seminário sobre desgoverno português no séc. xvii

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  • 8/18/2019 Seminário sobre Desgoverno Português No Séc. XVII

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    Seminário: Desgoverno Português no Séc. XVII

    •  A inexistência de um modelo ou estratégia geral para a expansãoportuguesa.

    • Parece ue não existe uma estratégia sistemática a!rangendo todo o

    império" pelo menos até meados do século XVIII. #$espan%a. $ist&ria...p.'(')

    Portugal na Europa Moderna

    *o +inal do século XV" o Atl,ntico assume grande import,ncia na pol-tica

    i!érica. Portugal e span%a" apesar de manterem o seu interesse pelo ue

    acontecia na uropa" passavam a se preocupar com uma visão mundial.

    / +im da Dinastia de Avis" na década de '012" é acompan%ado pela perda de

    poder e in+luência portuguesa nas rela34es entre os pa-ses europeus" pois a

    coroa se uniu 5 espan%ola na 6nião I!érica" ue duraria até '782.

     Antes disso" a span%a 9á son%ava em uni+icar a expansão ultramarina +lerte

    ue acontecia tam!ém do lado português" segundo $espan%a'  " porém

    Portugal manteve uma separa3ão institucional" apesar de ;ilipe II ter poderes

    so!eranos nos dois reinos.

    se" so!retudo"porue correspondia a uma imagem" muito antiga e enrai?ada" daconstitui3ão das monaruias como unidades compósitas e plurais.*esse contexto" Portugal era um reino independente e" apesar desugest4es no sentido da pura anexa3ão" esta realidade constitucionalnunca +oi posta seriamente em causa@.

     A Bestaura3ão teria sido disparada com a '782)@(.

    $espan%a de+ende ue um dos principais +atores ue levaram ao

    descontentamento com a monaruia dual +oi a pressão +iscal nas duas ltimas

    décadas da 6nião I!érica" ue seria a +onte dessas di+iculdades. Além disso" a

    1 HESPANHA, História... p.1392 HESPANHA, História... p.1433 MONTEIRO, História... p.205.

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    no!re?a se via exclu-da dos o+-cios palatinos" 9á ue não %avia mais corte em

    Eis!oa.

     Assim" Portugal tem o o!9etivo de se tornar de novo completamente

    independente e reaver sua participa3ão na pol-tica européia. Segundo Faria do

    Bosário G%emudo Harata" ue resume o século XVII"

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    ;oi nesse per-odo" entretanto" ue Portugal pode respirar. Sua esta!ilidade

    pol-tica acontecia interna e externamente e a +inanceira era garantida pelo ouro

    desco!erto no Hrasil. As pertur!a34es pol-ticas irão a+etar o reino apenas

    posteriormente.

    ssa rela3ão com a Inglaterra !alanceava as rela34es com a span%a e era

    !alanceada pela ami?ade com a ;ran3a" o ue coloca Portugal

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    como a

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     Apesar de os letrados inicialmente terem privilégios menores ue os

    aristocratas" com o passar do tempo tornaram>se maioria no Consel%o"

    principalmente no século XVIII. sses letrados passavam anos su!indo de

    cargos na %ieraruia 9udicial portuguesa até alcan3ar os cargos de

    consel%eiros.

    / rei procurava assim aumentar reis no império ultramarino português enuanto

    ocupavam cargo no Consel%o. sses se tornavam ainda mais responsáveis

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    Consel%o 6ltramarino e o Consel%o da ;a?enda ue" além dividiam

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    02W re+ormular os rituais da Corte" rede+inir asua %ieraruia de precedências e a+irmá>la com uma visi!ilidade semprecedentes pr&ximos@(.

     Apesar disso" 9á na década de 'O2 a idéia da reunião da corte em Eis!oa

    come3a a perder +or3a e o Consel%o de stado passa a ter suas reuni4es cada

    ve? mais raramente. Seus mem!ros estavam dispersos por Portugal.

    m +ins no século XVIII" o Consel%o 6ltramarino come3a a perder grande parte

    de suas responsa!ilidades para a Secretaria de stado da Farin%a e 6ltramar"

    até deixar de existir em '1((" '' anos ap&s a independência do Hrasil.

    O Governador Geral

    *o +inal da década de '082" come3ou a +uncionar no Hrasil o Noverno Neral"

    tendo sido o primeiro ocupante do cargo Gomé de Sou?a em '08M. A cria3ão do

    cargo era uma resposta aos medos da Coroa portuguesa" dominados pelos

    avan3os espan%&is" normandos e !ret4es em seus planos de expansão

    territorial.

    Segundo Pedro Puntoni"

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     Além do cargo de governador geral" +oram criados tam!ém o de capitão>mor"

    acompan%ado de um aruiteto" responsável pela cria3ão de novas vilas ou

    cidades" e de um ouvidor>mor" ue teria a o o!9etivo ue se so!repor 5s

     9urisdi34es dos donatários. le acompan%ava o governador por toda a col=nia

    +iscali?ando as a34es dos 9u-?es ordinários e ouvidores locais. Constitu-a>se

    assim um geral" ue poderia agir de acordo com di+erentes

    interesses" de acordo com a cumplicidade com poderes locais.

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    ;ora de Portugal" alguns dos ncleos coloniais tin%am uma vida uase

    independente da Fetr&pole. Gimor" Facau e a costa oriental da +rica" di?

    $espan%a"

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     Assim" o pr-ncipe e seu aparato governamental" diante da existência de

    diversos pontos de exerc-cio de poder" disputavam com os poderes locais o

    controle so!re essas ?onas. Isso estaria diretamente ligado ao +ato de Portugal

    não ter uma estratégia para a expansão de seu Império" geral poderia

    c%egar a uma solu3ão ap&s discutir

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    responsáveis pela pol-tica de outra regi4es do Império Português" como o

    Hrasil e a ndia.

     Além disso" as +un34es designadas aos governadores" principalmente as

    militares" garantiam grande autonomia em sua área de atua3ão" pois

    militarmente" todos os capitães>mores estavam su!ordinados a ele.

    / sistema administrativo das col=nias" tendo o Hrasil como destaue" se

    assemel%ava ao de Portugal" apesar das particularidades locais ue levaram a

    um a9uste da organi?a3ão administrativa.

    /s cargos das c,maras eram disputados pelas elites locais. Segundo Faria

    ;ernanda Hical%o" essas disputas podem ser entendidas os em suas estruturas de poder"

    !uscando reali?ar seus o!9etivos. *o caso de o+-cios 9á existentes" os

    governadores tin%am condi34es de o+erecê>los a pessoas de seus interesses"

    ue %ouvessem +eito algum servi3o" o+erecido algum )aras *&tra)ari"as ! !r" + I)p?ri. I" @@@@@ !t a&. :Or.;. A"ti R!i)! "s trópis a +i">)ia i)p!ria& prt**!sa

    :s?*&s CI'CIII;. Ri +!

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    governo instalado na Ha%ia82. Besponsável pelas +or3as militares locais era o

    sargento>mor" ue no Beino cuidava apenas das ordenan3as das comarcas.

    pela área administrativa %avia o Gri!unal da Bela3ão da Ha%ia" ue

    geral" exercia um contra>poder necessário ao do governador>geral@8'.

    / presidente natural das Bela34es era o rei" o ue +a?ia com ue os donatários

    não tivessem um controle so!re suas decis4es. $espan%a a+irma ainda ue

    %avia certa solidariedade entre os desem!argadores e as elites coloniais"

    constituindo>se mais um poder peri+érico.

     Além do Gri!unal" os governadores mores encontravam algum contrapeso" se9a

    pol-tico ou administrativo" nos capitães>mores" principalmente nos

    administradores as capitanias ue passavam para o controle da Coroa e o

    ocupante do posto superior era nomeado pelo pr&prio rei.

    Os governos do Rio e Pernambuco

     Além dos capitães>mores" %avia a uestão das capitanias de Pernam!uco e

    Bio de Uaneiro ue" desde cedo na coloni?a3ão" tiveram seus poderes

    ampliados

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    Durante o século XVII" o seu avan3ado crescimento teria atra-do a aten3ão dos

    governadores gerais" ue nas primeiras duas décadas passaram uase o

    mesmo tempo lá ue na Ha%ia #1 anos contra M" respectivamente).

    Uá em Bela3ão ao Bio de Uaneiro" a capitania gan%ou destaue em '0O"

    uando o Hrasil +oi dividido pela primeira ve? em dois governos gerais sendo

    reunido em apenas uma em '0OO e" posteriormente em '721" com a cria3ão

    da Beparti3ão Sul do Hrasil" ue contava" além o Bio de Uaneiro" com São

    Vicente e sp-rito Santo.

    / governador da Beparti3ão Sul" a partir do regimento de '7'(" era isento do

    governador geral em rela3ão 5s minas de metais e pedras preciosas e

    diligências. A +am-lia Sá atuou como governadora por muitas décadas" gerindo

    a pol-tica do sul.

    geral" sempre relacionado 5

    aristocracia e a rela34es pol-ticas.

     A Coroa" diante dos pro!lemas pol-ticos gerados pelos con+litos de poder no

    Hrasil" agia como intermediária e propun%a solu34es. 6ma das solu34es" diante

    da uestão da independência de Pernam!uco e Bio de Uaneiro em rela3ão ao

    governo geral" +oi declarar" mas apenas em '7OO" ue am!os os governos

    seriam su!ordinados ao governo geral" cu9as ordens seria o!edecidas.44 P%NTONI, O Brasi&... p.63

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    ntretanto" duas décadas depois" os governadores do Bio e Uaneiro passariam

    a rece!er o t-tulo de general@" o ue aumentava os seus

    poderes na área militar e os separava ainda mais do governo geral" com o ual

    passaram a disputar o controle da região no século seguinte" ap&s a

    desco!erta do ouro" até nova resolu3ão de 'O'7" ue

    l%e contos dos seus governosL.@80

    Fesmo assim" a passagem gradual do sistema pol-tico !rasileiro do norte para

    o sul continuou acontecendo até ue se ue viesse residir no Bio de

    Uaneiro@87.

    45 P%NTONI, O Brasi&... p.72'73.46 P%NTONI, O Brasi&... p.73