serviÇos ambientais desempenhados por Áreas do exÉrcito brasileiro no bioma mata atlÂntica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL ÁREA DE TECNOLOGIA AMBIENTAL E RECURSOS HÍDRICOS SERVIÇOS AMBIENTAIS DESEMPENHADOS POR ÁREAS DO EXÉRCITO BRASILEIRO NO BIOMA MATA ATLÂNTICA HELDER DE BARROS GUIMARÃES Tese de Doutorado Recife Fevereiro, 2013

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Neste trabalho investigaram-se os Serviços Ambientais desempenhados poráreas tuteladas ao Exército Brasileiro localizadas na Região Metropolitana doRecife (RMR), Pernambuco-Brasil. As cinco áreas de estudo foram o Campo deInstrução Marechal Newton Cavalcante, 14o Batalhão de Infantaria Motorizado, 7oGrupo de Artilharia de Campanha/3a Divisão de Levantamento, 4o Batalhão deComunicações e o Complexo Militar do Curado. Antes de ficarem sob aresponsabilidade do Exército, estas áreas eram utilizadas no cultivo de cana-de-açúcar e capim para pecuária. Hoje, o seu conjunto representa a maior parcelados remanescentes do Bioma Mata Atlântica ao norte do Rio São Francisco.Estas apreciações conduzem às seguintes hipóteses: o Exército Brasileirodesenvolve diversas atividades de instrução e treinamentos em áreas comcobertura florestal as quais, aliadas às restrições impostas pela administraçãomilitar, contribuíram para a regeneração dos ecossistemas locais; as áreas defloresta sob a tutela do Exército Brasileiro localizadas na RMR geram diversosserviços ambientais de interesse do Estado e da sociedade metropolitana e deimportância ecológica mais ampla e que a inexistência de normas ambientais quecategorizem as especificidades das áreas militares podem induzir adirecionamentos de usos incompatíveis com as atividades militares. Para testá-lasforam identificados e discutidos os serviços ambientais climáticos, os demanutenção dos estoques e absorção de carbono, da manutenção e regeneraçãoda biodiversidade e da recarga de mananciais. Identificou-se a evolução dacondição ambiental das florestas tutelada ao Exército baseando-se emcomparação de fotografias e no Índice de Área Foliar. Na busca de se observar aexistência de incompatibilidade de alguns preceitos legais com as atividades detreinamento militar, foram identificados os aspectos legais ambientais quenorteiam estas áreas. Por fim, identificaram-se os usos atuais, usos pretendidos evislumbrou-se cenários inerciais e induzidos para os objetos de estudo. Osresultados mostraram o importante papel ambiental desempenhado pelas matasestudadas e a importante contribuição prestada em termos de serviços ambientaispelas áreas militares para a RMR, amenizando o clima local, agindo comoregularizador de vazão de alguns mananciais e proporcionando condições para aconservação da fauna e flora do bioma Mata Atlântica. Concluiu-se, ainda, pelanecessidade de se criar uma nova categoria de Unidade de Conservaçãoespecífica para as peculiaridades de uma área militar.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ÁREA DE TECNOLOGIA AMBIENTAL E RECURSOS HÍDRICOS

SERVIÇOS AMBIENTAIS DESEMPENHADOS POR ÁREAS DO

EXÉRCITO BRASILEIRO NO BIOMA MATA ATLÂNTICA

HELDER DE BARROS GUIMARÃES

Tese de Doutorado

Recife

Fevereiro, 2013

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HELDER DE BARROS GUIMARÃES

SERVIÇOS AMBIENTAIS DESEMPENHADOS POR ÁREAS DO

EXÉRCITO BRASILEIRO NO BIOMA MATA ATLÂNTICA

Tese de Doutorado

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação da Universidade Federal de Pernambuco, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Doutor em Engenharia Civil na área de Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos.

Orientador: Prof Dr Ricardo Augusto Pessoa Braga

Recife

Fevereiro, 2013

iii

Catalogação na fonte Bibliotecário Marcos Aurélio Soares da Silva, CRB-4 / 1175

HELDER DE BARROS GUIMARÃES

G963s Guimarães, Helder de Barros.

Serviços ambientais desempenhados por áreas do exército

brasileiro no bioma mata atlântica / Helder de Barros

Guimarães. - Recife: O Autor, 2013.

xxii, 183 folhas, il., gráfs., tabs.

Orientador: Profº Drº. Ricardo Augusto Pessoa Braga.

Tese (Doutorado) – Universidade Federal de

Pernambuco. CTG. Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Civil, 2013.

Inclui Referências e Apêndice.

1. Engenharia Civil. 2.Serviço Ambiental. 3.Bioma –

Mata Atlântica. 4.Exército - Pernambuco - Brasil. I. Braga,

Ricardo Augusto Pessoa (Orientador). II. Título.

UFPE

624 CDD (22. ed.) BCTG/2013-058

iv

SERVIÇOS AMBIENTAIS DESEMPENHADOS POR ÁREAS DO

EXÉRCITO BRASILEIRO NO BIOMA MATA ATLÂNTICA

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________ Prof.ª Drª Josiclêda Jovinciano Galvíncio ______________________________________________________ Prof.ª Drª Maria do Carmo Martins Sobral ______________________________________________________ Prof.ª Drª Sônia Aline Roda ______________________________________________________ Prof. o. Dr Paulo Tadeu Ribeiro Gusmão ______________________________________________________ Prof. o Dr Ricardo Augusto Pessoa Braga

Aprovado em: ___/___/___

v

À Micheline.

vi

AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha esposa Micheline pela compreensão nos momentos que estive

ausente e pela participação efetiva na conquista deste objetivo. Sem você eu não

teria a tranquilidade para alcançar esta etapa.

Orientador, professor e amigo Ricardo Braga pelas orientações precisas,

objetivas, pertinentes e sinceras.

Professora Josicleda e amigo Tiago Henrique pelo apoio na elaboração dos

mapas.

Professora Ângela Isidro Farias pelo incentivo em prosseguir na busca do

conhecimento.

Aos Coronéis Melo Barros e Villaça pelo apoio e incentivo dado durante o curso e

por toda valiosa contribuição e interesse com que colaboraram nesta iniciativa

Minha mãe e irmã pelo apoio incondicional nas minhas conquistas acadêmicas.

Ao Exército Brasileiro por ter facilitado as condições necessárias para a obtenção

dos dados utilizados na pesquisa

À 3ª Divisão de Levantamento pela facilitação e apoio na elaboração de imagens.

Ao Professor Jaime Cabral pelo apoio e incentivo para iniciar esta pesquisa.

vii

RESUMO

Neste trabalho investigaram-se os Serviços Ambientais desempenhados por áreas tuteladas ao Exército Brasileiro localizadas na Região Metropolitana do Recife (RMR), Pernambuco-Brasil. As cinco áreas de estudo foram o Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante, 14º Batalhão de Infantaria Motorizado, 7º Grupo de Artilharia de Campanha/3ª Divisão de Levantamento, 4º Batalhão de Comunicações e o Complexo Militar do Curado. Antes de ficarem sob a responsabilidade do Exército, estas áreas eram utilizadas no cultivo de cana-de-açúcar e capim para pecuária. Hoje, o seu conjunto representa a maior parcela dos remanescentes do Bioma Mata Atlântica ao norte do Rio São Francisco. Estas apreciações conduzem às seguintes hipóteses: o Exército Brasileiro desenvolve diversas atividades de instrução e treinamentos em áreas com cobertura florestal as quais, aliadas às restrições impostas pela administração militar, contribuíram para a regeneração dos ecossistemas locais; as áreas de floresta sob a tutela do Exército Brasileiro localizadas na RMR geram diversos serviços ambientais de interesse do Estado e da sociedade metropolitana e de importância ecológica mais ampla e que a inexistência de normas ambientais que categorizem as especificidades das áreas militares podem induzir a direcionamentos de usos incompatíveis com as atividades militares. Para testá-las foram identificados e discutidos os serviços ambientais climáticos, os de manutenção dos estoques e absorção de carbono, da manutenção e regeneração da biodiversidade e da recarga de mananciais. Identificou-se a evolução da condição ambiental das florestas tutelada ao Exército baseando-se em comparação de fotografias e no Índice de Área Foliar. Na busca de se observar a existência de incompatibilidade de alguns preceitos legais com as atividades de treinamento militar, foram identificados os aspectos legais ambientais que norteiam estas áreas. Por fim, identificaram-se os usos atuais, usos pretendidos e vislumbrou-se cenários inerciais e induzidos para os objetos de estudo. Os resultados mostraram o importante papel ambiental desempenhado pelas matas estudadas e a importante contribuição prestada em termos de serviços ambientais pelas áreas militares para a RMR, amenizando o clima local, agindo como regularizador de vazão de alguns mananciais e proporcionando condições para a conservação da fauna e flora do bioma Mata Atlântica. Concluiu-se, ainda, pela necessidade de se criar uma nova categoria de Unidade de Conservação específica para as peculiaridades de uma área militar.

Palavras-chave: Serviços Ambientais, Exército Brasileiro, Meio Ambiente, Mata

Atlântica.

viii

ABSTRACT

In this work, we are dedicated to investigating the environmental services generated by the Brazilian Army tutored areas located in the Metropolitan Region of Recife (RMR), Pernambuco, Brazil. The five study areas were the Field Marshal Instruction Newton Cavalcante, 14th Motorized Infantry Battalion, 7th Field Artillery Group / 3rd Survey Division, 4th Battalion Communications and Military Complex of the Curado. Before coming under the responsibility of the Army, these areas were used in the cultivation of sugar cane and grass for livestock. Today, the whole represents the largest proportion of the remnants of Atlantic Forest biome north of the Rio São Francisco. These findings lead to the following hypotheses: the Brazilian Army develops various activities of instruction and training in areas with forest cover which, combined with restrictions imposed by the military administration, contributed to the regeneration of local ecosystems, forest areas under the tutelage of the Army Brazilian located in RMR generate various environmental services of interest of the state and metropolitan society and broader ecological importance and the lack of environmental regulations that categorize the specific areas of the military can induce directions of uses incompatible with military activities. To test them were identified and discussed climatic environmental services, the maintenance of inventories and carbon absorption, maintenance and regeneration of biodiversity and watershed recharge. We identified the evolution of the environmental condition of forests subordinate to the Army based on comparison of photographs and Leaf Area Index. In the quest to observe the existence of incompatibility of some provisions of law with military training activities were identified environmental legal aspects that govern these areas. Finally, we identified the current uses, intended uses and scenarios envisioned up to induced inertial and objects of study. The results show the important environmental role played by forests studied and important contribution made in terms of environmental services for the military areas for RMR, softening the local climate by acting as smoothing the flow of some springs and providing conditions for the conservation of fauna and flora the Atlantic Forest biome. It was concluded also by the need to create a new category of conservation for the specific peculiarities of a military area.

Keywords: Environmental Services, the Brazilian Army, Environment, Atlantic Forest.

ix

SUMÁRIO

Capítulo 1 - INTRODUÇÃO

1.1 Motivação, relevância e escolha do tema..............................................

1.2 Estrutura da Tese.....................................................................................

1.3 Hipóteses e objetivos da pesquisa........................................................

1.3.1 Hipóteses ...............................................................................................

1.3.2 Objetivos.................................................................................................

1.3.2.1 Objetivo Geral .....................................................................................

1.3.2.2 Objetivos Específicos .........................................................................

Capítulo 2 - REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Aspectos de Hidrologia Florestal...........................................................

2.1.1 Ciclo Hidrológico.....................................................................................

2.1.2 Balanço Hídrico.......................................................................................

2.1.3 Caracterização Hidrológica.....................................................................

2.1.4 Floresta e Água.......................................................................................

2.1.5 Floresta como Reguladora de Vazão......................................................

2.2 Conservação da Biodiversidade.............................................................

2.2.1 Fragmentação do Bioma Mata Atlântica.................................................

2.2.2 Efeito de Borda.......................................................................................

2.2.3 Situação atual da Mata Atlântica no estado de Pernambuco.................

2.3 Mudanças Climáticas e Sequestro de Carbono....................................

2.3.1 Efeito Estufa............................................................................................

2.3.2 Mudanças Climáticas..............................................................................

2.3.3 Conferência das Partes - COP..............................................................

2.3.4 Determinação da Biomassa e Sequestro de Carbono...........................

2.4 Serviços Ambientais ..............................................................................

2.4.1 Serviços Ambientais Florestais..............................................................

2.4.2 Manutenção da Biodiversidade...............................................................

2.4.3 Efeitos no Clima/Absorção de Carbono.................................................

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2.4.4 Proteção e Recarga de Mananciais.......................................................

2.4.5 Pagamento por Serviços Ambientais.....................................................

2.4.6 Experiências de Sucesso.......................................................................

2.4.6 1 No Brasil..............................................................................................

2.4.6.2 Na Costa Rica.....................................................................................

2.4.6 3 No México............................................................................................

Capítulo 3 - CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DAS ÁREAS DE ESTUDO

3.1 Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti...............................

3.1.1 Localização e Dimensões.......................................................................

3.1.2 Relevo, Clima e Hidrografia....................................................................

3.2 4º Batalhão de Comunicações...............................................................

3.2.1 Localização e Dimensões.......................................................................

3.2.2 Relevo, Clima e Hidrografia ...................................................................

3.3 14º Batalhão de Infantaria Motorizado..................................................

3.3.1 Localização e Dimensões.......................................................................

3.3.2 Relevo, Clima e Hidrografia....................................................................

3.4 7º Grupo de Artilharia de Campanha – 3ª Divisão de Levantamento.

3.4.1 Localização e Dimensões.......................................................................

3.4.2 Relevo, Clima e Hidrografia....................................................................

3.5 Complexo Militar do Curado (CMNE).....................................................

3.5.1 Localização e Dimensões.......................................................................

3.5.2 Relevo, Clima e Hidrografia....................................................................

Capítulo 4 - SERVIÇOS AMBIENTAIS

4.1 Serviços Climáticos.................................................................................

4.1.1 Temperatura na Superfície (Ts) e o Enhanced Vegetation Index

(EVI)................................................................................................................

4.1.2 Umidade Relativa e comportamento da temperatura no interior e

adjacências do CIMNC ...................................................................................

4.2 Serviços ambientais de manutenção dos estoques e de absorção

de carbono .....................................................................................................

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4.3 Manutenção e Regeneração da Biodiversidade....................................

4.4 Proteção e Recarga dos Mananciais......................................................

4.4.1 Recarga de Mananciais..........................................................................

4.4.2 Proteção de Mananciais.........................................................................

4.4.3 Regularização de Vazão.........................................................................

4.5 Conclusões Parciais................................................................................

Capítulo 5 - EVOLUÇÃO DA CONDIÇÃO AMBIENTAL DAS ÁREAS DE

FLORESTA TUTELADAS AO EXÉRCITO

5.1 Histórico de uso e ocupação das OM....................................................

5.2 Condição ambiental das áreas de estudo ............................................

5.3 Conclusões Parciais................................................................................

Capítulo 6 - ASPECTOS LEGAIS DAS ÁREAS DE ESTUDO

6.1. Abordagens objetivas e transversais das questões ambientais nas

normas do Exército Brasileiro......................................................................

6.2 Estudo das áreas de mata tuteladas ao Exército Brasileiro

localizadas na Região Metropolitana do Recife..........................................

6.3 Incompatibilidade das atividades militares com a legislação atual....

6.4 Conclusões Parciais................................................................................

Capítulo 7 - PROJEÇÃO DE CENÁRIOS

7.1 Usos atuais, pretendidos e conflitos.....................................................

7.2 Cenários...................................................................................................

7.2.1 Cenário Inercial ......................................................................................

7.2.2 Cenário Induzido ....................................................................................

7.3 Conclusões Parciais................................................................................

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Capítulo 8 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

8 Considerações Finais.................................................................................

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................

APÊNDICE

Apêndice A – Roteiro para Entrevista “Serviços Ambientais”

181

183

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS

14º BIMtz – 14º Batalhão de Infantaria Motorizado

3ª DL – 3º Divisão de Levantamento

4º BCom – 4º Batalhão de Comunicações

7º GAC – 7º Grupo de Artilharia de Campanha

APA – Área de Preservação Ambiental

BRAENGCOY – Companhia de Engenhara da Fora de Paz no Haiti

BVA – Biomassa Vegetal Acima do Solo

BVR – Biomassa Vegetal das Raízes

BVT – Biomassa Vegetal Total

CDB – Convenção Sobre Biodiversidade Biológica

CIMNIC – Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante

CNUMAD – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e

CMNE – Comando Militar do Nordeste

COMPESA – Companhia Pernambucana de Saneamento

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

CONDEPE/FIDEM – Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de

Pernambuco

COP – Conferência das Partes

DAP – Diâmetro à Altura do Peito

EME – Estado Maior do Exército

EVI - Enhanced Vegetation Index

FEB – Força Expedicionária Brasileira

GEE – Gases do Efeito Estufa

IAF – Índice de Área Foliar

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IUNC – União Internacional para a Conservação da Natureza

MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

OM – Organização Militar

PNMC – Política Nacional de Mudanças Climáticas

RMR – Região Metropolitana do Recife

PGAEB – Política de Gestão Ambiental do Exército Brasileiro

PNRS – Política Nacional de Recursos Sólidos

xiv

PSA – Pagamento Por Serviços Ambientais

Ts – Temperatura na Superfície

UC – Unidade de Conservação

UNEP – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento

UNFCCC – Convenção das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas

xv

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Ciclo Hidrológico......................................................................... 32

Figura 02 – Valores da Taxa de Infiltração Anual (mm) na Região

Metropolitana do Recife .........................................................

38

Figura 03 – Ciclo do Carbono considerando as atividades antrópicas

contemporâneas.....................................................................

49

Figura 04 – Variação da temperatura média da superfície da Terra desde o

ano de 1861 até o ano 2000....................................................

50

Figura 05 – Limites do Campo de Instrução Marechal de Lima Cavalcante.. 69

Figura 06 – Limites do 4º Batalhão de Comunicações do Exército............... 73

Figura 07 – Limites do Campo de Instrução do 14º Batalhão de Infantaria

Motorizado..............................................................................

76

Figura 08 – Limites do 14º Batalhão de Infantaria Motorizado..................... 77

Figura 09 – Limites do 7º Grupo de Artilharia de Campanha e da 3ª Divisão

de Levantamento.....................................................................

80

Figura 10 – Limites do Comando Militar do Nordeste................................... 82

Figura 11 – Limites da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada e do 4º

Batalhão de Polícia do Exército...............................................

83

Figura 12 – Limites do 10º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado e

respectivo Campo de Instrução.................................................

84

Figura 13 – Fluxograma da metodologia para obtenção da Temperatura da

Superfície................................................................................

87

Figura 14 – Médias mensais da temperatura do ar nos períodos de 1961-

1970; 1971-1980; 1981-1990 e 1991-2000 em Recife..............

90

Figura 15 – Variação espacial da temperatura e do Enhanced Vegetation

Index no Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante

nos anos de 1988 e 2007.........................................................

91

Figura 16 – Variação espacial da temperatura e Enhanced Vegetation

Index no 4º Batalhão de Comunicações nos anos de 1989,

2006 e 2010............................................................................

93

Figura 17 – Variação espacial da temperatura e Enhanced Vegetation

Index no 14º Batalhão de Infantaria Motorizado nos anos de

1989, 2006 e 2010..................................................................

95

xvi

Figura 18 – Variação espacial da temperatura no 7ºGrupo de Artilharia de

Campanha nos anos de 1989 e 2010........................................

96

Figura 19 – Variação espacial da temperatura e Enhanced Vegetation

Index no Complexo Militar do Curado (CMNE) nos anos de

1989, 2007 e 2010...................................................................

98

Figura 20 – Esboço de localização dos pontos do transecto......................... 100

Figura 21 – Comportamento da temperatura em um transecto que corta o

CIMNC....................................................................................

101

Figura 22 – Representação gráfica do tipo arbóreo na área do Campo de

Instrução Marechal Newton Cavalcante....................................

106

Figura 23 – Representação gráfica do tipo arbóreo na área do 4º Batalhão

de Polícia do Exército..............................................................

107

Figura 24 – Representação gráfica do tipo arbóreo na área do 14º Batalhão

de Infantaria Motorizado..........................................................

108

Figura 25 – Representação gráfica do tipo arbóreo na área do Campo de

Instrução do 14º Batalhão de Infantaria Motorizado...................

109

Figura 26 – Representação gráfica do tipo arbóreo na área do 7º Grupo de

Artilharia de Campanha e da 3ª Divisão de Levantamento.........

110

Figura 27 – Representação gráfica do tipo arbóreo na área do Comando

Militar do Nordeste...................................................................

111

Figura 28 - Representação gráfica do tipo arbóreo na área da 10ª Brigada

de Infantaria Motorizada e do 4º Batalhão de Polícia do

Exército...................................................................................

112

Figura 29 – Representação gráfica do tipo arbóreo na área do 10º

Esquadrão de Cavalaria Mecanizado e respectivo Campo de

Instrução.................................................................................

113

Figura 30 – Distribuição diamétrica para os indivíduos arbóreos

amostrados na área de estudo (0,25 ha). Classes Diâmetro a

Altura do Peito com amplitude de 5 cm, sendo Classe 1 = 5cm

e Classe 11 = 55cm.................................................................

117

Figura 31 – Distribuição diamétrica da Mata do Tejipió, PE, expressa em

número de indivíduos por hectare por classes de diâmetro,

com amplitude de classe de 5 cm, tendo a primeira classe

início em 4,77 cm, fechadas a esquerda...................................

123

xvii

Figura 32 – Distribuição do número de indivíduos por classe de diâmetro

intervalos fixos de 5 cm, abertos à esquerda e fechados à

direita, em um fragmento de Floresta Atlântica em Recife-PE,

Brasil.......................................................................................

131

Figura 33 – Microbacia do Riacho Catucá................................................... 136

Figura 34 – Relação da precipitação e variação do volume dos

reservatórios de Botafogo e Duas Unas no período de 13 a 29

de junho de 2010.....................................................................

147

Figura 35 – Elevação a leste de seção de manutenção do 4º Batalhão de

Comunicações na década de 1960 (33A) e em 2010 (33B)........

154

Figura 36 – Estrada privativa do Campo de Instrução Marechal Newton

Cavalcante na década de 40 (34A). - Estrada privativa do

Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante em 2006

(34B).......................................................................................

154

Figura 37 – Índice de Área Foliar no Campo de Instrução Marechal Newton

Cavalcante nos anos de 1988 e 2007.......................................

155

Figura 38 – Índice de Área Foliar no Complexo Militar do Curado nos anos

de 1989 e 2007........................................................................

156

Figura 39 – Índice de Área Foliar no 14º Batalhão de Infantaria Motorizado

nos anos de 1989 e 2010.........................................................

157

Figura 40 – Índice de Área Foliar no 4º Batalhão de Comunicações nos

anos de 1989 e 2010................................................................

148

Figura 41 – Índice de Área Foliar no 7º Grupo de Artilharia de Campanha

nos anos de 1989 e 2010.........................................................

159

xviii

LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Tipos de Serviços Ambientais.................................................. 57

Quadro 02 – Serviços ambientais da floresta............................................... 59

Quadro 03 – Evidências da diminuição da pluviosidade na Amazônia em

decorrência da conversão da floresta em pastagem.................

62

Quadro 04 – Métodos da categoria conceito de ligação comportamental...... 65

Quadro 05 – Localização dos pontos do transecto....................................... 99

Quadro 06 – Temperatura em um transecto que passa pelo Campo de

Instrução Marechal Newton Cavalcante e por área adjacente

ao mesmo em período de estiagem (27/10/2010).....................

101

Quadro 07 – Umidade Relativa em diversos pontos do Campo de Instrução

Marechal Newton Cavalcante e área adjacente (27/10/2010)...

102

Quadro 08 – Mínimas e máximas Temperaturas e Umidades Relativas do

Ar em uma área fechada e uma clareira do Campo de

Instrução Marechal Newton Cavalcante (27/10/2010)...............

103

Quadro 09 – Áreas por tipologia de cobertura vegetal dos objetos de estudo

em 2010.................................................................................

114

Quadro 10 – . Estimativa de carbono estocado nas áreas de estudo em

2010.......................................................................................

114

Quadro 11 – Estimativa de carbono estocado para o Campo de Instrução

Marechal Newton Cavalcante em um cenário futuro.................

115

Quadro 12 – Estimativa de volume interceptado e infiltrado pelas áreas de

Mata Atlântica sob a tutela do Exército na Região

Metropolitana do Recife............................................................

137

Quadro 13 – Histórico de pH dos mananciais que compõem o Sistema

Botafogo.................................................................................

138

Quadro 14 – Comparação entre as características fisiográficas das bacias

hidrográficas dos Rios Catucá e Duas Unas, evidenciando

características físicas semelhantes..........................................

146

xix

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Concentrações globais de alguns Gases do Efeito Estufa

gerados por atividades humanas...............................................

48

Tabela 02 – Equações alométricas e respectivos r² ajustados (quando

informados) utilizadas nos cálculos de biomassa vegetal acima

do solo (BVA) e biomassa vegetal das raízes (BVR) no

levantamento realizado nas ilhas da região de Porto Rico, PR,

Brasil. ρ = densidade da madeira; DAP= diâmetro a altura do

peito; H=altura........................................................................

53

Tabela 03 – Estimativas da biomassa vegetal de florestas ombrófilas

densas em alguns estados brasileiros......................................

56

Tabela 04 – Relação de aves observadas no CAMPO DE INSTRUÇÃO DO

EXÉRCITO MARECHAL NEWTON CAVALCANTE , localizado

em Paudalho, PE, Brasil, segundo relatos de seus

funcionários, obtidos através de questionários, em 2006-2007..

119

Tabela 05 – Relação de mamíferos observados no CAMPO DE

INSTRUÇÃO DO EXÉRCITO MARECHAL NEWTON

CAVALCANTE , localizado em Paudalho, PE, Brasil, segundo

relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários,

em 2006-2007.............................................................................

120

Tabela 06 – Relação de répteis observadas no CAMPO DE INSTRUÇÃO

DO EXÉRCITO MARECHAL NEWTON CAVALCANTE,

localizado em Paudalho, PE, Brasil, segundo relatos de seus

funcionários, obtidos através de questionários, em 2006-2007..

121

Tabela 07 – Relação de anfíbios observadas no CAMPO DE INSTRUÇÃO

DO EXÉRCITO MARECHAL NEWTON CAVALCANTE,

localizado em Paudalho, PE, Brasil, segundo relatos de seus

funcionários, obtidos através de questionários, em 2006-2007..

121

Tabela 08 – Anfíbios, aves e mamíferos endêmicos e/ou ameaçadas de

extinção encontrados nos remanescentes florestais da Mata

do CIMNC, Pernambuco. Categorias de ameaça: DE =

xx

Declinando; VU = Vulnerável; EP = Em perigo; CR =

Criticamente ameaçado. Distribuição: CEP = Centro de

Endemismo Pernambuco; FAB = Floresta Atlântica Brasileira;

NEO = Região neotropical.......................................................

122

Tabela 09 – Relação de mamíferos observados no 4º BATALHÃO DE

COMUNICAÇÕES DO EXÉRCITO, localizado em Recife, PE,

Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através

de questionários, em 2010......................................................

124

Tabela 10 – Relação de répteis observados no 4º BATALHÃO DE

COMUNICAÇÕES DO EXÉRCITO, localizado em Recife, PE,

Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através

de questionários, em 2010......................................................

124

Tabela 11 – Relação de anfíbios observados no 4º BATALHÃO DE

COMUNICAÇÕES DO EXÉRCITO, localizado em Recife, PE,

Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através

de questionários, em 2010......................................................

125

Tabela 12 – Relação de aves observadas no 4º BATALHÃO DE

COMUNICAÇÕES DO EXÉRCITO, localizado em Recife, PE,

Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através

de questionários, em 2010......................................................

125

Tabela 13 – Relação de mamíferos observados no 14º BATALHÃO DE

INFANTARIA MOTORIZADO, localizado em Jaboatão dos

Guararapes, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários,

obtidos através de questionários, em 2010................................

127

Tabela 14 – Relação de repteis observados no 14º BATALHÃO DE

INFANTARIA MOTORIZADO, localizado em Jaboatão dos

Guararapes, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários,

obtidos através de questionários, em 2010..............................

127

Tabela 15 – Relação de anfíbios observados no 14º BATALHÃO DE

INFANTARIA MOTORIZADO, localizado em Jaboatão dos

Guararapes, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários,

obtidos através de questionários, em 2010..............................

128

Tabela 16 – Relação de aves observados no 14º BATALHÃO DE

INFANTARIA MOTORIZADO, localizado em Jaboatão dos

xxi

Guararapes, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários,

obtidos através de questionários, em 2010...............................

128

Tabela 17 – Relação de mamíferos observados no 7º GRUPO DE

ARTILHARIA DE CAMPANHA, localizado em Olinda, PE,

Brasil, segundo relato de um especialista em biologia que

serve na OM, obtidos através de questionários, em 2012.........

129

Tabela 18 – Relação de répteis observados no 7º GRUPO DE

ARTILHARIA DE CAMPANHA, localizado em Olinda, PE,

Brasil, segundo relato de um especialista em biologia que

serve na OM, obtidos através de questionários, em 2012.........

129

Tabela 19 – Relação de anfíbios observados no 7º GRUPO DE

ARTILHARIA DE CAMPANHA, localizado em Olinda, PE,

Brasil, segundo relato de um especialista em biologia que

serve na OM, obtidos através de questionários, em 2012.........

130

Tabela 20 – Relação de aves observados no 7º GRUPO DE ARTILHARIA

DE CAMPANHA, localizado em Olinda, PE, Brasil, segundo

relato de um especialista em biologia que serve na OM,

obtidos através de questionários, em 2012...............................

130

Tabela 21 – Relação de mamíferos observados no Complexo Militar do

Curado - CMNE, localizado em Recife, PE, Brasil, segundo

relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários,

em 2010.................................................................................

134

Tabela 22 – Relação de répteis observados no Complexo Militar do Curado

- CMNE, localizado em Recife, PE, Brasil, segundo relatos de

seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2010..

134

Tabela 23 – Relação de anfíbios observados no Complexo Militar do

Curado - CMNE, localizado em Recife, PE, Brasil, segundo

relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários,

em 2010.................................................................................

134

Tabela 24 – Relação de aves observadas no Complexo Militar do Curado

– CMNE, localizado em Recife, PE, Brasil, segundo relatos de

seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2010..

135

Tabela 25 – Dados informativos sobre as áreas objetos de estudo.............. 153

Tabela 26 – Condição ambiental, indicada pelo Índice de Área Foliar, de

xxii

fragmentos florestais sob a tutela do Exército Brasileiro na

Região Metropolitana do Recife – PE......................................

156

23

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1.1 Motivação, relevância e escolha do tema

A presente pesquisa tem como tema uma análise dos serviços

ambientais desempenhados por áreas de florestas sob a tutela do Exército

Brasileiro, localizadas na Região Metropolitana do Recife - Pernambuco -

Brasil.

No século XVI o bioma Mata Atlântica cobria grande parte da faixa

litorânea do território brasileiro, indo do Rio Grande do Sul até o estado do Rio

Grande do Norte, possuindo ainda encraves interioranos nos estados de Minas

Gerais, Ceará e Piauí. Devastada no decorrer dos séculos, estima-se que

restem apenas 7,6% da área original, representando cerca de 290 mil

quilômetros quadrados do território nacional (MELO, 2006).

A Lei 11.428 de 22 de dezembro de 2006, conhecida como a Lei da

Mata Atlântica, considera como integrantes deste bioma as seguintes

formações florestais nativas e ecossistemas associados: Floresta Ombrófila

Densa; Floresta Ombrófila Mista, também denominada de Mata de Araucárias;

Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta

Estacional Decidual, bem como os manguezais, as vegetações de restingas, os

campos de altitude, os brejos interioranos e os encraves florestais do Nordeste.

A Mata Atlântica é considerada um hot-spot em termos de

biodiversidade e de endemismo (MYERS et al., 2000). Nas últimas três

décadas, muitos estudos foram conduzidos na floresta atlântica, a maioria

relativa à diversidade de sua fauna, entretanto, há relativamente pouca

informação disponível sobre a sua estrutura e funcionamento desse bioma

(VIEIRA, 2008).

Responsáveis pela geração de diversos serviços ambientais, as áreas

de floresta sob a tutela do Exército Brasileiro da Região Metropolitana do

Recife caracterizam-se por serem predominantemente da formação Ombrófila

24

Densa em estágio inicial de sucessão1, sendo esta, também a mais comum no

Estado de Pernambuco.

Os remanescentes florestais em áreas metropolitanas assumem

relevância maior, uma vez que se encontram sob potencial ou real pressão de

urbanização, como abertura de estradas, implantação de parques industriais,

criação de novos loteamentos, construção de conjuntos habitacionais e

ocupação urbana informal, tão típica dos chamados perímetros periurbanos. Os

grandes maciços florestais transformaram-se em bairros residenciais, ou em

raras exceções, em florestas urbanas, como ilhas de vegetação nativa

(BRAGA, 2008.).

Considerada a sexta maior região metropolitana do Brasil, a RMR

apresenta os problemas clássicos comuns aos adensamentos populacionais.

Elevado consumo de água e conseqüente crescente produção de esgoto e lixo,

exigindo, assim, uma grande produção dos mananciais. No entanto, o que se

observa como regra nas cidades é a ocupação desordenada, o desmatamento

e a poluição que ocasiona o esgotamento destes mananciais hídricos

essenciais para a existência das cidades (MELO, 2006).

A RMR possui 2.768,95 km² de área, deste total apenas 8% é

representada por uma cobertura vegetal de remanescente de Mata Atlântica,

ou seja, 222,96 km² (CPRH, 2006). Nesta mesma região, as áreas

pertencentes ao Exército Brasileiro com cobertura vegetal de Mata Atlântica

representam 76 km², correspondendo a 29% do total de área com cobertura

remanescente deste bioma em toda RMR. Logo, quase um terço das áreas

remanescentes de Mata Atlântica da RMR está tutelado ao Exército Brasileiro.

Ainda com relação à cobertura vegetal da RMR, a mesma se encontra

fragmentada e em diferentes estados de degradação ou de recomposição. A

Lei Estadual Nº 9.989/87, cuja finalidade principal é a proteção do sistema

hidrográfico, do solo, da fauna e da flora existente, define 40 áreas como

reservas ecológicas, dentre elas estão as matas do Curado e a de Miritiba

(PERNAMBUCO, 1987), ambas localizadas nos limites de Organizações

Militares do Exército. Sendo, estas, as únicas que não sofrem pressões do uso

1 Ocupa regiões de clima quente, úmido e fortemente chuvoso, com média de 25°C, não mais

de 60 dias secos por ano e pelo menos 2500 mm anuais de precipitação pluviométrica. Suas árvores chegam a atingir de 20 a 30 m de altura e, em alguns casos, a 40 m, com 4 m de diâmetro de tronco.

25

do solo oriundas do seu entorno, tais como: ocupação urbana, cana-de-açúcar,

culturas de subsistência e pecuária.

A RMR possui um vasto histórico de problemas com inundações.

Entretanto, fruto da construção de alguns reservatórios, vários rios tiveram

suas vazões regularizadas e diminuídas, como é o caso do Rio Capibaribe, no

qual foram realizadas medidas estruturais2: construção de reservatórios e

controle da cobertura vegetal. Por se tratar de uma área eminentemente

urbana, a RMR possui a maior parte de sua superfície impermeabilizada. Em

conseqüência disso, os eventos de inundação ocorrem com certa freqüência.

O abastecimento de água da RMR, como em todo estado de

Pernambuco, é realizado pela COMPESA, empresa responsável pela captação

e tratamento da água no estado. A COMPESA possui um sistema composto

por reservatórios e poços localizado em todas as regiões do estado. Destaca-

se aqui, o reservatório de Botafogo, integrante do sistema Botafogo,

responsável por 17% do abastecimento da água da Zona Norte da RMR. Este

reservatório, criado em 1986, foi formado pelo represamento do Riacho Catucá,

o qual possui sua bacia totalmente localizada no interior do Campo de

Instrução Marechal Newton Cavalcante, unidade militar cuja destinação é servir

de campo de treinamento para as tropas do Exército.

É importante observar que Pernambuco é um dos estados da federação

que possui um dos menores índices de disponibilidade hídrica (BARTH, 1999).

Por se tratarem de áreas militares e possuírem regras muito rígidas para

a circulação de pessoas civis no seu interior, a comunidade científica tem

obtido pouco acesso a atividades de pesquisa no seu interior. Contudo, é

possível encontrar alguns trabalhos acadêmicos que estudam a fauna e flora

destas áreas. Quanto a esta restrição à movimentação de Apesar das

características restritivas à movimentação de pessoas estranhas ao meio

militar, Ramos (2004), em pesquisa que trata do desempenho ambiental do

Setor Público de Defesa Português, vê neste aspecto os seguintes ponto

positivo para o desenvolvimento de atividades científicas no seu interior:

• As áreas militares são as unidades territoriais de tutela estatal com as

maiores dimensões;

2 Medidas estruturais são obras de engenharia implementadas para reduzir o risco de

enchentes.

26

• A distribuição das instalações militares em todo território nacional;

• A elevada diversidade de atividades e instalações com potenciais de impactos

ambientais;

• As Organizações Militares encontram-se inseridas em diferentes tipos de

ambientes (rurais, costeiros, urbanos, industriais e mistos), incluindo áreas

protegidas ou de especial sensibilidade ambiental;

• O setor de Defesa não tem recebido atenção específica nas orientações e

avaliações da integração ambiental nos diferentes setores de atividades, seja

no território português e em toda a Europa;

• Ausência de literatura sobre perfil ambiental do setor de defesa;

• O interesse demonstrado pelas instituições do setor de defesa.

A abrangência nacional do Exército possibilita ao mesmo possuir sob

sua responsabilidade grandes áreas territoriais3, as quais são encontradas em

todos os biomas brasileiros.

A grande maioria das 640 OM do Exército está localizada nas regiões

Sul e Sudeste, entretanto, o estado de Pernambuco desponta como a 3ª maior

concentração de quartéis do Brasil, sendo composta por uma Brigada de

Infantaria Motorizada, comandos de Divisão de Exército e de Região Militar,

além do Comando Militar do Nordeste.

Estas OM estão instaladas em quartéis dos mais variados tipos, tais

como: escolas de formação e aperfeiçoamento, bibliotecas, diretorias de

órgãos setoriais, depósitos de suprimento, OM operacionais (Unidades de

Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia, Comunicações, Intendência e

Material Bélico), hospitais, dentre outros.

No total, o Exército Brasileiro possui sob sua responsabilidade direta

cerca de 22.352km² do território nacional (SANTOS, 2005), uma área superior

ao estado de Sergipe e a países como Israel e El Salvador.

As estruturas e dimensões dos aquartelamentos dependem diretamente

das funções a que se destinam, variando desde pequenas instalações

edificadas a áreas com alguns milhares de hectares, como é o caso dos

3 Esta abrangência é necessária, pois viabiliza o mesmo a cumprir as funções de garantir os

poderes constitucionais, defesa da pátria e garantia da lei e da ordem por iniciativa de algum dos poderes.

27

Campos de Instrução. As OM alvos desta pesquisa possuem área que vão de

43,53 ha a 7.325 ha.

1.2 Estrutura da Tese

A presente Tese está organizada em oito Capítulos e um Apêndice com

o roteiro de entrevista aplicado. Os resultados e as respectivas metodologias

utilizadas na investigação são apresentados nos capítulos 4 ao 7, ao final deles

também é apresentada uma conclusão parcial.

a) Capítulo 1 – Introdução: foi apresentada a relevância e a motivação

para a escolha do tema. Em seguida foram descritas as hipóteses e os

objetivos geral e específicos da pesquisa.

b) Capítulo 2 – Referencial Teórico: neste capítulo procurou-se abordar

os marcos teóricos relacionados com a pesquisa. Balizando-se nos

seguintes temas: aspectos da hidrologia florestal, conservação da

biodiversidade, mudanças climáticas e sequestro de carbono e por fim

foram abordados os serviços ambientais.

c) Capítulo 3 – Caracterização das áreas de estudo: as cinco áreas de

estudo foram caracterizadas quanto à localização, dimensão, relevo,

clima e hidrografia.

d) Capítulo 4 – Serviços Ambientais: são apresentados os serviços

ambientais climáticos gerados nas áreas de estudo baseados em dados

de Temperatura de Superfície e no Enhanced Vegetation Index. É

apresentado também o comportamento da Umidade Relativa do Ar,

além dos serviços de manutenção dos estoques e absorção de carbono,

da manutenção e regeneração da biodiversidade e da recarga de

mananciais.

e) Capítulo 5 – Evolução da condição ambiental das áreas de florestas

tuteladas ao Exército: é apresentado um panorama dos usos e

ocupação do solo das áreas estudadas e em seguida analisada a

condição ambiental da área estudada, baseando-se em comparação de

fotografias e no Índice de Área Foliar.

f) Capítulo 6 - Aspectos legais das áreas de estudo: neste capítulo

foram abordadas as normas ambientais gerais e do Exército, focando-se

28

nas áreas de estudo e na incompatibilidade de alguns preceitos legais

com as atividades de treinamento militar.

g) Capítulo 7 – Projeção de Cenários: com o objetivo de projetar, para os

próximos 20 anos, a situação ambiental dessas áreas, identificou-se os

usos atuais, usos pretendidos e os conflitos que perpassam por estas

áreas. Posteriormente, no processo de elaboração dos cenários futuros

para os diversos objetos de estudo, foram definidas duas modalidades

de projeções, uma inercial e outra induzida.

h) Capítulo 8 – Considerações Finais: neste capítulo procurou-se

evidenciar as principais contribuições do estudo e apresentação de

sugestões.

1.3. Hipóteses e objetivos da pesquisa

1.3.1 Hipóteses

- O Exército Brasileiro desenvolve diversas atividades de instrução e

treinamentos em áreas com cobertura florestal. Estas atividades, aliadas às

restrições impostas pela administração militar, contribuíram para a regeneração

dos ecossistemas locais.

- As áreas de floresta sob a tutela do Exército Brasileiro localizadas na Região

Metropolitana do Recife geram diversos serviços ambientais de interesse do

Estado e da sociedade metropolitana e de importância ecológica mais ampla.

- A inexistência de normas ambientais que categorizem as especificidades das

áreas militares podem induzir a direcionamentos de usos incompatíveis com as

atividades militares.

29

1.3.2 Objetivos

1.3.2.1 Objetivo Geral

Identificar, caracterizar e analisar os serviços ambientais gerados por

áreas de florestas sob a tutela do Exército Brasileiro, avaliando o papel das

mesmas para o sistema ecológico metropolitano do Recife.

1.3.2.2 Objetivos Específicos

• Identificar a evolução da condição ambiental das áreas de floresta desde o

período de implantação das OM até os dias atuais.

• Projetar, para os próximos 30 anos, a situação ambiental dessas áreas,

considerando um cenário inercial e um cenário induzido.

• Identificar o papel das áreas de florestas nos aspectos climáticos, absorção e

manutenção dos estoques de carbono, manutenção/regeneração da

biodiversidade e de proteção e recarga dos mananciais nas áreas onde o

Exército Brasileiro é tutor.

• Compreender a importância ambiental e hídrica das áreas para a população

humana residente na Região Metropolitana do Recife.

• Propor soluções de compatibilidade das áreas com o interesse social e

ambiental e um enquadramento legal que defina as áreas de florestas tuteladas

ao Exército.

30

CAPÍTULO 2

REFERENCIAL TEÓRICO

A presente pesquisa terá sua fundamentação balizada pelos seguintes

temas: aspectos da hidrologia florestal, conservação da biodiversidade,

mudanças climáticas e sequestro de carbono e por fim foram abordados os

serviços ambientais ou ecossistêmicos.

2.1 Aspectos da Hidrologia Florestal

Segundo o U.S FEDERAL COUNCIL FOR SCIENCE END

TECHNOLOGY, hidrologia é ciência que trata da água da Terra, sua

ocorrência, circulação e distribuição, suas propriedades físicas e químicas, e

sua reação com o meio ambiente, incluindo sua relação com as formas vivas

(TUCCI et al., 2007).

Já a hidrologia florestal é o ramo da hidrologia que trata das relações

floresta-água, ou seja, trata dos efeitos da floresta sobre o ciclo da água,

incluindo os efeitos sobre a erosão e a qualidade da água nas bacias

hidrográficas (LIMA, 2008).

O crescimento populacional nos grandes centros urbanos é

caracterizado pela demanda por espaço, necessárias à construção de

moradias, à instalação de infra-estrutura e a espaços destinados para produção

industrial e agrícola. Esta demanda implica, na maioria dos casos, na

necessidade de supressão de vegetação, alteração no uso do solo e

consequentemente em alterações no meio físico, particularmente sobre o ciclo

hidrológico e o clima.

Neste tópico será abordada a dinâmica hidrológica na floresta, pois

pretende-se identificar conceitos e as relações de alguns fenômenos

hidrológicos que têm relação direta ou indireta com a cobertura vegetal.

2.1.1 Ciclo Hidrológico

O ciclo hidrológico é um fenômeno global de circulação fechada de água

entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela

31

energia solar e associado à gravidade e à rotação terrestre (TUCCI et al.,

2007).

Pode-se descrever o ciclo hidrológico tomando como ponto de partida a

água em suspensão na atmosfera que, sob determinadas condições

meteorológicas, condensa-se, formando microgotículas de água que se

mantêm suspensas no ar devido à turbulência natural. As microgotículas se

aglutinam ao redor de núcleos de condensação (poeira e gelo) e devido à ação

da gravidade precipitam. Durante a precipitação, parte da água sofre uma

evaporação e parte atinge a superfície terrestre. Ao atingir a superfície da

Terra, parte da água é interceptada4 pela vegetação e por outros obstáculos e

parte atinge o solo.

A água que é interceptada pode passar por um processo de evaporação

ou reprecipitação atingindo o solo e as superfícies líquidas, a parcela de água

ao atingir o solo pode seguir os seguintes caminhos: infiltrar e posteriormente

passar por um estágio de percolação, escoar superficialmente ou escoar sub-

superficialmente. Após esta fase do ciclo, a maior parte da água encontra

novamente a superfície terrestre e estabiliza-se em formas de rios e lagos.

Segundo Dunne e Leopold (1978), os principais processos hidrológicos

que compõem o deflúvio são: o escoamento superficial Hortoniano, que é

constituído pela fração da chuva que não se infiltra no solo, escoando

laminarmente pelas porções impermeáveis do terreno; o escoamento

subsuperficial próximo à superfície, que também é chamado de interfluxo e

constitui a fração da chuva que, após a infiltração no solo, escoa lateralmente

através dos horizontes superficiais na direção da declividade; o escoamento

superficial nas zonas saturadas que é composto pela precipitação direta nas

áreas saturadas e pela água infiltrada que retorna para a superfície próxima ao

canal, chamado de fluxo de retorno e o escoamento subterrâneo ou

escoamento de base, constituído pelo escoamento da zona de saturação após

uma chuva. Vale salientar que depois que todo escoamento direto já tenha

deixado a bacia, o escoamento de base é o único componente do deflúvio.

Devido à ação de fenômenos naturais como o vento e ao calor gerado

pelo sol, a água encontrada na superfície do solo na superfície líquida da terra,

4 A interceptação é a retenção de parte da precipitação acima da superfície do solo (BLAKE, 1975) apud

(TUCCI et al., 2007).

32

passa pelo processo de evaporação, formando microgotículas na atmosfera e

fechando o ciclo hidrológico.

Pode-se observar na Figura 01 uma ilustração do ciclo hidrológico.

Nesta figura também é representada a transpiração que é um fenômeno em

que os corpos vivos eliminam para a atmosfera a água absorvida nos seus

processos vitais.

2.1.2 Balanço Hídrico

Pereira et al. (1997) definem balanço hídrico como um sistema contábil

de monitoramento de água no solo e resulta da aplicação do princípio de

conservação de massa para a água num volume de solo vegetado. Nas bacias

hidrográficas o balanço hídrico é expresso em medidas lineares de uma coluna

uniforme de água relacionados aos ganhos (precipitação) e às perdas

(evapotranspiração e escoamento) (HEWLETT,1982). Esta equação assume a

seguinte configuração:

P = Q + Et (Eq.1)

Onde:

P = Precipitação; Q = Vazão; Et = Evapotranspiração, em unidades de volume

ou lineares.

No caso dos reservatórios, este conceito teórico pode ser expresso por

uma equação que nos possibilita determinar a razão entre a variação de

Figura 01 – Ciclo Hidrológico

Fonte: (TUCCI et al., 2007)

33

volume do reservatório “dV” em um determinado intervalo de tempo “dt” como

sendo o somatório das entradas (vazão de entrada “I” e a precipitação

multiplicada pela área do reservatório “P.A”) menos as saídas (vazão de saída

do reservatório “Q” e a evaporação multiplicada pela área do reservatório

“E0.A”), expressa pela equação (Eq.2):

dV/dt = I + P.A – (E0.A + Q) (Eq.2)

Linhares (2006) conceitua resposta hidrológica como sendo a produção

de água de uma bacia, expressa como uma variável adimensional, obtida pela

razão entre total de vazão e total de precipitação em um período.

2.1.3 Caracterização Hidrológica

Tucci et al. (2007) definem bacia hidrográfica como sendo um conjunto

de superfícies vertentes e de uma rede de drenagem formada por cursos de

água que confluem até resultar em um leito único de exutório.

Microbacia é conceituada por Moldan & Cerny (1994) como sendo uma

unidade de paisagem mais básica para estudar os processos hidrológicos por

causa da sua homogeneidade.

Para Walling (1980) a microbacia pode de ser definida como a menor

unidade da paisagem para os estudos dos processos hidrológicos.

Os sistemas fluviais representam o escoamento resultante da drenagem

de bacias hidrográficas, que por sua vez é formado pelo escoamento

superficial, infiltração para os lençóis subterrâneos e da água subterrânea para

os rios.

A compreensão dos fenômenos hidrológicos possibilita a realização de

análises e questionamentos sobre as relações existentes entre as florestas e

os recursos hídricos. Todavia, os fundamentos para esta compreensão

encontram-se nos dados fisiográficos de uma bacia, que são aqueles que

podem ser extraídos de mapas, fotografias aéreas e imagens de satélite.

Dentre os principais dados fisiográficos de uma bacia estão: a área da

bacia, comprimentos, índice de drenagem e declividade, medidas diretamente

ou expressas por índices (TUCCI et al., 2007).

34

A área da bacia é um dado básico que possibilita determinar a

potencialidade hídrica da bacia hidrográfica, de tal forma que, ao se multiplicar

sua área pela lâmina de chuva precipitada pode-ser definir o volume de água

recebido pela bacia.

Ainda como dados fisiográficos, podem ser citados Horton (1945) e

Strahler (1957) apud Tucci et al. (2007) que formularam critérios para o

ordenamento dos canais da rede de drenagem de uma bacia hidrográfica. Este

ordenamento é um dado utilizado na determinação dos índices de drenagem

de uma bacia.

Outro índice que pode ser determinado é o de densidade de drenagem.

O mesmo é definido por DD=L/A, onde “DD” é a densidade de drenagem, “L” o

somatório de todos os comprimentos da rede e “A” é a área da bacia (TUCCI et

al., 2007).

2.1.4 Floresta e Água

Linhares (2006) apresenta uma investigação a qual objetivou avaliar o

impacto do desflorestamento ao longo de 23 anos na Bacia do Rio Ji-Paraná.

Dentre os resultados apresentados destaca-se o fato da área de estudo sofrer,

em função das alterações da cobertura florestal, mudanças na resposta

hidrológica e nas taxas de incremento de deflúvio. Linhares (2006) conclui,

também, que a associação encontrada entre as taxas anuais de

desflorestamento e as flutuações interanuais da resposta hidrológica e da taxa

de incremento de deflúvio indicam que a remoção da floresta gera uma

resposta rápida em termos de escoamento superficial devido à diminuição dos

processos de interceptação e de infiltração. Alem disso não foram observadas

quaisquer tendências nas séries temporais anuais de dados hidrológicos

(precipitação). O autor conclui, ainda, que o não foram observados dados que

indicassem mudanças climáticas em função do desflorestamento.

Já em outro experimento realizado na década de 1940 no Estado do

Tennessee, Estados Unidos, em uma floresta de 2.800ha que havia sido

destruída para exploração de minério de cobre, foram realizadas medições

onde se observou que a precipitação em uma área que não havia sido

devastada era 25% maior que na área devastada (HURSH, 1948).

35

Lima (2008) relata as constatações observadas por (HURSH, 1948),

admitindo o indiscutível efeito das florestas na precipitação local, fazendo

referência ao fato de que quando uma nuvem (neblina) penetra numa floresta,

gotículas de água são depositadas na folhagem, as quais se acumulam e

gotejam para o solo. Esta captação física de gotículas de água da neblina pode

contribuir significativamente para o balanço hídrico local.

A existência de áreas verdes influencia diretamente diversos fenômenos

hidrológicos, como é o caso da interceptação. Este processo interfere no

balanço hídrico da bacia hidrográfica, funcionando como um reservatório que

armazena uma parcela da precipitação para consumo (TUCCI et al., 2007). A

interceptação das precipitações nas áreas de cobertura vegetal possibilita uma

regularização das vazões de cursos d’água, pois o volume retido é devolvido à

atmosfera pela evaporação. Wigham (1970, apud Tucci, 2007) afirma que em

regiões úmidas e com floresta, a interceptação anual pode chegar a 250 mm.

Conforme o tipo de floresta, esta redução pode chegar a cerca de 25% da

precipitação anual (LIMA, 2008).

Lima (2008) comenta ainda o fato de existirem poucos trabalhos que

analisem o fenômeno da interceptação em florestas tropicais, e faz referência a

uma pesquisa realizada na Malásia a qual sugere 50% de perdas por

interceptação em florestas tropicais naquele país.

Pelo fato do solo florestal apresentar, normalmente, boas condições de

infiltração, as áreas florestadas constituem importantes fontes de

abastecimento de água para os aqüíferos (LIMA, 2008). Contudo, vale salientar

que o mesmo autor cita diversos trabalhos que indicam um rebaixamento do

lençol freático provocado pela cobertura vegetal:

Em locais onde o lençol freático é superficial (zona ripária,

planícies costeiras, áreas alagadiças etc.) a cobertura florestal

provoca, pela evapotranspiração, um rebaixamento do lençol

freático. Nestas mesmas áreas, o corte da floresta pode,

frequentemente, resultar na subida do lençol freático

(HEWLETT & NUTTER, 1969; WILDE et al.,1953;

TROUSDELL & HOOVER, 1955; ADAMS et al., 1972; URIE,

1971; BIRYUKOV, 1968 apud LIMA, 2008).

36

A existência de serrapilheira5 (piso florestal) constitui-se em uma das

principais condições para a manutenção da infiltração. Trimble & Weitzman,

(1954 apud Lima, 2008) mostraram que a intensidade da chuva registrada sob

floresta de latifoliadas mistas é muito similar à intensidade da chuva registrada

em terreno aberto. Desta forma, o efeito de proteção do solo contra o impacto

das gotas de chuva é fornecido mais pelo piso florestal do que pelas copas das

árvores.

Laws (1941) mostrou que as gotas de chuva atingem 95% de sua

velocidade terminal após caírem de cerca de 8 metros de altura. Desta forma,

se as copas das árvores ultrapassarem esta altura, o efeito protetor da

cobertura florestal sobre a velocidade de queda das gotas é mínimo. O piso

florestal termina por ter influência primordial quanto à compactação do solo por

gotas d’água.

Sob condições de cobertura de floresta natural não explorada, a taxa de

infiltração é normalmente mantida em seu máximo. De fato, nestas condições

raramente ocorre a formação de escoamento superficial, a não ser em locais

afetados pelas atividades relacionadas com a exploração da floresta (PIERCE,

1967 apud LIMA, 2008)

Outros fenômenos como a velocidade de escoamento superficial e sub-

superficial6, regularização do clima e da umidade também são influenciados

diretamente pelas florestas.

Quanto ao aumento da vazão de uma bacia hidrográfica, Mosca (2003)

afirma que a importância da floresta no balanço hídrico não está ligada ao

aumento da água no solo, ou da precipitação, mas ao efeito regulador que as

florestas exercem sobre este balanço.

Segundo a Teoria de Horton, o escoamento direto é basicamente

produzido pelo escoamento superficial que ocorre toda vez que a intensidade

da chuva excede a capacidade de infiltração do solo, e que toda a água da

chuva que se infiltra no terreno alimenta o lençol freático, para depois deixar a

microbacia na forma de escoamento base (TUCCI et al., 2007). Contudo, o

5 Serrapihleira ou litter consiste de restos de vegetação, como folhas, ramos, caules e cascas de frutos em diferentes estágios de decomposição, bem como de animais, que forma uma camada ou cobertura sobre o

solo de uma floresta. 6 O escoamento superficial é o que ocorre sobre a superfície do solo e o escoamento sub-superficial se dá

junto às raízes da cobertura vegetal.

37

modelo hortoniano não funciona muito bem em regiões muito úmidas com

grande cobertura vegetal, como é o caso das nossas áreas de estudo. Pois em

áreas com cobertura vegetal como a da Mata Atlântica este escoamento

apresenta valores muito baixos em relação à precipitação: entre 0,5% e 0,75%

(GROPPO, 2010), até 1% (CHECCHIA, 2003) e 0,6% (RANZINI et al, 2004).

Este modelo apresenta melhores resultado em regiões semi-áridas

(CHORLEY, 1978 apud LIMA, 1998).

Costenaro et al. (2009) em pesquisa que trata da capacidade de

infiltração de água no solo de um fragmento de Mata Atlântica, determinaram

as relações de infiltração em solos com diferentes usos e estágios de

regeneração. O autor obteve os valores de velocidade de infiltração de

790,7mm/h, 1171,5mm/h e 208,1mm/h nos solos dos ecossistemas em estádio

inicial de regeneração, em estádio avançado de regeneração e trilha de acesso

aos seus experimentos respectivamente. Costenaro et al. (2009) identificaram

ainda que no ecossistema Mata Atlântica em estágio de regeneração inicial,

ocorreu uma redução da capacidade de infiltração média em cerca de 32,5%

se comparada ao ecossistema mata em estágio avançado de regeneração. Já

a infiltração na trilha no interior da mata correspondeu a uma redução de 82,2%

em relação à da mata em estágio avançado de regeneração .

Monteiro (2000) cita os valores da taxa de infiltração anual na RMR em

trabalho que trata da modelagem dos fluxos subterrâneos nos aqüíferos da

planície do Recife, os quais podem ser observados na Figura 02.

38

Em outra pesquisa realizada no em um fragmento de Mata Atlântica no

estado de São Paulo, Fujieda et al. (1997) constataram que aproximadamente

18% da precipitação anual era interceptada pela mata e retornava diretamente

para a atmosfera.

Linsley et al (1949) apud Tucci et al. (2007) mencionam que as perdas

por interceptação vegetal podem chegar a 25% da precipitação anual.

Figura 02 – Valores da Taxa de Infiltração Anual (mm) na Região Metropolitana do Recife.

Fonte: (MONTEIRO, 2000)

39

Groppo (2010) identificou em pesquisa realizada em trecho da Serra do

Mar, no estado de São Paulo, que a interceptação nas árvores na Mata

Atlântica registrava valores médios de 32,5% da precipitação anual.

2.1.5 Floresta como Reguladora de Vazão

A capacidade que as florestas têm em regularizar a vazão de rios sob

sua área de influência é correntemente aceita por vários autores (MELO, 2007),

(LINHARES, 2006), (BORGES, 2005), (LIMA, 2008) e (ANTONIAZZI, 2008).

Esta regularização, observada do ponto de vista da manutenção dos níveis de

deflúvio em períodos de pouca precipitação, possibilita uma maior

disponibilidade em períodos críticos de falta de chuva. Além disso, reduz o

risco de picos de vazão que geram enchentes. Pois a água interceptada pelas

copas das árvores dominantes e da serrapilheira existente na superfície retém

grande volume de água, a qual é liberada lentamente para riachos, rios, e

lagos, permitindo um abastecimento regular dos mesmos (SCHUMACHER e

HOPPE, 1998)

Maia (1992) indica como ponto forte da interceptação realizada pela

cobertura vegetal e pela sarrapilheira, a proteção do solo contra o impacto da

chuva, o que se traduz em menor risco de erosão e, conseqüentemente,

minimização dos problemas de assoreamento e qualidade dos cursos d’água.

Da mesma forma, Vallejo (1982) comenta que a presença do litter impede a

compactação superficial do solo e a ruptura dos agregados, que por sua vez

ocasiona a liberação de partículas finas. Estas partículas estariam sujeitas ao

transporte superficial e também à formação de lacres dificultando o processo

de infiltração.

A ação do litter relaciona-se também à retenção e armazenamento de

importantes parcelas de água que ultrapassam os estratos florestais

superiores. A literatura tem apresentado diversos valores de retenção obtidos

em várias regiões no mundo as quais dependem do tipo de material depositado

no solo (VALLEJO, 1982)

Como visto anteriormente, a resposta hidrológica de uma bacia sofre

influência direta da cobertura vegetal da mesma. Contudo, o mesmo não ocorre

com os volumes de água do deflúvio, pois, como constata Linhares (2006), a

resposta hidrológica é em geral controlada principalmente pela geologia e

40

menos pelo uso da terra, em especial nas grandes bacias. De fato, o

desflorestamento não afeta as médias pluviométricas e fluviométricas anuais,

entretanto, o comportamento da resposta hidrológica parece ser comandado

pelo uso da terra.

Por fim, Bruijnzeel (1996) em reflexões sobre os impactos hidrológicos

das transformações de uso e cobertura da terra, concluiu ser difícil estabelecer

a existência de tendências de precipitação e ainda mais difícil ou quase

impossível determinar causa e efeito entre desflorestamento e alterações nos

padrões de chuva.

41

2.2 Conservação da Biodiversidade

A conservação da biodiversidade representa um dos maiores desafios

do homem moderno. Os principais motivos deste problema são os elevados

níveis de perturbações antrópicas dos ecossistemas naturais (VIANA &

PINHEIRO, 1998). A Mata Atlântica destaca-se como um dos biomas

brasileiros mais vulneráveis a estas transformações, pois a maior parte dos

remanescentes florestais, especialmente os localizados em paisagens

intensamente cultivadas, encontra-se na forma de pequenos fragmentos,

altamente perturbados, isolados, pouco conhecidos e pouco protegidos.

Ratificando os compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção

Sobre Diversidade Biológica7 (CDB), em 2002, foi instituída por decreto a

Política Nacional da Biodiversidade. Os princípios desta política são

basicamente aqueles estabelecidos na convenção, dos quais se destaca que a

gestão dos ecossistemas deve buscar o equilíbrio apropriado entre a

conservação e a utilização sustentável da biodiversidade.

Dentre os componentes da Política Nacional da Biodiversidade, merece

destaque o que trata da conservação da biodiversidade. O seu objetivo é

promover a conservação, in situ e ex situ, dos componentes da biodiversidade,

incluindo variabilidade genética, de espécies e de ecossistemas, bem como

dos serviços ambientais mantidos pela biodiversidade.

Tabarelli (2010) comenta que ao longo de sua história evolutiva, a

biodiversidade tropical conseguiu sobreviver e diversificar-se em resposta aos

acontecimentos do passado, entretanto, agora este desafio persiste totalmente

imerso em um “aquário humano”.

2.2.1 Fragmentação do Bioma Mata Atlântica

A expressão Mata Atlântica foi proposta pela primeira vez em 1884 por .

Wappaeus (1884) para definir a mata costeira perenifólia8 higrófila9, podendo

7 A Convenção sobre Diversidade Biológica - CDB é um dos principais resultados da Conferência das

Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - CNUMAD (Rio 92), realizada no Rio de

Janeiro, em junho de 1992. É um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao meio-

ambiente e funciona como um guarda-chuva legal/político para diversas convenções e acordos ambientais mais específicos. 8 Perenifólia ou sempre-verdes é um tipo florestal que não perde folhas, permanecendo verde durante todo

o ano 9 Florestas higrólilas são aquelas onde o teor de umidade é próximo ao ponto de saturação.

42

está situada sobre serras ou não, por vezes em baixas altitudes e até um

pouco acima do nível do mar.

Estima-se que o bioma Mata Atlântica cobria cerca de 15% da

superfície atual do território brasileiro (LINO, 2003). Com o início da

colonização brasileira, no século XVI, a matriz econômica da época estava

alicerçada pela extração do pau-brasil, uma espécie endêmica deste bioma,

que possuía grande valor e era utilizada como corante e na construção civil.

Este processo de colonização concentrou-se na região costeira do Brasil,

justamente no local onde a Mata Atlântica ocorria na sua origem. Impulsionado

pelo ciclo do café, da cana-de-açúcar e do algodão nos séculos XVII e XVIII, e

posteriormente pelo intenso processo de urbanização e expansão agrícola dos

séculos XIX e XX, a Mata Atlântica foi praticamente devastada (LINO, 2003).

Wright (2010) comenta que ações antrópicas são susceptíveis de alterar

o potencial florestal para o armazenamento de carbono. Neste contexto,

Dantas de Paula et al. (2011) afirma que além do desmatamento outros

distúrbios humanos também podem interromper o armazenamento de carbono,

tais como o colapso da biomassa devido aos efeitos de borda.

Os processos de desflorestamentos sofridos pelo bioma Mata Atlântica

nos últimos séculos, fez com que este bioma se resumisse a fragmentos

florestais espaçados no seu espaço original. Esta fragmentação introduziu uma

série de novos fatores na história evolutiva de populações naturais de plantas e

animais. Essas mudanças afetaram de forma diferenciada os parâmetros

demográficos de mortalidade e natalidade de diferentes espécies e, portanto, a

estrutura e dinâmica de ecossistemas (VIANA & PINHEIRO, 1988). Com o

mesmo entendimento, Murcia (1995) e Amaral (2007) comentam também que o

processo de fragmentação gera uma série de conseqüências negativas,

alterando a estrutura da paisagem, interferindo na dinâmica de populações,

alterando riscos de extinção e aumentando o grau de isolamento entre

populações.

Logo, o aumento da área de contato das florestas com a matriz

decorrente do isolamento das manchas florestais promove uma alteração no

movimento energético, material e no fluxo de organismos entre tais ambientes

(PACIÊNCIA & PRADO, 2004).

43

Outra abordagem que merece destaque é a que trata do estágio de

recuperação das matas. Primeiramente, cabe definir que uma mata primária é

aquela que nunca foi substituída por uma lavoura ou por outra cultura. Já em

relação às matas secundárias, Tavares (2006) comenta que a distinção pode

ser constatada pela ausência de certas espécies umbrófilas10, ocorrência de

heliófilas11, pela ausência ou reduzido número de orquídeas, pteridófitas,

acácias, dentre outras ervas componentes da Mata Atlântica.

As florestas secundárias passam por estágios de regeneração. O

primeiro deles é o de Capoeirinha caracterizado por durar aproximadamente 6

anos a contar da supressão da mata primária, pela altura média das árvores

não ultrapassar mais de 4 m e diâmetro ser inferior a 8 cm (FUNDAÇÃO SOS

MATA ATLÂNTICA, 1998).

A Capoeira é considerada o estágio médio de regeneração e vai dos 6

aos 15 anos, a altura médias das árvores é de 12 m e o diâmetro de 15 cm

(FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, 1998).

Por fim, o capoeirão que se inicia geralmente depois dos 15 anos,

podendo levar de 60 a 200 anos para alcançar novamente o estágio

semelhante à floresta primária (FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA, 1998).

2.2.2 Efeito de Borda

As áreas mais externas de um fragmento que estão em contato com

ambientes não florestais são denominadas bordas. Estas áreas, por

apresentarem uma maior exposição antrópica, caracterizam-se por

apresentarem a dinâmica de seus ecossistemas mais vulneráveis às ações

externas. O efeito de borda, juntamente com a caça e a introdução de espécies

exóticas são processos associados à fragmentação (LINHARES, 2006).

Segundo Rodrigues (1993) os efeitos de borda são divididos em dois

tipos: abióticos ou físicos e os biológicos diretos e indiretos. Os efeitos

abióticos envolvem mudanças nos fatores climáticos ambientais, como a

umidade, a radiação solar e o vento. Os efeitos biológicos diretos envolvem

mudanças na abundância e na distribuição de espécies provocadas pelos

10 Umbrófilas são espécies arbóreas adaptadas a lugares sombreados. 11 Heliófilas são espécies arbóreas que suportam bem a luz do sol nas fases jovens do seu

desenvolvimento.

44

fatores abióticos nas proximidades das bordas, como por exemplo, o aumento

da densidade de plantas devido ao aumento da radiação solar.

As formas dos fragmentos florestais interferem diretamente na

intensidade do efeito de borda na floresta. Meunier (1998) propôs um método

para classificar as formas de fragmento o qual sugere uma divisão em “muito

irregulares”, “irregulares” e “regulares”. O método consiste em se determinar

um índice a partir da razão entre a área de um fragmento e a área de um

círculo hipotético com o perímetro do fragmento, assumindo o valor 1,0 no caso

de áreas perfeitamente circulares. Logo, fragmentos com índice < 0,4 são

classificados como “muito irregulares”, entre 0,4 e 0,65, como “irregulares” e

fragmentos com índice > 0,65, como “regulares”.

Quanto aos aspectos da extinção de animais, o Ministério do Meio

Ambiente divulgou em 2003 uma lista com 633 espécies da fauna brasileira

ameaçadas de extinção. Juntamente com o Cerrado, o bioma Mata Atlântica

respondem por 78% das espécies desta lista. A Mata Atlântica em particular,

devido ao alto grau de endemismo e a acentuada devastação e elevado grau

de fragmentação florestal, apresenta o mais elevado número de espécies

ameaçadas (PAGLIA et al , 2004)

Em outro estudo realizado pela União Internacional para a Conservação

da Natureza são apresentados dados dos vertebrados ameaçados de extinção

na Mata Atlântica. Neste estudo faz-se referência a existência de 151 espécies

ameaçadas, das quais 116 são endêmicas deste bioma (IUCN, 2009).

Chama a atenção, ainda, a possibilidade do colapso em potencial da

Mata Atlântica em armazenar carbono, devido à atual configuração da floresta

remanescente, que é amplamente dominada pelo efeito de borda (DANTAS DE

PAULA et al., 2011).

2.2.3 Situação atual da Mata Atlântica no estado de Pernambuco

No início do século XX, 34,14% do estado de Pernambuco era coberto

pelo bioma Mata Atlântica (CAMPOS, 1912). Já no final do mesmo século, esta

área não passava de 4,6% da área original. Uma redução que representa 1,5%

em relação à área de Pernambuco (BRAGA et al., 1993).

Fatores como a topografia suave-ondulada e a proximidade das matas

do litoral favoreceram a ocupação desordenada e a degradação deste

45

ambiente no estado. Lima (1998) comenta que, mesmo após a estruturação de

instrumentos de controle como a Lei Estadual de Reservas Ecológicas, o

desmatamento permanece ocorrendo de forma preocupante. Vale salientar

que, segundo esta lei, as 40 áreas de preservação permanente da RMR foram

definidas como Reservas Ecológicas (PERNAMBUCO, 1987).

A Mata Atlântica pernambucana está distribuída em uma estreita área de

planície costeira de cerca de 12.000 km², que se estende 60 km para o interior

na região sul do estado e 30 km ao norte. A mesma encontra-se totalmente

fragmentada, sendo que os fragmentos raramente alcançam uma extensão

superior a 100 ha (FRANKE et al, 2005).

Trindade et al. (2004) e Ranta et al. (1998) realizaram estudos que

analisaram o grau de fragmentação da Floresta Atlântica no litoral norte e sul

do estado de Pernambuco, respectivamente. Segundo os primeiros autores, a

região norte caracterizou-se por possuir a 156 fragmentos, dos quais 40,4%

com menos 10ha, correspondendo a 2,1% da área total de floresta e 15,4%

dos fragmentos com mais de 100ha, correspondendo a 81,3% da área florestal.

Já ao estudar a região sul do estado Ranta et al.(1998) verificaram que 48%

dos fragmentos são menores que 10 ha e somente 7% deles são maiores que

100 ha.

46

2.3 Mudanças Climáticas e Sequestro de Carbono

2.3.1 Efeito Estufa

O carbono e seus compostos estão presentes em praticamente todas as

partes do planeta. É possível encontrá-lo nos oceanos, nas formações

geológicas, no ar e nos ecossistemas terrestres (biota e solo). Existe uma

grande variedade de compostos de carbono, merecendo destaque o Monóxido

de Carbono (CO), o Dióxido de Carbono (CO2) e diversos Hidrocarbonetos,

como o Metano (CH4). Por meio de reações químicas e fenômenos físicos,

estes compostos circulam no planeta Terra através dos ciclos

biogeoquímicos10. Do total de carbono existente na terra, 99,95% está na forma

inorgânica e 0,05% na forma orgânica, sendo que, deste último, 2/3

permanecem como turfa, gás ou petróleo e 1/3 encontra-se na matéria

orgânica do solo, na água e na biomassa viva (BOINA, 2008).

Os principais reservatórios de carbono são os oceanos (38.000 Pg de

C)11, a atmosfera (730 a 750 Pg de C) e os ecossistemas terrestres, dentre

estes, o solo (1.500 Pg de C), a vegetação (500 a 600 Pg de C) e os

combustíveis fósseis (5.000 Pg de C) (PRENTICE et al., 2001; BRANDY;

WEIL, 1999 apud OLSZEVSKI et al, 2007)

O efeito estufa é um fenômeno natural que possibilita a existência da

vida na Terra. Este efeito deriva da existência de gases na atmosfera que

absorvem parte da radiação eletromagnética emitidas pelo Sol e parte das

radiações refletidas pela Terra. Os Gases do Efeito Estufa (GEE) são

aquecidos por estas radiações e emitem calor tanto para terra como para o

espaço. Sem este fenômeno, acredita-se que a temperatura média da Terra

passaria dos atuais 15º C para - 18º C, ou seja, 33º C mais frio que a atual

temperatura do planeta (XAVIER & KERR, 2002).

Xavier & Kerr (2002) chegaram a esta constatação por meio da teoria da

irradiação e absorção da radiação por corpo negro12 aplicada ao sistema Terra-

Sol.

10 São processos naturais que reciclam elementos em diferentes formas químicas do meio abiótico para os

organismos e vice-versa. 11 1Pg (um pentagrama) equivale a 1015g ou um bilhão de toneladas. 12 Define-se como corpo negro o meio ou substância que absorve toda a radiação incidente sobre ele, independentemente do comprimento de onda, direção de incidência ou estado de polarização.

47

Mitchell (1989) também chegou à mesma conclusão partindo do

pressuposto de que o Sol é parecido com um corpo negro com temperatura de

6.000K, que emite radiação na faixa de 0,2 a 4 μm (incluindo a ultravioleta, as

visíveis e as próximas das ondas infravermelhas) e tendo a Terra um espectro

parecido com um corpo negro com uma temperatura de 300K e emitindo uma

radiação na faixa de 4 a 100 μm. Os autores utilizaram-se das as equações de

potência irradiada por unidade de área para um corpo negro (EB) e a taxa

absorção de radiação solar (EA) onde:

EB = σT4 (Eq. 3)

Na qual σ é a constante de Stefan-Boltzmann e T a temperatura absoluta do corpo.

e

EA = S(1-α)/4 (Eq. 4)

Onde S é a taxa de radiação solar que chega ao topo da atmosfera terrestre, chamada de constante solar; α é a fração de radiação refletida pela superfície e atmosfera terrestres (albedo

13), o fator 1/4 deve-se à distribuição dessa energia sobre a superfície terrestre, pois o

disco da Terra que intercepta a radiação solar tem área π.R². Mas a energia distribui-se pela superfície esférica da Terra (π R²). Portanto, π .R²/4 π. R² =¼.

Mitchell (1989) concluiu que se em equilíbrio supõe-se a igualdade EB =

EA, logo, σT4 = S(1-α)/4. Consequentemente, para σ = 5,67x10-8W/m².K4; T =

255 K; S variando entre 1365 a 1372 Wm-² e α = 0,3, tem-se que caso não

existissem os gases que tornam possível o efeito estufa, a temperatura média

da terra seria em torno de -18ºC.

Ações decorrentes de atividade econômicas e industriais têm provocado

alterações na biosfera, de tal forma que a concentração dos GEE na atmosfera

quase que duplicaram no período de 1750 a 1998 (ROCHA, 2003). A Tabela 01

apresenta os dados comparativos da concentração global dos principais gases

causadores do efeito estufa, destacando-se o dióxido de carbono que, em

pouco mais de 100 anos, passou de uma concentração média global de 280

ppm para 365 ppm. Este aumento também pode ser percebido no metano e no

óxido nitroso, os quais sofreram acréscimos quantitativos basicamente devido à

agricultura.

13 Albedo é uma medida relativa da quantidade de luz refletida, o que ocorre sobre superfícies de maneira

direta ou difusa.

48

Tabela 01 – Concentrações globais de alguns Gases do Efeito Estufa gerados por atividades humanas.

CO2 CH4 N2O

Concentração em 1750 280 ppm 700 ppb 270 ppb

Concentração em 1998 365 ppm 1745 ppb 314 ppb

Taxa de alteraçãoa 1,5 ppm / anob 7,0 ppb/anob 0,8 ppb / ano

Resistência na

Atmosfera (anos)

50 – 200

12

114

Fonte: (ROCHA, 2003)

Legenda:

ppm – Partes por milhão

ppb – Partes por bilhão

a – Calculada durante o período de 1990 e 1999

b – A taxa para CO2 tem flutuado entre 0,9 e 2,8 ppm/ano e para CH4, entre 0

e 13 ppb/ano durante o período de 1990 e 1999.

Além deste acúmulo dos GEE na atmosfera, também foi constatado uma

elevação da concentração de compostos de carbono em outros ecossistemas,

como é o caso do oceano. A absorção de carbono antrópico desde 1750 fez

com que o oceano ficasse mais ácido, com uma redução média do pH de 0,1

unidade. Entretanto, os efeitos da acidificação dos oceanos observada na

biosfera marinha ainda não foram documentados (IPCC, 2009).

Como foi observado anteriormente, o carbono pode ser encontrado

basicamente em duas situações: nos elementos orgânicos e nos inorgânicos.

Em ambos os casos o carbono circula na atmosfera, nos oceanos, na crosta e

no interior terrestre em ciclos denominados lento/geológico e rápido/biológico.

Na Figura 03 estão representados os dois ciclos, o lento que opera na casa de

milhões de anos e o rápido para o qual há estimativas que seja renovado na

atmosfera a cada 20 anos (NASA, 2010).

49

Figura 03: Ciclo do Carbono considerando as atividades antrópicas contemporâneas Fonte: (ODUM, 1985) apud (EMBRAPA, 2010).

2.3.2 Mudanças Climáticas

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) foi

criado 1988 pela Organização Mundial Meteorológica (WMO) e pelo Programa

das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) com o objetivo de estudar e

divulgar abertamente as informações técnicas, socioeconômicas e os impactos

relevantes aos riscos à humanidade, visando criar mecanismos para a

adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas globais, além de

fornecer ao mundo uma visão científica e clara do estado atual das mudanças

climáticas e suas potenciais conseqüências ambientais e sócio-econômicas

(IPCC, 2009).

Em 1990 foi elaborado o primeiro relatório de avaliação pelo IPCC, o

mesmo apresentou dados conclusivos sobre necessidade dos países adotarem

políticas que abordassem as mudanças climáticas e que objetivassem reduzir o

aquecimento global e suas prováveis consequências.

Ciclo lento Ciclo rápido

50

O segundo relatório de avaliação foi elaborado em 1995, o mesmo

forneceu subsídios para a adoção do Protocolo de Kyoto14 em 1997.

Posteriormente, em 2001 foi elaborado um terceiro relatório e em 2007 o

quarto.

O Quarto Relatório de Avaliação das Mudanças Climáticas alerta que,

devido ao aumento da quantidade dos GEE, ocorrerá um aumento médio

global das temperaturas entre 1,8º C e 4,0º C até 2100. O mesmo aponta,

ainda, com mais de 90% de confiabilidade, que a maior parte do aumento da

temperatura observado nos últimos 50 anos foi provocada por atividades

humanas (ÁVILA, 2007).

Outra constatação de que a condição climática global mostra-se

vulnerável às perturbações no efeito estufa, pode ser observada na Figura 04,

onde é possível observar que a temperatura média da Terra subiu 0,6º ao se

comparar os dados obtidos em 1860 com as medições em 2000.

Figura 04. Variação da temperatura média da superfície da Terra desde o ano de 1861 até o ano 2000 Fonte: (IPCC, 2009)

14 Constitui-se no protocolo de um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução

da emissão dos gases que agravam o efeito estufa.

Var

iaçã

o d

a T

emper

atura

ºC

51

2.3.3 Conferência das Partes - COP

Em 1992, durante a Convenção Internacional sobre Meio Ambiente, foi

assinado por mais de 192 países a Convenção-Quadro das Nações Unidas

sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). Esta convenção havia sido sugerida

pelo IPCC alguns anos antes e tinha como objetivo unir países para definir

estratégias técnica e políticas para combater o aquecimento global, cabendo à

comunidade internacional reconhecer as mudanças climáticas como um

problema ambiental real e global, admitindo a importância do papel das

atividades humanas nas mudanças climáticas (UNFCCC, 2010).

Com o objetivo de atingir seus objetivos, a UNFCCC promove encontros

anuais chamados Conferência das Partes (COP), nos quais as nações

participantes discutem questões sobre mudanças climáticas globais.

Durante as COP’s diversos temas relacionados às mudanças climáticas

foram abordados pelos participantes, temas estes que em alguns momentos

tornaram-se propostas e acordos que objetivaram reduzir as causas do

aquecimento global.

Dentre os principais enfoques e resultados obtidos nas COP’s pode-se

destacar o Protocolo de Kyoto e seus Mecanismos de Flexibilização.

A CPO-3, realizada em Kyoto, Japão, em 1997, foi marcada pela adoção

do Protocolo de Kyoto, o qual foi apresentado para a aprovação dos países,

como uma proposta concreta de início do processo de estabilização das

emissões de gases geradores de efeito estufa. O Protocolo dividiu os países

em dois grupos:

Anexo I - países mais industrializados, grandes emissores de CO2; e

Não-Anexo I - países que, para atender às necessidades básicas de

desenvolvimento, precisam aumentar a sua oferta energética e,

potencialmente, suas emissões.

De acordo com o Protocolo de Kyoto, os países do Anexo I ficariam

obrigados a reduzir de 5,2% dos GEE em relação aos níveis de 1990 (ROCHA,

2003).

52

Quanto aos Mecanismos de Flexibilização foram propostos o Comércio

de Emissões e Implementação Conjunta e o Mecanismo de Desenvolvimento

Limpo (MDL). O primeiro é um instrumento pelo qual um país industrializado

pode, inclusive através de operações de compra e venda, contabilizar reduções

realizadas em outro país do Anexo I. O MDL permite que países do Anexo I

financiem projetos de redução ou comprem os volumes de redução de

emissões resultantes de iniciativas desenvolvidas nos países não

industrializados (CEBDS, 2010). Com o mesmo intuito, vários países têm se

manifestado voluntariamente e estabelecido metas internas para a redução dos

GEE, como é o caso Brasil, que, em 2009, por meio da Lei 12.187 instituiu a

Política Nacional sobre Mudanças do Clima:

Art. 12. Para alcançar os objetivos da PNMC, o País adotará,

como compromisso nacional voluntário, ações de mitigação das

emissões de gases de efeito estufa, com vistas em reduzir

entre 36,1% (trinta e seis inteiros e um décimo por cento) e

38,9% (trinta e oito inteiros e nove décimos por cento) suas

emissões projetadas até 2020.

2.3.4 Determinação da biomassa e sequestro de carbono

Estudos sobre a biomassa dos ecossistemas tropicais, sobretudo dos

florestais, são de grande interesse ecológico, possibilitando estimativas de

fluxos e balanços de nutrientes nestes sistemas (JORDAN & UHL, 1978). Sua

quantificação é função direta nos cálculos das emissões dos gases do efeito

estufa, como também na determinação do estoque de carbono em sistemas

naturais, e ainda, como Malhi et al (1999) apud Vieira et al. (2008) citam, as

florestas tropicais comportam-se como grandes reservatórios de carbono.

Alves et al. (1997) citam que para estimar as taxas de sequestro de

carbono de uma floresta é necessário primeiramente conhecer o histórico de

ocupação da área e definir se esta é uma floresta primária ou secundária, visto

que a quantidade fixada de carbono é maior em florestas primárias. Entretanto,

o processo de fixação de carbono ocorre com maior intensidade naquelas

florestas em desenvolvimento, ou seja, nas secundárias. Quanto a isso,

Zampar (2009) afirma que é importante conhecer a idade de regeneração para

que se possa fazer estimativas de taxas anuais de fixação de carbono.

53

As estimativas de biomassa de árvores podem ser obtidas pelos

métodos direto e indireto. No método direto é feito o corte da árvore e realizada

a pesagem da mesma, em seguida, dependendo do tipo de vegetal, pode-se

identificar o percentual de massa que representa o carbono (UHL et al., 1982;

BROWN et al., 1989).

O método indireto implica em realizar medições de diâmetro, altura e

densidade das árvores de uma determinada parcela do terreno para, em

seguida, os dados serem comparados com modelos testados. Após a

identificação dos modelos mais adequados, são calculados os volumes por

fórmulas indicadas para os grupos de classes diamétricas analisadas.

Quanto à estimativa da biomassa vegetal acima do solo (BVA), Zampar

(2009) apresenta fórmulas alométricas desenvolvidas a partir de estudos de

biomassa realizados por métodos destrutivos em florestas do Brasil e do

mundo (Tabela 02).

Tabela 02 – Equações alométricas e respectivos r² ajustados (quando informados) utilizadas nos cálculos de biomassa vegetal acima do solo (BVA) e biomassa vegetal das raízes (BVR) no levantamento realizado nas ilhas da região de Porto Rico, PR, Brasil. ρ = densidade da madeira; DAP= diâmetro a altura do peito; H=altura.

Espécies Equações alométricas r²

Com densidade conhecida BVA = exp {-2,187 +0,916 ln[ρ(DAP)²H -

Sem densidade conhecida BVA = exp {-1,996 + 2,320 ln(DAP)} 0,89

Todas BVR = exp { -1,085 + 0,925 ln (BVA)} 0,83

Fonte: Adaptado de Zampar (2009)

Outra forma de se obter a biomassa vegetal é calculando o volume de

espécimes arbóreas e daí obtendo-se o seu peso. Campos et al. (2001) apud

Cunha et al. (2009) apresenta um modelo para cálculo do volume de árvores

nativas de uma Floresta Montana de Mata Atlântica onde:

Para árvores com DAP de até 20 cm, a estimativa do volume foi obtida por:

V = 0,00005.DAP1,84209.H1,09375 (EXP(-2,18395 - tx1/dap)) (1 – (tx2 – Hc/DAP)0,18813)

54

Para árvores com DAP superior a 20 cm, a estimativa foi obtida por:

V = 0,00013.DAP1,81620.H0,77344(EXP(-7,37223 . tx1/dap)) (1 – (tx2 – Hc/DAP)0,32428)

Em que V é o volume em m³; DAP, o diâmetro à altura do peito; H, a altura total; Hc, a altura comercial; e tx1 e tx2, variáveis binárias. Assim, a combinação 0 e 0 para tx1 e tx2 resulta em volume com casca do tronco, enquanto a combinação 1 e 0 resulta em volume sem casca e a combinação 0 e 1 resulta em volume de galhos (vg).

A quantificação da biomassa vegetal aérea também pode ser mensurada

por processos de geoprocessamento. Esta forma indireta de estimativa

apresenta valores muito semelhantes aos processos diretos. Cavallet & Paula

(2009) comentam ainda que, quando se trata da biomassa de área de

preservação permanente, há uma boa relação entre a estimativa do seqüestro

de carbono via métodos diretos e via geoprocessamento.

Fernandes (2007) argumenta que a quantidade de carbono estocado em

uma determinada floresta é função direta da área que ela ocupa, do tipo de

floresta e do estágio de crescimento da mesma.

Britez et al. (2006) e Roderjan (1994) estabeleceram valores de

quantidade de carbono estocado na biomassa vegetal acima do solo para

algumas tipologias de Mata Atlântica, chegando às seguintes quantidades em

Mg de C ha-1 (milhões de gramas de carbono por hectare): Fase Inicial de

Sucessão, 26,43; Fase Intermediária de Sucessão, 82,70; Floresta Ombrófila

Densa Aluvial, 129,40; Floresta Ombrófila Densa Montana, 187,34; Floresta

Ombrófila Densa Submontana, 187,34 e Formações Pioneiras com Influência

Fluvial, 81,89.

Cavallet & Paula (2009) citam que uma árvore absorve ou sequestra em

média 0,8 Mg de CO2, até atingir o clímax, cujo período é de 20 a 40 anos.

Outro aspecto a ser apreciado é o da composição da BVT (Biomassa

Vegetal Total), a qual é formada pela adição da BVR à BVA, logo a

BVT=BVR+BVA. Cairns et al. (1997) fizeram uma revisão em 165 trabalhos

com o objetivo de desenvolver uma equação para estimar a relação entre a

BMA e a BVR, chegando à razão de 0,26, ou seja, a BVR corresponde a

aproximadamente 26% da BVA.

Além da BVT, é possível encontrar biomassa na composição da massa

morta no ecossistema natural, denominado de necromassa. Este

55

compartimento florestal apresenta uma quantidade de biomassa equivalente a

10%-20% da biomassa florestal (BARBOSA & FERREIRA, 2009). Estes

autores comentam sobre um reduzido número de pesquisas que tratam da

quantificação de biomassa presente na necromassa em florestas tropicais.

Cometam, ainda, sobre a uma grande variação nos valores apresentados por

estas pesquisas: 42,8 t C.ha-1 (SUMMERS, 1998), 48,0 t C.ha-1 (RICE et al.,

2004), 27,6 t C.ha-1 (KELLER et al., 2004), ~16,6 t C.ha-1 (PAULETTO, 2006),

16,5 t C.ha-1 (GERWING, 2002), 15,0 t C.ha-1 (BROWN et al., 1995) e ~2,9 t

C.ha-1 (SCOTT et al., 1992), todos citados por (BARBOSA & FERREIRA,

2009).

Vale à pena salientar que Fearnside (2008), em trabalho que trata da

quantificação dos serviços ambientais de carbono na floresta amazônica,

comenta que existe uma grande disparidade entre as estimativas de

determinação da biomassa neste tipo de vegetação. Este fato se daria pela

grande diversidade de metodologias empregadas nas pesquisas, na qualidade

e quantidade de dados subjacentes e na validez da interpretação aplicada a

estes números.

Ainda quanto à quantidade de carbono estocado em florestas, Soares &

Oliveira (2002) estimaram que em populações de Eucalypitus grandis W. Hill

ex-Maiden, 50% da biomassa aérea é constituída de carbono. Da mesma

forma, ao se estimar a quantidade de carbono em floretas ombrófilas densas,

Alves (2007) e Macdiken (1997) apud Zampar (2009) também considera que a

quantidade de carbono presente na biomassa viva seja de 50%.

Existem várias pesquisas que estimam a quantidade da biomassa em

florestas ombrófilas densas. A Tabela 03 apresenta os resultados destas

estimativas em três estados brasileiros.

56

Tabela 03. Estimativas da biomassa vegetal de florestas ombrófilas densas em alguns estados brasileiros

Estado Mg/ha

Rio de Janeiro 186,0 (DELAMÔNICA, 1994)

Paraná 327,6 (JASTER & SANQUETTA, 2000)

Paraná 309,8 (LACERDA, 1999)

Paraná 307,5 (RODERJAN, 1994)

São Paulo 338,4 (MELO & MANTOVANI, 1994)

São Paulo 279,5 (OLIVEIRA et al. , 2001)

Para a tipologia caracterizada por pasto Tiepolo et al.(2002) encontraram

uma quantidade que variou de 0,7 para 3,5 Mg de C ha -1.

Por fim, é importante salientar que quanto ao processo de seqüestro de

carbono, o mesmo ocorre durante toda a vida de uma floresta, entretanto,

quando esta se aproxima da sua maturidade, o seqüestro se reduz em função

da redução de incorporação de biomassa vegetal associado à produção de

CO2 resultante da respiração e da decomposição de biomassa.

57

2.4 Serviços Ambientais

Os ecossistemas proporcionam à sociedade uma vasta gama de

serviços – fluxos confiáveis de água limpa a terras produtivas e sequestro de

carbono. Pessoas, empresas e sociedades recorrem a estes serviços em

busca de insumos, de matérias-primas, processos de produção e estabilidade

do clima (PNUMA, 2008).

Os Serviços Ambientais ou Serviços Ecossistêmicos são definidos como

interações e processos naturais que satisfazem e sustentam a vida humana

(DE GROOT, 1992). Estes serviços podem ser gerados basicamente por três

fontes: as florestas, o oceano e as terras agrícolas. A Millennium Ecosystem

Assessment que reúne mais de 1300 cientistas de 95 países identifica quatro

tipos de serviços ambientais (Quadro 01):

Quadro 01. Tipos de Serviços Ambientais

Florestas Oceanos

Terras Agrícolas/Cultivadas

TIP

OS

Bens Ambientais

Alimentos

Água fresca

Combustível

Fibras

Alimento

Alimento

Combustível

Fibras

Serviços de Regulação

Regulação Climática

Regulação de inundações

Regulação de doenças

Purificação da água

Regulação climática

Regulação de doenças

Regulação climática

Purificação da água

Serviços de Apoio

Reciclagem de nutrientes

Formação do solo

Reciclagem de nutrientes

Produção primária

Reciclagem de nutrientes

Formação do solo

Serviços Culturais

Estética

Espiritualidade

Educação

Recreativo

Estética

Espiritualidade

Educação

Recreativo

Estética

Educação

Cavalcanti (2002) classifica os serviços ambientais em basicamente três

tipos: manutenção da biodiversidade, manutenção dos estoques de carbono e

o ciclo da água. Os quais segundo Tonhasca Jr (2004) podem ser

exemplificados pelos: controle de erosão e sedimentação através da retenção

do solo, regulação do fluxo hidrológico, controle de distúrbios climáticos, valor

58

cultural e estético, proteção de habitat, controle de doenças e pragas, e fonte

de material genético.

Veiga Neto & Denardin (2001) ainda citam como exemplos de serviços

ambientais: a purificação do ar e da água, a mitigação das enchentes e da

seca, a desintoxicação e a decomposição dos dejetos, a geração e a

renovação do solo e de sua fertilidade, a polinização das culturas e da

vegetação natural, o controle da maioria das potenciais pragas agrícolas, a

dispersão das sementes e a translocação dos nutrientes, a manutenção da

biodiversidade, do qual depende a humanidade para sua alimentação, seus

medicamentos e para o desenvolvimento industrial, a proteção dos raios

ultravioleta, a participação da estabilização climática, o suporte para as

diversas culturas da civilização humana e o estímulo estético e intelectual para

o espírito humano.

2.4.1 Serviços Ambientais Florestais

Como os objetos de estudo desta pesquisa se caracterizam por serem

fragmentos florestais, serão vistos neste tópico os serviços ambientais

florestais.

Braga et al (2002) apresenta no Quadro 02, de forma mais detalhada, os

múltiplos serviços ambientais gerados por florestas, relativos aos serviços

hídricos, a conservação da biodiversidade, a beleza cênica, o turismo, o lazer,

os esportes, a educação, a cultura, ao controle da erosão, a ciclagem de

nutrientes, a amenização climática e a retenção de carbono.

59

Quadro 02 - Serviços ambientais da floresta

SERVIÇOS HÍDRICOS

Regularização de vazão

-controle de enchentes no período chuvoso

-disponibilidade de água durante a estiagem

Melhoria da qualidade da água

-recreação e banhos

-abastecimento público

-irrigação a jusante

-dessedentação de animais

CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE

-ligação de fragmentos florestais (conectividade)

-proteção de espécies da flora e da fauna

-produção de recursos não madeireiros (fitoterápicos, materiais para artesanato, flores, frutos)

-produção de plantas ornamentais (sementes, propágulos)

-refúgio de fauna e flora

-proteção da diversidade genética

-controle biológico de pragas

BELEZA CÊNICA

-manutenção da paisagem natural

-conservação dos acidentes geográficos

-bem estar e contemplação

TURISMO, LAZER E ESPORTES NÁUTICOS

-banhos recreacionais

-ecoturismo (trilhas, caminhadas, observação de pássaros)

-esportes náuticos

-piqueniques e passeios

EDUCAÇÃO E CULTURA

-educação ambiental

-ritos e práticas religiosas

CONTROLE DE EROSÕES E CICLAGEM DE NUTRIENTES

-redução do desmoronamento de encostas

-redução do desbarrancamento da margem de cursos d’água

-redução do assoreamento dos cursos d’ água

-formação de solo e estabilização dos ciclos biogeoquímicos

CLIMA E RETENÇÃO DE CARBONO

-melhoria do microclima local (sombra e temperatura)

-manutenção do poço de carbono

RESILIÊNCIA

Fonte: (BRAGA et al., 2002)

60

Ainda com relação aos serviços florestais, Fearnside (2002) faz

referência à existência de basicamente três tipos de serviços: manutenção da

biodiversidade, manutenção dos estoques de carbono e a influência da floresta

nos processos hidrológicos.

2.4.2 Manutenção/Regeneração da Biodiversidade

A manutenção da biodiversidade caracteriza-se por apresentar alcances

globais e locais.

Observa-se um alcance global ao se constatar a possibilidade do

emprego de compostos químicos e materiais genéticos para emprego fora dos

locais de origem, como é o caso das substâncias extraídas de florestas

tropicais da América do Sul e utilizada por utilizadas por laboratórios em países

temperados da Europa.

Quanto aos benefícios locais, Fearnside (2002) cita um exemplo no

provisionamento do estoque de material genético de plantas e animais

necessários para atingir-se um grau de adaptação ao manejo florestal e aos

sistemas agrícolas que sacrificam a biodiversidade em áreas próximas

desprotegidas.

2.4.3 Efeitos no Clima/Absorção de Carbono

Os serviços ambientais climáticos gerados por floretas também se

manifestam em escalas globais e locais.

Um efeito local é identificado nos microclimas que ocorrem nas áreas

periféricas e no interior das florestas. Silva et al. (2009) comenta que as

formações vegetais influenciam no clima das áreas circunvizinhas, como

também identifica diferenças entre o clima no interior e no exterior da área

vegetada.

Em trabalho que trata do conforto térmico em fragmentos florestais

urbanos, Dacanal et al. (2010) faz uma comparação entre a temperatura no

interior de cinco fragmentos de matas localizados na região urbana na cidade

de Campinas – SP e a temperatura em pontos localizados em regiões

urbanizadas. Os mesmos constataram que a vegetação densa e estratificada é

capaz de atenuar a temperatura do ar, interceptar a radiação solar e manter a

velocidade do ar em baixa amplitude, caracterizando ventos leves na escala

61

Beaufort15. Além disso, a umidade absoluta do ar é mais alta nos bosques do

que nas ambiências urbanas, devido à evapotranspiração que ocorre nas áreas

verdes.

Outro efeito global é o sequestro e armazenamento do carbono nas

espécies arbóreas. Este processo é importante para o equilíbrio do estoque de

carbono global, pois armazenam em suas árvores e no solo mais carbono do

que o existente atualmente na atmosfera (HOUGHTON, 1994). O mesmo autor

comenta que se as florestas forem cortadas, a maior parte do carbono

guardado nas árvores será liberada para a atmosfera rapidamente por meio de

queimadas ou, mais lentamente, via decomposição.

2.4.4 Proteção e Recarga de Mananciais

A relação entre floresta e água é bastante íntima. Esta ligação é

percebida quando se analisa os efeitos da subtração da vegetação sobre os

mananciais.

Em pesquisa que trata do desmatamento na Amazônia, Fearnside

(2006) identifica quatro elementos impactados diretamente pela supressão

vegetal naquela região: perda de oportunidade para o uso sustentável da

floresta, ameaça de diminuição da sociodiversidade, interferência na ciclagem

da água e a emissão de gás carbônico.

Pode-se observar no Quadro 03 quatro linhas de evidência, identificadas

por Fearnside (2002), que comprovam uma possível diminuição da

pluviosidade na Amazônia em decorrência da conversão maciça de floresta em

pastagem.

15 A Escala de Beaufort quantifica a intensidade dos ventos, tendo em conta a sua velocidade e os efeitos

resultantes das ventanias no mar e em terra.

62

Quadro 03 – Evidências da diminuição da pluviosidade na Amazônia em decorrência da conversão da floresta em pastagem

Evidências

Os balanços de água e de energia derivados de mapas de temperatura e umidade média indicam que 56% das precipitações decorrem de evapotranspiração.

Os cálculos de fluxo de água precipitável e de vapor d’água numa seção transversal de Belém a Manaus indicam uma contribuição de evapotranspiração de 48%.

As razões entre isótopos de oxigênio nas amostras de vapor d’água na mesma área indicam até 50% como reciclado através da floresta.

O volume de água de chuva que precipita na Bacia do Amazonas é ligeiramente maior que o dobro do volume que sai do rio, significando que metade (54%) não drena através do Amazonas porque foi retornado à atmosfera pela evapotranspiração.

Fonte: Adaptado de Fearnside (2002)

Melo (2007) realizou uma análise teórica indireta sobre a vocação

hidrológica de onze Reservas Particulares do Patrimônio Natural da Mata

Atlântica localizadas na bacia do rio São João, estado do Rio de Janeiro. Estas

reservas possuem áreas que variam de 50ha a 500ha, com dimensões

semelhantes às propostas na presente pesquisa. Dentre as conclusões

apresentadas por Melo (2007) destaca-se a de que, fruto da sinergia dos

aspectos físicos (topografia e eventos climatológicos), biológico (remanescente

de grande e contínuo remanescente florestal) e antrópicos (baixa utilização), as

matas potencializam a perenidade dos recursos hídricos a jusante da bacia em

estudo.

2.4.5 Pagamento por Serviços Ambientais

O Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) foi um instrumento

projetado para oferecer, prioritariamente, incentivos econômicos para promover

a utilização mais eficiente e sustentável dos serviços ambientais (PNUMA,

2008).

Thomas & Callan (2010) elegem três conceitos que norteiam este

instrumento de gestão ambiental, são eles: benefício ambiental, valor de

existência e valoração dos benefícios ambientais.

Segundo estes autores, para se avaliar os benefícios ambientais deve-

se analisar os danos à saúde, à ecologia, e à propriedade decorrentes de uma

mudança de política ambiental.

63

Dentro de uma ampla categoria dos benefícios ambientais incrementais,

Thomas & Callan (2010) comentam a existência de dois tipos de efeitos da

redução dos danos: os benefícios ambientais primários e os benefícios

ambientais secundários. Os primários são os efeitos da redução dos danos que

são conseqüência direta da implementação de uma política ambiental, tais

como uma incidência mais baixa de doenças respiratórias, ecossistemas mais

estáveis e benefícios econômicos, como uma indústria pesqueira mais

próspera resultante das regulamentações sobre a água limpa.

Os benefícios ambientais secundários são ganhos indiretos da

sociedade em decorrência da implementação de uma política. Thomas &

Callan (2010) citam como exemplo o aumento da produtividade do trabalhador

resultante do benefício primário da melhoria de saúde da mão-de-obra.

Em economia, o consumo explica grande parte dos elementos que

compõem a fixação dos valores das coisas. Contudo, a valoração de alguns

recursos naturais não pode ser explicada pelo consumo dos mesmos. Sabe-se,

porém, que a sociedade se predispõe a pagar pela preservação dos mesmos,

como é o caso das tartarugas marinhas, peixe-boi-marinho, mico-leão-dourado

e as cataratas do Iguaçu. Ou seja, a sociedade está disposta a pagar pelo fato

de saber que eles existem e estão sendo preservados, é o chamado valor de

existência (THOMAS & CALLAN, 2010).

A valoração dos benefícios primários gerados pelas florestas (produção

de madeira, água para abastecimento, extrativismo, etc) é de fácil mensuração,

pois possuem seus aspectos físicos e financeiros amplamente internalizados

pela sociedade. Entretanto, para aos benefícios secundários, não existe

consenso quanto à mensuração dos seus produtos.

Borges (2005) comenta que os benefícios indiretos de florestas e de

outros recursos naturais representam, por vezes, valores iguais ou superiores

aos benefícios diretos. Apesar disto, eles são subvalorizados ou não são

considerados quando da avaliação desses bens e serviços, exatamente pela

dificuldade ou custo de realização dessas avaliações.

Kitamura (2001) argumenta que a economia de mercado não agrega os

aspectos ambientais aos valores das propriedades rurais. Consequentemente,

ocorrem algumas distorções no momento de se mensurar e valorar estas

propriedades. Neste sentido, o problema maior do valor de mercado é que a

64

não inclusão dos serviços ambientais contribui para a conversão de áreas

verdes para outros usos (agricultura e pecuária), na contraditória busca de um

maior valor para o bem.

Mota (2006) comenta que os ativos ambientais têm dimensão

transcendental, sistêmica e sujeitas às condições econômicas, antrópicas e das

leis naturais. Pois, qualquer tentativa de valoração ambiental recairia num

processo analítico sistêmico, ou seja, haveria a necessidade de se verificar as

inter-relações da natureza holisticamente.

Existem vários métodos utilizados para realizar a estimativa dos

benefícios ambientais. Dependendo do método, é possível realizar estimativas

de benefícios de difícil mensuração, como é o caso dos indiretos e

conseqüentemente o valor de existência. Smith & Krutilla (1982) apresentaram

uma classificação geral dos métodos dividindo-os em duas amplas categorias:

o conceito de ligação física e o conceito de ligação comportamental.

O conceito de ligação física mede os benefícios com base em uma

relação técnica entre os recursos ambientais e o usuário do recurso. Com

exemplo temos o método de função dano, este método utiliza um modelo de

relação entre os níveis de um contaminante e os danos ambientais observados

(ou inferidos estaticamente) para estimar a redução dos danos como

conseqüência da diminuição dos contaminantes induzida por uma política

(THOMAS & CALLAN, 2010).

O conceito de ligação comportamental baseia-se nas observações do

comportamento de mercados reais ou em respostas a pesquisas sobre

mercados hipotéticos para bens ambientais. Thomas & Callan (2010) fazem

uma revisão dos métodos listados por Smith & Krutilla (1982) para esta

categoria listando-os em dois subgrupos: os métodos diretos e os indiretos.

Observa-se no Quadro 04 os métodos ligados ao conceito de ligação

comportamental nos dois subgrupos.

65

Quadro 04. Métodos da categoria conceito de ligação comportamental

MÉTODOS DIRETOS

Critério do Referendo Político

Utiliza o mercado real de um bem público por meio do monitoramento dos resultados da

votação de um plebiscito sobre a proposta de mudanças na qualidade ambiental.

Método de Valoração Contingente (MVC)

Realiza pesquisa para inquirir os indivíduos sobre a disposição a pagar (DAP) por melhorias

ambientais com base em condições hipotéticas de mercado.

MÉTODOS INDIRETOS

Método de Custos Evitados (MCE)

Avalia as modificações nas despesas de um indivíduo em bens e serviços que substituem a

qualidade ambiental pessoal para atribuir valor a mudanças no meio ambiente geral

Método de Custa de Viagem (MCV)

Converte em valor monetário uma mudança na qualidade de um recurso ambiental avaliando

o efeito da mudança na demanda por um bem complementar..

Método de Preços Hdônicos (MPH)

Utiliza a teoria em que um bem é valorizado pelos atributos que possui para estimar o preço

implícito ou hedônico de um atributo ambiental e identifica sua demanda como um meio de

atribuir valor a melhorias na qualidade orientadas por uma política.

Fonte: (THOMAS & CALLAN 2010)

O Pagamento por Serviços Ambientais é um instrumento de gestão

utilizado cada vez com mais freqüência. Dentre as peculiaridades deste

instrumento, destaca-se a abrangência e especificidade dos benefícios

gerados. Normalmente, a ocorrência da utilização deste instrumento se dá em

comunidades de baixo poder aquisitivo, as quais podem ser remuneradas por

atitudes que promovam a manutenção ou potencialização de serviços

ambientais.

Existem basicamente três categorias de PSA, são elas: o pagamento, a

compensação e a gratificação (PORTAL DA MADEIRA, 2009):

O Pagamento pode ser entendido como uma forma de envolver

os proprietários/moradores de uma floresta no controle dos

recursos naturais da mesma. Neste caso os

proprietários/moradores receberiam um pagamento pelos

serviços de fiscalização e sensibilização.

66

A compensação se dá no momento que se procura compensar

as perdas de competitividade ou de remuneração em respeito

às regras de manejo ou de proteção.

Por fim, a categoria gratificação, que é uma forma de

remunerar os usuários da floresta que promovem,

voluntariamente, regras ou práticas dedicadas a manter os

serviços ambientais. Por exemplo: moradores que

desenvolvem sistemas agro-florestais ou de reflorestamento.

2.4.6 Experiências de Sucesso do PSA

As discussões sobre o Pagamento por Serviços Ambientais têm

aumentado nos últimos anos. Diversos países têm adotado programas de

remuneração pelos serviços ambientais gerados. Países como o Brasil, Costa

Rica, México e Tailândia, implementaram políticas de incentivo ao

desenvolvimento destas práticas. Por exemplo:

2.4.6 1 No Brasil

Programa Conservador da Águas – Projeto iniciado em 2005 na cidade de

Extrema - MG, cujo objetivo é a implantação de ações para a melhoria da

qualidade e quantidade das águas no município de Extrema (EXTREMA,

2005).

O Programa de Desenvolvimento Sócio-ambiental de Produção Familiar

Rural (Proambiente) – é um Programa de Governo Federal alocado na

Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS) do Ministério do Meio

Ambiente (MMA). Reúne conceitos de produção rural e de conservação

ambiental. Permite a remuneração de Serviços Ambientais prestados à

sociedade brasileira e internacional, tais como redução do desmatamento,

seqüestro de carbono atmosférico, restabelecimento das funções hidrológicas

dos ecossistemas, conservação, preservação da biodiversidade, conservação

dos solos, redução da inflamabilidade da paisagem, troca de matriz energética

e eliminação de agroquímicos (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2009).

ICMS-Ecológico - O imposto ecológico (ICMS - Ecológico) é um mecanismo

que foi adotado por vários estados do Brasil para subsidiar e incentivar as

67

ações de conservação. Permite aos municípios brasileiros receberem parte de

recursos financeiros arrecadados do Imposto sobre Circulação de Mercadorias

e Serviços-ICMS, em reconhecimento da prestação de um determinado serviço

ambiental à sociedade (criação e manutenção de Unidades de Conservação)

(AMBIENTE BRASIL, 2009)

2.4.6.2 Na Costa Rica

Eco-taxa nos combustíveis fósseis - O governo criou um mecanismo de

financiamento baseado em um fundo - o FONAFIFO - alimentado por uma taxa

nos combustíveis fósseis, para remunerar os proprietários rurais que

conservam e restauram a floresta nativa (FONDO NACIONAL DE

FINANCIAMENTO FORESTAL, 2009).

2.4.6 3 No México

Mercado voluntário de crédito de carbono - O projeto SCOLEL TE utiliza a

venda de créditos de carbono na bolsa voluntária de Chicago (CCX - Chicago

Climate Exchange) para financiar esforços agroflorestais que reduzem as

emissões de gases do efeito estufa. O projeto esta sendo gerido em conjunto

pelo Edinburgh Centre for Carbon Management (ECCM) e por a cooperativa

mexicana AMBIO (PLAN VIVO – MEXICO, 2009).

68

CAPÍTULO 3

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DAS ÁREAS DE ESTUDO

Para melhor compreensão das características das áreas de estudo, o

presente tópico foi dividido em cinco subitens, os quais referenciam as

Organizações Militares em estudo. As áreas foram observadas quanto à

localização, dimensão, relevo, clima e hidrografia.

3.1 Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti

3.1.1 Localização e Dimensões

Localiza-se na Região Metropolitana do Recife, inserida na mesorregião

Zona da Mata (Microrregião Mata Setentrional Pernambucana) e delimitada

pela seguinte moldura geográfica15:

Carta Temática para Transitabilidade de Blindados, CIMNC - PE, Folha

Especial, Escala 1:25.000.

Norte - 07º 46' 12"

Sul - 07º 55' 14"

Leste - 35º 02' 47"

Oeste - 35º 09' 08"

Os seus limites abrangem os municípios de Araçoiaba, Abreu e Lima,

Camaragibe, Igarassu, Paulista, Paudalho e Tracunhaém (sendo estes dois

últimos não pertencentes à RMR) totalizando 7.324 ha de área (GUIMARÃES,

2008).

Pode-se observar na Figura 05 uma imagem de satélite em que é

possível identificar os limites desta área de estudo.

15 Moldura Geográfica é a denominação dada aos paralelos e meridianos que tangenciam uma

determinada área.

69

Figura 05 – Limites do Campo de Instrução Marechal de Lima Cavalcante.

70

3.1.2 Relevo, Clima e Hidrografia

O relevo do CIMNC é considerado forte ondulado, ou seja, existem

várias elevações de pequenas amplitudes. O ponto mais alto é o morro de

Miritiba, com 254m de altitude, enquanto a região mais baixa encontra-se no

leito do Riacho Catucá, com cerca de 60m de desnível em relação ao nível do

mar.

Os solos da região onde se encontra o Campo de Instrução são

representados pelos Latossolos e Podzólicos nos topos de chapadas e topos

residuais; pelos Podzólicos com Fregipan, Podzólicos Plínticos e Podzóis nas

pequenas depressões nos tabuleiros; pelos Podzólicos Concrecionários em

áreas dissecadas e encostas e Gleissolos e Solos Aluviais nas áreas de

várzeas (BELTRÃO et al, 2005).

O clima é do tipo As’ segundo a classificação Köppen, ou seja, tropical

chuvoso com verão seco, com temperatura média anual de 25,2ºC nas

medições realizadas ao sul do CIMNC no município de Abreu e Lima e de 25,1º

nas medições realizadas a leste do CIMNC no município de Camaragibe. O

período chuvoso tem início em fevereiro e término em outubro. O período mais

quente abrange os meses de dezembro a março, enquanto o menos quente

ocorre entre os meses de junho a setembro. A precipitação média anual é de

1.634.2 mm (LAMEPE, 2010).

As médias mensais da umidade relativa do ar na Região Metropolitana

do Recife oscilam entre 74% e 86%, com média anual de 80%

(PFALTZGRAFF, 2003).

A insolação anual média no CIMNC é de 2.556,4 horas por ano.

Enquanto a evaporação – que gera a principal perda no balanço hídrico e que

sofre as influências da insolação, da velocidade dos ventos e da temperatura

do ar – apresenta valores médios anuais de 1.323,4 mm 2.264,0 mm, em

medições realizadas, respectivamente, com Evaporímetro de Piché e Tanque

Evaporimétrico Classe A (PFALTZGRAFF, 2003).

A hidrografia do CIMNC é bastante diversificada. Existem vários riachos

dentro dos seus limites, são eles: Riacho Catucá (maior e principal riacho do

campo), Riacho Vargem d’Água, Riacho do Dobrão, Riacho d’Aldeia, Riacho

Barrocas, Riacho Timbó, Riacho do Pilão, Riacho Pau Amarelo, Riacho Cabocá

e Riacho Moreninha.

71

A microbacia do Riacho Catucá encontra-se totalmente inserida no

CIMNC, destacando-se por ser uma área com cobertura vegetal de Mata

Atlântica, caracterizada por apresentar os efeitos de uma antropização ocorrida

no passado, revertido mais recentemente por um processo de regeneração

natural (GUIMARÃES, 2008).

Os Riachos Catucá e Pilão fazem parte da Bacia Hidrogárfica do Rio

Botafogo (CPRH, 2006). É importante também observar que o Riacho Catucá é

a primeira denominação dada ao Rio Botafogo, importante por ter suas águas

represadas para o abastecimento da Região Metropolitana do Recife.

Ainda com relação aos recursos hídricos existentes no CIMNC,

destacamos a microbacia do Rio Botafogo, que faz parte do grupo de bacias de

pequenos rios litorâneos do estado de Pernambuco denominado GL1. Este

grupo de bacias apresenta uma área de aproximadamente 1.162,24 km²,

correspondendo a 1,17% da área total do estado. Fazem parte deste grupo as

sub-bacias dos rios: Jaguaribe, Arataca, Botafogo, Igarassu, Timbó, Paratibe e

Beberibe. A sub-bacia do Rio Botafogo ocupa uma área de 200 km² e possui

51 km de comprimento, sendo considerada a de maior importância para o

abastecimento d’água da Região Metropolitana do Recife (PERH, 1998), pois

neste curso d’água encontra-se uma barragem integrante do Sistema

Botafogo16. Esta barragem possui uma área máxima de espelho d’água de 1,79

km² e uma vazão média de 1,2 m³/s. A mesma é formada pelo represamento

do Riacho Catucá o qual possui 24 km de extensão e cuja microbacia possui

88 km² de área, formando um reservatório com capacidade de 27.600.000 m³

(PFALTZGRAFF, 2003).

De acordo com Beltrão et al (2005), em termo de águas subterrânes, o

CIMNC está inserido no Domínio Hidrogeológico Intersticial e no Domínio

Hidrogeológico Fissural. O Domínio Intersticial é composto de rochas

sedimentares dos Depósitos Aluvionares e da Formação Moura, enquanto o

Domínio Fissural é composto de rochas do embasamento cristalino que

engloba o sub-domínio rochas metamórficas constituído do Complexo

Vertentes e do Complexo Salgadinho.

16 O Sistema de Botafogo faz parte do Sistema Produtor de Água do estado de Pernambuco.

72

O Campo de Instrução possui uma represa denominada de Açude

Campo Grande, com cerca de 200.000 m² de superfície Este reservatório é

utilizado para o abastecimento interno e nas atividades de instrução em

superfícies aquáticas.

3.2 4º Batalhão de Comunicações

3.2.1 Localização e Dimensões

O fragmento florestal do 4º Batalhão de Comunicações está localizado

ao longo da rodovia federal BR – 101, no bairro de Tejipió, município de Recife

e está emoldurado pelas seguintes coordenadas geográficas:

Carta Topográfica Recife, Folha SC.25-V-A-III/1-NO

Norte - 08º05’40,7”

Sul - 08º 06' 27,7"

Leste - 34º56’56”

Oeste - 34º57’45”

O 4º B Com possui 173,53 ha de área. Observa-se na Figura 06 uma

imagem de satélite em que é possível identificar os limites desta área em

questão.

73

Figura 06 – Limites do 4º Batalhão de Comunicações do Exército

74

3.2.2 Relevo, Clima e Hidrografia

A mata de Tejipió está localizada numa região sobre planície dos

Tabuleiros Costeiros, denominados genericamente de mar de morros,

apresentando uma altitude na área da toposseqüência estudada variando entre

15m até 64m. Os solos encontram-se sobre embasamento cristalino que é

formado por rochas de composição granítica (granitos, migmatitos, gnaisses e

micaxitos), abrangendo as formações sedimentares mais recentes, ou seja, do

período holoceno, constituídos por sedimentos soltos ou consolidados de

natureza e granulometria muito variada, sendo comum à presença de

matacões17 (JACOMINE et al., 1973;PROVENTIONCONSORTIUM, 2004)

O clima da região onde está localizada a Mata em questão é

enquadrado pela classificação de Köppen como do tipo As’, ou seja, tropical

chuvoso com verão seco e estação chuvosa adiantada para o outono, antes do

inverno. As chuvas são bem distribuídas durante o ano, sendo os meses de

maio, junho e julho os mais chuvosos e outubro, novembro e dezembro os mais

secos.

A precipitação total anual média é de 1.800 mm, apresentando

temperatura média de 24ºC, registrando mínimas de 18ºC e máximas de 32ºC.

A umidade relativa do ar é alta, variando entre 79,2 % e 90,7 % nos meses

mais chuvosos, podendo chegar a atingir os 100 % (FEITOSA, 2004)

A Mata de Tejipió é cortada pelo rio que leva o mesmo nome, um rio

perene que nasce no município de São Lourenço da Mata e possui 20 km de

extensão. O 4ºBCom possui ainda uma pequena lagoa com aproximadamente

9000m² de área, a qual é alimentada por nascentes localizadas na própria

mata.

17 Também conhecido por seu nome em inglês Boulder, são grandes blocos arredondados, diâmetro maior

que 256 mm, produzidos pelo processo de intemperismo químico, conhecido como esfoliação esferoidal

ou pelo desgaste de blocos arrastados por correntes fluviais.

75

3.3 14º Batalhão de Infantaria Motorizado

3.3.1 Localização e Dimensões

O fragmento florestal do 14º Batalhão de Infantaria Motorizados está

localizado no município de Jaboatão dos Guararapes na RMR estando

emoldurado pelas seguintes coordenadas geográficas:

Carta Topográfica Recife, Folha SC.25-V-A-III/1-NO

Norte - 08º 05' 09,6"

Sul - 08º 06' 51,5"

Leste - 34º 59' 42,8"

Oeste - 35º 00' 57,6"

O 14º BIMtz possui suas instalações divididas em quatro áreas

totalizando 401,4. Estas áreas estão representadas nas Figuras 07 e 08 em

imagens de satélite nas quais é possível identificar os limites desta área em

estudo.

76

Figura 07 – Limites do Campo de Instrução do 14º Batalhão de Infantaria Motorizado.

77

Figura 08 – Limites do 14º Batalhão de Infantaria Motorizado.

78

3.3.2 Relevo, Clima e Hidrografia

A região do 14º BIMtz possui um solo classificado como podozóico

amarelo fase subperenifólia, com baixa fertilidade, variando de ácido a muito

ácido, bastante suscetível à erosão (AMBRÓSIO, 1995). O clima da região é

enquadrado como sendo do tipo As’ pela classificação de Köppen’ e, segundo

a classificação de Thornthwaite18, o clima desta área de estudo é do tipo

B3RA’a’(úmido com pouca ou nenhuma deficiência de água, megatérmico19

com regime de eficiência térmica normal aos climas megatérmicos), a

precipitação pluviométrica varia em torno de 2461mm, e a altitude em torno de

76m (AMBRÓSIO, 1995)

Com relação aos aspectos geomorfológicos, o município de Jaboatão

dos Guararapes e consequentemente a área do 14º BIMtz sofreu ao longo de

sua história geológica grandes influências tectônicas como demonstram as

inúmeras falhas e alguns dobramentos (MELO, 2009).

Melo (2009) cita que o relevo do município de Jaboatão dos Guararapes

está compartimentado em três domínios: Domínio dos Tabuleiros Costeiros,

Domínio da Planície Costeira e Domínios de Colinas da Zona da Mata, sendo

este último o que está localizado esta área de estudo.

O Campo de Instrução do 14º BIMtz possui diversas nascentes,

destacando-se as que alimentam os riacho Manassu, Mussaíba e Jangadinha.

Além desses mananciais, um trecho de aproximadamente 400 metro do Rio

Jaboatão corta parte da área deste Batalhão. Existe também no interior do

campo uma represa com aproximadamente 75.000m² de superfície.

3.4 7º Grupo de Artilharia de Campanha e 3ª Divisão de Levantamento

3.4.1 Localização e Dimensões

O 7º GAC e a 3ª DL estão localizados município de Olinda no bairro de

Ouro Preto às margens da Rodovia Estadual PE – 15, Região Metropolitana de

Recife e está emoldurado pelas seguintes coordenadas geográficas:

18 A classificação do clima de Thornthwaite é um sistema de classificação climática criado por Charles

Warren Thornthwaite, no qual o factor mais importante é a evapotranspiração potencial e a sua

comparação com a precipitação que são típicas de uma determinada área. 19 Temperaturas médias superiores a 18ºC.

79

Carta Topográfica Pau Amarelo, Folha SB.25-Y-C-VI/3-SE e Carta Topográfica

Olinda, Folha SC.25-V-A-III/1-NE.

Norte - 07º 59' 51"

Sul - 08º 00' 16,8"

Leste - 34º 51' 21,6"

Oeste - 34º 51' 56"

O 7º GAC e a 3º DL possuem 43,53 ha de área, o qual estão delimitados

na Figura 09.

80

Figura 09 – Limites do 7º Grupo de Artilharia de Campanha e da 3ª Divisão

de Levantamento.

81

3.4.2 Relevo, Clima e Hidrografia

Quanto à estrutura geológica da região onde está inserido o 7º GAC,

Beltrão et al. (2005) citam que a faixa sedimentar norte de Pernambuco é

afetada por falhas paralelas e normais à costa, conferindo uma

compartimentação irregular de blocos nivelados, tratando-se de uma sucessão

de blocos, cujas camadas estão dotadas de uma horizontalidade, que

mergulham de maneira suave na direção do oceano, com inclinação entre 5 e

25 m/km.

Com relação ao solo, observa-se que os depósitos quaternários,

representados pelos sedimentos de aluviões dos mananciais locais e pela

composição argilosa dos mesmos, se apresentam desfavoráveis ao

parcelamento urbano e à sua ocupação por edificações (BELTRÃO et al,

2005).

O clima dominante da área é o As’, clima quente úmido do tipo tropical

na classificação de Köppen. Apresenta uma precipitação média anual de

1.783,00 mm, temperatura média anual de 26ºC e umidade relativa média

mensal de 80%.

Existem algumas nascentes no interior deste objeto de estudo, as quais

contribuem na formação de algumas áreas alagadas.

3.5 Complexo Militar do Curado (CMNE)

3.5.1 Localização e Dimensões

Esta área de estudo localiza-se nas proximidades do Distrito Industrial

do Curado e do Jardim Botânico, na Região Metropolitana do Recife (RMR) e

está emoldurado pelas seguintes coordenadas geográficas:

Carta Topográfica Recife, Folha SC.25-V-A-III/1-NO

Norte - 08º03’30”

Sul - 08º04’50”

Leste - 34º56’55”

Oeste - 34º58’21”

O Complexo Militar do Curado é composto Comando Militar do Nordeste,

o 4º Batalhão de Polícia do Exército, o Comando da 10ª Brigada de Infantaria

Motorizada e o 14º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado.

82

Esta área de estudo possui 340 ha dos quais 100,86 ha são

representados por um fragmento de Mata Atlântica.

Pode-se observar nas Figuras 10, 11 e 12 imagens de satélite em que é

possível identificar os limites desta área de estudo.

Figura 10 – Limites do Comando Militar do Nordeste.

83

Figura 11 – Limites da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada e do 4º Batalhão de Polícia do Exército.

84

Figura 12 – Limites do 10º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado e respectivo Campo de Instrução.

85

3.5.2 Relevo, Clima e Hidrografia

O clima da área é classificado como do tipo As’, apresentando

precipitação anual de 2.400mm. Segundo o balanço hídrico de Thornthwaite &

Mather para 20 anos, referente ao município do Recife, na estação chuvosa

(meados de março até o final de agosto) ocorrem excessos hídricos, com

pluviosidade mensal entre 200 e 400mm e na estação seca (outubro a

fevereiro) os valores de déficit de água no solo variam de 8 a 36mm. Os totais

anuais médios de precipitação nos municípios da Região Metropolitana do

Recife são entorno de 2.200 mm. A umidade relativa do ar é elevada, com

variações entre 79,2 e 90,7% e a temperatura média anual é de 24,7 ºC;

(CPRH, 2006; ALVES JÚNIOR et al, 2007; ROCHA et al., 2008). A insolação

total média mensal oscila entre 165,4 e 260,9 horas, apresentando total anual

médio de 2.556,4 horas. (PFALTZGRAFF, 2003).

O solo é classificado como sendo Podzólico Vermelho-Amarelo e

Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico (ALVES JÚNIOR et al, 2007; ROCHA et

al., 2008).

No interior do Complexo Militar do Curado existem alguns corpos

hídricos os quais são tributários tanto do Rio Capibaribe quanto do Rio Tejipió.

86

CAPÍTULO 4

SERVIÇOS AMBIENTAIS

4.1 Serviços Climáticos

Como foi observado anteriormente, os serviços climáticos podem ser

locais ou globais. Neste capítulo, será apresentada uma análise dos efeitos

climáticos locais gerados pelas áreas de estudo. Foram analisadas as

Temperaturas de Superfície bem como os Enhanced Vegetation Index (EVI)

(em todas as áreas) e a Umidade Relativa do Ar (apenas no CIMNC). Foram

elaborados mapas temáticos de temperatura a partir níveis de cinza de bandas

termais por uma análise de balanço de radiação, no qual se determinou a

temperatura na copa das árvores e na superfície do solo em locais não

arborizados.

Devido ao CIMNC diferenciar-se das demais áreas em estudo, não só

pela dimensão, mas também pela diversidade de tipos de ocupação do solo

das áreas adjacentes, foi realizado um levantamento de campo com sensores

de temperatura e umidade em um transecto passando por pontos internas e

externas a este objeto de estudo.

4.1.1 Temperatura na Superfície (Ts) e o Enhanced Vegetation Index (EVI)

Com o objetivo de gerar mapas temáticos que possibilitassem identificar a

evolução da condição ambiental das áreas de estudo, foram utilizadas imagens

TM do satélite Landsat 5 referentes ao período de 1988 a 2010, adquiridas

junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de órbita e ponto

214/65-66. As passagens do satélite sobre as áreas de estudo ocorreram em

05 de junho de 1988, 28 de setembro de 1989, 26 de agosto de 2006, 07 de

abril de 2007 e 06 de setembro de 2010.

Foram utilizadas imagens do sensor TM do satélite Landsat-5, das quais

destaca-se a banda 6, que compreende a faixa do infravermelho (10,4 e

12,5μm). Esta banda apresenta sensibilidade aos fenômenos relativos aos

contrastes térmicos, servindo para detectar propriedades termais de rochas,

solos, vegetação, água, concreto, zinco, dentre outros.

87

Deste modo, foram obtidas as Temperaturas da Superfície (Ts) e os

Enhanced Vegetation Index (EVI) para as áreas de estudo empregando a

mesma metodologia utilizada por Silva et al (2005a,b) e Oliveira & Galvíncio

(2008), demonstrada através do fluxograma da Figura 13, onde foram

desenvolvidos modelos através da ferramenta Model Maker do programa

ERDAS Imagine 9.3.

Figura 13. Fluxograma da metodologia para obtenção da Temperatura da Superfície.

As sete etapas desse processo são descritas a seguir:

Radiância Espectral

A radiância espectral ou a calibração radiométrica (Eq. 5) consiste na

conversão do nível de cinza de cada pixel e banda, em radiância

monocromática, que representa a energia solar refletida, por unidade de área,

de tempo, de ângulo sólido e de comprimento de onda, medida ao nível do

satélite nas bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7. Para a banda termal, essa radiância

representa a radiação emitida por cada pixel, sendo empregada na obtenção

da temperatura da superfície. A radiância de cada pixel e banda foi obtida pela

equação proposta por Markham e Baker (1987):

ND255

abaL ii

iλi

(Eq. 5)

onde “a” e “b” são as radiâncias espectrais mínimas e máximas (Wm−2sr−1μm−1), ND é a intensidade do pixel (número inteiro compreendido entre 0 e 255) e i corresponde às bandas (1, 2, ... e 7) do satélite Landsat 5. Os coeficientes de calibração utilizados para as imagens TM são os propostos por Chander & Markham (2003).

88

Reflectância

A reflectância (Eq. 6) de cada banda é definida como sendo a razão entre

o fluxo de radiação solar refletido pela superfície e o fluxo de radiação solar

global incidente, a qual é obtida através da equação (Allen et al., 2002):

rλi

λiλi

d.cos.k

L.πρ

Z

(Eq. 6)

onde Lλi é a radiância espectral de cada banda, kλi é a irradiância solar espectral de cada banda no topo da atmosfera (Wm-2.μm-1), Z é o ângulo zenital solar e dr é o quadrado da razão entre a distância média Terra-Sol (ro) e a distância Terra-Sol (r) em dado dia do ano (DSA).

SAVI

Foi utilizado o índice de vegetação ajustado por solo (Soil Adjusted

Vegetation Index – SAVI) introduzindo um fator no IVDN para incorporar o

efeito da presença do solo, mantendo-se o valor do IVDN dentro de -1 a +1,

seguindo a equação proposta por Heute (1988). Esse índice é calculado

através da Eq. 7:

)ρρ(L

)ρL)(ρ(1SAVI

VIV

VIV

(Eq. 7)

onde piv e pv correspondem, respectivamente, às bandas do infravermelho próximo e do vermelho e L é constante, cujo valor mais frequentemente usado é 0,5 (Accioly et al., 2002; Boegh et al., 2002).

IAF

O Índice de Área Foliar (IAF) é definido pela razão entre a área foliar de

toda a vegetação por unidade de área utilizada por ela. O IAF é um indicador

da biomassa de cada pixel da imagem e o mesmo foi computado pela Eq. 8

obtida por Allen et al. (2002):

0,91

0,59

SAVI0,69ln

IAF

(Eq. 8)

89

Emissividades da Superfície

Para a obtenção da temperatura da superfície, é utilizada a equação de

Planck invertida, válida para um corpo negro. Como cada pixel não emite

radiação eletromagnética como um corpo negro, há a necessidade de introduzir

a emissividade de cada pixel no domínio espectral da banda termal εNB, qual

seja: 10,4 – 12,5 μm. Por sua vez, quando do cômputo da radiação de onda

longa emitida por cada pixel, há de ser considerada a emissividade no domínio

da banda larga ε0 (5 – 100 μm). Segundo Allen et al. (2002), as emissividades

εNB e ε0 podem ser obtidas, para NDVI > 0 e IAF < 3, segundo as Eq. 9 e Eq.

10:

IAF0,003310,97εNB (Eq. 9)

IAF0,010,95ε0 (Eq. 10)

Para pixels com IAF > 3, εNB = ε0 = 0,98 Para corpos de água (IVDN < 0), no caso do lago de Sobradinho e do leito do Rio São Francisco, Silva & Cândido (2004) utilizaram os valores de εNB = 0,99 e ε0 =0,985, conforme Allen et al. (2002).

Temperatura da Superfície

Para a obtenção da temperatura da superfície (Ts ) são utilizadas a

radiância espectral da banda termal L λ,6 e a emissividade εNB, obtida na etapa

anterior. Dessa forma, obtém-se a temperatura da superfície (K) pela seguinte

expressão (Eq. 11):

1L

Kεln

KT

λ,6

1NB

2s

(Eq. 11)

onde K1=607,76Wm-2sr-1μm-1 e K2=1260,56K são constantes de calibração da banda termal do Landsat 5 –T (Allen et al., 2002).

EVI

O Enhanced Vegetation Index (EVI) pode ser obtido pela equação (Eq.

12) proposta por Huete et al. (1997):

LACCGEVI

ρ*2ρ*1ρ

ρρ

VIV

VIV (Eq. 12)

90

onde IVρ é a reflectância no infravermelho próximo, Vρ é a reflectância no vermelho,

Aρ é a reflectância no azul, C1 é o coeficiente de correção dos efeitos atmosféricos

para o vermelho (6), C2 é o coeficiente de correção do efeitos atmosféricos para o azul (7,5), L é o fator de correção para a interferência do solo (1) e G é o fator de ganho (2,5).

A escolha deste índice de vegetação se dá através de sua capacidade

de minimizar o efeito background do solo e os efeitos atmosféricos devido à

utilização da banda do azul. Segundo Justice et al (1998) este índice ainda

apresenta uma alta sensibilidade a variação fenológicas.

Vale salientar que, ao se analisar as imagens geradas por este método,

faz-se necessário que se leve em conta as condições climáticas nos objetos de

estudo no momento em que a imagem foi capturada pelo satélite, pois estas

condições indicarão maior ou menor temperatura na região observada. Pra se

ter uma melhor noção do comportamento climático nos objetos analisados,

segue-se abaixo a Figura 14 que representa a médias mensais de temperatura

na RMR no período de 1961 a 2000.

Observa–se na Figura 15 que a Ts do fragmento de mata sob a

responsabilidade do CIMNC apresenta temperaturas mais amenas, quando

comparados com outros alvos como solo exposto e áreas urbanizadas. As

Figura 14. Médias mensais da temperatura do ar nos períodos de 1961-1970; 1971-1980; 1981-1990 e 1991-2000 em Recife.

Fonte: DANTAS et al. (2008)

91

temperaturas médias em 1988 indicam registros na faixa de 22,0ºC – 24,0ºC

para o interior da área de estudo e de 25,1ºC – 26ºC para a área externa a

mesma.

Figura 15. Variação espacial da temperatura e do Enhanced Vegetation Index no Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante nos anos de 1988 e 2007.

Já no ano de 2007 as faixas de temperatura médias passam de 25,1ºC –

26ºC para a área interna e > 28,1ºC para a área externa. Em consequência,

constata-se que em 19 anos a variação da temperatura média intra e extra

mata do CIMNC passou de 1ºC para 2,5ºC.

92

Através do EVI é possível observar que o entorno da mata apresentou,

em grande parte, uma diminuição de valores do índice de vegetação. Nota-se

como na imagem de 1988 havia uma predominância de EVI > 0,60 em grande

parte da imagem. Já no ano de 2007 é observado esta redução nos valores de

EVI, com valores variando entre 0,30 a 0,60.

Isto se deve principalmente a utilização antrópica a qual a área veio a ser

submetido com o passar dos anos. Já as áreas de corpos hídricos

apresentaram valores inferiores a 0, como pode ser observado em trabalhos

realizados por Machado et al (2009) em corpos hídricos e áreas com solo muito

alagado em parte do município de Ladário e Corumbá – MS e por Xia et al

(2008) na planície ao norte da China.

Vale ressaltar que não houve modificações significativas no uso do solo

nas áreas adjacentes ao objeto de estudo, porém, percebe-se que no ano de

2007 os valores médios das temperaturas na região apresentaram-se em

patamares superiores a 28ºC. Isto ocorreu devido às condições climáticas do

momento da captura das imagens pelo satélite, pois esta região apresentava

valores médios de temperatura mais elevados. Entretanto, ressalta-se mais

uma vez o fato da temperatura no interior do fragmento ter médias menores

que as extra fragmento nos dois anos observados, em 1988 e 2007.

No caso do 4º BCom, totalmente inserido em uma região urbanizada, ao

se comparar as Ts das imagens de 1989, 2006 e 2010 (Figura 16), pode-se

observar um aumento espaço temporal significativo da temperatura externa ao

objeto de estudo, pois a mesma passa de uma faixa de 25,1ºC – 26,0ºC para >

28,1ºC; entretanto, observa-se uma diminuição da temperatura no interior no 4º

BCom, pois as temperaturas médias passaram da faixa de 24,1ºC – 25,0ºC

para 22,1ºC - 23,0ºC .Ou seja, para um período de aproximadamente 20 anos,

houve um aumento da temperatura da área externa ao objeto de estudo na

ordem de 2,5ºC e, em contrapartida, houve uma diminuição de 2,0ºC no interior

do 4º BCom. Este fato pode ser explicado por uma oportunidade de

desenvolvimento de novas espécies ou maior desenvolvimento foliar das

espécies mais antigas como pôde ser observado por OLIVEIRA et al (2011) na

Mata da Várzea, também localizada no município do Recife – PE.

93

Figura 16 – Variação espacial da temperatura e Enhanced Vegetation Index no 4º Batalhão de Comunicações nos anos de 1989, 2006 e 2010.

94

Também é observado que as áreas de solo exposto no interior do

fragmento apresentaram valores de temperatura superiores a 28,1°C e entorno

com variação entre 26,1°C a 28,0°C. É possível observar nas cartas de EVI,

que no entorno desta área de solo exposto os valores de EVI apresentam-se

menos elevado (0,30 – 0,50) que na área de mata densa (EVI > 0,60). Também

é observado no interior do fragmento áreas com variação de EVI entre 0,40 –

0,50, o que pode evidenciar áreas utilizadas antropicamente.

Figura 17 apresenta a Ts na área do 14º BIMtz no anos de 1989 e 2010.

Mais uma vez observa-se que, ao comparar a temperatura média no interior do

objeto de estudo com as temperaturas externas, constata-se uma redução

significativa das Ts médias no interior da área militar. A seta nesta figura indica

uma área urbanizada na qual foi registrado um aumento da temperatura média

de uma faixa de 26,1ºC – 27,0ºC para uma faixa de 27,1ºC – 28,0ºC, gerando

um aumento médio de 1,0ºC. Já na área da mata do 14º BIMtz, esta

temperatura baixa da faixa de 24,1ºC – 25,0ºC para 19,1ºC – 22,0ºC, ou seja,

uma redução de aproximadamente 5,0ºC para um período de 20 anos.

95

Figura 17. Variação espacial da temperatura e Enhanced Vegetation Index no 14º Batalhão de Infantaria Motorizado nos anos de 1989, 2006 e 2010.

A área do 7ª GAC (Figura 18) é um exemplo bem claro do efeito

amenizador térmico gerado por um fragmento florestal em uma área urbana,

pois, mesmo não havendo cobertura vegetal na região fronteiriça a Leste

96

Figura 18 – Variação espacial da temperatura no 7º Grupo de Artilharia de Campanha nos anos de 1989 e 2010.

(indicado pela seta), a mesma apresenta uma diminuição da temperatura de

quase 3,0ºC, pois como comentam Dacanal et al (2010) um fragmento florestal

em área urbana pode atenuar a temperatura do ar, interceptar a radiação solar

e manter a velocidade do ar em baixa amplitude. Observa-se nesta figura,

ainda, um aumento significativo da temperatura média de toda região externa à

área de estudo, fato que foi gerado graças ao aumento construtivo na cidade

de Olinda, a qual ocorreu na contramão da recuperação florestal desta

Organização Militar.

Em um intervalo de tempo de pouco mais de duas décadas, a

temperatura da região periférica à OM passou de uma média na faixa de

25,1ºC – 26,0ºC para uma temperatura superior a 28,1ºC, representando um

aumento de 2,5ºC na temperatura média da área. Já no interior da área de

estudo, identifica-se que a faixa de temperatura média passou de 24,1ºC –

97

25,0ºC para 19,1ºC – 22,0ºC representando uma redução de 5ºC na

temperatura da predominante da área.

Da mesma forma que as demais áreas, a mata do Complexo Militar do

Curado (Figura 19) também indica uma sensível redução da Ts média em toda

área de estudo. E de forma semelhante, as temperaturas nas áreas adjacentes

a este objeto de estudo apresentam valores maiores. Observa-se, porém, que

houve um aumento significativo da temperatura em parte deste objeto (indicado

pela seta). Este aumento de Ts, na ordem de 2,0ºC, ocorreu em uma região em

que foram construídas na década de 1990 as instalações do 4º Batalhão de

Polícia de Exército.

98

Figura 19 – Variação espacial da temperatura e Enhanced Vegetation Index no Complexo Militar do Curado (CMNE) nos anos de 1989, 2007 e 2010

4.1.2 Umidade Relativa do Ar e o comportamento da temperatura no

interior e adjacências do CIMNC

Foram realizados monitoramentos simultâneos/instantâneos utilizando-

se um termo-higrômetro em um intervalo de tempo (12h), da temperatura e

umidade relativa do ar em um transectos Sudeste-Noroeste. Para conferir

maior representatividade à amostragem, o transecto foi marcado em diferentes

tipos de área de acordo com o tipo de uso do solo. O mesmo passa por uma

99

região de mata densa, por regiões de clareira e pela borda da mata até chegar

ao setor urbano da cidade de Araçoiaba.

Os pontos foram levantados inicialmente em uma carta topográfica e,

posteriormente, durante os trabalhos de campo, tiveram suas coordenadas

confirmadas por Sistema de Posicionamento Global utilizando-se o GPS

Garmin eTrex Summit. O Quadro 05 apresenta as coordenadas dos pontos

onde foram realizadas as medições e a Figura 20 representa um esboço da

localização dos pontos de monitoramento.

Quadro 05 – Localização dos pontos do transecto

Ponto de monitoramento

Coordenada dos pontos do Transecto Sudeste-Nordeste

P1 07º49’22”S e 35º06’53”O

– Interior da mata do CIMNC

P2 07º49’21’’S e 35º06’38’’O

– Clareira no interior da mata

P3 07º48’02” S e 35º06’06”O

– Borda norte do CIMNC próximo a uma região urbanizada

P4 07º 47’01” S e 35º05’18”O

– Região urbanizada adjacente ao CIMNC (Cidade de Araçoiaba a 2km da mata)

100

Figura 20. Esboço de localização dos pontos do transecto

Fruto do trabalho de campo, realizado com termômetros e higrômetros

na área do CIMNC, foram medidas e comparadas as temperaturas e umidades

relativas do ar em quatro pontos no interior e adjacências do campo. No

Quadro 06 verifica-se o comportamento da temperatura aferida em dois

horários diferentes num transecto que passa pela área de estudo e por uma

área urbana adjacente à mesma.

Araçoiaba

P4

P3

P2

P1

Legenda: Transecto NE-SW

101

Comparando as temperaturas, verifica-se que a região urbanizada (P4),

localizada numa área adjacente ao campo, apresentou valores superiores às

demais áreas nos dois momentos de observação. Percebe-se, também, que a

temperatura apresenta valores mais altos na medida em que o transecto se

afasta da área mais arborizada e se aproxima da mais urbanizada (Figura 21).

Figura 21 – Comportamento da temperatura em um transecto que corta o Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante (27/10/2012).

Quadro 06 – Temperatura em um transecto que passa pelo Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante e por área adjacente ao mesmo em período de estiagem (27/10/2010)

Ponto Características do

local

Temperatura (ºC)

Hora do registro

12:00 22:00

P1 Interior do CIMNC com

dossel fechado 28,5ºC 22,4ºC

P2 Interior do CIMNC

numa clareira 28,0ºC 23,6ºC

P3 Orla do CIMNC 30,2ºC 23,3ºC

P4 Região urbana em área adjacente ao

CIMNC 30,3ºC 24,4ºC

102

Comportamento semelhante foi observado por Martineli et al. (2010) em

uma floresta estacional semidecidual. Os autores constatam o fato da

temperatura em clareiras ser maior que as observadas nas áreas com o dossel

fechado.

Um comportamento inverso ocorreu nas observações da umidade

relativa do ar. Os registros de umidade na área urbanizada apresentaram

valores menores para os dois horários de verificados. Pode-se observar no

Quadro 07 que, para os dois horários monitorados, os valores em (P4) foram

sempre menores comparativamente em relação à (P1), (P2) e (P3).

No Quadro 08 observam-se os registros das temperaturas e umidades

máximas e mínimas no interior do CIMNC para pontos localizados em uma

clareira (P1) e em uma área com dossel fechado (P2). Neste monitoramento,

foi percebido que as temperaturas mínimas apresentam comportamentos

semelhantes nas duas áreas. Já com relação à temperatura máxima, observa-

se que (P1) registrou 2,2ºC a mais em (P2). Quanto à umidade, observou-se

que as máximas foram verificados na área com o dossel fechado.

Quadro 07 – Umidade Relativa do Ar em diversos pontos do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante e área adjacente (27/10/2010)

Ponto Características do

local

Umidade Relativa

Hora do registro

12:00 22:00

P1 Interior do CIMNC com

dossel fechado 70 70

P2 Interior do CIMNC

numa clareira 68 80

P3 Orla do CIMNC 51 70

P4 Região urbana em área adjacente ao

CIMNC 43 61

103

Dacanal et al. (2005) encontraram comportamento de variação de

temperatura e umidade semelhantes ao deste trabalho em bosques urbanos na

cidade de Campinas - SP. Os autores comentam o fato de que usuários de

bosques perceberem estes como áreas mais confortáveis. Essa diminuição da

umidade relativa na área urbanizada decorre de uma menor evapotranspiração

em áreas desprovidas de vegetação.

4.2 Serviços ambientais de manutenção dos estoques e de absorção de

carbono

Feitosa (2004), Rego (2004), Alves Júnior (2004) e Rocha et al. (2008)

definem algumas áreas objeto deste estudo como Mata Atlântica em estágio

inicial de sucessão. Contudo, ao se realizar o enquadramento destas matas

pelos parâmetros definidos pela Resolução CONAMA Nº 31 de 07 de

dezembro de 1994 (CONAMA, 1994), identificou-se que as mesmas

apresentam características próprias de matas em estágio médio de

regeneração. Dentre as principais características que levam a este

enquadramento estão:

DAP médio: CIMNC = 12,93cm (REGO, 2004), Complexo Militar do

Curado = 13,99cm (ALVES JÚNIOR, 2004); 4º BCom = 9,30 (FEITOSA,

2004) , ou seja, DAP médio entre 8 e 15cm.

Ocorrência das espécies Tapirira guianensis, Bowdichia virgilioides

Kunth e Sloanea obtusifolia K.Schu.

Quadro 08 – Mínimas e máximas Temperaturas e Umidades Relativas do Ar em uma área fechada e uma clareira do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante (27/10/2010)

Ponto Características do

local Variação

Temperatura

(ºC)

Umidade

Relativa

P1 Interior do CIMNC

com dossel fechado

Mínima 20,6ºC 55

Máxima 28,9ºC 99

P2 Interior do CIMNC

numa clareira

Mínima 20,5ºC 57

Máxima 31,1ºC 88

104

Fisionomia arbórea e/ou arbustiva predominando sobre a herbácea,

podendo constituir estratos diferenciados; a altura média é de 6 a 15

metros.

Trepadeiras, quando presentes, são predominantemente lenhosas

Cobertura arbórea variando de aberta a fechada, com ocorrência

eventual de indivíduos emergentes.

Partindo-se do pressuposto de que as áreas de estudo encontram-se em

estágio médio de regeneração, adotou-se o valor de 82,70 MgC/ha como

quantidade média de biomassa vegetal viva nas áreas de estudo, que é a

estimativa sugerida por Brietez et al. (2006) e por Roderjan (1994) para esta

tipologia de Mata Atlântica em fase intermediária de sucessão.

Segundo Houghton et al. (2001) e Brown (2002) apud Barbosa et al

(2009), para se obter a biomassa total faz-se necessário acrescentar o

correspondente à quantidade de carbono estocada na serrapilheira,

denominada estimativa de necromassa, a qual corresponde a 15% do valor da

biomassa vegetal viva. Desta forma, sugere-se que a quantidade de carbono

possa ser estimada conforme a Equação 13.

QC = α. Af . Ec (Eq. 13)

Onde QC = Quantidade de carbono (Toneladas de carbono); α = Constante de

acréscimo da necromassa; Af = Área florestada (hectare) e Ec = Estimativa de

carbono (Toneladas de carbono por hectare).

Para estimar a quantidade de carbono na vegetação rasteira utilizou-se

a estimativa de 2,1 Mg de C ha -1, que corresponde ao valor médio encontrado

para a tipologia caracterizada por pasto obtido por Tiepolo et al. (2002).

Com o intuito de fornecer informações geograficamente referenciadas,

foi construída uma base cartografia. Esta etapa envolveu o levantamento de

cartas topografias das áreas de estudo e mapas temáticos que

compreendessem as cinco Organizações Militares alvos desta pesquisa. Numa

segunda etapa, com o apoio da seção de cartografia da 3ª Divisão de

Levantamento, as cartas foram digitalizadas e posteriormente referenciadas por

coordenadas geográficas e retangulares.

105

A base cartográfica utilizada no desenvolvimento do trabalho foi a

seguinte:

- Carta Temática para Transitabilidade de Blindados, CIMNC - PE, Folha -

Especial, escala 1:25.000.

- Carta Topográfica Recife, Folha SC.25-V-A-III/1-NO, escala 1:25.000

- Carta Topográfica Pau Amarelo, Folha SB.25-Y-C-VI/3-SE, escala 1:25.000

- Carta Topográfica Olinda, Folha SC.25-V-A-III/1-NE.

Posteriormente, foram confeccionados mapas para as áreas,

diferenciando os usos do solo e limites demarcados.

Em seguida, foi confeccionado um banco de dados em que foram

levantados os limites das áreas militares, as áreas edificadas, as áreas úmidas,

a vegetação rasteira (toda a vegetação observada que não fosse arbórea), a

vegetação arbórea (composta por árvores agrupadas) e as áreas de nuvens

que impediram a observação de parte dos fragmentos.

O trabalho foi realizado utilizando como base os arquivos digitais de

levantamentos topográficos de áreas militares, originados no software

MicroStation SE, compilados para o Software ArqGIS 9.2, embasando nos

limites das áreas militares e as edificações militares e em recortes de Imagens

SPOT digitais originadas do software Google Earth Pro, na qualidade Premium,

datadas de 2002 a 2009, convertidas e georreferenciadas de "jpg" para "geotif"

através do software ArqGIS 9.2, objetivando realizar o levantamento da

vegetação pertencente às áreas militares.

As Figuras 22 a 29 são representações gráficas dos tipos arbóreos

dominantes nas áreas de estudo, nas quais são destacado os respectivos

limites e diferenciações para as vegetações arbórea e rasteira.

106

Figura 22 – Representação gráfica do tipo arbóreo na área do Campo de Instrução

Marechal Newton Cavalcante.

107

Figura 23 – Representação gráfica do tipo arbóreo na área do 4º Batalhão de

Polícia do Exército.

108

Figura 24 – Representação gráfica do tipo arbóreo na área do 14º Batalhão de

Infantaria Motorizado.

109

Figura 25 – Representação gráfica do tipo arbóreo na área do Campo de Instrução

do 14º Batalhão de Infantaria Motorizado.

110

Figura 26 – Representação gráfica do tipo arbóreo na área do 7º Grupo de Artilharia

de Campanha e da 3ª Divisão de Levantamento.

111

Figura 27 – Representação gráfica do tipo arbóreo na área do Comando Militar do

Nordeste.

112

Figura 28 – Representação gráfica do tipo arbóreo na área da 10ª Brigada de

Infantaria Motorizada e do 4º Batalhão de Polícia do Exército.

113

Figura 29 – Representação gráfica do tipo arbóreo na área do 10º Esquadrão de

Cavalaria Mecanizado e respectivo Campo de Instrução.

114

Observa-se no Quadro 09 a distribuição da cobertura vegetal das cinco

áreas de estudo, no qual se identifica um total de 7.668,47 ha de área com

vegetação arbórea e 641,74 ha com vegetação rasteira.

Quadro 09 – Áreas por tipologia de cobertura vegetal dos objetos de estudo em 2010.

Área de estudo Vegetação

arbórea (ha) Vegetação

rasteira (ha) Observação

CIMNC 7.000,00 357,85 *

4º BCom 117,47 185,32 **

14º BIMtz 320,71 22,98 **

7º GAC – 3ª DL 26,67 9,98 -

Complexo Militar do Curado

203,62 65,61 -

Total 7.668,47 641,74 -

*Como foi observado na Figura 21, aproximadamente 5.400 ha do campo de instrução são caracterizados por terem uma cobertura florestal do tipo arbórea e 358 ha por serem cobertos por uma vegetação rasteira. Outros 1.612 ha que aparecem na mesma figura cobertos por nuvens foram identificados em trabalho de campo e confirmados também como matas em fase intermediária de sucessão, logo, computou-se um total de 7.000 ha de cobertura arbórea. ** Ao valor das áreas da vegetação arbórea apresentado nas Figuras 22 e 24 somou-se 22 ha e 18 ha, respectivamente, relativos às áreas que nas imagens aparecem cobertas por nuvem, as quais foram e confirmada, através trabalho de campo, tratarem-se de áreas com cobertura vegetal arbórea.

O Quadro 10 apresenta de forma estimada o total de carbono estocado

nas cinco áreas.

Quadro 10. Estimativa de carbono estocado nas áreas de estudo em 2010.

Tipo de Vegetação

Área (ha) Estimativa de Carbono (Mg/ha)**

Quantidade de Carbono (Mg) *

Mata Atlântica (estágio médio de

sucessão) 7.668,47 104,20 918.912,76

Vegetação rasteira 641,74 2,65 1.698,84

Total 920.610,80

* QC =α. A . Ec, onde: QC = Quantidade de Carbono (Toneladas de carbono); A = Área (hectare), Ec = Estimativa de carbono (Toneladas de carbono por hectare) e α = Constante de acréscimo da necromassa (15% da estimativa de carbono para biomassa viva). ** Valor obtido por Brietz et al (2006) acrescido de 26% relativo à BVR, conforme preconizam Cairns et al. (1997).

No Quadro 11 sugere-se um cenário futuro para as áreas de estudo,

nele, as matas teriam alcançado o seu clímax em termos de crescimento, ou

115

seja, uma floresta ombrófila densa em estágio avançado. Para esta tipologia, a

estimativa de carbono passaria para aproximadamente 180,5 Mg/ha20.

Quadro 11. Estimativa de carbono estocado para o Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante em um cenário futuro.

Tipo de

Vegetação

Área (ha) Estimativa de

Carbono (Mg/ha)

Quantidade de

Carbono (Mg) *

Mata Atlântica

(Floresta Ombrófila

Densa)

7.668,47 180,5 1.591.783

Vegetação rasteira 641,74 2,65 1.698,84

Total 1.745.738,04

* QC =α. A . Ec, onde: QC = Quantidade de Carbono (Toneladas de Carbono); A = Área (hectare), Ec = Estimativa de carbono (Toneladas de carbono por hectare) e α = Constante de acréscimo da necromassa (15% da estimativa de carbono para biomassa viva).

Ao se comparar os cenários atuais e futuros, pode-se mensurar a

quantidade de carbono que estas áreas poderiam capturar no decorrer de

alguns anos. A estimativa de carbono estocado passaria de 920.462,56 Mg de

C para 1.593.332,80 Mg de C, ou seja, um incremento de 73,10 %.

Segundo Marland (2006), a soma global resultantes da queima dos

combustíveis fósseis e da produção de cimento no ano de 2005 resultaram na

emissão de 7,8 GtC na atmosfera. Isso significa que o carbono estocado nas

áreas de estudo equivale a 13,48 min de todas as emissões globais em um

ano.

4.3 Manutenção e Regeneração da Biodiversidade

Neste tópico, foi realizada uma revisão em diversos trabalhos que tratam

da fauna e da cobertura vegetal nos fragmentos de Mata Atlântica objetos

deste estudo. Porém, fruto da pequena quantidade de trabalhos que

abordassem os aspectos faunísticos, optou-se por se realizar também uma

pesquisa de campo junto aos militares e funcionários civis destas OM, para que

20 Resultado equivalente a 50% da média dos valores da biomassa vegetal apresentados na Tabela 03,

uma vez que a estimou-se que a quantidade de carbono equivale a metade da biomassa.

116

eles pudessem relatar se tinham conhecimentos sobre a ocorrência de

mamíferos, répteis, anfíbios e aves nestes fragmentos.

Seguem-se os resultados observados para cada uma das Organizações

Militares.

a) Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti

A vegetação é predominantemente do tipo floresta subperenifólia, com

partes de floresta subcaducifólia. A cobertura vegetal do CIMNC é a de mata

secundária com a presença de 20 fragmentos de Mata Atlântica primitiva

(LIMA, 2004). Os referidos fragmentos podem ser identificados nas cartas

topográficas que datam da década de 1960, contudo, as imagens mais atuais

obtidas por satélite não permitem fazer uma distinção dos limites dos mesmos.

Observa-se, ainda, que as áreas adjacentes aos fragmentos apresentam-se em

pleno estágio de recuperação. Guimarães (2008) afirma que o método de

recuperação de área degradada adotado no CIMNC, aparentemente

involuntário, foi o de regeneração natural21.

Em estudo realizado por Rego (2004) em um fragmento de Mata

Atlântica no interior do CIMNC foi levantada a existência de 49 espécies

arbóreas, sendo 47 espécies nativas e 2 espécies exóticas, distribuídas em 43

gêneros e 26 famílias distintas. As dez espécies que apresentaram maiores

Valores de Importância (VI)22, estão dispostas na seguinte ordem decrescente:

Tapirira guianensis, Inga marginata, Byrsonima sericea, Cupania racemosa,

Eschweilera ovata, Schefflera morototoni, Allophylus edulis, Campomanesia

xanthocarpa, Machaerium aculeatum, Brosimum discolor (REGO,2004).

O mesmo autor ainda cita que na análise da estrutura horizontal foram

amostrados 218 indivíduos, representados por 49 espécies arbóreas em uma

área de 2500 m² (0,25 ha), gerando uma área basal estimada em 23,08 m²/ha

e uma densidade total estimada de 872 indivíduos por hectare.

21

A regeneração florestal em pastagens abandonadas tem sido amplamente estudada na região da floresta Amazônica, sendo a direção e velocidade de processo dependentes de vários fatores, como tempo de

abandono, estado de degradação do solo, proximidade de fontes e propágulos e predação de sementes e

plântulas (UHL et al., 1988; MIRITI , 1998, NEPSTAD et al. 1998; GRANADE , 2001 apud SILVA

JÚNIOR, 2004). 22 O Valor de Importância é calculado pela seguinte expressão: VI = DR + FR + DoR, onde DR

(Densidade Relativa) =[ ni (Número de Indivíduos da Espécie) / N (Número Total de Indivíduos

Amostrados na Área)] x 100; FR (Freqüência Relativa) = [FA (Freqüência Absoluta) /ΣFA] x100 e DoR

(Dominância Relativa) = [AB (Área Basal da Espécie) / ABT (Área Basal de Todas as Espécies)]x 100.

117

Quanto à distribuição diamétrica23, observou-se que o fragmento

estudado apresentou características uma comunidade em estágio médio de

regeneração, conforme o Figura 30.

Figura 30. Distribuição diamétrica para os indivíduos arbóreos amostrados na área de estudo (0,25 ha). Classes Diâmetro a Altura do Peito com amplitude de 5 cm, sendo Classe 1 = 5cm e Classe 11 = 55cm. Fonte: Rego (2004)

Guimarães (2008) apresenta um levantamento da fauna do CIMNC

realizado nos anos de 2006 e 2007, baseado em relatos de funcionários do

Campo de Instrução. Foram relacionadas 29 espécies de aves, 16 espécies de

mamíferos e 18 espécies da herpetofauna24. Dentre as espécies citadas pode-

se destacar: o curió (Oryzoborus angolensis), o carcará (Polyborus plancus), o

pintassilgo (Carduelis magellanica), a capivara (Hidrochaeris hidrochaeris), a

cutia (Dasyprocta prymnolopha), o maracajá açu (Leopardus wiedii), o teju

(Tupinambis sp), a coral-verdadeira (Micrurus sp) e o jacaré-anão

(Paleosuchus palpebrosus). As Tabelas 04 , 05, 06 e 07, todas citadas por

23

A distribuição diamétrica consistiu na distribuição dos indivíduos em classes de diâmetro, com intervalos de 5 cm, abrangendo o diâmetro mínimo de 4,93 cm e o máximo de 65,25 cm. 24

Herpetofauna é a totalidade de espécies de répteis e anfíbios existentes em uma região.

118

Guimarães (2008), apresentam as aves, mamíferos, répteis e anfíbios

observados na área do CIMNC nos anos de 2006 e 2007. Outra pesquisa

realizada em uma um fragmento de Mata Atlântica localizado às margens da

rodovia PE- 27, próximo a esta área de estudo, identificou a ocorrência de:

tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), preguiça (Bradypus variegatus),

surucucu (Lachesis muta), jibóia (Boa constrictor), calambião (Polychrus sp),

calango-verde (Ameiva sp), papa-vento (Família Polychrotidae) e várias

espécies de insetos (PERNAMBUCO, 2009).

119

Fonte: Guimarães (2008)

Tabela 04 – Relação de aves observadas no CAMPO DE INSTRUÇÃO DO EXÉRCITO MARECHAL NEWTON CAVALCANTE , localizado em Paudalho, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2006-2007.

AVES

Nome comum Observação

Garça -

Bem-te-vi - Anu-preto -

Anu-branco - Pardal -

Rouxinol - Lavandeira -

Urubu - Pica-pau A ocorrência tem diminuído

Reloginho -

Juriti -

Ripina - Sabiá-gongá -

Guriatã - Curió A ocorrência tem diminuído

Carcará A ocorrência tem diminuído Jaçanã -

Caldo-de-feijão - Coruja-branca -

Rolinha - Andorinhão -

Beija-flor - Tesourão -

Flecha-peixe - Carrega-pau -

Bacurau - Biziu -

Papa-capim -

Pintassilgo A ocorrência tem diminuído

120

Fonte: Guimarães (2008)

Tabela 05 – Relação de mamíferos observados no CAMPO DE INSTRUÇÃO DO EXÉRCITO MARECHAL NEWTON CAVALCANTE , localizado em Paudalho, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2006-2007.

MAMÍFEROS

Nome comum Observação

Timbu -

Quati - Tamanduá - Morcego -

Maracajá açu - Punaré - Veado Há mais de 40 anos não aparece na

região Lobo guará Há mais de 15 anos não aparece na

região Capivara Apareceu na região nos últimos 15

anos Lontra - Sagui - Lebre - Tatu - Cutia - Paca -

Raposa -

121

Fonte: Guimarães (2008)

Fonte: Guimarães (2008)

Em outra pesquisa realizada na área do CIMNC, Barros Filho (2009) faz

referência à grande quantidade de serpentes encontradas neste campo,

apresentando dados de uma pesquisa em que foram coletados 41 indivíduos

distribuídos em 22 espécies e 6 famílias. Ressalta-se ainda a ocorrência de

Lachesis muta, ofídio que consta da lista do livro vermelho da fauna brasileira

ameaçada de extinção (MACHADO, 2008).

Tabela 06 – Relação de répteis observadas no CAMPO DE INSTRUÇÃO DO EXÉRCITO MARECHAL NEWTON CAVALCANTE , localizado em Paudalho, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2006-2007.

RÉPTEIS

Nome comum Observação Teju -

Lagartixa - Calanguinho -

Lagarto - Jibóia -

Cobra-cipó - Coral-verdadeira -

Jararaca - Bico-doce -

Cobra-de-duas-cabeças - Cobra-verde -

Tabela 07 – Relação de anfíbios observadas no CAMPO DE INSTRUÇÃO DO EXÉRCITO MARECHAL NEWTON CAVALCANTE , localizado em Paudalho, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2006-2007.

ANFÍBIOS

Nome comum Observação Perereca -

Sapo-cururu - Jacaré-anão -

Cágado - Caçote -

Gia-pimenta - Rã -

122

Quanto à diversidade de aves no CIMNC, foi registrada a ocorrência de

168 espécies (PERNAMBUCO, 2009).

Leite (2010) comenta a existência de espécies ameaçadas de extinção

na mata do CIMNC, destacando a ocorrência de um anfíbio, seis

espécies/subespécies de aves e um mamífero. Das aves encontradas, quatro

encontram-se no livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de extinção

(MACHADO, 2008) e uma na lista global da IUCN (2009). Na Tabela 08

observam-se as espécies ameaçadas de extinção encontradas no CIMNC.

Tabela 08 – Anfíbios, aves e mamíferos endêmicos e/ou ameaçadas de extinção encontrados nos remanescentes florestais da Mata do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante, Pernambuco. Categorias de ameaça: DE = Declinando; VU = Vulnerável; EP = Em perigo; CR = Criticamente ameaçado. Distribuição: CEP = Centro de Endemismo Pernambuco; FAB = Floresta Atlântica Brasileira; NEO = Região neotropical. Ordem/Espécie MMA (2003) IUCN (2009) Distribuição

Anfíbio

Stereocyclops incrassatus Cope, 1870

– DE FAB

Aves

Conopophaga lineata cearae (Cory, 1916)

VU – FAB

Picumnus exilis pernambucensis Zimmer, 1947

VU – CEP

Ramphocelus bresilius (Linnaeus) 1766

– – FAB

Thamnophilus caerulescens pernambucensis Naumburg, 1937

VU – CEP

Touit surdus (Kuhl) 1820 EP – CEP

Xenops minutus alagoanus (Pinto, 1954)

VU – CEP

Mamífero

Leopardus tigrinus Schreber, 1775

VU VU NEO

Fonte: Leite (2010)

b) 4º Batalhão de Comunicações

Em pesquisa que trata da diversidade de espécies arbóreas da área em

estudo associada ao solo em toposseqüência, Feitosa (2004) classificou este

remanescente de Mata Atlântica como uma Floresta Ombrófila Densa,

123

relatando que esta área apresenta uma diversidade florística baixa se

comparada a outros fragmentos de Mata Atlântica no estado de Pernambuco.

Feitosa (2004) cita, ainda, as dez espécies que apresentaram os mais altos

Valores de Importância, sendo assim distribuídas em ordem decrescente:

Tapirira guianensis, Clusia nemorosa, Eschweilera ovata, Xylopia frutescens,

Byrsonima sericea, Campomanesia xanthocarpa, Miconia sp, Stryphnodendron

pulcherrimum, Myrcia rostrata, Tapirira myriantha.

A distribuição diamétrica da área em estudo apresentou um gráfico em

forma de “J” invertido (Figura 31), apresentando uma redução brusca no

número de indivíduos na medida em que aumenta o diâmetro dos mesmos.

Feitosa (2004) comenta que este é um fato já esperado, pois se trata de uma

floresta inequiânea25 secundária em estágio inicial de sucessão. Para Rondon

Neto (2002) este tipo de distribuição garante que o processo dinâmico da

floresta se perpetue, pois a súbita ausência de elementos dominantes dará

lugar para as chamadas “árvores de reposição”.

Figura 31 - Distribuição diamétrica da Mata do Tejipió, PE, expressa em número de indivíduos por hectare por classes de diâmetro, com amplitude de classe de 5 cm, tendo a primeira classe início em 4,77 cm, fechadas a esquerda. Fonte: Feitosa (2004)

25 Florestas inequiâneas apresentam uma distribuição exponencial em forma de “J” invertido

124

Quanto à fauna da mata do 4º BCom, foram realizadas entrevistas com

um funcionário civil que trabalha na OM há 45 anos e com militares que servem

lá há mais de 20 anos. Durante os relatos foram citadas as espécies descritas

nas Tabelas 09, 10, 11 e 12

Tabela 09 – Relação de mamíferos observados no 4º BATALHÃO DE COMUNICAÇÕES DO EXÉRCITO, localizado em Recife, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2010.

MAMÍFERO

Nome comum Observação Tatu A ocorrência tem aumentado Paca Há em pequeno número Sagüi A ocorrência tem aumentado

Preguiça - Raposa -

Tamanduá Há mais de 35 anos não aparece na

região

Tabela 10 – Relação de répteis observados no 4º BATALHÃO DE COMUNICAÇÕES DO EXÉRCITO, localizado em Recife, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2010.

REPTEIS

Nome comum Observação Teju -

Camaleão - Salamanca -

Jibóia - Cascavel -

Coral Verdadeira - Coral Falsa -

Jararaca - Surucucu Pico de Jaca -

Corre campo - Caninana -

125

A cerca de 100 metros da Mata do Barro fica localizada a Mata do

Engenho Uchoa, a qual é definida como uma Reserva Ecológica Estadual

(PERNAMBUCO, 1987). As duas matas são divididas pela rodovia federal BR –

101 e não possuem corredores ecológicos ligando as mesmas.

Em Estudo de Impacto Ambiental realizado na Mata do Engenho Uchoa,

Alcoforado (2009) constatou a ocorrência saguis, caçotes, sapos cururus, rãs,

tejus e camaleões. As serpentes mais comuns foram a cobra-corre-campo,

cobra-verde, jararaca, salamanta e caninana.

Quanto às aves observadas por Alcoforado (2009) na Mata do Engenho

Uchoa, este autor faz uma apreciação mais extensa, citando a existência de:

Caracará, de ocorrência regular; periquito pacu ou tuim, geralmente em pequenos bandos; rolinha-cinzenta, que ocorre também nas capoeiras e áreas urbanizadas; anu-preto e anu-

Tabela 11 – Relação de anfíbios observados no 4º BATALHÃO DE COMUNICAÇÕES DO EXÉRCITO, localizado em Recife, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2010.

ANFÍBIOS

Nome comum Observação

Jacaré - Cágado -

Rã - Sapo-Cururu -

Tabela 12 – Relação de aves observadas no 4º BATALHÃO DE COMUNICAÇÕES DO EXÉRCITO, localizado em Recife, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2010.

AVES

Nome comum Observação Sabiá -

Aracuá - Nambu A ocorrência tem diminuído Juruti -

Canário da Terra - Pardal -

Anu - Galo de Campina -

126

branco, beijaflor-tesoura, beijaflor-de-banda-branca, ambas freqüentando flores; dorminhoco ou cava-chão, sanhaço, sanhaçu-de-coqueiro, e frei-vicente, bentevi, uma das aves mais freqüentes na área, siriri, andorinha, em pequenos andos; pitiguarí, sebito, reloginho, sabiás, principalmente nas copas densas; e o bico-de-lacre. Muitas dessas espécies freqüentam os poucos locais onde a mata é mais conservada, como a três-potes ou saracura. A juruviara é pouco comum, freqüentando especialmente as copas da mata. A peitica tem ocorrência ocasional nas áreas periurbanas.Na vegetação marginal, ou voando sobre as lagoas, às vezes de passagem, garças-brancas e o socozinho, semi-aquáticas; martim-pescador-grande, lavandeira, e a viuvinha ou noivinha, no capinzal e nas margens de lagoas. A jaçanã é espécie residente, pouco comum na vegetação marginal. São comuns ainda a coruja-de-frio e o bacurau, ambas de hábito noturno. Outra espécie muito comum na área é a maria-é-dia ou cucurutada, que vive também nas cidades. O pinicapauzinho foi registrado numa área com vegetação mais densa, perto de duma lagoa. O joão-de-barro foi observado numa capoeira, e o bico-chato-amarelo também identificado no local. O gavião-rapina ou pega-pinto esteve sobrevoando e cantando durante o período de observações. Um casal do pássaro conhecido por pai-pedro foi visto numa capoeira densa. A guriatã ou vem-vem é comum, quase sempre aos pares, na copa mata. Não foi constatada a presença do sanhaçu-do-mangue, que é restrito a esse tipo de ambiente. Ali, foram observadas apenas algumas espécies que ocasionalmente freqüentam o mangue, como sanhaçus, pitiguarí, bem-te-vi, sebito, dentre outras aves mais comuns

Considerando a proximidade entre as Matas do Barro e a do Engenho

Uchoa, é razoável afirmar que espécies encontradas na segunda, também

ocorram na primeira.

c) 14º Batalhão de Infantaria Motorizado

Não foi observada a existência de trabalhos científicos que tratem de

assuntos relacionados à fauna e à vegetação da mata localizada no interior do

14º BIMtz, contudo, identificou-se uma pesquisa realizada na Reserva

Ecológica de Jangadinha, a qual é vizinha deste objeto de estudo. Esta

pesquisa versa sobre Pteridófitas26 encontradas nesta área. Nela, Ambrósio

(1995) destaca a riqueza do número de espécies encontradas na reserva.

Quanto à fauna da mata do 14º BIMtz, foram entrevistados militares que

servem nesta Organização Militar há 26 anos e que residem nas proximidades

do Batalhão desde a década de 1960. Durante os relatos foram observados as

espécies descritas nas Tabelas 13, 14, 15 e 16.

26Samambaias, avencas, xaxins e cavalinhas são alguns dos exemplos mais conhecidos de plantas do

grupo das pteridófitas

127

Tabela 13 – Relação de mamíferos observados no 14º BATALHÃO DE INFANTARIA MOTORIZADO, localizado em Jaboatão dos Guararapes, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2010.

MAMÍFERO

Nome comum Observação

Tatu A ocorrência tem aumentado Capivara A ocorrência tem diminuído

Tamanduá A ocorrência tem diminuído

Cutia Há mais de 10 anos não aparece na

região Preá A ocorrência tem aumentado

Raposa Gato - Raposa Cachorro -

Timbu - Sagüi Diversas espécies Quati Duas variedades Lontra -

Preguiça - Morcego -

Tabela 14 – Relação de repteis observados no 14º BATALHÃO DE INFANTARIA MOTORIZADO, localizado em Jaboatão dos Guararapes, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2010.

REPTEIS

Nome comum Observação Camaleão -

Calango - Iguana - Jibóia -

Salamanca - Coral Verdadeira -

Coral Falsa - Casca de Burro -

Chainana - Corre Campo -

Cipó - Cascavel - Jararaca -

Surucucu Pico de Jaca -

128

Tabela 16 – Relação de aves observados no 14º BATALHÃO DE INFANTARIA MOTORIZADO, localizado em Jaboatão dos Guararapes, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2010.

AVES

Nome comum Observação Sabiá - Sairá -

Dançarino - Tié Sangue de Boi -

Sanhaçu - Bem-te-vi - Beija Flor Diversas variedades Canário -

Lavadeira - Papa Capim -

Rouxinol - Quero-quero -

Jandaia - Xexéu -

Periquito - Pega - Garça - Gavião - Rolinha - Coruja - Caburé - Sebito - Curió -

Patativa - Guriatã -

Pinta Silva - Galinha D’água -

Mergulhão - Pato Marreco -

Anu Preto - Anu Branco -

Tabela 15 – Relação de anfíbios observados no 14º BATALHÃO DE INFANTARIA MOTORIZADO, localizado em Jaboatão dos Guararapes, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2010.

ANFÍBIOS

Nome comum Observação

Jacaré - Sapo Cururu -

Rã -

129

d) 7º Grupo de Artilharia de Campanha

Ao serem analisados relatos de militares que trabalham no 7º GAC,

verificou-se que tanto os aspectos faunísticos quanto da flora se comportaram

de forma semelhante às outras OM. Apresentando, nos últimos anos, um

aumento da quantidade de animais e expansão das áreas coberta vegetação

arbórea.

Ainda quanto à fauna da mata do 7º GAC, foi entrevistado um militar que

serve nesta Organização Militar o qual é especialista em Ciências Biológicas.

Durante o relato foram observados as espécies descritas nas Tabelas 17, 18,

19 e 20.

Tabela 17 – Relação de mamíferos observados no 7º GRUPO DE ARTILHARIA DE CAMPANHA, localizado em Olinda, PE, Brasil, segundo relato de um especialista em biologia que serve na OM, obtidos através de questionários, em 2012.

MAMÍFERO

Nome comum Observação Preá A ocorrência tem aumentado

Raposa - Timbu - Sagüi Diversas espécies

Morcego -

Tabela 18 – Relação de répteis observados no 7º GRUPO DE ARTILHARIA DE CAMPANHA, localizado em Olinda, PE, Brasil, segundo relato de um especialista em biologia que serve na OM, obtidos através de questionários, em 2012.

RÉPTEIS

Nome comum Observação

Teju A ocorrência tem aumentado Jiboia - Cipó -

130

e) Complexo Militar do Curado

Em um estudo realizado com objetivo de analisar a estrutura

fitossociológica e classificar as espécies de acordo com seus grupos

sussecionais, Rocha et al. (2008), identificaram no fragmento da mata do

CMNE (0,5 ha), 581 indivíduos distribuídos em 54 espécies, 25 famílias e 41

gêneros. Segundo esses autores, as famílias com maior número de espécies

foi a Mytaceae e Lauraceae (ambas com 5 espécies), seguidas de Mimosaseae

e Sapotaceae (4 espécies), Anacardiaceae, Moraceae, Burceraceae e

Apocynaceae (3 espécies). As famílias com maior número de indivíduos

identificados foram Lecythidaceae (104), Moraceae (82), Anacardinaceae (81)

e Mimosaseae (40). Entre as espécies com maiores valores de importância

(VI), os autores destacaram Eschweilera ovata (44,62), Tapirira guianensis

(33,77) e Parkia pendula (28,15). De acordo com Gusson et al. (2005)

Tabela 19 – Relação de anfíbios observados no 7º GRUPO DE ARTILHARIA DE CAMPANHA, localizado em Olinda, PE, Brasil, segundo relato de um especialista em biologia que serve na OM, obtidos através de questionários, em 2012.

ANFÍBIOS

Nome comum Observação

Rã A ocorrência tem aumentado Sapo Cururu -

Tabela 20 – Relação de aves observados no 7º GRUPO DE ARTILHARIA DE CAMPANHA, localizado em Olinda, PE, Brasil, segundo relato de um especialista em biologia que serve na OM, obtidos através de questionários, em 2012.

AVES

Nome comum Observação Sabiá -

Bem-te-vi - Beija Flor - Canário -

Lavadeira - Carcará - Periquito -

131

Eschweilera ovata é uma espécie de grande importância na restauração

florestal visto que possui característica de se tornar uma pioneira antrópica em

áreas que sofreram degradação e, com isto, tende a colonizar essas áreas. Os

autores referem que T. guianensis e Brosimum discolor estão entre as espécies

de maior freqüência absoluta com (80%). Das 54 espécies encontradas, 30

foram classificadas como secundárias iniciais (56%) e 16 como sendo

secundárias tardias (30%). A área de estudo apresenta dominância ecológica

de poucas espécies, entretanto o fragmento apresenta estrutura semelhante a

outros fragmentos de Mata Atlântica. Segundo os autores, a maior parte das

espécies foi classificada como secundária inicial.

Na mesma pesquisa, Rocha et al. (2008) encontrou o valor médio do

DAP de um fragmento desta área no valor de 13,99cm, tendo como máximo 78

cm e mínimo 4,77 cm, conforme a curva de distribuição de diâmetros de

indivíduos representada no Figura 32. O fragmento apresentou um padrão

característico de floresta inequiânea, ou seja, apresentando uma distribuição

exponencial na forma de J-invertido

Figura 32 - Distribuição do número de indivíduos por classe de diâmetro intervalos fixos de 5 cm, abertos à esquerda e fechados à direita, em um fragmento de Floresta Atlântica em Recife-PE, Brasil.

132

Sousa Júnior (2006) apresenta um estudo do Valor de Importância (VI)

realizado no fragmento onde hoje está localizado o Jardim Botânico, ou seja,

numa área que outrora pertencera ao CMNE. As dez espécies que

apresentaram o melhor desempenho de VI, em ordem decrescente, foram:

Helicostylis tomentosa, Parkia pendula, Dialium guianensis, Schefflera

morototoni, Brossimum discolor, Cupania racemosa, Bowdichia virgilioides,

Protium heptaphyllum, Tapirira guianensis e Miconia prasina.

Silva & Vasconcelos (2005) realizaram uma investigação sobre a

distribuição da fauna flebotomínica em 4 fragmentos da Mata Atlântica na

Região Metropolitana do Recife. Na mata do Curado foi observado o maior

índice de diversidade, acreditando-se que a conservação da mata primitiva

neste local resulte na permanência dos mamíferos silvestres nos quais os

flebotomíneos realizam o repasto sanguineo. Das 11 espécies identificadas no

estudo os autores registraram a ocorrência de Lutzomyia: Lutzomyia evandroi

(96), Lutzomyia walkeri (92), Lutzomyia sordellii (32), Lutzomyia furcata (19) e

Lutzomyia aragaoi (2). Das espécies identificadas durante o estudo duas são

importantes para a saúde pública, L. umbratilis e L. wellcomei. A primeira,

considerada vetor silvestre da Leishmania (Viannia) guyanensis no norte do

país, aparentemente prefere praticar hematofagia na copa das árvores onde se

encontram seus hospedeiros naturais. No entanto elas foram identificadas

apenas nas Matas de Dois Irmãos no município do Recife e no Refúgio

Ecológico Charles Darwin no município de Igarassu (SILVA E

VASCOLCELLOS, 2005).

As aves são o componente muito notável na área, que abriga diversas

espécies. Em estudo que trata da avifauna desta área de estudo, Pereira et al

(2007) relata a existência das seguintes espécies: Conopias trivergata

(Bentivizinho); Pipra rubrocapila (Cabeça encarnada); Progne chalibea

(Andorinha Doméstica grande); Stelgidopteryx ruficallis (Andorinha-serrador);

Troglodytes aedon (Rouxinol); Ramphocaenus melanurus (Bico assovelado);

Turdus amaurochalius (Sabiá-poca); Tardus rufiventris (Sabiá-laranjeira);

Tardus fumigatus (sabiá da mata); Cyclarhis gujaneusis (Pitiguari); Vireo chivi

(Juruviana); Daenis cayana (Saí azul); Euphonia chlorotica (Vem-vem ou Fi-fi);

Euphonia violaceus (Guariatã); Tangara cayana (Frei Vicente); Tharaupis

palmarum (Sanhaçu do coqueiro); Rupornis magnirostris (Gavião carijó);

133

Mivalgo chimachima (Gavião carrapateiro); Columbia Minuta (Rolinha cafofa);

Forpus xanthopterygius (Periquito tapacu ou Tuim); Tyto alba (Rasga

mortalha); Antracothorax nigricollis (Beija-flor preto); Amazilia versicolor (Beija-

flor de banda branca); Picumnus elixis (Pica-pau anão dourado); Certhiaxis

cinnamomea (Casaca de couro); Sittasomus griseicapillus (Arapaçu verde);

Fluvicola nengeta (Lavadeira); Pitangus sulfuratus (Bem-te-vi); Tolmomgias

sulphuresceus (Bico chato de orelha preta); Todirostrum cinereum (Reloginho);

Elaenia flavogaster (Maria já é dia); Phyllomyias fasciata (PiolhinhoP; Thraupis

sayaca (Sanhaçu de bananeira); Sporophila leucoptera (Chorão); Sicalis

flaveola (canário da Terra); Estrildeastrid (Bico de lacre); Coragyps atratas

(Urubu de cabeça preta); Crotophaga ani (Anu Preto); Coereba flaveola

(Sebito).

Entre os mamíferos encontrados destacam-se PRIMATES - Sagüi de

tufo branco (Callithrix jacchus); DIDELPHIMORPHIA - Timbú (Didelphis

albiventris); RODENTIA Preá (Galea sp.), Capivara (Hydrochaeris

hydrochaeris).

Ainda quanto à fauna da mata do Complexo Militar do Curado, foi

realizada uma entrevista com uma militar que exerceu a função de Oficial de

Controle Ambiental desta área nos ano de 2004 e 2005, a referida militar é

Bacharel em Biologia com Mestrado em Recursos Pesqueiros e Aquicultura e

atualmente está cursado o doutorado em Ciências Biológicas. Durante o relato

foram observadas as espécies descritas nas Tabelas 21, 22, 23 e 24

134

Tabela 21 – Relação de mamíferos observados no Complexo Militar do Curado - CMNE, localizado em Recife, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2010.

MAMÍFERO

Nome comum Observação

Capivara Observou diversas vezes Paca Observou diversas vezes Sagüi Observou diversas vezes

Macaco de cheiro Observou diversas vezes Raposa Observou diversas vezes Timbu Observou diversas vezes

Morcego Observou diversas vezes

Tabela 22 – Relação de répteis observados no Complexo Militar do Curado - CMNE, localizado em Recife, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2010.

REPTEIS

Nome comum Observação

Jibóia - Cobra coral -

Tabela 23 – Relação de anfíbios observados no Complexo Militar do Curado - CMNE, localizado em Recife, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2010.

ANFÍBIOS

Nome comum Observação Jacaré -

135

4.4 Recarga e Proteção dos Mananciais

Neste tópico serão apresentadas algumas funções hidrológicas

derivadas da cobertura vegetal dos objetos de estudo, que são os serviços

ambientais de recarga, proteção dos mananciais e regularização de vazão. No

decorrer das análises, considerou-se tanto os efeitos gerados nas zonas

ripárias como nas demais áreas com cobertura florestal.

4.4.1 Recarga de Mananciais

A área da bacia de drenagem da microbacia do Rio Catucá à montante

do Reservatório de Botafogo possui parte da linha do divisor topográfico

coincidente com os limites do CIMNC. Dos aproximadamente 8.000 ha da

microbacia, cerca de 7.000 ha encontram-se dentro da área militar (Figura 33).

Entende-se que, devido a esta cobertura vegetal, esta área militar gera

importantes serviços ambientais hidrológicos para a proteção e recarga do

manancial. Com dimensões bem menores, as demais áreas em estudo

também geram este tipo de serviço, pois, possuem no seu interior ou em áreas

adjacentes algum manancial. Com o objetivo de identificar a importância hídrica

das áreas de estudo para a RMR, foram formuladas estimativas do volume da

água interceptada e infiltrada pelas regiões de mata estudas (Quadro 12).

Tabela 24 – Relação de aves observadas no Complexo Militar do Curado – CMNE, localizado em Recife, PE, Brasil, segundo relatos de seus funcionários, obtidos através de questionários, em 2010.

AVES

Nome comum Observação

Galinha d’água - Quero-quero -

Bem-te-vi - Beija-flor -

Canário da Terra - Sabiá -

136

Contorno do CIMNC

Figura 33. Microbacia do Riacho Catucá

Microbacia do

Riacho Catucá

137

Desta forma, estima-se que, mantendo-se as médias anuais de

precipitação, as áreas de mata sob a responsabilidade do Exército localizadas

na Região Metropolitana do Recife proporcionariam uma recarga anual de

102.330.956,53m³ de água, valor que representa mais de três vezes o volume

máximo de armazenamento do reservatório de Botafogo.

4.4.2 Proteção de Mananciais

Em todas as áreas de estudo foram observadas a existência de corpos

d’água, tais como: riachos, açudes e nascentes.

O CIMNC é a área de estudo que possui a maior quantidade de

mananciais, destacando-se o Açude Campo Grande e o Rio Catucá. O açude

Campo Grande foi construído antes da criação do campo de instrução e sua

água é utilizada para consumo interno do campo.

Quadro 12 – Estimativa de volume interceptado e infiltrado pelas áreas de Mata Atlântica sob a tutela do Exército na Região Metropolitana do Recife.

Área de estudo

Área de vegetação arbórea (ha)

Precipitação anual (mm/ano)(a)

Volume Interceptado (25,17% da Precipitação anual) x Área (b)

(m³/ano)

Recarga (anual)(c) (m³/ano)

CIMNC 7.000,00 2.264 398.894.160,00 935.032.000,00

4º BCom 117,47 1.800 5.322.095,80 12.475.314,00

14º BIMtz 320,71 2.461 19.865.858,20 46.566.771,30

7º GAC – 3ª DL 26,67 1.783 1.196.899,20 2.805.604,00

Complexo Militar do Curado

203,62 2.200 11.275.253,90 26.429.876,00

Totais - - 436.554.267,10 1.023.309.565,30 (a) Fontes: (PFALTZGRAFF, 2003); (FEITOSA, 2004); (AMBRÓSIO, 1995); (ALVES JÚNIOR et al, 2007) (b) O volume de água interceptado foi estimado em função das médias anuais precipitação nas regiões em estudo multiplicado pela média aritmética dos percentuais interceptados em região de Mata Atlântica encontrados por Fujieta et al (1997) apud Ranzini (2004), Linsley et al (1949) apud Tucci (2007) e Groppo (2010), os quais encontraram, respectivamente, os valores de 18%, 25% e 32,5% da precipitação anual. (c) Para estimar a recarga por infiltração foi utilizada expressão R (Recarga) = I (Infiltração por ano)*A(Área de estudo), onde, R é expresso em m³/ano. Quanto à quantidade de água infiltrada em região de Mata Atlântica, adotou-se o percentual de 59% da precipitação anual sugerido por Fujieda et al (1997).

138

Eventualmente, o sistema de abastecimento de água do CIMNC chega a

suprir as necessidades de mais de 2.000 militares ao mesmo tempo e por um

período de até um mês. Para tanto, não se faz necessário a utilização de

nenhum sistema de tratamento de água, pois a qualidade da água disponível

em seus mananciais dispensa qualquer processo de purificação.

Como foi observado no Cap 03, o Rio Catucá é represado ao sair dos

limites do CIMNC. Este represamento forma o reservatório de Botafogo, que

integra Sistema de Abastecimento Botafogo e é responsável por 19% do

abastecimento da RMR. Esta barragem sofre uma intensa ação antrópica

oriunda das áreas adjacentes, pois existem várias áreas produtoras de cana-

de-açúcar às margens da barragem, além da ocorrência de assentamentos

rurais próximos à mesma.

Ao se fazer análise do histórico de pH dos mananciais que compõem o

Sistema Botafogo, observa-se que o Rio Catucá comportou-se dentro da faixa

6 < Ph < 9 em todos registro de monitoramento, significando que o mesmo está

de acordo com o parâmetro para água bruta Classe 2 previsto na Resolução

COMANA Nº 357. O Quadro 13 destaca os valores dos pH das amostras nos

mananciais que fazem parte do sistema Botafogo.

Quadro 13. Histórico de pH dos mananciais que compõem o Sistema Botafogo. Rio/Riacho 2005 2006 (1º Sem)

2007 (2º Sem)

2007 2008

Catucá 7,5 6,0 7,3 7,4 7,0

Pilão 7,7 7,5 6,2 - 7,0

Cumbe 7,5 8,1 6,7 7,5 -

Conga 5,9* - 4,6* 6,2 5,8*

Arataca 6,4 6,1 - - -

Tabatinga 6,1 4,5* 6,1 - 5,9*

Monjope - - - - - * Em desconformidade para a classe 2 segundo a Resolução CONAMA 357/2005

Em termos de parâmetro, para estimar um dos serviços ambientais

hidrológicos gerados pela mata do CIMNC, tomou-se como base o custo para o

tratamento d’água sugerido por Mierzwa (2008) o qual varia entre R$ 0,20/m3 e

R$ 0,40/m3 para o tratamento convencional e outros tipos de tratamento

respectivamente27. Este custo foi calculado considerando como base o período

27 Para comparação considerou-se os dados relativos à eficiência da remoção de Carbono Orgânico Total.

139

de retorno de investimentos, através da expressão clássica de custos, (Eq 14)

(HIRSCHFELD, 1982), utilizando-se como base o valor do metro cúbico de

água produzido.

(Eq. 14)

Onde: Custo: Valor do metro cúbico de água tratada; P: Valor do investimento; O: Gasto anual com a operação do sistema; V: Volume anual de água produzido (m3); i:Taxa de retorno do investimento (% a.a./100); n: Número de anos para o retorno do investimento. A partir dos dados sobre custos de investimento e de operação para os sistemas de tratamento considerados, adotando-se uma taxa de retorno do investimento, referente à Ata de reunião do COPOM de 31/05/2006, de 15,25 % a.a. (http://www.bcb.gov.br/?COPOMJUROS), foram obtidos os custos para tratamento, por meio de uma planilha em Excel®. Sempre que necessário, a conversão de valores foi feita considerando-se a taxa de câmbio de 02 de junho de 2006, R$ 2,29/US$.

Dados da SABESP (2010) apontam que o consumo médio de água de

uma pessoa por mês no Brasil é de 6m3. Por sua vez, a ONU atesta que essa

quantidade varia em função do nível de desenvolvimento econômico e social

da área estudada.

No caso do consumo de uma tropa em treinamento ou em atividade de

combate, utilizou-se como parâmetro a quantidade de água bruta tratada por

dia para suprir o efetivo de 250 militares do BRAENGCOY (Companhia de

Engenharia da Força de Paz Haiti) integrante da MINUSTHA (Missão das

Nações Unidas para Estabilização do Haiti) que é de 100.000 l/dia ou

100m³/dia ou ainda 12m³ /mês/homem (BRAENGCOY, 2010).

Partindo do princípio de que o único custo para o tratamento da água

fosse o gasto nos seus processos (excluído os impostos, taxas e o lucro das

operadoras dos sistemas de abastecimento), e que nos meses de maior

consumo, quando há um efetivo de cerca de 2.000 homens, houvesse um

consumo de 12m³/mês/homem neste período, o CIMNC economizaria de

R$4.800,00 a R$9.600,00 em um mês de consumo intenso de água.

140

Em proporções menores que a do CIMNC, as demais Organizações

Militares também têm um papel muito importante na proteção de mananciais,

pois estão inseridas em regiões urbanas que são servidas, na grande maioria,

por abastecimento oriundo de águas subterrâneas.

4.4.3 Regularização de Vazão

Partindo da compreensão de que existe relação entre a cobertura

vegetal de uma Bacia Hidrográfica e a sua resposta hídrica (HURSH, 1948);

(LINHARES, 2006); (TUCCI et al., 2007); (WIGHAM, 1970, apud TUCCI, 2007)

e (LIMA, 2008), realizou-se a comparação entre bacias que, por possuírem

aspectos fisiográficos semelhantes, também poderiam apresentar similaridade

nas respectivas respostas hídricas.

As bacias analisadas foram as do Rio Catucá, localizada em grande

parte no interior do CIMNC e que possui cobertura florestal em quase sua

totalidade, e a Bacia do Rio Duas Unas, que possui usos e ocupação do solo

diversificado, onde ocorrem áreas urbanizadas, de pasto e com o predomínio

da cana-de-açúcar.

Com o objetivo de identificar o serviço ambiental de regularização de

vazão desempenhado pela área florestal, as bacias envolvidas na comparação

foram selecionadas por possuírem as seguintes características em comum:

dimensões semelhantes, um relevo forte ondulado, os solos das duas bacias

se caracterizam por serem representados pelos Latossolos e Podzólicos nos

topos de chapadas e topos residuais; pelos Podzólicos com Fregipan,

Podzólicos Plínticos e Podzóis nas pequenas depressões nos tabuleiros; pelos

Podzólicos Concrecionários em áreas dissecadas e encostas e Gleissolos e

Solos Aluviais nas áreas de várzeas (BELTRÃO et al, 2005), e, principalmente,

por encontrarem-se em mesmo regime de chuvas. Foi realizada também a

comparação entre as características físicas que têm relação com a resposta

hídrica das duas bacias, de tal forma que se identificasse semelhança no

comportamento hidrológico das mesmas.

Por fim, realizou-se uma verificou-se a relação Precipitação x Volume de

Água armazenado no reservatório de Botafogo, que está localizado na Bacia

Hidrográfica do Rio Catucá, e no de Duas Unas, localizado na Bacia de mesmo

nome.

141

Características Físicas

As características físicas de uma bacia hidrográfica são elementos de

grande importância em seu comportamento hidrológico, devido à existência de

estreita correspondência entre o comportamento hidrológico e o regime

hidrológico. Serão apresentadas a seguir algumas comparações entre as

características físicas das bacias do Catucá e de Duas Unas e dos seus

respectivos reservatórios.

- Área de Drenagem

É a área plana de uma bacia (projeção horizontal) inclusa entre seus

divisores topográficos.

Relação do indicador Quanto maior for a Área de Drenagem, maior será a capacidade de receber água oriunda de precipitação.

Área de Drenagem

Bacia Hidrográfica Rio Catucá 88km2

Rio Duas Unas 75 km2

- Coeficiente de Compacidade (Kc)

É a relação entre o perímetro da bacia (P) e a circunferência de um

círculo de área (A) igual à da bacia. Uma bacia será mais suscetível a

enchentes mais acentuadas quando seu Kc for mais próximo da unidade.

Quanto mais próximo da unidade for este coeficiente, mais a bacia se

assemelha a um círculo. Assim, pode-se interpretá-lo da seguinte forma

(BROOKS et al, 1997):

1,00 – 1,25: bacia com alta propensão a grandes enchentes

1,25 – 1,50: bacia com tendência mediana a grandes enchentes

> 1,50: bacia com menor propensão a grandes enchentes

Relação do indicador A tendência de enchente de uma bacia será tanto maior quanto mais próximo da unidade for este coeficiente.

Coeficiente de Compacidade (Kc = 0,28.P/√A)

Bacia Hidrográfica Rio Catucá 1,749

Rio Duas Unas 1,516

142

- Fator de Forma (Kf)

Relaciona a forma da bacia com a de um retângulo, correspondendo à

razão entre a largura média e o comprimento axial da bacia (da foz ao ponto

mais longínquo do espigão). A forma da bacia, bem como a forma do sistema

de drenagem, pode ser influenciada por algumas características,

principalmente pela geologia (CARDOSO et al, 2006). Segundo Villela & Mattos

(1975), uma bacia com um fator de forma baixo é menos sujeita a enchentes

que outra de mesmo tamanho, porém com fator de forma maior.

O fator de forma pode assumir os seguintes valores (BROOKS et al,

1997):

1,00 – 0,75.: sujeito a enchentes

0,75 – 0,50.: tendência mediana

< 0,50.: menor tendência a enchentes

Relação do indicador Uma bacia com Fator de Forma baixo encontra-se menos sujeita a cheias que outra com Fator de Forma maior.

Fator de Forma (Kf = A/L2)

Bacia Hidrográfica Rio Catucá 0,088654

Rio Duas Unas 0,163007

- Densidade de drenagem

A Densidade de drenagem (Dd) é expressa pela relação entre o

comprimento total dos cursos d’água de uma bacia e sua área total.

Pode-se classificar uma bacia, com base neste índice, da seguinte forma

(BROOKS et al, 1997):

> 1,50: bacia com menor propensão a grandes enchentes

5-13 km km-2: média densidade

> 13 km km-2: alta densidade

Relação do indicador Varia de 0,5km/km2 para as bacias de drenagem pobre, a 3,5 ou mais, para bacias excepcionalmente bem drenadas.

Densidade de drenagem (Dd=L/A)

Bacia Hidrográfica Rio Catucá 1,997727

Rio Duas Unas 2,03

143

Índice de Pendente

A declividade dos terrenos controla uma boa parte para a velocidade

com que se dá o escoamento superficial, afetando o tempo que leva a água da

chuva para concentrar-se nos leitos fluviais que constituem a rede de

drenagem da bacia. É expresso pela relação entre a diferença entre a cota

máxima e mínima e o comprimento máximo do rio principal.

Relação do indicador Quanto maior o índice pendente, maior será a velocidade de escoamento do curso d’água.

Índice de Pendente [IP=(Cota máxima – Cota mínima)/L]

Bacia Hidrográfica Rio Catucá 0,003398438

Rio Duas Unas 0,004662004662

Declividade Equivalente Constante S3

É a declividade uniforme cujo tempo de translação da água é o mesmo

do perfil longitudinal irregular natural. É obtida através da média harmônica

ponderada da raiz quadrada das diversas declividades de um rio. Quanto maior

a Declividade Equivalente Constante, maior será a velocidade de escoamento

de um rio.

Em que:

2

3i

i

i

i i

LS

L

S

com S D

144

Rio Catucá

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8)

Cotas (m)

Distância (m)

Distância (Li)

(km)

Distância acumulada

(km)

Declividade por

segmento 10/(2)

√(5) Si

L real (Li)

(km) Li/Si

42 4.150 4,15 4,15 0,00241 0,049088 4,15 84,54193

50 2.650 2,65 6,8 0,003774 0,06143 2,65 43,13887

60 1.850 1,85 8,45 0,005405 0,073521 1,85 25,16272

70 550 0,55 9,00 0,018182 0,13484 0,55 4,078909

80 5.450 5,45 14,45 0,001835 0,042835 5,45 127,2315

90 950 0,95 15,40 0,010526 0,102598 0,95 9,259455

100 5.550 5,55 20,95 0,001802 0,042448 5,55 130,7493

110 3.400 3,4 24,35 0,002941 0,054233 3,4 62,6929

120 1.250 1,25 25,6 0,008 0,089443 1,05 11,73936

Total 25.600 25,6 25,6 498,595

S3(Catucá)=(25,6/498,595)2 = 0,002636

Rio Duas Unas

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8)

Cotas (m)

Distância (m)

Distância (Li)

(km)

Distância acumulada

(km)

Declividade por

segmento 10/(2)

√(5) Si

L real (Li)

(km) Li/Si

60 3.400 3,4 3,4 0,002941 0,054233

3,4 62,6929

70 1.950 1,95 5,35 0,005128 0,071611

1,95 27,23027

80 3.750 3,75 9,10 0,002667 0,05164

3,75 72,61844

90 2.400 2,4 11,50 0,004167 0,06455

2,4 37,18064

100 1.900 1,9 13,40 0,005263 0,072548

1,9 26,18969

110 3.700 3,7 17,10 0,002703 0,051988

3,7 71,17092

120 2.900 2,9 20,00 0,003448 0,058722

2,9 49,38522

130 700 0,70 20,70 0,014286 0,119523

0,70 5,85662

140 350 0,350 21,50 0,028571 0,169031

0,350 2,070628

150 400 0,4 21,45 0,025 0,158114

0,4 2,529822

Total 21.450 21,45 21,45 356,9252

S3(Duas Unas)=(21,45/356,9252)2 = 0,003612

145

- Área média do espelho d’água

A área média do espelho d’água é determinada pela área da superfície

do reservatório registrada na cota média do mesmo.

Relação do indicador

Quanto maior a área média do espelho d’água, maior será a probabilidade do reservatório interceptar eventos de precipitação que ocorram na região do reservatório.

Área média do espelho d’água (S média do espelho d’água)

Bacia Hidrográfica Rio Catucá 1,79 km2

Rio Duas Unas 3,34 km2

Sinuosidade do curso d’água

A sinuosidade do curso d’água é a relação entre o comprimento do rio

principal LRP e o comprimento da diretriz Ld.

Relação do indicador A sinuosidade é uma característica que controla a velocidade de um rio. Quanto mais próximo de 1, mais retilíneo é o traçado do rio.

Sinuosidade do curso d’água (Sin= LRP/Ld)

Bacia Hidrográfica Rio Catucá 2,0897

Rio Duas Unas 1,5321

Como é observado no Quadro 14, as bacias hidrográficas do Rio Catucá

e do Rio Duas Unas apresentam aspectos que lhes competem similaridades no

que se refere a respostas aos eventos pluviométricos, entretanto, ao se

observar a Figura 34 percebe-se que para eventos de precipitação

semelhantes nas duas bacias, ocorridos nos dias de 13 a 20 de junho de 2010,

a bacia do Rio Catucá apresentou uma resposta hídrica mais regularizada que

a bacia de Duas Unas. Observa-se, ainda, que os incrementos na variação de

volume dos reservatórios ocorreram na ordem de 53,84% e 187,50% dos

reservatórios de Botafogo e Duas Unas, respectivamente (Figura 34).

146

Quadro 14. Comparação entre as características fisiográficas das bacias hidrográficas dos Rios Catucá e Duas Unas, evidenciando características físicas semelhantes.

Característica Bacia hidrográfica Aspectos

observados Catucá Duas Unas

Área de Drenagem 88km2 75km2 Bacias com dimensões

semelhantes

Coeficiente de

Compacidade (Kc) 1,749 1,516

> 1,50: bacias com menor propensão a grandes enchentes

Fator de Forma (Kf) 0,088654 0,163007 <0,50: ambas têm menor tendência à

enchentes

Densidade de drenagem 1,997727 2,03 > 1,50: bacia com

menor propensão a grandes enchentes

Índice de Pendente 0,3398% 0,4662% Rios principais com declividades baixas

Declividade Equivalente

Constante 0,2636% 0,3612%

Rios principais com declividades baixas

Área média do espelho

d’água dos reservatórios 1,79 3,34

Pequenas extensões de

espelho d’água implicam numa

uniformidade em toda área dos

eventos pluviométricos

Sinuosidade do curso

d’água 2,0897 1,5321

Rios principais com sinuosidades semelhantes

147

4.5 Conclusões Parciais

Serviços Climáticos

As temperaturas no interior das áreas de estudo apresentaram valores

inferiores às registradas nas áreas adjacentes e próximas.

O método de comparação da Temperatura Superficial e do Enhanced

Vegetation Index por análise do balanço de radiação mostraram-se adequados

aos estudos comparativos da evolução ambiental de fragmentos de mata.

Os trabalhos de campo com os higrômetros e termômetros confirmaram

os dados obtidos com as análises realisadas com imagens de satélite,

comprovando a amenização da temperatura ao se aproximar das regiões de

mata.

Figura 34. Relação da precipitação e variação do volume dos reservatórios de Botafogo e Duas Unas no período de 13 a 29 de junho de 2010 .

148

A umidade relativa do ar apresentou valores menores nas regiões

menos arborizadas, comprovando os efeitos de retenção de umidade

provocados pela existência de florestas.

Manutenção dos estoques e sequestro de carbono

O sequestro de carbono é um processo capaz de mitigar os efeitos do

aquecimento global. As medidas de conservação da biomassa florestal em

escala regional também são capazes de gerar efeitos identificados in loco,

como no caso dos microclimas apresentados nas áreas de florestas.

No caso do CIMNC, observa-se um significativo potencial de sequestro e

de manutenção dos estoques de carbono em longo prazo. A área do campo de

instrução foi delimitada e tutelada ao Exército Brasileiro na década de 40,

desde então, o cenário de pasto e cana-de-açúcar deu lugar a uma mata

ombrófila densa com perspectiva de amadurecer e tornar-se mais exuberante e

potencialmente capaz de absorver mais carbono.

A metodologia de estimativa dos estoques e sequestro de carbono

mostrou-se bastante adequada e de fácil aplicação. De tal forma, que o sua

utilização facilita a compreensão e análise das potencialidades de uma floresta

em sequestrar e armazenar carbono.

Vale salientar que o Exército Brasileiro possui sob sua tutela mais de

22.352 km² em áreas de treinamento e aquartelamentos em território brasileiro,

uma área superior a do estado de Sergipe e a alguns pequenos países. Estas

áreas são vigiadas e o Exército, por conta da especificidade de suas

atividades, atua de forma a mantê-las preservadas e em regeneração.

Manutenção da biodiversidade

Todas as áreas de estudo apresentaram características de florestas

ombrófilas densas em estágio médio de regeneração. Constatou-se o

importante papel do Exército Brasileiro em facilitar a melhora da condição

ambiental, pois, apesar de não terem ocorridos programas de reflorestamento,

as atividades de treinamento realizadas no seu interior inibiram ações

antrópicas que pudessem retardar este processo. Entretanto, tem-se

observado um aumento das pressões urbanas externas, pois, a inexistência de

zonas de amortecimento favorecem as ações predatórias na sua periferia,

149

como a deposição de resíduos sólidos, o corte de árvores para aproveitamento

da madeira como lenha e até a formação de pequenos roçados.

O CIMNC foi a área com o maior número de pesquisas realizadas, entre

as do Exército. Neste, que pode ser considerado o maior fragmento de Mata

Atlântica ao norte do Rio São Francisco, foram observadas seis

espécies/subespécies de mamíferos e aves e uma de anfíbio ameaçado de

extinção, além da ocorrência de uma serpente costante no livro vermelho da

fauna brasileira ameaçada de extinção. Esta constatação faz com que cresça

de importância a necessidade preservar esta mata, sugerindo-se que sejam

realizadas outras pesquisas para que se possa aprofundar o conhecimento

sobre outras espécies que existem nesta mata.

Proteção e recarga de mananciais

As estimativas de recarga de manancial confirmam o papel dos

fragmentos florestais em possibilitar melhores condições para a recarga dos

aquíferos. Considerando a evidência da melhoria da condição ambiental da

microbacia do Rio Catucá a partir da recuperação florestal, constatada pela

melhoria do IAF e das Temperaturas de Superfície, concluiu-se pela sua

contribuição na estabilização dos processos hidrológicos locais.

Destaca-se, ainda, o papel desempenhado pela área do CIMNC na

proteção dos mananciais, evidenciado na boa qualidade do pH do manancial

localizado no seu interior.

Regularização de vazão

A relação floresta/infiltração da mata do CIMNC pode ser evidenciada na

resposta hídrica observada no manancial localizado no seu interior. Esta

floresta regulariza os picos de vazão nos mananciais, propiciando uma redução

dos riscos de inundação e de escassez de água. Os processos de

interceptação e evapotranspiração desempenhados pela cobertura vegetal do

Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante representam um importante

serviço ambiental na manutenção de uma vazão regularizada do Rio Catucá.

150

CAPÍTULO 5

EVOLUÇÃO DA CONDIÇÃO AMBIENTAL DAS ÁREAS DE FLORESTA

TUTELADAS AO EXÉRCITO

5.1 Histórico de uso e ocupação das OM

Com o objetivo de se realizar um levantamento do histórico do uso e

ocupação das áreas objetos deste estudo, foi realizada uma pesquisa

documental nos arquivos da seção de Patrimônio da 7ª Região Militar, OM

responsável pelo controle patrimonial destas áreas.

a) Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti

O CIMNC tem suas origens no Campo de Instrução de Aldeia, criado

pelo Aviso Nº134, de 29 de Janeiro de 1944, do General Eurico Gaspar Dutra,

Ministro da Guerra, que aprovou as diretrizes propostas pela Diretoria de

Engenharia para construção do Campo de Instrução do Engenho Aldeia. Esta

Unidade teve por finalidade comportar acantonamento de emergência e

instalações militares de água e luz para uma Divisão de Infantaria. Os trabalhos

da construção ficaram subordinados, diretamente, ao Inspetor do 1º Grupo de

Região, General Newton Cavalcanti, idealizador do Campo.

Em 21 de Julho de 1944, o Presidente Getúlio Vargas, pelo Decreto. N.º

16.161, declarou de utilidade pública para a desapropriação, de 09 (nove)

engenhos (Engenhos Timbó, Santiago, Santos Mendes, Barrocas, Aldeia,

Lages, Santa Rita, Santana Aguiar e Pindobal). Posteriormente, mais um

engenho foi desapropriado, o qual foi incorporado aos outros (GUIMARÃES,

2008). Nesta época, os engenhos se dedicavam basicamente ao cultivo da

cana-de-açúcar e a outras culturas de subsistência.

O Campo de Instrução teve a finalidade de adestrar a 7ª Divisão de

Infantaria para ser empregada nos campos de batalha da Europa, como

integrante da Força Expedicionária Brasileira (FEB). As obras para sua

construção tiveram inicio em 1º de fevereiro de 1944 e foram inauguradas em

25 de agosto de 1945. O nome Aldeia provém do fato de, no local onde hoje

fica localizada a sede do CIMNC, ter existido um aldeamento de índios da Tribo

151

Potiguara. No período da invasão holandesa, segundo o historiógrafo

pernambucano Mário Melo, era chefe dessa tribo o famoso índio Potí, que

passou à história como Felipe Camarão.

Pela Portaria Nº 326 - BG, de 29 de 1966, o Ministro da Guerra,

atendendo à sugestão apresentada pelo Comando do Exército, resolveu mudar

o nome do Campo de Instrução Militar Engenho Aldeia (CIMEA) para Campo

de Instrução Marechal Newton Cavalcanti (GUIMARÃES, 2008).

b) 4º Batalhão de Comunicações

Até 1965 esta área de estudo pertencia ao Ministério da Agricultura,

tendo a denominação de Fazenda Modelo. Nesta época, a mesma era

destinada à pecuária e ao cultivo um tipo de capim, o qual era utilizado como

forrageira na alimentação de bovinos e de eqüinos. Com a implantação da

4ºBCom em outubro de 1965, a vegetação foi submetida a um corte raso e só

então se iniciou o processo de regeneração natural (FEITOSA, 2004).

Quanto ao nome da mata localizada no interior desta Organização

Militar, a mesma recebe duas denominações: Mata de Tejipió e Mata do Barro.

Em ambos os casos os nomes derivam dos bairros adjacentes ao

aquartelamento, tal como Feitosa (2004) cita.

c) 14º Batalhão de Infantaria Motorizado

Em 1934 foi criado o então 29º Batalhão de Caçadores, embrião do 14ª

Regimento de Infantaria. Com o objetivo de servir de base para as instalações

do Batalhão, a União adquiriu parte do Sítio Piedade. Posteriormente, outras

áreas foram agregadas, dando origem ao Campo de Instrução do Batalhão.

Estas últimas áreas passaram à tutela do Exército Brasileiro apenas em 1958,

as quais foram adquiridas de uma instituição bancária denominada Bando do

Povo.

O Campo de Instrução do 14º BIMtz possui uma mata denominada mata

de Mussaíba, que por sua vez faz fronteira com a mata de Jangadinha28.

Ambas áreas são Reservas Ecológicas e devido à proximidade das mesmas e

da não existência de obstáculos naturais ou artificiais as separando, é possível

28 A mata de Jangadinha é de responsabilidade da COMPESA.

152

determinar que as Matas de Jangadinha e Mussaíba formam um fragmento

único de mata.

d) 7º Grupo de Artilharia de Campanha e 3ª Divisão de Levantamento

Em 07 de junho de 1941, teve início a construção das instalações do

aquartelamento do então 7º Grupo de Artilharia de Dorso. Posteriormente, em

1946 passou a ser denominado 7º Grupo de Artilharia de Obuses,

permanecendo com este nome até 1974, ano em que recebeu a denominação

atual, 7º Grupo de Artilharia de Campanha.

A área do 7º GAC foi desapropriada pelo Interventor Federal de

Pernambuco no início da década de 1940. A mesma pertencia anteriormente

aos Senhores Severino e Tiago Ferreira de Mendonça, proprietários dos

Engenhos Fragoso e Forno de Cal, respectivamente.

A 3ª Divisão de Levantamento foi criada em 1967 e é originária da

extinta Comissão Especial de Levantamento do Nordeste. A mesma ocupa

uma área que pertencia ao 7º GAC.

e) Complexo Militar do Curado

Após o regresso das tropas que combateram na II Guerra Mundial, o

Exército Brasileiro assumiu nova estrutura administrativa e operacional,

passando a ser organizado em quatro Zonas Militares: Norte, Centro, Oeste e

Sul, que, por sua vez, subdividiram-se em Regiões Militares. Em 24 de julho

de 1946, foi criada a Zona Militar do Norte, com sede na região central da

cidade de Recife. Em 1956, teve sua denominação modificada para IV Exército,

sendo a parcela Amazônica desmembrada para constituir o Comando Militar da

Amazônia.

Em 1979, as instalações do Quartel General do IV Exército foram

transferidas para a sede atual. Em 1985, mudou sua denominação para

Comando Militar do Nordeste.

A área em estudo passou para a tutela do Exército em 1972, ocasião em

que foi realizada a transferência patrimonial do extinto Instituto de Pesquisa e

Experimentação Agropecuária do Nordeste (IPEANE) para a Força Terrestre.

153

5.2 Condição ambiental das áreas de estudo

Todas as áreas de estudo foram adquiridas ou cedidas ao Exército

entre as décadas de 30 e 60 do século XX. Algumas, como a do 4º BCom e do

Complexo Militar do Curado, pertenciam a instituições estatais de

desenvolvimento agropecuário. Deste modo, foi identificado que nas suas

origens, as mesmas possuíam pequenas áreas utilizadas com monoculturas

como a cana-de-açúcar e o capim para alimentação de gado, como é possível

ser observado na Tabela 25. Quanto à existência de traços de vegetação de

Mata Atlântica nestas áreas, os documentos analisados retratam apenas a

existência de pequenos fragmentos que representavam não mais que 10% das

áreas originais. No caso específico do CIMNC, Guimarães (2008) cita a

existência de 20 fragmentos de Mata Atlântica, sem precisar o seu tamanho.

Tabela 25. Dados informativos sobre as áreas objetos de estudo

Organização Militar

Área (ha) Antiga destinação do uso

do solo Localização

Quando passou à tutela do Exército

CIMNC 7.342 Engenhos de cana-de-

açúcar 7º49’52”S

53º06’09” W 1944

4º BCom 173,53 Fazenda do Ministério da Agricultura destinada ao

cultivo de capim

8º05’59” S 34º57’22” W

1965

14º BIMtz 401,40 Conjunto de pequenos

sítios 8º05’34” S

35º00’18” W 1958

Complexo Militar do Curado

340,00

A propriedade pertencia ao Instituto de Pesquisa

e Experimentação Agropecuária do

Nordeste e destinava-se ao cultivo de cana-de-

açúcar e capim

8º04’18” S 34º57’53” W

1972

7º GAC e 3ª DL 43,53 Originaria de dois

engenhos de cana-de-açúcar

08º 00' 16,8" S 34º 51' 56" W

1941

Fonte: Adaptado de Guimarães (2012)

Utilizando-se a comparação de fotografias, evidencia-se através das

Figuras 35 e 36 a evolução de duas áreas objeto deste estudo. Na primeira

observa-se a encosta de uma elevação no interior do 4º BCom, nas décadas

de 1960 e de 2010. Percebe-se que houve uma grande transformação da

tipologia arbórea desta área, pois a mesma passou de uma gramínea para um

tipo arbustivo florestal.

154

Na segunda identifica-se um corte de estrada na via privativa do

CIMNC, no qual se pode verificar que uma vasta região de pasto, predominante

na década de 1940, deu lugar a uma mata com árvores frondosas no ano de

2006.

Objetivando gerar mapas temáticos que possibilitassem identificar o

Índice de Área Foliar (IAF) das áreas de estudo, foram realizados

procedimentos metodológicos semelhantes aos utilizados para obter o a Ts e o

EVI no tópico 4.1.1. O IAF constitui um dos principais parâmetros biofísicos e

estruturais da vegetação, sendo definido como a área foliar total por unidade de

área do solo (m2.m-2) (CARREIRE, 2009). A mesma autora comenta que para

estimar a produtividade e a evapotranspiração, pesquisadores têm

desenvolvido modelos de interface floresta-solo-atmosfera, nos quais o IAF é a

Figura 35 – Elevação a leste de seção de manutenção do 4º Batalhão de Comunicações na década de 1960 (34A) e em 2010 (34B). Fonte: Foto “A” - 4º BCom e Foto “’B” – o autor.

A B

A B

Figura 36 – Estrada privativa do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante na década de 40 (35A). - Estrada privativa do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante em 2006 (35B). Fonte: CIMNC, Foto “A” - 1945 e Foto “B” - 2006.

155

principal variável descritora do dossel vegetal. Assim, este índice poderia ser

um indicador da condição ambiental da floresta.

Tomando-se como referência o IAF por sensoriamento remoto, foi

possível fazer a comparação deste índice em diferentes datas de um mesmo

local. Na Figura 37, identificam-se os IAFs da região do CIMNC para os anos

de 1988 e 2007, ou seja, um intervalo de tempo de 19 anos. Observa-se que

no ano de 2007 predominava na imagem valores de índices com parâmetros

entre 1,21 – 1,50. Por sua vez, no ano de 1988, esta mesma área apresentava-

se com parâmetros na faixa de 0,81 – 1,00. Logo, constata-se que no decorrer

dos anos houve um aumento da quantidade de área ocupada por uma

vegetação mais densa. Por outro lado, constata-se nas mesmas imagens que a

qualidade ambiental, representada pelo IAF, piorou nas áreas situadas no

entorno do CIMNC.

O Complexo Militar do Curado é constituído por várias Organizações

Militares, as quais foram implantadas em diferentes épocas. Analisando o

conjunto das áreas constatatou-se um aumento do IAF (Tabela 26). Pois, como

observa-se na Figura 38, num período de 18 anos houve um incremento deste

Figura 37 – Índice de Área Foliar no Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcante nos anos de 1988 e 2007.

156

índice, o qual passou de uma faixa de 0,61 – 0,80 para > 1,51. Entretanto,

verifica-se a existência de uma área em que ocorreu a diminuição do IAF

(indicado pela seta) na qual o índice passou de 0,81 – 1,00 para uma faixa de

0,00 – 0,10. Esta área diz respeito às instalações do 4º BPE, última OM a se

instalar neste complexo.

Tabela 26. Condição ambiental, indicada pelo Índice de Área Foliar, de fragmentos florestais sob a tutela do Exército Brasileiro na Região Metropolitana do Recife – PE.

OM Período analisado IAFs predominantes Condição da

cobertura vegetal

Inicial Final

CIMNC 1988 a 2007

(19 anos) 0,81 – 1,00 1,21 – 1,50 Melhorou

4º BCom 1989 a 2010

(21 anos) 0,61 – 1,00 > 1,51 Melhorou

14º BIMtz 1989 a 2010

(21 anos) 0,61 – 0,80 1,21 – 1,50 Melhorou

Complexo Militar do Curado

1989 a 2007 (18 anos)

0,61 – 0,80 > 1,51 Melhorou

7º GAC 1989 a 2010

(21 anos) 0,61 – ,80 1,21 – 1,50 Melhorou

Figura 38 – Índice de Área Foliar no Complexo Militar do Curado nos anos de 1989

e 2007.

157

A Figura 39 representa o IAF da área do 14º BIMtz e do seu entorno.

Percebe-se que houve uma melhora significativa da área foliar neste objeto de

estudo, pois ao comparar dados de 1989 e 2010, houve um aumento da faixa

predominante do IAF, de 0,61 – 0,80 para 1,21 – 1,50. Por outro lado, no

entorno constata-se que houve redução da área foliar, a qual passa de uma

maior concentração na faixa, 0,11 – 0,20, para a faixa que vai de 0,00 - 0,10.

Pode-se observar na Figura 40 o IAF da área pertencente ao 4ºBCom

para imagens captadas nos anos de 1989 e 2010. Na imagem mais antiga há

uma predominância da coloração esverdeada, ou seja, o IAF encontrava-se

numa faixa de 0,61 a 1,00. Nas imagens mais recentes, este índice passa a ter

uma predominância na cor azulada numa faixa de IAF > 1,51.

Consequentemente, constata-se que também houve um aumento da densidade

da mata deste objeto de estudo. O inverso ocorre em outras áreas ao Sul e ao

Figura 39 – Índice de Área Foliar no 14º Batalhão de Infantaria Motorizado nos anos de 1989 e 2010.

158

Norte deste objeto, onde a faixa do IAF predominante passa de 0,21 – 0,40

para 0 – 0,10. Observa-se também uma melhora do IAF na porção mais a

Leste do 4º BCom, onde se situa a Mata do Engenho Uchoa que é considerada

uma Área de Proteção Ambiental.

Por fim, verifica-se que o IAF da área do 7ºGAC (Figura 41) apresentou

um aumento substancial no período analisado. No ano de 1989 este índice

concentrava-se na faixa de 0,61 – 0,80 no interior do objeto de estudo, já na

área externa a OM, o mesmo índice predominava na faixa 0,21 – 0,40. No ano

de 2010, estas faixas se deslocaram para as faixas de 0,00 – 0,10 e para 1,21

– 1,50 respectivamente. Estes resultados indicam um aumento na densidade

da vegetação no interior do objeto de estudo e uma radical supressão das

áreas verdes ao redor.

Figura 40 – Índice de Área Foliar no 4º Batalhão de Comunicações nos anos de 1989 e 2010.

159

Considerando-se que há pelo menos quatro décadas essas áreas

militares eram predominantemente agrícolas, sendo propriedades rurais

controladas por donos de engenhos, pequenos agricultores ou por órgãos

governamentais voltados para as atividades de pesquisa e extensão em

agricultura e pecuária, constata-se uma mudança radical no uso do solo a partir

da presença do Exército como novo tutor das mesmas.

O controle de acesso por razões militares a apenas pequenas áreas

internas para montagem de infraestrutura operacional e a necessidade de

manter o isolamento das áreas usadas como medida de segurança para as

atividades de treinamentos militares possibilitaram uma regeneração florestal

significativa.

Figura 41 – Índice de Área Foliar no 7º Grupo de Artilharia de Campanha nos anos de 1989 e 2010.

160

Esta recuperação florestal, evidenciada, sobretudo, pelo IAF utilizando-

se o sensoriamento remoto, apresenta-se com grande importância na RMR,

onde é evidente a tendência de redução das áreas florestais, sobretudo pela

progressiva urbanização.

Desta forma, a melhoria da condição ambiental das florestas sob a

tutela do Exército, aponta para a necessidade de se ter uma estratégia clara de

futuro em relação a essas áreas, possibilitando para as mesmas um status de

proteção ambiental que não as coloque em vulnerabilidade, frente a eventuais

projetos estruturadores urbanos ou mesmo ao crescimento inercial dos

municípios que fazem parte da RMR.

Por enquanto, esses fragmentos florestais ainda estão quase

despercebidos da metrópole. Se por um lado ainda não despertaram a

especulação imobiliária, por outro, também não despertaram a necessidade de

valorizá-los como importante representante de uma paisagem que dominava a

Zona da Mata de Pernambuco, e que possui estratégico papel na geração de

serviços ambientais, como a produção de água, a captura de carbono e a

conservação da biodiversidade.

Saliente-se que as florestas existentes nas áreas do CIMNC e do 14º

BIMtz contribuem diretamente para a proteção dos mananciais hídricos dos

reservatórios respectivamente de Botafogo e Jangadinha, os quais atendem ao

abastecimento público da RMR.

Além disso, a redução do desmatamento, a expansão de área ocupada

e a conectividade dos fragmentos florestais, além do próprio adensamento em

biomassa, atendem aos princípios do chamado desmatamento evitado,

utilizado para o controle do estoque de carbono na vegetação, evitando que o

mesmo ganhe a atmosfera e acelere o efeito estufa. A Redução de Emissões

por Diminuição do Desmatamento (REDD) pode levar a creditá-lo no mercado

voluntário de carbono, inspirado no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

(MDL), a partir do protocolo de Kioto.

5.3 Conclusões Parciais

O processo de degradação da Mata Atlântica se reflete em Pernambuco

de forma expressiva, sendo este mais contundente no entorno de áreas

161

urbanas, principalmente na Região Metropolitana do Recife. Porém, nas áreas

tuteladas ao Exército ocorre o processo inverso.

O método de comparação utilizando-se o Índice de Área Foliar mostrou-

se adequado, evidenciando uma melhora do índice em cada uma das

Organizações Militares estudadas, com incremento de quase 100% em alguns

casos.

Esta tendência de melhora progressiva da condição ambiental dos

fragmentos florestais sob a tutela do Exército Brasileiro na RMR se estabelece

no sentido inverso do que vem ocorrendo na maioria das áreas florestais

estudadas nas regiões metropolitanas, inclusive na de Recife, evidenciando o

papel desempenhado pelo Exército no controle do desmatamento e na

facilitação da regeneração florestal.

Esta pesquisa concluiu que, a partir da comparação dos fragmentos

florestais pelo uso de imagens fotográficas e de satélite no período observado

de 18 a 21 anos, a condição ambiental dos mesmos nessas áreas militares

apresentou uma melhora considerável.

162

CAPÍTULO 6

ASPECTOS LEGAIS DAS ÁREAS DE ESTUDO

6.1. Abordagens objetivas e transversais das questões ambientais nas

normas do Exército Brasileiro

O arcabouço jurídico ambiental brasileiro não contempla as áreas onde

ocorrem atividades de treinamento militar em norma específica. Porém, na

busca de manter-se alinhada às normas vigentes, as Forças Armadas

estabeleceram instrumentos internos, os quais norteiam o desenvolvimento de

suas atividades.

Assim, foram criadas normas com o objetivo de orientar as atividades

militares no âmbito da força, as quais objetivam alinhar e, consequentemente,

introduzir determinações legais acerca do tema no âmbito das Organizações

Militares (OM).

A Política de Gestão Ambiental do Exército Brasileiro (PGAEB) foi

aprovada pela Portaria N° 570 (BRASIL, 2001), a mesma estabeleceu a

implantação de ações de gestão ambiental no âmbito do Exército. Entretanto,

foi com um atraso de 29 anos, que por intermédio da Portaria Nº 1.138

(BRASIL, 2010a), que a PGAEB entrou em consonância com a Política

Nacional de Meio Ambiente, trazendo como inovação um princípio que versa

sobre a necessidade de se fortalecer o sistema de ensino e instrução militar no

sentido de desenvolver práticas que resultem na preservação das áreas

jurisdicionais ao Exército ou empregadas temporariamente.

Apenas quatro meses após ser instituída a Política Nacional de

Resíduos Sólidos (PNRS), o Exército determinou pela Portaria Nº 1.275 suas

diretrizes para a adequação da Força Terrestre à PNRS (BRASIL, 2010b).

Dentre as principais determinações desta Portaria está a orientação para que

todas OM elaborem seus Planos Básicos de Gestão Ambiental e seus Projetos

de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

Aprovada pela Portaria Nº 386, as Instruções Gerais para o Sistema de

Gestão Ambiental no Exército Brasileiro (BRASIL, 2008a) apresentam no Art 5º

a abrangência das ações de Gestão Ambiental do Exército, destacando-se: a

educação ambiental, a legislação ambiental, o licenciamento ambiental, o

163

planejamento e controle das atividades desenvolvidas, as operações e

atividades militares, dentre outras.

Com a finalidade de desenvolver junto ao público interno a mentalidade

de comprometimento com a gestão ambiental, foram aprovadas com a Portaria

Nº 014-DEP as normas para a Promoção da Educação Ambiental nos

Estabelecimentos de Ensino e nas Organizações Militares Subordinados e/ou

Vinculados ao Departamento de Ensino e Pesquisa (BRASIL, 2008b). Da

mesma forma que ocorreu com a PGAEB, esta norma tem como um dos

objetivos introduzir a adoção de procedimentos consoantes com os princípios e

os objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.

A Portaria Nº 934, que trata do Sistema de Gestão Ambiental do Exército

Brasileiro apresentou importantes determinações que viriam influenciar as

normas mais recentes (BRASIL, 2007). Dentre elas destaca-se a de que o

Estado-Maior do Exército (EME) insira a Política de Gestão Ambiental do

Exército Brasileiro na Política Militar Terrestre da Instituição para um

gerenciamento efetivo, de tal forma que assegure o fiel cumprimento da

legislação ambiental e promova a convivência harmônica da Força Terrestre e

o ecossistema.

A Portaria Nº 050 tem por finalidade oferecer subsídios para a

elaboração de Planos Básicos de Gestão Ambiental das OM e apresentar

exemplos de programas voltados para a viabilização ambiental das atividades e

empreendimentos militares (BRASIL, 2003a). Esta foi a primeira norma do

Exército a abordar e determinar a avaliação dos riscos de danos derivados das

atividades de instrução militar, de tal forma, que apresenta orientações quanto

às instruções de tiro, guerra química, bacteriológica ou nuclear e o uso de

cursos d’água. Quanto às atividades de rotina das OM, é feita menção quanto a

destinação adequada dos dejetos líquidos e resíduos sólidos e gasosos.

Esta Portaria foi a primeira norma do Exército que tratou

especificamente dos assuntos ambientais, apresentando como uma de suas

premissas básicas a de que as preocupações com o meio ambiente devem

estar sempre presentes nas atividades e empreendimentos do Exército, mas

não devem, de forma alguma, inibir ou deformar as características próprias das

ações militares.

164

O Regulamento Interno de Serviços Gerais, aprovado pela Portaria Nº

816, apresenta no seu capítulo IX as providências de controle ambiental no

âmbito das Organizações Militares, definindo responsabilidades e orientando

para que as atividades militares desenvolvidas nos campos de instrução sejam

realizadas conforme as normas ambientais vigentes (BRASIL, 2003b).

Mais recentemente, em 2011, o Chefe do Departamento de Engenharia

e Construção do Exército Brasileiro aprovou as Instruções Reguladoras para o

Sistema de Gestão Ambiental no Âmbito do Exército (IR 50 - 20). Esta norma

estabelece os procedimentos operacionais, educativos, logísticos, técnicos e

administrativos do Exército Brasileiro para o gerenciamento ambiental efetivo,

de modo que assegure a adequação à legislação pertinente e o cumprimento

do dever de defender, preservar, melhorar e recuperar o meio ambiente para

as presentes e as futuras gerações. Apresentando em seu corpo capítulos

específicos que tratam dos seguintes temas:

- Sistema de Gestão Ambiental do Exército Brasileiro

- Educação Ambiental

- Gestão de Resíduos Sólidos

- Abastecimento de Água

- Drenagem e Gestão de Efluentes

- Cuidados Ambientais nas Atividades Subsidiárias

- Responsabilidades Ambientais

O preparo da Força Terrestre é alicerçado pelo Sistema de Instrução

Militar do Exército Brasileiro. O mesmo orienta todas as atividades de

treinamento e ensino desenvolvidas pelo EB, apresentando no seu corpo

determinações que prevêem a necessidade de que sejam tomadas de

precauções adicionais para o não descumprimento das normas e leis sobre

proteção ambiental. Além de orientar quanto a alguns cuidados específicos no

caso de instruções militares realizadas em Unidade de Conservação.

A preocupação com as questões ambientais não é uma exclusividade do

Exército Brasileiro. Observa-se, também, que Forças Armadas estrangeiras

instituíram instrumentos que norteiam as atividades militares de forma

sustentável e coerente com as determinações da legislação ambiental de seus

países. Exemplos práticos podem ser observados no programa no Plano

Estratégico de Defesa Ambiental das Forças Armadas Australianas, no grupo

165

multinacional de peritos em treinamento responsáveis pela qualificação dos

quadros dos países integrantes da Organização do Atlântico Norte e a adoção

por todas OM das Forças Armadas Norte Americanas do sistema de gestão

baseado na norma ISO 14.000 (GUIMARÃES, 2008).

6.2 Estudo das áreas de mata tuteladas ao Exército Brasileiro localizadas

na Região Metropolitana do Recife

Apesar de não haver uma sistematização na doutrina brasileira sobre os

princípios ambientais, procurou-se neste trabalho, identificar nas normas

elaboradas pelos três níveis do poder, aquelas que tratam objetivamente ou

transversalmente das áreas objetos deste estudo. Para tanto, procurou-se

identificá-las por Organização Militar, bem como identificar-se a percepção e

compreensão dos gestores acerca das normas vigentes.

a) Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti

A Lei Estadual Nº. 9.860 delimita as áreas de proteção dos mananciais

de interesse da Região Metropolitana do Recife e estabelece condições para a

preservação dos recursos hídricos (PERNAMBUCO, 1986b). O CIMNC possui

dois rios e algumas matas enquadrados por esta lei. Os Riachos Catucá e Pilão

(localizados no seu interior) e seus respectivos tributários situam-se na

categoria M129. Além destes mananciais, observa-se também que as Matas de

Miritiba com 472,2 ha, de Cumbe de Cima com 190,36 ha, de Engenho Canoas

com 467,62 ha e a de Aldeia com 1.429,36 ha de área, todas localizadas no

interior do campo, são consideradas área de preservação de manancial e

definidas como área de Reserva de Floresta. Segundo a Lei Estadual Nº.

9.989, a mata de Miritiba também é enquadrada como Reserva Ecológica

(PERNAMBUCO, 1987).

Por sua vez, o Decreto Nº. 24.017 que aprovou o Zoneamento Ecológico

Econômico Costeiro - ZEEC do Litoral Norte do Estado de Pernambuco e

estabeleceu as condicionantes ambientais para cada zona, enquadra o CIMNC

como uma Subzona de Proteção do Manancial de Botafogo. O mesmo decreto

29 A categoria M1 engloba os mananciais e as respectivas faixas de 100m (cem metros) de largura,

medida em projeção horizontal, a partir dos limites do álveo das margens dos corpos d'água; nos quais, é

proibido o desmatamento, remoção da cobertura vegetal existente e a movimentação de terras,

denominadas áreas de preservação de mananciais de interesse da RMR

166

apresenta algumas orientações quanto à proibição da degradação de

remanescentes de Mata Atlântica em qualquer estágio de regeneração e

proibição à utilização de produtos químicos que ofereçam riscos de

contaminação das águas superficiais (PERNAMBUCO, 2002).

Segundo o Decreto n.º 11.760, o Riacho Catucá e todos os seus

afluentes, desde sua nascente até 100m à montante do CIMNC seriam

enquadrados conforme uso preponderante na Classe 130(PERNAMBUCO,

1986a). Entretanto, em 2005 CONAMA Nº 357 reorganizou a classificação dos

corpos d’água, enquadrando o Riacho Catucá na Classe 231(CONSELHO

NACIONAL DE MEIO AMBIENTE, 2005).

Mais recentemente, o Decreto Estadual Nº 34.692 declarou como Área

de Proteção Ambiental uma região que engloba alguns municípios da Zona da

Mata Norte na qual se encontra inserido todo o CIMNC (PERNAMBUCO,

2010), denominada APA Aldeia-Beberibe. O mesmo Decreto instituiu como

Zona de Conservação da Vida Silvestre – ZCVS32 a Reserva Ecológica Mata

de Miritiba.

Quanto a estes aspectos, é interessante observar o total

desconhecimento dos gestores destas áreas quanto ao enquadramento legal

das mesmas.

b) 4º Batalhão de Comunicações

A Lei Municipal 16.176, que define o Zoneamento da cidade de Recife,

cita a Mata do Barro (mata localizada no interior da OM) como sendo uma

Unidade de Conservação Municipal e integrante da ZEPA 2 (Zona Especial de

Proteção Ambiental)33 (RECIFE, 1996). Em novembro de 2008, foi aprovada a

30 Os corpos de água da Classe 1 são aqueles destinados ao abastecimento doméstico sem tratamento

prévio ou simples desinfecção, conforme está definido no Decreto Estadual Nº. 7.269, de 05 de junho de

1981. 31 Segundo a Resolução CONAMA 357 os corpos d’água Classe 2 podem ser destinadas:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;

b) à proteção das comunidades aquáticas;

c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho;

d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os

quais o público possa vir a ter contato direto; e

e) à aqüicultura e à atividade de pesca. 32 ZCVS são áreas nas quais poderá ser admitido um uso moderado e auto-sustentado da biota, regulado

de modo a assegurar a manutenção dos ecossistemas naturais. 33 Zona Especial de Proteção Ambiental 2 - ZEPA 2 é constituída por áreas públicas ou privadas com

características excepcionais de matas, mangues, açudes e cursos d’água.

167

revisão do Plano Diretor da cidade de Recife, por meio da lei Nº 17.511, a qual

define no seu Art. 119 a Mata do Barro como integrante da Zona de Ambiente

Natural de Tejipió (ZAN – Tejipió)34 (RECIFE, 2008)..

O trecho do Rio Tejipió que corta o 4º BCom, inclusive seu afluente que

nasce na mata do Barro, está enquadrado conforme uso na Classe 235.

Quanto a estes aspectos, mais uma vez observa-se o total

desconhecimento dos gestores destas áreas quanto ao enquadramento legal

das mesmas.

c) 14º Batalhão de Infantaria Motorizado

Localizadas no interior do 14º BIMtz, a mata de Mussaíba e os Riachos

Mussaíba e Jangadinha também são alvos de enquadramentos da legislação

ambiental.

Segundo o Decreto Nº. 11.760 (PERNAMBUCO, 1986) toda sub-bacia

do açude Jangadinha, desde a nascente do riacho que o alimenta, até a

tomada d’água da COMPESA, foi enquadrado conforme uso preponderante na

Classe 1. Posteriormente, com a publicação da Resolução CONAMA Nº. 357

este corpo d’água foi reenquadrado na Classe 2.

Os Rios Jangadinha e Mussaíba e suas respectivas bacias são definidas

em lei como áreas de proteção de mananciais de interesse da RMR e, segundo

a mesma lei, as matas de mesmo nome também são denominadas áreas de

Reservas Florestais (PERNAMBUCO, 1986).

As matas de Mussaíba e de Jangadinha também são enquadradas,

segundo a Lei Estadual N.º. 9.989 (PERNAMBUCO, 1987), como Reserva

Ecológica. Já o Plano Diretor do Município do Jaboatão dos Guararapes define

estas duas matas como integrante da Zona de Preservação Permanente de

Matas. Este mesmo plano define parte do aquartelamento do 14º BIMtz como

sendo Mata do Socorro e a define como uma área integrante da Zona de

Conservação de Matas (JABOATÃO DOS GUARARAPES, 2008).

34 Considera-se Ambiente Predominantemente Natural, o conjunto de unidades de paisagem, constituído

pelos elementos naturais remanescentes ou introduzidos, entendidos como ecossistemas naturais e suas

manifestações fisionômicas, com particular destaque às águas superficiais, à fauna e à flora. 35 Os corpos de água da Classe 2 são aqueles destinados ao abastecimento doméstico após tratamento

convencional, à preservação de peixes em geral e de outros elementos da fauna e da flora, assim como a

dessendentação de rebanhos, conforme está definido no Decreto Estadual Nº. 7.269, de 05 de junho de

1981.

168

Em 2011, a Lei Estadual Nº 14.324 instituiu a Unidade de Conservação

Reserva da Vida Silvestre de Mussaíba. Esta UC possui um representante do

Batalhão no seu Conselho Gestor.

d) 7º Grupo de Artilharia de Campanha

Por se tratar de um fragmento de Mata Atlântica, a mata do 7º GAC,

como os demais objetos de estudo, é protegida pela Lei Federal 11.428

(BRASIL, 2006), sendo vedado o corte, a supressão e exploração da

vegetação primária ou secundária neste bioma.

c) Complexo Militar do Curado

Em 1987, o Governo do Estado de Pernambuco definiu alguns

remanescentes florestais da Região Metropolitana do Recife como Reservas

Ecológicas, através da Lei Estadual n.º 9.989 (PERNAMBUCO, 1987), sendo a

Mata do Curado uma delas. Esta mata também está inserida na Zona Especial

de Proteção Ambiental ZEPA, (nº 11 Jardim Botânico ou nº 18 Mata da

Várzea/Curado) (RECIFE, 1996).

Em 2011, a Lei Estadual Nº 14.324 instituiu a Unidade de Conservação

Reserva da Vida Silvestre do Curado. Esta UC também possui um

representante do Complexo Militar no seu Conselho Gestor.

De forma semelhante com as demais áreas, tanto o gestor ambiental do

7º GAC como o gestor do Complexo militar do Curado, também desconhecem

as normas que tratam dos assuntos ambientais das áreas sob suas

responsabilidades.

6.3 Incompatibilidade das atividades militares com a legislação atual

Mitleton (2004) comenta que os mecanismos de tutela ambiental não

inviabilizam a atividade militar, deixando, porém, obstáculos crescentes no

tempo para a sua realização. Pois, como qualquer outra atividade que possa

causar ou possibilitar a efetiva degradação do meio ambiente, as atividades

militares necessitam ser submetidas a um Licenciamento Ambiental e à

conseqüente necessidade de realização de Estudos de Impacto Ambiental.

Entretanto, isso é algo que não ocorre.

169

Observa-se, porém, que em atenção ao disposto na legislação

ambiental, o Ministério da Defesa deu início a estudos para criar uma

legislação própria que, entre outras providências, normatizasse a forma de

licenciamento ambiental exigível para as três Forças Armadas. Ou seja, se

aprovada pelo Congresso Nacional, estaria transformada em lei, possibilitando,

sem dúvida, avanço no sentido de amparar legalmente a relação da Força

Terrestre nos seus empreendimentos e atividades com o meio ambiente.

Contudo, Mitleton (2004) comenta que cabe realçar que a exigibilidade do

Estudo de Impacto Ambiental para os empreendimentos e atividades da Força

Terrestre traz desdobramentos como exigência de prazos para aprovação e se

sujeita a possíveis impugnações administrativas ou judiciais, causando

insegurança quanto à sua realização, com flagrante prejuízo para a tarefa

constitucional de Defesa do Estado, atribuída concorrentemente ao Exército e

às demais Forças Armadas.

6.4 Conclusões Parciais

Os militares, em suas atividades específicas, podem gerar vantagens

para a conservação e restauração ambientais. Algumas terras sob jurisdição

militar são mais bem cuidadas pela contenção do cinturão de isolamento como

área militar do que pela devolução ao poder público quando não sensibilizado

com as questões ambientais em seus procedimentos diários.

O Poder Público tem interesse em transformar áreas verdes tuteladas ao

Exército em UC, pois se identifica de forma cada vez mais crescente o amento

da quantidade de UC em áreas militares.

Neste sentido, sugere-se a criação de uma nova categoria de UC para

abarcar as matas tuteladas não só ao Exército, mas para todas as três forças.

Esta nova categoria deveria apresentar de forma clara e objetiva as seguintes

características:

- A compatibilização das atividades militares com a finalidade da nova categoria

de UC, de tal forma que não comprometa o preparo das forças armadas para

cumprirem com suas missões constitucionais.

- A gestão das UCs fique a cargo dos gestores militares (Diretores dos Campos

de Instrução) afim de não inviabilizar o desenvolvimento das atividades

militares.

170

- Existam instrumentos legais que resguardem os interesses nacionais, dando

condições para que as Forças Armadas se prepararem e fiquem aptas a

garantirem os poderes constitucionais.

171

CAPÍTULO 7

PROJEÇÃO DE CENÁRIOS

Objetivando projetar, para os próximos 20 anos, a situação ambiental

dessas áreas, identificou-se, num primeiro momento, os usos atuais, usos

pretendidos e os conflitos que perpassam por estas áreas. Posteriormente, no

processo de elaboração dos cenários futuros para os diversos objetos de

estudo, foram definidas duas modalidades de projeções, uma inercial e outra

induzida.

Na ótica da perspectiva inercial, supôs-se a manutenção dos preceitos

legais e das transformações locais que possam advir de propostas concretas

de modificações de uso das áreas de estudo e de suas respectivas áreas de

influência, em que a concepção de futuro deriva da tendência histórica, tais

como: expansão de rodovias que cortam as Unidades Militares, transferência

destas Unidades para outras regiões (manobras patrimoniais), tendência de

expansão das atividades econômicas e sociais das áreas vizinhas, etc.

No caso do cenário induzido, concebeu-se o resultado de interações

entre as tendências históricas e hipotéticas. Desta forma, vislumbrou-se

transformações advindas da pavimentação da rodovia PE 27, expansão do

pólo industrial da RMR, exploração de madeira, areia e de água no interior do

CIMNC e questionamento dos órgãos gestores da APA Aldeia-Beberibe,

Curado e Manassu quanto a execução de atividades no interior das OM.

7.1 Usos atuais, pretendidos e conflitos

a) Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti

Usos Atuais

O CIMNC é um Campo de Instrução destinado ao treinamento de tropas

do Exército Brasileiro. Quando solicitado, o CIMNC também é utilizado para

treinamentos de militares da Marinha do Brasil, Força Aérea Brasileira e

demais forças auxiliares.

172

Usos Pretendidos

Não existem projetos ou determinações oficiais do Exército que

impliquem na modificação dos usos atuais do CIMNC. Contudo, foi observado

que no ambiente externo ao campo, alguns agentes da administração pública

apresentaram proposições que interfeririam diretamente neste objeto de

estudo.

Em entrevista ao então Presidente do CONDEPE/FIDEM, o senhor Luiz

Quental Coutinho, em agosto de 2009, o mesmo fez referência à necessidade

de se construir um novo presídio no Estado de Pernambuco e da hipótese de

que o mesmo seja construído em uma área no interior do campo.

O Deputado Estadual Luciano Moura fez um apelo, por meio da

Indicação nº 3848/2009, ao Secretário de Transportes de Pernambuco, para

que a rodovia estadual PE – 27, localizada no interior do CIMNC, fosse

pavimentada (PERNAMBUCO, 2009)

Conflitos Identificados

O CIMNC é cortado pela Rodovia Estadual PE-27 a qual faz a ligação do

distrito de Chã de Cruz ao município de Araçoiaba. É uma rodovia que, no

trecho localizado no interior do CIMNC, é de cobertura de terra de mão simples

com extensão de aproximadamente 6 km. Além das viaturas militares, transita

nesta rodovia uma baixa quantidade de veículos, resumindo-se aos ônibus que

fazem a linha Araçoiaba – Camaragibe e a não mais que 20 veículos de

passeio por dia. A cidade de Araçoiaba é servida apenas por esta linha de

ônibus e por um precário sistema de transporte alternativo, composto por

motos-táxi e vans de lotação.

Em 2001 a administração do CIMNC decidiu restringir a circulação de

civis no seu interior, alegando a necessidade de se intensificar os treinamentos

militares e não por em risco a integridade de civis que ali circulavam.

Posteriormente, esta decisão foi revogada e a circulação restabelecida

(JORNAL DO COMMÉRCIO, 2001).

Em 2004, a administração do CMNIC resolveu mais uma vez restringir a

circulação de civis no seu interior. Desta vez, a Prefeitura de Araçoiaba ajuizou

173

uma Ação Civil Pública contra a União, sustentando que haveria prejuízo para

a população desta localidade. Em Junho de 2004 o relator do processo

resolveu, baseado no § 2º, do art. 79, do Decreto-Lei nº 9.760/46,

improcedente a ação, considerando que caberia ao seu Diretor não permitir,

sob pena de responsabilidade, sua invasão, cessão, locação ou utilização para

fins diferentes do que lhe tenha sido prescrito.

Apesar desta determinação judicial contrária ao trânsito de veículos e

pessoas civis no seu interior, o CIMNC tem permitido o trânsito de civis na

citada estrada, contudo, a administração do campo tem desenvolvido medidas

de controle e fiscalização dos que ali passam.

Em 1970, o CIMNC realizou uma manobra patrimonial com o município

de Araçoiaba. Na ocasião, 47 ha do campo foram trocados por outra área de

mesma dimensão (Engenho Independência) para que fosse regularizado o

direito de posse da terra de antigos moradores dos engenhos desapropriados

no período da concepção do campo (CIMNC, 1974).

Em 1990 a prefeitura de Paudalho encaminhou ao Exército Brasileiro

uma proposta de cessão de 100 ha do campo. Esta área seria utilizada na

construção de moradias num programa de casas populares de nome

PIRASSIRICA. Esta cessão não se concretizou, porém, observou-se que a

área pretendida está localizada próxima a uma área urbanizada, com forte

pressão imobiliária (CIMNC, 1991).

b) 4º Batalhão de Comunicações

Usos Atuais

A mata do 4º Batalhão de Comunicações é utilizada para a realização de

exercícios militares, como marchas, acampamentos e exercícios de tiro, pois

existe um estande de tiro no seu interior.

Usos Pretendidos

Não há projetos ou atividades previstas que possam modificar os usos

atuais do 4º BCom.

174

Conflitos Identificados

Na região periférica da mata existem algumas casas e construções

irregulares, algumas destas edificações datam do período em que a área em

questão pertencia ao Ministério da Agricultura. Existem, hoje, onze processos

de reintegração de posse, dos quais nove se referem a ações judiciais contra

ex-funcionários do Ministério da Agricultura e seus descendentes que possuem

imóveis construídos de forma irregular na orla da mata.

Em entrevista ao Tenente Coronel Alex, Comandante do 4º BCom, em

março de 2010, o mesmo relatou que comunidades vizinhas ao Batalhão têm

depositado lixo no interior da mata sob sua responsabilidade, entretanto, a OM

tem realizado um trabalho em parceria com o Instituto Federal de Pernambuco

com o objetivo de conscientizar ambientalmente estas comunidades. Este

trabalho de educação ambiental está sendo desenvolvido associado a

atividades de fiscalização e controle das tentativas de expansão urbana na

direção da mata.

c) 14º Batalhão de Infantaria Motorizado

Usos Atuais

A mata do 14º Batalhão de Infantaria Motorizado é utilizada para a

realização de exercícios militares, como marchas e acampamentos.

Usos Pretendidos

Não há projetos ou atividades previstas que possam modificar os usos

atuais do 14º BIMtz.

Conflitos Identificados

Em julho de 2009, a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes publicou na

sua página oficial que a Secretaria de Meio Ambiente do Município juntamente

com a Polícia Militar realizou uma operação para desmontar construções

clandestinas localizadas no interior da Reserva Ecológica de Mussaíba.

O Campo de Instrução do 14º BIMtz fica localizado a aproximadamente

2 (dois) km da sede do Batalhão. Esta distância e a inexistência de cercas ou

muros no seu entorno dificultam as atividades de fiscalização. O comando do

175

Batalhão afirmou que as comunidades circunvizinhas ao mesmo exercem certa

pressão, pois, é comum encontrar depósitos de lixo clandestinos e tentativas

de construção de edificações no interior do Campo.

d) 7º Grupo de Artilharia de Campanha

Usos Atuais

A mata do 7º GAC é pouco utilizada pela OM. A única atividade

realizada no seu interior, e mesmo assim com baixa freqüência, é para a

realização de trilhas ecológicas com caráter educativo e destinado à

comunidade local.

Usos Pretendidos

Não há projetos ou atividades previstas que possam modificar os usos

atuais do 7º GAC.

Conflitos Identificados

Não há registro de conflitos identificado

e) Complexo Militar do Curado

Usos Atuais

A mata do Complexo Militar do Curado é pouco utilizada pelas

Organizações Militares ali sediadas. São desenvolvida cerca de quatro

manobras militares no seu interior por ano, as quais são desenvolvidas por

pequenos efetivos.

Usos Pretendidos

Não há projetos ou atividades previstas que possam modificar os usos

atuais do Complexo Militar do Curado.

176

Conflitos Identificados

Não há registro de conflitos identificado.

7.2 Cenários

7.2.1 Cenário Inercial

Cenário Inercial 01

Aspectos climáticos

Situação

Manutenção das taxas de crescimento anual da população dos municípios de Araçoiaba (1,85%aa),

Jaboatão dos Guararapes (1,04%aa), Recife (0,77%aa) (BASE DE DADOS DO ESTADO, 2010) e

conseqüentemente das áreas urbanas vizinhas aos fragmentos de Mata Atlântica estudados.

Aspectos climáticos

+ 20 anos atrás Presente (2011) 20 anos futuros

- A temperatura média na área interna do CIMNC era bem próxima da temperatura externa, apresentando uma variação de apenas 1º C.

- A temperatura média na área de estudo chega e ser 4ºC mais baixa que na área externa. - A umidade relativa na área urbana adjacente ao objeto de estudo apresenta valores menores.

- Devido ao crescente aumento da urbanização nas cidades circunvizinhas ao objeto de estudo, sugere-se que haverá um aumento da variação da temperatura intra/extra-objeto de estudo. - Um provável aumento da densidade arbórea do objeto de estudo acarretará o aumento da umidade relativa do ar.

- As demais OM (4º BCom, 14º BIMtz, 7º GAC e Complexo Militar do Curado) também apresentavam temperaturas internas semelhantes às observadas nas respectivas áreas vizinhas. Com variações médias de até 2ºC

- Estas áreas também apresentaram um aumento na variação média da temperatura ao comparar com as observadas nas áreas externas. No caso do 4º BCom a variação chega a até 6ºC.

- Os adensamentos urbanos na RMR aumentaram significativamente nos últimos anos. Esta é uma situação que tende a aumentar nos próximos anos. Logo, cresce de importância o papel de amenização do clima que estas áreas vegetadas têm proporcionado.

177

Cenário Inercial 02

Aspectos hidrológicos

Situação Manutenção e melhoria da qualidade ambiental dos

fragmentos de Mata Atlântica estudados.

Aspectos hidrológicos

+ 20 anos atrás Presente (2011) 20 anos futuros

- As máximas de vazão Riacho Catucá eram mais intensas no passado (GUIMARÃES, 2008). - A barragem Campo Grande, localizada no interior do CIMNC, já existia na área objeto de estudo antes da implantação desta Organização Militar.

- O Riacho Catucá apresenta um regime de vazão mais regularizado em relação ao observado no passado (GUIMARÃES, 2008). - A barragem Campo Grande encontra-se em bom estado de conservação. - Boa qualidade da água nos mananciais no interior do objeto de estudo.

- A tendência inercial é a de que haja uma melhora na qualidade da disponibilidade dos recursos hídricos no CIMNC, pois, observa-se uma melhora da qualidade ambiental das matas ciliares e da vegetação existente na área da microbacia do Riacho Catucá. - Quanto à vazão, sugere-se uma redução nos seus níveis máximos. Isto ocorreria devido ao amento da densidade da cobertura florestal na microbacia do Riacho Catucá, possibilitando o incremento dos processos de interceptação e evapotranspiração.

- Toda RMR tem um grande histórico de enchentes e alagamentos.

- Os problemas das enchentes foram amenizados após a construção de algumas represas de regularização de vazão nas bacias dos rios que banham o Recife. Porém os problemas com alagamentos ainda persistem nos períodos de maiores índices pluviométricos

- O crescimento descontrolado da urbanização nas grandes cidades tem provocado uma maior impermeabilização do solo. Entretanto, a manutenção e aumento das áreas verdes podem proporcionar uma melhor condição para o processo de infiltração da água no solo. Logo, como as áreas do Exército representam cerca de 30% do que resta dos fragmentos de Mata Atlântica na RMR, cresce de importância a sua preservação.

178

Cenário Inercial 03

Aspectos manutenção/regeneração da biodiversidade

Situação Inexistência de normas específicas que disciplinem as

atividades militares no interior de uma Unidade de Conservação

Aspectos da manutenção/regeneração da biodiversidade

+ 20 anos atrás Presente (2011) 20 anos futuros

- Em relatos dos funcionários do CIMNC, os mesmo foram unânimes em afirmar que certamente houve um aumento na diversidade de animais existentes na área do campo desde o início da sua implantação, há mais de 60 anos. Afirmam, entretanto, que nos últimos 20 tem-se notado uma redução na quantidade, ainda segundo os funcionários, provavelmente devido à ação de caçadores clandestinos que atuam nos arredores do campo (GUIMARÃES, 2008). - No início da década de 60, 10% da área do CIMNC era coberta por pequenos fragmentos de Mata Atlântica (GUIMARÃES, 2008).

- O CIMNC tem desenvolvido atividades de fiscalização e controle para evitar a ação de caçadores e da exploração ilegal de madeira e areia na sua área. - É praticamente imperceptível a diferença de paisagens entre as áreas que outrora possuíam e que não possuíam cobertura arbórea, pois praticamente todo o campo apresenta-se coberto por uma vegetação arbórea em estágio avançado de regeneração.

- As ações de repressão à caça e exploração de madeira e areia têm surtido efeito e espera-se uma melhora da qualidade ambiental da área. - A provável melhora da condição ambiental possibilitará o amadurecimento da mata do CIMNC e proporcionará melhores condições ao desenvolvimento da fauna. - A inexistência de uma lei ambiental que regule as atividades militares põe em risco a capacidade das tropas se adestrarem.

179

7.2.2 Cenário Induzido

Cenário Induzido

Transformações sugeridas Impactos no futuro

Pavimentação da rodovia PE 27 (Estrada que corta o CIMNC).

- A pavimentação da PE 27 é uma reivindicação antiga dos moradores do município de Araçoiaba. Esta transformação traria mais comodidade à comunidade residente neste município, pois este é o caminho mais curto para se chegar à cidade de Recife. Contudo, ao se proporcionar melhores condições de mobilidade, acarretaria um aumento no interesse econômico por esta região. Logo, sugere-se que o tráfego de veículos passaria de insignificantes 20 unidades por dia pra algumas centenas. - A rodovia em questão tem mais de 16 Km do seu traçado no interior do CIMNC, inclusive dissociando sua área. Os efeitos advindos desta transformação acarretariam um aumento das ações antrópicas, impactando diretamente a biodiversidade local, indo de encontro ao conceito da criação de corredores ecológicos e da necessidade de se criar zonas de amortecimento no entorno de Unidades de Conservação.

Implantação e expansão de Pólos Industriais / Expansão da área urbana adjacente ao CIMNC / Exploração mineral (água e areia) no interior do CIMNC.

- Os efeitos destas transformações se assemelham aos da pavimentação da rodovia PE 27. Somando-se a estes, os impactos próprios da atividade industrial e exploração mineral, tais como: poluição dos mananciais, alteração da paisagem, poluição atmosférica e poluição sonora.

Questionamentos da prática das atividades militares no interior de uma Unidade de Conservação.

- Constata-se a existência de um bom nível de relacionamento entre o comando das OM objetos este estudo e os órgãos ambientais estaduais e federais. Contudo, cabe-se, neste cenário, sugerir a ocorrência de questionamentos quanto à realização de exercícios militares em uma Unidade de Conservação. Estes questionamentos podem, de alguma forma, comprometer o preparo da Força Terrestre, pois não existem estudos que analisem os impactos ambientais gerados durante as atividades militares. - Identificou-se, também, que a Mata de Miritiba foi instituída como uma Zona de Conservação da Vida Silvestre. Esta situação implica, inclusive, em um maior rigor nos aspectos conservacionistas. Logo, sugere-se que em ambos os casos, os questionamentos poderiam gerar empecilhos legais às atividades militares no CIMNC.

Surgimento de novas fontes de recursos destinadas à preservação das áreas de estudo vinculadas ao mecanismo de Redução de Emissão de Desmatamento e Degradação (REDD)

Programas como o REDD apresentam-se como oportunidades de geração de recursos para as OM que possuem matas sob sua tutela. Estes mecanismos promovem a melhoria da condição ambiental, pois possibilitam a alocação de recursos para isso. As áreas militares em estudo apresentam carência em vários aspectos da infraestrutura de cercas, placas e outros elementos que possibilitem uma melhor proteção das áreas. Logo, um aporte de recursos com objetivos ambientais, poderia proporcionar melhores condições para as áreas.

180

7.3 Conclusões Parciais

Com a criação da APA Aldeia-Beberibe, cresce de importância o papel

do CIMNC como um dos principais componentes desta Unidade de

Conservação de Uso Sustentável. Consequentemente, as entidades

governamentais e privadas devem, por força de lei, sujeitar suas discussões e

deliberações aos gestores desta UC, a qual possui um representante do

CIMNC como membro. Isso implica em definir com mais clareza os horizontes

de debates sobre o futuro desta área, com a participação efetiva dos gestores

do Campo de Instrução.

Partindo da perspectiva dos cenários inerciais, sugere-se que haverá

uma melhora dos serviços ambientais gerados pelas cinco áreas de estudo. De

tal forma, que haja uma melhora da condição microclimática local, uma maior

contribuição nos processos de regularização de vazão dos mananciais

localizados no interior das áreas estudadas e um favorecimento à preservação

e desenvolvimento da biodiversidade a nível local.

Recentemente, iniciou-se o processo de pavimentação da PE-27. As

obras de pavimentação preveem, inicialmente, a realização de serviços no

trecho localizado na parte lateral do CIMNC. Em entrevista com o atual Diretor

do campo, o mesmo informou que os técnicos do Governo do Estado de

Pernambuco ainda não têm previsão se o trecho que corta o campo será

pavimentado, informando, ainda, que em termos de segurança para o campo,

uma obra desta magnitude poderia aumentar o fluxo de veículos que

atravessariam o CIMNC e, consequentemente, poderia trazer desdobramentos

negativos.

Quanto à hipótese de implantação do presídio na área do CIMNC, esta é

uma alternativa totalmente descartada, uma vez que o mesmo foi construído na

cidade Itaquitinga – PE. Entretanto, faz-se necessário permanecer atento às

discussões que envolvam alterações de usos desta OM.

181

CAPÍTULO 8

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ironicamente, as áreas de floresta tuteladas ao Exército Brasileiro

representam uma das poucas experiências involuntárias de preservação da

Mata Atlântica, pois como comenta LIMA (1998), no início da colonização do

Brasil a destruição das matas ocorria no curso das frequentes lutas dos

colonizadores contra indígenas, entre tribos rivais, recomendando, na maioria

das vezes, a remoção das matas como estratégia militar.

Hoje, a modernidade dos sistemas bélicos, aliado a procedimentos que

minimizam os impactos ambientais das atividades militares, proporcionaram a

conservação e regeneração de fragmentos dos diversos biomas nacionais. Os

Campos de Instrução se consolidam como um forte aliado dos processos de

conservação da fauna e flora local.

Por isso, faz-se necessário um repensar da legislação ambiental que

abarca as Unidades de Conservação no Brasil. Pois, observa-se a

possibilidade estratégica de um aumento substancial das áreas legalmente

protegidas. A criação de uma nova categoria de Unidade de Conservação,

específica para as áreas tuteladas apenas ao Exército Brasileiro,

proporcionaria um incremento de aproximadamente 3,8% das áreas de UC

federais. Caso as áreas da Marinha e da Força Aérea também fossem

contempladas com esta nova categoria de UC, este acréscimo poderia ser de

mais de 10%. Além disso, a criação de uma nova categoria de Unidade de

Conservação, específica para as peculiaridades de um campo de instrução,

podem reduzir as inseguranças legais e contribuir de forma significativa com a

conservação dos diversos fragmentos tutelados às Forças Armadas e sem

custos adicionais para o Estado.

Da análise dos resultados, chega-se à confirmação das hipóteses

formuladas, ou seja: as atividades desenvolvidas pelos militares, aliadas às

restrições impostas pela administração militar contribuem para a regeneração

dos ecossistemas locais, as áreas militares objetos deste estudo geram

diversos serviços ambientais de interesse da sociedade metropolitana e a

inexistência de normas específicas que categorizem as especificidades das

182

áreas militares induzem a direcionamentos de usos incompatíveis com as

atividades militares.

A possibilidade de se compreender e analisar os serviços ambientais

desempenhados por fragmentos de Mata Atlântica faz com que cresça de

importância a necessidade de se preservar este bioma já bastante degradado.

Sugere-se, ainda, que a realização de estudos que valorem os serviços

ambientais gerados por este bioma induza a um aumento do interesse por sua

preservação e consequente apoio financeiro aos projetos de melhoria das

condições de segurança e proteção dos remanescentes da Mata Atlântica.

Sugere-se, ainda, uma maior participação das Forças Armadas nos

Conselhos municipais, estaduais e nacionais de meio ambiente, uma vez que

as organizações militares são uma das maiores detentoras de fragmentos dos

diversos biomas brasileiros.

A evolução da condição ambiental dos fragmentos de Mata Atlântica

tutelados ao Exército na RMR é uma constatação do papel involuntário que as

áreas militares vêm desempenhando ao longo dos últimos 60 anos. O CIMNC,

representante maior desta constatação, sem programas específicos para a

melhoria da condição ambiental, modificou totalmente sua paisagem. Partindo

de alguns fragmentos de mata e uma grande quantidade de áreas de pasto e

cana-de-açúcar para uma mancha verde que representa a o maior fragmento

de Mata Atlântica ao norte do Rio São Francisco.

Os cenários inerciais ou induzidos para as áreas estudadas indicam a

uma continuidade dos processos de melhoria da condição ambiental dos

objetos de estudo. Entretanto, faz-se uma ressalva, ainda, à necessidade de

um maior esclarecimento às autoridades civis e militares do significado

ambiental destas áreas.

183

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201

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Apêndice “A”

SERVIÇOS AMBIENTAIS DESEMPENHADOS POR ÁREAS DO EXÉRCITO BRASILEIRO NO BIOMA MATA ATLÂNTICA

Universidade Federal de Pernambuco Centro de Tecnologia e Geociências

Departamento de Engenharia Civil Programa de Pós-graduação em Tecnologia Ambiental

*A aplicação desta pesquisa está autorizada pelo Comando Militar do Nordeste, conforme o Ofício Nº. 017-SPC.1/CMNE de 03 de fevereiro de 2010.

“Roteiro para Entrevista” – Serviços Ambientais.

Nome:__________________________________________________________

Idade:____________

Sexo: M ( ) F ( )

Cargo:___________________________________________________________

Tempo que trabalha na OM:__________________________________________

Mora nas proximidades da OM:_____________________________________

1. Fauna

Objetivos gerais da entrevista sobre a fauna:

- Conhecer a diversidade da fauna: no passado e o seu estado atual.

1.1 O Sr já presenciou ou tem notícias de animais selvagens transitando pela área da OM?

Sim Não

IDENTIFICAÇÃO

ENTREVISTA

1.2 Caso tenha respondido Sim no item 1.1, descreva aqueles observados?

Animal presenciado

Quando presenciou o animal?

Soube por terceiros (assinalar com um

“X”)

Quantas vezes

presenciou o animal

Observações Nos últimos 5 anos

De 5 a 15 anos atrás

A mais de 15 anos

1.3 O Sr tem conhecimento da prática de caça indiscriminada na OM?

Sim Não

1.4 Com relação ao aumento ou diminuição da quantidade/variedade de animais

na OM nos últimos 20 anos, responda.

a.Houve uma diminuição da variedade de animais

b.Houve um aumento da variedade de animais

c.Houve uma diminuição da quantidade de animais

d.Houve um aumento da quantidade de animais

1.4.1 Caso tenha assinalado a alternativa “a” do item 1.4, descreva as possíveis causas que poderiam ter motivado a diminuição da variedade de animais. 1.4.2 Caso tenha assinalado a alternativa “b” do item 1.4, descreva as possíveis causas que poderiam ter motivado o aumento da variedade de animais. 1.4.3 Caso tenha assinalado a alternativa “c” do item 1.4, descreva as possíveis causas que poderiam ter motivado a diminuição da quantidade de animais. 1.4.4 Caso tenha assinalado a alternativa “d” do item 1.4, descreva as possíveis

causas que poderiam ter motivado o aumento da quantidade de animais.

2. Flora

Objetivos gerais da entrevista sobre a flora:

- Conhecer a diversidade da flora: no passado e o seu estado atual.

2.1 Com relação às áreas de mata no interior da OM, responda.

a. Teve um aumento substancial das áreas de mata nos últimos anos

b. Manteve-se estacionária

c. As áreas de mata diminuíram nos últimos anos

d. Não sei responder

2.1.1 Caso tenha assinalado a alternativa “a” no item 2.1, descreva as possíveis causas que poderiam ter motivado o aumento das áreas de mata no interior da OM. 2.1.2 Caso tenha assinalado a alternativa “b” no item 2.1, descreva as possíveis

causas que poderiam ter motivado a não alteração do da quantidade de matas no interior da OM. 2.1.3 Caso tenha assinalado a alternativa “c” no item 2.1, descreva as possíveis

causas da diminuição das áreas de mata na OM.

2.2 Quais as os tipos de árvores/plantas mais comuns encontradas na OM?

3. Fauna dos rios e açudes

Objetivos gerais da entrevista sobre a fauna dos rios e açudes: - Descrever as impressões dos funcionários quanto à fauna dos rios e

açudes na OM. - Identificar a evolução, caso exista, do estado atual da vitalidade da fauna

dos rios e açudes da OM. 3.1 Sr tem conhecimento da existência de peixes ou outros animais aquáticos

presentes nos rios ou açodes da OM?

Sim Não

3.2 Caso tenha respondido Sim no item 3.1, o Sr poderia descrever aqueles observados.

Animal presenciado

Quando presenciou o animal?

Soube por terceiros (assinalar

com um “X”)

Quantas vezes

presenciou Observações Nos

últimos 5 anos

De 5 a 15 anos atrás

A mais de 15

anos

3.3 Com relação ao aumento ou diminuição da quantidade/variedade de peixes ou

outro animais que habitam os rios e açudes da OM nos últimos 20 anos, responda.

a.Houve uma diminuição da variedade de peixe ou outros animais

b.Houve um aumento da variedade de peixes ou outros animais

c.Houve uma diminuição da quantidade de peixes ou outros animais

d.Houve um aumento da quantidade de peixes ou outros animais

3.3.1 Caso tenha assinalado a alternativa “a” do item 3.3, descreva as possíveis

causas que poderiam ter motivado a diminuição da variedade de peixe ou outros animais que habitam os rios e açudes da OM. 3.3.2 Caso tenha assinalado a alternativa “b” do item 3.3, descreva as possíveis causas que poderiam ter motivado o aumento da variedade de peixe ou outros animais habitam os rios e açudes da OM. 3.3.3 Caso tenha assinalado a alternativa “c” do item 3.3, descreva as possíveis causas que poderiam ter motivado a diminuição da quantidade de peixe ou outros animais habitam os rios e açudes da OM.

3.3.4 Caso tenha assinalado a alternativa “d” do item 3.3, descreva as possíveis

causas que poderiam ter motivado o aumento da quantidade de peixe ou outros animais habitam os rios e açudes da OM. 4. Recursos hídricos Objetivo geral da entrevista sobre os recursos hídricos naturais :

- Conhecer alguns aspectos sobre a preservação dos recursos hídricos naturais na OM: no passado e o seu estado atual.

4.1 Com relação aos rios e açudes que cortam ou que estão localizados no interior

da OM, responda.

a.Houve uma diminuição do volume das águas dos recursos hídricos

b.Houve um aumento do volume das águas dos recursos hídricos

c.Houve uma piora da qualidade das águas dos recursos hídricos

d.Houve um melhora da qualidade das águas dos recursos hídricos

4.1.1 Caso tenha assinalado a alternativa “a” do item 4.1, descreva as possíveis causas que poderiam ter motivado a diminuição do volume das águas dos recursos hídricos naturais. 3.3.2 Caso tenha assinalado a alternativa “b” do item 4.1, descreva as possíveis causas que poderiam ter motivado o aumento do volume das águas dos recursos hídricos naturais.

3.3.3 Caso tenha assinalado a alternativa “c” do item 4.1, descreva as possíveis

causas que poderiam ter motivado a piora da qualidade das águas dos recursos hídricos naturais. 3.3.4 Caso tenha assinalado a alternativa “d” do item 4.1, descreva as possíveis

causas que poderiam ter motivado o melhora da qualidade das águas dos recursos hídricos naturais.