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TATIANA CLEMENTE DE SOUSA SEGURANÇA NO TRABALHO EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO: PREVENÇÃO DE ACIDENTES E USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO CANOAS, 2009

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TATIANA CLEMENTE DE SOUSA

SEGURANÇA NO TRABALHO EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E

NUTRIÇÃO: PREVENÇÃO DE ACIDENTES E USO DE

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

CANOAS, 2009

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TATIANA CLEMENTE DE SOUSA

SEGURANÇA NO TRABALHO EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E

NUTRIÇÃO: PREVENÇÃO DE ACIDENTES E USO DE

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

Trabalho de conclusão apresentado para a banca examinadora do curso de Nutrição do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Nutrição.

Orientação: Profª. Sandra Muttoni

CANOAS, 2009

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TATIANA CLEMENTE DE SOUSA

SEGURANÇA NO TRABALHO EM UNIDADES DE ALIMENTAÇÃO E

NUTRIÇÃO: PREVENÇÃO DE ACIDENTES E USO DE

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Nutrição do Centro Universitário La Salle – Unilasalle

Aprovado pela banca examinadora em 3 de dezembro de 2009.

BANCA EXAMINADORA:

______________________________________

Profª. Sandra Maria Pazzini Muttoni

Unilasalle

______________________________________

Prof. Francisco Stefani Amaro

Unilasalle

______________________________________

Profª. Úrsula Juliane Silva

SENAC

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AGRADECIMENTOS

À Deus, sempre presente em minha vida, por ter me dado saúde,

discernimentos e tempo para desenvolver e concluir esse trabalho com sucesso.

À professora Sandra Muttoni, minha orientadora, pelo apoio, incentivo e

dedicação no desenvolvimento deste trabalho.

Aos meus pais, amores da minha vida, que estiveram sempre do meu lado, me

apoiando, me dando força e torcendo por mim. Obrigado por todo amor, dedicação e

educação que me concederam.

Ao meu irmão, que sempre me deu apoio, esteve ao meu lado e torceu muito

por mim.

Ao meu namorado Israel, que sempre esteve ao meu lado, pela compreensão e

ajuda na resolução dos problemas surgidos durante a realização deste trabalho.

À minha amiga Renata Viegas, que começou a caminhada comigo, sempre a

meu lado, dividindo problemas, trabalhos e alegrias e está nessa caminhada até

hoje.

À minha amiga Caroline Schmitz, pelos momentos agradáveis, pelas

conversas, pela compreensão dos dias difíceis, pela ajuda na realização deste

trabalho, pelos risos, enfim, pela amizade.

À minha amiga Roselaine Chaves, que me acompanhou nesses últimos

semestres, me apoiou, sempre com palavras pra animar e levantar os ânimos.

À minha amiga Caroline Simon, que me acompanhou diretamente nesse

momento de estresse, de correria, junto comigo tirando duvidas com a nossa

orientadora, me acalmando, sempre dizendo que tudo daria certo e sempre uma

acompanhando o trabalho da outra.

A todas as minhas colegas pelo companheirismo, amizade e gargalhadas, que

fez com que estes anos se tornassem alegres e inesquecíveis.

Aos professores do curso de nutrição, pelo conhecimento e amor a profissão,

que me transmitiram durante a graduação.

A coordenadora Stela Maris, pelas suas oportunas e relevantes sugestões, que

aliada à construção de meus sonhos abriu-me a portas para a prosperidade.

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RESUMO

As Unidades de Alimentação e Nutrição são compostas por ambientes de trabalho

que apresentam alto risco de ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais, uma

vez que nestes locais diversas e repetidas atividades de produção são

desenvolvidas em um curto espaço de tempo, além da exposição física a

temperaturas elevadas e a uma série de ruídos indesejáveis aos quais os

colaboradores são submetidos. Desse modo, torna-se imprescindível oferecer aos

funcionários equipamentos de proteção adequados, individuais ou coletivos, para a

realização das tarefas diárias, assim como desenvolver programas sistemáticos de

treinamento e capacitação sobre a correta utilização e finalidade de tais

equipamentos, estimulando o seu uso. Um ambiente de trabalho mais seguro

proporciona maior proteção contra possíveis acidentes e melhores condições de

salubridade para seus empregados, além de oportunizar uma maior produtividade

com conseqüente redução nas taxas de absenteísmo do serviço.

Palavras-chaves: Unidades de alimentação e nutrição, Acidentes de trabalho,

Equipamentos de proteção, Ergonomia.

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ABSTRACT

The Units of Feeding and Nutrition are composed for work environments that present

high risk of occurrence of accidents and occupational illnesses, a time that in these

places diverse and repeated activities of production is developed in a short space of

time, beyond the physical exposition the high temperatures and to an undesirable

series of noises which the collaborators are submitted. In this manner, one becomes

essential to offer the employee adjusted, individual or collective equipment of

protection, for the accomplishment of the daily tasks, as well as developing

systematic programs of training and qualification on the correct use and purpose of

such equipment, stimulating its use. An environment of safer work provides to greater

protection against possible accidents and better conditions of salubrity for its

employees, beyond oportunizar a bigger productivity with consequent reduction in

the taxes of absenteeism of the service.

Keywords: Units of feeding and nutrition. Industrial accidents. Protection equipment.

Ergonomics.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Princípio da marcha avante .........................Erro! Indicador não definido.

Figura 2 - Botas de borracha.....................................................................................26

Figura 3 - Luvas ........................................................................................................27

Figura 4 - Óculos.......................................................................................................27

Figura 5 - Aventais ....................................................................................................27

Figura 6 - Casaco térmico .........................................................................................28

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................8

2 JUSTIFICATIVA .....................................................................................................10

3 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................11

3.1 O trabalho em unidades de alimentação e nutriçã o .......................................11

3.2 Acidentes de trabalho em UANs ......................................................................16

3.3 Equipamentos de proteção ..............................................................................24

3.4 Ergonomia ..........................................................................................................30

3.5 A relação entre absenteísmo e acidentes de trab alho ...................................34

4 OBJETIVOS ...........................................................................................................36

4.1 Objetivo geral ....................................................................................................36

4.2 Objetivos específicos ........................................................................................36

5 METODOLOGIA ....................................................................................................37

6 CONCLUSÃO ........................................................................................................38

REFERÊNCIAS .........................................................................................................39

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1 INTRODUÇÃO

Nos últimos tempos, muito se tem falado sobre segurança do trabalho nas

empresas e formas de prevenção e ocorrência de acidentes, quer seja relacionados

com a saúde física ou psicológica dos colaboradores. A segurança no trabalho não

depende de um só fator, mas sim de vários fatores tais como: o próprio colaborador,

o empregador e as condições ambientais do local de trabalho.

As unidades de alimentação e nutrição são locais sujeitos a uma série de riscos

e acidentes de trabalho, principalmente pelo tipo de atividades que são

desenvolvidas neste serviço, pela falta de utilização e/ou uso incorreto de

Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), além do não fornecimento dos mesmos

por parte dos empregadores. A utilização e a escolha dos EPIs são fundamentais

para minimizar a exposição dos trabalhadores aos riscos de acidentes durante o

trabalho, sendo que muitas das atividades desenvolvidas em unidades de

alimentação e nutrição são consideradas de alta intensidade em termos de esforço

físico repetido, podendo ocasionar prejuízos à condição física e/ou postural dos

colaboradores. Um exemplo desta situação é a repetição de atividades durante todo

o período das refeições, especificamente o almoço/jantar, no qual muitos

funcionários ficam por mais de duas horas seguidas em esforço físico repetido

(reposição de preparações e servimento).

Em relação aos equipamentos de proteção individual, para cada função/setor

do trabalho tem-se um ou mais tipos específicos de equipamento, de acordo com o

risco de ocorrência de acidente apresentado pela realização de cada atividade.

Desse modo, torna-se necessário e pertinente a realização de treinamento e

capacitação de forma continuada da equipe funcional sobre o uso adequado dos

EPIs e a importância que os mesmos representam na prevenção de acidentes de

trabalho, na manutenção da integridade física dos colaboradores e no controle do

absenteísmo do serviço.

Pretende-se, com a realização deste trabalho, relatar os principais riscos de

acidentes de trabalho dentro de uma unidade de alimentação e nutrição e como

prevenir os mesmos, além de descrever quais os EPIs que devem ser utilizados

durante a execução de algumas atividades. Da mesma forma, será abordada a

legislação vigente sobre segurança no trabalho e a importância que representa a

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educação continuada como forma de conscientização e prevenção de acidentes de

trabalho em unidades de alimentação e nutrição.

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2 JUSTIFICATIVA

Os equipamentos de proteção trazem muitos benefícios ao funcionário e ao

empregador, uma vez que, quando bem utilizados, auxiliam na manutenção da

integridade, saúde e bem estar do funcionário e também garantem ao empregador o

bom desempenho de seus colaboradores, diminuindo os índices de afastamento por

acidentes de trabalho e aumentando a produtividade.

Embora seja evidente a importância da segurança no trabalho e o uso

adequado de EPIs em unidades de alimentação e nutrição, poucas pesquisas e

trabalhos são realizados no nosso país sobre este assunto, ocasionando uma

escassez de referências para todos os profissionais envolvidos com este segmento

de mercado.

Desta forma, pretende-se com a realização deste trabalho, ampliar os

conhecimentos sobre os riscos de acidentes de trabalho em unidades de

alimentação e nutrição, demonstrando a relevância do uso de EPIs e dos programas

de capacitação dos colaboradores na prevenção de tais acidentes.

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3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 O trabalho em unidades de alimentação e nutriçã o

A Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN), sendo considerada uma unidade

de trabalho, desempenha atividades relacionadas à alimentação e nutrição. Tem

como objetivos planejar a assistência alimentar a clientela e funcionários fornecendo

alimentação adequada; desenvolvimento de programas de educação nutricional,

individual e coletiva; planejamento e execução de pesquisas na área de nutrição;

colaborar na formação de profissionais da área da saúde e avaliar as atividades

desenvolvidas pelo serviço (BARBOSA; ALMEIDA, 2008).

As UANs são unidades que pertencem ao setor de alimentação coletiva, cuja

finalidade é administrar a produção de refeições nutricionalmente equilibradas com

bom padrão higiênico-sanitário para consumo fora do lar, que possam contribuir para

manter ou recuperar a saúde de coletividades, e ainda, auxiliar no desenvolvimento

de hábitos alimentares. Atendem clientela definida – comunidade de direito ou de

fato – e podem estar situadas em empresas, escolas, universidades, hospitais,

asilos, orfanatos, dentre outras instituições (ISOSAKI, 2008).

O setor de Alimentação Coletiva vem se tornando um mercado representativo

na economia mundial e o ritmo de vida moderno contribuiu significativamente para a

conquista deste espaço. O número de refeições realizadas fora de casa já é

bastante significativo em países da Europa Ocidental e Estados Unidos da América

(LOURENÇO; MENEZES, 2008).

O setor de alimentação coletiva está em constante expansão no Brasil e sua

importância econômica pode ser expressa na geração de empregos diretos

(aproximadamente 170 mil em 2004); em número de refeições produzidas (5,8

milhões ao dia); na movimentação financeira mediante comercialização das

refeições (6 bilhões de Reais ao ano); no consumo de alimentos (2,5 mil toneladas),

representando para o governo uma receita de um bilhão de Reais anuais entre

impostos e contribuições (ABERC, 2006).

As Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN), como parte integrante do setor

de alimentação coletiva, distinguem-se de qualquer outro processo de produção de

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refeições por seu compromisso com a saúde, uma vez que devem oferecer uma

alimentação equilibrada nutricionalmente, obedecendo às Leis da Alimentação

(quantidade, qualidade, harmonia e adequação), e ser adequada ao comensal

(consumidor em alimentação coletiva), no sentido da manutenção ou recuperação da

sua saúde, com vistas a auxiliar no desenvolvimento de hábitos alimentares

saudáveis (educação alimentar); devem, ainda, possuir bom padrão higiênico-

sanitário, além de ter um nutricionista como responsável técnico (COLARES, 2005).

A importância da alimentação para o ser humano está relacionada ao

atendimento das necessidades biológicas; além disso, envolve outros aspectos

como, os psicológicos, sociais e econômicos, os quais merecem tanta consideração

quanto os biológicos (COLARES, 2005).

O gerenciamento das UANs apresenta algumas dificuldades, pois possuem

estrutura organizacional simples, linear, caracterizada por unidade de comando,

representada por um nutricionista responsável técnico e um número pequeno de

níveis hierárquicos; há, no entanto, complexidade em seu funcionamento,

dependente de fatores como o porte (quantidade e tipo de refeições produzidas) e a

forma de inserção no mercado (tipo de gerenciamento, próprio ou terceirizado e tipo

de contrato, quando administrado por terceiros) (COLARES; FREITAS, 2007).

No dia-a-dia do nutricionista nas UAN, o planejamento de cardápios é apenas

um exemplo do trabalho constante e importante, que requer conhecimento de

nutrição humana, técnica dietética e administração em geral. A responsabilidade

deste profissional inclui, portanto, aspectos técnicos, econômicos, operacionais e

administrativos, tais como considerações sobre custos e fornecedores, atenção às

condições de trabalho, além da gestão de pessoas (cozinheiros, auxiliares e outros

profissionais) e outras demandas (ALEVATO; ARAÚJO, 2009).

O trabalho tem certas funções latentes que são responsáveis pela relação

positiva entre o indivíduo e o trabalho e que são vistas através de três aspectos: 1) a

imposição de uma estrutura de tempo sobre o dia; 2) a definição de aspectos de

status e identidade pessoal e 3) a evidência da atividade (COLARES, 2005).

O resultado do trabalho das pessoas tem que ser de importância fundamental

para as empresas, pois a qualidade da relação entre as pessoas que trabalham e as

tarefas que realizam influem diretamente na produtividade organizacional e a

motivação ou o envolvimento das pessoas no trabalho estão diretamente

relacionados à reestruturação das tarefas efetivamente desenvolvidas, sendo de

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fundamental importância, além da variedade das tarefas, o seu significado, a

autonomia e o feedback para os trabalhadores (HAAK, 2000).

Para a consecução dos objetivos em UAN conta-se com um coletivo de

trabalho com características próprias relativas ao ofício específico, trabalhando em

sistema de cooperação. No entanto, a realidade vivenciada dentro deste setor

colabora para a separação entre o conhecimento adquirido na vivência do

trabalhador e o exigido no desenvolvimento de suas tarefas, alienando o mesmo de

sua capacidade de criar, analisar, tomar decisões, produzir saberes em sua relação

com o trabalho e com os demais trabalhadores. Tal separação contribui para que o

trabalhador não tenha claro o valor de seu ofício e o quanto este está influenciando

em sua saúde (COLARES, 2005).

Uma UAN objetiva ainda, satisfazer o comensal em relação aos serviços

oferecidos os quais englobam o ambiente físico, as condições de higiene das

instalações, os equipamentos disponíveis, o contato pessoal entre operadores da

unidade e comensais nos mais diversos momentos e a preservação da saúde dos

operadores (PROENÇA, 1997).

O sucesso de qualquer UAN, tanto com serviço próprio como terceirizado,

depende do princípio da totalidade e da variabilidade, pois todas as partes - mão de

obra, métodos de trabalho, material e máquina - precisam estar operando de forma

interdependente e voltadas para um mesmo objetivo, embora cada parte tenha a

possibilidade de variar e assim afetar todo o sistema. Portanto, a UAN é vista como

um sistema de alimentação que mantém relações com o ambiente de diferentes

formas (LANZILLOTTI, 1996).

A organização do trabalho pode ser definida preliminarmente como a forma de

conceber os conteúdos das tarefas, bem como a sua divisão entre os trabalhadores.

A forma pela qual se articulam o processo de trabalho e a administração do mesmo

é fundamental, não apenas para a produção, mas também para a saúde dos

trabalhadores. A cultura organizacional é um conjunto de valores, expressos em

elementos simbólicos e em práticas organizacionais, que em sua capacidade de

ordenar, atribuir significações e construir a identidade organizacional, tanto agem

como elementos de comunicação e consenso, como expressam e instrumentalizam

relações de dominação (COLARES, 2005).

Apesar de avanços tecnológicos em relação à matéria-prima, aos métodos de

trabalho e aos equipamentos, o processo produtivo em alimentação coletiva adotou

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e foi adotado, até hoje, pelo modelo taylorista/fordista, visto que as plantas físicas

das cozinhas são projetadas segundo o “princípio da marcha avante”, que simula o

movimento de uma esteira (figura 1). Os gêneros alimentícios são recebidos em uma

área destinada à inspeção e ao controle (recepção), onde são verificados aspectos

de qualidade sensorial e quantitativo de peso; estocados em locais apropriados

conforme seu grau de perecibilidade (estocagem a frio ou a seco); levados para

áreas compartimentadas chamadas de pré-preparo (carne, hortifrutigranjeiros,

cereais e leguminosas), onde são separadas as partes comestíveis das não-

comestiveis, sendo as primeiras submetidas a diferentes tipos de corte, segundo às

exigências culinárias e ao planejamento prévio do cardápio; em seguida, os

alimentos são empurrados para as áreas de cocção, e, logo após, acondicionados

em recipientes próprios, para então seguirem até o local de distribuição, onde os

comensais são atendidos (LANZILLOTTI, 2000).

As atividades em UANs são planejadas de forma que não haja retrocessos,

seguindo um caminho lógico o qual se inicia com a entrega da matéria-prima

(alimentos) que será necessária para a transformação em refeições previamente

planejadas, tendo a devida atenção para que haja distinção entre o circuito

contaminante (dejetos, e utensílios sujos), o circuito limpo (alimentos preparados e

utensílios limpos) e os circuitos de operadores e clientes, a fim de evitar cruzamento

entre eles, prevenindo a contaminação cruzada, que pode ocorrer pelo contato do

alimento já preparado e em boas condições sanitárias com o alimento ainda em

preparo, que, eventualmente, pode estar contaminado por microrganismos

patogênicos (PROENÇA, 1997).

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Figura 1 - Princípio da marcha avante

Fonte: (http://www.eps.ufsc.br/teses96/proenca/figuras/fig4_25.gif).

O processo de trabalho não se restringe aos elementos mais concretos como

posto e local, objeto de trabalho, matéria-prima, produto, ferramenta, máquina e

instrumento. Acrescentam-se aí as possibilidades que o trabalhador tem de se

identificar ou não com o produto, de reconhecê-lo como seu, de saber que se torna

um pouco mais eterno através de cada coisa que faz. É preciso entender o

significado do gesto para o capital, para a elaboração do produto específico e para o

trabalhador. Faz-se necessário, portanto, que as pesquisas científicas transponham

o limite da quantidade à qualidade, dando significado às expressões numéricas

obtidas pelos instrumentos de coleta de dados (COLARES, 2005).

A realidade das UANs mostra uma grande preocupação com o produto, pois

nela se ressalta a necessidade de cuidados especiais com a higiene e desinfecção

no recebimento da matéria-prima, no armazenamento, na manipulação e

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conservação dos alimento, visando à manutenção da qualidade final da refeição

servida; porém, há grande dificuldade das unidades estarem em consonância com a

legislação no que diz respeito a exames admissionais, periódicos e demissionais dos

operadores (COLARES; FREITAS, 2007).

Santana (2002), ao estudar a produtividade em uma UAN, considerou que a

baixa produtividade encontrada está relacionada aos aspectos técnicos e

organizacionais, como: equipamentos e instalações físicas obsoletas; falta de

conhecimento e técnica; pouca utilização da habilidade ou do talento do operador e

baixo estado moral do empregado, além de uma organização com características

tayloristas, em que há um grupo de pessoas que planejam as atividades para outras

executarem, gerando grande perda de conhecimento destas.

3.2 Acidentes de trabalho em UANs

No Brasil, acontecem mais de 400 mil acidentes de trabalho por ano, sendo

quase 3.800 fatais. Além disso, ocorrem cerca de 28 mil casos de doenças

ocupacionais, ressaltando que esses números são muito subestimados. Calcula-se

que 80% dos acidentes e doenças profissionais no mercado de trabalho formal,

especialmente os de menor gravidade, não são notificados. Além disso, 57% da

força de trabalho no Brasil trabalham na informalidade, sem registro em carteira de

trabalho, sem vínculo com a seguridade social e, portanto, fora do sistema de

notificação (TOSTES, 2003).

Conforme define Nepomuceno (2004), acidente de trabalho é qualquer fator ou

acontecimento, que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo

exercício do trabalho de segurados, provocando lesão corporal como cortes,

queimaduras e outros, ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou

ainda a redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. Inclui

nesses casos também a chamada doença profissional.

Segurança e saúde são imprescindíveis quando o propósito é manter o

ambiente hígido e produtivo. Tais questões estão diretamente ligadas à valorização

do elemento humano como primordial para sucesso de qualquer organização

(TOSTES, 2003).

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Quando o empregado ingressa em uma organização, há uma dupla

expectativa: ele assume a responsabilidade de respeitar suas normas, valores e

cultura, além de se dispor a desempenhar atividades relacionadas ao cargo que

ocupa. Em contrapartida, a empresa o retribui pelo trabalho realizado. Desta

maneira, uma relação de troca é estabelecida (GARCIA; SILVA, 2009).

O ambiente de trabalho, abrangendo aspectos físicos, psicossociais e

organizacionais, age tanto direta quanto indiretamente sobre a saúde do trabalhador:

diretamente ao provocar ou impedir danos ao trabalhador, isto é, interferir sobre o

seu estado de saúde; indiretamente ao influenciar a capacidade do trabalhador de

lidar efetivamente com as demandas e desafios das atividades laborais, cuidarem de

sua saúde e manter os seus recursos pessoais. Um ambiente de trabalho seguro e

saudável protege os trabalhadores de ameaças à sua saúde e ao mesmo tempo

amplia a capacidade para o trabalho e a produtividade (REINHARDT; FISCHER,

2009).

Observa-se frequentemente nas UANs, uma maior exigência de produtividade

em tempo limitado, porém, muitas vezes, as condições de trabalho são inadequadas,

com problemas ambientais na ergonomia das áreas operacionais ou até mesmo no

desempenho das tarefas. Essas condições acabam levando à insatisfação e

cansaço excessivo, queda na produtividade, problemas de saúde e acidentes de

trabalho (BARBOSA; ALMEIDA, 2008).

Acidente de trabalho, segundo a Lei 8213, de 24 de julho de 1991 da

Previdência Social, é o que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa ou

pelo exercício do trabalho de segurados, provocando lesão corporal ou perturbação

funcional que cause a morte ou a perda ou ainda redução permanente ou temporária

da capacidade para o trabalho. Inclui nesses casos também a chamada doença

profissional.

Os funcionários de uma UAN estão sujeitos a acidentes de trabalho

decorrentes de agentes ambientais presentes na rotina das unidades, cabendo ao

empregador informar aos empregados sobre os procedimentos que deverão ser

adotados na empresa para evitar tais acidentes. Deve também informar quais as

medidas que devem ser tomadas caso ocorra algum acidente de trabalho ou

profissional (NEPOMUCENO, 2004).

Vive-se em um mundo em que, a cada dia, são crescentes as descobertas e

inovações tecnológicas, a disseminação de informações sobre formas de prevenção

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de acidentes e doenças de trabalho se torna decisiva para que a qualidade de vida

seja valorizada. O trabalho educativo dentro das empresas permite que haja cada

vez mais trabalhadores e empresários conscientes da importância da Saúde e

Segurança no Trabalho (TOSTES, 2003).

Nas unidades de alimentação e nutrição o trabalho tem sido caracterizado por

movimentos repetitivos, levantamento de peso excessivo e permanência por

períodos prolongados na postura de pé. Além disso, sofre a pressão temporal da

produção, a qual necessita ajustar-se aos horários de distribuição das refeições,

condicionando e/ou modificando constantemente o modo operatório dos operadores,

a fim de atender a demanda (MONTEIRO e col., 1997).

As UANs apresentam riscos consideráveis de acidentes, em decorrência do

intenso movimento, aliado, em geral, à inexperiência pessoal e a um ambiente

dotado de grande variedade de equipamentos elétricos. Está amplamente

demonstrando que os acidentes em uma UAN têm uma causa e podem ser

prevenidos. As causas gerais são: as condições inseguras, equipamento defeituoso,

falta de protetores, iluminação e ventilação inadequada, falta de Equipamentos de

Proteção Individual (EPIs) adequados, além de atos inseguros, negligentes, excesso

de segurança, confiança, falta de supervisão, falta de cooperação e indiferença à

segurança (CONCEIÇÃO; CAVALCANTI, 2001).

As deficiências de planejamento na concepção das UANs, conjugadas à falta

de treinamento de pessoal, ao excesso de atividades, a problemas de manutenção e

a despreocupação com a modernização dos equipamentos, acabam ocasionando ou

agravando os problemas de saúde de operador e, até mesmo, causando acidentes

de trabalho (TOSTES, 2003).

Foram analisados os riscos de acidentes em diversos setores de 32 UANs da

grande São Paulo e do Vale do Paraíba, onde foram verificadas condições inseguras

relativas ao processo operacional como máquinas desprotegidas, pisos

escorregadios, instalações inadequadas, entre outros riscos de operação; e ao

ambiente - como ruído, calor intenso, iluminação deficiente e umidade elevada,

capazes de afetar a saúde, a segurança e a qualidade de vida dos trabalhadores

(BARBOSA; ALMEIDA, 2008).

Em estudo realizado em restaurantes da grande São Paulo, entre os anos de

1988 e 1998, a partir de 530 Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs), foi

constatado que 57,5% dos acidentes ocorreram na cozinha. As principais categorias

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de acidentes foram queimaduras (45,8%), seguidas por lesões osteomusculares

(40,6%), e outras (13,5%). Em relação ao objeto causador, as CATs mostraram que

177 acidentes foram devidos à exposição do calor: objetos e óleos quentes

(CHAMMA e col., 1999).

Nesse sentido, a preocupação com a saúde do operador de UAN começa a

surgir no setor de alimentação coletiva, na medida da conscientização de que as

condições de trabalho e saúde estão diretamente relacionadas com a performance e

a produtividade (BARBOSA; ALMEIDA, 2008).

Como as refeições devem ser consumidas no mesmo dia em que são

produzidas, observa-se uma grande pressão temporal das atividades, principalmente

nos horários que antecedem a distribuição. Quanto ao ritmo de trabalho neste

processo é considerado bastante intenso. Esse é determinado, principalmente, pelas

limitações temporais de manipulação de alimentos e atendimento da clientela

(LOURENÇO; MENEZES, 2008).

Assim devem-se compreender as formas de proteção a saúde dos

trabalhadores e as medidas preventivas de segurança no trabalho, os critérios de

segurança e de higiene são essenciais para a prevenção. Desse modo, também

deve se priorizar os treinamentos para mostrar e enfatizar a importância dos

equipamentos de proteção.

A Medicina do Trabalho compreende o estudo das formas de proteção à saúde

do trabalhador, enquanto no exercício do trabalho, indicando medidas preventivas

(Higiene do Trabalho) e remediando os efeitos através da medicina do trabalho

propriamente dita (CONCEIÇÃO; CAVALCANTI, 2001).

Quando se discute sobre condições de trabalho e meio ambiente, trata-se de

saúde individual e coletiva. A compreensão dos mecanismos e o tratamento dado

aos impactos causados sobre eles devem ser estendidos às famílias e,

inegavelmente, às gerações futuras (TOSTES, 2003).

O atendimento a critérios de segurança e de higiene é fundamental para a

prevenção de acidentes do trabalho, constituindo-se o seu uso uma obrigação do

empregado e o seu fornecimento, um dever do empregador. Nesse sentido, o

empresariado deve ser conscientizado de que a prevenção, levando-se em conta

todos os fatores e conseqüências negativas do acidente do trabalho, é antes de

tudo, um investimento e não uma despesa (CONCEIÇÃO; CAVALCANTI, 2001).

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As doenças do trabalho, ou doenças ocupacionais/profissionais, são aquelas

decorrentes da exposição dos trabalhadores aos riscos ambientais, ergonômicos ou

de acidentes. Elas se caracterizam quando se estabelece o nexo causal entre os

danos observados na saúde do trabalhador e a exposição a determinados riscos

ocupacionais (CONCEIÇÃO & CAVALCANTI, 2001).

Quando mal conduzida, a prevenção de acidentes e doenças pode se tornar

excessivamente reducionista e centralizada nos desvios da situação normal,

expressos como doenças relacionadas ao trabalho, incidentes e acidentes. Nesse

caso, o contexto dos desvios é ignorado e se focaliza apenas o instante de sua

ocorrência e as circunstâncias imediatas, levando à concepção de que ele é um

evento simples, com uma ou poucas causas encadeadas de modo linear e

determinístico. Prevalece a idéia de que os desvios decorrem de falhas dos

trabalhadores ou de desrespeito à norma ou prescrição de segurança, com a

conseqüente responsabilização desses mesmos trabalhadores por seu agravo ou

doença (REINHARDT; FISCHER, 2009).

No artigo 157 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) são estabelecidas

as competências da empresa e no artigo 158 às atribuições aos trabalhadores no

que se refere à prevenção de acidentes de trabalho, que devem ser seguidas em

todas as esferas de trabalho no Brasil.

Desta forma, o trabalho em UANs tem sido caracterizado por movimentos

repetitivos, levantamento de peso excessivo e permanência por períodos

prolongados na postura em pé. Além disso, sofre a pressão temporal da produção, a

qual necessita ajustar-se aos horários de distribuição das refeições, condicionando

e/ou modificando constantemente o modo operatório dos operadores, a fim de

atender a demanda (MONTEIRO et al., 1997).

De acordo com o artigo n°198 e n°199 da CLT, o empr egado pode movimentar

sozinho no máximo 60 quilogramas, assim prevenindo vários riscos a saúde desse

empregado. E a lei também obriga a colocação de assentos que assegurem a

postura correta dos trabalhadores, evitando posições incômodas ou forçada, sempre

que a tarefa do trabalhador exija ficar sentado. E quando o trabalho é feito em pé, os

empregados devem ter a sua disposição assentos para serem utilizados nas pausas

que o serviço permitir.

Atribuir a causa do acidente a uma ação do trabalhador ou à natureza

intrínseca do trabalho pode impedir ou dificultar uma investigação mais aprofundada

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dos fatores, das situações e do contexto que levam ao acidente e,

conseqüentemente, o desenvolvimento de estratégias para impedir ou minimizar

essas ocorrências. Uma forma de evitar essa situação é não restringir as ações de

vigilância somente à vigilância médica, voltada para o monitoramento de doenças, o

atendimento clínico e o acompanhamento de trabalhadores expostos, isto é,

baseada em eventos já ocorridos. Essa vigilância deve, pelo contrário,

continuamente identificar e detectar as mudanças nos vários determinantes da

saúde dos trabalhadores seja eles individuais, ambientais, psicossociais ou

organizacionais, de maneira a propor recomendações de prevenção e controle

desses determinantes antes que ocasionem prejuízos à saúde dos trabalhadores

(REINHARDT; FISCHER, 2009).

A qualidade do espaço de trabalho também compreende a dimensão para se

tornar um ambiente aprazível, seguro e equipado para seu bom funcionamento. O

espaço deve tolerar vários modos de utilização e exploração, sendo ajustável de

modo que seja apropriado ao trabalhador.

Para evitar acidentes de trabalho e doenças profissionais, é necessário um

conjunto de medidas técnicas, educativas, médicas e psicológicas, empregadas para

preveni-los, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer instruindo ou

convencendo de práticas preventivas (BARBOSA; ALMEIDA, 2008).

Também se tem acidentes com produtos químicos, que de acordo com a

definição pela Portaria NR 25, são substâncias, compostos ou produtos que possam

penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas,

neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza de atividade de exposição,

possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pelo ou por

ingestão.

Nas UANs os funcionários estão em contato com os produtos químicos durante

as operações de limpeza e desinfecção do ambiente, seja de piso, paredes, pias e

bancadas. Durante esse processo ocorre a liberação de vapores de produtos

químicos como sabão em pó, detergentes, desinfetantes, etc. Existe ainda, o risco

do contato epidérmico com esses produtos (TOSTES, 2003).

O uso de equipamentos de proteção como óculos com armação de borracha e

vedação completa, máscara facial filtro, luvas de borracha, botas de borracha

auxiliam na proteção contra a contaminação, evitando que entrem em contato com o

organismo dos funcionários ao manipular os produtos (NEPOMUCENO, 2004).

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Em uma UAN os riscos mecânicos que geram acidentes freqüentemente,

envolvem cortes de membros superiores com objetos cortantes (facas, moedores de

carne, etc.), choque elétrico em fios mal encapados, acidentes causado devido ao

uso de equipamentos defeituosos ou estragados, e acidentes devido à falta do uso

de equipamentos de proteção (NEPOMUCENO, 2004).

Já o ruído afeta o homem simultaneamente nos planos físico, psicológico e

social. Diversos estudos estão sendo conduzidos para determinar adequadamente a

ação do ruído sobre outros sistemas além do auditivo. A literatura especializada

registra alterações gastrointestinais (hipermotilidade e hipersecreção

gastroduodenal), na visão (dilata a pupila), cardiocirculatórias (vasoconstrição e

hipertensão arterial), neuropsíquicas (ansiedade, irritação) e alterações na

habilidade (redução do rendimento, aumento do número de erros e da possibilidade

de acidentes). A isso tudo se acrescenta as constantes dificuldades introduzidas na

comunicação entre pessoas provocadas por ruídos oriundos das mais diversas

fontes (TOSTES, 2003).

Na UAN, a produção de ruído é constante devido às máquinas, à água, ao

vapor, ao choque de utensílios e ressonância de superfícies metálicas, ao sistema

de exaustão e, também, devido ao diálogo entre os operadores (TOSTES, 2003).

Existe dificuldade em manter os níveis de ruídos adequados em UANs, em

virtude da natureza das operações e equipamentos necessários. Recomenda-se

análise quantitativa do ruído em cada local de trabalho dentro de uma UAN, para se

determinar os níveis de pressão sonora em que estão sujeitos os funcionários da

unidade (TOSTES, 2003).

Segundo a Associação Brasileira de Refeições Coletivas (ABERC), o conforto

térmico em uma UAN pode ser assegurado por abertura de paredes que permitam a

circulação natural do ar, com área equivalente a 1/10 da área do piso. Caso isso não

seja possível o ideal é recorrer a meios artificiais como exaustores. A temperatura

compatível ao desenvolvimento do trabalho é de 22° a 26°C, com umidade relativa

de 50 a 60%.

O ambiente de trabalho nas UANs costuma ser, na grande maioria das vezes,

bastante quente e úmido, pelo desprendimento de calor e vapores no processo

produtivo de elaboração de refeições, bem como os equipamentos de higienização

de materiais (TOSTES, 2003).

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O ambiente térmico em uma UAN merece atenção especial, devido à presença

de grande número de equipamentos geradores de calor e umidade (fogões, fornos,

fritadeiras, caldeirões a vapor, máquina de lavar pratos), os quais funcionando ao

mesmo tempo em ambientes interligados dificultam a manutenção de uma

temperatura agradável (SANTANA, 1996).

Em uma UAN além dos trabalhadores estarem sujeitos ao calor proveniente

dos equipamentos existentes, estão também sujeitos ao frio proveniente da câmara

de resfriamento, câmara frigorífica e freezers localizados na área de produção

(TOSTES, 2003).

Para minimizar os efeitos da temperatura para os funcionários de uma UAN

algumas medidas de controle devem ser adotadas, como: manter o exaustor ligado

durante o funcionamento do fogão industrial; manter as portas dos fundos e as

janelas sempre abertas, garantindo assim a ventilação natural; manutenção

constante do sistema de desligamento automático ao abrir a câmara frigorífica;

utilização de EPI como luvas térmicas para retirada de alimentos dos fornos e do

fogão, casaco térmico ao entrar na câmara frigorífica. Além dessas medidas deve

ser adotados ciclos de trabalho para funcionários expostos diretamente ao calor,

onde alterem funções realizando outras atividades sem contato direto com a

temperatura elevada (TOSTES, 2003).

Para evitar os acidentes de trabalho na produção de alimentos, é importante

aplicar treinamentos referentes à segurança no trabalho, buscando com isso

conscientizar e capacitar os funcionários para que possam reconhecer as

possibilidades de risco e assim atuar como colaboradores para a segurança do

ambiente (NEPOMUCENO, 2004).

Frente aos acidentes, muitas vezes são oferecidos cursos ou treinamentos

para os trabalhadores, no intuito de obter maior adesão às medidas de prevenção.

Paradoxalmente, porém, essas ações podem não aumentar a adesão de forma

expressiva. Não que tais informações ou treinamentos sejam desnecessários, ao

contrário, são determinantes para a adesão dos trabalhadores às medidas de

prevenção. Porém, se observa que o mero conhecimento das medidas de prevenção

e a formação centrada em aspectos técnicos pode não corresponder a uma maior

adesão, na prática, a essas medidas, sendo que o gerenciamento dos riscos ligados

a perfuro-cortantes requer a combinação de diferentes estratégias de intervenção,

incluindo o uso de dispositivos de segurança (REINHARDT; FISCHER, 2009).

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Para aumentar a adesão, há sugestões na literatura de que esses cursos e

treinamentos deveriam ser periódicos, dirigidos às necessidades específicas de um

grupo ou departamento e elaborados de modo a obter uma mudança permanente na

prática cotidiana de trabalho, que inclua a valorização e a integração efetiva das

medidas de prevenção. Além da conscientização e da educação permanente dos

trabalhadores, também é necessário proporcionar oportunidades para reflexão,

discussões críticas e atualizações e condições materiais e ambientais para um

trabalho seguro, controlando as situações que interferem com a adesão, como a

carga de trabalho, a percepção do risco envolvido e a disponibilidade de

equipamentos e vestimentas de proteção e tempo para a execução das atividades

(REINHARDT; FISCHER, 2009).

Por fim, para que os programas de prevenção de acidentes e doenças sejam

mais efetivos, as evidências sugerem que a organização deve estar realmente

comprometida com a segurança e a saúde de seus trabalhadores e que esse

compromisso deve ser visível e permear as tomadas de decisão gerenciais e as

normas, expectativas, práticas, políticas e os procedimentos de segurança

existentes. Em outras palavras, os programas de prevenção de acidentes e doenças

devem ser considerados como integrantes da gestão dos serviços de saúde, e não

como programas à parte, isolados dessa gestão (REINHARDT; FISCHER, 2009).

A empresa que melhor protege o trabalhador não é aquela que lhe oferece

melhores meios de proteção e sim aquela que menos o expõe a riscos ou que

menos oferece possibilidades de danos à sua saúde e integridade (TOSTES, 2003).

3.3 Equipamentos de proteção

Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) são dispositivos utilizados no

ambiente laboral com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos inerentes

aos processos (TOSTES, 2003).

Normalmente, os EPC envolvem facilidades para os processos industriais

colaborando no aumento de produtividade e minimizando os efeitos de perdas em

função de melhorias nos ambientes de trabalho. Os EPC podem ser equipamentos

simples, como corrimão de escadas até sistemas sofisticados de detecção de gases

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dentro de uma planta química. Uma das maiores vantagens que o EPC possui frente

a outros sistemas de proteção é que além de proteger a coletividade, não provoca

desconforto aos trabalhadores, pois os EPC são instalados no ambiente e não nas

pessoas (TOSTES, 2003).

Os equipamentos de proteção coletiva não prejudicam a eficiência do trabalho

quando adequadamente escolhidos e instalados. Os EPC devem ser do tipo

adequado em relação ao risco que irão neutralizar; depender o mínimo possível da

atuação do homem para atender suas finalidades; ser resistente à agressividade de

impactos, corrosão, desgastes a que estiverem sujeitos; permitir facilidade de

limpeza, lubrificação e manutenção; não criar outros tipos de riscos, principalmente

mecânicos como obstrução de passagens e formação de cantos vivos (TOSTES,

2003).

Os equipamentos de proteção individual, usualmente identificados pela sigla

EPIs, formam, em conjunto, um recurso amplamente empregado para a segurança

do trabalhador no exercício de suas funções. Têm grande responsabilidade na

prevenção da incolumidade do trabalhador contra diversos riscos oferecidos pelo

ambiente de trabalho (NEPOMUCENO, 2004).

Um dos meios para reduzir os acidentes de trabalho e prevenir doenças

profissionais, é o uso de EPIs. O EPI é todo dispositivo de uso individual destinado a

proteger a integridade física do trabalhador (BARBOSA; ALMEIDA, 2008).

Os EPIs não evitam acidentes, eles servem para impedir lesões e minimizar

suas gravidades, além de proteger o corpo e organismo contra substâncias químicas

que possam causar doenças. As empresas têm obrigação de fornecer materiais de

proteção de qualidade e confiabilidade, desse modo, devem ter um controle rígido

sobre a origem, a guarda e conservação dos seus EPIs (TOSTES, 2003).

Segundo a Portaria do Ministério do Trabalho a NR-6, A empresa é obrigada a

fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado

de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: sempre que as

medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de

acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; enquanto as

medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e, para atender a

situações de emergência.

De acordo com a Portaria NR-6, cabe ao empregador quanto ao EPI: adquirir o

adequado ao risco de cada atividade; exigir seu uso; fornecer ao trabalhador

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somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e

saúde no trabalho; orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado guarda e

conservação; substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, comunicar ao

Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) qualquer irregularidade observada.

Também a Portaria NR-6, fala que cabe ao empregado quanto ao EPI: usar,

utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; responsabilizar-se pela

guarda e conservação; comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne

impróprio para uso; e cumprir as determinações do empregador sobre o uso

adequado.

Os trabalhadores são encarregados de comunicar ao empregador quando

ocorrer qualquer alteração com o equipamento de proteção individual que o torne

impróprio para uso (NEPOMUCENO, 2004).

Em uma UAN, os EPIs usados são: botas de borracha (para os membros

inferiores) (Figura 2); luvas de malha de aço e de flanela ou de feltro (Figura 3);

óculos contra gases e vapores (para membros superiores) (Figura 4); aventais de

borracha (impermeável) (Figura 5) e casaco térmico (para o tronco) (Figura 6)

(NEPOMUCENO, 2004).

Figura 2 - Botas de borracha Fonte (http://www.andef.com.br/epi/).

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Figura 3 - Luvas Fonte (http://www.andef.com.br/epi/).

Figura 4 - Óculos Fonte (http://www.andef.com.br/epi/).

Figura 5 - Aventais Fonte (http://www.andef.com.br/epi/).

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Figura 6 - Casaco térmico Fonte (http://www.andef.com.br/epi/).

Os “hábitos de segurança”, sejam eles bons ou maus, podem ser interpretados

como certo comportamento adquirido, um padrão de ações realizadas de

determinada maneira que respeite uma ordem lógica de realização. Uma vez

adquirido um hábito para realizar uma tarefa ele se repetirá o tempo todo sem que

se pare para pensar seus detalhes. Um hábito adquirido e praticado repetidamente

fica profundamente enraizado. Uma vez que esse hábito foi adquirido, praticado e

enraizado é extremamente difícil mudá-lo. Quando se trata de bons hábitos isso é

positivo, e negativo para os maus hábitos. (PIZZA, 2001).

Nesse caso, os treinamentos são muito importantes, apresentando um papel

complementar nas medidas preventivas dos acidentes de trabalho, pois na grande

maioria das vezes os funcionários não sabem utilizar corretamente os EPIs e

também não sabem em que determinadas funções precisam utilizá-los. Os

treinamentos devem ensiná-los de forma correta, serem práticos e com supervisão e

correção imediata. Também deve ser realizada supervisão constante da utilização

dos EPIs, e a cobrança do seu uso durante o trabalho, para que isso vire um hábito

para os funcionários, que seja automática essa utilização durante a realização das

tarefas (TOSTES, 2003).

O treinamento deve ser desenvolvido e aplicado corretamente, com atividades

práticas supervisionadas e com correção imediata, de forma a evitar erros e riscos.

Tão importante quanto o treinamento de capacitação é o treinamento de reciclagem,

que tem a intenção de relembrar e fixar na memória a cultura dos hábitos de

segurança (NEPOMUCENO, 2004).

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Segundo Nepomuceno (2004), o treinamento é um processo que pode

desenvolver a aptidão no emprego de métodos seguros de trabalho e na aplicação

de práticas seguras durante o desempenho das tarefas.

A Norma Regulamentadora NR-26 tem por objetivo fixar as cores que devem

ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os

equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações

empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases e advertindo contra

riscos. As cores deverão ser adotadas para segurança em estabelecimentos ou

locais de trabalho, a fim de indicar e advertir dos riscos existentes. Sendo as

seguintes cores adotadas:

a) vermelho: deverá ser usada para distinguir e indicar equipamentos e

aparelhos de proteção e combate a incêndio;

b) amarelo: para indicar “cuidado”, com corrimãos, parapeitos, pisos e partes

inferiores de escadas que apresentem riscos;

c) branco: deverá ser utilizado em áreas em torno dos equipamentos de

socorro de urgências de combate a incêndio ou outros equipamentos de

urgência;

d) preto: empregado para indicar canalizações de inflamáveis e combustíveis

de alta viscosidade;

e) azul: para indicar “cuidado”, ficando seu emprego limitado a aviso contra o

uso e movimentação de equipamentos que deverão permanecer fora do

serviço;

f) verde: é a cor que caracteriza “segurança”, como chuveiros de segurança,

dispositivos de segurança;

g) laranja: para identificar canalizações contendo ácidos, partes móveis de

equipamentos, partes internas de caixas protetoras, e outros;

h) púrpura: utilizada para indicar perigos provenientes das radiações

eletromagnéticas penetrantes de partículas nucleares;

i) lilás: indica canalizações que contenham álcalis;

j) cinza: cinza claro, canalizações em vácuo e cinza escuro, eletrodutos;

k) alumínio: canalizações contendo gases liquefeitos, inflamáveis e

combustíveis de baixa viscosidade;

l) marrom: utilizada para identificar qualquer fluído não identificável pelas

demais cores.

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3.4 Ergonomia

A ergonomia desenvolveu-se durante a Segunda Guerra Mundial, quando pela

primeira vez houve uma configuração sistemática de esforços entre a tecnologia e as

ciências humanas. Fisiologistas, psicólogos, antropólogos, médicos e engenheiros

trabalharam juntos para resolver problemas causados pela operação de

equipamentos militares complexos (CRUZ, 2003).

A palavra ergonomia pode ser definida como a ciência da configuração de

trabalho adaptada ao homem, cujo alvo é o desenvolvimento de base científica para

a adequação das condições de trabalho às capacidades e realidades da pessoa que

trabalha. Surgiu da necessidade de se responder às insatisfatórias situações de

trabalho (COLARES, 2005).

Portanto, preocupa-se a ergonomia não somente com as condições físicas do

trabalho, mas também, com a sua organização. A ergonomia busca examinar o

conteúdo das tarefas, os ritmos impostos aos trabalhadores, a divisão do trabalho,

as relações de poder, as relações interpessoais, fatores estes que convergem para a

desmotivação e insatisfação dos trabalhadores, no exercício de sua profissão

(COLARES, 2005).

Os objetivos práticos da ergonomia são a segurança, satisfação e bem estar

dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos (LIDA, 1990).

O estudo da ergonomia centrada na atividade surgiu da necessidade da

compreensão da variabilidade dos processos de trabalho, ou seja, as atividades de

trabalho são diferentes a cada novo sistema de produção ou elaboração de um novo

produto. Isso quer dizer que não basta que uma tarefa seja bem descrita, segundo o

planejado sem ser analisada a atividade de trabalho. Outra preocupação que

impulsionou o estudo da ergonomia da atividade humana foi a saúde do trabalhador

(COLARES, 2005).

A ergonomia é distinta entre ergonomia de correção e de concepção. A

ergonomia de correção procura melhorar as condições de trabalho existentes e,

freqüentemente, é parcial e de eficácia limitada. A ergonomia de concepção tende a

introduzir os conhecimentos sobre o homem desde a fase inicial do projeto, do

instrumento, da máquina ou dos sistemas de produção (TOSTES, 2003).

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A ergonomia de concepção – ocorre quando a contribuição se faz durante a

fase inicial de projeto do produto, da máquina ou do ambiente. Ergonomia de

Correção – é aplicada em situações reais, já existentes, para resolver problemas que

se refletem na segurança, na fadiga excessiva, em doenças do trabalhador ou na

quantidade e qualidade da produção (MENTE, 2005).

Como a realidade atual é muito distante de se ter uma Ergonomia de

Concepção o que se busca nas empresas é uma Ergonomia intermediária as duas,

onde se espera melhorar o posto de trabalho antes de acontecerem problemas;

porém, em postos já existentes (MENTE, 2005).

Os benefícios da ergonomia são representados pelos bens e serviços

produzidos. No caso de uma mudança de proposta de produção, devem ser

estimados os aumentos de produtividade e de qualidade, a redução dos

desperdícios, as economias de energia, mão de obra, manutenção, e assim por

diante. Existem outros benefícios de mais difícil mensuração, como redução das

faltas de trabalhadores devido a acidentes e doenças ocupacionais. Finalmente,

existem os benefícios chamados de intangíveis, que não podem ser calculados

objetivamente, mas apenas estimados, nem por isso menos importantes, como a

satisfação do trabalhador, o conforto, a redução da rotatividade e o aumento da

motivação e da moral dos trabalhadores (LIDA, 1990).

A finalidade da intervenção ergonômica é transformar a situação de trabalho e

permitir o melhor conhecimento sobre a atividade real do trabalhador. Detectando-se

os pontos de desequilíbrio entre o homem e seu posto de trabalho, torna-se possível

o perfeito questionamento das relações saúde/trabalho, principalmente, de suas

conseqüências negativas, como acidente de trabalho, doenças profissionais e do

trabalho, fadiga industrial, psicopatologia do trabalho, possibilitando também

questionar as exigências da produção quanto à quantidade e qualidade (TOSTES,

2003).

Os processos de transformação da atividade profissional e o desenvolvimento

dos conhecimentos ergonômicos são baseados em, uma intervenção no local de

trabalho, denominada Análise Ergonômica de Trabalho (AET). As etapas deste

método envolvem a análise da demanda, análise da tarefa e análise da atividade

que subsidiarão um diagnóstico e recomendações para melhoria da situação em

questão (TOSTES, 2003).

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A análise do trabalho tem como objetivo produzir dados que permitam reduzir a

distância entre as concepções formulados do trabalho (as prescrições, as regras, os

procedimentos oficiais e explícitos) e a atividade real do operador (os aspectos

informais, implícitos, imprevistos das condutas de trabalho). Esta distância é a fonte

essencial dos disfuncionamentos do sistema de produção. A análise ergonômica

procura fazer uma análise da atividade, tendo como pressuposto que a atividade,

aquilo que o trabalhador faz concretamente, é o elo entre eles e as formas próprias

da organização (ARAÚJO, 2003).

Cruz (2003) relata que a AET procura quantificar a carga de trabalho de um

indivíduo em uma determinada situação ocupacional. Três elementos caracterizam

ou determinam a carga de trabalho: a tarefa ou missão a ser cumprida; as condições

de execução da tarefa (técnicas, econômicas, sociais, organizacionais e ambientais),

e as características do homem que interferem na sua atividade.

O diagnóstico de uma situação de trabalho é um produto essencial de uma

análise ergonômica. Esta é orientada pelos elementos identificados na análise da

demanda, no funcionamento da empresa, na síntese dos resultados das

observações e medidas, e nas explicações fornecidas pelos empregados. Permitindo

assim, a transformação da situação de trabalho (TOSTES, 2003).

Após o diagnóstico da situação de trabalho na UAN, as áreas ou setores que a

compõem devem ser planejados seguindo uma linha racional de produção,

obedecendo a um fluxo coerente, de modo a evitar cruzamentos indesejáveis,

retrocessos e até mesmo acidentes de trabalho, que comprometem a produção das

refeições ou a saúde dos trabalhadores (ABERC).

Segundo Alexandre (2007), estas são orientações em relação à postura e

movimentos:

a) proporcionar variação de posições e atividades;

b) observar a altura da bancada de trabalho, de acordo com o tamanho do

trabalhador e o tipo de serviço, executado (bancadas para preparar

medicações, medir crianças, coletar sangue);

c) manter altura de bancada ajustável, quando utilizada por diferentes

pessoas (camas, macas);

d) manter espaço suficiente para os membros inferiores;

e) colocar os pés alternadamente em um banquinho ao ter que trabalhar em

pé por tempo prolongado;

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f) evitar a inclinação do tronco mantendo os membros inferiores esticados

(ex. ao retirar material esterilizado de armário);

g) evitar alcances excessivos;

h) evitar o alongamento excessivo da coluna vertebral;

i) armazenar objetos pesados dentro de uma amplitude de alturas próximas à

cintura e os objetos leves em qualquer altura situada entre o joelho e o

ombro (caixa de instrumental, monitores, roupas, soros, etc);

j) colocar materiais em um nível que nunca ultrapasse a altura da cabeça;

k) Utilizar uma escadinha ao retirar objetos de partes altas de estantes já

construídas (ex. pegar soros em armários).

A Ergonomia evidencia a distância entre o trabalho prescrito e o real,

mostrando que para os trabalhadores, especialmente aqueles pertencentes às

UAN’s, as condicionantes físico-ambientais e organizacionais muitas vezes exigem

uma representação mental diferenciada a cada dia (novas preparações,

imprevisibilidade, novas pressões temporais, etc.) nem sempre previstas na fase do

planejamento no sentido de melhorar a produtividade (LOURENÇO et al., 2006).

A ergonomia física estuda os aspectos físicos de uma situação real de trabalho,

incluindo tópicos como: postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos

repetitivos, distúrbios músculo-esqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de

postos de trabalho, segurança e saúde no trabalho. Vale-se dos conhecimentos em

antropometria, fisiologia do trabalho, ergonomia ambiental ou ecologia humana

(acústica, iluminação, temperatura etc.) (COLARES, 2005).

A Ergonomia da atividade humana, portanto, dedica-se especialmente ao

estudo da atividade humana, do trabalho humano e sua preocupação principal é

conhecer a atividade, não tanto a prescrita pela organização do trabalho, mas,

fundamentalmente, a atividade real executada pelo trabalhador ou grupo de

trabalhadores (COLARES, 2005).

Resumindo, pode-se dizer que Ergonomia trata-se da adaptação da máquina

ao homem, ou seja, adaptar o posto de trabalho ao homem, proporcionando

eficiência, segurança e conforto. Ergonomia inclui o planejamento dos postos de

trabalho e equipamentos, principalmente, a identificação e eliminação de tarefas que

são potencialmente inseguras ou perigosas, controle de fatores ambientais e fatores

relacionados à organização que podem afetar a habilidade do trabalhador no

desempenho do trabalho (MENTE, 2005).

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3.5 A relação entre absenteísmo e acidentes de trab alho

De acordo com Garcia e Silva (2009), a palavra “absenteísmo” é originária do

francês (absentéisme) e significa falta de assiduidade ao trabalho ou a outras

obrigações sociais. Inicialmente a palavra “absentismo” era utilizada para designar

os proprietários rurais que abandonavam o campo para viver na cidade. No período

da revolução industrial, este termo passou a ser aplicado aos trabalhadores que

faltavam ao serviço.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), (1991) absenteísmo é

considerado como “o período de ausência laboral que se aceita como atribuível a

uma incapacidade do indivíduo, exceção feita para aquela derivada de gravidez

normal ou prisão”.

Ao realizar um estudo em uma UAN, Santana (2002) constatou que os

funcionários são submetidos diariamente a uma elevada exigência de produtividade.

Neste mesmo trabalho foi verificado, também, um índice de rotatividade e

absentismo bem acima da média registrada em empresas de serviços, no mesmo

período (ALEVATO; ARAÚJO, 2009).

O absenteísmo pode ser classificado em voluntário, compulsório, legal, por

patologia profissional e por doença, que serão descritas a seguir (GARCIA; SILVA,

2009):

a) absenteísmo voluntário: refere-se à ausência do funcionário por motivos

particulares não justificados por doença e sem amparo legal;

b) absenteísmo compulsório: corresponde à ausência ao trabalho mesmo que

o trabalhador não deseje (por suspensão, por prisão ou outro motivo que o

impeça de chegar ao trabalho);

c) absenteísmo legal: envolve as faltas ao serviço amparado por lei ou

também chamado faltas justificadas como: licença maternidade e

paternidade, morte, doação de sangue, serviço militar entre outras;

d) absenteísmo por patologia profissional: diz respeito às faltas por doenças

profissionais ou ausências por acidentes de trabalho;

e) absenteísmo por doença: são consideradas aqui, todas as ausências por

doença ou procedimento médico.

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É importante ressaltar, no entanto, que a maior parte das ausências ao trabalho

decorrem de atestados médicos, sendo aceitas sem que as organizações façam

uma análise mais criteriosa de suas causas (GARCIA; SILVA, 2009).

No que tange aos motivos que levam os trabalhadores a se ausentarem do

trabalho, poucos são os estudos que permitem visualizar para além da doença. A

pesquisa sobre outros fatores causadores do absenteísmo, como aqueles

relacionados à realidade de trabalho das organizações e que retratam a realidade

sócio-econômica e cultural dos trabalhadores, faz-se necessária, procurando mostrar

o fenômeno em sua totalidade, sem, no entanto, haver a separação entre vida

pública e privada do trabalhador (GARCIA; SILVA, 2009).

A atenção sobre as condições do ambiente, as exigências da atividade, as

características do serviço e a organização do trabalho são desafios importantes à

gestão, de forma a evitar as insatisfações que motivam grande parte dos problemas

de absenteísmo e rotatividade registrados neste segmento profissional (ALEVATO;

ARAÚJO, 2009).

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4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo geral

Analisar os aspectos da segurança no trabalho em unidades de alimentação e

nutrição.

4.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são:

a) relacionar o uso dos Equipamentos de Proteção Individual com a

prevenção de acidentes de trabalho;

b) verificar o impacto da ocorrência de acidentes de trabalho no absenteísmo

de unidades de alimentação e nutrição;

c) demonstrar a relevância da aplicação de treinamentos continuados sobre o

uso adequado de EPIs nas unidades de alimentação e nutrição.

d) descrever os tipos de equipamentos mais utilizados em unidades de

alimentação e nutrição.

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5 METODOLOGIA

Trata-se de um trabalho de revisão bibliográfica sobre Segurança no trabalho

em unidades de alimentação e nutrição, sendo a busca realizada em referências

publicadas no período de janeiro de 1990 a agosto de 2009, utilizando-se as bases

de dados Lilacs, Pub med, Scielo e Google Acadêmico e tendo como principais

termos de indexação: segurança no trabalho, ergonomia, unidades de alimentação e

nutrição, equipamentos de proteção individual.

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6 CONCLUSÃO

De acordo com as bibliografias consultadas, as unidades de alimentação e

nutrição são ambientes que representam inúmeros riscos para a ocorrência de

acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, principalmente por serem estes,

muitas vezes, espaços mal planejados sob o ponto de vista ergonômico, aliados a

repetição contínua de inúmeras atividades, ao ritmo acelerado de trabalho e a não

utilização de equipamentos de proteção ou uso inadequado.

Também é relevante salientar que os equipamentos de proteção são

instrumentos importantes na prevenção de acidentes, porém, nem sempre

conseguem evitar que o mesmo ocorra e sim, minimizam o seu impacto ao

trabalhador, demonstrando que não adianta apenas o empregado utilizá-lo, mas que

este uso deve ser realizado de forma consciente, cabendo ao empregador fornecer

os equipamentos de proteção necessários, bem como orientar, exigir e supervisionar

a sua utilização.

Finalmente, durante a realização desta revisão bibliográfica, observou-se certa

escassez de pesquisas específicas sobre a segurança do trabalho em unidades de

alimentação e nutrição, assim como dados referentes ao absenteísmo gerado pelos

acidentes de trabalho, evidenciando a necessidade de mais pesquisas nesta área.

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