inrerprete ja

antecipa 0 sentido do que conhece da Constituicao, 1 0 1 juiz se trans-

rnudou de como disse Montesquieu, la bouche lie la loi (a boca dalei) p',rr'3 la bouche du droit a boca do Direito (Willis Sant iago Guer-

P·l' ~8ra ilho) .

16 G " ' R A ' 1 " E' 'DI, t, ' : 1 1 ' : ' " J' b r e a i '-.1 I'" ... J! r , . . ' > . , :..:[10$ Roberto .. ensaio e {USCUrL~O sonre a interpretacaorapucocao (0'

direito. Sao Paulo: 1'vlalh.elros~ 2003. p . , 40.

17 D,.t\LL.·..RI~Dalmo de Abreu , 0 poder dosjuizes. Z" ed, rev, Sao Paulo: Saraiva,) ; 1 0 0 2 " 1 " 8 "0 . . : . ' , " " _ . p . , , :. :~ ,

1 8 GUERR ..~ FlLHO.j W'dlis Santiago. Autopoiesis na sociedade contemporanea.

Porto A legre, 1 i~raria do Ad vogado, 1997. p. 31.

294

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 13/22

 

Arrernatando, urna baixa compreensao cl0 senti do, da Constitui-

cao so, pode levar a sua baixa aplicacao. E esta certo Lenio Streck,}! , .

.- ".r d 1 1 ' Z"'lIP ~Ic CV),n - - d ' , - i c o e s ' i t l ' 9 I - " ' o C I i ' [ - l U - ' - e 1 0 - - ' , 'l ~ l ' t ~ ' e ~ " r '' n l ' l r ~ , e , ,tp ' r ) - ' J - ' i ' C S " a - ; o ' O " U ' - ' l ' 'p ' I ' - - ' e - " ' -' d " - " - ,quancl,o , 1 _ _ " , Lj[' _v ,~~~ __:~- l ,--,J!,"'It _. t'(;J1( , L ,! ! , c . : : i l l ' - - ' - - ' - ' - ' _ , I ~ , _ : J ,rJ;-=-- .~ t t~~~,(;, , ,re " n _ _r

urn texto implicam ~' sempre e inexoravelmente - na existencia de

uma pre-compreensao (seus pre-jufzos) acerca da totalidadc (que sua- ibilit )' d ' . , - , . " ' " ' ] 1 1 ' · , ' l ' l . i i ' . , ~ 1 19'I,~ -(1, "pi-'-I' -".,','-~ ' ',', - " ' 1 1 " " - , ; " , ; 1-, '" - ' m - · lli-'.".'_ '-I'III 'II""" '~ ·I,,F~ I .'~lnDuaDem, POSS l 1 .ita ,_ 0 sistema JUI . lC ICO po iuco SOCl3l .

A '~l",-", d · ' 1 8 : ' , 8 " , ' 0 ' ' 0 · " o , e 'I 1 ' " " 'O '- ' C i 'O ' l1 1 ' IU ~ r '! f " ' I reorico" 'que ia ra , ~ , < : ~ , - , i elh . ', "~ ', ,"'-1l,~ en1 I J ' "I" '",' ~ ", ~ 'h~' '" '~ ,," , UIl_LL ", I ' ,,',' p, fa ,].108 ,me ,or SQ-iacomo send . . , - d ' i ft ..'. " . < -" J ~ .20 .. . ..-aria como senoo S eJ1SOcornum ' 1 1 , a praxis junoica ,p1 eca pO l"partir de

_ . . . '

uma premissa aternporal. E precise comprecnder, entretanto que o

texto jurfdico e elaborado ern LIn1 ,determinado memento historico, c

sob '0 ' ausmcio de uma certa real rn dade 'I 'undica pohtica '~COn0111]Ca e" . '~ 1 . it..t, . . -. -- - - -_ --- . .",.- ._". ..~h . . , c . '"'.. iL .. · .

social ~Daf que durante 0 processo de inrerpretacao/ ap 1 . icacao do di=

reito devem o interprete e 0. dest inatar io da norma 11()rexcelencia ~

que e 0 iulsador ~.,en tender essa inevitavel relacao... . . J' ,~( .. " ,. ".,. .. ...., ,. ..., ...}:'. .. ~

A - ·C· - ' 1 . , . . '1 i-~1i- .' ...~ ..... pi d - C5 . · ~ " l - foi ,'-" d " " a . " · . ' r· d · ~ " . - t - . , ' - ' , ' ~ " , . ' . . , ( ' . ~ (···.,OflSu_,t,UJ~aO ...e elB, ,0][ pro .[b1 0S ,a an ..,e ermmar, no PtUS-'

grafo primeiro do artigo 5~ \ 0 seguinte: "§ "]c',.As nOIITlaS definidoras

dos direitos e garanrias fundamentais tern aplicacao imediata" ~Por-

tanto, em relacao a esses principios a aplicabilidade imediata e a efi-. . • . " " r . . , · " 1 - · ' · ' · ~ . ' ~ ' · ' . " I''' ",, I condi ","""'e n 0 " ' - " " . . . ' . . _ ' ' I - " b ' ~ t: mdo-se iP o d e rcacia p .ena ,CllSSumem a COBI Icao ue Iegr a gers '~'onngan 0- se 0, coer

P -" :b ] - , ; d 1 1 - '. .. ~ ;; f ,,.~ d .-'I : _ ' I ! : i " " - ' _ . : . . . . • " " " , ··I·····" '." _. -.,.~., ' " ' ! ! ' : : ' 0 1 1! _ ' ~ ~ - . - : : · . . . j·_··1 . -", . .... -.::_, '- '··I.i ',··,)_ ': '__,-- ·I·"~·""·"'·'~"'· 1_·_ ·_ I·i _._ .. :~ .~~ : .{" __ ~ . ' r - r _ ' _ :ut . ico a t car -ines a mterpretacao que 1 1 1 , 2 1 J S e , icacia possa c ar a ta is

princfpios COII10 assevera Ingo Wolfgang S arlet, "a , qualifi cacao dedeterminados direitos como fundamentais decorre justamentc de sua

i9STRE(](" Lenio Luiz. Dill proibicao de excesso (Ubermassverbot) i t proibicao

de pro tecao deficiente (Unterrnassverbot): de COUlD Illio h@ blindagern contra

normas penai S o ,; j nconsti tuci onais ('," " eo ) c o n s tituciornaliP [ 1 : ' 7 0 - _ - . " , 0 · · ,n t em O - , S , codig os_ 1;;__ , _ < " " ' H '-" ~_~~II". !. .....~..._!J!,(.~.l.'~'. _ _ _ . I L J L IL-.IL,Ii",~,~J,;_~_ ,,_(.1, _.:,~_ ~ • .. L~ _ ,1,1,l~ .. _ L . .

hoje, as constituicces, Revista do Institute de Hermeneutica Juridica. Porto

Alegre, n, 2) 2004" p. 245.20 ST .A 1vIFORD 'j A rtu r, ,E por fil1ar e lm teorla juridica, onde anda a cientificidade

do dire i to? DI ispon f ve ~ ern: h1tp:lhNViW Tmund ojurid ic o, a dv , 1 1 . 1 1 si s_tutigo s/artigo s,

asp?codigo~415. Ace5S0 ern 0 4 , . 0 4 " , 2 0 ' 0 6 "

295

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 14/22

 

especial .elevancia na ordem const imcional , que aSSU111 euma dirnen-

sao simultaneamente material e formal' 11,.

Diante do fato ora tratado tres pri reipios consti tucionais se

conflitam, a saber: a pnblicidade dos atos judiciais e a plenitude de

defesa COIn0 sigilo das votacces. 'CO]110 resolver essa questao?

IDs principios constitucionais sao a sintese dos valores mais

relevantes da o:rdem jundica, A Constituicao e ~urn sistema de nor-

mas. e nao Ufll: mero amontoado de preceitos que se justapoem, Nan

ha assim, no seu nascedouro. desarrnonia no sistema de um texto

constitucional, sendo repelida no Brasil a declaracao de inconstitu-iona lid d ' '1 ." . '" ..... ,. M ' ..cionanaace [ie normas consntuctonars ongmanas , las ISS0 nao quer

dizer Iqu.enao haja um a tensao entre eles ..Ao contrario, isso e pr6prioe particular die u:m sistema dinamico C0111.0 0 Direito, que esta sernpre

ern contmua compatibilizacao com a realidade. Assim pode ocorrer

de principios constitucionais se oporem 00. entrarem ern rota de coli-

8,3.0-2., Mas tal fato se d a quando de sua insercao no mundo da vida,

quando de sua aplicacao/interpretacao a um caso concreto .

.E leciona 0hoje Ministro Eros Grau que

o memento da atribuicao de peso maier a urn determinado principioI e extremarnente rico porque nele .- desde que se e.steja a perseguir a t

d e f in m , c a o de uma das solucoes corretas, no elenco das possfveis solu-

coes corretas a Iq" u.e a. interpretacao juridica pode conduzir - pondera _. . . l ! 3- 'Ni

. . . l ~ : . • . d d I d 1 1 1 1 C ' ........ '" . .e 0' onerto enl seu to 0, uesc e 0. texto na Constmncao ate aos mars"'~' ,.' .1 ..... , atos ··.·.... ····.··<·'·l'· .~... ,,,' 1 0 1 - talidad V:;·,·"'·:/ ... " .. , . " " 1 I U · · · · · · m ;r"( · d - ·smgen IS a .os normanvos, COOl.O toiauoaoe. . anaveis mur pras, ' , . e

fate ~.as circunstancias peculiares do problema considerado - e juri-

dicas - lingtii ticas, sistemicas e funcionais .~ s ,ao~entao descortina-

das.E paradoxalmente, e precisamcnte 0 fato de 0' interprete estar

.inculado, retido, pelos principios, Iq l ue torna mars criativa a. oruden-. . ~3· . . .. r~ClU que prauca ..

21 S .A . .R l,ET . . I ngo Wolfgang" A eficdcia dos direr os [undamentois. 4, ed , rev .

atual, e ampl, Livraria do Advogado: Po rto - leg re~ 2004. p" ,265..

GRA'i. ~ 20Qi-1 I.:p. 48 .

_. 011 ..eir., p. 50.,

296

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 15/22

 

Ja Jose Joaquim Gomes Canotilho acentua C O Ino colisiio au-

tentica de direitos. "diz que eJa ocorre quando 0 exercfcio por parte

do seu titular colide com 0 exerci c~0 do direito fundamental por parte- ' . . - - . " '' ' ' t r - ] " ; - ' E - : . . - '1" - ' 1 · ' f ; , : · ': · · " · " , . . . ,, , ' - '. '- ' ' - , . . . . . . " h -

I"'"'-" ",' - f l " ~ ~to s -. t >~.t" I;. ;~.de outro n uiar. exempn lea casos em que a con 1 os en re 0 oi-

reito , a , vida eO rexercicio da a 9 1 a o penal 'e entre

0

direito , ~ l vida e ad E~. • , _ , _ _ ~ _ _ ' ,_ ' " "1 .it. _ .-- . - __ , .::3..-, .,- .. : ,-, . .-",._, l ,I III

.gra'-Vldez resultante e estupro --continua:

Os exemplos anteriores apontam pa ra a necessidade de as regras do

dircito constitucional de conflitos deverem constituir-se corn base na

harrno nizacao d e direitos, e · 'no caso d e isso ser necessario na p rev a-

lencia ( ou relacao de prevalencia ') drI C unl' direito em relac";;0 ao outreI: _ - w ' _ l I l . . _ I " .. _ I . ~ I L : > ~L~· ..-j,. I V·_ u· . ll.~ .. ,. 1 ' - - ~ , n "_ \" ' " "C " ~I (.1... . ". \_I . . . . ~

Todavia L n . 1 1 ( ; l relacao de prevalencia, mas 86 em face das circuns-

tfinci{ls eoncretas e depois de tun jU(70 de ponderaciio se podera de-te rminar , poi s s o nesras co nd ico es se po dera dizer que U1T I direi to ten}

mais peso do que outre (D 1 P D2)C - on ,s,eja . urn d i r[ei~o (Dl ) prefere

(P) , 0 'nrtro { D . · · ·1). ern fa ce d • . . ' G i l s e ire .unsrf tnc ias d ' 0 C'" S ( _ ) 1 (: C)~4'. '. \ ., \ . _ '. ~ (1 .1 1" .; . _ «,. . L ". _. ," _ .... . i C . . L. _ ._ ..

De vo Ita ao caso que originou este escrito, no conflito entre os

princfpios constitucior '<lis da publicidade dos julgamentos do Poder

Judiciario e da p enitude de defesa corn 0 do sigilo das votacoes da-

se 0 '- S · ·~ zu ' 1 I f i l l te i,

L~ _ . ~ v0- lI i , . . '

Entre os Princlpios da Publicidade dos Julgamentos do Poder Judi ...

ciar io e d o S ig ilo das Votacoe s a resolucao , e facil, CAN 'OT ILH 'O

explica que." na verdade nern chega a acontecer u rn conflit o, mas sim

uma concorrencia inautent ica?'s ~ a fa stando -se a ap l icacao do p rinc f-- a .

pia disposto no art 93, lX,~da Constituicao Federal (da publicidade

d os julg amento s do Pod er Judiciario) em . bene ffc io do sigilo das vo

ta ~~~~ ; .'. - .".. d l i ' " . , . ' · · · · · ; · " i l i - ' . '1 1

d ' '. ' d . de.·tacoes ern razao .'a especr . aaoe oesre.

Antes de responder ao conflito existente 'entre a plenitude de

defesa e 0 sigilo das votacocs, cabe trazer a baila a reflexao de Jose

Eduardo Faria sobre .0 Poder Judiciario em seu habitus. Diz 0 autor

que h3 do i s fatores que ag ravam a situacao atual:

24 C '- A N O · · · -T ' IL H O · · J .. J .. G D '" .... I . ,J "

.fiE,·' .1 " 'j.

ose _o aqtU n1 JO Ines.: ' . ireuc ' ,'on· it t~"'lona e teorta all COiL.u-_ tuiciio, 7. ed. 2~r . impressao, CoimbraAlmedina 2003. P'. 1274 .

2 . ' ) ' 0 " . . . ' t ' - ' " ] 2 ' " 6 ~ ' 9 'p, C] , p" . 1 _ ,

297

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 16/22

 

O excessivo individualismo e 0formalismo na visiio d e mundo: esse

individualismo se traduz pela conviccao de que a parte precede 0

todo, ou seja, de que os direitos do indivfduo estao acima dos direitos

da comunidade; como 0 que imperta I e 0 mercado, espaco ondc as

relacoes sociais e econornicas s~lotravadas, 0 individualismo tende atransbordar em atomisrno: a magistratura I e treinada para lidar com as

diferentes formas de acao, 11138 nao consegue ter urn entendimentoiso d - '" . .r...' 1 1 ~ - '~ , J '"precise . as estruturas socro-econorrucas once e as sao travadas. Ia 0

formalismo decorre do apego a om, conjunto de ritos e procedimentos

burocratizados e impessoais justificados ern norma da certeza juridi-

ca e da "seguranca do process-a ' a Nao preparada tecnica e doutrina-

riamente para cornpreender os aspecto subsrantivos dos pleitos a ela

submetidos, ela enfr erna dificuldades para interpreter os novo s con=ceitos dos texros Iegais tfpicos da sociedade industrial principal-

mente os que estabelecem direitos coletivos. protcgem os direitos di-..- c".

fusos e dispensam tratamento preferencial aos segrnentos economi-

d f id 6amente I es avorecidos'".

Ern continuidade ; a ideia antes exposta , no I con lito entre

os principios constitucionais da plenitude de defesa e 0, do sigilo

das votaciies. da-se0

sezuinte: vivernosUlna

realidade rnuito dife-- }I'~ r r , . , _ . . ' - - - - -

rente daquela dos anos quarenta do seculo passado, quando edita-

do e outorgado 0 Decreto-lei que den origem ao Codigo de Pro-

.....ss ' 0 . ' . , Pen , : : [ , , 1 ,.- . L~L V "IaJ..!I'

N o pos C_F188~~l par te suas deficiencias a c onfia nc a, a inde-

pendencia e a isencao do Poder Judiciario e, cornmuito rnais razao,

dos seus rnembros, sao mui 1[;0 maiores que hri quase setenta anos,

epoca do CPP. 0 Ministerio Publico assumiu urn pape] de destaque ' c .

relevancia, A advocacia foi erguida a funcao essencial , a , Justica, naohavendo, expressamente, relacao hierarquica entre juiz acusador e

defensor. E isso se refletena sala-secreta,

Por outro lado. 0 resultado CIavotacao nao causa nenhuma re-.~

percussao para efeito de recurso, 0 "placar' nao e levado ern consi-

deracao para 0 jufzo recursal, que deve se debrucar sobre lOS fates e 0

26 F - A R l ' . " A Jo _ .,E d . l ' 0 '" d. 'udiciari l'Jl '/ d A £:']. . ". ".'7 ' ()~.:!e~.. uarc 0.. ,I pOer]lLu.:.lGrlO no ,(]ira..1 .: para'()r,X,I.l,~ uesaHOS" alter-nativas, Brasilia: Conselho da J ustica Federal, 199'5. p,.14 e il l 5 0

298

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 17/22

 

elltenrlimento (los jurados mandando caso haja pow: exemplo, jul-. ' . _ . . . . . . _ . . u r a r i =,' .' '. ' '. d ' " " · , t · · · , · ' s w .b · ' . . t · · '1 " ' a ' " 0 ~ " II"l"'''~ r u - ',- , ' -·gamento conn arro a prova c :OS aLI ,OS .utmete 1 " nov 0 ~. n, ~= as ja-

mais re ificar 0 VOlO de um OU outro jurado al terando 0 resultado

pratmco, j . a que se I d a , p or rna io ria de votes.

E 0mais grave de tudo: uma votacao unanim e v io la ria a C ons-

F - ,..,,"~C " fala r <'i' '1 - d .- ''" ' U lradt i t1 l i ,~ao ederal.A . arta alia em "sigi 0 I' as votacoes '. . m reSLID ta 0 7

x O ou 01 X 7, e rn qua lque r que sito ro mp ; toda a se g ura nc a que a no rm a

consr l tuc iona l visa p ro teg er. I f a te 0 final, en] c o nta g ern u na nim e I e ex-

po r o s jurados d ev a ssa r-lhe s a Intim a co nviccao tao a lme jada ,

E d 6·: d d D'" ~ b d I ' d - d ,'. ,''''1 . : " .... - .. --!i,', '... '--:- '"" - •• .,'.:II;,'. ~",' .--- ,', -··T···. T " t , T . ',"I i-I," .. " . 4 - . . -to'JOS nls opel a lo re , . oDircito, Sd,el110S ..a IealII,d e do

T ribuna l d o Juri na s p equena s c id a d es, E co rnum have r co op ta ca o

d o s jura d o s po r pa rte d o reu, d e fam ilia re s dele, ou IneSJ110 da v i t ima .

Parar somente no setimo veto, em vo tacao unanime I e ferir 0

p rinc lp io d o sig ilo das votacoes , do art 5°~XXXV II~ b, da Consti-

tu ' i ,~:aoFederal .

E ~ sta c a r a vo ta c a o apos 0 vo to definidor fere a amp litud e d e

d e fe sa ? N ao . A d e fe sa po r mais ampla que se ja , precisa te r UUl ccn-

tendo e U lna finalidade que seja t it il e /ou ap ta a rep ercutir na re a lid a-

de processual, convencet o s jura do s da inocenc ia do reu ou abranda r

a sua pena pelojuiz-presidente, em caso d e condenacao. IOU, ern, iil-

ti .n a a n a H sc , a a uxilia r a re f OfIn a da sentenc a e rn ,ambito re cu rsa l ~

M as C(1-nl0 nan causa repercussiio processual nenhuma 0 es tanca -

mento no ve to definidor, nao se fe re princtpio consti tucional ne-'I'[j, 1-nnum,

Adema i s . n,ao lui prejuizo , a defesa e, ' COIT IO tat nenhuma r ep e r ...

cussao juridica podera advir - lembro 0 p rinc lp io d o pas de nulite

· t · · ( . _ , 'J I d 1 I· I d h ' . ~saris g rie.., nao se ueve I. ec ia ra r nu lea. c sen que ,_~ aJ 'p re ] l U Z ( 1 1 aum a d a s pa rte s). A . p lenitud e d e d e fe sa na o sig nific a d e fesa absoluta ,

po is, se a ssim fo sse , n z i o a co nte ce ria se que r julgamento.

Em caso neg a tiv e , ate onde poderia ou necessitaria have r a

conta rem ? Poderiamos ir a te 0 sexto vo to E sta se ria uma 0P"Cal)"' - ._.0_." ill '. _" -. . - . - . - ~.. ~ - n - ' "_ '_ , ' •• ' i, .' ~'L ,. '__:_ - ..:.... .. _- ' . i : i , - . . ,

Porern 1 ·~ 1 -( J ' ) · · · · C ' : ~ l ~ " l 1 Se." 1 0 '_ ..q t P i l rto vo to e/ 0 · . · · defin '~d 'o r n a ~ o < 'e '"'xis t e I · l , n O · · ri V O " , para>, , 1Il. . '! L U" \ '. .(J _ It . . _ . . _ _ _ . . ! l l _ . . _ , ~ _ . ' . . _ . _ " . . " '- ' lJ. 'u. I.'

continuer a vo ta ca o. S eria urn p ro lo ng am ento esteril e desnecessar io ,

a inda 111,~:is em se tratandc 00 plenar io do juri d e UITI a to que se a rra stapo r horas, senao dias .-I. '

2 9 9

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 18/22

 

Vivemos urn Estado Dernocratico de Direito, onde nao s o asgarantias individuais (estado liberal) precisam ses observadas, 1 3 pre-ciso d.ar aos jurados a seguranca de que HaO terao seu entendimento

conhecido pOI' ninguem, Se na mesma proporcao se encontrarern. os

interesses difusos ou coletivns colocam-se acirna dos individuais,

quando em conflito, E, essa , e a tonica desse Estado Democratico de

Direito eln que dizernos (e desejamos) viver.

E diz 0 I C P ; P ' em seu art. 488 que as decisoes do juri serao to-

madas por maioria de votos. E a maioria se expressa corn 0 quarto

voto, Desnecessario ultrapassar iS I o.

A norma jundica e condicionada pela realidade historica ern que

lui con strufda"e a pretensao de eficaeia dela somente pode ser realizada

se isto for levado em consideracao, Assim, perde forca normativa 0.::;,. ' .3

texto que entra em conflito e0111a F alidade. Mas 0 direito, nao, Ele evivo, N ao envelhece e nem permanece jovem, Ele e contemporaneo a

•.. ,-', ... iIl./ ,',;; L ' ' -)7

realidade. 0 direito e U1TI dinamismo 11.0 dizer de Grau" i

Assim, visando fazer Ulna . re le i tu ra do sentido do texto des arts.

487 e 488 do Cplp nos dias atuais, observando a possibilidade de.variesid ib /d ' ,/' bive l -" ll _ . d /' ., de isentn lOS atn :Ul'IOS aotexto, e calve a uti zacao oa tecnica ne inter-

pretacao conforme a constituicao. E com maestria Canotilho ensina que. ~ ~ j

No caso de polissemia de sentidos de urn acto normati vo. a norma

: n 3 . 0 1 dey€:considerar-se inconstitucional enquanto pu.der ser interpre-

tada de acordo com a constituicao.A interpretacao d~[LS leis ern COD-

formidade com a Constituicao e urn meio de o TIC (e os outros tribu-

nais) neutralizarem violacoes constitucionais, escolhendo a altemati-

. a interpretativa conducente a um jufzo de cornpatibilidade do acto" C'" . ,_ J. 8

norman vo com. a ....nstinncao" ..li'

~7 0 " . : , . 5 ~ ' 5 "p .. r t, p.,:"

-' 10 ,]). cit, p . , 958..

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 19/22

 

Assim iltraado-se os arts" 487 e 488 , a Iuz do princfpio COIlS'"

~t. i tu. 'c i .olla]do sigilo das vo tacoes , a interpretacao que se chega e a de

que""apos a Carta Maior de 1988" os dois textos do CPP se comple-

ram porern, entendendo-se declarados os votes afirmativos e negati-

VOS' e r r } c a d a cuesr 0 S ' ibmetido a votacao, ate que se a tin ja a rnaioriade vo to s em 1 1mou outro sentido,

301

,0 que foi dito acima sobre 0 assunto, alem Ide ser a melhor rna-

neira de preservar a Constituicao, ainda possuilim

importante efeito.,. . .' d · . '" +,- .' .,,: . ,f -'" 'I ' ·1 ,fc' _ ~ _.na p,,f,ax .lSJ u. rcrana.

Gladston Fernandes Araujo diz que:

o medo , 0 temo r, a apreensao e O r rec eio , en qua nto sinonimos, sao. . ' h I· d ' fon d ., dsentnrren to s ina to s ao nomem , rm agme-se 0 desconrorto r:o s ju ra co s

em caso de votacao unanime . Sentir-se-ao desprotegidos pelo devas-

samento de ~,euvoto. Como ficarao se (:1 dec isao for una nime ? •....e r tos

d . ·'1 '. e ' d t' . I'' i]._ ... _ . I -, :.', I - _ :0 '1 . '- '. , , " · _ - -~••

_ '. r r : ii. a .--.. ,', .:" '. 1 - 1 - " . . . ~ - . . - : ' , . - . - = - : - - - : . - - : - 1 - " . . . : - . ' , . ,

, e que 0 sigi 0 rUIU ;,1preocupacao e '. e S UC UIlIJlrem aos uesannosd o s i rmaos parentes e amigos de acusado ou v itim a , N esse pa rt i-

C U -ila r a ad oc ~ ' O ' " do mo d e ' 1 0 " fran c e A r ; , ; '1 1 '0 ,. S n a rece a ' m elhor a,']er ' n a t i 'V · a ..! . , , ~ , ( " " . I. ~.~\o . _,' u·_·..· ..._.;J' 6 , I : : ' ,-!o;..t" l J ! . · ' ( " ,1[.. , ,(l, ,I, '.' .•

interromper-se 0escrutinio apos a contagem do quarto voto definidor

d~)julgamento, Scndo sete (o s jurad o s, o nm l quatro "sirn", po r exem-

r : 1 fi .~ . ... 29" ~.j[I-··: ·'·· __'~- '·J: :·" ' ' '- I ,·~-·r-··-·-·p 0, a (:e . .Ull9..aO e ap ,u e nte .,

Vivemos ern uma rea lid ad e comp lexa , enl que a sensacao d e

inseguranca re ina , "S entimento d e inseguranca potencializado pOl"

uma enfatizacao dos meios de comunicacao social, nao fosse estfl

tambem uma sociedade d e info rmacao " . no d izer do , p ortugues Paulo, . , _ . .

""]Silva Fernandes,·H,~ Segundo inforrnacoes de Eduardo Medeiros C a-

valcanti

':9· . . ...".. . - "' . '. '" . ' , . ]- l4 ;.R AU JO I~, Gladsron Fernandes, Tribunal do JU,r"i.4 uma analise processual , a lU Z

da IC011Sti t l U 1 9 , : 1 l 0 F " deral, Niteroi : Impetus, 2004, . p , l49.~O FE"'RN "wA'N "DES P 1 S il G l l' I " . . . . , . . d J d ' , fi . . J -,I~,_:.. ... '~ ' . 1 . > . ,II\UJI0 Suva. '.I,OtJCI..:.t..Z,lL .ao ·'sOCU.?_,(Ui<e" te riSCO e.o, uturo ao

direito pena I '~"' :0imbra: J\.] medin 3 1 . " 200 1,"p,~21.

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 20/22

 

o Instituto Latino-Americano .das '<, acoes Unidas para a Prevr ncao~ I •

do Delitn e 0Tratamento do Delinquente (aA,N' JD) gravou, durante

[una semana, entre os dias 2 e 8 de agosto de 1988, a programacao de

27 telejornais e ribidos pelas !emis SOfas de canal aberto existentes

no Brasil, No total assistiu-se a 1." : '1 1 cenas tIe crimes nestes noncia-. 31nos,

Todos assim, conhecemos na realjdade social 0 medo rei-

nante. Nita fosseisso nas pequenas cidades se exerce especial pres-

83,0 sabre os cidadaos componentes Ido Tribunal do Juri. Quem j~i

trabalhou nos reconditos dest ' Pais sabe qu,e0 estancamento da vota-

' tao 110 voto definidor ocasionara a . diminuicao:

a) dos julgamer tos contraries , 8 . prova dos I(UUtoS·

b) das distorcoes e injusticas, trazendo mais harmonia aos re-

sultados da votacao e rnenos trabalho ao Judiciario de segundo grau,

tao assoberbado de reeursos com, fundamento no art 593, III, d do

Codigo de Processo Plena] (decisso des jurados manifestamente Icon-

traria a ~ 'p o ro ' I i i " 'a d(....~ autos)1 1 L . . ~ " . , ' , " . , , ' ~ . ' , ' . .le) ".~Id~:'~~"

1 ·0 " P - - L l t V ' ' P I " ,i\ S ' F I1 N " A ' I S ". " '1 : ' _ , £ " " ' J . I ~ , , , ', , ' ' . " " " ' , n . . · 1

Inquieta-nos saber que tantos a l IOS se passaram e 0' senso co -

mum teorico continuou violando a Constituicao ern nome d e. urn Ie-~

gaJliSIDTIOindividuaiista. Nota-se .. a ssrm COIll0 acentua Streck, que a

baixa constitucionalidade no Brasil decorre da baixa compreensiio

da Constituicao por parte dos operadores do Direito, E essa baixa

cornpreensao gera baixa aplicaciio dos preceitos contidos na Carta1 l . 1 [ 1 a i o r 3 2,n.(.. . 1 1 . . •

3] ' e · ' \ : 1A . · ' Le ' ' ' ' ' ' " " ' ] T ' < l E · 1· . ~ . . . . i I " '1 \1 " d '" • .' , .t. '~ s : ", '.. .: O ' d · " · f · , . . . . " . 1 :; ] , . . . .' , , b , , ' . . ' ~ I...._ ,:. '.. ; \. ~"c.uaIUO IV e. e,lro vrune e s o c u ' _ _ : . , a t co:rtlP e x t , . Ulna aO].(la~

gem interdis ..iplinar sobre 0processo de crirninalizacao, Carnpinas: LZN' 2005.

32 STR,ECK.~ .Renneneutk: , ( ] , juridica eim] crise: nma _ ~p lo ra ca o hermeneutics c ia

construcao do direito, ~~.ed. rev. e atual. Porto Alegre. Livraria do AdvogadoEditora, 200 . p, 323.

30?

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 21/22

 

A. origem. disso pode ser resultado dos vinte anos de regime

totalitario, emque os a to s institucionais sobrepujaram a ordem cons-

ritucional e trouxeram consigo a heranca nefasra do desconhccimento

e da falra de costume de fazer urna filtragem das normas perante a

Con stitu ic ao F ed e ra l,

A aplicatio, isto e~ a nocao contemporfinea de interprctacao,

funde conhecimento, cornprcensao e aplicacao.T, 0 sucesso on fra-

ca sso d a bc rm eneut ' capelo seu des t w nata r io , que e 0 rnagistrado, de-

pende da p're=(in}com.preensao que possui t10 sistema jurfdico e da

nocao de C o nstitu ica o com o v ertice do sistema .~ ~

J a fechando as cortinas, perguntamos: de q u . e valer ia a sala se-

Greta se 0resul tado

unanimerevelasse

0 vote? Sornente para, antes

da votacao retirar a tranquilidade dos j urados, e depois violar a

Con stitu ic ao F ed e ra l,

Pedirnos desculpa pcla repeticao. Procuramos niio se r redun-

d a n t e · · · · s · ·' · · · · · · · · ·as term i n a r e n ')',OP c o n l'il(")' c . .I i J " I I i ~ n 'eca rnos ' ~ O ·. • · m r u n d ' 0 · ' 1 nao I~ e s tati-..u... .: ~.. Chi '. .... . J.UJl. .. 1 . . . . ' , ; : " ) ~ • • • • • • • • • :·l .. W. "'!.,./'Pi.. .'. "•. " .. ' .. .' .. n ! l; ,~ · " '- "' C;,. ' (; 1 .1 ~ .- . ~

C O , ; , E d inam ico . 0 tempo n a n pa ra , V iv em os e rn co nstante evo lucao

Assim, e essencial mudar scmpre para pode r rnos conservar a nossa?, ....... ,. ,~

Pr o . , .'PI.·f·'18 e i l ' , s < e · n - I C · I , ur·..' .o r. ! • I I , - - - .J . .. _ ~. ~-!k .. ! ! I . " of!

A

11~REFERENCIAS

ARi~'OJOljG lad sto n Fernand es. Tribunal do Itiri: um a analise p ro cessua l ~ . luz cia

Consti t u h ; . a o Federal. . N ite ro i: Impetu s, 2004~

Cf \ .N IOT ILHO~ Josie Joaquim G omes, Diretto constitucional e teoria da constitui-

ciio 7' ed 2::a~'ecimpres (I :"10 C o im b r a : lSI'n ~~;::;.,.-lI~fit. 2 ' - " 0 ' ' ' 0 1~"~~ _J '!' t; ~._= ,r. ] l ' .: . j; I, ,i. 1 1 I~~ i . J ( ) . - - ,, , ' : ~ '. , B . I . ! l J I J . C - " " , ! ! ~-l I J I, ~I~~ .I . . .. .,1 ,I ; ,,< !,,, , ~ ', "" , ~ _i ;

I C " " A " R · " ' l l A L ' ' H " ' O ' - ' K ' · · · ~ - ~ · -C' . ·G·-·C ' · · -· · -, , · --l " . , - .~ D.··'···c'~··t·~· '-'~"1"~- c , , : ' · ' · · , · - l · 1 0 " " e d . ~ . - . , . . :t.ll c "'-111"'1j,; ;._ I···V~ "'i. ..c _,.·,: .J JlO a le ·.. :o nv a~ ves~ "- ~ret.:;u (;ons~·ttuCI:()'na~, ..., e.· i" I.ey, a'~ual, e an~E,l,

Bela Hor izonte : D ie] R ev ~ 2 00 4." ' '

CAV· .A !CANrTI~ Eduardo Medei ros , Crime e sociedade complexa: uma abo rdagem

interdisciplinar sabre 0processo de c rim inali za c fi o. Camp inas: LZN 'j 20 05"

DAL.Li~\RI~Dalmo de Abreu . (J poder dos juizes. 2,eoL rev, S ao Paulo: Sara iva ,

2002~

FARI A~Jose E dua rd o." 0 Pode r Iudtciario rU J Brasil: pa radoxes desafios a:1erna-

tivas ..Brasflia: Consclho e t a Justica Federal, 1995.FERN.AND'ES ~Paulo SHva . Globalizacdo, sociedade de risco e 0futuro do direito

p e nal ~iI, ed, (:0imbra: Alrnedina, 20 [)1 . , P : 21 ..

3-:(')1"" " . -

5/10/2018 Sigilo e votação no Júri - o Resultado Unânime - slidepdf.com

http://slidepdf.com/reader/full/sigilo-e-votacao-no-juri-o-resultado-unanime 22/22

 

FE·RRAJ'OLI Luigi ..Direito e ra:...10.~ teoria do garantismo penal, Sao Paulor Re-

vista dos Tribunals 2002.

G.RA ,E .o s Roberto .. Ensaio e discurso sabre IiJ interpretaciio/aplicacdo do di-

reito. Sao Paulo: . Ialherros, 2003"

GUERRA FLLH:(l WilUs Santi a go .. Autopoiesis na sociedade cosuempordneu.

Porto Alegre: Li vraria do Ad '.-ozado, 199 't~. . J

M A .RRE . " A dria ] 1.0. Teoria e pratica do juri: doutrina, jurisprudencia, questiorui-. .' ",. 7 1 '1 \ 1 S n 1 R" 1 1 1 T ib .nO's, roteiros prattcos .. , BO.. rev. atual ..e alnp '" - ·,aU .J["aUllO: ."evlsta oos II'Il 'una:lS~

2000.

1 \ -1 lIRABE 'TE Ju li o Fabb ri ni . Codigo de Processo Penal interpretado. ] !i) ed . - Sao

Paulo: Atlas. J003 .

.NUCC . Guilherme d.e Souza, ..Manual d e processo e execuciio penal .. Sao Paulo:

Edirora Revista dos Tribunals, 2005. -

R lE E I R.O ; , A rm and o L dc io , 0 sigilo das votas;tJesno tribunal do juri. Disponfve l e'IU:

<~http : / / \v \~~i . lnp .rn .gov, .br /caoI2s/caornp/teses/8igjlo t r ibuna.L]uri . ,pdf>.

A cesso em ~9.04 ..2006."

Si \D.E~K,Mar ia 'Te1"CZ3.(org.) , Pesqnisa Mill. D 1 i sponfve l em ;

<http://\\r~~w.,f][[llb ..Don1.brlpor t3 !] tdoc. :/not ic : ias ll1e:squ]~( :wnlb 20D5, pdf>,.

A c esso e rn: 01.05.2;006."

SARLI , "r I n g o \V o lfg an g . A eficdcia dos direitos [urulamentais. ,4~ ie d ..re v. a tu al. e

ampl. Livraria do Advogado: Porto Al e g re . .2 0 04, .

STAM.FOR :D~ Artur ..E por [alar em teoria juridica, onde anda a cientificidade do

direito? Drsponivel em :<hU1"):I/\"f./\V\V J11l1nd.o iurid ic o+ ad v. br /sl., arligosJ.art igos. ,2Ilsp'? 'eod.iJ!o~ 1::",>.

A c e sso em 0 .4..0 4.2 00 6...

S TRE 'CK ; Hermeneutica juridica eim) crise: uma exploracao hermeneutica d a

construcao do direito . . 5 . . ed, rev. e atual, Porro Alegre: Livraria do Advogado Edi-

tora 2 ' · ' 0 ( . ) . ' 4'{'~L~ _ . l

~~~'" Da proibicao de excesso (Uberrnassverbot) a proibicao de protecao defi-

ciente (Untermassverbot): de como nao ha blindagem contra normas penais in-

constitucionais, (Neo) Constitucionalismo: ontern, os e6dign,~ hoje. as constitui-

r;oe·. Revista do Instituto de Hermeneutica Juridica. Porto Alegre: Institute de

Herrneneutica Juridica, n. 2~2004 ..

tu risdic ii 0' constitucional e hermeneutica: uma nova crftica do. direito,~~ . . "", '. ~'l" ~1 "" ,"" .• "_ • '"" ~ - , ' ~! ··'_tr·,,·J,-,. ""II" .. - •. ", . _ ._1 •. ~

2~.ed, Ri0de Janeiro: Porense 21004 .

.ZO ME R Ana Paula. Tribunal do juri e direito comparado: sugestoes I .m . ra t un

modele brasilei '.0. Disponivel em: <\91 /V: w.ibccrim.com.br>,

A .i-'IiZ~ f.;' 'S ' o ern 17 ( ) I · S · · · · · ? i O · ·{~1,,-",,'V,i;.". L-'" ' .~ . 1 , - ' " " " ' • 1 l J 1 ! ' .

304