segurança no trabalho: administrando a proteção individual

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Elisama Dias de Souza Segurança no trabalho: administrando a proteção individual Londrina 2011

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Page 1: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

Elisama Dias de Souza

Segurança no trabalho:

administrando a proteção individual

Londrina 2011

Page 2: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

Elisama Dias de Souza

Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

MONOGRAFIA apresentada para conclusão do Curso de Recursos Humanos - Gestão de Pessoas e Competência, ORIENTADA pela Profª: Ms. MARIA ANTONIA RAMOS COSTA.

Londrina 2011

Page 3: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

RESUMO

Administrar a proteção individual dentro da empresa é uma tarefa não tão simples assim como muitos imaginam. Não é apenas colocar algum tipo de capacete e um par de luvas que vai conseguir te proteger de qualquer risco ou tipo de acidente. Às vezes a situação nem é tão perigosa assim, mas devido à falta de preparação, informação ou vestimentas adequadas acabam sofrendo sérios riscos e problemas futuros. Sendo assim este trabalho mostra a importância da proteção e utilização correta dos equipamentos de proteção individual que cada indivíduo deve ter para evitar sérias conseqüências, onde o papel do empregador é comprar os equipamentos necessários de acordo com cada risco que o empregado necessita tudo dentro das normas regulamentadoras. Palavras-chave: Proteção. Segurança. Acidentes.

Page 4: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

ABSTRACT

Administer individual protection with in the company isn’t as simple a tank as many imagine. It`s not Just put some kind of helmet and a pair of loves that Will protect you from getting any risk or hazard. Sometimes the sittuation isn’t as dangerous as well, but due to lack of preparation, information or adequate clothing end up suffering serious risks and future problms. Thus this work shows the importance of protection and proper use of personal protective equipament that each individual should have to avoid serious consequences, where the role of the employer is to buy the necessary equipament according to each risk that the employee needs everything in the rules regulators.

Keyboards: Protection. Security. Accidens.

Page 5: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

CA – CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

CIPA – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

CLT – CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

DSST – DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

EPI – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

NR – NORMAS REGULAMENTADORAS

SESMT – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM SEGURANÇA E DE MEDICINA DO

TRABALHO

MTE – MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO

Page 6: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – CAPACETE ABA TOTAL E FRONTAL ................................................. 14

FIGURA 2 – ÓCULOS DE SEGURANÇA PARA PROTEÇÃO (LENTE INCOLOR E

COM TONALIDADE ESCURAS) ............................................................................... 15

FIGURA 3 – PROTETOR FACIAL ............................................................................ 15

FIGURA 4 – MASCARA DE SOLDA ......................................................................... 16

FIGURA 5 – PROTETOR AUDITIVO TIPO CONCHA E TIPO INSERÇÃO (PLUG) . 16

FIGURA 6 – RESPIRADOR PURIFICADOR DE AR (DESCARTÁVEL E COM

FILTRO) .................................................................................................................... 17

FIGURA 7 – RESPIRADOR DE ADUÇÃO DE AR (MASCARA AUTÔNOMA) ......... 17

FIGURA 8 – LUVA ISOLANTE DE BORRACHA, LUVA DE COBERTURA PARA

PROTEÇÃO DA LUVA ISOLANTE DE BORRACHA, LUVA DE PROTEÇÃO EM

RASPA E VAQUETA, LUVA DE PROTEÇÃO EM VAQUETA, LUVA DE PROTEÇÃO

TIPO CONDUTIVA, LUVA DE PROTEÇÃO EM BORRACHA NITRÍLICA E LUVA DE

PROTEÇÃO EM PVC (HEXANOL) ........................................................................... 18

FIGURA 9 – CREME PROTETOR PARA PELE ....................................................... 19

FIGURA 10 – MANGA DE PROTEÇÃO ISOLANTE DE BORRACHA ...................... 20

FIGURA 11- CALÇADO DE PROTEÇÃO TIPO BOTINA DE COURO, CALÇADO DE

PROTEÇÃO TIPO BOTA (MÉDIO E LONGO), CALÇADO DE PROTEÇÃO TIPO

BOTA DE BORRACHA (CANO LONGO) E CALÇADO DE PROTEÇÃO

CONDUTIVO ............................................................................................................. 20

FIGURA 12 – PERNEIRA DE SEGURANÇA ............................................................ 21

FIGURA 13 – MACACÃO DE SANEAMENTO .......................................................... 21

FIGURA 14 – BLUSÃO EM TECIDO IMPERMEÁVEL/CALÇA EM TECIDO

IMPERMEÁVEL ........................................................................................................ 22

FIGURA 15 – VESTIMENTA DE PROTEÇÃO TIPO CONDUTIVA ........................... 22

FIGURA 16 – DISPOSITIVO TRAVA QUEDAS ........................................................ 23

FIGURA 17 - CINTURÃO DE SEGURANÇA TIPO PÁRA-QUEDISTA ..................... 23

Page 7: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 8

2 CONCEITO .......................................................................................... 9

3 HISTÓRIA DA SEGURANÇA NO TRABALHO NO BRASIL ............ 10

4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ............................. 12

4.1 Tipos de EPI, suas classificações e objetivo ....................................................... 14

4.1.1 Proteção para a cabeça .................................................................................. 14

4.1.2 Proteção dos olhos e da face .......................................................................... 15

4.1.3 Protecão auditiva .............................................................................................. 16

4.1.4 Proteção respiratória ........................................................................................ 16

4.1.5 Proteção do tronco ........................................................................................... 18

4.1.6 Proteção dos membros superiores ................................................................... 18

4.1.7 Proteção dos membros inferiores ..................................................................... 20

4.1.Proteção do corpo inteiro ................................................................................... 21

4.1.9 Proteção contra quedas com diferenças de níveis .......................................... 23

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................. 24

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 25

Page 8: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

1. Introdução

Existem certos tipos atividades dentro da área de segurança individual que,

para a maioria, parece ser algo bem simples e por esse fator muitos pensam que

entendem de segurança.

Por toda parte encontramos verdadeiros absurdos traduzidos como ações que

deveriam ser objetos de ações na justiça. Umas das atividades que mais se expõe

para esses tipos de ações é a administração da proteção individual.

No Brasil existem muitas pessoas que indicam e compram os Equipamentos

de proteção individual (EPI), mas fazem isso sem critérios técnicos, levando em

consideração um dos fatores que mais incomoda no bolso do empregador: o preço

dos equipamentos. Mas não é necessário ser especialista em prevenção de

acidentes para entender que preços muitos distintos pode significar algum tipo de

diferença que foge dos olhos leigos, assim como essas mesmas diferenças podem

trazer sérios problemas para a saúde e em alguns casos contribuir para a ocorrência

de acidentes fatais. Porém, como uma análise mais aprofundada sobre esses

equipamentos podem causar danos muitas das vezes irreversíveis, quando usados

de maneira inadequada (MORAES, 2002).

Vale lembrar que em muitos casos de indicação o EPI é a “carta branca”,

garantida pela lei, que permite a exposição do trabalhador a determinado risco por

um determinado tempo, onde o equipamento poderá ser inapropriado, ocorrendo

possivelmente danos. É evidente também, aquele trabalhador na maioria das vezes

mal informado sobre o uso da EPI, se expõe pela confiança no meio de proteção,

onde muitos casos quando são indicados incorretamente, não passam de um mero

enfeite.

Neste trabalho será realizada uma revisão bibliográfica dos últimos 10 anos,

para o levantamento da importância da proteção individual no trabalho, analisando

sobre o papel das empresas e dos trabalhadores na utilização do EPI de acordo com

as leis e os tipos e as maneiras adequadas da utilização do EPI conforme

preconizado pela norma regulamentadora.

Page 9: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

2. Conceito

De acordo com a NR-6 da Portaria nº 3214 8 de junho de 1978, considera-se

Equipamento de Proteção Individual – EPI: “todo dispositivo de uso individual

destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador” (Ministério do

Trabalho e Emprego, 1978).

De acordo com o Art. 166 da Consolidação das Leis de Trabalho, Cap. V – da

segurança e medicina do trabalho, seção IV – do equipamento de proteção

individual:

“As empresas são obrigadas a fornecer aos empregados,

gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco

e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que

as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra

riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados”,

Devem ser utilizados quando não for possível eliminar riscos por outros

meios e quando for necessário complementar a proteção coletiva e para atender as

situações de emergências. Serão escolhidos conforme as necessidades, risco

intrínsecos das atividades e partes do corpo a serem protegidos, lembrando que

esses equipamentos não reduzem os riscos e/ou perigos, apenas adéquam o

indivíduo ao meio e ao grau de exposição.

E para isso, antes da utilização é necessário entender a importância de cada

equipamento e não apenas impor ao trabalhador “use porque a lei obriga e ponto

final”, sendo assim é por falta de entendimento que muitos acabam não usando e

sofrendo sérias conseqüências.

E a falta do uso ou a maneira incorreta de usar os equipamentos nem sempre

estão associados aos altos custos e conhecimento, mas sim da baixa vontade da

utilização.

Diante disso, este estudo mostrará a importância e a utilização correta de

cada equipamento, mostrando quais são os serviços especializados de regem e

determinam os EPI`s e dando uma pincelada rápida de como e quando surgiu a

preocupação com a segurança dos colaboradores dentro das empresas.

Page 10: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

3. História da segurança no trabalho no Brasil

O surgimento da Revolução Industrial, na Inglaterra, trouxe muitas

transformações para a sociedade, principalmente para a classe trabalhadora,

transformações estas que repercutiram de forma negativa no que diz respeito ao

bem-estar físico e psicológico do trabalhador, sendo o mesmo obrigado a executar

longas jornadas de trabalho em ambientes sem segurança, tendo que manusear

máquinas tecnologicamente avançadas, com as quais não estavam habituados,

gerando assim graves acidentes de trabalho como: mutilação, intoxicação, desgaste

físico, etc., o que ocorria principalmente com as mulheres que ocupavam o mercado

de trabalho em grandes números por serem consideradas mão-de-obra barata.

Ao se verificar a necessidade de mudar tal situação foram constituídas

mobilizações políticas, a fim de se criar medidas legais que proporcionassem ao

trabalhador melhor condições de trabalho. Sendo criada em 1802, na Inglaterra, a

primeira Lei de proteção ao trabalhador, “Lei de Saúde e Moral de Aprendizes”, que

estabelecia a jornada de trabalho em doze horas diárias, proibia o trabalho noturno e

a obrigatoriedade de medidas de melhoramento no ambiente de trabalho, sendo

obrigatório um ambiente arejado, limpo e seguro aos funcionários. Foi à primeira

conquista da classe trabalhadora no que concerne a higiene e segurança do

trabalho. (MIRANDA, 1998).

A segurança do trabalho passou a ser conhecida com a Revolução Industrial

que chegou ao Brasil por volta da década de 30, e embora posterior em relação a

outros países desenvolvidos, não foram aproveitadas as experiências e os avanços

conquistados, o que mais tarde na década de 70, culminou a conquista do título de

campeão mundial de acidentes de trabalho.

As primeiras iniciativas no Brasil relativas à saúde e a segurança dos

trabalhadores datam na década de 20. Em 1923, foi criada a Inspetoria de Higiene

Industrial e Profissional junto ao Departamento Nacional do Trabalho, no Ministério

do Interior e justiça.

Em 1934, foi criada a Inspetoria de Higiene de Saúde e Segurança do

Trabalho no Departamento Nacional do Trabalho do Ministério do Trabalho, Indústria

e Comércio, assumindo a responsabilidade de Normatização e Fiscalização dos

ambientes e Condições do Trabalho, visando à preservação da saúde dos

trabalhadores.

Page 11: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

Em 1941, no Rio de Janeiro, foi fundada a Associação Brasileira para a

Prevenção de Acidentes.

Em meio a tantas leis, os trabalhadores consolidaram seus direitos em 1943,

com a implantação do Código de Legislação Trabalhista o qual vem regulamentar

todas as normas trabalhistas determinando os direitos e deveres do empregador e

do empregado, não só no que diz respeito à segurança do trabalho como também à

jornada de trabalho, salário, previdência social, aposentadoria e etc, e somente a

partir de 1944 entrou em vigor a CLT, que tinha como base a Carta de Lavoro, da

Legislação Italiana.

Em 27 de julho de 1972, tornou-se obrigatória a existência de Serviços

Especializados em Segurança e de Medicina do Trabalho (SESMT), em empresas

que se enquadravam nos critérios estabelecidos pela Portaria nº 3.237 baixada

nesta data, em função da situação alarmante do número de acidentes registradas no

país.

A legislação em vigor foi publicada em 22 de dezembro de 1977 e recebeu o

número 6514. Ela altera o capítulo V, do título II, da Consolidação das Leis de

Trabalho.

Após esta data, já foram emitidos mais de noventa portarias e decretos

alterando a Legislação, adequando as NR às novas exigências de um mercado em

constante evolução.

Page 12: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

4. Equipamentos de Proteção Individual

A empresa deve responsabilizar-se pela saúde, segurança e bem-estar do

empregado ao contratá-lo. Deve proporciona-lhe um espaço limpo e arejado,

instrumentos de proteção, de acordo com a função exercida por cada um, além de

submetê-lo a exame médico admissional e conseqüentemente a exames periódicos

realizados pelo médico da empresa.

Verifica-se com isso, a necessidade da realização de um trabalho de

conscientização da classe trabalhadora por parte de empresa, no sentido de

informar, orientar e estimular o empregado ao uso dos equipamentos de segurança,

além de promover a capacitação e o treinamento para situações emergenciais.

Normalmente as causas de acidentes no trabalho são provenientes de atos

inseguros que são decorrentes da execução contrária às normas de segurança.

E é aí que entra a funcionalidade dos Equipamentos de Proteção Indivual,

lembrando, que os mesmos não reduzem os riscos e/ou perigos, apenas adequam o

indivíduo ao meio e ao grau de exposição e devem ser usadas durante a realização

das atividades rotineiras ou emergenciais, de acordo com grau de exposições.

Devem ser escolhidos de acordo com as necessidades, riscos intrínsecos das

atividades e parte do corpo a ser protegida.

A recomendação ao empregado, quanto ao risco existente em determinada

atividade e ao numero total dos empregados é de competência do Serviço

Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT,

conforme consta na NR-4.1 e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes –

CIPA.

Esses serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina

do Trabalho, de acordo com a NR-4.2, deverão ser integrados por Médico do

Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança do

Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar de Enfermeiro do Trabalho onde esses

serviços especializados devem manter entrosamento permanente com a CIPA.

Em caso de dúvidas, ou desconhecimento do grau de exposição e/u

contaminação a que o trabalhador estará exposto, deverá ser sempre utilizados os

EPI de máxima proteção. E Após a avaliação da situação, deverá ser adequado o

uso dos EPI as reais situações.

O Certificado de Aprovação – CA de cada EPI, para fins de comercialização,

terá a validade de 5 anos e fica reservado o direito de estabelecer prazos inferiores,

Page 13: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

quando julgar necessário ao Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho –

DSST. (NR 6.9 / MTE, 1978).

Todo EPI deverá apresentar, em caracteres inapagáveis e bem visíveis, o

nome comercial da empresa fabricante ou importador, e o número do CA.

As empresas são obrigadas a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI

adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre

que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecem

completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou doenças

profissionais e do trabalho e para atender a situações de emergências. (NR 6.3 –

MTE, 1978).

E antes da utilização é necessário entender a importância de cada

equipamento e não apenas impor ao trabalhador “use porque a lei obriga e ponto

final”, sendo assim é por falta de entendimento que muitos acabam não usando e

sofrendo sérias conseqüências. E a falta do uso ou a maneira incorreta de usar os

equipamentos nem sempre estão associados aos altos custos e conhecimento, mas

sim da baixa vontade da utilização.

Por isso é importante treinar cada trabalhador sobre o uso adequado e tornar

obrigatório o seu uso. O treinamento é a principal ferramenta para promover a

formação de bons hábitos e torna-se um fator de garantia de boa qualidade de

trabalho, reduzindo a ocorrência de distrações que são promotoras de acidentes.

E fica a responsabilidade de a empresa substituir imediatamente, quando

danificado ou extraviado e pela sua higienização e manutenção periódica de cada

equipamento, comunicando ao MTE qualquer irregularidade observada. (NR 6.6 -

MTE, 1978).

Cabe ao empregado, quanto ao EPI, usar, utilizando-o apenas para a

finalidade a que se destina, responsabilizar-se pela guarda e conservação,

comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso e

cumprir as determinações do empregado sobre o uso adequado.

Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome

comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número da CA, ou, no

caso de EPI importado, o lote de fabricação e o número do CA (NR-6.9.3 / MTE,

1978).

Page 14: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

De acordo com a NR-6.11.1, cabe ao órgão nacional competente em matéria

de segurança e saúde no trabalho, cadastrar o fabricante ou importador de EPI,

receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI,

estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de EPI,

emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador, fiscalizar a

qualidade do EPI, suspender o cadastramento da empresa fabricante ou

importadora e cancelar o CA. E ao órgão regional do MTE cabe fiscalizar e orientar

quanto ao uso adequado e qualidade do EPI, recolher amostras de EPI e aplicar, na

sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo descumprimento da NR-6.

(NR-6.11.2 – MTE, 1978).

4.1 Tipos de EPI, suas classificações e objetivos

A seguir veremos a lista dos tipos de EPI e suas classificações de acordo

com o tipo de proteção que atendam as peculiaridades de cada atividade

profissional de acordo com a NR-6, anexo I.

4.1.1 Proteção para a cabeça

a) Capacete de segurança para proteção do crânio e face contra riscos

provenientes de fontes geradoras de calor nos trabalhos de combate ao incêndio,

contra impactos de objetos sobre o crânio e contra choques elétricos.

Objetivo: Proteção do trabalhador contra lesões decorrentes de impactos ou

perfurações provenientes de queda de objetos na cabeça e também conta riscos

associados ao trabalho em ambientes energizados.

Fonte: Fundacentro – Manual NR 10

Figura 1 – Capacete aba total e frontal

Page 15: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

b) Capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra riscos de

origem térmica e contra respingos de produtos químicos.

Objetivo: proteger o usuário nas atividades que proporcionam exposição à

radiação solar.

4.1.2 Proteção dos olhos e da face

a) Óculos de segurança para proteção contra impactos de partículas volantes,

contra luminosidade intensa, contra radiação ultravioleta, contra radiação

infravermelha e contra respingos de produtos químicos.

Objetivo: destinados a proteção ocular contra raios luminosos intensos

(óculos coloridos) e impactos de partículas volantes multidirecionais em grau

moderado.

Fonte: Fundacentro – Manual NR 10

Figura 2 – Óculos de Segurança para proteção (lente incolor e com tonalidade

escuras)

b) Protetor facial de segurança para proteção da face contra impactos de

partículas volantes, contra respingos de produtos químicos, contra radiação

infravermelha e contra luminosidade intensa.

Objetivo: proteger toda a extensão do rosto e pescoço contra impacto por

partículas volantes e respingos de líquidos agressivos e, também, contra

ofuscamento e calor radiante, onde necessário.

Fonte: Master equipamentos

Page 16: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

Figura 3 – Protetor Facial

c) Mascara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra

impactos de partículas volantes, contra radiação ultravioleta, contra radiação

infravermelha e contra luminosidade intensa.

Objetivo: protege o rosto do soldador contra respingos de soldagem por arco

elétrico e radiação infravermelha ou ultravioleta.

Fonte: Fundacentro – Manual NR 10

Figura 4 – Mascara de solda

4.1.3 Proteção auditiva

Protetor auditivo cirum-auricular, inserção e semi-auricular para proteção do

sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR-

15.

Objetivo: proteção do sistema auditivo, quando o trabalhador estiver exposto

a níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido e em locais ou seu uso é

obrigatório.

Fonte: Fundacentro – Manual NR 10

Figura 5 – Protetor auditivo tipo concha e tipo inserção (plug)

4.1.4 Proteção respiratória

Page 17: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

Objetivo: equipamentos de segurança destinado à proteção das vias aéreas

do usuário contra inalação de partículas sólidas, pós, névoas, fumos e outras

substancias nocivas ao ser humano.

a) Respirador purificador do ar para proteção das vias respiratórias contra

poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos, contra vapores orgânicos e gases ácidos

em ambientes com concentração inferior a 50 ppm (parte por milhão), contra gases

emanados de produtos químicos, contra partículas e gases emanados de produtos

químicos, respirador purificador de ar motorizado para a proteção das vias

respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos.

Fonte: Fundacentro – Manual NR 10

Figura 6 – Respirador purificador de ar (descartável e com filtro)

b) Respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido para a proteção

das vias respiratórias em atmosferas com concentração imediatamente perigosas à

vida e à saúde e em ambientes confinados e mascara autônoma de circuito aberto

ou fechado para a proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração

imediatamente perigosas à vida e à saúde e em ambientes confinados.

Fonte: Fundacentro – Manual NR 10

Figura 7 – Respirador de adução de ar (mascara autônoma)

c) Respirador de fuga para proteção das vias respiratórias contra agentes

químicos em condições de escape de atmosferas imediatamente perigosas à vida e

à saúde ou com concentração de oxigênio menor de que 18% em volume.

Page 18: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

4.1.5 Proteção do tronco

Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco contra riscos de

origem térmica, mecânica, química, radioativa e meteorológica e umidade

proveniente de operações com uso de água e colete à prova de balas de uso

permitido para vigilantes que trabalhem portando arma de fogo, para proteção do

tronco contra riscos de origem mecânica.

4.1.6 Proteção dos membros superiores

a) Luva de segurança para proteção das mãos contra agentes abrasivos e

escoriantes, contra agentes cortantes e perfurantes, contra choques elétricos, contra

agentes térmicos, biológicos e químicos, contra vibrações e contra radiações

ionizantes.

Objetivos: proteger o trabalhador contra a ocorrência de choque elétrico, por

contato das mãos, com instalações ou partes energizadas, proteger contra agentes

químicos, térmicos e biológicos, ser utilizado nos trabalhos pesados protegendo

contra perfurações e cortes originados de prontos perfurantes em chaparias,

ferragens, madeiras, fundições e em serviço geral e para reduzir a dificuldade

causada pelo suor e o risco de irritação da pele e/ou algum tipo de alergia causada

pela utilização de outras luvas

Fonte: Fundacentro – Manual NR 10

Page 19: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

Figura 8 – Luva isolante de borracha, luva de cobertura para proteção da luva

isolante de borracha, luva de proteção em raspa e vaqueta, luva de proteção em

vaqueta, luva de proteção tipo condutiva, luva de proteção em borracha nitrílica e

luva de proteção em PVC (hexanol)

b) Creme protetor de segurança para proteção dos membros superiores

contra agentes químicos.

Objetivo: um creme de proteção ou barreira é uma substancia que se aplica

sobre a pele antes do trabalho para reforçar as suas funções protetoras não

devendo ser confundidos com os cremes comuns destinados a dar à pele sua

função fisiológica. Os cremes barreira formam uma película que ter por finalidade

colocar-se entre a pele e as substancias nocivas, deixando as mãos com sua

flexibilidade e seu sentido tátil.

Fonte: Fundacentro – Manual NR 10

Figura 9 – Creme protetor para pele

c) Manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra

choques elétricos, contra agentes abrasivos e escoriantes, contra agentes cortantes

e perfurantes, contra umidade proveniente e operações com o uso de água e contra

agentes térmicos.

Objetivo: proteger os braços, em toda a sua extensão (para soldadores e

eletricistas) contra riscos de choques elétricos em trabalhos onde este risco esta

presente.

Fonte: Fundacentro – Manual NR 10

Page 20: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

Figura 10 – Manga de proteção isolante de borracha

d) Braçadeira de segurança para proteção do antebraço contra agentes

cortantes.

e) Dedeira de segurança para a proteção dos dedos contra agentes abrasivos

e escoriantes.

4.1.7 Proteção dos membros inferiores

a) Calçado de segurança para proteção contra impactos de quedas de objetos

sobre artelhos, contra choques elétricos, contra agentes térmicos, contra agentes

cortantes e escoriantes, proteção dos pés e pernas contra umidade proveniente de

operações com o uso de água e contra respingos de produtos químicos.

Objetivo: proteção dos pés do usuário contra objetos cortantes, perfurantes,

contundentes, abrasivos, produtos químicos, agentes térmicos (frio ou calor),

compressores, escorregões em superfícies lisas, umidade, oleosidade, ataque de

animais peçonhentos.

Fonte: Fundacentro – Manual NR 10

Figura 11 – Calçado de proteção tipo botina de couro, calçado de proteção tipo bota

(médio e longo), calçado de proteção tipo bota de borracha (cano longo) e calçado

de proteção condutivo

b) Meia de segurança para proteção dos pés contra baixas temperaturas.

Page 21: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

c) Perneira de segurança para a proteção da perna contra agentes abrasivos

e escoriantes, contra agentes térmicos, contra respingos de produtos químicos,

contra agentes cortantes e perfurantes e contra a umidade proveniente de

operações com o uso da água.

Objetivo: proteção dos membros inferiores do usuário contra lesões

provocadas por materiais ou objetos cortantes, partículas volantes escoriantes,

perfurantes, e nevoas na aplicação de produtos químicos.

Fonte: Fundacentro – Manual NR 10

Figura 12 – Perneira de segurança

d) Calça de segurança de proteção das pernas contra agentes abrasivos e

escoriantes, contra respingos de produtos químicos, contra agentes térmicos e

contra a umidade proveniente de operações com o uso da água.

4.1.8 Proteção do corpo inteiro

a) Macacão de segurança para a proteção do tronco e membros superiores e

inferiores contra as chamas, contra agentes térmicos, contra respingos de produtos

químicos e contra a umidade proveniente de operações com o uso da água.

Fonte: Master equipamentos

Page 22: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

Figura 13 – Macacão de saneamento

b) Conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó,

para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes térmicos,

contra respingos de produtos químicos, contra a umidade proveniente de operações

com o uso da água e contra chamas.

Objetivo: proteger o trabalhador contra chuva, respingos de produtos

químicos e chamas quando estiver em serviços.

Fonte: Fundacentro – Manual NR 10

Figura 14 – Blusão em tecido impermeável/calça em tecido impermeável

c) Vestimenta do corpo inteiro contra respingos de produtos químicos, contra

a umidade proveniente de operações com o uso da água e vestimenta condutiva de

segurança para proteção de todo o corpo contra choques elétricos.

Objetivo: destina-se a proteger o trabalhador contra efeitos do campo elétrico

criado quando em serviços ao potencial. São especialmente desenvolvidas visando

oferecer segurança e mobilidade nos trabalhos em linha viva.

Fonte: Fundacentro – Manual NR 10

Page 23: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

Figura 15 – Vestimenta de proteção tipo condutiva

4.1.9 Proteção contra quedas com diferenças de níveis

a) Dispositivos trava-quedas de segurança de proteção do usuário contra

quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado

com cinturão de segurança para proteção contra quedas.

Objetivo: o trava-quedas é um dispositivo de segurança contra quedas para

trabalhos em altura executados com deslocamento vertical. Este dispositivo permite

que o usuário prenda-se a um ponto de ancoragem, através de uma corda, evitando

o risco de acidente de queda em altura.

Fonte: Fundacentro – Manual NR 10

Figura 16 – Dispositivo trava quedas

b) Cinturão de segurança para a proteção do usuário contra riscos de quedas

em trabalhos em altura e contra riscos de queda no posicionamento em trabalhos

em altura.

Objetivo: proteção do usuário em caso de queda, nos trabalhos em altura, em

torres de transmissão ou locais onde seu uso é necessário.

Fonte: Fundacentro – Manual NR 10

Figura 17 – Cinturão de segurança tipo pára-quedista

Page 24: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

CONSIDERAÇÕES

Através das pesquisas realizadas é possível observar que as conquistas

alcançadas pelo empregado através de Leis, Portarias, Decretos e das Normas

Regulamentadoras, é de extrema importância, no sentido de se encontrar medidas

que possam diminuir os riscos de acidente de trabalho.

A empresa deve responsabilizar-se plenamente pela segurança do seu

empregado, proporcionando-lhe uma ambiente de trabalho arejado e limpo,

equipamentos de segurança, sem deixar de considerar a importância do apoio que

deverá ser dado a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA para que

esta possa desenvolver atividades também voltadas para a prevenção de acidentes

de trabalho. E o trabalhador deve usar seus devidos equipamentos com

responsabilidade, utilizando quando for necessário, sempre zelando por cada

equipamento.

Sendo assim, a partir desses cuidados, o trabalhador desenvolve suas

funções com mais motivação e satisfação, além de sentir valorizado como ser

humano, o que deverá refletir no crescimento da empresa, através da melhoria na

qualidade da produtividade, o que acaba também beneficiando ao empregado pelo

seu desempenho e perspectiva na melhoria de sua qualidade de vida.

Page 25: Segurança no trabalho: administrando a proteção individual

Referências

BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego, CLT, Consolidação das Leis de Trabalho. Cap. V – da segurança e medicina do trabalho / Seção IV – do equipamento de proteção individual. Disponível em: <http://normasregulamentadoras.wordpress.com/legislacao/art154-art200-clt/>. Acesso em: 04 mai.2011

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BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego, NR-6 da Portaria nº 3214 8 de junho de 1978. Equipamento de Proteção Individual. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812DC56F8F012DCDAB536517DE/NR-06%20(atualizada)%202010.pdf>. Acesso em 04 mai.2011.

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