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SEVCENKO, Nicolau. Orfeu extático na metrópole: São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. (prefácio – Hermeneutica e Narrativa – Maria Odila Leite da Silva Dias) (xii) A fim de reviver na sua própria concretude histórica as mudanças de vida aceleradas pela urbanização, o autor estabelece certa ponte de empatia e de convívio entre o público leitor e as duas primeiras gerações de homens desenraizados, que sonharam um mundo novo e viveram a experiência de massificação da cultura. (xiii) Elucidar o leitor e sensibilizá-lo (....) busca de novos condicionamentos (...) No decorrer desse processo, topa com a dinâmica de um mundo num vir a ser imprevisível e instável, assombrado por possibilidades opostas e em contradição aberta, definido por um movimento histórico acelerado, a prometer o fortuito, o provisório, o não determinante, construído sobre o estilhaçamento das referencias estáveis e das tradições totalizantes: “Homem máquina, máquina personalizada, mulher energia, energia erotizada, máquina e energia transformando os ritmos e condições de vida e os seres humanos se metamorfoseando por automatismos sobrepostos, ativando seus impulsos, nervos e músculos, até romper o cerceamento de valores e preceitos que restringiam as condutas e temperavam

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SEVCENKO, Nicolau. Orfeu extático na metrópole: São Paulo, sociedade e cultura

nos frementes anos 20. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

(prefácio – Hermeneutica e Narrativa – Maria Odila Leite da Silva Dias)

(xii) A fim de reviver na sua própria concretude histórica as mudanças de vida

aceleradas pela urbanização, o autor estabelece certa ponte de empatia e de

convívio entre o público leitor e as duas primeiras gerações de homens

desenraizados, que sonharam um mundo novo e viveram a experiência de

massificação da cultura.

(xiii) Elucidar o leitor e sensibilizá-lo (....) busca de novos condicionamentos (...)

No decorrer desse processo, topa com a dinâmica de um mundo num vir a ser

imprevisível e instável, assombrado por possibilidades opostas e em contradição

aberta, definido por um movimento histórico acelerado, a prometer o fortuito, o

provisório, o não determinante, construído sobre o estilhaçamento das referencias

estáveis e das tradições totalizantes: “Homem máquina, máquina personalizada,

mulher energia, energia erotizada, máquina e energia transformando os ritmos e

condições de vida e os seres humanos se metamorfoseando por automatismos

sobrepostos, ativando seus impulsos, nervos e músculos, até romper o cerceamento

de valores e preceitos que restringiam as condutas e temperavam as aspirações,

liberando uma crisálida moderna, com gestos ágeis, roupas leves de corte militar,

cigarro no canto da boca e o desejo irrefreável de se fundir numa força colossal,

uma massa devastadora, que em avalanche sepulte o velho mundo e redesenhe um

novo à sua imagem” (p.87-88)

(xiv) A politização do di-a-dia transformou o corpo do morador da cidade e a sua

forma de percepção do mundo exterior, de modo que os indivíduos passaram a ser

colonizados em seus gestos, sentimentos e na própria maneira de apreender a

realidade.

(xv) A busca de novos valores e formas de expressividade marcaram todo o

universo dos homens europeus da década de 20. A questão em jogo, na expressão

de Walter Benjamin, era a própria sobrevivência do ser humano, atropelado por

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impulsos de mobilização dos sentidos que passavam a falar mais alto do que a

cultura herdada.

(xvi) A elaboração de uma estética experimental teria a ver com a síndrome

modernista de destruição de parâmetros do século XIX e com a busca de uma

linguagem desestruturada e fragmentária, a sugerir sensações e experiências da

vida urbana.

(xvii - xviii) (...) Cada conjuntura tem seu próprio centro de significados, e a

interpretação crítica do processo peculiar de urbanização de São Paulo inspirou-se

em estudos afins de análise da urbanização de Paris tal como esboçada no estudo

de Walter Benjamin (...) Os esforços de Haussman ou de Antonio Prado confluiram

neste sentido da concretização do mito da ação dirigida ou disciplinada.

(xix) (...) Por isso, o autor de Orfeu estático na metrópole dedicou-se à hermenêutica

da cidade e do moderno, chamando a atenção do leitor para seu trabalho sinistro de

ofuscação da consciência e da memória.

(xxi) Este livro reavalia, num crescendo pessimista de fim de século, os custos

irredimíveis da modernidade. Do início ao fim, o autor debate e opõe sempre em

tensão dialética as possibilidades da consciência e da memória, da nova percepção

do homem moderno face às ameaças da ação ritualizada, coletiva, anuladora das

resistências do indivíduo e da sua possibilidade crítica.

Introdução

(17) Orfeu, filho de Apolo e sacerdote de Dionísio (...) Compondo um círculo ao seu

redor para ouví-lo.

(19) Daí que, para (...) em si mesmo.

Capítulo 2

(92) Um dos capítulos mais interessantes da vida da cidade, é sem dúvida alguma, o

cinematógrafo. (....)

(92-93)A indústria cinematográfica, em prosperidade (...) E se tornavam sua clientela

voluntariamente cativa e feliz.

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(93 - 94) Uma vez mais, a mais revolucionária (...) ao invés de guardar a distancia da

desconfiança.

(95) O cinema, assim como os bondes e os estádios, (...) Assim, o ser anônimo só

se preenche de sentidos quando se articula com os seus equivalentes.

(96) A respeito de muitas coisas podemos duvidar se o nosso progresso tem sido

real ou apenas aparente. (....)

(97) (...) já em 1919, que “São Paulo educa seu gosto artístico, a prendendo a ‘ver’.

Essa gente (...) a essa ansiedade visível, mas sem contorno.

(99) Tais rituais modernos guardavam relação com seus (...) presente com

mecanismos arcaicos de simbolização.

(100) Gustave Lebon (...) psicologia das massas

(101) Outros festivais, menos cerimoniosos e oficiais, se realizavam (...)ainda de um

parque de diversões, um cinema gratuito ao ar livre (...)

(103) manifestações desse novo tipo requeriam por si só uma reorganização (...)

uma geografia cívica deliberada e proeminente sobre a fisionomia urbana.

A exaltação emocional coletiva é descrita aí pelo cientista como uma fonte natural de

energia inexorável.

(112) Um outro tipo de paisagem, não obstante, vinha desafiando (...) e arredores,

perspicuamnente retratado pelo crítico de artes d’O estado.

(113) decididamente o melhor que os cabedais do café (...) adoção do automóvel

como índice conspícuo da discriminação social.

(113) A artificialidade repentina e sem raízes da riqueza cafeeira (...) e o fim de um

empreendimento coletivo.

(115) a página toda!!

(116) a página toda!

(117) a página toda!

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(118) Os últimos vestígios da arquitetura paulista dos períodos colonial e

monárquico eram demolidos à pressas, para dar lugar a uma cidade de perfil

nitidamente diverso.

(118) Havia a pureza de uma frontaria (...)

(118-119) Fernando Azevedo (...) se levantam

(119) A preocupação de governantes é derrubar (...)

(119) ‘A cidade tem assim um arzinho de exposição universal’

(119) Acaso ou não, o fato é que a empresa de urbanismo (...) populações europeias

no período da virada do século.

(119) Seu forte, contudo, era o planejamento dos efeitos cenográficos sobre

multidões heteróclitas em agitação constante.

(120) [...[ Nenhuma tradição aqui.........

Capítulo 3

(156) Reinventar o cosmos (...) energia, o petróleo e a eletricidade.

(157) num mundo em que o espaço e as distancias vão se tornando cada vez (...)

explosivo como uma bomba relógio.

(157-158) Afora as conquistas, os europeus exercitaram sua força militar (...)Guerra

do Paraguai.

(160) Nas economias dominantes, o afluxo dos produtos exóticos (...) os níveis

sociais.

(162) Por trás dessa vertigem coletiva da ação (...) que encurtavam os espaços.

(163) aps quatorze anos, em paris (...)

(163) Pode parecer impressionante, mas o fato é que Lowery foi (...) roda gigante e

a montanha russa.

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(163) O problema geral das imaginações era menos o de conceber o novo mundo do

que (...) em suas várias manifestações.

(163- 164) As modernas formas de comunicação de massas (...) filmes de

Hollywood, como a ‘ fábrica de sonhos”.

(164-165) por outro lado, um novo mundo pode desabrochar (...) definitiva dando

pleno curso aos mercados de massa.

(166) Avançar a pé contra a parede de fogo das metralhadoras (...) é que mudaram

o panorama e o desfecho do conflito.

(170) A situação do pós-guerra foi descrita assim por um crítico (...) Tratava-se

antes de criar um novo culto, uma nova fé, centrada nos pulsos puros da comunhão

social e da ação

(173-174) O exota é assim um ser aureolado (...) É pela Diferença, é no Diverso que

se exalta a existência.

(176) Esse roubo da aura de sacralidade e dignidade superior (...) cursos de

comunicação social, massivos, sincronizados e lacunares

(181) O que assinalou o nascimento (...) Daí nasceu o conceito de record e a noção

abstrata de produtividade.

(182) se de algum modo se pode dizer que o século XX histórico começou com a

Grande Guerra, em termos estéticos, então, ele começou com Parade.

(186) O fracasso do balé foi um sucesso. (...) consagração da incompresão da arte e

no consequente desenvolvimento da arte da incompreensão.

(187) A arte, em meio ao cataclismo, só seria legítima (...) Parade fixou um novo

conceito de ordem na mobilidade.

(189) Como era possível demove-las (...) a provocar reações.

(189) parece ser uma mensagem pessimista (...)para completar a imaginação

criativa do artista.

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(190) De outro, a ideia que a nova arte, embora aparentemente incompreensível (...)

um mundo turbolhonante enfim, onde todo possível comporta uma disposição

passiva.

(196-197) Toda arte é uma falsificação, inclusive o cubismo (...) o que era belo ficou

feio.

(199) Em 1912, Picasso e Braque introduziram uma nova revolução (...) São seus

próprios criadores em grande parte quem, traumatizados pelo impacto do

cataclismo, reformulam os seus sentidos.

(200) Se, pois, para Picasso o cubismo nascera e, 1907 (...) o extase e o exótico, e

os ultra realismos, fusão da arte com a ação pura, com o automatismo sincopado e

com a utilidade

(205) As galerias, exposições, teatros espetáculos, concertos (...)passa a ser

chamado cada vez mais, de ‘arte moderna”.

(207) Essa forte fusão da cultura com a militância (...) publicidade e , em breve, o

rádio.

(208) Nenhuma surpresa, pois, que Marinetti (...)como uma unidade militar.

(208-209) A eficácia dessa maquina veloz de arte propaganda (...) como o próprio

clarim anunciador de um novo tempo.

(210) O movimento na direção da abstração (...) da vida cotidiana (construtivismo).

(213) Toda concepção, toda emoção se apresenta à consciência vivida sob alguma

forma primaria.

(213) A difusão avassaladora do futurismo e do cubismo da Seção de Ouro (...) num

mundo em dispersão permanente.

(214) Os estados Unidos, provavelmente o maior beneficiado (...) seu orgulho e

expectativas.

(215)Aquela era uma refeição que os artistas europeus vinham (...)

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(216) O início da Guerra trouxe objetores de consciência para Nova York (...) “arte

pura”, “o inconsciente penetrando pela consciência

(217) Em termos culturais, os alvos do ataque (...) “resgate” nativista e

“redescoberta” das raízes.

(218) Uma vez mais, a química da nova linguagem moderna, vanguardista (...) as

tendências sem distinção, contanto que expressem um anseio novo.

(219) A inovação radical, autonomia e iniciativa de experimentação (...)

“redescoberta” de uma magia oculta das raízes.

(220) Os ícones hieráticos dos muralistas, coligando imagens simbólicas (...)

estados de convicção nos observadores.

Capítulo 4

(224-225) Que os nervos andassem a flor da pele (...) Eis como um cronista do O

estado descrevia o novo panorama:

(226) Vemos assim, como esse pendor pelo fetichismo (...) preconizando o futuro.

(227-228) Ledo engano, A palavra “moderno”, de recente influencia (...) página 228

toda!

(229) página toda!

(230) Ao que parecia, havia virtudes no moderno, mas elas não eram para todos.

(231) A condição agrária, retrógrada e subalterna (...) “moderno e “novo”

(231) Havia, porém, um âmbito no qual a questão da modernidade (...) expressão

cristalina.

(236 -237) Em meio a essa fabulosa incidência de expressões (...) Enfim seria um

modo de unificar sob o signo comum, um vetor de coação ao mesmo tempo que

socialmente dado, institualmente assumido.

(252) Vem a proposito (...)

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(252 - 253) “Nossa razão”? Amadeu Amaral (...) “grande ciência universal e sem

pátria”

(253-254) O que Amadeu Amaral sugere, portanto (...) mesma forma como se

concebe a precedência da emoção sobre a consciencia.

(255) a pagina toda!

(256) a mudança drástica que se observava na cena (...) que se arrogam o poder de

transformar a simbologia da modernidade numa utopia concreta.

(257) o desenvolvimento, a cultura, o requinte (...)

(258) Isso tudo para o escândalo e furor de Lima Barreto, para quem a epidemia das

corridas (...) dos Estados unidos e internamente de São Paulo.

(268) Quando um pequeno grupo de intelectuais, ao redor de Paulo Prado, resolveu

empreender um tour de force de propaganda em favor da arte moderna em Saõ

Paulo (...)

(269) a página toda!

(270 271) a pagina toda! Até (...) articulam entre a percepção, a memoria e a

consciência.

(275) É interessante nesse sentido observar a recepção (...) tal como havia ocorrido

com Parade, malgrado os artistas envolvidos.

(277) Se os muralistas criaram ícones (...) “brasilidade”

(280) Paris tinha o coração dividido (...) estilo de recepção crítica dada a musica de

Villa Lobos.

(282) Há nesse momento em Paris outros artistas e escritores brasileiros (...)

(312) Sérgio Buarque de Holanda estabelecia assim uma interlocução (...)

oportunidade rara no debate cultural daquele momento.

(312) “só à noite enxergamos claro”

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