erva-moura - solanum americanum - frutíferas do bioma mata atlântica – ficha completa ilustrada

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Erva-moura - Solanum americanum Nomes populares Erva-moura, aguaraguá, caraxixú, erva-de-bicho, erva- moura-açú, maria-preta, maria-pretinha, pimenta-de- galinha Nome científico Solanum americanum Mill. Basionônio Sinônimos Solanum nigrum L. Solanum nigrum var. americanum (Mill.) O. E. Schulz Solanum nodiflorum Jacq. Solanum tenellum Bitter Família Solanaceae Tipo Nativa, não endêmica do Brasil. Descrição Erva ou arbusto de até 1,2 m de altura, de caule delgado, cilíndrico ou anguloso, glabro ou coberto de tricomas simples. Folhas basais solitárias, apicais geminadas. Pecíolo de 0,5-4,6 cm de comprimento. Lâminas inteiras ovaladas a ovalado-lanceoladas ou deltóides, membranosas, de (1,6)4,5-12 cm de comprimento e (0,4-0,9)2-7 cm de largura, ápice agudo, base atenuada, margem inteira até sinuado-dentada. Faces adaxial e abaxial glabras ou cobertas de tricomas simples, de 1-3(5) células ou tricomas com uma base pluricelular, plurisseriada e ápice unisseriado, de 4-6 células. Inflorescência cimosa, extra-axilar, de 3-6(8) flores, umbeliforme, pedunculada; pedúnculo de 1-3 cm

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Nomes Populares – Nome Científico – Basionômio – Sinônimos – Família – Tipo – Descrição – Característica – Floração/Frutificação – Dispersão – Hábitat – Distribuição Geográfica – Etimologia – Propriedades – Fitoquímica – Fitoterapia – Fitoeconomia – Injúria – Comentários – Bibliografia – Fotos da Espécie

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Page 1: Erva-moura - Solanum americanum - Frutíferas do Bioma Mata Atlântica – Ficha Completa Ilustrada

Erva-moura - Solanum americanum

Nomes populares

Erva-moura, aguaraguá, caraxixú, erva-de-bicho, erva-moura-açú, maria-preta, maria-pretinha, pimenta-de-galinha

Nome científico

Solanum americanum Mill.

Basionônio

Sinônimos

Solanum nigrum L.

Solanum nigrum var. americanum (Mill.) O. E. Schulz

Solanum nodiflorum Jacq.

Solanum tenellum Bitter

Família

Solanaceae

Tipo

Nativa, não endêmica do Brasil.

Descrição

Erva ou arbusto de até 1,2 m de altura, de caule delgado, cilíndrico ou anguloso, glabro ou coberto de tricomas simples. Folhas basais solitárias, apicais geminadas. Pecíolo de 0,5-4,6 cm de comprimento. Lâminas inteiras ovaladas a ovalado-lanceoladas ou deltóides, membranosas, de (1,6)4,5-12 cm de comprimento e (0,4-0,9)2-7 cm de largura, ápice agudo, base atenuada, margem inteira até sinuado-dentada. Faces adaxial e abaxial glabras ou cobertas de tricomas simples, de 1-3(5) células ou tricomas com uma base pluricelular, plurisseriada e ápice unisseriado, de 4-6 células. Inflorescência cimosa, extra-axilar, de 3-6(8) flores, umbeliforme, pedunculada; pedúnculo de 1-3 cm de comprimento e pedicelos de 0,3-0,6 cm de comprimento. Cálice de 0,1-0,3 cm de comprimento, com 5 lobos ovalado-arredondados. Corola rotada, com tubo curto, branca, às vezes lilás, às vezes com porção central interna com uma mancha amarelada, com 0,5 cm de comprimento, lacínias oblongo-lanceoladas, partidas até 2/3 do comprimento, coniventes, flexas na antese. Anteras amarelas, de 0,1-0,2 cm de comprimento, coniventes, filetes glabros ou com tricomas simples na porção abaxial. Estilete muito mais comprido que os estames, coberto de tricomas simples na base, às vezes glabro. Fruto globoso, preto e brilhante na maturação, de 0,5-0,9 cm

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de diâmetro. (MENTZ, 2004, p. 35).

Característica

Floração / frutificação

Floresce quase todo o ano; frutos de março a janeiro com predominância em novembro.

Dispersão

Zoocórica

Hábitat

É uma erva ruderal originária das Américas, de ampla distribuição, ocorrendo indiferentemente tanto em roças de solos férteis como de solos pobres. Desenvolve-se nos mais variados ambientes, desde os solos úmidos até os mais secos e pedregosos. Ocorre na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pampa, Pantanal e Mata Atlântica,

Distribuição geográfica

Norte (Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Tocantins, Acre, Rondônia), Nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe), Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro), Sul (Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul) (STEHMANN, 2010).

Etimologia

Propriedades

Fitoquímica

Os frutos verdes são tóxicos, possuem um princípio ativo chamado alcalóide indólico.

Fitoterapia

Como medicinal, é usada externamente em forma de infusão como emoliente, sedativa, expectorante, diurética, aperiente, antiinflamatória, febrífuga, mineralizante, antiespasmódica, reconstituinte, afrodisíaca, amigdalite, anemia, cirrose, excitação nervosa, terror noturno e calmante. Em pequenas doses, internamente, tem as mesmas propriedades. A decocção das folhas é também utilizada externamente em banhos no tratamento de úlceras, para lavar partes inflamadas, pano branco, feridas, úlceras, inflamações, áreas intumescidas, irritadas e dolorosas, dartros, furúnculos, queimaduras, psoríase, eczemas, abscessos, reumatismo, acne e dermatite.

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Fitoeconomia

Os frutos maduros são comestíveis, sendo excepcionalmente saborosos, podendo servir de matéria prima para geléias, musses, sorvetes ou como recheio e ou coberturas para bolos e tortas. As folhas são utilizadas na alimentação humana como hortaliça, e é uma boa fonte de proteína, manganês (Mn), fósforo (P), ferro (Fe) e boro (Na culinária, as folhas são preparadas cozidas ou fritas com ovos, alimento este, aliás, muito utilizado pelos índios Kaingang e em muitas outras partes do mundo.

Injúria

Os frutos verdes são tóxicos, possuem um princípio ativo chamado alcalóide indólico. É também uma planta daninha, infestando lavouras, pomares, cafezais, jardins e terrenos baldios.

Comentários

Bibliografia

AGRA, M. de F.; NURIT-SILVA, K.; BERGER, L. R. Flora da Paraíba, Brasil: Solanum L. (Solanaceae). Acta Bot. Bras. 23(3): 826-842. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-33062009000200005 >.

BARG, D. G. Plantas Tóxicas. Instituto Brasileiro de Estudos Homeopáticos. São Paulo. 2004. 24p. il. Disponível em: <http://www.esalq.usp.br/siesalq/pm/plantas_toxicas.pdf>.

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Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010. 2.v. 830 p. il. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_fungos_vol2.pdf>.

CERVI, A. C. et al. Espécies Vegetais de Um Remanescente de Floresta de Araucária (Curitiba, Brasil): Estudo preliminar I. Acta Biol. Par., Curitiba, 18(1, 2, 3, 4): 73-114. 1989. Disponível em: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/acta/article/view/789/631>.

CITADINI-ZANETTE, V.; BOFF, V. P. Levantamento Florístico em Áreas Mineradas a Céu Aberto na Região Carbonífera de Santa Catarina, Brasil. Florianópolis. Secretaria de Estado da Tecnologia, Energia e Meio Ambiente. 1992. 160p.

FONSECA, E. T. Indicador de Madeiras e Plantas Úteis do Brasil. Officinas Graphicas VILLAS-BOAS e C. Rio de Janeiro, 1922. 368 p. Disponível em: <http://www.archive.org/download/indicadordemadei00teix/indicadordemadei00teix.pdf>.

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KINUPP, V. F. Plantas Alimentícias Não-Convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre. Tese de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2007. 590p. il. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/12870>.

KINUPP, V. F.; BARROS, I. B. I. Teores de Proteína e Minerais de Espécies Nativas, Potenciais Hortaliças e Frutas. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 28(4): 846-857, out.-dez. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cta/v28n4/a13v28n4.pdf>.

LORENZI, H. Plantas Daninhas do Brasil: Terrestres, Aquáticas, Parasitas e Tóxicas. Instituto Plantarum. Nova Odessa, SP, 4ª ed. 2008. 672p. il.

MENTZ, L. A.; LUTZEMBERGER, L. C.; SCHENKEL, E. P. Da Flora Medicinal do Rio Grande do Sul: Notas Sobre a Obra de D’ÁVILA (1910). Caderno de Farmácia, v. 13, n. 1, p.25-48, 1997. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/farmacia/cadfar/v13n1/pdf/CdF_v13_n1_p25_48_1997.pdf>.

MENTZ, L. A.; OLIVEIRA, P. L. Solanum (Solanaceae) na Região Sul do Brasil. Pesquisas, Botânica, n. 54. Instituto Anchietano de Pesquisas. 2004. 327p. Il.

PLANTAS DA FLORESTA ATLÂNTICA. Editores Renato Stehmann et al. Rio de Janeiro: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2009. 515p. Disponível em: <http://www.jbrj.gov.br/publica/livros_pdf/plantas_floresta_atlantica.zip>.

PLANTAS MEDICINAIS. CD-ROM, versão 1.0. PROMED – Projeto de Plantas Medicinais. EPAGRI – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina S.A. Coordenação: Antônio Amaury Silva Junior. Itajaí, Santa Catarina. 2001.

STEHMANN, J.R., Mentz, L.A., Agra, M.F., Vignoli-Silva, M., Giacomin, L. 2010. Solanaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB014725).

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