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BOLETIM ECONÔMICO SETOR DE PRODUTOS PARA A SAÚDE NO BRASIL ÍNDICE ASSUNTO PÁGINA DINAMICA DO SETOR 01 O PRODUTO PARA A SAÚDE IDEAL 02 GASTOS PÚBLICOS 03 DISPONIBILIDADE DE EQUIPAMENTOS 03 IMPORTAÇÕES 05 MERCADO INTERNO E PREÇOS AO CONSUMIDOR 05 O MERCADO BRASILEIRO DE PRODUTOS PARA A SAÚDE 06 EMPREGO 07 CONCLUSÕES 09 PERSPECTIVAS 09 DINÂMICA DO SETOR A indústria de equipamentos e dis- positivos médicos difere da indústria farmacêutica nas áreas de P&D (Pes- quisa & Desenvolvimento), patentes, regulamentação, de responsabilidade e de reembolso. O melhor entendi- mento da dinâmica do setor permitiria que novos instrumentos fossem incor- porados à política atual, acelerando os seus resultados. CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE INOVAÇÃO O processo de inovação no setor de produtos para a saúde decorre da necessidade de constantes modifica- ções para melhorar o desempenho e adicionar funcionalidades ao longo da vida do produto. Por isso, os produtos para a saúde e as empresas que os fabricam acabam assumindo algumas características específicas, a saber: Vida curta do produto: Contínuas mudanças tornam o produto obsole- to, muitas vezes, em dois anos ou menos, daí o seu alto índice de obso- lescência. Dificuldades de patenteamento: Um mesmo produto, equipamento ou instrumento pode ter vários tipos de aplicação Importância da pequena empresa: As inovações geralmente ocorrem em pequenas empresas empreendedoras. Importância da competição: Uma vez que o produto é lançado, a com- petição rapidamente segue a ino- vação. As mudanças ocorrem com frequência e são motivadas pela con- corrência entre os fabricantes, a fim de oferecer o melhor produto. Possibilidade de reembolso: Ou- tro fator que influencia a inovação em uma determinada tecnologia é a probabilidade de que os hospitais se- jam reembolsados pela sua aplicação. Terceiros pagadores não irão reem- bolsar diretamente a nova tecnologia até que esta tenha sido aprovada pelo mercado. Os grupos de interesse envolvidos na inovação de dispositivos médicos são os fabricantes e distribuidores, os prestadores de serviços de saúde e os formuladores de políticas governa- mentais. A INOVAÇÃO NO SETOR DE PRODUTOS PARA A SAÚDE E POLÍTICAS PÚBLICAS As políticas públicas podem esti- mular a inovação no setor de produtos para a saúde ao auxiliarem a suavizar a passagem de novos produtos para o mercado. Elas podem também reduzir o cus- to da incorporação das tecnologias existentes, bem como estimular o de- senvolvimento de novas tecnologias, e assim contribuir para a seleção de inovações socialmente desejáveis. O governo pode também contribuir por meio da adoção de mecanismos de financiamento. Isso pode ocorrer quando há certa relutância na aceitação de uma tecno- logia tecnicamente viável e socialmen- te aceitável para o uso público de saú- de, quando os financiadores estiverem relutantes em reembolsar e a deman- da privada seja insuficiente para viabi- lizar economicamente a inovação. O governo é, portanto, um impor- tante agente no estimulo à inovação e no acesso aos melhores e mais mo- dernos cuidados médicos. EDIÇÃO: 01 | MARÇO 2013 JANEIRO-DEZEMBRO 2012

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BOLETIM ECONÔMICOSETOR DE PRODUTOSPARA A SAÚDE NO BRASIL

ÍNDICEASSUNTO PÁGINA

DINAMICA DO SETOR 01

O PRODUTO PARA A SAÚDE IDEAL

02

GASTOS PÚBLICOS 03

DISPONIBILIDADE DE EQUIPAMENTOS

03

IMPORTAÇÕES 05

MERCADO INTERNO E PREÇOS AO CONSUMIDOR

05

O MERCADO BRASILEIRO DE PRODUTOS PARA A SAÚDE

06

EMPREGO 07

CONCLUSÕES 09

PERSPECTIVAS 09

DINÂMICA DO SETORA indústria de equipamentos e dis-

positivos médicos difere da indústria farmacêutica nas áreas de P&D (Pes-quisa & Desenvolvimento), patentes, regulamentação, de responsabilidade e de reembolso.  O melhor entendi-mento da dinâmica do setor permitiria que novos instrumentos fossem incor-porados à política atual, acelerando os seus resultados.

CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE INOVAÇÃO

O processo de inovação no setor de produtos para a saúde decorre da necessidade de constantes modifica-ções para melhorar o desempenho e adicionar funcionalidades ao longo da vida do produto. Por isso, os produtos para a saúde e as empresas que os fabricam acabam assumindo algumas características específicas, a saber:

Vida curta do produto: Contínuas mudanças tornam o produto obsole-to, muitas vezes, em dois anos ou menos, daí o seu alto índice de obso-lescência.

Dificuldades de patenteamento: Um mesmo produto, equipamento ou instrumento pode ter vários tipos de aplicação

Importância da pequena empresa: As inovações geralmente ocorrem em pequenas empresas empreendedoras.

Importância da competição: Uma vez que o produto é lançado, a com-petição rapidamente segue a ino-vação. As mudanças ocorrem com frequência e são motivadas pela con-corrência entre os fabricantes, a fim de oferecer o melhor produto.

Possibilidade de reembolso: Ou-tro fator que influencia a inovação em uma determinada tecnologia é a probabilidade de que os hospitais se-jam reembolsados pela sua aplicação. Terceiros pagadores não irão reem-bolsar diretamente a nova tecnologia até que esta tenha sido aprovada pelo mercado.

Os grupos de interesse envolvidos na inovação de dispositivos médicos são os fabricantes e distribuidores, os prestadores de serviços de saúde e os formuladores de políticas governa-mentais.

A INOVAÇÃO NO SETOR DE PRODUTOS PARA A SAÚDE E

POLÍTICAS PÚBLICAS

As políticas públicas podem esti-mular a inovação no setor de produtos para a saúde ao auxiliarem a suavizar a passagem de novos produtos para o mercado.

Elas podem também reduzir o cus-to da incorporação das tecnologias existentes, bem como estimular o de-senvolvimento de novas tecnologias,

e assim contribuir para a seleção de inovações socialmente desejáveis.

O governo pode também contribuir por meio da adoção de mecanismos de financiamento.

Isso pode ocorrer quando há certa relutância na aceitação de uma tecno-logia tecnicamente viável e socialmen-te aceitável para o uso público de saú-de, quando os financiadores estiverem relutantes em reembolsar e a deman-da privada seja insuficiente para viabi-lizar economicamente a inovação.

O governo é, portanto, um impor-tante agente no estimulo à inovação e no acesso aos melhores e mais mo-dernos cuidados médicos.

EDIÇÃO: 01 | MARÇO 2013JANEIRO-DEZEMBRO 2012

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BOLETIM ECONÔMICOBOLETIM ECONÔMICOSETOR DE PRODUTOS

PARA A SAÚDE NO BRASIL

MARÇO 2013

02

DINÂMICA DO SETOR

GASTOS PÚBLICOS COM A SAÚDE

O produto para a saúde ideal deve melhorar a qualida-de de atendimento, ser reembolsável dentro dos códigos existentes, além de ter baixa probabilidade de causar pro-cessos por erro médico.

Os produtos para o setor requerem treinamento dos profissionais e ainda têm que reduzir o custo do gerencia-mento do paciente.

O PRODUTO PARA A SAÚDE IDEAL

TEMPO DA ADOÇÃO DA INOVAÇÃO

A rápida introdução de novas tec-nologias médicas, principalmente as menos invasivas, é benéfica para o paciente e, muitas vezes, pode con-tribuir para reduzir o custo para o sis-tema.

Um exemplo clássico desse fato foi a rápida adoção do Litotriptor na Alemanha, reduzindo os gastos com internação, comparado aos elevados custos do atraso da introdução desse procedimento na França, decorrentes da tentativa de desenvolvimento de tecnologia própria na área.

Segundo os dados da OMS (Or-ganização Mundial da Saúde), o mer-cado mundial do complexo industrial da saúde é avaliado em US$ 1 trilhão. Desse valor, US$ 670 bilhões são destinados à indústria farmacêutica, US$ 9 bilhões à indústria de vacinas, US$ 25 bilhões à indústria de reagen-tes de diagnóstico e cerca de US$ 300 bilhões à indústria de produtos para a saúde. O mercado brasileiro to-

tal de produtos para saúde é de US$ 10,8 bilhões.O mercado de reagentes e equipamentos para diagnóstico re-presenta US$ 1,8 bilhões desse valor e US$ 9 bilhões correspondem ao mercado dos demais dispositivos, in-cluindo órteses e próteses.

Os países líderes no mercado de saúde são Estados Unidos, Japão, Holanda e França.

Dos gastos mundiais em saúde, 59,2%,em média, são custeados pelo governo e 40,8% são custeados pelo sistema privado. Os gastos com saú-de no Brasil, no ano de 2010, atingi-ram 9% do PIB nacional, ou R$ 339 bilhões. Desses, 47% foram custea-dos pelo sistema público, (7,1% dos gastos públicos totais) e 53% pelo sis-tema privado.

DIAGRAMA 01: DISPOSITIVOS PARA A SAÚDE NA CADEIA PRODUTIVA

BRASIL | 2012

Promoção

Nutrição

Estilo de Vida

Hábito

Informação

Prevenção

Consultas Médicas

Check-Ups

Atividades Físicas

Reabilitação Cardiovascular

Saúde da Família

Diagnóstico

Exames Médicos

Exames Laboratoriais

Tratamento

Rede Hospitalar

Farmacêuticos

Acupuntura

Fisioterapia

Psicologia

Fonoaudiologia

A. Serviços

Seguro Saúde

Educação

Treinamento de pessoal

Manutenção de Equipamentos/ Limpeza

Alimentação hospitalar

B. Suporte

Fármacos

Construção civil

Equipamentos e Insumos

C.Indústria D. Governo

Regulação

Compras e reembolsos

Política industrial: financiamentos e inovação

ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL

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BOLETIM ECONÔMICOSETOR DE PRODUTOSPARA A SAÚDE NO BRASIL

MARÇO 2013

BOLETIM ECONÔMICO

03

DISPONIBILIDADE DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS NO BRASILAUMENTO DA

DISPONIBILIDADE DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS NO

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE BRASILEIRO

Segundo o DATASUS, em março de 2013, havia 109.864 equipamentos de diagnóstico por imagem, distribuí-dos entre as unidades de saúde que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro, dos quais 105.741 estão em uso, 3,9% acima do verifi-cado no mesmo mês do ano anterior (2012).

Os equipamentos de infraestrutu-ra e os de uso odontológico tiveram um incremento de 10% em março de 2013. Os equipamentos de manu-tenção da vida, grupo composto por equipamentos de fototerapia, bom-bas de infusão, marca-passos, entre outros, em uso pelo SUS, cresceram 9% em março de 2013. Já a disponi-bilidade dos equipamentos por méto-dos gráficos, como eletrocardiógrafo e eletroencefalógrafo, em uso, tiveram incremento de 4%. Os equipamentos por métodos ópticos disponíveis para uso no SUS aumentaram 5%, todos em março de 2013 frente ao mesmo mês de 2012.

No que se refere à disponibilidade de equipamentos por estado, o Distri-to Federal possui o melhor índice de disponibilidade de equipamentos de diagnóstico em uso, no SUS, por mil habitantes no Brasil, 0,98. O Estado do Amazonas tem o melhor indicador

DIAGRAMA 02: EVOLUÇÃO DA DISPONIBILIDADE DE EQUIPAMENTOS

EQUIPAMENTOS EM USO NO SUS | MARÇO DE 2013/ MARÇO DE 2012

Equipamentos de diagnóstico por imagem

Equipamentos médicos e hospitalares EXISTENTES com os maiores

crescimentos relativos

Processadora de filme exclusiva

para mamografia 18,6%

Controle Ambiental/Ar-condicionado Central 11,6%

Aparelho de Profilaxia c/ Jato de Bicarbonato

13,7%

Monitor de Pressão Invasivo

13,3%

Eletrocardiógrafo 4,5%

Equipamentos para Optometria

6,3%

Equipamento para Hemodiálise

5,1%

Emissões de otoacusticas evocadas por produto de

distorção 46,9%

Equipamentos médicos e hospitalares EXISTENTES com os menores crescimentos relativos

Raio X com Fluoroscopia

(-0,27%)

Usina de Oxigênio 3,8%

Equip. Odontológico

4,5%

Berço Aquecido-1,8%

Eletroencefalografo 4,2%

Microscópio Cirúrgico 1,9%

Equipamento para Audiometria

(-47%)

Emissões de Ganho de

inserção 33,1%

Equipamentos de Infra estrutura

Equipamentos médicos e hospitalares em USO com os maiores

crescimentos relativos

Processadora de filme exclusiva

para mamografia 16,9%

Controle Ambiental/Ar-condicionado Central 11,4%

Aparelho de Profilaxia c/ Jato de Bicarbonato

13,8%

Monitor de Pressão Invasivo

13%

Eletrocardiógrafo 4,2%

Equipamentos para Optometria

7,9%

Equipamento para Hemodiálise

4,9%

Emissões de otoacusticas evocadas por produto de

distorção 41%

Equipamentos médicos e hospitalares em USO com os menores

crescimentos relativos

Mamógrafo com Estereotaxia

(-0,9%)

Usina de Oxigênio 3,3%

Equip. Odontológico

4,2%

Berço Aquecido-(-0,4%)

Eletroencefalografo 4%

Microscópio Cirúrgico

1,6%

Equipamento para

Audiometria -47,9%

HI- Pro 32,2%

Equipamentos de manutenção da Vida

Equipamentos odontológicos

Equipamentos de métodos gráficos

Equipamentos de métodos ópticos

Outros Equipamentos

Equipamentos de Audiologia

FONTE: DATASUS/ INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL

DIAGRAMA 03: MELHORES E PIORES ÍNDICES ESTADUAIS DE DISPONIBILIDADE DE EQUIPA-MENTOS

EQUIPAMENTOS EM USO NO SUS | MARÇO DE 2013/ MARÇO DE 2012

FONTE: DATASUS/ INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL

0,98 1,14 4,8 4,37

Equipamentos de diagnóstico por

imagem Equipamentos de

infra estrutura Equipamentos de

odontologia

Equipamentos para a

manutenção da vida

Equipamentos por métodos

gráficos

Equipamentos por métodos

ópticos Outros

equipamentos Equipamentos de

audiologia

0,21 0,14 0,68 0,79

Indicador de disponibilidade equipamentos

médicos hospitalares por

Mil/HAB

Melhores Resultados

Piores Resultados

0,24 0,38 0,09

0,077 0,23 0,06

0,06

0,02

DF DF DF DF PA RS

PI MA RJ AC PI AP TO AP

MG AM

de disponibilidade de equipamentos de infraestrutura, 1,14 por mil habitantes. O pior índice de disponibilidade de equipamentos de diagnóstico por imagem é o do Amapá, 0,21 por mil habitantes, e de equipamentos de infraestrutura, em Tocantins com 0,14 por mil habitantes, conforme o diagrama 3.

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BOLETIM ECONÔMICOBOLETIM ECONÔMICOSETOR DE PRODUTOS

PARA A SAÚDE NO BRASIL

MARÇO 2013

04

Em 2012, as importações de mate-riais e equipamentos para medicina e diagnóstico totalizaram o valor de US$ 6,5 bilhões, com incremento de 6,9% em relação a 2011. As exportações, por sua vez, somaram US$ 1 bilhão, valor 6% inferior ao registrado em 2011. 

No fechamento do ano de 2012, o maior aumento relativo em impor-tações do setor ocorreu com os pro-dutos ou NCMs que reúnem “Artigos e Aparelhos de Ortopedia e Próteses”, com crescimento de 14% frente a igual período de 2011.

As importações do grupo de posi-ções que reúne os “Aparelhos de Raios--X e Radiação” tiveram em 2012 o ex-pressivo declínio de 6,2%, frente a 2011.

IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS

FONTE: IBGE | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL

TABELA 05: VARIAÇÕES DE PREÇOSVARIAÇÃO | NO ANO DE 2012

MERCADO INTERNO

PREÇOS AO CONSUMIDOR (IPCA)

GRÁFICO 02: IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE PRODUTOS PARA A SAÚDEEM MILHÕES DE DÓLARES | DEZEMBRO DE 2011 A DEZEMBRO DE 2012

FONTE: ALICE WEB/ SECEX | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL

0

20

40

60

80

100

120

140

160

dez/11 jan/12 fev/12 mar/12 abr/12 mai/12 jun/12 jul/12 ago/12 set/12 out/12 nov/12 dez/12

Milh

ões

NCM 9018 - Inst Aparelhos para medicina NCM 9021 - Art e aparelhos ortopédicos

NCM 9022 - Ap. Raio X e radiação NCM 9027 - Ap.de análises fisícas e quimícas

Kits de diagnóstico e meios de cultura

Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) realizada pelo IBGE, as vendas no comércio varejista de artigos farmacêuticos, médicos e or-topédicos tiveram um incremento de

No mês de dezembro de 2012, os aumentos de pre-ços de serviços de hospitalização e cirurgia mostraram-se muito superiores à variação geral do IPCA.

No fechamento de 2012 o aumento nos custos de rea-lização de exames de laboratório foi de 4,6%, inferior à inflação medida pelo IPCA (5,8%).

O mesmo ocorreu com o custo da realização de exa-mes de radiografia (4,6%). Por outro lado, os preços de ar-tigos ortopédicos superaram o índice geral, apresentando variação de 11,6%.

10,2% no ano de 2012 em relação as vendas em 2011 e de 9% somente no mês de dezembro, comparado com novembro de 2012.

Já a produção industrial, segundo a PIM-PF do IBGE (Pesquisa Indus-trial Mensal de Produção Física) teve o incremento de 1,1% no ano de 2012, comparado com 2011.

PREÇOS E CUSTOSDEZ12/NOV12

JAN-DEZ12/ JAN-DEZ11

ARTIGOS ORTOPÉDICOS -1,96% 11,60%

EXAME DE LABORATÓRIO -0,04% 4,60%

HOSPITALIZAÇÃO E CIRURGIA 1,18% 7,10%

RADIOGRAFIA -0,04% 4,60%

IPCA 0,79% 5,80%

TAXA DE CÂMBIO 1,87% 12,60%

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BOLETIM ECONÔMICOSETOR DE PRODUTOSPARA A SAÚDE NO BRASIL

MARÇO 2013

BOLETIM ECONÔMICO

05

O MERCADO BRASILEIRO DE PRODUTOS PARA A SAÚDE EM 2012Atualmente, existem 13.089 em-

presas no setor que comercializam (9,8 mil empresas) ou fabricam (3,3 mil empresas) produtos para saúde no Brasil. Ao todo, empregam 120 mil trabalhadores (44% na indústria e 54% no comércio).

O setor de produtos para saúde no Brasil representa (geral) cerca de 0,6% do PIB brasileiro. Destas 13 mil empresas 4.379 estão alocadas no estado de São Paulo, o que corres-ponde a 33% do total. Minas Gerais com 1.342 empresas ocupa a segun-da posição, com 10,3% do total. Os dados citados se referem aos merca-dos servidos pela ABIMED/ ABRAID/ CBDL, conforme a RAIS 2011, divul-gada em 2012.

As  importações representaram 59,6% do volume de mercado (con-sumo) em 2012. Cabe observar que os dados não consideram a margem de comercialização dos canais de distribuição.

*MAPA 01: DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS ESTABELECIMENTOS

BRASIL | NO ANO DE 2011

FONTE: RAIS 2011 - MTE | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL

FONTE: ALICE WEB/ SECEX E PIA/IBGE| ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL

* TOTAL DA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DE MEDICINA E DIAGNÓSTICO COMPREENDIDO PELA SOMA DAS CNAES: 2660-4, 3250-7, 4645-1, 4664-8 E 4773-3

GRÁFICO 01: O MERCADO DE PRODUTOS - CONSUMO APARENTEEM BILHÕES DE DÓLARES | DE 2007 A DE 2012

2,9

4,0 4,1

5,2

6,1 6,5

2,5

2,8 2,8

3,5

3,8

4,4

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

2007 2008 2009 2010 2011 2012

Em b

ilhõe

s de

dól

ares

Restante do consumo aparente sem as importações Importações

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BOLETIM ECONÔMICOBOLETIM ECONÔMICOSETOR DE PRODUTOS

PARA A SAÚDE NO BRASIL

MARÇO 2013

06

GERAÇÃO DE EMPREGO

*MAPA 02: DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO EM-PREGO

BRASIL | NO ANO DE 2011

FONTE: RAIS 2011 - MTE | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL

FONTE: CAGED/MTE E RAIS 2011 | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL

* TOTAL DA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DE MEDICINA E DIAGNÓSTICO COMPREENDIDO PELA SOMA DAS CNAES: 2660-4, 3250-7, 4645-1, 4664-8 E 4773-3

GRÁFICO 03: ESTOQUE MENSAL DO EMPREGO E SUA VARIAÇÃOEM NÚMEROS E VARIAÇÕES PERCENTUAIS | DEZEMBRO DE 2011 A DEZEMBRO DE 2012

-0,52% -0,6%

-0,4%

-0,2%

0,0%

0,2%

0,4%

0,6%

0,8%

1,0%

114.000

115.000

116.000

117.000

118.000

119.000

120.000

121.000

dez

-11

jan-

12

fev-

12

mar

-12

abr-1

2

mai

-12

jun-

12

jul-1

2

ago-

12

set-1

2

out-1

2

nov-

12

dez

-12

estoque no mês mês/mês anterior

Segundo dados do Ministério do Trabalho (RAIS 2011), a maior parte da mão de obra dedicada à indústria e ao comércio de materiais e equipa-mentos de medicina e diagnóstico, está concentrada no Estado de São Paulo. São 52.434 trabalhadores que representam 45,4% do emprego no setor em todo o Brasil. Já o Estado do Rio de Janeiro vem em segundo lu-gar, com 13.651 trabalhadores corres-pondentes a 11,8% do total nacional.

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BOLETIM ECONÔMICOSETOR DE PRODUTOSPARA A SAÚDE NO BRASIL

MARÇO 2013

BOLETIM ECONÔMICO

07

GERAÇÃO DE EMPREGO

FONTE: CAGED/MTE E RAIS 2011 | ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL

Em 2012, as atividades industriais e comerciais do setor de materiais e equi-pamentos para medicina e diagnóstico geraram 4,5 mil novos postos de traba-lho. Em dezembro de 2012, o nível de emprego no setor era 4% superior ao verificado em dezembro de 2011.

TABELA 06: O EMPREGO NO MÊS E SUAS VARIAÇÕESEM NÚMEROS E VARIAÇÕES PERCENTUAIS | JANEIRO A DEZEMBRO DE 2012

ATIVIDADES

EM NÚMEROS VARIAÇÃO PERCENTUAL

EMPREGADOS EM DEZEMBRO DE 2012

DEZ12/NOV12

DEZ12/DEZ11

JAN12-DEZ12/JAN11-DEZ11

INDÚSTRIA DE INSTRUMENTOS E MATERIAIS PARA USO MÉDICO E ODONTOLÓGICO E DE ARTIGOS ÓPTICOS

48,9 mil -0,71% 2,00% 3,70%

INDÚSTRIA DE APARELHOS ELETROMÉDICOS E ELETROTERAPÊUTICOS E EQUIPAMENTOS DE IRRADIAÇÃO

5,4 mil -0,33% 4,80% 4,40%

COMÉRCIO ATACADISTA DE INSTRUMENTOS E MATERIAIS PARA USO MÉDICO, CIRÚRGICO, ORTOPÉDICO E ODONTOLÓGICO

34,4 mil -0,53% 4,30% 6,80%

COMÉRCIO ATACADISTA DE MÁQUINAS, APARELHOS E EQUIPAMENTOS PARA USO ODONTO-MÉDICO-HOSPITALAR (PARTES E PEÇAS)

9,2 mil -0,27% 7,50% 12,60%

COMÉRCIO VAREJISTA DE ARTIGOS MÉDICOS E ORTOPÉDICOS

22,5 mil -0,22% 5,40% 1,10%

SERVIÇOS DE COMPLEMENTAÇÃO DIAGNÓSTICA E TERAPÊUTICA

178,4 mil -0,13% 6,90% 9,70%

Entre os grupos do setor, a maior geração de empregos no ano de 2012 ocorreu no comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamen-tos para uso odontológico, médico e hospitalar, com crescimento de 12,6% na oferta de vagas, em relação ao

mesmo período do ano anterior. A atividade de serviços de complemen-tação diagnóstica e terapêutica, que consome muitos produtos comerciali-zados pelo setor, superou em 9,7% o número de vagas oferecidas em 2012 em relação a 2011.

CONCLUSÕESAs políticas nacionais têm conse-

guido manter os custos do sistema de saúde domésticos inferiores à média mundial. 

O setor de produtos para a saúde tem uma dinâmica própria (pequenas empresas, obsolescência rápida dos produtos).

Cabe destacar a importância de todos os agentes da cadeia para via-bilizar os negócios no setor e prestar um bom atendimento.

O setor no Brasil é composto por muitas empresas pequenas, em con-tínuo crescimento, que geram 120 mil empregos diretos e 178 mil indiretos.

A mão de obra dedicada ao setor na sua maior parte é composta por trabalhadores treinados.

Este setor tem necessidade extre-ma de se manter num ambiente com-petitivo, garantindo o acesso da popu-lação brasileira às novas tecnologias que são desenvolvidas no planeta.

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BOLETIM ECONÔMICOSETOR DE PRODUTOS

PARA A SAÚDE NO BRASIL

MARÇO 2013

www.websetorial.com.br

EDIÇÃO: 01 | MARÇO 2013

ELABORAÇÃO: WEBSETORIAL CONSULTORIA ECONÔMICA

abiis.org.br

abimed.org.br abraidi.com.br cbdl.com.br

PERSPECTIVAS PARA 2013As perspectivas para o setor de

saúde no Brasil são muito positivas. Segundo pesquisa realizada pela Potencia Ventures, instituição norte--americana que se dedica a investir em empreendedores de países emer-gentes, o mercado brasileiro atrairá uma série de empresas na área de saúde nos próximos anos. A pesqui-sa realizada pela Potencia Ventures consistiu em entrevistas com empre-sários e pacientes. Houve também o cruzamento de dados do IBGE, do DATASUS e do IMS Heath.

A expectativa de vida do brasileiro saltou de 62,5 anos para 74 anos em três décadas.

Ocorreram mudanças no compor-tamento da sociedade, que busca vi-ver com saúde e qualidade durante toda a vida, fatos que tornam esse mercado cada vez mais atrativo. Se-

gundo a pesquisa, as oportunidades se desenvolverão à custa das defi-ciências do SUS (Sistema Único de Saúde), que hoje atende a 67% da população de baixa renda no Brasil.

As maiores oportunidades serão geradas para suprir as deficiências dos serviços de saúde pública.

O foco será viabilizar o acesso da população a médicos especialistas e a exames de média complexidade, de maneira mais ágil do que o aten-dimento prestado pelo setor público e a um custo compatível com a renda dessa faixa populacional.

No lado das iniciativas do setor público no Estado de São Paulo, o go-verno paulista pretende investir cer-ca de R$ 516 milhões só em obras e equipamentos nas PPPs na saúde.

Entre elas estão incluídas obras como a construção de quatro com-plexos hospitalares, a fábrica de me-dicamentos Américo Brasiliense, da Fundação para o Remédio Popular (FURP), e a modernização do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE).

Há três empresas interessadas nas PPPs (Odebrecht, Deloitte e Men-des Júnior) que objetivam construir os hospitais estaduais de Sorocaba (250 leitos) e de São José dos Campos (150 leitos), além do novo Centro de Referência da Saúde da Mulher (200 leitos) e do Centro de Reabilitação e Tratamento dos Olhos e Ouvidos (100 leitos). Previstas para início em setembro, as obras devem durar o pe-ríodo de até 30 meses.