mundo contemporâneo - segunda edição

32

Click here to load reader

Upload: mundo-contemporaneo

Post on 08-Mar-2016

228 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

A segunda edição da segunda temporada da revista Mundo Contemporâneo. Dezembro 2010.

TRANSCRIPT

Page 1: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Lazer As férias de sonho em época de Natal e ano novo Cultura Entrevista a Isa Mestre Tecnologia 3D em força na Playstation 3

Edição 2 Dezembro de 2010 MensalMundo Contemporâneo

Segunda temporada

Crise compromete projeto €uropeu

Olhos do mundo postos em Portugal... FMI e moeda única na origem da problemática.

Candidaturas aos Mundiais 2018 e 2022

Princess Hijab: o fenómeno nascido nos subúrbios de França

Os resultados da cimeira da NATO em Lisboa

Page 2: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

2 // Mundo Contemporâneo

Editorial

O atleta passa o testemunho, o jornalista não pode passá-lo. O jornalista não corre, mas às vezes dá passos de gigante. O jornalista tem mãos pequenas e por vezes tolas. Não saberia como passar o testemunho. O jornalista nem sempre sabe o que escrever.O jornalista não passa o teste-munho, passa o tesouro que lhe parece sempre infinitamente mais valioso: as palavras.Mesmo que nem sempre saiba lidar com elas, mesmo que tenha de lutar para colocá-las da melhor forma no papel. O jor-nalista trabalha com palavras e são das suas palavras que brota a verdade. Porque hoje, ao passarmos este “tesouro” para novas mãos hábeis e repletas de vontade de triunfar somos nós que estamos lá outra vez a aprender, a apren-der com as palavras. Ao longo desta nova etapa tudo o que desejamos é que a vossa caminhada seja pautada pela seriedade, rigor e vontade que nos moveu na criação deste projecto. E porque o Mundo Contem-porâneo, o mundo em que vivemos hoje precisa de ser olhado e visto pelos olhos da crítica todos os dias, não podemos deixar de nos sentir orgulhosos com a vossa ânsia em agarrar este projecto. Porque como vos disse, o jor-nalista não passa o testemunho. Passa a vontade, passa o olhar rigoroso e atento a cada situa-ção do dia-a-dia na certeza de

Estatuto Editorial

3 Milhões juntos por uma causa de inutilidade?Supostamente o país devia ter parado. O governo desvalo-rizou números, os sindicatos aludiram a três milhões. Nada de novo, o exagero extremista dos dois blocos divergentes. O povo português juntou-se para repudiar o corte nos salários que o governo lhes pretende impor. Os trabalhadores de-nunciam a redução do poder de compra, causa justa… forma de manifestação… inútil? Talvez. O certo é que o país acabou por não parar, apenas entorpeceu por um dia, um dia de luta que facilmente será apagado pelas medidas de corte que ainda estão para chegar. José Sócrates está consciente da impopularidade das medidas de austeridade, não precisa propriamente de ser lembrado disso, o prob-lema é simples: há ou não alternativa? Quantos grevistas de dia vinte e quatro votam e irão votar novamente José Sócrates? Parem o país em dias de democracia e não em dias de trabalho onde apenas se perde, e são sempre os mes-mos a perder.

Filipe Miguel D.S. Pardal

Mundo Contemporâneo (MC) é uma revista digital da Licenciatura em Ciên-cias da Comunicação da Universidade do Algarve. Surge no âmbito da discip-lina de História Contemporânea e tem por objetivo oferecer aos alunos uma experiência mais prática em termos jornalísticos.

MC é uma revista multimédia de informação geral e periodicidade mensal, organizada pelas seguintes seções: Portugal, Mundo, Cultura, Desporto, Lazer, Ciência e Tecnologia.

A revista promove o rigor informativo e a distinção clara entre informação e opinião.

*A revista é redigida utilizando o novo acordo ortográfico *

Um brinde, Contemporâneos!Foi no dia 4 de novembro, no Draculea Café, que se efetivou a apre-sentação da primeira edição da segunda temporada do «Mundo Con-temporâneo». Com intervenções de três elementos da equipa - Filipe Pardal, Diogo Leal e Maartje Vens - oferecemos uma breve apresentação que abarcou a história da origem da revista, uma amostra de toda a primeira edição e ainda um espaço para questões dos presentes, que acabou por ser bastante produtiva a nível pedagógico.Foi mais uma pequena vitória do nosso projeto, que assim saiu da fron-teira da Universidade do Algarve para o mundo exterior. Mais que isso, foi um bom convívio entre um grupo de trabalho que mereceu esta apre-sentação… mereceu-a tanto para contemplar o seu esforço e empenho agora reconhecido, como para motivar a qualidade das novas edições.

Filipe Miguel D.S. Pardal

Page 3: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

indEx

tEma dE capa

Portugal p.4Mundo p.8Cultura p.12Lazer p.19Desporto p.23Ciência e Tecnologia p.27

Mundo Contemporâneo // 3

GEral

cultura

DIRETOR Filipe Pardal ADJUNTO Ana Pereira DIRETOR DE ARTE Ricardo Madeira ADJUNTO Maartje Vens PORTUGAL Jorge Felício, Mª João Parente, Ângela Marques (coordenadora), Andreia Matinhos, Filipe Pardal MUNDO Ana Lourenço, Ana Pereira, Denise Horta, Ana Marques (coordenadora) CULTURA Ana Parra, Milton Lima, Isa Vicente, Luis Timóteo, Ta-tiana Contreiras, Susana Teixeira, Diogo Leal (coordenador) LAZER Ana Narciso (coordenadora), Raquel Viegas, Cristina Apolónia, Cecilia Palma, Orlandina Guerreiro CIÊNCIA/TECNOLOGIA Ricardo Madeira, Micaela, Sofia Chaveiro, Maartje Vens (coordenadora), Melanie Messias DESPORTO Pedro Nascimento (Coordenador), Fábio Gonçalves, Andreia Ruívo, Liliana Lourencinho, Sandra Canhoto CONTACTO [email protected] RP Maartje Vens, Diogo Leal

rEvista mundo contEmporânEo

tEcnoloGia

Novas oportunidades4º Encontro Nacional Centros Novas Oportunidades decorreu no passado mês

Brian CowenIrlanda recorre a ajuda internacional

Turistas frquentam favelasTudo para favorecer as novas experiências

Serge Gainsbourg O retrato de um ícone

p.4

p.13

p.9p.10Entrevista a Isa Mestre.

p.15

Crise compromete pro-grama €uropeu.

p.5

Chegou o Boss da estrada. p.29

Page 4: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

4 // Mundo Contemporâneo

Portugal

Novas Oportunidadespor Ângela Marques

O 4º Encontro Nacional Centros Novas Oportunidades decorreu no passado mês, e foi ai que Isabel Alçada

frisou o facto de que, desde o seu arranque em 2006, o programa já ter certificado 456 mil portugueses, “isto cor-responde a uma média de 10 mil certificações por mês, o que é muito”.

O Projecto Novas Oportunidades pretende aumentar o nível de qualificação dos portugueses, tornando o 12º ano como a média de escolaridade nacional e já registou 1.489 mil-hões de inscrições, portugueses que assumiram uma nova atitude na vida, onde o conhecimento é um valor. A engrossar estes números estão os 300 mil beneficiarios e desempregados do Rendimento Social de Inserção, que no passado mês foram convidados a ingressar no programa, com o risco de perder o direito ao subsídio caso não re-spondam afirmativamente à convocatória - “A formação é uma maneira de responsabilizar socialmente quem recebe apoios do estado”, diz Francisco Madelino, presidente do

Instituto do Emprego e Formação Profissional. Esta iniciativa não pretende camuflar os números do des-emprego, uma vez que os alunos vão continuar desemprega-dos, mas sim oferecer uma educação formal e certificada que permite abrir novas portas no mundo do emprego, uma vez que um terço dos indivíduos garantem ter havido pelo menos um aspecto positivo na sua vida profissional depois da passagem pelo programa.

Neste momento 454 Centros Novas Oportunidades em funcionamento por todo o país. ■

A cegueira é um problema que afeta 160 mil portugue-ses. Destes, 20 mil não têm o sentido da visão e 140

mil são amblíopes. Metade da população portuguesa não vê bem. Existem várias associações de apoio e promoção de emprego a deficientes visuais que têm prestado verdadeiro auxílio a muitos invisuais, no entanto, tem sido crescente a insatisfação em relação aos cuidados oftalmológicos em Portugal.Os maiores constrangimentos detetados pelo Programa Na-cional para a Saúde da Visão (2011/2016) são o insuficiente acesso a cuidados oftalmológicos, falta de comunicação entre médicos de família e oftalmologistas, insuficiente cul-tura da população sobre problemas da visão e inexistência de dados epidemiológicos sobre a doença visual no país.

Existe muita inconsciência devido à falta de investigação no âmbito oftalmológico em Portugal. A procura em Cuba e em outros países no estrangeiro por tratamentos relacio-nados com a visão explica-se pelo facto de haver falta de ação política e de sensibilidade da comunidade médica. A medicina privada não se interessa porque não é um ramo lucrativo e os financiamentos fornecidos pelo estado para esta área são deveras reduzidos, como é também o inter-esse científico neste campo. Em 2005, cerca de 15000 di-abéticos estariam em risco de cegar por retinopatia e macu-lopatia e a maioria destes casos poderia ser prevenida ou tratada através de tratamentos apropriados. A cegueira é uma doença grave mas não prevenida como tal. ■

Portugal às escuraspor Maria João Parente

Norberto de Azevedo perdeu permanentemente a visão. Aos 80 anos, cego, sente-se apto iniciar uma nova profissão: ser guia turístico do Castelo de Bragança. “Queria ser útil a este Castelo e não há ninguém que

explique aos visitantes a sua im-portância”. Sr Norberto está cego mas consegue ver a o quão o Cas-telo está a ser subestimado. DN

Jorge Pina, um dos jovens mais promissores na história do boxe português está praticamente cego. Com 3 títu-los nacionais em 3 categorias diferentes não é a cegueira obstáculo suficiente para acabar com a força de vontade do campeão. Chega todos os dias ás 9 da manhã à as-

sociação Promotora de Emprego de Deficientes Visuais para onde frequenta o curso de Massagistas e Auxiliares de Fisioterapia. Perdemos pugilista, ganhámos massagista!rtp

.pt –

Jorg

e pi

na

Dn.

sapo

.pt –

Nor

berto

de A

zeve

do

Page 5: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Portugal

Crise compromete projeto €uropeu

por Filipe Pardal , Jorge Felício e Andreia Matinhos

Mundo Contemporâneo // 5

Page 6: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

6 // Mundo Contemporâneo

Portugal

Primeiro foi a Grécia, depois a Irlanda. Agora, todos os olhos se encontram postos em Portugal, antecipando

a utilização do Fundo Monetário Internacional de modo a parar esta “hemorragia em cadeia” que ameaça a Europa, antes que chegue à Espanha. Com tantos altos e baixos, a Moeda Única ressente-se.

O Défice não pára de crescer. A dívida pública aumenta. A crise instala-se. Os mercados não perdoam. As taxas de Juro aumentam. Os países “infetados” são forçados a pedir ajuda externa. O contágio prossegue. Foi assim com a Grécia em maio deste ano e agora, seis meses depois, esta torna-se uma realidade também para a Irlanda. Esta crise internacional, que promete não ficar por aqui, já se faz sentir em Portugal, assim como as pressões dos mer-cados exigindo atitudes rápidas e eficazes. José Sócrates e Teixeira dos Santos continuam a defender que Portugal não precisa de ajuda externa, embora não de-ixem de salientar a gravidade da situação e a importância da aplicação do Orçamento de Estado de 2011, de modo a que a dívida pública desça para 4,6% do PIB.Neste momento, Portugal encontra-se numa situação se-melhante à da Irlanda aquando do pedido de auxílio exter-no por parte da Grécia. Contudo, as diferenças entre os dois países são bastante significativas. Mas por ser diferente não

será necessáriamente melhor, tal como pudemos confir-mar, pelas afirmações do Professor de Economia da Univer-sidade do Algarve, António Covas, em entrevista à Mundo Contemporâneo.

Portugal e Irlanda apresentam problemáticas diversas: en-quanto «a Irlanda tem um problema bancário sério com repercussões graves em termos orçamentais, Portugal não tem um problema bancário, nem tão pouco um problema financeiro. Portugal tem sim um problema estrutural de na-tureza económica».Em declarações públicas na TVI, o ex-ministro do PSD, Eng. Mira Amaral, refere que «Portugal vive a falta de com-petitividade, e a ausência de perspetivas de crescimento económico». Refere ainda que, «comparativamente com Portugal, a Irlanda está bem», representando a sua indús-tria 46% do PIB, e a agricultura 5%, ao passo que em Por-tugal a indústria representa apenas 23% do PIB e a agricul-tura 2,7%. A economia desse país não só tem uma estrutura muito mais sólida, como também não tem o problema de défice externo como se verifica em Portugal.

“Portugal não tem um prob-lema bancário, nem tão pou-co um problema financeiro”

Page 7: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Mundo Contemporâneo // 7

Portugal

Esta multiplicação de situações de crise financeira e económica na União Europeia terá tido origem na atuação irresponsável da Banca e dos respetivos sistemas finan-ceiros, assim como no crescimento exacerbado das Taxas de Juro, explica o Professor António Covas.

No caso da Irlanda, e contrariando as perspetivas mais otim-istas, o auxilio do FMI não foi suficiente para acalmar as bol-sas europeias, que apresentaram uma forte queda somente um dia depois do pedido de ajuda. Este desfecho deve-se sobretudo à crise política que surgiu no seguimento da crise económica e financeira deste país. Os partidos da oposição reivindicam agora a dissolução do parlamento e a convoca-ção de eleições antecipadas para janeiro de 2011, alegando que o governo mentiu ao povo, encobrindo a grave situação em que o país se encontrava mergulhado. Neste momento, uma das principais preocupações interna-cionais recai sobre a sobrevivência do Euro, depois de um ano de saltos e sobressaltos, culminando agora no seu des-gaste, mesmo após a intervenção do FMI na Irlanda.

A hipótese com a qual ninguém sonhava e que agora todos temem já foi por diversas vezes posta em cima da mesa, neste contexto de crise económica europeia: Será uma solução acabar com a moeda única para os países com el-evados índices de divida externa?

Enquanto os Chefes de Estado refutam desde logo esta hipótese, relacionando-a com o fim do projecto europeu, existem ainda alguns economistas que projetam já o fim do Euro para os países em risco.

De acordo com o Professor António Covas, esta “não é uma solução de futuro, pois poria em risco toda a construção eu-ropeia, assim como nos colocaria muito próximos de uma situação de rutura financeira devido ao alto risco de dívida pública”Por sua vez, o premio Nobel da economia Joseph Stiglitz ga-rantiu numa entrevista à BBC, que a crise grega é o primeiro passo para «o fim do euro», e este apenas poderá resistir se forem tomadas medidas para a resolução dos «profundos problemas institucionais» da União Europeia.

Apesar dos elogiados esforços do Governo Português para a resolução da crise nacional atual sem ajuda externa, por via do Orçamento de Estado para o ano de 2011, a verdade é que os juros dos títulos da dívida portuguesa continuam a aumentar (7,009 por cento, no dia 26 de novembro), indi-cando a cada vez menor distância entre Portugal e o precipí-cio onde já caíram a Grécia e a Irlanda. ■

foto

grafi

a po

r Sa

ra M

atos

foto

grafi

a re

tirad

a de

thee

ndof

pove

rty.c

om

Page 8: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

8 // Mundo Contemporâneo

Mundo

Há quem aponte a Cimeira como um momento importante para

a afirmação nacional e há, por outro lado, quem não se sinta convencido com os benefícios anunciados em relação à realização da mesma em Portugal. Positiva ou negativamente, facto é que, entre os dias 18 e 21 de Novembro, Lisboa «parou» para rece-ber mais de 170 representantes políti-cos a nível internacional.

Deste encontro de ministros e chefes de estado resultou um leque de no-vos consensos que vêm dar resposta a muitas questões de interesse inter-nacional. De entre todas elas, duas são alvo de especial destaque: Afegan-istão e Rússia. Quanto à primeira, ficou acordada a retirada das tropas milita-res do Afeganistão até 2015. A segun-da questão revela-se mais controversa. Apesar de ficar acordada a construção de um escudo anti-míssil em torno da Europa, teme-se que a união entre a Rússia e a Nato possa ficar compro-metida devido à futura retificação do tratado de redução de armamento, através do qual Barack Obama pre-tende incentivar a Rússia a reduzir a produção de armas.

O Outro Lado da Cimeira

Mas por trás deste acontecimento, gerou-se uma grande polémica. Se para José Sócrates a Cimeira da Nato foi algo histórico, para parte da popu-lação não foi bem assim. Nas ruas de Lisboa as pessoas questionam-se acerca do porquê de «tanta preocupa-ção com “os outros”, quando se teme a falta de pão “dos nossos”». Esta é a questão colocada pelos portugueses em resposta aos elevados gastos com a Cimeira. De entre todas as vozes queixosas em relação à Cimeira, esta parece ser a crítica que ecoa mais alto. Contudo, a economia nacional não foi a única afetada. Uma série de outros aspetos negativos estiveram na base desta polémica. Desde o futebol, pelo adiamento do derby Benfica-Braga, ao quotidiano da vida citadina de Lisboa, cujo normal funcionamento foi cor-rompido pelo barramento da Segunda Circular, pela tolerância zero nos aero-portos e pela evacuação da zona da FIL que custou ao casino de Lisboa cerca de meio milhão de euros. A acrescen-tar o escândalo sexual protagonizado pela comitiva da Geórgia que contra-tou dezenas prostitutas para a realiza-

ção de uma festa particular.O membro mais importante da Cimei-ra, Barack Obama, também não con-seguiu escapar às más-línguas, sendo criticado pelos turistas afetados pelas fortes medidas de segurança, não só nos aeroportos mas também nos ho-téis de luxo. Estes criticavam o facto de estarem a ser prejudicados pela presença do líder dos Estados Unidos no local escolhido para as suas férias, o mesmo homem que, na opinião dos mesmos turistas, causou o ambiente negativo que se vive a nível internacio-nal. Mas se a popularidade de Obama já atravessou melhores dias, a sua re-sistência física foi alvo de elogios por parte dos participantes na Cimeira, uma vez que paralelamente tomou parte de cinco reuniões de alto nível num só dia. Embora a Cimeira tenha durado apenas duas horas, foi o su-ficiente para serem discutidas várias temáticas com interesse a nível mun-dial.

A Cimeira de Lisboa da Nato fica assim registada na memória de todos, a bem ou a mal, como algo de substancial. ■

CiMEira da nato

Atrás de um grande acontecimento, uma grande polémicapor Inês Gaio

foto

grafi

a po

r D

mitr

y A

stak

hov

- Reu

ters

Page 9: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Mundo Contemporâneo // 9

Mundo

O primeiro-ministro da Irlanda, Bri-an Cowen anunciou, no passado

dia 21 de Novembro, que iria recor-rer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao fundo de emergência eu-ropeu, tornando-se assim o segundo país europeu a ativar o pedido de ajuda.

Depois do pedido de socorro por parte da Grécia devido ao descontrolo das suas contas públicas, há seis meses atrás, segue-se a Irlanda por causa do seu problemático sistema financeiro. O anúncio seguiu mais uma vez num fim-de-semana, evitando assim a turbulên-cia dos mercados, sendo este mais um episódio fundamental na crise que as-

sola as terras europeias desde o início do ano. O empréstimo será concretizado através do recurso ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), a um fundo do Orçamento da União Eu-ropeia e ainda de empréstimos bilater-ais do Reino Unido e da Suécia, totali-zando em cerca de 85 mil milhões de euros. Parte do dinheiro proveniente desse fundo será para injetar capital nos bancos irlandeses e ainda para criar um “fundo de contingência” para instituições financeiras que possam vir a passar por dificuldades.

Com este pedido de ajuda segue tam-bém um programa de austeridade,

com uma dimensão de 15 mil milhões de euros, 10% do PIB nacional, tendo como objetivo o equilíbrio das contas públicas até 2014. As medidas passam por um corte no salário mínimo que atualmente é de 8,65 euros por hora, o segundo mais elevado da Zona Euro, a redução dos apoios sociais em 11%, o despedimento de 24.750 funcionários públicos, cortes de três mil milhões de euros em benefícios sociais e o aumen-to generalizado de impostos. O IRC não deverá sofrer alterações, permanecen-do a Irlanda como um dos países com a fiscalidade mais reduzida no que toca às empresas, facto que o primeiro-min-istro destacou, provando que o Gover-no não deixou de ser soberano. ■

Irlanda recorre a ajuda internacionalpor Denise Horta

Papa XVI admite preservativopor Ana Pereira

O Papa admite, pela primeira vez, o uso de preservativo em casos pon-

tuais. Segundo o Santo Padre esta é a solução para “humanizar a sexualidade” e um passo importante, contudo afirma que o preservativo “não é o caminho para se acabar com a infeção do HIV”. As de-clarações de Bento XVI surgem publica-das num livro do jornalista alemão Peter Seewald, que reúne várias entrevistas do Papa.

Luz do Mundo – o Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos – uma conversa com Peter Seewald é “uma entrevista feita com toda a liberdade com um jornalista e, do ponto de vista dos objetivos, é uma obra a que o Papa não se escusa a nenhum tema”. Em Portugal, prevê-se que o livro seja publi-cado no dia 2 de Dezembro. ■

Este mês o De Malas Feitas traz uma história um tanto ou

quanto bizarra. Existem suspei-tas de que em Nápoles, o berço da piza italiana, sepulturas sejam profanadas, caixões triturados e vendidos como lenha para fornos de pizarias e de padarias.

Andrea Santoro, conselheiro pelo partido conservador e presidente de uma comissão municipal de investigação sobre os cemitérios da cidade italiana, diz que esta questão não é de todo descabida dado o estado de abandono em que se encontram os cemitérios. O comércio paralelo de caixões já é uma realidade, onde se revendem caixões já utilizados e roubados das

campas, como se confirma quando familiares de uma defunta encontr-aram a sepultura da família aberta e espalhadas pelo chão ferramen-tas de carpinteiro. O Ministério Público local já está a investigar a reciclagem da madeira e as suspei-tas recaem sobre a máfia italiana, também responsável pelo mercado paralelo de caixões e o transporte ilegal de doentes terminais dos hospitais para casa.

Um cronista do Corriere della Sera escreve: «Os caixões são roubados, transportados, triturados e vendi-dos a compradores que ignoram a sua origem, donos de fornos de pão e de pizarias.» ■

dE malas FEitas

Madeira de caixões para pizas e pão em Nápolespor Ana Marques

Page 10: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

10 // Mundo Contemporâneo

Mundo

O Comité Nobel Norueguês anun-ciou, em Outubro, que Liu Xiaobo

ganhou o Prémio Nobel da Paz 2010. O Comité justifica esta distinção refor-çando a longa luta pelos direitos fun-damentais da China levada a cabo por Liu Xiaobo.

O Nobel, de 54 anos, antigo professor universitário e crítico literário conde-nado a 11 anos de prisão, pelo tribu-nal de Pequim, foi acusado de praticar atividades perturbadoras. Está preso há dois anos, pela terceira vez, depois de ter incentivado um abaixo-assina-do a favor da introdução de reformas políticas na China, o fim do regime de partido único, a independência do poder judicial e a liberdade de associa-ção, tentando “subverter o governo”.

Visto o ativista chinês estar impedido de receber o prémio, a sua esposa

pediu a vários amigos que o recebam em seu nome, em Oslo. No entanto, o diretor do Instituto Nobel, Geir Lund-estad, afirmou no passado dia 17 de Novembro que caso nenhum parente próximo de Liu Xiaobo receba o Nobel da Paz, no dia 10 de Dezembro, não haverá entrega nesta categoria.

Mas, segundo informações avançadas pela TVI24, nem os dois irmãos, nem o advogado da família estão autorizados a deslocar-se à Noruega para receber-em o Nobel da Paz atribuído ao dissi-dente chinês. O vice-ministro chinês das Relações Exteriores, Cui Tiankai, ameaçou os países que apoiarem Liu Xiaobo, afir-mando que “deverão assumir a re-sponsabilidade das consequências do seu gesto”. ■

Nobel da Pazpor Ana Pereira

O Rio de Janeiro é a cidade brasileira mais conhecida e principal des-

tino turístico do Brasil. As principais atrações turísticas centram-se no Pão de Açúcar, na Estátua do Cristo Reden-tor, no Estádio do Maracanã, nas pra-ias e no típico carnaval brasileiro. Atu-almente, existe outro ponto turístico muito procurado pelos turistas inter-nacionais - as favelas.

A procura de novas experiências, de aventura e de tudo o que seja dife-rente levou os turistas, sedentos de novidades, a interessarem-se por ver in loco o modo de vida da população brasileira mais desfavorecida. Os con-trastes são evidentes nas favelas. Se-gundo as notícias vindas a público - a grande pobreza vive em comunhão com a alegria do samba, e das hab-itações miseráveis avista-se o imenso

mar azul e o aglomerado dos gigantes-cos prédios que ficam a seus pés, pois as favelas estão localizadas em pontos estratégicos, geralmente altos e nas imediações da grande cidade. Os turistas, na procura de condições de pobreza que eles próprios descon-hecem, procuram também viver mo-mentos de excitação e pura adrenalina só pelo facto de saberem que prolif-eram nas favelas as armas e conse-quentes situações de risco. No entan-to, as zonas das favelas que podem ser visitadas são áreas pacificadas, onde a venda de droga e as armas não es-tão à vista dos turistas. A favela da Ro-cinha é a maior favela da América La-tina, sendo visitada por cerca de 3.500 turistas por mês, sendo então ponto turístico oficial já que consta nos ro-teiros de muitas Agências de Viagens.

Segundo a publicidade da Agência de Viagens Exotic Tour a população resi-dente na favela da Rocinha aceita com agrado as visitas dos turistas, acom-panhados por um guia profissional e também por um guia local, pois este projeto criou oportunidades de tra-balho para os habitantes da favela e concede ajudas para a escola. ■

Turistas sedentos de aventura frequentam atualmente as favelas no Brasilpor Ana Lourenço

foto

grafi

a po

r R

ui C

orde

iro

Page 11: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Mundo Contemporâneo // 11

Mundo

Princess Hijab, a revolução subterrânea em Parispor Ana Marques

Uma, ou um, artista fora do comum que tem tornado muito contro-

versa a ideia de ativismo. Com um simples marcador preto, esta artista pinta véus muçulmanos nos modelos, homens e mulheres, dos anúncios nas estações do metro de Paris.O nome «Princess Hijab» foi uma cria-ção da imprensa. A verdade é que a artista não revela se é um homem ou uma mulher e nem mesmo pela sua estatura se pode deduzir. Princess usa uma peruca preta que lhe tapa a cara e, sempre que fala, distorce o máximo possível a voz para que não se entenda o seu género.Desde 2006 que marca a diferença e a sua arte é discutida um pouco por toda a Europa mas a dúvida permanece:

será alguém que luta pelos direitos das mulheres e é contra o uso dos hijab, niqab e burqa ou totalmente o contrário? Alguém que considera que o respeito pela religião se sobrepõe e que as mulheres devem usar os véus? E porque é que pinta tanto em mod-elos femininos como em masculinos? A confusão aumenta e segundo o The Guardian «Princess Hijab é a mais ina-preensível artista de rua de Paris.»Cada vez se tem tornado mais cautelo-sa fazendo apenas 4 a 5 trabalhos por ano em Paris. As pinturas permane-cem intactas cerca de 45 minutos até que as autoridades as apagam. En-tretanto Princess fotografa o máximo possível e publica na internet onde qualquer pessoa pesquisando pelo

seu nome artístico tem acesso às foto-grafias dos seus trabalhos. Princess vê-se a si própria como parte do «graffiti das minorias». «Se fosse apenas por causa da abolição da burqa, o meu tra-balho não teria eco por muito tempo. Mas eu acho que a abolição da burqa deu uma visão global do problema de integração em França.» diz Princess. «Nós não podemos definitivamente continuar a fechar-nos e a pôr grupos em caixas, reduzindo-os sempre às vel-has questões sobre religião ou violên-cia urbana. Os níveis de Educação são melhores e não podemos continuar a ter o velho discurso Maniqueísta.» ■

Princess Hijab, a revolução subterrânea em Parispor Ana Marques

foto

grafi

as re

tirad

as d

o Th

e G

uard

ian

Page 12: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Cultura CinemaThe Social Netwok em análise

por Milton Lima

Em «Social Network» a pertinên-cia da fundação do facebook é

relegada para 2º plano, dando-se prioridade ao caráter e personali-dade de Mark Zuckerberg, um jo-vem com uma moral duvidosa mas de uma inteligência inegável. Ao pú-blico é dado o papel de juiz do com-portamento de Mark e das razões das suas ações: será inveja pelo seu amigo ter sido recrutado para um clube secreto? Ou vingança por ter sido abandonado pela “namorada”? Será a ambição por dinheiro ou sucesso? Sem dúvida são questões a que, por não serem respondidas no filme, teremos de ser nós próprios a dar solução. O enredo ganha interesse com a chegada dos gémeos Winklevoss (in-terpretados unicamente pelo talen-toso Armie Hammer), os «cavalhei-ros de Harvard» que, acompanhados por um amigo (Max Minghella, num papel bastante diferente daquele que faz em “Agora”), processam Mark por este lhes ter roubado a autoria do facebook. A aparição do vilão Sean Parker (Justin Timberlake)

é, sem dúvida, sentida pois é a causa da rutura da amizade entre Mark e Eduardo (o novo “Homem-Aranha”, Andrew Garfield). O cofundador do facebook está de parabéns pelo seu papel de amigo e consciência de Mark, ainda que não tenha sido muito aprofundada esta person-agem. De parabéns está ainda o gui-onista Aaron Sorkin pela magnífica adaptação da obra “The Accidental Billionaires” de Ben Mezrich, assim como o engenhoso David Fincher que, felizmente, não muda em nada aquilo a que nos deixou habituados em «Seven», em «Fight Club» ou em «The Curious Case of Benjamin But-ton»: o poder de nos cativar à frente do ecrã e de nos obrigar a prestar atenção aos pormenores onde a agressividade psicológica persiste.Num filme potencialmente arrebat-ador de (muitos) Óscares em muitas áreas, chegamos ao fim com a se-guinte questão: como é que alguém com tanta dificuldade em socializar cria a maior rede social do mundo que aproxima as pessoas e facilita a comunicação entre elas? ■

12 // Mundo Contemporâneo

Realização: David Fincher.Produção: David Fincher, Scott Rudin, Dana Brunetti, Mi-chael De Luca e Ceán Chaffin.Produtor executivo: Kevin Spacey.Argumento: Aaron Sorkin.Baseado na obra original: The Accidental Billionaires, de Ben Mezrich.

Elenco: Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timber-lake, Brenda Song, Rooney Mara, Armie Hammer e Max Minghella.Música: Trent Reznor e Atticus Ross.Estúdios: Relativity Media e Trigger Street Productions.Distribuidora: Columbia pictures.

Page 13: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Mundo Contemporâneo // 13

O talento de Serge Gainsbourg está espalhado por dezenas de discos,

livros, filmes, curtas-metragens e vídeo clips, para além desta vasta coleção de obras, Gainsbourg foi também um col-ecionador de escândalos.Serge Gainsbourg era arrogante, polémico, irritante e, segundo o próprio, muito feio. «A fealdade é su-perior à beleza, pois dura para sem-pre». A verdade é que apesar de ser feio, de estar sempre embriagado e de fumar incessantemente, conseguiu conquistar as mulheres mais belas do seu tempo: Brigitte Bardot, Jane Birkin, Catherine Deneuve, Juliette Gréco, entre outras. Gainsbourg tinha um enorme talento artístico, e usava-o com habilidade para conquistar o pú-blico e as mulheres.Gainsbourg: Vie Heroïque, filme inspi-rado na sua vida e obra, já está em exi-bição nos cinemas.Este filme biográfico, escrito e real-izado pelo artista de banda desen-hada Joann Sfar não se enquadra nos cânones tradicionais de uma biopic, este fato não será alheio à veia desen-hadora do realizador. Logo no genérico inicial, Sfar apresenta-nos uma belís-sima animação que funciona como uma retrospetiva da vida de Gains-

bourg. Outro fato curioso, é que o re-alizador classifica esta vida heroica de Gainsbourg como um conto, o que não deixa de estar correto, porque em di-versas cenas ao longo do filme vive-se num ambiente de fábula, por exemplo, quando Serge Gainsbourg fala com o seu alter-ego, aqui representado por um «boneco» com um aspeto grotesco que apresenta todas as caraterísticas físicas do biografado, mas com pro-porções exageradas (nariz, orelhas e dedos enormes). Esta personagem (La Gueule) simboliza as suas debilidades transformadas em força.Os primeiros anos de vida de Gains-bourg - brilhantemente representados pelo jovem ator Kacey Mottet Klein – são passados a estudar pintura e já nesta época demonstrava um certo at-revimento e habilidade para a sedução, chegando mesmo a convencer mod-elos adultas a posar nuas para serem pintadas por si. Quando atingiu a idade adulta começou a tocar num piano bar para pagar as contas, mas segundo o próprio, a música não passava disso mesmo: um trabalho para conseguir sobreviver, o que lhe interessava mes-mo era a pintura. Foi também nesta época que conheceu a sua primeira mulher, Elizabeth Levitski uma jovem

estudante de artes plásticas e assis-tente de Salvador Dalí.Numa das muitas noites de copos no piano bar, Gainsbourg conheceu o es-critor e cantor Boris Vian. Foi depois desta ocasião que Serge Gainsbourg decidiu mudar de nome, até então cha-mara-se Lucien Ginzburg, por consid-erar que Lucien era nome de barbeiro de bairro. Foi Boris Vian que lhe abriu diversas portas dentro do meio musi-cal da época, Juliette Gréco conquis-tou-o e contratou-o como compositor. A partir daqui a escalada para a fama acontece rapidamente e Gainsbourg é requisitado para escrever canções para diversas celebridades da época. Entretanto, tem um romance tórrido com Brigitte Bardot, (papel represen-tado por Laetitia Casta) que dura ape-nas três meses, este desgosto de amor é curado com um novo romance, desta vez a escolhida é a então jovem atriz britânica Jane Birkin, com quem viria a casar e ter uma filha, também ela can-tora e atriz, Charlotte Gainsbourg. A partir da terceira parte, o filme começa a ser uma sucessão de episódios apre-ssados e um pouco incoerentes, mas apesar disso este filme não deixa de ser um marco e nem retira mérito ao realizador.■

Cultura

A vida heróica de Serge Gainsbourg: o retrato de um íconepor Luís Timóteo

A vida heróica de Serge Gainsbourg

França, Estados Unidos, 2010 - 130 min Estilo: Biografia / Drama Direção: Joann Sfar. Argumento: Joann Sfar.

Elenco: Eric Elmosnino, Lucy Gordon, Laetitia Casta, Doug Jones, Anna Mouglalis, Mylène Jampanoï, Sara Forestier, Kacey Mottet Klein, Razvan Vasilescu, Dinara Drukarova, Philippe Katerine, Deborah Grall.

Page 14: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Cultura

Música

Interpol : Please turn off the lightspor Tatiana Contreiras

Os norte-americanos Interpol sur-giram há 8 anos e já contam com

quatro discos de originais. Paul Banks (voz), Daniel Kessler (Guitarra) e Carlos Dengler (Baixo), formaram a banda em 1998 e mais tarde em 2002 juntou-se Sam fogarino para ocupar a bateria. Num género indie rock, os Interpol representam um estilo alternativo e experimental ligado ao cenário un-dergound e desvinculado das grandes editoras, o grupo tem como influências bandas do pós-punk do final da década de 70 e início dos anos 80, como The Cure, Echo & the Bunnyman, Joy divi-sion, Bauhaus e the Chameleons.A banda prima por um estilo de música com sonoridade fria e sombria, letras tristes e melancólicas que nos trans-mitem uma visão depressiva do mun-do. Os Interpol editaram o primeiro álbum em 2002 intitulado Turn off the

bright lights, considerado pela Pichfork como melhor álbum desse ano, este conta com temas bastante conhecidos dos fãs como Obstacle 1, NYC e PDA. Em 2004 lançaram o álbum Antics, e em 2007 Our love to admire, registo que deu lugar a um Coliseu de Lisboa totalmente esgotado nesse ano. O mais recente trabalho da banda sai este ano com o nome Interpol, onde se integra o single lights.Em maio deste ano o baixista Carlos Dengler abandonou o grupo, no entan-to os restantes elementos afirmaram que «cada um deles assumirá o baixo no processo de composição dos próxi-mos álbuns». Os Interpol foram responsáveis pela primeira parte dos dois concertos dos U2 realizados há pouco mais de um mês em Coimbra, e voltaram a Por-tugal desta vez em nome próprio. A

banda iniciou a tournée europeia no campo pequeno em Lisboa no pas-sado dia doze, a deficiente acústica da sala e alguns percalços técnicos não impediram que a noite se tornasse inesquecível para os fãs. No palco, o lugar de Carlos Dengler foi preenchido pelo experiente David Pajo e as teclas ficaram a cargo de Brandon Curtis. Ao longo de hora e meia de concerto a banda privilegiou as músicas dos dois primeiros álbuns e os pontos altos do espetáculo foram naturalmente obsta-cle 1, PDA, Slow hands e C´mere.A banda encerrou um concerto in-tensamente emocional de tonalidades cinzentas com o tema Stella Was a Diver and She Was Always Down o que levou ao rubro uma plateia quase es-gotada. ■

Draculea Café -Bar

14 // Mundo Contemporâneo

Os Interpol lançaram este ano o seu quarto álbum de originais e atuaram no passado dia 12 no Campo Pequeno em Lisboa.

Page 15: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Mundo Contemporâneo // 15

Cultura

Literatura

Entrevista: Isa Mestrepor Isa Vicente e Ana Parra

Isa Mestre, ex diretora da nossa revista O Mundo Contemporâneo viu editado, no ano passado, o seu primeiro livro, «Voz Perdida». O livro é composto por um conjunto de narrativas soltas.

Mundo Ccontemporâneo: Desde quando começou a escrever?Isa Mestre: Comecei a escrever ainda muito jovem, com apenas 12 anos. Na altura escrevia pequenos poemas e prosas que integrava num projecto concebido nas aulas de Língua Portu-guesa - o chamado Plano Individual de Trabalho. Daí até começar a procurar outros caminhos foi apenas um peque-no passo. Um ano mais tarde estava a publicar as minhas crónicas num jornal regional.

M.C.: O que a inspira a escrever?I.M.: Inspiram-me sobretudo as situa-ções do dia-a-dia. A agitação em que vivemos e a falta de tempo que guar-damos para os outros e para o mundo que nos rodeia, como se vivêssemos dentro de uma bolha. Escrevo sobre-tudo sobre afectos, porque creio que é na sua expressão que mais falhamos.

M.C.: Como surgiu esta paixão pela es-crita?I.M.: A paixão pela escrita foi algo que foi vindo naturalmente. Quando fazemos aquilo que gostamos e senti-mos que alguém nos valoriza por isso ganhamos cada vez mais vontade de fazer mais e melhor, e foi precisamente isso que aconteceu comigo.

M.C.: É fácil no nosso país ser-se escri-tor?I.M.: Em primeiro lugar gostaria de esclarecer que não me considero de modo algum uma escritora. O que me sinto é uma “escrevente”, uma pessoa que ama as palavras e aprofunda essa paixão através da escrita. Mas penso que ser escritor vai muito além disso. É

preciso ter-se a maturidade e a rigidez de quem conhece as palavras há mui-to tempo e sabe como trabalhar com elas. No entanto, e respondendo à vos-sa pergunta penso que não é de modo algum fácil ser-se escritor em Portu-gal, sobretudo porque a literatura está cada vez mais sobrevalorizada em det-rimento de outras actividades de lazer. Neste momento, em Portugal, existem apenas cinco ou seis escritores que se dão “ao luxo” de viver exclusivamente da sua profissão – penso que isto nos dá uma visão de como se encontra o panorama literário português.

M.C.: Haverá a possibilidade de vir a publicar outro livro?I.M.: Sim, essa é uma forte possibi-lidade, até porque me encontro neste momento a trabalhar nele. No entanto será algo bem diferente do Voz Perdida no sentido em que será uma história continuada, com um enredo e perso-nagens já definidas. Será sem dúvida algo mais próximo do romance.

“Promete-me que nunca pronunciarás em vão a pa-lavra amor”.

Page 16: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Cultura

M.C.: Como é que o curso de Ciências da Comunicação a ajudou a desenvolv-er enquanto escritora?I.M.: Creio que o curso de Ciências da Comunicação me ajudou a desen-volver-me enquanto pessoa e isso de alguma forma contribuiu para que evoluísse enquanto escritora. Quando crescemos os nossos pensamentos acabam por moldar-se, ganhar formas diferentes e isso revela-se sempre na escrita porque aquilo que escrevemos é sempre inevitavelmente um pouco daquilo que somos.

M.C.: Porquê o nome «Voz Perdida»?I.M.: Assim que escrevi o livro o nome Voz Perdida veio-me imediatamente à cabeça porque, na verdade, à semel-hança de muitos outros jovens escri-tores também eu era de certa forma uma voz perdida na literatura, na es-perança de que alguém me lesse e pudesse encontrar algo de interes-sante na minha escrita e sobretudo no meu livro. O nome veio daí. Porque continuo a acreditar que ainda há mui-tas vozes perdidas, ou melhor, muitas canetas perdidas, que continuam a ar-rumar os seus trabalhos na gaveta sem que tenham a possibilidade de pub-licá-los permitindo assim que alguém tenha acesso a eles.

M.C.: Dedica este livro a alguém ou a

algo que se passou na sua vida?I.M.: Dedico este livro especialmente à minha avó, aliás, a dedicatória inicial é para ela. Mas creio que este livro é acima de tudo de todas as pessoas que conheci na minha vida e que me ajuda-

ram a ser quem sou. A acreditar.

“Penso que a literatura portuguesa é valiosíssima”M.C.: Qual a frase do seu livro que mais a marca?I.M.: «Promete-me que nunca pronun-ciarás em vão a palavra amor». É uma frase importante para mim porque como referi anteriormente penso que falhamos imenso na expressão dos af-ectos – seja porque não os expressa-mos quando devíamos ou porque os expressamos erradamente.

M.C.: Mudava alguma coisa no livro que escreveu?

I.M.: Sem dúvida. Hoje, se tivesse a oportunidade de reescrever o Voz Perdida alteraria muita coisa, mas de certo modo penso que me proibiria de fazê-lo porque neste momento ele representa para mim uma passagem, uma etapa, uma evolução.

M.C.: Este livro era então … um sonho?I.M.: Sim. Editar um livro sempre foi para mim um sonho. Começar com o Voz Perdida foi uma opção para dar a conhecer o meu tipo de escrita aos leitores e deixá-los com vontade de ler outras coisas.

M.C.: Por fim, qual é a sua opinião so-bre o estado da literatura portuguesa?I.M.:Penso que a literatura portugue-sa é valiosíssima. Temos hoje jovens escritores que são fantásticos e têm uma margem de progressão enorme pela frente. Por isso não tenho dúvidas que à semelhança do que aconteceu com Saramago e acontece com Lobo Antunes também no futuro teremos escritores portugueses a espalhar o que de melhor se faz por cá no cam-po da literatura. Penso que esta nova geração de escritores, como José Luís Peixoto, Valter Hugo Mãe, João Tordo, Patrícia Reis ou Inês Pedrosa, repre-senta um salto qualitativo enorme. ■

16 // Mundo Contemporâneo

Michel Giacometti nasceu na Córsega, mas trocou a sua ilha na-tal pelo nosso país no final dos anos 50. Durante as décadas se-guintes atravessou Portugal de lés a lés, com o intuito de registar em áudio as diversas formas de música popular do nosso país. Essas gravações são hoje um dos mais importantes documentos acerca daquilo que é o cancioneiro nacional e as várias tradições de um povo rural, como era o nosso. No passado dia 24 de Novembro passaram vinte anos sobre a data da morte de Giacometti e para assinalar a efeméride realizou-se na Universidade do Algarve uma homenagem ao etnomusicólogo. A cerimónia contou com a presença de vários oradores, entre os quais, o seu antigo operador de som, Mário Luís. ■

UAlg homenageia Michel Giacometti

Page 17: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Cultura

No seguimento da entrevista feita a Isa Mestre e visto a mesma tam-

bém escrever poesia, para além da sua prosa já publicada, O Mundo Contem-porâneo dá-vos a conhecer uma forma poética bastante peculiar e com pre-ciosas influências na literatura de hoje: O Haiku Japonês.Conjuntamente denominada Hokku, Haikai ou Haicai (nomenclatura dos poetas portugueses), esta composição versificada é concisa, esteticamente vigorosa, fluida e desprovida de rima. É oriunda do Japão e consiste numa forte analogia entre homem e nature-za, normalmente composta por dezas-sete sílabas, distribuídas entre três versos. Provém dum formato anterior, popularizado nesse mesmo país entre os séculos IX e XII, retratando maiori-tariamente a religião. Aclamado como pioneiro dentro do gé-nero, a poesia de Bashô Matsuo (1644 – 1694) é característica pelo humor aguçado, melancolia, entusiasmo, bal-búrdia interior e versatilidade. No decorrer do século XX, quer pela imigração Japonesa ou pelo deslum-bramento pelo Oriente, este especí-fico modelo de escrita foi partilhado e

exercido por outros países, ganhando popularidade na América, Canadá, França, Índia e também em Portugal.O Haiku ocidental expõe discrepâncias do japonês, pois logicamente que esta língua, pela sua especificidade inimi-tável, inviabiliza qualquer reprodução fiel noutros idiomas, surgindo mesmo distintas traduções para um mesmo texto. Na literatura portuguesa, no-tam-se influências do estilo em poetas como Venceslau de Morais, Camilo Pessanha, Eugénio de Andrade ou Al-bano Martins. No ano de 1962, o poeta, ensaísta e ficcionista louletano Casimiro Cavaco Correia de Brito teve presentes po-emas Haiku com traduções suas em «Poemas Orientais», in Colecção A Palavra, N° 05, dos melhores poetas japoneses, como por exemplo, «En-quanto eu vou sair /sejam bons e brin-quem juntos /meus pequeninos gri-los.» (Issa) e «Que silêncio profundo! /Até o cantar dos grilos /está escondido nas rochas...» (Basho).Herberto Helder de Oliveira, (poeta e escritor português de origem judaica que no passado dia vinte e três de no-vembro completou oitenta anos) em

1968 publicou a sua interessante Anto-logia de poemas de antigas literaturas, onde estavam presentes traduções suas de Haikais Japoneses, uma delas, «Pirilampos. /Sobre o espelho da ribei-ra. / Dupla barragem de luz.» (Kikaku)Em suma, a forma Haiku é essencial-mente caracterizada pelo grandíssimo caráter sensorial e sugestivo. Os Po-emas são subjetivos e captam o mo-mento, sendo que a ligação de signos expostos será sempre interpretada por cada leitor, tal e qual acontece em toda a arte do verso.■

O Haiku Japonêspor Diogo Costa Leal

foto

grafi

a po

r Ve

ra F

erna

ndes

A existência de uma política cultural supõe, antes de mais uma reflexão sobre o local, as infra-estruturas que po-

dem suportar e acolher e criar os produtos e produções culturais, a população para quem aqueles produtos e produções se dirigem e as possibilidades reais de fixação, reprodução e criação de novas e diferentes produções e produtos culturais que permitam o próprio desenvolvim-ento do local onde se inserem, tornando-o uma referência. Complicado? Talvez…ou, nem por isso.Local: Algarve. Infra-estruturas: Espaços para apresentação dos produtos e produções, escolas responsáveis pela for-mação e artistas do, no local e outros. População: residen-tes e público em geral. Resultados concretos destas inter-acções anteriores, algumas hipóteses: Festival I, II, III, etc. Exposição I, II, III, etc. Algumas perguntas: o público fixa-se e cresce em número? A qualidade dos produtos e produções é cada vez mais elevada? Existe participação das estruturas que garantem formação e desde logo continuidade em pro-

jectos de desenvolvimento e fixação de produções/produ-tos e público?Alguns exemplos práticos:ANDAIME – Exposição de trabalhos dos alunos finalistas do Curso de Artes Visuais da Universidade do Algarve na Fábrica da Cerveja. Local em mau estado, a precisar de re-formas urgentes, sobretudo face aos riscos existentes de se-gurança, quer para as obras expostas, quer para o público. No entanto, o espaço permite a sua recriação e também exige uma atitude mais activa do espectador, ao mesmo tempo que o acolhe. Os produtos/produções apresentados revelam formação prévia, conceitos artísticos pensados, discutidos e com caminhos novos em aberto. Como serão os trabalhos destes alunos de Artes Visuais da Universidade do Algarve daqui a um ano, ou dois? Gostaria muito de sa-ber face ao que vi nesta exposição. Será que terão oportuni-dade de o mostrar? A programação cultural tomou isso em consideração?

Mundo Contemporâneo // 17

Política Cultural no Algarve? Por exemplo…por Rosa Guedes, professora de filosofia

Page 18: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Cultura

18 // Mundo Contemporâneo

A Política Cultural do Algarve incluiu a vertente da formação, fixação e cria-ção sustentada da produção artística?ALLGarve – Diversos eventos artísticos que incluem as mais diversas áreas, do cinema à música, das artes visuais nas suas produções mais “canónicas” às mais vanguardistas. A preocupação com a formação de públicos parece ser uma real preocupação da programação deste evento. Há eventos para todos os gostos, em todos os locais de “cabo a rabo” no Algarve. A meu ver, em Faro, acabámos por ficar com a “fava”: uma exposição de fotografia na Galeria Trem, que revelou pouco cuidado com a apresentação dos trabalhos expos-tos, e uma exposição no Museu Mu-nicipal, com vídeos em que diversos artistas do e a viver no Algarve, davam o seu testemunho sobre o panorama das artes e das particularidades de uma produção artística local. Esta ex-posição em particular, apresentava al-gumas curiosidades. A primeira quanto

à entrada na exposição: quem não é de Faro pagava bilhete, quem era ou vivia em Faro não pagava, sendo necessário apresentar um documento comprova-tivo. Quem como eu, tem cartão de cidadão como documento identifica-tivo, paga, ainda que viva na cidade de Faro. Uma prática em contradição com a “formação de públicos”. A segunda curiosidade: os vídeos longuíssimos, ti-ravam a vontade de os ver ao mais pa-ciente espectador. Mas o próprio espa-ço em que esses objectos multimédia estavam, fazia com que entrassem em conflito uns com os outros. A sua extre-ma proximidade, a repetição temática, cromática, de enquadramento, ritmo, tornava-os todos uniformes, de uma uniformidade entediante. Inclusive a possibilidade de exibir um projecto in-teressante e de algum modo precursor à época, elaborado por René Bertholo, foi exposto no mesmo espaço destes produtos vídeo, como se existisse con-tinuidade entre esses trabalhos. Assim

será possível formar públicos?Não existe política cultural sem públi-co, tal como não existe arte sem espe-ctador. Essa é a principal vertente de qualquer política cultural. Não quero dizer com isto que tudo vale, ou que se deve lisonjear o público satisfazendo a imediatez da sua fruição. Uma política cultural tem igualmente que prover à própria educação do público, mas essa educação vai igualmente ter maiores exigências em termos de uma política cultural de qualidade. Eis a necessi-dade de interacção com as estruturas de formação, capazes de fornecer as competências para o desenvolvimento de uma concreta política de formação de públicos e agentes culturais. Política Cultural no Algarve? …Pro-gramação Cultural estruturada e con-sistente no Algarve? …Formação de públicos para a Cultura no Algarve? Bem, por exemplo…. ■

Joana Vasconcelos nasceu em Paris em 1971, onde viveu até aos três anos de idade. Deambulando entre a cultura erudita e popular, detém agora um mediatismo que só Pau-la Rego conseguiu obter entre os nossos artistas visuais.Joana Vasconcelos, 38 anos, nasceu em Paris e vive em Por-tugal, o que não a impediu de chamar a atenção de críti-cos de arte em todo o mundo. A jovem artista, formada no Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa, en-tre 1989 a 1996, derrubou as barreiras fronteiriças do país e construiu uma carreira sólida em França, Espanha, Estados Unidos e Brasil. Alcançou o reconhecimento internacional e o facto de o ter feito sem o apoio do Estado ainda aumenta mais o seu valor. E é a própria que acrescenta, na entrevista dada a Adelaide de Sousa, no programa «Entre nós» de 15 de Outubro: «Há, no fundo, que provar que se é competente internacional-mente para se ser aceite, com algum respeito, nacional-mente.»Desde as suas primeiras obras, em meados dos anos 90, que nunca mais se deixou de falar dela: já adornou a Torre de

Belém com um colar de bóias náuticas, intitulada «A Jóia do Tejo»; elaborou uma colcha de croché, a «Varina», para ser suspensa na Ponte D. Luís; criou «A Noiva», feita de tampões higiénicos que substituem os pingentes do lustre e a sua obra «Marilyn» feita de panelas e tampas, foi leiloada na conceituada Christie’s por mais de meio milhão de euros. A sua mais recente criação, a piscina «Portugal a Banhos», pôde ser encontrada no Terreiro do Paço até 4 de novembro e é uma chamada de atenção da própria ao País: «cuidado, não nos deixemos afundar» (declarações feitas ao Jornal Pú-blico de 22.10.2010).Nas melhores obras, o lúdico, o glamour e o político com-binam-se de forma engenhosa. O seu pensamento criativo assenta entre o belo e o banal, o ético e o frívolo, em proje-tos nos quais a descontextualização dos objetos do quotidi-ano dita as regras. A junção de todos esses fatores valeu-lhe, entre outros, o Prémio EDP Novos Artistas, em 2000 e, em 2006, o prémio The Winner Takes It All, da Fundação Berar-do. Veremos como Joana Vasconcelos nos surpreenderá a seguir… ■

Joana Vasconcelos: pensamento criativo por Susana Teixeira

Page 19: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

lazEr

Mundo Contemporâneo // 19

1º, 2º e 3º dias: 23, 24 e 25 de dezem-bro.

Comece esta viagem com a visita aos parques da Disneyland e Dis-

ney Studios, em que nesta época na-talícia a magia é imensa. Sendo que to-das as decorações, os cantos de natal e a árvore gigante que o parque adota refletem um espírito natalício incondi-cional, não podendo faltar o Mickey, a Minnie e as principais personagens Disney. Ao longo de todo o dia e noite

são realizados es-petáculos e paradas de Natal, não fal-tando a presença do Pai Natal. Como novidade, um presente para todos: novas personagens farão parte dos es-petáculos, sendo estas as personagens

do novo filme da Disney “Rapunzel” lançado no passado dia 24 de novem-bro. Durante estes três dias aproveite também todas as atrações tais como: a torre do terror, a crush coaster e a rock’ n’ roller coaster avec aerosmith no parque Disney Studios. Indiana Jones et le temple de peril, big thunder mountain, space mountain, star tours e mad hatter’s tea cups, no parque Disneyland, são outras das atrações a visitar.

4º e 5º dia: 26 e 27 de dezembro.

Nestes dois dias que lhe restam parta à descoberta da bela e fascinante cidade de Paris, com um passeio em Mont-martre. Comece pelo topo da colina, visitando a famosa Basílica do Sacrée-Coeur, onde terá um belo panorama da cidade. De seguida passeie pelas ruas de Montmartre e observe os artistas, escritores, poetas e músi-cos que ali se reúnem todos os dias. Continue a sua visita até ao célebre Moulin Rouge e no caminho pare para degustar uma deliciosa baguette recheada. De seguida faça uma caminhada junto ao Sena, observe

os chamados Bateau Mouche e, se lhe agradar, dê uma volta num destes fa-mosos barcos, que lhe proporcionam uma paisagem diferente. Siga caminho até à Catedral de Notre Dame e con-temple a beleza do conjunto e das suas inúmeras estátuas, arcobotantes sus-

pensos e rasgadas naves.

Acabe o seu dia na Torre Eiffel, suba ao topo desta de onde terá uma esplêndi-da vista da cidade que por esta hora já deverá estar toda iluminada, banhada de luzes e cores devido à época natalí-cia. No último dia vá ao

Lou-vre, museu que possui uma das maiores e mais importantes coleções de arte do mundo. Precisará de toda uma vida para ver e apreciar todas estas obras de arte. De seguida vá ver o Arco do Triunfo, monumento dedicado às vitórias militares, mandado construir por Napoleão.

Parispor Cecília Palma e Orlandina Guerreiro

Vamos sonhar!Natal em Paris e Ano Novo em Nova Iorque

Este é, sem dúvida, um sonho partilhado por muita gente: passar o Natal na atmosfera pa-risiense e erguer o brinde do ano novo em Nova Iorque.

Page 20: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

lazEr

20 // Mundo Contemporâneo

1º, 2º e 3º dias: 28, 29 e 30 de dezem-bro.

Ao contrário do que muita gente pen-sa, New York City não é sinónimo de Manhattan. A cidade é formada por mais quatro distritos: Queens, Brook-lyn, Bronx e Staten Island. Como o tem-po voa, nada como começar esta nos-sa visita pelo topo. De dia ou de noite pode visitar no alto dos seus 70 an-dares, no Rockefeller Plaza, o Top of the Rock Observa-tion Deck.

Este local

tem uma panorâmica de Manhat-tan que dificilmente se encontra em Nova Iorque. Pode tirar proveito das mais espetaculares vistas da cidade. Quando já tiver os pés bem assentes no chão e depois de recuperar a respi-ração, aproveite para patinar no gelo junto de uma das árvores de Natal mais famosas do mundo, a do Rock-efeller Center.Depois de experiências tão intensas, nada como repor energias com al-guns dos famosos snacks americanos. Em qualquer local é fácil encontrar um vendedor dos célebres cachorros quentes. Mas pode optar por um ba-gel, um pretzel ou umas panquecas servidas com o famoso Maple

syrup.Se, nesta cidade

onde existem mais de 13.000 yellow cabs, o frio for demasiado rigoroso, uma visita ao famoso Metropolitan Museum of Art é uma excelente opção para umas horas muito bem passadas. O Met é um dos maiores e mais impor-tantes museus do mundo. Possui mais

de dois milhões de obras de arte

que abrangem 5.000 anos de

história e recebe mais de cinco mil-

hões de visitantes por ano.

No último dia vá ao Louvre, museuque possui uma das maiores e mais importantes coleções de arte do mun-do. Precisará de toda uma vida para ver e apreciar todas estas obras de arte. De seguida vá ver o Arco do Tri-unfo, monumento dedicado às vitórias militares, mandado construir por

Napoleão.

Passeie pela famo-sa avenida dos Champs Elysées, onde poderá aproveitar para fazer umas comprinhas. Visite também a Place de la Concorde, em tempos cenário da sangrenta guilhotina, tem como peça

central um gigantesco obelisco e uma

bela fonte. Durante estes dias não se esqueça de visitar os mercados de Natal que são realizados nesta época e onde poderá encontrar todo o tipo de artigos natalícios. Nestes cinco dias, poderá usufruir de uma óptima gastronomia. Os famosos croissants com café e um delicioso pain au chocolat são ótimos para pr-ovar numa das famosas patisseries ou no buffet do seu hotel. As baguettes recheadas, os croque’s monsieur e os bolinhos com chá podem ser prova-

dos num dos muitos refinados salões de chá parisienses. A bebida típica antes do jantar é um copo de vinho, um demi (cerveja pequena), ou um kir (vinho branco gelado com creme de groselha), acompanhado com tapas de pasta de fígado, carne picada ou queijo. Pode passar estes dias alojado num dos inúmeros hotéis de Paris,

como por exemplo no Cheyenne, no Santa Fé, no Davy Crockett Ranch, no Sequoia Lodge, no Newport Bay Club, no New York ou no Disneyland Hotel. ■

Nova Iorquepor Ana Narciso, Raquel Viegas e Cristina Apolónia

Page 21: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

lazEr

Mundo Contemporâneo // 21

Depois de jantar, aproveite para ver um espectáculo na Broadway,

que, mesmo para q u e m

não gosta muito de musicais, é sempre uma grande experiência. O Fantasma da Ópera é neste momento o musical que está há mais tempo em cena.

4º dia: 31 de dezembro.

Um passeio a pé ou de charrete pelos parques de Nova Iorque é uma forma muito agradável de conhecer (um pouco) da cidade. O Central Park tem uma dimensão que é difícil passar des-percebida e durante todo o ano tem muitas actividades e locais para visitar para quem por lá passa. Um desses lo-cais é o Strawberry Fields, uma área de 2,5 hectares que presta homenagem ao falecido Beatle, John Lennon. Ele e a sua esposa Yoko Ono moravam no apartamento Dakota localizado perto desta área do parque, onde, no ano de 1980, o músico foi assassinado por um fã. O nome desta homenagem deve-

se ao título da canção dos Beatles: “Strawberry Fields Forever”. Anual-mente, na data do aniversário do nas-cimento de John Lennon bem como no aniversário da sua morte, os visitan-

tes e fãs de todo o mundo reúnem-se neste lo-cal para prestar hom-

enagem ao

f a l e c i d o Beatle.

No dia da passagem de ano, há que chegar cedo à Times Square para guar-dar um bom lugar. Todos tem de ir preparados pois não é permitido, por questões de segurança, levar malas ou mochilas. A descida da bola, situada no edifício número 1 desta praça, que faz a contagem para o ano novo, começa pontual-mente às 23:59. To-dos acom-panham a c o n t a g e m decrescente dos 60 segun-dos que culmi-

nam numa chuva de confetis e fogo de artifício!

5º dia: 1 de janeiro.

Aproveite para visitar também o Chrys-ler Building, um dos maiores arranha-céus do mundo com 319 metros. Construído entre 1930 e 1931, foi o edifício mais alto do mundo quando foi inaugurado, porém, perdeu este título apenas um ano depois para o Empire State Building.Nenhuma viagem a Nova Iorque fica completa sem uma visita à es-tátua da Liberdade, um dos mon-umentos que mais se destaca nesta cidade e um dos lugares mais visitados no mundo. Este

monumento foi oferecido pelos fran-ceses aos norte-americanos no século XIX, para comemorar o centenário da independência americana. Localizada a sul de Manhattan na Liberty Island, só é possível lá chegar num dos bar-cos da empresa Statue Cruises. Ape-nas dez pessoas de cada vez podem subir os seus quase trezentos

degraus, por isso, r e c o m e n d a m o s que planei a sua visita com alguma antecedênc ia . Se conseguir lá chegar, poderá usufruir de uma vista des-l u m b r a n t e sobre Man-

hattan e os rios Hudson e Harlem. ■

Page 22: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

22 // Mundo Contemporâneo

“Houve uma altura em que ele (Paulo Portas) estava atrapalhado porque não tinha outdoors e eu fui ao bolso, passei um chequezinho e dei-lhe um donativo”

Avelino Ferreira Torres, militante do CDS

“Sempre achei que o PS entregue a um tipo como o Sócrates só podia dar asneira”

Manuel Neto, empresário e ex-dirigente do PS

“O pacemaker ficou mais velho do que eu, agora tenho um ultra moderno”

Manoel de Oliveira, cineasta

“Exames aos alunos, avalia-ções aos professores, diretores a mandar nas escolas – para quê tanta mudança? Para quê mudar o que está bem?”

Miguel Sousa Tavares, comentador

“Para matar um mosquito uso um jornal, não uma televisão”

Dmitri Rogozin, embaixador russo na NATO

“É interessante falar com Ma-ria Cavaco Silva sobre poesia”

Manuel Alegre, candidato presidencial

“Gostava de saber porque Fer-nando Nobre embirra comigo”

Ibidem

“Sem ter lavado casas de banho não teria o que tenho hoje”

Humberto Barbosa, nutri-cionista, fundador da Clínica

do Tempo

“Não faço ideia de como fun-ciona um motor”

Jorge Lorenzo, campeão do mundo de motoGP

“Continuamos a ter ilusões de ganhar o campeonato”

Roberto, guarda-redes do Benfica

Diga?!por Luís Timóteo

Page 23: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

CiênCia E tECnologia

Mundo Contemporâneo // 23

dEsPorto

Mundo Contemporâneo // 23

Reveja os resultados do ATP World Tour Finals 2010 http://www.atpworldtour.com/

Page 24: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

24 // Mundo Contemporâneo

Entre os dias 21 e 29 de novembro realizou-se no está-dio The O2 em Londres, o ATP World Tour Finals, onde

estiveram presentes os oito jogadores melhor classifica-dos do ranking mundial de ténis, num torneio que coroou como vencedor o suíço Roger Federer.

O ATP World Tour Finals é um torneio disputado anualmente no fim de cada temporada e é considerado o quinto maior, e mais prestigiado, evento masculino a seguir aos quatro tor-neios do Grand Slam, pois envolve os oito jogadores mais bem classificados do ranking mundial da ATP e as oito mel-hores duplas. Ao contrário dos outros eventos da tempo-rada masculina não é um torneio de eliminação direta, uma vez que os oito jogadores são divididos em dois grupos de quatro e cada tenista joga contra os outros três adversários do seu grupo. Assim os dois melhores de cada grupo pas-sam para as semi-finais e os seus vencedores classificam-se para a final, onde o primeiro classificado arrecada 1500 pontos a contar para o ranking mundial.

História do torneioEste evento é a evolução de um campeonato que começou em 1970, organizado pela International Tennis Federation – The Masters Grand Prix – e que, tal como agora, ocorria no final da temporada entre os melhores, mas não contava para efeitos de ranking mundial. Em 1990, a Association of Tennis Professionals (ATP) começou a controlar os torneios masculinos transformando-o no ATP Tour World Champion-ship e com esta mudança de nome veio também uma mu-dança no torneio. Depois de 1990 o torneio já punha em jogo pontos para o ranking mundial, sendo que o seu vence-dor ganharia o mesmo número de pontos que iria receber

caso vencesse o Grand Slam (1000 pontos). No entanto, a ITF que continuava a organizar os torneiros de Grand Slam, criou um evento rival que decorria na mesma altura – Grand Slam Cup – e que colocava frente-a-frente os 16 melhores jogadores que tinham competido nos torneios Grand Slam desse ano. Em 1999 a ATP e a ITF acordaram acabar com os dois torneios separados e juntá-los num só a que deram o nome de Tennis Masters Cup. Em 2009, este novo evento mudou de nome, sendo agora chamado de ATP Tour Finals e tendo lugar em Londres de 2009 até 2012 no estádio The O2.

Os olhos do mundo postos em LondresEste ano, o evento ocorreu entre 21 e 29 Novembro e foi disputado pelos oito melhores jogadores da atualidade – Rafael Nadal, Roger Federer, Novak Djokovic, Robin Soder-ling, Andy Murray, Tomas Berdych, David Ferrer e Andy Rod-dick – e pelas oito melhores duplas – onde se destacaram os finalistas Zimonjic-Nestor e Bhupathi-Mirnyi.O título acabou por ser discutido entre o atual e o anterior líder do ranking ATP, Rafael Nadal e Roger Federer numa final aguardada com muita expectativa. Para chegarem a esta final, os dois jogadores começaram por vencer todos os jogos dos seus grupos, chegando às meias-finais onde o espanhol derrotou Andy Murray, e o suíço, Novak Djokovic. No derradeiro encontro, Federer impôs a sua classe, supe-riorizando-se ao atual número 1 do Mundo, vencendo em três sets pelos parciais de 6-3, 3-6 e 6-1, conquistando as-sim um título que lhe fugia desde 2007. Na final de pares do ATP World Tour Finals, Nenad Zimonjic e Daniel Nestor saíram vitoriosos em dois sets (7-6(6) e 6-4), concluindo as-sim a edição de 2010 deste prestigiado torneio. ■

Ténis- ATP World Tour Finalspor Liliana Lourencinho

dEsPorto

Page 25: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Mundo Contemporâneo // 25

dEsPorto

Trinta e dois anos depois, Portugal voltou a receber o Mundial de Patinagem Artística, numa organização

conjunta entre a Federação de Patinagem de Portugal e o Município de Portimão. A prova iniciou-se no dia 24 de Novembro e prolonga-se até 4 de Dezembro no pavilhão Portimão Arena.

Neste campeonato encon-tram-se os grandes patina-dores de 32 países – nos quais se destacam potên-cias como Itália, Argentina, Espanha, Estados Unidos ou Alemanha –, sendo que ao todo mais de mil atletas estão presentes no Por-timão Arena.Apesar de Portugal ter mais representantes, as esper-anças lusas recaem sobre Hugo Chapouto e Diana Ri-beiro, uma vez que ambos foram outrora medalhados noutros Campeonatos do Mundo. Chapouto foi o pri-meiro português a ser dis-

tinguido com uma medalha de ouro (no ano passado aquan-do a sua participação no Mundial de Friburgo), enquanto que Diana Ribeiro foi premiada com uma medalha de prata e quatro medalhas de bronze nos sete mundiais em que participou. Note-se que esta opinião é compartilhada por José Correia, vice-presidente da Federação de Patinagem de Portugal, que acredita que Hugo Chapouto possa revalidar o título alcançado no ano passado e que Diana Ribeiro possa lutar por um lugar no pódio. Ainda segundo José Correia, a realização deste campeonato em Portugal, que se insere nas Comemorações do Centenário da República, é fundamental para o desenvolvimento da modalidade no nosso país. A cerimónia de abertura realizou-se dia 23 de Novembro e desde esse dia que todas as pessoas interessadas podem as-sistir gratuitamente aos treinos dos patinadores, tomando desta forma maior contacto com os candidatos à conquista do título. Até à data de encerramento desta edição, destaque para a patinadora portuguesa Carolina Andrade que conquistou a medalha de bronze na categoria de juniores. Esta atleta obteve o quarto lugar no programa longo em patinagem livre, que conjugado com a mesma posição em figuras ob-rigatórias, lhe permitiu ascender ao último lugar do pódio. ■

Mundial de Patinagem Artística regressa a Portugalpor Andreia Ruivo e Sandra Canhoto

Candidaturas aos Mundiais 2018 e 2022por Pedro Nascimento e Fábio Gonçalves

É já no dia 2 de dezembro de 2010, na sede da FIFA, em Zurique, que o presidente do órgão mais importante

do mundo do futebol, Joseph S. Blatter, revela a decisão do Comité Executivo da FIFA quanto aos países anfitriões dos Campeonatos do Mundo de 2018 e 2022.

No dia 14 de maio de 2010, prazo final para apresentação detalhada das propostas, deram entrada na FIFA nove candidaturas tendo em vista a organização dos mundi-ais, sendo quatro da UEFA (Inglaterra, Rús-sia, Espanha-Portugal e Bélgica-Holanda), quatro da Confederação Asiática (Aus-trália, Japão, Qatar e Coreia do Sul) e uma da Concacaf (Estados Unidos). É de realçar que outros dois países, Indonésia e México, também mani-festaram a intenção de se candidatar ao acolhimento dos eventos, acabando, posteriormente, por desistir devido à falta de capacidade financeira para receber tal organização.Cerca de um mês após a entrega final das candidaturas, a FIFA iniciou um périplo de dois meses a todos os países que

se propuseram a organizar estes mundiais, com o objetivo de observar as infra-estruturas que irão ser utilizadas caso a candidatura seja bem sucedida. A equipa de inspeção do órgão presidido por Joseph S. Blatter começou por fazer uma visita ao Japão e terminou a sua vistoria no Qatar, pas-sando entretanto por todos os outros países candidatos.

Durante esta campanha, um dos grandes destaques, embora pela negativa, acabou por ser a suspeita de um conluio entre as candidaturas ibérica e do Qatar tendo em vista uma alegada troca de votos. Suposta-mente, o sindicato de votos sob influência do Qatar teria aceitado apoiar a candida-tura ibérica ao Mundial 2018, em troca de apoio à candidatura do país do Médio

Oriente ao Mundial de 2022. Apenas após um mês de in-vestigação levada a cabo pela FIFA, foi possível concluir que as acusações não tinham fundamento, acabando ambas as candidaturas por ser ilibadas de um processo que podia, in-clusivamente, ter ditado a exclusão das mesmas da corrida à organização dos mundiais. ■

Page 26: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

dEsPorto

26 // Mundo Contemporâneo

Candidatura de Portugal/Espanha:18 cidades-sede & 21 estádios propostos.

Prós: Qualidade dos eventos anterior-mente organizados pelos países (ex: Euro 2004, Jogos Olímpicos de Barcelona 1992

e Mundial 1982); Oito dos estádios cinco

estrelas da FIFA estão localizados em am-bos os países; Estatuto alcançado pela Es-panha no panorama futebolístico devido aos recentes resultados da sua seleção; Grande capacidade hoteleira dos dois países.

Contras: Grave crise económica que Portugal atravessa; Desequilíbrios da can-didatura devido ao facto de apenas duas cidades portuguesas acolherem jogos do mundial; Falta de clarificação em áreas como os transportes e a segurança.

Candidatura de Inglaterra:12 cidades-sede & 17 estádios propostos.

Prós: Cultura futebolística inglesa; Econo-

mia forte que o país apresenta; Aproveita-mento das infra-estruturas que irão rece-ber as Olimpíadas de 2012; Clima ideal para a prática do futebol durante o evento.

Contras: Número insuficiente de hotéis; Custo elevado de estadia no país.

Candidatura de Holanda/Bélgica:12 cidades-sede & 14 estádios propostos.

Prós: Sucesso da organização conjunta do Euro 2000; Rede de transportes e comu-

nicações bem desenvolvida; Localização geográfica dos países permite um fácil acesso aos adeptos visitantes.

Contras: Oferta hoteleira abaixo do re-

querido; Necessidade de construir dois estádios de raiz com capacidade para oi-tenta mil espetadores; Falta de garantias de apoio do governo dos dois países.

Candidatura da Rússia:13 cidades-sede & 16 estádios propostos.

Prós: Abrange todo o território russo em

continente europeu; Aproveitamento das infra-estruturas que irão ser utilizadas nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014.

Contras: Grande dimensão do país leva a dificuldades nas deslocações; Neces-sidade de investir na construção de várias unidades hoteleiras para cobrir o evento.

Candidatura dos EUA:18 cidades-sede & 21 estádios propostos.

Prós: Grande variedade de estádios pron-

tos a utilizar; Capacidade económica capaz de fornecer as melhores condições para a realização do evento.

Contras: Organização recente deste mesmo evento desportivo (1994); Grande distância entre as cidades-sede; Falta de garantias de apoio do governo local.

Candidatura da Austrália:10 cidades-sede & 12 estádios propostos.

Prós: Recente sucesso na organização

de eventos importantes (Jogos Olímpicos de Sidney 2000 e Mundial de Râguebi de 2003); A Oceânia é o único continente que ainda não recebeu qualquer mundial.

Contras: Boa parte dos estádios utilizados é destinada à prática de outros desportos, como por exemplo râguebi ou críquete.

Candidatura do Qatar:7 cidades-sede & 12 estádios propostos.

Prós: Nunca um país Árabe recebeu um

evento de tão grande importância; Grande orçamento disponibilizado pelo governo para a construção dos estádios.

Contras: Altas temperaturas (a rondar os 40 graus) que se registam durante o verão; Pouca utilização das infra-estrutur-as após o término do mundial.

Candidatura do Japão:11 cidades-sede & 13 estádios propostos.

Prós: Projecto inovador de transmitir os jogos do Campeonato do Mundo através

da tecnologia 3D; Eleição para acolher o Mundial 2019 de Rugby mostra que o país tem capacidade para organizar eventos de grande dimensão.

Contras: Recente organização de um mundial (em conjunto com a Coreia do Sul, em 2002); Falta de garantias de apoio do governo local.

Candidatura da Coreia do Sul:12 cidades-sede & 14 estádios propostos

Prós: Possibilidade de um evento desta natureza amenizar o clima de tensão en-

tre as Coreias do Norte e do Sul; Paixão

crescente dos adeptos sul-coreanos pelo futebol devido aos bons resultados da sua seleção; Estão já construídos três estádios olímpicos com capacidade para mais de sessenta mil pessoas.

Contras: Organização recente de um mundial (2002); Elevado esforço finan-ceiro para fazer obras em alguns estádios, para que estes possam acolher oitenta mil adeptos.

Page 27: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Atualidade

Quando começámos a ver cin-ema através de óculos que nos

permitiam ver em 3D, muitos de nós começaram a imaginar a experiência de jogar os nossos videojogos prefe-ridos com a mesma tecnologia. Parece que isto não está longe de se realizar. O director da Sony Computer Entertain-ment Europe Studio, Mick Hocking,

largou a dica à revista de gaming De-velop Online, de que estão já a aplicar a tecnologia 3D a mais de 20 títulos da marca. “No total temos mais de 50 títulos a serem convertidos em 3D, e este número está a crescer de dia para dia,” diz Hocking na entrevista. “Alguns são grandes títulos a nível mundial, o que é muito bom sinal de que a indús-tria está a apanhar a mensagem que 3D é um elemento fundamental para o futuro das consolas.” Hocking não foi específico em relação a que títulos estão de momento a ser convertidos para 3D, mas um dos mais antecipados jogos já confirmados a sair para a Playstation 3 em 3D é o Killzone 3, que já está em produção. De acordo com Hocking, quando os jogadores “plantam um explosivo na parede” no jogo, o efeito 3D faz parecer que “o explosivo foi plantado no televisor. É

incrível.”A Sony tem estado a investir imenso nesta tecnologia, dentro e fora da in-dústria de videojogos. Há uns meses atrás, a Playstation 3 fez uma actual-ização ao firmware para suportar jogos 3D, e em setembro fez outra actual-ização para incorporar filmes blu-ray a 3D. A empresa já fez um investimento considerável no mercado da TV 3D, vendendo já televisores com esta tec-nologia. Por agora, os jogos 3D ainda não estão muito acessíveis, o mais usado para este efeito será o Call of Duty: Black Ops, que já se encontra à venda. Mas se o que Hocking disse é verdade, po-deremos já não ter que esperar muito tempo até sair uma gama de títulos 3D para a consola da Sony. ■

São Franciscooptimus.pt

Este novo smartphone da Optimus possui a tecnolo-

gia Android 2.1, com todas as vantagens do sistema

operativo da Google. Para este telemóvel estão disponíveis aplicações do

Android Market e serviços Google, tudo através de uma navegação intuitiva pelo menu. Algumas das suas características são a

câmara de 3,2 MP, acesso Wi-Fi, rádio FM, leitor de

MPS, GPS e ecrã tátil de 3,5 polegadas.

Fake TVfaketv.com

Um televisor falso que serve para simular alguém

em casa a ver televisão durante a noite. Seja para

evitar um ladrão entrar em casa ou fazer os teus pais acreditarem que es-tás sossegado no quarto,

este aparelho recria o tipo de luz produzido por um

televisor, mudanças de cor e movimento da imagem.

Loop Pointer hillcrestlabs.com

Em conjunto com o teu PC ou Mac conectado à tua

TV, este gadget faz todo o sentido. Já não é necessário

um rato para navegar por todas as aplicações no

computador, porque este comando sem fios faz tudo isso através dos teus movi-

mentos no ar. Funciona com qualquer PC ou Mac com

uma entrada USB 2.0.

Looxcielooxcie.com

Para aqueles que pensam que isto é um bluetooth headset, estão engana-

dos. Este aparelho é uma câmara feita para ser posta na orelha, e está sempre a

filmar. Está conectado ao teu smartphone através de

bluetooth e podes usar o telemóvel para navegação. Para capturar um momen-to, é só clicares num botão no aparelho e este salva os

últimos 30 segundos.

Novidades

Jogos 3D para a Playstation 3por Maartje Vens

CiênCia E tECnologia

Mundo Contemporâneo // 27

Page 28: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

28 // Mundo Contemporâneo

CiênCia E tECnologia

Na sociedade em que vivemos o telemóvel ocupa um papel fulcral,

seja para conversar, tirar fotografias, fil-mar ou ouvir e criar música. O número de funcionalidades foi evoluindo com o passar do tempo. Agora, podemos personalizar o nosso telemóvel com temas e fundos de parede diversos, mas acima de tudo, podemos utilizar uma série de aplicações que ajudam a tornar o nosso telemóvel num portátil muito mais portátil.

O smartphone é um telemóvel que oferece um interface muito mais avan-çado e é considerado como um com-putador portátil, integrado com um telemóvel. A principal diferença entre um smartphone e um telemóvel co-mum é que o telemóvel corre aplica-ções baseadas na plataforma JAVA ME.

O smartphone permite-nos instalar e correr aplicações mais avançadas.O primeiro telemóvel considerado um smartphone surgiu em 1997, com o lançamento do telemóvel GS88 pela empresa Ericsson. No ano 2000, a Eric-sson lança um smartphone com touch-screen, primeiro telemóvel a utilizar o Symbian OS. Em 2002, a mesma empresa faz o lançamento do smart-phone P800, considerado o primeiro a possuir uma câmara.Desde então, várias empresas de tele-comunicações têm desenvolvido no-vos smartphone com várias potenciali-dades, como é o caso da empresa RIM que em 2002 lançou o primeiro Black-berry que utilizava tecnologia wireless. Em 2007, a empresa Nokia lançou o N95 que possuía: GPS, uma câmara de 5 megapixeis com auto foco e um flash LED, conectividade 3G e Wifi e TV-OUT. No entanto, nos anos que se seguiram, estas características tornaram-se num modelo standard de um telemóvel. Em finais de 2007, a Apple Inc. lan-çou o primeiro smartphone a ser con-trolado pelo ecrã ou touch-screen, o iPhone, que se tornou numa euforia

do mercado de compra.A tecnologia Android foi lançada em 2008. Uma plataforma apoiada pela Google, assim como outras empresas de telecomunicações e de desenvolvi-mento de software, que formaram a Open Handset Alliance. Esta aliança permitiu aos utilizadores o acesso a di-versas aplicações, grátis ou pagas.O sistema operativo Symbian OS já encontra rivais tais como: Android da Google Inc., Blackberry OS, iOS da Ap-ple Inc., e o Windows Phone OS da Mi-crosoft. Sendo o sistema operativo An-droid e iOS baseados em Linux e Unix.No ano de 2010, já contamos com o smartphone como um dado adquirido, no entanto, as empresas de teleco-municações e de desenvolvimento de software, trabalham arduamente para lançar o que será o novo salto tec-nológico do futuro. Só nos resta espe-rar, com muita curiosidade. ■

Smartphone: Um portátil mais portátilpor Mónica Gaião

TOP 3 jogos flash do mês

Um jogo altamente controverso, onde a nossa personagem tem de evitar dejetos que são lançados por um “inimigo”. As suas armas são as suas mãos que através do nosso click com-pulsivo, são disparadas até evitar que os dejetos caiam na personagem. Se não acreditas o melhor é experimentar:http://www.mikewang.org/images/chimgam9.swf

ChimgamGénero: Shooter

Se gostas de jogos de estratégia então não podes perder Tower Defense. O cenário do jogo é o nosso Desktop e o objetivo é neutralizar os vários invasores no decorrer da batalha!Se não acreditas o melhor é experimentar:http://www.handdrawngames.com/DesktopTD/Game2.asp

Se és fã de jogos como o Resident Evil, então não podes perder este jogo. O objetivo é fazer com que a nossa personagem sobreviva aos vários ataques de zombies ao longo do jogo.Se não acreditas o melhor é experimentar:http://www.freewebarcade.com/game/the-last-stand/

Desktop Tower DefenseGénero: Puzzle

The Last StandGénero: Acção

Page 29: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Mundo Contemporâneo // 29

CiênCia E tECnologia

A indústria automóvel abre portas a um novo “BOSS” da estradapor Micaela Leal e Sofia Carvalho

Após vencer a competição “Darpa’s Urban Challenge” (desafio urbano Darpa) em outubro do ano passado,

a Universidade de Carnegie Mellon arrecadou 2 milhões de dólares. Em segundo lugar destacou-se a Universidade de Stanford, com um Volkswagen Passat e, em terceiro, a Universidade da Virgínia, com um Ford Escape. No decor-rer desta competição, o automóvel vencedor, apelidado de “BOSS”, teve de prestar várias provas, pois sendo um veículo autónomo tem de ter a capacidade de transitar em vias ur-banas com segurança, não esquecendo a obrigação de obe-decer a regulamentos de trânsito tal como os humanos. É também muito importante o facto de estar preparado para reagir a uma situação de tráfego imprevisível, evitando aci-dentes. Para concluir esta prova, teve de realizar um percur-so de 96 kms num tempo máximo de 6 horas. Foram ainda feitos vários testes de reação face aos obstáculos comuns de um meio urbano. O automóvel “BOSS” mostrou ser ca-paz de corresponder às expectativas, superando as provas, obedecendo às regras de código e reagindo aos outros veículos, que se encontravam igualmente a prestar provas. O objetivo desta competição não é apenas o de ganhar din-heiro mas sim a oportunidade de levar até às ruas os pro-tótipos, oferecendo segurança aos utilizadores e também aos restantes utentes da via pública.Para ser o grande vencedor deste concurso, o Chevrolet Tahoe, o já famoso “BOSS”, possui especiais características

que o tornam único, como o seu software e equipamentos. Fazem parte desses equipamentos: controlos de condução por computador, radares, lasers e ainda câmara de apoio à condução, bem como um software que substitui os condu-tores humanos.

O construtor automóvel norte-americano General Motors adiantou ainda que carros especializados, como este, não necessitam de condutor e estarão no mercado sensivel-mente dentro de uma década. É possível a utilização de um chip que permitirá a transição da condução manual para a automática e vice-versa. ■

Page 30: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

É certo que muita da tecnologia que este tipo de veículos utiliza, já existia. Exemplos disso são a condução baseada em radares, sensores de movimento e até mesmo por siste-mas de navegação por satélite. Contudo, este produto que sai para o mercado dentro em breve é de facto um produto bem conseguido. Vários especialistas admitem que os veícu-los automatizados podem reduzir a taxa de sinistralidade e também o congestionamento, permitindo uma redução para metade do número médio de óbitos que ocorrem na estrada, em que cerca de 95% dos acidentes são resultado dos erros humanos, como acontece principalmente nos Es-tados Unidos da América.Por outro lado, são levantadas algumas questões pertinen-tes deste tipo de veículos, dentro dessas questões destaca-se a perda de privacidade, já que os automóveis “comu-nicam” entre si em rede e com os sistemas de estradas e autoestradas. Esta ligação em rede permite saber as deslo-cações do ocupante do veículo, colocando então problemas de privacidade.Ainda existe alguma descrença por parte de colaboradores acerca da data de lançamento publicamente anunciada, tendo em conta que os testes que foram realizados com o patrocínio do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, concluindo-se que esta tecnologia não é de momento 100% fiável.A comodidade deste tipo de tecnologia é o que mais suscita a curiosidade das pessoas. É como ter um motorista, pois

o condutor não necessita de estar atento à estrada e pode mesmo ir a ler o jornal até ao seu destino.Este sonho de podermos viajar confortavelmente e em se-gurança, sem que seja necessário um ocupante no lugar no condutor, já vem desde meados dos anos 80. Foi em 1994 em Munique que, pela primeira vez na história, um automóvel, mais precisamente um Mercedes 500 SEL al-terado por uma equipa de uma Universidade, percorreu autonomamente, uma distância de aproximadamente 160 quilómetros, numa velocidade média de 130km/h numa autoestrada. Teve como principais funções a ultrapassagem e a mudança de faixas. Este projeto, intitulado de Eureka Prometheus e financiado pela União Europeia, tinha como único objetivo o desenvolvimento de automóveis mais “in-teligentes”. No entanto, nos Estados Unidos da América, o projeto de criação de automóveis mais autónomos, finan-ciado pelo Ministério da Defesa, tinha como finalidade que, até 2015, as Forças Armadas possuíssem veículos com esta tecnologia, o que permitiria que cerca de um terço de veícu-los de combate pudessem enfrentar os obstáculos indepen-dentemente. Isto iria resultar num decréscimo de perdas de vida, em caso de combate ou missões perigosas.O que era, em meados dos anos 80, considerada uma meta quase impossível de alcançar, tem vindo a tornar-se cada vez mais real, graças à tecnologia e à sua evolução cada vez mais rápida. ■

Curiosidade

Recentemente, dois investiga-dores, após fazerem um es-tudo, afirmaram ser possível infiltrar o sistema de trava-gem e assumir o controlo de

um motor de um automóvel à distância, através de comandos enviados da Inter-net. A palavra “hacker” já não define ape-nas alguém capaz de organizar fraudes bancárias através da Internet, invasões de computadores ou páginas web a lon-

ga distância. Os carros mais modernos, devido à sua tecnologia, também podem ser vítimas destes “ciber ataques” que podem pôr em risco a segurança dos pas-sageiros dos veículos. ■

30 // Mundo Contemporâneo

CiênCia E tECnologia

Page 31: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

Redes Wi-Fi prejudicam meio ambientepor Melanie Messias

Um estudo realizado na Holanda comprovou que as redes Wi-Fi podem prejudicar as camadas superficiais das árvores, sendo as zonas menos densas e as superfícies com maior concentração de tecnologia as mais afetadas.

Na Universidade Wagenigen comprovou-se que as ra-diações emitidas pelos aparelhos de wireless, que permitem o aces-so à internet sem a utilização de cabos, prejudicam gravemente as camadas exteriores das árvores. Além disso, também o crescimen-to das árvores é um problema as-sociado à radiação. As anomalias foram detetadas através de um estudo realizado a 20 carvalhos e à exposição das árvores a diferentes tipos de ra-diação. Após um período de três meses, verificou-se que o mastro das árvores apresentava um bril-ho semelhante ao do chumbo que terá sido causado pela morte das camadas superficiais e inferiores da

epiderme das folhas. Conclui-se, no entanto, que as zonas mais afectadas são as su-perfícies em que há uma maior concentração de tecnologias e em que há uma maior distância entre as árvores. Convém anal-isar os efeitos a longo prazo e ter em conta que a poluição emitida pelos automóveis tam-bém contribui para as anoma-lias detetadas na saúde das ár-vores. Contudo, não existem provas de anomalias na saúde do ser humano relacionadas com a

utilização das WLAN’s, telemóveis ou outras radiações provocadas pelas novas tecnologias. ■

apoiaMundo Contemporâneo

CiênCia E tECnologia

Mundo Contemporâneo // 29

http://issuu.com/postaldoalgarve

Page 32: Mundo Contemporâneo - Segunda Edição

22 // Mundo Contemporâneo

Todos os meses em: http://contemporaneocc.blogspot.com/

No Facebook: http://www.facebook.com/pages/Mundo-Contemporaneo/165546443475311

Vê o mundo como ele é...

Contemporâneo.