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SEMANA NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO DOS ESTUDANTES! FEAB – ABEEF – ENECOS – CONEP – EXNEEF – ENEBIO – FEMEH “Há todo um velho mundo ainda por destruir e todo um novo mundo a construir. Mas nós conseguiremos.” - Rosa Luxemburgo Sem fazer uma análise mais ampla e profunda podemos dizer que são tempos complexos para os movimentos sociais, para a construção de uma síntese que consiga promover uma elevação tanto no nível de consciência, quanto no nível organizativo. Num momento onde o movimento estudantil vê reduzida sua capacidade de intervenção na conjuntura e extrema fragilidade na construção de articulações nacionais concretas, a iniciativa de uma jornada de lutas nacional é extremamente importante. Atualmente, na carência de uma pauta que unifique o movimento estudantil e indique um caminho a ser trilhado, a construção de ações diretas e de mobilizações devem ser muito mais de acumulação de forças e de caráter pedagógico, no sentido amplo da palavra. A nossa semana nacional de mobilização deve ser um espaço que contemple amplas pautas dos diferentes setores que a constroem, pois o objetivo não é diretamente o de enfrentamento, mas o de agitação. Dessa iniciativa poderemos tirar saldos importantes, como a instrumentalização da base do movimento estudantil, construindo lutas concretas. Localmente, talvez alcancemos algum avanço em pautas específicas e coorporativas de cada universidade. Nacionalmente poderemos avançar na construção das executivas e federações de curso, além de reforçar e construir um diálogo efetivo entre as mesmas, capaz de abrir uma nova frente que possibilite a construção de lutas nacionalmente. 1 – Criminalização dos Movimentos Sociais: Observamos nos últimos tempos uma escalada da violência contra os movimentos sociais organizados e povo pobre em geral. Violência essa que é promovida pelo aparelho repressor do estado e também por capangas e milícias armadas das oligarquias locais. A crescente de criminalização tem explicação se a entendermos não como um fato pontual, mas como expressão do capital para suprimir a insatisfação popular que, aumentou no período de crise do capitalismo no qual estamos inseridos. Se caminhamos no sentido de construir uma concepção de movimento estudantil classista, solidário a classe trabalhadora em suas lutas, é urgente e necessário nos posicionarmos contra essa ofensiva que o capital e a articulação de suas forças promove contra os movimentos sociais que ousam levantar sua voz para denunciar as perenes injustiças do sistema. 2- Mercantilização da Educação: Pauta histórica do movimento da educação, não por acaso. O movimento estudantil entende o papel cumprido pela universidade dentro da lógica capitalista, assim como entende o potencial emancipador e o possível motor de lutas que seria uma educação que fugisse da lógica do capital. Para construirmos uma universidade popular ela passa inevitavelmente pelo entendimento que a mesma não pode ser tratada como uma mercadoria. A utopia da universidade dos trabalhadores parece ainda mais distante se observarmos os ataques que sofre a universidade pública no Brasil. Não aprovada graças a resistência do movimento, a reforma universitária do governo foi “parcelada” em várias iniciativas privatizantes, como o REUNI, o PROUNI, as Fundações, Inserção das transnacionais na universidade, o ataque aos hospitais universitários, entre tantas outras. A farsa do REUNI, principalmente, começa a cair por terra e aumentam em diversos cantos do país as insatisfações e manifestações contra os efeitos negativos (se é que existem positivos) desse programa. É fundamental que o movimento estudantil resgate o debate em torno dessa e demais medidas, denunciando as contradições explícitas no REUNI. 3 – As pautas das executivas: Essas não podem ser consideradas meras pautas específicas e corporativas, pois as executivas e federações de curso trazem junto com o debate aparentemente “de área” críticas incisivas em diversos pilares sustentadores do sistema. Seja resgatando a luta dos combatentes da ditadura militar, ou se posicionando contrários ao agronegócio exportador, as diversas executivas fazem transparecer as contradições presentes na sociedade brasileira. Ligadas aos demais eixos da campanha, devemos concentrar ações em torno de nossas bandeiras próprias dentro de nossa semana nacional, fazendo ecoar as diferentes pautas e construindo ações conjuntas em todo o país. FEAB: Contra o pacote tecnológico do agronegócio, por uma agricultura livre de agrotóxicos e das transnacionais. ABEEF: Em defesa do código florestal e do meio ambiente, contra o avanço do monocultivo da celulose. FEMEH: Pela abertura dos arquivos da ditadura ENECOS: Regulamentação do profissional ENEBio: Formação do profissional biólogo EXNEEF: Pela revogação das atuais diretrizes curriculares CONEP: Luta antimanicomial, por um sistema de saúde livre de manicômios

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Page 1: SEMANA NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO DOS ESTUDANTES! fileO movimento estudantil entende o papel cumprido pela universidade dentro da lógica capitalista, assim como entende o potencial

SEMANA NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO DOS ESTUDANTES!FEAB – ABEEF – ENECOS – CONEP – EXNEEF – ENEBIO – FEMEH

“Há todo um velho mundo ainda por destruir e todo um novo mundo a construir.

Mas nós conseguiremos.”- Rosa Luxemburgo

Sem fazer uma análise mais ampla e profunda podemos dizer que são tempos complexos para os movimentos sociais, para a construção de uma síntese que consiga promover uma elevação tanto no nível de consciência, quanto no nível organizativo. Num momento onde o movimento estudantil vê reduzida sua capacidade de intervenção na conjuntura e extrema fragilidade na construção de articulações nacionais concretas, a iniciativa de uma jornada de lutas nacional é extremamente importante.

Atualmente, na carência de uma pauta que unifique o movimento estudantil e indique um caminho a ser trilhado, a construção de ações diretas e de mobilizações devem ser muito mais de acumulação de forças e de caráter pedagógico, no sentido amplo da palavra. A nossa semana nacional de mobilização deve ser um espaço que contemple amplas pautas dos diferentes setores que a constroem, pois o objetivo não é diretamente o de enfrentamento, mas o de agitação.

Dessa iniciativa poderemos tirar saldos importantes, como a instrumentalização da base do movimento estudantil, construindo lutas concretas. Localmente, talvez alcancemos algum avanço em pautas específicas e coorporativas de cada universidade. Nacionalmente poderemos avançar na construção das executivas e federações de curso, além de reforçar e construir um diálogo efetivo entre as mesmas, capaz de abrir uma nova frente que possibilite a construção de lutas nacionalmente.

1 – Criminalização dos Movimentos Sociais: Observamos nos últimos tempos uma escalada da violência contra os movimentos sociais organizados e povo pobre em geral. Violência essa que é promovida pelo aparelho repressor do estado e também por capangas e milícias armadas das oligarquias locais. A crescente de criminalização tem explicação se a entendermos não como um fato pontual, mas como expressão do capital para suprimir a insatisfação popular que, aumentou no período de crise do capitalismo no qual estamos inseridos. Se caminhamos no sentido de construir uma concepção de movimento estudantil classista, solidário a classe trabalhadora em suas lutas, é urgente e necessário nos posicionarmos contra essa ofensiva que o capital e a articulação de suas forças promove contra os movimentos sociais que ousam levantar sua voz para denunciar as perenes injustiças do sistema.

2- Mercantilização da Educação: Pauta histórica do movimento da educação, não por acaso. O movimento estudantil entende o papel cumprido pela universidade dentro da lógica capitalista, assim como entende o potencial emancipador e o possível motor de lutas que seria uma educação que fugisse da lógica do capital. Para construirmos uma universidade popular ela passa inevitavelmente pelo entendimento que a mesma não pode ser tratada como uma mercadoria. A utopia da universidade dos trabalhadores parece ainda mais distante se observarmos os ataques que sofre a universidade pública no Brasil. Não aprovada graças a resistência do movimento, a reforma universitária do governo foi “parcelada” em várias iniciativas privatizantes, como o REUNI, o PROUNI, as Fundações, Inserção das transnacionais na universidade, o ataque aos hospitais universitários, entre tantas outras. A farsa do REUNI, principalmente, começa a cair por terra e aumentam em diversos cantos do país as insatisfações e manifestações contra os efeitos negativos (se é que existem positivos) desse programa. É fundamental que o movimento estudantil resgate o debate em torno dessa e demais medidas, denunciando as contradições explícitas no REUNI.

3 – As pautas das executivas: Essas não podem ser consideradas meras pautas específicas e corporativas, pois as executivas e federações de curso trazem junto com o debate aparentemente “de área” críticas incisivas em diversos pilares sustentadores do sistema. Seja resgatando a luta dos combatentes da ditadura militar, ou se posicionando contrários ao agronegócio exportador, as diversas executivas fazem transparecer as contradições presentes na sociedade brasileira. Ligadas aos demais eixos da campanha, devemos concentrar ações em torno de nossas bandeiras próprias dentro de nossa semana nacional, fazendo ecoar as diferentes pautas e construindo ações conjuntas em todo o país.

FEAB: Contra o pacote tecnológico do agronegócio, por uma agricultura livre de agrotóxicos e das transnacionais.ABEEF: Em defesa do código florestal e do meio ambiente, contra o avanço do monocultivo da celulose.FEMEH: Pela abertura dos arquivos da ditaduraENECOS: Regulamentação do profissionalENEBio: Formação do profissional biólogoEXNEEF: Pela revogação das atuais diretrizes curricularesCONEP: Luta antimanicomial, por um sistema de saúde livre de manicômios