semana de iniciaÇÃo cientÍfica, 8ª, 2020, balneário
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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
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ANAIS DA VIII SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
CENTRO UNIVERSITÁRIO AVANTIS – UNIAVAN
FACULDADE AVANTIS DE DIREITO DE ITAPEMA
EDIÇÃO 2020
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
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Ficha catalográfica elaborada na fonte
Aline Medeiros d’Oliveira CRB 14 – 1063
CDD 21ª ed.
001.4 – Produção científica.
Centro Universitário Avantis – UNIAVAN. Faculdade AVANTIS de Direito de Itapema. Núcleo de Pesquisa Científica. C397a Anais da VIII Semana de Iniciação Científica. [Recurso Eletrônico]
Centro Universitário Avantis – UniAvan; Faculdade AVANTIS de Direito de Itapema; Núcleo de Pesquisa Científica. Balneário Camboriú: Editora Faculdade Avantis, 2020.
230 p. il. Inclui Índice Disponível em: https://www.uniavan.edu.br/semana-iniciacao-cientifica ISBN: 978-65-5901-007-3 ISBNe: 978-65-5901-006-6
1. Anais – Eventos. 2. Iniciação Científica. 3. Conhecimento científico – Ensino Superior. 4. Produção científica. I. Faculdade AVANTIS de Direito de Itapema. II. Núcleo de Pesquisa Científica. III. Título
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CDD 21ª ed.
001.4 – Produção científica.
CENTRO UNIVERSITÁRIO AVANTIS – UNIAVAN
FACULDADE AVANTIS DE DIREITO DE ITAPEMA
NÚCLEO DE PESQUISA CIENTÍFICA - NPC
VII SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – 2020
Publicação Anual – Editora Avantis
EXPEDIENTE
COMISSÃO ORGANIZADORA
André Gobbo
Gabriella Depiné Poffo
Isabel Regina Depiné Poffo
COMISSÃO CIENTÍFICA
Cibeli Viana Maria Júlia Leardini
Daniel da Costa Junior Marina Bertoli
Daniele Carine Zanluca Roberta Tavares Thome
Davide Chareun Rodrigo Capitanio Goldoni
Demilson Rodrigues de Oliveira Rosane Cristina Coelho Pisa
Geisiele Ghisleni Silvana de Moura Pereira
Jaine de Oliveira Thais Regina Uhlig
Karen Cristine Marin Viviane Gonçalves Bidone
Larissa Steiger de Freitas Wilmer Lobato
Leonardo Costa Schevinsky
Avenida Marginal Leste, 3.600, Bairro dos Estados
Balneário Camboriú (SC) – CEP: 88.339-125
Fone: (47) 3363-0631
www.univan.edu.br
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APRESENTAÇÃO
Queridos colegas professores e estudantes.
om alegria encerramos mais
uma edição da Semana de
Iniciação Científica (SIC), do
nosso UniAvan, evento este que cresce a cada
ano graças ao empenho de todos vocês que
compreendem que o ensino de excelência se
alcança por meio da pesquisa e também da
extensão.
Como forma de guardar e divulgar os
trabalhos apresentados durante esta semana,
organizamos esse Anais, o qual poderá servir
de consulta aos interessados. Além disso, tal
feito se transforma em um instrumento para
todos aqueles que desejarem aprofundar os
seus conhecimentos sobre
‘Empreendedorismo, Inovação
Tecnológica & Excelência Educativa’ –
nosso tema institucional eleito para 2020.
Sei que vivemos um ano atípico e
nada fácil. Tivemos que ser fortes para nos
reinventarmos. As adversidades nos fizeram,
cada um de seu modo, a se apropriarem das
tecnologias para empreenderem novos
rumos às suas vidas pessoais e profissionais.
Vivemos tempos difíceis os quais nos
mostraram o quanto somos capazes.
Coincidentemente, no final de 2019, sem
antevermos essa pandemia que aflige a
todos, elegemos esse tema para ser
trabalhado de modo transdisciplinar durante
2020, que ora se finda, com a realização da
presente edição da SIC. Naquela época jamais
imaginávamos que teríamos escolhido um
tem tão propício para esses tempos
extraordinários.
No entanto, ao chegarmos até aqui,
significa que, apesar dos sofrimentos, dos
desgastes e aflições, todos nós fomos capazes
de nos superar.
E, por falar em superação, anuncio que
2021 será para todos nós, da UniAvan, um
tempo de refletirmos, estudarmos,
compartilharmos conhecimentos e
desenvolvermos pesquisas sobre essa tão
nobre ação humana: a superação. Acolhendo
a sugestão da Comissão Organizadora da SIC
anuncio que 2021 será o ‘Ano da Superação
& Excelência Educativa’.
Como todos foram protagonistas
deste tempo fulcral da história humana,
estamos cônscios de que este novo tema nos
fará refletir e compreender os próprios
sofrimentos e nos compadecermos com as
dores dos nossos irmãos.
Neste sentido, a SIC 2021 aceitará a
submissão de trabalhos que versem sobre a
pandemia da COVID-19, suas interferências
nas diferentes ciências, nas interfaces das
diferentes organizações/profissões e da
sociedade de modo geral.
Dentre as possibilidades de estudos a
serem desenvolvidos sobre essa temática,
listamos:
a) os impactos da COVID-19: no
desempenho organizacional; na saúde
pública; no mercado financeiro; na
assistência à comunidade; nas
finanças corporativas, públicas e
pessoais; nos relacionamentos; na
C
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educação; na comunicação; no
comportamento humano, dentre
outros;
b) enfrentamento aos impactos da
COVID-19 nos diversos contextos;
c) oportunidades no pós-COVID-19; e
d) relatos de superação de
profissional/pessoal vivenciados nos
tempos da pandemia.
Justifica-se a eleição desse tema pela
sua atualidade no cotidiano de todos nós,
professores e estudantes, bem como por
incluir a ação de superar, para que 2021 seja
um tempo em que possamos ultrapassar esta
situação desagradável que acomete a todos;
encorajando lhes para que se lancem à ação
de vencer nesses ‘novo normal’ que se
avizinha.
Faço votos que a luz do Espírito Santo
ilumine vocês, nossos cientistas, para que, à
luz da ciência, possam fazer da SIC 2021 um
momento de reflexão e de revelação de novas
descobertas.
Que depois de tudo isso que
testemunhamos, todos possam se reanimar e
superar! Que o próximo ano seja um tempo
de colheitas de tudo aquilo que
corajosamente fomos capazes de semear
nesse ano que se finda: a serenidade, a pausa,
o recolhimento, a reflexão e, até mesmo, o
autodescobrimento.
Ao encerrar, deixo registrados os
meus cumprimentos a todos os professores e
estudantes que estiveram envolvidos na
produção destes estudos que ora são
compartilhados e que abrilhantaram essa
edição da SIC. Sem a dedicação e
perseverança de vocês nada disso seria
possível!
Também agradeço a todos os que
estiveram envolvidos na organização do
evento, desde a sua concepção até o seu
encerramento.
Aos leitores dessa obra o UniAvan
oferece parte do que produz cotidianamente
para o nosso desenvolvimento regional, por
meio de uma formação com excelência.
Por fim, apropriando-me das palavras
da imortal Cora Coralina, deixo registrado
que:
Não sei se a vida é curta ou longa para nós,
mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe,
braço que envolve, palavra que conforta,
silencio que respeita, alegria que contagia,
lágrima que corre, olhar que acaricia,
desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta,
nem longa demais, mas que seja intensa,
verdadeira, pura enquanto durar.
Feliz aquele que transfere o que sabe
e aprende o que ensina”.
Um afetuoso abraço e votos de que
2021 seja, verdadeiramente, um tempo de
superação & excelência educativa para
todos nós.
Dra. h. c. Isabel Regina Depiné Poffo
Reitora
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SUMÁRIO
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS: EMPRESA DÖHLER S.A............................ 15
Felipe Carlos Vargas; Paola Cristina Carpi; Osmar Vinícius Eduardo da Silva e
Alessandra Menezes da Luz Machado
BIOTECNOLOGIA E A SAÚDE: O IMPACTO NA ENFERMAGEM .......................................... 19
Rafaela Loch da Silva e Juliana Vieira Raimondi
BIOMEDICINA ESTÉTICA: INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA ABORDAGEM CLÍNICA
RELACIONADA AO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO FACIAL COM O ÁCIDO
HIALURÔNICO ......................................................................................................................... 25
Alessandra Xavier de Liz; Tuanne Alves da Silva e Alessandra Menezes da Luz Machado
COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA POR TRÁS DOS
SOFTWARES BIM QUE AUXILIAM NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................... 31
Iago Bilk Dos Santos; Loiana Zoboli Dias; Talia Trindade da Anunciação e Alessandra
Menezes da Luz Machado
A ARQUITETURA EMERGENCIAL EM MEIO ÀS CRISES HUMANITÁRIAS: A UTILIZAÇÃO DE
SOLUÇÕES MODULARES ATRAVÉS DA PRÉ-FABRICAÇÃO ESTRUTURAL VISANDO A
EMPREGABILIDADE DO REUSO ADAPTATIVO ..................................................................... 37
Karina Fernanda de Souza Batista; Lucas Mario Lonheski; Maria Eduarda Brites
Cardoso e Alessandra Menezes da Luz Machado
O DILEMA DA PIRATARIA DE SOFTWARE NA VIDA DO ARQUITETO EMPREENDEDOR . 43
Bruna Luiza Junges Solarenko Vicente; Gabriel Urcino Gonçalves; Paulo Vinícius da
Silva Reis e Alessandra Menezes da Luz Machado
TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS: INOVAÇÃO NA FORMAÇÃO EDUCACIONAL .................... 49
Natasha Emanuelle Xavier Fabrício Vieira; Andressa Nathalia Birello; Stefani da Rosa
dos Santos e Alessandra Menezes da Luz Machado
O USO DAS TECNOLOGIAS DURANTE A INFÂNCIA ............................................................ 55
Fernanda Maciel Scheuer; Francielli Maciel Scheuer e Alessandra Menezes da Luz
Machado
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INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E EMPREENDEDORISMO NO BRASIL ................................. 59
Gabriel Cordeiro Vilas Boas de Andrade; Gabriel Jose Venâncio; Daniella de Paula
Heidler e Alessandra Menezes da Luz Machado
A TECNOLOGIA NO AUXÍLIO DA EDUCAÇÃO...................................................................... 63
Mateus de Freitas; Marcelo Gabriel Soares Berlanda e Alessandra Menezes da Luz
Machado
EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DO APARELHO CELULAR ......................................................... 67
João Pedro Regado; Lucas Gustavo Cabral; Oswaldo de Souza Mendes e Alessandra
Menezes da Luz Machado
OS DESAFIOS E A TECNOLOGIA PARA OS ACADÊMICOS FRENTE À EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA EM UM CENÁRIO DE PANDEMIA ..................................................................... 71
Jéssica Alessandra Bastos; Elisa Nila dos Passos; Nataly Martins Nogueira e Alessandra
Menezes da Luz Machado
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA ÁREA DA BIOMEDICINA ............................................... 75
Ingrid Karolina Schorck; João Vitor Goulart Marcelino; Rodrigo de Quadros Killes e
Alessandra Menezes da Luz Machado
INOVAR E EMPREENDER NA ALIMENTAÇÃO: O USO DE DETERMINADOS ADITIVOS
ALIMENTARES, SEUS MALEFÍCIOS E PROPOSTA DE DIMINUIÇÃO NO USO .................... 79
Julia Coninck de Oliveira; Ana Gabriela Flores Borges e Bruna Jaime Feiden
USO DO LOKOMAT NA REABILITAÇÃO DA MARCHA DE PACIENTES PÓS ACIDENTE
VASCULAR ENCEFÁLICO ........................................................................................................ 85
Ana Carolina de Borba Vieira; Carolina Ponick; Natan Macedo dos Santos e Altair
Argentino Pereira Junior
DESENVOLVIMENTO DE UM APLICATIVO PARA DOAÇÃO DE DENTE DE LEITE E
PESQUISAS EM CÉLULAS-TRONCO ....................................................................................... 89
Fernanda Castellain; Elis Regina Cercal Wartha; Demilson Rodrigues de Oliveira e
Horace Houw
ALTERAÇÃO ESTRUTURAL EM CAIXAS DE PRODUÇÃO DE MEL DE ABELHAS AFRICANAS:
IMPACTOS DE MANEJO ......................................................................................................... 95
Tifani Steil; Vitor Hugo Tridapalli; Maria Luiza Voltolini Pacheco e Clarissa Barretta
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MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS E O SARS-COV-2: OS REFLEXOS IDENTIFICADOS
NA REGIÃO DA FOZ DO RIO ITAJAÍ .................................................................................... 101
Davi Antônio Faria; Priscila Faria; Felipe Carlos Vargas e Juliana Andressa Negri
CESTA BÁSICA: A INFLUÊNCIA DOS ALIMENTOS NA SAÚDE DOS DIABÉTICOS
CORRELACIONADA COM UMA PROPOSTA DE INOVAÇÃO NOS PRODUTOS OFERTADOS
................................................................................................................................................ 109
Milena Rita de Quadros Cursino e Bruna Jaime Feiden
ELABORAÇÃO DE PÃO DE AIPIM SEM GLÚTEN: EMPREENDEDORISMO NO RAMO
ALIMENTÍCIO ......................................................................................................................... 115
Bruna Helena Marquioli; Thais Hanzen e Bruna Jaime Feiden
REALIDADE VIRTUAL COMO COMPLEMENTO DA FISIOTERAPIA PARA TRATAMENTO DE
PACIENTES COM ENCEFALOPATIA CRÔNICA NÃO EVOLUTIVA: REVISÃO DE LITERATURA
................................................................................................................................................ 121
Ágata Floriani; Amanda Lourin Mila Pereira; Daniele Borges de Paula Cristofolini e
Angelise Mozerle
SMART GARDENS ................................................................................................................. 127
Luciano Rother; Leandro Luiz Lopes e Miguel Gustavo Filippi
MARKETING DIGITAL POR NUTRICIONISTAS NO INSTAGRAM® ................................... 133
João Pedro Pereira; Larissa Giovanna Miranda e Renata Carvalho de Oliveira
A TECNOLOGIA ALIADA AOS EXERCÍCIOS FÍSICOS EM UMA PERSPECTIVA
EMPREENDEDORA INOVADORA ......................................................................................... 139
Daiane Schimidt de Souza e Tiago Martins Coelho
CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS IN NATURA POR PELÍCULA DA FÉCULA DE MANDIOCA
................................................................................................................................................ 143
Bruna Oliveira Godoy Leite; Sarah Emilli Costa e Tatiana de Souza Izidio
O ESPAÇO ARQUITETÔNICO TECNOLÓGICO POTENCIALIZANDO A EDUCAÇÃO
EMPREENDEDORA ................................................................................................................ 147
Natan Carlos Reimers e Suzane Concatto
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ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO CICLO DE RANQUINE,
UTILIZANDO A BIOMASSA DA CANA DE AÇÚCAR COMO BIOCOMBUSTÍVEL .............. 151
Alexander Zeferino; William Mallmann Denovaro e Marshell Ferreira Almeida Ferraz
AULAS REMOTAS NO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DURANTE A PANDEMIA DE COVID-
19: UM ESTUDO DE CASO .................................................................................................... 157
Yuri Andrey Pedroso Alves Costa e Talita Banck Dalcin
ACESSIBILIDADE MECÂNICA: ELEVADOR PARA PORTADORES DE DEFICIÊNCIA.......... 163
João Vitor Luczinski da Rocha; Guilherme Wajda; Luis Cesar Eves e Marshell Ferreira
Almeida Ferraz
ACESSIBILIDADE NO MEIO URBANO: O DESIGN UNIVERSAL COMO RESPOSTA PARA A
PROBLEMÁTICA DAS BARREIRAS ARQUITETÔNICAS ...................................................... 169
Thalita Neres Barbosa e Pâmella Souza Pereira Hornburg
EMPREENDEDORISMO NO MERCADO DE CAPITAIS ........................................................ 173
Érika Gabriela de Alvarenga; Claudinei da Silva Gomes e Tânia Cristina Chiarello
INOVAÇÃO NO PROCESSO PENAL: O BLOCKCHAIN ........................................................ 177
Leydyani Mendes da Silva e Felipe André Dani
PLANTÃO PSICOLÓGICO: ACOLHIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DE
FUNCIONÁRIOS DAS ESTRATÉGIAS DA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) ................................ 183
Julio Cesar Godoy e Maria Balbina de Magalhães
AÇÃO EDUCATIVA SOBRE LEISHMANIOSE VISCERAL EM ESCOLAS DE ENSINO
FUNDAMENTAL DO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ ....................................................................... 187
Ana Paula Scandolara; Kezia Ramos Pinheiro; Kelly Valcarenghi Nitz e Clarissa
Barretta
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA OU VIOLAÇÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA? PSICOLOGXS QUE SE
APROPRIAM DE ARTES PARA SE AUTOPROMOVER ........................................................ 193
Carolina Louise Baroni Brocardo e Anna Maria Dalmonico Moser
NOVAS TECNOLOGIAS NA PRODUÇÃO DE PROTEÍNAS: UMA ALTERNATIVA
SUSTENTÁVEL? ..................................................................................................................... 197
Amanda Regina Arruda; Larissa Mendes Lima e Clarissa Barretta
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ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GRUPO: UMA METODOLOGIA DE EXCELÊNCIA DE
ENSINO? ................................................................................................................................. 203
Daniela Otávio Rodrigues e Maria Balbina de Magalhães
TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NO ACESSO À NUTRIÇÃO ESPORTIVA PARA ATLETAS DE
BAIXA RENDA EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ/SC ................................................................. 207
Beatriz Serra Perez e Bruna Jaime Feiden
EMPREENDER E INOVAR NA EDUCAÇÃO COMO UMA MUDANÇA PESSOAL ................ 213
Isadora Puntel Rohde e Eliz Marine Wiggers
OPTATIVAS SUSTENTÁVEIS DE SUBSTITUIÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA ........................... 217
Débora Amanda Santana e Pâmella Souza Pereira Hornburg
A PARTICIPAÇÃO DO INVESTIDOR NA CONSTRUÇÃO CIVIL ........................................... 221
Jean Carlo Valdivia Meza; Rodrigo Ferreira dos Santos e Pâmella Souza Pereira
Hornburg
OUTRIGGER: ANÁLISE DA METODOLOGIA E EFICÁCIA COMO MÉTODO DE
CONTRAVENTAMENTO ........................................................................................................ 225
Gabriel Garcia; Gléber José Ludwichak; Simão Martins da Veiga Neto e Pâmella Souza
Pereira Hornburg
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS:
EMPRESA DÖHLER S.A.
Felipe Carlos Vargas
Paola Cristina Carpi
Osmar Vinícius Eduardo da Silva
Alessandra Menezes da Luz Machado
INTRODUÇÃO
a sociedade atual,
empreendedorismo é um tema
assíduo para várias áreas de
estudos. Sonhado por muitos, empreender
remete à ideia de ter o próprio negócio,
trabalhar com o que gosta, criar e
desenvolver, mas, para que isso se torne uma
realidade tangível, é necessário trabalho duro,
dedicação, tempo, criatividade e
investimento. É imprescindível para o sucesso
que o empreendedor entenda sobre seu
negócio e sua a área de atuação, para torná-
lo diferente dos demais concorrentes e, pelo
menos, alguns conceitos básicos sobre
finanças.
O sucesso é cobiçado por todos que
empreendem e com isso é necessário que o
empresário desenvolva certa inteligência
financeira. Para tanto, os índices de liquidez
serão expostos neste artigo juntamente com
a Rentabilidade do Patrimônio Líquido, uma
vez que auxiliará o empreendedor dando-lhe
uma visão mais ampla e concreta sobre seus
negócios, expondo pontos chave, seu
impacto nas empresas e dentre outros
motivos que fazem com que o sucesso das
mesmas seja inevitável.
A pesquisa de abordagem
quantitativa foi realizada durante os meses de
outubro e novembro 2019. Para a coleta de
dados, utilizou-se a base de dados da Bolsa
de Valores B3 de onde foram extraídas as
demonstrações contábeis publicadas com o
objetivo de analisar o desempenho
econômico-financeiro entre os anos de 2016
a 2018 da organização Döhler S.A.
A análise realizada neste estudo
baseou-se nos balanços e na verificação das
demonstrações contábeis, os índices de
Liquidez e o índice de Rentabilidade, que é o
de rendimento do patrimônio líquido da
empresa em estudo, buscando levar ao leitor
um conhecimento estratégico sobre a
importância referente às finanças e o
empreendedorismo, respondendo à
pergunta: Qual o comportamento
econômico-financeiro da empresa Döhler S.A.
nos anos de 2016 a 2018?
N
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DISCUSSÕES
tualmente, nota-se que a
busca pela inteligência
financeira vem se tornando
algo discutido na sociedade, por exemplo nas
empresas, com objetivo da geração do lucro,
podendo assim prever e projetar planos para
o futuro das organizações. A análise realizada
neste estudo baseou-se nas demonstrações
contábeis da Empresa Döhler S.A buscando
levar ao leitor um conhecimento maior sobre
a importância da ciência em finanças e a
relevância e diferença dos indicadores
anteriormente citados.
Analisou-se assim os índices da
Empresa Döhler S.A. registrada no CNPJ n°
84.683.408/0001-03, que tem como atividade
preponderante a fabricação de tecidos de
fibra de algodão, sendo eles: artificiais,
sintéticos ou mistos para uso doméstico ou
industrial, seus artefatos e a respectiva
comercialização. Fundada em 1881, a Döhler
conta com tecnologia de ponta em seus
teares além do pioneirismo em pesquisa e o
desenvolvimento e práticas sustentáveis em
seu ramo.
Os indicadores de Liquidez têm por
objetivo medir a capacidade que a empresa
tem de executar suas atribuições de curto
prazo em sua devida data de vencimento. Por
sua vez, os índices de rentabilidade buscam
informar os lucros da empresa sobre um
determinado nível de vendas, ativos e capital
investido considerado útil para a comparação
entre períodos diversos (IUDÍCIBUS, 2017).
Para tanto, neste artigo analisou-se a
Liquidez Corrente que, de acordo com Marion
(2002), aponta o quanto a empresa tem a
receber comparando com o quanto tem a
pagar no curto prazo (ativo circulante /
passivo circulante). A Liquidez Seca, por sua
vez, segundo Ribeiro (2018), não contabiliza o
estoque, considerando que o mesmo não está
atrelado diretamente ao patrimônio (ativo
circulante – estoque / passivo circulante).
Já a Liquidez Geral, conforme
Iudícibus (2017), está ligada ao médio e longo
prazo, possibilitando traçar planos com
previsões mais concretas ((ativo circulante +
realizável a longo prazo) / (passivo circulante
+ passivo não circulante)). E, por fim, para
Ribeiro (2018), a Rentabilidade do Patrimônio
Líquido mede o potencial de agregar valor da
empresa com seus próprios recursos (lucro
líquido / patrimônio líquido).
Após a coleta dos dados, exportaram-
se essas informações para o software
Microsoft Excel®, onde foram calculados os
indicadores que podem ser visualizados na
Tabela abaixo sendo que se considera que
quanto maior os índices, melhor o resultado
da empresa.
Tabela 1 - Índices de liquidez e rentabilidade
INDICADORES 2016 2017 2018
Liquidez Corrente 7,5 6,4 6,1
Liquidez Seca 4,7 4 3,5
Liquidez Geral 4,9 4,8 4,7
Rentabilidade do Patrimônio
Liquido 3% 6% 9%
Fonte: Dados pesquisados, 2019.
A empresa analisada contou com uma
liquidez corrente de 7,5 em 2016; 6,4 em 2017
e 6,1 em 2018 dispondo, em média, de R$
6,66 de Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de
A
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Passivo Circulante nos anos analisados. Tais
dados indicam uma folga financeira de curto
prazo correspondente ao Capital Circulante
Líquido, o que possibilita à empresa, sem
prejudicar sua liquidez, a efetuação de
transações na aquisição de estoques e
aplicações financeiras de curto prazo.
A liquidez seca, por sua vez, em 2016
foi de 4,7; 4,0 em 2017 e 3,5 em 2018. Ainda
que não venda seus estoques, a Döhler S.A
conta com R$ 3,50 para cada R$ 1,00 de
obrigação de curto prazo não dependendo da
venda de estoque para liquidar seus deveres.
A liquidez geral da organização é de
4,9 em 2016; em 2017 4,8 e 4,7 em 2018. Para
cada R$ 1,00 de dívidas a empresa dispõe de
R$ 4,70 de recursos a curto prazo o que
significa que a empresa se encontra bem
estruturada contando que a disposição do
capital é superior a 1 (um).
Logo, a organização estudada contou
com uma rentabilidade de Patrimônio Líquido
de 3% em 2016, em 2017 6% e 9% em 2018.
Concluindo que os sócios obtiveram em
média, 6% de remuneração sobre o capital
investido na empresa neste período. Onde,
para cada R$ 100,00 de capital próprio
investido, gerou-se R$ 6,00 de lucro líquido.
A Tabela 1 expõe que a empresa em
estudo é uma organização sólida, mas ao
analisarmos a projeção dos três últimos
exercícios, verifica-se uma diminuição dos
índices de liquidez e um aumento no índice
de rentabilidade, variações que se dão pelo
aumento da participação de capital de
terceiros representado pelo passivo circulante
e não circulante.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
presente artigo abordou um
tema que vem ganhando
relevância social: a forma de inovar em meios
profissionais. O Centro Universitário Avantis,
para mostrar que está atualizado perante a
sociedade, tomou como tema do ano letivo
de 2020: “Empreendedorismo, Inovação
Tecnológica & Excelência Educativa”.
Há várias formas de empreender, uma
das mais conhecidas é a de investimento de
bolsa de valores onde são negociadas as
ações de diversas empresas. Para ter certeza
de que o investimento terá um retorno é
necessário compreender a situação da
empresa, por isso é analisado e utilizado
como exemplo os relatórios contábeis da
empresa Döhler S.A.
Para finalizar, foi percebido mediante
o desempenho econômico-financeiro, entre
os anos de 2016 a 2018, que a empresa
demonstra estar viável podendo atender
todas as necessidades e continuar gerando
lucro, onde os investidores podem investir
que terão retorno, mas foi visualizada uma
previsão que daqui alguns anos, esse quadro
se altere. Conclui-se que respondendo à
pergunta problema, o comportamento dos
indicadores econômico-financeiro de
empresa Döhler S.A. nos anos de 2016 a 2018
pioraram, apesar de seus resultados elevados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2017.
MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 2ª
ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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RIBEIRO, Osni Moura. Estrutura e análise de balanços. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
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BIOTECNOLOGIA E A SAÚDE: O IMPACTO NA ENFERMAGEM
Rafaela Loch da Silva
Juliana Vieira Raimondi
INTRODUÇÃO
Biotecnologia é o conjunto de
tecnologias que favorecem os
seres vivos. Segundo Pereira
Júnior, Bon e Ferrara (2008), sua aplicação vai
desde o setor alimentício e principalmente na
área da saúde, onde o uso de células tronco
ou sistemas bioquímicos em processos de
produção de remédios são as técnicas mais
utilizadas.
Nosso planeta está rodeado de
descobertas, sendo elas de diversas áreas,
inclusive a de biotecnologia que com o tempo
vem se desenvolvendo rapidamente. A
mesma tem a capacidade de melhorar a vida
do ser humano com os seus
aprofundamentos (OLIVEIRA; SPENGLER,
2014). A expectativa atual e futura é de que a
biotecnologia possa proporcionar melhorias
na qualidade de vida das pessoas.
No âmbito da saúde, a biotecnologia
pode ser aplicada em todas as áreas. Não é
diferente na enfermagem, onde o uso dessas
tecnologias aumentou de uma forma muito
eficaz para o cuidado em saúde. Como
explicam Monteiro, Curado e Queirós (2017,
p. 143) “Diagnósticos clínicos mais precisos,
resultantes de algoritmos e análise de
elementos de Big data, são já utilizados em
cenários de hipercomplexidade clínica quer
nos diagnósticos quer nas propostas de
intervenção terapêutica”. Em parte, suas
utilidades são de grande importância,
trazendo inovações para a saúde da
população.
Fora do contexto hospitalar, torna-se
acessível e econômico a
monitorização de dados clínicos
essenciais em doentes de risco ou
com patologias de evolução
prolongada, através de sensores
microimplantados, lentes de
contacto que permitem avaliar o
nível de glicemia de pessoas com
diabetes, com ligação de dados a
aplicações de telemóvel facilmente
disponíveis. Estes dados permitem
fazer a gestão terapêutica de
situações clínicas complexas em
tempo real tornando possível a
funcionalidade no cotidiano das
pessoas afetadas, reduzindo fatores
de risco, internamentos agudos e
mortalidade em situações críticas
(GHASSEMI; CELI; STONE, 2015, p.
118).
A biotecnologia possui aplicações
abrangentes na saúde humana como
inseminação artificial, clonagem, engenharia
genética, células troncos, entre outros. A
inseminação artificial é uma das técnicas
biotecnológicas mais conhecidas entre os
seres humanos, pois sua área já é bem
estudada e possui uma grande população
que faz uso desta técnica. A clonagem pode
ser considerada benéfica dependendo do
ponto de vista de quem a vê, levando em
A
2
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consideração os dois tipos: clonagem
reprodutiva e clonagem terapêutica.
De acordo com Varella (2004), a
clonagem reprodutiva é aquela onde o núcleo
de uma célula adulta é colocado dentro de
um óvulo ‘vazio’ e transferido para uma
barriga de aluguel, com a conclusão de gerar
um ser humano com o mesmo DNA do
doador, tornando-o idêntico. Ainda para
Varella (2004, s.p.) a clonagem terapêutica é
parecida “O DNA retirado de uma célula
adulta do doador também é introduzido num
óvulo ‘vazio’, mas, depois de algumas
divisões, as células-tronco são direcionadas
no laboratório para fabricar tecidos idênticos
aos do doador”.
Na engenharia genética, a qual estará
mais aprofundada neste trabalho, tem-se
uma pequena parcela de clonagem em seu
fundamento, chamada ‘clonagem molecular’
auxiliando em diversos procedimentos, como
na eliminação de doenças humanas,
colaborando com a qualidade de vida do ser
humano. E, por fim, as células troncos, que
têm uma ampla utilidade de seus
procedimentos, ajudam também a combater
doenças humanas através de medula óssea e
outras maneiras que serão abordadas neste
texto.
O objetivo deste trabalho é apresentar
na forma de uma revisão bibliográfica
assuntos acerca da aplicação da
biotecnologia na área da saúde com foco na
enfermagem.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
presente estudo foi baseado
em revisões bibliográficas,
tendo como base de dados
livros, artigos, revistas e sites especializados
na área.
CÉLULAS TRONCO
s células tronco possuem
diversas utilidades para a
saúde humana, sendo elas
muito estudadas pelo ser humano desde a
sua descoberta com as células embrionárias.
Elas podem ser classificadas em vários tipos,
como totipotentes, podendo se diferenciar
em todo tipo celular, as pluripotentes e as
multipotentes que são capazes de se
diferenciar em quase todos os tipos celulares,
as oligopotentes que se diferenciam em
poucos tecidos e as unipotentes que se
diferenciam apenas em um único tecido
(BARROSO, 2007). As células tronco
conhecidas pela população são aquelas
retiradas da medula óssea, cordão umbilical,
tecido adiposo etc., onde encontram-se
células hematopoiéticas que ajudam em
diversos procedimentos, originando-se para
as células do sangue, sendo elas, linfócitos,
hemácias e plaquetas (PEREIRA, 2008).
As células tronco são células não
especializadas, que se renovam por meio de
divisão celular por períodos longos. As células
tronco totipotentes e pluripotentes (ou
multipotentes) só são encontradas nos
embriões. As totipotentes são aquelas
presentes nas primeiras fases da divisão,
quando o embrião tem até 16-32 células, ou
seja, de três a quatro dias de vida (CARLO,
2005). Ainda sobre os tipos de células tronco,
para Ricardo (2005) as células pluripotentes
ou multipotentes aparecem quando o
embrião atinge a partir de 32-64 células da
fase de blastocisto, aproximadamente no
quinto dia de vida do embrião. Tem-se ainda
O
A
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a utilização de células através de tecido
adiposo, ambas coexistindo para a mesma
função.
Utilizada em diversos procedimentos, tem
como principal foco a regeneração de tecidos,
como no tratamento da leucemia, um novo
tecido cardíaco, importante para pessoas com
diabetes em estado crítico - onde o sistema
imunológico não consegue mais regenerar o
tecido nas feridas (células tronco que fazem
esse papel).
ENGENHARIA GENÉTICA
sociedade é colocada à
muitas doenças - que com o
tempo vem sendo estudadas,
estando cada dia mais perto da ‘cura’. O uso
da engenharia genética é importante, pois de
acordo com Barth (2005), através dela,
estaremos, pela primeira vez, tratando uma
doença antes mesmo que ela se manifeste.
A engenharia genética permite obter
o medicamento de forma eficaz e de baixo
custo. De acordo com Barth (2005),
conhecendo o código genético de cada
pessoa, pode-se criar remédios em medidas
exatas de acordo com a necessidade do
organismo de cada paciente, em vez de
aplicar doses comuns. Aí estão as produções,
em larga escala, de insulina, de hormônio do
crescimento “[...] contra algumas formas de
tumores malignos humanos, de vacinas e de
reagentes biológicos usados na identificação
e quantificação de proteínas específicas [...]”
(CANDEIAS, 1991, p. 05).
Outra importante aplicação é o auxílio
em diagnósticos e laudos médicos através de
marcadores moleculares ou imuno
procedimentos.
Por conta disso, na área da engenharia
genética, percebemos o avanço com os
diagnósticos de patologias, como a Síndrome
de Down (KAPLAM; SADOCK; GREBB, 1997).
Mas para Fortes (2000) o diagnóstico precoce
pode ser polêmico na sociedade,
possibilitando assim aos pais que, ao saber da
doença, queiram interromper a gravidez, na
eliminação de possíveis nascituros doentes.
BIOTECNOLOGIA NA ENFERMAGEM
enfermagem evolui junto
com os avanços tecnológicos
e o equilíbrio das duas é muito
importante, não só para o profissional que
consegue um diagnóstico e um tratamento
mais específico, como também para o
paciente, que necessita de melhorias para a
sua saúde. Para Monteiro, Curado e Queirós
(2017, p. 141) “Em ambientes
hipertecnológicos, cuidar em enfermagem
implica o gesto terapêutico ancorado na
competência técnica e no manejo de
equipamento sofisticado”. O enfermeiro (a)
quer o bem do paciente. O uso de
medicamentos, células troncos, fertilização
etc., faz com que o paciente se sinta mais
confortável ao saber que algumas doenças
possuem cura, graças à biotecnologia. A
presença de tecnologias no ambiente da
saúde é indispensável, necessário e
importante para o desenvolvimento no
cuidado humano, quando os profissionais se
adequam a essas inovações pode-se obter
um bom resultado no ato de zelar pelo
paciente (BAGGIO; ERDMANN; SASSO, 2010).
O uso das novas tecnologias e os
avanços exponenciais da investigação
biomédica aumentaram de forma drástica a
A
A
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eficácia dos cuidados de saúde (MONTEIRO;
CURADO; QUEIRÓS, 2017). Assim como a
tecnologia pode favorecer, tem-se que tomar
muito cuidado, pois nenhuma tecnologia
pode substituir o ato do cuidado humanizado
em enfermagem (BAGGIO; ERDMANN;
SASSO, 2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ntende-se, portanto, que a
compreensão sobre o assunto
biotecnologia através de células
tronco e a engenharia genética são
imprescindíveis para o profissional da
enfermagem.
Ficaram evidentes as vantagens acerca
da possibilidade de tratamento de algumas
doenças, e/ou diagnóstico e produção de
medicamentos. No entanto, muitos autores
expõe a importância de inserir a
biotecnologia com cautela, com protocolos
de pesquisa e aplicações corretas deste tipo
de categoria científica e, por conta disso,
enaltecem ainda mais a posição que a
enfermagem se coloca, ao progredir lado a
lado com a tecnologia. São inúmeros, os
benefícios, etapas ascendidas, e novas
técnicas que, acompanhadas de excelentes
profissionais, termina por levar a área da
saúde a outro patamar.
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E
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BIOMEDICINA ESTÉTICA: INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NA
ABORDAGEM CLÍNICA RELACIONADA AO PROCESSO DE
ENVELHECIMENTO FACIAL COM O ÁCIDO HIALURÔNICO
Alessandra Xavier de Liz
Tuanne Alves da Silva
Alessandra Menezes da Luz Machado
INTRODUÇÃO
ste trabalho levará em
consideração a atuação do
Biomédico na abordagem
clínica com a aplicação de preenchedores
semipermanentes de ácido Hialurônico para
tratar alterações provenientes do
envelhecimento e buscar organizar, de forma
sistemática, a evolução tecnológica da
indústria farmacêutica e cosmetológica por
métodos cada vez mais eficazes e eficientes
na harmonização facial.
Esta pesquisa se caracteriza por ser
uma revisão sistemática, baseada na busca de
periódicos nacionais e internacionais
publicados nos últimos cinco anos. Neste
sentido, o objetivo deste artigo é avaliar as
principais abordagens clínicas relacionadas à
inovação tecnológica em Biomedicina na
aplicação do preenchedor semipermanente
como o ácido Hialurônico no processo de
envelhecimento para a harmonização facial.
Muito embora os avanços
tecnológicos das últimas décadas vêm
proporcionando excelentes resultados no
tratamento estético facial, cabe frisar que o
envelhecimento cutâneo é um processo
biológico complexo, contínuo e irreversível
influenciado por alterações produzidas por
fatores intrínsecos e extrínsecos. Neste
sentido, cabe salientar que os fatores
intrínsecos como as alterações hormonais e
proteicas, associadas aos fatores extrínsecos
como a exposição excessiva a radiação UV,
aumenta sobremaneira a formação de
radicais livres que potencializam o
surgimento de glicos e perda do turgor da
pele. Tais fatores, associados à ação da
gravidade e à sarcopenia, tornam a face
humana o local de maior expressão das
marcas do tempo (TOBIN, 2017).
Embora seja um produto oriundo da
inovação tecnológica recente da indústria
farmacêutica, o ácido Hialurônico (AH) tem
sido utilizado há mais de uma década no
preenchimento de rugas, sulcos, entre outros.
Uma vez que o comportamento biológico do
AH é bem conhecido, conforme pesquisas
histológicas disponíveis, este composto é
absorvido gradativamente ao longo dos
meses pelo organismo (SALLES, et. al, 2009).
Diante deste cenário amplamente
positivo, elabora-se o seguinte
questionamento: Qual é o papel do
Biomédico na abordagem clínica relacionada
ao processo de envelhecimento facial por
ácido Hialurônico?
E
3
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DISCUSSÃO
harmonização facial é um
importante mecanismo para o
tratamento das alterações
provenientes do envelhecimento, o qual
proporciona um ganho primordial no sentido
de minimizar os efeitos maléficos do tempo.
É importante frisar que estes aspectos,
embora irreversíveis, podem ser minimizados
com técnicas farmacológicas minimamente
invasivas que utilizam fármacos que atuam
melhorando o aspecto estético, através do
preenchimento do espaço intercelular,
proporcionando jovialidade, melhora da
autoestima e da funcionalidade facial
(BUKHARI, et. al, 2018).
Sabemos que o envelhecimento é um
processo irreversível nos últimos anos. Se
analisarmos o envelhecimento e a velhice
dentro de um contexto sociológico, torna-se
indiscutível a busca incessante para frear,
retardar e até mesmo impedir o avanço do
tempo, quer seja pelos mitos do filósofo
Homero, quer seja pelas fontes mágicas do
século XVI, ou ainda pelos banhos de leite de
Cleópatra. Durante os séculos uma gama
enorme de novos procedimentos e novas
tecnologias surgiram para minimizar os
efeitos do envelhecimento cutâneo
(FAIRCLOUGH, 2001).
Atualmente, a harmonização facial
vem crescendo com suas novas técnicas,
buscando como enfoque harmonizar a face
de forma mais natural possível, deixando suas
modificações de maneira discreta, com o
designo de atender as expectativas e reduzir
os sinais de envelhecimento (RIOS, 2017).
Este crescimento tem relação direta
com o avanço sistemático da nanotecnologia
associada ao avanço das ciências
farmacêuticas e cosmecêuticas. Ambas têm
obtido nas últimas décadas importantes
achados científicos que, se por um lado não
impedem o avanço da velhice, por outro lado,
tornam este processo mais prazeroso e
menos traumático. Dentre os inúmeros
métodos e técnicas, os preenchedores faciais
surgem como um grande precursor dentre
estas práticas (PASCHOARELLI; CAMPOS;
SANTOS, 2015).
Neste contexto, a aplicação de
preenchedores faciais como o ácido
Hialurônico possui tanto indicações estéticas
quanto clínicas, pois além do aspecto estético
e funcional, é coadjuvante de alguns
tratamentos como a distonia e volume facial
(RIOS, 2017).
Considerando que exista no mercado
uma variedade de preenchedores faciais, a
Biomedicina vem optando pelo uso deste
ácido como agente farmacológico de
primeira linha nas alterações relacionadas ao
preenchimento de cavidades faciais surgidas
com a senescência (CHEN, et. al, 2018).
Cabe salientar, no entanto, que a
escolha deste produto ocorre devido a sua
biodisponibilidade no organismo, uma vez
que a pele contém em sua composição 56%
do total deste ácido. Como o avanço dos
processos fisiológicos do envelhecimento
ocorrem em uma substancial perda, há assim
a necessidade de administração exógena
(FAKHARI; BERKLAND, 2013).
Assim sendo, o ácido Hialurônico
(hialuronano) é um biomaterial disposto na
forma de polímero natural polianiônico
composto de ácido glucurônico e repetições
de N-acetilglucosamina por meio de uma
ligação β-1,4. De textura viscosa, pode ser
encontrado em vários segmentos do corpo
humano, principalmente no líquido sinovial e
em diversos tecidos conjuntivos compostos
por colágeno (MARIKO, et. al, 2017;
AGOSTINI; SILVA, 2010).
A
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Figura 1: Efeitos do Ácido Hialurônico
Fonte: Agostini; Silva (2010, p. 08)
Além de serem amplamente utilizadas
em procedimentos minimamente invasivos na
Biomedicina, as aplicações são variadas,
desde: infiltração para osteoartrite, cirurgia
ocular, cirurgia plástica, engenharia de
tecidos e administração de medicamentos;
tudo isto devido a sua forma química, a qual
possibilita extrema facilidade de se ligar à
água e ao tecido, proporcionando
lubrificação e preenchendo os espaços
intercelulares restaurando o tecido (CYPHERT;
TREMPUS; GARANTZIOTIS, 2015).
Como fator determinante seus
benefícios são multifatoriais na Biomedicina.
Sua aplicabilidade está baseada na clínica
estética na qual devem ser priorizadas
aplicações que contemplem a restauração da
jovialidade. Desta forma, locais específicos
como sulco naso-labial, região supralabial,
goteira lacrimal, contornos da mandíbula,
além de reparações estéticas relacionadas ao
preenchimento de cicatrizes da face, devem
ser priorizados pelo profissional (AFORNALI
et. al, 2017).
Diante este contexto, destaca-se a
importância do profissional Biomédico em
realizar uma abordagem clínica e
individualizada levando em consideração os
aspectos fisiológicos e anatômicos da face, a
fim de proporcionar um resultado harmônico
com traços de jovialidade (FELIPE; REDONDO,
2015).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
este estudo, vimos que o
envelhecimento cutâneo é
uma atividade natural,
gradativa e contínua, que com o passar dos
anos essas alterações conduz-se ao declínio.
Com isso, ao tratar as alterações
provenientes do envelhecimento com o uso
do ácido Hialurônico injetável, proporciona-
se um ganho primordial no sentido de
minimizar os efeitos maléficos do tempo, com
técnicas minimamente invasivas por ser um
tratamento em que os resultados são
imediatamente visíveis.
Pode-se perceber que a harmonização
facial está em desenvolvimento contínuo,
com a aplicação de novas técnicas trazendo
N
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como principal foco harmonizar a face de
maneira mais natural possível, resultando em
um resgate significativo da autoestima.
Em virtude dos fatos mencionados,
destacamos a importância do profissional
Biomédico, que dentre as 37 áreas de atuação
na saúde, está inclusive apto para atuar na
área estética, com aplicação de
preenchedores semipermanentes como o uso
do ácido Hialurônico aprimorando, através de
novas tecnologias, tratamentos e métodos
cada vez mais eficazes na harmonização
facial.
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COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
POR TRÁS DOS SOFTWARES BIM QUE AUXILIAM NA CONSTRUÇÃO
CIVIL
Iago Bilk Dos Santos
Loiana Zoboli Dias
Talia Trindade da Anunciação
Alessandra Menezes da Luz Machado
INTRODUÇÃO
inovação tecnológica foi
chave para o desenvolvimento
de projetos na área da
construção civil, com crescente evolução, nos
últimos 20 anos; permitindo que diversos
processos fossem encurtados e/ou
facilitados, desde o desenho arquitetônico
até os diversos desenhos técnicos
complementares que compõem um projeto.
O computador permitiu, juntamente com os
softwares, que os projetos fossem
desenvolvidos de forma rápida e precisa, e a
busca por melhoria nos processos de
conferência e compatibilização, levou à
criação da Modelagem da Informação da
Construção ou Building Information Modeling
(BIM).
BIM são softwares de base de dados
em formato digital, que facilitam a
apresentação, bem como o entendimento do
projeto como um todo, visto que o modelo
permite visualizar o 3D e outras plantas
técnicas solicitadas, sendo desenvolvido em
sincronia com a planta baixa. Torna-se um
avanço positivo para o profissional usuário da
ferramenta, que otimiza seu tempo de
projeto, podendo desenvolver o lado artístico
e resolver o interior da planta como
circulação, conforto térmico, acústico e outras
partes que, por vezes, são deixadas de lado
devido ao curto prazo que o mercado propõe.
Além disso, diminui os erros antes da
execução da obra, visto a facilidade de
compatibilizar os diversos projetos
necessários para a construção civil, que são:
estruturais, hidrossanitários, elétricos, de
telecomunicação, segurança, climatização,
preventivo de incêndio e outros (JUNIOR,
2016).
Tem-se por objetivo analisar a
importância da compatibilização de projetos
e sua relação com o avanço tecnológico nos
softwares BIM que atuam como facilitador na
construção civil; também, expor a deficiência
encontrada pelas empresas na falta de
capacitação profissional para implementação
nos projetos. Utiliza-se como metodologia o
levantamento bibliográfico para o
embasamento teórico das pautas abordadas
no decorrer do artigo, de modo a se
responder ao seguinte questionamento: a
universidade e os novos profissionais da área
da construção civil estão se adequando às
necessidades do mercado quanto à inovação
tecnológica?
A
4
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32
DISCUSSÕES
o considerar a faculdade o
primeiro contato do
acadêmico com o seu futuro
profissional, é necessário que os cursos de
Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil,
amparem e capacitem seus discentes para
que estejam preparados para atuarem no
mercado de trabalho, com excelência. Além
de implementar no ensino a ferramenta BIM,
é necessário incentivar o uso do software
desde o início das atividades curriculares, pois
a abordagem deve ir além da capacitação
instrumental dada nas determinadas
disciplinas de informática básica.
Na prática, estes programas
possibilitam arquitetar simulações e definir
soluções sustentáveis antes da concepção da
obra, acarretando vantagens para o cliente e
para o construtor. Sendo assim, o mercado
está exigindo uma nova postura dos
profissionais que, por sua vez, sentem
dificuldades em mudar de metodologia após
formados, além dos gastos que geram para as
empresas com treinamento e o medo de
retrocesso em relação às práticas atuais e
conflitos internos.
Para Nascimento (2014), os erros na
execução são consequência de um processo
falho e de baixa qualidade projetual,
acarretando altos custos durante a obra que,
por sua vez, poderiam ser evitados com uma
análise mais profunda na elaboração dos
projetos e se fossem acompanhados de uma
compatibilização rigorosa. O crescimento da
utilização de softwares BIM ainda é lento,
porém, constante e necessário.
Sob esta visão, Barison (2015), propõe
descobrir formas eficazes de introduzir este
conceito nos currículos de cursos de
Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil
no Brasil. Como esta prática segue nos
estágios iniciais no país, optou-se por se
embasar na literatura técnica internacional.
A primeira pesquisa analisada, foi
realizada por Thomas, Graham e Wall (2007),
juntamente com sua equipe de profissionais
da Universidade e Instituto de Tecnologia
Waterford, na Irlanda, com o intuito de
identificar a qualidade e implantação de
treinamento de TI e BIM nas universidades.
Buscou-se averiguar se as mesmas estão se
adaptando aos novos softwares da
tecnologia, exigidos pelo mercado, aos
conteúdos programáticos. Conclui-se que
54% dos entrevistados afirmou ter sim o
domínio do software, mas não ficou claro se
o departamento, que atualmente inclui o BIM
em seus programas, está fazendo isso de
forma prática e introduzindo da maneira
adequada.
A pesquisa elaborada por Guidera e
Mutai (2008), buscou saber em 23
universidades norte-americanas a relevância
que o software BIM tem para a preparação
acadêmica e qualificação profissional dos
discentes das instituições. Entendeu-se que
os cursos não desempenham habilidades
básicas no quesito de qualificação curricular e
compilação de sistemas.
A estes fatores, Barison (2015, p. 79),
desenvolveu uma linha do tempo, em que:
[...] a introdução de BIM nos
currículos se deu, inicialmente, por
meio de disciplinas especializadas,
durante o segundo nível das práticas
colaborativas, momento em que
predominavam a criação e o uso de
modelos BIM parciais. As abordagens
colaboração intracurso,
interdisciplinar e à distância surgiram
na terceira fase das práticas
colaborativas, quando a indústria
passou a utilizar o modelo BIM
integrado. Mais tarde, em 2010,
surgiram os modelos de colaboração
transdisciplinar, interníveis,
bi/multinacional à distância e
semipresencial, época do
lançamento de servidores BIM (livres
e proprietários) baseado em
A
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tecnologia de computação em
nuvem e no uso de BIM para
gerenciamento do ciclo de vida da
edificação.
A partir desta linha do tempo, nota-se
a demanda e constante atualização dos
softwares, contrastando com a metodologia e
aplicação desta ferramenta necessária para a
formação de profissionais capacitados dentro
das universidades, até a terceira fase, quando
convergem - de maneira não linear, como
demonstra a Figura a seguir:
Figura 1: A evolução de ensino BIM.
Fonte: Barison (2015)
Diante da realidade apresentada,
presume-se a convergência da ferramenta
BIM às necessidades inerentes da profissão,
porém ainda há um desvio na aplicação
desses softwares dentro das universidades,
que optam pela utilização do BIM apenas
para as modelagens 3D, enquanto o mercado
de trabalho carece de outras utilizações desta
ferramenta tão completa (BARISON, 2015)
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
presente artigo trouxe como
tema principal a inovação
tecnológica como o ponto
chave para a demanda do crescimento e
evolução dos discentes, bem como a
utilização correta das ferramentas nas áreas
de Arquitetura, Engenharia e Construção
(AEC), identificando as barreiras dos
acadêmicos e das universidades diante dessas
inovações tecnológicas como fator de
competitividade para o mercado de trabalho.
De modo geral, observa-se na prática
que o processo de inserção do BIM nas
universidades brasileiras ainda não aconteceu
de forma significativa, o que por sua vez
impede que as demandas do mercado sejam
devidamente atendidas pelos novos
profissionais. Esta lacuna entre o mercado de
trabalho e a universidade dificulta o novo
profissional de manter-se em um contexto em
que o avanço tecnológico é tão dinâmico e
intenso.
Apesar de a tecnologia fornecer
mecanismos facilitadores, estes ainda podem
ser considerados incipientes, sendo
necessário o treinamento da mão de obra e
investimento para tal, exigindo um percentual
elevado de tempo gasto com atividades de
ordem prática. Assim, diante da evolução e
implementação de softwares BIM, os futuros
profissionais com maior capacitação por
parte das universidades estarão prontos para
o competitivo mercado de trabalho.
Conclui-se através desse
levantamento que foi possível investigar as
características relevantes para a aplicação da
implantação do sistema BIM, e apesar dos
fatores que minam grande parte dos esforços
de modernização no planejamento e
execução de projetos na AEC, a necessidade
de melhoria é grande e possui desafios,
porém, com uma base indispensável que é
facilitar a compatibilização de projetos, no
intuito de facilitar tais tarefas de ambientes
heterogêneos tornando o tempo mais
proveitoso e rentável, sendo altamente
factível.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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O
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s%20na%20constru%C3%A7%C3%A3o%20civil,-
Por%20Francisco%20Gon%C3%A7alves&text=A%20compatibiliza%C3%A7%C3%A3o%20de
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A ARQUITETURA EMERGENCIAL EM MEIO ÀS CRISES
HUMANITÁRIAS: A UTILIZAÇÃO DE SOLUÇÕES MODULARES
ATRAVÉS DA PRÉ-FABRICAÇÃO ESTRUTURAL VISANDO A
EMPREGABILIDADE DO REUSO ADAPTATIVO
Karina Fernanda de Souza Batista
Lucas Mario Lonheski
Maria Eduarda Brites Cardoso
Alessandra Menezes da Luz Machado
INTRODUÇÃO
m meio às crises humanitárias,
um dos principais alvos a serem
impactados pelo
congestionamento de serviços é o sistema de
saúde. Atualmente, durante a pandemia da
COVID-19, o mundo inteiro enfrenta um dos
piores momentos da humanidade, em
questão da alta demanda de centros
hospitalares bem equipados e com uma
qualidade estrutural que suporte os números
exponenciais de afetados. Além da
precarização do atendimento por conta da
infraestrutura inadequada, temos como
resultado a superlotação dos centros de
saúde. Para Feres (2014), como forma de
contenção do colapso do sistema hospitalar,
uma das alternativas mais eficazes é a
arquitetura emergencial que, historicamente,
é utilizada na construção de alicerces
efêmeros como modo de suprir as
necessidades hospitalares e habitacionais em
momentos de crises humanitárias.
Destarte, o objetivo primordial dessa
pesquisa é compreender a relevância da
arquitetura emergencial e sua devida
aplicabilidade frente às situações de
instabilidade na infraestrutura hospitalar e
habitacional em crises humanitárias. Os
objetivos específicos, consequentemente,
são: averiguar a adaptabilidade arquitetônica
dos estados para suprir as necessidades da
população em situações emergenciais;
analisar soluções viáveis para as
problemáticas estruturais encontradas
durante e após as crises humanitárias e, por
fim; relacionar o avanço tecnológico com o
surgimento das inovações sustentáveis feitas
nos projetos arquitetônicos de cunho
emergencial.
Em síntese, a relevância acerca da
arquitetura emergencial, em decorrência de
crises humanitárias, corresponde à maior
eficiência na infraestrutura hospitalar e,
consequentemente, do atendimento aos
infectados. Através da montagem de
estruturas pré-fabricadas, esse nicho se
fundamenta na solução “[...] empregando
tecnologias simples, estruturas leves, de fácil
transporte (terrestre, marítimo e aéreo) e
montagem expedita” (GONÇALVES, 2015, p.
E
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38
144). A pesquisa, realizada através de cunho
exploratório-bibliográfico, busca responder a
seguinte questão: De que modo a arquitetura
emergencial, visando o reuso adaptativo e a
sustentabilidade, pode auxiliar em situações
extraordinárias como crises humanitárias?
A CRONOLOGIA DA ARQUITETURA EMERGENCIAL
ronologicamente, desde os
tempos primitivos, as
definições de habitação
sofreram inúmeras metamorfoses conforme a
adequação do período em questão. Segundo
Gonçalves (2015), anteriormente, com as
deslocações periódicas, os povos
desenvolveram técnicas de moradias
temporárias que se aperfeiçoaram na medida
que enfrentaram novos ambientes e situações
adversas, e utilizaram desde as cavernas até
tendas, com aprimorações na durabilidade,
flexibilidade e transporte. Com a descoberta
da agricultura, os povos adeptos do
nomadismo converteram-se para um estilo
de vida sedentário, abandonando a migração
esporádica e estabelecendo-se em regiões
com potencial fértil.
Eventualmente, em meados do século
XVIII, com a substituição da mão de obra
operária pelo uso de máquinas — a
Revolução Industrial —, surgiram novas
possibilidades para a arquitetura graças aos
materiais que agora podiam ser facilmente
manuseados devido à modernização na
indústria europeia, contrastando com os
países em desenvolvimento ou
subdesenvolvidos (GONÇALVES, 2015). Essa
conquista possibilitou, assim, os primeiros
elementos pré-fabricados que,
posteriormente, em decorrência das crises
humanitárias, se tornaram eficazes para a
aplicação da arquitetura emergencial,
ocasionando uma mudança significativa na
sua utilidade, como a aplicação na contenção
da COVID-19.
A ADAPTABILIDADE BRASILEIRA EM CRISES HUMANITÁRIAS
o estudar momentos de crises
humanitárias no Brasil, é
notável a necessidade de
adaptações planejadas que supram as
necessidades das populações atingidas. Um
desses exemplos é a crise dos refugiados
venezuelanos para o Brasil, que aumenta o
seu fluxo em proporções exponenciais desde
2017 (LANGLOIS, 2019), e demandou ações
de prefeituras de diversos municípios
brasileiros. Paralelamente, temos o
rompimento da barragem da Vale
(mineradora multinacional brasileira) em
Brumadinho, Estado de Minas Gerais, que em
2019 provocou uma avalanche de rejeitos de
minério de ferro, e ainda permanece com 138
atingidos sem realocação própria,
aproximadamente (AGÊNCIA BRASIL, 2020).
Nada obstante, é incitador perscrutar
o atual momento pelo qual o mundo passa. A
pandemia da COVID-19 careceu do Brasil
medidas drásticas para conseguir atender ao
crescimento célere de infectados, e
demonstrou a necessidade de adaptações e
inovações, como por exemplo os hospitais de
campanha, que consistem em instalações
temporárias que buscam desafogar o sistema
de saúde, abrigando as pessoas em
tratamento (ROCHA, 2020).
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A APLICABILIDADE DO REUSO ADAPTATIVO
a análise de soluções viáveis
para problemáticas
estruturais recorrentes nas
crises humanitárias, indubitavelmente, pelo
anseio por novas táticas e medidas mais
eficientes no amparo a determinado grupo,
arquitetos enfrentam esses cenários com o
propósito de criar estruturas passíveis de
mobilidade, flexibilidade, conforto ambiental,
adequação cultural, adaptabilidade e
segurança (LEMES; REZENDE, 2019). De
acordo com Feres (2014), por meio da
arquitetura emergencial como medida
paliativa, cabe aos profissionais da
arquitetura a tarefa de desenvolver estudos
locais e projetos que correspondam às
principais necessidades, assegurando
condições dignas durante a reabilitação dos
afetados.
Confirma-se, então, a necessidade de
uma atenção devidamente satisfatória na
resolução de problemáticas dessas situações.
Considerando o exposto, essas estruturas
efêmeras podem ser tanto projetadas a partir
do zero (com tendas, barracas e abrigos)
quanto por intermédio do reuso adaptativo,
uma técnica que transforma estruturas não
convencionais para uso diversificado, como o
Ônibus de Saúde Imediata (O-SI) — projeto
brasileiro do estúdio de arquitetura
Democratic Architects para atender os casos
graves da COVID-19, segundo o Conselho de
Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro
(2020).
Para Anders (2007), as propostas de
intervenção seguem duas linhas de
pensamento: a primeira sem interferências
drásticas no ambiente, priorizando o suporte
à vida; e a segunda com mudanças maiores,
que exigem e dependem de assistências a
longo prazo. Assim, se dividem as
construções emergenciais dos tipos
‘construção in loco’ (com materiais
disponíveis na localidade) e ‘fornecimento de
kits’ (unidades desenvolvidas e
transportáveis).
O EMPREGO DE INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS SUSTENTÁVEIS
om o avanço acelerado da
tecnologia, novos materiais e
técnicas são descobertos para
melhorar as construções emergenciais,
buscando que as mesmas sejam não apenas
eficazes durante as crises, mas também
ecologicamente equilibradas para que não
agravem indiretamente situações críticas
após o uso.
Todavia, visando os recursos
necessários para a aplicabilidade desses
abrigos, alguns exemplos de materiais
alternativos que estão sendo testados nos
últimos anos por serem ecologicamente
corretos são: tubos de papelão com um
sistema de encaixe (não precisam de mão de
obra qualificada), o bambu (abundante e
resistente a compressão e flexão) e o alumínio
(de fácil manuseio e alta capacidade de
transformação) (REMPEL, 2017).
Por sua vez, Manzini (2011 apud
REMPEL, 2017, p. 40) afirma que, “[...] o
projeto de novos produtos intrinsecamente
sustentáveis, trata-se de oferecer uma nova
maneira, [...] que busque a obtenção de
resultados socialmente apreciados, e ao
mesmo tempo, radicalmente favoráveis ao
meio ambiente [...]”.
Sendo assim, as catástrofes não
podem ser dadas como justificativa para
ignorar as medidas ecológicas a serem
tomadas, pois é sempre necessário que haja
uma preocupação com o meio ambiente,
tornando o uso de novos materiais e técnicas
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sustentáveis de suma importância para a preservação da área habitada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
onforme o presente artigo, a
arquitetura emergencial
ampara através de instalações
efêmeras devidamente equipadas e
projetadas, contribuindo efetivamente para a
ciência como objeto de estudo. Ao avaliar a
conjuntura dos estados brasileiros e suas
medidas paliativas inabituais, pela
perspectiva do desenvolvimento humano, a
vulnerabilidade socioeconômica é enfatizada,
acarretando infinitos danos, denunciando a
má gestão e insuficiência administrativa na
adaptabilidade dos órgãos públicos
brasileiros frente às crises.
Em relação à aplicação do reuso
adaptativo, percebe-se a versatilidade à
disposição dos arquitetos na introdução de
suas propostas específicas para os cenários
dos prejudicados. A suscetibilidade com que
novas abordagens podem se apropriar de
estruturas inconvencionais, corresponde à
uma gama imensurável de novos conceitos e
alternativas. Quanto ao uso de novas
tecnologias, pode-se afirmar que é necessário
estabelecer uma preocupação com a natureza
em sua aplicação, pois manter um equilíbrio
com o meio ambiente colabora com a
prevenção de certas crises humanitárias
geradas pela má administração do
ecossistema.
A arquitetura emergencial, aliada ao
reuso adaptativo e às questões sustentáveis,
sintetiza as necessidades básicas dos
confrangidos nos momentos de crise,
proporcionando-lhes estruturas que
provejam apoio emocional, social,
habitacional e hospitalar, auxiliando assim no
processo de recuperação, além de consolidar
uma mutualidade com o meio ambiente.
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FERES, G. S. Habitação emergencial e temporária, estudo de determinantes para o
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O DILEMA DA PIRATARIA DE SOFTWARE NA VIDA DO ARQUITETO
EMPREENDEDOR
Bruna Luiza Junges Solarenko Vicente
Gabriel Urcino Gonçalves
Paulo Vinícius da Silva Reis
Alessandra Menezes da Luz Machado
INTRODUÇÃO
om o empreendedorismo
ganhando ascendência entre os
jovens, é uma consequência o
debate dos desafios encontrados, sendo algo
relativo entre as profissões. De acordo com
Couto (2010, p. 11) “[...] é comum que os
escritórios de arquitetura e urbanismo
contem inicialmente com pouco recurso
financeiro”, desta maneira, é notória a grande
dificuldade envolvendo os custos, o que
ocasiona jovens arquitetos empreendedores
optarem por versões falsificadas de softwares
ímpares à profissão, o que é um problema na
sociedade.
Entretanto, os custos aos programas
também se tornam inadequados a ponto de
gerar pouca inclusão aos arquitetos iniciantes
na profissão. Essa problemática prejudica o
profissional, pois desde o início de sua
carreira é obrigado a analisar a pirataria como
solução, observando-a como o recurso mais
lucrativo possível, embora seja na verdade
uma opção criminal e prejudicial, sendo assim
um motivo influenciador para o crescimento
de softwares pirateados.
Frente ao exposto, o presente artigo
foi elaborado a partir de análise exploratória
bibliográfica, com o objetivo geral de refletir
sobre os motivos que levam os jovens
empreendedores a optarem por softwares
piratas. Portanto, o artigo busca responder o
seguinte questionamento: O que leva os
arquitetos empreendedores a optarem por
software pirata ao invés do produto original?
A PIRATARIA DE SOFTWARE DENTRO DA ARQUITETURA
o considerar a enorme
expansão que a tecnologia
adquiriu através da
informática nas últimas décadas, não é um
assombro os softwares ocuparem posições
cruciais na arquitetura e urbanismo, na qual o
processo projetual adotou ferramentas de
computação gráfica, agregando simulações e
recursos alheios que seriam impossíveis por
meios tradicionais (BRITO, 2011).
Paralelamente a esta necessidade dos
softwares na profissão, é concernente em
C
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cada país a eventual pirataria dos mesmos
para muitos profissionais, por conta dos
custos dos programas originais. Além do
mais, segundo a Business Software Aliance
(BSA), em 2015 quase metade dos softwares
instalados no país não eram licenciados, o
que, segundo Peixoto (2012), a motivação da
prática vem através do adjetivo ‘barato’, pois
os usuários alegam que os preços abusivos
dos programas originais trazem justificativa à
pirataria.
Ademais, para o ramo da arquitetura e
urbanismo é imprescindível o uso de
softwares como o AutoCad da Autodesk que
no ano de 2020 tem valor anual de R$
8.667,00 (AUTODESK, 2020). No entanto, de
acordo com Tigre e Marques (2009), mesmo
se a pirataria fosse extinta os usuários não
estariam dispostos a pagar pelos produtos
originais.
Partindo deste contexto, dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), de 2016, indicam que metade da
população brasileira vive com menos de um
salário mínimo o que categoriza a
incompatibilidade dos valores de softwares
com a condição de grande parte da
população nacional e, sem dúvidas, também
envolve a arquitetura. Deste modo, conforme
Peixoto (2012) os usuários podem recorrer a
softwares gratuitos para recorrência de
necessidades e realizações básicas, portanto
deveria haver mais ações por parte das
desenvolvedoras, visando a inibição gradativa
dos softwares pirateados.
AS ADVERSIDADES DO EMPREENDEDORISMO AO JOVEM ARQUITETO
entro do ramo da arquitetura
e urbanismo, tem-se visto
muitos escritórios surgindo,
pois de acordo com o anuário do Conselho de
Arquitetura e Urbanismo (CAU, 2019) 1.781
novas empresas surgiram em 2018 chegando
a ter no Brasil uma empresa para cada sete
profissionais. Ou seja, um número enorme de
arquitetos empreendedores. Isso decorre do
fato de que “[...] o Brasil concentra sua força
empreendedora na juventude” (GOMES, et al,
2014, p. 329)
No entanto, existem barreiras para os
jovens arquitetos empreendedores, pois no
início, os negócios estão mais suscetíveis à
mortalidade (HANNAN; FREEMAN, 1997) e
essa contrariedade pode vir através dos altos
custos para abrir um escritório, como uma
análise feita por Fritzen (2009), por meio da
qual orçou em R$ 25.167,00 a abertura de um
escritório de arquitetura. Portanto, para não
ocorrer desastres financeiros, uma alternativa
que escolhem dentro da arquitetura é a
utilização dos softwares piratas, tornando-se
um meio mais econômico, contudo, é uma
prática que infringe a lei, sendo assim uma
necessidade encontrar alternativas como por
exemplo a utilização de softwares livres.
O SOFTWARE LIVRE COMO POSSÍVEL SOLUÇÃO À PIRATARIA DE PROGRAMAS
ORIGINAIS
o pensar em software livre
logo vem o pensamento de
que ele é gratuito, porém a
realidade é justamente o oposto, uma vez que
segundo Perens (1999, p. 18) “[...] nem todo
programa disponível gratuitamente é um
software livre”. O autor conclui também que o
software livre, na verdade, se trata de que seu
código-fonte está disponível para ser
modificado e compartilhado.
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Vale ressaltar também que para o
software livre se tornar uma solução, várias
barreiras devem ser ultrapassadas, como
demonstrado por Garcia et al. (2010), que
apresentam dados sobre as vantagens e
desvantagens do programa livre. Dentre os
pontos positivos estão em sua maioria ligadas
ao custo de aquisição, porém os fatores
negativos são grandes e devem ser levados
em consideração, como: a escassez de
suporte técnico atrelada à pouca
popularização dos programas e à dificuldade
de adaptação dos usuários.
Ademais, tais circunstâncias
demonstram, diante de tantos problemas, a
necessidade de desenvolver a alternativa para
que assim consiga se tornar uma opção viável,
a fim de solucionar a alta taxa de pirataria de
softwares no ramo da arquitetura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ediante ao exposto, o tema
abordado é de grande
relevância tanto para os
usuários de softwares quanto criadores e
fornecedores, a fim de entender que com
preços abusivos, dificilmente, será extinto a
pirataria. Sendo assim, uma justificativa para
praticar este crime é o estopim para a
sociedade desenvolver uma solução ao
problema.
Soube-se que na arquitetura tal efeito
se sobressai, desfavorecendo quem não tem
condições em um cenário onde o software é
decisivo, por isso o uso de programas falsos é
extenso, são vistos como solução, no entanto,
nada inibe a prática criminal, o que ocasiona
procurar opções.
Portanto, tal estudo visou demonstrar
que mesmo a pirataria sendo criminal, há
poucas alternativas para que ela não seja
considerada pelos jovens empreendedores,
todavia, o software livre mostrou-se uma
possibilidade se desenvolvido, mas o estudo
ainda deixa espaços, permitindo que autores
interessados o desenvolvam futuramente,
fazendo jus a essa causa.
Por fim, dentre todos os fatores o
custo é o mais abrangente e dificultador à
democratização da arquitetura entre os
empreendedores, problematizando o
momento da aquisição de um programa e a
permanência do mesmo, o que não torna a
aquisição de um software original
economicamente viável, evitando também
um possível encerramento de atividades.
M
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TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS: INOVAÇÃO NA FORMAÇÃO
EDUCACIONAL
Natasha Emanuelle Xavier Fabrício Vieira
Andressa Nathalia Birello
Stefani da Rosa dos Santos
Alessandra Menezes da Luz Machado
INTRODUÇÃO
conceito disruptivo se refere
àquilo que interrompe um
processo. Tratando-se das
tecnologias pode ser entendido como a
inovação de processos já existentes que
transformam o mercado, gerando novas
demandas, novos produtos e novas
necessidades de consumo. Por ser
extremamente acessível. Esse tipo de
inovação é capaz de impactar a sociedade nos
mais diversos âmbitos, seja ele econômico,
cultural ou social.
Ao contextualizar as tecnologias
disruptivas, nota-se a correlação da inovação
e desenvolvimento de vários parâmetros. No
meio estudantil, este contexto influencia na
formação intelectual e no ato de
desenvolvimento de melhorias nas
habilidades. Tendo isso em mente, esse artigo
tem por objetivo avaliar o papel dessas
tecnologias na formação educacional, por
meio do método exploratório de pesquisa.
Para isso buscar-se-á apontar as
tecnologias disruptivas mais utilizadas no
âmbito estudantil, além de examinar como as
mesmas podem auxiliar na formação
acadêmica e, ainda, constatar alguns métodos
de ensino a distância, a fim de responder a
seguinte questão: como a tecnologia
disruptiva corrobora com as instituições de
ensino?
DISCUSSÕES
os primórdios da revolução
industrial fica clara a
necessidade de melhorias
para a resolução de produção e
desenvolvimento. Foi um período marcado
pelo desenvolvimento tecnológico, do qual
interveio a economia e a sociedade. Um
período dividido em três fases, sendo: a
primeira fase marcada pela substituição do
trabalho manual, para a introdução das
máquinas; a segunda período do qual levou a
industrialização a mais países da Europa e
com o processo científico e tecnológico
houveram as criações dos meios de
comunicação, avanços na medicina,
melhorias no ramo farmacêutico e a invenção
O
N
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de lâmpadas incandescentes, conforme
Bezerra (2018).
E a terceira fase da revolução
industrial teve início em meados do século XX
(abrange o período de 1950 até a atualidade),
fase de grande avanço e aprimoramento
tecnológico, científico, informático, eletrônico
e robótico. Ao ponderar todos esses avanços,
ocasionaram a quarta revolução industrial ou
indústria 4.0, fase que implementa inovações
e melhorias, conforme Klaus Schwab (2016).
Neste novo período destacam-se as
tecnologias disruptivas.
No meio educacional, o método
digital e o tradicional de ensino estão
interligados, sendo um o complemento do
outro. Segundo Christensen, Horn e Johnson
(2012), há uma necessidade em reorganizar
os métodos de ensino voltados às
necessidades individuais e não mais o ensino
padronizado. A tecnologia disruptiva é um
meio que abrange melhor a diversidade, tal
como acessibilidade, custo-benefício e as
inúmeros formas de adaptação na rede. O
ideal é a conjunção dessa inovação ocorrer já
nas séries iniciais para assim moldar um
discente com um nível de desenvolvimento
constante e curiosidade intelectual.
De acordo com Neri (2010), a Classe C
teve um amadurecimento no nível de
consumo. Com a ajuda da tecnologia o
mercado teve mudanças. Os meios para gerar
dinheiro estão mais diversificados, sendo
assim, ocasionou o aumento no índice de
nível superior na referida classe. Atualmente a
demanda de acadêmicos desse corpo teve
um avanço no nível superior. Com a ajuda
disruptiva houve a possibilidade de suprir
necessidades aos discentes, como a
acessibilidade a livros didáticos na web e
aplicativos complementares, muitas vezes
gratuitos ou de custo mais acessível.
O futuro precisa dessa inovação
tecnológica, juntamente com os acadêmicos
que nele agregarão avanços. A inovação
nasce da necessidade de ultrapassar a
concorrência, buscando um modo similar ao
original, porém versátil. O uso do disruptivo
no meio acadêmico motiva a independência
intelectual dos discentes, os quais
desenvolvem pensamentos e ideias distintos
viabilizando uma ampla melhoria econômica
e inovações que continuem desdobrando
necessidades do mercado. Conforme Bencke,
Gilioli e Royer (2017), a tecnologia disruptiva
veio com o intuito de alavancar o mercado.
Contudo, o acadêmico precisa estar situado
para uma melhor empregabilidade e
possibilidades futuras.
Para Christensen, Horn e Johnson
(2012), disruptivo pode ser definido como um
processo simplificador do mercado, onde o
tradicional é deixado de lado e dá lugar a um
novo mercado mais acessível, sustentável e
conveniente. Já tecnologia se trata da
transformação de insumos em serviços de
alto valor. Logo, pode-se definir tecnologias
disruptivas como ferramentas de cunho
tecnológico capazes inovar inúmeros setores
da sociedade tornando-os mais acessíveis e
funcionais, dentre eles o ambiente
educacional.
No âmbito escolar e acadêmico, para
Artigas, Pereira e Vosgerau (2016, p. 257) “[...]
a tecnologia unicamente não promove
aprendizagem, mas, pode ser caracterizada
como educacional quando alinhada aos
objetivos de aprendizagem e às abordagens
pedagógicas”. Sendo assim, tais ferramentas
agregam valor ao ambiente que se encontram
aplicadas quando utilizadas com
planejamento e propósito, onde são capazes
de aprimorar e aperfeiçoar as práticas
educacionais.
Nota-se, ainda, que por se tratarem de
módulos inovadores, para que se obtenha os
resultados esperados não devem ser
implantadas de acordo com os métodos
tradicionais, mas em todo um novo cenário e
com novas práticas, segundo Christensen,
Horn e Johnson (2012). Para tanto, o objetivo
dessa metodologia consiste em evidenciar
novas práticas a serem aplicadas no meio
educacional, não em apenas executar
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atividades tradicionais com auxílio
tecnológico.
Dentre os exemplos mais visíveis de
disrupção no sistema educacional atual estão
computadores com software, exemplo
clássico da inovação disruptiva, segundo
Christensen, Horn e Johnson (2012). Uma vez
que substituem as antigas máquinas de
datilografia, compreendendo não só editores
de texto, mas diversas ferramentas e funções
em um único aparelho, as quais têm sido cada
vez mais empregadas no âmbito estudantil
por simplificarem atividades costumeiras e,
ainda, trazer novas possibilidades de
aprendizagem.
Levando em consideração o cenário
mundial atual, a ferramenta disruptiva com
maior visibilidade aplicada na educação são
as vídeo chamadas. Nesse contexto, em que o
contato físico tem sido restrito, tais
tecnologias têm se mostrado de grande valor
a fim de manter a educação em andamento.
Tendo em vista que 74,9% da população
brasileira já possuía acesso à internet em
2017, de acordo com os dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios, realizada
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (2017), esse método pode ser
considerado viável para a maioria da
população.
Os tutores on-line, mais frequentes na
educação superior, também são considerados
uma forma de inovação disruptiva através da
maneira pela qual atuam, pois conseguem
desempenhar o papel de educador tirando
dúvidas, aplicando conteúdo ou matérias
extracurriculares mesmo à distância, através
de mídias e softwares. Apesar de terem mais
visibilidade no Ensino à Distância (EaD), o qual
será apresentado posteriormente, algumas
faculdades e universidades do Vale do Itajaí,
por exemplo, aplicam tutoria on-line até
mesmo nos cursos presenciais, a fim de atuar
como fixação e ampliação de conteúdo.
Tratando-se do ensino a distância, o
mesmo sofre certo preconceito em questão a
qualidade do ensino ofertado, porém, “Esse
fato foi desmistificado nos resultados do
Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes (ENADE), em um estudo de 2007”,
conforme Machado e Schneider (2019, p. 23).
Mostrando que o EaD é capaz de formar
profissionais para o mercado de trabalho tão
qualificados quanto aos graduados em cursos
na modalidade presencial. Acentua-se ainda
que em relação à validade do diploma
ofertado pela instituição a distância é de
mesmo valor quanto ao modulo presencial
perante o Ministério da Educação.
A disrupção voltada ao ensino a
distância se desenvolve a partir da
necessidade de mudança. Conforme
abordado por Machado e Schneider (2019, p.
17) “[...] a oferta de serviços de educação,
praticamente, em qualquer local do planeta,
fornecendo acesso à educação a grupos que,
convencionalmente não teriam”, os quais
abordam a oportunidade de graduação a
público que por exemplo residem em cidades
afastadas de instituições de ensino, ou de
baixa renda.
Mediante este contexto, observa-se
então uma disrupção tanto para o graduando
quanto para a instituição de ensino, pois ao
invés de fazer investimentos nas instalações e
gastos com custos e despesas, aplica esse
valor em materiais didáticos para o ensino a
distância. Outro ponto positivo para a
instituição está na quantidade de
profissionais que irá formar comparado ao
ensino na modalidade presencial.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
bservando as tecnologias
disruptivas já aplicadas ao
ensino, nota-se que ambos
funcionam como ferramentas simplificadoras,
uma vez que promovem acesso ao ensino em
locais e horários que melhor convêm ao
educando. Observando o Ensino à Distância,
pode-se citar a exponencial adoção desse
método que, por se tratar de uma tecnologia
disruptiva, é acessível tanto na questão valor,
quanto viabilidade.
Em vista dos argumentos
apresentados, pondera-se que a disrupção é
benéfica em uma via de mão dupla
correlacionada ao estudante e a instituição de
ensino, dado que cada vez mais pessoas
podem ter acesso ao ensino e uma melhor
colocação no mercado de trabalho. Já para a
instituição assiste ao empreendedorismo,
pois gastos poderão ser revistos e realocados
para a qualidade de ensino fornecida.
Em virtude ao preconceito que ainda
há pelo ensino a distância, outrora
desmistificado via exames comparativos, é
possível reconhecer que a inovação
tecnológica facilita não somente o cotidiano,
mas também o acesso ao conhecimento,
deixando uma velha visão dar lugar ao novo,
onde as instituições em parceria com a
tecnologia podem fornecer excelência
educativa de forma cada vez mais acessível
para ambas as partes.
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O
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maio, 2020. [ebook]
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O USO DAS TECNOLOGIAS DURANTE A INFÂNCIA
Fernanda Maciel Scheuer
Francielli Maciel Scheuer
Alessandra Menezes da Luz Machado
INTRODUÇÃO
os dias atuais a tecnologia
está em evidência, trazendo
mais acesso para a
sociedade, porém atingindo cada vez mais
um público específico: as crianças. Não se
pode negar que as tecnologias estão
avançando rapidamente e que a inclusão da
mesma na vida das pessoas está começando
de forma precoce.
É notável que as crianças do século XXI
estão deixando para trás hábitos como
brincadeiras lúdicas, saudáveis e ao ar livre
para ficarem em casa no mundo virtual,
muitas vezes não por escolha própria, mas da
sociedade que já nasceram inseridas.
Este artigo tem como objetivo
principal analisar os benefícios e malefícios
das tecnologias nas fases iniciais da vida
desses indivíduos, sendo utilizado como
método para o modelo exploratório e
bibliográfico.
Esse tema vem sendo necessário, pois
as tecnologias estão sendo inseridas de
maneira muito antecipada na vida desses
indivíduos, na maioria das vezes ocasionadas
por já ser um hábito na vida dos pais os quais
repassam para seus filhos sem se
questionarem do que isso vai ocasionar.
Portanto esse artigo visa encontrar e propor a
resposta da seguinte pergunta: como a
tecnologia vai afetar a vida dessas crianças?
DISCUSSÕES
s tecnologias digitais tiveram
seu aceleramento registrado
depois da segunda guerra
mundial, acarretando diversas mudanças no
cotidiano social, sendo vistas de forma
propícia e como ocasionadoras de possíveis
mudanças no bem-estar das pessoas,
trazendo junto a elas gerações conectadas e
a indispensabilidade da navegação (SILVEIRA;
BAZZO, 2006).
Entende-se que antigamente a
tecnologia surgiu para auxiliar o homem, o
ajudando com máquinas que faziam alguns
de seus trabalhos manuais, tecnologias
realmente ligadas ao bem-estar e feitas para
auxiliar no dia-a-dia dos indivíduos e visando
deixar a parte monótona e repetitiva de suas
funções para as máquinas.
A partir de 1989 a tecnologia obteve
ainda mais visibilidade, trazendo uma onda
de diversos aplicativos e acendendo nas
pessoas novos hábitos junto aos seus
aparelhos celulares e à internet. Tal feito
ocasionou na geração uma nova forma de
N
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estarem conectados que vão além de seu
computador e sim aparelhos mais completos,
como celulares, tablets e diversos aparelhos
tecnológicos (CRUZ et. al, 2018).
Entretanto, nos tempos atuais a
tecnologia está se tornando habitual para um
novo público sendo esse as crianças que, aos
poucos, na era da tecnologia, estão deixando
para trás brincadeiras saudáveis.
As atividades recreativas tradicionais
que envolvem a brincadeira de
amarelinha, esconde-esconde, pega-
pega, estão cada vez mais raras,
portanto, a bola, bicicleta, bonecas, e
patins, já não se constituem como
brinquedos favoritos da infância
moderna, visto que, a tecnologia na
sociedade contemporânea é a
referência do lazer, trabalho e
conhecimento (COSTA; PAIVA, 2015,
p. 1).
Portanto, entende-se que a internet e
a tecnologia estão sim de forma precoce
presentes na vida das crianças, pois antes
mesmo de aprenderem a falar e caminhar, já
estão tendo seu primeiro contato com o
celular (COSTA; PAIVA, 2015). Sendo assim, a
tecnologia vem influenciando as crianças a
trocarem os hábitos que antigamente eram
comuns e saudáveis por meios mais fáceis,
pois a tecnologia acompanha com ela
diversas facilidades o que acarreta alguns de
seus malefícios.
Alguns malefícios encontrados no uso
indevido ou acima do normal da tecnologia
durante a infância estão ligados ao
sedentarismo, pois com os celulares e jogos
virtuais a tendência é que as crianças fiquem
mais em casa e não pratiquem atividades
físicas, muitas vezes levando-as à obesidade
(COSTA; PAIVA, 2015). Já na visão de Silva
(2011) essas crianças e jovens nascidos a
partir de 1990 possuem características
parecidas, pois, normalmente, ao crescerem,
se tornam pessoas sem paciência, que não
possuem ambição e possuem incontáveis
dificuldades para se concentrar.
Outros fatores que podem prejudicar
essas crianças com o uso indevido da
tecnologia estão ligados ao isolamento
ocasionado pela realidade virtual, já que
nessa realidade se possui infinitas
possibilidades, que na vida real não se tem.
Esse isolamento social pode desencadear
uma série de problemas psicológicos como a
depressão e ansiedade nas crianças (COSTA;
PAIVA, 2015).
Não se pode negar que além dos seus
malefícios a tecnologia durante a infância
também possui diversos benefícios, visto que
trabalha o intelectual e a criatividade das
mesmas. É sabido que a utilização da
tecnologia de forma equilibrada e se focada
no aprendizado faz com que essas crianças
criem capacidades de estimular a criatividade
e a independência que, juntas, vão colaborar
para o desenvolvimento, pois com o auxílio
da tecnologia poderão obter novos
conhecimentos, aprendendo a ponderar e
interrogar desde cedo (MACHADO, 2013).
É notório que a criança, ao ter contato
com as tecnologias desde cedo, tem um
estímulo maior nos seus sentidos,
principalmente com os aplicativos que
possuem cores e sons, já que assim elas
conseguem descobrir várias coisas jogando,
mexendo com seu lúdico e seu
desenvolvimento, pois fixam as cores e os
sons.
Portanto, também existe uma imensa
quantidade de prós e contras da utilização da
tecnologia durante a infância, mas tudo
dependerá do tempo estipulado pelos pais
para que a internet não seja apenas para lazer,
mas sim utiliza para a produção de
conhecimento, desta forma alcançando o
equilíbrio desejado em relação às tecnologias.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
ste artigo buscou demonstrar e
evidenciar algumas vantagens e
desvantagens do uso da
tecnologia pelas crianças, demonstrando
como o uso da internet e aplicativos podem
de certa forma ser auxiliares desde cedo para
as mesmas, porém se não houver equilíbrio
deste uso, pode resultar em diversos
problemas para essas crianças. Entretanto, o
equilíbrio citado deve ser inserido na vida dos
pequenos desde cedo para que entendam
que a tecnologia pode e deve ser usada, mas
com moderação e não apenas para
divertimento.
Mediante tais colocações, é possível
entender que a tecnologia tem diferentes
formas de afetar a vida dessas crianças
podendo ser de forma positiva ou negativa,
mas dependendo também do jeito que for
administrada, seu excesso pode ser causador
de diversas doenças e problemas para esses
indivíduos. Já se usada de forma moderada
pode tornar essas crianças mais inteligentes e
desenvolvidas.
Sendo assim, a tecnologia não deve
ser vista como algo ruim visto que tudo
dependerá da forma que for utilizada, o que
cabe aos pais é saber delimitar e impor os
horários para seus filhos e, o mais importante,
serem exemplos, não exagerando no uso das
tecnologias.
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Tecnologia: transformando o homem e sua relação com o mundo. Ponta Grossa: Revista
Gestão Industrial, 2006. Disponível em: http://www.uel.br/grupo-
estudo/processoscivilizadores/portugues/sitesanais/anais9/artigos/workshop/art19.pdf.
Acesso em: 14 jun. 2020.
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INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E EMPREENDEDORISMO NO BRASIL
Gabriel Cordeiro Vilas Boas de Andrade
Gabriel Jose Venâncio
Daniella de Paula Heidler
Alessandra Menezes da Luz Machado
INTRODUÇÃO
ste artigo tem como objetivo
demonstrar as inovações
tecnológicas que estão
ocorrendo e ocorreram nos últimos anos no
Brasil, bem como as suas adaptações que
estão na atual situação de pandemia, devido
a COVID-19.
Diante a necessidade de manter os
trabalhadores, os empreendedores de
empresas de pequeno, médio e grande porte,
acabam buscando desenvolver meios para se
manterem no mercado, inovando suas
estratégias de empreendedorismo e meios de
trabalho.
Neste tema aborda-se não só as
inovações tecnológicas que são essenciais
devido a pandemia recentemente instalada
em todo o país, mas também o
empreendedorismo, onde atende se ajustar
através de novas tecnologias e inovações
indispensáveis que afetam a grande parte da
população. Resultando em mudanças, tanto
no meio econômico e no meio
socioeconômico do país.
Ao decorrer da pesquisa se avalia a
importância de estar à frente do
conhecimento e o formato como os cidadãos
se reinventam, como por exemplo um banco
que utiliza de aplicativos novos, para manter
contato com seus clientes, ou uma pequena
loja que precisa vender por redes sociais ou
delivery. Com isto é preciso ressaltar uma
questão: como as empresas através de
inovações podem se adaptar a esta crise?
DISCUSSÕES
inovação tecnológica no
Brasil, embora venha se
desenvolvendo ao decorrer
dos últimos anos, é inferior aos outros países,
segundo uma pesquisa feita pela Revista de
Gestão USP (2007) apenas 1% das empresas
brasileiras investem em novas tecnologias.
Cabe frisar também que a falta de inovação e
desenvolvimento tecnológico afeta o
mercado, o qual fica desatualizado ou
ineficiente.
Mediante este contexto, as
tecnologias que hoje são vistas de diferentes
formatos, como celulares e aplicativos que
facilitam a vida de todos, são fruto de
investimentos anteriores e da procura e
demanda. Sabendo disso é primordial
identificar as diferentes inovações que no
presente estão em todos os lugares, como em
decorrência do coronavírus, por exemplo,
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quando o trabalho de home office, as vídeos
aulas com transmissão ao vivo, os aplicativos
para fazer compras ou para solicitar o auxílio
emergencial; ou então no caso de fábricas,
empresas, faculdades ou trabalhadores
autônomos que produzem grande parte das
máscaras e demais equipamentos de
proteção, são os mais comuns e eficazes na
atualidade.
A necessidade de um determinado
grupo, seja ele grande ou pequeno, faz
mudanças. Apesar da triste e dificultosa
realidade em que todos estão vivendo no
país, muitos acabam mudando os meios de
trabalhos e muitas empresas acabam fazendo
cortes para conservar seus negócios. Essas
mudanças afetam o comércio, tanto para o
consumidor quanto para o colaborador,
empresário ou profissional autônomo e, com
isso, novos empregos e novas formas de
sobreviver começam a existir, como os
exemplos citados anteriormente.
Ao sofrerem modificações nos
padrões de consumo, faz se
necessário que as empresas e
empreendedores pensem na
modificação e adaptação de
estratégias, de modo a buscar meios
de atender às novas exigências do
mercado. De certo modo, inovar é
preciso, principalmente em
ambientes de restrições de recursos,
o que vêm se tornando uma
realidade cada vez mais presente e
necessária, muitas vezes, para manter
o nível mínimo de operação com
vistas à manutenção do negócio
(NASSIF, 2020, p. 01).
O Brasil, no entanto, é um país
emergente, que possui uma economia
fragilizada e em meio a pandemia as
empresas tendem a inovar em suas formas de
comércio, trabalho e logística. Em razão do
alto índice de contágio do COVID-19, muitas
empresas de pequeno, médio e grande porte
entrem em colapso, fragilizando o mercado e
desempregando milhares de pessoas.
Como decorrência da pandemia,
cientistas e empresários estão iniciando
pesquisas para ajudar no combate contra o
vírus, fabricando ventiladores pulmonares e
equipamentos de proteção individual (EPI)
para profissionais de saúde. As pesquisas tem
apoio da Finep, empresa pública vinculada ao
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC), no quadro ‘Ciência é
Astronomia’, estão desenvolvendo um
aplicativo que identifica o nível de
aglomeração de um determinado ambiente,
com base na posição das pessoas, sendo
possível acessar o aplicativo antes de sair de
casa.
A pesquisa apresenta muitos casos
reais que toda a população brasileira está
vivenciando, independentemente dos
diferentes setores de trabalhos, sendo na
saúde ou no comércio se adaptam em meio a
um vírus desconhecido por todos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
or meio dos diversos casos
apresentados é possível
identificar uma falha na
inovação tecnológica no Brasil, visto que não
é costume desenvolver novas tecnologias, o
que ocorre na falta de recursos e investimento
em tecnologias e pesquisas. Entretanto,
devido à crise a obrigação de mudança
imediata foi crucial para manter o mercado
em atividade suprindo as necessidades da
população.
De maneira geral a pesquisa
apresentada é um caso ainda vivenciado pela
população brasileira, portanto traz ao leitor
algumas informações que ajudam a pensar ou
desenvolver melhorias para voltar ao
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mercado de trabalho mesmo com
dificuldades, por meio da inovação.
A estes fatores cabe salientar que a
pandemia ainda está instalada pelo país e
será fundamental que a sociedade consiga
encontrar informações que auxiliam o meio a
continuar desenvolvendo e produzindo, ou
seja, mantendo os empregos. A pesquisa
também apresentou situações que podem ser
melhoradas no dia a dia e também num
futuro próximo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORREIO BRAZILIENSE. A corrida empresarial na pandemia exige reinvenção para
superar a crise. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-
estudante/trabalho-e-formacao/2020/04/19/interna-trabalhoeformacao-2019,846230/a-
corrida-empresarial-na-pandemia-exige-reinvencao-para-superar-crise.shtml/ Acesso em: 15
de jun. 2020.
GRECO, Simara de S.S. (Org). Empreendedorismo no Brasil. SEBRAE-SC, 2018. Disponível
em: https://atendimento.sebrae-sc.com.br/wpcontent/uploads/2019/05/1551466386GEM_
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INFORME ENSP. Covid-19 e avanço tecnológico: nasce um outro mundo do trabalho,
avaliam especialistas. Disponível em:
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/41227/2/Covid-
19Avan%c3%a7oTecnol%c3%b3gico.pdf/ Acesso em: 14 de jun. 2020.
JORNAL DA USP. São Paulo 2018. Disponível em: https://jornal.usp.br/especiais/brasil-sta-no-
fim-da-fila-quando-o-assunto-e-inovacao-2/. Acesso em: 14 de jun. 2020.
NASSIF, Vânia. Corrêa, Victor. Rossetto, Dennys. Estão os empreendedores e as pequenas
empresas preparadas para as adversidades contextuais? Uma reflexão à luz da pandemia do
COVID-19. REGEPE, são Paulo, V.9, n.2(2020) janeiro-abril.
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63
A TECNOLOGIA NO AUXÍLIO DA EDUCAÇÃO
Mateus de Freitas
Marcelo Gabriel Soares Berlanda
Alessandra Menezes da Luz Machado
INTRODUÇÃO
possível constatar que os
primeiros meses de 2020 foi um
período de grande evolução na
produção de conhecimento, com inúmeras
transformações na metodologia de ensino,
devido ao surgimento de uma pandemia da
Covid-19 (Coronavírus). Neste sentido, é
inegável reconhecer a importância das
inovações tecnológicas no contexto
educacional e, principalmente, no cotidiano
de alunos e professores.
O presente trabalho é uma pesquisa
bibliográfica-exploratória e a coleta das
informações foi realizada através do
levantamento e análise de ideias diferentes,
trazidas por artigos e materiais
disponibilizados na internet que tratam a
temática apresentada. Este artigo tem como
objetivo geral apresentar a eficiência dos
professores do ensino presencial e a
adaptação no ensino à distância por meio da
internet.
Na década de 90 do século XX, com a
expansão da internet nas Instituições de
Ensino Superior (IES) e a definição e
publicação da Lei de Diretrizes e Bases para a
Educação Nacional (LDB), em dezembro de
1996, o Ensino a Distância (EaD) passou a ser
considerado oficialmente como uma
modalidade de educação. Com este passo, a
partir de 1997, as IES e centros de pesquisa
passaram a gerar ambientes virtuais de
aprendizagem (AVA) iniciando a oferta de
cursos de pós-graduação via internet. Pode-
se dizer, com isso, que o surgimento da
universidade virtual no Brasil remonta os anos
de 1996 e 1997, e nesse sentido busca-se
responder a seguinte questão: o ensino a
distância é eficiente como a modalidade
presencial?
DISCUSSÕES
s tecnologias de informação e
comunicação (TICs), surgiram
no contexto da terceira
revolução industrial, na segunda metade da
década de 1970 (SCHAFF,1990), mas somente
a partir da década de 1990 foram sendo
incorporadas ao cotidiano das pessoas.
Segundo Kneller (1980, p. 245-246) “[...] a
tecnologia é essencialmente uma atividade
prática, a qual consiste mais em alterar do que
em compreender o mundo. Onde a ciência
persegue a verdade, a tecnologia prega a
eficiência”.
No meio educacional o uso das TICs
reflete em todas as áreas do conhecimento
humano, trazendo significativas mudanças na
É
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forma de agir e de fazer educação (KENSKI,
2003). Na atualidade, devido a pandemia do
coronavirus COVID-19, milhares de
professores (presenciais) estão gravando
aulas diárias, oferecidas de forma síncrona e
assíncrona, e preparam atividades de
feedback e avaliações a fim de manterem
contato com seus alunos e darem
continuidade ao processo educacional.
Conforme os autores Correia e Santos
(2013), ao uso das Tecnologias de Informação
e Comunicação (TICs) se faz uma breve
denominação: são caminhos e ferramentas
utilizados para agilizar as informações através
das redes (internet) comunicar assim seus
interessados. A Educação a Distância e as TICs
caminham lado a lado para solucionar as
diferenças que há, como por exemplo, o
tempo e o espaço, pois com essas ferramentas
os professores conseguem chegar próximo do
que realmente querem passar aos seus
alunos. Isso porque, no momento que se vive,
não há a possibilidade de encontros físicos e
sim virtuais, com isso houve uma grande
movimentação na melhoria tardia do ensino
EaD; para suportar tal crescimento da procura
pelos professores e alunos para que o ensino
não parasse.
Graças às TICs o processo que pareceu
caminhar lentamente, está na verdade a
‘passos largos’ e, assim, os alunos estão cada
vez mais se acostumando com o novo ensino,
mas como nem todos se agradam há aqueles
que ainda questionam o ensino pela falta das
aulas práticas. Não se pode dizer com exata
certeza que a eficiência do ensino EaD está
comprovada, há um caminho a ser percorrido
para tal comprovação, mas as inúmeras
respostas sobre as dificuldades que se
encontram nesta modalidade serão
solucionadas pouco a pouco, a medida que a
sociedade vai evoluindo seu conhecimento
sobre tal (CORREIA; SANTOS, 2013).
O que deve ocorrer é na igualdade do
ensino a todos, na qualidade perante a cada
indivíduo independentemente da sua
situação seja financeira, raça, cor ou qualquer
outro estereótipo, além da liberdade para que
todos possam desfrutar de tal ensino a fim de
que aja crescimento e desenvolvimento
intelectual da sociedade perante as
dificuldades enfrentadas neste momento
(CORREIA; SANTOS, 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ropõe-se que o ensino a
distância foi o mais adequado à
situação em que se passa os
discentes de 2020, pois assim, mesmo em
meio à pandemia do coronavirus os alunos
não se afastaram dos seus objetivos na busca
do conhecimento. Não se tem comprovações
de que o modelo de estudo seja de fato o mais
eficiente quando se refere à adaptação do
ensino presencial para o a distância.
Dando espaço para a eficiência
profissional dos educadores, pois mesmo
desacostumados com a modalidade e pelo
aumento excessivo na demanda de trabalhos,
mostraram-se cada vez mais efetivos em suas
matérias, seja na preparação de videoaulas
para explicações ou na preparação de
conteúdos. Apesar de terem sido pegos de
surpresa e devido às dificuldades iniciais de
adaptação, pode-se dizer que estão muito
preparados, conseguindo não só ter
dominado a modalidade EaD, mas também
dar um ensino de qualidade, conforme
requerido pelos órgãos estudantis.
Com o auxílio das tecnologias os
professores conseguem fazer com que seus
conteúdos sejam transmitidos aos alunos no
conforto e segurança de suas casas sem
serem expostos aos agentes contaminantes
do coronavirus. Ainda conseguem fazer com
maior aptidão a preparação de suas aulas com
a utilização de plataformas de edição de
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vídeos. De outro lado, os alunos podem
acompanhar as aulas tanto de forma móvel
quanto de forma fixa, sem perder os
conteúdos, pois os professores unem a
excelência de ensino com o avanço da
tecnologia para gravarem as aulas e
disponibilizarem aos alunos para acessarem
sempre que desejarem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORREIA, R. L.; SANTOS, J. G. A importância da Tecnologia da Informação e Comunicação
(TIC) na Educação a Distância (EAD) do Ensino Superior (IES). Revista Aprendizagem em
EAD – Ano 2013 – Volume 2 – Taguatinga – DF novembro /2013.
KENSKI, V. M. Tecnologia e ensino presencial e a distância. 5. ed. Campinas: Papirus, 2003.
[série prática pedagógica]
KNELLER, G. F. A ciência como atividade humana. Rio de janeiro: Zahar; São Paulo: Edusp,
1980.
SCHAFF, A. A sociedade informática. São Paulo: UNESP; Brasiliense, 1990.
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67
EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DO APARELHO CELULAR
João Pedro Regado
Lucas Gustavo Cabral
Oswaldo de Souza Mendes
Alessandra Menezes da Luz Machado
INTRODUÇÃO
este artigo será apresentada
a evolução tecnológica que
os aparelhos celulares
sofreram ao longo do tempo, desde sua
criação até os smartphone dos dias de hoje,
por meio de uma pesquisa bibliográfica
exploratória. Sendo isso, será relatada a
importância que este equipamento tem em
nossas vidas, a facilidade e praticidade que
nos traz em todos os âmbitos sociais e
práticas cotidianas.
Será demonstrado de formar
cronológica toda a sua trajetória desde sua
invenção e os aperfeiçoamentos que foi
sofrendo com o passar dos anos até os dias
atuais, bem como suas diversas
funcionalidades que dispõe, com ele sendo
possível mover ideias, assuntos e até mesmo
negociações, uma vez que todos têm acesso
a essa mesma ferramenta. Um único
equipamento foi capaz de substituir diversos
outros e com isso acabou fazendo que outros
itens caíssem em desuso.
Por fim, questiona-se: já imaginou
como seria viver nos dias de hoje com toda
essa tecnologia que nos rodeia sem o uso do
smartphone e as facilidades que ele nos traz?
DISCUSSÕES
udo começou em 03 de abril de
1973, em Nova Iorque, onde
surgiu o primeiro telefone
celular, criado por Martin Cooper a ‘Motorola
DyanaTAC 8000X’, porém aqui no Brasil sua
história só teve início nos anos de 1990,
quando foi implementada a primeira rede de
celular brasileira, no Rio de Janeiro, pela
empresa TELERJ utilizando a tecnologia
Advanced Mobile Phone (AMPS), ou também
denominada como 1G (JORDÃO, 2009).
No início era bem diferente
comparado aos dias atuais. Essa tecnologia
1G se tratava de um telefone móvel analógico
que era possível somente receber e realizar
chamadas, o qual sofria com muitas
interferências e, com isso, tornava as ligações
de baixa qualidade. Com o passar dos anos e
já na década de 80 do século XX, surge uma
nova tecnologia: Global System for Mobile
(GSM), que foi a segunda geração, também
chamada de 2G. Esta nos permitiu realizar e
receber chamadas em países estrangeiros,
funcionalidade essa conhecida como roaming
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68
internacional, e enviar e receber SMS, ou seja,
mensagens de texto (JORDÃO, 2009).
A terceira geração, ou seja, a 3G, teve
início na Europa em 2003 e se comparada à
anterior representou um grande avanço
tecnológico. Com ela foi proporcionado taxas
de dados muito mais elevadas. Segundo Di
Renna (2019, p. 162) “[...] a terceira geração
proporcionou maiores taxas teóricas no
uplink e downlink e quatro tecnologias se
destacam, constando banda, técnica de
acesso, taxa de dados, canalização e tempo
de latência na transmissão”.
A 3G chegou e com isso usufrui-se de
tudo que ela oferecia, dentre as vantagens,
como: vídeo chamada, conexão de internet de
alta velocidade, economia de energia nos
aparelhos e funcionalidade de internet sem a
necessidade de um aparelho celular
(JORDÃO, 2009).
A evolução continuou e as fabricantes
não pararam de lançar aparelhos cada vez
mais sofisticados e com funções inusitadas.
Em 2008 a Samsung lançou o Ombia HD o
qual possuía configurações tão incríveis que
ninguém acreditava. Esse novo aparelho
prometia trazer uma câmera de 8 MP (com
recursos de detecção de face), receptor para
TV Digital (ele grava o sinal digital em
qualidade de 720), tela de 3,7” (polegadas)
com direito a resolução de 360x640, até 32 GB
de armazenamento, tecnologia que simula 5.1
canais de áudio, acesso às redes 3G e muito
mais (JORDÃO, 2009)
Os smartphones atuais têm uma
grande importância na vida das pessoas, por
muitas das vezes, fazendo parte do cotidiano
e em tarefas básicas como despertador,
relógio, calendário, câmera fotográfica,
dentro muitas outras finalidades.
Anteriormente, sem esse avanço tecnológico
era necessário o uso de diversos dispositivos,
os quais foram todos substituído por um
único em questão, podendo ter sua aplicação
também voltada à atividade profissional
(SOUZA, 2018)
Por exemplo: uma empresa de
televendas em que antes era possível realizar
vendas somente via telefone (chamada de
voz), com tal tecnologia pôde utilizar de
aplicativos que estão disponíveis para envios
de fotos, ou até mesmo fazer vídeos
conferências entre duas pessoas ou mais
pessoas, gerando uma dinâmica muito maior
para todos (SOUZA, 2018).
Outro grande impacto na vida social
no âmbito da comunicação atual é que a
tecnologia que temos tornou tudo muito
rápido e dinâmico. Apresentamos toda
facilidade de mandar um e-mail por exemplo,
onde podemos contar com o auxílio de
corretores ortográficos e chegando ao seu
destinatário em questão de segundo, com
isso substituindo a carta postal que depende
de toda uma logística de empresas e um
grande tempo de espera (TÁGIDES, 2010)
Com isso surgiram novos aplicativos
de mensagens de textos, internet banking,
rede sociais, dentro muitos outros que
acabaram por facilitar a vida das pessoas.
Conforme a Academia Nacional de Medicina
(ANM):
Ninguém mais consegue viver sem a
mobilidade, a facilidade e a
conveniência que nos permitem os
telefones celulares e computadores.
Com certeza chegaram para ficar, se
tornaram nossos melhores amigos e
não conseguimos viver mais sem a
sua companhia. São raros os que não
os consideram objetos de primeira
necessidade. Hoje não saímos de
casa sem eles. Assim como não
podemos esquecer as chaves, a
carteira e os documentos, também
não podemos deixar de levar o
computador e o telefone celular
(KING; NARDI; CARDOSO, 2015, p.
63)
Ou seja, estamos ‘presos’ diretamente
a essas tecnologias, já que nos adaptamos e
colocamos esses aparelhos dentro das nossas
vidas, como algo de essencial para o nosso
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cotidiano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
á imaginou como seria viver nos
dias de hoje com toda essa
tecnologia que nos rodeia sem o
uso do smartphone e as facilidades que ele
nos traz? Nos dias atuais é impossível viver
sem o smartphone, pois sua funcionalidade é
muito eficaz e de muita importância para
todas as pessoas. Com ele é possível mover
ideias, assuntos e até mesmo negociações,
uma vez que todos têm acesso a essa mesma
ferramenta. Um único equipamento é capaz
de substituir diversos outros e com ele fica
fácil comunicar-se com qualquer parte do
mundo. As barreiras são quase mínimas para
esse equipamento.
Por consequência da maioria das
pessoas terem ao menos um aparelho celular
se está fechando o ciclo de antes quando era
usado o telefone residencial como uma das
únicas formas de comunicação rápida. Hoje
temos a agilidade de vários desses recursos
em um único aparelho: o smartphone.
Sendo assim ‘obriga’ a quem não tem
de adaptar-se à essa nova modalidade de
vida e automaticamente comprar o aparelho.
E aqueles que já possuem acabam utilizando
com mais intensidade, por ser uma das vias
mais acessíveis para trabalhar, dispensando
em vários momentos ter que estar
carregando computador, facilitando e
tornando a vida mais prática e dinâmica para
todos os usuários.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DI RENNA, R. B. Evolução da Tecnologia Móvel Celular e o Impacto nos Resíduos de
Eletroeletrônicos. Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro, n, 3, p. 97-100. Disponível
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70
telemovel#:~:text=Evolução%20do%20telemóvel,e%20por%20último%20a%203G>. Acesso
em: 30 maio 2020.
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
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OS DESAFIOS E A TECNOLOGIA PARA OS ACADÊMICOS
FRENTE À EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA EM UM
CENÁRIO DE PANDEMIA
Jéssica Alessandra Bastos
Elisa Nila dos Passos
Nataly Martins Nogueira
Alessandra Menezes da Luz Machado
INTRODUÇÃO
iante da situação do COVID-
19, houve a necessidade de
instituições de ensino, desde
março de 2020, transferirem todos os
acadêmicos para a educação a distância,
alterando-se assim as estratégias de
aprendizagem. Sabendo-se disso, os
estudantes enfrentam a dura realidade e os
desafios individuais e coletivos que este novo
método acarreta, principalmente os discentes
do ensino superior privado, onde as
universidades vêm buscando meios para
proceder perante a grande demanda de
dúvidas e questionamentos.
A tecnologia em momentos críticos
como este é de suma importância, mas deve-
se atentar também sobre as desigualdades,
pois nem todos os indivíduos possuem os
mesmos tipos de privilégios. De acordo com
isto, este artigo tem como objetivo analisar as
dificuldades e desafios recorrentes da
educação a distância frente aos acadêmicos
com a problemática da pandemia. Para tanto,
o estudo se destina a desenvolver um artigo
de revisão, utilizando livros, artigos
científicos, sites e outros documentos que
fazem jus ao assunto abordado no trabalho,
procurando conceituar a excelência educativa
conjuntamente com a inovação tecnológica, à
vista disso, será utilizado o método de
pesquisa bibliográfica.
Diante o exposto, cabe considerar
que, segundo Barreto e Rocha (2020, p. 02)
“[...] a educação em época de COVID-19 passa
a entender a tecnologia como um espaço de
luta, transformação, mas também de
desigualdades [...]”. Deste modo, para a
transformação de educação presencial em
educação a distância, é necessário empatia e
equidade, sendo assim, o presente estudo
visa responder o seguinte questionamento:
quais os desafios da didática a distância na
vivência atual?
D
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72
DISCUSSÕES
egundo o dicionário on-line
Dicio da Língua Portuguesa
(2020), a definição de
‘excelência’ é apresentada como “[...]
característica do que é excelente; em que há
excelência; de teor elevado”, ou seja, uma
instituição de excelência educativa é aquela
que em todos os âmbitos cumpre o papel de
máxima qualidade, que rege em sanar todas
as dúvidas, questionamentos, necessidades e
dificuldades dos seus alunos.
No ambiente virtual não deve ser
diferente, de acordo com Moran (2008, p. 02)
“[...] educação a distância é o processo de
ensino-aprendizagem, mediado por
tecnologias, onde professores e alunos estão
separados espacial e/ou temporalmente”.
Com a inovação tecnológica é imprescindível
que haja uma atenção redobrada às
necessidades dos discentes, visto que existem
diversos tipos de classes econômicas,
gerando uma desigualdade social.
A Educação a Distância (EaD) é um
método relevante que visa suprir uma grande
demanda de estudantes de maneira mais
satisfatória que outros modos, sem que haja
o risco de que a qualidade do ensino e dos
serviços seja perdida (OLIVEIRA, 2007). Sendo
assim, essa é uma metodologia de ensino
procurada pela praticidade de poder estudar
em casa e pelo seu baixo custo. Com a
problemática da pandemia do COVID-19 isto
se tornou uma realidade na vida de milhares
de estudantes, causando a suspensão das
atividades letivas presenciais por conta do
risco de contaminação.
Desta maneira, pode-se observar que
muitos alunos desde a educação básica até o
ensino superior estão com dificuldades para
encararem esse ‘novo mundo’, por
conseguinte, o ensino a distância enfrenta
vários desafios. Algumas pessoas consideram
que o EaD faz jus a uma educação maçante,
exaustiva e que não possui uma boa
qualidade tanto quanto ter aulas presenciais
(LEMGRUBER, 2008), isso acontece pois o
aprendizado de forma presencial é
considerado mais didático, sendo possível
uma maior relação entre alunos e professores,
auxiliando no entendimento e fixação do
conteúdo.
Segundo Oliveira (2007) a educação a
distância também possui empecilhos, como
por exemplo: o lugar onde irá ocorrer a
interação e as diversas ferramentas
disponíveis para o aprendizado do estudante
que podem ser aproveitadas, desde que este
tenha a possibilidade de utilizá-las e as
mesmas sejam de fácil aquisição. Desta forma,
é importante salientar que existem
estudantes que possuem acesso a todos os
meios e materiais necessários, mas também
aqueles que não têm, assim sendo, uma
instituição só é de excelência quando inclui a
todos de forma igualitária.
Para ser uma universidade de
qualidade, a voz e o direito de escolher
também devem ser dados aos estudantes.
Kenski (2002) confirma isso dizendo que os
estudantes devem ter a possibilidade de
utilizar os meios cabíveis que estão ao alcance
de cada indivíduo, e que estes podem
escolher se irão ter as atividades presenciais
ou remotamente, sem que ocorram atrasos
ou prejuízos em suas respectivas formações.
Posto isto, é perceptível a importância da
participação dos alunos nas decisões que
envolvem suas vidas acadêmicas e seus
futuros, pois cada estudante tem consciência
das metodologias que o é mais favorável para
o entendimento dos conteúdos.
Pode-se notar que os desafios citados
anteriormente são muito relevantes, segundo
a terceira etapa da pesquisa ‘Covid-19 vs.
Educação Superior: o que pensam alunos e
como sua IES deve se preparar’, realizada pela
Associação Brasileira de Mantenedoras de
Ensino Superior (ABMES), juntamente com a
empresa de pesquisas educacionais Educa
Insights (2020), 47% dos alunos matriculados
S
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no ensino superior presencial privado tem a
intenção de continuar estudando, porém,
com risco de desistência, ocasionado em
grande maioria por conta do emprego ter
sido o maior afetado perante a pandemia.
Constata-se que, por conta do
isolamento social, muitos dos
estabelecimentos precisaram ser fechados
temporariamente, o que ocasionou uma
diminuição dos lucros, fazendo com que
muitos funcionários fossem demitidos e
trabalhadores autônomos perdessem grande
parte de sua renda. Com isso, é possível
perceber que um dos desafios para aqueles
que fazem faculdade privada também é a
forma como irá ocorrer o pagamento das
mensalidades, existindo o risco de uma
parcela de acadêmicos trancarem seus
estudos. A estes fatores, cabe ressaltar que o
auxílio da universidade em momentos como
este também é de suma importância.
Moran (2008) afirma que todo o
processo de mudança para o funcionamento
da EaD é irregular e trabalhoso, tal mudança
ocorre paulatinamente, desde a educação
básica até a superior. Existe ainda uma
desigualdade social, de disponibilidade, de
responsabilidade e de incentivo das pessoas.
Alguns estão aptos para transformações,
outros não. A caótica pandemia do COVID-19
aconteceu repentinamente e coube a cada
indivíduo se adaptar às mudanças
decorrentes da mesma.
O autor também ressalta que “[...] por
isso, é da maior relevância possibilitar que
todos tenham acesso à informação significava
e à mediação de professores efetivamente
preparados para a sua utilização inovadora”
(MORAN, 2008, p. 05). Portanto, entende-se
que para a mudança de aulas presenciais para
aulas remotas é necessário tempo e
determinação. Desta maneira, com a
tecnologia sendo inovada constantemente, é
dever de cada universidade disponibilizar
capacitações para os professores e estar por
dentro desse ‘mundo de inovação’ para
oferecer um ambiente virtual que supra todas
as necessidades dos acadêmicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
presente artigo trata de
questões muito relevantes,
visto que a Educação a
Distância está sendo a metodologia utilizada
pelas instituições de ensino por conta do
isolamento social ocasionado pela pandemia
do Covid-19, método este que auxilia muito
na aprendizagem e na continuação dos
estudos. Porém, deve-se ater a todos os tipos
de necessidades e dificuldades dos discentes,
pois a transição de aulas presenciais para
remotas exige determinação dos alunos e das
instituições.
Em relação à pergunta que direcionou
o estudo, durante o mesmo foi possível notar
diversos desafios recorrentes da didática a
distância, como: questões de desigualdade
social, onde nem todos têm acesso aos
materiais, ferramentas e até tecnologias; o
receio dos estudantes quanto a este ensino,
por vezes ser considerado maçante pela falta
de interação; dificuldades em arcar com as
mensalidades, pois muitas pessoas perderam
seus empregos, ocasionando o risco de
desistência da faculdade. Entende-se também
que cabe às instituições darem todo o auxílio
necessário aos estudantes, e estes também se
esforçarem.
Visto isto, conclui-se que este estudo
serve como motivação para que as
instituições em momentos como os atuais já
tenham todo o preparo necessário e
busquem cada vez melhorar mais em relação
às tecnologias e também ter empatia quanto
aos estudantes. A inovação tecnológica pode
ser utilizada para melhores estratégias,
fazendo com que as universidades não
percam sua marca de excelência educativa,
O
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74
visando em todos os âmbitos a melhor qualidade de ensino para os acadêmicos.
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desafios e (im)possibilidades. Revista Encantar - Educação, Cultura e Sociedade, Bom Jesus
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<http://www.revistas.uneb.br/index.php/encantar/article/view/8480>. Acesso em: 28 maio
2020.
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ABMES, 2020. Disponível em: <https://abmes.org.br/abmes-pesquisas/detalhe/39/onda-3-
covid-19-e-educacao-superior-o-que-pensam-os-alunos-e-como-sua-ies-deve-se-preparar-
>. Acesso em: 01 jul. 2020
EXCELÊNCIA. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2020. Disponível em:
<https://www.dicio.com.br/excelencia/>. Acesso em: 29 jun. 2020.
KENSKI, Vani Moreira. O desafio da educação a distância no Brasil. Revista Educação em
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LEMGRUBER, Márcio Silveira. Educação a Distância: para além dos caixas eletrônicos. 2008,
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2008. Disponível em:
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MORAN, Jose. Novos caminhos do ensino a distância. Informe CEAD – Centro de Educação a
Distância. SENAI, Rio de Janeiro, n. 5, out/dez., 1994, páginas 1-3. Foi atualizado tanto o
texto como a bibliografia em 2002. [adaptado 2008]. Disponível em: <
https://www.researchgate.net/profile/Jose_Moran5/publication/228846830_O_que_e_educaca
o_a_distancia/links/5539133d0cf247b8587fc8c9/O-que-e-educacao-a-distancia.pdf>. Acesso
em: 01 jul. 2020.
OLIVEIRA, Marluce Alves Nunes. Educação à Distância como estratégia para a educação
permanente em saúde: possibilidades e desafios. Revista brasileira de enfermagem,
Brasília, v. 60, n. 5, p. 585-589, out., 2007. Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
71672007000500019&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 13 jun. 2020.
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INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA
ÁREA DA BIOMEDICINA
Ingrid Karolina Schorck
João Vitor Goulart Marcelino
Rodrigo de Quadros Killes
Alessandra Menezes da Luz Machado
INTRODUÇÃO
resentemente na sociedade é
possível perceber grandes
avanços tecnológicos que
ocorrem em diversas áreas profissionais e
como esse desenvolvimento pode fornecer
suporte para os especialistas e estudantes em
diferentes campos de estudo. A Biomedicina,
por ser uma profissão considerada recente,
alcança a mesma relevância e competência de
outras profissões mais subsistentes, a partir
das inovações tecnológicas dos últimos anos.
Observa-se que os estudos na
graduação de Biomedicina com os
equipamentos mais específicos e sensíveis
nesta área, ao decorrer do avanço da
tecnologia melhorará o diagnóstico e
acompanhamentos de doenças de forma
ainda mais precisa. Desse modo, torna-se
possível obter resultados ainda mais
específicos sobre as doenças. A estes fatores,
o exposto artigo será fundamentado a partir
de pesquisas de índole exploratória.
Diante disso, tem-se por objetivo
analisar as tecnologias envolvidas no entorno
dessa área e os mais variados benefícios.
Sendo assim, a questão norteadora deste
artigo buscará evidenciar: o que essas
inovações no campo da Biomedicina
representam tanto para os acadêmicos bem
como para pacientes?
DISCUSSÕES
fundamental na presente
pesquisa, considerar as
circunstâncias históricas
evolutivas em que a Biomedicina como
ciência alcançou ao longo dos séculos.
Enfatiza-se que nenhuma área do
conhecimento diante da evolução científica
se constrói de forma autônoma. Na verdade,
a ciência biomédica tornou-se o que é a partir
do trabalho de diversas equipes
multidisciplinares e interdisciplinares da área
da saúde (CAVALCANTI, 2017).
Diante dessa afirmação, é possível
seguir um curso histórico e observar no
século XVI e meados do XVIII, onde a análise
e o conhecimento sobre doenças
possibilitaram a aplicação dos estudos
científicos às carências em relação à saúde
P
É
13
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das comunidades da época. Neste momento,
manifestações políticas exigem melhorias nas
condições de saúde pública para grupos não
privilegiados (RIBEIRO, 2004). O
entendimento de organismos
microbiológicos como causa de muitas
doenças transmissíveis começa a ganhar
relevância. Vale salientar que, conforme o
conhecimento do corpo humano e das
doenças atingiam avanços evolutivos, levou-
se certo tempo até que a prática médica
tivesse o reconhecimento enquanto ciência.
Sabe-se que durante muito tempo a
atuação dos médicos era diferentemente
interpretada das práticas cientistas. Além
disso, muitos avanços tecnológicos e
científicos que efetivamente revolucionaram
a medicina vieram ocorrer depois do século
XX, principalmente após a Segunda Guerra
Mundial, onde sucederam-se avanços
tecnológicos crescentes conforme o
desenvolvimento da eletrônica e da
computação. A medicina moderna apresenta-
se claramente interligada com essa revolução
científica que propôs equipamentos cada vez
mais precisos e com melhores técnicas de
análise e dados (LEITE; PEREIRA; RICARDO,
2019).
Na Biomedicina, como sendo uma
área recente das ciências biológicas, tendo
sua primeira aula em 10 de março de 1966,
com o Prof. Jose Leal Prado, vê-se que há
inúmeras tecnologias envolvidas. Porém, a
ciência está em constante mudança,
aperfeiçoamento e constantemente apta à
inovações, sendo assim, é de extrema
importância que institutos, assim como o tão
reconhecido Instituto Oswaldo Cruz (IOC)
apostem mais e divulguem a Biomedicina
para a população, pois diariamente pessoas
realizam exames e não sabem que por trás
das pesquisas de resultados está um
biomédico.
Inovações tecnológicas são essenciais
para todas as profissões, entretanto, como
dito, a ciência não é inerte, e a Biomedicina
como área abordada demonstra diversas
contribuições para o mundo atual, sendo de
grande valia sua valorização e implementação
no mercado das biotecnologias.
De acordo com o Conselho Federal de
Biomedicina (CFBM), de 2015, a Biomedicina
está entre uma das ciências que mais se
destaca na área da saúde nos últimos cinco
anos. Recentemente, é visto que tal afirmação
ainda é válida, onde diversas faculdades
adotam este curso e há grande procura de
estudantes desejosos a ingressarem nesta
área. Acerca disso, o principal benefício de
tais equipamentos avançados é o auxílio de
diagnóstico de doenças tanto em estado
avançado quanto as crônicas, sendo assim,
uma melhor eficácia no tratamento do
paciente objetivando seu conforto.
Com o avanço e inovações
tecnológicas na área, tal ciência ganha mais
destaque, sendo possível a descrição das
doenças que possuem sintomas similares uns
aos outros, sendo capaz de ter uma chance
maior de prognósticos. A Biomedicina,
durante as últimas quatro décadas, sofreu
intensas transformações que estão
relacionadas com os conteúdos teóricos de
estudos como a bioinformática e da
nanotecnologia e sua associação com a
virologia, a bacteriologia e a parasitologia.
Dentre tantas especializações
possíveis com a graduação de Biomedicina,
observa-se que há mais investimentos nesta
área da saúde. Com isso, novas tecnologias
são incorporadas para uma melhor formação
dos estudantes para tornar-se um profissional
de excelência. Na qual também é visto
inúmeras inovações para os benefícios aos
pacientes, nas áreas forense e àqueles que
procuram cada vez mais a simetria orofacial,
ramo da estética que está em constante
crescimento, o que é afirmado por Barros e
Oliveira (2017, p. 66), “O crescimento da
procura por tratamentos estéticas no mundo
vem crescendo largamente desde a última
década”, onde mesmo diante de uma
pandemia, os números de procura para a
realização do procedimento com um
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biomédico ou cirurgião dentista aumentam.
Diante de tantos investimentos e
tecnologias aplicadas na Biomedicina,
segundo Rose (2010), este ramo possui suas
maravilhas e tecnologias de última ponta que
realiza feitos surpreendentes e algo que pode
ser inimaginado. Nesta concepção, como por
exemplo ler o sequenciamento de um
genoma, assim como aconteceu no dia 2 de
março de 2020 onde a biomédica Jaqueline
Goes de Jesus, juntamente com sua equipe,
sequenciou o genoma do COVID-19 em dois
dias após o primeiro caso registrado no Brasil.
Assim também, como é viável descobrir
novos micro-organismos, quebrar códigos e
trabalhar na cura de doenças existentes com
células e organismos do próprio indivíduo.
Ainda em concordância com Rose
(2010), em breve através da reprodução
humana será possível modificar e ‘moldar’
bebês, objetivando tratar doenças e o adaptar
ainda estando no útero da mãe. Também,
com as tecnologias já disponíveis, já foi
possível clonar uma ovelha (Dolly), com
células-tronco embrionárias com sucesso, a
clonagem “[...] perene premissa da ficção
científica, a entrée moderna na fascinação
humana primordial com os gêmeos, os
duplos, o disfarce, a duplicidade e a mudança
de identidade” (BROWN, 2000, p. 97, apud
MEDEIROS, 2012, p.93), já está no mundo
atual, nas mãos de cientistas, o que antes era
algo impossível para o ser humano, pode ser
realizado atualmente através das inovações
tecnológicas na Biomedicina.
Entretanto, para Rose (2010), para se
realizar tantas inovações e descobertas há um
custo, e nas áreas biológicas é de altíssimo
custo. Infelizmente, mesmo com o feito de
vacinas e medicamentos inovadores, tal não é
de possível acesso a todos. Visto que nem
todo o investimento, vacinas e medicamentos
são aplicados de forma íntegra e justa, sendo
que apenas uma pequena parcela da
população é direcionada às novas tecnologias
biomédicas. Há problemas ilimitados para a
disponibilização de recursos limitados,
funestamente, é possível notar que quem
possui um maior subsídio recebe tais
inovações.
Atualmente a Biomedicina se encontra
muito presente na rotina do biomédico,
abarcando conhecimentos das ciências
básicas, ciências aplicadas e diversas
tecnologias. A própria Engenharia Genética
ganha notoriedade em estudos avançados
por ser considerada uma tecnologia moderna.
No momento presente, os avanços das
ciências biomédicas são caracterizados pelo
fornecimento do suporte de diversos outros
estudos, desde equipamentos mais simples
até tecnologias mais complexas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ortanto, é possível concluir que
a Biomedicina em seu contexto
histórico-evolutivo, recebeu o
suporte teórico e tecnológico de diversas
disciplinas antecessoras e que, semelhante à
essas outras áreas científicas, teve seu intenso
ápice progressivo entres os períodos da
Segunda Grande Guerra que trouxe
profundas descobertas na área médica.
Com isso, por meio das pesquisas
realizadas, conclui-se que a Biomedicina tem
passado por vários processos de
desenvolvimento ao longo dos anos e esse
avanço na tecnologia tem demostrado que é
de suma importância para auxiliar nas
pesquisas e para obter novas descobertas,
sendo ela um avanço constante.
Por fim, as inovações no campo da
Biomedicina representam novas experiências,
novos progressos e o futuro das ciências
biológicas, tanto para os acadêmicos, bem
como para pacientes, norteando sempre seu
bem-estar. De tempos em tempos, cresce o
número de profissionais na Biomedicina,
P
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presente nos mais diversos ramos disponíveis,
desse modo, à auxiliar o desenvolvimento de
tecnologias no ramo da saúde e evidente no
desenvolvimento humano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARROS, Mateus Domingues de; OLIVEIRA, Rita Patrícia Almeida de. Tratamento estético e o
conceito do belo. Ciências Biológicas e de Saúde Unit. Facipe, v. 3, n. 1, p. 65-74, 2017.
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CONSELHO FEDERAL DE BIOMEDICINA. Presente em mais de 20 países, a Biomedicina é
uma das ciências que mais se destaca na área da saúde. Disponível em:
<https://cfbm.gov.br/biomedicina-no-brasil-e-no-mundo/>. Acesso em: 02 jul. 2020.
CONSELHO REGIONAL DE BIOMEDICINA – 5ª REGIÃO. Biomédica comanda equipe que
sequenciou o genoma do coronavirus no Brasil. Disponível em:
<https://crbm5.gov.br/biomedica-comanda-equipe-de-cientistas-que-sequenciou-genoma-
do-coronavirus-no-brasil/>. Acesso em: 02 jul. 2020.
LEITE, Argentina; PEREIRA, Luís; RICARDO, Sandra. História da Ciência e Ensino construindo
interfases. Volume 20 especial, 2019 – p. 29-38.
MEDEIROS, Flavia Natércia da Silva. As múltiplas representações de Dolly nos discursos sobre
a clonagem e as pesquisas com células-tronco na imprensa brasileira. Intercom, Rev. Bras.
Ciênc. Comun., São Paulo, v. 35, n. 1, p. 93-110, June 2012.
RIBEIRO, Helena. Saúde Pública e Meio Ambiente: evolução do conhecimento e da prática,
alguns aspectos éticos. Saúde e Sociedade v. 13, n. 1, p.70-80, jan-abr 2004.
ROSE, Nikolas. A biomedicina transformará a sociedade? O impacto político, econômico,
social e pessoal dos avanços médicos no século XXI (E. R. P. Martins, Trad.). Psicologia &
Sociedade, 22(3), 628-638, 2010.
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
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INOVAR E EMPREENDER NA ALIMENTAÇÃO:
O USO DE DETERMINADOS ADITIVOS ALIMENTARES,
SEUS MALEFÍCIOS E PROPOSTA DE DIMINUIÇÃO NO USO
Julia Coninck de Oliveira
Ana Gabriela Flores Borges
Bruna Jaime Feiden
INTRODUÇÃO
limentação é por definição,
segundo Rodrigues et. al
(2007), um ato voluntário e
consciente que depende totalmente da
vontade e escolha do indivíduo, e também
está relacionada às práticas e hábitos
alimentares que acompanham. Assim como
sua função vai além de manter o corpo
saciado, uma dieta adequada e saudável
garante um bom funcionamento do
organismo e uma boa nutrição.
Com as transformações sociais,
tornou-se necessária a adaptação e
modificação dos alimentos a fim de facilitar o
acesso e o consumo. Além de tornarem os
mesmos mais duráveis para transporte e
estocagem, os alimentos industrializados
tornaram muito mais prática a rotina dos
seres humanos com seus lanches rápidos e
aprazível ao paladar. Deste modo, os
produtos in natura acabaram sendo
gradativamente substituídos pelos alimentos
processados e os aditivos alimentares foram
acrescentados à essa produção (CONTE,
2016).
De acordo com o artigo 2º do Decreto
nº 55.871, de 26 de março de 1965, é
considerado aditivo a substância adicionada
com o intuito de conservar, intensificar ou
modificar as propriedades do alimento. Este
que tem trazido sérias consequências à saúde
da população e que leva ao questionamento:
quais são os principais malefícios à saúde que
podem ser correlacionados ao uso
continuado de aditivos alimentares como os
conservantes, antioxidantes, corantes e
edulcorantes? O objeto deste estudo é
identificar os principais problemas de saúde
relacionados aos aditivos, especificamente
conservantes, antioxidantes, corantes e
edulcorantes, consumidos diariamente na
alimentação atual.
O QUE SÃO ADITIVOS ALIMENTARES?
om o aumento da produção e
consumo de alimentos
processados e ultra
processados, tornou-se necessária a adição
de químicos nos alimentos a fim de torná-los
mais práticos e aprazíveis ao paladar. Essas
substâncias são denominadas aditivos
alimentares e são facilmente encontradas na
A
C
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alimentação diária do ser humano (DE SOUZA
et. al, 2019).
Segundo a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), aditivo
alimentar é:
Qualquer ingrediente adicionado
intencionalmente aos alimentos, sem
propósito de nutrir, com o objetivo
de modificar as características físicas,
químicas, biológicas ou sensoriais,
durante a fabricação, processamento,
preparação, tratamento, embalagem,
acondicionamento, armazenagem,
transporte ou manipulação de um
alimento. Ao agregar-se poderá
resultar em que o próprio aditivo ou
seus derivados se convertam em um
componente de tal alimento
(ANVISA, 1997, s.p.).
O uso dos aditivos é justificado pelas
necessidades tecnológicas que apresentem
vantagens no processo de produção. Embora
sejam facilmente encontrados nos alimentos
presentes no dia-a-dia do ser humano,
existem regulamentações que controlam o
uso dos mesmos. Desta forma, a Anvisa
declara que “[...] o uso dos aditivos deve ser
limitado a alimentos específicos, em
condições específicas e ao menor nível para
alcançar o efeito desejado para que a
ingestão do aditivo não supere os valores de
ingestão diária aceitável” (BRASIL, 1997, p. 2).
CONSERVANTES E ANTIOXIDANTES
entre as funções dos
conservadores e
antioxidantes elas podem
prevenir, conservar e impedir a deterioração
causadas por microrganismos, enzimas e a
rancificação dos alimentos (GAVA, 1998).
O benzonato de sódio é muito
utilizado em refrigerantes, encontrados
também em recheio de biscoitos com sabor
de frutas, peixes industrializados, molhos para
saladas (SAVIOLI, 2019).
O Hidroxianisol butilado (BHA) e Butil-
hidroxitolueno (BTH), são conservantes e
antioxidantes, utilizados como principal
substância para impedir a oxidação. São
encontrados em alimentos que contêm
gorduras, como queijos e sopas (SAVIOLI,
2019).
CORANTES
orantes podem ser pigmentos
isolados de origem animal,
vegetal ou artificiais que
modificam ou intensificam as cores dos
alimentos visando com isso melhorar suas
características físicas. E segundo o Art. 13 do
Decreto nº 55871, de 26 de março de 1965, só
é permitida a venda de substâncias que
apresentem, no máximo, três corantes
(BRASIL, 1965). Os corantes artificiais são
permitidos em alguns produtos, dentro de
certas porcentagens, sendo a máxima de 0,01
% (GAVA, 1998). No processo de fabricação
os alimentos perdem cor e essa substância é
utilizada para ressaltar as cores melhorando a
aparência dos produtos (SAVIOLI, 2019).
D
C
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EDULCORANTES
s edulcorantes, popularmente
conhecidos como adoçantes,
podem ser classificados como
naturais e sintéticos, são diferentes dos
açúcares e utilizados em produtos dietéticos,
principalmente para realçar o sabor doce no
alimento. A legislação brasileira permite o uso
de sacarina até uma quantidade de 0,05%
(GAVA, 1998).
Um exemplo dessas substâncias é o
aspartame, adoçante artificial, com poder 200
vezes maior que a sacarose, porém com faixa
calórica menor (TEIXEIRA; GONÇALVES;
VIEIRA, 2011).
RISCOS À SAÚDE RELACIONADOS AOS ADITIVOS ALIMENTARES: COMO INOVAR
E EMPREENDER NA ALIMENTAÇÃO?
studos ressaltam que dentre as
reações dos aditivos como
exemplo dos conservantes,
estão a hipersensibilidade e transtorno de
déficit de atenção em crianças que
consomem alimentos que contém essa
substância (POLÔNIO; PERES, 2009).
A seguir, no Quadro 1 é possível
observar alguns aditivos alimentares, os
principais usos e os possíveis efeitos na saúde
humana.
Quadro 1: Aditivos: utilizações e efeitos.
Fonte: Adaptado Conte (2016, p. 74-75).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
om base no guia alimentar para
a população brasileira é
fundamental que os alimentos
in natura ou minimamente processados
sejam a base da alimentação do indivíduo, já
que são provenientes diretamente da
natureza e sofrem pouca ou nenhuma
alteração antes do consumo. Além de
O
E
C
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fornecerem as quantidades energéticas
necessárias, também provém vitaminas e
minerais essenciais ao bom funcionamento
do corpo humano (BRASIL, 2014).
Para Sichieri et al. (2000), é
fundamental que em uma alimentação
saudável os alimentos processados e
ultraprocessados sejam evitados e
substituídos. Assim como é importante
consultar a lista de ingredientes contidos nos
rótulos dos alimentos embalados visando
encontrar o menor número de ingredientes
possível em sua composição (BRASIL, 2014).
A produção da alimentação caseira,
voltou a ganhar lugar de destaque. Nas redes
sociais há muita informação e dicas para
preparar alimentos com maior
aproveitamento de seus nutrientes e crescem
muito os números de restaurantes de
comidas saudáveis, principalmente on-line. É
uma boa opção para quem curte cozinhar,
preparar pratos saudáveis para vender, o
empreendedorismo nesse ramo cresce muito
atualmente.
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USO DO LOKOMAT NA REABILITAÇÃO DA MARCHA DE PACIENTES
PÓS ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
Ana Carolina de Borba Vieira
Carolina Ponick
Natan Macedo dos Santos
Altair Argentino Pereira Junior
INTRODUÇÃO
s deficiências relacionadas ao
aparelho locomotor têm
crescido com o passar dos
anos. No Brasil, em 2010, mais de 13,2
milhões de pessoas afirmaram possuir algum
tipo de deficiência motora, sendo as mais
comuns adquiridas, como as sequelas
decorrentes de um Acidente Vascular
Encefálico (AVE), as quais podem gerar
limitações, principalmente, de mobilidade.
Deste modo, o desenvolvimento de
novas tecnologias, sobretudo na área da
saúde, se tornou um grande aliado na
reabilitação de pessoas portadoras de
deficiência locomotora. A robótica
proporciona a integração desses indivíduos
ao convívio social e profissional,
influenciando na qualidade de vida e na
diminuição da dependência nas atividades do
dia a dia. O Lokomat é uma órtese robotizada
que controla a posição do paciente, auxilia na
simulação da marcha e traz grandes
benefícios na reabilitação de indivíduos que
sofreram AVE.
O AVE é uma doença de origem
vascular que provoca alterações cognitivas e
sensório motoras de acordo com a área e a
extensão da lesão. Pode ser isquêmico, no
qual há obstrução de um vaso sanguíneo e
limitação do fluxo para as células cerebrais; ou
hemorrágico, que resulta da ruptura de um
vaso, com consequente sangramento
intraparenquimatoso ou subaracnóideo. As
alterações musculoesqueléticas geradas
interferem nas habilidades motoras,
sobretudo na marcha.
Diante disso, o presente estudo tem
como objetivo analisar o uso da assistência
robótica, Lokomat, na reabilitação da marcha
de pacientes pós-acidente vascular
encefálico.
CONTEXTUALIZAÇÃO
diminuição na mobilidade de
pacientes que sofreram AVE
afeta diretamente na
qualidade de vida e na dependência desses
indivíduos nas tarefas do cotidiano. Dessa
forma, a criação de novas tecnologias que
visam a melhora da mobilidade e auxiliam na
reaprendizagem da marcha e de outras
A
A
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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
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funções acometidas são importantes.
O AVE é um evento agudo e gera um
déficit neurológico, o qual tem ligação direta
com a corrente sanguínea, podendo, na
maioria dos casos, deixar sequelas
permanentes, com alterações motoras e
neurológicas. O grupo mais afetado pela
patologia é o adulto de meia idade e o idoso,
sendo 85% das mortes em países de baixa
renda (ARRAIS JÚNIOR; LIMA; SILVA, 2016).
A marcha hemiparética é característica
e apresenta déficits na percepção, força,
controle motor, mobilidade articular,
equilíbrio e tônus muscular. Além disso, pode
haver déficit cognitivo e comorbidades
metabólicas e cardiovasculares.
Dessa forma, como aliada na
reabilitação, a marcha robótica assistida tem
como objetivo ampliar e auxiliar terapeutas,
de modo que o paciente possa atingir uma
recuperação otimizada e rápida através da
utilização de robôs. O Lokomat é uma órtese
robotizada desenvolvida pela empresa
Hocoma, na Suíça, e tem como objetivo
controlar a posição do paciente e auxiliar no
treino de marcha. O paciente é posicionado
no exoesqueleto composto por um suporte
da cintura pélvica e sustentação interligada às
pernas sobre um tapete rolante em
movimento que permite suporte parcial do
peso corporal (COLOMBO et. al,2001).
Por fim, o uso da órtese robótica
Lokomat para treino de marcha assistido
proporciona estímulos proprioceptivos e
padrões fisiológicos próximos dos normais
em vários níveis de dificuldade,
acompanhando a aprendizagem motora e
aspectos como as repetições, tarefa e
intensidade de cada treino. Porém, apesar do
uso crescente em pacientes pós-AVE poucas
são as evidências sobre os efeitos na marcha
e a viabilidade no processo de reabilitação.
DISCUSSÕES
estudo realizado por Ovando
et. al (2010) apresentou que,
no Brasil, 30% dos indivíduos
necessitam de auxílio para caminhar e 20%
fica com efeitos residuais e incapacitados. A
utilização da órtese Lokomat para Mayr et. al
(2007) auxilia na fisioterapia convencional,
pois confere maior estabilidade para
execução de determinado movimento.
Koenig et. al (2011) afirmam que além de
melhorar a marcha, o treinamento com o
Lokomat pode trazer benefícios
cardiovasculares a pacientes que sofreram
AVE e, desse modo, prevenir um novo
episódio da doença.
No estudo de Husemann et. al (2007)
o treino com Lokomat melhorou a marcha
parética de indivíduos com AVE,
proporcionou aumento da massa muscular e
maior independência motora em torno de
quatro semanas de treinamento. Segundo
Gonçalves e Siqueira (2013), no tratamento de
marcha regular, as articulações estão de
forma fixa na órtese robótica, porém é
importante que o paciente esteja executando
o movimento e não apenas sendo movido
passivamente pelo exoesqueleto. Diante
destes fatores foram desenvolvidos três
algoritmos que permitem a adaptação direta
das trajetórias angulares, através do desvio de
posição medido ou toques estimados que se
adaptam ao caso do paciente e eliminam a
forma robotizada fixa de reabilitação.
O
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
robótica é uma grande
ferramenta no processo de
reabilitação e suas aplicações
futuras são promissoras na área da saúde.
Além disso, podemos analisar que o uso da
órtese robótica Lokomat melhora a marcha,
mobilidade e qualidade de vida de indivíduos
que sofreram AVE. Contudo os dados
analisados são poucos e antigos e, com isso,
são necessários novos estudos e
investimentos na utilização dessa ferramenta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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reabilitação do paciente vítima de acidente vascular encefálico. Rev. Interd. v. 9, n. 3, p.
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abr/jun;23(2):253-69.
A
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
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DESENVOLVIMENTO DE UM APLICATIVO PARA DOAÇÃO DE DENTE
DE LEITE E PESQUISAS EM CÉLULAS-TRONCO
Fernanda Castellain
Elis Regina Cercal Wartha
Demilson Rodrigues de Oliveira
Horace Houw
INTRODUÇÃO
tecnologia móvel é uma
realidade crescente na nossa
sociedade, influenciando um
novo perfil de entrega de informação e
interatividade com seus usuários. Em todo o
planeta, 5,1 bilhões de pessoas usam algum
tipo de aparelho celular, o que corresponde a
cerca de 67% da população mundial. A
estimativa é que até 2025 este número
chegue a 5,8 bilhões, equivalente a 71% da
população (OKELEKE; ROGERS; PEDROS,
2017).
Os primeiros dispositivos móveis
existentes eram completamente fechados em
termos de programação. Porém, a partir dos
últimos anos, as grandes empresas de
softwares e fabricantes de sistemas
operacionais mudaram este processo,
passando a abrir seus códigos para que
programadores e pessoas com um pouco de
conhecimento sejam capazes de produzir
aplicativos (PESSOA; RAMALHO; BATTAIOLA,
2001).
Como os dispositivos móveis estão
sofrendo melhorias, como o grande aumento
no poder de processamento, gerando
mudanças que ajudam a lançar novos
caminhos para a utilização destes
dispositivos, percebe-se uma grande
oportunidade de se utilizar o dispositivo na
aprendizagem (MARÇAL; ANDRADE; RIOS,
2005).
Frente o exposto, o objetivo deste
trabalho é relatar a experiência no processo
de desenvolvimento de um aplicativo para
dispositivos móveis, o Tooth-Guide, no intuito
de coletar dentes de leite para bancos de
dentes humanos e laboratórios de pesquisas
em células-tronco por meio do FabApp.
O método utilizado para o
desenvolvimento do aplicativo foi
experimental, quantitativo e qualitativo,
somado à uma revisão bibliográfica, para
fazer a fundamentação teórica.
CÉLULAS-TRONCO (CTs)
or definição, as CTs são células
indiferenciadas capazes de se
proliferar indefinidamente,
gerando células filhas idênticas à célula mãe.
Entretanto, estas células podem ser induzidas
a diferenciação e, neste caso, são
A
P
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responsáveis por originar células
especializadas como osteoblastos,
condrócitos, células musculares, epidérmicas,
neurais, entre outras (WATT; HOGAN, 2000;
MOTA; SOARES; SANTOS, 2005). As células
presentes no organismo, células somáticas,
em geral sofrem processos proliferativos
limitados, e estão previamente
comprometidas e um determinado ramo de
diferenciação celular tecido-específica, e de
acordo com a origem embriológica das
células (MORRISSON; SHAN; ANDERSON,
1997).
CÉLULAS-TRONCO OBTIDAS DE POLPA DE DENTE DECÍDUO
polpa dentária tem sido
estudada como uma fonte
para obtenção de CTs. São
derivadas de um tecido acessível e também
permitem a obtenção de células para uma
potencial aplicação clínica (MIURA et. al,
2003). Os dentes permanentes, removidos
por razões específicas, também são fontes de
CTs (GRONTHOS et al., 2000; GRONTHOS et.
al, 2002), mas apresentam a desvantagem de
se ter uma população de células menos
imaturas que as do dente decíduo e
apresentam menor capacidade de
proliferação celular, com apacidade de
diferenciação em células neurais,
osteoblásticas, condroblásticas, adipócitos e
miócitos (ESPIRANDELLI, 2018).
BANCO DE DENTES HUMANOS
m Banco de Dentes Humanos
(BDH) é uma instituição sem
fins lucrativos que deve estar
vinculada à uma faculdade, universidade ou
outra instituição. Seu propósito é suprir as
necessidades acadêmicas, fornecendo dentes
humanos para pesquisa ou atividades
didáticas. Para tal, as normas de
implementação devem seguir as
estabelecidas pela instituição de ensino para
a instalação de laboratórios. Não é necessário
estatuto (NASSIF et. al, 2003).
O dente é um órgão do corpo humano
e, como tal, está submetido à Lei de
Transplantes Brasileira, Lei 9.434, de 04 de
fevereiro de 1997, a qual prevê pena de três a
oito anos de reclusão e multa para quem
remover post-mortem, órgãos, tecidos e
partes do corpo humano de pessoas não
identificadas (BRASIL, 1997).
FabApp
FabApp é uma plataforma
digital que permite o
desenvolvimento de
aplicativos por qualquer pessoa, mesmo sem
conhecimento de programação. A interface
segue o modelo ‘arraste e solte’ para a
montagem do aplicativo e oferece diversas
funcionalidades. A FabApp cria aplicativos
híbridos para Android e iOS, assim como
Progressive Web App (PWA).
A plataforma está sendo
permanentemente atualizada com novas
funcionalidades. No começo deste ano
ganhou uma versão móvel para acesso a
indicadores de gestão. Em breve a versão
móvel permitirá também a edição dos Apps.
A
U
A
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
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DESENVOLVIMENTO DO TOOTH-GUIDE
App será composto de
quatro funcionalidades
principais, a saber: 1)
informações; 2) coleta; 3) mural de
depoimentos e; 4) e-books. Para o usuário ter
acesso a todas as funcionalidades ele
precisará criar um login autenticado. Nos
Quadros que seguem é apresentado o
desenho e as funcionalidades de cada
Informações
Células-
tronco
Armazenamento de células-tronco. O usuário terá acesso às informações
de todo o processo de armazenamento.
Informações sobre células-tronco. O usuário terá acesso a informações
gerais sobre células-tronco.
Dente de
leite
De que forma o dente deve estar para ser coletado? O usuário terá acesso
às informações sobre as condições gerais em que se encontram os dentes
de leite.
O que não fazer com o dente de leite. O usuário terá acesso às
informações sobre o que não deve ser feito com o dente de leite para
que ele possa ser doado.
Quadro 1: Funcionalidade das informações
Fonte: Elaborado pelos autores, 2020
Coleta
Mapa O usuário terá acesso ao local de coleta mais próximo do seu
endereço, com base na sua localização.
Como é feita a
coleta?
O usuário terá acesso aos dentistas, clínicas ou universidades
credenciadas ao projeto.
Forma de
armazenamento
O usuário terá acesso às informações de como armazenar os dentes
de leite para doação
Termo de doação
O usuário terá acesso a um termo de doação que deverá ser
preenchido e assinado no ato da coleta para que o processo seja
concluído.
Quadro 2: Funcionalidade da coleta
Fonte: Elaborado pelos autores, 2020
Mural de
depoimentos
Depoimentos gerais de
quem fez a doação.
O usuário poderá criar e ler depoimentos sobre
experiências nas doações do dente de leite.
Quadro 3: Funcionalidade do mural de depoimentos
Fonte: Elaborado pelos autores, 2020
E-
books
Pais
O usuário poderá baixar e ler livros digitais com
instruções de escovação, benefícios de células-tronco
do dente de leite, etc.
Instruções
Benefícios de células-
tronco do dente de leite
Crianças
O usuário poderá baixar e ler livros digitais educativos
e lúdicos de escovação para maior entendimento do
público infantil.
Livros educativos para
escovação, etc.
Quadro 4: Funcionalidade dos e-books
Fonte: Elaborado pelos autores, 2020
O
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
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Na Figura 1 abaixo, apresenta-se a
Modelagem Diagrama Entidade
Relacionamento (DER) que foi desenvolvida
para o App Tooth-Guide.
Figura 1 – Modelagem DER – App Tooth-Guide
Fonte: Dados primários, 2020
DISCUSSÕES
o que tange o uso de
aplicativos na área da saúde,
pelo estudo bibliográfico,
não há aplicativos que apresentem
funcionalidade e objetivos semelhantes ao
proposto neste trabalho. Existem, no
mercado, inúmeros aplicativos utilizados em
saúde, mas a maioria mantém-se restrita a
certas especialidades médicas ou voltadas a
tarefas pontuais, como auxiliares no
diagnóstico e acompanhamento individual de
pacientes.
Cabe ressaltar que o mesmo aplicativo
pode ser remodelado para doação e
empréstimos de dentes permanentes em
instituições de ensino superior, pois qualquer
dente pode ser aproveitado nos Bancos de
Dentes Humanos, tanto para a pesquisa como
para o ensino. No sistema, o usuário poderá
ter acesso às informações de todo estoque,
tanto em quantidade como em classificação
(incisivos, caninos, pré-molares e molares)
que estará sempre sendo atualizado.
N
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
93
CONSIDERAÇÕES FINAIS
odemos concluir que é de
grande aplicabilidade o App
Tooth-Guide, pois ele enriquece
e agrega projetos já existentes no que diz
respeito à doação de dente de leite e
pesquisas em células-tronco.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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95
ALTERAÇÃO ESTRUTURAL EM CAIXAS DE PRODUÇÃO DE MEL DE
ABELHAS AFRICANAS: IMPACTOS DE MANEJO
Tifani Steil
Vitor Hugo Tridapalli
Maria Luiza Voltolini Pacheco
Clarissa Barretta
INTRODUÇÃO
s abelhas são consideradas de
extrema importância para a
manutenção da vida no
planeta, pois elas são as principais
encarregadas pela conservação da
biodiversidade vegetal (CAIRES; BARCELOS,
2017). Segundo De Freitas e colaboradores
(2020), as abelhas são a base econômica,
social, cultural e ecológica da população rural
de algumas localidades do Brasil, por conta
da exploração dos seus produtos: o mel,
pólen, cera e própolis.
Levando em conta que a apicultura é
uma atividade que está sendo realizada há
milhares de anos, o homem foi
desenvolvendo diversos meios para
aprimorar a exploração de mel, sendo um
deles, o uso de caixas específicas para a
criação de abelhas. Com a adoção de várias
técnicas a caixa de Langstroth é o modelo
mais utilizado em escala mundial (KERR,
2011). A caixa padrão foi idealizada por
Lorenço Loraine Langstroth em 1851, ele
estabeleceu o espaço onde as abelhas podem
transitar dentro da colmeia (espeço abelha), e
desde então essa caixa vem sendo usada até
os dias atuais (REIS, 2019).
Para um bom provimento do apicultor
no cultivo de abelhas, o manejo é o fator
principal para o sucesso do seu trabalho.
Sendo assim, pesquisas na área da apicultura
relacionadas a formas de diferente manejo
proporciona ao apicultor conhecimento e, ao
mesmo tempo, o melhoramento no manejo
de seu apiário (SILVA, 2004).
Diante disso, o presente estudo teve
como objetivo desenvolver e testar um novo
modelo estrutural de caixas de abelha para
apresentar uma oportunidade de melhoria de
manejo para os apicultores. Dentre outros
aspectos, o projeto buscou aferir a variação
de temperatura, avaliar a população de
abelhas nas colmeias e perceber a
agressividade das abelhas nos diferentes
modelos de caixas.
A pesquisa foi realizada em uma
localidade interior a cinco quilômetros do
centro da cidade de Nova Trento, Santa
Catarina. Os seis núcleos foram doados do
apiário de Nova Trento. Em seguida os
enxames foram levados ao apiário onde foi
realizado o projeto. As mesmas
permaneceram por uma semana no mesmo
núcleo, porém em um ambiente diferente,
onde tiveram que se adaptar ao novo
ambiente durante seus voos.
Quando os enxames já estavam
adaptados no novo apiário, foram
A
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transferidas para os dois modelos de caixa,
três caixas do modelo Langstroth e três do
modelo Tridapalli (caixa elaborada), sendo
que cada caixa padrão possui 10 quadros e a
caixa Tridapalli 20 quadros. Apenas a entrada
das abelhas foi modificada se localizando na
região lateral da colmeia, visando facilitar a
entrada de uma maior quantidade de abelhas
e aumentar a temperatura no interior da
caixa. Os quadros utilizados para ambos os
modelos das caixas são do modelo padrão e
foram comprados pelos próprios
pesquisadores.
Ao longo do desenvolvimento da
pesquisa as caixas foram acompanhadas
quinzenalmente avaliando-se parâmetros
como temperatura das colmeias, população
das abelhas dentro das caixas e agressividade
das abelhas. Assim que houve o
preenchimento completo da população em
sua colmeia foi introduzido a melgueira
(apenas nas caixas Langstroth 2 e 3).
As temperaturas em ambas as caixas
foram verificadas por meio de um
termômetro digital que apresentava as
variações de temperatura, entre a mínima e a
máxima dentro das caixas, como também a
verificação da temperatura ambiente.
A população de abelhas foi medida
em porções do preenchimento de postura
nos quadros. Cada quadro foi dividido em
oito partes (quatro partes na frente e quatro
no verso), sendo que cada porção equivale a
25% do quadro. Para a análise do tamanho
populacional das colmeias foram
estabelecidos códigos de 0 a 4 sendo 0=sem
abelhas, 1= população fraca, 2= população
média, 3=população boa ou forte,
4=população ótima (REIS, 2019). Em cada
avaliação foi observada a quantidade de
porções que já estavam preenchidas e/ou que
decaíram e, assim, avaliada a média de acordo
com os códigos de cada caixa. Considera-se
em números o código 0= nenhuma abelha na
caixa, código 1=até 4 mil, código 2=até 8 mil,
código 3=até 12 mil, código 4=acima de 12
mil.
A agressividade foi avaliada de acordo
com o número de vezes que as abelhas
atacaram durante a coleta de dados.
Considera-se ataque o número de vezes que
foi necessária a utilização do fumigador para
acalmá-las. Os parâmetros são: 3 ataques:
baixa agressividade; 6 ataques: média
agressividade; 9 ataques: alta agressividade; e
12 ou mais ataques: muito agressivas.
Após todas as cinco coletas de dados
realizadas, os parâmetros foram avaliados
estatisticamente, sendo que para a avaliação
das temperaturas foi realizada a média das
temperaturas mínimas e temperaturas
máximas dos dois tipos de caixa, e após
calculado o desvio padrão das temperaturas
para que pudéssemos estimar a variância
entre as caixas utilizando o teste T Student.
A agressividade foi descrita em
números levando-se em consideração a
quantidade de ataques em todas as coletas e
realizada uma média para cada caixa
somando o número de ataques de cada
coleta e dividido pelo total de coletas.
A população foi avaliada por meio da
quantidade de postura nos quadros,
comparando as coletas sequencialmente de
duas em duas, quando houve uma variância
de até 10% a postura é considerada fraca, de
10% a 20% de aumento variância é média e
acima de 20% uma variação alta. Para a
diminuição das abelhas foi definida uma baixa
de variância. Foi realizado o cálculo de
porcentagem para a mudança de cada coleta
para cada caixa, assim podendo avaliar o
quanto a caixa cresceu durante esse período
e depois compará-las.
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
presente pesquisa contou
com seis caixas para o experimento,
sendo três Langstroth e três Tridapalli,
porém no decorrer do estudo e das coletas na
caixa identificada com o número 1 de
Langstroth houve a enxameação, que pode
ocorrer pelo fato de perda de controle da
termorregulação, fazendo com que a abelha
rainha deixe sua colônia (DOMINGOS;
GONÇALVES, 2014). Após 15 dias, na seguinte
avaliação, notou-se uma nova realeira
formada, porém, após 28 dias houve outra
enxameação. Sendo assim, a caixa não
conseguiu acompanhar o desenvolvimento
das outras, não possuindo dados suficientes
para realizar análises comparativas.
A temperatura é um fator crucial para
o comportamento e desenvolvimento das
abelhas, sendo que a ideal (dentro das
colmeias) varia de 33 a 36° C (REIS, 2019).
Sendo assim, foram analisadas as
temperaturas máximas e mínimas das caixas
utilizadas na pesquisa. As caixas Langstroth
apresentaram uma média de 36,85°C de
temperatura máxima e 32,23°C de
temperatura mínima. Já as caixas Tridapalli
apresentaram como média a temperatura
máxima de 37,33°C e a mínima de 29,72°C.
Após uma análise estatística
comparativa entre os dois modelos de caixas
por meio do teste T Student, foi possível
concluir que as temperaturas máximas das
duas caixas analisadas não apresentaram uma
variação significativa. Já as temperaturas
mínimas apresentaram uma variação
considerável, sendo possível concluir que as
alterações estruturais realizadas na caixa
Tridapalli alteraram a temperatura mínima em
seu interior.
Com relação à agressividade das
abelhas foi observado que ocorreram
diferenças significativas nas análises
quantitativas realizadas entre os dois
modelos de caixa, concluindo-se que as
abelhas das caixas Tridapalli se mostraram
menos agressivas quando comparadas as de
Langstroth.
Conforme demonstrado no Gráfico 1,
as caixas Langstroth 2 e 3 exibiram média
agressividade, visto que apresentaram como
seu percentual médio 5,2 e 4,8,
respectivamente. As caixas Tridapalli 1 e 3
também apresentaram média agressividade,
tendo como suas médias 3,2 e 5,2,
respectivamente. Já as abelhas da caixa
Tridapalli 2 mostraram-se com baixa
agressividade, apresentando como seu
percentual médio 1,8.
Gráfico 1: Agressividade das abelhas em cada avaliação.
Fonte: Dados primários, 2020
A
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Quando analisada a evolução das
populações entre as duas caixas, as colmeias
das caixas de Langstroth apresentaram um
crescimento populacional maior se
comparadas às que estavam na Tridapalli,
como é possível perceber no Gráfico 2.
Entretanto, até a última análise realizada, as
abelhas que habitavam as caixas Tridapalli
ainda não haviam completado o
preenchimento de suas colmeias, dessa
forma, os resultados foram afetados.
Gráfico 2: Variação de população das abelhas em cada caixa de em cada avaliação.
Fonte: Dados primários, 2020
CONSIDERAÇÕES FINAIS
endo em vista o quão
importante as abelhas são para
a formação do ecossistema e
como o manejo interfere na criação das
mesmas, dentre todos os parâmetros
executados comparando os dois modelos de
caixa foi possível concluir que as abelhas das
caixas Tridapalli apresentaram uma menor
agressividade, assim facilitando o manejo
para o apicultor. As abelhas das caixas de
Langstroth apresentaram um melhor avanço
populacional e, como consequência, uma
maior agressividade do que as das caixas
Tridapalli.
Neste sentido, analisando os dados
coletados até o momento, as caixas do
modelo de Langstroth (tradicionais) se
mostraram mais adequadas nos quesitos
temperatura, por não sofrer grandes
oscilações, e também na variação da
população. Entretanto, o estudo ainda não
está concluído, sendo assim, os resultados
podem ter sido afetados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAIRES, Stephanie Castro; BARCELOS, Denise. Colapso das abelhas: Possíveis causas e
T
0
2000
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10000
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14000
Avaliação1
Avaliação2
Avaliação3
Avaliação4
Avaliação5
Caixa 2 Langstroth
Caixa 3 Langstroth
Caixa 1 Tridapalli
Caixa 2 Tridapalli
Caixa 3 Tridapalli
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MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS E O SARS-COV-2:
OS REFLEXOS IDENTIFICADOS NA REGIÃO DA
FOZ DO RIO ITAJAÍ
Davi Antônio Faria
Priscila Faria
Felipe Carlos Vargas
Juliana Andressa Negri
INTRODUÇÃO
s Microempreendedores
Individuais, ou
simplesmente MEI’s são
empreendimentos derivados e instituídos por
trabalhadores que optam por realizar suas
atividades de forma autônoma. Ingressar no
mercado com essa modalidade de pessoa
jurídica tem certas vantagens que podem ser
observadas por meio de recursos que
invocam nos seguintes incentivos: facilidade
na abertura de contas bancárias, solicitações
de empréstimos e difusão de notas fiscais.
Segundo o sítio eletrônico do
Governo Federal em parceria com o
Ministério da Economia (2020), o MEI é uma
forma inovadora e desburocratizante de
legalização de pequenos negócios e serviços
e do pagamento de um conjunto de impostos
e contribuições, o que resulta em redução de
custos e obrigações acessórias.
Afinal, Moreira (2010) contesta ao
afirmar que os efeitos da informalidade, pois,
conforme ele, trazem prejuízos para todos.
Ou seja, a União arrecada menos, causando
entraves econômicos e empresariais;
consequentemente deixa de aplicar valores
que visam reduzir as desigualdades sociais.
Portanto, mudar a mentalidade das
pessoas a ingressar no mercado formal não é
fácil, situação que se agravou, e muito, com o
advento de uma pandemia global e seus
reflexos no modo de como essas pessoas
jurídicas se portarão com relação as possíveis
mudanças dos cenários; sejam eles
diretamente ou indiretamente relacionados a
esta crise epidemiológica.
As MEI’s são instrumentos
fundamentais para a construção da economia
brasileira. A captação desses elementos é
difundida pelo Instituto Brasileiro de
Geografia Estatística (IBGE) em cooperação
com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (SEBRAE).
Com o objetivo pré-estabelecido, o
Governo Federal, juntamente com o
Ministério da Economia, manifestou ao
Congresso Nacional uma Lei Complementar
(LC 128/2009), no ano de 2009, para realizar
uma nova proposta de tributação
denominada Microempreendedor Individual.
Tal proposta teve a alcunha de regularizar a
situação de milhões de trabalhadores que
perduravam na informalidade.
Assim, o presente artigo visa
investigar como uma determinada região foi
direta ou indiretamente afetada por esse
O
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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
102
fenômeno patológico e quais foram as consequências para o comércio local.
DISCUSSÕES
tualmente, observa-se que
para empreender é preciso
agir; por isso existem neste
meio circunstâncias que não
são propícias e que conduzem nas últimas
décadas a memória da história
contemporânea do Brasil. As crises advindas,
sejam elas políticas ou não, deixaram muitos
empreendedores e até contadores receosos
com relação ao futuro tanto a curto quanto a
longo prazo.
Assim, quando há uma rotina
empresarial, os empreendedores têm uma
visão de desempenhar seu trabalho sem
atingir um outro nível ou quiçá aprimorar
como as engrenagens e as mecânicas dos
setores funcionam. Existe nas entrelinhas,
aquela política do ‘feijão com arroz’, algo
tradicional; neste momento, entra a figura de
um contador, que não deve esquecer do
feeling empreendedor que corre em suas
veias.
É inegável que ao abordar sobre como
e onde empreender, menciona-se a figura de
Muhammad Yunus, conhecido como o pai do
microcrédito e vencedor do prêmio Nobel da
Paz em 2006 (DUARTE, 2017).
Conforme Yunus (2006) todo mundo
nasce empreendedor. Alguns têm a chance de
libertar esse potencial; outros nunca tiveram
esta oportunidade ou nunca souberam que
tinham essa capacidade. Com relação ao
feeling, isto é, o conhecimento, é imensurável
e infinito. É ter embasamento científico e
empírico; saber o que faz e o que fala.
Dentre as perspectivas para
comprovação do fato, o autor ainda afirma
que há fatores externos que podem dificultar
a vida empreendedora. Os juros abusivos,
legislação tributária e o mercado competitivo
são alguns dos fatores externos que
estagnam o empreendedorismo no cenário
global atual.
O sistema é aberto para novos
empreendedores colocarem em prática suas
ideias contemporâneas. Acreditar em uma
pessoa que tenha visão de constituir um novo
negócio, poderá gerar bons resultados no
futuro; para isso o século XXI é marcado pela
‘Revolução Tecnológica’.
É crucial entender que mudanças são
necessárias para tornar acessível novas
possibilidades. Como já mencionado
anteriormente, fatores externos influenciam
diretamente na constituição e nascer de
novos empreendimentos.
O ano de 2020, que corresponde ao
final da segunda década deste presente
século, ficará marcado pelo surgimento de
um dos maiores problemas de seu tempo;
podendo ser superior a crise econômica de
2008.
Esse vilão de características silenciosas
apresenta-se através de um novo vírus com
potencial pandêmico e que já afligiu diversos
países em todos os continentes habitáveis,
onde além do fator vida humana, afetou em
muito a economia em todo o globo,
promulgando desaceleração e retração do
mercado, tornando inevitável sua associação
às entidades, conforme levantada nesse
estudo.
Este vírus foi denominado como uma
mutação de um mesmo já existente. O SARS-
Cov-2 é a Síndrome Respiratória Aguda Grave
e teve seu estopim na cidade chinesa de
Wuhan. Esta endemia pode ser mortal para
pessoas que tenham alguma comorbidade ou
patologia pré-existente. As consequências
advindas fizeram as pessoas alterarem suas
rotinas, levando em consideração um surto
global e um problema de saúde pública.
A
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103
Segundo o sítio da Organização
Mundial da Saúde (OMS, 2020), esta endemia
é transmitida de humano para humano
através de gotículas ou contato direto;
estima-se que a infecção tenha um período
médio de encubação de aproximadamente
sete dias.
Assim, se define o estado atual de uma
possível cura para a doença da seguinte
forma:
Para diminuir os danos associados ao
COVID-19, são necessárias medidas
urgentes de controle de infecção e
saúde pública para limitar a
disseminação global do vírus [...].
Além disso, as pessoas com sintomas
de infecção respiratória aguda
devem praticar a etiqueta da tosse,
que é manter distância, cobrir tosse e
espirrar com tecidos ou roupas
descartáveis e lavar as mãos [...] Os
governos devem ser responsáveis
por fornecer conhecimento preciso e
esclarecer informações erradas para
ajudar o público a enfrentar essa
nova infecção (LAI; SHIH, 2020, p. 7).
A situação no Brasil com relação a este
fato incomum é de prejuízos que vão desde
curto a longo prazo; podendo até ultrapassar
a década. A chegada desse vírus fez com que
a economia retrocedesse e o Produto Interno
Bruto (PIB) nacional despencasse; suas
consequências causaram prejuízos em todos
os setores possíveis, espalhando-se pelas
cinco regiões do território brasileiro
(GERBELLI, 2020).
Apesar da interpretação um tanto
pessimista sobre o futuro do Brasil, pode-se
constatar que o Sistema Econômico brasileiro
ainda não se encontra ou tende a uma
situação financeiramente insustentável, como
tem sido divulgado por mídias televisivas e
digitais.
A mediana das projeções do
mercado para a variação do Produto
Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020
voltou a subir, agora de -6,10% para
-5,95%, no Relatório Focus, do Banco
Central (BC) [...]. Para 2021, o ponto-
médio das expectativas ficou em
3,50% pela nona semana
consecutiva, com algumas casas
aguardando sinais mais claros sobre
a recuperação da economia, mas
apostando na recuperação de pelo
menos parte das perdas deste ano
(FRISCH, 2020, p. 1).
Voltado para a referida região do
estudo, o órgão que cuida da situação
empresarial é a Associação dos Municípios da
Foz do Rio Itajaí (AMFRI), a qual é uma
associação pública com personalidade
jurídica. Sua criação não é recente; datada em
10 de abril de 1973. Sua composição é
formada por 11 municípios, sendo eles:
Balneário Camboriú, Balneário Piçarras,
Bombinhas, Camboriú, Ilhota, Itajaí, Itapema,
Luiz Alves, Navegantes, Penha e Porto Belo.
O sítio eletrônico da AMFRI (2019)
demonstra que seu objetivo está direcionado
em promover o desenvolvimento regional
por meio de promoções de licitações
compartilhadas; como também, a gestão de
serviços e políticas públicas para o
desenvolvimento sustentável dos municípios
integrantes.
As áreas que mais se destacam e que
têm o apoio e aporte desta referida
associação são: agricultura, pesca,
infraestrutura, mobilidade urbana, segurança
pública, educação, inovação tecnológica,
esporte, cultura e administração tributária.
Dentre as perspectivas de
comprovação de um tal fato, foi realizada
uma pesquisa descritiva e correlacional. Para
a devida coleta de dados utilizou-se de
instrumentos documentais, onde baseia-se
na contribuição de diversos autores.
Formulou-se um comparativo em
relação ao primeiro semestre do ano de 2019
e o mesmo período do ano subsequente; com
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vistas a identificar possíveis mudanças a
respeito de aumentos ou diminuições de
quantidades de MEI’s abertas.
Quadro 1: Quantidade de abertura de MEI’s
Fonte: Brasil, Portal do Empreendedor, 2019/2020.
Gráfico 1: Cidades destaques – Maior Abertura de MEI’s
Fonte: Brasil, Portal do Empreendedor, 2019/2020
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Gráfico 2: Cidades destaques – Menor Abertura de MEI’s
Fonte: Brasil, Portal do Empreendedor, 2019/2020.
Com relação aos Gráficos acima
mencionados, cabe salientar que houve
alterações nas cidades destaques que têm
amplo polo comercial. Independentemente
do período, houve diminuições e aumentos
na abertura de MEI’s. As cidades que
registraram diminuições são: Balneário
Camboriú (-6,73%), Bombinhas (-31,43%) e
Luiz Alves (-20%). Em contrapartida, as que
aumentaram são: Camboriú (18,04%), Itajaí
(16,24%) e Ilhota (37,10%).
Infere-se que apesar do presente
tempo corroborar para situações desastrosas
em vários ramos, os trabalhadores estão
otimistas para abrirem seus negócios. Estes
têm a alcunha de gerar e despertar o
sentimento empreendedor que corre em suas
veias.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
presente artigo abordou
temas que vêm ganhando
grande relevância no meio
social. Os Microempreendedores Individuais
foram uma solução encontrada pela União
por meio do Poder Executivo de resolver o
problema da informalidade no país.
Evidenciou-se a necessidade de
colocar em prática uma ‘mudança’ para que,
assim, a política econômica brasileira passe a
ser mais bem valorizada. Este lançado através
da Lei Complementar (LC 128/2009), se
tornou um dos maiores programas de
inclusão social do país.
Deve-se mencionar que este
programa completou 10 anos de existência;
lembrando que a parceria com o SEBRAE só
fez o projeto se aperfeiçoar, com a fim de
construir e imaginar um novo Brasil.
Há fatores externos que podem
retardar o processo; neste presente ano de
2020 as consequências causadas por um vírus
com potencial pandêmico fizeram tanto
pequenos, médios e até grandes
empreendedores obterem prejuízos em seus
empreendimentos.
Segundo o sítio eletrônico Fundação
Instituto de Administração (2020), no
território nacional cerca de 88% dos
empresários de micro e pequenas empresas
O
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tiveram redução de faturamento. Em uma
perspectiva macroeconômica os
empreendedores relataram perda média de
75% no faturamento mensal desde o início da
crise.
Os fatores internos que contribuem
ainda mais para esses prejuízos são o
desconhecimento de empresários sobre
medidas governamentais para proteger os
pequenos negócios; 29% não conhecem e
57% tiveram apenas uma breve introdução ao
assunto.
As MEI’s se comportam como um dos
pilares importantes para o equilíbrio e
formulação do PIB brasileiro. Assim, os planos
de crescimento propostos foram eficazes e
trouxeram benefícios responsáveis por 27%
das riquezas e bens produzidos no país.
Em suma, este presente documento
buscou discutir e apresentar as
consequências advindas de um fenômeno
que não se sabe até onde pode gerar
prejuízos para uma população num cenário
global.
No campo acadêmico, houve ganhos
tanto como pesquisadores, quanto como
profissionais; observados avidamente na
ampliação dos conhecimentos e de
habilidades tanto práticas como teóricas.
Espera-se que haja mais pesquisas sobre o
tema, pois o mesmo está aberto para novos
complementos tanto estatísticos quanto
científicos.
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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
109
CESTA BÁSICA: A INFLUÊNCIA DOS ALIMENTOS NA
SAÚDE DOS DIABÉTICOS CORRELACIONADA COM UMA
PROPOSTA DE INOVAÇÃO NOS PRODUTOS OFERTADOS
Milena Rita de Quadros Cursino
Bruna Jaime Feiden
INTRODUÇÃO
presente estudo tem como
objetivos avaliar a influência
dos alimentos ofertados na
Cesta Básica correlacionando-os às
necessidades e restrições nutricionais de
pacientes diabéticos e propor uma possível
metodologia de inovação nos itens contidos
nas cestas com o intuito de suprir as
necessidades desta determinada patologia. A
importância desse assunto se dá
primeiramente pelo fato de que os alimentos
componentes da Cesta Básica brasileira são a
base alimentar de muitas famílias do país,
desde as mais desprovidas financeiramente
até as com um poder aquisitivo maior.
Sabe-se que a desinformação quanto
aos nutrientes ingeridos diariamente pode
servir como agravante na luta contra
inúmeras doenças corriqueiras que a
população brasileira enfrenta, incluindo o
Diabetes Mellitus. Uma vez que a alimentação
estiver quantitativamente suficiente e
qualitativamente completa, harmoniosa e
adequada, inúmeros fatores benéficos para o
corpo humano serão acarretados; então
doenças serão prevenidas e, muitas vezes,
curadas.
Tendo em vista que o Diabetes
Mellitus é uma doença causada pela produção
insuficiente ou má absorção de insulina
(hormônio que regula a glicose no sangue e
garante energia para o organismo por meio
da quebra as moléculas de glicose
transformando-as em energia para a
manutenção das células do organismo
humano) que pode levar a complicações no
coração, nas artérias, nos olhos, nos rins, nos
nervos e em casos mais graves levar à morte,
a melhor forma de prevenção é a prática
regular de atividades físicas e a manutenção
de uma alimentação saudável que pode ser
composta de alimentos simples e básicos.
Desta forma, utilizando-se de uma
natureza básica e abordagem mista, o
presente estudo não tem preocupação com
fins comerciais, apenas exploratórios e
descritivos (SAMPIERI; COLLADO; LUCIO,
2013).
Quanto aos procedimentos técnicos, o
estudo não contempla contatos pessoais
diretos e/ou indiretos, sendo assim
totalmente bibliográfico tendo em vista que
se apoia em dados científicos e pesquisas já
publicadas por estudiosos da área (BEUREN,
2012).
O
19
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
110
CESTA BÁSICA: MACRO E MICRONUTRIENTES
Cesta Básica brasileira é
composta de produtos
divergentes entre as regiões
definidas pelo Decreto n° 399, de 1938. Esta
divisão considera as particularidades de cada
território e é composta por três áreas: Região
1 (São Paulo; Minas Gerais; Espírito Santo; Rio
de Janeiro; Goiás e Distrito Federal); Região 2
(Pernambuco; Bahia; Ceará; Rio Grande do
Norte; Alagoas; Sergipe; Amazonas; Pará;
Piauí; Tocantins; Acre; Paraíba; Rondônia;
Amapá; Roraima e Maranhão); e Região 3
(Paraná; Santa Catarina; Rio Grande do Sul;
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).
A Região 3 será utilizada como base
para este estudo analítico e, assim como as
demais, é composta de treze alimentos base,
considerando a regionalidade, dos quais dez
são fonte de carboidratos (leite, feijão, arroz,
farinha, batata, tomate, pão francês, café em
pó, banana e açúcar); dois compostos
predominantemente por lipídeos
(banha/óleo e manteiga); e um considerado
do grupo das proteínas (leite). Sabe-se que os
macronutrientes são a principal fonte
alimentar do organismo tendo uma
importância fundamental na alimentação dos
indivíduos, uma vez que fornecem 90% do
peso seco da dieta e 100% da energia desta
(MELDAU, 2020).
Segundo estudos fundamentados nos
valores estabelecidos pela Estimated Average
Requirement (EAR) e baseados na tabela de
composição centesimal de alimentos
provenientes do DIEESE para um dia de
consumo de um indivíduo adulto,
carboidratos e proteínas foram encontrados
com valores adequados (45,14% e 10,43%,
respectivamente). Em contrapartida, lipídeos
estavam acima do valor recomendado
ultrapassando cerca de 10% do estimado uma
vez que o ideal para a EAR seria de 20 a 30%
e a Cesta Básica oferece 44,42% destes
componentes (DIEESE, 2009).
Salienta-se ainda a importância das
vitaminas e minerais para o organismo. Estes
são os conhecidos micronutrientes e são
necessários em menores quantidades no
corpo agindo como facilitadores de reações
químicas metabólicas, por exemplo. Na Cesta
Básica eles são representados no leite, óleos,
ovos, feijão, entre outros (BARRETO, 2018).
Retrocedendo no estudo já citado, da
EAR/DIEESE, os valores de ferro, zinco e
fósforo (13,69mg / 18,55mg / 1420,17mg,
respectivamente) foram considerados
adequados tanto para o gênero masculino
quanto para o feminino, para indivíduos de 18
a 70 anos de idade. Já o valor energético total
de cálcio e vitamina A estavam abaixo do
recomendado posto que o ideal de cálcio é
entre 800mg e 1000mg e na Cesta
encontram-se cerca de 9,04% abaixo do
estimado, bem como para vitamina A, de
500μg a 624μg, encontrou-se apenas
497,371μg o que representa
aproximadamente 23% de déficit.
DIABETES MELLITUS
m geral, o Diabetes Mellitus é
proveniente da pouca produção
de insulina, não sendo uma
doença apenas, mas sim um conglomerado
de distúrbios hormonais que dificultam a
regulação da glicose no sangue, causando a
hiperglicemia e dificultando a estocagem de
energia para o corpo (BRASIL, 2006).
Classifica-se em Diabetes tipo 1 e tipo
2, sendo que o tipo 1, o qual é foco do
A
E
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presente estudo, é presente em 5% a 10% dos
casos totais os quais são causados pela
aniquilação de células beta pancreáticas, um
ato de autoimunidade do corpo, segundo a
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).
Sendo uma condição crônica, o
diabetes constitui consequências
permanentes as quais requerem e demandam
de cuidados contínuos, significando uma
forma de viver que envolve regulamentos
diários (OMS, 2003; NAEMIRATCH;
MANDERSON, 2006).
Ainda assim, o controle desse mal é
realizado pelo trio: cuidados alimentares,
medicamentos regulados e prática de
exercícios físicos. Para os médicos, há a
preocupação com o controle do nível
glicêmico e dietas. Já para os enfermos, a
responsabilidade é por questões práticas nos
contextos culturais, sociais e familiares, que os
auxiliam na promoção de ajustes nos padrões
pessoais a fim de sentir-se física e
mentalmente bem em relação ao
adoecimento (COHEN et. al, 1994;
BARSAGLINI, 2008).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
números estudos epidemiológicos
e clínicos apontam a terapia
nutricional como ponto
imprescindível no tratamento do diabetes
tipo 1. Deve-se ressaltar ainda que a
recomendação para este caso se assemelha à
recomendação da população em geral e deve
ser realizada de forma individualizada
(LOTTENBERG, 2008).
A recomendação nutricional para
pacientes diabéticos é que consumam
Valores Totais Energéticos (VET) de 50 a 60%
de carboidratos; de 15 a 20% de proteínas e
valores inferiores a 30% de lipídeos, sendo
que os óleos de canola e azeite de oliva são
os melhores recomendados. Já os valores de
fibras alimentares devem estar entre 25 e 30g
diárias para indivíduos maiores de cinco anos
de idade. Destaca-se que fibras com viscosas
como a guar, a pectina e o psilium, promovem
o controle da concentração plasmática de
colesterol, normalizando assim a glicemia
(NASCIMENTO et. al, 2002; LOTTENBERG,
2008).
Ainda segundo os autores
pesquisados, estudos nacionais e
internacionais apontam um despropósito na
alimentação de diabéticos por consumirem
poucas hortaliças e frutas e muitos alimentos
ricos em gordura, ato que se assemelha a
comportamentos de crianças saudáveis.
Estudos recentes relatam que a
ingestão de fibras, de forma adequada e
balanceada, eleva os níveis de adiponectina, o
qual é um hormônio regulador metabólico e
glicêmico, melhorando a sensibilidade à
insulina, da mesma forma que mostram o
déficit na função endotelial por conta do
excesso de ácidos graxos saturados e trans
por pacientes diabéticos (FERNÁNDEZ-REAL
et. al, 2003; NAPPO et. al, 2002).
Desta forma, os produtos ofertados na
Cesta Básica poderiam ser repensados,
inovando a variedade de frutas e hortaliças
disponibilizadas de tal maneira que as
quantidades de proteínas continuassem
estáveis, as de lipídios fossem substituídas
por opções mais saudáveis e, finalmente, as
de carboidratos fossem melhor balanceadas
nutricionalmente, apesar de este benefício ser
concedido para a população mais carente,
fato que torna esta discussão voltada
socioeconômica e não apenas à nutrição
pública.
I
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
112
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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
115
ELABORAÇÃO DE PÃO DE AIPIM SEM GLÚTEN:
EMPREENDEDORISMO NO RAMO ALIMENTÍCIO
Bruna Helena Marquioli
Thais Hanzen
Bruna Jaime Feiden
INTRODUÇÃO
doença celíaca (DC), assim
como a sensibilidade ao
glúten não celíaca (SGNC), é
uma alteração patológica que se desenvolve
de modo gradual em indivíduos
geneticamente predispostos. O glúten é uma
espécie de proteína presente em grãos como
trigo, cevada, aveia, centeio e malte, e seu
componente mais nocivo é denominado
gliadina.
De acordo com a etiologia, na mucosa
do intestino delgado é onde ocorre a maior
absorção de nutrientes do corpo-humano e,
ao entrar em contato com as camadas mais
internas do mesmo, a gliadina causa uma
reação imunológica e, consequentemente,
um processo inflamatório crônico (VARELLA,
2011).
Esse processo inflamatório ocorre
devido ao fato de que a DC é uma doença
autoimune, ou seja, as próprias células do
organismo produzem anticorpos contra o
glúten e, dessa forma, agem se agredindo,
atrofiando o intestino delgado. Em
consequência disso, o celíaco (termo usado
para definir portadores de DC) sofre alguns
sintomas, tais como dores abdominais,
diarreia, vômito, anemia, prisão de ventre,
dermatites, sintomas neurológicos, entre
outros. A longo prazo pode causar câncer em
vários órgãos como o esôfago, o estômago e
o intestino (MINUTO SAUDÁVEL, 2017).
Ainda segundo o autor, alguns
estudos realizados no ano de 1970
apontaram que somente 0,03% da população
mundial possuía tal intolerância. Atualmente
esse número cresceu drasticamente podendo
chegar em 2% da população, contudo, se
desconhece dados explicativos da causa de
tamanho crescimento.
Portanto, os celíacos têm que seguir
uma dieta rigorosa, o que limita seu poder de
escolha, tendo que, muitas vezes, deixar suas
predileções de lado. Isso é necessário devido
ao fato de que o glúten está presente na
composição de grande parte dos alimentos
industrializados, bebidas, medicamentos e até
mesmo cosméticos (CÉSAR et.al, 2006).
Assim sendo, a DC está cada vez mais
em evidência, pelo aumento dos diagnósticos
e, mesmo assim, não há uma formulação de
pão que agrade consideravelmente os
portadores da mesma e que tenha preço
acessível. Segundo uma pesquisa de dados
feita pela Associação de Celíacos do Brasil
(ACELBRA), entidade governamental
responsável em cuidar dos interesses dos
celíacos, o alimento que estes gostariam de
encontrar com mais facilidade é o pão.
Com este estudo tem-se como
A
20
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
116
objetivo fundamentar a elaboração da receita
de pão de aipim sem glúten, e com isso,
incentivar as indústrias a fabricarem produtos
de tal natureza, proporcionando mais
facilidade para os celíacos e a inclusão destes
entre seus consumidores. Tem-se como
questão problema: Por que no mercado
alimentício atual não se encontra um pão sem
glúten com sabor e textura semelhantes a um
pão que leve trigo em sua formulação e que
possua um preço justo?
Para alcançar os resultados almejados
será utilizado como método a pesquisa de
natureza aplicada, abordagem mista, quanto
aos objetivos é exploratório e, por fim, quanto
aos procedimentos técnicos, experimental
(GIL, 2008). Terá como participante de
pesquisa cinco pessoas, com idade entre 20 e
50 anos, escolhidos por meio de amostragem
probabilística.
O GLÚTEN
glúten é uma substância
elástica responsável pela
estrutura dos alimentos feitos
com cereais como o trigo, a cevada, a aveia, o
centeio e o malte (FRANCO, 2015). Ainda,
segundo referida autora, das proteínas
presentes no trigo a gliadina e a glutenina são
as principais responsáveis pela formação do
glúten. Elas são a base das preparações
industriais e domésticas de produtos de
panificação e massas em geral e determinam
características importantes na aceitação dos
alimentos, afetando significativamente sua
qualidade. Em indivíduos predispostos pode
causar reações, algumas delas graves, como a
alergia ao trigo, a doença celíaca e a
sensibilidade ao glúten não celíaca (CÉSAR,
et.al, 2006).
A doença celíaca (DC) e a sensibilidade
ao glúten não celíaca (SGNC) são dois
diagnósticos diferentes, com alterações
gastrointestinais distintas (SCHAER, 2020).
Segundo este mesmo autor, na DC há o
componente imunológico que gera um
processo inflamatório crônico do intestino
delgado, com consequente diminuição da
absorção de nutrientes e grande prejuízo
orgânico. Os principais sintomas são diarreia
com perda de gordura nas fezes, vômito,
perda de peso, inchaço nas pernas, anemias,
alterações na pele, fraqueza das unhas e
cabelos, diminuição da fertilidade, alterações
do ciclo menstrual e sinais de desnutrição. O
diagnóstico é feito por meio da biópsia do
intestino delgado e exames laboratoriais.
No caso da SGNC não há esse
componente bem definido, portanto, é como
se este tipo de alimento não fosse bem aceito,
sem que isto leve prejuízo ao organismo,
tendo como sintomas somente alguns
desconfortos gastrointestinais e o
diagnóstico é feito de forma clínica (SCHAER,
2020).
HISTÓRICO DA DOENÇA CELÍACA
á mais de 100 anos, mais
precisamente no ano de
1888, o médico londrino
Samuel Gee, observou em crianças e adultos
alguns sintomas como indigestão e um
determinado tipo de diarreia, ficando
conhecida como ‘afecção celíaca’. A única
maneira de se reduzir os sintomas e até
mesmo chegar a uma possível cura para a
doença seria por meio da dieta, reduzindo o
consumo de farináceos no dia a dia do
paciente (MATOS, 2010).
O
H
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
117
Os estudos foram se concretizando
com o passar do tempo. Outro exemplo foi
durante a Segunda Guerra Mundial, quando o
governo alemão passou a racionalizar a
distribuição de pães para a população,
diminuindo consideravelmente a quantidade
antes fornecida. Foi verificado nesta época
que os pacientes diagnosticados com a
‘afecção celíaca’ haviam tido uma melhora
nos sintomas apresentados e, a partir do
momento em que o consumo de pães voltou
ao normal pela população holandesa, os
sintomas retornaram, deixando claro os
efeitos causados pelo trigo nas pessoas que
possuíam a determinada doença
(SDEPANIAN; MORAIS; FAGUNDES-NETO,
1999).
A doença celíaca pode ser
caracterizada como clássica, não-clássica e
assintomática: A doença celíaca clássica é
assim denominada quando os sintomas são
diagnosticados nos primeiros anos de vida do
indivíduo, sejam eles: diarreia crônica,
distensão abdominal, anemia e até mesmo
atrofia na musculatura glútea. Refere-se da
forma não-clássica quando o indivíduo não
apresenta problemas gastrointestinais, ou
quando estes são apresentados, são menos
graves que no exemplo anterior, surgem
geralmente na adolescência dos pacientes
que demonstram, na maioria das vezes,
anemia por falta de ferro no organismo, baixa
estatura se comparado aos demais que não
possuem a doença, artrite ou artralgia,
hipoplasia do esmalte dentário, dentre outros
sintomas isolados. Em subsequência, a forma
assintomática é aquela que é diagnosticada
pelos marcadores sorológicos e quando
apresentam outros casos na família do
paciente (CIANTELLI et. al, 2012).
Ainda segundo referidos autores o
tratamento da doença nos dias atuais
permanece o mesmo desde os estudos
pioneiros iniciados na década de 30, devendo
excluir o glúten da dieta dos pacientes por
toda sua vida, sendo qual for a classificação
da doença do indivíduo, não deixando de
sustentar todas as necessidades específicas
para manter uma vida saudável.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
s indústrias alimentícias
brasileiras carecem de
produtos isentos de glúten,
consequentemente a maior parte destes é
feita de forma caseira, o que demanda tempo
e dedicação dos celíacos (CÉSAR et. al, 2006),
trazendo dificuldades na dieta daqueles que
possuem a vida corrida ou não têm
habilidades na cozinha. Pode-se dizer ainda
que não há um empenho significativo de tais
indústrias quando se trata especificamente
dos pães, pois os tradicionais, que levam trigo
na sua preparação, são muito mais fáceis de
serem fabricados e vendidos, além de
agradarem o paladar da maioria da
população.
Ademais, o custo dos pães, como
ocorre com a maioria dos produtos sem
glúten industrializados, é bastante alto,
fazendo com que os celíacos presentes em
classes de renda mais baixa não tenham o
hábito de consumi-los, tendo que adaptar sua
dieta para que não sofram de desnutrição ou,
em piores casos, continuem ingerindo o
glúten, trazendo grandes prejuízos à sua
saúde.
Com o intuito de melhorar a qualidade
de vida dos celíacos o que se busca com este
projeto é produzir pães que tenham textura e
paladar agradáveis, que tornem mais fácil a
aceitação; que tenham durabilidade, pois os
pães sem glúten costumam ser mais
perecíveis e preço acessível, atendendo a
todas as classes.
Além disso, tem-se a intenção de
incentivar e auxiliar as indústrias com a
A
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
118
criação de novos produtos para atender esse
mercado, que agradarão mais os
consumidores e aumentar suas vendas,
trazendo benefícios à economia.
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119
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19 de maio de 2020.
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REALIDADE VIRTUAL COMO COMPLEMENTO
DA FISIOTERAPIA PARA TRATAMENTO DE
PACIENTES COM ENCEFALOPATIA CRÔNICA
NÃO EVOLUTIVA: REVISÃO DE LITERATURA
Ágata Floriani
Amanda Lourin Mila Pereira
Daniele Borges de Paula Cristofolini
Angelise Mozerle
INTRODUÇÃO
Paralisia Cerebral (PC) é um
distúrbio de caráter não
progressivo, associada a
desordem do movimento e da postura,
devido a alguma lesão ou má formação do
encéfalo permanente, gerando uma série de
complicações, como por exemplo alterações
musculoesqueléticas secundárias e limitações
nas atividades, consequências de lesão
cerebral primária, se caracterizando como
sequelas permanentes e mutáveis (COSTA;
RIBEIRO, 2018).
São observadas alterações do
movimento e postura recorrentes da
espasticidade e fraqueza muscular que levam
a manifestações clínicas secundárias como
contraturas e encurtamentos musculares.
Estes déficits são responsáveis por um dos
sinais clínicos mais relevantes da PC: os
déficits do equilíbrio. Em virtude desse déficit
de equilíbrio ocorre o comprometimento de
habilidades como a marcha e atividades
funcionais cotidianas, que podem resultar em
restrições de participação social (ARNONI et.
al, 2018).
No Brasil não existem dados
epidemiológicos publicados sobre a PC.
Sendo possível encontrar somente variações
nas taxas de prevalência de PC, levando em
conta a imensidão territorial, precárias
condições de saúde e a desigualdade social.
Dois pontos podem ser considerados,
explicando como a incidência da PC pode
estar ligada às condições de assistência
médica insatisfatórias no período pré e
perinatal em grande parte da população, o
que aumenta os riscos de desenvolvimento
da paralisia cerebral. Em contrapartida, a taxa
de mortalidade infantil no Brasil é ainda
considerada alta, sendo que a sobrevivência
dos recém-nascidos prematuros e de baixo
peso é menor ainda, o que gera uma
diminuição da incidência de casos de PC
registradas. Partindo desse raciocínio, no
Brasil tem mais casos de PC do que nos países
desenvolvidos, mas essa frequência vem se
mantendo equilibrada, apesar de melhorias
nos cuidados intensivos neonatais nos
grandes centros urbanos e que não são
acessíveis à todas as classes sociais
(MONTEIRO; ABREU; VALENTI, 2015).
Por se tratar de uma tecnologia
A
21
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inovadora, a Realidade Virtual (RV) permite ao
usuário uma experiência de imagens em três
dimensões, em que o grau de movimento real
é correspondente ao grau de movimento
demonstrado na tela e possibilita ao campo
da abordagem fisioterapêutica uma nova
forma de atendimento. Entre as possíveis
formas de contato com a realidade virtual,
Bondan (2016) destaca o universo dos jogos
eletrônicos. A partir da década de 60 do
século XX os videogames surgiram e tinham
como objetivo inicial somente
entretenimento, porém hoje eles
apresentam-se como mais uma opção de
lazer em nossas vidas, no cenário da cultura
digital. No processo de reabilitação, dentre os
equipamentos de RV mais utilizados, o que
vem se destacando é o Nintendo Wii, sendo
notada através de estudos a melhora no
equilíbrio, amplitude de movimento e
condicionamento físico, além da motivação
do paciente com PC (SILVA; IWABE-
MARCHESE, 2015).
Este estudo se refere a um artigo de
revisão de literatura, onde foram feitas buscas
simples na plataforma Decs, com as palavras-
chave: realidade virtual; paralisia cerebral e
fisioterapia, nas bases de dados nacionais:
Lilacs, Scielo e Plataforma EBSCO dando
preferência para artigos datados acima de
2015. Para critérios de inclusão de artigos na
pesquisa foi verificado o título, as palavras-
chave e o resumo, selecionando-se apenas
artigos que abordassem o uso da Realidade
Virtual para o tratamento de fisioterapia em
pacientes com Paralisia Cerebral.
O objetivo dessa pesquisa será avaliar
como o uso da Realidade Virtual vem se
tornando um aliado da tecnologia, do
desenvolvimento e do tratamento inovador,
por meio do incentivo à prática de atividades
físicas, assim como utilização desta
ferramenta de intervenção na área da
fisioterapia, aplicadas por meio de programas
de reabilitação motora e cognitiva em
pacientes com Paralisia Cerebral (PC).
DISCUSSÕES
Paralisia Cerebral (PC) já é
estudada historicamente e
descrita inicialmente próximo
do ano de 1860, pelo cirurgião Willian John
Little, que se refere à paralisia cerebral sendo
uma desordem médica, a qual atinge as
crianças em seus primeiros anos de vida e que
causa espasticidade dos membros. Ele definiu
também como possíveis causas da PC, até
então chamada de doença de Little e também
conhecida como encefalopatia crônica não
progressiva da infância, a relação direta com
o trabalho de parto, sendo ele prematuro ou
com complicações, o que gerava uma
provável falta de oxigenação para o feto,
prejudicando o transporte de oxigênio ao
cérebro e afetando os tecidos corporais,
responsáveis pelos movimentos (RUSSO,
2016).
A definição mais atual do termo
paralisia cerebral é descrita, segundo Alves
Costa e Ribeiro (2018), por meio de um artigo
de pesquisa bibliográfica de abordagem
qualitativa descritiva. A PC é caracterizada
como um grupo de distúrbios não
progressivos de desordens permanentes que
afetam o desenvolvimento da postura e dos
movimentos, gerados pelo acometimento do
sistema nervoso central imaturo ou em
desenvolvimento, causando a limitação das
atividades e alterações musculoesqueléticas
secundárias. Acomete o desenvolvimento
encefálico fetal ou infantil, ocasionando
desordens de sensações, percepções,
cognição, comunicação e comportamento,
advindas de problemas secundários.
As causas que levam à PC são muitas,
sendo caracterizadas como qualquer
condição que leve a anormalidades cerebrais,
as quais variam conforme a fase gestacional
A
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123
ou do desenvolvimento infantil; ou seja, pode
acometer a criança nos períodos pré-natais,
perinatais ou neonatais. Sendo as principais
causas evidenciadas no período pré-natal a
hipoxemia, complicações placentárias, má
formação no sistema nervoso central,
infecções e nascimento prematuro, e no
período perinatal e neonatal traumas
cranianos, convulsões metabólicas,
procedimentos vasculares, infecções e
encefalites (ALVES COSTA; RIBEIRO, 2018).
Existem cinco tipos clínicos para
diferenciação de PC. De acordo com Russo
(2016), a PC pode ser do tipo espástica, na
qual o portador apresenta o aumento do
tônus muscular e contraturas articulares; tipo
coreoatetoide, na qual existe o quadro
discinético do paciente, com movimentações
involuntárias e distonia; tipo atáxica, a qual
apresenta distúrbios da coordenação dos
movimentos, mas que apresentam
deambulação e controle cefálico normais;
tipo hipotônica, na qual o portador apresenta
hipotonia muscular, mas permanece com os
reflexos osteotendinosos normais e; por fim,
a tipo mista, na qual se tem a associação dos
tipos supracitados.
Como forma de tratamento
fisioterapêutico, Do Nascimento et. al (2018)
sugere que tem se desenvolvido novas
técnicas para o cuidado dos pacientes
acometidos com algum tipo da PC. Visando a
manutenção e a melhora da capacidade do
equilíbrio látero-lateral e anteroposterior de
forma dinâmica e estática, a eficácia no
consumo de oxigênio, melhora do aporte
físico, melhora postural e ganho de
amplitudes de movimento.
Uma das técnicas que vem sendo
aplicada é a Realidade Virtual (RV), onde o
tratamento terapêutico é feito em um
ambiente totalmente virtual e tridimensional
no qual o paciente consegue realizar sua
sessão por estímulos visuais, táteis, auditivos
e sensoriais; sendo uma recriação da
reabilitação, utilizada para o desenvolvimento
da marcha, coordenação, funções motoras,
como ainda, um complemento da
cinesioterapia (SILVA; IWABE-MARCHESE,
2015).
De acordo com Do Nascimento et. al
(2018) a RV é capaz de unir três elementos em
sua terapia, sendo eles a repetição, a
motivação e o feedback sensorial, assim
caracterizando-se como uma técnica de
caráter lúdico, onde o paciente realiza e
aprende brincando. Os resultados dos
tratamentos feitos por meio da RV têm se
mostrado cada vez mais positivos e são
obtidos através da ativação do sistema de
neurônios-espelho, assim aumentando as
taxas de disparos no cérebro humano,
induzindo à reorganização cortical do
paciente.
As técnicas de RV mais utilizadas são:
os videogames, o Nintendo Wii e os Óculos
de realidade virtual, associados a
instrumentos específicos de pesquisa, como a
Escala de Equilíbrio de Berg, a Medida de
Independência Funcional e testes de
Neurocom Balance Master. Os resultados
dessas técnicas, vem adquirindo benefícios de
motivação durante o tratamento, feedback
imediato e o armazenamento das evoluções
no próprio sistema de RV, aumento da
interatividade do paciente, melhora do
desempenho físico e cognitivo, tornando-os
mais confiantes para realizarem suas
atividades de vida diárias (SILVA; IWABE-
MARCHESE, 2015).
A RV tem utilizado os videogames
ativos e notado grande sucesso terapêutico
adaptativo em crianças portadoras de PC,
pois tem promovido o autoconceito,
autoconhecimento, equilíbrio e desempenho
motor. Essa melhora é assentada no contexto
de uma tarefa proposta que facilita a
associação das tarefas feitas em ambientes
virtuais, com as tarefas feitas nas atividades
de vida diária (ARNONI et. al, 2018)
Apesar dos resultados na sua maioria
trazerem resultados benéficos com a
utilização da tecnologia de RV, o custo ainda
não é tão acessível, com isso, nem todas as
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clínicas de reabilitação fisioterapêutica
disponibilizam esse tipo de tratamento, como
também, são necessários mais estudos na
área da reabilitação com a RV para se ter uma
real comprovação de sua eficácia completa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
onclui-se que a paralisia
cerebral ocorre devido à má
formação do cérebro, muitas
vezes antes do nascimento. Tem como
sintomas comuns reflexos exagerados,
membros flexíveis ou rígidos e movimentos
involuntários. Devido a esses sintomas
pacientes com PC são encaminhados para a
fisioterapia que, atualmente, com a
tecnologia apresenta a possibilidade da
utilização da realidade virtual, sendo uma
forma inovadora, diferenciada e atrativa na
realização de exercícios das sessões.
Apresentam-se como consequências
efeitos positivos na evolução e no próprio
desenvolvimento motor, pois de uma certa
forma aumenta o interesse dos pacientes na
utilização dessas tecnologias principalmente
na utilização com crianças. Entretanto, não
são todas as clínicas de fisioterapia e locais de
reabilitação que possuem esse recurso devido
aos custos elevados.
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Pacientes Com Paralisia Cerebral. Psicologia e Saúde em debate, v. 4, n. 2, p. 14-24, 25 jul.
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C
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125
SILVA, R. R. da; IWABE-MARCHESE, C. Uso da realidade virtual na reabilitação motora de uma
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1, p. 97-102, Mar. 2015. Disponível em: <https://doi.org/10.590/1809-
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SMART GARDENS
Luciano Rother
Leandro Luiz Lopes
Miguel Gustavo Filippi
INTRODUÇÃO
presente trabalho tem por
objetivo analisar o quão viável
é a implementação dos
chamados “Smart Gardens” em residências
que não dispõem de jardins externos, com
foco em apartamentos buscando atender as
necessidades de manutenção reduzida e
facilitada, necessárias devido à falta de tempo
por parte dos indivíduos, por conta da atual
conjuntura da vida moderna, com rotinas
longas e exaustivas, onde os pequenos
detalhes, como esse, acabam passando
despercebidos. Ter a percepção de como o
projeto é aceito é o principal objetivo, se as
pessoas realmente teriam interesse em
adquirir e se existiria valor real de satisfação
por parte dos que o tiverem em suas
residências.
Por meio de uma ferramenta de
pesquisa com formulários se fez possível
obter alguns indicadores sobre a aceitação e
interesse em jardins inteligentes.
OS ‘SMART GARDENS’
a atual era, em um mundo
globalizado, com tecnologias
sofisticadas, muitas tarefas
que eram realizadas de maneiras manuais
podem ser desenvolvidas com maior
facilidade e agilidade. As rotinas dos
indivíduos se tornam cada vez mais densas e,
com isso, a disponibilidade de tempo para
algumas funções simples e domésticas é
escassa. Tendo isto em vista, com intuito de
facilitar os afazeres do lar, principalmente em
apartamentos, surgiu a ideia de aplicar um
sistema de automação voltada para a
irrigação de pequenos jardins e hortas, que
normalmente se dispõem em sacadas ou
áreas abertas da residência.
Os ‘Smart Gardens’ jardins
inteligentes, são pequenas estruturas que
trazem a riqueza da flora para dentro do lar,
buscando tornar o ambiente mais leve,
aconchegante e sustentável com a
sofisticação de dispositivos que fazem,
automaticamente, o processo de irrigação,
controlada de acordo com as características
de cada planta, buscando facilitar a
manutenção do jardim. O intuito principal do
projeto surge da necessidade de um cuidado
especial para com os jardins pois, muitas
vezes, com a intensa atividade criada pela
rotina, esses pequenos detalhes acabam
passando despercebidos, fazendo com que o
descuido acabe por degradar os mesmos.
O sistema idealizado utiliza de uma
automação focada em irrigar as plantas com
O
N
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água reutilizada, que age de maneira cíclica,
ou seja, esta água realiza um ciclo de irrigação
e é armazenada novamente no recipiente de
onde ela é oriunda. O reabastecimento da
água deve ser realizado periodicamente, de
acordo com as características das plantas, do
ambiente (temperatura e umidade) e da
incidência solar no local.
Além de gerar um ambiente
harmonioso e sustentável o ‘Smart Garden’
conta com iluminação própria, com cores
diversas, que podem ser escolhidas ao gosto
do indivíduo, trazendo uma interação ainda
maior da tecnologia com a natureza e criando
um cenário agradável durante a noite,
quando se torna mais visível.
O PRODUTO
jardim é constituído por um
sistema de bombeamento e
armazenamento de água,
iluminação e vasos personalizados para as
plantas, assim como uma estrutura de
madeira envernizada, trazendo um toque
rústico e clássico ao ambiente. Este pode ser
adaptado de acordo com a necessidade de
cada indivíduo e do local onde será realizado
Suas dimensões permitem que ele seja
instalado em lugares de curto espaço, já que
seu objetivo principal é atender apartamentos
os quais, normalmente, não dispõem de
amplas áreas para essa finalidade.
As plantas a serem comportadas no
jardim variam de acordo com o gosto do
cliente, sendo que elas podem ser desde
suculentas até samambaias, o que influencia
na maneira de cuidado e na irrigação, pois a
quantidade de água varia para cada tipo de
planta.
A automação é realizada por meio de
uma placa Arduino, que recebe uma
linguagem de programação e desenvolve
diversas funções com seus atuadores. Essa
placa foi desenvolvida em 2005 com objetivo
de elaborar um meio de acesso à
programação de baixo custo, que serve
principalmente para ensino nas áreas de
engenharia. Com a possibilidade de utilizar
diversos componentes o Arduino é uma
ferramenta que auxilia e torna possível
desenvolver incríveis automações e colocar
em prática projetos diversificados. Sua
linguagem de programação é baseada em “C”
e “C++” que são muito disseminadas no meio
de desenvolvimento de programas e
softwares. Existem diferentes dimensões de
placas Arduino, sendo que o número de
possibilidades de criação varia de acordo com
o tamanho da placa, já que isso dita a
quantidade de atuadores e circuitos que
podem ser associados a ela.
Imagem 1- Arduino Uno
Fonte: Arduino (2015)
O
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Com o uso de uma bomba para água
se faz possível irrigar as plantas em níveis
mais elevados e ter controle da quantidade de
água que será depositada em cada unidade
receptora. Seu sistema de iluminação é
focado em deixar o jardim mais robusto, já
que durante a noite se torna um atrativo aos
olhos e realça a beleza das plantas ali
existentes. Ele será todo composto por ‘LEDs’,
garantindo-se maior eficiência energética.
A estrutura em madeira envernizada
garante uma maior durabilidade, já que as
intempéries como chuva, vento e sol irão
afetá-la de maneira menos severa, pois o
verniz protege e ao mesmo tempo agrega
visualmente à madeira.
A IMPORTÂNCIA DO CONTATO COM A NATUREZA
esquisas apontam que a
interação do ser humano com a
natureza, com as riquezas da
fauna e da flora, são essenciais para uma vida
mais feliz.
Segundo um estudo realizado no ano
de 2009 que entrevistou 2.500
pessoas de 229 bairros diferentes do
estado de Wisconsin, independente
de classe social, idade ou estado civil,
pessoas que viviam em bairros com
menos de 10% de sua área
arborizada eram mais propensas a
desenvolver enfermidades ligadas ao
estresse. Dessa forma, uma pessoa
pobre que vive perto da natureza é
mais feliz do que um rico que mora
em um bairro sem árvores (ROSA,
2014, s.p.).
As plantas são agentes de purificação
do ambiente, responsáveis por filtrar o ar e
dissipar o composto CO2 (gás carbônico). São
os elementos que equilibram a cadeia
alimentar e junto com as algas estão
diretamente ligadas à produção de oxigênio.
Além de toda contribuição para com a saúde
do meio, as plantas também trazem um
conforto visual e tornam os espaços
aconchegantes pois, inconscientemente,
remetem a uma realidade de vida dos
primórdios das civilizações humanas, onde o
homem vivia em contato direto com a
natureza.
Inúmeras maneiras são utilizadas para
se encontrar uma vida mais saudável e feliz,
porém, muitas vezes as pessoas procuram
meios complexos e custosos, em busca de
coisas que, quase sempre, estão nos
principais detalhes, como no contato com a
essência da vida, a natureza.
O PÚBLICO
om intuito de conhecer o
mercado e gerar um público-
alvo, a primeira prospecção se
deu por meio de um questionário com
perguntas variadas com a seguinte temática:
‘Smart Garden - Trazendo a Natureza para seu
Lar’, onde os participantes puderam
demonstrar, por exemplo, o interesse em
jardins inteligentes e se realmente poderiam
adquirir um.
Um total de 16 indivíduos
responderam as questões e de maneira geral
a aceitação foi de mais de 50% em cada item
abordado. Os Gráficos abaixo demonstram
que de fato a facilidade e agilidade trazida
pela automação é o maior atrativo e ponto
forte do produto.
P
C
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Gráfico 1
Fonte: Dados primários, 2020
Gráfico 2
Fonte: Dados primários, 2020
Pode-se observar que os jardins inteligentes agradam a maior parte dos indivíduos
entrevistados e que suas características e propostas são bem aceitas e almejadas, o que
favorece a disseminação e venda do produto.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
s benefícios que um jardim
inteligente pode trazer são
diversos e agregam de
maneira significativa para uma vida mais feliz.
Desta forma sua implementação e aceitação
no mercado se torna facilitada, já que visa ser
um produto que trará, mesmo que de
maneira intuitiva, um conforto e satisfação
que muitos ambicionam.
Por meio de uma ferramenta on-line
de formulários se fez possível identificar
alguns padrões e indícios essenciais para a
realização do projeto, como índice de
aceitação e intenção de compra por parte do
público-alvo.
Os resultados mostram que muitos
indivíduos moram em apartamentos têm uma
área pequena para implementar o jardim, têm
interesse em jardins automatizados e
inteligentes, iluminados e sofisticados, que
atuem como um bom artigo de decoração e
que, principalmente, tenham manutenção
facilitada, pois muitos não possuem tempo
hábil para realizar a mesma. A maior parte dos
entrevistados tem entre 20 e 30 anos, o que
indica que mesmo dentro de uma faixa etária
ativa o tempo hábil para tais funções, como
regar um jardim, é escasso.
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MARKETING DIGITAL POR NUTRICIONISTAS
NO INSTAGRAM®
João Pedro Pereira
Larissa Giovanna Miranda
Renata Carvalho de Oliveira
INTRODUÇÃO
s ações de marketing em
mídias sociais vêm se
popularizado no Brasil e em
outros países, como veículo de propaganda e
impulsionador de consumo, especialmente
entre crianças e jovens (SOUZA; SILVA, 2018).
Assim, nos dias de hoje, o uso de
mídias sociais e estratégias de marketing
digital são essenciais como ferramenta para
impactar e atrair maior número de pessoas.
Por conta disso, na área da saúde, as mídias
sociais podem ser utilizadas para estimular a
adoção, por exemplo, de hábitos de vida
saudáveis (GRAHAM et. al, 2019).
A geração de conteúdos voltados à
alimentação saudável e nutrição está
crescendo o que mostra que, cada vez mais,
os nutricionistas precisarão utilizar as mídias
sociais em sua prática profissional, buscando
inovações na forma de disponibilização de
seus conteúdos para que tenham um número
maior de seguidores e relevante impacto na
construção de hábitos alimentares saudáveis
(WINGERT; CASTRO, 2018).
O Instagram é a rede social que vem
crescendo de forma exponencial no Brasil e
no mundo, sendo a terceira rede social com
maior número de usuários no Brasil e seu uso
está em evidência por empresas e perfis
profissionais (COSTA, 2019; WE ARE SOCIAL,
2019). Sendo assim, a presente pesquisa teve
como objetivo analisar as estratégias de
marketing digital adotadas por perfis
profissionais de nutricionistas no Instagram®.
Visando atingir o objetivo proposto, o
estudo foi desenvolvido considerando,
inicialmente, a coleta e registro de dados
sobre ações de marketing em nutrição e de
perfis de nutricionistas na mídia social
Instagram®, por meio de análise documental.
Para tal, foram utilizados os unitermos de
busca: nutri e nutricionista, somente na língua
portuguesa. Posteriormente, foi realizada a
análise das ações e perfis de 85 nutricionistas
brasileiros e seus conteúdos publicados na
rede social Instagram®. Além disso, foi
utilizado um protocolo de registro
estruturado, que foi elaborado pelos próprios
pesquisadores, onde foram anotados todos
os pontos pertinentes à elaboração do
tutorial, como exemplo: iniciais do
nutricionista, número de seguidores, se
apresenta conteúdo técnico-científico e as
referências destes, quais os assuntos são
predominantemente abordados e outras
informações que foram consideradas
pertinentes.
Com base nas informações coletadas
A
23
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134
a partir da análise documental, os dados
obtidos foram compilados e apresentando
em frequência absoluta e percentual, sendo
analisados para auxiliarem no
desenvolvimento do tutorial.
DISCUSSÕES
presente estudo analisou de
forma aleatória o perfil
profissional e as ações de
marketing de 85 nutricionistas no Brasil, os
quais utilizavam os pronomes “nutri” e
“nutrição”, estando caracterizados na Tabela
1.
Tabela 1 – Características dos perfis profissionais de nutricionistas no Brasil (n=85). Balneário Camboriú
– SC, 2020.
Variável Característica
Número de seguidores
≤1000
1001 – 5000
5001 – 10000
10001 – 50000
50001- 100000
100001 – 500000
500001 – 1 milhão
> 1 milhão
3 (3,5%)
32 (37,6%)
15 (17,6%)
23 (27,1%)
5 (5,9%)
6 (7,1%)
0 (0%)
1 (1,2%)
Apresentação de conteúdo técnico-científico?
Não
Sim
48 (56,5%)
37 (43,5%)
Apresentação de referências nos conteúdos?
Não
Sim
80 (94,1%)
5 (5,9%)
Assuntos predominantemente abordados
Nutrição clínica
Nutrição esportiva
Nutrição funcional
Outros
24 (28,2%)
14 (16,4%)
5 (5,9%)
42 (49,5%)
Apresenta formação profissional no perfil?
Não
Sim
41 (48,2%)
44 (51,8%)
Fonte: Elaborada pelos autores (2020).
Percebe-se que a maioria dos perfis
dos nutricionistas analisados apresenta entre
1001 e 5000 seguidores, sendo considerados
influenciadores em ascensão. Os
O
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135
influenciadores apresentam milhares a
milhões de seguidores (WIMMER;
GREGGIANIN, 2018). E, segundo Karhawi
(2017), são considerados influenciadores,
aqueles que têm algum poder de discutir
temas e influenciar decisões quanto ao estilo
de vida, gostos e bens culturais daqueles que
estão em sua rede, sendo, portanto,
considerados formadores de opinião digital.
Destaca-se que a maioria dos perfis de
nutricionistas estudados não apresenta
conteúdo técnico-científico (56,5%) e 94,1%
não referenciam os conteúdos apresentados,
o que pode dificultar a comprovação
científica dos assuntos abordados. De acordo
com Lima et. al (2019), em pesquisa realizada
sobre a influência da internet sobre hábitos
alimentares, das 100 pessoas entrevistadas,
84 relataram utilizar a internet para pesquisar
sobre alimentação, bem como a maioria
destacou seguir especialistas sobre o tema,
como nutricionistas. Somado a isso, as
notícias falsas vêm ganhando espaço nas
redes sociais, incluindo informações sobre
saúde, as quais são propagadas até mesmo
por revistas de fake news científicas
espalhadas pela internet (MONARI; BERTOLLI
FILHO, 2019).
Dentre os assuntos abordados pelos
perfis pesquisados, destacam-se a nutrição
clínica, esportiva e funcional. Conforme
Nunes (2019), uma das contribuições das
redes sociais, como o Instagram®, é o
compartilhamento de informações que
possam promover hábitos alimentares e estilo
de vida saudáveis, bem como alertar as
pessoas para a prevenção de doenças, como
tem feito, os perfis de nutricionistas
estudados. A tendência é que profissionais de
saúde em geral, incluindo os nutricionistas,
utilizem, cada vez mais, as redes sociais,
principalmente para esclarecerem mitos e
falarem sobre alimentação saudável (LIMA et.
al, 2019). Segundo Wimmer e Greggianin
(2018), os temas que mais vêm ganhando
destaque nas redes sociais são sobre o cultivo
de hábitos saudáveis, reeducação alimentar,
atividades físicas, além de dicas de saúde.
Conforme Leme (2018), as postagens
apresentam caráter informativo ao público e
os nutricionistas devem sempre lembrar que
muitos dos seus seguidores são leigos, não
possuem qualquer informação sobre o tema
abordado ou, até mesmo, têm uma ideia pré-
concebida que possa ser falsa ou de senso
comum, por isso é importante que se tenha
embasamento científico, e que sempre se
disponibilize a fonte consultada.
Destaca-se, também, entre os
resultados encontrados, que quase 50% dos
perfis de nutricionistas pesquisados não
destacam sua formação profissional. Haja
vista que, segundo Lima et. al (2019), as
pessoas tendem a buscar informações sobre
saúde em perfis de especialistas, os
nutricionistas deveriam destacar sua
formação para que as pessoas que forem
visitar seus perfis saibam que eles formados,
pois há muitos influenciadores digitais
falando sobre alimentação e saúde sem terem
formação acadêmica na área.
Por fim, é necessário que o
profissional esteja atento ao Código de Ética
e de Conduta do Nutricionista para agir com
ética, sem divulgar mensagens enganosas ou
falsas e não infringir nenhum artigo do
referido documento. Como exemplo, é dever
do nutricionista, ao compartilhar informações
sobre alimentação e nutrição, ter como
objetivo a promoção da saúde e a educação
alimentar e nutricional, de forma crítica e
contextualizada e com respaldo técnico-
científico, sem promover mensagens
enganosas ou sensacionalistas (CFN, 2018).
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136
CONSIDERAÇÕES FINAIS
notória a crescente expansão das
mídias sociais como ferramenta
de marketing, sendo um veículo
de informações que atinge milhares de
pessoas a cada minuto. No âmbito de
profissionais da saúde os mesmos também se
fazem presentes, tanto para promover-se
profissionalmente, quanto para divulgar
informações científicas à população.
Assim, os nutricionistas podem utilizar
destas ferramentas a fim de promover a
alimentação saudável, qualidade de vida e
introdução de hábitos saudáveis indo na
antemão de muitos influenciadores que não
possuem formação profissional.
Existem diversas estratégias de
marketing digital que possam ser utilizadas,
cabendo ao profissional buscar aquela que se
encaixa melhor em suas metas. Com este
espaço em grande ascensão é preciso que o
nutricionista se adapte às novas tendências,
mas respeitando sempre o que é lhe
permitido pelo código de ética da profissão.
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MONARI, A. C. P.; BERTOLLI FILHO, C. Saúde sem fake News: estudo e caracterização das
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NUNES, A. M. Comunicação através das redes sociais digitais. Alceu – Revista de
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É
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WE ARE SOCIAL. Global digital 2019 reports. Disponível em:
https://wearesocial.com/global-digital-report-2019. Acesso em: 23 jun. 2020.
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A TECNOLOGIA ALIADA AOS EXERCÍCIOS FÍSICOS EM
UMA PERSPECTIVA EMPREENDEDORA INOVADORA
Daiane Schimidt de Souza
Tiago Martins Coelho
INTRODUÇÃO
prática de atividades físicas
está sendo cada vez mais
comum, independente de
idade, gênero, classe social ou qualquer outra
variável. Para conquistar um corpo com
estética diferente da que está no momento,
ter mais qualidade de vida ou mesmo tratar e
prevenir doenças, as modalidades que podem
ser usadas são inúmeras e todas elas podem
ser adaptadas ao nível de condicionamento,
disponibilidade de tempo, idade dos
participantes e contexto social.
Em 2018, a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD, 2018)
constatou que mais de 87% dos domicílios
analisados tinham acesso à internet, sendo
mais de 56% por meio de smartphones. Isso
mostra que a execução de atividades
cotidianas está cada vez mais facilitada com o
uso da tecnologia e que devido aos dias
incertos e ao receio de muitos em relação ao
Covid-19, os hábitos mudaram em todo o
mundo e o dia a dia precisou ser adaptado em
diversos pontos: o trabalho passou a ser
home office, os serviços passaram a ser
oferecidos remotamente e até o lazer passou
a ser on-line. Levando para dentro da casa das
pessoas os momentos de lazer, como a
atividade física sistematizada (ginástica, ioga,
dança e musculação), tudo com instrução à
distância, seja em vídeos gravados ou com
aulas ao vivo.
Nessa última perspectiva, halteres
foram substituídos por garrafas, cadeiras
viraram acessórios de treino, isso tudo para
que os indivíduos se mantivessem ativos,
colaborando com sua saúde. Segundo o
ACSM (2014), o sedentarismo e a obesidade
são considerados fatores de risco para
doenças crônico degenerativas como a
hipertensão e diabetes, e estudos recentes
têm mostrado que o exercício físico é
fundamental para a saúde física e mental
(RAIOL, 2020) mesmo que em ambiente
doméstico (CHEN et. al, 2020) em tempos de
isolamento social ocasionado pela pandemia.
Para Santos et. al (2001, p. 17):
Ao se fazer um comparativo histórico
entre a quantidade de movimentos
realizados durante o dia a 30 anos atrás e
a quantidade que as pessoas fazem nos
dias de hoje, nitidamente se percebe que
o ser humano está muito inativo e
sedentário. Antigamente as pessoas não
tinham facilidade como as de hoje, no
sentido de cada vez mais ter seus
movimentos reduzidos em prol de
conforto.
Mesmo sabendo que a prática de
atividade física deve ser acompanhada de
orientação especializada e que muitas das
aulas ministradas remotamente nesse
período estão sendo feitas por profissionais
da área, será que as empresas prestadoras
A
24
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
140
desse serviço estão preparadas para esse
momento?
O presente trabalho buscou analisar
se as academias de Balneário Camboriú
disponibilizam a opção de treinos on-line
para que os alunos possam continuar se
exercitando com respaldo de profissionais
capacitados. O estudo trata-se de uma
pesquisa descritiva quantitativa, que,
segundo Gil (2010), é aquela que busca
descrever as características de um fenômeno
ou população utilizando informações
numéricas que sejam interpretadas e
analisadas posteriormente. Foi realizada uma
pesquisa no Conselho Federal de Educação
Física (CONFEF) identificando as academias
devidamente registradas e, posteriormente,
as coletas foram feitas por meio da visitação
dos sites e Instagram® das empresas
cadastradas a fim de verificar quantas destas
apresentavam serviços on-line sistematizados
para a comercialização. As identificações das
empresas foram preservadas.
DISCUSSÕES
urante toda a vida somos
influenciados, de forma direta
ou sutil, seja pelo vestuário,
como os famosos tênis Air Jordan, associados
à imagem do ícone do basquete Michael
Jordan e as roupas largas usadas por
jogadores profissionais do mesmo esporte,
ou através de revistas, antes publicadas
fisicamente e hoje em edições digitais, que
estão sempre à mão do seu público onde ele
estiver e em qualquer horário, e através das
redes sociais, que nada mais são do que redes
colaborativas e comissionada de vendas.
Para Ferreira (2017, p. 02) “Hoje já
existem mais de 2 bilhões de internautas no
mundo, ou seja, um terço da população
planetária. O ambiente virtual está cada dia
mais presente [...], tornando-se uma
ferramenta muito útil para o trabalho,
diversão, informação e comércio”. Houveram
evoluções nas chamadas ‘mídias sociais’,
iniciando com os bate papos on-line que
possibilitavam a troca de mensagens e
informações por meio da internet,
posteriormente com a possibilidade de ver
com quem estava conversando através do
uso de câmeras e ainda mais recente, a
criação de perfis, em que cada usuário edita
suas preferências e informações pessoais,
com fotos, vídeos, amigos virtuais, entre
outras informações. Sendo assim, Ferreira
(2017, p. 03) afirma que “As mídias sociais
reinventaram o mundo virtual caracterizando-
se como veículos interativos, pois são um
meio de compartilhamento ilimitado de
informações e aplicações como textos,
imagens e arquivos multimídia”. Com a
evolução da tecnologia, as mídias sociais
evoluíram e o acesso a produtos e serviços
on-line por meio delas também.
Ao nos reportarmos ao profissional de
educação física ou personal trainer, as redes
sociais podem ser usadas de maneira
informativa, agregando valor ao serviço que é
prestado pela categoria (DA SILVA; DE
OLIVEIRA, 2018). O mesmo vale para
academias e estúdios, que podem, dentre
outras coisas, mostrar o dia a dia de sua
equipe e alunos, as instalações e aparelhos e
usar o meio como uma forma de
comunicação efetiva com o seu público.
O período de quarentena e
paralisação de muitos serviços afetou
consideravelmente a categoria, que foi uma
das últimas a voltar ao trabalho com a
abertura dos espaços para treinamento e a
possibilidade de receber seu público
presencialmente. Com isso, vimos muitas
instituições se adaptarem ao modo on-line,
oferecendo aulas através de vídeos
disponibilizados no Instagram®, ou em aulas
ao vivo, abertas aos interessados, mesmo que
D
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141
estes não fossem matriculados na academia,
ações que vão ao encontro com o
pensamento de Ferreira Filho, Do Nascimento
e De Sá (2012, p. 14), que dizem que “É
preciso, na nova dinâmica social, criar
conteúdos que atendam a busca e exigências
da sociedade”. E, se hoje as pessoas buscam
tudo na internet, o hábito de se exercitar
pode ser uma dessas buscas.
Para a elaboração do presente artigo,
usamos as mídias digitais, especialmente site
e Instagram®, de 91 instituições cadastradas
no CONFEF. Dessas, 36 instituições não
tiveram seu endereço eletrônico encontrado.
Acreditamos que isso se deva mais ao fato de
o nome cadastrado no CONFEF não ser o
mesmo utilizado nas mídias e menos ao fato
de não possuírem um perfil on-line.
Das 55 instituições restantes,
observamos que 24 ofereceram algum serviço
remoto durante a pandemia, especialmente
no período em que suas unidades não
podiam receber os alunos presencialmente.
Os serviços oferecidos foram, em sua maioria,
aulas coletivas através de lives no
Instagram®. O que chamou a atenção
durante a pesquisa nos meios de
comunicação remoto entre instituições e
alunos foi a falta de praticidade para realizar
a aquisição dos serviços remotos mesmo
após a abertura das academias para o público,
pois mesmo após a possibilidade de retorno
presencial ainda temos pessoas que preferem
seguir realizando as atividades em casa, ou
não têm outra possibilidade ainda, como no
caso do público de risco.
Apenas quatro das 55 instituições que
deram serviços à distância, ofereceram
também o serviço de personal trainer in loco.
Uma instituição tem aplicativo para
acompanhamento de treinos (mas não deixa
claro em sua plataforma se há treinos salvos
para execução conforme a necessidade do
aluno) e uma dá a possibilidade de o aluno
realizar seu cadastro e matrícula de forma
remota, podendo ir à instituição apenas para
a realização do treino. Apenas uma academia
permite a contratação dos serviços e a prática
totalmente de forma remota e on-line.
Segundo o CONFEF, a cidade de
Balneário Camboriú conta atualmente com
mais de 90 instituições entre Estúdios e
Academias de musculação, mas percebemos
que é um meio pouco explorado por
empresas e mais utilizado por profissionais
autônomos, como os personais trainers.
Alguns deles possuem plataformas de treino
personalizadas, em que o aluno adquire o
pacote de serviços de acordo com a sua
necessidade e conta com vídeos didáticos de
como executar cada exercício, entre outros
benefícios como mentorias e recomendações.
Embora já existam plataformas de sucesso
com esse perfil na internet, ainda é um serviço
que pode ser mais bem explorado pelos
profissionais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
o fim deste trabalho, percebe-
se que o uso de tecnologias
por parte dos profissionais da
área ainda pode ser ampliado de várias
formas. Acreditamos que o aluno ir até o local
para contratar os serviços pode ser uma
forma de familiarizá-lo com o ambiente e
motivá-lo à prática de atividade física, porém,
com a escassez de tempo e pelo atual
isolamento social preconizado, a busca por
facilitadores para a execução de atividades
física e a necessidade de remodelagem na
prestação de serviços é algo a ser estudado
pela categoria.
Em última instância, a utilização de
ferramentas tecnológicas que permitam a
entrega de serviços de forma remota ou on-
line já deixaram de ser uma tendência e
passaram a ser uma nova realidade de
mercado, portanto, serviços padronizados e
A
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142
sistematizados devem ser cada vez mais
ofertados no âmbito do exercício físico e
demais ramos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FERREIRA, M. dos S. B. Mídias sociais como ferramenta de comunicação para fortalecimento
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configuração no estilo de vida da contemporaneidade. Simpósio de excelência em gestão e
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disseminada numa página da internet. UFSC, Florianópolis, SC, 2001. Disponível em
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DA SILVA, J. S.; DE OLIVEIRA, L. O personal trainer e sua qualificação profissional. Revista
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143
CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS IN NATURA POR
PELÍCULA DA FÉCULA DE MANDIOCA
Bruna Oliveira Godoy Leite
Sarah Emilli Costa
Tatiana de Souza Izidio
INTRODUÇÃO
Brasil ocupa o ranking dos 10
países que mais perdem
alimentos no mundo, com
cerca de 35% da produção sendo
desperdiçada todos os anos (FAO, 2015). Em
um contexto global, é necessário o
entendimento da diferença de perdas e
desperdícios, sendo que as perdas ocorrem
principalmente durante a produção, pós-
colheita e processamento dos alimentos,
como em situações em que o alimento não é
colhido ou é danificado nas etapas de
armazenamentos e transporte, por exemplo.
Esses motivos auxiliam na redução de
alimentos disponíveis para o consumo da
população e são consequências da falta de
competência dentro da cadeia produtiva. No
entanto, o desperdício caracteriza-se pelo
descarte de alimentos apropriados para o
consumo da população, sendo um descarte
intencional, sendo proveniente dos próprios
indivíduos (FAO, 2013).
As frutas e hortaliças in natura são
alimentos extremamente perecíveis, havendo
então muitos problemas na conservação, que
ocorrem desde o momento da colheita, pois
nessa etapa iniciam-se vários processos que
influenciam na qualidade do produto, até que
cheguem à mesa do consumidor (LEMOS et.
al, 2007).
Os biofilmes na área de alimentos
funcionam como barreira para transferência
de gases e umidade, além de auxiliar na
diminuição da degradação dos produtos
alimentícios, causados por fatores ambientais.
A maioria dos filmes utilizados são
elaborados com materiais plásticos, de difícil
degradação e proveniente de fonte não
renovável (DOMÍNAGUEZ-COURTNEY;
JIMÉNEZ-MUNGUÍA, 2012). Com o
crescimento da população, se tornou uma
preocupação existirem meios para a
conservação de alimentos com filmes
plásticos, havendo a necessidade de
desenvolver alternativas, como as
embalagens biodegradáveis que tenham a
capacidade de interagir com o alimento, a fim
de prolongar sua vida de prateleira,
garantindo a segurança dos consumidores.
O objetivo deste trabalho foi analisar
artigos que tragam a fécula de mandioca
como opção de película para conservar o
produto in natura, pois é viável e além de ter
baixo custo é comestível, e identificar sua
eficácia em determinados produtos
perecíveis.
O
25
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
144
DISCUSSÕES
erda pós-colheita significa
qualquer mudança na
qualidade ou na quantidade de
um alimento na etapa de pós-colheita que
afetem seu uso ou reduzem seu valor (VIEIRA,
2019). Segundo Sigrist (1983), no Brasil as
perdas pós-colheita de frutas e hortaliças
situam-se ao redor de 39%. A utilização de
manuseio apropriado e a adesão de
tecnologias adequadas são fundamentais
para a diminuição ou escassez das perdas
pós-colheita.
A prática de atmosfera modificada é
utilizada na preservação da qualidade de
frutas e hortaliças, por conta da sua
contribuição para o declínio do percentual de
perdas pós-colheita, por meio da redução da
atividade metabólica e da perda de água,
resultando em uma melhora no aspecto
visual, o que reflete no aumento do período
de comercialização (VILA, 2004). Os
modificadores de atmosfera utilizados nos
dias de hoje são as ceras comerciais, filmes
plásticos e películas comestíveis.
No momento da escolha do
consumidor, aspectos visuais e sensoriais são
fatores determinantes para que o consumidor
adquira aquele produto. A perda da umidade
é frequente em 5 a 10% dos alimentos,
promovendo um visual enrugado, já que há
perda de turgescência dos tecidos do
alimento. O estresse hídrico ocorre entre os
produtos perecíveis como frutas, acarretando
a perda de água, resultando no ressecamento
e enrugamento do produto (VIEIRA, 2019).
De acordo com Bobbio e Bobbio
(1984), a utilização de películas comestíveis é
uma opção aplicada com o mesmo objetivo
da cera comercial. Nesta técnica a matéria-
prima pode ser usada diretamente sobre os
alimentos, que poderão ser consumidos ainda
com a película. A fécula de mandioca é
considerada como a matéria-prima mais
adequada na formação de biofilmes
comestíveis, devido a sua resistência,
eficiência nas barreiras à perda de água e por
ser transparente, resultando em um bom
aspecto visual, brilho intenso, tornando os
alimentos comercialmente atrativos.
A fécula de mandioca é um produto
amiláceo removido das raízes de mandioca,
podendo ser obtida por decantação ou
centrifugação, ou seja, em palavras mais
populares, é o amido, a goma da mandioca
ou polvilho doce. Já a película é formada a
partir do momento que essa fécula é
dissolvida, geralmente em 1 litro de água
destilada, sendo as suspenções aquecidas a
70ºC e resfriadas a temperatura ambiente,
para a imersão dos frutos (DAMASCENO et.
al, 2003). Antes desta imersão, é necessária a
higienização dos mesmos, sendo feita em
solução clorada com 100mg/L de cloro ativo.
No estudo feito com película de fécula
de mandioca aplicado na pós-colheita de
tomate, uma concentração de 3% de película
de fécula de mandioca trouxe ao fruto melhor
aspecto de conservação, o tornando mais
atraente após 22 dias de armazenamento. Já
em outro estudo, a quantidade de 5% de
fécula de mandioca mostrou-se mais eficiente
em relação a perda de massa, aspecto visual
e qualidade dos tomates. Tal fato foi
postulado por avaliação visual dos frutos e
considerações de perda de massa por análise
estatística, que forneceu diferença
significativa entre a perda de massa nas
diferentes concentrações, postulando a
concentração de 5% como a melhor
formulação. O estudo conclui que a fécula de
mandioca proporcionou um maior tempo de
vida útil para o alimento, sendo o
recobrimento de frutos uma boa alternativa
para este fim (DAMASCENO et. al, 2003).
Oliveira (1996) aplicou testes em
goiabas, com película de fécula de mandioca
(3%) e película de fécula de mandioca (5%)
que impediu a maturação dos frutos,
acarretando distúrbios fisiológicos nos
mesmos, conseguindo prolongar a vida pós-
P
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145
colheita, concluindo que é viável a
substituição de ceras comerciais por película
de fécula de mandioca, entretanto, ainda
necessitando de ajustes e estudos para sua
eficácia completa.
No estudo feito com mangas ‘Tommy
Atkins’, Santos et. al (2011) analisou que a
associação da utilização da película de
mandioca com o armazenamento refrigerado,
ocorreu uma redução significativa da perda
de massa dos frutos, sendo a concentração de
2% de fécula de mandioca a que apresentou
qualidades mais satisfatórias com relação à
conservação da manga ‘Tommy Atkins’ neste
estudo.
As propriedades nutricionais dos
alimentos submetidos a conservação por
película de mandioca não foram afetadas, o
que é um aspecto positivo já que se trata de
uma técnica não nociva ao organismo
humano no momento de seu consumo.
É possível analisar que a película de
fécula de mandioca apresenta-se como uma
boa alternativa de conservação de alimentos
perecíveis dentro de sua cadeia de
distribuição. Esta estratégia de conservação
dos alimentos perecíveis mostra-se
promissora, já que é proveniente de matéria
orgânica, um tubérculo, contribuindo para a
agroeconomia.
Um estudo que traz como alternativa
os filmes de fécula de mandioca incorporada
com cafeína irradiada mostra que a
incorporação de cafeína permitiu a obtenção
de um filme de boa qualidade mecânica,
porém houve alteração de cor e de resistência
a perfuração dos filmes, onde eles
apresentaram-se mais frágeis e com
coloração mais escura a medida que as doses
de radiação aplicadas foram aumentando
(SILVA, et. al, 2019).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
adesão da película de fécula
de mandioca no ramo da
agroindústria é uma forma de
proporcionar conservação dos alimentos
perecíveis, redução do desperdício devido as
etapas que os alimentos passam desse a
colheita até a comercialização, contribuição
ao meio ambiente, conservando as
qualidades nutricionais dos alimentos e
gerando renda.
Assim é possível, a partir de mais
estudos resultando em melhorias em alguns
aspectos da metodologia do processo, a
substituição de outros conservantes, como a
cera comercial, por película de fécula de
mandioca, sendo mais eficaz em fatores
nutricionais, ambientais e econômicos,
podendo garantir um melhor produto para a
mesa do consumidor.
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alimentos. Campinas: Fundação Cargill, 1984. cap. 9, p. 189-202.
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146
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147
O ESPAÇO ARQUITETÔNICO TECNOLÓGICO
POTENCIALIZANDO A EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA
Natan Carlos Reimers
Suzane Concatto
INTRODUÇÃO
egundo Vygotsky (1988, apud
CORDEIRO, 2016), existe um
processo dinâmico de relação
sujeito-ambiente. Os espaços arquitetônicos
influenciam os usuários, seja positiva ou
negativamente.
Por muito tempo, os projetos
escolares foram reproduzidos de forma
repetitiva e padronizada. “Além disso,
estamos no século XXI, em plena idade da
informação e o professor deixa de ser o dono
do conhecimento (VALENCIA, 2016). ”
Sabe-se que o modelo antiquado de
sala de aula precisa ser alterado para levar a
uma formação mais empreendedora. Um
caso já aplicado e bastante divulgado é o que
vem ocorrendo na Finlândia. O novo modelo
de educação implantado a partir de 1970
transformou a nação agrícola pobre e com
baixos níveis educacionais e um país exemplo
de educação mundial (VALENCIA, 2016).
Referido autor também faz uma ressalva
quanto à reprodução desse modelo, já que
deve ser levado em conta questões culturais
e locais, mas pode-se dizer que se trata de
uma solução de educação empreendedora de
sucesso.
As configurações dos espaços
arquitetônicos podem propor diferentes
experiências e sugerir propostas de
criatividade e motivação aos usuários. Além
disso, associar tecnologias não convencionais,
também podem proporcionar esse novo tipo
de vivência.
O termo sustentabilidade é bastante
discutido dentro da arquitetura, porém, o
conceito de Permacultura é pouco abordado.
A Permacultura busca uma resposta mais
abrangente para a relação sujeito-ambiente-
natureza.
Desta forma, este trabalho busca,
como objetivo principal, construir a relação
existente entre os espaços arquitetônicos
tecnológicos escolares e a educação
empreendedora. Como objetivos específicos
busca apresentar, brevemente, a tecnologia
da arquitetura permacultural e o ensino da
Permacultura como educação
empreendedora.
Os objetivos serão contemplados
através da metodologia de pesquisa
bibliográfica.
S
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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
148
DISCUSSÕES
Permacultura trata-se da
relação homem natureza,
porém de forma mais
abrangente. Busca o planejamento e
execução de ocupações humanas
sustentáveis através de zonas e potenciais
locais, unindo práticas ancestrais à ciência
atual, provendo de ciências agrárias,
engenharia, arquitetura e abordadas sob a
ótica da ecologia (IPOEMA, 2008).
Segundo Bill Mollison, a
Permacultura consiste na
‘elaboração, implantação e
manutenção de ecossistemas
produtivos que mantenham a
diversidade, a resiliência, e a
estabilidade dos ecossistemas
naturais, promovendo energia,
moradia e alimentação humana de
forma harmoniosa com o ambiente’
(IPOEMA, 2008, s.p.)
A Permacultura visa, por exemplo,
utilizar os melhores posicionamentos quanto
à insolação e ventilação, obtenção de
recursos naturais abundantes, tratar os
efluentes sólidos e líquidos dentro do próprio
terreno, utilizar a água da chuva, produzir o
próprio alimento, entre outros. Observar os
materiais que estão em abundância e
aproveitá-los na edificação. Uma das técnicas
que fazem parte da Permacultura é a
Bioconstrução. Utiliza-se o recurso mais
abundante do local, que tende a ser a terra,
por exemplo (IPOEMA, 2008).
Associa-se, em algumas técnicas, um
método ancestral a um material
contemporâneo como o cimento e obtém-se
uma tecnologia nova, como o tijolo de solo
cimento (IPOEMA, 2008).
A forma de projetar arquitetura,
dentro da Permacultura, deve ser pensada
como uma extensão das pessoas,
expressando seus gostos e valores e como
interagem com seu entorno (NANNI; NÓR,
2019)
A Permacultura pode ser utilizada
como uma estratégia bastante válida para
potencializar a educação empreendedora. A
própria forma de ensinar permacultura, nos
cursos proporcionados, chamados
Permaculture Design Couse (PDC), ocorrem de
forma não tradicional, conforme é relatado
por Nanni e Nór (2019) no livro Ensinando
Permacultura.
Existem doze princípios do
planejamento em Permacultura (NANNI;
NÓR, 2019) os quais podem ser associados à
arquitetura escolar da seguinte forma:
a) Observe e Interaja. Auxilia o
arquiteto, por exemplo a pensar o
espaço antes de agir, ou seja,
pensar o ambiente escolar, para o
usuário, pensando no aluno
empreendedor.
b) Capte e armazene energia. Auxilia a
armazenar os recursos disponíveis.
c) Obtenha um rendimento. Ensina
que é necessário obter
recompensas úteis para o trabalho
que está sendo feito.
d) Aplicar a autorregulação e aceitar o
feedback, no qual o sistema precisa
funcionar bem, ser sustentável.
e) Use e valorize fontes renováveis.
Utilizar materiais que possam voltar
à natureza.
f) Não produza resíduos, ou seja, nada
vai para o lixo.
g) Projete desde os padrões aos
detalhes. Como uma teia de aranha,
que é única, mas com padrões.
h) Integrar, não segregar.
i) Use soluções pequenas e lentas, pois
são fáceis de manter e administrar.
j) Use e valorize a diversidade, pois
enriquece o sistema e o protege.
k) Use limites e valorize o marginal.
l) Use criativamente e responda às
A
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149
mudanças, que trata da resiliência e
inovação.
Todos os princípios podem ser
aplicados, tanto no momento de projeto
quanto no pós-projeto, em sala de aula, de
forma contínua e interativa.
Desta forma, tanto o espaço
arquitetônico quanto o usuário transformam
e são transformados, uns pelos outros,
constante e holisticamente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
omo abordado anteriormente,
replicar modelos tidos como
ideais foi o que levou à
configuração arquitetônica escolar que temos
hoje e que está obsoleta. É preciso verificar o
contexto histórico, cultural, econômico, social
e natural para que o projeto arquitetônico
seja adequado e aceito pelos usuários.
A Permacultura auxilia quanto a esse
entendimento e observação do local, já que
dá subsídios e métodos de análise e aplicação
de uma arquitetura com funções holísticas.
A arquitetura escolar possui um papel
importante para a sociedade já que pode
potencializar a educação empreendedora e
sustentável. Trata-se de um espaço de troca e
interações sociais entre os alunos, professores
e comunidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORDEIRO, Suzann. Reflexões sobre a ‘autoria do lugar’. Arquitextos, São Paulo, ano 16, n.
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Disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/785131/aqueles-que-desenharam-as-
prisoes-tambem-desenharam-os-colegios-ou-como-pensar-a-escola-do-seculo-xxi> Acesso
em 31 de ago. de 2020.
C
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151
ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA
DO CICLO DE RANQUINE, UTILIZANDO A BIOMASSA
DA CANA DE AÇÚCAR COMO BIOCOMBUSTÍVEL
Alexander Zeferino
William Mallmann Denovaro
Marshell Ferreira Almeida Ferraz
INTRODUÇÃO
s recursos energéticos são o
foco dos interesses do Estado,
gerando disputas geopolíticas
desde a primeira Revolução Industrial. Na
segunda metade do século XX, com a
expansão do ambiente urbano-industrial,
principalmente na América Latina e sudeste
da Ásia, consequentemente com o
crescimento populacional, registrou-se um
aumento exponencial da demanda de
energia. Nos últimos anos, a questão
energética traz novas discussões: agências
internacionais, instituições governamentais e
sociedade, debatem sobre o consumo de
energia, recursos naturais, mudanças
climáticas e, principalmente, a segurança
energética dos países mais ricos (GARCÍA-
OLIVARES et. al, 2012).
Apesar dos avanços tecnológicos das
últimas quatro décadas, proporcionados pela
Revolução Técnico-Científica, o principal
recurso da matriz energética é o mesmo
desde a Segunda Revolução Industrial (1850):
petróleo, carvão e gás natural em terceiro
lugar (GARCÍA-OLIVARES et. al, 2012, apud
MATHIESEN et. al, 2015).
A matriz energética no Brasil é mais
diversificada do que em outros países do
mundo. Quase metade das fontes de energia
brasileiras são renováveis, como hidrelétrica e
a biomassa. A biomassa da cana-de-açúcar é
de longe extremamente vantajosa, devido ao
baixo custo por não ser atrelado ao câmbio,
além de ser cultivado em larga escala tendo
como principal local de cultivo o interior de
São Paulo além de muito sustentável e muito
eficiente, podendo chegar a 16,9% de toda
matriz energética brasileira. Um fator que
gerou estímulo para a produção da cana-de-
açúcar no Brasil, por meio da iniciativa
privada, foi a revolução do biocombustível, a
partir de 2003, onde foram introduzidos
veículos de biocombustíveis através da nova
tecnologia flexfuel (YUSUF; CALDARELLI,
2018).
Atualmente a demanda por novas
fontes de energia é uma busca incessante,
não só devido ao crescente populacional
anual, mas também por bases de
sustentações civilizatórias futuras. Buscas que
podem gerar bônus (energia limpa renovável
e abundante) e ônus ambientais severos
(gestões de resíduos sólidos). Outrossim, o
bagaço de cana-de-açúcar passa a se tornar
O
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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
152
atrativo aos olhos da ‘fome por energia’, por
ser resíduo sólido obrigatório em um dos
setores industriais mais importantes da
economia brasileira e pilar da matriz de
energia renovável brasileira: a indústria de
etanol.
Esta pesquisa pretende analisar a
viabilidade técnica e econômica de uma usina
de cogeração de energia a base de biomassa,
utilizando o modelo termodinâmico de
Ranquine como modelo teórico. Foi analisada
também a aplicabilidade prática do ensejo
utilizando um estudo de caso real: a empresa
VIRACOOL. A indústria analisada exigia uma
demanda energética de 5,400 MW por mês
para pleno funcionamento em 2019.
A título de comparação científica
foram estabelecidos critérios projecionais
iniciais fixos, como a utilização de uma
caldeira Aquatubular (menor preço de
mercado), com capacidade de geração de
30.000 kg de vapor por hora, pressão de
trabalho de 50 Kgf/cm2 e 480ºC (temperatura
do vapor superaquecido à turbina).
METODOLOGIA
o trabalho, foi utilizado o
método indutivo, pela
utilização da pesquisa
bibliográfica em sites oficiais e
governamentais, obras específicas,
dissertações e monografias já aprovadas e
publicadas sobre o tema desenvolvido.
Sendo a cana-de-açúcar amplamente
cultivada no interior de São Paulo, local de
maior área plantada do país, iremos focar no
estudo mais precisamente na empresa
açucareira VIRACOOL, empresa localizada na
cidade de Pitangueiras, a 513 metros de
altitude, latitude: 20° 59' 53'' Sul, longitude:
48° 12' 56'' Oeste.
Utilizando a quantidade pré-definida
de 75% biomassa moída da cana e de 25% do
palhiço proveniente da sobra da mesma
planta, pudemos avaliar por meio de cálculos
térmicos os módulos necessários para a
planta fabril. Além de termos como
predefinição a caldeira aquatubular, que
segundo Leme e De Almeida (2005), possui a
melhor eficiência do mercado em queima de
material e geração do vapor.
Sabendo o quanto geraríamos de
energia por meio da biomassa e do palhiço e
também os módulos constituintes fabris afins
da produção propriamente da energia
elétrica, foram realizados os cálculos térmicos
e de viabilidade econômica de modo a
analisarmos a quantidade de energia
produzida através do volume de vapor e pela
constatação viável da geração por meio da
análise de payback.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
bservando a equação (1) onde
devemos gerar 28,5 m³/h de
vapor, sabendo que a caldeira
trabalha a 480ºC, em uma pressão de 4,900
KPa, e utilizando uma quantidade de (75%
bagaço de cana-de-açúcar, 25% palha de
cana-de-açúcar), podemos integrar os dados
na equação de combustão com os dados
tabelados de ‘PCI bagaço’ e ‘PCI palha’, que
seria o poder calorífico do material, a fim de
acharmos a combustão total, e assim
sabermos a quantidade que deveremos
queimar de cada material, ou seja biomassa
da cana e palhiço.
N
O
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
153
(1)
Na Tabela 1, podemos observar
através de cálculos termodinâmicos os dados
que obtivemos para cada estágio do
processo. Sendo que cada estágio desse
processo está sendo constituído por um
módulo fabril respectivamente. Bomba:
(Ponto 1 a 2) isentrópico e volume constante,
Caldeira: (Ponto 2 a 3) pressão constante,
Turbina: (Ponto 3 a 4) isentrópico,
Condensador (Ponto 4 a 1) pressão
constante.
Tabela 1 - Dados de temperatura, pressão, volume, entalpia, entropia e título do sistema
Fonte: Dados primários (2020)
Na Tabela 2, temos como resultado os
valores do trabalho da bomba ‘Wb’, o calor da
caldeira ‘QH’, o calor do condensador ‘Qc’,
que como podemos notar está negativado,
uma referência ao trabalho do condensador
uma vez que ele diminui o calor do sistema
de vapor, e o trabalho gerado pela turbina
‘Wt’. Para passarmos para a unidade de
potência seguindo o Sistema Internacional
(SI) e para melhor compreensão ao
pesquisarmos e comprarmos os módulos
fabris multiplicaremos pelo valor de 7,92 kg/s,
para obtermos o valor em Kw.
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
154
Tabela 2 - Variáveis finais de potência para cada módulo do sistema.
Fonte: Dados primários (2020)
Na equação 2, o bagaço da cana, com
a umidade de 50% contém um poder
calorífico de 1700 Kcal/kg, e o palhiço a 15%
de umidade tem um poder calorífico de 3100
Kcal/kg, onde 1 Kcal/m³ detém o potencial
energético de 0,001163kW/h, é possível
produzir 1,97 kWh na queima do bagaço da
cana-de-açúcar e 3,60 kWh na queima da
palha.
Sabendo que o sistema apresentado
no trabalho utilizará, por hora, 2723,7 kg,
representando 75% de bagaço da cana-de-
açúcar e 907,9 kg, representando 25% do
palhiço, multiplicando pelo poder calorífico,
obtém-se a energia que é gerada pelo
sistema.
(2)
Com o objetivo de sustentar o
consumo energético da VIRACOOL, onde o
consumo é de 5,400 MW mês, ainda há um
excedente na criação energética de 816,56
MW. Segundo o Jornal da Cana (2019), para
cada produção de 1 MW o preço médio é de
R$ 187,78, totalizando em um lucro de R$
153.333,63 mensais, ou R$ 1.840.003,64 de
lucros anuais (Tabela 3).
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
155
Tabela 3-Análise geral de Payback.
Fonte: Dados primários (2020)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
partir da análise dos cálculos
térmicos e da bibliografia
ficou comprovado que a
energia proveniente do bagaço da cana e do
palhiço foi mais que suficiente, gerando
mensalmente o equivalente a 6.216,56 MW.
Utilizando os 75% de bagaço representados
por 2723,7 kg e 25% do palhiço sendo 907,9
kg, acabou se comprovando que houve
energia sobressalente a ponto de suprir 100%
da energia da empresa e sobrando 816,56
MW excedentes, gerando um lucro de R$
153.333,63 por mês.
Com a obtenção do lucro da energia
sobressalente, ficou claro numericamente que
em cinco anos o investimento dos módulos
fabris que constituem o sistema de geração
de vapor energia será quitado
completamente, sendo assim, um
investimento muito viável.
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common materials. In: Energy Policy 41, 2012. Disponível em
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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
157
AULAS REMOTAS NO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19:
UM ESTUDO DE CASO
Yuri Andrey Pedroso Alves Costa
Talita Banck Dalcin
INTRODUÇÃO
evido a pandemia do novo
coronavírus (Covid-19), as
Instituições de Ensino
Superior precisaram se adaptar rapidamente
e algumas optaram pelo ensino remoto.
Assim, as disciplinas da modalidade
presencial do Centro Universitário Avantis
(UniAvan), passaram a ser ministradas por
diferentes plataformas, como o Zoom® e o
Google Meet®.
Mediante a essa brusca mudança, esse
trabalho visa apontar as percepções de um
acadêmico do primeiro período do curso de
Bacharelado em Educação Física, do UniAvan,
campus Balneário Camboriú (SC), sobre a
contribuição do ensino remoto para a
excelência educacional, por meio do uso de
tecnologias, nas diferentes disciplinas
cursadas no primeiro semestre de 2020.
Para tanto foi utilizada a metodologia
de estudo de caso, que segundo Yin (2001, p.
32) “[...] é uma investigação empírica que
investiga um fenômeno contemporâneo,
dentro do seu contexto na vida real [...]”.
CONTEXTUALIZANDO AS DIFERENÇAS ENTRE ENSINO A DISTÂNCIA E ENSINO
PRESENCIAL
e acordo com a Portaria n°
3431 de 17 de março de 2020
(BRASIL, 2020) foi autorizada
a “[...] substituição das aulas presenciais por
aulas em meios digitais enquanto durar a
situação de pandemia do novo Coronavírus -
COVID-19”, o que pegou os estudantes e
professores de surpresa.
1 Em 16 de junho o MEC, por meio da Portaria n. 544 (BRASIL,
2020) revogou as portarias anteriores (nº 343, nº 345 e nº 473)
e manteve autorização de substituição das aulas presenciais
Sendo assim, o UniAvan se
pronunciou dizendo que as aulas presenciais
estavam suspensas em todas as unidades e
polos, devido ao Covid-19, entre 16 a 23 de
março, (período considerado como
antecipação de férias) e que as aulas
retornariam de forma on-line, a partir de 23
de março. Alguns alunos começaram a
por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de
pandemia do novo coronavírus - Covid-19.
D
D
28
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
158
discutir sobre o fato de as aulas serem on-line.
Muitos, inclusive eu, desconheciam o ensino
remoto e começamos a nos indagar se isso
afetaria a qualidade do processo de ensino-
aprendizagem.
Diante deste novo cenário, e as
adaptações que foram realizadas, foi muito
importante saber quais eram as diferenças
entre as modalidades de ensino e como isso
afetaria os alunos dos cursos presenciais.
No ensino superior existem duas
modalidades de ensino: a modalidade
presencial (que inclui a metodologia de
ensino híbrido, que já estava sendo aplicada
no UniAvan e, neste momento, o ensino
remoto) e a modalidade à distância (EaD).
Muitos alunos ficaram confusos se existiria
uma diferença entre o EaD e o ensino remoto.
Segundo o Decreto nº 9.057 (BRASIL, 2017,
s.p.) a Educação a Distância é considerada a
modalidade educacional:
[...] na qual a mediação didático-
pedagógica nos processos de ensino
e aprendizagem ocorra com a
utilização de meios e tecnologias de
informação e comunicação, com
pessoal qualificado, com políticas de
acesso, com acompanhamento e
avaliação compatíveis, entre outros, e
desenvolva atividades educativas por
estudantes e profissionais da
educação que estejam em lugares e
tempos diversos.
No ensino EaD o aluno estuda onde e
quando quer, sem ter um cronograma fixo de
aulas, possuindo também uma
regulamentação e metodologia própria, ou
seja, os estudantes se inscrevem sabendo que
farão as aulas a distância e que não haverá um
professor on-line para dar aula, mas sim um
tutor em dias e horários agendados ou
estabelecidos.
Em contrapartida, o Ensino Presencial
é o modelo mais tradicional, cujo currículo é
determinado pela instituição e possui aulas
presenciais, ministradas pelo professor.
Desde 2004, foi permitido que até 20% da
carga horária total do curso presencial fosse
ministrada em EaD. Mas, em 2019, esse
percentual passou para 40%, pela Portaria nº
2.117 (BRASIL, 2019).
Com essa expansão, a hibridização do
ensino tem se tornado cada vez mais
constante nas Instituições de Ensino Superior
brasileiras. “A metodologia híbrida de
aprendizagem também é conhecida como
semipresencial por ter, como característica
principal, a fusão do ensino a distância (EaD)
com o ensino presencial” (SARAIVA, 2019,
s.p.). Nela, se reorganizam tempo e espaço de
formas mais dinâmicas e os professores e
alunos se tornam mais ativos no processo. As
estratégias são mudadas e as habilidades
aprimoradas.
Assim como a metodologia híbrida
tem se mostrado uma realidade no ensino
superior, as aulas remotas são uma boa
alternativa para o ensino durante a pandemia,
pois, diferente do EaD, permitem que as aulas
sejam transmitidas, de forma on-line, usando
diferentes tecnologias, além disto o professor
ministra o conteúdo seguindo o
planejamento estabelecido e mantém a
interação com a turma em tempo real, porém,
em ambiente virtual acessado por cada um de
um lugar diferente (SAE, 2020). Ainda, as aulas
ficam gravadas para serem assistidas
posteriormente por aqueles que não
conseguiram assistir no dia e horário.
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
159
A EXPERIÊNCIA DAS AULAS REMOTAS DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19
ensino remoto no UniAvan
foi adotado seguindo todas as
regulamentações do
Ministério da Educação e utilizando meios
digitais e tecnologias da informação. As aulas
foram on-line, transmitidas nos mesmos
horários que aconteciam as aulas presenciais,
seguindo rigorosamente o calendário
acadêmico que fora refeito devido a
pandemia.
Todas as disciplinas analisadas nesse
trabalho correspondem as do primeiro
período do curso. São elas: Atletismo,
Ginástica, Biologia e Anatomia Humana e
Metodologia do Trabalho Acadêmico, sendo
as três primeiras teórico-prática e a última
teórica.
Durante o desenvolvimento dos
conteúdos, os professores foram muito
assíduos e usaram diferentes estratégias para
interagir com a turma. Além de utilizar slides
(Power Point®), vídeos do Youtube® e
Netflix® também foram exibidos durante as
aulas, o que se mostrou uma boa estratégia,
tanto do ponto de vista de uso de diferentes
tecnologias, como em relação ao ensino-
aprendizagem que se tornou algo menos
mecânico e, consequentemente, mais ativo e
atrativo.
Nas aulas remotas de Biologia e
Anatomia Humana, desenvolvemos diversos
trabalhos de desenho e mapas conceituais
sobre ossos, músculos, articulações e alguns
sistemas corporais, os quais foram de suma
importância para fixação do conhecimento.
Também utilizamos um software de anatomia
em três dimensões (largura, altura e
comprimento), por meio do qual aprendemos
conceitos e vimos as estruturas ósseas e
musculares com muitos detalhes. Se não
houvesse essa tecnologia as explicações
ficariam muito abstratas, já que não
2 No final do semestre as práticas presenciais e aulas em
laboratório foram liberadas e aconteceram em suas respectivas
estávamos com as peças anatômicas que
ficam no laboratório, disponíveis para as aulas
presenciais.
Na disciplina de Atletismo, a
professora utilizou o ensino remoto como
diferencial e propôs aos alunos
experimentarem os movimentos que ela fazia
durante as aulas, assim explicando, além da
teoria, algumas práticas de movimentos e
posicionamentos, o que, sem dúvida, ajudou
a entendermos melhor algumas modalidades
do atletismo, visto que, ninguém poderia
dizer na época, se as aulas presenciais ou as
práticas aconteceriam2.
Nesta disciplina, também tivemos a
participação de dois atletas olímpicos numa
conversa on-line, uma oportunidade que só
foi possível graças ao ensino remoto. Uma
delas foi do atleta Rodrigo Pereira do
Nascimento, que foi campeão mundial e pan-
americano no revezamento 4x100m
representando o Brasil. Rodrigo, além de nos
contar sua trajetória, nos relatou a conquista
que obteve com sua equipe de atletismo e os
bastidores de um atleta de alto rendimento.
Posteriormente, contatamos o atleta, o
entrevistamos e escrevemos um artigo para a
disciplina de Metodologia do Trabalho
Acadêmico.
A outra participação foi do atleta
paraolímpico de salto em altura Flávio Reitz,
que também nos contou sobre sua trajetória
e experiências, nos aproximando um pouco
mais sobre a necessidade de inclusão na
sociedade e no esporte e como isto influencia
a vida destes atletas. Rodrigo e Flávio estavam
se preparando para representar o Brasil nas
Olimpíadas e Paraolimpíadas,
respectivamente, em Tóquio (2020). Estas
experiências foram bem marcantes e
contribuíram para a excelência educativa,
mesmo com o ensino remoto.
disciplinas e espaços, respeitando todos os critérios de
segurança orientados pela Instituição.
O
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
160
Nas aulas de Ginástica, o diferencial
foi a sugestão da professora de treinarmos os
tempos musicais utilizando um lápis ou
caneta para entender o quão importante é o
ritmo e a música numa aula em academia, por
exemplo. Além disso, tanto a professora de
Ginástica, quanto a de Atletismo usaram a
criatividade ao adaptar (dentro do possível)
aulas práticas para espaços reduzidos, como
um apartamento, o que fez grande parte dos
alunos terem participação mais evidente
durante o ensino remoto, o que não é
possível ser feito durante as aulas em EaD, por
exemplo.
Na modalidade de arremesso do peso,
do Atletismo, nos foi ensinado criar um peso
com meias e experimentar técnicas de
arremesso. Durante algumas aulas de
Ginástica assistimos vídeos e imitávamos as
batidas do ritmo da música. Sem essas
‘práticas remotas’, dificilmente o
conhecimento das técnicas ficariam claros
somente por meio dos vídeos e explicações
teóricas.
As aulas de Metodologia do Trabalho
Acadêmico foram de suma importância, pois
é uma disciplina de base, cujos estudos
colaboraram com todas as outras disciplinas
do semestre e certamente do curso. Nela
apresentamos alguns trabalhos, o que nos fez
repensar, em grupos, as estratégias de como
fazer as apresentações, para que fossem
eficientes para o ensino remoto.
Neste sentido, todas as disciplinas
impactaram positivamente na aprendizagem
durante o primeiro semestre de 2020. Mesmo
com o ensino remoto (que não é o ideal para
quem busca um curso presencial), os
professores souberam ser dinâmicos e se
reinventaram para garantir nossa
aprendizagem. Os alunos que permaneceram
estudando, em geral, se esforçaram para se
adaptar a esta nova metodologia de ensino e
para aproveitarem o máximo possível das
aulas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ano de 2020 está sendo
marcado pela Covid-19 e
pelas consequentes
mudanças nas metodologias de ensino que o
distanciamento social obrigou a todos, no
mundo inteiro. Mesmo com todas as
mudanças que foram necessárias, ocorreu
aprendizagem nas disciplinas de Atletismo,
Ginástica, Metodologia do Trabalho
Acadêmico e Biologia e Anatomia Humana,
utilizando as aulas remotas, e houve
excelência no ensino-aprendizagem, mesmo
com pouco tempo para os professores e
alunos se adaptarem a essa nova realidade.
As explicações teóricas e adaptações
práticas, além da assiduidade dos professores
durante as aulas, supriram bem as dúvidas e
garantiram a obtenção de novos
conhecimentos. A experiência corporal é, sem
dúvida, de suma importância para disciplinas
teórico-práticas, pois sem fazer a prática,
alguns alunos têm dificuldades de aprender,
mas os professores souberam adaptar bem as
práticas para a aula on-line sempre que foi
possível, pois nem tudo dá para fazer de
forma remota, em casa.
Algo fundamental foi perceber que há
uma distinção bem clara entre as aulas a
distância (EaD) e aulas utilizando tecnologias,
como o ensino remoto. E, apesar desta
modalidade auxiliar muito, percebeu-se como
são fundamentais as aulas presenciais, nas
quais é possível falar e olhar ‘olho no olho’.
Sendo assim, os professores se
esforçaram com diferentes estratégias para
garantirem a aprendizagem tanto do
conhecimento teórico, quanto do prático, o
que nos tirou muitas dúvidas e contribuiu
para a excelência educacional no ensino
remoto, por meio do uso de tecnologias, nas
O
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
161
diferentes disciplinas cursadas no primeiro semestre de 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9057.htm#art24>.
Acesso em 27 ago. 2020.
_______. Portaria nº 343, de 17 de março de 2020. Disponível em:
<https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-343-de-17-de-marco-de-2020-
248564376>. Acesso em 20 ago. 2020.
______. Portaria nº 2.117, de 6 de dezembro de 2019. Disponível em
<https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-2.117-de-6-de-dezembro-de-2019-
232670913>. Acesso em 28 ago. 2020.
SAE DIGITAL. O que são aulas remotas? Disponível em: <https://sae.digital/aulas-remotas/>.
Acesso em 27 ago. 2020.
SARAIVA EDUCAÇÃO. Ensino híbrido: novas perspectivas para a educação superior.
Publicado em: 22 abr. 2019. Disponível em
<https://www.saraivaeducacao.com.br/post?ensino-hibrido-novas-perspectivas-para-a-
educacao-
superior&id=106&utm_campaign=fluxocomo_preparar_uma_aula_ead2nao_clicou&utm_med
ium=email&utm_source=RD+Station>. Acesso em 28 de ago. 2020.
YIN, R. Estudo de caso: Planejamento e Métodos. 2ª ed. São Paulo: ARTMED, 2001.
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
163
ACESSIBILIDADE MECÂNICA: ELEVADOR PARA
PORTADORES DE DEFICIÊNCIA
João Vitor Luczinski da Rocha
Guilherme Wajda
Luis Cesar Eves
Marshell Ferreira Almeida Ferraz
INTRODUÇÃO
implementação da
acessibilidade voltada às
pessoas portadoras de
deficiência é um desafio quando relacionada
ao custo benefício, por consequência, os
meios de acessibilidade não são encontrados
frequentemente em residências ou locais
privados, apenas em instituições voltadas ao
auxílio deste determinado grupo de pessoas.
Deste modo, com este estudo, busca-
se encontrar maneiras alternativas em que a
acessibilidade e o custo benefício cooperem,
permitindo a implementação de
equipamentos em locais antes não viáveis,
possibilitando, aos portadores de deficiência
e auxiliares, segurança e conforto em
atividades cotidianas.
DISCUSSÕES
pública e notória a dificuldade
diária enfrentada por deficientes
físicos. Além de limitações
motoras e cognitivas, este grupo encontra
diversos problemas de acessibilidade em
locais diversos, como: calçadas sem rampas,
mercado de trabalho não adaptado ou até
mesmo em piscinas sem acesso adequado
para deficientes físicos.
Como citado anteriormente, um dos
lugares que tem a possibilidade de trazer
diversos benefícios a estas pessoas é a
piscina, onde os mesmos podem realizar
atividades para diminuir a dor e espasmos
musculares, aumentar a amplitude do
movimento articular, fortalecimento muscular
dentre outros benefícios provenientes da
realização de uma natação terapêutica.
Todos estes benefícios citados são
tolhidos a partir do momento que não há uma
acessibilidade adequada em torno da piscina,
tanto em sua parte interna como externa,
sendo um dos principais limitantes a entrada
do deficiente físico na água, onde escadas
podem não ser suficientemente adequadas e,
muitas vezes, o auxílio de pessoas não é a
maneira mais segura de realizar tal ação.
Para que ocorra a entrada da maneira
mais segura possível do deficiente físico na
piscina a medida encontrada foi uma
A
É
29
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
164
plataforma elevatória ou um elevador
específico, pois como dito por Lepore (2004)
os locais e os equipamentos para a prática da
natação de pessoas com deficiência devem
promover estabilidade, segurança e
mobilidade, tornando as atividades bem-
sucedidas e satisfatórias para os portadores e
instrutores.
Por meados dos anos 2000, os
elevadores mecânicos não eram viáveis para
a ocasião. Elevadores hidráulicos operados
eram lentos para baixar ou suspender, o que
poderia causar dificuldade em momentos de
emergência (CAMPION, 2000). Após vinte
anos desta citação, o avanço tecnológico da
mecânica moderna permitiu a otimização do
funcionamento do elevador mecânico,
trazendo benefícios antes não possíveis e
viabilizando a sua utilização.
É possível entender estas afirmações
baseando-se no avanço tecnológico de
determinados equipamentos mecânicos,
como as gruas e as pontes rolantes, que
realizam trabalhos de grande magnitude com
extrema segurança e estabilidade. Devido as
semelhanças dos princípios de
funcionamento entre os dois equipamentos e
o elevador para portadores de deficiência, fica
clara que a utilização do elevador é uma
opção adequada e satisfatória para ser
implementada nestas situações.
Além das vantagens antes citadas, o
elevador não se limita apenas para as pessoas
portadoras de deficiência, mas para todos
que necessitam de um auxílio para o acesso
em piscinas, visto que outros públicos
também desfrutam dos benefícios da natação
terapêutica, como por exemplo as gestantes,
como dito por Baracho (2002, s.p.):
Os benefícios dos exercícios
aquáticos percebidos pelas gestantes
incluem a diminuição de peso nos
movimentos e o alívio das dores nas
costas, durante horas ou dias, e, em
alguns casos, o alívio completo. Elas
relatam que dormem melhor nas
noites após os exercícios e,
adicionalmente, há ativação da
função intestinal por causa da
massagem da parede abdominal pela
água, estimulando os movimentos
peristálticos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
onclui-se que a necessidade de
uma melhor acessibilidade em
piscinas é evidente na presente
sociedade, tornando fundamental a utilização
de um mecanismo que permita o acesso a
água de maneira segura e estável. Levando
em consideração estes conceitos torna-se
vital a produção de um elevador para
portadores de deficiência.
Com base nas estruturas e princípios
mecânicos de gruas e pontes rolantes o
elevador para portadores permite aos
instrutores auxiliar a entrada das pessoas na
água com movimentos precisos e suaves, por
meio de sistemas de polias e contrapeso,
responsáveis pelos movimentos verticais e
horizontais do assento anexo à estrutura.
O avanço tecnológico, junto às
referências já consolidadas na mecânica
contemporânea, permite um custo reduzido
para a implementação de acessibilidade,
tanto em residências como locais antes não
viáveis de serem aplicados tais dispositivos,
ampliando o número de pessoas a serem
beneficiadas, ocasião bem retratada com o
elevador para portadores de deficiência.
Alguns cálculos foram necessários
para se começar o detalhamento do projeto,
tendo os croquis em mãos foram definidos e
calculados:
a) Peso da estrutura: possibilita a
escolha do material da estrutura
(Aço a36);
C
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
165
b) Relação de polias e roldanas:
calculado a redução de forças
proveniente da relação de polias,
torna-se possível definir a potência
dos motores a serem utilizados;
c) Potência do motor: possibilita
definir o motor a ser utilizado
(Guincho elétrico 12V 3000LBS
1360 Kg – NGE3000 – Nagano);
d) Tensão realizada nos cabos de aço:
possibilita definir os cabos de aço a
serem utilizados (Cabo de aço 6x7
– Alma de fibra de 8 mm de
diâmetro);
e) Relação entre volume do
contrapeso e a densidade do seu
material: possibilita a escolha do
material a ser utilizado no
contrapeso (Chumbo).
Com todos os materiais definidos
passa-se ao detalhamento do projeto:
Movimento vertical: é realizado
através de um dos motores, este que está
posicionado na parte inferior do braço maior
da estrutura.
Movimento horizontal: é realizado
com o auxílio do contrapeso que transmite
sua força através dos cabos de aço e roldanas,
tal ação move o motor vertical para a
extremidade do braço maior da estrutura,
onde, para que ocorra o seu retorno, é
utilizado um motor localizado na base da
estrutura, que também através do
cabeamento puxa o contrapeso e o motor
vertical para a posição original.
Contrapeso: será suportado através
de duas bases metálicas, essas interligadas
por barras que sustentarão o seu peso.
Estrutura treliçada: será treliçada
para que mantenha uma boa resistência e ao
mesmo tempo peso reduzido.
Suporte para o motor vertical: o
motor vertical será fixado em um suporte
móvel, este acoplado a duas canaletas
presentes no braço maior da estrutura, o
movimento será realizado por seis rodas fixas
na parte lateral do suporte.
Presilha para fixação do cabo de
aço: para a fixação de um dos cabos de aço
será utilizada uma presilha móvel, ajustada ao
braço maior da estrutura, permitindo ajustes
posteriores.
Barra vertical para suporte do
contrapeso: adicionadas barras de suporte
para o contrapeso, para que este não cause
trepidações, vibrações e outros fenômenos
que possam influir no movimento de todo o
sistema.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARACHO, E. Fisioterapia aplicada à obstetrícia: aspectos de ginecologia e neonatologia. 3ª
ed. Rio de Janeiro: Medse, 2002.
CAMPION, M. R. Hidroterapia: princípios e práticas. São Paulo: Manole Ltda, 2000.
LEPORE, M. Esportes aquáticos. In: WINNICK, J. P. (Org). Educação física e esportes
adaptados. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2004.
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
166
APÊNDICE A - Cotação de preço
Estrutura metálica..................................................................................................................................... R$ 793,80
Placa de aço da base da estrutura....................................................................................................... R$ 720,00
Cabos de aço................................................................................................................................................ R$ 14,40
Parafusos e porcas.................................................................................................................................... R$ 323,90
Contrapeso.............................................................................................................................................. R$ 1.800,00
Roldanas....................................................................................................................................................... R$ 300,00
Total......................................................................................................................................................... R$ 3.952,10
APÊNDICE B - Imagens do croqui
Fonte: dos autores (2020).
APÊNDICE C - Imagens do protótipo
Fonte: dos autores (2020).
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169
ACESSIBILIDADE NO MEIO URBANO: O DESIGN UNIVERSAL COMO
RESPOSTA PARA A PROBLEMÁTICA DAS BARREIRAS
ARQUITETÔNICAS
Thalita Neres Barbosa
Pâmella Souza Pereira Hornburg
INTRODUÇÃO
m 2000, o censo populacional
realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) destacou a presença de 24
milhões de pessoas consideradas com
deficiência. Pelo menos 4,1% são deficientes
físicos e 22,9% são deficientes motores, além
disso, nenhum indivíduo está livre da
possibilidade de, por algum motivo, ficar com
deficiência, temporariamente ou
definitivamente.
Costa e Corrêa (2009), define
deficiência como qualquer
comprometimento que afeta o indivíduo,
limitando e o prejudicando em sua
locomoção, coordenação de movimentos, a
fala, compreensão de informações,
orientação espacial, percepção e
relacionamento com outras pessoas. Esse
grupo é composto por todos aqueles que
possuem mobilidade reduzida como
gestantes, idosos, deficientes físicos e
motores, dentre outros, como pessoas
obesas. Com isso esse grupo está em
desvantagem quando se trata de como
podem acessar um edifício ou espaço público,
visto que nem todos os espaços estão
devidamente preparados para receber todos.
Desta forma, o Design Universal é
visto como uma forma de alcançar
acessibilidade para todos. A transmissão
dessas informações é fundamental para que
as pessoas, organizações, comércio e poder
público saibam que precisam se adaptar à
realidade da inclusão e possam construir
espaços pensando em todos sem distinção,
utilizando normas técnicas, legislações e
desenho universal para apoiar as decisões de
design.
O objetivo deste artigo é informar
sobre o tema, para que todos os agentes da
cidade possam fazer sua parte nessa
transformação, por meio do conhecimento
sobre o tema e consequente ação consciente.
O problema estudado neste artigo é a falta de
conhecimento que algumas pessoas têm
sobre a necessidade.
E
30
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
170
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
metodologia aplicada foi a de
pesquisa bibliográfica,
fazendo um aparato de
principais informações produzidas sobre o
tema. Quanto a parte da estruturação do
artigo, ele está dividido em três principais
partes, sendo elas: os direitos de inclusão das
pessoas com deficiência, que discorre a
respeito das leis de inclusão; a segunda parte
fala sobre a deficiência física e motora e a
relação com as barreiras arquitetônicas, e o
terceiro fala sobre o design universal e a
acessibilidade para todos.
UM APARATO DOS PRINCIPAIS DIREITOS DE INCLUSÃO DAS PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA FÍSICA E MOTORA
á algum tempo, o Brasil até
mesmo timidamente busca
incluir as pessoas com
deficiência física e motora, tanto que a
Emenda Constitucional nº 12, publicada em
10 de outubro de 1978, determina que “É
assegurado aos deficientes à melhoria de sua
condição social e econômica especialmente
mediante: II – Assistência, Reabilitação e
Reinserção na vida econômica e social do
país; IV – Possibilidade de acesso a edifícios e
logradouros públicos”.
No começo da década de 2000 o
Decreto de Lei Federal nº 5296 de 2004, em
seu Artigo 10º determina que “[...] a
concepção e a implantação dos projetos
arquitetônicos e urbanísticos devem atender
aos princípios do desenho universal, tendo
como referência básica as normas técnicas de
acessibilidade da ABNT, a legislação
específica e as regras contidas neste Decreto”.
Além disso, a Norma Brasileira 9050
de 2004 que se trata da acessibilidade em
edificações, espaços, equipamentos urbanos
e mobiliários, estipula diretrizes de projeto,
layout e ergonomia para que não haja
barreiras e impedimentos de qualquer
espécie para que pessoas com deficiência
circulam por áreas urbanas, comerciais e
institucionais.
Com base nesse aparato de leis e
orientações, pode-se dizer que há interesse
na inclusão de pessoas com deficiência,
mesmo que na prática em muitas cidades e
edifícios não seja visto.
AS BARREIRAS ARQUITETÔNICAS E AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA E
MOTORA
a definição, barreiras
arquitetônicas são obstáculos
construídos em edifícios ou
no espaço urbano que possam dificultar ou
impedir o livre acesso ou acesso a livre
circulação de pessoas com algum tipo de
deficiência transitória ou permanente
(EMMEL; CASTRO, 2003). É considerado
obstáculo algo que impede ou dificulta o
acesso a edifícios públicos ou privados, bem
como acesso ou circulação do espaço urbano.
De acordo com a NBR 9050:2004,
barreiras ou obstáculos arquitetônicos
também podem ser exemplificados como:
escadas sem corrimão ou corrimão; ausência
de rampas de acesso para cadeiras de rodas;
ausência de telefone público, caixa de correio
ou extintores de incêndio adaptados; falta de
A
H
N
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
171
manutenção de ruas e calçadas, bueiros sem
coberturas ou grades de proteção;
irregularidades nas portas que excedam cinco
centímetros e; falta de abrigos para sol e
chuva em pontos de ônibus.
Dessa maneira pode-se dizer que
quanto mais barreiras arquitetônicas existem
nos edifícios e no meio urbano mais difícil
será para os deficientes fazerem uso dos
locais e terem acesso livre a cidade.
DESIGN UNIVERSAL: A RESPOSTA PARA A PROBLEMÁTICA DAS BARREIRAS
ARQUITETÔNICAS
NBR 9050:2004 refere ao
desenho universal como um
dispositivo que visa atender à
maior variação possível de características
antropométricas e sensoriais da população.
Dessa forma, o mesmo é tido como ação
chave para promover a acessibilidade, já que
seu conceito e aplicação tem como objetivo
atender a todos e promover o livre acesso ao
meio urbano, ao design e arquitetura. A NBR
9050:2004 define acessibilidade como uma
“possibilidade e condição de alcance,
percepção e entendimento para a utilização
com segurança e autonomia de edificações,
espaço, mobiliário, equipamento urbano e
elementos”.
O design universal é uma maneira de
resolver os problemas que causam a falta de
acessibilidade nas cidades, que segundo
Guimarães (2009) são as ações mal
planejadas, estragos recentes, falta de
manutenção, espaços construídos de maneira
ilegal e a falta de punição para os infratores.
Utilizando o design universal será possível
promover acessibilidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
e acordo com todos os
direitos de inclusão de
pessoas com deficiência física
e motora listados acima neste artigo, pode-se
apontar que os problemas que impedem
alcançar acessibilidade total no Brasil são as
barreiras arquitetônicas e urbanas que as
pessoas com deficiência motora enfrentam
nas cidades. E por isso acabam não tendo
acesso total aos direitos que lhes foram
conferidos.
No entanto, uma maneira de garantir
a acessibilidade para as pessoas é o design
universal, que visa atender a maior variação
de pessoas para que elas tenham acesso
gratuito à arquitetura, design de espaço da
cidade. Transmitir tais informações para
todos os agentes das cidades é de suma
importância, pois dessa maneira, utilizando-
as todos podem fazer sua parte para garantir
o direito de acessibilidade para todos.
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Pessoas Portadoras de Deficiência a Edificações, Espaços, Mobiliário e Equipamentos
Urbanos. Rio de Janeiro, 2004.
A
D
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EMPREENDEDORISMO NO MERCADO DE CAPITAIS
Érika Gabriela de Alvarenga
Claudinei da Silva Gomes
Tânia Cristina Chiarello
INTRODUÇÃO
evando em consideração que o
mercado de capitais
compreende a distribuição de
valores mobiliários, sendo dentre os títulos
negociados as ações de empresas de capital
aberto, constata-se uma maneira e
oportunidade de empreender adquirindo
uma fração do capital social dessas
organizações.
Frente o exposto, o presente estudo,
de natureza qualitativa com utilização de
pesquisa bibliográfica e descritiva, tem em
vista explanar sobre a possibilidade de
empreender tornando-se acionista de
empresas listadas na B3 S.A. – Brasil, Bolsa,
Balcão (“Companhia”), sendo as negociações
realizadas por meio e corretoras e instituições
financeiras.
Indubitavelmente, ao tornar-se
acionista de uma empresa, há direitos como a
participação na distribuição de lucros. Dessa
forma, de que modo o acionista torna-se
sócio de empresas e é remunerado pela sua
participação, considerando que os
procedimentos são realizados virtualmente
através de plataformas dotadas de tecnologia
avançada, sem participação física no negócio?
UMA JORNADA AO EMPREENDEDORISMO
tinente ao conceito de
empreendedorismo, Dornelas
(2008) salienta que
empreendedor faz menção à oportunidade
de criação de novos negócios, bem como em
inovar dentro de empresas já constituídas,
consciente dos riscos existentes.
Outrossim, percebe-se a
oportunidade de empreender no mercado de
capitais uma vez que o acionista está
investindo seu dinheiro na aquisição de
ações, sendo remunerado pela sua
participação na organização, não se tratando
de especulação visto que há
acompanhamento e avaliações constantes no
negócio adquirido, para que o mesmo se
mantenha por longo prazo e lhe seja
oportunizada uma renda passiva através dos
rendimentos satisfatórios oferecidos pelas
empresas.
Dessa forma, ao comprar ações de
uma empresa, o acionista torna-se sócio dela,
porquanto adquire uma fração do seu capital.
A luz dos conhecimentos de Graham (2019, p.
542) “[...] ao comprar uma ação, você se torna
um dos donos da companhia”.
L
A
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Pertinente salientar que “[...] qualquer
pessoa, por pequeno que seja o seu capital,
desde que suficiente para comprar uma só
ação, pode tornar-se acionista de empresas
com ações na Bolsa. Como acionista,
participará dos seus lucros” (BAZIN, 2017, p.
54).
Destarte, sobre as observações retro
mencionadas, é oportuno explanar os
inscritos de Bazin (2017, p. 84), o qual
menciona que “[...] investir significa aplicar
capital em empreendimento que produza
mais capital”, bem como, em seguimento,
ratifica que “[...] com o passar do tempo, você
poderá viver exclusivamente dos dividendos
que a empresa paga como parcela de
distribuição dos lucros”.
No que diz respeito a participar de
empresas por meio da compra de suas ações,
apropriado ponderar a importância de avaliar
as mesmas através dos seus demonstrativos
contábeis, que são divulgados de forma
pública, trimestralmente, para assim
consolidar negócios saudáveis e obter
retorno satisfatório no que tange à
remuneração.
A vista disso, adquirir ações trata-se
de um investimento a longo prazo quando o
intuito é receber seus dividendos e tornar-se
sócio, e ao investir assiduamente em
empresas sólidas e sadias, poderá ter
mensalmente uma renda que promete
sempre aumentar.
EMPRESAS DIVIDIDAS EM AÇÕES E SUAS CLASSIFICAÇÕES
onsiderando que as empresas
podem ter seu capital de modo
aberto ou fechado, convém
aludir que quando o capital é aberto o mesmo
é dividido em ações as quais são negociadas
na B3, sendo nesse caso, exposto a ofertas
públicas onde qualquer pessoa física ou
jurídica pode adquirir e negociar as ações.
Oportuno fazer menção às atribuições
das ações, cujas são a menor fração da
propriedade de uma empresa que se pode
adquirir (BAZIN, 2017), sendo essas
classificadas em ações ordinárias e ações
preferenciais.
No tocante às ações ordinárias (ON),
Nigro (2018) corrobora que são aquelas que
dão direito a voto na Assembleia Geral da
empresa. Já as ações preferenciais (PN), dão
preferência ao recebimento de dividendos, no
entanto o direito ao voto é excluso.
REMUNERAÇÃO
onsiderando tratar-se de
operações financeiras em que
os acionistas investem seu
dinheiro na compra de ações de empresas,
esses devem ser remunerados pelo
investimento através do recebimentos de
dividendos, com efeito nos termos do artigo
202 da Lei 6.404/76 que trata sobre a
obrigatoriedade do pagamento dos
dividendos em no mínimo 25% (vinte cinco
por cento) do lucro líquido.
Conforme os inscritos de Nigro (2018)
os dividendos são originários do lucro líquido
da empresa e, por esse motivo, são isentos de
Imposto de Renda ao acionista, uma vez que
são tributados pela empresa. Todavia, outra
forma de remuneração é através do
pagamento de Juros sobre Capital Próprio
(JCP), os quais são tratados como despesa
para a organização, não havendo incidência
do Imposto de Renda para a mesma, no
entanto recai ao acionista.
C
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Ademais, convém destacar que as
ações estão sujeitas às mudanças no valor das
suas cotações, uma vez que refletem as
oscilações do mercado em virtude a fatos
relacionados à economia do país e o contexto
atual dele.
Isto posto, os acionistas podem
realizar a venda de suas ações e obter lucro
nessa operação, quando vendidas com preço
superior ao pago originalmente, visto que as
ações se valorizam e aumentam seu índice e
rentabilidade e liquidez. Quaisquer das
formas de remuneração são transferidas para
a conta bancária do acionista listada em seu
cadastro.
B3 E AS NEGOCIAÇÕES DAS EMPRESAS
ssencial abordar sobre a B3 visto
que, a luz dos conhecimentos de
Fogaça (2019), nela se
concentram as negociações de títulos e
valores mobiliários, no que tange às
operações de compra, venda e outras
realizadas com os papeis negociados.
Sendo assim, para que as empresas de
capital aberto listem-se na B3, é necessário
que realizem o Initial Public Offering (IPO),
“[...] que é quando a empresa coloca pela
primeira vez suas ações na Bolsa de Valores,
visando ganhar capital para expandir seus
negócios” (NIGRO, 2018, p. 133).
É válido ressaltar que todas as
operações são regularizadas e fiscalizadas
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
de forma que garanta segurança aos
investidores e bom funcionamento do
mercado. Além do mais, na Companhia
Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) são
alocadas as ações, de forma segura e longe
de riscos.
Assim sendo apropriado fazer menção
que as operações realizadas na B3 ocorrem
através de plataformas digitais dotadas de
alta tecnologia para garantir segurança nas
operações de negociação das ações.
As operações de compra e venda de
ações são realizadas de maneira virtual, não
havendo a necessidade de presença física no
negócio. Ocorre que as plataformas digitais
possuem todo banco de dados suficiente
para o desempenho das atividades.
Portanto, as negociações são
executadas por meio de corretoras e algumas
instituições financeiras, como por exemplo
bancos digitais, que se comportam como
intermediadoras nas operações, cobrando
taxas para realização e administração dos
serviços, percentual variativo, podendo em
algumas ser isento.
Isto posto, o procedimento consiste
em abrir uma conta em uma intermediadora,
de forma que seja possível realizar as
transferências bancárias do recurso
monetário, e proceder com as ordens de
compra ou venda, na plataforma chamada de
Home Broker.
Além do mais, através do Canal
Eletrônico do Investidor (CEI), se “[...]
consegue acompanhar informações
diretamente da CBLC e pode consultar a
posição e movimentação de ativos
negociações na B3, sem correr o risco de as
informações serem manipuladas” (NIGRO
2018, p. 152). No momento em que o
investidor abre uma conta em uma corretora
e registra-se na B3, ele passa a ter acesso ao
CEI e assim negociar as ações.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
m vista dos argumentos
apresentados, entende-se que
as operações financeiras no
mercado acionário tratam-se de uma
alternativa de empreendedorismo digital,
uma vez que possui todas as características
observadas no tocante a empreender.
Considerando o que foi observado,
cabe salientar que as operações ocorrem
através de plataformas digitais, sempre
adaptando-se ao melhor das inovações
tecnológicas, tornando o investimento
seguro e prático, uma vez que o acionista é
assegurado pela CVM, CBLC e ainda pelo CEI,
bem como não há a necessidade de presença
física no negócio adquirido.
Conveniente expor que é preciso
apenas recurso financeiro, estudo constante
das demonstrações para escolher boas
empresas, o registro na B3 e uma conta em
uma intermediadora para começar a investir e
iniciar uma jornada ao empreendedorismo no
mercado de ações. Desfrutando, ao longo do
tempo, as remunerações que lhe são
concedidas como proventos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível
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FOGAÇA, André. Bolsa de Valores para leigos. Porto Alegre: Guia Invest, 2019. Disponível em:
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GRAHAM, Benjamin. O investidor inteligente. Rio de Janeiro: Herper Collins, 2019.
NIGRO, Thiago. Do mil ao milhão sem cortar o cafezinho. Rio de Janeiro: Harper Collins, 2018.
E
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177
INOVAÇÃO NO PROCESSO PENAL: O BLOCKCHAIN
Leydyani Mendes da Silva
Felipe André Dani
INTRODUÇÃO
presente pesquisa objetiva
verificar os princípios que
devem ser observados para a
realização das provas e custódia de provas
processuais, bem como seus tipos e quais são
admitidas no processo penal. Nesse ínterim,
entende-se que é por meio das provas que o
juiz formará sua convicção sobre a verdade
dos fatos.
Assim, para a elaboração da pesquisa
será adotado o método dedutivo, em que a
produção do conhecimento estará
fundamentada na crítica e opinião dos
doutrinadores penalistas e processualistas
penais. Esta pesquisa envolverá levantamento
bibliográfico, como também legislações
penais e a Constituição Federal, para, assim,
garantir-se o correto estudo sobre o tema,
pois o que se busca nesta pesquisa é analisar
os meios de provas permitidos pelo Código
de Processo Penal comparando-se com o uso
de registros criptografados.
Para tanto, procurar-se-á num
primeiro momento conceituar a palavra e a
tecnologia blockchain; logo após, verificar-se-
á os princípios que norteiam os meios de
provas utilizados no Processo Penal, sendo
eles: o princípio da comunhão da prova, o
princípio da liberdade da prova e, o princípio
da inadmissibilidade das provas obtidas por
meios ilícitos. Pretender-se-á, num terceiro
momento verificar as consequências advindas
do uso de registros criptografados no
andamento do processo penal e se sua
utilização pode ser considerada como risco
para o devido processo.
CONCEITO DE BLOCKCHAIN
riado incialmente para atender
demandas financeiras virtuais,
assim como o bitcoin, o
blockchain surge como uma forma de
registrar os movimentos financeiros gerados
pela moeda virtual. Segundo Sile (2019) seu
principal objetivo é a descentralização,
característica da tecnologia, visando, deste
modo, segurança para o sistema, haja vista
que ele opera na rede mundial de
computadores e não depende de um servidor
central para o armazenamento de
informações. Isso é o que o concede
características de confidencialidade, pois os
registros são feitos não por unidades, mas por
conjuntos de unidades de movimentações
interligadas entre si, também conhecidos
como correntes, estabelecendo conexão com
o bloco anterior e com o bloco seguinte.
Para o Blog Fortes Tecnologia (2019),
em caso de tentativa de alteração de
informações por quaisquer dos
A
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computadores interligados, o próprio sistema
admitirá irregularidade, descartando-o
deliberadamente, impedindo deste modo
que a integridade das informações seja
violada. Os registros não são inteiramente
públicos, pois há o registro de quem e qual a
transação realizada, porém é realizado
através de códigos, permanecendo oculta a
identidade do agente. Portanto, para
desvendá-los de maneira ilícita, requer que as
informações de todas as transações feitas em
um bloco sejam acessadas e isso significa
dizer que há a necessidade de se realizar uma
busca em milhões de computadores
espalhados por todo o mundo, o que torna
muito difícil hackear o sistema.
Sendo assim, as informações
registradas no blockchain, por serem
armazenadas em inúmeros terminais e fontes
de dados, são impossíveis de serem
apagadas, destruídas; isso traz segurança ao
sistema e às informações nele contidas,
conforme mencionado por Hamideh (2019).
BLOCKCHAIN E SUA APLICAÇÃO NO DIREITO
endo o blockchain o objeto de
estudo da presente pesquisa, é
imperioso analisar os seus
impactos na persecução penal no Brasil no
que tange à colheita de provas e o devido
processo penal. Qualquer sistema que seja
dividido por diversos agentes e que necessite
de integridade de informações, poderá
utilizar esta tecnologia. Exemplo disso é o
registro de documentos na cadeia de
custódia, conforme mencionado no art. 158-
A da Lei 13.964/2019, também conhecida
como ‘Pacote Anticrime’.
Considerando todas as características
de segurança quanto às informações
registradas, doutrinadores como Guariento e
Martins (2020) defendem sua utilização tanto
na coleta de provas, conforme trata o § 5º, art.
13 da Lei 12.965/2014, quanto seu registro na
cadeia de custódia, permitindo a aplicação do
princípio da comunhão das provas bem como
da liberdade de provas, conforme
mencionado no art. 198 do Código de
Processo Penal:
Sendo a rede blockchain dotada de
alto grau de integridade, criptografia
avançada, auditabilidade e
transparência, sendo que os dados ali
inseridos tornam-se imutáveis e à luz
da legislação vigente, convergindo
com os princípios constitucionais
expostos e a legislação
infraconstitucional explicitada, não
resta dúvida de que as provas
documentais geradas no sistema
possuem validade jurídica, cabendo
sua desqualificação apenas com
robusta prova em contrário, da
mesma forma como o documento
certificado por tabelião ou similar. E
essa lógica modifica
substancialmente o que se entende
por documentos, os meios de prova,
enfim, a lógica analógica do Direito e
do processo penal, por exemplo
(ROSA; PRÓSPERO, 2019, s.p.).
O acesso às informações contidas em
uma blockchain é feito de maneira lícita,
conforme versa o art. 22 da Lei 12.965/2014,
afastando o princípio da inadmissibilidade de
prova ilícita.
Outros doutrinadores como Didier Jr.
e Oliveira (2020) defendem a tecnologia
blockchain como ferramenta na organização
da documentação da cadeia de custódia
referida na Lei 13.964/2019, que acrescentou
ao Código de Processo Penal os arts. 158-A a
158-F. Tais dispositivos regulam de forma
detalhada todo o fluxo do tratamento a ser
dado aos vestígios de determinado fato.
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Deste modo, autores como Rosa e
Próspero (2019) defendem que a cadeia de
blocos pode e deve ser utilizada para a
preservação e garantia da integridade da
fonte de prova, permitindo sobretudo, a
garantia do devido processo, tal qual
estabelece a constituição em seu inciso LIV,
art. 5º, assegurando a confiabilidade do
elemento probatório, pois conforme
Hamideh (2019), a partir do momento que o
mesmo encontra-se sob a proteção de
criptografias estão afastadas interferências
que poderiam macular, adulterar ou mesmo
excluir documentos resultantes da atividade
probatória.
A INSTRUMENTALIZAÇÃO DESTA TECNOLOGIA NA CADEIA DE CUSTÓDIA
omo pode ser observado ao
longo da presente pesquisa, o
uso da tecnologia blockchain
na preservação de provas pode ser de
fundamental importância, inclusive no que
tange a celeridade e economicidade do
processo, conforme mencionado por
Guariento e Martins (2020). Porém, embora
não seja disponibilizada pelo Poder Judiciário
como ferramenta nos trâmites do processo,
isso não impede ao operador do direito de
utilizá-la, tanto na coleta de provas quanto no
armazenamento da mesma, mantendo hígida
a cadeia de custódia, no que diz respeito ao
conjunto de todos os procedimentos
utilizados para manter e documentar a
história cronológica do vestígio coletado em
locais ou em vítimas de crimes, para rastrear
sua posse e manuseio a partir de seu
reconhecimento até o seu descarte.
Ademais, o próprio usuário, privado
ou público, que contrata o serviço pode
proceder no armazenamento de dados, a
qualquer hora do dia, e coleta de provas sem
depender de terceiros, preservando os dados,
ainda de acordo com os autores Guariento e
Martins (2020). Porém por ser uma tecnologia
recente, doutrina e jurisprudência não fazem
menção de sua validade na preservação de
provas, no Processo Penal, portanto, caberá à
doutrina e ao Judiciário adotarem parâmetros
para a sua utilização, observando os
princípios constitucionais e processuais na
matéria probatória.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
o desenvolver a presente
pesquisa não foi adotado
qualquer procedimento no
sentido de exaurir a discussão a respeito da
temática proposta, sendo possível constatar
que na tecnologia blockchain a violação de
dados é inibida e o acesso às provas em um
processo penal é validado através dos
mecanismos já defesos em lei e observados
pelos doutrinadores.
Vale ressaltar que a tecnologia
blockchain, ao contrário de esconder dados,
lhe cabe a função justamente de registrá-los
em sequência com registro de data e hora e,
mesmo que apagados, criam evidências
muito fortes de que algo existe, conforme
mencionado pela advogada Jay Hamideh
(2019).
Esta tecnologia proporciona
otimização das tarefas tanto no que diz
respeito à economia de tempo como na
eficácia da coleta e armazenamento de
provas, dinamizando a execução das
atividades no que tange o devido tratamento
C
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às provas, sem que se perca a segurança
jurídica, o que é de fundamental importância.
Trata-se de uma ferramenta acessível,
bastando a contratação de uma empresa que
preste tal serviço e, assim como qualquer
outro aplicativo, requer uma pequena
dedicação inicial para seu manuseio.
Embora existam inúmeros pontos
positivos ainda não é uma tecnologia
utilizada na cadeia de custódia, haja vista sua
recente existência. Porém implementá-la
significa despir o sistema judiciário das vestes
do conservadorismo, conforme vem fazendo
o Superior Tribunal Federal na implantação da
inteligência artificial batizada como VICTOR,
que tem como intuito inicial dar celeridade no
processamento de recursos no tribunal.
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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
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PLANTÃO PSICOLÓGICO:
ACOLHIMENTO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
DE FUNCIONÁRIOS DAS ESTRATÉGIAS DA
SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)
Julio Cesar Godoy
Maria Balbina de Magalhães
INTRODUÇÃO
plantão psicológico é uma
modalidade de atendimento
que visa atender a demanda
não programada, ou seja, o atendimento de
urgência e emergência. Palmieri e Cury (2007),
trazem que esta prática passou a existir tendo
em vista a necessidade de se acolher a pessoa
e não somente seus problemas, trazendo o
sujeito para o centro de toda a atenção.
Diante de um ano atípico, devido a
pandemia do novo coronavírus/ COVID-19,
muitas pessoas estão procurando por ajuda
psicológica devido aos efeitos do isolamento
social, dúvidas e medos que surgiram com a
convivência de uma doença de nível global
que está mexendo com as estruturas
econômicas e de saúde de grandes nações
mundiais.
Frente às tantas incertezas em relação
ao futuro, é natural que as pessoas
apresentem medos e demandas que não
estejam preparadas para trabalharem sem
ajuda profissional. Neste sentido, as
Estratégias da Saúde da Família (ESF)
desenvolveram uma dinâmica de trabalho
visando acolher todos os pacientes que
apresentam os primeiros sintomas da COVID-
19, sem deixar de atender toda a demanda,
programadas e espontâneas, das ESFs, o que
acarretou sobrecarga de trabalho para estes
funcionários.
Neste sentido, o projeto de extensão
do plantão psicológico, vem disponibilizar o
serviço de atendimento de urgência e
emergência para estes funcionários com o
objetivo de fazer um acolhimento com uma
escuta humanizada. Silva e Vasconcelos
(2020) trazem que a escuta assim como o
diálogo podem ser usadas como importantes
ferramentas em saúde, sobretudo quando
são observadas as diretrizes que norteiam as
políticas públicas que direcionam as ações do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Este trabalho é um estudo descritivo,
do tipo relato de experiência, e tem como
objetivo relatar a experiência de
atendimentos em plantão psicológico de um
projeto de extensão que está em andamento
em uma cidade litorânea no Estado de Santa
Catarina. O referido projeto visa o
desenvolvimento educacional dos alunos
formandos em Psicologia buscando a
excelência educativa, assim como
proporcionar alívio psicológico aos
O
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SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
184
funcionários das ESFs.
DISCUSSÕES
endo em vista que a pandemia
da COVID-19 mudou a forma
de todos se relacionarem com o
outro, muitos problemas começaram a
aparecer em consequência desta nova forma
de convivência. E para os profissionais das ESF
não foi diferente: problemas de
relacionamentos familiares e do trabalho
estão demandando muito do emocional
destes profissionais.
Neste sentido, a proposta do plantão
psicológico é proporcionar um acolhimento
para estes profissionais no momento em que
eles sentem necessidade de falar. Silva e
Vasconcelos (2020) definem que a escuta,
assim como o diálogo, são ferramentas
necessárias e primordial no processo de
promoção de saúde. Eles seguem dizendo
que no âmbito da atenção primária a escuta e
a fala são ferramentas indispensáveis. Rogers
(1961/1997 apud MIRANDA; FREIRE, 2012)
trazem que todo trabalho de psicoterapia é
uma falha na comunicação. Segundo os
autores o sujeito que se encontra
emocionalmente alterado perde a capacidade
de comunicação consigo mesmo, em
consequência a comunicação com o outro é
prejudicada.
Diante de tais constatações, tendo em
vista que profissionais da atenção básica (ESF)
trabalham se comunicando e essa é sua
principal ferramenta, é que se observou
necessário a disponibilidade de uma nova
forma de atendimento para estes
profissionais e, neste sentido, foi
disponibilizado o acolhimento no formato de
plantão psicológico. Rebouças e Dutra (2010),
abordam que aquela psicologia que era feita
apenas em consultórios com hora marcada já
não atende o sujeito contemporâneo.
Segundo as autoras, este sujeito está
demandando novas formas de atuação dos
profissionais da psicologia exigindo que estes
tenham um novo olhar em relação aos
sujeitos.
Palmieri e Cury (2007) relatam que o
plantão psicológico no contexto brasileiro
está encontrando suas bases e se expandindo
no contexto da psicologia clínica. Para elas, a
base teórica desta modalidade de
atendimento é exclusivamente humanista e
tem origem no serviço de aconselhamento
psicológico da Universidade de São Paulo
(USP).
O projeto de extensão Plantão
Psicológico foi pensado no sentido de
proporcionar a todos os profissionais das ESF
a possibilidade de um ambiente seguro e
acolhedor para que esses profissionais
pudessem falar e serem ouvidos sem
julgamentos. Silva e Vasconcelos (2020)
apontam a importância da psicologia
humanista de Rogers. Segundo eles,
apresentar as atitudes rogerianas, aceitação
incondicional, compreensão empática e
congruência, deste modo quando o ambiente
é favorável a relação é feita de forma sincera
e os sujeitos envolvidos na relação podem ser
de fato o que são sem precisar usar máscaras
ou fingir o que não é.
Os atendimentos são disponibilizados
para os profissionais e um aviso nos grupos
de WhatsApp® é enviado para que todos
saibam do atendimento naquela unidade. No
início, quando foi informado que o plantão
estaria disponibilizado, muitos manifestaram
o interesse nos atendimentos, mas quando de
fato os atendimentos estavam disponíveis a
procura foi pequena, dando a entender que
saber da possibilidade de ser acolhido já
proporcionasse um sentimento de alívio para
estes sujeitos. Rebouças e Dutra (2010),
salientam que independente do que seja, o
psicólogo do plantão está ali para fazer o
T
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atendimento no momento em que a pessoa
precise, tendo a pessoa humana e não o
problema como seu principal foco.
O projeto está sendo realizado por
alunos do 10° período de Psicologia e conta
com orientação de uma professora da
instituição que propicia todo o suporte
teórico e prático necessário para o
desenvolvimento profissional dos
acadêmicos, assim como os capacita para que
tenham ferramentas apropriadas para
fazerem o acolhimento destes profissionais
que venham buscar o atendimento
psicológico. Rebouças e Dutra (2010)
ponderam que o serviço de plantão
psicológico, apesar de não ser a solução para
todos os problemas daquela pessoa, é capaz
de auxiliar o sujeito a ter uma maior
autonomia emocional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
iante do que foi discutido em
relação ao projeto extensão
denominado ‘Plantão
Psicológico: Acolhimento de Urgência e
Emergência de Funcionários das Estratégias
da Saúde da Família (ESF)’, pode-se analisar
que o atendimento psicológico é considerado
muito importante por todos os funcionários
das ESF.
No princípio muitas demandas
pareciam que emergiriam, mas ao se
depararem com a possibilidade de ter que
encarar seus sentimentos muitos profissionais
preferiram procrastinar seu atendimento, mas
sempre enfatizando a necessidade de ser
atendido. Parece que ninguém quer ser o
primeiro!
Outro fato curioso que foi observado
é a necessidade de atendimento familiar, isto
porque muitas vezes o paciente solicita a
acompanhamento para o cônjuge ou para os
filhos. O plantão psicológico é uma forma de
atendimento e acolhimento que está lá
esperando aquela demanda espontânea ou
de emergência, mas é um atendimento que
visa focar na pessoa e não em seus
problemas, proporcionando um ambiente
acolhedor e seguro para que, ao querer falar,
o sujeito encontre o lugar de fala seguro e
sigiloso.
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abordagem centrada na pessoa. 64. ed. Rio de Janeiro: Arquivos Brasileiros de Psicologia,
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AÇÃO EDUCATIVA SOBRE LEISHMANIOSE VISCERAL
EM ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL
DO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ
Ana Paula Scandolara
Kezia Ramos Pinheiro
Kelly Valcarenghi Nitz
Clarissa Barretta
INTRODUÇÃO
leishmaniose visceral (LV) é
considerada uma zoonose
transmitida por protozoário,
crônica, sistêmica, a qual, quando não tratada,
pode progredir, ocasionando óbito em
aproximadamente 90% dos casos (BRASIL,
2016). É transmitida pelo inseto flebotomíneo,
conhecido popularmente como mosquito
palha (BRASIL, 2014) e a sua transmissão
ocorre pela picada dos vetores infectados
pela Leishmania (L.) chagasi (BRASIL, 2016).
No Brasil a transmissão se dá através
da picada dos mosquitos fêmeas da espécie
(L. longipalpis ou L. cruzi) infectados pela
Leishmaniose, não ocorrendo transmissão da
mesma de pessoa a pessoa. A transmissão vai
ocorrer enquanto tiver parasitismo na pele ou
sangue periférico do hospedeiro (BRASIL,
2014). Essa espécie de mosquito prefere
habitar locais com alta umidade e são mais
avistados nas horas sem luminosidade e
pouco vento. Além disso, geralmente
encontrados em locais protegidos como em
ocos de árvores, buracos no solo, grutas de
animais e em locais onde há ação humana,
podendo ser encontrados também em
abrigos de animais domésticos, chiqueiros e
currais (CRESPO et. al, 2012).
O Brasil está entre os cinco países que
possuem 90% dos casos de leishmaniose
visceral, acompanhado por Bangladesh, Índia,
Nepal e Sudão (CARDIM et. al, 2016), que
possuem alta incidência e letalidade (BRASIL,
2014).
De acordo com Cardim et. al (2016)
existem 350 milhões de pessoas no mundo
em risco de contrair com a leishmaniose
visceral, em suas diferentes formas clínicas,
ocorrendo dois milhões de casos anualmente.
A leishmaniose visceral possui elevada
incidência e uma ampla distribuição, pode se
apresentar de formas graves e até letais
quando relacionadas à má nutrição e a
infecções concomitantes (BENCHIMOL et. al,
2019).
De acordo com Brasil (2016), em
relação à prevenção na população humana,
pode ser usado o uso de mosquiteiro de
malha fina, aplicação de telas em portas e
janelas, como também o uso de repelentes. A
prevenção aplicada ao vetor seria o manejo e
saneamento ambiental, por meio da limpeza
A
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urbana, destinação adequada dos resíduos
sólidos orgânicos, evitando umidade, além de
outras ações que reduzam a proliferação
vetor.
Segundo orientação do Ministério da
Saúde (BRASIL, 2016), nos animais de doação,
recomenda-se que, em regiões de situação de
risco epidemiológico, seja realizado exame
sorológico para LV antes mesmo da doação.
Além disso, é muito importante realizar a
conscientização da população acerca da
doença por meio de ações educativas como o
uso indispensável de telas em canis e a
utilização de coleiras com delmatrina a 4%
nos animais. Dessa forma, é possível levar
informações sobre sinais clínicos, tratamento
e diagnóstico em humanos e cães (BRASIL,
2016).
Barros e Recena (2018) destacaram a
aptidão das crianças em assimilar e conduzir
informações para seus ambientes familiares e
colegas. Como também Brasil (2009) citou a
escola como local ideal para conscientizar e
promover a saúde. Sendo assim, as ações
educativas realizadas em escolas têm
demonstrado bons resultados.
Assim, o projeto de extensão aqui
relatado foi realizado em uma parceria entre
o curso de Medicina Veterinária do Centro
Universitário Avantis (UNIAVAN) e o Conselho
Regional de Medicina Veterinária (CRMV-SC),
no período de 26 de setembro a 01 de
outubro de 2019, em comemoração ao mês
do médico veterinário. O CRMV-SC contribuiu
com a disponibilização de cartilhas educativas
sobre doenças zoonóticas, que foram
distribuídas para as crianças. Para desenvolver
o projeto de extensão em forma de teatro,
foram selecionadas seis escolas da rede
pública da cidade de Itajaí (SC), sendo que o
projeto contou com a colaboração de onze
alunos do curso de Medicina Veterinária
(selecionados via edital), sob a orientação da
Professora Clarissa Barretta.
Os alunos que participaram da ação
educativa foram selecionados pelas diretoras
das escolas, utilizando como critério a idade
das crianças, de 6 a 14 anos, o horário
disponível, bem como o interesse acerca do
assunto, tendo como foco principal do teatro
a conscientização das crianças sobre a doença
leishmaniose visceral. A fim de tornar o teatro
mais lúdico, foram utilizados como tema os
super-heróis mais conhecidos, com o intuito
de criar um espaço de interação com as
crianças.
O presente artigo tem como objetivo
relatar a ação de educação sobre LV, por meio
de teatros interativos, realizada nas escolas de
ensino fundamental de Itajaí (SC).
DISCUSSÃO
utilização de recursos
didáticos como a
interatividade já foi
previamente relatada por outros autores,
como por Watanabe et. al (2016) que em seu
projeto destacam as relações sociais como
propulsoras de diversos benefícios para as
crianças, fomentando a participação das
mesmas, através de ações práticas e
dinâmicas.
Da mesma forma, a utilização de
apresentações teatrais como uma ferramenta
para a aprendizagem infantil também já foi
citada por Oliveira e Stoltz (2010), os quais
destacaram o teatro dentro da escola como
um poderoso instrumento, permitindo a
interação, uso da palavra e expressão afetiva.
Sousa et. al (2015) também relatam o
teatro como importante instrumento para
esclarecer a importância de medidas
preventivas no controle de verminoses. E para
Coelho (2014), o teatro, além de promover o
conhecimento, potencializa diversas
habilidades, entre elas a interpretação. Este
tipo de experiência foi alcançado quando as
crianças passaram a entender que as falhas na
A
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qualidade de saneamento básico são os
principais fatores de enfermidades, como a
LV, trazendo sempre a reflexão das crianças
sobre os assuntos abordados. Nos momentos
das encenações surgiram diálogos onde os
telespectadores indicavam aos atores as
melhores opções para determinada ação,
como o descarte correto de matérias
reciclagem, a fim de evitar o acúmulo de lixo.
Além disso, ferramentas lúdicas, como
o uso de super-heróis conhecidos pelas
crianças, têm sido descritas por diversos
autores, como pelo INC (2016), que
promoveu a criação de máscaras com tema
de super-heróis para crianças com câncer.
Relata que as mesmas se sentiram mais à
vontade, confiando e superando seus medos.
O uso de super-heróis também se tem
mostrado relevante no que se refere às
apresentações teatrais, como descrevem
Ventura et. al (2018) que mencionam o uso de
super-heróis como forma de impactar as
crianças, garantindo o sucesso do teatro aos
telespectadores.
Cabe também ressaltar a importância
da extensão universitária dentro do âmbito
social, onde por meio dela, os autores tiveram
a oportunidade de transpassar novos
conhecimentos para a comunidade. Sendo
assim, obtiveram resposta positiva com
relação à inserção do projeto de extensão nas
escolas.
Segundo Rodrigues et. al (2013), a
extensão universitária funciona como uma via
de mão dupla, onde a universidade leva
informação e recebe da comunidade a
interação e reflexão sobre os problemas
atuais, culturais e valores. Contudo, a
extensão permitiu ainda que os estudantes
tivessem contato direto com a prática
profissional. Como mencionam Santos, Rocha
e Passaglio (2016), que descrevem a extensão
como um importante instrumento que
contribui para a ampliação do entendimento
da teoria e modificou o pensar profissional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ado o exposto, conclui-se que
o projeto de extensão
utilizando o teatro como
recurso didático proporcionou aos
estudantes um amplo aprendizado sobre as
zoonoses. A importância da prevenção e as
formas de transmissão da Leishmaniose
visceral foram transmitidas de forma lúdica,
com a utilização de super-heróis conhecidos,
despertando o interesse dos alunos.
Verificou-se, através de perguntas realizadas
aos alunos, que eles obtiveram grande
aprendizado sobre o assunto apresentado,
respondendo as questões de forma correta.
Além disso, o papel do médico
veterinário na saúde única foi ilustrado de
forma leve e divertida, prendendo a atenção
das crianças e promovendo a disseminação
do conhecimento para a comunidade, através
delas.
Preconiza-se a realização de novos
trabalhos abordando outras zoonoses,
envolvendo as crianças no processo de
aprendizado, fazendo com que elas próprias
consigam construir e ampliar os seus
conhecimentos, participando e
compreendendo o que está sendo
transmitido.
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INOVAÇÃO TECNOLÓGICA OU VIOLAÇÃO DO CÓDIGO DE ÉTICA?
PSICOLOGXS QUE SE APROPRIAM DE ARTES PARA SE
AUTOPROMOVER
Carolina Louise Baroni Brocardo
Anna Maria Dalmonico Moser
INTRODUÇÃO
esde que a internet se
popularizou e ficou mais
acessível, se tornou meio de
divulgação de várias práticas profissionais e
com a psicologia não é diferente. Psicólogos
e psicólogas divulgam seus trabalhos e expõe
suas reflexões nas redes, como forma de se
fazer conhecer. Uma das redes mais
populares, usada para esse tipo de divulgação
é o Instagram®, no entanto muitos/as
profissionais de psicologia e grandes páginas
de divulgação das práticas psicológicas,
utilizam de forma desrespeitosa produções
artísticas sem referência ao artista, se
apropriando da arte de outra pessoa com
objetivo de se autopromover.
Para realização deste escrito será feita
uma pesquisa documental e bibliográfica que
segundo Gil (2002) são métodos semelhantes
que se diferem apenas na fonte da pesquisa,
na qual a pesquisa bibliográfica se baseia em
documentos e produções publicados, e a
documental tem como base a experiência do
pesquisador, que no caso, faz parte da
comunidade artística.
O objetivo é analisar a prática que
profissionais de psicologia fazem ao se
apropriarem de produções artísticas com a
intenção de empreender em suas carreiras e
discutir de que forma isso vai contra o Código
de Ética Profissional do Psicólogo, uma vez
que viola os direitos autorais, desvaloriza e
anula o indivíduo enquanto artista. Debater e
educar sobre como os profissionais da
Psicologia podem utilizar produções artísticas
sem negligenciar os direitos do autor, para
que ao empreender em sua carreira, possa
também valorizar a carreira de outras
profissões, como a de artistas.
DISCUSSÕES
ara iniciar a discussão, será
feito um recorte em resumo
sobre do que trata a Lei de
Direitos Autorais (Lei
9.610/98), que garante e defende os direitos
do autor, seja a obra literária, artística, sonora
ou outra.
O Art. 11 explica que autor é a
pessoa física criadora da obra, que segundo
Art. 12 pode se identificar tanto por nome
completo ou abreviado, bem como por
pseudônimos (BRASIL, 1998).
Ao replicar em seu Instagram® e/ou
outras redes, desenhos, pinturas, tirinhas e
D
P
35
8
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
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ilustrações sem o devido crédito, o/a
psicólogo(a) está violando os direitos do
autor, no que consiste o Art. 5º, parágrafo VI
que considera violação da lei em questão
reproduzir a obra “[...] incluindo qualquer
armazenamento permanente ou temporário
por meios eletrônicos ou qualquer outro meio
de fixação que venha a ser desenvolvido”.
O Art. 7 da Lei 9.610/98 expressa que
as obras protegidas são “[...] criações do
espírito, expressas por qualquer meio ou
fixadas em qualquer suporte, tangível ou
intangível, conhecido ou que se invente no
futuro”. Percebe-se que na época de criação
da lei, a internet não era algo comum e
acessível e não é citada diretamente, mas
encaixa-se em ‘meios a serem desenvolvidos’.
Com isso o parágrafo I inclui no Art 7º as
obras literárias, artísticas e científicas.
Torna-se importante trazer a Lei
9.610/98 para amparar e exemplificar os
direitos do artista. Ferreira Junior (2008) fala
da dificuldade das leis em acompanhar a
tecnologia, e no difícil controle efetivo, mas
reforça que a rede não deve ser considerada
‘terra sem lei’ e muito menos deve estar fora
do alcance das leis.
O ponto relevante a se discutir é a
prática comum que profissionais de
psicologia vem fazendo ao se apropriarem de
artes e replicá-las em suas redes sem marcar
o perfil do/da artista, nem ao menos
referenciar a autoria ou sequer citar que a
obra não lhe pertence.
É certo que a internet passa uma
sensação de liberdade e de que tudo é
permitido e sem controle, porém ao usar a
arte sem autorização ou referência, o/a
psicólogo/a ou estudante de psicologia, não
está só violando os direitos autorais e de
propriedade intelectual, mas também está
indo contra o Código de Ética da profissão.
Para amparar essa afirmação, faz-se
importante citar de forma direta os três
primeiros princípios fundamentais do Código
de Ética Profissional do Psicólogo:
I. O psicólogo baseará o seu trabalho
no respeito e na promoção da
liberdade, da dignidade, da
igualdade e da integridade do ser
humano, apoiado nos valores que
embasam a Declaração Universal dos
Direitos Humanos.
II. O psicólogo trabalhará visando
promover a saúde e a qualidade de
vida das pessoas e das coletividades
e contribuirá para a eliminação de
quaisquer formas de negligência,
discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.
III. O psicólogo atuará com
responsabilidade social, analisando
crítica e historicamente a realidade
política, econômica, social e cultural
(CÓDIGO..., 2005).
Além dos princípios fundamentais, o
Art. 2º do Código de Ética Profissional do
Psicólogo (2005, s.p.) é extremamente claro
ao afirmar que “[...] ao psicólogo é vedado: a)
Praticar ou ser conivente com quaisquer atos
que caracterizem negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade ou
opressão”.
Dessa forma, nada mais justo que
levantar o debate acerca da violação do
Código de Ética uma vez que o/a artista é um
ser humano, indivíduo que produz arte, sua
arte consiste no seu trabalho, remunerado ou
não.
Apropriar-se do trabalho de outra
pessoa para se autopromover é violar sua
liberdade e integridade; também consiste em
negligenciar o indivíduo, discriminando-o por
não valorizar a arte como profissão e não
considerá-lo importante como criador, como
alguém que foi ativo no processo de criação
fazendo uso de sua criatividade para idealizar
e produzir uma obra de valor.
A atitude de profissionais de
psicologia, nesse contexto, também pode ser
vista como irresponsabilidade social e
exploração, pois faz uso do trabalho de
outrem para obter ganhos pessoais. No
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entanto isso não significa que profissionais de
psicologia não possam fazer uso do mundo
das artes, apenas que devem fazer isso da
forma correta, com respeito, empatia e
principalmente, com referências.
Devido às inovações tecnológicas e o
grande alcance da rede, é necessário que haja
um equilíbrio, pois o criador de uma obra que
está em um ambiente de largo acesso como
a internet não pode mantê-la reclusa, mas o
direito à propriedade intelectual deve ser
mantido (FERREIRA JUNIOR, 2008).
Pensando nesse equilíbrio, dentro da
comunidade artística na internet, foi se
formando, de forma natural, alguns ‘acordos’
para que as pessoas pudessem fazer uso de
suas artes sem lesar os direitos de
propriedade intelectual. Com uma pesquisa
simples no Instagram®, acessando as páginas
de artistas, principalmente que têm a arte
como renda principal, percebe-se que a
maioria coloca um tópico em suas redes
exemplificando como a arte deve ser
referenciada ao ser divulgada.
Com base nessa pesquisa foram
selecionados alguns passos que devem ser
seguidos ao repostar ou reproduzir uma obra
na rede: a) o @ (assinatura digital/perfil)
do/da artista deve ser marcado na imagem e
nos comentários, indicando a autoria; b)
jamais corte a imagem ou remova a
assinatura do/da artista; c) jamais adicione
logo ou assinatura digital própria na arte de
outra pessoa; d) não adicione filtros ou efeitos
a imagem; e) não use a arte de forma
comercial; f) se não souber a autoria, evite
utilizar a obra.
Artistas, assim como outros
profissionais, passam por um processo de
criação e desenvolvimento, idealizando,
planejando, esboçando, fazendo a escolha de
cada cor a utilizar, escolhendo o material ou
programa a ser usado, utilizando muitas vezes
ferramentas que possuem custo, tudo isso
para alcançar um resultado final satisfatório
ou em processo de evolução.
Uma vez que é dever de profissionais
de psicologia garantir que o indivíduo seja
valorizado e respeitado dentro de sua
individualidade, nada mais justo do que agir
de acordo, identificar o/a artista, marcar seu
perfil para que as outras pessoas saibam de
onde vem a arte e se assim desejar,
encomendem projetos para uso exclusivo dos
quais possam desfrutar sem violar a Lei de
Direitos Autorais e o Código de Ética
Profissional do Psicólogo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
omo estudante de Psicologia e
artista, a escritora deste artigo
se vê na obrigação de levantar
este debate em defesa da referência das artes
na internet, prezando também pela qualidade
nos serviços prestados por colegas e futuros
colegas de profissão, uma vez que muitos se
apropriam de artes de forma não intencional,
por não terem conhecimento sobre a área e
sobre a comunidade artística na internet.
Como citado anteriormente, fazer uso
de artes para divulgar seu trabalho nas redes,
sem referenciar o/a artista, é uma violação
dos direitos de propriedade intelectual, no
entanto, com a internet, as relações obra-
autor precisam ser flexibilizadas devido ao
largo acesso da rede e seu alcance mundial.
Essa flexibilização é um acordo
implícito de benefício mútuo, pois no caso de
profissionais da psicologia, ao divulgar as
artes, tem por objetivo ilustrar suas práticas e
reflexões com a intenção de engajar a rede e
se autopromover, conquistar clientes que,
consequentemente, geram lucro. Ao
referenciar e marcar a autoria das artes estão
também divulgando o trabalho de artistas,
C
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fazendo com que possíveis interessados que
conheçam a arte pela replicação dela na
internet, possam chegar até o perfil do/da
artista, conhecer e desfrutar de sua arte e até
mesmo fazer encomendas, caso o/a artista
disponibilize trabalhos para venda.
Como profissionais da saúde mental,
psicólogos/as devem estar atentos as suas
atitudes e práticas, por mais inocentes ou
bem-intencionadas que pareçam. É um dever
refletir e buscar conhecimento, estar abertos
para novos aprendizados, pois o ato de
aprender e o de educar nunca se encerram,
principalmente em um mundo no qual a
tecnologia fornece muitas possibilidades e
está em constante evolução.
É preciso que os/as profissionais
acompanhem a evolução tecnológica e
busquem conhecimento sobre como agir e
como se posicionar sempre que surgirem
dúvidas, para que não se permitam cair em
contradição com a prática psicológica,
visando sempre o aprendizado e a
atualização, garantindo o respeito a todo
indivíduo.
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<https://site.cfp.org.br/legislacao/codigo-de-etica/>. Acesso em 28 ago. 2020
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GIL, A. C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas S.A. 2002. Ebook
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NOVAS TECNOLOGIAS NA PRODUÇÃO DE PROTEÍNAS:
UMA ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL?
Amanda Regina Arruda
Larissa Mendes Lima
Clarissa Barretta
INTRODUÇÃO
egundo a Embrapa (2020) o
Brasil é um dos mais
importantes produtores de
carne bovina no mundo, alcançando o
mercado de mais de 150 países e,
consequentemente, um dos maiores
consumidores de carne bovina (38,6
kg/habitante/ano). Portanto, a carne ganha
forte apelo cultural.
Segundo a Organização das Nações
Unidas (ONU, 2019), a população passará dos
atuais 7,7 bilhões de indivíduos para 9,7
bilhões em 2050, aumentando o consumo de
carne proporcionalmente. Isso significa que
haverá necessidade de maior produção de
alimentos para atender essa demanda
crescente da população. Assim, novas
tecnologias e formas de produção
alternativas que minimizem os impactos
ambientais e no bem-estar dos animais são
cada vez mais necessárias.
Em síntese, a adoção exclusiva de
práticas como a pecuária extensiva e a
agricultura comercial mostram-se como
modelos insustentáveis para o planeta e, com
isso, possibilitam-se novas ideias que surgem
da necessidade de amenizar impactos
ambientais, permitindo a chance de repensar
o atual significado da carne convencional no
prato do brasileiro. Tal fato nos leva ao
seguinte problema de pesquisa: existem
novas tecnologias que viabilizem a produção
de alimentos alternativos e mais sustentáveis?
Diante disso, o presente artigo tem
como objetivo revisar bibliograficamente as
novas tecnologias na produção de alimentos
e sua relação com a sustentabilidade. O
mesmo servirá de subsídio para realização de
uma pesquisa de opinião acerca do tema, a
ser realizada no Centro Universitário Avantis
(UNIAVAN) após aprovação no Comitê de
Ética.
Esta revisão baseou-se em trabalhos
científicos publicados entre os anos de 2005
a 2020 nas plataformas Scielo, Elsevier e
Ebsco. Focando nos assuntos principais
abordados como sustentabilidade,
tecnologias alimentares e crescimento
populacional.
S
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198
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
egundo Blanco e Bressani
(1991), a qualidade da proteína
refere-se à sua capacidade de
satisfazer os requerimentos nutricionais do
ser humano, para fins de síntese proteica.
Consequentemente, as proteínas alternativas
podem ser de qualidade se respeitarem a
análise dos aminoácidos essenciais e
nitrogênio não-essencial.
Seguindo o Decreto-Lei nº
9.013/2017, “[...] carnes são as massas
musculares e os demais tecidos que as
acompanham, incluída ou não a base óssea
correspondente, procedentes das diferentes
espécies animais, julgadas aptas para o
consumo pela inspeção veterinária oficial”.
O processo da carne in vitro, de
acordo com Bhat, Kumar e Fayaz (2015) se
denomina pelo cultivo de células-tronco fora
do animal de fazenda. Hocquette (2016)
complementa que esse tipo de carne possui
grande potencial, visto que são necessários
pouquíssimos animais para a produção
devido ao potencial de células-tronco se
multiplicarem e, consequentemente,
poderiam resolver problemas de alimento
suficientes para alimentar a crescente
população humana.
As proteínas vegetais, ou plant made,
proporcionam variados benefícios à saúde.
Com o passar dos anos, o interesse sobre a
inserção de proteínas vegetais em produtos
alimentícios vem crescendo devido as
mudanças de hábitos na dieta humana e
busca a produtos saudáveis (BETORET et. al,
2011).
Devido as novas tecnologias já se
pode verificar hambúrgueres 100% vegetais,
que podem possuir diversas combinações de
componentes, como grão de bico, proteína
isolada de soja, proteína de ervilha e
beterraba, que confere a cor avermelhada ao
produto (TORRES, 2019). Esse produto já está
presente em alguns supermercados físicos e
on-line no Brasil.
Borsato, Tarolli e Marinello (2018)
abordam que os alimentos de origem animal
são os que apresentam uma menor
probabilidade de sustentabilidade,
principalmente devido ao consumo de
energia e água ao longo da produção. E na
visão de Stephens et. al (2018) há uma
necessidade urgente de métodos de
produção alternativos de proteínas que sejam
mais nutritivos e conscientes do bem-estar
animal. Além disso, traz que abordagens
como agricultura celular visam unir o desejo
pela carne tradicional, garantindo uma dieta
nutritiva e ainda assim reduz a carga
ambiental da produção de alimentos.
“A agricultura e o transporte de gado
contemporâneos em larga escala acarretam
um alto risco de doenças infecciosas de
animais e carga ambiental por meio da
emissão de gases de efeito estufa”
(LANGELAAN et. al, 2010, p. 59). Monteiro
(2019) complementa trazendo ser possível
verificar que as atividades agropecuárias dão
origem a concentrações de gases que
contribuem para o aquecimento global de
forma indireta, principalmente metano,
devido ao processo digestivo de ruminantes.
Monteiro (2019) comenta que os
fatores de crescimento populacional e urbano
junto com alterações climáticas podem afetar
a procura e a oferta de alimentos
futuramente, pressionando os limites
biofísicos do planeta. Na opinião de Martins
et. al (2019), a expansão territorial urbana e o
crescimento populacional aliados à ampliação
do sistema de produção têm contribuído
significativamente para agravar as condições
ambientais do planeta.
Com os níveis de produção
aumentando para alimentar a população
mundial, existem altos riscos de eliminar
florestas e exterminar espécies do planeta,
aumentando a emissão de gases de efeito
estufa que ultrapassariam as metas do
Acordo de Paris, na visão de Searchinger et. al
S
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199
(2018).
Silva (2005) destaca que a sociedade
tende a criar significados para tudo aquilo
que o motiva, incluindo o quê e como come.
Cada região faz a sua própria cultura, na
forma como prepara o alimento e faz dele
uma representação, refletindo a própria
cultura miscigenada brasileira.
Portanto, percebe-se a alienação do
consumidor quanto ao consumo de carne,
visto que as representações culturais da carne
e o fácil acesso desvinculam o produto do
animal vivo e do abate, havendo assim o
consumo de carne com insensibilidade
(RIBEIRO; CORÇÃO, 2013). Conforme Slade
(2018), mesmo que fosse possível que ambos
os hamburgueres tivesse o mesmo sabor,
ainda assim, a escolha acentuada seria pelo
hamburger de carne bovina.
A pesquisa de Wilks e Phillips feita em
2017 demonstrou também que indivíduos
com maior consumo de carne em sua
alimentação apresentaram uma perspectiva
mais negativa em relação à carne de
laboratório que os de menor consumo
(OLIVEIRA et. al, 2019). Nesses termos, “[...]
esses confrontos ideológicos ultrapassam
dados específicos, como do valor nutricional
da carne, demonstrando justamente os
valores simbólicos que permeiam esse
alimento” (RIBEIRO; CORÇÃO, 2013, p. 436).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
onsiderando que o ciclo
carnívoro remete ao
desmatamento para aumento
da área de criação do gado para a produção
de carne para consumo mundial, cuja
população está em crescimento,
consequentemente, o ciclo carnívoro é
insustentável.
O Brasil possui um desempenho
respeitável nos contextos de produção,
consumo e venda de carne bovina, porém
com o surto da Covid-19 já percebemos
mudanças nos gostos dos consumidores e a
indústria de alimentos tem plena capacidade
de adequação às novas demandas.
Através dos conteúdos abordados,
conclui-se que as novas tecnologias possuem
maior índice de sustentabilidade por
reduzirem a necessidade do desmatamento,
consequentemente da emissão dos gases que
aceleram o aquecimento global, além da
quantidade possível de produção e
renovação do solo, quantidade de água e
energia envolvidos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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mai. 2020.
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203
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GRUPO:
UMA METODOLOGIA DE EXCELÊNCIA DE ENSINO?
Daniela Otávio Rodrigues
Maria Balbina de Magalhães
INTRODUÇÃO
formação do psicólogo é um
processo gradual e contínuo
cheio de marcas profundas,
confusas e vividas intensamente. No entanto,
a aprendizagem só acontece quando o
estagiário se coloca à frente, num movimento
que o tire do lugar conhecido e familiar e lhe
faça olhar para o estranho que se apresenta.
Esta aventura, por sua vez, é
encorajada pelo suporte encontrado na
supervisão, tornando possível viver o risco de
se conhecer e poder ajudar o outro a se
conhecer também. Além disso, conta com o
apoio e trocas realizadas na supervisão em
grupo.
Este artigo tem por objetivo não
apenas refletir sobre o estágio como também
sobre a supervisão em psicologia, a partir da
perspectiva de que esta atividade se constitui
como método de excelência educativa. Para
isso, será apresentado um relato de
experiência vivida no campo de estágio.
Este estudo pode ser classificado
como um estudo descritivo de abordagem
qualitativa, pois, de acordo Raupp e Beuren
(2012) a pesquisa qualitativa é mais adequada
para o conhecimento de um fenômeno social,
olhando no contexto do qual está inserido.
DISCUSSÕES
o que se refere ao estágio
específico, Costa Junior e
Holanda (1996) explicam que
o estágio obrigatório supervisionado é um
procedimento prático que contribui para o
futuro exercício profissional do psicólogo.
Barreto e Barletta (2010), por sua vez,
acrescentam que o estágio traz a
possibilidade de um pensamento clínico,
como também um papel de destaque, pois
potencializa esse contexto crucial na
formação do psicoterapeuta, isso pensando
no desenvolvimento de competências, assim
como a postura teórica, prática, metodológica
e ética. Comentam ainda que é importante
ressaltar que os supervisores não são os
únicos responsáveis pela preparação do
aluno. O corpo docente, a partir de sua
atuação cotidiana em sala de aula, discutindo
a teoria e a dedicação e envolvimento do
próprio aluno também contribuem na
formação do futuro profissional.
A partir destas premissas, o estudo de
caso escolhido demonstra como essa prática
do estágio supervisionado ilustra a excelência
de ensino dentro desse contexto. Para
A
N
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204
preservar o cliente, alguns pontos da história
foram alterados, porém nenhum dado
modificado intervém para a compreensão do
estudo.
Entre todos clientes da estagiária, o
escolhido para este estudo foi o caso de M,
em função de sua complexidade de manejo.
M, é casado há quase 40 anos, com conflitos
em seu relacionamento desde o começo da
relação. Por conta desses conflitos, M
procurou o CAPS de cidade onde residia e foi
atendido durante dois anos. M retornou ao
CAPS no ano de 2019 por ter tido, segundo
ele, um ‘acesso de raiva’ muito grande por
conta de uma traição. Nesse momento, M foi
encaminhado do CAPS para o Núcleo de
Prática de Psicologia (NPP) da UniAvan.
Ao total foram feitos cerca de seis
encontros presenciais com M. A principal
questão trazida para o atendimento foi a
tentativa frustrada de matar o amante de sua
esposa e depois suicidar-se. M trouxe nas
sessões todas as formas que tinha planejado
de tirar a própria vida. No entanto, foi
colocado para M a questão ética do psicólogo
quando existe risco de vida, seja contra o
próprio cliente ou contra outra pessoa.
O Código de Ética Profissional do
Psicólogo, instituído pela Resolução CFP nº
010/2005 afirma que
[...] é DEVER do psicólogo respeitar o
sigilo profissional a fim de proteger,
por meio da confidencialidade, a
intimidade das pessoas, grupos ou
organizações a que tenha acesso no
exercício profissional. Porém, o
Profissional PODERÁ DECIDIR, pela
quebra de sigilo, baseando sua
decisão na busca de menor prejuízo.
Foi certificado que o cliente entendeu
e depois dos atendimentos sempre foi
checado se estava bem para poder ir pra casa.
Nas sessões seguintes, M continuou
trazendo seus pensamentos de suicídio e as
intervenções foram realizadas no sentido de
dar ao cliente, além do acolhimento, a
sensação de sentir-se compreendido e
respeitado.
Kinget e Rogers (1977) comentam que
esta intervenção (resposta reflexo) é a uma
resposta característica da Abordagem
Centrada na Pessoa (ACP), assim,
contribuindo para que o cliente perceba a si
mesmo, de modo a reorganizar sua fala e,
consequentemente, seus sentimentos. Várias
questões foram trabalhadas a partir do que o
cliente trouxe para a sessão, mas com foco
sempre na questão da preservação da vida.
Ou seja, o cuidado com uma pessoa que
estava em intenso sofrimento por não
encontrar uma outra saída para suas questões
existenciais, a não ser tirar a própria vida.
Kinget e Rogers (1977) apresentam
uma lista de sete itens a serem observados
para se fazer uma avaliação de como o cliente
se encontra no seu processo. M apresenta
cinco condições de que seu processo
terapêutico segue avançando, no sentido de
que já consegue pensar em outras
alternativas diferentes de tirar a vida de outra
pessoa e depois cometer suicídio. A
consideração incondicional positiva, dentro
deste trabalho, foi vital para essa nova
percepção do cliente.
Agora, o cliente já consegue ver
possibilidades para um futuro que até então
era incerto. Com o encerramento do ano
letivo, foi conversado com M sobre as redes
de apoio mais próximas a ele, por conta desse
período de recesso da instituição. O cliente
disse que voltaria para atendimento no
semestre seguinte.
No primeiro semestre deste ano, o
cliente iniciaria seus atendimentos em
meados de março, porém, com a pandemia
do novo coronavírus instaurada no país, o
atendimento presencial apenas foi possível
três meses depois, com toda a segurança
necessária para a prevenção acerca do vírus.
No retorno das sessões, M continua
trazendo os conflitos no seu relacionamento
conjugal, porém relata que pretende focar-se
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mais no trabalho e parar de pensar em ‘coisas
ruins’. Disse que lutar por algo que lhe
prejudica apenas o levará a fazer algo pior.
Mesmo depois de aproximadamente sete
meses sem consulta psicológica, M afirma
não pensar mais em suicídio e nem quer falar
sobre essa ‘época ruim’, que agora se sente
tranquilo e calmo.
A psicoterapia pode ser entendida
como uma relação interpessoal, onde
acontece um encontro existencial envolvendo
o cliente e terapeuta e onde se estabelece
uma relação de ajuda com o objetivo de
acompanhar os clientes a se conhecerem e
descobrirem suas potencialidades. A partir daí
o cliente constrói ou reconstrói seu auto
suporte para poder resolver suas dificuldades
que o trouxeram para a psicoterapia.
Analogicamente, pode-se pensar que
também é caminho que o estagiário percorre
para construir seu fazer na psicologia.
A supervisão habilita o estagiário a
olhar para si, se reconhecer enquanto pessoa,
e a partir daí, acolher o terapeuta que se
encontra em construção. O encontro
estagiário e supervisor acontece no acolher
das angustiantes dúvidas e incertezas do
estagiário, frente à demanda de pedidos de
ajuda dos clientes, como no relato acima. E,
nesse processo, o grupo formado pelos
demais colegas estagiários atua como um
continente, pois os medos, ansiedade e
dificuldades fazem um eco em seus rostos e
falas. Sem dúvida, o estagiário de psicologia
vive momentos de sobrecarga de muitos
sentimentos e emoções, pois o seu objeto de
estudo é semelhante a si próprio, e para dar
conta desse campo de sensações, ou seja,
estar na relação com outro ser humano
também como ser humano e, ao mesmo
tempo, abrir mão de si mesmo, estando
totalmente presente no encontro, demanda
um conhecimento além da teoria.
O estagiário só poderá se aproximar e
apropriar a partir da supervisão, tarefa nada
simples, mas que é facilitada pela discussão
que acontece no grupo de supervisão. Esta
experiência possibilita ao terapeuta em
construção, por sua vez, aprimorar seu
encontro com o outro (o cliente), desenvolver
habilidades de compreensão, confiança, a
capacidade de aceitação, empatia e
congruência genuína, e não uma atitude
onipotente, mesmo sentindo a necessidade
de ampliar seus conhecimentos teóricos e
técnicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ontudo, compreende-se a
importância do estágio
específico como também a
supervisão para o crescimento do acadêmico
no que se diz respeito à excelência em
educação. Vale ressaltar que essa prática
permite ao estagiário/orientando
possibilidades de estar mais próximo das
vivências de um terapeuta, contribuindo de
forma a agregar experiências ao acadêmico.
As experiências vividas no estágio
supervisionado em grupo contribuem para
que o estagiário consiga uma harmonização
entre prática e teoria, vivência pessoal e
terapêutica, possibilidade de observar o outro
e a si mesmo e utilizar recursos técnicos de
acordo com o aporte teórico escolhido pela
estagiária para subsidiar seu trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, M. C; BARLETTA, J. B. A Supervisão de Estágio em Psicologia Clínica sob as
C
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206
Óticas do Supervisor e Supervisionando. 2010. 12 v. TCC (Graduação) - Curso de
Psicologia, Unit, Não Mencionado, 2010. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/profile/janaina_barletta2/publication/301675000_a_supervisa
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COSTA JUNIOR, A. L; HOLANDA, A. F. Estágio em Psicologia: discussão de exigências e
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16, n. 2, p. 4-9, jan. 1996. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1414-
98931996000200002. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/pcp/v16n2/02.pdf.> Acesso
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RAUPP, F. M; BEUREN, I. M. Metodologia da Pesquisa Aplicável às Ciências Sociais. In:
BEUREN, I. M. Como Elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilidade: Teoria e Prática.
3ª ed. São Paulo: Atlas, 2012. Cap. 3. p. 76
KINGET, G. M; ROGERS. C. R. Psicoterapias e Relações Humanas 2. 2ª Ed. Belo Horizonte:
Interlivros, 1977.
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TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NO ACESSO À NUTRIÇÃO
ESPORTIVA PARA ATLETAS DE BAIXA RENDA EM
BALNEÁRIO CAMBORIÚ/SC
Beatriz Serra Perez
Bruna Jaime Feiden
INTRODUÇÃO
estudo e a viabilização do
acesso à nutrição ligada ao
esporte denota grande valor
atualmente frente ao intenso aumento das
práticas esportivas e a formação de atletas
desde a infância. Alguns esportes necessitam
de mais esforço que outros, porém todos,
sem exceção, requerem um amparo
nutricional para que haja bom proveito em
seus resultados e, principalmente, em seu
estado de saúde.
É de conhecimento que o acesso à
nutrição para atletas de baixa renda é muito
inferior ao de atletas de classes sociais mais
altas. Além disso, em um panorama geral,
atletas de times maiores recebem maiores
auxílios e patrocínios onde é incluso um
nutricionista para assessorar os mesmos,
onde entra, portanto, o caso de que, na
maioria das vezes, não existe essa mesma
ajuda para aqueles que estão iniciando sua
carreira, que não têm uma boa renda, ou no
caso de crianças e jovens, condições
econômicas que estão fora de seu controle.
Neste viés, surge o fator nutrição
como possível dificultador do seu processo
de aprimoramento e, fundamentalmente
falando, sua saúde e bem-estar. O consumo
de alimentos em famílias de renda baixa é
composto por, principalmente, alimentos
industrializados e açúcares, tornando assim a
absorção de nutrientes e o funcionamento de
seus metabolismos passíveis de serem
afetados, causando abalo na saúde como um
todo.
O objetivo desse estudo é identificar e
desenvolver, por meio de pesquisa
bibliográfica juntamente a uma análise de
campo social e de desenvolvimento em
tecnologia, um meio de tornar consultas a
nutricionistas esportivos um acesso possível a
todos os atletas, colocando em questão os de
baixa renda, como o meio previamente
idealizado. Portanto, no presente estudo,
propõe-se o desenvolvimento de uma
ferramenta em forma de aplicativo que
facilitará a coleta de dados, o processamento
e o acesso a um acompanhamento nutricional
voltado para a inclusão social. Indo além, que
torne esse projeto algo que incentive
profissionais da área da nutrição a
procurarem por esse ramo de atendimento
que se mostra carente e tão necessário
quanto qualquer outro, colocando-se em
vista a saúde desses atletas e, principalmente,
o viés crucial de prevenção de doenças, tanto
metabólicas quanto ligadas às lesões e
complicações advindas com a prática
O
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esportiva, por meio da nutrição.
O estudo tem sua natureza aplicada,
pois pretende trazer um produto/serviço
como aliado na questão social de acesso à
nutrição frente à realidade dos atletas das
classes mais baixas. Quanto à abordagem,
segundo Gil (2008), o estudo é qualitativo e
seu objetivo de caráter exploratório e
descritivo.
O VÍNCULO DA ALIMENTAÇÃO APROPRIADA E O ESPORTE
alimentação saudável está
diretamente ligada com o alto
desempenho de atletas. De
acordo com treinadores e especialistas em
nutrição esportiva o alimento, muitas vezes,
pode ser mais importante que o próprio
treino, pois o resultado só será significativo se
a alimentação contribuir para isto (CLARK,
1998).
Neste viés, é notório que as aplicações
da nutrição na área do esporte e nas
atividades físicas representa forte
importância, criando-se assim uma
identidade e um vínculo ainda mais relevante
entre alimentação e atividade física e,
consequentemente, a atuação de um
profissional da nutrição neste processo
(VIEBIG; NACIF, 2007).
Portanto, a atuação de um
nutricionista esportivo se mostra necessária a
todos os atletas, já que é este profissional que
possui os conhecimentos necessários para
aplicar uma dieta que supra as necessidades
alimentares do mesmo de acordo com seu
esporte, pois há modalidades como luta que
exigem que seu praticante possua mais massa
muscular que um praticante de corrida, por
exemplo, por questões de força e resistência
respectivamente (ROBERG; ROBERTS, 2002).
Diante desse cenário surge um
problema, uma vez que o acesso de atletas a
nutricionistas esportivos é limitado, sendo
possível muitas vezes somente para aqueles
que possuam boas condições financeiras e
acesso a um plano de saúde ou atendimento
privado a um nutricionista especialista na
área.
OS ATLETAS DE BAIXA RENDA
iante da situação atual da
nação brasileira, constata-se
que 54,8 milhões de
brasileiros estão abaixo da linha da pobreza
(IBGE, 2019). Segundo Borges et. al (2015),
para que famílias de baixa renda (tanto no
caso de renda menor ou igual a US$ 1,00 per
capita/dia, quanto renda menor ou igual a R$
415,00) consigam atingir as recomendações
base para uma dieta saudável, os gastos com
alimentação aumentariam basicamente em
58% e 39%, respectivamente.
Portanto, conclui-se inviável a garantia
de uma alimentação saudável, dentro das
recomendações do Guia Alimentar para a
População brasileira (BRASIL, 2014), a essas
famílias.
A condição de vida das classes baixas
na região de Santa Catarina reflete-se
nitidamente nos dados de incidência de
pobreza no Estado (SEBRAE, 2013), onde ela
tem cerca de 9% da população com renda
familiar per capita de até R$ 70; 15,2% com
renda familiar per capita de até meio salário
mínimo e 3,9% da população com renda
familiar per capita de até 1/4 salário mínimo.
Frente a essa prévia realidade, surge o
jovem ou adolescente atleta que, em meio a
A
D
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uma condição de vida limitada e uma
alimentação nutricionalmente insuficiente, é
prejudicado em seu desempenho no esporte
que pratica e corre risco de saúde por conta
de possíveis deficiências nutricionais que
acarretariam possíveis lesões desportivas
como, por exemplo, a carência de vitamina D
e minerais como o cálcio, principalmente, que
podem causar falha na proteção óssea,
aumentando a chance de fraturas ósseas
(BASTOS, 2009).
Outra questão relevante ao presente
estudo que é a desigualdade social e a falta
de oportunidades de emergir socialmente,
por exemplo. A questão do esporte na
sociedade brasileira pode ser vista, muitas
vezes, como meio de mudar de vida, de cuidar
da família e de crescer em vários âmbitos,
conceito chamado de mobilidade social
(HELLER, 2018).
Assim, torna-se de extrema relevância
o estudo e que algo seja feito em relação a
situação dos atletas desta classe, visando
garantir sua saúde e permitir que
mantenham-se no esporte, atividade de suma
importância para a qualidade de vida, que
traz incontáveis benefícios como, por
exemplo, no caso dos adolescentes e jovens,
o combate saudável ao sedentarismo e
consequentemente a quadros de obesidade e
estilos de vida errôneos que impedem a
garantia da saúde e a prevenção de doenças
(BOTTCHER, 2019).
A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA COMO ALIADA
m um contexto como o atual, a
tecnologia se torna cada dia
mais aliada ao desenvolvimento
e aprimoramento do homem e suas práticas,
destacando um aspecto das redes e da
internet que é a existência de um universo
que permite às pessoas conectadas
construírem e partilharem inteligência
coletiva sem submeter-se a qualquer tipo de
restrição político-ideológica (LÉVY, 1999).
Dessa forma, a internet e a tecnologia
se tornaram agentes humanizadoras - porque
democratizam a informação - e humanitárias,
porque neste caso levam a saúde às pessoas
onde muitas vezes um profissional não
consegue chegar, levando em conta a
valorização das competências e
particularidades de cada grupo e a defesa dos
interesses e do bem-estar e saúde da
população.
Por fim, a ideia da criação de um
aplicativo tem como foco o desenvolvimento
de um sistema em formato de banco de
armazenamento e processamento de dados,
onde informações de atletas seriam
primeiramente cadastradas por qualquer um,
podendo ser ou o próprio treinador do atleta
ou algum membro de sua família com acesso
a um celular como exemplo. E o aplicativo
geraria um ‘norte’ nutricional àquele paciente,
visto que seria programado com diretrizes
nutricionais e voltado intencionalmente para
a inclusão social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
acesso aos profissionais da
nutrição atualmente vem
tornando-se cada vez mais
popular. O desenvolvimento da profissão, que
é relativamente nova, regulamentada em
1991, mostra-se muito promissor frente ao
avanço da tecnologia e a suma importância
da garantia da saúde em sociedade.
E
O
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Entretanto, a realidade dos atletas de classe
baixa não se aplica a essa popularidade.
Conclui-se então, que o projeto de
estudo e desenvolvimento de um aplicativo
que visa acessibilidade à nutrição esportiva
tendo em vista a condição brasileira de falta
de acompanhamento nutricional dos atletas,
com fim de possibilitar o imprescindível
acesso a um programa de nutrição social por
meio da inovação tecnológica, frente à
realidade enfrentada pelos atletas da cidade
de Balneário Camboriú, é uma prática
necessária e viável. Tal constatação torna este
projeto de forte e notável relevância,
contribuindo para avanços no processo de
inclusão, com foco na responsabilidade e
atenção social à saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BASTOS, A. Nutrição e Lesões Desportivas. Monografia Porto, 2009.
BORGES, C; et al. Quanto custa para as famílias de baixa renda obterem uma dieta saudável no
Brasil? Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 31(1):137-148, jan, 2015.
BOTTCHER, L. Atividade Física como ação para promoção da saúde: Um ensaio crítico. Rev.
Gestão & Saúde (Brasília) Edição Especial, fev. 2019. Ver Bras Ativ Fis e Saúde • Pelotas/RS •
19(4):455-456 • Jul/2014
BRASIL. Lei no 8.234, de 17 de setembro de 1991. Regulamenta a profissão de Nutricionista
e determina outras providências.
______. Ministério da Saúde. Guia alimentar para a população brasileira. Secretaria de
Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília: 2014.
CLARK, N. Guia de Nutrição Desportiva: Alimentação para uma vida ativa. 2. Ed. Porto Alegre:
Artmed, 1998.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
HELLER, C. Futebol profissional: saída da pobreza? Mosaico – Volume 9 – Número 14 –2018.
IBGE. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população
brasileira: 2019 / IBGE, Coordenação de População e Indicadores Sociais. - Rio de Janeiro: 2019.
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
ROBERG, R. A.; ROBERTS, S. O. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício: para
aptidão, desempenho e saúde (coordenação de tradução Antonio Carlos da Silva). São Paulo:
Phorte, 2002.
SEBRAE. Santa Catarina em Números: Santa Catarina / Sebrae/ SC. Florianópolis: Sebrae/SC,
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
211
2013.
VIEBIG, R.; NACIF, M. Nutrição Aplicada à atividade física e ao esporte. In: SILVA, S. M. C. S.;
MURA, J. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. 2ª ed. São Paulo: Editora Roca,
2007, cap. 16, p. 216-220.
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
213
EMPREENDER E INOVAR NA EDUCAÇÃO
COMO UMA MUDANÇA PESSOAL
Isadora Puntel Rohde
Eliz Marine Wiggers
INTRODUÇÃO
inovação requer modificar ou
modernizar algo já existente,
portanto, o objetivo da
presente pesquisa científica é compreender
como ocorre o processo de flexibilização de
um arquétipo que possibilite inovação
tecnológica no contexto da educação. Mas,
cabe ressaltar que empreender para educar
com excelência requer inovar o modo de
educar e saber arcar com possíveis riscos.
O tema inovação tecnológica é
relevante à medida que ao compreendê-lo
pode nos direcionar de melhor maneira a
exprimir nossas capacidades em diversos
contextos, tal como está ocorrendo na
pandemia de COVID-19. O Resgate da
Psicologia Analítica se deu pelo interesse em
resgatar aspectos teóricos ainda pouco
abordados nesta perspectiva.
Para tanto, se fará uso de uma revisão
bibliográfica, a partir de pesquisa realizada na
base de dados da EBSCO, utilizando-se das
palavras-chave, em uma pesquisa avançada:
‘inovação tecnológica e Psicologia Analítica’;
‘inovação tecnológica e Jung’ e ‘Processo de
inovar e Jung’. Foram selecionadas as
publicações científicas que estavam de modo
coerente como o objetivo a que se propõe
com este trabalho. Também se realizou uma
pesquisa e análise bibliográfica dos livros das
Obras Completas de Carl Gustav Jung.
DISCUSSÕES
mpreendedorismo é uma
atitude em que se implementam
mudanças, das quais gera-se
inovação, mas também riscos. Esse conceito
aplicado no âmbito de saúde é atual visto a
pandemia. Trabalhar com saúde precisou
mudar e gerou inúmeras inovações
tecnológicas, como a realidade do
atendimento on-line no contexto da
psicologia, da nutrição e, ainda, no âmbito da
medicina. Já na educação, as aulas passaram
a ser ministradas em plataformas on-line,
entre outros.
Para Jung 17 (2018) o novo é
desconfortável e indica algo a ser
experimentado, por isso requer maturidade
em julgar com ponto de vista estável de
profundo conhecimento da questão e do
contexto histórico. Já em outra publicação,
Jung 8/2 (2018) percebe que a educação afeta
a dimensão da consciência, à medida que
pode gerar complexos duradouros que
limitam a visão de mundo das pessoas, bem
como pode desenvolver diversas qualidades
A
E
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e autonomia. Para tanto “[...] é preciso levá-lo
à assimilação de todas as funções que bem
pouco ou mesmo nenhum desenvolvimento
consciente alcançaram” (JUNG 8/2, 2018, p.
196).
Assim, o caminho de
empreendimento de uma educação de
excelência envolve propiciar uma educação
libertária, visto que “O homem só passa a ser
responsável e capaz de agir, quando existe a
seu modo” (JUNG 16/2, 2018, p. 38). Essa
autonomia, essa liberdade é possibilitada na
homeostase do aparelho psíquico, propiciada
no ensino libertário, em se que contemple a
individualidade, o desenvolvimento do
indivíduo e de suas quatro funções psíquicas,
e um meio que possibilite o desenvolvimento
dos demais aspectos da vida humana, como
o social, o cultural, o afetivo e o econômico.
A inovação parece como um processo
que resulta na exteriorização da pessoa que
muda, como a representação da mudança
dela, como um ato de criação. Jung 17 (2018)
aponta o novo como algo problemático e, por
isso, o verdadeiro progresso requer
maturidade no julgamento, ponto de vista
estável com conhecimento histórico, para que
não sucumba ao ofuscamento da novidade.
Inovar envolve modificar ou
modernizar algo e da mesma forma se dá com
a inovação tecnológica. Mas, na perspectiva
da Psicologia Analítica, a mudança se dá pelo
desenvolvimento de um processo e aceitação
do próximo processo, processo representado
pelos arquétipos, o que conduz a
compreensão de que inovar é resultado da
ação de quem criou, é a totalidade do homem
(JUNG, 17, 2018).
Cabe destacar que a educação para
inovar não se reduza ao conceito de
tecnologia, como uma teoria geral e/ou
estudo sistemático sobre técnicas, processos,
métodos, meios e instrumentos, mas que seja
praticada como um ou mais ofícios ou
domínios da atividade humana. Que a
inovação tecnológica seja vivenciada como
aquela que “[...] resulta da ação de seus
criadores e operadores, contempla a
totalidade do homem, seus sentimentos, seus
desejos e seu destino” (JONAS, 1997, p. 16).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
omo percebido nos
apontamentos da pesquisa
bibliográfica realizada, a partir
da perspectiva da Psicologia Analítica,
empreender envolve riscos; assim como
educar a partir da inovação tecnológica em
um contexto de exceção, como na pandemia
do COVID-19, que modifica as relações
humanas, a dimensão do trabalho e que
implica em um profundo processo de reflexão
e conhecimento histórico.
Carl Gustav Jung aponta que a
educação gera mudanças na consciência e
defende-se, a partir desta pesquisa, que a
vivência educativa para a excelência pode
oportunizar o desenvolvimento de diferentes
qualidades e promover autonomia, tanto de
acadêmicos, como de docentes, ao invés de
gerar complexos que limitem a visão de
mundo das pessoas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JUNG, C. G. 17. O Desenvolvimento da Personalidade. Tradução Frei Valdemar do Amaral.
14ª ed., Petrópolis -RJ: Vozes, 7ª reimpressão, 2018.
C
SEMANA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 8ª, 2020, Balneário Camboriú. Anais... . Balneário Camboriú: Faculdade Avantis de Direito de Itapema, 2020. v. 1
215
______. 8/2. A Natureza da Psique. Tradução Mateus Ramalho Rocha. 10ª ed., 9ª reimpressão.
Petrópolis-RJ: Vozes, 2018.
______. 16/2. Ab-reação, análise dos sonhos e transferência 16/2. Tradução Maria Luiza
Appy. 9ª ed. 8ª reimpressão. Petrópolis, RJ: Vozes, 2018.
OLIVEIRA, J. R. de. O homem como objeto da técnica segundo Hans Jonas: o desafio da
biotécnica. R. Intern. Fil. Vol. 04. No. 02. (2013), p. 1338, ISSN 15169219. DOI:
http://dx.doi.org/10.7443/problemata.v4i2.16966
OPTATIVAS SUSTENTÁVEIS DE SUBSTITUIÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA
Débora Amanda Santana
Pâmella Souza Pereira Hornburg
INTRODUÇÃO
través deste trabalho
acadêmico buscamos
identificar e conhecer
informações relacionadas à extração e
utilização de matéria prima nas construções
civis, como também ser capaz de idealizar
novas propostas que possam ser inseridas e
aplicadas durante as obras, buscando reduzir
de forma considerável o impacto ambiental
causado por resíduos e materiais não-
renováveis.
Na contemporaneidade, se torna mais
acessível o desenvolvimento da engenharia,
seus métodos e tecnologias. Atualmente
disserta-se, abundantemente, no que se
refere a sustentabilidade, este que se exibe
sendo o grande desafio na construção civil.
Mediante todas as questões
mencionadas o artigo terá como objetivo
buscar a resposta para o seguinte
questionamento: Quais são os métodos
construtivos mais sustentáveis existentes para
a construção civil?
QUAIS MATÉRIAS-PRIMAS SÃO UTILIZADAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
ilha; Costa; Rocha (2011)
Expressam que materiais cujo
mercado é constituído por
grandes empresas de capital intensivo e
grande produtividade, como o cimento,
coexistem com outros em que os produtos
são fornecidos por empresas em que os
processos produtivos ainda se baseiam em
produção com pouco valor agregado, baixa
produtividade e pouca qualificação de mão
de obra, como as olarias e a extração de areia.
“O aspecto, no entanto, que distingue
a madeira dos demais materiais é a
possibilidade de produção sustentada nas
florestas nativas e plantadas e nas modernas
técnicas silviculturais empregadas nos
reflorestamentos, que permitem alterar a
qualidade da matéria-prima de acordo com o
uso final desejado” (ZENID, 2015. p.1).
“A extração de recursos naturais como
a argila é uma prática realizada a milhares de
anos e faz parte da história humana e seria
indispensável o nosso dia a dia sem esta
preciosa matéria-prima” (JACOMETI, 2011, p.
5).
Conforme Peterson (2016) a principal
matéria prima do cimento é o calcário, ele é
extraído de jazidas e pedreiras. Para reduzir os
custos de transporte, as cavas são localizadas
próximo as fábricas.
A
F
40
218
IMPACTOS GERADOS PELA EXTRAÇÃO E CONSTRUÇÃO
indústria da construção civil
ocupa posição de destaque na
economia do Brasil, porém
apresenta-se como grande geradora de
impactos ambientais que resultam na
formação de áreas degradadas” (GARCIAS;
ROTH, 2011, p. 112).
“Durante a fase de extração de
materiais ou matérias-primas para a
construção civil o volume das áreas
degradadas depende do tipo de mineração,
da quantidade de materiais retirados e dos
rejeitos produzidos” (BRASIL, 2007 apud
GARCIAS, 2009, p. 118).
Segundo o Sindicato Nacional da
Industria do Cimento (2006) o cimento tem
tipo um processo produtivo realizado de
forma apontada para a causa de impactos
sociais e ambientais quando analisado as
comunidades residentes ao redor das
fábricas, problemas essas como
contaminações do ar, solo e água, tais que
afetam de maneira significativa as questões
relacionadas à saúde.
O impacto negativo que provém da
extração de matéria-prima para uso
na indústria da construção civil é
considerável. Em todo o mundo, a
mineração e o processamento de
minerais desempenham um
importante papel na determinação
de problemas do meio ambiente
como o desmatamento, a erosão do
solo e a poluição do ar e da água.
Globalmente, o setor minerário é um
dos maiores usuários de energia,
contribuindo assim para a poluição
do ar e o aquecimento global
(YOUNG, 1992 apud SCHNEIDER,
2003, p. 46).
MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL
e acordo com Oliveira et al
(1999), no setor da construção
civil uma grande variedade de
materiais vem sendo introduzidos,
contribuindo para a melhoria de vários
aspectos de organização, conduzem a uma
maior qualidade, reduzindo o desperdício, um
dos grandes problemas enfrentados pelas
empresas do setor.
Uma das maiores potencialidades do
uso da cinza de casca de arroz está
na fabricação de materiais refratários
à base de sílica. O alto ponto de
fusão, a baixa densidade
picnométrica e a alta porosidade,
aliados à grande disponibilidade e ao
baixo custo da cinza, são indicativos
de um material em potencial para a
fabricação de tijolos refratários como
os necessários em fornos
siderúrgicos (DELLA et al, 2001).
Em uma obra utilizando containers, há
a possibilidade de se levar o módulo ao
terreno pronto para ser utilizado. Segundo
Fossoux et Chevriot (2013), essa possibilidade
se deve ao fato de o container já possuir
paredes, piso e cobertura, formando uma
única estrutura.
Por fim como exemplo temos Mateus
e Bragança (2006) que mencionam:
A lã animal pode ser utilizada em
isolamentos térmicos e acústicos.
Apresenta inúmeras vantagens,
como: controla as condensações,
absorvendo e libertando umidade
sem que haja perda das suas
características térmicas; aquece até 7
ºC quando absorve umidade,
reduzindo o risco de condensações;
absorve até 30% do seu peso em
A
D
219
água, evitando recorrer a uma
proteção contra o vapor; absorve
gases perigosos, como CO2,
retendo-os permanentemente; tem
grande durabilidade, pois em
contato com umidade não se
degrada; provém de fontes
renováveis; é biodegradável após o
seu fim de vida útil; pode ser
reutilizado se estiver em boas
condições; é reciclável; e não provoca
problemas respiratórios ou de pele
durante a sua aplicação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
sta pesquisa se propôs como
objetivo geral, apresentar ao
leitor as principais matérias-
primas utilizadas na construção civil, como
também seus respectivos impactos no meio
ambiente, ponderamos que a pesquisa
realizada apresenta apenas alguns dos
principais aspectos relacionados ao tema
proposto. É de conhecimento dos autores que
a pesquisa apresenta algumas lacunas que
podem e devem ser preenchidas com base no
tema proposto, entretanto consideramos que
os objetivos propostos foram contemplados e
alcançados de maneira abrangente.
Através dos autores aqui
mencionados percebemos que para se obter
alguns dos materiais considerados
indispensáveis na construção civil como o
cimento, traz para o meio ambientes diversos
impactos. Esses impactos são consequência
da extração de minérios e areia, estes quando
são retirados de seu local de origem geram
um desequilíbrio na área degradada. A
poluição e geração de resíduos também é
outro aspecto importante que afetam
diretamente o meio ambiente, hoje não há
um controle relacionado a este quesito.
A Engenharia está em constante
evolução, lã animal, casca de arroz e
containers são algumas das alternativas já
existentes que podem ser introduzidas
durante o projeto e a execução da obra que
consequentemente irão gerar menor
quantidade de entulhos, a poluição será
reduzida em uma escala considerável como
também uma redução de custos com relação
aos materiais utilizados, sendo assim uma
proposta favorável aos dois lados, tanto do
meio ambiente quanto do Engenheiro.
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CONSTRUÇÃO-CIVI.pdf. Acesso em: 09 jun. 2020
221
A PARTICIPAÇÃO DO INVESTIDOR NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Jean Carlo Valdivia Meza
Rodrigo Ferreira dos Santos
Pâmella Souza Pereira Hornburg
INTRODUÇÃO
presente artigo visa
identificar as principais
características do investidor
no setor da construção civil. Para isso
buscamos apresentar as principais formas de
associação para se participar como investidor
desse tipo de negócio no setor da construção
civil, buscando caracterizar e classificar os
investidores em grupos: Não Especialistas
que são os investidores de capital que não
necessariamente possuem conhecimento e
formação sobre área da Engenharia Civil e;
Especialistas que são os investidores que não
necessariamente possuem formação em
Engenharia Civil, mas atuam diretamente com
a cadeia produtiva, como gestores e
associados de empresas especialistas na área.
O estudo busca, por meio de pesquisa
qualitativa e bibliográfica, caracterizar e
qualificar de forma clara e objetiva sua
importância e participação no setor, visando
responder o seguinte questionamento: qual a
importância da participação dos investidores
na construção civil?
INVESTIDOR ESPECIALISTA
este tipo de investimento, a
participação do investidor
pode ser pela criação de
Consórcios ou Sociedades de Propósito
Específico (SPE). No SPE a participação é
proporcional ao capital investido ou à
responsabilidade assumida dentro da
sociedade. Já no Consórcio, por ser uma
associação de empresas, fica impedida a
participação direta do investidor como
pessoa física. Independentemente da forma
escolhida a finalidade é sempre aumentar as
condições de sucesso dos futuros projetos
(FIGUEIREDO; CATARINA, 2016).
CONSÓRCIOS
consórcio é uma forma legal
de parceria entre empresas
com o mesmo interesse
(PLISSON et al., 2007, apud FIGUEIREDO;
CATARINA, 2016). A interdependência entre
empresas tem se tornado uma tendência nos
últimos anos para o aumento da
competitividade em todas as áreas e a
construção civil segue o mesmo rumo
(FIGUEIREDO; CATARINA, 2016). A
O
N
O
41
222
complexidade e os diferentes tipos de
projetos e processos produtivos têm
contribuído no aumento das incertezas dos
associados (ANVUUR, KUMARASWAMY,
2007, apud FIGUEIREDO; CATARINA, 2016), o
que justifica a criação de consórcios.
SPE - SOCIEDADE DE PROJETO ESPECÍFICO
SPE é outra forma de
associação para investidores
onde é criada uma empresa,
sendo ela, sociedade limitada ou anônima
com o objetivo de explorar determinada
oportunidade de negócio (FIGUEIREDO;
CATARINA, 2016).
De acordo com a Lei Complementar
nº 123, de 14 de dezembro de 2006, Art. 56,
“[...] SPE é constituída para a realização de um
ou mais projetos específicos e já
determinados [...]”. A SPE é formada para o
cumprimento de um determinado objetivo. A
sociedade possuirá um CNPJ e registros
contábeis próprios, se comprometendo com
a sua extinção após a conclusão, ou a ser
renovados para novos negócios (MAIA, 2010,
apud FIGUEIREDO; SANTA CATARINA, 2016).
INVESTIDOR NÃO ESPECIALISTA
condomínio é um tipo de
sociedade na qual os sócios
investidores são os
proprietários das unidades residenciais ou
comerciais a serem construídas. É chamada
de sociedade de condomínio fechado
(FIGUEIREDO; CATARINA, 2016). É
regulamentado pela Lei nº 4.591, de 16 de
dezembro de 1964, a qual no Art. 58
estabelece que “Nas incorporações em que a
construção for contratada pelo regime de
administração, também chamado ‘a preço de
custo’, será de responsabilidade dos
proprietários ou adquirentes o pagamento do
custo integral de obra”.
Dentre as diferenças entre o
consórcio, a SPE e o condomínio é que para
este último é necessário contratar uma
construtora para executar e administrar a
obra, no caso do consórcio e da SPE é possível
que um dos sócios assuma a responsabilidade
de administrar e construir o empreendimento
(FIGUEIREDO; CATARINA, 2016).
A quantidade de sócios de um
condomínio só pode ser igual ou menor à
quantidade de unidades oferecidas no
empreendimento e cada condômino detém o
percentual de participação correspondente à
sua unidade (LIMA JÚNIOR, 2001, apud
FIGUEIREDO; CATARINA, 2016).
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
ara melhor entendimento da
importância dos investidores
no setor da construção civil, se
faz necessária a análise e interpretação de
dados sobre investimentos e investidores no
mercado da construção civil realizado por
investidores ou grupos de investidores
qualificados.
Segundo SINDUSCON-SP/FGV (2015)
a construção civil apresentou um grande
crescimento nos anos anteriores, tendo um
crescimento significativo de
aproximadamente 50% entre os anos de 2007
e 2011. A instituição, ainda na época,
A
O
P
223
estimava um crescimento de 2,8% no ano de
2014. Originando assim um crescimento
significativo dos investidores do setor da
construção civil durante esse período e nos
anos seguintes.
Para justificar esse crescimento
podemos citar como exemplo o lançamento
da primeira torre Interlagos, lançado pela
Construtora Morena, na cidade de Maringá
(PR), que teve seis em cada dez unidades
vendidas comercializada para investidores.
Ainda segundo CEO da Construtora Morena,
os investidores representam 60% dos clientes
e imóveis negociados pela empresa
(SINDUSCON-PR/NOROESTE, 2018).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
construção civil é um negócio
que pode estar disponível
para investidores com
diversos perfis e trazer, assim, retornos dentro
do esperado para este segmento da
economia.
Goldman (2004, apud FIGUEIREDO;
CATARINA, 2016) considera que os
investimentos na área imobiliária são
considerados um dos melhores e mais
seguros do país, pois o valor dos imóveis
consegue superar as correções monetárias
resultantes da inflação.
Como este tipo de investimento em
geral é feito em colaboração com outros
investidores, a escolha da forma de
associação é determinante para limitar os
riscos assumidos e garantir os direitos do
investidor. Portanto, pode-se concluir que a
participação de investidores na indústria da
construção civil é de suma importância, mas
embora possa representar uma oportunidade
de investimentos, deve ser precedida de uma
pesquisa de mercado.
O assunto discutido neste artigo é
vasto e está longe de estar encerrado.
Portanto, se promoveu uma discussão sucinta
e estudos futuros podem ser realizados
principalmente buscando-se quantificar a
influência dos investidores mediante suas
características técnicas no mercado da
construção civil.
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em: https://sindusconsp.com.br/piora-o-deficit-habitacional-nacional-segundo-o-sinduscon-
sp/. Acesso em 20 jun 2020.
225
OUTRIGGER: ANÁLISE DA METODOLOGIA E EFICÁCIA COMO
MÉTODO DE CONTRAVENTAMENTO
Gabriel Garcia
Gléber José Ludwichak
Simão Martins da Veiga Neto
Pâmella Souza Pereira Hornburg
INTRODUÇÃO
outrigger traz inovação e
eficiência em termos de
efetividade estrutural,
tornando-se um grande aliado à engenharia
civil. Demonstra-se que além de eficaz, este
método é também extremamente seguro e
pode ser utilizado sempre que a construção
demandar maior rigidez na estrutura.
Fundamentada em estudos já
realizados sobre o tema, esta pesquisa tem
como objetivo geral a análise da metodologia
e eficácia, bem como a possibilidade de êxito
do outrigger como método de
contraventamento. Quantos aos objetivos
metodológicos o estudo possui característica
qualitativa e bibliográfica.
Diante o exposto, um dos problemas
de estruturas esbeltas é a sensibilidade a ação
dos ventos, além de vibrações recorrentes de
muitos fatores, que fazem com que estas
estruturas oscilem, dessa forma formula-se a
seguinte pergunta problema: como resolver o
problema do carregamento horizontal
externo (ação do vento) que atua na fachada
do edifício?
A AÇÃO DO VENTO
Os aspectos que
envolvem a ação do
vento são os
meteorológicos e os aerodinâmicos, os
fatores aerodinâmicos definem como o vento
irá afetar a estrutura, já o fator meteorológico
é responsável pela velocidade do vento a ser
considerada no projeto” (CAMARGO, 2012,
apud BRANCO, 2019, p. 28). “As ações do
vento são divididas em estática e dinâmica,
uma simplificação para determinar as cargas
de vento sobre a estrutura aceitável, sendo
obtidas de coeficientes aerodinâmicos
achados em normas” (MARTINS, 2018 apud
BRANCO, 2019, p. 21-22).
O
“
42
226
INOVAÇÃO OUTRIGGER
busca por inovações em
esquemas estruturais é um
processo constante, o objetivo
de limitar o deslocamento lateral dos edifícios
a limite aceitável, sem aumentar em demasia
o consumo de aço, faz com que o sistema de
outriggers como contraventamento seja
muito utilizado em edifícios altos e ultra altos.
Constituído por um núcleo central reforçado
com treliças horizontais, ‘estabilizadoras’, que
o conectam às colunas periféricas da fachada,
podendo ser localizado no centro da
edificação com outriggers que se estendem
para as duas direções, Figura 1 (a), ou em um
dos lados com outriggers perpassando a outra
extremidade, Figura 1(b) (NASIR; PATIL, 2016).
Figura 1- Núcleo e sistema de outriggers: (a) núcleo centralizado; (b) núcleo lateral.
Fonte: Taranath (2012, p. 45)
SOBRE O OUTRIGGER
egundo Choi et. al (2014, apud
BRANCO, 2019, p. 41), “[...]
outriggers são estruturas
horizontais rígidas projetadas para melhorar
a estabilidade e a resistência de um edifício,
conectando o núcleo rígido aos pilares
periféricos da estrutura”. Para Camargo (2012,
apud BRANCO, 2019, p. 41), “[...] o outrigger é
indicado para estruturas com elevadas alturas
e esbeltez, comumente utilizados duas linhas
horizontais, sendo uma no topo e outra na
metade da altura da edificação”.
A estrutura que utiliza esse sistema
de contraventamento aumenta
consideravelmente sua rigidez lateral
e resistência ao momento fletor,
porém, à influência dessas treliças
dependem de suas posições,
rigidezes e quantidades. O aumento
de resistência diminui conforme o
aumento no número de outriggers,
sendo 4 ou 5 níveis o limite
econômico e recomendados para
edifícios entre 40 e 70 pavimentos
(LOPES, 2003, apud BRANCO, 2019, p.
42).
“Uma edificação alta que utiliza o
sistema de contraventamento outrigger pode
reduzir entre 30 e 40 porcento os momentos
fletores comparado ao uso somente do
núcleo rígido” (LAME, 2008, apud BRANCO,
2019, p. 43). Para Choi (2014, apud BRANCO,
2019, p. 43), “[...] edifícios super altos que no
A
S
227
seu perímetro utilizam pilares paredes,
juntamente com o sistema outrigger pode
chegar até 60% de redução”.
Pelo exposto, nota-se que o
carregamento horizontal externo que atua na
estrutura de edifício esbeltos, cria a demanda
de novos recursos para reduzir a carga da
estrutura. Nesse sentido, o outrigger
demonstra eficácia entregando uma
percentagem satisfatória de redução da
oscilação na estrutura causada pela ação dos
ventos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
sta pesquisa, mediante sua
proposta de objetivo geral,
buscou reunir de pronto e de
maneira coesa, uma síntese para apresentar
ao leitor a principal causa de ocorrência de
oscilações em estruturas esbeltas, bem como
a metodologia e eficácia do outrigger como
método de contraventamento.
Nota-se que o trabalho deixa algumas
questões em aberto, as quais, desta maneira,
podem e devem ser preenchidas ao longo
dos anos, com base em novas pesquisas
baseadas no tema proposto. Contudo, a
pesquisa demonstra clareza ao tratar dos
objetivos propostos, contemplando a todos
de maneira compacta, porém abrangente.
A partir dos autores citados ao longo
da pesquisa, fica esclarecido que um dos
maiores responsáveis por exercer cargas
horizontais que resultam em oscilações nas
estruturas de um edifício é o vento. Desta
maneira, em estruturas esbeltas, que
demandam maior rigidez estrutural, os
autores apresentam um método de
contraventamento que consiste na utilização
de maiores quantidades de concreto e aço em
um mesmo pavimento, para maior
estabilidade na estrutura. Neste sentido, os
dados apresentados pelos autores
demonstram um percentual satisfatório de
eficácia do outrigger como técnica para
combater o carregamento horizontal externo
(ação dos ventos), sanando assim a principal
indagação desta pesquisa.
De fato, deve-se dar atenção a pouca
disponibilidade de material bibliográfico para
pesquisa. Isso se dá, principalmente, pela
recente técnica de construção que foi objeto
desta pesquisa, apenas uma pequena
quantidade de autores produziu algo neste
sentido. Dito isto, este objeto se torna uma
grande oportunidade para novas pesquisas
que visam agregar em conhecimento para
com a engenharia civil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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