segunda parte - o mundo da bíblia
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RESUMO DO CONTEÚDO BÍBLICOTRANSCRIPT
RESUMO - MANUAL BÍBLICO VIDA NOVA
SEGUNDA PARTE – O MUNDO DA BÍBLIA - P. 63-115
CIVILIZAÇÕES ANTIGAS
Essa discussão deve ser guiada por duas observações importantes: 1) numerosas
culturas serão omitidas de nosso estudo porque não foram importantes para a história bíblica;
2) vamos nos restringir àquilo que, na civilização, pode ser tratado de maneira histórica.
Os arqueólogos e antropólogos têm descoberto numerosas evidências de que a
humanidade “pré-histórica” vivia, prosperava e, surpreendentemente, conseguia administrar o
ambiente. Mas, sem textos, esses estudiosos jamais poderiam reconstruir a história do povo
que ali viveu.
Suméria
A história começa na Suméria é o título adequado de uma famosa obra de autoria de S. N.
Kramer escrita há alguns anos, já que a Suméria foi o berço da civilização.
Os sumérios foram a primeira cultura a ter seus textos escritos descobertos, e formavam
também um dos povos mais sofisticados que podemos encontrar. Esse povo inovador
desenvolveu um sistema de escrita usando uma cana sobre argila mole, fazendo impressões
simbólicas em forma de cunha chamadas escrita cuneiforme.
A Babilônia antiga
A Babilônia antiga não deve ser confundida com a Babilônia dos séculos VI e VII a.C., que
foi uma renascença da cultura babilônia antiga. Como indica o nome, era uma civilização
semita. Esse império desenvolveu-se diretamente do povo sumério, embora os dois povos não
estivessem ligados por etnia.
A cultura da Babilônia antiga também dependia da Suméria em sua literatura e religião.
Sabe-se que as bem conhecidas epopéias religiosas que tratavam da criação do mundo, Enuma
Elish (veja “Histórias da Criação e do Dilúvio”) e o relato do dilúvio (a Epopéia de Gilgamés)
tornaram-se proeminentes nos tempos da Babilônia antiga.
Egito
De todas as civilizações no mundo antigo, talvez nenhuma cultura tenha alcançado
resultados mais espetaculares em termos materiais que o Egito. O Egito passou a existir em
conseqüência do poderoso Nilo, um rio de 5.600 quilômetros de comprimento, que leva vida
ao deserto.
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A sociedade egípcia é conhecida por suas contribuições gerais em várias áreas. Certamente
o maior destaque deve ser dado à arquitetura, já que a estética e as técnicas de construção são
admiradas até hoje.
Assíria
Culturas semíticas continuaram, embora de forma inexpressiva, da época da Babilônia
antiga até o início do Império Assírio. Em 859 a.C., Salmaneser III começou uma política
implacável de divisão e conquista que duraria cerca de dois séculos, causando temor em todos
os povos da época.
Babilônia
A Nova Babilônia prevaleceu de 626-539 a.C. Essa civilização semita foi construída sobre
a estrutura de poder político deixada pelos assírios e se estendeu além dela com menor grau
de violência. O rei babilônico Nabucodonosor é famoso por ter esmagado Jerusalém e
imposto um exílio severo a todos os líderes de Judá.
Pérsia
Os persas reinaram de 539 a.C., quando Ciro, o Grande, venceu os babilônios, até 330 a.C.,
quando os gregos os derrotaram. Dispensavam um mínimo de tratamento rude aos povos
servilizados.
Grécia
A Grécia está localizada numa península rochosa, desértica, no mar Egeu; portanto, a
geografia servia só para isolar os gregos da maior parte do mundo no período mais remoto de
sua história.
Uma das principais contribuições dos gregos foi governamental: a cidade-estado. Outro
desenvolvimento notável foi o filosófico.
Roma
Em números aproximados, o Império Romano abrangeu o período do século VIII a.C. ao
século V d.C., representando o que talvez seja a cultura mais influente da história. Por volta de
500 a.C., com a expulsão dos etruscos, estabeleceu-se uma república com um senado indicado
para governar, prática que prevaleceria ao longo da maior parte da história do império.
Com o fim do século II, encerrou-se a república romana. Ela foi seguida por uma forma
ditatorial de governo liderada por uma série de césares, dos quais um dos mais importantes foi
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Augusto, que governou num dos períodos mais longos na história romana, de 27 a.C. a 14
d.C.
RELIGIÕES DO ANTIGO ORIENTE PRÓXIMO
Neste estudo nosso assunto será as religiões do antigo Oriente Próximo e não as
religiões do antigo Israel.
Mesopotâmia
Na Mesopotâmia, como em todas as outras terras, a religião sempre tinha uma ligação
estreita com a cultura. Nenhuma estrutura em nenhuma cidade da Mesopotâmia ocupava
posição mais importante que o templo.
Sob o controle dos sacerdotes e reis, a atividade no templo era responsável pela
manutenção dos dados históricos que são hoje nossa primeira fonte para reconstrução dos
aspectos seculares e religiosos da sociedade mesopotâmica.
A religião mesopotâmica era caracterizada pelo politeísmo e incluía um vasto número de
demônios. Importava-se pouco com a vida após a morte. O interesse primordial era alcançar
uma vida agradável neste mundo pela manipulação das divindades.
As antigas divindades da Mesopotâmia eram associadas quase exclusivamente ao reino
físico. Para os mesopotâmios não havia um deus supremo cuja autoridade comandasse outras
divindades e o mundo.
Egito
O historiador grego Heródoto afirmou que os egípcios eram o povo mais religioso de
todos. À semelhança dos mesopotâmios, os egípcios cultuavam o reino físico como a
incorporação da divindade. O motivo da construção de pirâmides era proporcionar ao rei uma
habitação para a vida além-túmulo.
Há uma diferença fundamental entre o pensamento mesopotâmico e o egípcio. Os
memoriais religiosos da cultura egípcia permanecem hoje, enquanto os mesopotâmicos, não.
Essa mudança no destino histórico representa as diferentes perspectivas de cada cultura.
As religiões idólatras palestinas
Nossa atenção aqui estará concentrada em Baal e Aserá, divindades que representam
religiões de fertilidade, sendo Baal a divindade masculina e Aserá, a feminina. Não é por
coincidência que a religião do antigo Oriente Próximo estava centrada principalmente na
fertilidade. A infertilidade dos animais e das pessoas significava perda econômica.
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O título normal dado a Baal era “Cavaleiro das Nuvens”, revelando sua posição como deus
da tempestade, aquele que enviava chuva a terra, fertilizando-a.
Aserá era a consorte de Baal, cuja função específica naquela religião não se descreve com
exatidão. No mínimo, parece ter sido parcialmente responsável pelo dom da fertilidade, um
tipo de deusa-mãe.
A VIDA NOS TEMPOS BÍBLICOS
Existem cinco fontes principais de informações sobre a vida diária nos tempos bíblicos:
a Bíblia, outros textos contemporâneos da Bíblia, a arqueologia, as tradições judaicas e a
cultura árabe de hoje.
As leis bíblicas podem nem sempre ter sido seguidas; e as referências a costumes em textos
históricos, poéticos e proféticos muitas vezes são enigmáticas.
Outra dificuldade ao descrever a cultura bíblica é que a principal história da Bíblia cobre
um período de mais ou menos dois mil anos, durante os quais os costumes mudaram (mesmo
que bem pouco em comparação com as mudanças nos últimos dois mil anos).
As Relações em Família
A família
O indivíduo israelita era primeiramente membro de uma família ou linhagem, depois de
um clã, depois de uma tribo, e depois do povo ou nação de Israel.
A família israelita típica consistia no chefe de família, em sua esposa (ou esposas), em seus
filhos com suas esposas e filhos, e em suas filhas solteiras, viúvas ou divorciadas.
A poligamia
Encontramos seis exemplos de poligamia na Bíblia no tempo pré-mosaico, quatro durante
o período dos juízes e nove entre os reis de Israel. A monogamia é que tinha a aprovação de
Deus, e era inquestionavelmente a forma de casamento mais comum em Israel, apesar de às
vezes uma segunda esposa ou uma concubina (esposa-escrava sem propriedades e com menos
direitos que uma esposa normal) ser adquirida nos casos em que a primeira era estéril.
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Os costumes de casamento
O casamento israelita típico era arranjado pelos pais entre parentes distantes. As
negociações incluíam o valor do mohar, uma compensação entregue aos pais da noiva pela
perda da ajuda em casa, com o qual se celebrava o contrato de noivado.
Nas negociações também estava prevista uma quantia que a esposa devia receber no caso
de seu marido divorciar-se dela.
As mulheres
As mulheres em Israel eram consideradas, em termos sociais, legais e religiosos, inferiores
aos homens. Nos tempos do Novo Testamento uma esposa podia divorciar-se do seu marido
somente se ele exigisse dela votos que ela considerasse indignos, se ele tivesse lepra ou
pólipos, fosse coletor de esterco, fundidor de cobre ou curtidor.
De acordo com o Talmude, o marido era obrigado a sustentar sua esposa, resgatá-la do
cativeiro quando necessário, providenciar-lhe remédios quando estivesse doente e um funeral
apropriado quando morresse. A esposa, por outro lado, devia ajudar seu marido na lavoura e
com os rebanhos, bem como moer os cereais; fazer pão e cozinhar as refeições; fazer e lavar
as roupas; alimentar as crianças; fazer a cama do seu marido; e lavar o rosto dele, mãos e pés.
As crianças
As crianças eram um tesouro e uma fonte de grande felicidade na sociedade israelita. O
parto com freqüência acontecia com a mulher sentada sobre duas pedras separadas e
geralmente contava com a ajuda de uma parteira profissional
As crianças passavam seus primeiros anos sob o cuidado da mãe, cantando e dançando na
praça da cidade e brincando com figuras de argilas (descobertas por arqueólogos).
A educação
O pai era o principal responsável pela maior parte da educação dos meninos nas tradições
de Israel e nas questões éticas e práticas.
A educação formal da população em geral inexistia antes do primeiro século a.C., mas
havia escolas, provavelmente desde o início da nação, para ensinar a aspirantes a escribas a
arte do preparo de documentos, já que, na época do Novo Testamento, a capacidade de
escrever era menos comum do que de ler.
Nas sinagogas do primeiro século a.C., para meninos entre seis e doze anos, os fariseus
parecem ter começado escolas de ensino fundamental obrigatório chamadas bet sefer, a “casa
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do livro” (que ensinavam a ler a Torá) e bet talmud, a “casa do aprendizado” (que ensinavam
a Mishná ou lei oral).
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A Vida em Família
Moradia
As tendas típicas em Israel eram feitas de pêlos de cabra tecidos, castanhos ou negros. O
piso era de chão batido. A “mesa” para as refeições consistia em uma pele de cabra estendida
no chão, e a cama não passava de uma esteira de palha.
As casas mudaram relativamente pouco durante a história de Israel. As casas dos mais
pobres eram construídas com tijolos de barro secados ao sol, ligados com argamassa de barro,
rebocados de barro por dentro. O teto, talvez sustentado por um pilar no centro da sala,
consistia de vigas e varas transversais, preenchidas com galhos e barro, nivelado depois de
uma chuva pesada. A principal fonte de ventilação e luz natural na casa era a porta.
A hospitalidade
Em toda a costa do Mediterrâneo, a hospitalidade não era apenas um gesto de gentileza,
mas uma necessidade e um favor recíproco em uma sociedade sem hotéis decentes para os
viajantes.
O Talmude põe a hospitalidade ao lado do estudo da Torá como uma dos cinco ações que
trazem recompensa eterna e declara que “prestar hospitalidade a viajantes era tão grandioso
como receber a Shekinah”.
Comida e bebida
A refeição vespertina era a principal refeição do dia, e consistia no pão e nas frutas,
legumes e verduras da estação.
Os temperos existentes eram a hortelã, endro, cominho, arruda e mostarda, que resultava
num prato muito picante quando misturada com cebolas e alho. O sal extraído do mar Morto
ou do Mediterrâneo também era importante como tempero, assim como para conservação.
Para a carne, havia animais de caça como veados ou perdizes; contudo, ovelhas, cabras e
vacas eram mais comuns como alimento em tempos mais recentes.
Fazer pão era muito importante e muitas vezes envolvia toda a família. O forno ficava no
quintal e era ou uma grande “vasilha” de barro virada do avesso, sob a qual se acendia o fogo
para “assar” o pão que ficava em cima, ou um grande vaso de barro com um buraco no fundo
onde se acendia o fogo.
Havia poucos moageiros profissionais no tempo do Antigo Testamento e mesmo depois as
mulheres costumavam moer sua própria farinha em pedras chamadas “sela”. Tratava-se de
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uma pedra côncava retangular de 40 a 60 cm de comprimento por 20 a 35 cm de largura,
contra a qual o grão era moído com uma pedra superior cilíndrica empurrada com as mãos.
Como nada era mais preciso do que a água, as casas geralmente tinham sua própria cisterna
para guardar água potável, a não ser que houvesse uma grande fonte ou poço comunitário por
perto.
Os muitos estágios da produção do vinho resultavam em vários tipos de bebida de uvas —
do suco de uva doce até um vinagre barato e uma bebida aguada.
Roupas e cosméticos
Os materiais mais comuns eram lã e linho. O traje mais comum de um soldado ou
trabalhador era uma espécie de saia que ia até metade da coxa, presa por um cinto de lã, que
também podia guardar armas e objetos de valor.
Os homens também usavam uma túnica por cima que podia ir até os tornozelos, que ficava
por cima de um ombro ou tinha mangas curtas. A capa era usada sobre a túnica de dia e como
coberta à noite, aberta na frente com mangas curtas soltas. Os homens não costumavam usar
nada sobre a cabeça a não ser talvez uma tira de pano em volta da testa, ou um solidéu ou
turbante.
A roupa das mulheres era bem parecida com a dos homens, com a diferença de que elas
não usavam a saia usada pelos homens e provavelmente havia bordados, cintos e peças para a
cabeça diferentes dos artigos de vestuário masculino.
Os arqueólogos descobriram uma grande quantidade de tornozeleiras, braceletes, colares,
brincos, pingentes para o nariz, anéis e contas que as mulheres israelitas podiam usar, apesar
de Isaías desprezar as mulheres que se ostentavam com isso.
Muitos utensílios usados na preparação de cosméticos também foram descobertos. Com
eles as mulheres podiam fazer pó com vários minerais, misturá-los com água ou óleo e depois
passá-los no rosto. No tempo de Moisés já havia espelhos, mesmo não sendo feitos de vidro
como uma versão antiga traduziu Êxodo 38.8; Jó 37.18; Isaías 3.23, mas de metal polido
como bronze, prata ou ouro. Ungüentos perfumados eram usados na medicina e na religião, e
também como cosméticos.
Sepultamento e luto
Há apenas fragmentos de evidências dos costumes de morte, sepultamento e luto;
geralmente representam as práticas dos ricos e são difíceis de datar.
Quem estava de luto geralmente sentava de pés descalços no chão, com as mãos sobre a
cabeça e passava pó ou cinzas pela cabeça e pelo corpo.
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Como uma casa que estivera em contato com um morto ficava impura, não se podia
preparar comida nela. O culto cananeu aos mortos fazia com que eles muitas vezes
enterrassem seus mortos no chão da própria casa do falecido, mas em Israel o costume era
sepultá-los fora da cidade.
Após a morte, o corpo era lavado e ungido. A boca era amarrada, e o corpo, enrolado ou
vestido com simplicidade. Além dos familiares e amigos, o cortejo fúnebre contava com a
presença de carpideiras profissionais, flautistas e quem mais estivesse passando. O
sepultamento era feito ou em uma caverna ou em um túmulo escavado e destinado a todos os
membros de uma família ou clã.
A CRONOLOGIA BÍBLICA
A fé bíblica é a fé no Deus que age na história. Além disso, a interpretação da Bíblia
não se apóia somente nos pormenores gramáticos e lexicais do texto, mas também na situação
histórica do texto em questão à medida que ela pode ser conhecida. A fim de definir essa
situação histórica da forma mais ampla, em termos geográficos, e profunda, em termos
culturais, precisamos definir a questão da cronologia bíblica.
Portanto, o intérprete da Bíblia precisa de uma compreensão básica do modo pelo qual
os fatos da Bíblia se encaixam com os fatos do mundo em que a Bíblia foi escrita.
Os princípios da cronologia
A cronologia histórica implica em medir a distância em tempo entre um fato e o presente.
Todavia, os povos antigos não utilizavam nosso sistema cronológico.
Com exceção dos egípcios e dos romanos, os povos antigos tinham um ano “lunissolar”;
isto é, eles consideravam a lua e o sol na definição do calendário. Os doze ciclos lunares
somam apenas 354 dias e, por isso, era necessário ajustar o ciclo lunar ao solar para
compensar os onze dias que faltavam.
Os babilônicos adotaram um calendário pré-calculado que não respeitava esse vínculo.
Esse sistema criou um problema para os judeus, porque as festas e o calendário religiosos
estavam íntima e inseparavelmente vinculados aos ciclos lunares e agrícolas.
O método mais antigo e simples de datação implicava estabelecer uma relação entre um
acontecimento e outro, tal como uma enchente, uma guerra, ou a administração de um rei ou
oficial do governo.
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A cronologia do Antigo Testamento
Os livros históricos do Antigo Testamento estão repletos de referências cronológicas
relativas. A principal ferramenta na fixação de datas absolutas para o antigo Israel é a
cronologia assíria, visto que dois reis israelitas, Jeú e Acabe, são mencionados nas placas
assírias.
A cronologia do Novo Testamento
Em 525 d.C., João I, bispo de Roma, encarregou um monge cita de preparar um calendário-
padrão baseado no nascimento de Cristo para ser usado pela igreja do Ocidente. O ano da
crucificação de Jesus tem sido fixado por vários estudiosos em 21, 27, 28, 29, 30 e 32 d.C.
ARQUEOLOGIA BÍBLICA
A arqueologia é o estudo das culturas antigas que se encontram nos restos materiais
descobertos nos antigos lugares em que as pessoas viviam.
Tipos de material arqueológico
Os objetos de investigação arqueológica de restos de culturas antigas englobam: montes
(tells), cavernas, túmulos e sepulturas feitas pelo homem; restos de esqueletos de pessoas e de
animais, pedaços de cerâmica e outros artefatos de metal, pedra e vidro. Incluem inscrições e
textos encontrados em pedra, pergaminho, papiro e barro cozido; moedas; restos de
construções; artigos religiosos e legais, como altares, instrumentos, estatuetas de fertilidade e
outros objetos de culto; monumentos de pedra erguidos como testemunho; seqüência de
camadas de terra (acumuladas pelo ser humano); material microscópico depositado no solo,
que indica o que pessoas e animais comiam; suprimento de água; equipamento de defesa;
produção agrícola; sistemas de estradas e pontes; e estruturas comerciais.
História da arqueologia nas terras bíblicas
A investigação arqueológica nas terras bíblicas começou cedo e de modo simples.
Peregrinos e viajantes. No segundo e terceiro séculos cristãos começaram a se interessar
em peregrinar para as terras santas.
Exploradores. Por volta de 1800, o alemão Seetzen investigou de modo científico a
Transjordânia e descobriu Cesaréia de Filipe, Amã e Gerash.
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Topógrafos e pesquisadores. Em 1838, o americano Edward Robinson foi para a Palestina
e identificou, pela primeira vez na época moderna, muitos lugares bíblicos.
Início do estudo da cerâmica. Na década de 1890, o inglês Sir Flinders Petrie desenvolveu
um sistema de datação dos períodos e fatos bíblicos através do estudo da cerâmica.
Registro estratigráfico. No século XX a britânica Kathleen Kenyon e outros
desenvolveram a técnica de observar e desenhar as diferentes camadas de terra que apareciam
nas paredes perpendiculares de um sítio arqueológico.
Equipes interdisciplinares. Reconhecendo a complexidade de interpretar o material
cultural desenterrado, os arqueólogos começaram a reunir especialistas de várias disciplinas
científicas.
A Abrangência Cronológica da Arqueologia Bíblica
A abrangência dos pesquisadores
Os países envolvidos na arqueologia em terras bíblicas vão desde Alemanha, França,
Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Dinamarca, Espanha e Itália até Grécia, Turquia, Egito,
Israel, Jordânia e Síria.
As pessoas envolvidas, via de regra, são professores e seus alunos de universidades,
faculdades e seminários, e também funcionários de departamentos de antiguidades de muitos
países de fora e da região.
Visão geral dos resultados mais recentes
Sítios com uma história longa. Ex. Jerusalém, com sua história que se estende desde
tempos neolíticos até o período moderno.
Exemplos de achados recentes
Ebla, tell Mardic no norte da Síria. Ebla (por volta de 2600—2300 a.C.) não é mencionada
na Bíblia, mas pode ser que as placas de Ebla mencionem Jerusalém.
Tell Daba/Ramessés, no leste do delta do Nilo. O tell Daba é provavelmente a Ramessés da
Bíblia (Êx 1.11), na região leste do delta do Nilo.
Jericó, Ai, Hesbom. Os resultados das escavações têm relação com o problema da data da
conquista de Canaã por Israel, se foi a mais antiga e tradicional, em 1400 a.C., ou a mais
recente, em 1290, 1250, 1225 a.C. ou até mais tarde.
Em Hesbom (Nm 21.25), as escavações descobriram material que fazem a data do sítio
arqueológico recuar apenas até 1200 a.C.
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Arade. Foi uma das cidades conquistadas por Josué. Encontraram ali um templo da Idade
do Ferro.
Berseba. Foi importante na vida de Abraão, Isaque e Jacó.
Na região do tell Berseba foram encontrados objetos calcolíticos, mas a colina em si foi
habitada do décimo segundo ao sétimo século a.C.
Dã. Era antes conhecida como Laís. Depois da conquista, tornou-se a fronteira setentrional
de Israel e também ficou famosa por causa do bezerro de ouro que Jeroboão I fez ali.
Deir Alla / Sucote, o vale do Jordão. Deir Alla, geralmente identificada com Sucote, foi
habitada nos períodos Calcolítico, Bronze Posterior e Ferro I e II.
Gezer. Localizada no Shefelá, a noroeste de Jerusalém, revela vestígios de habitação do
Calcolítico até o tempo dos romanos.
Hazor. No norte do lago da Galiléia. As escavações revelaram que Hazor manteve-se forte
até ser totalmente destruída no século XIII a.C.
Laquis. Foi fortificada por Roboão, capturada pelo rei assírio Senaqueribe, tomada mais
tarde pelos babilônios e habitada até depois do exílio.
Megido, tell el-Mutesellim. Megido fica no sopé sudeste do monte Carmelo, guardando a
passagem para a costa do Mediterrâneo. Megido foi renovada consideravelmente na época de
Salomão.
Sarepta. Cidade fenícia pertencente a Sidom, no Líbano. Os resultados das escavações
foram publicados em 1988.
Jerusalém no Antigo Testamento. Essa jóia da Palestina, Sião, a cidade de Deus, é habitada
desde tempos pré-históricos. Escavações são feitas ali desde 1870.
Qumran e os Manuscritos do Mar Morto. Khirbet Qumran é o nome atual desse importante
sítio arqueológico na margem noroeste do mar Morto. A literatura de Qumran foi encontrada
em diversas cavernas em torno do lugar. Apesar de existirem certas semelhanças entre
algumas doutrinas dos essênios e as do cristianismo (por se basearem ambos no AT), as
diferenças entre eles são mais numerosas.
Belém. Ela é famosa pela igreja da Natividade, construída sobre a caverna considerada o
lugar de nascimento de Jesus. Esta foi reconstruída pelo imperador Justiniano no sexto século.
Bete-Seã / Citópolis. Foi importante na época do Antigo Testamento como lugar onde os
corpos de Saul e de Jônatas foram afixados na muralha da cidade.
Cesaréia Marítima. Cesaréia fica na margem do mar Mediterrâneo, a uns trinta
quilômetros ao sul do monte Carmelo. Na época em que Paulo esteve preso ali podiam-se ver
muitas construções monumentais.
Cafarnaum. Esse sítio arqueológico é mencionado com destaque no Novo Testamento.
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Genesaré, lago da Galiléia. Em 1986, na margem ocidental do lago da Galiléia, foram
encontrados remanescentes de um pequeno barco com a popa arredondada.
Jericó no Novo Testamento. A Jericó do Novo Testamento, está localizada na extremidade
baixa do uádi Kelt.
Jerusalém do Novo Testamento. Depois da conquista da Palestina pelo general romano
Pompeu em 63 a.C., Jerusalém entrou em uma nova era, a herodiana.
Transjordânia
Abila de Decápolis. Abila, uma das cidades de Decápolis que Jesus provavelmente visitou
(Mc 7.31), está localizada a uns trinta quilômetros a leste da extremidade sul do lago da
Galiléia.
Gerasa / Jerash. A atual Jerash, antiga Gerasa, a uns cinqüenta e cinco quilômetros a
sudoeste do lago da Galiléia, dá seu nome à região dos gerasenos, aonde Jesus foi com seus
discípulos e onde encontrou e curou o(s) endemoninhado(s).
Pela de Decápolis. A arqueologia dessa cidade, localizada no lado oriental do rio Jordão, a
uns quinze quilômetros a sudoeste de Bete-Seã / Citópolis, remonta a tempos calcolíticos.
Petra, no sul da Jordânia. Petra, a cidade rosada de arenito, era a capital do reino nabateu
a oeste do rio Jordão.
Ásia Menor e Grécia
Éfeso, na Ásia Menor. Éfeso, na costa oeste da Ásia Menor, retrocede na história até pelo
menos o décimo século a.C.
Pérgamo (atual Bergama), na Ásia Menor. A carta à igreja em Pérgamo mostra que havia
uma igreja nesse lugar espetacular.
Sardes, na Ásia Menor. A carta à igreja em Sardes refere-se à igreja localizada nessa
famosa cidade lídia a uns oitenta quilômetros a nordeste de Éfeso.
Filipos, no norte da Grécia. A carta aos filipenses refere-se à igreja nessa cidade no norte
da Grécia. Filipos foi fundada no quarto século a.C. por pessoas que a chamaram “Fontes”
(Krenides, em grego).
Atenas, na Grécia. A história de Atenas, cujo período clássico foi no quinto século a.C.,
retrocede ao Período Neolítico.
Corinto, na Grécia. Corinto, cuja história remonta pelo menos ao Período Neolítico, veio a
ter destaque no período clássico e também foi importante na época dos romanos. Em 46 a.C.
Júlio César a transformou em colônia romana.
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A arqueologia capacita-nos a compreender o contexto histórico e cultural onde se originou
a mensagem bíblica, e assim nos ajuda a entender melhor essa mensagem para os nossos dias.
A GEOGRAFIA E A TOPOGRAFIA DO ANTIGO ORIENTE PRÓXIMO
A expressão Crescente Fértil é freqüentemente usada para descrever as terras bíblicas.
O nome é derivado de um fenômeno topográfico que assume a forma de uma lua crescente.
Na ponta sudoeste do crescente fica a terra chamada Palestina.
A Palestina
Esse pequeno território é famoso muito além da sua condição geopolítica no mundo antigo.
Dentro das suas fronteiras fica uma terra considerada sagrada para cristãos, judeus e
muçulmanos.
As quatro regiões. A área da Palestina pode ser subdividida em quatro regiões topográficas
que correm de norte a sul.
A planície costeira. A fronteira ao sul é formada pelo ribeiro Besor e a do norte é a “escada
de Tiro” — perfazendo uma distância de mais ou menos 195 quilômetros.
A região montanhosa. Essa região pode ser subdividida em três: as montanhas de Samaria
no norte, o planalto de Benjamim no centro e a região montanhosa de Judá no sul.
O vale do Jordão. Esse grande vale corre por aproximadamente 265 km de Dã no norte até
a extremidade meridional do mar Morto (o mar Salgado, no AT).
O lago Hula. Esse lago mais ao norte tinha 6,5 quilômetros na direção norte-sul e cinco na
direção leste-oeste, nos tempos bíblicos.
A Galiléia. Esse belo lago também é conhecido por seu nome hebraico Quinerete (na época
do Novo Testamento ele era chamado Tiberíades e Genesaré).
O rio Jordão. O curso do Jordão (que em hebraico significa “aquele que desce”) é bastante
sinuoso no trecho mais ao sul. Hoje em dia a maior parte da água do Jordão é usada na
irrigação.
O mar Salgado. O rio Jordão deságua no mar Salgado, que tem 80 quilômetros na direção
norte-sul e 18 em seu ponto mais largo. A água tem teor de sal mais ou menos seis vezes
maior que a de outros mares, impossibilitando toda vida animal ou vegetal.
Wadi-el-Arabah. A região ao sul do mar Salgado, a terra de Edom na Bíblia, é chamada
Wadi-el-Arabah.
O planalto oriental. Essa região montanhosa também é atravessada por uádis.
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Variações. Algumas intersecções topográficas cortam essas quatro regiões geográficas. A
primeira trata-se de um vale que corre na direção sudeste do mar Mediterrâneo até o rio
Jordão. Outra interrupção na divisão norte-sul de Israel é o monte Carmelo, que acompanha o
grande vale mencionado acima na direção sudeste. A última interrupção nas regiões
topográficas é a área chamada Neguebe, que significa sul.
As chuvas. Nuvens que trazem umidade são sazonais (de setembro até maio), e o inverno
pode trazer neve às montanhas.
O clima. Há uma surpreendente variação climática, que pode ser mais bem entendida como
produto direto da variação de altitude.
Fenícia
Com algumas diferenças, as mesmas condições da Palestina podem ser encontradas na
Fenícia. A exemplo da Palestina, há um grande vale entre as duas cadeias de montanhas, o
Líbano e o Anti-Líbano, chamado Beqa (literalmente, o vale).
Mesopotâmia
“Mesopotâmia” é um termo grego que significa “terra entre os rios”. Por ironia, foram os
rios que deram origem à história fascinante que transcorreu no lado oposto à sua cabeceira. O
rio Tigre vem das montanhas da Armênia e o Eufrates recebe suas águas das chuvas nas
montanhas do leste da Ásia Menor.
O deserto central
Esse grande crescente fértil circunda um deserto tremendo, atravessado por poucas rotas de
comércio.
As montanhas ao norte
As montanhas da Ásia Menor se estendem por mais de 1600 quilômetros de leste a oeste.
Na verdade elas fazem parte da cadeia de montanhas que se estende dos Alpes na Europa até a
Índia, passando pelos Bálcãs e pela Pérsia.
As terras a leste
A mais antiga dessas terras é Elão, separada da Suméria pela cordilheira dos Zagros.
Grande parte dessa região tem índices pluviométricos anuais inferiores a 10 cm.
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Egito
Em muitas maneiras a geografia do Egito é a mais peculiar das topografias antigas. Com o
Saara intransitável a oeste, o grande deserto a leste, as cataratas do Nilo pelo sul e o mar
Mediterrâneo e o deserto do Sinai ao norte, o Egito estava particularmente isolado.
Grécia
Para compreender a terra chamada Grécia, é necessário pensar em montanhas cercadas
pelo mar. A leste do Pindo está a Macedônia no norte, com o monte Olimpo dominando sua
fronteira sul. Com tão pouca terra disponível para a lavoura (80% é montanhosa), o mar
trouxe a solução como fonte de alimento e rota de comércio e imigração.
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