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Dissertação Particularidades e ineficiências na gestão de riscos químicos em fundições de metais ferrosos no estado de São Paulo e seu impacto na prevenção da ocorrência e do agravamento de danos à saúde do trabalhador Anildo de Lima Passos Junior Orientador: Dr. Carlos Sérgio da Silva São Paulo 2013

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Dissertação

Particularidades e ineficiências na gestão de riscos químicos em fundições de metais ferrosos no estado

de São Paulo e seu impacto na prevenção da ocorrência e do agravamento de danos à saúde do

trabalhador

Anildo de Lima Passos Junior Orientador: Dr. Carlos Sérgio da Silva

São Paulo 2013

A Pesquisa

Parceria SRTE/SP e a Fundacentro, desde 2011, desenvolveu projeto de fiscalização em fundições de metais ferrosos no estado de São Paulo;

Escolhidas cinco fundições (A, B, C, D e E), todas com mais de 500 empregados;

Essas indústrias não registraram CAT por adoecimento devido à exposição a agentes químicos entre 4° tri de 2010 e 3° tri de 2012 (somente por distúrbios musculoesqueléticos).

Materiais e Métodos

Dados secundários das inspeções realizadas nas cinco fundições de metais ferrosos no estado de São Paulo;

Análise dos programas de SST; Análise das telerradiografias de tórax por

setor especializado da Fundacentro; Análise da estratégia de amostragem com

base em metodologias NIOSH (1977), AIHA (2006) e NHO 08 da Fundacentro (2009).

ETAPAS DO PROCESSO PRODUTIVO

(MOLDAGEM EM AREIA)

Etapas do

Processo de Fundição

Metais e aditivos

Forno de Fusão

Areia e aditivos

Fabricação do molde

Montagem do Molde

Metal líquido

Fabricação do machos

Areia e aditivos

Resfriamento

Desmoldagem

Areia reaproveitada

Rebarbação e limpeza

Inspeção

Fabricação do Modelo

Matéria-prima modelo

Vazamento

Fonte: Pavanati [2013?]

Exemplos de agentes químicos toxicologicamente relevantes

Areia Verde: Areia base (sílica, cromita ou zirconita), Bentonita (aglomerante inorgânico) e água;

Shell Molding: Areia misturada com 2% a 7% de resina fenólica (fenol e formaldeído);

Sistema de cura cold box: Trietilamina (catalisador);

Fusão e Vazamento: Fumos metálicos;

Subprodutos: HPA, Dioxinas e Furanos.

Etapas da gestão de riscos

Fonte: ROXO (2004)

Identificação do Perigo

Trabalhadores Expostos

Estimativa do Risco

Valoração do Risco

Avaliação de Riscos

Gestão de Riscos

Controle do Risco

Análise de Riscos

RESULTADOS

Identificação do perigo: N° de substâncias identificadas

Fonte: MTE (2013)

Resultados e Discussões: identificação do perigo

Produtos e subprodutos identificados após ação fiscal:

A: chumbo, TEA e HPA;

B: arsênio, TEA, amônia, dióxido de enxofre e HPA;

C: chumbo, fenol, formaldeído, magnésio, benzeno, dióxido de enxofre e HPA;

D: níquel e sílica;

E: cádmio, chumbo, cromo, magnésio, manganês, MDI, níquel, tolueno, xileno, benzeno, HPA, dióxido de enxofre e CO.

Resultados e Discussões: GSE: critério de determinação

Fundição N° de GSEs

GSEs mais de 7

trabalhadores %

Antes Depois Antes Depois Antes Depois

A - 172 - 11 - 6,40

B 28 29 12 13 42,86 44,83

C - 60 - 14 - 23,33

D - 32 - 7 - 21,88

E 37 76 27 - 72,97 -

Fonte: MTE (2013)

Resultados e Discussões: GSE: representatividade dos trabalhadores avaliados

GSE

(Fundição)

Nº de

trabalhadores no

GSE

Trabalhadores

avaliados no GSE

Fundição B 61 2

Fundição B 110 1

Fundição B 5 3

Fundição C 40 1

Fundição C 23 2

Fundição C 4 2 Fonte: MTE (2013)

Tempo de coleta em relação à jornada de trabalho: após a fiscalização

Fundição 0-10

(%)

11-30

(%)

31-50

(%)

51-70

(%)

>70

(%)

Total de

coletas

A - - - - - 60

B 30 40 28 5 2 105

C 0 0 0 235 8 241

D 0 5 3 10 14 32

E 0 0 2 26 140 168

Fonte: MTE (2013)

Número de dias de coleta após a ação fiscal

Fundição N = 1 N = 2 N = 3 N = 4

A 5 6 5 2

B 45 13 3 0

C 48 31 23 0

D 33 0 0 0

E 51 26 7 1

Fonte: MTE (2013)

Valoração de Riscos

LTs (NR-15) desatualizados;

Limites não foram ajustados à real jornada de trabalho;

Inadequações da estratégia de amostragem;

Fundições somente empregaram ferramentas quantitativas.

Concentração x LEO após a ação fiscal

Fund.

Relação concentração/LEO (%)

Coletas ND 0-10 11-50 51-100 >100

N % N % N % N % N % N %

A 60 100 37 61,7 19 31,7 4 6,7 0 0 0 0

B 107 100 54 50,5 24 22,4 25 23,4 1 0,9 3 2,8

C 281 100 109 38,8 34 12,1 85 30,2 21 7,5 32 11,4

D 35 100 0 0 16 45,7 16 45,7 2 5,7 1 2,9

E 179 100 61 34,8 41 22,9 37 20,7 15 8,4 25 14,0

Fonte: MTE (2013) N = número de coletas; ND = não detectado

Medidas de controle: Sílica: reflexo das avaliações na gestão de riscos

Fundição Concentração

(mg/m3)

LT (NR-15)

(mg/m3) Severidade Setor

E 7,306 0,511 14,30 Preparação de

Areia

E 11,203 0,483 23,19 Preparação de

Areia

C 44,00 0,70 62,86 Recuperação de

Areia

C 3,235 0,915 3,54 Recuperação de

Areia

Vermelho: antes da fiscalização; Azul: depois da fiscalização.

Fonte: MTE (2013)

PPRA x PCMSO Substâncias com ind. biológico

Fundição

substâncias

químicas

identificadas

Substâncias

identificadas

somente no

PPRA

Substâncias

identificadas

somente no

PCMSO

Substâncias

identificadas

no PPRA e

PCMSO

Nº %

A 6 4 1 1 16,7

B 14 4 5 5 35,7

C 10 3 3 4 40,0

D 6 5 0 1 16,7

E 12 5 1 6 50,0 Fonte: MTE (2013)

Radiografias de tórax: Classificação OIT (2011)

Qualidade 1: boa;

Qualidade 2: aceitável, sem nenhum defeito técnico que possa comprometer a classificação da radiografia para pneumoconiose;

Qualidade 3: aceitável, com alguns defeitos técnicos, mas ainda adequada para fins de classificação;

Qualidade 4: inaceitável para fins de classificação.

Resultados das radiografias de tórax: Classificação OIT (2011)

Fundi

ção QT 1 QT 2 QT 3 QT 4

Total de

radiografias

analisadas

A 0 1 6 12 19

B 11 12 4 3 30

C 0 0 0 14 14

D 0 0 0 30 30

E 1 5 13 7 26

Fonte: MTE (2013)

Obrigado!

Anildo de Lima Passos Junior

Cel.: (11) 99492-9497

[email protected]