semana de arte moderna
TRANSCRIPT
OS ARTISTAS MODERNOS
DI CAVALCANTI
BRECHERET
VILLA-LOBOS
ANITA MALFATTI
TARSILA DO AMARAL
OS ARTISTAS
DI CAVALCANTI
BRECHERET
Samba
Monumento das bandeiras
TARSILA DO AMARAL
Abaporu Operários
Oswald óleo sobre tela A gare
Segunda classe
(...)
ANITA MALFATTI
(...)
A estudante russa A boba
O farolMario de Andrade
PRINCIPAIS REPRESENTANTES
MANUEL BANDEIRA
OSWALD DE ANDRADE
MÁRIO DE ANDRADE
ALCÂNTARA MACHADO
PRINCIPAIS REPRESENTANTES
MENOTTI DEL PICCHIACASSIANO RICARDO
RAUL BOPP
GUILHERME DE ALMEIDAPLÍNIO SALGADO
RONALD DE CARVALHO
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas..."
Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;
Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é
Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...
MANUEL BANDEIRA
A Semana de Arte Moderna atingiu
seu objetivo: divulgar que existia
uma nova geração de artistas,
escritores e intelectuais lutando pela
renovação da arte brasileira e pela
atualização da nossa cultura.
MOMENTO MODERNISTA
1º
De 1922 a
1930 (Fase heroica)
As revistas e os manifestos
KlaxonA revista Klaxon - Mensário de Arte
Moderna foi o primeiro periódico
modernista, fruto das agitações do ano de
1921 e da grande festa que foi a Semana
de Arte Moderna. Seu primeiro número
circulou com data de 15 de maio de 1922;
a edição dupla, de números 8 e 9, a última
da revista, saiu em janeiro de 1923.
Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924-1925)
Escrito por Oswald de Andrade e publicado
inicialmente no Correio da Manhã. Em 1924, é
republicado como abertura do livro de poesias Pau-
Brasil, de Oswald. Apresenta uma proposta de
literatura vinculada à realidade brasileira, a partir de
uma redescoberta do Brasil. Este manifesto dizia que
a arte brasileira deveria ser de "exportação" tal qual
o Pau-Brasil.
Verde-Amarelismo ou Escola da Anta (1916-
1929)Grupo formado por Plínio Salgado, Menotti del
Picchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo
em resposta ao nacionalismo do Pau-Brasil,
criticando-se o “nacionalismo afrancesado” de
Oswald. Sua proposta era de um nacionalismo
primitivista, ufanista, identificado com o fascismo,
evoluindo para o Integralismo. Idolatria do tupi e
a anta é eleita símbolo nacional. Em maio de 1929, o
grupo verde-amarelista publica o manifesto
"Nhengaçu Verde-Amarelo — Manifesto do Verde-
Amarelismo ou da Escola da Anta".
Revista de Antropofagia (1928-1929)É a nova etapa do Pau-Brasil, sendo resposta a Escola da
Anta. Seu nome origina-se da tela Abaporu (O que come)
de Tarsila do Amaral.
O Antropofagismo foi caracterizado por assimilação
(“deglutição”) crítica às vanguardas e culturas europeias, com
o fim de recriá-las, tendo em vista o redescobrimento do
Brasil em sua autenticidade primitiva. Contou com duas
fases, sendo a primeira com dez números (1928 – 1929), sob
direção de Antônio Alcântara Machado. E a segunda
publicada semanalmente em 25 números no jornal Diário do
Rio de Janeiro em 1929.
PRINCIPAIS AUTORES E
OBRAS
PRINCIPAIS REPRESENTANTESMário de Andrade em 1928, com 35
anos.
Nascimento 9 de outubro de 1893, São
Paulo
Morte 25 de
fevereiro de1945 (51 anos)
São Paulo, São Paulo
Nacionalidade brasileiro
Ocupação poeta, escritor, crítico
literário, mu- sicólogo,
folclorista, ensaísta
Escola/tradiçãoModernismo
Principais obras
Há uma Gota de Sangue em Cada Poema, 1917
Pauliceia Desvairada, 1922
A Escrava que Não É Isaura, 1925
Losango Cáqui, 1926
O clã do Jabuti, 1927
Amar, Verbo Intransitivo, 1927
Macunaíma, 1928
Macunaíma é um romance ou novela
com o subtítulo “o herói sem
nenhum caráter”. Mário de Andrade
tentou representar no anti-herói um
ataque às desvirtudes nacionais e
aprofundou nos defeitos que via no
homem brasileiro. Esta obra traz
misturas entre o fantástico, o
mitológico, o lendário, o histórico e as
crenças populares, reelaborando-as
através de uma linguagem conforme
as perspectivas da geração
desbravadora de 1922, abrasileirando
a língua, usando neologismos,
populismos e regionalismos.
No fundo do mato-virgem a índia tapanhumas pariu
um menino feio: era preto, retinto, filho do medo da
noite. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.
MACUNAÍMA SIGNIFICA O GRANDE MAL, COISA RUIM.
Lista de personagensMacunaíma: personagem principal do livro, é individualista,
preguiçoso e faz o que deseja sem se preocupar com nada.
Além disso, é vaidoso, mente com a maior facilidade e gosta,
acima de tudo, de se entregar aos prazeres carnais.
Maanape: irmão de Macunaíma. Tinha fama de feiticeiro e
representa o povo negro.
Jiguê: outro irmão de Macunaíma. Representante do povo
indígena.
Sofará: companheira de Jiguê. Macunaíma “brincou” muitas
vezes com ela.
Iriqui: segunda mulher de Jiguê. Macunaíma também
“brincou” com ela diversas vezes, vindo a ganhá-la de
presente porque Jiguê achou que não valia a pena brigar por
causa de uma mulher.
Ci: a Mãe do Mato. Foi o grande e único amor de Macunaíma.
Engravidou dele, mas perdeu o filho e transformou-se em
estrela.
Venceslau Pietro Pietraou Piaimã: gigante comedor de
Oswald de Andrade, em 1920
Nascimento 11 de Janeiro de 1890
São Paulo, SP
Morte 22 de outubro de1954 (64 anos)
São Paulo, SP
Nacionalidad
e
Brasil
Ocupação Poeta, Romancista, Dramaturgo
Escola/tradiç
ão
Modernismo
Principais obras
1925: Pau-Brasil
1927: Primeiro Caderno do Aluno de Poesia Oswald de Andrade
1922-1934: Os Condenados (trilogia)
1924: Memórias Sentimentais de João Miramar
1933: Serafim Ponte Grande
1943: Marco Zero à Revolução Melancólica
PRINCIPAIS REPRESENTANTES
Oswald de Andrade, poeta modernista, faz o seguinte
comentário sobre os poetas parnasianos:
“Só não se inventou uma máquina de fazer versos –
já havia o poeta parnasiano.”
O que o poeta modernista está criticando nos
parnasianos é:
a) a demasiada liberdade no ato de criação, que os
torna máquinas poéticas.
b) o abandono da “Arte pela Arte” , com a criação
objetiva e anti-convencional.
c) a preocupação com a perfeição formal e com o
subjetivismo.
d) o formalismo e a impessoalidade comuns em seus
textos.
e) o exagero na expressão das emoções, apesar da
Oswald de Andrade, poeta modernista, faz o seguinte
comentário sobre os poetas parnasianos:
“Só não se inventou uma máquina de fazer versos –
já havia o poeta parnasiano.”
O que o poeta modernista está criticando nos
parnasianos é:
a) a demasiada liberdade no ato de criação, que os
torna máquinas poéticas.
b) o abandono da “Arte pela Arte” , com a criação
objetiva e anti-convencional.
c) a preocupação com a perfeição formal e com o
subjetivismo.
d) o formalismo e a impessoalidade comuns em
seus textos.
e) o exagero na expressão das emoções, apesar da
Erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena! Fosse uma
manhã de sol
O índio tinha despido
O português
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom
branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
1924
1933
Manuel Bandeira
Nascimento 19 de abril de 1886
Recife
Morte 13 de
outubro de1968 (82 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidad
e
Brasileiro
Ocupação Poeta, crítico literário e de
arte, professor de literatura e
tradutor
Principais obrasA Cinza das Horas, 1917 (contém o poema "Cartas de Meu Avô)
Carnaval, 1919
O Ritmo Dissoluto, 1924
Libertinagem, 1930 (contém os poemas "Evocação do Recife" e "Vou-me
embora pra Pasárgada")
Estrela da Manhã, 1936
Lira dos Cinquent'anos, 1940
Opus 10, 1952
Estrela da Vida Inteira, 19666
PRINCIPAIS REPRESENTANTES
Temas mais comuns nas suas
obras
-Paixão pela vida
-Morte
-Amor
-Erotismo
-Solidão
-Angústia
-Cotidiano
-Infância
O poeta enfrentou graves problemas
respiratórios na infância até sendo desenganado
pelos médicos. Eles diziam que seria mais uma das
várias mortes por Tuberculose no Brasil. Não morreu,
mas toda sua família sim. Enquanto ia enganando os
médicos e a morte, seus familiares morriam por
diversos motivos. O pai, a mãe, a irmã... todos.
Perdas e sentimentos que só o modernismo poderia
expressar e aceitar esses sentimentos tratados com
uma fina ironia e o bom humor característicos. Coisas
de Manuel Bandeira.
Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .
— Respire.
........................................................................................................
.......
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o
pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Vambora Adriana Calcanhotto
Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora
Pra mudar a minha vida
Vem, vambora
Que o que você demora
É o que o tempo leva...
Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda tem você na sala
Por que meu coração dispara?
Quando tem o seu cheiro dentro de um
livro
Dentro da noite veloz...
Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda tem você na sala
Por que meu coração dispara?
Quando tem o seu cheiro dentro de um
livro
POEMA DE FINADOS
Amanhã que é dia dos mortosVai ao cemitério. VaiE procura entre as sepulturasA sepultura de meu pai.
Leva três rosas bem bonitas.Ajoelha e reza uma oração.Não pelo pai, mas pelo filho:O filho tem mais precisão.
O que resta de mim na vidaÉ a amargura do que sofri.Pois nada quero, nada espero.E em verdade estou morto ali.
Quando a Indesejada das
gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom,
pode a noite descer.
(A noite com os seus
sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a
casa limpa,
A mesa posta,
CONSOADA
O último poema
Assim eu quereria meu
último poema
Que fosse terno dizendo as
coisas mais simples e
menos intencionais
Que fosse ardente como
um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das
flores quase sem perfume
A pureza da chama em que
se consomem os
diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que
se matam sem explicação.
Beijo pouco, falo
menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a
ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo,
o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.
NEOLOGISMO
Antônio de Alcântara Machado
Nascimento 25 de maio de 1901
São Paulo
Morte 14 de abril de1 935 (34 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidad
e
Brasileiro
Ocupação Jornalista, político e escritor
Principais obrasPathé-Baby (1926), crônica de viagem
Brás, Bexiga e Barra Funda (1927), contos
Laranja da China (1928), contos
Mana Maria (inacabado), romance
Cavaquinho e saxofone (1940, póstuma), crônicas e ensaios
PRINCIPAIS REPRESENTANTES
A principal característica de sua obra está no retrato,
ao mesmo tempo crítico, anedótico, apaixonado,
mas sobretudo humano, que faz da cidade de São
Paulo e de seu povo, com particular atenção para os
imigrantes italianos (sejam aqueles moradores dos
bairros mais pobres ou os que vão se
"aburguesando"). Esse painel é narrado no chamado
"português-macarrônico" (quase um dialeto paulista,
misturando o linguajar do imigrante italiano com o
falar do povo brasileiro).
Foi na obra de Alcântara Machado que o
Modernismo alcançou o seu objetivo de
aproximar a língua escrita da língua falada.
O monstro de rodas
Questionário de revisão - Literatura
1ª) Como se divide o Modernismo brasileiro?
2ª) Resuma o “caso Anita Malfatti.
3ª) Quando e onde ocorreu A Semana de Arte
Moderna?
4ª) Quem escreveu o poema Os sapos?
5ª) Por que o poema Os sapos foi tão comentado?
6ª) Cite os grupos e tendências da 1ª fase modernista.
7ª) Quais os principais representantes do 1º momento
modernista?
8ª) Quem escreveu o livro Macunaíma?
9ª) Faça um breve resumo do livro Macunaíma.
10ª) Comente a linguagem da obra Macunaíma.
11ª) Explique o subtítulo do livro Macunaíma.
12ª) Descreva o perfil psicológico de Oswald de
Andrade.
16ª) Por que a poesia de Manuel Bandeira é
considerada universal?
17ª) Quem foi Antônio de Alcântara Machado?
18ª) O que é tratado nos contos do livro Brás,
Bexiga e Barra Funda?
19ª) Qual o estilo de escrita de Alcântara
Machado?
20ª) Que objetivo do Modernismo foi alcançado
na obra de Alcântara Machado?
21ª) Que obra de Alcântara Machado ficou
inacabada? Por quê?
22ª)O conto O monstro de rodas, de Alcântara
Machado, faz uma crítica à sociedade da época
e que ecoa até os nossos dias. Que crítica é
essa?
15ª) Quais os temas mais frequentes na obra
de Manuel Bandeira?
23ª) Enumere a segunda coluna relacionando autores
e obras do Primeiro Momento Modernista:
(1) Mário de Andrade (3) Manuel Bandeira
(2) Alcântara Machado (4) Oswald de Andrade
( ) Memórias sentimentais de João Miramar
( ) Macunaíma
( ) Serafim Ponte Grande
( ) Brás, Bexiga e Barra Funda
( ) Amar, verbo intransitivo
( ) Pauliceia desvairada
( ) A cinza das horas
( ) Libertinagem
( ) Laranja da China
( ) Estrela da manhã
( ) Os condenados