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3 Janeiro/abril - 2014 Editorial Em abril de 1864, na França, surge a 1.ª edição da “Imitação do Evangelho segundo o Espiritismo”. Em 1866, foi publicada a sua 3.ª e última edição, agora revisada, corrigida e modificada por Allan Kardec, que, após reflexão e seguindo conselhos, muda em definiti- vo o título para “O Evangelho segundo o Espiritismo”. A 3.ª edição reflete o zelo e o empenho do Codificador em aperfeiçoar os textos ao enriquecer o conteúdo e ordenar os capítulos numa feição mais metódica e completa. Esta obra monumental veio ao mundo orientada por uma plê- iade de espíritos elevados sob os olhares de Jesus com o fim de resga- tar o Cristianismo primitivo, sem dogmas ou políticas institucionais. Nela encontramos toda orientação moral para o alcance do grande objetivo do ser humano: a evolução. Seus textos nunca necessitaram revisão, nem adequação de conceitos e representam a palavra do Cristo em sua mais pura essência. A relevância deste grandioso livro não se situa somente na sua longevidade, mas na sua atualidade. A Humanidade do futuro entenderá a grandeza da referida obra. “O Evangelho segundo o Espiritismo” em conjunto com “O Livro dos Espíritos” são, sem nenhuma dúvida, os mais importantes livros de toda a História; são os pilares da Doutrina da Verdade: o Espiritismo, que será para todos o fanal contra as sombras. Emmanuel, no “Livro da Esperança”, no prólogo comemora- tivo ao centenário de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, inspirado, escreveu: “(...) Permite, pois, agradeçamos em prece a Tua abnegação tu- telar e, enlevados ante o Livro Sublime, que Te revive a presença entre nós, deixa que Te pos- samos repetir, humildes e reverentes: Obrigado, Senhor!...”. Que estas palavras sejam sentidas e repetidas não só nos momentos de celebração mas em todos os dias. Que assim seja! Sesquicentenário de “O Evangelho segundo o Espiritismo” 3 Janeiro/abril - 2014

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3 Janeiro/abril - 2014

Editorial

Em abril de 1864, na França, surge a 1.ª edição da “Imitação do Evangelho segundo o Espiritismo”. Em 1866, foi publicada a sua 3.ª e última edição, agora revisada, corrigida e modificada por Allan Kardec, que, após reflexão e seguindo conselhos, muda em definiti-vo o título para “O Evangelho segundo o Espiritismo”. A 3.ª edição reflete o zelo e o empenho do Codificador em aperfeiçoar os textos ao enriquecer o conteúdo e ordenar os capítulos numa feição mais metódica e completa. Esta obra monumental veio ao mundo orientada por uma plê-iade de espíritos elevados sob os olhares de Jesus com o fim de resga-tar o Cristianismo primitivo, sem dogmas ou políticas institucionais. Nela encontramos toda orientação moral para o alcance do grande objetivo do ser humano: a evolução. Seus textos nunca necessitaram revisão, nem adequação de conceitos e representam a palavra do Cristo em sua mais pura essência. A relevância deste grandioso livro não se situa somente na sua longevidade, mas na sua atualidade. A Humanidade do futuro entenderá a grandeza da referida obra. “O Evangelho segundo o Espiritismo” em conjunto com “O Livro dos Espíritos” são, sem nenhuma dúvida, os mais importantes livros de toda a História; são os pilares da Doutrina da Verdade: o Espiritismo, que será para todos o fanal contra as sombras. Emmanuel, no “Livro da Esperança”, no prólogo comemora-

tivo ao centenário de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, inspirado, escreveu: “(...) Permite, pois, agradeçamos em prece a Tua abnegação tu-telar e, enlevados ante o Livro Sublime, que Te revive a presença entre nós, deixa que Te pos-samos repetir, humildes e reverentes: Obrigado, Senhor!...”. Que estas palavras sejam sentidas e repetidas não só nos momentos de celebração mas em todos os dias. Que assim seja!

Sesquicentenário de “O Evangelho segundo o Espiritismo”

3 Janeiro/abril - 2014

4 Janeiro/abril - 2014

O preço da violência Levados por Judas Iscariotes, os soldados prendem Jesus, iniciando a

farsa que levaria o Mestre à crucificação.No instante em que Jesus é levado, Pedro saca de sua espada e

corta a orelha de Malco, serviçal do Sinédrio (Jo, 18:10). Jesus o adverte energicamente: “Guarda a tua espada, pois os que laçam mão da espada por ela perecerão” (Jo, 18:11).

Nesta passagem, Jesus nos traz dois ensinamentos primordiais para a meditação de cada dia. O primeiro é a revelação indiscutível da lei de causa e efeito, negada pelas religiões tradicionais e, o segundo, a necessidade de paz interior nos momentos graves de nossas existências.

Diz-nos o evangelista Mateus (26:56) “Que tudo aconteceu para que se cumprissem as escrituras e os profetas”, levando-nos a aceitar os fatos sem violência, por entendermos que as dores e as decepções supremas têm suas raízes nas programações expiatórias ou provacionais. A revolta fatalmente leva à recapitulação, em vida posterior, das mesmas situações constrangedoras em que fracassamos.

Ao acreditar na existência de Deus e na sua perfeita Justiça, admitimos que nada acontece por acaso e tudo ocorre para o nosso benefício espiritual, de alguma forma.

Quando o peso das privações nos for aparentemente insuportável, e na impossibilidade de diminuí-lo, roguemos aos Céus um aporte de forças íntimas e a resistência de nossos ombros aumentará.

Cinquenta quilos para um intelectual é carga que não se pode transportar. Um halterofilista ou um estivador o faria com grande facilidade e humor. Espiritualmente, o raciocínio é válido.

Paulo, Maria Madalena, João Huss, Joana d’Arc, Jerônimo de Praga, Giordano Bruno e o nosso Tiradentes, dentre tantos outros, encontraram forças, que reconheciam não possuir. Na humildade e na resignação diante da vontade de Deus, se fizeram vencedores. Junto a cada um deles estava um benfeitor de grande envergadura evolutiva dando a sustentação imprescindível. Aí temos um dos grandes motivos de terem morrido dando testemunho com comportamentos heroícos.

5 Janeiro/abril - 2014

Livro “A Luz da Oração”, Emmanuel/Chico Xavier.

Senhor,ensina-nos a orar sem esquecer o trabalho,a dar sem olhar a quem,a servir sem perguntar até quando,a sofrer sem magoar seja a quem for,a progredir sem perder a simplicidade,a semear o bem sem pensar nos resultados,a desculpar sem condições ,a marchar para a frente sem contar os obstáculos,a ver sem malícia,a escutar sem corromper os assuntos,a falar sem ferir,a compreender o próximo sem exigir entendimento,a respeitar os semelhantes sem reclamar consideração,a dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever,sem cobrar taxas de reconhecimento.

Senhor,fortalece em nós a paciência para com as dificuldadesdos outros, assim como precisamos da paciência dos outrospara com as nossas próprias dificuldades.Ajuda-nos para que a ninguém façamos aquiloque não desejamos para nós.Auxilia-nos sobretudo a reconhecer que a nossafelicidade mais alta será invariavelmenteaquela de cumprir os desígnios, onde ecomo queiras, hoje, agora e sempre.

Oração nossaPresença de Emmanuel /Chico Xavier

6 Janeiro/abril - 2014

Da série publicada no Jornal “O Paiz”, no Rio de Janeiro, a partir de 1886.

Na evolução, a causa dadiversidade dos espíritos

Depois do juízo de Santo Agostinho sobre o vul-to que foi Orígenes, compreender-se-á o valor que tem um pensamento de um homem tão sábio e tão versado nas sagradas letras. Orígenes ensinou que as almas, depois de suas su-cessivas purificações, entram, revestidas de um corpo etéreo, no seio de Deus, mas, como só Deus é imutá-vel, elas voltam aos corpos, para novas purificações, em novas vidas: “Nulli dubium est corpora non principaliter existire, sed per intervallo”. É a pura Doutrina Espírita, valendo o corpo eté-reo pelo períspirito, e o seio de Deus pelo espaço, onde ficam os espíritos até reencarnarem. “Elevando-se pouco a pouco, os espíritos chega-rão a este mundo (Terra) e à ciência que aí se conhece”. Daí subirão a melhor mundo e finalmente chegarão a

Estudos Filosóficoselaborados por Freitas Nobre

Bezerra de Menezes

6

7 Janeiro/abril - 2014

um estado, ao qual nada mais tem que ajuntar (De Princi-piis, livro I, capítulo VI, artigo 9.°). Eis aí a progressividade do aper-feiçoamento das almas, mediante as vidas sucessivas, o que está de acordo com o caráter essencial da Humanida-de, a perfectibilidade. Pode alguém, ainda mesmo o mais ferrenho positivista, pôr em dúvi-da que o ser humano é perfectível? Mas, se a perfectibilidade é cará-ter essencial do homem, como explicar-se o fato de sim-ples observação, de acabarem uns nos mais altos graus de adiantamento, e os outros no mais completo atraso? Se é lei da Humanidade, todos, sem exceção, a ela estão sujeitos. Ora, na hipótese de uma vida única, alguns e bem poucos somente, é que lhe sentem a ação. Isto, digam o que quiserem, não se concilia com a razão e revolta nossa natureza ou instinto humano. Orígenes, elevando-se à altura do que era um misté-rio, esclarece, embora contrariando a doutrina da Igreja, o que melhor prova a força de sua convicção. A pluralidade de existências acaba com o que há de repugnante e impossível naquele fato das quase infinitas di-ferenças humanas nesta vida.

Freitas Nobre

“(...) o Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometi-do: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verda-deiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança.”

O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec, cap. VI – item 4.

8 Janeiro/abril - 2014

Brasil, Coração do Mundo,Brasil, Pátria do Evangelho, Brasil, teu porvir é fecundo,Brasil, seguir contigo eu quero!

Brasil,Tu foste escolhido por Nosso Senhor,Pois tens a missão repleta de amor,E juntos iremos trilhar o futuro.

Brasil,O teu destino ao bem conduz,Só a Boa Nova do Amigo Jesus,Será teu roteiro fiel e seguro.

Brasil,País tropical, Terra da promissão,Tu és uma linda e grande Nação,De coração totalmente aberto.

Brasil,Se o teu passado já te fez chorar,Unidos contigo vamos avançar,Pois sempre teremos o Mestre por perto.

Brasil,O Espiritismo é teu estandarte,Para todos nós tu és o baluarte,Ninho de fé, de amor e de paz.

Brasil,Tu és a esperança da Humanidade,Siga trabalhando com seriedade,Mostrando a todos do que és capaz.

Brasil,Entre outras mil tu és a soluçãoFazendo na Terra a divulgaçãoDa palavra do Cristo e da sua Verdade,

Brasil,O Anjo Ismael é o teu guardião,Recebeste de Deus este galardãoPara teus labores de fraternidade.

Brasil, Coração do Mundo,Brasil, Pátria do Evangelho, Brasil, teu porvir é fecundo,Brasil, seguir contigo eu quero!

Brasil, Coração do Mundo,Pátria do Evangelho

9 Janeiro/abril - 2014

ATUALIDADE DO PENSAMENTO ESPÍRITAMédium: Divaldo Pereira FrancoPergunta I:

Vianna de Carvalhoresponde

Qual a responsabilidade dos profissionais da comunicação e dos defensores dos direitos de divulgação? Graves responsabilidades lhes pesam sobre a consciência. O indivíduo é sempre o resultado das ações praticadas livremente, as-sim como pelos pensamentos que projeta no espaço, e que, hoje ou mais tarde, retornam ampliados pelo potencial da energia semelhan-te de que se nutrem. No que diz respeito à liberação dos costumes, à apresentação das cenas de violência, de agressividade, de sexo explícito e de vícios que ultrapassam os limites do suportável, os seus aficionados, em nome da liberdade promovem a libertinagem, estimulando os instintos que deveriam ser educados e desenvolven-do o cinismo, que pretende substituir a compostura, eliminando a razão e o discernimento, e a todos reduzindo à condição primária de objetos para o prazer mórbido. Educar é criar hábitos considerados saudáveis. Todos os cos-tumes que pervertem e levam à consumpção, longe se encontram de ter caráter educativo, antes conspirando contra os valores huma-nos e os princípios da ética e da moral, gerando desordem, fomen-tando o caos.

Qual deve ser a postura do espírita diante de uma imposição do Estado referente à educação religiosa nas escolas? O Estado não tem o direito de interferir na educação reli-giosa dos cidadãos em geral, dos educandos em particular, porque seria uma intromissão violenta nos direitos da liberdade de esco-lha, da liberdade de consciência. Mesmo que se ministrem aulas que atendam aos diferentes interesses religiosos dos alunos, a escola se descaracteriza, porque lhe toma carga horária que deveria ser apli-cada na função específica de educar para a vida. A atitude do espírita deverá ser no caso, contrária a essa imposição descabida.

Pergunta II:

10 Janeiro/abril - 2014

CURIOSIDADESQUE EDIFICAM

Os 3 últimos desejos de Alexandre, “O Grande”.

Quando à beira da morte, Alexan-dre convocou os seus generais e seu escriba e relatou seus 3 derradeiros de-sejos:

1.º - Que o seu caixão fosse trans-portado pelas mãos dos médicos da época;

2.º - Que fosse espalhado no ca-minho até seu túmulo os seus tesouros

conquistados (prata, ouro, pedras preciosas etc.);3.º - Que suas mãos fossem deixadas balançando no ar,

fora do caixão, a vista de todos.Um dos seus generais, admirado com esses desejos in-

sólitos, perguntou a Alexandre quais as razões destes. Ale-xandre explicou:

1.º - Quero que os mais eminentes médicos carreguem meu caixão para mostrar que eles não têm poder de cura perante a morte;

2.º - Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem;

3.º - Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.

“Eu era um materialista tão completo e convicto, que não podia haver em meu espírito lugar para a existência espiritual

11 Janeiro/abril - 2014

e para qualquer outro agente universal, senão a matéria e a força. Os fatos, po-rém, são coisas bem teimosas. (...) Os fatos venceram-me.”

Alfred Russel Wallace (1823-1913)Naturalista, geógrafo, antropólo-

go e biólogo britânico. Foi o primeiro a propor a distribuição geográfica das es-pécies animais. É considerado um dos precursores da Ecologia e da Biogeogra-fia e chamado de “Pai da Biogeografia”.

Wallace escreveu um ensaio que definia as bases da teoria da evolução e enviou-o a Charles Darwin, com quem mantinha correspondência, pedindo ao colega uma avaliação do mérito de sua teoria. Darwin, ao se dar conta de que o manuscri-to de Wallace apresentava uma teoria praticamente idêntica à sua, resolveu, seguindo conselhos de amigos, apresentar simultaneamente os dois trabalhos à Linnean Society of Lon-don, o mais importante centro de estudos de história natu-ral da Grã-Bretanha, em 1º de julho de 1858. Em seguida, Darwin decidiu terminar e expor rapidamente sua teoria: A Origem das Espécies, que foi publicada em 1859.

“Temer a morte é ignorar a beleza e os esplendores do espaço infinito, cuja porta se abre à alma fatigada das provas terrestres; é tomar por sombra a luz mais brilhante; é esque-cer que nada se perde e tudo se transforma.”

Thomas Alva Edison (1847- 1931)Inventor, cientista e empresário ame-

ricano que registrou 2.332 patentes. Aperfeiçoou o telefone e a máquina de escrever. Entre suas contribuições mais universais encontramos a lâmpada elétri-ca incandescente e o fonógrafo. Foi um dos maiores precursores da revolução tecnológica do séc. XX.

12 Janeiro/abril - 2014

No momento dos passes é possível a alguns médiuns videntes divisar a inten-sa movimentação dos benfeitores, que se utilizam de aparelhagens especiais ade-quadas aos enfermos presentes.

A organização do mundo espiritual é, pois, exemplar. Não obstante, nós os encarnados deixamos muito a desejar com as nossas falhas costumeiras que vão desde a invigilância em nosso cotidiano até a frequência irregular, o que por certo prejudica os trabalhos.

É fundamental, portanto, que haja uma conscientização de nossa parte, da grandeza e complexidade dos labores espirituais, a fim de participarmos de modo mais eficiente e produtivo. Que isso não seja, porém, um fator que leve ao misticismo (mas sim à responsabilidade) e que venha a influir ou modificar a nossa conduta no instante do passe ou no ministério mediúnico. Embora o trabalho que se desenvolve “do outro lado” seja complexo, a nossa partici-pação deve ser a mais simples possível, permeada, contudo, do mais acendrado sentimento de amor ao próximo.

Que nos lembremos sempre que para exercermos tais ativi-dades a nossa preparação é toda e, principalmente, interior. É no mundo íntimo que devemos laborar. É a nossa transformação para melhor a cada momento.

Assim, não é a cor da roupa do passista ou a sua gesticulação ou a sala ser azul ou branca que irão influir na qualidade da transmis-são energética no instante do passe, mas sim a sua mente impulsio-nando e direcionando as energias fluídicas, o seu desejo de servir, a sua capacidade de ser solidário com aquele que ali está e de amá-lo como a um irmão. Por isso, a simplicidade deve ser a tônica no mo-mento do passe, já que este é essencialmente, um ato de amor. E o amor é simples, desataviado e puro, tal como exemplificou Jesus.

Passe: um ato de amorSuely Caldas Schubert

Livro: “Dimensões Espirituais do Centro Espírita”, cap.5 - No trabalho do passe - FEB.

13 Janeiro/abril - 2014

Divaldo Franco respondePergunta 1: Quais as consequências da ati-

tude de dirigentes espíritas que, preocupados em obter recursos financeiros para a Casa Espírita, vendem todo tipo de livro espírita, não espírita, sem critério de seleção, e realizam vários tipos de atividades para captação de recursos?

Os espíritas, temos a obrigação de manter as instituições que criamos. Necessitamos tirar o escorpião do bolso e colocar a mão lá dentro. Não é lícito que peçamos àqueles que não são espíritas para que sustentem as nossas atividades espíritas. Podemos fazer a divul-gação do nosso trabalho e solicitar a pessoas generosas, que gostam de realizar o bem, que nos ajudem no enobrecimento. Mas, não cria-mos instituições para que outros se encarreguem de mantê-las. Há um velho ditado que informa “que não devemos pôr o chapéu onde o braço não chega”. Porque, momento virá, em que não alcançando o local, o chapéu cai. Estamos acostumados a arranjar mecanismos de sustentação do Centro Espírita, de ampliá-lo indefinidamente, esquecendo-nos das bases doutrinárias. Não são compatíveis, esses movimentos – bingos, rifas, bailes – na Casa Espírita.

Pergunta 2: Estamos próximos do Sesquicentenário de “O Evangelho segundo o Espiritismo”. O que representa este livro para o momento em que estamos vivendo?

É a obra que coroa a Codificação. “O Livro dos Espíritos” é a filosofia que responde a todas as questões afligentes que a criatura humana traz no seu bojo, desde os primórdios. “O Livro dos Mé-diuns” oferece-nos o campo investigativo da ciência para comprovar a sobrevivência e a comunicabilidade dos espíritos. O Evangelho é Jesus de volta. É a parte dúlcida do Espiritismo, em que o Mestre retorna com toda a sua exuberância, na condição de Paracleto, de Consolador, de Iluminador de consciências.

Não que os outros livros, “O Céu e o Inferno” e “A Gênese” não tenham, também, extraordinários valores. Mas o Evangelho é o apoio moral. É a estrutura básica. É o retorno dos dias encantadores em que Jesus esteve conosco. (...) O Evangelho é a água lustral para nos propiciar a verdadeira harmonia interior.Trechos da entrevista publicada na Revista Reformador, ed. 2195, fevereiro 2012.

14 Janeiro/abril - 2014

ConhecimentosDoutrinários

Baseada na literatura espírita consagrada por Allan Kardec, Léon Denis, Bezerra de Menezes, Bittencourt Sampaio, Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos, Joanna de

Ângelis, Yvonne A. Pereira, Cairbar Schutel, Vianna de Carvalho entre outros.

Assinale a opção correta e confirao resultado na página 24:

1. Qual evangelista relata o “Sermão da Montanha” de maneira mais completa? João Marcos Lucas Mateus

2. Qual o nome do soldado romano que feriu Jesus com a lança durante a crucificação?

Malco Josué Longino Levi

3. Com que personalidade inteligente e bondosa, de acordo com as palavras de Irmão Jacob, na obra Voltei, cuja passagem pela Terra deixou grandes inventos, ele se encontra no mundo espiritual?

Thomas Edison Galileu Galilei Alexander Graham Bell Nicolau Copérnico

4. Qual é o termo que André Luiz, em Missionários da Luz, designa os raros irmãos que aproveitaram todas as possibilidades construtivas que o corpo terrestre lhes oferece?

Verificaçãode

15 Janeiro/abril - 2014

Superiores Nobres Elevados Completistas

5. Manoel P. de Miranda, na obra “Nas Fronteiras da Loucura”, relata a instalação de postos de socorro espirituais na Terra às vésperas do carnaval. Quem é o espírito nobre à frente da equipe de médicos e enfermeiros?

Irmã Scheilla Bezerra de Menezes Oswaldo Cruz Carlos Chagas

6. Na obra “Palavras do Infinito”, Humberto de Campos relata seu encontro com um dos doze apóstolos de Jesus, que costuma vir à Terra, nos dias em que se comemora a Paixão de Nosso Senhor. Estamos falando de:

Tomé. Tiago. Judas. André.

7 . Em “Boa Nova”, Humberto de Campos nos relata que eram apóstolos de Jesus, filhos de Alfeu e Cleofas, parenta de Maria, eram nazarenos e foram muitas vezes chamados “os irmãos do Senhor” por profundas afinidades afetivas. Quem eram eles?

Levi, Tadeu e Tiago Simão e Mateus Judas, André e Tadeu Bartolomeu e Filipe

8. Na extraordinária obra “Os Mensageiros”, André Luiz (imagem) se refere a um elemento químico de importância primordial e às boas perspectivas para a Humanidade, quando se conseguir a sua fixação espontânea como as plantas o fazem. A que elemento nos referimos?

Oxigênio Nitrogênio Fósforo Bismuto

16 Janeiro/abril - 2014

O Evangelho e o futuro“Raças e povos ainda existem, que o desconhecem, porém não

ignoram a lei de amor da sua doutrina, porque todos os homens rece-beram, nas mais remotas plagas do orbe, as irradiações do seu espírito misericordioso, através das palavras inspiradas dos seus mensageiros.

O Evangelho do Divino Mestre ainda encontrará, por algum tem-po, a resistência das trevas. A má-fé, a ignorância, a simonia, o im-

pério da força conspiração contra ele, mas tempo virá em que a sua ascendência será reconhecida. Nos dias de flagelo e de provações coletivas, é para a sua luz eterna que a Humanidade se voltará, tomada de esperança. Então, novamente se ouvirão as palavras benditas do Sermão da Montanha e, através das pla-nícies, dos montes e dos vales, o homem conhecerá o caminho, a verdade, a vida.”Livro:“Emmanuel, Autor: Emmanuel, cap 1I, Chico Xavier, FEB.

“A Ciência e a Filosofia vincu-lam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divi-no que a liga ao céu. No seu aspec-to científico e filosófico, a Doutrina será sempre um campo nobre de in-vestigações humanas, como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual, que visam o aperfeiçoamento da Humanida-de. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Je-sus-Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do ho-mem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual.”

Livro: O Consolador - Trecho da pág. “Definição”Autor: Emmanuel - Médium: Chico Xavier - FEB.

17 Janeiro/abril - 2014

De todas as liberdades, a mais inviolável é a de pensar, que compreende também a liberdade de cons-ciência. Lançar anátemas sobre aqueles que não pen-sam como nós, é querer essa liberdade para si, mas re-cusá-la aos outros, é violar o primeiro mandamento de Jesus: caridade e amor ao próximo. Persegui-los por causa de suas crenças é atentar contra o mais sagrado direito, que todo homem tem, qual seja o de crer na-quilo que lhe convenha e adorar a Deus como entenda. Constrangê-los a praticar atos exteriores, semelhantes aos nossos, é atribuir bem maior importância à forma do que ao fundo, à aparência do que às convicções.

(...) Uma crença é falsa ou verdadeira; quando falsa, cairá por si mes-ma, porque o erro não pode prevalecer contra a verdade, desde que a luz se faça nas inteligências; se é verdadeira, não pode tornar-se falsa pela perseguição.

A perseguição é o batismo de toda ideia nova, grande e justa e cresce com a grandeza e importância da ideia. O encarniçamento e a cólera dos inimigos da ideia estão na razão do temor que ela inspira. É por esse moti-vo que o Cristianismo foi outrora perseguido e que o Espiritismo o é hoje, com a diferença, contudo, de que o Cristianismo foi perseguido pelos pa-gãos e o Espiritismo o é por cristãos. O tempo das perseguições sangrentas já passou, é certo; mas, se não se mata mais o corpo, tortura-se a alma, atacam-se até os mais íntimos sentimentos, as afeições mais caras; dividem-se as famílias, excita-se a mãe contra a filha, a mulher contra o marido; ataca-se mesmo o corpo em suas necessidades materiais, tirando-se-lhe o meio de ganhar a vida, para obrigá-lo a ceder pela fome.

Espíritas, não vos aflijais com os golpes que vos atiram, pois eles pro-vam estardes com a verdade; do contrário, deixar-vos-iam tranquilos e não vos perseguiriam. É isso uma prova para a vossa fé, pois, pela coragem, perseverança e resignação é que Deus vos reconhecerá entre os seus fiéis servidores, cuja relação Ele prepara para dar a cada um a parte que lhe pertence, segundo as suas obras.

A exemplo dos primeiros cristãos, sede firmes em carregar a cruz e crede na palavra do Cristo, quando disse: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque o reino dos céus lhes pertence. Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma”. Ele também disse: “Amai os vossos inimigos, fazei bem a quem vos fizer mal, e orai por aqueles que vos perseguem”. Mostrai que sois seus verdadeiros discípulos e que boa é a vossa Doutrina, fazendo o que Ele disse e o que Ele próprio fez. A perseguição durará pouco; esperai pacientemente o despon-tar da aurora, pois que a estrela da manhã já aparece no horizonte.

Pelos inimigos do EspiritismoA prece segundo o Evangelho, Allan Kardec, cap. III - Trecho da “Coletânea de preces espíritas”, FEB.

18 Janeiro/abril - 2014

Extraídas da obra “Brasil, Coração do Mundo,Pátria do Evangelho”, autor Humberto de Campos,

psicografia Chico Xavier, editora FEB.

“Se outros povos atestaram o progresso, pelas expressões materializadas e transitórias, o Brasil terá a sua expressão imortal na vida do espírito, repre-sentando a fonte de um pensamento novo, sem as ideologias da separatividade, e inundando todos os campos das atividades humanas com uma nova luz.”

“As forças das sombras alimentam, muitas vezes, o personalismo e a vaidade dos homens, mesmo daqueles que se encontram reunidos nas tarefas mais

sagradas.”

“Jesus transplantou da Palestina para a região do Cruzeiro a árvore magnâ-nima do seu Evangelho, a fim de que os seus rebentos delicados florescessem

de novo, frutificando em obras de amor para todas as criaturas.”

“Só o Brasil conseguiu manter-se uno e indivisível na América, entre embates políticos de todos os tempos.”

“Primeiramente, surgiram os índios, que eram os simples de coração; em se-gundo lugar, chegavam os sedentos da Justiça Divina e, mais tarde, viriam os escravos, como a expressão dos humildes e aflitos, para a formação da alma

coletiva de um povo bem-aventurado por sua mansidão e fraternidade.”

“Sabei que todas as aquisições da Filosofia e da Ciência terrestres são flores sem perfume, ou luzes sem calor e sem vida, quando não se tocam das clari-

dades do sentimento.”

“Nos espaços, Ismael e suas falanges procuravam orientar os movimentos republicanos e abolicionistas, com alta serenidade e esclarecida prudência, no propósito de evitar os abomináveis derramamentos de sangue por desvarios

fratricidas.”

“A política sofrerá, no curso dos séculos, as alternativas do direito da força e da força do direito, até que o Planeta possa atingir relativa perfeição social,

com a cultura generalizada.”

meditação Frases que merecem

19 Janeiro/abril - 2014

Pergunta I:

Judas veio predestinado para trair Jesus?

A afirmação de que Judas Is-cariotes foi predestinado a trair Jesus é simplesmente absurda. É o mesmo que dizer que um pai cruel enviou um filho amado para uma favela onde fatalmen-te se envolveria com drogas e posteriormente seria morto pela polícia.

Judas reencarnou por vonta-de própria, desejando servir ao Senhor no colégio apostólico, mas sabia de suas deficiências, de suas limitações espirituais. Foi o único judeu escolhido por Jesus, atendendo à solicitação do próprio Judas, que queria ser provado em seu desejo de servir à causa do Evangelho. Era co-merciante muito ligado a dinhei-ro, ambicioso, tendo uma forte inclinação para política. Foram exatamente esses os motivos de sua queda: ambição e poder.

Todos nós, os cristãos, es-tamos no mundo para servir ao Evangelho, à Boa Nova de Jesus, mas muito, invigilante-mente, sem seguir os seus en-sinamentos, acabam por traí-lo, fracassando em suas provações,

Tribuna Livre O ESPÍRITA respondecomo Judas, embora de maneira diferente. Os demais apóstolos também tinham suas fraquezas, mas, humildes, venceram, como Pedro, ao negar; Tomé, ao duvi-dar; Tiago, ao não compreender o sentido mais profundo dos en-sinamentos evangélicos...

É o mau uso do livre-arbítrio, é o império de nossa pobreza es-piritual.

Pergunta II:

O Princípio Espiritual passa por todos os reinos da natureza?

O processo de evolução se inicia no reino mineral. Adquiri-das todas as qualidades e valo-res inerentes a este reino, o prin-cípio espiritual migra para o reino imediato que é o vegetal e, pos-teriormente, para o reino animal. Conquistadas todas as qualida-des e valores próprios destes rei-nos o princípio espiritual ganha personalidade humana, com as características que conhecemos.

Você poderá aprofundar seus conhecimentos nessa área lendo a obra “Evolução Anímica”, de Gabriel Delanne, edição FEB. “O Livro dos Espíritos” trata do as-sunto na 1.a parte, capítulo III e na 2.a parte, capítulo I e XI.

19 Janeiro/abril - 2014

20 Janeiro/abril - 2014

O Evangelho segundo o Espiritismo na linguagem da razão - 150 anos depois

Jesus, durante milênios, enviou seus emissários para instruir raças e civiliza-ções com conhecimentos e princípios da Lei Natural. Além disso, há dois mil anos, veio ratificar os conhecimentos já existentes, deixando o Evangelho como patrimônio para a Humanidade. Exami-nando o trajeto histórico das civilizações identificamos que em todos os tempos houve missionários, fundadores de reli-gião, filósofos, espíritos superiores que aqui encarnaram, trazendo novos conhe-cimentos sobre as Leis Divinas com a fi-nalidade de fazer progredir os habitantes da Terra. Entretanto, por mais admiráveis que tenham sido, nenhum se iguala ao Cristo. Até mesmo porque todos eles estiveram a serviço do Mestre Incompa-rável e Governador Espiritual deste be-líssimo Planeta.

Segundo Humberto de Campos, o Su-blime Galileu escolheu Ismael para ser o zelador dos patrimônios imortais que organizam a “Terra do Cruzeiro”. Por-tanto, Jesus transplantou para o Brasil a árvore da misericórdia informando ao seu escolhido que “na Pátria dos meus ensinamentos, o Espiritismo será o Cris-tianismo revivido na sua primitiva pureza. Sem as ideologias de separatividade, e inundando todos os campos das ativida-des humanas com uma nova luz”.1

Naturalmente, podemos interpretar “Pátria do Evangelho” como símbolo do coração do homem de bem em qualquer espaço geográfico do Planeta. Porém, não deve causar estranheza o significa-do do título “Brasil, Pátria do Evangelho”. Óbvio que esta expressão não reduz a missão do Espiritismo para uma dimen-são geográfica, eliminando-lhe a sua uni-versalidade. Da mesma forma, há dois

mil anos, Jesus, quando elegeu o povo Hebreu para levar a efeito as suas divi-nas lições à Humanidade, ao escolher um espaço geográfico para divulgação do Evangelho, não reduziu a Sua men-sagem à Palestina. Mas por que fez essa escolha? Em verdade, naquela época “os israelitas haviam conquistado muito, do Alto, em matéria de fé (monoteísmo), sendo justo que se lhes exigisse um grau correspondente de compreensão, em matéria de humildade e de amor”.2 Sob essa perspectiva, igualmente, o Evange-lho ganhou importância no Brasil e justi-fica sem dúvida a missão do País como “Pátria do Evangelho”.

Há 150 anos foi um desafio para Kardec organizar o conjunto do mais completo código moral da história – “O Evangelho segundo o Espiritismo”. Não foi tarefa simples selecionar, estruturar e interpretar as narrativas dos livros ca-nônicos, valendo-se dos argumentos de uma Nova Revelação. O Codificador pre-cisou ficar recolhido na sua residência na Ville Ségur por vários dias. Em agosto de 1863, recluso em seu domicílio, recebeu “mensagens”, sobretudo do Espírito de Verdade alertando-lhe sobre a reper-cussão que o livro causaria não só nas hostes teológicas, mas também entre as nações. Seria o edifício sob o qual todas as religiões poderiam abrigar-se.3 Logo o Codificador deliberou publicar o livro “Imitation de L’Évangile selon le Spiritis-me”, lançado em Paris em abril de 1864.

“O Evangelho segundo o Espiritis-mo”4 foi dividido em cinco partes, a sa-ber, análise dos atos comuns da vida do Cristo; dos milagres; das profecias; das palavras que serviram para o estabeleci-mento dos dogmas teológicos e do ensi-

Jorge Hessen - DF

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no moral. Sobre este último tema, o ex-chefe druida aclara que o ensino moral jamais foi motivo de disputas teológicas (considerando o sermão da montanha e as parábolas), razão pela qual estrutura os alicerces básicos do terceiro livro da Codificação.

Lembra o ínclito lionês que muitos admiram o apelo moral dos compêndios canônicos, porém poucas pessoas os conhecem profundamente, e menos ain-da os compreendem. E para agravar a situação, os escritores de renome, os po-etas, os literatos trataram os códigos de moral, entretanto abordaram o assunto “evangélico” através de estilo rebuscado tirando-lhe a simplicidade primitiva, des-naturando o seu encanto e autenticidade.

Allan Kardec afastou-se do aspecto cronológico das narrativas dos evange-listas, optando por agrupar, distribuir e transcrever metodicamente conforme a sua natureza, de maneira que umas procedessem das outras, tanto quanto possível, visando a melhor compreensão das lições de Jesus.

Diversas citações dos evangelistas são ininteligíveis, e muitas parecem sem nexo, por ausência de uma chave que dê o seu verdadeiro sentido. Essa chave o Codificador oferece nos 28 capítulos de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, com base nas transcrições de Marcos, Lucas, João e Mateus, seguidos de expli-cações e persuasivas análises do próprio Codificador, reforçadas pelas instruções complementares (mensagens mediúni-cas) psicografadas em vários países por vários médiuns, ditadas e assinadas por espíritos de respeitáveis personagens da história.

Entre os vários espíritos que cola-boraram com suas instruções estão Lacordaire, Lamenais, Fénelon, San-to Agostinho, São Luís, Paulo, Erasto, François Nicolas Madelaine, Sansão, Adolfo, João, Vianney, Emmanuel, São Vicente de Paulo, Cáritas, Pascal, Irmã

Rosália, Henri Eine, Elizabeth de Fran-ça, Delphine de Girardin, François de Genève, Lázaro, Hahnemann, Simeão, Dufêtre, Jules Olivier, Michel, V. Monod, uma rainha de França entre outros, além do Espírito de Verdade, que para muitos se não é o próprio Cristo, certamente é uma plêiade de sublimes procuradores do além que agiram com Sua permissão.

Kardec contextualiza o significado de muitas palavras empregadas nas narra-tivas bíblicas, a fim de facilitar a compre-ensão do verdadeiro sentido de certas máximas do Cristo, bem como a parte histórica sobre os usos e costumes da sociedade judaica dos tempos apostóli-cos e, por fim, insere o resumo da Doutri-na de Sócrates e Platão demonstrando a concordância doutrinária desses precur-sores de Jesus.

Cumpre, portanto não perdermos de vista a total vinculação do Espiritismo com os ensinos de Jesus. Cada palavra que o Mestre plasmou na atmosfera ter-rena dirige-se a todos nós, ontem, hoje e sempre, independente de onde possa-mos estar ou o que façamos.

Jesus foi, é e sempre será a síntese da Ciência, da Filosofia e da Religião. A Doutrina dos Espíritos coloca o Evange-lho na linguagem da razão, com explica-ções racionais sem contudo abdicar do aspecto sensível da emoção que é co-locado na sua expressão profunda, de-monstrando que o sentimento e a razão podem e devem caminhar juntos, pois constituem as duas asas de libertação definitiva do homem.

Referências:1Xavier, F. C. Brasil, Coração do Mundo, Pátria

do Evangelho (Humberto de Campos),11. ed., FEB, 1977.

2Xavier, F. C. A Caminho da Luz,(Emmanuel), cap. 7, FEB, 1999.

3Obras Póstumas, segunda parte, Ségur, 9 de agosto de 1863 (Médium: Sr. d’A…) Imitação

do Evangelho. 22.ª ed, FEB, 1987. 43.ª edição, corrigida e modificada,1866.

21 Janeiro/abril - 2014

22 Janeiro/abril - 2014

O Espiritismo é uma Religião?Alguns do Movimento Espí-

rita afirmam que o Espiritismo não é uma religião e arvoram em sua defesa o Mestre Lio-nês, deixando de lado toda a literatura espiritista consagra-da, que considera os 3 aspectos da Doutrina (ciência, filosofia e religião/moral). Esquecem-se de estudar e de procurar entender o pensamento do Codificador. Desprezam o contexto cultural e filosófico do surgimento da Doutrina, onde se fazia necessário classificar a Religião Espírita de ma-neira inversa das existentes corren-tes religiosas dogmáticas, irracionais e contrárias aos fatos científicos. Ou querem, quem sabe, chamar a aten-ção sobre si sendo contrários ou até mesmo, motivados por interesses menos nobres, fomentar dissensões.

É claro que sob a ótica do que tí-nhamos e ainda temos no formato tradicional de “religião” o Espiritismo não se encaixa neste conceito. No entanto, quando consideramos a eti-mologia da palavra (como sendo um sentimento de vinculação com Deus) e a proposta de ser a alavanca do pro-gresso e da renovação moral, aí sim o Espiritismo é religião!

Não se pode definir uma questão extremamente séria, como a que está em foco, apenas com alguns escritos esparsos de Kardec, mormente em seus primeiros ensaios. Precisamos considerar toda sua monumental obra com destaque para “O Evangelho segundo o Espiritismo” que consolida definitivamente a vertente moral e, portanto, religiosa do Espiritismo que acima de tudo é Cristão.

Para os que ainda têm dúvida se-guem trechos do artigo “O Espiritismo é uma Religião?” de autoria de Allan

Kardec e publicado na Revista Espírita de dezembro de 1868:

“(...) O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo, é, pois, es-sencialmente moral, que liga

os corações, que identifica os pensa-mentos, as aspirações e não somen-te o fato de compromissos materiais, que se rompem à vontade, ou da re-alização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito.

(...) Se é assim, perguntarão, então o Espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem dúvida, senhores! No sentido fi-losófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos vangloriamos por isto, por-que é a Doutrina que funda os víncu-los da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais só-lidas: as próprias Leis da Natureza.

(...) Em razão de não haver senão uma palavra para exprimir duas ideias diferentes e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; porque desperta exclusivamen-te uma ideia de forma, que o Espiri-tismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí mais que uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos prin-cípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu corte-jo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não separaria das ideias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes a opinião se levan-tou.

Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado.”

23 Janeiro/abril - 2014

Células clonadas para criar células-tronco embrionáriasCientistas conseguiram clonar células adultas humanas para criar cé-

lulas-tronco embrionárias, cujo DNA corresponde ao do doador.A equipe liderada por Robert Lanza utilizou o núcleo das células da

pele de dois homens de 35 e 75 anos, que foram transferidas para oóci-tos1 humanos de doadoras, cujo núcleo havia sido retirado previamente. Os oócitos geraram então embriões primitivos. Foi a partir destas células estaminais2 embrionárias que o DNA semelhante ao dos doadores foi pro-duzido.

“Até agora não havíamos sido capazes de clonar células adultas para criar células-tronco embrionárias”, afirmaram os autores, cujo sistema tem a vantagem de não usar embriões fertilizados, uma técnica que gera dile-mas éticos ou forte oposição da Igreja. (Folha de São Paulo – 20/4/2014)

Os avanços das pesquisas científicas com as células-tronco estão mostrando caminhos que afastam a clonagem celular da região nebulosa da utilização de embriões como a única fonte eficiente. Em um intervalo curto de apenas 10 anos, janelas importantes estão se abrindo para a utilização equilibrada dos valiosos recursos advindos da clonagem para a saúde do corpo humano.

Assim, a marcha da Ciência se encaminha para a harmonização com as revelações contidas em “O Livro dos Espíritos”, 2.ª Parte, Cap. VII – Da volta do Espírito à vida corporal, em especial as questões de 344 a 360, validando os procedimentos médicos com os postulados da Doutrina, am-bos em defesa da vida na experiência encarnacional.

9 a cada 10 células do nosso corpo são de micróbiosAparentemente, criou-se a teoria de que eles (micróbios), por fim, fa-

zem realmente parte de nós — já que nove a cada dez células que possuí-mos são células microbianas. E isso não é algo ruim, acredite. Pelo que foi estudado até o momento, apenas poucos micróbios realmente nos deixam doentes, já que a maioria utiliza nosso corpo como “casa” e poderia ser classificada como “bons inquilinos”. Somente no nosso intestino, existem cerca de mil espécies de micróbios que trazem ao nosso corpo cem vezes

Notícias comentadas

24 Janeiro/abril - 2014

mais genes que o nosso próprio DNA carrega. (Science, The Guardian e Wired - www.tecmundo.com.br/ciencia)

Deus criou o Espírito simples e ignorante3 e todos passam pela longa fieira da ignorância4 para chegar aos altiplanos do bem. Emmanuel nos diz que “A escala do progresso é sublime e infinita. (...) O mineral é atra-ção. O vegetal é sensação. O animal é instinto. O homem é razão. O anjo é divindade”. (O Consolador, questão 79)

Joanna de Ângelis, na obra “Iluminação Interior”, na primeira lição (A Divina Presença), assevera que Princípio Espiritual: “(...) Manifestando-se em sono profundo nos minerais através dos milhões de milênios, germina, mediante processo de modificação estrutural, transferindo-se para o reino vegetal...”. E daí, para o hominal, para angelitude e a corrente prossegue...

Nosso corpo é composto de um vasto universo de vida microbiana que atua em cooperação com a vida orgânica. Podemos afirmar que toda esta miríade de vida é portadora do Princípio Vital de tal sorte que esta-mos mutuamente em trabalho de cooperação, como cocriadores em prol da Lei do Progresso.

Basta sabermos que tudo é criação de Deus e Ele não cria coisa alguma que não tenha um sentido e um propósito, que por enquanto, apenas podemos cogitar.

Tudo é vida e movimento e a Lei de Justiça está presente em todos os níveis para que cada um receba na justa medida, o que lhe cabe.1 Oócitos: células germinativas femininas ou células sexuais. 2 Células estaminais ou células-tronco: são células que possuem a melhor capaci-dade de se dividir dando origem a duas células semelhantes às progenitoras. 3 O Livro dos Espíritos, questões 115, 121, 133 e 634. 4 O Livro dos Espíritos, questão 120.

RespostasVerificação de conhecimentos doutrináriosPáginas 14 e 15

Q.1 - Mateus / Q.2 - Longino / Q.3 - Thomas EdisonQ.4 - Completistas / Q.5 - Bezerra de MenezesQ.6 - Judas. / Q.7 - Levi, Tadeu e Tiago / Q.8 - Nitrogênio

25 Janeiro/abril - 2014

Querido(a) irmão(ã),

A Revista O ESPÍRITA, fundada em 3 de outubro de 1978, jamais deixou de circular em seus 35 anos de existência.

Sempre com dificuldades, levou para todo o Brasil a mensagem consoladora do Espiritismo Cristão, com a pureza e a beleza propostas por nossos benfeitores sob a égide de Jesus Cristo.

Cabe colocar que muitas casas espíritas carentes, mormente no interior, onde há enorme falta de material de divulgação, estão recebendo gratuitamente O ESPÍRITA. Por esta razão, solicitamos à sua nobre consciência, que contribua com os valores sugeridos (R$ 20,00 - 1 ano de assinatura e R$ 35,00 - 2 anos de assinatura), ou median-te colaboração espontânea acima deste valor, para que possamos custear as três edições anuais da revista (abril/agosto/dezembro), as postagens dos exemplares que se-rão remetidos em seu nome e a distribuição gratuita para centenas de instituições espíritas.

Ao enviar sua parcela de contribuição, você viabiliza-rá a continuação deste trabalho e apoiará os editores, que lutam com denodo para manterem erguida a bandeira da Nova Fé, e que arcam com grande parte dos custos desta produção, sem nada receberem pelos serviços prestados.

Que não nos falte a sensibilidade espiritualizada, en-tendendo que a luta pela vitória do bem é da responsabili-dade de todos.

Co n t r i b u a c o m a d i v u l ga ç ã o d a D o u t r i n a E s p í r i t a .A s s i n a t u r a p e l o s i t e : w w w. o e s p i r i t a . c o m . b r

o u p r e e n c h a o f o r m u l á r i o n o ve r s o.

Carta ao atual e futuroAssinante Mantenedor

26 Janeiro/abril - 2014