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SEMIOLOGIA DA DOR

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Page 2: SEMIOLOGIA DA DOR

A dor é um mecanismo de defesa do organismo que, sem tratamento, pode comprometer a qualidade de vida do paciente

Ela pode ser causada por uma lesão tissular ou, no caso da dor crônica, por alterações nos nervos periféricos ou no sistema nervoso central

É papel do médico detectar e tratar corretamente o problema e aliviar o sofrimento do paciente

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A dor gera respostas metabólicas e emocionais que afetam a recuperação e o comportamento do paciente

Pacientes com baixa reserva energética são especialmente vulneráveis aos efeitos da dor, podendo apresentar complicações

A dor pode levar a distúrbios do sono e psiquiátricos, e em alguns casos é fator contribuinte para tentativas de suicídio

Page 4: SEMIOLOGIA DA DOR

A percepção da dor começa nos nociceptores, que são terminações nervosas livres com alto limiar de excitabilidade e não sujeitas a fadiga ou adaptação a estímulos repetidos

Os nociceptores respondem a estímulos nocivos como temperaturas maiores que 43°C ou menores que 18°C, pressão excessiva e substâncias provenientes de lesões celulares e respostas inflamatórias. Ex.: bradicinina, serotonina, prostaglandinas, acetilcolina, histamina, ATP, íons potássio e hidrogênio

Page 5: SEMIOLOGIA DA DOR

A despolarização dos nociceptores gera impulsos que se propagam por aferentes nociceptivos primários

constituídos por fibras do tipo A- e do tipo C

FIBRAS A-

Mielinizadas

Velocidade de condução elevada (20 m/s)

Sensação dolorosa inicial, aguda e bem localizada

Mais relacionadas a dor somática

FIBRAS C

Amielinizadas

Velocidade de condução baixa (1 m/s)

Sensação dolorosa tardia, difusa e mal localizada, que persiste após o término do estímulo nocivo

Dor visceral

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Nervos cutâneos apresentam relação de fibras C:A- de 3:1, enquanto que nos nervos viscerais essa relação é de 9:1, daí a diferenciação entre dor somática e dor visceral.

Os impulsos prosseguem dos aferentes primários até o corpo do neurônio presente no gânglio da raiz dorsal, e então para o corno posterior da medula, onde fará sinapse com neurônios de segunda ordem

Page 7: SEMIOLOGIA DA DOR
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Quando os estímulos nociceptivos atingem o córtex, ocorre a percepção consciente da dor. Mas há também a percepção emocional, quando os estímulos atingem o hipotálamo e sistema límbico.

Page 9: SEMIOLOGIA DA DOR

Dor neuropática ou não-nociceptiva

Lesão no sistema nervoso central ou periférico pode gerar dor sem que haja estímulo nocivo

Ex.: neuromas, patologias desmielinizantes, neuralgia pós-herpética e dores mantidas pelo simpático, como na fase aguda do herpes zoster, neuropatias metabólicas, entre outros.

Page 10: SEMIOLOGIA DA DOR

Dor visceral

As estruturas viscerais respondem aos estímulos nocivos de formas diferentes

Ex.: - o miocárdio é sensível à isquemia, mas não à estimulação mecânica;

- o intestino pode ser cortado ou queimado sem gerar dor, mas sua torção ou tração produz dor intensa.

A área inervada por fibras aferentes nociceptivas viscerais é maior que a inervada por fibras aferentes somáticas.

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A dor visceral é acompanhada de intensa resposta autonômica, manifestando-se por sudorese, náusea, vômitos, hipotensão e bradicardia.

Associam-se à dor visceral fenômenos como hiperalgesia secundária, dor referida, espasmo muscular e reflexos autonômicos.

Page 12: SEMIOLOGIA DA DOR

Anamnese do paciente com dor

É importante lembrar que a dor é uma experiência sensorial e emocional altamente subjetiva e única para cada paciente

Alguns fatores alteram o limiar de dor e a tolerância do paciente a ela:

Page 13: SEMIOLOGIA DA DOR

Fatores psicológicos:

- Atenção, temperamento, ansiedade, antecipação, memória, sugestão

Fatores constitucionais:

- Idade: idosos toleram mais dor- Sexo: mulheres apresentam menor limiar para

dor, que se altera ao longo do ciclo menstrual (mais baixo no período pré-menstrual)

- Nível sociocultural: trabalhadores braçais tendem a apresentar limiar e tolerância maiores para dor

- Ciclo circadiano: o limiar para dor é maior pela manhã do que ao entardecer

- Fadiga: diminui a tolerância à dor

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Durante a anamnese é preciso procurar caracterizar a dor segundo alguns critérios:

1. Duração2. Tipo3. Evolução4. Localização5. Intensidade6. Irradiação7. Relações com funções orgânicas8. Fatores desencadeantes ou agravantes9. Fatores de alívio10. Manifestações associadas

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1. Duração Para dores contínuas, anotar o tempo

transcorrido desde o início da dor até a consulta;

Para dores cíclicas ou periódicas, investigar o intervalo entre as crises, a duração das mesmas e o registro do primeiro episódio.

Dores com duração superior a seis meses são consideradas crônicas

Page 16: SEMIOLOGIA DA DOR

2. Tipo

Pontada, lancinante (como uma incisão), queimação, pulsátil, cólica, constritiva, etc.

3. Evolução

Cíclica ou contínua; aumenta ou não de intensidade

Page 17: SEMIOLOGIA DA DOR

4. Localização

No caso da dor somática, é bem localizada, guardando relação com a localização da patologia;

A dor visceral é difusa e mal localizada; A dor referida pode ser bem localizada,

mas não guarda relação com a estrutura acometida (a dor parece vir de uma região cutânea, quando na verdade o processo nociceptivo ocorre em outro local)

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5. Intensidade

Medida extremamente subjetiva, pode ser feita através de escala visual, verbal, numérica ou de faces

6. Irradiação

Ex.: hérnia de disco que provoca compressão de uma raiz nervosa, produzindo dor na região inervada pela mesma

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7. Relações com funções orgânicas

Dores que sofrem alterações conforme estruturas adjacentes se movimentam. Ex.: dor torácica que se altera com movimentos respiratórios ou tosse

8. Fatores desencadeantes ou agravantes

Algumas atividades podem precipitar ou intensificar a dor

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9. Fatores de alívio

Posições que o paciente assume para obter alívio (posição antálgica);

Manobras como a indução do vômito; Investigar uso de analgésicos e a

resposta do organismo aos mesmos

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10. Manifestações associadas

Ocorrência de vômitos, sudorese, palidez (dores viscerais) ou outros distúrbios como hematúria, associada à cólica nefrética da litíase renal

Page 23: SEMIOLOGIA DA DOR

- Alodínia- Analgesia- Anestesia dolorosa- Causalgia- Disestesia- Dor central- Dor neurogênica- Dor neuropática

- Hiperalgesia- Hiperestesia- Hiperpatia- Hipoalgesia- Hipoestesia- Neuralgia- Neurite - Neuropatia

Vocabulário da dor

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"Ninguém pode livrar os homens da dor, mas será bendito aquele que fizer renascer neles a coragem para a suportar."( Selma Lagerlof )

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Bibliografia

LOPEZ M, LAURENTYS J. Semiologia Médica: As Bases do Diagnóstico Clínico. 4ª edição, vol.1