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1) Para fazer a prova, você usará este caderno, que possui 7 (sete) folhas com perguntas, um cartão-resposta e folhas- respostas para as questões discursivas. 2) Verifique, neste caderno de prova, se constam todas as 10 questões, as duas questões discursivas e o tema de reda- ção. Observe também se há faltas ou imperfeições gráficas que lhe causem dúvidas. Qualquer reclamação só será aceita durante os trinta minutos iniciais da prova. 3) Você encontrará questões de proposições múltiplas (tipo somatório), além de questões discursivas. 3.1) As questões de proposições múltiplas contêm, no máximo, sete alternativas numeradas: 01, 02, 04, 08, 16, 32 e 64. A resposta correta é o valor total do(s) número(s) associado(s) à(s) proposição(ões) verdadeira(s) ou falsa(s), conforme orientação do enunciado da questão. Cada uma das questões deverá ser assinalada no cartão-resposta mediante duas marcas, uma na dezena e outra na unidade. Quando a resposta for menor que 10, marque o zero na linha das dezenas (01, 02, etc.). 3.2) As questões abertas são as que contêm problemas que admitem solução numérica (valores inteiros compreendidos entre 00 e 99, incluindo estes). Nesse caso, resolva o problema e marque, no lugar próprio da folha de respostas, o resultado numérico encontrado. 3.3) Confira, nos modelos abaixo, como marcar as suas respostas. Questão 01 – 63 Questão 43 – Código de opção no vestibular (21 – Eng. Prod. Mecânica) Questão 02 – 19 Obs.: Veja tabela de códigos no final deste caderno. Questão 03 – 22 Questão 44 – Opção de língua estrangeira (00 – Inglês) Se a opção for Espanhol, marque 11. Observe com atenção o preenchimento correto dos resulta- dos das respostas. 4) Procure responder a todas as questões. 5) Durante a prova, não se admite que o candidato se comunique com outros candidatos, efetue empréstimos, use outros meios ilícitos ou pratique atos contra as normas ou a disciplina. A fraude, a indisciplina e o desrespeito aos fiscais encarregados dos trabalhos são faltas que eliminam o candidato. 6) Não será permitida a substituição do cartão-resposta caso haja erro de marcação. Para evitar esse problema, preencha primeiramente a lápis e depois confirme à caneta. Obs.: use somente caneta esferográfica azul-escura ou preta, inclusive para as folhas-respostas das questões discur- sivas. 7) Não utilize corretor líquido na marcação do cartão-resposta, pois a leitura óptica poderá ser prejudicada. 8) O gabarito correto será divulgado ao final do exame no local da prova e na internet através do site www.energia.com.br. 9) Se houver mais de um candidato com a mesma pontuação, o desempate será feito através da verificação do número de questões corretas nas disciplinas, obedecendo-se à seguinte ordem: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, Matemática, História, Geografia, Biologia, Física, Química e Língua Estrangeira (critério também utilizado pela Coper- ve/UFSC). 10) Em cada sala há um fiscal de prova. Colabore para que a seriedade do Simulado contribua na sua preparação para o vestibular. 11) Ao terminar, entregue ao fiscal o cartão-resposta e as folhas-respostas das questões discursivas. INSTRUÇÕES

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Page 1: Semi 2 dia - energia.com.br file1) Para fazer a prova, você usará este caderno, que possui 7 (sete) folhas com perguntas, um cartão-resposta e folhas-respostas para as questões

1) Para fazer a prova, você usará este caderno, que possui 7 (sete) folhas com perguntas, um cartão-resposta e folhas-respostas para as questões discursivas.

2) Verifique, neste caderno de prova, se constam todas as 10 questões, as duas questões discursivas e o tema de reda-ção. Observe também se há faltas ou imperfeições gráficas que lhe causem dúvidas. Qualquer reclamação só será aceita durante os trinta minutos iniciais da prova.

3) Você encontrará questões de proposições múltiplas (tipo somatório), além de questões discursivas. 3.1) As questões de proposições múltiplas contêm, no máximo, sete alternativas numeradas: 01, 02, 04, 08, 16, 32 e

64. A resposta correta é o valor total do(s) número(s) associado(s) à(s) proposição(ões) verdadeira(s) ou falsa(s), conforme orientação do enunciado da questão. Cada uma das questões deverá ser assinalada no cartão-resposta mediante duas marcas, uma na dezena e outra na unidade. Quando a resposta for menor que 10, marque o zero na linha das dezenas (01, 02, etc.).

3.2) As questões abertas são as que contêm problemas que admitem solução numérica (valores inteiros compreendidos entre 00 e 99, incluindo estes). Nesse caso, resolva o problema e marque, no lugar próprio da folha de respostas, o resultado numérico encontrado.

3.3) Confira, nos modelos abaixo, como marcar as suas respostas.

Questão 01 – 63 Questão 43 – Código de opção no vestibular (21 – Eng. Prod. Mecânica) Questão 02 – 19 Obs.: Veja tabela de códigos no final deste caderno. Questão 03 – 22

Questão 44 – Opção de língua estrangeira (00 – Inglês) Se a opção for Espanhol, marque 11.

Observe com atenção o preenchimento correto dos resulta-dos das respostas.

4) Procure responder a todas as questões. 5) Durante a prova, não se admite que o candidato se comunique com outros candidatos, efetue empréstimos, use outros

meios ilícitos ou pratique atos contra as normas ou a disciplina. A fraude, a indisciplina e o desrespeito aos fiscais encarregados dos trabalhos são faltas que eliminam o candidato.

6) Não será permitida a substituição do cartão-resposta caso haja erro de marcação. Para evitar esse problema, preencha primeiramente a lápis e depois confirme à caneta.

Obs.: use somente caneta esferográfica azul-escura ou preta, inclusive para as folhas-respostas das questões discur-sivas.

7) Não utilize corretor líquido na marcação do cartão-resposta, pois a leitura óptica poderá ser prejudicada. 8) O gabarito correto será divulgado ao final do exame no local da prova e na internet através do site www.energia.com.br. 9) Se houver mais de um candidato com a mesma pontuação, o desempate será feito através da verificação do número

de questões corretas nas disciplinas, obedecendo-se à seguinte ordem: Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, Matemática, História, Geografia, Biologia, Física, Química e Língua Estrangeira (critério também utilizado pela Coper-ve/UFSC).

10) Em cada sala há um fiscal de prova. Colabore para que a seriedade do Simulado contribua na sua preparação para o vestibular.

11) Ao terminar, entregue ao fiscal o cartão-resposta e as folhas-respostas das questões discursivas.

INSTRUÇÕES

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Texto 1

1 substantivo masculino: Rubrica: angiospermas: 1 árvore de até 10 m (Ziziphus joazeiro), da fam. das ramnáceas, nativa do Brasil (PI até MG), de folhas serreadas e trinérveas, inflorescências em cimeiras globosas, drupas amarelas e comestíveis, casca amarga, adstringente e febrífuga; joazeiro, juá.2 substantivo masculino: Regionalismo: Brasil: vento forte e constante de certas regiões nordestinas, esp. do Ceará; vindo do mar para a terra, refresca o calor das tardes e noites no sertão.3 verbo: Estatística: pouco usado: transitivo direto e pronominal: m.q. eriçar: tornar(-se) arrepiado, ouriçado; arriçar(-se), ouriçar(-se).4 substantivo feminino: 1 cabelo crescido, grande; 2 crina de certos animais (p.ex., o cavalo); 3 juba de leão; 4 conjunto de penas para enfeite; penacho, cocar, martinete; 5 copa de árvore frondosa.5 Verbo: transitivo direto: 1 livrar do mato; capinar; transitivo direto: 2 Diacronismo: antigo: arrancar (fios de cabelo ou de barba) em sinal de dor, de senti-mento; transitivo direto: 3 Derivação: por extensão de sentido: expressar tristeza; lamentar, prantear; intransitivo e pronominal: 4 lamuriar(-se), lastimar(-se); transitivo direto e intransitivo: 5 soar tristemente, murmurar como que chorando.6 Adjetivo: Uso: formal: 1 que treme; trêmulo; 1.1 cujo tremor é resultante do medo, do sobressalto; 2 caracterizado pelo medo, pelo susto; assustadiço, temeroso; 3 que se movimenta de modo ondulante, que flui como que tremendo; 4 que vibra; vibrante, vibrátil.7 Verbo: Intransitivo: 1 respirar com dificuldade, ofegar; transitivo direto e transitivo indireto: 2 Derivação: por extensão de sentido: desejar ardentemente; ansiar, almejar, aspirar.8 Adjetivo: Estatística: pouco usado: a que se oprimiu; que sofreu ou sofre opressão; oprimido.9 Adjetivo: 1 m.q. pressagioso; 2 que intui, pressente, prevê.10 substantivo masculino: 1 Rubrica: religião. Diacronismo: antigo: santuário secreto a que só tinham acesso os sacerdotes, nos templos antigos da Gré-cia; 2 Derivação: por extensão de sentido, sentido figurado: qualquer recanto secreto, reservado; 3 Derivação: por extensão de sentido, sentido figurado: aquilo que não se revela; mistério, segredo.11 substantivo feminino: 1 Rubrica: angiospermas: árvore (Pithecellobium tortum) da fam. das leguminosas, subfam. mimosoídea, nativa do Brasil (PA ao RJ), de caule tortuoso, com casca malhada, ramos em zigue-zagues, armados, madeira us. em marcenaria e obras internas, folíolos delicados, flores esverdeadas e vagens coriáceas, escuras e arqueadas; angico-branco, jacaré, vinhático-de-espinho.12 substantivo feminino: Regionalismo: Brasil: 1 recipiente de barro, ger. de boca larga, us. para guardar líquidos, farináceos e outros gêneros; quiçaba.13 Adjetivo: Uso: formal: que ocorre repetidamente; frequente, amiudado.14 Verbo: transitivo direto, intransitivo e pronominal: 1 tornar(-se) irritado; amuar(-se), zangar(-se), agastar(-se); transitivo direto, intransitivo e pronominal: 2 tornar(-se) crespo, arrepiado; ouriçar15 substantivo masculino: 1 m.q. beijo (‘efeito de tocar’; ‘efeito de roçar’)

Martim vai a passo e passo por entre os altos juazeiros1 que cercam a cabana do Pajé.

Era o tempo em que o doce aracati2 chega do mar, e derrama a deliciosa frescura pelo árido sertão. A planta res-pira; um suave arrepio erriça3 a verde coma4 da floresta.

O cristão contempla o ocaso do sol. A sombra, que desce dos montes e co-bre o vale, penetra sua alma. Lembra-se do lugar onde nasceu, dos entes queri-dos que ali deixou. Sabe ele se tornará a vê-los algum dia?

Em torno carpe5 a natureza o dia que expira. Soluça a onda trépida6 e lacrimo-sa; geme a brisa na folhagem; o mesmo silêncio anela7 de opresso8.

Iracema parou em face do jovem guerreiro:

– É a presença de Iracema que perturba a serenidade no rosto do es-trangeiro?

Martim pousou brandos olhos na face da virgem:

– Não, filha de Araquém: tua pre-sença alegra, como a luz da manhã. Foi a lembrança da pátria que trouxe a saudade ao coração pressago9.

– Uma noiva te espera?O forasteiro desviou os olhos. Irace-

ma dobrou a cabeça sobre a espádua, como a tenra palma da carnaúba, quan-do a chuva peneira na várzea.

– Ela não é mais doce do que Irace-ma, a virgem dos lábios de mel, nem mais formosa! murmurou o estrangei-ro.

– A flor da mata é formosa quando

tem rama que a abrigue, e tronco onde se enlace. Iracema não vive n'alma de um guerreiro: nunca sentiu a frescura do seu sorriso.

Emudeceram ambos, com os olhos no chão, escutando a palpitação dos seios que batiam opressos.

A virgem falou enfim:– A alegria voltará logo à alma do

guerreiro branco; porque Iracema quer que ele veja antes da noite a noiva que o espera.

Martim sorriu do ingênuo desejo da filha do Pajé

– Vem! disse a virgem.Atravessaram o bosque e desceram

ao vale. Onde morria a falda da colina, o arvoredo era basto: densa abóbada de folhagem verde-negra cobria o ádito10 agreste, reservado aos mistérios do rito bárbaro.

Era de jurema11 o bosque sagrado. Em torno corriam os troncos rugosos da árvore de Tupã; dos galhos pendiam ocultos pela rama escura os vasos do sacrifício; lastravam o chão as cinzas de extinto fogo, que servira à festa da última lua.

Antes de penetrar o recôndito sítio, a virgem que conduzia o guerreiro pela mão, hesitou, inclinando o ouvido sutil aos suspiros da brisa. Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma voz para a selvagem filha do sertão. Nada havia porém de suspeito no intenso respiro da floresta.

Iracema fez ao estrangeiro um gesto de espera e silêncio; logo depois desa-pareceu no mais sombrio do bosque.

O sol ainda pairava suspenso no viso da serrania; e já noite profunda enchia aquela solidão.

Quando a virgem tornou, trazia numa folha gotas de verde e estranho licor vazadas da igaçaba12, que ela tirara do seio da terra. Apresentou ao guerreiro a taça agreste:

– Bebe!Martim sentiu perpassar nos olhos

o sono da morte; porém logo a luz inundou-lhe os seios d'alma; a força exuberou em seu coração. Reviveu os dias passados melhor do que os tinha vivido: fruiu a realidade de suas mais belas esperanças.

Ei-lo que volta à terra natal, abraça a velha mãe, revê mais lindo e terno o anjo puro dos amores infantis.

Mas por que, mal de volta ao berço da pátria, o jovem guerreiro de novo dei-xa o teto paterno e demanda o sertão?

Já atravessa as florestas; já chega aos campos do Ipu. Busca na selva a filha do Pajé. Segue o rasto ligeiro da virgem arisca, soltando à brisa com o crebro13 suspiro o doce nome:

— Iracema! Iracema!...Já a alcança e cinge-lhe o braço pelo

talhe esbelto.Cedendo à meiga pressão, a virgem

reclinou-se ao peito do guerreiro, e ficou ali trêmula e palpitante como a tímida perdiz, quando o terno companheiro lhe arrufa14 com o bico a macia penugem.

O lábio do guerreiro suspirou mais uma vez o doce nome e soluçou, como se chamara outro lábio amante. Iracema sentiu que sua alma se escapava para

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embeber-se no ósculo15 ardente.A fronte reclinara, e a flor do sorriso expandia-se como o nenúfar16 ao beijo do sol.Súbito a virgem tremeu; soltando-se rápida do braço que a cingia, travou do arco.

16 substantivo masculino. Rubrica: angiospermas: 1 m.q. ninfeia (‘designação comum’); 2 m.q. lótus (Nymphaea lotus)17 substantivo masculino: Rubrica: vestuário: 1 antiga peça do vestuário masculino, us. por baixo do paletó, que envolve o corpo do pescoço à cintura; 2 espécie de casaco curto, semelhante ao colete, que se veste sobre a camisa; 3 Regionalismo: Brasil: casaco de couro, ger. largo, us. por vaqueiros; véstia18 substantivo masculino: 1 cabeçada (‘cabresto ou focinheira’) de corda para cavalgaduras; 2 Regionalismo: Brasil: cordão ou tira de pano, couro etc. com as pontas presas ao chapéu, e que, passando por baixo do queixo, prende o chapéu à cabeça; barbela, queixinho19 substantivo feminino: Rubrica: angiospermas: árvore de até 6 m (Bursera leptophloeos) da fam. das burseráceas, nativa da América do Sul, de madeira branca, rija, folhas compostas, flores em racemos axilares e frutos comestíveis, com sementes de que se extrai óleo medicinal; aroeira-do-sertão, embu-rana, imburana-vaqueira, jamburana, umburana20 Adjetivo: 1 que sofreu lesão física; ferido, contuso, contundido; 1.1 que se tornou paralítico; 2 que sofreu lesão moral ou material; 3 Derivação: sentido figurado: atordoado, paralisado, aturdido, desnorteado; adjetivo e substantivo masculino: Derivação: sentido figurado. Regionalismo: Brasil: 4 que ou aquele que é ou age como doido; amalucado, desequilibrado, aloprado

Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia intei-ro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala.

[...]Esqueceu desentendimentos e grosserias, um entusiasmo

verdadeiro encheu-lhe a alma pequenina. Apesar de ter medo do pai, chegou-se a ele devagar, esfregou-se nas perneiras, to-cou as abas do gibão17. As perneiras, o gibão, o guarda-peito, as esporas e o barbicacho18 do chapéu maravilhavam-no.

Fabiano desviou-o desatento, entrou na sala e foi despojar-se daquela grandeza.

O menino deitou-se na esteira, enrolou-se e fechou os olhos. Fabiano era terrível. No chão, despidos os couros, re-duzia-se bastante, mas no lombo da égua alazã era terrível.

Dormiu e sonhou. Um pé de vento cobria de poeira a folha-gem das imburanas19, Sinha Vitória catava piolhos no filho mais velho. Baleia descansava a cabeça na pedra de amolar.

No dia seguinte essas imagens se varreram completamen-te. Os juazeiros do fim do pátio estavam escuros, destoavam

das outras árvores. Por que seria?Aproximou-se do chiqueiro das cabras, viu o bode velho

fazendo um barulho feio com as ventas arregaçadas, lem-brou-se do acontecimento da véspera. Encaminhou-se aos juazeiros, curvado, espiando os rastos da égua alazã.

À hora do almoço Sinha Vitória repreendeu-o: – Este capeta anda leso20.

Ergueu-se, deixou a cozinha, foi contemplar as perneiras, o guarda-peito e o gibão pendurados num torno da sala. Daí marchou para o chiqueiro – e o projeto nasceu.

Arredou-se, fez tenção de entender-se com alguém, mas ignorava o que pretendia dizer. A égua alazã e o bode mistu-ravam-se, ele e o pai misturavam-se também.

Rodeou o chiqueiro, mexendo-se como um urubu, arre-medando Fabiano.

A necessidade de consultar o irmão apareceu e desapa-receu.

[...]Sumiram-se todos chiando, e o pequeno ficou triste,

espiando o céu cheio de nuvens brancas. Algumas eram carneirinhos, mas desmanchavam-se e tornavam-se bichos diferentes. Duas grandes se juntaram – e uma tinha a figura da égua alazã, a outra representava Fabiano.

01) Tendo em mente não somente o(s) fragmento(s) de texto apresentado(s), mas também a totalidade da obra e o momento

histórico literário a que está atrelada, assinale a(s) afirmativa(s) verdadeira(s).

01. O primeiro fragmento pertence à obra Iracema, romance romântico de José de Alencar, datado de 1865 e que porta consigo uma das características do estilo da época a que pertence: a religiosidade.

02. O segundo fragmento pertence à obra Vidas Secas, romance Modernista de 2ª fase, de Graciliano Ramos, datado de 1938 e que porta consigo uma das características do estilo da época a que pertence: questionamento social e político.

04. No Texto 1, percebe-se uma das principais características que a obra comporta, a presença de indianismo.08. O recorte dado no Texto 1 retrata um momento entre fim de tarde e início de noite na narrativa. 16. A obra de onde foi retirado o Texto 1 permite identificar sua localização geográfica.32. No Texto 1, percebe-se uma das principais características que a obra comporta, a presença de sentimentalismo.64. Em Nada havia porém de suspeito no intenso respiro da floresta, percebe-se uso de comparação, figura que consiste

em aproximar e cotejar duas ideias ou coisas que tenham similitude total ou parcial, para criar uma tensão poética ou visando à clareza.

Texto 2

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02) Tendo em mente não somente o(s) fragmento(s) de texto apresentado(s), mas também a totalida-de da obra e o momento histórico literário a que está(ão) atrelado(s), assinale a(s) afirmativa(s) verdadeira(s).

01. No Texto 2, percebe-se uma das principais ca-racterísticas que a obra comporta, a presença de análise psicológica das personagens.

02. No Texto 1, percebe-se referência à utilização de um elemento entorpecente, por parte de algumas personagens.

04. Em Este capeta anda leso, percebe-se metáfora, designação de um objeto ou qualidade mediante uma palavra que designa outro objeto ou qua-lidade que tem com o primeiro uma relação de semelhança, comparação implícita.

08. Em pé de vento, percebe-se catacrese, figura que ocorre quando, por falta de um termo específico para designar um conceito, torna-se outro por empréstimo. Entretanto, devido ao uso contínuo, não mais se percebe que ele está sendo empre-gado em sentido figurado. Ex.: boca da noite; dente de alho; céu da boca; pé da cadeira; braço do sofá; bico do bule; cabeça de alfinete; tronco telefônico; braço de cadeira; árvore genealógica; pé de cama; braço de mar; maçã do rosto; pé de montanha; cabelo de milho; folha de papel; pé de laranja; barriga da perna.

16. Em Rodeou o chiqueiro, mexendo-se como um urubu, arremedando Fabiano, percebe-se uso de comparação.

32. No Texto 2, percebe-se uma das principais ca-racterísticas que a obra comporta, a presença de personagens esféricas, densas, em oposição ao Texto 1, que comporta personagens lineares, planas.

64. Em Sumiram-se todos chiando, e o pequeno ficou triste, percebe-se hipérbole, ênfase expressiva resultante do exagero da significação linguística; auxese, exageração.

03) Assinale a(s) afirmativa(s) correta(s) e dê o valor total.

01. Os vocábulos árido, trépida e égua, retirados dos textos, têm seus acentos justificados pela mesma regra.

02. No vocábulo atravessaram, retirado do texto 1, temos encontro consonantal, dígrafo e ditongo nasal decres-cente.

04. Em Era de jurema o bosque sagrado. Em torno corriam os troncos rugosos da árvore de Tupã, o sujeito do verbo correr é indeterminado.

08. Em Nada havia porém de suspeito no intenso respiro da floresta, os termos destacados desempenham, res-pectivamente, as funções sintáticas de sujeito simples e verbo intransitivo.

16. No trecho Mas por que, mal de volta ao berço da pátria, o jovem guerreiro de novo deixa o teto paterno e demanda o sertão?; ocorre erro no emprego do porquê.

32. Em Já atravessa as florestas; já chega aos campos do Ipu. Busca na selva a filha do Pajé; os verbos destaca-dos são classificados, respectivamente, como: verbo transitivo direto, verbo intransitivo e verbo transitivo direto.

04) Assinale a(s) afirmativa(s) correta(s) e dê o valor total.

01. Há um exemplo de derivação imprópria em Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro.

02. Ocorre sujeito inexistente em Fazia horas que procu-ravam uma sombra.

04. Em Baleia descansava a cabeça na pedra de amolar, temos, respectivamente, sujeito, verbo transitivo dire-to, objeto direto e adjunto adverbial de lugar.

08. O trecho [...] lembrou-se do acontecimento da véspera pode ser reescrito na forma lembrou o acontecimento da véspera sem que haja alteração de significado ou classificação dos termos do período.

16. Não há erro no emprego do acento indicativo de crase em À hora do almoço, Sinha Vitória repreendeu-o.

A impaciência do brasileiro (em citações)

Se fôssemos julgar pelos comen-tários que pacientemente lemos nos jornais, o brasileiro seria o povo mais impaciente do mundo, somos impa-cientes, isso pode ser verdade, nossos discursos são impacientes, nossas exigências são impacientes, nossas ne-cessidades são impacientes. Mas nos-sos atos.... pacientes como Jó. Morre-mos de fome – pacientemente. Assalta-mos a riqueza púbica – pacientemente. Esperamos por Deus – pacientemente. Pacientemente pecamos todos os man-damentos. Mas somos impacientes nas palavras. Queremos que tudo mude de um dia para o outro, de um ano para o outro. De um governo para o outro. Queremos a grande inovação imediata. E nenhuma imitação do passado, pois a

imitação é a mais sincera das lisonjas. É melhor livrar-se do passado. Mas o passado é indestrutível. Paciência com o passado! Paciência com o presente e o futuro! A impaciência é uma arma de destruição. A paciência... uma arma política. Sempre é melhor ser paciente do que impaciente. Ai dos impacientes deste mundo!

Pois quem já viu sarar uma ferida senão pouco a pouco? As obras feitas depressa demais nunca são terminadas com a perfeição que se requer. Pre-cisamos de paciência para melhorar a nós mesmos, para educar nossos filhos, para escrever nossos livros, pre-cisamos de paciência para melhorar o Brasil. Ou o Brasil é um país perfeito, porque ninguém pode melhorá-lo? Mas

clamamos por melhoramentos, agora, já. Pretender melhoramentos materiais antes dos morais e intelectuais é querer que os efeitos precedam as causas. Os excessos de nossa juventude são saques sobre a nossa velhice, que vamos pagar com juros trinta anos de-pois. Mas há o avesso das coisas. Sei que não é fácil ter paciência diante dos que têm excesso de paciência. É mais fácil ser paciente com o impaciente. Mas, meu Deus, tenhamos um pouco de paciência com os pacientes. Claro que a privação tem pressa, claro que o homem com fome não é um homem livre, claro que não há virtude como a necessidade, claro que o que torna os ladrões de estrada mais audaciosos é a bondade, mas sejamos pacientes

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assim mesmo, pois essas palavras acima são palavras de pacientes sábios do passado, Horácio, Shakespeare, Stevenson, Cervantes, Borges, Drummond etc., que com muita paciência construíram sua sabedoria e escreveram pacientemente suas palavras que nos chegam até hoje. Paciência, paciência, afinal, os netos é que colherão os frutos das árvores que plantamos agora.

(MIRANDA, Ana. Deus-dará: crônicas publicadas na Caros Amigos. São Paulo: Editora Casa Amarela, 2003. p. 212 e 213.)

05) A partir do texto anterior, assinale a(s) afirmativa(s) correta(s) e indique o somatório.

01. A impaciência ajudará a melhorar a nossa educação, a de nossos filhos e melhorará o Brasil. 02. Sábios do passado, Horácio, Shakespeare, Stevenson, Cervantes, Borges, Drummond construíram sua sabedoria

a partir de excessos da juventude. 04. O Brasil é um país imperfeito, porque ninguém pode melhorá-lo. 08. É melhor livrar-se do passado, pois nenhuma imitação do passado é possível. 16. A paciência é uma arma política; é melhor ser paciente que impaciente.32. Estruturalmente, o texto se expõe de forma dissertativa, ou seja, tem como propósito discutir um determinado as-

sunto.

INGLÊS

Moon landing

On July 20, 1969, As the commander of the Apollo 11 mission Neil Armstrong became the first man on the moon. He said the historic words, "One small step for man, one giant leap for mankind."

A camera in the Lunar Module provided live television coverage as Neil Armstrong climbed down the ladder to

the surface of the moon.The Lunar Module "Eagle" consisted

of two parts: the descent stage and the ascent stage.

The descent state provided the engine used to land on the moon. It had four legs, a storage area for experimental

gear, and a ladder for the crew to climb down to the moon's surface. The descent module also served as the launch platform for the ascent module when it came time to leave.

The ascent module carried the crew back to the Command Service Module.

06) Select the alternative(s) that correctly completes (complete) the sentence according to the text.

Neil Armstrong…

01. was the first man to step on the moon.02. said his feat was a huge achievement to mankind.04. was called eagle by his crew.08. was the commander of a moon mission.16. was the only man on the moon.32. had his arrival to the moon covered by television.

07) The underlined word as in a camera in the Lunar Module provided live television coverage as Neil Armstrong climbed down the ladder to the surface of the moon… can be substituted without loss of meaning by:

01. therefore02. neverthelss04. regardless08. while16. as soon as

Walking on the moon

To walk on the moon's surface, the astronauts needed to wear a space suit with a back mounted portable life support system. This controlled the oxygen, temperature and pressure inside the suit.

On the surface, the astronauts had to get used to the reduced gravity. They could jump very high compared to on Earth.

The crew spent a total of two and a half hours on the moon's surface. While on the moon's surface, they performed a variety of experiments and collected soil and rock samples to return to Earth.

An American flag was left on the moon's surface as a reminder of the accomplishment.

(Disponível em: <http://www.kidport.com/reflib/science/moonlanding/moonlanding.htm>.)

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08) Choose the proposition(s) in which the definitions of the words correspond to the meaning used in the text.

01. surface – the exterior part of an object. 02. jump – sprint into the air. 04. crew – a group of people in charge in a ship. 08. variety – assortment of something. 16. sample – something easy to understand. 32. accomplishment – a triumph that has been achieved.

09) The words parts and legs from the text are in the plural form.

Choose the proposition(s) which present(s) words in the form of plural:

01. dice02. news04. people08. data16. symposia32. information

10) Choose the proposition(s) whose information(s) is(are) correct.

01. The sentence The crew spent a total of two and a half hours on the moon's surface is used to describe an action in the past.

02. The pronouns This in This controlled the oxygen, temperature and pressure inside the suit is referred to moon's surface.

04. The pronoun They in They could jump very high compared to on Earth refers to astro-nauts.

08. The pronoun they in [...] they performed a variety of experiments and collected soil and rock samples to return to Earth is related to crew.

16. The past and past prticiple forms for the verb wear from the text are, respectively, wore and worn.

32. The plural form for the word life from the text is lives.

ESPANHOL

Escape de fenol en Dock Sud

Treinta y nueve alumnos de una escuela pública de Avellaneda fueron internados ayer durante varias horas, afectados por mareos y náuseas pro-vocados por un escape de gas fenol ocurrido en esa ciudad del sur del Gran Buenos Aires.

El secretario de Política Ambiental y Seguridad Alimentaria de Avellaneda, Máximo Lanzetta, señaló que el gas inhalado por los niños habría sido fenol y orientó las causas de las emanaciones a la descarga de un barco que transpor-taba ese compuesto que se realizaba en el puerto de Dock Sud.

Los chicos fueron derivados al Hospital Fiorito, donde los médicos confirmaron que en todos los casos los síntomas correspondían a los de intoxicación por fenol y constataron que los cuadros de la mayoría de los chicos no presentaban gravedad. Treinta niños fueron dados de alta y retirados por sus padres, aunque las autoridades decidie-ron que nueve chicos permanecieran en observación "hasta que cedan los síntomas", caracterizados por irritación ocular, náuseas y dolor abdominal.

El episodio reactivó los cuestiona-mientos de los vecinos hacia el polo

petroquímico Dock Sud, un área alta-mente sensible en materia ambiental, que concentra 12 empresas de "tercera categoría" entre las que se incluyen plantas de la industria petroquímica, de tratamiento de residuos peligrosos y de-pósitos de productos químicos. En este sentido, el secretario Lanzetta dijo que la Municipalidad pondrá próximamente en marcha un sistema de monitoreo de calidad del aire, pero recordó que el polo no se encuentra bajo jurisdicción de la Municipalidad, sino de la provincia de Buenos Aires.

(Adaptado de uma reportagem do periódico El Popular de Buenos Aires, edição de 27/10/01)

06) De acuerdo con las informaciones contenidas en el texto, es correcto afirmar que:

01. treinta y nueve alumnos de una escuela pública de Avellaneda fueron intoxicados por gas fenol.02. Avellaneda es una ciudad localizada al sur del Gran Buenos Aires.04. el gas fenol que intoxicó a los chicos se había escapado durante una operación de descarga, en el puerto de Dock

Sud, de un barco que transportaba ese compuesto químico.08. la tripulación del barco no fue afectada porque usaba equipos adecuados para tal operación de descarga.16. los chicos que se intoxicaron se hallaban en el patio de la escuela.32. los demás alumnos de la escuela, que estaban en aula, no fueron afectados.

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07) Sobre el incidente descripto en el artículo y sobre el lugar del mismo, es correcto señalar que:

01. los treinta y nueve chicos que padecieron la intoxicación fueron llevados a un hospital.

02. los chicos intoxicados presentaron síntomas tales como irritación en la piel y dolor de cabeza.

04. treinta chicos fueron dados de alta del Hospital Fiorito.08. nueve chicos permanecieron en observación.16. el texto se refiere a Dock Sud como un puerto y también como

un polo petroquímico.32. con referencia al tema medioambiental, el polo petroquímico

Dock Sud, debido a algunas de las actividades que concentra, constituye un área muy sensible.

08) Con relación a la repercusión del episodio, es correcto indicar que:

01. inicialmente, las autoridades municipales trataron de solapar el escándalo.

02. el accidente hizo que el polo petroquímico Dock Sud volviese a ser objeto de cuestionamientos por parte de sus vecinos.

04. los propietarios de la escuela temen que el accidente pueda llegar a provocar cancelamiento de matrículas.

08. la escuela y los padres de los niños que sufrieron la intoxicación pretenden responsabilizar criminalmente a las autoridades mu-nicipales de Avellaneda.

16. el secretario de Política Ambiental y Seguridad Alimentaria de Avellaneda, Máximo Lanzetta, recordó que el polo petroquímico de Dock Sud está bajo jurisdicción de la provincia de Buenos Aires.

32. Máximo Lanzeta anunció que la municipalidad de Avellaneda pondrá en práctica un sistema de monitoreo de calidad del aire.

09) En el trecho El episodio reactivó los cues-tionamientos hacia el polo petroquímico Dock Sud, [...] (cuarto párrafo) el vocablo destacado puede ser sustituido, sin alterar sustancialmente su significado, por:

01. a respecto de02. sobre04. para08. en dirección a16. referentes a

10) Completar la siguiente oración con la(s) opción(es) correcta(s).

La región petroquímica de Dock Sud se ubica en _____ área altamente sensible cuya calidad _____ aire ya está _____ comprometida con el medio ambiente.

01. una – en lo – bastante02. lo – de la – mucho04. un – del – muy08. ese – en el – bien16. ésta – con su – demasiado

DISCURSIVAS

Texto A

O retirante tem medo de se extraviar porque seu guia, o rio Capibaribe, cor-tou com o verão.

– Antes de sair de casa aprendi a ladainha das vilas que vou passar na minha longa descida. Sei que há muitas vilas grandes, cidades que elas são ditas sei que há simples arruados, sei que há vilas pequeninas, todas formando um rosário cujas contas fossem vilas, de que a estrada fosse a linha. Devo rezar tal rosário até o mar onde termina, saltando de conta em conta, passando de vila em vila.

Vejo agora: não é fácil seguir essa ladainha entre uma conta e outra conta, entre uma e outra ave-maria, há certas paragens brancas, de planta e bicho vazias, vazias até de donos, e onde o pé se descaminha. Não desejo emaranhar o fio de minha linha nem que se enrede no pêlo hirsuto desta caatinga. Pensei que seguindo o rio eu jamais me perderia: ele é o caminho mais certo, de todos o melhor guia. Mas como segui-lo agora que interrompeu a descida?

Vejo que o Capibaribe, como os rios lá de cima, é tão pobre que nem sempre pode cumprir sua sina e no verão também corta, com pernas que não caminham. Tenho que saber agora qual a verdadeira via entre essas que escancaradas frente a mim se multiplicam. Mas não vejo almas aqui, nem almas mortas nem vivas ouço somente à distância o que parece cantoria. Será novena de santo, será algum mês-de-Maria quem sabe até se uma festa ou uma dança não seria?

01) Leia os fragmentos de texto e faça o que se pede.

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Texto B

Capitulo XIII – Fuga

A vida na fazenda se tornara difícil. Sinha Vitória benzia-se tremendo, manejava o rosário, mexia os beiços rezando rezas desesperadas. Encolhido no banco do copiar, Fabiano espiava a catinga amarela, onde as folhas secas se pulve-rizavam, trituradas pelos redemoinhos, e os garranchos se torciam, negros, torrados. No céu azul as últimas arribações tinham desaparecido. Pouco a pouco os bichos se finavam, devorados pelo carrapato. E Fabiano resistia, pedindo a Deus um milagre.

Mas quando a fazenda se despovoou, viu que tudo estava perdido, combinou a viagem com a mulher, matou o bezerro morrinhento que possuíam, salgou a carne, largou-se com a família, sem se despedir do amo. Não poderia nunca liquidar aquela dívida exagerada. Só lhe restava jogar-se ao mundo, como negro fugido.

Saíram de madrugada. Sinha Vitória meteu o braço pelo buraco da parede e fechou a porta da frente com a taramela. Atravessaram o pátio, deixaram na escuridão o chiqueiro e o curral, vazios, de porteiras abertas, o carro de bois que apodrecia, os juazeiros. Ao passar junto às pedras onde os meninos atiravam cobras mortas, Sinha Vitória lembrou-se da cachorra Baleia, chorou, mas estava invisível e ninguém percebeu o choro.

Desceram a ladeira, atravessaram o rio seco, tomaram rumo para o sul. Com a fresca da madrugada, andaram bastante, em silêncio, quatro sombras no caminho estreito coberto de seixos miúdos - os meninos à frente, conduzindo trouxas de roupa, Sinha Vitória sob o baú de folha pintada e a cabaça de água, Fabiano atrás, de facão de rasto e faca

de ponta, a cuia pendurada por uma correia amarrada ao cinturão, o aió a tiracolo, a espingarda de pederneira num ombro, o saco da matalotagem no outro. Caminharam bem três léguas antes que a barra do nascente aparecesse Fizeram alto. E Fabiano depôs no chão parte da carga, olhou o céu, as mãos em pala na testa. Arrastara-se até ali na incerteza de que aquilo fosse realmente mudança. Retardara-se e re-preendera os meninos, que se adiantavam, aconselhara-os a poupar forças. A verdade é que não queria afastar-se da fazenda. A viagem parecia-lhe sem jeito, nem acreditava nela. Preparara-a lentamente, adiara-a, tornara a prepará-la, e só se resolvera a partir quando estava definitivamente perdido. Podia continuar a viver num cemitério? Nada o prendia àquela terra dura, acharia um lugar menos seco para enterrar-se. Era o que Fabiano dizia, pensando em coisas alheias: o chiqueiro e o curral, que precisavam conserto, o cavalo de fábrica, bom companheiro, a égua alazã, as catingueiras, as panelas de losna, as pedras da cozinha, a cama de varas. E os pés dele esmoreciam, as alpercatas calavam-se na escuridão. Seria necessário largar tudo? As alpercatas chiavam de novo no caminho coberto de seixos.

Agora Fabiano examinava o céu, a barra que tingia o nascente, e não queria convencer-se da realidade. Procurou distinguir qualquer coisa diferente da vermelhidão que todos os dias espiava, com o coração aos baques. As mãos grossas, por baixo da aba curva do chapéu, protegiam-lhe os olhos contra a claridade e tremiam.

Os braços penderam, desanimados.– Acabou-se.

a) Os rios citados nos textos são classificados como intermitentes. Com base em seus conhecimentos, apresente o nome das três bacias hidrográficas brasileiras onde este fenômeno é mais frequente.

b) Ambos os textos apresentados possuem uma abordagem temática em comum: o retirar-se. Há, porém, alguns pontos de divergência entre as obras, dentre eles o final de cada uma. Em um enunciado coerente de no máximo 5 linhas, explique onde reside essa divergência.

Moléculas ‘bolas de futebol’ estão no espaço

Astrônomos detectam pela primeira vez no espaço moléculas de carbono bastante peculiares chamadas Buckyball ou fulereno.

Elas são agora as maiores moléculas conhecidas existentes no espaço, compostas de 60 átomos de carbono arranjados em uma estrutura tridimensional esférica. Seus padrões alternados de hexágonos e pentágonos se encaixam como os de uma bola de futebol preta e branca.

Descoberta em laboratório pela primeira vez há 25 anos, ela se tornou um campo importante de pesquisa por possuir uma força única e propriedades físicas e químicas muito interessantes.

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Elas foram batizadas por sua semelhança com os domos feitos pelo arquiteto BuckminsterFuller, que possuem círculos interligados na superfície de uma esfera parcial. Entre as potenciais aplicações da Buckyball estão tecnologias de blindagem, entrega de medicação dentro do corpo humano e a construção de supercondutores.

Acreditava-se que estas moléculas voavam pelo espaço, mas elas nunca haviam sido detectadas – até hoje.Usando o Telescópio Espacial Spitzer, da Nasa, astrônomos liderados por Jan Cami, da Universidade do Oeste de Ontario,

no Canadá, e membro do Instituto SETI, detectaram as Buckyballs em uma nebulosa planetária chamada Tc 1.Apesar do nome, as nebulosas planetárias são restos de estrelas, que liberam as camadas de gás e poeira conforme

envelhecem. Com o espectrógrafo do Spitzer, os astrônomos analisaram a luz infravermelha da nebulosa.

Paula Rothman, de INFO Online sexta-feira, 23 de julho de 2010 –11h14min.(Disponível em: <http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/moleculas-bolas-de-futebol-estao-no-espaco-23072010-

18.shl>.)

02) Os fulerenos são a terceira forma mais estável do carbono, após o diamante e o grafite. Foram descobertos recente-mente (1985), tornando-se populares entre os químicos, tanto pela sua beleza estrutural quanto pela sua versatilidade para a síntese de novos compostos químicos.

A respeito do fulereno, responda às questões abaixo.

I. Esta forma alotrópica é diferente do diamante e da grafita. Se considerarmos uma molécula do C60, formada exclusi-vamente por átomo de C-12, qual a relação entre o número de prótons e de nêutrons? Demonstre matematicamente a sua resposta.

II. Diferencie, de maneira sucinta, isotopia e alotropia.III. Sabendo que o calor de combustão do fulereno é de aproximadamente 6150 kcal/mol, qual o calor liberado quando

ocorre a queima de 288 g desse alótropo do carbono?

INSTRUÇÕES

01. Administração 02. Agronomia64. Antropologia03. Arquitetura e Urbanismo65. Arquivologia54. Automação de Escritório e Secretaria-

do04. Biblioteconomia05. Ciências Biológicas06. Ciências Contábeis07. Ciências da Computação63. Ciência e Tecnologia Agroalimentar08. Ciências Econômicas50. Ciência Política09. Ciências Sociais59. Cinema57. Comunicação Social10. Design61. Design de Animação62. Design de Produtos49. Design Industrial11. Direito12. Educação Física46. Educação Artística – Artes Plásticas47. Educação Artística – Música13. Enfermagem

15. Engenharia Civil55. Engenharia da Computação16. Engenharia de Alimentos17. Engenharia de Aquicultura14. Engenharia de Controle e Automação

Industrial66. Engenharia de Energia18. Engenharia de Materiais70. Engenharia de Pesca19. Engenharia de Produção Civil20. Engenharia de Produção Elétrica21. Engenharia de Produção Mecânica22. Engenharia Elétrica67. Engenharia Eletrônica23. Engenharia Mecânica24. Engenharia Química25. Engenharia Sanitária – Ambiental26. Farmácia 27. Filosofia28. Física43. Fisioterapia51. Fonoaudiologia29. Geografia68. Geologia30. História31. Jornalismo

32. Letras33. Matemática34. Matemática e Computação Científica35. Medicina44. Medicina Veterinária45. Moda 69. Museologia36. Nutrição52. Oceanografia37. Odontologia38. Pedagogia39. Psicologia40. Química56. Relações Internacionais58. Secretariado Executivo41. Serviço Social42. Sistemas de Informação 48. Tecnologia Mecânica – Movelaria53. Turismo e Hotelaria60. Zootecnia99. Outros

44) Opção de Língua Estrangeira

00. Inglês11. Espanhol

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Tema 1

Recenseamento

Em 1940lá no morro começaram o recenseamentoE o agente recenseadoresmiuçou a minha vidaque foi um horrorE quando viu a minha mão sem aliançaencarou para a criançaque no chão dormiaE perguntou se meu moreno era decentese era do batente ou se era da folia

[...]

Fiquei pensando e comecei a descrevertudo, tudo de valorque meu Brasil me deuUm céu azul, um Pão de Açúcar sem fareloum pano verde e amareloTudo isso é meu!Tem feriado que pra mim vale fortunaa Retirada da Laguna vale um cabedal!Tem Pernambuco, tem São Paulo, tem Bahiaum conjunto de harmonia que não tem rivalTem Pernambuco, tem São Paulo, tem Bahiaum conjunto de harmonia que não tem rival

(Assis Valente)

Texto 2

REDAÇÃO

Senhor, posto que o Capitão-mor

desta Vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a notícia do acha-mento desta Vossa terra nova, que se agora nesta navegação achou, não deixarei de também dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que – para o bem contar e falar – o saiba pior que todos fazer!

[...]Esta terra, Senhor, parece-me

que, da ponta que mais contra o sul vimos, até à outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas de costa. [...]

Até agora não pudemos sa-ber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares fres-cos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque

neste tempo d’agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal ma-neira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!

Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. E que não houvesse mais do que ter Vossa Alteza aqui esta pou-sada para essa navegação de Calicute bastava. Quanto mais, disposição para se nela cumprir e fazer o que Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamen-to da nossa fé!

[...]Beijo as mãos de Vossa Al-

teza. Deste Porto Seguro, da Vossa

Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500.

(Pero Vaz de Caminha.)

Proposta

Dos hinos à carta de Pero Vaz de Caminha, além da literatura e da música, temos provas do amor do brasileiro ao País: seja ele uma Ilha de Vera Cruz ou ainda a Terra das Palmeiras. A partir das leituras acima, escreva uma declaração de amor ao Brasil. Sua declaração pode assumir a estrutura de uma carta, crônica ou manifesto.

Instruções

• Desenvolva seu texto na folha-rascunho.• Dê um título a sua redação.• Transcreva o texto, que deve ter no mínimo 20 linhas e no máximo 30 linhas, para a folha definitiva.• Use caneta esferográfica com tinta na cor azul ou preta. Sob hipótese alguma transcreva a redação a lápis, pois,

caso isso aconteça, será desconsiderada.• Evite rasuras e espaços vagos entre as palavras. Escreva com letra legível.• Não assine sua prova.• Escolha um dos temas a seguir para produzir sua redação. Bom trabalho!

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Texto 2

Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.

(Cora Coralina)

Texto 3

[...] Que minha solidão me sirva de companhia.que eu tenha a coragem de me enfrentar,que eu saiba ficar com o nadae mesmo assim me sentircomo se estivesse plena de tudo.

(Clarice Lispector)

Texto 4

Proposta

O estilo de vida solitário está em alta, mas conviver com a solidão – e saber tirar proveito dela – ainda é um desafio. Escreva sobre isso.

Tema 3

Texto 2

Texto 1

A loucura é expressão em grande escala de ca-racterísticas mentais existentes em todo ser humano. Conectar os estudos da mente com a abordagem da mente é tendência no país. Em diversas regiões do Brasil ocorrem palestras e outras formas de dis-cussão que reúnem cineastas e algum médico ou psicólogo, com a ideia de usar a produção cinema-tográfica nacional ou estrangeira para ajudar leigos e especialistas a compreender melhor os transtor-nos mentais. Filmes como: As Horas, Mr. Jones, O Aviador, Uma Mente Brilhante são exemplos de que a figura do louco sempre esteve presente nas telas de cinema.

(Folha de S. Paulo, 06 jul. 2010.)

Tema 2

Texto 1

Para o filófoso alemão Heidegger, "a solidão é condição original do ser humano e acompanha a pessoa do nascimento à morte". Já para John Donne, "nenhum homem é uma ilha completa em si mesma. Cada homem é um pedaço do continente, uma parte do todo. [...] A morte de qualquer homem me diminui, porque estou envolvido com a humanidade. Portanto, nunca mandes perguntar por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.

(Diário Catarinense, 02 nov. 2003.)

Proposta

De louco todo mundo tem um pouco. A partir da máxima popular, produza:

1. uma narrativa com os seguintes elementos:a) Personagem: um homem;b) Conflito: TOC (Transtorno obsessivo compulsivo);c) Espaço: um grande centro urbano.

2. uma dissertação.

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Tema 4

Texto 1

Ah, o tempo é o mágico de todas as traições... E os pró-prios olhos de cada um de nós padecem viciação de origem, defeitos com que cresceram e a que se afizeram, mais e mais. [...] Se, além de os utilizarem no manejo da magia, imitativa ou simpática, videntes serviam-se deles, como a bola de cristal, vislumbrando em seu campo esboços de futuros fatos, não será porque, através dos espelhos, parece que o tempo muda de direção e de velocidade?

(ROSA, João Guimarães. Primeiras Estórias – O Espelho, p. 114-115.)

Texto 2

Espelho

Por acaso, surpreendo-me no espelho:Quem é esse que me olha e é tão mais velho que eu? [...]Parece meu velho pai - que já morreu! [...]Nosso olhar duro interroga:"O que fizeste de mim?" Eu pai? Tu é que me invadiste.Lentamente, ruga a ruga... Que importa!Eu sou ainda aquele mesmo menino teimoso de sempreE os teus planos enfim lá se foram por terra,Mas sei que vi, um dia – a longa, a inútil guerra!Vi sorrir nesses cansados olhos um orgulho triste...

(Mário Quintana)

Texto 3

Proposta

Se o espelho transcendesse o rosto que reflete, como você gostaria de se ver daqui a vinte anos? Escreva uma crônica.

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