desenvolvimento capitalista e sustentabilidade

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JASON LEVY REIS DE SOUZA VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA DESENVOLVIMENTO, CAPITALISMO E SUSTENTABILIDADE UMA OUTRA FORMA DE VER O MUNDO Salvador 2012

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Page 1: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

JASON LEVY REIS DE SOUZA

VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA

DESENVOLVIMENTO, CAPITALISMO E SUSTENTABILIDADE

UMA OUTRA FORMA DE VER O MUNDO

Salvador

2012

Page 2: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

JASON LEVY REIS DE SOUZA

VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA

DESENVOLVIMENTO, CAPITALISMO E SUSTENTABILIDADE

UMA OUTRA FORMA DE VER O MUNDO

Relatório de descritivo e de pesquisa solicitado como objeto de avaliação parcial da II Unidade pela professora Patrícia Ponte da Disciplina de Geografia no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia, Coordenação de Automação e Controle Industrial. Professora Orientadora: Patrícia Ponte.

Salvador

2012

Page 3: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

Não sei ao certo se o Aquecimento Global deriva-se de causas naturais ou

antropogênicas, na verdade, pouco me importa. O que de fato me importa é se

é possível pará-lo.

Page 4: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

SUMÁRIO DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 A natureza como Recurso Social 08

Figura 2 Exploração do planeta em prol do capitalismo 15

Figura 3 Exploração do planeta em prol do capitalismo 17

Figura 4 Exploração do planeta em prol do capitalismo 19

Figura 5 A conferência de Estocolmo 21

Figura 6 A conferência de Estocolmo 23

Figura 7 O Posicionamento brasileiro na conferência de Estocolmo 08

Figura 8 O Posicionamento brasileiro na conferência de Estocolmo 15

Figura 9 Rio+10 ou Rio 92 ou Eco 92 17

Figura 10 Rio+10 ou Rio 92 ou Eco 92 19

Figura 11 Participação dos países no Protocolo de Kyoto 21

Figura 12 A relação ideal entre a sociedade e natureza 23

Figura 13 Equilíbrio e coexistência entre o meio ambiente e a sociedade 08

Figura 14 Os 8 Objetivos do Milênio 15

Figura 15 Gráfico de gasto de agua no mundo 17

Figura 16 Distribuição da Mata Atlântica 19

Figura 17 Ecobags e campanhas anti-sacola plástica 21

Page 5: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO 05

2. “DESENVOLVIMENTO, CAPITALISMO E SUSTENTABILIDADE” - ASPECTOS GERAIS: O 1º MOMENTO 06

3. MOMENTO I: DESENVOLVIMENTO 07

3.1. A RELAÇÃO POSITIVISTA DO CAPITALISMO COM A NATUREZA 07

3.2. RECURSOS NATURAIS E RECURSOS SOCIAIS 08

4. MOMENTO II: CAPITALISMO 10

4.1. A CRISE DO CAPITALISMO 10

4.2. A CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE

EM ESTOCOLMO 11

4.3. O PROTOCOLO DE KYOTO 14

5. MOMENTO III: SUSTENTABILIDADE 16

5.1. COMPREENDO A SUSTENTABILIDADE 16

5.2. O PROBLEMA: AQUECIMENTO GLOBAL, ASPECTOS ECONOMICOS 17

5.3. OS OITO OBJETIVOS DO MILÊNIO 19

5.4. A GEOPOLITICA DO AQUECIMENTO GLOBAL 20

5.5. SACOLAS PLASTICAS 22

CONSIDERAÇÕES FINAIS 24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25

Page 6: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

5

1. APRESENTAÇÃO

O presente relatório solicitado pela professora Patrícia Ponte da disciplina de

Geografia docente no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da

Bahia – IFBA, Coordenação de Automação e Controle Industrial. Trás como principal

objetivo dar continuidade à produção de trabalhos técnicos baseados nas normas da

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) aos estudantes do 2º ano do

curso de Automação e Controle Industrial. Assim como uma melhor compreensão do

tema abordado na palestra sobre “Desenvolvimento, capitalismo e sustentabilidade”.

Sendo a metodologia utilizadas neste relatório a revisão bibliográfica e

palestra sobre “Desenvolvimento, capitalismo e sustentabilidade” ocorrida no dia 6

de Junho de 2012, tendo como palestrante o Professor graduado em geografia pela

UFS (Universidade Federal de Sergipe), especialista em Curso Internacional de

Desenvolvimento Rural e Aba pelo Ministério da Agricultura, assim como especialista

em Administração Pública e Planejamento e mestre em geografia pela Universidade

Federal da Bahia, Clímaco Dias. Sendo o debatedor o professor Ronaldo Maia

França.

Para a elaboração da pesquisa bibliográfica foi utilizado os mais diversos

tipos de fontes. Desde livros a apostilas, slides, artigos científicos, resumos e etc.

Este relatório ainda busca dar continuidade às práticas e exercício das normas

técnicas regidas pela ABNT que estarão presentes ao longo do curso e de suas

futuras profissões. Visando exercitar e analisar os conhecimentos dos estudantes

até aqui obtidos.

Page 7: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

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2. “DESENVOLVIMENTO, CAPITALISMO E SUSTENTABILIDADE” - ASPECTOS

GERAIS: O 1º MOMENTO

A Palestra foi dividida em Três Momentos principais:

• 1º Momento: palestrante, Clímaco Dias, abordou o tema

“desenvolvimento, capitalismo e sustentabilidade”. Sendo que dentro

deste momento houve outros três momentos:

o Momento I: foi abordado exclusivamente o tema

desenvolvimento, neste foi dado ênfase ao desenvolvimento do

capitalista em progressões positivistas. O Capitalismo cresceu

indiferente à natureza. Como se não houvesse conexões entre

estes.

o Momento II: foi abordado o benefício das medidas da “política

verde” enquanto elemento de favorecimento do Capitalismo. Ou

seja, foi abordado que determinadas medidas em prol do “meio

ambiente” acabam por favorecer principalmente o capitalismo e

não o meio ambiente de forma direta.

o Momento III: Já no último momento foi feita a conclusão do 1º

Momento e falou-se sobre sustentabilidade enfatizando

principalmente nas medidas para “salvar o planeta”, que quando

postas no futuro soarão hipócritas. Pois se deseja mudar o

futuro: comece do presente.

• 2º Momento: Este momento foi caracterizado como o momento de

debate entre as partes. O debatedor, Ronaldo França, rebateu às

afirmativas do palestrante Clímaco. Importante salientar que o 2º

Momento não será abordado aqui, pois devido ao linguajar

excessivamente cultista do debatedor, foi decidido por consenso que

este não seria abordado. Afinal sua linguagem não foi acessível ao

meio adolescente o qual estava imerso.

• 3º Momento: Bloco das perguntas, neste foram feitas perguntas aos

palestrantes.

Page 8: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

7

3. MOMENTO I: DESENVOLVIMENTO

3.1. A RELAÇÃO POSITIVISTA DO CAPITALISMO COM A NATUREZA

Para compreendermos a introdução da palestra e consequentemente o

Momento I desta, é necessário, indispensavelmente, compreender o que de fato é o

positivismo.

O positivismo aplicado no contexto da palestra referencia-se não a corrente

filosófica positivista desenvolvida por Auguste Comte ou ao ato de ser positivo. Não,

o positivismo na palestra aplicado refere-se há uma forma de ver o mundo, uma

forma onde cada objeto independe do outro para existir. Para melhor compreender

este conceito de positivismo utiliza-se a seguinte analogia: uma árvore, como todos

sabem, para se alimentar necessita da fotossíntese, que por sua vez, depende de

outros elementos como a luz solar, oxigênio e água. Esta é uma visão da árvore

como um todo, ela é um organismo que para existir depende diretamente de outros

elementos. Porém a esta visão positivista não vê correlação nenhuma da existência

da árvore com a fotossíntese ou desta para com a água, oxigênio e luz.

A árvore existe, mas não depende da fotossíntese. Grosso modo, essa é a

visão positivista aplicada por Clímaco. E é justamente baseando-se nesta teoria que

este fundamenta a introdução da palestra. A visão atual é que não há ligações entre

a sociedade e a natureza, estas são independentes e indiferentes. Uma não

necessita da outra para existir, talvez a natureza realmente não da sociedade para

existir, porém o oposto é uma grande inverdade.

A sociedade necessita indispensavelmente da natureza enquanto fonte de

matéria prima, afinal é esta que mantém todas as nações em seu ápice de

desenvolvimento, permitindo o desenvolvimento da humanidade como um todo.

Porém o pensamento atual não é este, é justamente o contrário: sociedade e

natureza não se relacionam. São como duas caixas separadas que não se

comunicam.

Agora, observe o seguinte, se o pensamento de hoje é assim, como era o

pensamento no período pré-capitalista/capitalista inicial? Essa é justamente a

questão chave. A ideia atual do mundo, da natureza, da sociedade e da ciência

Page 9: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

8

como um todo é bem mais desenvolvida e “refinada” do que em qualquer outro

período histórico da humanidade, se atualmente temos esse pensamento isso

implica dizer, que no período do capitalismo inicial a natureza era vista, no mínimo,

como recurso inesgotável.

Para melhor compreender este aspecto, Clímaco explica em palestra, que a

teoria positivista:

É justamente pensar o mundo como se o mundo fosse um conjunto de caixinhas separadas e que essas caixinhas não se comunicam. Então a natureza seria uma caixinha e a sociedade outra caixinha, então isso justifica o próprio capitalismo a ter uma relação com a natureza de predação. Uma relação predatória com a natureza, encarando essa natureza como algo inesgotável. Seja isso em relação às florestas, seja isso em relação aos oceanos, aos rios, aos solos, a todo um conjunto dessa natureza.1

3.2. RECURSOS NATURAIS E RECURSOS SOCIAIS

À medida que há alterações na sociedade, há também alterações na

natureza. O nível de união entre os dois é tão íntimo que o oposto é igualmente

válido, se a natureza mudar: a sociedade muda. Temos dois exemplos claros disso:

1º o Aquecimento Global como fenômeno que muda os hábitos da sociedade.

Economizar água, substituir sacolas plásticas, gastar menos energia, etc. são todos

exemplos clássicos, além de campanhas intensas para mudar os hábitos sociais em

prol da natureza. 2º o Desmatamento em prol do consumo de madeira, seja para ser

usado como combustível ou para a produção de celulose, ou ainda produção de

móveis, as aplicações são diversas.

No fim das contas, “nós somos a natureza e a natureza é social”.2 Haverá

sempre essa interação, não é apenas a sociedade que muda, mas a “natureza

natural” também acaba por ser alterada tornando-se assim social. Parece confuso,

mas não é. A natureza passará a ser social a partir do momento que deixa de ser

um “bem comum” e torna-se propriedade alheia. Quando eu planto uma árvore e

1 Gravação realizada na palestra sobre “desenvolvimento, capitalismo e sustentabilidade” realizada no

evento “Dia Mundial do Meio Ambiente - Rio + 20. ‘Economia Verde: Ela te inclui?’”, desenvolvida pelo IFBA, Campus Barbalho, Salvador - Bahia, no dia 6 de Junho de 2012, e tendo como palestrante e autor da citação presente, Clímado Dias.

2 Idem.

Page 10: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

9

digo que ela pertence a alguém, aquela árvore torna-se social. Quando eu

territorializo elementos naturais como árvores, florestas, mares, montanhas, etc

afirmando que eles me pertencem estes passam a ser tanto elementos naturais,

quanto elementos sociais, porque é impossível negar a naturalidade da árvore,

haverá então uma união do fator social com o fator natural.

Então podemos avaliar a construção do capitalismo, o capitalismo sempre

utilizou de recursos naturais, afinal são estes a matéria prima necessária para a

execução de praticamente tudo no mundo capitalista. Mas se analisar o que de fato

é um “recurso natural” perceberemos que de fato estes não existem, mas sim todos

os recursos são sociais. Para exemplificar podemos utilizar a energia nuclear como

exemplo. Há 200 anos não possuíamos conhecimento sobre átomos, elétrons e

prótons como possuímos hoje, na verdade, eles nada significavam. Não passavam

de pequenos estudos e teorias, mas em sua maioria, insignificante.

Porém atualmente o conhecimento sobre eles é indispensável para o

desenvolvimento da energia nuclear. Se há 200 anos era algo insignificante hoje é

de indispensável importância. E é a partir deste conceito que pode-se afirmar que

todo recurso utilizado pela sociedade nas produções de bens de consumo ou não é

social e não natural. Então estes elementos naturais só se tornarão recursos quando

apoderados pela sociedade, e assim se tornando recursos sociais. Para ilustrar esta

ideia, observe a Figura 1.

Figura 1 – A natureza como Recurso Social

Fonte: www2.unesp.br

Page 11: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

10

4. MOMENTO II: CAPITALISMO

4.1. A CRISE DO CAPITALISMO

Podemos afirmar que a crise do capitalismo resulta de uma série de fatores,

um deles, se não principal, é o caráter predatório do capitalismo para com a

natureza. A cada nova catástrofe mundial vê-se claramente as consequências da

exploração excessiva da natureza. Fica claro a cada enchente, seca, tempestade,

ciclone, terremoto e tsunami as consequência do abuso descontrolado da natureza,

porém crises naturais acabam consequentemente gerando crises no capitalismo.

Mas não só por parte da atuação da natureza gerando catástrofes no mundo,

mas por parte da ação maléfica da raça humana na natureza que gerará por si só

diversas crises no capitalismo. O capitalismo utiliza da natureza para sobreviver,

mas ele com seu uso imprudente gerará as devidas crises, pois a exploração em

algum momento acabará por levar à extinção destes recursos e é justamente nestas

atitudes que o capitalismo peca. Numa tentativa frenética de se manter vivo e saciar

os monstros chamados “consumidores”, que ele mesmo criou, este irá levar ao

esgotamento e exaustão os recursos naturais, ou melhor, os recursos sociais.

Afinal alimentar uma nação obesa como a dos Estados Unidos da América,

ou alimentar as megas indústrias massivas da China, é no mínimo destrutivo para o

planeta, Ilustrado na Figuras 2, 3, 4. O capitalismo acaba por utilizar de forma tão

imatura e impensada os recursos que lhes foi dado que acabará por levar-se à

extinção, pois haverá um momento que a natureza não irá suprir mais suas

necessidades e todo esse desgaste destrutivo somados aos maiores poluentes do

planeta que são as termelétricas, os desmatamentos de florestas, as atividade

industrial e agricultura, assim como a pecuária acabarão por resultar em uma crise

trágica ao capitalista.

Atualmente esta crise deriva-se de outros nomes, são principalmente eles: o

aquecimento global, o efeito estufa e o buraco na camada de ozônio. Porém tais

nome de peso não surgiram do nada, eles receberam todo um carinho especial e

atenção especial há algumas décadas atrás, especificamente em 1972, foi realizada

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente em Estocolmo.

Page 12: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

11

Figura 2, Figura 3 e Figura 4 – Exploração do Planeta em Prol do Capitalismo

Fontes: agal-gz.org; mariorangelgeografo.blogspot.com; arquivoetc.blogspot.com

4.2. A CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE EM

ESTOCOLMO

No período de 6 a 16 de julho de 1972 ocorria em Estocolmo, capital e maior

cidade da Suécia, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente,

ilustrada na Figura 5 e Figura 6. Inegavelmente foi uma das principais conferencias

sobre meio ambiente do mundo, pois este foi o primeiro encontro internacional a

reunir representantes de 113 países, com o objetivo de debater e apresentar

soluções sobre os problemas ambientais vividos naquela época, assim como foi

abordado questões como a relação entre desenvolvimento e o meio ambiente.

Figura 5 e Figura 6 – A conferência de Estocolmo

Fontes: professormarcianodantas.blogspot.com; vendamuitomais.com.br.

Apesar de não ter havido nenhuma decisão que de fato viesse a ser efetivada

e levasse há alguma solução para o tema ali abordado: os problemas ambientais,

em especial as emissões exorbitantes de CO2. A conferência acabou por ser um

marco de progresso das nações, afinal o mundo estava assumindo publicamente a

existência de efeitos climáticos atípicos e que poderiam ter causas humanas, isso

Page 13: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

12

sem dúvidas alguma foi um grande avanço para o combate aos problemas

ambientais.

Porém, o que muito chamou a atenção neste período foi a postura da

Delegação Brasileira para com esta conferência. O Brasil assumiu uma postura

completamente econômica, em um evento ambiental: “leve suas industrias

poluidoras para o Brasil, pois precisamos de emprego.”3 Foi justamente esta a

postura ambiental do Brasil em 1972. O país assumiu que naquele momento o que

de fato importava não era o meio ambiente, mas sim a geração de empregos para a

nação. E GODOY (2007), pontua (Figuras 7 e 8 ilustram a citação):

Segundo Viola e Reis (1992:83), o governo brasileiro, na Conferência de 1972, liderou o bloco de países em desenvolvimento que tinham posição de resistência ao reconhecimento da importância da problemática ambiental (sob o argumento de que a principal poluição era a miséria) e que se negavam a reconhecer o problema da explosão demográfica. A posição do Brasil - na época sob o governo militar - era a de "Desenvolver primeiro e pagar os custos da poluição mais tarde", como declarou o Ministro Costa Cavalcanti, na ocasião.

A visão na época era a de que os problemas ambientais eram originados da pobreza, que era a principal fonte de poluição e que dispor de mais alimentos, habitação, assistência médica, emprego e condições sanitárias tinha mais prioridade do que reduzir a poluição da atmosfera. Ou seja, o desenvolvimento não poderia ser sacrificado por considerações ambientais dado que essa preocupação poderia prejudicar as exportações dos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos.

A posição defendida era de que todos tinham direito ao crescimento econômico. Na Conferência de Estocolmo, o Brasil liderou 77 países (do total de 113 países) com acusações aos países industrializados e defesa do crescimento a qualquer custo. Em protesto estendeu uma faixa com os dizeres: “Bem vindos à poluição, estamos abertos a ela. O Brasil é um país que não tem restrições, temos várias cidades que receberiam de braços abertos a sua poluição, porque nós queremos empregos, dólares para o nosso desenvolvimento”. Essa faixa é famosa, pois, reflete o pensamento da época de todos terem o direito de crescer economicamente mesmo que às custas de grande degradação ambiental. Não se pode esquecer que o Brasil estava em pleno milagre econômico. (GODOY, 2007)

Contudo, o posicionamento do Brasil alterna-se em 1992, quando o país

sediou a RIO +10, Eco-92 ou Rio 92, são ilustrados na Figura 9. A nação passou a

defender a causa, “proteger o meio ambiente, é isso que queremos”. Essa decisão

não surgiu do nada, foi uma decisão bem pensada e avaliada. Mudar drasticamente

o seu posicionamento ambiental era quase uma obrigação, pois o Brasil é o país

com a maior biodiversidade do mundo, sendo assim, era indispensável tal 3 idem.

Page 14: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

13

posicionamento, mas outros aspectos levaram à tal alteração, são eles segundo

Barros-Platiau (2011):

Figura 7 e Figura 8 – O Posicionamento Brasileiro na conferência de Estocolmo

Fontes: preservesim.com.br; lindomarpadilha.blogspot.com

• Ser o país mais rico em diversidade biológica do planeta;

• A necessidade da expansão do mercado nacional (afinal qual país não

iria desejar a imagem de ecologicamente correto, quando ecologia

está é o assunto do momento);

• Seu modelo agroexportador exitoso;

• Seu relativo crescimento econômico, que o permite integrar o seleto

grupo de “emergentes” e o G-20;

• Bem como sua reconhecida capacidade científica e tecnológica em

alguns setores.

Desde estas duas últimas décadas os aspectos ambientais vem tomando

força em nosso país, como já dito, desde a Eco-92 o país vem progredindo neste

aspecto. Mas uma medida que muito chamou a atenção do mundo para o Brasil foi o

posicionamento deste quanto ao: Protocolo de Kyoto.

Figura 9 e Figura 10 – Rio+10 ou Rio 92 ou Eco 92

Fontes: essetalmeioambiente.com; brasilescola.com

Page 15: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

14

4.3. O PROTOCOLO DE KYOTO

O Protocolo de Kyoto, assim como o Eco-92 foram responsáveis por causar

uma mudança drástica no posicionamento do país com relação ao meio ambiente. O

protocolo pode ser compreendido como uma tentativa de definir politicas ambientais

para o mundo. Este surgiu como o objetivo de regulamentar a emissão de poluentes

na atmosfera do planeta, porém este protocolo possui uma grande falha, não é

obrigatório aos países se adequar as normas do protocolo e é justamente este o

grande problema.

Os países possuíam autonomia de se submeterem ou não à Kyoto. Mas não

apenas isso, era possível regular a taxa de emissão que cada país reduziria dentro

da faixa de tempo proposta no protocolo, as emissões deveriam ser reduzidas até

determinado ano e neste caso Kyoto decidiu que as reduções de emissão de

poluentes deveriam ser de 5,2% em comparação a 1990 e seriam reduções entre

2008 e 2012.

O protocolo por não possuir a obrigatoriedade da participação dos países

acabou por apresentar diversa falhas, mas uma delas, aliás, a principal delas foi o

fato do maior emissor de poluentes do mundo não participar do protocolo, os

Estados Unidos da América não assinaram o protocolo, negando-se a diminuir as

emissões de poluentes, assim como uma parte dos países.

Especificamente para que houvesse a ratificação do Protocolo de Kyoto

haveria a necessidade de 55% dos principais países poluentes se comprometessem

a participar, relação de países que assinaram o protocolo encontra-se na Figura 11.

Porém isso só aconteceu 8 anos após o encontro das grandes nações, apenas em

2005 o protocolo foi de fato ratificado. A Figura 12 Ilustra a relação ideal entre a

sociedade e natureza, seria como a projeção ideal de sobrevivência.

Page 16: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

15

Figura 11 - Participação dos países no Protocolo de Kyoto

Legenda - Posição de cada país frente ao Protocolo de Kyoto:

¨€¨€ Países que assinaram e ratificaram o protocolo. ¨€¨€ Países que assinaram, mas com ratificação pendente. ¨€¨€ Países que assinaram, mas não aprovaram a ratificação. ¨€¨€ Países que ainda não assumiram uma posição.

Fonte: www.vendamuitomais.com.br

Figura 12 – A relação ideal entre a sociedade e natureza

Fonte: dasementearvore.blogspot.com.br

Page 17: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

16

5. MOMENTO III: SUSTENTABILIDADE

5.1. COMPREENDO A SUSTENTABILIDADE

A sustentabilidade é um modelo politico, econômico e ambiental que visa à

sustentação, desenvolvimento e manutenção da raça humana, sem prejudicar a

natureza, gerando e fornecendo as gerações futuras condições de vida e habitação

no planeta de forma sustentável, em contraposição da continuidade da

biodiversidade natural em nosso planeta, seja ela animal ou vegetal. Porém

sustentabilidade não se limita a sustentabilidade ecológica, há vários outros tipos de

sustentabilidade e os principais são:

Sustentabilidade Ecológica: este conceito abrange diversos aspectos,

contudo, os principais deles são: diminuição na emissão de gases tóxicos e

poluentes na natureza; consequente produção de tecnologias limpas; e melhoria nas

leis de proteção ambiental. Pode-se também compreender como sustentabilidade

ecológica um equilíbrio e coexistência entre o meio ambiente e a sociedade. Este

último conceito é expresso na figura 13.

Figura 13 – Equilíbrio e coexistência entre o meio ambiente e a sociedade

Fonte: www.atitudessustentaveis.com.br

Page 18: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

17

Sustentabilidade Social: Esta sustentabilidade visa uma melhor qualidade

de vida, igualdade na redistribuição de renda e participação e organização popular

em aspectos socioeconômicos.

Sustentabilidade Econômica: aplica-se à economia pública e privada.

Objetiva a regularização do fluxo de investimentos, possuindo um equilíbrio de

balanço de pagamento, e acesso a tecnologia.

Sustentabilidade Cultural: entende-se este conceito como sendo o respeito

aos diferentes povos existentes e aos seus costumes, abrangendo ainda incentivos

a melhorias e qualificação da vida destes, sem deterioração de sua cultura.

Sustentabilidade Espacial: esta pode ser compreendida como sendo o

balanceamento de espaços rurais e urbanos. O qual deve haver uma

descentralização da população das metrópoles, havendo um equilíbrio populacional,

ao invés dos grandes aglomerados, haver uma distribuição equitativa da população

no espaço. Assim como realizar investimentos em produções agrícolas de forma

inteligente e saudável, especialmente nas tecnologias agrícolas que não tragam

agressões à natureza.

Sustentabilidade Politica: tem como objetivo principal dar uma maior

autonomia governamental aos governos locais, assim como a criação de diversos

centros comunitários, que, consequentemente, irão auxiliar no desenvolvimento da

sustentabilidade local.

Sustentabilidade Ambiental: é o equilíbrio dos ecossistemas, erradicação da

pobreza e interação social, em suma, é também a união dos conceitos anteriores em

um novo conceito mais bem elaborado e desenvolvido, seria como a

sustentabilidade ideal.

5.2. O PROBLEMA: AQUECIMENTO GLOBAL, ASPECTOS ECONOMICOS

Falando agora do aquecimento global que é inegavelmente um dos assuntos

mais discutidos da contemporaneidade, e uma das hipóteses mais aceitas

atualmente. Este evento, segundo a hipótese antropogênica, tem causas humanas,

neste sentido um dos principais argumentos que não é justificado por sua grande

concorrente, a hipótese Natural, é o derretimento das geleiras em velocidade nunca

Page 19: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

18

antes vista, sendo que nos períodos glaciais não houve uma fusão das calotas tão

exorbitante quanto na atualidade e neste ponto o palestrante Clímaco tende a

concordar. Sendo assim uma das soluções é o desenvolvimento sustentável. Nesta

possibilidade seria desenvolvido pelas grandes indústrias poluidoras tecnologia

“limpa” que substituiriam o maquinário poluente atual.

A grande solução para deter o aquecimento global, se de fato este for por

consequência da ação humana, é o desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade

acaba por buscar uma forma de equilíbrio para o mundial. Mas essa busca só é

possível quando para-se de pensar em um futuro ideal e passa-se a agir no

presente. É indispensável para que haja um futuro melhor, os empresários e o

governo do presente passem a pensar menos em seus bolsos e mais no futuro, no

futuro das próximas gerações.

Mas se assumirmos que a hipótese antropogênica é falha, pode-se basear na

Hipótese Natural, e esta expõe que a sustentabilidade seria para proteger países de

baixa e alta renda de um possível resfriamento gradativo do planeta, e havendo essa

possibilidade a fome reinaria no planeta, unido a outras consequências, como o fim

da biodiversidade do planeta. Mas se o desenvolvimento sustentável visando esta

tragédia estivesse com força total, amenizaria essas tragédias.

Porém haveria ainda beneficiados com o Aquecimento Global, é o caso da

Rússia. Esta possui diversos interesses econômicos no aquecimento global, pois

países como a este, que possui vastas regiões frias e que impossibilita a plantação

devido a infertilidade dos solos, o aquecimento global seria a “salvação da lavoura”,

só que neste caso, em sentido literal. Pois seriam abertos diversos horizontes para a

agricultura. Especialmente com o derretimento da Sibéria. Um exemplo atual disto,

mas em outro continente é a Oceania. Antes era quase impossível plantar batatas

em determinadas áreas deste continente, porém com o aquecimento global já é

possível ter uma plantação de batatas.

A medida que a situação foi se agravando a ONU (Organização das Nações

Unidas), acabou por perceber a seriedade do Aquecimento e implantou os: Oito

Objetivos do Milênio.

Page 20: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

19

5.3. OS OITO OBJETIVOS DO MILÊNIO

Uma das medidas tomadas pela ONU (Organização das Nações Unidas ) no

ano de 2000, após analisar os maiores problemas do mundo foi a criação dos “Oito

Objetivos do Milênio”, ilustrado na Figura 14, ou seja, esses alvos tem que ser

atingidos até o fim de 2015 em todos os países. Dentre eles se encontram objetivos

como :

Figura 14: Os 8 Objetivos do Milênio

Fonte: expocatadores.com.br

Objetivo 1: Erradicar a fome e a miséria no país, já que 998 milhões de

pessoas no mundo vivem com menos de 1 dólar.

Objetivo 2: Educação básica de qualidade para todos e fornecer material

didático gratuito e capacitar professores, essas medidas devem ser incentivadas

pelo governo. Cerca de Cento e treze milhões de crianças não frequentam a escola.

Objetivo 3: Igualdade entre sexos e mais autonomia das mulheres, a ONU

sugere que seja criados projetos de alfabetização e capacitação de profissionais

femininas, pois dois terços de analfabetos no mundo são mulheres.

Page 21: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

20

Objetivo 4: Redução da mortalidade infantil. No mundo dados comprovam que

a cada ano 11 milhões de bebês morrem por variados motivos

Objetivo 5: Melhoria da saúde materna. A cada 48 partos uma mãe morre,

este objetivo se aplicaria com ênfase nos países pobres e em desenvolvimento.

Objetivo 6: Combater a epidemia de doenças, pois a cada dia 6800 pessoas

são infectadas pelo vírus do HIV e a cada ano 2 milhões morrem pelo vírus.

Objetivo 7: Garantia de sustentabilidade ambiental. Muitos governos apostam

na coleta seletiva e reciclagem, que também gerará mais emprego.

Objetivo 8: Estabelecer parcerias mundiais para o desenvolvimento, a ideia é

igualar a economia entre os países.

No Brasil o objetivo 1 já foi cumprido, pois no ano de 1990 a fome e miséria

chegavam a 25,6% e atualmente chega a 4,98%. Os outros objetivos estão ainda a

caminho, e tem a previsão de serem cumpridos até o ano de 2015.

5.4. A GEOPOLITICA DO AQUECIMENTO GLOBAL

Geopolítica é uma área da geografia onde se tem o objetivo de fazer

interpretações dos fatos da atualidade, estudando a relação entre o Estado e

geografia, manipulando a mesma. Ao se falar em geopolítica do aquecimento global

é um pouco estranho já que este evento tem muito mais haver com a climatologia,

mas o fato deste nome é porque os últimos acontecimentos provam o interesse dos

capitalistas sobre um acontecimento que seria rentável para os mesmos, pois até

mesmo o país que assina documentos de soluções contra este caso se torna um

dos maiores pesquisadores em energias que acaba com a própria natureza

defendida pelos mesmos.

Segundo o palestrante em um seus artigos ele critica a existência do

aquecimento global, mais a falta de responsabilidade do governo e o interesse dos

empresários nesse aquecimento que pode ser favorável para os mesmos. Um dos

pontos discutidos neste artigo é que embora o consenso hegemônico deste evento

para vários segmentos de poder, possui uma das hipóteses de que a falta

generalizada irá ocorrer por todo o mundo, causando certo terrorismo para a

população mundial, forçando-os a diminuir seu consumo de água em partes é o

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correto, porém como somente essa ação irá ajudar a deter essa racionalização se

boa parte do uso da água gasta no mundo é feita pelas indústrias e agropecuárias e

que em números chegar a usufruir de 22% a 70% e o ser humano que é

considerado como um usuário excessivo do produto fica apenas com 8%(veja a

figura a seguir), o que demostra que pode estar havendo um controle pelas grandes

potencias sobre o povo e também um forte interesse econômico.

Figura 15: Gráfico de gasto de agua no mundo

Fonte: http://www.movimentocyan.com.br

Este aquecimento global não se torna responsável pela falta de agua no

mundo e sim a transformação da mesma em uma mercadoria produtiva a exemplos

existe a Nairóbi que chega a pagar cinco vezes mais que um norte- americano

médio, lembrando que neste país reside pessoas de baixa renda que não possuem

dinheiro para comprar torneiras, diferente do norte da América, isso acontece porque

os ricos dessa região aproveita-se pelo fato dos rios estarem poluídos já que os

escotos levam estes excrementos para os bacias poluindo-os e também associasse

a falta de estrutura no tratamento da água não só existente nesse país como

também na Luanda e a lotação de pessoas na cidade gerando um descontrole.

O aquecimento tem se mostrado importante em algumas áreas do mundo,

pois incentiva a criar medidas corretas para caso não seja possível deter o calor.

Apesar disso, alguns cientistas e ecologistas afirmam que não será mais possível

Page 23: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

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deter o crescimento dos oceanos, mesmo com essa informação os mesmos não tem

apresentado nenhuma posição ao governo para a retirada de pessoas que vivem em

cidades litorâneas, se esta é uma forma de conscientizar as pessoas tem se

demostrado uma falta de respeito com a vida dos seres humanos.

O professor Aziz Ab‘Saber, se mostrou surpreso quando observou as

pesquisas feitas no Rio de Janeiro onde afirmava que o aquecimento global iria

reduzir até 60% da mata atlântica e em sua entrevista a Folha de São Paulo

discordou e afirmou que muitos cientistas estão esquecendo de considerar as

correntes marítimas. “Elas vão continuar mais ou menos como hoje”. Nesse sentido

é impossível prever qualquer consequência deste evento já que os diagnósticos

apresentam uma divergência imensa, tornando todo planejamento politico inviável.

Figura 16: Distribuição da Mata Atlântica.

Fonte: mariorangelgeografo.blogspot.com

5.5. SACOLAS PLASTICAS

Segundo pesquisas os sacos plásticos duram em tordo de 50 a 500 anos para

se decompor, logo sua capacidade de reciclagem é bem maior que as chamadas

“ecobags”, ilustradas na Figura 17, pesquisas afirmam que as sacolas plásticas

causam um menor impacto ambiental de que as matérias-primas das ecobags, que

em sua maioria são feitas de algodão. De acordo com uma pesquisa feita pelo

governo britânico nos anos de 2005 e 2007 apontam que os sacos plásticos a cada

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utilização chegam a ser 200 vezes menos prejudicais e emitem um terço do CO2,

em comparação as sacolas recicláveis.

Figura 17 – Ecobags e campanhas anti-sacola plástica

Fonte: google.com

O produto está sendo utilizado numa base teórica sobre o desenvolvimento,

quando na verdade tem toda uma manobra politica com a intenção de ganhar, pois

estão utilizando uma lógica reversa já que a reciclagem sairá bem mais caro. Uma

das outras questões levantadas é o uso das sacolas plásticas para jogar o lixo fora

já que praticamente nenhum cidadão iria jogar sua sacola personalizada com

resíduos, foi dada a proposta de utilizar o jornal, mas haveria alguns produtos nos

quais somente o saco de polietileno resolveria, logo em estados como São Paulo

que foi no Brasil um dos percursores da proibição do uso de sacolas plásticas teve

que voltar ao uso das sacolas plásticas.

Essa atitude foi causa de revolta para os segmentos que estavam ganhando

economicamente agora teria que voltar atrás. O desinteresse do governo no que

realmente importa, a reciclagem, é claro! Mostrando que a sua preocupação não

está no prejuízo a natureza e sim a economia. O palestrante chega a afirmar que

esta “solução” é uma forma de punir a classe trabalhadora, que não possui dinheiro

suficiente para comprar sacolas e ainda ter dinheiro para pagar as suas contas e

impostos que não são baratos.

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CONSIDERAÇOES FINAIS

Na palestra sobre “Desenvolvimento, Capitalismo e Sustentabilidade” ocorrida

no dia 06 de Junho, cujo palestrante era o mestre em geopolítica Clímaco Dias, ficou

clara a relação entre o capitalismo e o desenvolvimento sustentável. Através de

exemplos claros e bem elaborados, Clímaco mostrou que a busca pela

“sustentabilidade” é também uma medida política e capitalista, de fato, mais

capitalista do que sustentável.

Foram abordados ainda na palestra temas como a relação positivista do

capitalismo para com a natureza, explicando que este é um conceito extremamente

atual, o capitalismo vê a necessidade de expandir seus lucros, mas jamais vê as

consequências para a natureza. Como se fossem duas existências extremamente

individuais, sem correlações, indiferentes.

Ao abordar recursos naturais e recursos sociais, este deixou clara a diferença

entre estes. Mostrando que todo recurso na realidade é social, pois quando recursos

“naturais” passam a ter utilidade para a sociedade, este passa a ser,

consequentemente, um recurso social.

O palestrante ainda tratou de temas como a crise do capitalismo, as maiores

conferencias mundiais como Conferencia de Estocolmo e a postura brasileira de

praticamente vender o país. Assim como a Rio 92 e o Protocolo de Kyoto, duas

conferencias que foram responsáveis pela mudança no posicionamento do país.

Já quando abordou sustentabilidade, Clímaco direcionou-se principalmente à

temas como o derretimento das geleiras do Ártico, fenômeno que iniciou-se com a

intensificação do processo de industrialização e consequente maior emissão de CO2

na atmosfera. Relatando ainda as verdadeiras consequências de atitudes como a

proibição do uso de sacolas plásticas, e a substituição destas pelas “ecobugs”.

Por fim Clímaco trouxe ainda uma teoria alemã que diz que caso o nível do mar

de fato suba, esta seria a maior revolução capitalista da história, seria maior e

melhor que qualquer guerra, pois nem em 200 anos de reconstrução seria possível

reconstruir o planeta. E conclui com a seguinte reflexão afirmação: “Qualquer

discurso sobre o futuro é ridículo se ele não tentar alterar o presente”.

Page 26: Desenvolvimento Capitalista e Sustentabilidade

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REFERÊNCIAS

1. _______. O Conceito de Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável.

Disponível em: < www.catalisa.org.br>. Acessado em: jun de 2012.

2. BARROS-PLATIAU, Ana Flávia Granja e. O Brasil na governança das grandes

questões ambientais contemporâneas, país emergente?. IPEIA, Brasília,

2011.

3. BARROS-PLATIAU, Ana Flávia. O Brasil na Governança das grandes

questões ambientais contemporâneas. IPEIA, Brasília, 2011.

4. DIAS, Clímaco. A geopolítica do aquecimento global. Disponível em:

<dc236.4shared.com>. Acessado em: jun de 2012.

5. GODOY, Amalia Maria Goldberg. A Conferência de Estocolmo - Evolução

histórica 2. Disponível em: <amaliagodoy.blogspot.com.br>. Acessado em: jun de

2012.

6. LAGO, André Aranha Corrêa do. Estocolmo, Rio Joanesburgo: O Brasil e as

três conferências ambientais das Nações Unidas. Instituto Rio Branco, Brasília,

2006.

7. OLIVEIRA, Daniella Massara Rodrigues de. Desenvolvimento Sustentável

novamente em pauta na cúpula da terra. Disponível em: <www.mcampos.br/

JORNAL/n50/capa1.htm>. Acessado em: jun de 2012.

8. REZENDE, Bruno. O saco plástico não é vilão e a ecobag não é a solução.

Disponível em: <www.colunazero.com.br>. Acessado em: jun de 2012.

9. SOUZA, Bruno. A proibição de sacolas plásticas: polemica nacional.

Disponível: <scienceblogs.com.br>. Acessado em: jun de 2012.

10. VASCONCELOS, Yuri; ALVES, Liane; CORREA, Elisa. O que são os

objetivos para o milênio?. Disponível em: <planetasustentavel.abril.com.br>.

Acessado: jun de 2012.