SENTENÇA

Noções introdutórias

Acepções do termo sentença (sentido lato e estrito);

Conceito de sentença– Antes da Lei 11.232/05 ‐ critério finalístico;– Após a Lei 11.232/05 ‐ classificação quanto ao conteúdo;– Crítica da doutrina majoritária ao conceito legal de sentença/decisão interlocutória;– Decisões parciais (sentenças parciais) – recurso cabível

Conceito

Art. 158. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

§ 1º Ressalvadas as previsões expressas nos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 473 e 475, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como o que extingue a execução.

Possíveis conteúdos da sentença:

Sentença terminativa;

Sentença definitiva;

Elementos essenciais da sentença

Art. 458Relatório Fundamentação DispositivoData e assinatura do juiz (art. 164)Publicidade

Elementos extrínsecos: clareza, certeza e completude

Observações

STF, AI 162089/DF‐AgRg: “a Constituição não exige que a decisão seja extensamente fundamentada. O que se exige é que o juiz ou tribunal dê as razões de seu convencimento”.

CF- Art.93, IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;

Capítulos da sentença:

“Capítulos da sentença” representam as partes ou unidades autônomas “em que ideologicamente se decompõe o decisório de uma sentença ou acórdão, cada uma delas contendo o julgamento de uma prestação distinta” (Cândido Dinamarco).

Sentença concisa – art.459, CPCPedido certo e sentença ilíquida (mitigação à

regra do parágrafo único do art. 459);

Observações

Súmula 318: “Formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem interesse recursal em arguir o vício da sentença ilíquida”.

Possibilidade de sentença ilíquida.1ª corrente (formalista): interpretação literal do

dispositivo. Se o autor formula pedido certo (líquido), ao juiz não é lícito remeter à liquidação futura: ou profere sentença líquida ou julga improcedente o pedido

2ª corrente: mesmo sendo certo e determinado o pedido, pode o juiz, não dispondo de elementos nos autos para fixar o valor da condenação, proferir sentença ilíquida, remetendo as partes para a liquidação

Princípio da congruência ou adstrição ouconformidade

Art.459 e 460, CPC

Mitigações:Art. 461, §1º: impossibilidade de concessão da tutela �

especifica . condenação, de oficio do reu ao pagamento de perdas e danos;

Art. 290: prestações periódicas as prestações �periódicas que se vencerem após o ajuizamento da ação poderão ser incluídas na sentença;

Art. 293: mesmo não havendo pedido, deve]se incluir �os juros legais;

.Art. 20: condenação em honorários advocatícios.

Sentença citra, ultra e extra petita:Sentença condicional- art. 460,§ único e

art.572Decisão e fatos e direitos supervenientes- art.

462

– Fato novo e alegação em grau recursal;

Princípio da inalterabilidade da sentença- art. 463

Exceções previstas no art. 463: erro material (art. 463, I) e via embargos de declaração (art. 463, II);

Outras exceções ao art. 463:

Art. 1.111. A sentença poderá ser modificada, sem prejuízo dos efeitos já produzidos, se ocorrerem circunstâncias supervenientes;

Art. 285‐A, §1º e 296: possibilidade de retratação quando interposta apelação da sentença que indefere a petição inicial;

Apelação cível e agravo de instrumento no ECA (art. 198, VII da Lei 8.069/90): antes de determinar a remessa dos autos à superior instância o juiz proferirá decisão fundamentada mantendo ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias.

Efeitos da sentença:

Principais:Declaração (sentença declaratória);Condenação (sentença condenatória);Constituição (sentença constitutiva).Acessórios ou secundários: Sentença em ação que tenha por objeto obrigação

de fazer ou não fazer (art. 461);Sentença em ação que tenha por objeto obrigação

de entregar coisa diversa de dinheiro (art. 461-A)Sentença que condena o devedor a emitir

declaração de vontade (art. 466-A);

Sentença que tenha por objeto promessa de contratar (Art. 466‐B);

Sentença que tenha por objeto obrigação de transferir propriedade sujeita a condição ou termo (Art. 466‐C)

COISA JULGADA

Art. 467. Denomina‐se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou extraordinário.

Coisa julgada formal: preclusão endoprocessual;

Coisa julgada material: preclusão “endo” e extraprocessual;

Coisa julgada e coisa soberanamente julgada

Limites da coisa julgada

Art.468, CPC

Limites Objetivos: pedido e respectiva fundamentação (art.469)

Questão prejudicial -Art. 469, III e 470.

Limites subjetivos – art. 472

Exceções:

Art.471, CPCDemais casos previstos em lei:– art. 267, §3° do CPC: exame das condições da ação e pressupostos processuais;– art. 463, II: acolhimento de embargos declaratórios com efeitos infringentes;– art. 285‐A e 296: retratação ante a interposição de apelação em face da sentença que indeferiu a petição inicial

Observações

Art. 474- Eficácia preclusiva extraprocessual da coisa julgada

Coisa julgada e reexame necessário- art. 475Efeito da coisa julgada penal na esfera cívelRelativização da coisa julgada:– Coisa julgada inconstitucional– Coisa julgada e ação de investigação de paternidade