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13 junho 2019 Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRA Preço 0,50 c/ IVA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS BRAGA TAXA PAGA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Ano XCI – N.º 4475 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Celebração do Pentecostes e Crismas na Igreja Catedral A Festa do Pentecostes, origi- nariamente entre o povo judaico, Festa de acção de graças pela colheita de trigo na Palestina e celebração da Aliança no Monte Sinai (Dez Mandamen- tos), continuou a ser celebrada pelos cristãos como a Festa do Espírito Santo, dom de Deus à Sua Igreja. Página 5 Sagração da Igreja Catedral de Beja O monumento que chegou aos nossos dias provém dos tempos de D. Teotónio de Bragança, Arcebispo de Évora, entre 1578 e 1602, sendo então Beja a segunda cidade da Arquidiocese. Terminados os trabalhos, logo se procedeu à Sagração do Templo, em 14 de Julho de 1590, como forma de dinamizar a vida religiosa de Beja. Posteriormente, tem sofrido obras de beneficiação, conservação e restauro, principalmente ao longo do século XVII (retábulos de talha dourada e policroma, painéis pictóricos) e no tempo de D. José do Patrocínio Dias, que escolheu esta Igreja para instalar a Catedral, sob a invocação do Sagrado Coração de Jesus. Estas obras decorreram entre 1932 e 1937, e proporcionaram grandes remodelações interiores e exteriores, tendo-se procedido à dedicação desta Igreja como Catedral em 31 de Maio de 1946. Depois das Obras de Conservação realizadas em 1999- 1990 , sendo Pároco o Cónego Virgínio da Cunha Tribanas, nova intervenção geral entre finais de 2014 e Abril de 2016, contando na altura com o financiamento da Comunidade Europeia, integrado na Rota das Catedrais: substituição da cobertura, picagem e reboco de todas as paredes interiores e exteriores (com a necessária consolidação das abóbodas), construção de uma sala na parte superior, por detrás da Capela do Santíssimo, substituição dos pavimentos, Altar e Ambão, eletrificação, instalação sonora e bancada em madeira de castanho do Minho. D. João Marcos, Bispo de Beja, no dia 31 de Maio último, à hora da Missa Paroquial (18.30), presidiu à celebração da Eucaristia na Igreja Catedral, para assinalar a dedicação deste templo que continua a merecer a atenção de muitos turistas que visitam esta cidade. António Novais A Igreja deve a sua origem à vontade de Cristo e à obra do Espírito Santo, sem o qual não se teria lançado na realização do mandato de Cristo: “Ide e ensinai todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espí- rito Santo, ensinando-os a cum- prir tudo quanto Vos mandei”. Conforme é habitual, a celebração do Pentecostes centralizou-se principalmente na Sé Catedral de Beja, na qual o Senhor Bispo D. João Marcos, presidiu às cele- brações principais: Vigília de Pentecostes e, na tarde de Do- mingo, celebração do Sacramento do Crisma ou Confirmação. Fátima: Crianças transformaram o Santuário num «espetáculo de beleza» e foram convidadas a fazer uma «capelinha» Página 4

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Page 1: SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ ......e a fidelidade ao Evangelho e, citando as palavras do Papa Francisco, lembrou que “o tra-balho é uma necessidade, faz parte

13 de junho de 2019

13junho2019

Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRAPreço 0,50 • c/ IVA

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

BRAGATAXA PAGA

Autorizado pelos C.T.T.a circular em invólucrode plástico fechado.

AutorizaçãoN.º D.E.

DE00192009SNC/GSCCSAno XCI – N.º 4475

SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ

Celebração do Pentecostese Crismas na Igreja Catedral

A Festa do Pentecostes, origi-nariamente entre o povo judaico,Festa de acção de graças pelacolheita de trigo na Palestinae celebração da Aliança noMonte Sinai (Dez Mandamen-tos), continuou a ser celebradapelos cristãos como a Festa doEspírito Santo, dom de Deus àSua Igreja. Página 5

Sagração da IgrejaCatedral de Beja

O monumento que chegou aos nossos dias provém dos temposde D. Teotónio de Bragança, Arcebispo de Évora, entre 1578e 1602, sendo então Beja a segunda cidade da Arquidiocese.Terminados os trabalhos, logo se procedeu à Sagração doTemplo, em 14 de Julho de 1590, como forma de dinamizar avida religiosa de Beja.Posteriormente, tem sofrido obras de beneficiação,conservação e restauro, principalmente ao longo do séculoXVII (retábulos de talha dourada e policroma, painéispictóricos) e no tempo de D. José do Patrocínio Dias, queescolheu esta Igreja para instalar a Catedral, sob a invocação

do Sagrado Coração de Jesus. Estas obras decorreram entre1932 e 1937, e proporcionaram grandes remodelaçõesinteriores e exteriores, tendo-se procedido à dedicação destaIgreja como Catedral em 31 de Maio de 1946.Depois das Obras de Conservação realizadas em 1999-1990 , sendo Pároco o Cónego Virgínio da Cunha Tribanas,nova intervenção geral entre finais de 2014 e Abril de 2016,contando na altura com o financiamento da ComunidadeEuropeia, integrado na Rota das Catedrais: substituição dacobertura, picagem e reboco de todas as paredes interiores eexteriores (com a necessária consolidação das abóbodas),construção de uma sala na parte superior, por detrás da Capelado Santíssimo, substituição dos pavimentos, Altar e Ambão,eletrificação, instalação sonora e bancada em madeira decastanho do Minho.D. João Marcos, Bispo de Beja, no dia 31 de Maio último, àhora da Missa Paroquial (18.30), presidiu à celebração daEucaristia na Igreja Catedral, para assinalar a dedicação destetemplo que continua a merecer a atenção de muitos turistasque visitam esta cidade.

António Novais

A Igreja deve a sua origem àvontade de Cristo e à obra doEspírito Santo, sem o qual não seteria lançado na realização domandato de Cristo: “Ide e ensinaitodos os povos, baptizando-os emnome do Pai, do Filho e do Espí-rito Santo, ensinando-os a cum-prir tudo quanto Vos mandei”.Conforme é habitual, a celebração

do Pentecostes centralizou-seprincipalmente na Sé Catedral deBeja, na qual o Senhor Bispo D.João Marcos, presidiu às cele-brações principais: Vigília dePentecostes e, na tarde de Do-mingo, celebração do Sacramentodo Crisma ou Confirmação.

Fátima:Crianças

transformaramo Santuário

num «espetáculode beleza»

e foramconvidadas a

fazeruma

«capelinha»

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13 de junho de 2019SOCIEDADE2 – Notícias de Beja

SantoAntónio

Hoje, 13 de Junho, celebra-seum dos santos mais conhecidose venerados, Santo António deLisboa, terra onde nasceu noano de 1195.Segundo a tradição popular éum dos “santos casamentei-ros”, podendo também serinvocado para “recuperar osobjectos perdidos” e, princi-palmente em Portugal (Lisboa),nesta data, ei-lo como “aconse-lha” a animação popular ealguns casamentos católicos ecivis.Apesar da sua popularidade,sinto alguma tristeza quandovejo o santo “reduzido a estesnegócios”, ao saber que eleencontrou na fé a fortaleza paraa sua intensa atividade, sempreacompanhada das visitas aosantíssimo e de um grande amorà Virgem Maria. Nele encon-tramos um exemplo vivo dohomem que não se acomoda,antes vive a sua condição de

Editorial peregrino, sempre em marcha,livre em relação a todos erealizando na sua vida a palavraque anuncia, vaticínio e denún-cia de muitos comportamentosou atitudes.A sua vida não deixava indife-rente quem dele se aproximavae depressa alcançou a fama desanto, ao ponto da Igreja o tercanonizado antes de ter de-corrido um ano da sua morte,pelo papa Gregório IX, e foideclarado Doutor da Igreja peloPapa Pio XII.Enviado a pregar por diversascidades, obteve grande êxito naconversão dos hereges, porquenão se limitava aos interioresdas Igrejas mas, inclusive,pregava também nas praças emercados. Denunciou e com-bateu a usura, bem como outrosvícios que encontrava na socie-dade do seu tempo.Embora de Lisboa (para osportugueses) ou de Pádua (paraos italianos), prefiro olhá-locomo “um homem de Deus” que“favorece a comunhão” entretodos aqueles que, em qualquerdia do ano, nele põem o seuolhar, devendo mesmo tornar-se um “modelo de vida” em vezde um recurso para “perdidos eachados” ou para quem, can-sado de amar sem ser corres-pondido, pede a ajuda de SantoAntónio. Contudo, estou certode que o Santo sabe muito bemque ninguém é obrigado a amare, por isso, nunca obrigaráninguém a ajoelhar perantequaisquer pretensões semvergonha.

António Novais Pereira, Diretor

Comunicado Final

XVII Congresso Nacional da LOC/MTCSobre o lema “Dignificar o Tra-balho na Era Digital”, realizou-seem Fátima, nos dias 8 e 9 de Junhode 2019 o XVII Congresso Nacio-nal da Liga Operária Católica/Movimento de TrabalhadoresCristãos, que contou com apresença de cerca de 180 partici-pantes, entre militantes e convi-dados de diversas organizaçõeseclesiais e civis, nacionais einternacionais.Presidiu à Sessão de Abertura D.José Traquina, Bispo de San-tarém e membro do SecretariadoNacional do Apostolado dosLeigos e Família, que contoutambém com a presença do Sr.Presidente da Câmara Municipalde Ourém, Dr. Luís Albuquerque.D. José Traquina que sublinhoua importância da LOC/MTC edesafiou-nos a manter a corageme a fidelidade ao Evangelho e,citando as palavras do PapaFrancisco, lembrou que “o tra-balho é uma necessidade, fazparte do sentido da vida nestaterra, é caminho de maturação,desenvolvimento humano e reali-zação pessoal” e que o “verda-deiro objetivo deveria sersempre consentir uma vidadigna através do trabalho”(Laudato Si, 128) e salientouque muitos trabalhadores têmum salário que não chega paraterem uma vida condigna.Da imagem que as Equipas deBase e Diocesanas fizeram da vidados trabalhadores, recordamosque o que define o trabalho nãoé a máquina, mas a pessoa traba-lhadora. Destaca-se também adificuldade que muitas famílias

encontram em conciliar o trabalhocom a família. Por outro lado,apesar do risco de pobreza estara diminuir entre nós, pela reduçãodo desemprego, a pobreza per-siste mesmo entre trabalhadoresempregados: muitas empresasestão a fazer do salário mínimo osalário habitual e assim muitostrabalhadores não têm um salárioque permita ao seu agregadofamiliar viver dignamente.Para nos ajudar a descobrir sinaisde esperança e a aprofundar asrazões para o nosso compro-misso cívico e cristão, especial-mente neste mundo do trabalho,tivemos connosco o Dr. CarlosCosta Gomes, professor da Uni-versidade Católica do Porto queacentuou que os avanços tecno-lógicos continuam a crescer. Oimportante, no entanto, é que aspessoas continuem a ser pes-soas. Destacou ainda que talcomo Jesus Cristo afirmou emrelação ao sábado, também “atecnologia foi feita para o homeme não o homem para a tecno-logia”. Lembrou ainda que somoschamados a viver de acordo comos nossos valores e as nossascrenças e não de acordo comalgoritmos. A tecnologia segue alógica e não a felicidade e reali-zação pessoal, por isso se que-remos um mundo mais humanonão podemos deixar as decisõesnas mãos dos outros.Os trabalhos do Congressodecorreram em ambiente degrande alegria, seguindo o pro-grama estabelecido, destacando-se: a aprovação das Linhas deOrientação para o Movimento,

nos próximos três anos e a Eleiçãodos Coordenadores Nacionaispara o próximo triénio, tendo sidoeleitos Américo Monteiro, deBraga, para Coordenador Na-cional e Alice Marques, deAveiro, para Vice-Coordena-dora Nacional.O Congresso em documento quefoi resultado de todo um ano dereflexão e que agora se torna onosso compromisso de agir,aprovou as “Linhas de Orien-tação”, que pretendem estimulara vida e a fomentar a ação daLOC/MTC para os próximos trêsanos, a partir do lema “Dignificaro Trabalho na Era Digital”, ondese afirma que somos desafiadosa vencer o medo e a olhar o futurocom esperança.Foram ainda aprovados nesteCongresso duas Moções, umapela Paz e Justiça para todos osPovos e outra a assinalar os 100anos da OIT – Organização Inter-nacional do Trabalho – Cem anosde solidariedade 1919 – 2019, quereforçam o nosso compromissomilitante.Sabemos que a missão está paraalém das nossas forças, masacreditamos que se Deus, nosescolheu e chama, também noscapacita para a missão. Ani-mados e fortalecidos pelo Evan-gelho, renovamos neste Con-gresso o compromisso de ser-mos cooperadores de Deus naconstrução do seu Reino, peladignificação do Trabalho na EraDigital.

Fátima, 9 de Junho de 2019Equipa Executiva

Aos nossos assinantesQuase a meio do ano, verificamos com muitaalegria que a maioria dos prezados assinantesdo “Notícias de Beja” já têm as suas contas emdia, relativas a 2019.A todos a Direção do “Notícias de Beja”expressa louvor e gratidão. Igualmente agra-decemos, muito sensibilizados, as múltiplas

mensagens de felicitações e apreço que nos são endereçadas pela orientação eapresentação gráfica do nosso jornal. Estas constituem sempre reconfortanteestímulo para quem está ao leme deste “barco”, convencido da importância daimprensa de inspiração cristã na formação da opinião pública.Aproveitamos, também, o ensejo para renovar o apelo no sentido de seidentificarem devidamente quando fazem o pagamento por transferência bancária,ou seja, indicarem o nome da pessoa que paga e a sua residência, para melhorpodermos identificar.

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13 de junho de 2019

Nós somos o povo de Deus, somos as ovelhas do seu rebanho.

RELIGIÃO Notícias de Beja – 3

Solenidade daSantíssima Trindade

O nosso Domingo

Ano C16 de junho de 2019

Leitura dos Livros dos Provérbios

Eis o que diz a Sabedoria de Deus:«O Senhor me criou como primícias da sua actividade, antes dassuas obras mais antigas. Desde a eternidade fui formada, desde oprincípio, antes das origens da terra. Antes de existirem os abismose de brotarem as fontes das águas, já eu tinha sido concebida.Antes de se implantarem as montanhas e as colinas, já eu tinhanascido; ainda o Senhor não tinha feito a terra e os campos, nem osprimeiros elementos do mundo. Quando Ele consolidava os céus,eu estava presente; quando traçava sobre o abismo a linha dohorizonte, quando condensava as nuvens nas alturas, quandofortalecia as fontes dos abismos, quando impunha ao mar os seuslimites para que as águas não ultrapassassem o seu termo, quandolançava os fundamentos da terra, eu estava a seu lado comoarquitecto, cheia de júbilo, dia após dia, deleitando-me conti-nuamente na sua presença. Deleitava-me sobre a face da terra e asminhas delícias eram estar com os filhos dos homens».

I Leitura

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos RomanosIrmãos:Tendo sido justificados pela fé, estamos em paz com Deus, porNosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual temos acesso, na fé, a estagraça em que permanecemos e nos gloriamos, apoiados na esperançada glória de Deus. Mais ainda, gloriamo-nos nas nossas tribulações,porque sabemos que a tribulação produz a constância, a constânciaa virtude sólida, a virtude sólida a esperança. Ora a esperança nãoengana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos coraçõespelo Espírito Santo que nos foi dado.

Evangelho

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São JoãoNaquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tenho aindamuitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora.Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdadeplena; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiverouvido e vos anunciará o que está para vir. Ele Me glorificará, porquereceberá do que é meu e vo-lo anunciará.Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse que Ele receberá doque é meu e vo-lo anunciará».

Chamados à comunhão Trinitária

Jo 16, 12-15

Aleluia

Frei Pedro Padrr, O. C.

Rom 5, 1-5II Leitura

Salmo Responsarial Salmo 8, 4-9

«O Cordeiro será o seu pastore os conduzirá às fontes da águaviva»

“Antes das origens da terra, já existia a Sabedoria”

Prov 8, 22-31

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, ao Deus que é, que era e que há-de vir.

«Ora a esperança não engana,porque o amor de Deus foiderramado em nossos coraçõespelo Espírito Santo que nos foidado» (Rm 5,5).1– No domingo passado, com acelebração do Pentecostes, con-cluiu-se o Tempo Pascal. Con-cluiu-se, mas não acabou. Defacto, o dom do Espírito Santo,conferido no dia de Pentecostes,é o termo da missão de Jesus.Termo, não no sentido de encerra-mento, mas de finalidade, de meta.A meta da Páscoa, o fim ouintento da Paixão, morte e ressur-reição de Cristo é o envio doEspírito Santo, que é dado aosseus discípulos, que nele creem,para que possam participar davida e da missão de Jesus, da suaPáscoa, dele sendo testemunhas,antes de mais, na própria vida e,consequentemente, diante detodos, daqueles com quem viveme daqueles a quem forem envia-dos. O Pentecostes assinala,pois, o termo da Páscoa: o nasci-mento da Igreja e da sua missãoaté aos confins da terra pelo domdo Espírito Santo. Mas com odom do Espírito Santo, recebidopor todo aquele que crê no nomedo Senhor Jesus e O invoca,inicia-se a Páscoa no nosso dia adia, a Páscoa da nossa vida.Desta forma, pelo dom do EspíritoSanto, o tempo, a história e ouniverso ficam grávidos de Cris-to e a sua Páscoa vai-se repetindo,domingo após domingo, na Euca-ristia, e renovando, dia após dia,na nossa vida.Esta compreensão do tempocomo ressonância da Páscoa deCristo, é bem patente nas festasque se celebram a seguir aoPentecostes, todas elas um des-dobramento do Tempo Pascal: aSantíssima Trindade, o Corpo deDeus e o Sagrado Coração deJesus.O que é próprio do Tempo Pascal,é que nele, em vez de ser pro-posto algum mistério da nossa fé(como na Quaresma), nós somoschamados antes a saborear, aviver, a amar, a aprofundar e

«Tudo o que o Pai tem é meu.O Espírito receberá do que é meu, para vo-lo anunciar»

ENTRADAPai, Filho, Espírito Santo – A. Cartageno, CECII, 162,ou: Ao Senhor do Universo, F. Silva,As crianças louvam o Senhor, 65,ou: Eu caminharei (Glória ao Pai…), popular

Sugestões de Cânticos

SALMO RESPONSORIALComo sois grande em toda a terra – M. Luis , SR,332

COMUNHÃORecebestes um Espírito, C. Silva, CEC II, 163ou: Felizes os convidados (O eterno Pai), M.Luis, CEC II, 169

cf. Ap 1, 8

difundir a glória e a beleza tãoantiga e sempre tão nova, donosso batismo, da fé que nelerecebemos e nos dá a vida eterna.Ora a vida eterna nada mais é doque participar da vida divina, davida que o Pai tem com o Filho eo Espírito Santo, vida esta quenos foi comunicada no batismo eque desde então está presente eatuante em nós e, através de nós,na nossa vida.Por isso, a Santíssima Trindadenão nos é proposta neste do-mingo, primariamente como ummistério a acreditar e a confessar(como no batismo), muito menoscomo um problema a explicar, mascomo uma vida a aprofundar, asaborear, a viver, a amar e adifundir.2– Antes de mais, na primeiraleitura, do livro dos Provérbios,somos chamados a saborear aalegria eterna e inesgotável deDeus: o amor, a misericórdia e acondescendência que Ele tempara connosco, ao dar-nos a suaSabedoria, o seu amado FilhoJesus, e o seu Espírito, pelo qualEle vive em nós e nós podemosviver com Ele: «Desde a eterni-dade fui formada, antes dasorigens, eu estava a seu lado,como arquiteto, cheia de júbilo,deleitando-me continuamente nasua presença. Deleitava-me naface da terra e as minhas delíciaseram estar com os filhos doshomens». Como é bom estar emCristo! Participar das suas delí-cias, saborear o júbilo de estarcom Ele, junto do Pai, vivendo jáaqui sobre a terra a eternidade,enchendo-nos do júbilo de for-marmos uma comunhão fraterna,no seio da Igreja, com todos oshomens nos quais podemosreconhecer, amar e servir o pró-prio Cristo.S. Paulo, na carta aos Romanos,mostra como esta vida nova,fonte de graça, nos enche de paze de esperança na expectativa daglória final, porque mesmo nomeio dos sofrimentos e dastribulações da vida, o EspíritoSanto já nos faz participar da vidade Cristo e saborear o amor deDeus, por Ele derramado nos

nossos corações, o único amorque não engana. Se já é assim nomeio das tribulações, o que nãoserá no céu?Por último, o Senhor no Evan-gelho, assegura-nos a vinda e apresença do Espírito Santo, paranos guiar ao longo de todos oscaminhos da nossa vida, até nosintroduzir na Verdade plena, avida eterna junto de Deus. É Eleque nos ensina a viver comofilhos de Deus e irmãos uns dosoutros e nos comunica e trans-mite a vida divina, o amor deDeus, ou melhor, o Deus amor: oamor do Pai, a sua ternura emisericórdia; a graça do Filho, asua humildade, compaixão, obe-diência e serviço; a comunhão dopróprio Espírito Santo, que nosimpele a tudo partilhar com osirmãos: os bens, a fé e a própriavida, estendendo a todos oshomens este mesmo amor epartilha, em particular aos maisnecessitados e aos mais afas-tados. Tudo isto, não de umaforma pesada, ansiosa, disper-sante, mas como fonte semprerenovada de comunhão comDeus e com os irmãos.3– Ser cristão é ser outro Cristo,é ser Igreja, na unidade da Santís-sima Trindade. Esta é a nossa fé,a fé que recebemos no nossobatismo, o dom precioso queDeus nos deu, a vida eterna, quenos gloriamos de professar emCristo Jesus, nosso Senhor.Fazemo-lo diante de todas aspessoas. Pois somos suas teste-munhas. Façamo-lo com alegriae amor, para que todos sintam odesejo de se acercar desta fontede vida, que nos é dada nobatismo e tão generosamentecomunicada na Eucaristia, paraque participando de dons tãosublimes, também eles possamter a verdadeira vida, tornando-se eles mesmo fontes vivas deágua que jorra para a vida eterna.E eles e nós, todos juntos, gratosa Deus pela sua infinita mise-ricórdia, possamos exclamarnuma só voz: «Glória ao Pai e aoFilho e ao Espírito Santo, comoera no princípio, agora e sempre.Ámen».

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13 de junho de 2019IGREJA4 – Notícias de Beja

Fátima: Crianças transformaram oSantuário num «espetáculo de beleza» e

foram convidadas a fazer uma «capelinha»No dia 10 de Junho, 25 mil crianças de quase todas as dioceses dePortugal participaram na Peregrinação Nacional à Cova da Iria

O presidente da PeregrinaçãoNacional das Crianças a Fátima,D. Armando Esteves Domin-gues, convidou os partici-pantes a fazer um “cantinho daoração” em cada casa, cons-truindo um “espaço especial”,como é a Capelinha no recintodo Santuário.“Precisamos de um espaçoespecial, como é esta Cape-linha, para rezar nas nossascasas”, disse o bispo auxiliar doPorto na homilia da Missa, norecinto de oração preenchidocom grupos de crianças de todoo país.Há mais de 40 anos que oSantuário de Fátima convida ascrianças para uma peregrinaçãopensada especificamente paraos mais novos, no dia 10 dejunho de cada ano, desta vezmobilizadas pelo lema ‘Façamaqui uma capela’, no contextodo centenário da construção daCapelinha das Aparições.A Peregrinação das Crianças aoSantuário de Fátima foi pre-parada ao longo do mês demaio, com uma proposta dedescoberta da “identidadeperegrina cristã” através damontagem de uma mochila e derecortes, em papel, com osquatro mantimentos e suportesessenciais a uma peregrinação:“A água, o pão, um mapa e o

bordão, símbolos do Batismo,da Eucaristia, da Palavra deDeus e da disponibilidade decoração”.Na homilia da Missa, D. Ar-mando Esteves Dominguesconvidou cada criança a “tor-nar mais belo o cantinho daoração” em cada casa e, casoainda não exista, que seja feito“como se fosse uma pequenacapela, como Nossa Senhorapediu”.“Não são precisas pedras, nemtelhas, nem ferro. Basta osquatro pilares: aprender, seramigos e partilhar, assíduos àcomunhão do pão e do vinho,do Corpo e Sangue de Cristo, eà oração. Pilares fáceis paraesse cantinho, para que lembresempre esta vossa peregri-nação, 100 anos após o pe-dido de Nossa Senhora paraque se construísse esta ca-pela”, afirmou.No fim da celebração, as crian-ças peregrinas ao Santuário deFátima receberam o terço “Azi-nheira Santuário de Fátima” eforam convidadas, para alémda oração do terço, a partilharuma fotografia na rede socialInstagram.Dirigindo-se às crianças pre-sentes, antes de terminar aMissa, o bispo de Leiria-Fátimalembrou esse pedido de oração

e pediu a cada uma para “rezarpela paz no mundo, nas famíliase entre todos os povos”.D. António Marto dirigiu umasaudação de “carinho, afeto e deamizade” a cada uma das crian-ças presentes, afirmando que orecinto do Santuário de Fátimase transformou, neste dia, num“espetáculo de beleza”.“Trouxestes muito encanto,muita beleza e muita alegria,que só vós sois capazes detrazer”, disse o cardeal D.António Marto.Para além das cores formadaspelos vários grupos de criançaspresentes, o bispo de Leiria-Fátima lembrou que a maiorbeleza é “cada um e cadauma”.“Vós sois um espetáculo debeleza”, disse D. AntónioMarto.“Há um espetáculo de belezaque não se vê e está dentrode vós: a beleza do vossoamor filiar a Nossa Senhora edo amor fraterno entre to-dos”, acrescentou.De acordo com o Santuário deFátima, estiveram nesta pere-grinação 25 mil crianças damaioria das dioceses de Por-tugal, participada por 150 milpessoas e 102 sacerdotes.

PRFonte: Agência Ecclesia

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13 de junho de 2019 Notícias de Beja – 5DIOCESE

Celebração do Pentecostes e Crismas na Igreja Catedral

VIGÍLIADE PENTECOSTES

Na noite de 08 de junho (apartir das vinte e uma horase trinta minutos), sob a Pre-sidência de D. João Marcos,Bispo de Beja, teve início acelebração da Eucaristia daVigília de Pentecostes, tempopara a escuta demorada daPalavra de Deus, conformeproposta oficial da Igreja.Nela participaram cerca decento e cinquenta fiéis.Quando os cristãos resistemà tentação da dispersão e sereúnem com o seu Bispo e/ou para a celebração damesma Eucaristia, dão umtestemunho vivo de que são

uma Igreja de confirmados nafé ou, o mesmo é dizer, umaIgreja disponível para quenela se realize a obra doEspírito Santo.No espaçoso templo, comespaços disponíveis paramuitos mais fiéis, houveverdadeiramente Vigília dePentecostes, cujos frutos semanifestarão num tempo quesó Deus conhece.

FESTA DO PAI NOSSO

No Domingo, nove de junho,a partir das onze horas e trintaminutos, na Missa da comu-nidade de Santiago Maior(Sé), decorreu a celebraçãoda Festa do Pai Nosso de

um grupo de crianças do 1ºano de Catequese que, em-bora reduzido em número, ésinal de esperança para todosquantos, no Espírito, cha-mamos a Deus “Pai Nosso”.

CELEBRAÇÃO DECRISMAS

Com a Igreja repleta de fiéis,a partir das dezassete horas,teve início a celebração daEucaristia, presidida peloSenhor Bispo, D. João Mar-cos, e concelebrada por novePadres.Nesta celebração, digna doDia de Pentecostes, foramcrismados setenta e seisfiéis, com idades, compre-endidas entre os quinze e osoitenta e três anos de idade,provenientes de diferentesParóquias: Alfundão (1), Cuba (5), Garvão (3), Messejana (2), Odemira(4), Ourique (15), Santís-simo Salvador de Beja (6), Santa Clara do Loure-do (1), Santiago Maior (16), S. João Baptis-ta (21), e Vila Nova daBaronia (2). De referir quevinte e um crismados são dosexo masculino e cinquentae cinco do sexo feminino.Pelo que observamos, paraalém da preparação próximada celebração, é indispen-

sável a preparação demo-rada dos crismandos, pelacatequese e celebração da fé,ao longo de vários meses ouanos. Começa-se a prepa-ração, normalmente, por dife-rentes motivos mas, quandolevada a sério e sem pressa,no final, há idênticas vivên-cias ou expressões do que denovo aconteceu: disponibi-lidade e abertura ao mistériocelebrado, silêncio interior eexterior, emoção, alegria pelacelebração desta etapa, sinalde que se está iniciado navida cristã, paz, compre-ensão, bondade e vontade decontinuar a contar com aIgreja para alimentar e cele-brar a fé cristã.Apesar do número dos cris-mandos (76), a celebração

decorreu com total nor-malidade e num tempo infe-rior ao que alguns, possi-velmente, esperariam, tendoterminado às 19 horas. Parabéns aos agora Cris-mados, pelo desafio queaceitaram em preparar de-moradamente este dia. Ascomunidades cristãs alegram-se com todos e desejam queos dons do Espírito Santocontinuem a frutificar abun-dantemente na vida de cadaum. Para que tal aconteça,será necessário provocar, nofuturo próximo, ocasiões deencontro nos espaços daIgreja, sem esquecer que areunião por excelência é acelebração da Eucaristia.

Novais Pereira

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13 de junho de 2019SOCIEDADE6 – Notícias de Beja

Junho, mês dos Santos Populares

Exercícios de ventriloquismo

Sílvio Couto

Pasme-se: o que temos ouvido evisto, por estes dias, soa aexercício razoável de ventri-loquismo, isto é, figuras públicas/políticas dizem tudo e o seucontrário com a mesma sere-nidade com que se pretendevender o produto que anunciamna ‘feira’ das promoções, reti-rando custos e concedendobenesses ao maior número pos-sível e talvez imaginário.Exemplos: o que se passa na áreados transportes – promovem-sepasses sociais a baixo custo,enquanto são retirados assentosnos comboios e nos barcos para

que haja mais espaço à custa demenor qualidade.Tenta-se dar mais espaço àsquestões de saúde, mas osprofissionais (médicos e enfer-meiros) não veem crescer a remu-neração nem o reconhecimento…passado, presente e futuro.A transportadora aérea nacionaldá prejuízo, em relação ao anotransato de cem milhões de eu-ros, e distribuem-se prémios demilhares por quase duas cen-tenas de ‘dedicados/as’ funcio-nários/as, sendo alguns atéfamiliares – coincidência apenas!– de autarcas e outros afins àgovernança em maré de quasefim-de-feira…Pior ainda é ver a voz embargadacom que certos titulares de car-gos públicos vem pedir ‘des-culpa’ pela incapacidade demelhorar as condições, quandoainda há dias celebraram asvitórias ‘poucochinhas’, masaltissonantes em matéria deganhos e de sonhos…

= Confesso a minha admiraçãopela arte de ventriloquismo emque a mesma pessoa faz (ou podefazer) várias vozes sem nos

apercebermos como o conse-gue… tal a destreza e a habi-lidade. No entanto, com a comu-nicação de imagem em proxi-midade – dos nossos dias – o‘artista’ corre o risco de ser,inadvertidamente, denunciado epodendo perigar a sua capa-cidade de impressionar. Ora, nostempos mais recentes, parece queisso tem vindo a ser potenciadocom mais artimanha, pois oscomunicadores políticos con-seguem enganar ainda melhorcom os jogos de câmaras, deartifícios e de registos…dado quenem sabemos se isso que é ditoacontece ‘em direto’ ou, se porser tão bem feito, a mensagem jánão interessa, mas todos se fixamem quem diz ou faz a mais singularpatranha…convictamente.Admito que esta nova fase deventriloquismo nacional está asuperar o espetáculo até agoraconseguido. As massas corrematrás do ventríloquo mor, presaspelas ‘contas certas’ e arre-gimentadas para uma vitória quese anuncia muito mais con-vincente do que as impressões

dos melhores tratadores da bola-no-pé, onde sobressai o nossomelhor e mais premiado jogador.Que essa voz arrasta, seduz econvence até os mais resistentes,isso é facto. Bastou colocar umoutro ventríloquo a concorrer àseleições europeias e o fascínio foicativante. Tal como o ventríloquoartista não mostra os dentes,assim quem foi colocado a can-didato fez o mesmo papel… e foiplebiscitado com grande su-cesso, auspiciando, desde logo,idêntica maré no início do quartotrimestre do ano em curso…

= Não se julgue que não háidênticos tiques na maior partedos campos de atividade social,cultural, desportiva e mesmoreligiosa. Quantas vezes osventríloquos vão imitando asvozes, não sendo fácil distinguirentre os originais e as cópias.Quantas vezes se torna difícilperceber que estamos a serludibriados por habilidosos bempreparados para nos levarem aescolher o que não queríamos.Quantos andam por aí, fazendo-

se passar por quem não são, atése descobrir as malfeitorias(quase) irreversíveis.De pouco adiantará inventarem‘polígrafos’ que detetam men-tiras, se estas estão, desde logofundadas sobre princípios fala-ciosos e são avaliadas comcritérios falseados. Por agoravamos vivendo ao sabor deexercícios mais ou menos con-vencionais de ventríloquos quedão sorte ao espetáculo. Mas,um dia, se há de perceber que,afinal, esses bonecos articuladoseram mesmo marionetas de umprocesso bem mais abrangente,mas que só se descobrirá tardede mais que o logro tem custosmuito altos e teremos de pagartodos os erros de alguns maisespertos. De facto, custa a crerque, tanto tempo depois, aindahaja quem conte mais com a suaesperteza e menospreze a inte-ligência alheia… Assim, não!Tentemos ler tanto daquilo quenos acontece, por agora, dentrodeste quadro de ventriloquismonacional mais básico, ardiloso eemocional e muito se perceberáem breve!

António Aparício

«No dia treze de junho, / SantoAntónio se demove, / S. João avinte e quatro, / S. Pedro, a vintee nove», é assim que a tradiçãode Alvoco, a minha terra natal,situa, no tempo, os três santospopulares. S. Paulo não temlugar, nem vez, nem voz. E con-tinua a tradição: «No altar deSanto António, / Nascem floresamarelas, / Santo António foi aoCéu / A pedir pelas donzelas».«Eu hei-de ir a Santo António, /De joelhos pelo chão ; / Ósantinho da minha alma, / Des-pachai-me a petição». E muitasoutras mais. Santo Antónionasceu em Lisboa, perto da Sé,no ano de 1195. Aos 17 anosentrou no convento de S. Vicentede Fora, dos Cónegos Regrantesde Santo Agostinho. Daí passoupara o mosteiro de Santa Cruz deCoimbra, continuando os seusestudos. Passaram por ali, pri-meiro vivos e depois mortos,cinco frades franciscanos, queforam martirizados em Marrocos.Impressionado, quis entrar naOrdem Franciscana, para tambémdar a vida pelo amor de Cristo.

Adoecendo gravemente em Mar-rocos, foi reenviado para Por-tugal, mas uma grande tem-pestade levou-o para a Itália,onde se revelou como um grandeorador sagrado. Milhares depessoas acorriam para escutar asua palavra quente e arreba-tadora, apoiada por muitos mila-gres. Em Rimini, como os heregesse recusaram a escutá-lo, anun-ciou que ia pregar aos peixes.Milhares de peixes o ouviram,com as cabeças fora da água,para vergonha e confusão dos

hereges. Esta outra cena que voucontar, está desenhada em frescono teto da capela-mor do Pa-tronato de Santo António, emBeja, e na capela de Santo Antó-nio de Alvito. Na discussão comum herege, disse-lhe que a suamula, era mais crente que o seudono. Combinaram não dar ali-mento ao animal, durante trêsdias. No terceiro, montou-se umaltar numa das praças principaisda cidade, com a assistência demilhares de pessoas. Santo Antó-nio traz o Santíssimo Sacramento,

depois de uma noite de oração,com todo o convento. Logodepois, o herege traz a mula,colocando-a do lado do altar,junto ao cesto de erva fresca. Poisa mula antes de comer, dobrou aspatas dianteiras, e adorou, pormomentos, Jesus Eucaristia.Muitos hereges se converteramperante tal prodígio.«A vinte e quanto de Junho, /Nasceu uma linda flor; / Era S.João Baptista, / Primo de NossoSenhor. / «Fui ao S. João deTazem, / Pedir-lhe que me casas-se; / O Santo me respondeu: /Que era nova, que esperasse».«S João me prometeu / De medar um cravo branco; / E deu-me um vermelhinho, / Olha omilagre do Santo!». É impres-sionante o encanto e amor queexistia entre Jesus e o Precursor.Os primeiros discípulos de Jesus,André e João, eram discípulos doBatista. (Jo 1,35) Quando os seusdiscípulos lhe vieram dizer queJesus andava a batiza, João diz-lhes com convicção: «Importaque Ele cresça e eu diminua» (Jo3,30). Na disputa com os fariseus,Jesus faz o mais belo elogio deJoão: «Era uma lâmpada queardia e brilhava» (Jo 5,35) Ardia

para si e brilhava para os demais.Eis o que deve ser o discípulo deJesus. Glória ao Precursor deJesus no nascimento, na pre-gação e na morte.«S. Pedro é pescador, / Na praiados filisteus; / Pensou que pes-cava peixe, / Pescou almas paraDeus»./ «Se S. Pedro não ne-gasse / A Cristo como negou, / Ogalo lhe cantaria, / Melhor doque não cantou». / «Ó ApóstoloS. Pedro, / Que tendes na mão,que luz? / - A petição dasdonzelas, /Despachada por Je-sus». Na minha terra é S. Pedro oSanto casamenteiro. O ApóstoloPedro é bem o exemplo da forçatransformadora e curadora quevem de Jesus. Homem rude,sincero, leal, frágil, ao contatocom o Mestre, aprendeu a sermestre da misericórdia, a sercordeiro para apascentar os«cordeiros e as ovelhas deJesus». Jesus lembra-lhe na praiado mar da Galileia, a grande regrade oiro para o exercício do minis-tério e do trabalho eclesial: amas?Então podes ser Padre, cate-quista, animador de jovens epodes exercer todo o serviçoeclesial. Vê isto em João 21,15-19.

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13 de junho de 2019

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13junho

2019

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Editado emPortugal

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RegistoN.º 102 028

Tiragem1.500

REGIONAL Notícias de Beja – 7

Bom humorBom humorBom humorBom humorBom humorCruzeiro em risco

O casal está prestes a embarcar no cruzeiro.O homem olha para a mulher, que vem carregada de malas e diz:- Devias ter trazido era o piano...- Deves achar que tens muita piada!- Não, a sério... É que deixei os bilhetes em cima dele...

Não tenho roloVai um homem à caça com a sua sogra. Já na mata, e de repente, umurso sai de um arbusto e ataca violentamente a respectiva sogra.Esta gritava desesperadamente:- Dispara!... Dispara!...- Não tenho rolo! - gritou o genro...

Se eu soubesseA esposa diz para o marido:- Se eu soubesse que você era tão pobre, nem teria casado contigo!Ao que o marido responde: - Mas não foi por falta de aviso! Eusempre te disse: TU ÉS TUDO O QUE TENHO!

Espetáculo com ventríloquoUm ventríloquo está a fazer o seu número, com o seu boneco demadeira ao seu colo. O seu reportório para o espectáculo incidemaioritariamente sobre a burrice das loiras. A dada altura, uma loiralevanta-se no meio da audiência e desata a berrar: - Já estou fartadisto! Já ouvi piadas que cheguem a denegrir as loiras! O senhor éum idiota! O que é que o faz pensar que pode estereotipar as mulheresdessa maneira? São homens como você que impedem que mulherescomo nós sejam respeitadas! É por sua causa e por causa daspessoas da sua laia que esta discriminação se perpetua!O ventríloquo fica embaraçado e tenta desculpar-se:- Mas, minha senhora... isto é só um espectáculo...- O senhor não se meta que eu não estou a falar consigo! Estou afalar com esse rapazinho que está sentado ao seu colo!

Atividade operacional semanalO Comando Territorial de Bejalevou a efeito um conjunto deoperações, no distrito de Beja, nasemana de 3 a 9 de junho, quevisaram a prevenção e o combateà criminalidade violenta, fisca-lização rodoviária, entre outras,registando-se os seguintes da-dos operacionais: 1. Detenções: Dez detidos em fla-grante delito, destacando-se:seis por condução sob o efeitodo álcool; dois por tráfico deestupefacientes. 2. Apreensões: 660 doses decocaína; 300 doses de heroína;dez doses de haxixe; cinco veí-culos; quatro armas de pressãode ar; uma arma de réplica de armade fogo; sete munições; ummotociclo de alta cilindrada;

quatro telemóveis; 105 euros emnumerário.

3. Trânsito:Fiscalização: 296 infrações dete-tadas, destacando-se: 72 porexcesso de velocidade; 31 por

PSP - SUMULA SEMANALO Comando Distrital de Beja daPSP (CD Beja), no âmbito dassuas competências de prevençãoe combate permanente à práticade ilícitos criminais e contra-ordenacionais, entre 31MAI2019e 06JUN2019, na sua área de ju-risdição, registou e destaca os se-guintes resultados operacionais:Operações de Fiscalização: 1Operação de Fiscalização Ro-doviária, em Beja, com recurso aRadar, que contabilizou 2237

veículos controlados, com adeteção de 9 infrações e 15Operações de FiscalizaçãoRodoviária, enquadradas naAtividade Operacional do CDBeja e no Plano Nacional deFiscalização, que contabi-lizaram: 268 Veículos fiscali-zados; 277 Condutores sub-metidos ao teste de alcoolemia;46 Infrações detetadas.Acidentes rodoviários: Em Beja,registo de 7 acidentes rodo-

viários, dos quais resultaram 1ferido leve e danos materiais.Ações preventivas/de sensibi-lização e outras: O Núcleo deArmas e Explosivos do CD Beja,nas suas instalações e tambématravés do seu Balcão de Aten-dimento Não Permanente, rea-lizado esta semana no Municípiode Ourique, procedeu à recolhade 18 armas de fogo de caça e 1de defesa pessoal, perdidas afavor do Estado.

infrações relacionadas com tacó-grafos; 15 por falta de inspeçãoperiódica obrigatória; 14 rela-cionadas com iluminação/sina-lização; 15 por falta ou incorretautilização do cinto de segurançae/ou sistema de retenção paracrianças; 12 por condução comtaxa de álcool no sangue superiorao permitido por lei; dez porinfrações relacionadas com ex-cesso e acondicionamento decarga.Sinistralidade: 32 acidentesregistados, resultando: um feridograve; quatro feridos leves. 4.Fiscalização Geral: 12 autosde contraordenação: oito noâmbito da legislação policial;quatro no âmbito da legislaçãoda proteção da natureza e doambiente.

Câmara leva Idosos de Mértola a navegar na Ria FormosaA Câmara Municipal de Mértola promove nos dias27 e 28 de junho um passeio de barco pela RiaFormosa, com início em Olhão, destinado aosreformados, pensionistas e idosos do concelho.No dia 27 o passeio destina-se aos residentes nasfreguesias de Alcaria Ruiva, S. João do Caldeireirose União de Freguesias. No dia seguinte é a vez dosresidentes nas freguesias de Corte do Pinto, EspíritoSanto, Mértola e Santana de Cambas.A viagem de barco e o almoço convívio têm comoobjetivo proporcionar um dia diferente, com muitaanimação, assim como dar a conhecer uma das zonas

mais bonitas do Algarve.As inscrições decorrem até dia 13 de junho, na juntade freguesia da área de residência.

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13 de junho de 2019ÚLTIMA PÁGINA

Publicações: Exortação apostólica do Papa dedicada aosjovens é uma das propostas da Feira do Livro de Lisboa

A Paulinas Editora promoveu umdebate na Feira do Livro, emLisboa, sobre a exortação apos-tólica Pós-Sinodal ‘Cristo Vive’,publicada pelo Papa Francisco apropósito do Sínodo dos Bisposdedicado aos jovens.Na iniciativa desta segunda-feira,10 de junho, acompanhada pelaAgência ECCLESIA, destaquepara a presença dos três jovensque representaram Portugal nareunião que antecedeu o Sínododos Bispos sobre a Igreja Cató-lica e as novas gerações, e quedecorreu entre 19 e 24 de marçodeste ano.Tomás Virtuoso, formado emEconomia e ligado a projetoscomo as Equipas Jovens deNossa Senhora e a iniciativa‘Faith’s Night Out’, consideraque a exortação apostólica Pós-Sinodal ‘Cristo Vive’ veio au-mentar a “responsabilidade” ecolocar “a fasquia alta” a todosquantos trabalham na área dapastoral juvenil em Portugal.Sobretudo tendo em conta ofacto de o documento aparecernuma altura em que faltam “trêsanos até às jornadas mundiais dajuventude em Portugal”.“Se calhar é preciso repensaralgumas coisas que fazemos atéhoje (…) para poder mudar aquiloque pode ser mudado e manteraquilo que tem que ser mantido”,aponta o jovem de 25 anos.Sobre o conteúdo do documentodo Papa, Tomás Virtuoso subli-nha o empenho da Igreja Católicaem querer “ouvir mais os jovense dar mais espaço aos jovens”,sem os “infantilizar” ou “vitimar”.Mas recorda que a Igreja Católica,com este caminho sinodal, tam-bém vem “exigir mais dos jovens”e “pôr e medida mais alta” no quetoca à participação das novasgerações dentro das estruturaseclesiais.“Somos necessários, claro que épreciso depois que venha acabeça da Igreja, que venha o

Papa dizer algumas coisas clarasque também nos ajudem a ter umcaminho bem definido, mas otrabalho que fizemos até aqui évalidado pelo Papa nesta exor-tação”, completou.Publicada a 2 de abril deste ano,a exortação apostólica pós-sinodal ‘Cristo Vive’ veio nasequência do Sínodo dos Bisposque a Igreja Católica dedicou aotema ‘Os jovens, a fé e o discer-nimento vocacional’, e que de-correu entre 3 e 28 de outubro de2018.No documento, o Papa pede aDeus “que liberte a Igreja da-queles que a querem envelhecer”,para que esteja mais presente eatenta aos dramas que afligem asgerações deste tempo, como odesemprego ou a precariedadelaboral, e sublinha a respon-sabilidade da Igreja em ajudar osjovens a descobrirem “aquilo queJesus quer” de cada um deles.A questão vocacional é um dospontos mais importantes daexortação, com Francisco a apelara um trabalho mais de conjuntoentre todos os setores da Igreja..Para Joana Serôdio, de 31 anos,que também esteve no encontrode preparação do Sínodo dosJovens em Roma, esta exortaçãoapostólica segue a “linha con-

dutora” que marcou os trabalhosem outubro de 2018 e que agoraprecisa de “continuidade”.No que toca à Pastoral Juvenilem Portugal, a jovem consideraque o documento desafia a fazer“de uma vez por todas o mesmocaminho juntos”.“Não serem setores separadosdentro de uma só Igreja que nóssomos mas de haver até umacerta comunhão e uma maiorsinodalidade entre todos”, sus-tentou Joana Serôdio, que integraatualmente a equipa do Depar-tamento Nacional da PastoralJuvenil.No debate desta segunda-feira,na Feira do Livro, em Lisboa,promovido pela Paulinas Editora,participou também Rui Teixeira,de 31 anos.Para o jovem docente univer-sitário, médico de formação, aexortação apostólica pós-sinodal‘Cristo Vive’, do Papa Francisco,“pode ser um marco”, por todo otrabalho de reflexão que implicoudentro da Igreja Católica, feito emconjunto com os jovens.“Este documento é como que otroféu do fim a dizer que real-mente fizemos este caminho, estecaminho interessa a todos e podeinteressar ainda mais e impactara forma como a Igreja trabalhacom os jovens a muitos níveis”,defendeu o jovem oriundo deSetúbal.A Exortação Apostólica Pós-Sinodal «Christus Vivit» (CristoVive), do Papa Francisco, rela-cionada com o Sínodo dos Bisposque a Igreja Católica dedicou aosjovens, é uma das obras dis-poníveis na edição deste ano daFeira do Livro de Lisboa, que vaidecorrer até 16 de junho, no

Parque Eduardo VIIPR/JCP

Papa pede aos católicos«ouvidos e olhos atentos»aos «gritos» que brotam

da sociedadeFrancisco presidiu à Missa Vespertina da Solenidade de Pentecostes

O Papa celebrou no Vaticano aMissa Vespertina da Solenidadedo Pentecostes, e desafiou aspessoas a estarem atentas aos“gritos” de dificuldade que bro-tam da sociedade, dos seus meiose comunidades.“Trata-se de abrir os olhos e osouvidos, mas sobretudo de abriro coração, de escutar com ocoração. Só assim nos poderemospôr a caminho, só assim senti-remos dentro de nós o fogo doPentecostes”, apontou Franciscona homilia da celebração, na Praçade São Pedro.A celebração do Pentecostesinvoca a passagem bíblica em queo Espírito Santo desceu sobre osdiscípulos de Jesus em forma delínguas de fogo.O Papa argentino frisou que oEspírito Santo de Deus é não sófogo mas também “água vida quelava e fecunda a Igreja”.“Quanto eu gostava que asgentes de Roma reconhecessemna Igreja, que reconhecessem emnós a misericórdia de CristoRessuscitado, a sua humanidadee ternura, de que tanto precisam”,sublinhou, alertando para osprojetos humanos que muitas

vezes “estão ao serviço de umEu cada vez maior”, que buscamchegar ao céu mas “a um céuonde não há um espaço paraDeus”.“Somos sempre um pouco curtosde vista e de coração, isoladosem nós mesmos acabamos porperder o horizonte”, alertou.Para Francisco, a festa do Pen-tecostes é essencial porquesimboliza “a primazia do Espírito”que deixa a humanidade “bo-quiaberta perante os desígniosimprevisíveis de Deus”, e logo,que o Homem não sabe nem podetudo.“Se o orgulho ou uma presumívelsuperioridade moral não nostoldarem os ouvidos, perce-beremos que o grito de tantaspessoas hoje não é mais do queum autêntico grito do EspíritoSanto. É o Espírito que nosimpulsiona uma vez mais a nãonos contentarmos”, completou.Este domingo, o Papa Franciscopreside à Missa da Solenidadedo Pentecostes, a partir das 9h30(menos uma hora em Lisboa) naPraça de S. Pedro, no Vaticano.

JCP