segurança em atmosferas explosivas projeto de classificação de Áreas em uma indústria...

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36 O SETOR ELÉTRICO Novembro 2006 Objetivos do plano de classificação de áreas Ao se instalar sistemas elétricos, de instrumentação ou de automação em uma planta de processamento petroquímico ou em um local onde possam estar presentes produtos inflamáveis, as medidas de proteção tomadas e o grau de proteção que elas conferem dependem do risco potencial envolvido. O estudo de classificação de áreas tem por finalidade mapear e determinar as extensões e abrangências das áreas que podem conter misturas explosivas e, conseqüentemente permitir a posterior especificação de equipamentos e sistemas adequados para cada tipo de área classificada. Embora varie conforme as normas adotadas em cada país, a classificação de áreas sempre é feita em função do tipo de material inflamável presente e da probabilidade de sua presença, em concentrações que tornem explosiva sua mistura com o ar. As áreas da planta de processamento são classificadas na fase inicial do projeto, envolvendo principalmente a especialidade de processo, a partir das informações relativas a dados de processo, tais como a pressão, a concentração e o inventário dos diversos produtos combustíveis presentes no processamento da planta. A partir deste estudo de classificação de áreas, deve ser assegurado que a especificação e instalação dos equipamentos atenda às exigências da área, em conformidade com as respectivas Normas aplicáveis. Um plano de classificação de áreas é um grupo de documentos que fornecem informações sobre as áreas que contenham ou possam conter atmosferas potencialmente explosivas de uma planta de processamento químico. Este grupo de documentos compreende desenhos de plantas e elevações com as extensões das áreas classificadas, lista de dados de processo sobre as substâncias inflamáveis, lista dos PROJETO DE CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS EM UMA INDÚSTRIA PETROQUÍMICA SEGURANÇA EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS Por ROBERVAL BULGARELLI Divulgação: Petrobras

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  • 36 O SETOR ELTRICO Novembro 2006

    Objetivos do plano de classificao de reas

    Aoseinstalarsistemaseltricos,deinstrumentao

    ou de automao em uma planta de processamento

    petroqumico ou em um local onde possam estar

    presentes produtos inflamveis, as medidas de

    proteo tomadas e o grau de proteo que elas

    conferemdependemdo riscopotencialenvolvido. O

    estudo de classificao de reas tem por finalidade

    mapear e determinar as extenses e abrangncias

    das reas que podem conter misturas explosivas e,

    conseqentemente permitir a posterior especificao

    deequipamentosesistemasadequadosparacadatipo

    dereaclassificada.

    Embora varie conforme as normas adotadas em

    cadapas, a classificaodereas sempre feita em

    funo do tipo dematerial inflamvel presente e da

    probabilidadedesuapresena,emconcentraesque

    tornemexplosiva suamistura comoar. Asreasda

    plantadeprocessamentosoclassificadasnafaseinicial

    doprojeto,envolvendoprincipalmenteaespecialidade

    deprocesso,apartirdasinformaesrelativasadados

    deprocesso,taiscomoapresso,aconcentraoeo

    inventriodosdiversosprodutoscombustveispresentes

    noprocessamentodaplanta.

    A partir deste estudo de classificao de reas,

    deve ser asseguradoqueaespecificaoe instalao

    dos equipamentos atenda s exigncias da rea, em

    conformidadecomasrespectivasNormasaplicveis.

    Um plano de classificao de reas um grupo

    de documentos que fornecem informaes sobre as

    reas que contenham ou possam conter atmosferas

    potencialmente explosivas de uma planta de

    processamento qumico. Este grupo de documentos

    compreendedesenhosdeplantaseelevaescomas

    extenses das reas classificadas, lista de dados de

    processo sobre as substncias inflamveis, lista dos

    Projeto De CLASSIFICAo De reAS eM UMA INDStrIA PetroQUMICA

    SEGURANA EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

    Por ROBERVAL BULGARELLI

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    dados das fontes de risco, e nos casos de espaos

    fechados, informaes pertinentes ao projeto de

    ventilaoedearcondicionado,osquaispossamafetar

    aclassificaoouaextensodasreasclassificadas.

    Osdocumentosdoplanodeclassificaodereas

    deumainstalaoindustrialconstituemdeumgrupode

    desenhosquemostram,emescala,oarranjocompleto

    das instalaes industriais da planta, mostrando as

    marcaesdasextensesdasreasclassificadas.Estas

    extenses e tipos de reas classificadas devem ser

    definidoscombasenasinformaescontidasnaslistas

    dedadosdeprocessodassubstnciasinflamveisenas

    fontesderisco,paratodasasinstalaesexistentes.

    Oplanodeclassificaodereasdeveserelaborado

    com base na obteno de informaes referentes

    s caractersticasdoprocesso edaplanta. Para esta

    finalidade,adicionalmentesrecomendaestcnicas

    prescritas nas normalizaes sobre classificaes de

    reas,devemserconsultadosprofissionaisdarespectiva

    planta,representantesdasseguintesdisciplinas:

    Pessoaldaengenhariadeprocesso;

    Pessoaldeoperao;

    Pessoal de manuteno e da inspeo de equipa

    mentos;

    Pessoaldeprojeto (tubulao, caldeiraria,mecnica,

    eltricaeinstrumentao);

    Pessoaldeseguranaindustrial.

    Semprequepossvel,umgrupomultidisciplinar,formado

    por profissionais representantes destas reas, deve ser

    designadoparaosserviosdeelaboraodadocumentao

    requeridapeloplanodeclassificaodereas.

    Os planos de classificao de reas elaborados

    embasespreliminares,ouseja,emfasesdeprojeto

    bsico, devem conter notas indicando claramente

    quetodaadocumentaofoiemitidasomentecomo

    basederefernciaenosovlidasparaaoperao

    da planta. Nestas situaes, toda a documentao

    doplanodeclassificaodereadeveserrevisadade

    acordocomosdadosreaisecertificadosdeprocessoe

    dearranjofsicodosequipamentos,duranteafasede

    detalhamentodoprojeto.

    Princpios de segurana na classificao de reas

    Instalaes onde os materiais inflamveis so

    manuseados ou armazenados devem ser projetadas,

    operadasemantidasdemodoquequalquerliberao

    de material inflamvel e, conseqentemente, a

    extenso da rea classificada seja a menor possvel,

    sejaemoperaonormaloucomrelaofreqncia,

    duraoequantidade.

    importanteexaminaraspartesdeequipamentos

    emprocessoesistemas,osquaispossamliberarmaterial

    inflamvel,econsiderarmodificaesdoprojetopara

    minimizar a probabilidade e freqncia de liberao,

    quantidadeeataxadeliberaodematerial.

    Emcasodeatividadesdemanuteno,excetoaquelas

    de operao normal, a extenso da zona pode ser

    afetada,masesperadoqueestasejacontroladapor

    umasistemticadepermissodetrabalho.

    Os seguintes passos devem ser seguidos em uma

    situaoquepossahaverumaatmosferaexplosivadegs:

    a) eliminar a probabilidade de ocorrncia de uma

    atmosfera explosiva de gs ao redor da fonte de

    ignio,ou

    b) eliminarafontedeignio.

    Seestasmedidasnoforempossveisdeserexecutadas,

    medidas de proteo, equipamentos de processo,

    sistemas e procedimentos devem ser selecionados

    e preparados de tal modo que a probabilidade de

    ocorrncia simultnea dos eventos a e b acima seja

    a menor possvel. Tais medidas podem ser usadas,

    independentemente,seelasforemreconhecidascomo

    sendoaltamenteconfiveis,ouemcombinao,para

    atingirumnvelequivalentedesegurana.

    Objetivosdaclassificaodereas

    A classificao de reas um mtodo de anlise e

    classificao do ambiente onde possa ocorrer uma

    atmosfera explosiva, de modo a facilitar a seleo

    adequada e instalao de equipamentos a serem

    usados com segurana em tais ambientes, levando

    emcontaosgruposdegs,assimcomoasrespectivas

    classesdetemperatura.

    Namaioriadoslocaisondeosprodutosinflamveis

    soutilizados,difcilassegurarquejamaisocorrera

    presena de uma atmosfera explosiva. Pode tambm

    ser difcil assegurar que os equipamentos jamais se

    constituiro em fontes de ignio. Entretanto, em

    situaes onde exista uma alta probabilidade de

    ocorrnciadeumaatmosferaexplosiva,aconfiabilidade

    obtidapelousodeequipamentosquetenhamuma

    baixaprobabilidadedesetornaremfontesdeignio.

    Poroutrolado,ondehouverumabaixaprobabilidade

    de ocorrncia de uma atmosfera explosiva, podese

    utilizarequipamentosconstrudoscombaseemnormas

    industriaisdeaplicaogeral.

    ROBERVAL BULGARELLI, engenheiro de equipamentos Snior da Refinaria Presidente Bernardes de Cubato da Petrobras. graduado em Engenharia Eltrica, com Mestrado em Proteo de Sistemas Eltricos de Potncia na POLI/USP, membro da Subcomisso de Normalizao Tcnica da Petrobras na rea de eletricidade, coordenador do Subcomit SC-31 do Cobei - Equipamentos e Instalaes em Atmosferas Explosivas e representante do Brasil no Technical Committee TC-31 - Equipment for Explosive Atmospheres da IEC. E-mail: [email protected]

  • 38 O SETOR ELTRICO Novembro 2006

    Raramente possvel, atravs de uma simples

    observaodeumaplantaindustrialoumesmodeum

    projeto,decidirquepartesdaquelaindstriapodemser

    enquadradasnadefiniodezonas(zona0,1e2).

    necessrio um estudomais detalhado e isto envolve

    aanlisedasprobabilidadesbsicasdeocorrnciade

    umaatmosferaexplosiva.

    O primeiro passo avaliar essa probabilidade de

    acordo com as definies de zona 0, zona 1 e zona

    2.Umavezquesetenhaavaliadoaprobabilidadeda

    freqncia e durao de uma liberao (bem como

    o grau de risco), a taxa de liberao, concentrao,

    velocidade, ventilao e outros fatores que afetamo

    tipoe/ouaextensodazona,haverentoumabase

    confivelparadeterminaraprobabilidadedepresena

    demisturaexplosivanasreasvizinhas.

    Este estudo requer consideraes detalhadas a

    serem aplicadas para cada item do equipamento de

    processo que contm o produto inflamvel, e que

    poderiasetornarumafontederisco.

    Especificamenteasreasdezona0ouzona1devem

    serminimizadasemnmeroeextenso,quersejaapartir

    do projeto, quer seja por procedimentos operacionais

    adequados.Emoutrapalavras,plantaseinstalaesdevem

    serprincipalmentedotipozona2oureanoclassificada.

    Seaexistnciadafontederiscoforinevitvel,ositensdos

    equipamentosdeprocessodevemser limitadosqueles

    que do origem a fontes de risco de grau secundrio

    ou,na impossibilidade (isto,onde for inevitvel terse

    fontesderiscodegrauprimriooucontnuo),asfontes

    de risco devem ser muito limitadas em quantidade e

    vazes.Aodesenvolverumaclassificaodereas,estes

    princpios devem receber consideraes prioritrias.

    Onde necessrio, o projeto, operao ou locao dos

    equipamentosdeprocessodevemassegurarque,mesmo

    quando operando anormalmente, a quantidade de

    materialinflamvelliberadosejaminimizada,demodoa

    reduziraextensodareaclassificada.

    Uma vez que a planta tenha sido classificada e

    tenhamsidoefetuadostodososregistrosnecessrios,

    importantequenenhumamodificaonoequipamento

    ou no procedimento de operao deste seja feita

    SEGURANA EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

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  • 39O SETOR ELTRICO Novembro 2006

    sem discusso prvia com todos os responsveis pela

    classificao da rea. Aes no autorizadas podem

    invalidaraclassificaodereas.necessrioassegurar

    quetodososequipamentosqueafetamareaclassificada

    equetenhamsidosubmetidosmanutenotenhamsido

    cuidadosamenteverificadosduranteeapsamontagem,

    com o fim de garantir que a integridade original de

    projeto, relativa segurana, tenha sidomantida antes

    queosmesmosretornememservio.

    Equipe multidisciplinar para os servios de classificao de reas

    Oestudodeclassificaodereasdeumaplanta

    industrial deve ser elaborado por uma equipe de

    profissionaismultidisciplinar,quetenhamconhecimento

    sobre as propriedades dos materiais inflamveis, o

    processoeosequipamentos, comparticipaao,onde

    apropriado, ainda dos profissionais de segurana,

    eletricidade,mecnica,manutenao eoutros da rea

    deengenharia.

    A classificao de reas deve ser elaboradada

    quando os diagramas iniciais de tubulaes e

    instrumentaoeosplanosdearranjoiniciaisestiverem

    disponveise confirmados,antesdaplantaentrarem

    operao. Revises da documentao devem ser

    desenvolvidasduranteavidatildaplanta,emfunes

    dasampliaesemodificaesquenormalmenteso

    implementadas.

    Os trabalhos de elaborao do estudo de

    classificaodereasdevemabrangerolevantamento

    decampodetodasasinstalaesemtodasasUnidades

    de Processo da Planta. Devem incluir, tambm,

    a consulta e atualizao das plantas de arranjo e

    fluxogramasexistentes,aconsultaonlineaosdadosde

    processo,atravsdeprogramasqueemulemosistema

    digitaldecontroledeprocessodistribudoeaconsulta

    abancosdedadosdetaxasdefalhasdeequipamentos

    estticoserotativos.

    Dada a complexidade de tais estudos, a equipe

    multidisciplinardevepossuirprofissionaiscomgrande

    foconasreasdeprocesso,operaoemanuteno,de

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    formaquesejamconsideradososdiversos

    pontos de vista e as experincias de cada

    especialidade. preciso reconhecer que a

    determinaodaexistnciadessasreas

    feita pelas fontes de risco representadas

    pelos equipamentos de processo e pelas

    substnciasinflamveisquesomanipuladas

    nesteprocesso.Osestudosdeclassificao

    dereasnodevemserexecutadossomente

    por profissionais da rea de eletricidade,

    comonormalmenteocorrianopassado,nas

    empresasprojetistas.

    Identificao das fontes de risco para a classificao de

    reas

    Os elementos bsicos para se definir as

    reasclassificadasconsistemnaidentificaodas

    fontesderiscoenadeterminaodoseugrau.

    Fontes de risco podem ser defindas

    comopontosou locaisnosquaisumgs,

    vapor ou lquido inflamvel podem ser

    liberados para a atmosfera de modo a

    possibilitar a formao de uma atmosfera

    explosiva.

    Considerando que uma atmosfera

    explosivasomentepodeexistir seumgs,

    vapor ou poeira esto presentes com o

    ar, necessrio decidir se algum desses

    materiais inflamveis podem existir na

    respectiva rea. De maneira geral, tais

    gases, vapores ou poeiras (bem como

    lquidos e slidos inflamveis que podem

    dar origem a eles) esto contidos em

    equipamentosdeprocessoquepodemou

    noestartotalmentefechados.necessrio

    identificarondepodeexistirumaatmosfera

    explosiva em uma planta de processo, ou

    onde a liberao de materiais inflamveis

    pode criar uma atmosfera explosiva

    externamenteplantadeprocesso.

    Cadaitemdoequipamentodoprocesso

    (porexemplo,tanques,bombas,tubulaes,

    vasosetc.)deveserconsideradocomouma

    fonte potencial de risco de liberao de

    materialinflamvel.Seoequipamentono

    contmmaterialinflamvel,ficaclaramente

    evidenciadoqueomesmonocriaruma

    reaclassificadaaoseuredor.Omesmose

    aplica se o equipamento contmmaterial

    inflamvel, porm ele no pode liberar

    esse material para o meio externo (por

    exemplo,unio soldadade tubulaono

    consideradacomofontederisco).

    Se estabelecido que o equipamento

    pode liberar material inflamvel para a

    atmosfera,necessrio,emprimeirolugar,

    determinarograuderiscodeliberaode

    acordo com as definies, estabelecendo

    a freqncia e a durao da liberao.

    Deve ser reconhecido que a abertura de

    partes de sistemas de processo fechados

    (por exemplo, durante troca de filtros ou

    enchimentoporbatelada)devetambmser

    considerada como fonte de risco quando

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    da elaborao da classificao de reas.

    Pormeio deste procedimento, cada fonte

    de risco deve ser denominada comograu

    contnuo,primrioousecundrio.

    Exemplos de fontes de

    risco de grau contnuo

    a superfcie de um lquido inflamvel

    em um tanque de teto fixo, com respiro

    permanenteparaaatmosfera;

    a superfcie de um lquido inflamvel

    que esteja aberto para a atmosfera,

    continuamenteouporlongosperodos(por

    exemplo,umseparadordeleo/gua).

    Exemplos de fontes de

    risco de grau primrio

    selosdebombas,compressoresouvlvulas,se

    aliberaodematerialinflamvelforesperada

    deocorrerduranteaoperaonormal;

    pontosdedrenagemdeguaemvasos

    que contm os lquidos inflamveis, que

    podemliberaromaterialinflamvelparaa

    atmosferaduranteadrenagemdeguaem

    operaonormal;

    pontos de coleta de amostra em que

    so previstos haver liberao de material

    inflamvel para a atmosfera durante a

    operaonormal;

    vlvulasdealvio,respiroseoutrasabertura

    em que so previstos haver liberao

    de material inflamvel para a atmosfera

    duranteaoperaonormal.

    Exemplos de fontes de

    risco de grau secundrio

    selos de bombas, compressores e

    vlvulas onde a liberao de material

    inflamvelparaaatmosferanoprevista

    de ocorrer em condies normais de

    operao;

    flanges, conexes e acessrios de

    tubulao, onde a liberao do material

    inflamvelparaaatmosferanoprevista

    de ocorrer em condies normais de

    operao;

    pontos de coleta de amostras, onde

    a liberao do material inflamvel para

    a atmosferanoprevistadeocorrer em

    condiesnormaisdeoperao;

    vlvulas de alvio, respiros e outras

    aberturas onde a liberao do material

    inflamvelparaaatmosferanoprevista

    de ocorrer em condies normais de

    operao.

    Tipos de Zonas e de Grupos de reas classificadas

    Tendosidoestabelecidoograudafonte

    de risco, necessrio determinar a taxa

    de liberao e outros fatores que podem

    influenciar o tipo e extenso da zona.

    Se a quantidade de material inflamvel

    possveldeser liberadopequeno,por

    exemplo,casodeumlaboratrio,cujorisco

    potencial existe, pode no ser apropriado

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    SEGURANA EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

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    utilizar o procedimento normalizado de

    classificao de reas. Nesses casos, as

    consideraesdevemserparticularizadasao

    riscoenvolvido.Aclassificaodereasde

    equipamentosdeprocessoondeomaterial

    inflamvel queimado, por exemplo,

    queimadores,fornalhas,caldeiras,turbinas

    agsetc.,develevaremconsideraosuas

    etapasdociclodepurga,partidaeparada.

    Anormabrasileiradeclassificaodereas

    (ABNT NBR IEC 6007910), seguindo a

    Normalizao Internacional IEC, classifica

    asreasderiscoemZonaseGrupos.

    A probabilidade de presena de uma

    atmosfera explosiva de gs bem como o

    tipodezonadepende,principalmente,do

    graudafontederiscoedaventilao.

    AdeterminaodostiposdeZonasdasreas

    classificadasbaseadanafreqnciaouna

    probabilidade estatstica de ocorrncia e

    duraodeumaatmosferaexplosivadegs

    nareadeprocessoconsideradanoestudo,

    comodefinidoaseguir,pelaNormaABNT

    NBRIEC6007910:

    Zona 0: rea na qual uma atmosfera

    explosivadegsconsistindodeumamistura

    comaresubstnciasinflamveisemforma

    de gs, vapor ou nvoa continuamente

    presente ou por longos perodos ou

    freqentemente.

    Zona 1:reanaqualumaatmosferaexplosiva

    degs consistindodeumamistura comare

    substnciasinflamveisemformadegs,vapor

    ounvoaquepodeocorrerocasionalmenteem

    condiesnormaisdeoperao.

    Zona 2: rea na qual uma atmosfera

    explosivadegsconsistindodeumamistura

    comaresubstnciasinflamveisemforma

    degs,vaporounvoaquenoprevisto

    ocorreremcondiesnormaisdeoperao

    mas, se ocorrer, ir persistir somente por

    umcurtoperodo.

    Osprocedimentosparaclassificaode

    reasconsideramqueumareanaquala

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    probabilidade de ocorrncia de presena

    de atmosfera explosiva sejamaior doque

    1000 horas por ano deva ser classificada

    como sendo Zona 0. Se a probabilidade

    de ocorrncia de presena de atmosfera

    explosiva seja menor do que 10 horas

    por ano, segundo os procedimentos de

    classificao de reas, a rea classificada

    deve ser considerada como sendo Zona

    2. Caso a probabilidade de ocorrncia de

    atmosfera explosiva seja menor do que

    1000horas/anoemaiordoque10horas/

    ano,areaclassificadadeveserconsiderada

    comosendoZona1.

    AdeterminaodoGrupoestabelecida

    em funodosgasesexplosivospresentes

    noambiente,sendosubdivididoemGrupo

    IouGrupoII.

    Grupo Irelativosinstalaessubterrneas,

    comonasminasdecarvo,ondeseencontra

    basicamenteapresenadogsmetano.

    Grupo II relativos instalaesde super

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    fcie,sendosubdivididoemGrupoIIA,IIBeIIC,

    deacordocomogsrepresentativodo local

    dainstalao.

    Grupo IIA: propano;

    Grupo IIB: eteno;

    Grupo IIC: hidrognio.

    Atualmente, no Brasil, os projetos de

    classificao de reas so normalmente

    elaborados baseandose na Norma ABNT

    NBR IEC 6007910 e emguias de aplicao

    especficos, estabelecidos na normalizao

    interna das prprias empresas qumicas ou

    petroqumicas. Tais guias de aplicao ou

    normasinternasdeclassificaodereasso

    elaboradas com base nas caractersticas de

    seus processos produtos, nas caractersticas

    dos produtos manipulados (explosividade,

    volume dos inventrios, nveis de presso,

    temperaturaevazo)enosarranjosdesuas

    instalaes (ao tempo ou no interior de

    prdiosfechados).Normalmentetaisguiasde

    aplicaocontmfigurastpicasdeclassificao

    dereas,comdeterminaodasextensesdas

    reasclassificadasaoredordefontesderisco,

    equipamentos ou instalaes tpicas de seu

    processoprodutivo.

    ONEC(NationalElectricCode),emartigo

    500apartirdoanode1996,tambmpassoua

    incorporaradesignaodeZonasedeGrupos

    para os estudos de classificao de reas.

    Atento,adesignaoutilizadabaseavase

    em critrios diferentes para a identificao

    de Divises e Grupos. As Divises eram

    denominadasdeDiviso1(equivalenteZona

    1daIEC)eDiviso2(equivalenteZona2da

    IEC).OsGruposeramsubdivididosemGrupos

    A,B(equivalenteaoGrupoIICdaIEC),Grupo

    C(equivalenteaoGrupoIIBdaIEC)eGrupoD

    (equivalenteaoGrupoIIAdaIEC).

    Tambm a Norma API 505 American

    Petroleum Institute Recommended Practice

    for Classification of Locations for Electrical

    Installations at Petroleum Facilities passou

    a incorporar a definio de zonas em seus

    procedimentos de classificao de reas, a

    partirde1997.Apesardasalteraesocorridas

    no NEC e no API, alinhandose com os as

    nomenclaturas internacionais da IEC sobre

    classificaodereas, aindahojepodemser

    encontrados projetos com a terminologia

    antigamente utilizada nas normas norte

    americanas,sejanadocumentaodeprojetos

    antigosounadocumentaodeequipamentos

    importadosdosEUA.

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