seminário de ensino da assembleia de deus em blumenau

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Seminário de Ensino da Assembleia de Deus em Blumenau

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Semináriode Ensino daAssembleiade Deus emBlumenau

Palavra doCoordenador da EBD

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Palavra doPresidente

Palavra doVice-Presidente

Palavra doDiretor da ETEBLU

PalestrantesConvidados

Plenárias

Falando emUnidade

Créditos

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Palavra dopresidente

Chegar a mais uma Edição doSEADBLU é um grande privilégio. Sou grato a Deus pela graça de junto com centenas de outros irmãos desfrutar de um período de aprendizado e edifica-ção espiritual. Este evento é uma reali-dade do desejo da igreja de Cristo em capacitar-se para viver e trabalhar com excelência no Reino de Deus. Os resultados que estes dias propor-cionarão, serão visíveis na vida pessoal, na família e nos ministérios, pois a UNI-DADE é indispensável para a existência da Igreja de Cristo. Não podemos nos esquecer da metáfora do Corpo ou da Noiva que Paulo usa nos seus escritos para exemplificar a unidade que deve existir entre Cristo e seus discípulos e os discípulos uns para com os outros. So-mos Um em Cristo Jesus! Nesse espírito que damos boas-vindas a todos os participantes da décima edi-ção do nosso Seminário de Ensino.

Pr. Nilton dos SantosPresidente da ADBLU e CIADESCP

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Palavra dovice-presidente

Com imensa alegria quero dar as boas-vindas a você participante do seminário de Ensino da ADBlu 2019. Este é mais um evento que visa o desenvolvimento pessoal de cada cristão a fim de cumprir seu propósito com excelência. Que suas convicções a respeito do chamado de Deus para sua vida sejam intensificadas nestes dias de reflexão; que sua capacidade de evangelização e consolidação seja aprimorada, e que seu coração seja inflamado para unir forças com a igreja de Cristo no cumprimento da missão. Não acredito em coincidências, mas sim na providência divina. Sei que sua participação aqui tem propósitos concretos pois o Eterno deseja fazer grandes coisas em você e através de você.

Pr. Lediel dos SantosVice-Presidente da ADBLU

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Palavra dodiretor da ETEBLU

Seja bem-vindo a décima edição do SEADBLU, podemos com convicção declarar que “Até aqui nos ajudou o Senhor”. Que este ano Deus nos proporcione a graça de refletir e ser transformado pela sua Palavra, pois é somente a Palavra Dele que pode nos alcançar e nos convencer sobre a necessidade de viver em UNIDADE. Fomos chamados a viver em Unidade com Cristo e esta unidade deve ser externalizada na pratica com o meu próximo. A maior prova que somos discípulos de Cristo é o amor entre irmãos. Tenho convicção que Deus trouxe você a este ambiente para que sua mente e coração se abram para novas perspectivas e novos entendimentos, fazendo com que sua vida cristã se torne mais intima e frutífera com Cristo Jesus. Meu desejo é que você seja um Ramo Frutífero em Cristo!

Pr. Jaisson CamposDiretor da Eteblu

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Palavra doCoordenadorda EBD

Neste ano chegamos a 10° edição do SEADBLU e podemos observar, que a cada edição há um mover de Deus nas nossas vidas. Vimos neste período milhares de pessoas serem edificadas, mudadas nestes encontros. Foram e sempre serão momentos de grande aprendizado. SEADBLU/2019 cremos que será um evento de grande aprendizado e de transformação sobre a vida de cada professor, líder, obreiro e irmão que se predispôs a aprender e depois compartilhar este conhecimento para com sua igreja vai ser benção. Este seminário soma um novo paradigma para a vida de todos os envolvidos, pois neste local temos e cremos, que a unidade que é o tema do evento, nos abrace e nos faça ser a diferença. Pois foi para isto que Cristo Jesus nos chamou.

Sandro AlmeidaCoordenador da EBD

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PalestrantesConvidados

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PastorJosiel Silva

PastorEliabe Camargo

PastorJonatas Costa

PastorJaisson Campos

PastorAlessandro Aguiar

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Josiel Silva31 anos, casado a 10 anos com Suzana Silva. Pai do Davi Lucca Silva.Bacharel em teologia pela ETECAM. Discente de filosofia. Autor do livro “Tratado Sobre Hamartiologia” (Instituto E-SABER).É da Assembleia de Deus em Itajaí - SC.

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Eliabe Camargo29 anos, casado com Ana Carla Camargo. Curso Missiologia - CTMVida.Bacharel em Teologia (FTSA).Formação no Haggai.

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Jonatas CostaGraduando em História pela UNIASSELVI, Especialização em Aconselhamento Pastoral Familiar pela Faculdade Luterana de Teologia - FLT (2016), Pastor da AD Itoupava Norte, professor de Aconselhamento Cristão na Escola Teológica de Blumenau (ETEBLU).

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Jaisson CamposCasado a 8 anos com Thais de Campos. Pai da Bianca, Arthur e Gabriel de Campos. Pastor integral na Igreja Assembleia de Deus em Blumenau, Coordenador de Ensino e Diretor da ETEBLU (Escola Teológica de Blumenau). Teologia e Missiologia pelo (CTMvida -Centro de treinamento missionário vida)Teologia com ênfase em cuidado pastoral (UEL – Universidade Estadual de Londrina), 2010. Especialização em Aconselhamento Pastoral Familiar pela(FLT – Faculdade Luterana de Teologia), 2016. Pós-graduando em Teologia e Literatura Paulina pela (Faculdade Unida), 2019.

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AlessandroAguiar

Formado em Teologia e graduado pelo instituto Haggai. Acadêmico em Letras pela universidade de Maringá. Atualmente é pastor integral na Igreja Assembleia de Deus em Blumenau, onde atua como segundo vice-presidente e pastor no templo central. Tem experiencias nas áreas de Teologia, com ênfase em Teologia Sistemática, Liderança Cristã e Hombridade. Atualmente é professor de Teologia Sistemática na Eteblu e no CTMVIDA (Centro de Treinamento Missionário Vida). Também atua como palestrante em seminários e congressos nacionais e internacionais.

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PlenáriasIr para:

Plenária 1:Josiel Silva

Plenária 2:Eliabe Camargo

Plenária 3:Jonatas Costa

Plenária 4:Jaisson Campos

Plenária 5:Alessandro Aguiar

Plenária 6:Alessandro Aguiar

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Unidadeem meio a diversidade

Plenária 1

Josiel Silva

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“E não rogo somente por estes, mas também por aqueles que

pela tua palavra hão de crer em mim; Para que todos sejam um,

como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um

em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. E eu dei-lhes

a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para

que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que tu me enviaste a

mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a mim.”

(João 17:20-23)

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Não é de hoje que a igreja vem lutando pela unidade do povo de Deus. A história do cristianismo (ao menos o eixo central) é contada por meio de cartas em cuja sua maior parte se destina a conscientizar o povo de Deus sobre a unidade da igreja. Como podemos ver nas cartas dos apóstolos, na história e atualmente, essa é uma tarefa dificílima. Basta uma simples análise do atual quadro “da igreja brasileira” para constatar o imenso trabalho que temos pela frente para conscientizar o povo de Deus. Parece impossível que de fato conquistemos essa tão preciosa dádiva.

Será possível, arminianos e calvinistas, pentecostais e cessacionistas , ortodoxos, simpatizantes e adeptos de tantas outras segmentações do cristianismo viverem em paz e harmonia, unidos, mesmo a despeito das divergências de opinião, tendo por base as doutrinas centrais e essenciais da fé cristã? Se for possível, como “conquistar” essa unidade, diante

Introdução

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da grande fragmentação da fé e da teologia essencial do cristianismo? Pensar na unidade da igreja é uma utopia?

Para responder perguntas como essas, gostaria de refletir com vocês três pontos essenciais da unidade da igreja. 1 - O paradigma da unidade;2 - O vínculo da unidade;3 - A finalidade da unidade.

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1-Paradigma da unidade

“Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que

vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como

és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para

que o mundo creia que tu me enviaste”. (João 17.20,21).

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Na oração sacerdotal de João 17, há muitas referências a “igreja”. Nos versículos acima duas referências que valem a nossa atenção nesse primeiro momento. (1) “E rogo não somente por estes, mas também por aqueles que virão a crer em mim pela palavra deles” (v 20). Isto quer dizer que a unidade da igreja é “universal”. A igreja de cristo militou no passado, milita no presente e militará no futuro. Logo, nenhuma igreja local isoladamente é a igreja de Cristo. Mas devemos considerar igreja todos aqueles que receberam cristo como salvador e, ainda aqueles que mesmo “avistando de longe a promessa” creram em Deus pai e em seus insondáveis caminhos. Devemos considerar ainda um segundo ponto que se faz presente no versículo 21. “para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que eles estejam em nós...”(v 21).Aqui, temos o aquilo podemos chamar de paradigma, ou, padrão de relacionamento da igreja que repousa sobre a doutrina da trindade.

“Aprendemos da doutrina da Santíssima Trindade

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Uma das doutrinas pertinentes à fé cristã, que melhor nos ajuda na compreensão do ser humano em sua base relacional, é a doutrina da trindade. Deus como Trindade transcende o conceito individualista de forma radical. O individualismo moderno e a supervalorização do subjetivismo têm gerado uma consciência coletiva de fragmentação das relações humanas

que alguma coisa análoga à sociedade existe dentro

do Ser divino desde toda a eternidade – que Deus

é amor, não no sentido da concepção platônica

de amor, mas porque nele a reciprocidade

concreta de amor existe antes dos mundos, e é,

por isso, compartilhada com as criaturas”. (C.S.

Lewis. Cristianismo puro e simples. Thomas Nelson)

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e da natureza divina. É nesse contexto de subjetivismo extravagante, que a doutrina da trindade tem muito a ensinar. A doutrina da Trindade possui uma aplicação prática e fundamental para a fé cristã. Em especial para uma formação de espiritualidade saudável, com desdobramentos práticos para o dia-a-dia da vida cristã, sobretudo na sua contribuição para o conceito de pessoa. No texto de C.S. Lewis, descrito acima, a ideia é simples: “NO EVANGELHO DE JESUS, NADA É INDIVIDUAL E FORA DA COMUNHÃO NADA EXISTE. NEM MESMO DEUS”. A partir da doutrina da trindade, o homem vê a si mesmo como um ser em relação, e é exatamente nesta relação com o “próximo” que ele encontra sua pessoalidade. A doutrina da trindade coloca sub judice e inquere contra o individualismo e o subjetivismo moderno. Quando Deus criou o ser humano imediatamente fez uma constatação:Então o SENHOR Deus declarou: “Não é bom que o homem esteja só”, Gênesis 2.1. Causa-nos perplexidade, quando notamos que Adão não estava exatamente só, ele estava diante dos

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animais e, sobretudo diante Daquele que julga e ocupa a consciência da humanidade: DEUS. Adão se encontrava na companhia de Deus, como poderia estar só, em qual sentido ele estava só? Veja bem, na relação com Deus o homem é ser dominado, na relação com os animais o homem é ser dominante, somente quando Deus cria um igual, Adão pode desfrutar de profundidade relacional do “SER”. Adão, não possuía um igual. Deus era maior do que Adão e os animais menores do que ele. Então Deus cria um semelhante, um igual. “Farei para o homem uma mulher, alguém que esteja como que diante dele”. Eis, aí, a beleza da tradição cristã, Deus plural: Pai, Filho e Espírito Santo. Três pessoas na qual chamamos Deus. Deus é uma unidade entre iguais. Uma singularidade plural, ou pluralidade singular, o conceito de unidade é antológico. Um ser criado por Deus, à sua imagem e semelhança deveria ser de alguma forma, expressão dessa característica relacional da Divindade. Extraímos daí algo fundamental em nossa espiritualidade: tão verdadeiro quanto dizer que pessoas precisam de

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Deus, é verdadeiro dizer que pessoas precisam de pessoas. No caminhar com Jesus, o “provar” de Deus é pessoal, mas caminhada é comunitária. E nada, absolutamente nada, é individual. Assim, a natureza da igreja é relacional porque, Deus é um ser em constante relação com Ele mesmo na beleza da trindade. Criou o homem com natureza relacional. Portanto, a igreja não pode negar a essência divina e a fenomenologia natural expressa na necessidade das relações humanas. É uma vocação ao UNO.

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2 - O vínculoda unidade

““Eu lhes dei a glória que me deste, para que sejam um, assim

como nós somos um (v 22).”

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“Eu lhes dei a glória que me deste, para que sejam um”. Em outras palavras, Jesus deixa claro que essa unidade é possível porque Ele mesmo já deu a igreja o que ela precisa para tornar essa prática da unidade verdadeira. Há um entendimento no subconsciente coletivo, que precisa ser despertado no consciente coletivo: a igreja como o corpo místico de cristo, portanto não é uma invenção humana, não é uma conquista humana, e como tal, todo o seu funcionamento místico é resultado da graça de Deus. Cristo fundou a igreja, e as conquistas da igreja pertencem a cristo, assim a unidade ou qualquer outra graça ou dádiva nos é dada e não conquistada. A causa da unidade da igreja é Cristo. “Há só Senhor, uma só fé, um só Espírito e um só Deus...”. Por isso, só nos é possível alcançar essa consciência se entendermos duas coisas essenciais.

2.1 - “Não lutamos para conquistar a unidade da igreja e sim para tomar consciência”. A carta que Paulo escreve os efésios, muito tem a nos dizer sobre a igreja

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e a unidade do corpo de cristo. Desde o primeiro capítulo, Paulo vem descrevendo uma série de coisas que Cristo fez em prol da sua igreja e todas elas são apontadas como dádivas de que Cristo conquistou. Ele diz: Deus nos predestinou, escolheu separou e redimiu. Deus nos vivificou e nos revelou a sua vontade. Deus quebrou a barreira que havia entre nós e que de diferentes povos fez Um. Desse modo Paulo faz um apelo no capítulo 4: “Façam todo esforço para conservar”. É como se ele dissesse: Deus deu, agora conservem. Isto quer dizer que nós não conquistamos e nem construímos a unidade da igreja, apenas a conservamos. O que precisamos é tomar consciência do que nos foi dado e, viver essa dádiva dentro da realidade para qual fomos vocacionados. Nós não conquistamos nada, tudo vem do alto, vem de Deus. Nós, apenas tomamos consciência dessas dadivas. É como se DEUS dissesse: Eu elaborei um plano chamado “igreja” e, determinei todo o seu funcionamento. Então, ou vocês vivem em conformidade com esse plano ou vocês não são igreja. Repito, nós não inventamos a igreja, nós

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não comandamos o corpo de cristo. Cristo é o cabeça, Ele é o comando, a marcha, o andar, o querer e o efetuar vem Dele. Nós não conquistamos nada. Vivemos em dias de métodos e mais métodos para conquistar a unidade da igreja, mas isso é um equívoco não devemos lutar para conquistar e sim para tomar consciência, apoderar-se de algo que já se faz presente na igreja, mas que nem sempre é consciente nos “membros” dessa unidade.

2.2- A igreja tem identidade/personalidade própria.

“...eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para

que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também

amaste a mim” (v. 23).

“Para que o mundo conheça que tu me enviaste”. A identidade da igreja é a identidade de Cristo. Não somos igreja quando congregamos uma multidão em torno de um nome ou de uma causa. Somo igreja quando deixamos a identidade de Cristo revelada na igreja se apoderar de nós. Não criamos

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a identidade na igreja, porque ela já possui um dono, uma identidade, uma personalidade. Cisto é conhecido através e nem uma igreja deve carregar em si a consciência ou a personalidade de quem quer que seja a não ser cristo.

“O que acontece com Cristo e conosco é algo semelhante a isso. Quanto mais tiramos do caminho aquilo que agora chamamos de “nós mesmos” e deixamos que ele tome conta de nós, tanto mais nos tornamos aquilo que realmente somos. Ele é tão grande que milhões e milhões de “pequenos Cristos”, todos diferentes, não serão suficientes para expressá-lo plenamente. Foi ele que

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os fez a todos. Ele inventou — como um escritor inventa os personagens de um romance - todos os homens diferentes que vocês e eu devemos ser. Nesse sentido, nossos verdadeiros seres estão todos nele, esperando por nós. De nada vale procurar “ser eu mesmo” sem ele. Quanto mais resisto a ele e tento viver sozinho, tanto mais me deixo dominar por minha hereditariedade, minha criação, meus desejos naturais e o meio em que vivo. Na verdade, aquilo que chamo com tanto orgulho de “eu

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mesmo” é simplesmente o ponto de encontro de miríades de cadeias de acontecimentos que não foram iniciadas por mim e não poderão ser encerradas por mim. (C.S. Lewis. Cristianismo puro e simples Thomas Nelson)

Você não terá um “eu” verdadeiro enquanto não entregar a Ele o seu eu. Essa é a realidade do cristianismo que nos custa caro, mas que somente por essa via podemos desfrutar de cristo na plenitude do nosso ser. Talvez, por isso o evangelho esteja recheado de palavras como: se o grão de trigo não morrer, permanecera ele só; quem quiser me seguir negue a si mesmo e siga-me, porque quem tentar salvar a sua vida vai perder, mas quem perder vai ganhar. Na porta de entrada da igreja que é o próprio cristo está escrito:

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AquiPara ser grande – seja o menor. Para ser o primeiro – seja o último. Para ser livre – seja servo.Para viver – morra antes de morrer.Para ser feliz – renuncie a sua felicidade.

A proposta o evangelho é: morra para você e viva para Deus e através dele viva para o seu próximo. Enquanto o Narciso interior não morrer o homem não pode ser igreja, não pode viver verdadeiramente o reino de Deus. Não poderá ser um com muitos. Não poderá fazer parte daqueles que dizem somos um em Cristo Jesus. A vida do tipo que vale a pena ser vivida é diante de Deus e em comunidade. E nada, absolutamente nada se faz fora da comunhão.

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3 - A finalidade da unidade.

“...eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados

na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a

mim” (v. 23).

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“a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste”. Eis aí, mais uma grande amostra do porque esse tema é fundamental. Se a unidade da igreja, não estiver claramente consciente nos seus membros, sua mensagem parecerá um contrassenso. Como o mundo compreenderá a mensagem do evangelho de Jesus, se não viver o povo de Deus a beleza da unidade? A unidade da igreja é imprescindível para dar sentido a nossa pregação. Tudo o que temos recebido do alto deve estar sujeito ao serviço da igreja. Gostaria de destacar dois pontos que colaboram para conscientização e pratica da unidade da igreja e a sua missão. (1) dons; (2) amor.

Dons“Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”. (1 Coríntios 12:11), João Calvino comenta sobre esse texto da seguinte forma: “Paulo intima os Coríntios à unidade, lembrando-os de que todos os dons que possuíam, obtiveram-nos de uma única fonte; mas, ao mesmo tempo,

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ele prova que ninguém possui tanto para que se sinta autossuficiente, que não necessite do auxílio de outrem... Ele (O Espírito de Deus) não distribui tudo a um só indivíduo, para evitar que alguém fique tão satisfeito com sua porção, que procure isolar-se dos demais, vivendo unicamente para si”. (CALVINO, João. 1 Coríntios. Editora Edições Paracletos).

Amor“Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. (João 13:34), “Nisto saberão que vocês são os meus discípulos”. O amor é a perfeita obra, a perfeita teologia, a perfeita liturgia. Através do amor superemos as diferenças pregamos o reino, vivemos o reino de Deus e somos igreja. O amor nos mantém unidos e a unidade da igreja em amor é a perfeita mensagem. “Nisso saberão que vocês são os meus discípulos. Se amardes uns aos outros...”. Sem amor nada vale. E, fora da comunhão nada existe.

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Conclusão Por último, gostaria de ressaltar que a igreja é uma unidade pluralística e essa pluralidade da igreja não nos prejudica ao contrário ela nos ajuda.

“Porque o sangue de Cristo jorrou sobre os meus olhos, a minha visão é universal e tem dimensões que ninguém sabe. Os milênios passados e os futuros não me aturdem porque nasço e nascerei, porque sou uno com todas as criaturas, com todos os seres, com todas as coisas, que eu decomponho e absorvo com os sentidos, e compreendo com a inteligência transfigurada em Cristo. Tenho os

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movimentos alargados. Sou ubíquo: estou em Deus e na matéria; sou velhíssimo e apenas nasci ontem, estou molhado dos limos primitivos, e ao mesmo tempo ressoo as trombetas finais, compreendo todas as línguas, todos os gestos, todos os signos, tenho glóbulos de sangue das raças mais opostas. Posso enxugar com um simples aceno o choro de todos os irmãos distantes. Posso estender sobre todas as cabeças um céu unânime e estrelado. Chamo todos os mendigos para comer comigo, e ando sobre as águas como os

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profetas bíblicos. Não há escuridão mais para mim. Opero transfusões de luz nos seres opacos, posso mutilar-me e reproduzir meus membros como as estrelas-do-mar, porque creio na ressurreição da carne e creio em Cristo, e creio na vida eterna, amém. ” (Jorge de lima).

Este é um poema de quem se vê como corpo de Cristo. No corpo, falamos todos os idiomas. No corpo, estamos em todos os lugares. No corpo, alimentamos a todos. No corpo, abraçamos a todos que buscam o reino de Deus. No corpo, o indivíduo é uma singularidade plural com todos e, todos são um em Cristo e Cristo é tudo em todos.

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Bibliografia CALVINO, João. 1 Coríntios. Editora Edições Paracletos. C.S. Lewis. Cristianismo Puro e Simples. Editora Thomas Nelson.CALVINO, João. Efésios. Editora Edições Paracletos.

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Ministérios: a pluralidade a serviço datotalidade.

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Eliabe Camargo

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“11 E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas,

outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, 12 com vistas ao

aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a

edificação do corpo de Cristo, 13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de

Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, 14 para

que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com

que induzem ao erro. 15 Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo

naquele que é a cabeça, Cristo, 16 de quem todo o corpo, bem ajustado e

consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada

parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor”,

(Efésios 4.11-16 ARA).

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1. Pluralidade e unidade fazem parte do dna da igreja Assim como Jesus em seus ensinos, o apóstolo Paulo usa termos da língua e comparações para fazer uma analogia a um conceito espiritual: Pão da vida (Jo 6.48), Luz do mundo (Jo 9.5), utensílio para honra (2 Tm 2.21). Ao falar sobre a unidade o Apóstolo Paulo vai usar a figura do corpo humano para trazer maior compreensão do assunto para a Igreja.

Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os

membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com

respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em

um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos

nós foi dado beber de um só Espírito. Porque também o corpo não é um

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só membro, mas muitos. Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do

corpo; nem por isso deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: Porque não

sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser. Se todo o corpo

fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde, o olfato? Mas

Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe

aprouve. Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo? O certo é que há muitos membros, mas

um só corpo. Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem

ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós. Pelo contrário, os membros

do corpo que parecem ser mais fracos são necessários; e os que nos parecem menos dignos no corpo, a estes damos

muito maior honra; também os que em nós não são decorosos revestimos

de especial honra. Mas os nossos membros nobres não têm necessidade

disso. Contudo, Deus coordenou o corpo, concedendo muito mais

honra àquilo que menos tinha, para que não haja divisão no corpo; pelo

contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos

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outros. De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um

deles é honrado, com ele todos se regozijam. Ora, vós sois corpo de Cristo;

e, individualmente, membros desse corpo. (1Co 12.12-27)

Neste texto o apóstolo traz alguns aspectos do corpo de Cristo como: a responsabilidade de cada membro, Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser ( V.v.16); a diversidade dos membros, Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos (V.v.14); a cooperação entre membros “não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós. Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários; e os que nos parecem menos dignos no corpo, a estes damos muito maior honra (V.v.21 – 23). A figura de corpo volta novamente a ser usada em Efésios capítulo 4.4, há somente um corpo e um Espírito, para trazer a consciência de unidade a Igreja. Mesmo sendo o corpo de Cristo marcado pela pluralidade, Paulo

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busca esclarecer que essa unidade é também uma marca da igreja, sendo esta unidade gerada por uma ação do poder de Deus na vida da Igreja, assim como é a diversidade: “Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve. Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo? O certo é que há muitos membros, mas um só corpo” (1Co 12.18-20). Paulo, o apóstolo dos gentios escreveu a carta aos Efésios de sua primeira prisão em Roma, fazendo um apelo à Igreja: “Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4.1-3), para que esta se aplique em viver a unidade. O apelo do apóstolo a Igreja aponta as virtudes que ela deve ter para viver essa unidade:

Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados,

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com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-

vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz;

há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um

só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é

sobre todos, age por meio de todos e está em todos. E a graça foi concedida

a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo (Ef 4.1 – 8).

Agir com humildade: Seguindo o maior exemplo, Jesus Cristo, Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao

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nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai ( Fp 2.6-10), que através da sua vida e morte nos ensinou o caminho do serviço e do sacrifício. Cristo é o modelo de humildade. Seguindo seus passos preservamos a unidade.

Agir com mansidão: O autor Hernandes Dias Lopes define a pessoa mansa como “aquela que não insiste em seus direitos nem reivindica sua própria importância ou autoridade. Na verdade, uma pessoa mansa abre mão de seus direitos. Uma pessoa mansa prefere, antes, sofrer o agravo do que o infligir. A mansidão é poder sob controle. E a virtude daqueles que não perdem o controle”1.

Agir com paciência: Crisóstomo, arcebispo de Constantinopla e um dos mais influentes pais da Igreja, define paciência “como o espírito que tem o poder de vingar-se, mas nunca o faz”. É a pessoa que aguenta o insulto sem amargura nem lamento. A paciência é a

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força que não é vencido por nenhuma tarefa, mas persiste até o fim.

Suportando uns aos outros em amor: Suportar em amor é a paciência na prática. William Barclay2 vai dizer que este amor é “a qualidade da mente e do coração que compele o cristão a não sentir jamais nenhuma amargura, nenhum desejo de vingança, mas sim buscar sempre o maior bem de cada pessoa não importa o que lhe tenham feito”. Ao passo que cada cristão pratica essas virtudes a Igreja viverá a unidade. Para isso se tornar realidade é necessário a exclusão da ambição, da presunção e do egoísmo, sendo o sacrifício e entrega de vida algo diário de cada membro.

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2 - Capacitação do corpo – plura-lidade a serviço da unidade Com o propósito de a unidade ser a cada dia mais prática, Deus capacitou a Igreja com dons. A capacitação para o serviço busca o aperfeiçoamento e edificação do corpo, gerando a unidade da fé. Se o propósito dos dons é gerar a unidade da fé, os capacitados para tal missão devem buscar acima de tudo a realização do proposito para o qual foram chamados. No texto de Efésios 4.11 -16 o apostolo fala da “edificação do corpo de Cristo”, “até que todos chegamos à unidade da fé”. A igreja deve crescer em tudo “naquele que é o cabeça”, em quem “todo o corpo é bem ajustado e consolidado” mediante a cooperação de cada parte”3. As palavras de Paulo nos mostram a unidade como uma tarefa a ser realizada. Mesmo a unidade estando no DNA da igreja, ela precisa ser

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manifestada na prática pelo corpo. É uma construção diária de cada membro. Esta construção exige uma identificação das distrações, dos obstáculos e das distancias que a cada dia se opõem a manifestação da unidade. Se faz necessário sermos dotados de uma consciência desta construção, pois a mesma nos capacitará para o cumprimento da missão, “chegar ao pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef.4.13, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo (Ef.4.15). Paulo oferece cinco listas de dons espirituais: Romanos 12.6-8; 1 Coríntios 12.8-10; 1 Coríntios 12.28; 1 Coríntios 14; Efésios 4.11-13. Há variedade e diversidade de dons estão presentes em todas elas mostrando a pluralidade do corpo. O Espírito Santo é quem distribui, a fim de que não haja nenhuma falta, necessidade ou carência na Igreja de Deus. Assim como o corpo é diversificado e serviço também é, para que todo o corpo seja alimentado. Quando olhamos a diversidade dos ministérios entendemos que eles

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não são uma igreja dentro da igreja, um corpo isolado. Eles não têm vida própria, mas sim, são uma iniciativa da igreja, precisam estar conectados uns aos outros, juntos unidos a Cristo que é o cabeça. Essa construção passa pelo serviço daqueles que no corpo foram capacitados por Deus para o trabalho. Esses precisam ter definido o propósito de tal capacitação: a unidade do corpo. Algumas verdades do texto precisam estar claras:

a. Deus capacita para o serviço Os dons são habilidades dadas aos crentes para que sirvam a Deus e aos irmãos de tal modo que Cristo seja glorificado, e os crentes sejam edificados4. Assim como Deus “deu” o seu filho (Jo.3.16), o Filho deu o Espírito Santo (Jo.16.7) o Espírito dá a Igreja dons para que a edificação do corpo. Hernandes Dias Lopes ao comentar o texto lembra que “é importante ressaltar que: 1) todo cristão possui algum dom; 2) existe grande variedade de dons; 3) o Senhor glorificado é soberano na distribuição dos dons5. Assim como os

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membros são acrescidos no corpo, e estes são variados,

“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os

membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com

respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em

um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos

nós foi dado beber de um só Espírito” (1 Co.12.12,13), assim também são os dons para o serviço “os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo.

E há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade

nas realizações, mas o mesmo Deus é quem opera tudo em todos” (1 Co. 12.

4 – 6), e toda essa pluralidade está sob o controle da soberania divina.

b. O serviço é diversificado Nos primeiros versículos do capítulo 4 Paulo trabalha o tema que é comum para todos os Cristãos e que os une: Um só corpo V.v.4, um só Espírito V.v.4, uma só esperança V.v.4, um só Senhor V.v.5, uma só fé V.v.5, um só batismo V.v.5 e um só Deus e Pai V.v.6. A partir do versículo 11 Paulo vai trabalhar

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aquilo que nos difere um dos outros: os dons. Os dons concedidos a Igreja são variados e tem como proposito Cristo ser glorificado e o corpo edificado O Espírito não tem como objetivo uniformizar o corpo, mas sim edificá-lo. Para tal propósito ele capacita os membros através dos dons de maneira diversificada. Esses membros capacitados, operando de maneira variada cooperam uns com os outros para o propósito. A diversidade existente no corpo através da capacitação dos dons permite o corpo ser efetivo no cumprimento da missão. A diversidade potencializa o alcance do corpo desde que haja cooperação entre os membros. A diversidade dos membros, da capacitação através dos dons deve ser também motivo para unidade “Contudo, Deus coordenou o corpo, concedendo muito mais honra àquilo que menos tinha, para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros” (1Co 12.24).

c. A finalidade dos donsApós falar sobre a soberania de Deus

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na capacitação dos membros e a diversidade dos dons, Paulo fala sobre a finalidade dos dons deixando claro que o proposito destes dons. Gerar maturidade, unidade e perfeição no corpo está inteiramente ligado à capacitação gerada por Deus na igreja. Observamos nas palavras do apóstolo os seguintes propósitos através dos dons: Aperfeiçoamento dos Santos: A palavra grega usada para aperfeiçoamento é katartismos, palavra usada para o ato de restaurar um osso quebrado. Também usada na política para designar o ato de pôr de acordo, em ordem, facções opostas para que o governo siga adiante. A palavra traz o sentido de aperfeiçoar. Pode ser usada para designar por em ordem algo ou pessoa. “Tem o sentido de “aperfeiçoar” o que está deficiente na fé dos cristãos e dá a ideia de levar os santos a se tornarem aptos para o desempenho de suas funções no corpo, sem deixar implícita a restauração de um estado desordenado”6. “A função dos que ocupam cargo na igreja é empenhar-se para que os membros da mesma sejam formados,

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ajudados, guiados, cuidados e buscados em caso de extravio, de forma tal que cheguem a ser o que tem que ser”7. Serviço prático: A capacitação do Espírito sobre a Igreja com dons busca ter pessoas para treinar outros e prepará-los para o serviço. A palavra grega usada para serviço é diakonia, e esta não se refere ao serviço dos capacitados pelos dons, mais sim ao serviço de todos os cristãos. A finalidade dos dons é que o serviço pratico siga adianta. O servir não é algo par alguns, ou para líderes, mas sim para todos. Treiná-los é papel da liderança, daqueles a quem o Espírito capacitou. Edificação do corpo: a finalidade dos dons é a edificação da igreja. John Stott diz que todos os dons espirituais são dons para o serviço. Não são dados para o uso egoísta, mas, sim, para o uso altruísta, isto é, para servir as outras pessoas8. Essa edificação busca o conduzir todo a Igreja à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef.4.13). A liderança, aqueles a quem o

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Espírito capacitou, precisam ter claro o proposito para o qual foram chamados: edificar, construir.

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3 - A má compre-ensão da diversi-dade do corpo A influência de uma sociedade competitiva, marcada pelo individualismo e egoísmo as vezes é vivenciada pela igreja, tornando o alcance do proposito um desafio. Desde a Igreja primitiva, caso da Igreja de Corinto (1Co. 12 – 14), até nossos dias, alguns membros do corpo têm visto a diversidade de membros e a pluralidade de dons dados pelo Espírito a igreja como um meio para orgulho, divisão e competição. Estes estão totalmente equivocados na compreensão da diversidade e capacitação presente no corpo. Os departamentos da Igreja são resultados da pluralidade do corpo. A liderança dos departamentos são exemplos dos dons que também são diversos. Tanto os membros do departamento como sua liderança devem contribuir par ao proposito, pois ambos estão debaixo do cabeça

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que é Cristo. É normal haver diferença na abordagem, na linguagem, nas atividades práticas dos departamentos, mas isto não é suficiente para impedir que os mesmos compartilhem do mesmo proposito e contribuíam para a missão. Vamos a imagem de corpo usado pelo apostolo Paulo em 1Co.12.12 – 20 “Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser. Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde, o olfato? Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe

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aprouve. Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo? O certo é que há muitos membros, mas um só corpo”; no texto Paulo destaca a diversidade da igreja comparando está a um corpo humano. “O que torna o corpo bonito e funcional é o fato de ele ter seus membros harmoniosamente distribuídos e todos trabalhando juntos para o bem comum9”. O corpo precisa das diversas funções dos membros para sobreviver. Ter consciência da diversidade, sem perder de vista a unidade, nos permitirá ser eficaz na missão. Diferentes, mas com o mesmo propósito. Diversos, mas engajados na missão.

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4 - Superando os inimigos da uni-dade Um corpo diverso “certo é que há muitos membros, mas um só corpo (1Co.12.20)”; com capacitações diversas “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres”(Ef.4.11), com um proposito definido “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef.4.12,13) tem em si tudo o que precisa para alcançar, com sucesso, o propósito. Para tal, se faz necessário direcionar essa diversidade, de maneira que diferenças complementem uma a outra. Onde as capacitações dadas por Deus sejam ferramentas poderosas e operantes para o fim que

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foram designadas e assim Cristo, o cabeça, seja glorificado. O caminho que precisamos trilhar é o caminho da cooperação entre os ministérios. Para tal é necessário a superação de alguns obstáculos: O isolamento: o isolamento é um perigo para um ministério da Igreja. Ele nos ronda de perto. A linguagem, os hábitos, o modo de vestir, fazem com que uma identidade seja fortalecida e consequentemente barreiras para a interação com os demais ministérios nasçam, gerando o isolamento. O isolamento precisa ser superado, pois todos somos participantes do mesmo corpo, e estar ligado uns aos outros é uma característica do corpo “para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros” (1 Co.12.25). Ao se isolar, um membro do corpo está consequentemente decretando a sua própria falência. Os ministérios precisam interagir entre si, e consequentemente com o todo da Igreja, mostrando compromisso com a igreja local.

Complexo de inferioridade: “Se disser

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o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser” (1Co.12.15,16).Se Deus é quem capacita o corpo e distribui os seus membros, quando julgamos nossa posição inferior, estamos no opondo a Deus e desprezando aquilo que Ele fez por nós. O complexo de inferioridade faz com que alguns ministérios da Igreja deixem de ser efetivos no seu proposito e na cooperação com o todo. Tal compreensão pode conduzir o grupo ao isolamento ou estagnação. Vencer isso requer compreensão de chamado, necessidade da demanda de trabalho e proposito definido. A cooperação e interação dos demais ministérios também contribuirá para a superação deste obstáculo.

Complexo de superioridade: “Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós” (1 Co.12.21). Nenhum membro pode se gloriar do dom e lugar que ocupa no corpo julgando assim os demais

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membros. Somos todos do mesmo corpo e juntos cumprimos o propósito. Precisamos uns dos outros. O complexo de superioridade tem feito com que muitos ministérios se tornem individualistas e egoístas. Sofrem da síndrome de serem a solução para o corpo, quando na verdade são a solução para a sua função, a partir disso ele é dependente dos demais. Até mesmo sua função, às vezes, só é realizada se os demais ministérios cumprirem suas funções.

Competição: a pluralidade sempre existiu e existirá no corpo de Cristo. Aliás, não somos uniforme, mas sim diversos, unidos em um único propósito. A compreensão da pluralidade deve excluir de nossas atividades, relatórios, eventos a competição. Cada ministério existe para tocar um grupo de pessoas e juntos alcançarmos e edificarmos o todo. Logo, a competição é vazia, pois assim como o servir é diverso o grupo de pessoas alcançado também é. Consequentemente será alcançado com uma linguagem diferente uma programação diferente. Quando entramos pelo caminho da competição

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deturpamos o propósito da diversidade no corpo. Paulo deixou isso claro a Igreja de Corinto “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus” (1Co 3.6). Pessoas diferentes, serviços diferentes, maneiras de servir diferentes, mas um resultado: Cristo deu o crescimento. Como ministérios da Igreja não precisamos competir, mas precisamos construir o corpo de Cristo.

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5 - Um caminho a ser seguido A realidade diversa do corpo nos remete a uma verdade entre os membros: a cooperação. Não há outro caminho para a funcionalidade perfeita do corpo senão a cooperação entre os membros. Como igreja de Cristo precisamos assumir essa verdade, excluindo todo individualismo, egoísmo e isolamento. Esse é o propósito apresentado pelo apóstolo Paulo, “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef.4.16). Unidos em Cristo, cooperando uns com os outros podemos crescer e frutificar gerando edificação no corpo. Somos o corpo de Cristo nesta cidade, diversidade é realidade. Somos a Igreja do berçário a terceira idade, do

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anônimo e do influente, de todos os bairros e de toda gente, do pastor ao congregado, do patriarca ao recém-chegado, ministérios os mais variados e para um propósito através da unidade chamados: Cristo em todos seja manifestado.

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Notas deRodapé1

LOPES, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo — São Paulo: Hagnos, 2009. p. 104.

2 Comentário de Willian Barclay sobre Efésios. Disponível em: Https://

pt.calameo.com/read/004972400c8345801789a. Acesso em: 05 jul. 2019.

3 Teixeira, Linderson. Envisionar: metas e valores para a igreja que faz

história. Blumenau, Volante, 2018. p. 70.

4 Lopes, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo —

São Paulo: Hagnos, 2009. p. 107.

5 Ibidem.

6 Ibid., p. 110.

7 Comentário de Willian Barclay sobre Efésios. Disponível em: Https://

pt.calameo.com/read/004972400c8345801789a. Acesso em: 05 jul. 2019.

8 Stott, John. A mensagem de Efésios. p. 121.

9 Lopes, Hernandes Dias. 1 Coríntios – Como resolver conflitos na Igreja.

— São Paulo: Hagnos, 2008. p. 234.

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Bibliografia Biblia Sagrada, Almeida Revista e Atualizada, 2a Edição 1993.Lopes, Hernandes Dias. Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo — São Paulo: Hagnos, 2009. Teixeira, Linderson. Envisionar: metas e valores para a igreja que faz história. Blumenau. Volante, 2018. Stott, John. A mensagem de Efésios. ABU Editora, 1991. Lopes, Hernandes Dias. 1 Coríntios – Como resolver conflitos na Igreja. — São Paulo: Hagnos, 2008.

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O desafio da unidade inter-geracional

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Jonatas Costa

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O que é umageração? Para a Antropologia, geração é um grupo de indivíduos que ocupa a mesma posição em um sistema de parentesco. Para a Sociologia, uma geração compreende todos os indivíduos de uma sociedade que nasceram na mesma época, independente dos laços sanguíneos.

Na Bíblia, o tempo de duração das gerações também é mutável. Em Gênesis 15.16, uma geração se estende por 100 anos. Em Jó 42.16, encontramos uma geração de 40 anos. Hoje, nas grandes cidades, especialistas falam de novas gerações a cada 10 anos. Isso significa que cada vez mais pessoas de mentalidades diferentes estão convivendo no mesmo espaço.

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Deus se importa com as gerações Deus prova ser um Deus não apenas de indivíduos, mas de gerações.

“Disse Deus ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o

Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me

enviou a vós outros; este é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de

geração em geração.” (Ex 3.15)

Deus é o maior interessado entre a conexão entre as gerações, pois Ele sabe que a falta de conexão entre gerações leva à apostasia.“Foi também congregada a seus pais toda aquela geração; e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o SENHOR, nem tampouco as obras que fizera a Israel.” (Jz 2.10).

“O que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram. Não

os esconderemos dos nossos filhos;

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contaremos à próxima geração os louváveis feitos do Senhor, o seu poder

e as maravilhas que fez.” (Sl 78.3-4, NVI).

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As gerações contemporâneasa. Veteranos – 1920-1945 – É a geração que nasce pós Primeira Guerra Mundial. Eles conhecem a escassez da Grande Depressão. Trabalharam arduamente para reconstruir o mundo. Prezam pelo trabalho. Dedicados, são extremamente rígidos com relação a hierarquias. Amam a denominação, respeitam altamente seus pastores, contribuem sem questionar.

b. Baby Boomers – 1946-1964 – São aqueles nascidos da explosão demográfica pós Segunda Guerra Mundial. É a geração “paz e amor”, marcada pelo surgimento dos hippies. Amam estabilidade, permanecem por muitos anos na mesma empresa. Prezam pela educação dos filhos. Tem relações de amor e ódio com hierarquia. Usam a arte como campo de batalha. Não são muito práticos com tecnologia, usam apenas o essencial. Hoje, aposentados ou não, em sua

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maioria, querem continuar produzindo. Não são influenciáveis de forma tão fácil, são firmes e maduros nas decisões.

c. Geração X – 1960-1980 – Nasceram em meio a uma revolução sexual. Tendiam a romper com as regras das gerações anteriores, lutando pelos direitos, desejando mais liberdade. Não se impressionam com o título da autoridade, valorizando mais a competência e a habilidade. Nesta geração surgem os Yuppies (Young Urban Professional), jovens que almejavam crescer financeiramente, e tendiam a valorizar bens materiais, como casas, automóveis. Investiam na poupança, na bolsa de valores, acumulavam riquezas. No Brasil, viveram os altos e baixos da economia, o que os fez serem mais ansiosos do que seus pais com relação à segurança financeira. Apesar disso, mudavam de emprego, se necessário. Os colegas de trabalho se tornavam amigos pessoais com mais facilidade. Não estavam mais tão presos a uma denominação quanto seus pais, mudavam de igreja conforme se sentiam bem.

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d. Geração Y – 1980-2000 – Nascidos em meio a avanços da tecnologia, em meio a um clima político mundial inconstante, grande exposição à cultura popular e diversidade. Conhecem o Plano Real no seu auge, querem trabalhar por prazer, em empresas com menos rigidez. São questionadores, querem o líder como parceiro, não apenas um chefe. O pastor, para eles, não é apenas uma figura de comando; é um treinador, um facilitador de desenvolvimento pessoal. Eles costumam tratar seus superiores da mesma forma que tratam seus iguais, o que pode chocar. Gostam de diversão, utilizam as horas vagas para videogames, esportes, viagens, por isso já não frequentam a igreja com tanta assiduidade. A vida fora do trabalho é, definitivamente, a mais importante. Se o trabalho não proporciona prazer, mudam de profissão. São empreendedores, criativos e têm disponibilidade de aprender. São multitarefas, querem agilidade nos processos, são imediatistas. Isso faz com que tomem decisões precipitadas, fiquem saturados rapidamente e façam

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análises superficiais. Tem dificuldades de serem contrariados.São desconfiados das instituições religiosas, apesar da maioria ainda crer em Deus, sendo até mais religiosos que seus pais.

e. Geração Z – 2000-2010 – Já são nativas digitais, são conectados. Nunca conheceram o mundo sem Internet, celular, redes sociais. Para eles não existem fronteiras geográficas, o mundo para eles está sempre “aqui pertinho”. São carregados de informação, passam de 8 a 10 horas diárias navegando na Internet. São ansiosos por novidades, por isso aprendem rápido, mas têm dificuldades de concentração, e o aprofundamento no conteúdo é pequeno. São mais inclusivos do que todas as demais gerações, toda a forma de preconceito é altamente rechaçada. Sozinhos são fracos, unidos, são imbatíveis. São sonhadores, empreendedores, querem fazer parte de algo que tenha sentido. São menos motivados por dinheiro do que as gerações anteriores. Lê bem menos do que as gerações

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anteriores: são movidos pela imagem e pelo vídeo. Na religião, não querem apenas seguir cegamente o que dizem, querem experimentar. A experiência é mais forte do que a doutrina, por isso, o número de católicos nesta faixa diminuiu, e aumentou entre os evangélicos, espíritas e outras religiões.

f. Geração Alpha – a partir de 2010 – Ainda não temos informações significativas sobre esta geração. O que se sabe é que, aparentemente, são mais inteligentes do que todas as anteriores. Aprendem apenas o que realmente lhes interessa, o que faz com que o sistema de educação constantemente seja readaptado. São extremamente sensoriais, a palavra-chave é: estímulo.

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A igreja e o cho-que de gerações Um dos maiores desafios da Igreja está em atender as necessidades e expectativas de tão diversas gerações que são abrigadas nela. Para atender as necessidades de cada faixa etária, as igrejas, geralmente criam ministérios (crianças, adolescentes, jovens, casais e terceira idade). Essas divisões têm um fim didático e procuram facilitar a aprendizagem bíblica à medida que abordam os temas adequados ao público correspondente, com estilo e linguagem apropriada a cada um. Porém, nos últimos anos, é perceptível que essa praticidade pedagógica, embora útil e necessária, tem criado um abismo ainda maior entre as gerações. Até que ponto pode ser saudável esta separação? É possível avaliarmos a longo prazo os resultados dessa facção? Quais os conflitos que podem ser gerados desse abismo que se criou entre as gerações? Quais os conflitos que podemos detectar, que podem

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minar a unidade da Igreja? Conforme a Igreja caminha, vários conflitos vêm surgindo entre as diferentes gerações. De vários conflitos que poderiam ser exemplificados, destacaremos, por hora, apenas dois:

a. Visões diferentes de pluralidade e inclusão As gerações mais novas estão tão interessadas em evangelismo do que as gerações anteriores, segundo pesquisa do Instituto Barna, feita em 2013. Porém, os alvos a serem alcançados são diferentes. Os mais novos tendem a querer alcançar aqueles que estão fora do espectro de evangelismo dos mais antigos – homossexuais, ateus, artistas. Eles têm prazer em levar amigos que são “estranhos” à igreja nos seus encontros. Criam teatros, danças e formas diferenciadas de levar o Evangelho. A ideia de um Evangelho para todos, que inclua a toda a gente está muito mais ampla nas gerações X e Y do que as anteriores. Enquanto isso, alguns das gerações mais tradicionais (como a dos Veteranos e Baby Boomers) podem se mostrar incomodadas com a presença de

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“estranhos” ao meio eclesiástico, demorando um pouco para se acostumarem aos “tipos desleixados” que por vezes invadem os templos para ouvir a Palavra. A ideia de inclusão dessas gerações é voltada para os próprios membros da Igreja, zelando pela santidade e crescimento espiritual dos seus iguais.

b. Estilos de culto diferentes A beleza do culto cristão está relacionada à unidade entre as pessoas que estão envolvidas na adoração. O salmista diz no Salmo 133.1: “Oh quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”. Infelizmente, o formato de culto, linguagem a ser usada, músicas a serem tocadas, por vezes geram conflitos em gerações. Uns dizem: “Não gosto dessas músicas novas”, outros: “Não gosto dessas músicas velhas”. A Bíblia nos mostra um equilíbrio no culto. Os Salmos eram cânticos organizados, cantados exatamente como conhecidos, com coreografias, interlúdios, começo, meio e fim. Mas mesmo o salmista Davi, que sabia fazer cânticos organizados, também

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incentivava o povo a cantar coisas novas: “Cantai um cântico novo” (Sl 98.1). Isto falava de entusiasmo, cantar sem preguiça, trazer nova vida ao cântico, criar novos arranjos, novas canções.Quando Paulo escreve por duas vezes sobre esse equilíbrio entre o novo e o tradicional, Ele instrui a cantar “salmos, hinos e cânticos espirituais” (Ef 5.19; Cl 3.16).

1. Os Salmos (psalmos, “oração cantada”) eram as canções tradicionais, hinos com métricas;

2. Hinos (ýmnos, “cantos”) eram músicas compostas em louvor a Deus, ao longo dos anos. Jesus e seus discípulos cantavam hinos (Mt 26.30). As doxologias de Paulo são partes de hinos cantados na igreja.

3. Cânticos espirituais (kanthós pneumatikais, cantos vindos do Espírito), eram cânticos espontâneos, criados no momento em que o adorador está louvando a Deus.É certo que é necessário valorizar os hinos tradicionais (a geração Alpha

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mal conhece o hinário tradicional da Assembleia de Deus), mas os louvores não devem ser tão restritos a ponto de não serem recebidas as novas canções, que também são dadas por Deus a sua Igreja.

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Como a igreja pode trabalhar para unir as ge-rações1) Diálogo para verificar as diferenças Como aprenderemos como pensa a outra geração? Dialogando e servindo. Na Holanda, existem programas que permitem que jovens universitários, morem de graça em asilos, e em troca, dediquem 30 horas semanais fazendo companhia a eles, conversando, lendo, indo juntos às compras e sair para passear. Quando uma geração serve a outra, abre espaço para o diálogo que abre a janela da compreensão.

2) Humildade para respeitar as diferenças Muito do que pensamos é simplesmente gosto pessoal. É comum ouvir: “No meu tempo era melhor”, dando a ideia de preeminência de uma geração sobre a outra. O trabalho das

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gerações mais velhas deve ser honrado. A criatividade e expansão das gerações mais novas devem ser apreciadas. O princípio da honra deve ser presente na Igreja: “[...] preferindo-vos em honra uns aos outros” (Rm 12.10). É preciso prezar pela essência antes da forma. Forma é transitória. Essência é eterna. Forma é cultural, essência é transcultural. A forma é diferente para cada geração, a essência é a mesma em todos.

3) Aprender com as diferenças Temos muito o que aprender com as diferentes gerações. Deus se mostrou de formas distintas a Abraão, Isaque e Jacó. Cada uma das gerações traz consigo uma mensagem de Deus. Paulo escreveu:

“Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando

arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender,

com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a

profundidade” (Efésios 3.17,18)

A um santo é dado a compreensão

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da largura, a outro, o comprimento, a outro, a altura e a outro, a profundidade do amor de Deus. Quando caminham juntos, um demonstra ao outro o que Deus está lhe ensinando. Esse é o valor da unidade.

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Bibliografia CORTELLA, M.S.; BIAL, P. Gerações em Ebulição. O Passado do Futuro e o Futuro do Passado. São Paulo: Papirus 7 Mares, 2018.GOSPEL PRIME. Esta geração evangeliza mais do que qualquer outra. Disponível em: https://www.gospelprime.com.br/pesquisa-geracao-y-evangelismo/. Acessado em 06 de junho de 2019JORNAL DA GLOBO. Ritmo da Tecnologia é decisivo para formar a personalidade da geração Z. Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2010/11/ritmo-da-tecnologia-e-decisivo-para-formar-personalidade-da-geracao-z.html. Acessado em: 05 de junho de 2019MADALENO, Marcos. Ministério com Jovens. São José dos Campos: Editora Inspire, 2018.MENDONÇA, Heloísa. Conheça a Geração Z: nativos digitais que impõem desafios às empresas. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2015/02/20/politica/1424439314_489517.html. Acessado em: 05 de junho de 2019REIS, Gabriella. Geração Alpha: Seu filho já faz parte de uma geração mais inteligente do que a sua. Disponível em: https://leiturinha.com.br/blog/geracao-alpha/. Acessado em 04 de junho de 2019

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A videira e seus ramosa unidade do cristãocom cristo.

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Jaisson Campos

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“1 Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2 Todo

ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo

o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. 3 Vós

já estais limpos pela palavra que vos tenho falado; 4 permanecei em mim, e eu permanecerei em

vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo,

se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. 5 Eu sou a videira, vós, os ramos.

Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque

sem mim nada podeis fazer. 6 Se alguém não permanecer

em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e

o apanham, lançam no fogo e o queimam”, (João 15.1-6 ARA).

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Introdução Esta é a sétima e última vez que Jesus usa a declaração “Eu sou” no evangelho de João. Jesus faz uso de uma alegoria, que tem como propósito a expressão ou interpretação de representar pensamentos, ideias, qualidades sob forma figurada1. O uso da videira é apropriado, visto que o cultivo dos vinhedos era importante na economia de Israel. No próprio templo de Herodes havia uma videira de ouro do tamanho de um homem, que ficava próximo ao portão principal. Nas moedas nos tempos dos Macabeus, Israel também era representado por uma videira cunhada nas mesmas. Por conta do último versículos do capítulo 14, acredita-se que Jesus e seus discípulos estavam caminhando. Segundo Lange e Godet, este discurso do capítulo 15 foi realizado no caminho para o Monte das Oliveiras, quando o Mestre estava descendo o vale do Cedrom através das videiras. Jesus insere no seu sermão a imagem da videira e das fogueiras acesas ao longo dos lados do vale do Cedrom para

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queimar os galhos podados da vide2. Este texto é precedido pelo lava-pés (13,1-20), o anúncio e identificação do traidor (13,21-30) e, finalmente, pelo grande discurso centrado na partida de Jesus para o Pai, com o dom do mandamento novo e a promessa do Paracleto (13,31–14,31). Esta parábola se coloca em um lugar estratégico. No texto, Jesus acaba de falar de sua volta para o Pai; antes é necessário que os seus saibam o que é essencial, o que os faz ser discípulos.

1- A videira verdadeira e o agricultor Jesus inicia com a expressão, “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor” (v.1), dentro deste versículo duas abordagens são realizadas, um diz respeito a uma Videira Nova que estava sendo inserida no contexto, a outra abordagem diz respeito aquele que seria o responsável pelo cuidado da videira.

1.1- Israel, a videira de Deus Em Israel a videira era vista como a vida religiosa dos judeus, era comum na parte interior das sinagogas encontrar cachos de uvas, para refletir

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a vida espiritual viva. Em Isaias temos a descrição de uma videira que Deus plantou em Canaã, afofou a terra, limpou o terreno, construiu uma torre e abriu um lagar, esta videira era Israel (Is 5.1-5 ARA), “1 Agora, cantarei ao meu amado o cântico do meu amado a respeito da sua vinha. O meu amado teve uma vinha num outeiro fertilíssimo.2 Sachou-a, limpou-a das pedras e a plantou de vides escolhidas; edificou no meio dela uma torre e também abriu um lagar. Ele esperava que desse uvas boas, mas deu uvas bravas. 3 Agora, pois, ó moradores de Jerusalém e homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. 4 Que mais se podia fazer ainda à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E como, esperando eu que desse uvas boas, veio a produzir uvas bravas? 5 Agora, pois, vos farei saber o que pretendo fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que a vinha sirva de pasto; derribarei o seu muro, para que seja pisada”. O grande problema surge na frutificação, o viticultor esperava que as uvas fossem de ótima qualidade, porém a videira deu uvas bravas, “Que mais se podia fazer ainda à minha vinha,

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que eu lhe não tenha feito? E como, esperando eu que desse uvas boas, veio a produzir uvas bravas?” (Is 5.4 ARA). O profeta Jeremias vai declarar a mesma realidade, “Eu mesmo te plantei como vide excelente, da semente mais pura; como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada, como de vide brava?” (Jr 2.21 ARA). Através dos seus profetas, Deus está mostrando a Israel que eles falharam no processo de serem uma videira que produzisse frutos bons, Deus está revelando que Israel tornou-se uma videira degenerada, que teve sua essência adulterada e assim não produziu o que deveria produzir. Os bons frutos que eram esperados foram substituídos por uvas bravas. Israel deveria praticar a justiça, a retidão, a igualdade, o amor a Deus e ao próximo, porém acabou degenerando e passou a produzir idolatria, injustiças, opressão, infidelidade, iniquidade e aflições. Assim Deus precisou castigar a nação de Israel, em Isaias surge a sentença de juízo, “Agora, pois, vos farei saber o que pretendo fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que a vinha sirva de pasto; derribarei o seu muro, para

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que seja pisada; torná-la-ei em deserto. Não será podada, nem sachada, mas crescerão nela espinheiros e abrolhos; às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela” (Is 5.5,6 ARA), a nação de Israel deixou de ser a videira de Deus.

1.1.1- Quem substituiriaa videira antiga? Dentro da lógica humana, uma comunidade deveria ser substituída por outra comunidade, assim Israel deveria ser substituído pelo que o Novo Testamento chamaria de igreja3. Porém a lógica humana não é a conselheira de Deus, o povo de Israel não é suplantado pela comunidade cristã, mas por Jesus Cristo; ele passou a ocupar o lugar de Israel, como Filho e revelador de Deus. Jesus Cristo é a videira verdadeira, Ele passa a ser o cumprimento de tudo o que Israel deveria ser para Deus (Jo 15.5-7). Literalmente a verdadeira, a genuína, a que corresponde ao ideal perfeito. Esta videira não pode ser abandonada, jamais ficará deserta, arrancada ou queimada, pois é o próprio Cristo. “Assim a imagem da videira começa por experimentar

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uma concentração cristológica como requisito para a ampliação eclesiológica, que aparece depois”. Quem quiser ser a vinha do Senhor deverá permanecer em Cristo, ou melhor, só será igreja se estiver em Cristo.

1.2- O agricultor é o dono da videira O vocábulo grego empregado aqui é “Georges” que é superior ao viticultor (que nem sempre eram donos), apontando que neste texto, o agricultor é o responsável pelo cuidado da videira, poda, corta, absolutamente tudo depende do agricultor. Esta função do Pai é nova para o ouvinte-leitor das Escrituras. Nem no Antigo Testamento nem no Novo Testamento, Deus tem esta função; encontra-se a função de plantar (Is 5,1-4; Jr 2,21 e mais dezenas de vezes), na parábola da vinha narrada nos sinóticos (cf. Mc 12,1-12 e par.), Deus é o dono da vinha que é arrendada aos agricultores, porém ele não cultiva pessoalmente a vinha. Agora, nesta parábola a videira está sob sua guarda direta, as ações indicadas no (v. 2), demonstram que ele é o senhor da videira, mas também é o

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viticultor, aquele que tem a autoridade de podar, cortar ou lançar fora. Duas questões são importantes de observar neste ponto:

a. A poda é realizada pelo viticultor e não pelos ramos, até porque ramo algum pode limpar-se ou remover outro da videira. Somente Deus pode realizar esse processo na igreja, ninguém tem autoridade para tal. Na parábola de Mateus 13.24-30, o dono de um campo não permite que seus servos tirem o joio que foi semeado pelo inimigo na plantação de trigo, mas declara que no tempo da colheita os ceifeiros farão a separação. Estes textos indicam que o processo da retirada dos ramos secos ou do joio será realizada pelo dono e não pelos trabalhadores.

b. O Pai está no início como o agricultor que cultiva e ao final como o proprietário da vinha que espera os frutos para sua glorificação. A igreja teve seu início em Deus e terá seu fim Nele, por isso, todas as coisas que estão sendo realizadas, devem ser para a glória Dele, (1Co 10.31), “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais, qualquer

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outra coisa, fazei tudo para glória de Deus”.

2- Os ramos da videira Quem são os ramos? Os ramos não são a videira, porém fazem parte dela, os ramos representam a igreja de Cristo. Cristo é a parte vital, é dele que procede toda a fonte de vida para os ramos. Podemos destacar algumas questões relacionadas aos ramos.

a. A fragilidade e flexibilidade dos ramos.A expressão ramo ou vara, é derivado da palavra “quebrar”, que enfatiza a ideia de flexibilidade ou fragilidade.

- Flexibilidade: O viticultor consegue movê-lo para a posição que desejar, pois o ramo não é inflexível ou resistente, mas sua natureza é de flexibilidade. Assim deve ser o discípulo de Cristo, flexível a ação e orientação divina, a flexibilidade de Maria deve ser real na vida do cristão (Lucas 1.26-38).

- Fragilidade: O ramo depende da videira, assim como os membros dependem do corpo, como o

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casamento precisa de manutenção, os ramos necessitam permanecer na videira, pois é desta que ele recebe a seiva para continuar vivo. Aqui refere-se a relação e condição de subsistência, ou seja, o ramo depende do tronco para permanecer. Esta é uma condição que precisa ser entendida e vivenciada, o próprio Cristo declara que sem Ele nada podemos fazer (v. 5).

b. A individualidade de cada ramo: “Todo o ramo”, esta expressão fala de individualidade, mesmo sendo uma videira e possuindo inúmeros ramos, que recebem a mesma seiva e possuem a mesma essência, não são iguais quanto ao seu desenvolvimento, cada ramo é provido de características distintas e se relacionam com a videira de forma distinta. Somos igreja de Cristo, cultuamos no mesmo local, partilhamos dos mesmos costumes e doutrinas, externamente e esteticamente somos semelhantes, e Deus ama todos com amor perfeito, sem distinção, porém cada um se relaciona de forma diferente com Ele. A maneira de responder e se desenvolver em Cristo é própria de cada um. John Piper

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declara, “Não somos teclas de piano”, Deus se relaciona de forma individual com cada ramo que está nele. Por isso que alguns ramos estão a 20 anos nele e não crescem como alguns que estão a 5 anos, cada um se relaciona de forma individual com Ele!

c. Os ramos possuem o poder de escolha Dentro desta alegoria, Cristo vai falar sobre dois tipos de ramos, ambos estavam no tronco, porém decidem e escolhem princípios diferentes, o que resultará em destinos diferentes. O primeiro ramo é aquele que permanece na videira verdadeira.

2.1- A unidade dos ramos com o tronco Note a expressão que Cristo usa no verso 4 “permanecei em mim, e eu permanecerei em vós”, “Permanecer” traz o sentido de “Morada ou Habitação”, esta expressão é usada 10 vezes em 11 versículos. Jesus desvia o olhar dos discípulos da atividade para o relacionamento nos comentários finais sobre a vinha. O segredo da vida abundante é permanecer nele.

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a. União afetuosa.Um ramo não pode estar apenas por alguns momentos, horas ou dias na videira, ou entrar e sair a hora que desejar, o ramo precisa estar 24 horas por dia ligado a videira, dia e noite, o ramo está inteiramente ligado a videira. Assim é a vida do discípulo, não pode ser por apenas algumas horas (oração, leitura bíblica), deve ter uma vida 24 horas por dia vivida em Cristo! Essencialmente, ser um cristão é estar “em Cristo”, organicamente unido a ele. Assim, permanecer em Cristo é manter e desenvolver um relacionamento já existente. Além disso, trata-se de um relacionamento recíproco, uma vez que permanecemos em Cristo e Cristo em nós. Para que ele permaneça em nós, devemos permitir que ele assim o faça, que ele seja cada vez mais aquilo que é: nosso Senhor e o Doador de nossa vida. Mas, para permanecermos em Cristo, devemos ouvir o que ele nos diz, como nos lembra o bispo J. C. Ryle: “Permaneçam em mim. Agarrem-se a mim. Colem-se firmemente em mim. Vivam a vida de comunhão íntima comigo. Cheguem cada vez mais perto.

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Passem todo o fardo para mim. Lancem todo o peso sobre mim. Nunca se soltem de mim nem por um momento sequer”.

b. União não por obrigação Esta unidade é viva, é relacionamento por escolha e não por obrigação, é prazer por estar nele, este relacionamento não é por imposição ou obrigatoriedade, mas por alegria e disposição, o próprio Cristo declara esta verdade em (Mateus 16.24), “Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim...”, o chamado de Cristo para permanecer Nele não é por imposição mas por prazer. O desafio da permanência é ultrapassar a área das obrigações para o relacionamento prazeroso e vivo com Deus. O propósito de Cristo não é que você faça mais por Ele, mas que você escolha estar mais com ele, “permanecer” significa “Ligar-se intimamente”. Lembre-se, o segredo para uma vida frutífera não é fazer mais por Jesus, mas estar mais com Jesus.

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2.1.1- As implicações do permanecer na videira Hernandes Dias Lopes faz algumas colocações sobre a unidade do ramo com o tronco, sobre o permanecer do cristão em Cristo4.

a. Permanecer em Cristo é um imperativo e não uma opção – Deus está mais interessado em nossa vida do que no nosso trabalho. Deus está mais interessado em relacionamento do que em atividade. Ele quer você mais do que suas obras. Permanecer não é o quanto você conheça teologia, mas o quanto você tem sede de Deus. Ao permanecer você busca, anseia, tem sede de, aguarda, ama, ouve, e responde a Jesus. Permanecer significa mais de Jesus em sua vida, mais dele em suas atividades, seus pensamentos e desejos.

b. Permanecer em Cristo é vital para a salvação – Se um ramo não permanece na verdadeira, esse ramo não tem vida, ele é lançado fora, ele é jogado na fornalha e se queima – “Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e

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o queimam” (v. 6).

c.Permanecer em Cristo é vital para produzir fruto – Jesus disse “Não pode o ramo produzir fruto de si mesmo… porque sem mim nada podeis fazer” (v. 4,5). Fora da videira o ramo é estéril, é inútil. Contudo, quando o ramo está ligado à videira, sendo podado na hora certo, ele produz muito fruto.

d. Permanecer em Cristo é a evidência de que somos discípulos de Cristo – v. 8 – “Nisso é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos” (v. 8). Uma vida frutífera é a melhor evidência para os nossos próprios corações de que nós somos realmente discípulos de Cristo. Jesus disse que se conhece a árvore pelo fruto. Uma árvore boa precisa produzir bons frutos.

2.2. Ramo que abandona a unidade com o tronco

“Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do

ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam” (v. 6).

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Uma antítese é apresentada nesta parábola, assim como você tem a vara que produz fruto, você tem a vara que não produz fruto; assim como você tem a vara que permanece no tronco, você tem a vara que resolve deixar de estar no tronco. O verso 6 apresenta a vara que escolhe separar-se do tronco em que estava ligada. O ramo que não quer permanecer no tronco da videira será lançado fora, aqui reside uma dimensão da escatologia presente no evangelho segundo escreveu João, porém precisa ficar claro as seguintes questões:

a. Não é dado aos homens ou a instituição o direto de remover o ramo do tronco.

b. Não é Deus quem remove, ele apenas lança fora o ramo que deixou o tronco.

c. O juízo para o ramo é a colheita pela escolha em deixar o Senhor.

Muitas vezes lemos a expressão “será lançado fora”, como “após um período de não estar mais Nele”, remetemos

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essa ação a um período futuro, porém esse tempo é o “Aoristo5”, indicando assim que é lançado fora no exato momento que deixou de permanecer na videira. Pode por um tempo continuar com a verdura e aparência de vivo, mas já não há vida nele. Estar na Igreja não é sinal de estar na videira, a Igreja visível ou invisível não é a videira verdadeira, a videira verdadeira é Cristo! Não devemos ignorar o conselho de Paulo aos cristãos de Filipos, “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor;”, (Filipenses 2.12 ARA). Deus em Cristo efetuou a salvação em nós, porém Paulo chama a atenção para a responsabilidade individual em prosseguir naquilo que já fomos alcançados.

2.2.1- O que acontece ao ramo que abandona o tronco? Normalmente a leitura seria, “O que está nele produz fruto, logo o que não está não produz fruto”, porém não é assim que sucede, não estar nele não

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significa apenas tornar-se infrutífero, mas tornar-se sem vida, ou ser lançado fora.

a. Lançado fora: Não pertence a comunhão.

b. Seca-se – perca de vitalidade (vida), (Jd 12; Is 40.24).

c. Ramos são reunidos: No tempo da colheita serão todos ajuntados (Mt 13.30;Ap 14.18).

d. Lançado no fogo e queimados – Consequências espirituais desastrosas (Mt 13.41-42; 25.46; Ap 20.15).

Note a expressão, “Se alguém”, esta expressão realça a responsabilidade de cada pessoa que é levada a estar em contato íntimo com Cristo e seu Evangelho. Se ela rejeitar a luz, vai chegar o dia em que todo o trabalho com ela individuo cessará6. “Se alguém”, responsabiliza a própria pessoa da sua escolha de não permanecer mais em Cristo.

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3- A frutificação dos ramos Dentro deste ponto duas situações são abordadas, alguns vão pontuar 4 tipos de ramos, porém quero deter-se apenas em dois ramos que recebem um contorno especial. O ramo que produz frutos e o ramo que não produz frutos. Para cada um destes o agricultor tem uma forma diferente de tratar, porém ambos são tratados.

3.1- O ramo que não produz frutos

“Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta;...” (v.2a).

Alguns interpretes vão realizar uma leitura do ramo do verso 2 e do ramo do verso 6 como se fossem os mesmos, porém isto deve ser evitado, pois o ramo do verso 6 deixou de estar no tronco, enquanto que o ramo do verso 2 está no tronco, porém não produz frutos, seu estado é de esterilidade. A expressão “Não der fruto” – palavra grega de negação, que alude a uma vontade negadora, por isso este texto poderia ser traduzido da seguinte forma, “Toda a vide que não está disposta a trazer fruto”. Ou seja, este ramo não

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produz frutos não porque não pode, ou porque desejava, mas possui um problema de esterilidade, pelo contrário, ele simplesmente resolve ou decide não produzir, não se sabe o motivo da sua decisão. Este ramo tem potencial, capacidade e condição de produzir, porém decide por não fazer. Como consequência da sua ação negadora da sua essência, o agricultor o corta. Segundo A.W. Pink, uma tradução mais clara da palavra grega “airo” não seria cortar, ou como muitos entendem, remover ou lançar fora, mas sim “tomar ou levantar” (Mt 27:32; Jo 1:29), das 8 vezes que esta expressão aparece, nos textos bíblicos, o sentido da palavra “Airo” é de “Tomar ou levantar”. Lendo esta expressão a partir da interpretação de “Levantar” sugere uma imagem de um agricultor se abaixando para erguer um galho, uma vez que um viticultor jamais corta os ramos durante a estação de crescimento, do contrário, ele levanta os ramos que caem e amarra-os junto aos demais. Os galhos novos têm a tendência de ir para baixo e crescer perto do chão. Mas eles não produzem fruto ali. Quando os galhos crescem junto ao chão, as folhas ficam

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cobertas de poeira. Quando chove, ficam cheias de lama e mofam. O galho, então, adoece e fica inútil7. E o que se pode fazer? Cortar e jogar fora o ramo? De jeito nenhum! O ramo é valioso para ser cortado. Ele precisa ser lavado e levantado e amarrado de volta aos outros ramos e logo começará a frutificar. Quando os galhos caem na terra, Deus não os joga fora nem os abandona. Ele levanta os galhos, os limpa e os ajuda novamente a vicejar. Para o cristão, o pecado é como a sujeira que cobre as folhas da parreira. O ar e a luz não conseguem penetrar. O galho fica inerte e o fruto não se desenvolve. Assim é necessário que o nosso viticultor nos discipline, levante-nos, para que possamos começar a produzir na sua vinha.

3.1.1- O ato de disciplinar o ramo O ramo está crescendo para a direção errada, por isso a necessidade do viticultor discipliná-la ao conduzi-la para a direção correta e amarrá-la, só fazendo isto para recuperar o ramo “rebelde”. O propósito da disciplina é limpá-lo e levantá-lo para que você viva uma vida frutífera para a glória de Deus.

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A disciplina é um ato doloroso, mas um ato de amor. A disciplina não é agradável nem para o filho, nem para o Pai, mas a disciplina é a demonstração de um amor responsável. Podemos destacar três detalhes sobre a disciplina do viticultor sobre seus ramos.

a. A disciplina é o método de Deus para corrigir seus filhos – Hebreus 12.5,6. Este texto mostra que Deus toma a iniciativa de corrigir os filhos que se desviam assim como o Viticultor toma as medidas necessárias para corrigir um galho desviado. Segundo Hebreus 12:8 sem disciplina não somos filhos, mas bastardos. Deus sempre disciplina seus filhos. Alegre-se, se você está sendo disciplina é sinal que você é filho e não bastardo.

b. A disciplina é o método de Deus para tirar você de esterilidade. Hebreus 12:11. Este texto mostra que o projeto de Deus na disciplina não é provocar dor, mas produzir fruto. A disciplina não tem que ser contínua, tão logo o galho deixa de se arrastar pelo chão, tão logo o crente se arrepende, a disciplina cessa. Deus não espera que

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você procure a disciplina. Ele quer que você saia dela. A disciplina tem como objetivo conduzir o cristão a trocar os cestos vazios por cestos suculentos de cachos de uva.

3.2- O ramo que produz frutos

“...e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda”, (v.2b).

É importante perceber a antítese elaborada neste texto, de um lado o ramo que não produz frutos, do outro lado o ramo que produz frutos, porém ambos estão na videira e vão passar pela mão do viticultor para um processo de frutificação por excelência. Quero destacar rapidamente um detalhe que Cristo aponta para os ramos que produzem frutos, “porque sem mim nada podeis fazer”, (v.5c). a realidade da dependência dos ramos no processo de frutificação.

a. O ramo só é produtivo porque está ligado ao tronco. Só é possível o ramo produzir se estiver na videira que vai lhe fornecer a seiva.

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Por si só o ramo não pode produzirnada8. Como Jesus, que é o Filho, “não pode fazer nada por si mesmo” (Jo 5,19.30), por ter o ser da relação com o Pai, assim também a fecundidade do discípulo é essencialmente fruto da relação com Cristo. No contexto da cura do paralítico de Betesda, é dito que “não pode o Filho fazer nada por si mesmo” (Jo 5,19), isto fala da dependência que Jesus tem do Pai na sua missão; essa dependência ele a expressa em tudo que faz. Indica também que o Filho tem à sua disposição uma fonte para o dinamismo do seu poder e para as dimensões do seu agir; tudo é regulado pelo ser do Pai: como o Pai faz, Jesus também faz. Não existe esforço humano que seja capaz de produzir Frutos, podemos produzir obras, mas Fruto é somente aqueles que estão em Cristo! A prova que permaneço nele são meus frutos e não meu tempo de fé, meus títulos, meu status, meu cargo. Nossa produção depende do quanto estamos ligados a Ele.

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3.2.1- O ramo produtivo e desordenadoJesus vai declarar que mesmo o ramo produzindo frutos, vai passar pela mão do viticultor para ser podado, “e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda”, (v.2b). O ramo apresentado neste trecho é frutífero, porém precisa passar pelo processo da poda, pois é um ramo desordenado, cresce de forma desordenado, mas produz poucos cachos de uvas (v.2), o viticultor sabe que para conseguir mais frutos da vide, é preciso ir contra a tendência natural da planta. Por causa da tendência em crescer, muitos galhos precisam ser cortados ano após ano. E ramos grandes podem ser perigosos, pois a luz do sol pode não alcançar na área em que o fruto deve formar-se. Livre, a parreira sempre favorecerá o crescimento de folhagem do que de uvas. É por essa razão que o viticultor corta os brotos desnecessários, independente de quanto parecem vigorosos, pois o propósito da vinha são as uvas. A poda era realizada no inverno, com uma pequena podadeira (Jr 3.10), para que a vinha produzisse

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as melhores uvas possíveis9. Segundo Hendriksen, essa poda é para tornar os filhos de Deus progressivamente frutíferos, aquele que produz 30 pode passar a produzir 60 ou 100 vezes mais. Deus é glorificado não apenas por uma colheita abundante, mas também por uma colheita excelente. Se os ramos não forem podados, poderão produzir vários cachos, mas será de uma qualidade inferior. A poda não é realizada apenas de coisas mortas, mas também de coisas vivas, a poda não retira apenas elementos nocivos, mas coisas boas, porém que estavam impedindo-nos de desfrutar e de produzir o que há de melhor.

a. Diferença de poda x corte Deus disciplina para retornar seu filho ao caminho, Deus disciplina quando estamos fazendo algo errado, a disciplina é para remover o pecado. Deus poda para sermos mais produtivos, Deus poda quando estamos fazendo algo certo, a poda é para remover o eu. Os cristãos mais frutíferos são aqueles que tem sido mais podado pela tesoura de Deus. Sem a poda a

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planta enfraquece, a colheita diminui. A dor da poda vem agora, mas o fruto vem depois (Hb 12.11), essa limpeza ou poda pode gerar sofrimento, porém é sabido dos mais experientes que é justamente no sofrimento que purezas ocorrem.

4 - A finalidade dos ramos O verso 8 deste texto traz um destaque importante, “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos”, ou seja, a frutificação não é o fim em si, mas sim a glorificação do Pai. Aqui aparece a soberania divina, o Pai aparece no início plantando a vinha e no final sendo glorificado. A finalidade dos seus frutos não é a exposição ou ostentação pessoal, mas sim a glorificação do Pai. A unidade do discípulo com Cristo tem como resultado a glorificação do Pai.

4.1- O que são os frutos? Segundo Hendriksen, os frutos são os bons motivos, desejos, disposições, palavras, obras e tudo que seja originado da fé para a glória de Deus, tudo isto são os frutos. Os frutos

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significam a multiplicação da vida que está presente na planta. Fruto que o ramo produz é a vida que ele recebeu da videira (nova vida). É surpreendente como muitos cristãos imaginam que ser frutífero signifique ser bem-sucedido em ganhar almas para Cristo. O evangelismo é, de fato, uma parte muito importante em nossa vocação cristã, mas, se observarmos o Antigo e o Novo Testamento, veremos que as uvas na videira de Deus eram a justiça e a retidão, enquanto que no Novo Testamento o fruto do Espírito é a semelhança com Cristo (Is 5; Gl 5.22-23; Cl 1.10). A Palavra resultado aparece com frequência, mas não se trata de um conceito bíblico, pois resultados um robô pode fornecer, mas para produzir frutos é necessário um organismo vivo. Fruto exige tempo e cultivo, uma boa colheita não aparece do dia para a noite. Frutos não são consumidos pelos ramos, mas sim por aqueles que se aproximam da arvore. Não devemos produzir para agradar a nós mesmos ou usufruir de forma pessoal, mas para alimentar com nossas palavras e obras

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os que estão a nossa volta. Carson destaca que “a proposta transparente do verso [v.2] é insistir que não existem verdadeiros cristãos sem algum tipo de fruto. Frutificar é a marca infalível do verdadeiro Cristianismo;

Conclusão Cristo nos chama para a progressão. “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos”, (v.8). Não há um ponto final no discípulo ou crescimento com Cristo, onde depois não há mais continuação. Discipulado cristão envolve progresso e crescimento diário, não é uma receita ou ação instantânea. Quanto maior for a ligação do ramo com o tronco, maior será sua produção, sua resistência e seu crescimento, assim é a vida do cristão com Deus, quanto mais ligado a ele, mais visíveis serão os resultados, frutificação, crescimento e permanência. Este é o chamado é todos os discípulos de Cristo, permanecer ligado Nele assim como os ramos vivos estão ligados ao tronco da vide.

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Notas deRodapé1

http://ultimato.com.br/sites/john-stott/2017/11/23/a-videira-e-os-ramos/ retirado em 04/07/19.

2 Vincent – Estudo no vocabulário Grego do Novo Testamento. Rio de

Janeiro: CPAD, 2013. V. 2, p.204.

3 No Novo Testamento, a palavra “igreja” é uma tradução da palavra

grega ekklésia, que nunca se refere a um lugar de adoração, mas tem em vista uma reunião de pessoas. Na maioria esmagadora dos casos, ekklésia indica uma associação local de crentes. (Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Jaineiro: CPAD, 2006, p.949).

4 Comentário Expositivo Hagnos – João, as glórias do Filho de Deus.

São Paulo: Hagnos, 2015, p. 394.

5 Trata-se do uso gnômico do aoristo, isto é, que não visa a passagem

do tempo. Pode ser usado para denotar uma ação momentânea, o que nesse caso indicaria que o ramo é lançado fora no momento mesmo em que deixa de permanecer na videira. (Champlim, O Novo Testamento Interpretado - volume 2, p 710).

6 Comentário do Novo Testamento – João, 2a Edição. São Paulo:

Cultura Cristã, 2014, p.614.

7 Comentário expositivo Hagnos – João, as glórias do Filho de Deus.

Hernandes Dias Lopes. São Paulo: Hagnos, 2015, p.389.

8 Evangelho de João II – Comentário Esperança. Curitiba: Editora

Evangélica Esperança, 2002, p.102.

9 Novo Manual dos usos e costumes dos tempos bíblicos. Ralph Gower.

Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.100.

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Bibliografia Bruce, F. F. Paulo, o apóstolo da graça – Sua vida, cartas e teologia. São Paulo: Shedd Publicações, 2003.Carson, D. A. A verdade – Como comunicar o Evangelho a um mundo pós-moderno. São Paulo: Vida Nova, 2015.E., Vine W. Dicionário Vine: O significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2016.Hendriksen, William. Comentário do NT – João. 2 ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2014._____. Comentário do NT – Marcos. 2.ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2014._____. Comentário do NT – Mateus, volume 1, 2.ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2010.Macarthur, John. Pense Biblicamente – Recuperando a visão cristã de mundo. São Paulo: Hagnos, 2005.Rienecker, Fritz. Evangelho de Marcos – Comentário Esperança. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 1998. Vincent, Marvin Richardson. Estudo no vocabulário Grego do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.Wiersbe, Warren W. Novo Testamento – Vol.I. São Paulo: Geográfica editora, 2006._____. Novo Testameto – Vol.II. São Paulo: Geográfica editora, 2006.

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A unidade orgânica da igreja

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Introdução As livrarias estão entulhadas de livros e revistas sobre relacionamento, para que, então, ficar exposto mais uma vez a esse assunto? Será que não já esgotamos esse importante tema? Existe algo significativo que preciso ouvir a respeito disso ainda? A resposta é sim, nesse momento em que você lê esse material, faça uma avaliação a respeitos dos dissabores e dilemas enfrentados nos últimos meses, momentos de frustrações e decepções que lhe sobreveio, e conclua – qual foi a fonte desses desconfortos? Num percentual quase que absoluto responderia que seus últimos problemas se originalizaram de seus relacionamentos com pessoas. A frase do filosofo existencialista do início do século 20 Jean Paul Sartre que diz: “o inferno é os outros”, parece definir muito bem as raízes dos nossos problemas. Essa mentalidade denuncia que algo está errado em nossa maneira de enxergar o outro. Esse cenário nos reporta que ainda temos muito que

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aprender a respeito da natureza dos nossos relacionamentos. A oração sacerdotal de Jesus em João 17, consiste numa evidência irrefutável que as essências do nosso relacionar uns com outros seria um dos maiores desafio da vida cristã. É por isso que esse tema é tão importante. Todos nós precisamos entender com mais clareza as mudanças práticas, necessárias para criar uma agenda para nossos relacionamentos, e conhecer as medidas concretas que devemos adotar a fim de agradar a Deus. Convido a você a embarcar nessa fascinante jornada de desconstrução e reconstrução que o evangelho fará em seu entendimento em relação ao outro.

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A natureza da nossa unidade

Nesta passagem temos uma das mais famosas descrições da Igreja que jamais se escreveram, com maestria o apóstolo Paulo recorre uma das figuras mais pedagógica para doutrinar a respeito da relevância da nossa unidade cristã. Charles Swindol em seu brilhante livro: Vivendo sem máscaras, menciona a paráfrase que um médico cristão realizou de 1Co 12:

“o corpo é uma unidade, embora constituído de muitas células; e,

embora as células sejam muitas, forma um só corpo... se um glóbulo branco

disser: “ como não sou célula nervosa não sou do corpo”, nem assim deixaria de ser parte do corpo. E se uma célula

de um músculo disse à célula do nervo ótico: “como não sou nervo ótico, não sou do corpo”, nem assim deixaria de fazer parte do corpo. Se todo o corpo

fosse uma célula do nervo ótico, onde

1Co 12:12-31

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estaria a capacidade de andar? Se o corpo fosse uma célula do aparelho

auditivo, onde estaria o sentido da visão? Na verdade, Deus dispôs as

células do corpo da maneira como quis. Se todas as células fossem iguais, onde estaria o corpo? Na verdade, há muitas

células diferentes, porem um só corpo”.

O texto paulino demonstra a perspectiva bíblica sobre relacionamentos, partindo da analogia do funcionamento orgânico do corpo humano, quais lições pedagógicas podemos extrair dessa figura?

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A nossa identida-de e propósito só são definidos na comunhão Quem nunca ouviu a seguinte indagação: qual é o meu chamado? Frequentemente testemunhamos pessoas em profundo conflito por não encontrar quem é ela no reino e qual é o seu propósito na obra de Deus. Qual a razão em existir tantos cristãos em dúvida quanto sua vocação? Isso pode ser explicado, quando lembramos que nome, nós recebemos somente em família, ou seja, o seu nome não foi dado pelo médico, vizinho ou qualquer outra pessoa, você foi nomeado pelos seus pais. A nossa identidade só é revelada quando vivemos em família. O nosso chamado só será descoberto quando nós sairmos da superfície das relações e vivermos em profundidade uns com outros. Quão isso é real na imagem do texto estudado, por exemplo, a mão do Filismirno só é reconhecida se estiver no corpo do Filismirno; fora do corpo qualquer membro perde sua identidade e propósito.

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Não háindependência harmoniosaA grande falácia acreditada por não poucos é que seja possível vivermos uma emancipação sem consequências caóticas. A igreja de Corinto é doutrinada que assim como todos os membros estão interligados (v.26), de igual modo a igreja vive uma dependência holística, isto é, total uns com outros. De maneira que seja impossível isolar-se sem causar traumas no corpo de Cristo. É preciso mentalizar que meu estado de vida afeta diretamente a igreja. As minhas decisões devem ser sondadas com diligência, pois nada que faço permanece no singular, tudo é plural.

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Ser igreja éesforço pessoal para benefíciocoletivo (v.26) Ao comparar a igreja como corpo, Paulo anula todo entendimento que assegura que a vida cristã consiste em um esforço coletivo para benefício próprio. O nosso compromisso no corpo de Cristo necessita ser em sermos a nossa expressão máxima pelo qual fomos criados para que no que depender de mim não haverá “anomalia” no corpo. O grande desafio nessa relação é continuar “funcionando” quando outros membros estão “disfuncionais”; somo convidados a cumprir com o nosso papel para o bem do corpo, ou seja, a mão precisa continuar sendo mão mesmo quando o pé esteja em paralisia. Cada membro se esforça em sua inteireza para a saúde do corpo.

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Diversidade sim, desimportância não A grande beleza da anatomia do corpo é que a diversidade é a razão da continuidade da vida, só há reprodução humana, porque o homem é “diferente” da mulher. No tocante a peculiaridade dos membros, diversidade não é sinônimo de insignificância, não há nada em nosso organismo que não seja relevante; essa era a verdade paulina a igreja de Corinto, ela não deveria confundir diversidade e irrelevância no reino de Deus. Porque Deus soberanamente se revela na nossa multiforme maneira de ser (Ef 3:10), cada cristão no exercício de seu propósito é igual modo importante. A grande verdade bíblica é que a diversidade não traduz graus de importância entre seus membros. Na igreja somos diferentes, portanto, importantes.

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A unidade anula a tirania das apa-rências (v.22,23) Um dos grandes desafios de nossa caminhada cristã é desapegarmos das coisas visíveis e apegarmos nas invisíveis. A tirania das aparências significa essa mentalidade de termos como referência para o nosso coração aquilo que nossas mãos podem tocar. As aparências nos confundem (Lc 10:30-34), desanima (1Sm 16:32,33) e muitas vezes nos engana (1Sm 16:7). Quantas coisas em nossa vida em relação as pessoas ficariam diferente se olhasse por debaixo da superfície das nossas primeiras impressões? O espírito de unidade liberta-nos de todo julgamento equivocado estribado nas aparências das pessoas. A grande maioria dos nossos membros funcionam no anonimato dos olhos humanos, pois são internos, se o cérebro fosse entrevistado em relação aos membros e lhe perguntássemos

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qual dos membros são mais relevantes os aparentes relevantes ou aparentes significantes, sua resposta seria: todos são necessários (v.22). Na unidade não medimos uns aos outros por aquilo que é aparente, mas por aquilo que ele significa para Cristo – o cabeça.

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Bibliografia SWINDOLL, Charles. Vivendo sem máscaras – Como cultivar relacionamentos abertos e leais. Curitiba: Betânia.

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Preservando a saúde do corpo

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Introdução O corpo humano é constituído de várias células. E para que possamos viver é preciso que elas estejam saudáveis. Isso significa que alguns elementos são necessários: nutrição, exercício, higiene e descanso. E, do mesmo modo, outros terão que ser eliminados: doenças, germes externos e desenvolvimento desordenado no interior. Nenhum médico competente olha com leviandade para uma enfermidade. Em alguns casos, o médico irá indicar um tratamento cirúrgico; em outros, uma cirurgia radical. Normalmente, eles receitam medicamentos; vez por outra, uma determinada dieta e até um programa de exercitamento físico. Tudo isso é parte de um planejamento para se ter uma vida saudável. É uma questão muito séria e às vezes muito cara.

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Elementosnecessários para unidade saudável do corpo1 – Nutrição Todo ser vivo é preservado em existência por aquilo que ele se alimenta, o nosso corpo de igual modo se sustenta por aquilo que é digerido. A vitalidade dos membros depende das vitaminas dos alimentos. Precisamos discernir qual é a nutrição de qualidade que o Cabeça, Cristo, elegeu como saudável para o corpo. Se equivocarmos nessa nutrição os membros entrarão em colapso uns com outros. A luz das escrituras, quando Jesus foi tentado no deserto pelo diabo, ele declarou que “nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. É explícito a verdade que a base da existência humana não se encontra em sua horizontalidade, mas na sua verticalidade. Somos elucidados pela verdade que a nutrição

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vital para nossa saúde é: “Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a sua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento” (Mc 12:30), esse alimento tem nome - adoração. A verdadeira adoração consiste na alimentação mais eficaz para preservar a saúde entre os membros. Antes de Adão receber Eva como companheira Deus já era adorado pelo homem. Se houver brecha em nossa adoração haverá caos em nossos relacionamentos uns com outros. O que salvou José do adultério foi a sua relação vertical com o Senhor:

Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa e vedou, senão

a ti, porquanto tu és sua mulher; como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus? (Gn 39:9).

O que restaurou o filho pródigo do seu opróbrio foi a sua relação com Deus (Lc 15:18), quando a adoração genuína é vivida as nossas relações horizontais ficam mais leves, passamos a exigir menos das pessoas.Concordo com as palavras de C.S.

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Lewis quando diz:

Quando eu aprender a amar a Deus mais do que meus entes queridos, eu amarei meus entes queridos mais do que os amo agora. Mas se eu aprender a amar meus entes queridos em detrimento de Deus ou em vez dele, me aproximarei do ponto em que não terei amor nenhum pelos meus entes queridos. Quando colocamos o mais importante em primeiro lugar, aquilo que vem em segundo, não é reprimido, mas aumentado.

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2 – Exercícios Do ponto de vista biológico o exercício físico na maior expressão de cuidado depois do alimento, segundo A professora e mestre de Educação Física Fernanda Mainardi explica que, o exercício físico é aquela prática planejada e estruturada, a fim de melhorar os componentes do condicionamento físico, tais como equilíbrio, a flexibilidade, força, coordenação, agilidade, resistência muscular e cardiorrespiratória . Em outras palavras, o exercício é a arte de colocar em ação os seus membros em prol da saúde do corpo. Em sua primeira carta a Timóteo recomenda dizendo: “Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. Exercita-te, pessoalmente, na piedade. O exercício físico é de pouco proveito; a piedade, porém, para tudo é proveitosa, porque tem promessa da vida presente e da futura (4:7,8)”. O exercício da piedade significa a prática de todas as disciplinas espirituais e suas virtudes, o segredo da nossa unidade é materializarmos as virtudes de Cristo Jesus na direção do próximo.

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Cada membro precisa estar em ação, a ociosidade é a patologia que ameaça a vitalidade do corpo de Cristo.

3 – Higiene A prática de se higienizar é muito importante para os seres humanos, independentemente da sua idade. A higiene não se limita em apenas tomar banho e escovar os dentes para evitar o mau hálito. Cuidar do corpo e de sua lua limpeza está diretamente ligado a zelar pela saúde. É importante saber que cada parte do nosso corpo tem características diferentes, as quais necessitam de cuidados específicos, assim, devemos manter sempre limpo, não só o corpo, como as roupas e acessórios que vamos usar bem como os objetos que vamos utilizar. Não é diferente no tocante a igreja quanto corpo espiritual de Cristo, Jesus está empenhado na higienização do seu corpo (Ef 5:25-27, Jo 13:8), isto é, sua igreja. O papel da higienização é eliminar todo corpo estranho que queira se instalar no organismo, o próprio corpo produz operação (transpiração, urina e fezes) para jogar para fora o que não é eficaz.

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É uma educadora analogia ao aplicarmos aos relacionamentos quanto membro do corpo de Cristo, não são poucos os intrusos tais como: ofensa, mágoa, amargura, vingança, ódio, etc, que insistem em infeccionar a comunhão do corpo, precisamos mutuamente nos posicionar não contribuindo para a permanência desses “corpo estranho” entre a nossa unidade.

4 – Descanso “Sois homens e não máquina” já dizia Charles Chaplin, um desabafo ao ativismo desenfreado que assaltava a humanidade. É sábio entender que a saúde humana passa pelo ato de descansar. O descanso como saúde do corpo traduz duas verdades: limite e renovo. Não por acaso que Deus instituiu na lei o dia do descanso. Ao descansarmos estamos reconhecendo que somos limitados e que renovar é preciso. Esses são dois fundamentos que evitam desgastes relacionais, quando reconhecemos que há limites e que precisamos renovarmos diariamente em prol da vitalidade do corpo, estamos preservando a saúde

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da nossa unidade. É muito importante entendermos que o Cabeça está empenhado em cuidar da saúde do seu corpo, ele não tolerará doenças, germes externos e tudo que ameaça a saúde da sua igreja. Conselhos práticos para relacionamento saudável

• De certa forma, todos os relacionamentos são difíceis - Por causa do pecado.

• Todos nós somos tentados a ver os relacionamentos como um fim, em vez de um meio - Lembre-se que o relacionamento primário a ser desfrutado é com Deus

• Não existem segredos que garantam relacionamentos livres de problemas – É impossível evitar isso num mundo imperfeito.

• Em algum momento, você se perguntará se cultivaR relacionamento vale a pena – Olhe para cruz e serás encorajado em seguir em frente.

• Deus nos mantém em relacionamentos confusos para cumprir

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o seu propósito de redenção – Deus deseja nos santificar através dos relacionamentos.

• O fato de nossos relacionamentos funcionarem verdadeiramente bem é um sinal claro da graça – Sem ajuda do Espírito Santo seria impossível.

• As escrituras oferecem uma esperança clara para nossos relacionamentos – Há graça oferecida para vivermos do jeito de Deus uns com outros.

• Deus tem um objetivo para os nossos relacionamentos que é maior que o nosso – Portanto, ouça Deus em favor de suas amizades.

• Entenda que o conflito é uma forma de Deus operar em nossa vida – Lembre da história de José quando odiado pelos seus irmãos, Deus estava trabalhando.

• Perdão inclui o cancelamento de uma dívida – Não cobre fatura que já foi paga pelo perdão.

• Perdão custa muito, mas não perdoar

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custa mais ainda – Perdoar, acredite é o caminho mais “fácil”.

• A sua falha de não perdoar deformará você – A ausência de perdoa lhe tornará a imagem e semelhança do seu algoz.

• Perdão é um evento e um processo – Portanto seja paciente, o perdão sara feridas profundas.

• Os nossos relacionamentos sempre terão de melhorar – Nunca se acomode em seus relacionamentos, surpreenda seu próximo, continua crescendo.

Acredite que Deus está empenhado em lhe ajudar a viver em vitória sobre suas maiores dificuldades relacionais. Estar na igreja é se encontrar no melhor lugar para aprendermos a ser a expressão máxima do que fomos chamados a ser em comunhão. Como disse o escritor Paul Tripp: relacionamento é uma confusão que vale a pena.

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Bibliografia TRIPP, Paul. Relacionamentos – Uma confusão que vale a pena. São Paulo: Cultura Cristã, 2016. https://www.conquistesuavida.com.br/noticia/qual-e-a-diferenca-entre-atividade-fisica-e-exercicio-fisico-saiba-mais_a5974/1 - retirado em 08/07/2019

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É hora dediscutir sobre

o que aprendemos!

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CréditosPr. Presidente:Nilton dos Santos Pr. Vice-Presidente:Lediel dos Santos Organizador:Jaisson Campos

Elaboração:Josiel Silva Eliabe Camargo Jonatas Black Jaisson Campos Alessandro Aguiar

Correção:Jaisson de Campos

Arte e diagramação:Kaliton Levi