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Mensário da Junta de Freguesia | Ano V | Edição N.º 69 | SETEMBRO de 2010 | Distribuição gratuita | www.noticiasdafreguesia.blogspot.com | [email protected] Director José Carlos Gomes Editor Ângela Duarte NF Casa Paroquial Inauguração em Novembro P.2 Festividades nos Conqueiros Rancho sopra 33 velas P.3 São Miguel Animação no ROCKinMI P.8 Inauguração com dimensão europeia Jogos internacionais de andebol feminino - Challenge Cup - marcam a abertura oficial das portas do Pavilhão do Souto da Carpalhosa, dia 16 de Outubro. P.5 “Esta é a prova da paixão à terraNF O presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, elogiou a Festa das Colectividades e Tasquinhas. P.4/5 Junta de Freguesia tem novo horário Atendimento Administrativo Terças, Quintas e Sextas-feiras Manhã – 09h00 às 12h30 Tarde – 14h00 às 17h30 Segundas e Quartas-feiras Manhã – 09h00 às 12h30 Atendimento do Executivo Segundas e Quartas-feiras Tarde 18h30 às 20h30 Entrevista ao Padre Vírgilio “Enormes desafios” numa missão com 25 anos P.7

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Edição de Setembro de 2010 do jornal NOTÍCIAS DA FREGUESIA - SOUTO DA CARPALHOSA

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Page 1: SETEMBRO2010#NF

Mensário da Junta de Freguesia | Ano V | Edição N.º 69 | SETEMBRO de 2010 | Distribuição gratuita | www.noticiasdafreguesia.blogspot.com | [email protected]

Director José Carlos GomesEditor Ângela Duarte

NF

Casa Paroquial

Inauguração em Novembro P.2

Festividades nos Conqueiros

Rancho sopra 33 velas P.3

São Miguel

Animação no ROCKinMI P.8

Inauguração com dimensão europeia

Jogos internacionais de andebol feminino - Challenge Cup - marcam a abertura ofi cial das

portas do Pavilhão do Souto da Carpalhosa, dia 16 de Outubro. P.5

“Esta é a prova da paixão à terra”

NF

O presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, elogiou a Festa das Colectividades e Tasquinhas. P.4/5

Junta de Freguesia tem novo horárioAtendimento AdministrativoTerças, Quintas e Sextas-feirasManhã – 09h00 às 12h30Tarde – 14h00 às 17h30

Segundas e Quartas-feirasManhã – 09h00 às 12h30

Atendimento do ExecutivoSegundas e Quartas-feirasTarde 18h30 às 20h30

Entrevista ao Padre Vírgilio

“Enormes desafi os” numa missão com 25 anos P.7

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2 | SETEMBRO2010 | NOTÍCIASDAFREGUESIA | SOCIAL . OPINIÃO

FICHA TÉCNICA

Notícias da Freguesia de Souto da Carpalhosa

Título anotado na ERCDepósito Legal 282840/08

DirectorJosé Carlos Gomes

EditorÂngela Duarte

Colaboradores Albino de Jesus Silva, André Reis Duarte, Carlos Duarte, Cidalina Reis, Eulália Crespo, Elisa Duarte, Filipe Relva, Gastão Crespo, Guilherme Domingues, Gustavo Desouzarte, Hugo Duarte, José

Baptista (Pe.), Luisa Duarte, Márcio Santos, Mário Duarte, Orlando Cardoso, Simão João, Associações e Escolas da Freguesia.

Propriedade Junta de Freguesia Largo Santíssimo Salvador, nº 4482425-522 Souto da Carpalhosa

Telefone 244 613 198Fax 244 613 751E-mail [email protected]

Website noticiasdafreguesia.blogspot.com

Tiragem 1000 exemplaresPeriodicidade Mensal

Distribuição Gratuita

Projecto gráfico www.3do3.blogspot.com

Impressão OFFSETLIS, Marrazes, LeiriaTel.: 244 859 900 Web: www.offsetlis.pt

AberturaJosé Carlos Gomes

Olhares fechados

Pe. José BaptistaAs palavras do senhor prior

Pavilhão: depois do sonho, a obra nasce

Está prestes a concretizar-se um sonho da freguesia, que não exagero se disser que já conta com cerca de 20 anos. Refiro-me, concretamente, ao Polidesportivo de Souto da Carpalhosa, cuja inau-guração oficial está agendada para o próximo dia 16 de Outubro.

Depois de muitos avanços e recuos, a obra está finalmente concluída e que a todos, ou quase todos, enche de orgulho.

Como sempre disse, e não me canso de o dizer, trata-se de um pavilhão desportivo construído pela Câmara Municipal de Leiria, na nossa freguesia, e para servir o concelho.

Seria utópico e nunca foi o nosso propósito, pretendermos que esta infra-estrutura servisse exclusivamente a nossa fregue-sia.

Volto a tocar neste assunto, para tranquilizar os mais cépticos, porque a freguesia sabe muito bem até onde poderá ir quanto à sua ocupação pelas entidades locais, quer sejam associativas ou par-ticulares, e por outro lado sabe também as potencialidades que sua utilização pelas comunidades vizinhas poderá trazer para nós.

Por tudo isto, estamos na pre-sença de uma infra-estrutura des-portiva que deverá ser acarinhada por todos e uma das formas de o demonstrarmos passa já por marcarmos presença nos jogos da Challenge Cup de Andebol Femini-no que decorrerão nos dias 15, 16 e 17 de Outubro, e cujo programa é já apresentado nesta edição.

Deixo o convite a todos para marcarem presença no pavilhão durante estes dias e estou con-vencido de que, mais uma vez, iremos ser capazes de demonstrar a quem interessar que gostamos de dizer “presente” nas coisas que realmente nos interessam.

Conto convosco.

Quando há dias seguíamos pela televisão o nosso primeiro, não ouso chamar-lhe ministro para não dar mau uso ao termo, anunciar o apertão de cinto que já todos estávamos à espera, se é que muita da nossa gente ainda tem cinto, certamente nos lamentámos pelo que está a acontecer, mas também nos va-mos mentalizando de que não há mais nada a fazer, a vida não nos vais ser fácil em muitos campos, a não ser que saibamos vivê-la de facto. Nascemos e vivemos num tempo em que não somos muito motivados a assumir responsa-bilidades e culpas pelos nossos actos, por isso mesmo vamos ali-jando a carga de cima das nossas costas para a fazermos carregar sobre ombros alheios.

Não quero escrever estas palavras motivado por qualquer intenção de denegrir mais o am-biente em que nos movemos, nem encontrar algum bode ex-piatório, político ou não, para a situação em que estamos mergu-lhados. O fosso é fundo e afoga-mo-nos com relativa facilidade se não levantarmos a cabeça, tanto para pormos o nariz em acção de respirar, como os olhos em jeito de ver uma qualquer tábua de salvação a que possamos agarrar-nos. Ensinaram-nos a viver sem o que é nosso, vidas criadas em contos de novelas e sustentadas por dinheiros que os bancos sou-beram mostrar-nos, como um pai que com um jogo de consola e um telemóvel de última geração

suborna o filho a quem não ama. Dinheiro fácil de pedir, fácil de emprestar mas sujo da lama que nos estragou a vida.

Há uns séculos, um “louco”, percorreu mundo anunciando uma nova filosofia de vida, que mostrou basear-se na certeza de que o Homem é mais, muito mais, que a sua história desde que nasce até ao momento em que estende as mãos, em jeito de quem diz, que na morte nada se leva, e ensinou, com seu viver, que a pessoa humana é essen-cialmente interioridade sendo que essa dimensão é que deve levar a cuidar das realidades do corpo. Falou-nos de Deus e do quanto Ele quer que seja plena de sentido a existência humana. Arriscou aproximar-se dos doentes, condenados por doenças contagiosas e incuráveis, tocou-os para dar sentido às pa-lavras que lhe saiam da boca e que eram uma provocação para os poderosos do tempo, que só a

eles se julgavam com capacidade para serem “gente”. Andou com “más” companhias: os ladrões que cobravam os impostos, as mulheres, empurradas pelos ho-mens, para a “má vida”… disse que a vida é mais, bem mais, que o ter muito e viver envolto em tecidos de linho ou fatos “Arma-ni” e que é preciso vestir os que andam nus nos seus corpos, nos estômagos e no espírito, porque, escondidos sob capas de sorrisos mais ou menos amarelados, à nossa volta deambulam corpos vazios, vidas despidas de senti-do e repletas de solidão, gente que só tem como companhia o desejo de morrer.

Vivemos, ainda há bem pou-cos dias, um momento importan-te para a freguesia, a “Festa das Colectividades”. Importante, por serem ocasião única no ano para que toda a comunidade possa en-contrar-se e viver a fraternidade, o que só acontece, aliás acontece-rá, quando vivermos este e outros

momentos acreditando que não somos associação mais ou menos importante que qualquer outra. Cada Associação é única, mas, por ser Associação, não pode fechar-se em si mesma ou em “tasquinhas” que não sejam mo-mento de convívio, de partilha e de colaboração participativa. Divisão é causa de destruição, e não pode ser uma única entidade a garantir que tudo funcione.

Sensibilizamo-nos com um terramoto no Haiti, ou um tsu-nami algures, que em breves tempos nos escapam da memó-ria, mesmo que a miséria con-tinue a grassar nessas regiões, mas temos limitações sérias em estarmos junto de quem nos é mais próximo.

Não vale a pena pensarmos que serão os condutores das nos-sas políticas a solucionar os pro-blemas de base. Se não formos nós os ministros (servidores) e construtores daquela sociedade que queremos, e a começar pela “velhinha” solitária que talvez viva na casa ao lado da nossa. Mais que de grandes políticos, precisamos de bons cidadãos, que saibam viver ao jeito do tal “louco” que há dois mil anos, vítima de invejas, de ideais de falsa religiosidade, e por denun-ciar o mal, morreu deixando que a Mensagem se perpetue no tempo e na vida de todos os de “boa vontade”.

A casa paroquial do Souto da Carpalhosa estás prestes a ser apresenta à comunidade. Quem passa no Souto, já pode, pelo menos exteriormente, vislumbrar a obra já em fase de acabamentos.

Será no dia 7 de Novembro que a casa, que estará ao dispor do pároco, é apresentada a toda a comunidade. Nesse dia, domingo, haverá missa às 11h30, seguida de bênção da casa. Do programa faz ainda parte o almoço – que requer inscrição prévia – e, no decorrer da tarde, haverá ainda castanhas assa-das, e a casa está de portas abertas para todos os que a queiram visitar. O programa mais detalhado chega-rá, mais tarde, a todas as casas.

Casa Paroquial inaugurada em Novembro

DIR

EITO

S RE

SERV

ADOS

Page 3: SETEMBRO2010#NF

| 3SOCIAL . OPINIÃO | NOTÍCIASDAFREGUESIA | SETEMBRO2010

Rancho dos Conqueiros comemora 33.º aniversário

“Que stress!”. Eis uma expressão muito comum. Agora que a época de férias chegou ao fim, o trabalho e a escola para muitos recomeçou. Chegam as tarefas, responsabilidades e o mundo agitado e competitivo em que vivemos começa a exigir de nós. O stress é uma das doenças mais sérias da nossa sociedade. É o sinal de alarme do organismo para nos avisar que algo está mal no nosso organismo. As glândulas su-pra-renais aumentam a produção de uma hormona, a adrenalina, que provoca a contracção dos músculos e encurta os tempos de reacção. Esta reacção é essencial para a sobrevivência.

Entretanto, se as situações de stress permanece-rem, a pessoa sentirá mal-estar e cansaço físico, esta-dos que afectam a saúde. Os sintomas do stress são muitos e diversos, tais como: dores de cabeça, pele irritada, asma, insónia, ansiedade/depressão, transpi-ração anormal. Se não forem devidamente tratados, podem prejudicar de maneira séria a saúde.

É necessário ser capaz de observar não só a si próprio mas também o ambiente e os sinais caracte-rísticos de stress:

- Fadiga - um dos sinais mais evidentes do stress é a impressão, ao acordar, de não ter descansado bem;

- Relacionamento difícil – a pessoa mal suporta o contacto com os outros, recusa-se a fazer novas amizades e, ao mesmo tempo, sente-se isolada;

- Desânimo – a pessoa stressada não é capaz de enfrentar os problemas do dia-a-dia, não consegue sair da situação em que está e parece estar a bater contra uma parede invisível. O mínimo obstáculo deixa-a desanimada e vê-se que o seu comportamento não é o do costume, não toma iniciativa nenhuma, abre assim o caminho para a depressão.

Três maneira de resolver:Consciencialização – Prestar atenção aos sinais de

alarme que o corpo transmite. Para evitar os sinto-mas reais de stress, é necessário saber exactamente o que está a acontecer. Esta consciencialização permite avaliar melhor a situação de maneira a alterá-la para melhor.

Análise – É necessário analisar as mais recentes situações que foram causa de stress para que sejam eliminadas. Pode-se, por exemplo, procurar fazer uma lista de soluções positivas possíveis de resol-ver a situação.

Compensação – Esta maneira de agir necessita, em primeiro lugar que seja exactamente definido o tipo de vida da pessoa. Se a causa do stress for, por exemplo, a falta de tempos livres, é necessário arranjar estratégias para ocupar da melhor forma o tempo disponível: ter novos hobbies, fazer desporto, ter compromissos sociais.

O importante é vivermos a vida da melhor forma possível, termos mais autoconfiança, e tornar a vida mais fácil de ser vivida, de modo a estarmos bem connosco próprios e com o mundo que nos rodeia… “Sem stress!”.

* Enfermeiro

Márcio Santos* Que stress!

Espaço Saúde

No decorrer do mês de Setembro, foram concretiza-dos pela Junta de Freguesia vários trabalhos um pouco por todos os lugares. Assim, aqui deixamos a indicação desses mesmos trabalhos.

- Trabalhos de limpeza no lugar de Moita da Roda;- Abertura de vala junto à Associação de Caça e

Pesca;- Transporte de grades para o lugar de Moita da

Roda;- Arranjos no caminho para o cemitério da Moita

da Roda;- Colocação da divulgação referente à “Festa das

Colectividades e Tasquinhas”;- Limpezas nas escolas de Moita da Roda, Souto, Vale

da Pedra, Chã da Laranjeira;

- Transporte de entulhos;

- Abertura de vala para coloca-ção de tubo na fonte da Moita da Roda, e respec-tiva limpeza;

- Pequenos arran-jos em escolas e pré-es-colas da freguesia;

- Limpeza da Charneca do Nicho;- Montagem de barracas para a “Festa das Colectivi-

dades e Tasquinhas” e, após os festejos, desmontagem das mesmas.

Nota biográficaO Rancho Folclórico Juventude Amiga dos Conqueiros faz parte

integrante da Associação de Ranchos de Leiria. Foi constituído por escritura pública de 13/09/1982, está filiado no INATEL com o N.º 3074 desde 16/08/1995 e tornou-se sócio-efectivo da Federação do Folclore Português em 15/12/1998.

De 1978 a 1984 este rancho limitou-se a fazer actuações nos Con-queiros, e nos lugares limítrofes. A partir de1984 começou a alargar o seu leque de actuações, mantendo actualmente uma média de vinte por ano, em romarias, festivais de folclore e outros locais.

Lá fora, também países como França ou mesmo os Estados Unidos da América já receberam a cultura portuguesa através das danças e cantares apresentados por este rancho.

Reza a história, que foi no dia 10 de Julho de 1977, que corajosamen-te dez pares de jovens, com idades compreendidas entre os 15 e os 19 anos, ensaiaram pela primeira vez este grupo, como por brincadeira, num pequeno barracão. Mas, tal foi o empenho e prestação destes alegres dançantes e cantantes jovens, que o ensaiador, o Sr. Cândido, prometeu ajudar na formação deste Rancho Folclórico, que se deno-minaria Rancho Folclórico Juventude Amiga de Conqueiros, ensaiando gratuitamente os jovens ajudando imenso no seu desenvolvimento.

No segundo fim-de-semana de Outu-bro, o Rancho Folclórico Juventude Amiga de Conqueiros comemora o seu 33.º ani-versário, ao longo de dois dias de festa. Deixamos-lhe o programa para que nos dias 9 e 10 de Outubro entre no ambiente festivo do rancho dos Conqueiros.

Sábado, 9 de Outubro22h00 – Actuação da Banda Musical

“The Legacy”23h30 – Sensacional Espectáculo com

o “Psycho Killer DJ”

Domingo, 10 de Outubro14h00 – Concentração de todos os

ranchos junto à capela.14h30 – Desfile até à sede do Rancho

Folclórico Amigos de Conqueiros.15h00 – Início do Festival com en-

trega de lembranças aos ranchos parti-cipantes:

- Rancho Folclórico Juventude Amiga de Conqueiros (Conqueiros – Lei-ria);

- Rancho Folclórico e Cultural de Santo Amaro (Sousel – Alentejo);

- Rancho Folclórico S. Cristóvão (Nogueira de Regedoura – S. Maria da Feira);

- Rancho Folclórico Luz do Can-deeiros (Arrimal – Porto de Mós)

19h00- Jantar oferecido aos elementos dos ranchos participantes.

Durante a festa irá funcionar um ser-viço de bar e restaurante com os actuais petiscos e bom vinho, não esquecendo a tradicional sardinha assada e broa de milho, que são presença assídua na festa deste rancho.

Trabalhos da Junta

[email protected]

CONTAMOS COM O SEU CONTRIBUTO ENVIE-NOS AS SUAS NOTÍCIAS, FOTOGRAFIAS, POEMAS, OPINIÕES

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4 | SETEMBRO2010 | NOTÍCIASDAFREGUESIA | FESTIVIDADESFo

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“Festa das Colectividades e Tasquinhas”

Tasquinhas em númerosUma freguesia (com mais de quatro mil

habitantes).Quatro dias de festa.Doze tasquinhas. Milhares de visitantes. 2.280 cafés1.680 litros de imperial1.539 Kg de carne (porco, vaca, aves…)523 litros de vinho495 Kg de farinha373 grades de bebidas (cerveja, sumo, colas e águas)210 Kg de bacalhau170 chouriças e negritos100 litros de sangria79 garrafas de bebidas brancas70 Kg de mariscos61 litros de ginginha19 leitões2 cabritos

mais fotografias da festa das colectividades e tasquinhas emwww.facebook.com/noticiasdafreguesia

www.noticiasdafreguesia.blogspot.com

Page 5: SETEMBRO2010#NF

| 5FESTIVIDADES | NOTÍCIASDAFREGUESIA | SETEMBRO2010

supera todas as expectativasSucesso. E está tudo

dito. A verdade é que se nos

outros anos a “Festa das Colectividades e Tasqui-nhas” tem terminado com balanço positivo, este ano, foi para além de tudo isso. Foi muito mais.

Ficam aqui alguns regis-tos – e mais que poderá ver na página do Facebook ou no blogue do jornal – que servirão para recordar aqui-lo que, certamente, viveu por estes dias.

Raul Castro elogia “paixão” e “capacidade de dar” no Souto da Carpalhosa

“Esta é a prova da paixão à terra, às gentes e à capa-cidade de dar. É o exemplo da carolice”, afirmou Raul Castro, presidente da Câma-ra Municipal de Leiria, sába-

do, dia 25 de Setembro, na “Festa das Colectividades e Tasquinhas”.

O autarca de Leiria visi-tou o certame que, de 23 a 26 de Setembro, envolveu toda a freguesia numa festa que atraiu milhares de pes-soas ao pulmão florestal de Souto da Carpalhosa, em Charneca do Nicho, Moita da Roda. “Aqui depa-ramo-nos com o sucesso da criação de sinergias”, disse, lembrando a necessidade da relação entre entidades oficiais e a população.

O presidente da Câmara de Leiria, que já conhecia iniciativa de edições ante-riores, afirmou que se “nota um melhorar a cada ano e um especial cuidado na or-ganização e na apresentação das tasquinhas. Mesmo a variedade, o excelente aspecto, e não só, das igua-rias, mostra o esforço dos dirigentes”, salientando

ainda que a envolvente na-tural destaca as tasquinhas de Souto da Carpalhosa das semelhantes.

Acompanhado pela edi-lidade, Raul Castro aprovei-tou ainda para sugerir que o “espaço da Charneca do Nicho seja aproveitado para ainda mais iniciativas”.

Na generalidade, a edição de 2010 superou as expectativas das colec-tividades e associações presentes com tasquinhas. Para muitos, a forte aflu-ência a este evento fez esquecer quaisquer sinais de crise. “As pessoas já não pensam na crise. Estão mais à vontade”, afirmou um membro de uma asso-ciação participante.

O reflexo do sucesso viu-se não apenas no número considerável de visitantes, como também na necessidade de reposi-ção de stocks de comida

e bebidas por parte das colectividades.

Também José Carlos Gomes, presidente da Jun-ta de Freguesia de Souto da Carpalhosa, se mostrou não só surpreendido com a forte adesão mas também “emo-cionado por ver o esforço e o trabalho de todos os envolvidos”. “Ver pessoas de idade avançada, com al-gumas limitações físicas, a darem grandes contributos e a trabalhar, ajudando no sucesso desta festa, é, sem dúvida, muito gratificante”, afirmou. A realização de missa campal no domingo – uma novidade na edição deste ano – foi igualmente participada, com o espaço a ser pequeno para o número de fiéis que ali acorreu.

Para ano, esperamos por mais.

“Está tudo a correr muito bem. Só hoje (domingo) ao almoço é que foi mais fraco, mas se continuar como tem estado, é óptimo. (…) Servimos e já actuamos pelo meio… mas as pernas ainda aguentam bem ”, Rancho Folclórico e Etnográfico de Souto da Carpalhosa.

“Tudo corre bem. Temos tudo quase vendido e bem mais do que no ano passado. Acho que nós ganhámos um pouco com o reaproveitamento do nosso espaço. Nota-se este ano que todos tiveram um maior cuidado. As tasquinhas estão mais caprichadas. Em relação a outras tasquinhas na nossa região, estas ganham”, Rancho Folclórico Juventude Amiga de Conqueiros.

“Tudo a correr muito bem e até um pouco melhor do que em anos anteriores. Apenas o domingo à noite está ligeiramente mais fraco”, ACD Santa Bárbara.

Palavras dos ‘tasqueiros’, no final dos festejos...“Este ano a festa superou expectativas. Mais vendas que nos anos anteriores, mais gente… o sucesso total”, Agrupamento de Escuteiros 1112.

“Está a ser excelente. Foi mais do que um triplicar das expectativas iniciais. Importa também agradecer todas as ofertas de café e bebidas que tivemos. (…) Esta tasquinhas pode continuar a servir para dizer a missa e tudo. Aliás, foi bom ver que no fim da missa, toda a gente foi muito prestável ao ajudar a colocar tudo no lugar”, Conselho Económico Paroquial.

“Nota-se que está a ser melhor do que nos outros anos. Há muito trabalho, mas isto é muito bom. Tivemos sempre a tasquinha cheia, esgotamos sempre a oferta… que para o ano haja mais! Prolongar por duas semanas é que era. Na primeira, uma pessoa habituava-se, depois, era sempre a andar”, Associação de Caça e Pesca.

“Está tudo a correr muito bem, vê-se mais gente que nas edições passadas… Parece que as pessoas já não sentem a crise… estão mais à vontade. De salientar também que este ano não nos falhou a electricidade”, ARCUSA 92.

“A participação massiva da freguesia é a prova provada da forma como toda a gente acarinha esta iniciativa. A avenida central libertada é algo a manter. (…) Esta é também uma prova de que este local deve ser devidamente preservado”, Centro Social e Cultural da Paróquia de Souto da Carpalhosa.

“Acabamos o vinho e a imperial, a nossa paella e os crepes trouxeram-nos muita gente… Este ano tivemos mais vendas e, sem dúvida, os melhores clientes. É certo que tivemos sempre casa cheia e a música e animação também ajudaram bastante”, APCRD Picoto.

“Temos tido muito mais gente, muito mais do que no ano passado. Apesar de ser fim do mês, não se sente a crise. As vendas têm sido superiores. Apostámos mais na noite e foi algo que nos trouxe mais pessoal jovem. Tem sido sempre noite fora até ao amanhecer. Apenas acho que para o ano devia ser repensado o espaço para estacionamento”, ADC Moita da Roda.

“Sexta tivemos muita gente, sábado e domingo, nem tanto. Talvez por ser fim do mês. Não é nada de significativo, mas nota-se. Mais significativo é nas pernas… que já se ressentem (risos). A inovação no espaço e na panorâmica acho que são de salientar. Tivemos sempre os fornos acesos e sempre jantares a sair. Até os animais que estão na cerca estavam desertos para vir para as tasquinhas”, CCDR Arroteia.

“Superou as expectativas pois tivemos sempre muita gente. Foi tudo em grande! Crise…? Eh pá… todos pagaram (risos)!”, ACR Várzeas.

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6 | SETEMBRO2010 | NOTÍCIASDAFREGUESIA | OPINIÃO . NECROLOGIA

Ler um livroIn dubio pro reo

Carlos DuarteDaTerra

Albino de Jesus SilvaOpinião

Valham-nos os deuses!

e João Simão (ilustração)Gastão CrespoOpinião

Se bem se lembram um dos objectivos que eu tinha proposto no início do ano era ler, pelo menos um livro integralmente. Pois bem, é com satisfação e orgulho que passo a informar: “já está!”. Cumpri o meu com-promisso estas férias com um livro de 630 páginas. É caso para dizer: não fiz a coisa por menos!

Os dois motivos que me levaram a ler um livro com esta dimensão foram, em primeiro lugar porque eu me propus a fazer algo grandioso, para ser ainda mais marcante, pois con-fesso que sempre que via um livro com uma avan-tajada lombada franzia o nariz, e, em segundo lugar, quem lê um livro destas dimensões, consegue ler todos os outros.

Como as minhas férias foram perto e curtas, usei o livro como forma de viajar. E assim, através da leitu-ra, percorri mentalmente muitas zonas longínquas e até recuei à história dos descobrimentos, vivendo as “conquistas” dos portugue-ses por esse mundo fora. A narrativa do livro que li descreve a forma como nós, descobridores, entravamos nas tribos indígenas e como muitas vezes nos aproveitá-

vamos da inocência dessas pessoas.

No entanto, colocando de parte a história deste li-vro, em particular, o artigo deste mês pretende ajudar os mais avessos à leitura a descobrirem um meio fácil de chegar até ela. E quem sabe, a ler pelo menos um livro por ano.

Existem algumas técni-cas para ajudar a ler livros. São dicas simples que despertam o interesse pela leitura, caso não este-ja ainda muito de-senvolvido:

1. Man-tenha um controlo so-bre os li-vros li-dos,

isto é, deve saber quantos livros lê num ano e quantos quer ler.

2. Intercale as leituras, ou seja, varie o género literário no fim de uma obra lida. Se acabou de ler um livro de ficção leia um de “não-ficção”, como por exemplo um livro de auto-ajuda ou um relato de aventura. Intercalar o tipo de leitura, o tamanho do livro e o seu género é salutar.

3. Troque dicas de leitu-ra, pois nada melhor

do que uma boa dica para

descobrir um li-vro maravilhoso.

Aproveite os seus amigos e conhecidos para partilhar opiniões

sobre livros novos a ler e livros já lidos.

4. Leia de forma parale-la, isto é, leia diversos livros ao mesmo tempo. Assim, quando um livro estiver a ser chato, o outro livro traz dinamismo.

5. Leia de formas dife-rentes, ou seja um hábito que pode criar é escutar livros no carro ou no mp3. A grande vantagem é opti-mizar o tempo.

6. Leia sempre e de forma constante, porque a máxima da história da lebre e da tartaruga é: mais vale ler devagar e sempre do que rápido parando várias vezes pelo caminho. Leia 10 páginas por dia e num ano terá lido 18 livros de 200 páginas. Lembre-se: devagar e sempre.

7. Leia Livros do seu interesse, pois existe mui-ta boa gente que tenta ler livros que não gosta e por isso demora tanto tempo para acabá-los. Se gosta de acção, romance, ou auto-ajuda, opte por esses. E estará sempre motivado.

8. Por último, veja me-nos televisão e leia.

Seja feliz. Faça alguém feliz! E já agora leia pelo menos um livro até final do ano.

Fui habituado a acredi-tar num só Deus, Verda-deiro, Criador do Céu e da Terra… …Por Ele todas as coisas foram feitas (nesta oração, ressalvo muitas coisas).

Aqui, por estas terras onde me encontro e passei a maior parte da minha vida, encontrei criaturas do mundo inteiro, de cul-turas e religiões diversas. Todos acreditam em Deus, sendo para qualquer deles diferente e sendo seu o verdadeiro.

Fui, em certas circuns-tâncias obrigado a silenciar-me, face a judeus, muçul-manos, budistas e mesmo em confusões criadas por congéneres protestantes e ortodoxos, por não ser convincente em que Deus é Deus, um só para todos o mesmo, adorem-No como quiserem e deêm-Lhe o nome que entenderem. Vem isto a propósito da expressão que frequente-mente utilizamos: “valha-nos Deus!”.

Se houvesse mais que um, talvez fosse ouvido

numa prece que formulava há uns tempos atrás, por simpatia ou coisa seme-lhante. Assim, por um só, não fui merecedor!

Nesta primeira semana de Abril de 2010, vinha na última página do “Região de Leiria” um artigo que dizia assim: “Câmara quer criar gabinete no Centro Histórico de Leiria”! Se bem entendi, querem reva-lorizar as zonas antigas da cidade e, chamar a atenção de eventuais moradores interessados, (com massas) bem hajam.

Vereadores, arquitectos e outros, estudam sistema para renovar o C.H.L. com propostas de criar atrac-ções tais como, cito: “um núcleo de arte religiosa ou um museu judaico. Captar turismo, aproveitando o triângulo Tomar-Batalha-

Alcobaça”. A ideia é magnífica.

Tanta coisa que pode ser feita das velharias, mas, mais brilhante se torna quando é composta por objectos que realmente nos serviram. Diz o ditado: “Dá Deus as nozes a quem não tem dentes para roê-las”. Na verdade, quando há vontade em fazer as coi-sas, mesmo com sacrifico, consegue-se. A mim, o que me revolta é ver desperdi-çar valores já construídos, assistir a fugas à verdade sem lhe prestar atenção, rejeitar ideias de prestígio e presenciar ao alarga-mento das avenidas para a sobranceria, demolindo, enterrando e escondendo preciosidades!

Que o meu Deus me perdoe, mas, também sentiria orgulho em ver e

poder mostrar um museu na minha terra, recheado de riquezas que o seu povo agregou ao longo dos sécu-los de história a que esteve ligado. Se me tivesse ouvi-do, haveria um museu, dos mais valiosos e mais visita-dos da região. Tornar-se-ia por excelência um satélite do enunciado triângulo do semanário leiriense. Não dá para entender tal abnegação da parte dos depositários.

Se fosse levantado um processo judicial contra o meu entendimento, não me incomodaria perder, só por saber que andava enganado, e, doravante, poderia ver e mostrar as jóias que nos deixaram os antepassados, ouvindo por recompensa a simples e riquíssima frase: “Valeu a pena!”.

Como é possível, no meio de tanta gente evo-luída, desligarem-se destas divícias?

Será que fosse porque as ideias surgiram debaixo?

O tempo nos dirá…

Apesar de saber muito pouco deste caso, a tenta-ção de comentar o caso “Casa Pia” é grande. Apesar de poder haver recursos e... considero que já foi feita justiça.

Primeiro, por mérito do Juiz que mandou prender os suspeitos, e com certeza com razões válidas. É que esses meses lá dentro já ninguém lhos tira. Acerca deste assunto quero salientar que só em Janeiro de 2010, o Conselho Superior da Magistratura confirmou a nota de “Muito Bom” ao Juiz Rui Teixeira, que con-duziu inicialmente o processo Casa Pia, após 8 anos sem progredir na carreira, por ter tido a coragem de prender o então deputado socialista Paulo Pedroso.

Depois, e fazendo minhas as palavras proferidas à saída do tribunal pela antiga provedora da insti-tuição: «Para mim e para as vítimas acabou hoje» e «Os recursos aos tribunais superiores não analisam matéria de facto, analisam matéria de direito».

O título desta crónica é uma das bases da Justiça, tal como é a teoria do mundo ocidental, e quer dizer “na dúvida absolva o réu”, ou de outra forma, o acu-sado só pode ser condenado se existirem provas.

Quer isto dizer que existiu culpa, as provas fo-ram consideradas suficientes pelo tribunal, e houve condenação.

Independentemente das razões consideradas pelo tribunal, indico alguns factos que contribuíram para a formação da opinião pública: existem vítimas, essas vítimas testemunham e identificam os agressores e um dos agressores confessou e implicou todos os outros suspeitos.

Pior ficaria a justiça se não houvesse condena-ção.

Se, por erros ou omissões no processo, vierem a alterar as sentenças, nada disso contará para a cons-ciência colectiva: Culpados!!!

VIDA PÚBLICAFez agora um ano, em plena organização da

candidatura do CDS-PP nas eleições autárquicas, a minha irmã avisou-me que o meu envolvimento provocaria um falatório, iam aviltar-me, e com isso causaria desgosto aos meus familiares. Respondi-lhe a brincar “mais vale falarem mal de mim, do que me ignorarem” e, nesse aspecto, nem correu mal, falaram pouco.

Quero aproveitar para agradecer os apoios e as ajudas dos amigos para a organização da candidatura às eleições de 14 de Outubro de 2009. Bem hajam!

Manuel Pedrosa Henri-ques, de 76 anos, fale-ceu dia 3 de Setembro. Residia em Carpalhosa e era casado com Maria de Jesus Oliveira. Foi a sepultar no cemitério de Monte Redondo.

José da Silva Lopes, de 83 anos, faleceu no dia 17 de Setembro. Residia em Picoto e era casado com Maria Conceição Emídio Ferreira Lopes. Foi a sepultar no cemi-tério de Carreira.

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Page 7: SETEMBRO2010#NF

| 7ENTREVISTA . OPINIÃO | NOTÍCIASDAFREGUESIA | SETEMBRO2010

Regresso a Roma

Orlando Cardoso*

Uma crónica de vez em quando...

Na última crónica abordei as impressões que senti durante as férias que passei em Roma, amparado na hospitalidade generosa de amigos italianos. Mais que turista, que detesto, senti-me como viajante que per-corre as ruas da velha cidade procurando coisas des-conhecidas. Duas semanas já são um espaço de tempo capaz de evitar a lufa-lufa de quem tem os dias a passar demasiado depressa.

Os viajantes, que há cerca de 400 anos chegavam a Roma, entravam normalmente pela Porta Flamínia, que dá acesso à Praça do Pópulo, um dos locais mais fasci-nantes, de que se pode partir para descobrir o parque da Villa Borghese e o encantador jardim do Pinzio, onde se desfruta de um belíssimo panorama com a cúpula de S. Pedro coroando os telhados vermelhos.

Nessa Praça, além de um obelisco e da tradição que diz terem ali vivido durante muitos séculos os fantasmas de Nero e das suas vítimas, encontramos uma bela e digna igreja com o mesmo nome, que é cenário de uma cena do romance de Dan Brown, “Anjos e Demónios”. A procura da capela Chigi, onde se concretizou um dos homicídios do livro, levou-nos a uma surpresa, daque-las em que a Itália é fértil. Numa das capelas laterais encontra-se o túmulo de D. Jorge da Costa, o famoso cardeal Alpedrinha, que trabalhou com cinco papas, go-zando da fama de ter influenciado a eleição de alguns, como o tenebroso Alexandre VI (Bórgia) e Júlio II, que teve participação decisiva na construção da basílica de S. Pedro.

O cardeal Alpedrinha foi o mais espantoso e mais misterioso dos grandes príncipes da igreja católica do seu tempo, acumulando títulos eclesiásticos que chega-vam a algumas dezenas e que lhe permitiram construir uma enorme fortuna, em Portugal e Itália. De grande longevidade, atribui-se-lhe a morte aos 103 anos, prote-geu numerosos estudantes portugueses em Itália, para além de ter intercedido em favor dos membros da sua família, obtendo-lhes rendas e cargos eclesiásticos de toda a espécie.

No seu túmulo, com estátua jacente, encontra-se uma lápide escrita pelo papa Júlio II, atestando o respeito e a elevada dignidade de que os seus pares o investiram.

O espaço é pouco e fico por aqui, sem tampouco ter passado de uma das portas de Roma.

* [email protected]

Foi no dia 29 de Setem-bro que o Pe. Virgílio do Rocio Francisco, natural da Moita da Roda, celebrou 25 anos de sacerdócio.

Com raízes numa famí-lia tradicionalmente católi-ca, foi ordenado padre aos 26 anos.

No dia 1 de Outubro, o NOTÍCIAS DA FREGUESIA foi até Pataias conhecer um pouco aquele que hoje é o pároco daquele lugar, des-de há cinco anos, e também de Alpedriz e conhecer um pouco mais do papel da Igreja na actualidade. Dei-

xamos-lhe aqui um excerto daquela que foi uma con-versa agradável.

Entrevista de Ângela Duarte

Como é que tem sido uma vida de 25 anos de sacer-dócio?

Tem sido muito inte-ressante cheia de desafios. Com a sensação de querer fazer sempre mais e me-lhor. (…) E sentindo que, por um lado, umas pessoas se afastam da Igreja, e há aqueles que procuram, que precisam, que valorizam e

que dão apoio também nes-se aspecto de se ser padre.

Quando, e como, é que percebeu qual era a sua vocação?

Eu não tive um momen-to propriamente dito. Por um lado, a minha família era bastante católica. A mi-nha mãe foi-nos introduzin-do muito o espírito de fé, de Igreja… Depois, quando terminei o ensino básico, a professora também acon-selhou que eu continuasse a estudar porque achava que eu tinha algumas ca-pacidades para isso, e uma das possibilidades era, de facto, o seminário, onde o meu irmão mais velho já andava. O ambiente fami-liar, o ambiente da paróquia e os padres que estavam por lá… tornavam-se amigos e próximos… e foi estando no seminário que fui des-cobrindo, que fui aprofun-dando e fui assumindo essa vocação.

Como é estar ao serviço desta paróquia?

É certo que há proble-mas sociais, de desagre-gação social, toxicodepen-dência… mas acho que já houve pior. Há situações sociais que se tornam enor-mes desafios mesmo para o pároco. Desafios não só a nível interno da Igreja, mas também desafios a esse nível, social, de serviço às pessoas. Procuramos desco-brir projectos e formas das pessoas descobrirem outros valores que as possam liber-tar de problemas.

Como é que vê os desafios que a sociedade coloca à Igreja?

Por um lado, a Igreja tem cada vez mais que descobrir a sua identidade e ser uma referência. Porque às vezes há uma certa tendência de pensar que a Igreja se tem

de adaptar aos tempos. De facto, a Igreja tem de estar presente no seu tempo e saber aí anunciar a mesma mensagem, o mesmo evan-gelho, os mesmos desafios de sempre, mas no seu tempo concreto e especí-fico, segundo as condições. De facto, este é um grande desafio para a Igreja.

A sociedade vive virada para interesses económicos que dominam demasiado, e que por vezes as pessoas são levadas por essas correntes, e acabam por se sentir ex-ploradas. Por outro lado, a sociedade, eu diria mesmo a Humanidade, talvez este-ja na fase da adolescência, que é o libertar-se de tudo, pensando que se é autóno-mo, que não se precisa de ninguém… E depois, esta crise, como dizem muitos pensadores, é uma crise de identidade. Crise de identidade humana, de valores humanos… Claro que também há os aspectos económicos, mas, a crise vai muito além disso.

(…) Há uma tentação, que é de sempre, de nós endeusarmo-nos. Ou seja, eu é que sei, eu é que de-cido, ninguém tem nada a ver com isso… E não só em relação a si. Depois quer ser deus dos outros. O que acho muito interessante, pois é o que já vem descrito na Bí-blia como o pecado original. E este pecado original está presente em toda a história da humanidade, daí o origi-nal… não é circunstancial. E é este “endeusarmo-nos” que cria depois esta situ-ação de conflito, porque deixamos de viver em so-ciedade, em comunidade, perdemos a perspectiva do bem comum… que leva a consequências que se vêem.

Muitos dizem hoje que a Igreja atravessa uma cri-

se. Quem está em crise? A Igreja ou a sociedade?

As duas coisas. Porque a Igreja é feita de pessoas. E nós, membros desta fa-mília que é a Igreja, somos também membros de uma sociedade que vive estas dinâmicas. Por isto, a Igreja vive, por um lado, a crise da Humanidade e por outro, a Igreja que é muitas vezes levada e arrastada e acaba por se diluir na sociedade um bocadinho a perder a sua própria identidade. O que acaba por acontecer com cada um de nós, quan-do quer fazer o jeito a este, estar de acordo com aquele, estar bem com tudo e com todos… acaba por se sentir esvaziado, insatisfeito. E é, talvez, o que acontece um pouco com a Igreja. Importa estar no mundo, fazer parte do mundo, mas sem perder a identidade.

(…) Penso até que este é um dos males que afecta as pessoas e que as leva e algo tão comum de hoje, que são as depressões, por-que as pessoas acabam por não estar bem consigo… e vivemos muito a partir de fora… o que é que este vai pensar, o que é que ele vai dizer… o que acaba por culminar numa certa esqui-zofrenia, porque acabamos por querer estar aqui, acolá… O que se nota, por exemplo, a nível da igreja, na rua e na própria família. As pessoas dizem mal, estão fora, não aparecem, nunca estão presentes, não que-rem saber… mas se há um filho para ser baptizado e querem um padrinho, lá aparece alguém “eu quero ser padrinho”… só porque sim. Há uma certa esquizo-frenia. Precisa-se, mas não há uma correspondência na vivência do dia-a-dia. As pessoas têm de se assumir. Não querem casar, mas que-rem baptizar os seus filhos.

Assim, cada um acaba por perder a identidade e, por consequência, a própria igreja.

Que recordações da Moita da Roda?

Recordações próprias da infância, de amigos… da família. A família tem sido muito apoiante, muito pre-sente e mesmo da paróquia. Recordo o padre Abel, que acabou por ser uma certa re-ferência… e da recordações da Própria Igreja do Souto. E como a família está por ali, sempre nos vamos encon-trando por lá.

Como celebrou estes 25 anos?

Não fui eu a promover, mas houve uma comemora-ção muito interessante. Foi preparada uma celebração, em conjunto, das paróquias onde tinha estado. E depois de uma cuidada preparação, houve uma celebração mesmo no dia 29, aqui em Pataias e um banquete no final. Foi muito bonito e gostei mesmo muito. No sábado, vou fazer uma ce-lebração mesmo à minha terra, à Moita da Roda, para a família e amigos dali. (À data da entrevista, o Pe. Vir-gílio não adivinhava ainda que família e amigos lhe preparavam uma festa).

Como será a comemora-ção daqui a 25 anos?

Não prometo (risos).

Padre Virgílio celebra 25 anos de sacerdócio

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Page 8: SETEMBRO2010#NF

SETEMBRO2010 Os momentos de crise suscitam um redobrar de vida aos homens. François René de Chateaubriand, escritor francês [1768-1848]

Está terminado e pronto a abrir portas.

No dia 16 de Outubro o Pa-vilhão Polidesportivo do Souto da Carpalhosa será oficialmen-te inaugurado, estreando-se no dia anterior com jogo da Challenge Cup de Andebol Feminino.

A expectativa para ver a obra concluída tem sido muita. Pelo menos, muitos têm sido os que têm procurado informa-ções sobre o polidesportivo.

Trata-se de uma obra da Câ-mara Municipal de Leiria, que servirá para os interessados de

todo o concelho, a quem com-pete também a sua gestão.

O pavilhão estará aberto ao público já no dia 15 de Outubro, sexta-feira, para a realização de um de três jogos da competição europeia Challenge Cup de An-debol Feminino. O dia de inau-guração será no sábado, dia 16, dia em que decorrerá mais um jogo a contar para a competição de andebol. No domingo será também a vez das equipas que participaram no torneio de fut-sal inter-associações irem testar o asfalto.

A Juventude Desportiva do Lis, fundada em 1985, foi desde logo uma associação vocacionada para a captação de jovens para a prática do Andebol, procurando, desde então, a igualdade de oportunidades para ambos os sexos, procurando so-luções aprazíveis e interessantes. Localmente, deparavam-se grandes dificuldades para se encontrarem espaços disponíveis para treinos e jogos, pelo que, desde muito cedo pensou em construir o seu próprio pavilhão.

Ultrapassada que foi essa difi-culdade, possui hoje, em S. Romão, freguesia de Pousos, as infra-estru-turas necessárias e indispensáveis à evolução dos seus atletas, podendo por isso trabalhar com mais objec-tividade. Participar na inauguração do Pavilhão Desportivo do Souto da Carpalhosa é para nós uma honra e iremos fazê-lo com muito entu-siasmo, até porque percebemos a importância que esta infra-estrutura traz ao desenvolvimento dos clubes desta freguesia e consequentemente dos seus jovens.

Levar ao Souto da Carpalhosa a Challenge Cup, onde a Juve irá participar com a sua equipa sénior feminina, poderá ser o pontapé de saída para que também ali, a modali-dade mais praticada pelas mulheres portuguesas, seja uma realidade.

A Juve que tem como missão

educar jovens, através do Andebol, tornando-os capazes de vencer numa sociedade cada vez mais competitiva. Tem a preocupação de constituir equipas fortes e dura-douras, dos bambis aos seniores, e tem hoje cerca de duas centenas de atletas distribuídos por 14 equipas federadas, muitas delas a disputar campeonatos nacionais.

No feminino, a Juve já atingiu um nível muito elevado, sendo um dos melhores clubes a nível nacional, pelo que foi considerado Centro de Formação do Andebol Fe-minino, pela Federação de Andebol de Portugal. Muitas das atletas são chamadas aos trabalhos das Selec-ções Nacionais e os resultados da época anterior foram excepcionais e reveladores do trabalho desenvol-vido. As seniores classificaram-se

na quinta posição, que deu acesso à disputa desta Competição Inter-nacional, as Juniores e as Iniciadas foram Vice Campeãs Nacionais e as Juvenis Venceram tudo – Campeãs Nacionais.

Com este palmarés partimos para a época que agora se inicia com grande responsabilidade. Es-peramos continuar a evoluir e a promover o Andebol junto das mu-lheres portuguesas. Contamos com o apoio do público do Souto para nos ajudar a vencer esta eliminatória e agradecemos ao Presidente da Câma-ra de Leiria, assim como Presidente da Junta de Freguesia o convite que nos foi endereçado e que nos per-mite participar na Inauguração de mais jovem Pavilhão do Concelho de Leiria.

Célia Afra (Presidente da Direcção)

CalendárioDia 15 de Outubro (sexta-feira)

G.D. London x Juvelis – 21h00

16 de Outubro (sábado)Cerimónia de inauguração do Pavilhão do

Souto da Carpalhosa – 16h00A.S.A. Thessalonikis x G.D. London

– 18h00Jogo com equipas da freguesia – 20h00

Dia 17 de Outubro (domingo)Juvelis X A.S.A. Thessalonikis – 15h00Futsal com equipas da freguesia – 17h00

Inauguração dia 16

Juve Lis: representante portuguesa na Challenge Cup

DR/

JUVE

LIS

NF

Cantinhos dos Miúdos & Graúdos

O RegressoAs merecidas férias chegaram ao fim. Enquanto uns vão para o seu trabalho outros vão

para os seus estudos e há quem faça as duas coisas em simultâneo. Devo dizer que estes trabalhadores-estudantes merecem apoio incondicional, não quer dizer que os outros não mereçam, claro que sim. Mas ter as duas situações, e a muitos acresce a família, é sem dúvida de uma coragem estrema. Desejo um bom ano lectivo para todos. Para quem tem o seu emprego, que o consigam manter, porque a fase que estamos atravessar não é muito risonha. Contudo, cabe a cada um de nós empenharmo-nos da melhor forma possível para fazer face às dificuldades. A palavra “contenção”, muitas vezes temos que nos debruçar sobre ela.

Enquanto desfolhava uma revista dedicada às crianças li esta poesia feita por uma menina de 9 anos. Não pude deixar de partilhar para que cada um de nós pense um pouco nestas palavras tão puras e inocentes.

Ser felizSer feliz é acordar, Sentir o sol a beijar… Cantar e cantarolar, Como um sonho a andar!

Ser feliz é ter uma escola Onde podemos brincar; Aprender com a professora E também estudar!

Ser feliz é sentar-se à mesa E ter pão para comer…Também água para beber,E saber agradecer.

Ser feliz é ter uma casa Onde podemos viverCom alegria e paz,Sossego e prazer!

Ser feliz é ir deitarCom muita alegria…Pôr os sonhos a bailarÀ espera de um novo dia!

Ser feliz é ter paisQue nos sabem ajudar,Às vezes brincarE, também, amar!

ROCKinMI coloca São Miguel a mexer

No passado dia 1 de Outubro a ARCUSA 92 le-vou São Miguel ao rubro com a primeira edição do ROCKinMI.

Uma noite dedicada à música que levou mais de uma centena de pessoas a ouvir as bandas Bairro dos Castiços e S’tapanho S’tamato, e contou ainda com a participação do DJ Gonçalo.

Balanço positivo e público a pedir para que o ROCKinMI traga mais animação a S. Miguel.

A direcção adianta que foi uma iniciativa que tem tudo para levar a cabo novas edições. Contudo, esta poderá mudar no fim do ano, altura em que haverá eleições para nova representação.

Depois desta iniciativa, segue-se o Festival de Sopas em Novembro.