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SEGUINDO VIAGEM PELA HISTÓRIA DE BELO VALE... Antônio Moura Edição 2012

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SEGUINDO VIAGEM PELA

HISTÓRIA DE BELO VALE...

Antônio Moura

Edição

2012

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“Seguindo viagem pela história de Belo Vale...”

Criação/Redação: – O autor.

Digitação/Revisão: O autor.

Capa: Foto “Bandeira de Belo Vale” – O autor. Revisão Geral: O autor

Edição: .... exemplares (2012)

PROMOVE ARTES GRÁFICAS E EDITORA.

[email protected]

(31) 3486.2696

Todos os direitos reservados exclusivamente ao autor.

Proibida a reprodução parcial e/ou total sem a expressa autorização

do autor. (Lei 9.610/98)

Antônio Geraldo Malta de Moura - 1964

Rua Sandoval Marinho, Nº 215, B. Santo Antônio, Belo Vale, MG –

CEP 35.473–000 – E-mail: [email protected]

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DEDICATÓRIA

A Jesus, autor da vida , consumador da fé. Razão de toda minha

existência. Causa e consequência de tudo.

A Cátia, Lucas e Clara, ternos e eternos amores.

A meus pais, Ninico e Fezinha, alicerces forjados na luta.

Às minhas irmãs, grandes companheiras, a todos os familiares,

amigos e irmãos na fé.

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ÍNDICE

Palavra do Autor ................................................................. 7

Apresentação ............................................................ 9

Prefácio ............................................................................... 11

Capítulo I – Dados Geográficos do Município ............... 12

Capítulo II – Cronologia História e Destaques Turísticos .. 26

Capítulo III – Símbolos Cívicos Municipais ................. 45

Capítulo IV – História do Poder Legislativo .................. 50

Capítulo V – Prefeitos e Vice-Prefeitos ............................. 61

Capítulo VI – Curiosidades e “Causos” Políticos ............ 68

Capítulo VII – Curiosidades Históricas e “Folclóricas” ..... 77

Capítulo VIII – História da Comarca ............................. 93

Capítulo IX – Logradouros e Prédios Públicos ............... 98

Capítulo X – Esportes ............................................... 110

Capítulo XI – Epílogo ............................................... 116

Anexos, Mapas e Fotos .............................................. 118

Bibliografia e Menções ............................................... 141

O Autor ..................................................................... 148

Apoio Cultural ........................................................... 150

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PALAVRA DO AUTOR

Quando da Edição do Livro “De São Pedro do Paraypeba a

Belo Vale. Uma viagem na história...” em 2005, deixei claro não ter a

pretensão de me fazer um “escritor”, pois tamanha ousadia eu não

teria. Assim continuo pensando.

Apenas sonhei em ver a História de Belo Vale registrada.

Esta ousadia sim, eu a tive, lançando mão de vastas

informações obtidas quando no exercício de várias funções, públicas,

sociais e profissionais.

Qual não foi a minha grata surpresa ao ver que um simples e

humilde projeto, rapidamente alcançou grande repercussão com uma

aceitação bem acima daquela imaginada.

Imediatamente começaram a chegar comentários, sugestões e

até cobranças sobre omissões, involuntárias, é claro.

Desde então percebi a profunda necessidade de realizar

correções, acréscimos e atualizações, mas esbarrando sempre nas

mesmas dificuldades, especialmente na escassez de material impresso

e arquivos corretos e regulares.

Este segundo “trecho de nossa viagem” pela história de Belo

Vale, não é uma segunda edição, na sequência da primeira

publicação, mas uma continuidade natural da história. Com certeza,

repete informações da primeira narrativa, pois não há como mudar

fatos históricos. Mas com toda certeza, vem enriquecido com mais

detalhes e informações, graças inclusive às críticas que foram

humildemente bem recebidas e aplicadas.

Ficam aqui os nossos sinceros agradecimentos a todos os

colaboradores, informantes, críticos, registrando de forma especial

nossa gratidão àqueles que contribuíram para a conclusão de mais

esta etapa.

Permanece a consciência de que também este trabalho está

aquém da grandeza de nossa querida Belo Vale, bem como ainda

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faltar fatos e personagens nesta “viagem” que continua sendo feita

dia a dia.

Também permanece a forte crença de que num futuro não

muito distante, Belo Vale ganhe uma narrativa mais digna de sua

grandeza e, se de alguma forma, nosso pequeno gesto contribuir para

tal, já me sentirei plenamente realizado.

O mais importante é que indiferenças e diferenças políticas,

ideológicas ou de qualquer outra natureza, não ofusquem o brilho de

nossa história, diante de um passado tão rico e um futuro tão

promissor.

Como disse um desconhecido autor: “Tudo que deixamos

nessa vida, que não seja apagado pelo vento, pela água, pelo fogo ou

pelo tempo, são os rastros deixados pela memória”.

Continua assim, o sonho, a viagem...

“Carpent tua poma nepotes”.

Teus netos colherão os frutos.

O Autor

Belo Vale, abril de 2012.

*****

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APRESENTAÇÃO Quando recebi o convite do grande amigo respeitado

Advogado e Pastor, Dr. Antônio Geraldo Malta de Moura, tendo me

honrado com a incumbência de trazer ao público belovalense e a

todos os apaixonados pela historiografia dos municípios mineiros, a

reviver o legado deixado por quem já contribuiu com o crescimento

dessa terra, fiquei extremamente lisonjeado.

Quando faço referência ao ilustre causídico e historiador, o

Dr. Antônio Geraldo Malta de Moura, tenho a liberdade de dizê-lo,

além de operador do direito, historiador e advogado de almas,

honrado com sua postura sempre equilibrada, na busca constante de

resgatar a história dos munícipes, por intermédio das pesquisas e bate

papos informais no dia a dia, temos o seu lado humano de amigo,

pessoa que acolhe os menos favorecidos, dando-lhes a atenção que

lhe é merecedora. Homem judicioso de predicados que se faz

respeitado e amado pelos seus sempre conterrâneos, podendo, sempre

contar com sua guarida.

Os ensaios historiográficos sobre os municípios mineiros são

de enorme veemência como proveniência de informação da vida

social que pulsa na alma dos mineiros. Até a primeira metade do

século XIX não havia historiografia regional, por uma razão muito

simples: somente Imperadores, Reis, Papas e Cardeais que por serem

nobres, eram os personagens exclusivos da história. O historiador

valorizava os grandes impérios, as riquezas acumuladas, os feitos

heroicos dos viajantes, generais e guerreiros vitoriosos. Porém,

somente no Romantismo operou uma reação muito forte e destronou

o elitismo aristocrático elegendo outro sujeito da história, o homem

comum, a terra natal do historiador, o trabalhador, o indígena, o

amor, a família, a música e a arte, o acontecimento vivenciado no

entorno do historiador.

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Quanto à obra, vem preencher uma lacuna na história de Belo

Vale, grande oportunidade de conhecer a historiografia do Município,

rica em narração metódica dos fatos notáveis ocorridos na vida do

povo simples e acolhedor de cada lugarejo rurícola e da cidade, com

seu jeito peculiar e pacato que só o interior mineiro ainda conserva

até os dias hodiernos. A notável obra busca ainda o legado de homens

públicos que dedicaram a construir uma cidade mais justa e ordenada,

tornando-se o chão pelo qual caminharemos até a velhice mais

segura, fazendo-o dessa aventura existencial mais proveitosa na

medida em que “esse” chão for confiável.

Neste instante quero aplaudir o ilustre escritor e nobre colega

de profissão, o Dr. Antônio Geraldo Malta de Moura, por transpor em

palavras o que a vida nos oferece em acontecimentos, podendo,

colocar a disposição dos leitores a referida obra. No ensejo

cumprimento os belovalenses presentes e ausentes, como também os

amantes da historiografia mineira, convidando-os a não perder a

oportunidade ímpar de compartilhar o legado deixado pelos homens

simples e comuns, como também pelo homem público que compôs a

história do nosso eterno Vale do Paraopeba, nossa Belo Vale.

BERTIE SIMÃO DE MOURA - Possui graduação em DIREITO - Faculdades

Arnaldo Janssen (2009) e graduação em Gestão em Representação Comercial pelo

Centro Universitário Newton Paiva (2003), pós-graduação Especialização em

Estratégica de Marketing e Vendas pelo Centro Universitário Newton Paiva (2004),

pós-graduação em Docência do Curso Superior, pelo Centro Universitário Newton

Paiva (2004), pós-graduando em Direito Processual Civil Aplicado pelo CEAJUF

(2010). Atualmente professor da Faculdade Arnaldo Janssen, no Curso de Direito.

Advogado, com atuação nas áreas do Direito Civil, Processo Civil e Previdenciário.

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PREFÁCIO

A tarefa que recebi de prefaciar esta obra desencadeou-me

dois sentimentos. O primeiro claro, de imensa alegria pelo convite, o

segundo, de muita responsabilidade. Responsabilidade porque quem

prefacia uma obra, penso eu, deve ter o cuidado de sucintamente falar

dela e de seu autor, de modo a remeter logo os leitores, a seu

conteúdo.

Na verdade sinto-me a vontade para cumprir tal tarefa, por se

tratar de registro da História de Belo Vale, principalmente ao período

que fui testemunha viva dos acontecimentos sociais, políticos,

culturais e religiosos dos últimos 30 anos da História de nossa terra.

Antônio Geraldo Malta Moura, Teólogo, Advogado,

Professor, Pastor da Igreja Batista de Belo Vale, Ativista

Comunitário reconhecido pela Edilidade local, após um exílio

forçado na Capital Mineira para trabalhar, reatou logo seus laços com

Belo Vale, aqui atuando profissionalmente, sempre atento aos fatos

históricos.

No Livro você vai conhecer de forma objetiva o relato de

fatos, lugares, acontecimentos que ora nos assusta e assombra como

verdadeiros fantasmas, mas que ao mesmo tempo aponta

possibilidades de mudanças, e, nos faz refletir sobre o fato de que

“Quem não conhece sua História, corre o risco de cometer os

mesmos erros do passado” e, que a premissa maior da História é

resgatar o passado, entender o presente e lutar para a construção de

um futuro melhor.

Ao mergulhar no emaranhado das letras e deliciarmos do bom

relato da História, concluo, citando Pablo Milanês e Chico Buarque

de Holanda:

“E quem garante que a História

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É carroça abandonada

Numa beira de estrada

Ou numa estação inglória

A História é um carro alegre

Cheio de um povo contente

Que atropela indiferente

Todo aquele que se negue

É um trem riscando trilhos

Abrindo novos espaços

Acenando muitos braços

Balançando nossos filhos.”

MARIA APARECIDA DA GLÓRIA MAIA (FIA), é professora da

rede estadual com Licenciatura Curta em Geografia (PUC-MG);

Bacharel com Licenciatura Plena em História (PUC-MG); Pós-

Graduada em Educação Ambiental (UNIVERSIDADE CASTELO

BRANCO-RJ)

*****

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CAPÍTULO I

DADOS GEOGRÁFICOS, SOCIAIS,

EDUCACIONAIS E ECONÔMICOS

DO MUNICÍPIO.

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1.1 – GEOGRAFIA DO MUNICÍPIO

Posição Geográfica: Macrorregião: Central – Microrregião: Itaguara

– Zona Metalúrgica – (Integrante do quadrilátero ferrífero).

Coordenadas Geográficas: Na sede, Latitude: 20º40’78” e Longitude:

44º02’42”. Na porta da Igreja Matriz: 20°24’29” sul – 44° 01’27”

oeste.

Altitude:

Máxima: 1.612 metros na Serra da Bandeira ou Mascates;

Mínima: 786 metros no leito do Rio Paraopeba;

Na Cidade: 797 metros na Estação Ferroviária.

Clima: Ameno, variando com o tropical de altitude.

Índice Médio Pluviométrico Anual: 1.200mm a 1700mm.

Temperatura: Média Anual 21,90o C;

Média Máxima Anual: 26,80o C;

Média Mínima Anual 14,30o C.

Reservas Minerais: Ferro e Manganês.

Relevo Topográfico: Plano: 20%, Ondulado: 70%, Montanhoso: 10%

Área do Município: Revisada pelo IBGE, foi encontrada uma área de

367,17 Km², sendo apenas 5 km² de área urbana.

Municípios Limítrofes: Bonfim, Brumadinho, Moeda, Ouro Preto,

Jeceaba, Piedade dos Gerais e Congonhas.

Bacia Hidrográfica: Da Bacia do Rio São Francisco, é banhado pelo

Rio Paraopeba, que tem como principais afluentes do Rio Paraopeba

no Município: Ribeirão dos Paivas e Ribeirão dos Cordeiros.

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Acidentes Geográficos: Serra da Bandeira ou Mascates e Serra da

Moeda.

Bioma: Mata Atlântica.

População (Fonte IBGE 2010):

Urbana: 3.295.

Rural: 4.291.

TOTAL: 7.536.

População Últimos Censos:

Ano Total

1970 8.746

1980 7.251

1991 7.040

2000 7.429

2007 7.267

2009 7.470

2010 7.536

Gentílico: Belovalense.

Distâncias (Km):

Belo Horizonte: 85 – Rio de Janeiro: 395 – Vitória: 570 – São

Paulo: 660 - Brasília: 805 – Congonhas: 45 – Moeda: 14 –

Conselheiro Lafaiete: 62 - Ouro Branco: 60 – Bonfim: 38 –

BR 040 via MG 442: 23 Km.

1.2 – DEMAIS INFORMAÇÕES

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1.2.1 HOSPEDAGEM E ALIMENTAÇÃO

Belo Vale conta com pequenas hospedarias e restaurantes

com comida simples da tradicional culinária mineira.

Hospedagem: Hotel Paraíso, Pousada Egg Maia, Pousada

Barkanas, Pousada Vargem do Cedro e Balneário Cachoeira do

Moinho.

Restaurantes: Além da alimentação servida nos

estabelecimentos acima, tem-se o Restaurante da Conceição,

Restaurante do Tote, Restaurante Dona Preta, Restaurante do

Maradona, Restaurante do Silvinho e uma pequena churrascaria ao

lado da Rodoviária.

1.2.2 PRINCIPAIS EVENTOS

Pré-Carnaval no primeiro sábado que antecede o Carnaval, com o

denominado bloco “Mamãe Virei Bicha”.

Carnaval de Rua.

Semana Santa – Encenações bíblicas com grupo de teatro local.

Festa de Sant’Ana – 26/07.

Aniversário da Cidade – 17/12.

1.2.3 TRANSPORTES

Exclusivamente rodoviário, com serviços à comunidade rural

e linhas diárias para Congonhas e Belo Horizonte.

O acesso principal é pela MG 442 (23 km de asfalto) entrando

no trevo da BR 040, próximo à usina da Vale, sentido BH/RIO.

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1.2.4 LOCAIS CULTURAIS

Biblioteca Municipal Maria José Jacques Penido – Lei 443 de

28/06/71.

Museu do Escravo – Único no Gênero no Brasil – Lei 504 de

09/05/75.

Fazenda Boa Esperança – Tombada pelo IEPHA – MG.

Nota do Autor: Como ser percebe, falta espaço cultural para

nossa cidade, inclusive, um Auditório, Teatro ou Cinema, onde

nossos valores possam se desenvolver.

1.3 – ECONOMIA

A economia local é diversificada, indo de pequenas atividades

de subsistência a participação de gigantes multinacionais. O destaque

fica claro para as atividades minerárias, agropecuárias e um enorme

potencial para o turismo.

Belo Vale é uma cidade de pequeno porte e tem sua economia

carente de investimentos, tanto privados quanto públicos, tendo

sofrido dois duros golpes em sua realidade econômica.

O primeiro golpe veio durante a Administração 1967 – 1971,

não imputando aos Administradores, à época, qualquer intenção em

prejudicar o Município, mas infelizmente, o prejuízo foi enorme e

continuará refletindo por toda a posteridade.

O que realmente aconteceu foi que a divisa de Belo Vale, que

ia próximo às margens da BR 040, foi recuada para o alto da serra, no

chamado divisor de águas naturais. Economicamente, isto

representou um grande prejuízo para o Município pois se isto não

tivesse ocorrido, com toda certeza estaríamos recebendo muito mais

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nos direitos denominados “Royalties” do minério extraído pelas

mineradoras, já que quase todas as minas estariam situadas em solo

belovalense.

O segundo golpe se deu por volta do ano de 1998, quando o

Município de Ouro Preto ajuizou uma ação contra os Municípios de

Congonhas, Santa Bárbara e Belo Vale, pleiteando os créditos do

ICMS, exclusivamente para si. A tese alegada foi que o local do

beneficiamento do minério se dá em solo ouro-pretano, o que

infelizmente foi acatado pelos Tribunais através de uma medida

liminar. Com isto, a receita municipal mensal que girava em torno de

R$200.000,00 (duzentos mil reais), chegou a cair para até

R$80.000,00 (oitenta mil reais) em alguns períodos.

No dia 27/12/2000, com a cassação da dita liminar, Belo Vale

voltou a receber os direitos do imposto gerado. Infelizmente para o

saudoso Prefeito Taquinho, faltavam apenas quatro dias para o fim do

seu mandato, que ficou marcado por um período de estagnação ante

aos fatos ocorridos.

A partir daí o Município voltou a respirar reiniciando seu

processo de desenvolvimento. Entretanto, no ano de 2003, Ouro

Preto conseguiu em instâncias judiciais superiores, alcançar seu

objetivo e levar para os seus cofres, toda a receita gerada pelo ICMS.

Considerando que uma grande parte da comunidade e da

própria economia interna, girava em torno da Administração Pública,

não houve como evitar o caos. É que além de não conseguir arcar

com a maioria de seus compromissos, a Municipalidade se viu

impedida de realizar obras desejadas e necessárias e o pior,

comprometeu o pagamento de todo o funcionalismo, uma verdadeira

tragédia social.

Com a queda da liminar em 2000, o Município voltou a

respirar reiniciando seu processo de desenvolvimento. Entretanto, no

ano de 2003, Ouro Preto conseguiu em instâncias judiciais

superiores, alcançar seu objetivo e levar para os seus cofres, toda a

receita gerada pelo ICMS.

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Desde então, graças a alguns novos investimentos e,

principalmente, a mudança de metodologia da apuração do VAF

(Valor Adicionado Fiscal) e uma maior fiscalização de tais cálculos,

entre outros, a arrecadação municipal tem aumentado, estando

prevista uma receita orçamentária para algo em torno de

R$2.000.000,00 (dois milhões de reais) mensais no ano de 2012.

1.4 – COMÉRCIO

O comércio é pequeno, porém variado. Aqui tem quase tudo.

Desde os produtos industrializados comercializados na cidade, até

aqueles aqui mesmo produzidos ou explorados.

Um destaque é o surgimento do comércio do artesanato local,

que de forma tímida e sensível, vem crescendo e se tornando numa

fonte de geração de emprego e renda informal, que com certeza

encontraria seu justo e real espaço, desde que houvesse uma política

adequada de desenvolvimento principalmente do turismo.

1.5 – AGROPECUÁRIA

A economia se baseia principalmente nas atividades

agropecuárias.

Na pecuária há um franco desenvolvimento do setor, com a

criação de gado leiteiro e também de corte, com os criadores

aprimorando seus rebanhos e inserindo as melhores raças para o ramo

a ser explorado, principalmente, a raça nelore.

Na agricultura, Belo Vale tem conseguido destaque até

mesmo no entreposto da CEASA, graças especialmente a uma

sempre crescente produção de tangerina (mexerica ponkan),

chegando mesmo a ser “apelidada” de “Rainha da Tangerina”.

Nossa produção é vendida também para vários Estados da

Federação, especialmente Rio de Janeiro e Estados do Nordeste.

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Também há a produção de mandioca, feijão, batata, milho,

batata-doce, melancia. Também começa a proliferar as plantações de

cana-de-açúcar, uma vez terem sido instalados diversos alambiques

no Município.

1.6 – INDÚSTRIA

O que existe de fato no Município são pequenas indústrias,

que desenvolvem suas atividades de forma quase artesanal, com um

tímido incremento de novas técnicas e equipamentos.

Diversos alambiques foram instalados e começam a se

destacar no setor, com uma considerável produção. Alguns produtos

já conseguiram sobressair no mercado e recebem elogios dos

“entendidos” no assunto. Algumas de nossas cachaças, que já

receberam o selo de qualidade da AMPAC, são apresentadas em

exposições do ramo. Já se fala em exportação do produto, inclusive

para países do velho mundo.

1.7 – MINERADORAS

A atividade mineradora é grande em nosso Município, rico

em ferro e manganês.

Após sofrer uma queda vertiginosa em função da Ação

Judicial ajuizada pelo Município de Ouro Preto no final da década de

1990, hoje se pode perceber uma franca recuperação tanto pela nova

metodologia de cálculo quanto a novos investimentos.

Destaca neste setor as Empresas Vale, CSN, Namisa,

Mineração Pollaris, Mineração Terra Seca e Mineração Nogueira

Duarte.

Não há como negar que a atividade minerária, provoca uma

intervenção profunda no meio ambiente, fato que vem sendo

fiscalizado constantemente pelos representantes do Ministério

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Público na Comarca de Belo Vale junto às empresas, inclusive, com

as firmaturas de Termos de Ajustamento de Condutas (TAC).

O maior problema enfrentado pela comunidade é sem dúvida,

a questão do tráfego, já que é utilizado o mesmo ramal rodoviário

(MG-442), tanto pelas empresas quanto pelos usuários.

Lado outro, além de algumas intervenções sociais, pode ser

percebido um considerável aumento da utilização de mão de obra

local, o que quer dizer, geração de empregos para os belovalenses,

isto sim, um enorme benefício para a população, já que dezenas de

jovens não mais precisam sair de Belo Vale para conseguir um

trabalho.

Não restam dúvidas de que o Poder Público Municipal, as

Empresas Mineradoras e, especialmente, a Comunidade, devem estar

constantemente sentadas numa mesa de negociação, onde as questões

econômicas possam ser confrontadas com aquelas de cunho

ambiental, ecológico e social, buscando sempre um meio termo

comum, já que Belo Vale não pode se dar ao luxo de prescindir de

nenhuma delas, tampouco de suas “riquezas” naturais.

1.8 – MEIO AMBIENTE

Embora a cidade possua o Conselho Municipal do Meio

Ambiente, sua atuação termina por ser mais política, com pouca

atuação no setor, inclusive, porque a própria sociedade não participa

ativamente, salvo quando em defesa de interesse próprio.

Algumas entidades teem tentado fazer uma política de

conscientização e interação da comunidade, destacando-se as ações

da Associação do Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental de

Belo Vale (APHAA-BV).

Com certeza o Poder Público Municipal precisa elaborar uma

política pública no tocante ao tema, já que o Município sofre grandes

intervenções, não podendo abrir mão do desenvolvimento, mas com a

responsabilidade de preservar nosso maior patrimônio, o “vale belo”.

1.09 – EDUCAÇÃO

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A rede municipal de ensino é formada hoje (2012), por treze

escolas municipais, sendo duas na cidade e onze na zona rural, da

Pré-Escola à 4a série do Ensino Fundamental. Temos ainda uma

unidade do Projeto Curumim. As Escolas Municipais são as

seguintes:

DENOMINAÇÃO MOTIVAÇÃO

Rosa Malaquias Professora.

Maria da C. M. C. Soares (Filinha) Diretora e Professora.

Benedito Valadares Governador de Minas Gerais.

Eugênio Sampaio Funcionário Municipal.

Eurico Gaspar Dutra Presidente da República.

José Antônio Cordeiro Doou o terreno para a Escola.

José Fernandes Doou o terreno para a Escola.

Mestra Macrina Professora, Mãe de Antônio Lara Rezende.

Padre Virgílio Monteiro Penido Vigário em Belo Vale.

Pedro José de Lima Doou o terreno para a Escola.

Santana do Paraopeba Berço de Belo Vale.

Tiago Teodoro Doou o terreno para a Escola.

Valeriano José da Silva Doou o terreno para a Escola.

O Município é atendido pela rede estadual de ensino através

da Escola Estadual Gama Cerqueira, que absorveu em um passado

não muito distante, alunos das antigas escolas estaduais no

Município, Grupo Escolar Dr. Gama Cerqueira (Governador

Mineiro) e Grupo Escolar Camilo Boaventura (Coletor Estadual em

Belo Vale, nos idos de 1950). Oferece atualmente o complemento do

Ensino Fundamental (5a a 8

a séries) e o Ensino Médio (antigo 2

o

grau).

Embora tenha tido em 2003 o funcionamento de uma unidade

da UNIPAC, que ofertou o Curso Normal Superior, o projeto não

prosseguiu, assim como alguns Cursos Técnicos Profissionalizantes

que chegaram a funcionar, mas também não tiveram sequência com

novas turmas.

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Nota do Autor nº 01 – As Escolas Municipais Maria Pereira da Silva e

Nair Teixeira, foram unificadas com a nova denominação de Maria da Conceição

Monteiro de Castro Soares (D. Filinha). Mesmo sendo todas, dignas e ilustres

senhoras de nossa comunidade, com um vasto serviço prestado à educação dos

belovalenses, esta alteração gerou muita polêmica e está em fase de consolidação.

Nota do Autor nº 02 – As Escolas Municipais José Emílio da Silva, José

Pinto, Juscelino Kubtischek, Domiciano F. Monteiro Castro, Santareno Pereira

Barbosa, Miguel Antônio Cordeiro e Melo Viana, embora ainda regularmente

registradas, não se encontram em efetivo funcionamento.

Nota do Autor nº 03 – A Mestra Macrina, se chamava Macrina Augusta

Albergaria Lara, natural de Ouro Preto e mudou-se para a Fazenda Boa Esperança

com seu marido Antônio Sebastião de Resende, sendo mãe de 10 filhos, entre eles,

Antônio de Lara Rezende que nasceu em São Gonçalo da Ponte (Belo Vale). A

“Mestra” faleceu aos 40 anos de idade, no dia 16 de dezembro de 1903.

1.10 – TURISMO

O Brasil é um país privilegiado já que possui inúmeros

quilômetros de praias, pantanal mato-grossense, cidades históricas e a

Amazônia.

Belo Vale também foi beneficiado pela natureza. Possui além

de vales e montanhas de belezas indescritíveis, cachoeiras naturais de

águas límpidas e também um acervo histórico constituído de Igrejas

centenárias, com a arte barroca impregnada em seus interiores,

Fazenda da Boa Esperança, (datada do século XVIII) e Museu do

Escravo, o único no gênero no Brasil e o local do traslado do

primeiro documento público oficial registrado em Minas Gerais.

Como se percebe, possuímos um vasto campo a ser explorado,

em todos os segmentos do turismo: histórico, artístico, natural,

ecológico e rural.

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Infelizmente até o momento, nem o Poder Público nem a

iniciativa privada se despertaram para investimentos no setor, a

verdadeira “mina de ouro” do século XXI.

1.11 – SAÚDE

A cidade é servida, e bem servida, por modernos consultórios

de odontologia e competentes médicos, tanto públicos como

particulares.

Temos uma Policlínica moderna, com consultórios médicos,

odontológicos, salas de laboratório e de Raios-X, controle de

epidemiologia com vacinações e prevenções, além de uma clínica de

fisioterapia.

Somos privilegiados por contar com o Hospital e Maternidade

Henrique Penido. Um Hospital de pequeno para médio porte, que

muito tem contribuído com a população belovalense, principalmente

por facilitar a vida de muitos, que não precisam se deslocar para

centros maiores, a não ser em casos mais complicados.

O Hospital, um antigo sonho da comunidade, foi efetivamente

iniciado numa Ação do então Prefeito Antônio Pinto Ribeiro Júnior,

concluído na gestão do Prefeito José Fernandes Braga e remodelado

quando João Eustáquio era o Prefeito Municipal. Foi neste meio

tempo, transferido à iniciativa privada.

Tem hoje em seus quadros societários e corpo médico, a

presença marcante do Dr. Antônio Leite Silva, Dr. João Batista

Vieira Vignolli e Dra. Solange Perez Martins, três profissionais de

vasta experiência que elegeram Belo Vale para viver e estabelecer

raízes.

Dado á enorme importância social, urge uma maior parceria

entre o Poder Público, a Comunidade e o Hospital, para que ao

contrário de ser constantemente ameaçado de fechamento, possa até

mesmo vir a ser ampliado para o bem coletivo, não só do Município,

mas de toda a região.

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1.12 – OS MOVIMENTOS COMUNITÁRIOS

E REPRESENTATIVOS

Os movimentos comunitários e representativos em Belo Vale

teem avançado, mas ainda carecem de maior conscientização tanto da

sociedade quanto do Poder Público e Gestores.

O Sindicato dos Produtores Rurais, antiga Associação Rural

criada em 1956, é um ícone e tem como seu Presidente atual, o

Senhor Tereziano José Bernardino Neto, com forte presença não

somente no Município mas na região.

A Associação do Patrimônio Histórico, Artístico e Ambiental

de Belo Vale (APHAA-BV), criada em 1985, é presidida por Selma

Moura, mas sua consolidação somente foi possível graças às atuações

dos idealistas: Glória Maia, Marcos Virgílio, Maria Alair Emediato,

Rogério Carvalho e o incansável Tarcísio Martins.

A Associação Evangélica de Belo Vale, entidade fundada em

1998 e há tempos, o braço social da Igreja Batista Betel Nacional, é

liderada pelo Senhor Jefferson Alves da Silva.

A Associação dos Bairros Santo Antônio e Região tem a sua

frente o Senhor Fernando dos Santos e a Associação dos Moradores

Vítimas das Enchentes pelo Senhor Newton Emediato.

Por toda a zona rural existem Associações, como a

ACOPRUJA em João Alves, AMOLAR em Lages e as Associações

dos Pintos, Costas, Santana, Boa Morte, Chacrinha.

Nota do Autor: O caminho para o desenvolvimento passa

obrigatoriamente pela comunidade. A Associação é o melhor atalho para a

conquista do que se pretende. É importante ressaltar que uma Associação

não é para se fazer “politicagem”. Existe para realizar e obter conquistas,

independente do Poder Público. E reivindicar deste mesmo Poder Público,

quando necessário, com imparcialidade e autoridade.

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1.13 – CONSELHOS MUNICIPAIS

Existem hoje, legalmente, os Conselhos Municipais do

Patrimônio Histórico, Artístico e Natural, da Saúde, da Assistência

Social, do Meio Ambiente, da Criança e do Adolescente, da

Educação, da Merenda Escolar e o Conselho Tutelar da Criança e do

Adolescente. Somente este último é remunerado e seus membros são

eleitos diretamente pela comunidade. Seu atual Presidente é o Senhor

Ilton César Parreiras.

Os demais Conselhos são paritários, com a participação do

Poder Público e da comunidade, através de Associações e Órgãos.

Por serem formados com forte presença política e indicações

do Poder Público, suas atuações são tímidas e precisam de maior

participação popular. Precisa ainda de liberdade, para exercerem suas

funções. A comunidade precisa participar mais e buscar seu espaço.

*******************

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CAPÍTULO II

CRONOLOGIA HISTÓRICA E

DESTAQUES TURÍSTICOS

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2.1 – PROVÁVEL HISTÓRICO CRONOLÓGICO

DE BELO VALE

Conciliar dados históricos e cronologia é uma tarefa árdua e recheada

de controvérsias.

É que para relatar a história de um povo é necessário mais do que

vontade. Diversos historiadores consagrados divergem em seus

trabalhos no que diz respeito às datas, aos fatos, lugares e

acontecimentos.

Para montar um esquema cronológico da história de Belo Vale, é

preciso aos acontecimentos da exploração de Minas Gerais, mas a

própria história mineira também é envolta de controvérsias e

divergências. Certo é que a colonização da região do Paraopeba

coincide com os acontecimentos datados do princípio da colonização

da Província de Minas Gerais.

É preciso muita prudência para relatar e catalogar os acontecimentos,

porque muitas vezes, o que se tem são apenas relatos transmitidos

oralmente, de geração em geração.

Infelizmente, a falta de arquivos e a mente criativa de alguns

“aventureiros”, tornam este, um terreno um tanto incerto e inseguro.

Nosso trabalho, inicia com os primeiros registros históricos da

exploração de terras mineiras, mas entendemos que a história de Belo

Vale, inicia-se mesmo por volta do ano de 1675 mais ou menos, já

que os melhores historiadores pesquisados dão como certa a saída de

Matias Cardoso, da Bandeira de Fernão Dias de São Paulo em 1673.

Este Matias Cardoso, tinha a missão de vir à frente do histórico

desbravador, abrindo “picadas” ou trilhas pelas matas e

estabelecendo roças e criação de víveres para alimentar e facilitar a

entrada da Bandeira pelo “sertão”. Como o detentor do direito de

exploração das terras mineiras chegou nestas redondezas em torno do

ano de 1675, é esta atualmente, a data mais indicada para colocar

início na história da região e de Belo Vale, em particular.

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Até o momento podemos assim situar os acontecimentos da história

de Belo Vale, conforme a bibliografia pesquisada.

2.2 – DAS ENTRADAS POR MINAS GERAIS

Em 1573, o explorador

Sebastião Fernandes Tourinho, sai de Porto Seguro e desce

pelo Vale do Jequitinhonha descobrindo minas de esmeraldas.

Sucessivas expedições, chefiadas por Antônio Dias Adorno,

Mauro Azevedo, Antônio Rodrigues, Bartolomeu Bueno,

durante décadas, seguem por este caminho. Visam não

somente a exploração de pedras preciosas e ouro, mas

também estão imbuídos do firme propósito de escravizar

índios.

Alguns registros

históricos mencionam, que já em 12/03/1603, o Bandeirante

Nicolau Barreto chegou ao sertão do Rio Paracatu, afluente da

margem esquerda do Rio São Francisco, já se aproximando da

região conhecida como Vale do Paraopeba.

Em 21/09/1664, Fernão

Dias Paes Leme recebe, da Coroa Portuguesa, uma Carta

Régia, na qual era mencionada a existência de riquezas em

solo mineiro. Abria-se assim o processo para a exploração

oficial destas terras.

Em 20/12/1672 o Rei de Portugal, já conhecedor das riquezas

abundantes por estas terras mineiras, outorgou a Fernão Dias

Paes Leme uma carta patente, onde era nomeado Governador

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das minas de prata e esmeraldas e detentor do direito de

explorar pedras preciosas.

2.3 – DESCORTINA-SE NO HORIZONTE DA

HISTÓRIA, UM VALE DOS MAIS BELOS

Em 1673, Matias Cardoso de Almeida, capitão e mestre de

campo, partiu de São Paulo com 125 homens

aproximadamente, organizando lugares de pouso e plantações

para suprir a Bandeira de Fernão Dias. Matias Cardoso era um

experiente sertanista que já havia atingindo algumas vezes as

serras da Mantiqueira e Espinhaço, sendo por isto escolhido

para seguir na frente. Na mesma região, onde mais tarde seria

fundado o segundo povoado mineiro, Matias Cardoso de

Almeida formou um conjunto de roças de grãos e víveres, que

serviria para abastecer e suprir novas bandeiras. Estas roças

receberam o nome de Roças Novas de Matias Cardoso de

Almeida. Segundo alguns, provavelmente é este o mesmo

lugar onde se localiza o povoado belovalense de Roças

Novas, na mesma região de Vargem de Santana.

Em 21/07/1674, Fernão Dias começou sua aventura na

companhia de grande comitiva, com aproximadamente 1241

homens. Nesta comitiva se destacavam entre outros, seu

irmão e sacerdote católico, Padre João Leite da Silva, seu

genro Manoel Borba Gato, seu filho Garcia Rodrigues Paes e

um segundo filho, bastardo, José Dias - que mais tarde se

rebelou contra o pai. E ainda: Antônio Bicudo de Alvarenga,

Antônio Gonçalves Figueira, Antônio do Prado da Cunha,

Baltazar da Costa Veiga, Bartolomeu da Cunha Gago,

Belchior da Cunha, Diogo Barbosa Leme, Domingos Cardoso

Coutinho, Francisco Pires Ribeiro, João Bernal, João

Carvalho da Silva, José de Castilhos, José de Seixas Borges,

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Marcelino Teles, Pedro Leme do Prado e seu sobrinho

Francisco Dias da Silva. Este liderava os índios que os

acompanhavam na missão. Partindo de São Paulo, da

Capitania de São Vicente, seguindo o curso do Rio Tietê e

passando pelo Vale do Paraíba, chegou à Serra da

Mantiqueira. A partir dali, atingiu e fundou novas terras,

incluindo Ibituruna, o primeiro povoado de Minas Gerais, nas

proximidades do Rio das Mortes, oito meses depois de

iniciado o percurso.

Já no ano de 1675, a Bandeira chegou numa linda região, às

margens do rio Paraopeba (que quer dizer rio do peixe chato)

e ali fundou o segundo povoado de Minas Gerais, São Pedro

do Paraypeba.

Em 09/03/1681, D. Rodrigo de Castelo Branco, de origem

portenha (Castel Branco), saiu de São Paulo como enviado

real para encontrar a Bandeira de Fernão Dias, acompanhado

de um dos filhos do bandeirante. No final do mês de junho,

quando se encontrava repousando na região das Roças Novas

de Matias Cardoso, foi surpreendido com a chegada da

Bandeira chefiada por Garcia Rodrigues Paes. Esta voltava do

sertão, das paragens de Vupabuçú, trazendo o corpo

embalsamado do bandeirante que morreu sem encontrar as

esmeraldas, na verdade encontrou turmalinas. Em 28/06/1681,

o nome de São Pedro do Paraypeba foi oficializado quando

aconteceu a transcrição do primeiro documento público,

realizado em toda a história de Minas Gerais. Isto se deu em

razão deste fato ter sido na véspera do dia dedicado ao

Apóstolo Pedro. Hoje, infelizmente, este lugar está reduzido a

umas poucas ruínas.

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Entre os anos de 1675 e 1681, fazia parte da Bandeira de

Fernão Dias, o Senhor Antônio Gonçalves Figueira. Alguns

historiadores, entre eles Décio Lima Jardim e Márcio Cunha

Jardim, creditam a este bandeirante a fundação de um arraial,

distante a oito quilômetros de Sant’Ana, e que mais tarde,

ficou conhecido como São Gonçalo da Ponte.

2.4 – CONSTRUÇÕES DE IGREJAS E

CONSOLIDAÇÃO DA REGIÃO

No começo de 1730, os portugueses Manoel Teixeira Sobreira

e Manoel Machado, iniciaram um garimpo e, segundo a

tradição, descobriram ouro na região no dia 26/07. Em

cumprimento a uma promessa feita por Sobreira, erigiram no

alto da colina, uma Igreja homenageando a santa do dia.

Deram para esta Igreja o nome de Sant’Ana, por volta de

1735. Mais tarde o povoado passou a ser conhecido como

Santana do Paraopeba.

Em 04/04/1750 a Igreja de Santana do Paraopeba foi provida

de vigário.

Em 1757, outros dois portugueses, Gonçalo Álvares e Paiva

Lopes chegaram ao arraial, próximo ao rio Paraopeba, onde

construíram duas igrejas. Uma dedicada a Nossa Senhora da

Boa Morte, localizada a 06 km do arraial e inaugurada em

1760. A segunda dedicada a São Gonçalo do Amarante e

inaugurada em 1764. Posteriormente, com a construção de

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uma ponte em frente à igreja, o arraial passou a ser conhecido

como São Gonçalo da Ponte.

Em 1826 a Igreja de São Gonçalo da Ponte também foi

provida de vigário.

Em 1832, com o Decreto de 14/07, os curatos de Santana do

Paraopeba e São Gonçalo passaram a pertencer ao curato de

Bonfim, da Comarca de Ouro Preto.

2.5 – CRIAÇÃO DO DISTRITO DE SÃO GONÇALO DA

PONTE E SUA ELEVAÇÃO A FREGUESIA

Em 1839, foi aprovada a Lei 116 de 09/03 criando o Distrito

de São Gonçalo da Ponte, em Bonfim. Perdeu esta condição

em 01/04/1842 (Lei 202) e recuperando o “status” de Distrito

através da Lei 472 de 31/04/1850.

Em 04/07/1857, de acordo com a Lei 816, o Distrito de São

Gonçalo da Ponte foi elevado à condição de Freguesia. Pela

Lei, 1254 de 25/11/1865 a freguesia foi transferida para

Santana do Paraopeba. Voltou para São Gonçalo da Ponte em

16/09/1870 (Lei 1667) e novamente para Santana do

Paraopeba em 30/11/1880 (Lei 2706). Em 1881, São Gonçalo

da Ponte readquiriu a condição de Freguesia. Aqui cabe

esclarecer, que até a Proclamação da República, o “status” de

Freguesia indicava tanto uma condição civil dentro do

Governo Imperial, quanto uma unidade eclesiástica, dentro do

sistema católico, já que a Igreja Católica era a religião oficial

do Império.

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2.6 – “QUE BELO VALE!”

Em 1914, o professor Mário França Pinto, encantado com a

beleza da região, exclamou: “que belo vale”! Foi proposta ao

Congresso Mineiro a mudança do nome do Distrito. Em

18/09/1914 a Lei Estadual 622 alterou o nome de São

Gonçalo da Ponte para “Bello Valle”.

2.7 – DESENVOLVIMENTO E PROGRESSO LEVAM À

EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE BELO VALE

Também em 1914, operários e engenheiros chegaram à região

para abrir a malha ferroviária da Estrada de Ferro Central do

Brasil (EFCB).

Em 20/06/1917 é inaugurada a sede da estação ferroviária de

“Bello Valle”, aportando na região muitos imigrantes

estrangeiros, empresários e comerciantes. Com isto, o distrito

de Belo Vale começou a crescer e a se desenvolver, surgiram

pequenas fábricas, um jornal e um comércio variado, que se

destacou na região. O trem de passageiros circulou de 1917 a

meados dos anos 90, sendo que nos últimos tempos recebeu

os singelos apelidos de “Barreirão” já que seu ponto de

partida saiu do Centro de BH indo para o Barreiro ou

simplesmente, o “cata jeca”. Enquanto circulou o trem de

passageiros, a estação era ponto de encontro, especialmente

da juventude, que ali se encontrava, nos horários de chegada e

partida dos comboios. Muitas famílias originaram-se em

romances que ali nasceram, num momento mágico e

eternizado no tempo.

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Em 1933, foi formada a C.P.V. (Comissão Pró–Vila),

constituída pelos Senhores: Coronel Pedro Rocha Possas,

Padre Virgílio Penido, Engenheiro José Pacheco, Euclides

Rodrigues Silva, Joaquim Rodrigues Silva, João Ferreira

Mendonça, Antônio Marinho, José Ostórgio Silva, Capitão

Semeão Emediato e Professor Modestino Melo.

Finalmente em 17/12/1938, o então Governador, Benedicto

Valladares Ribeiro, assinou o Decreto 148 emancipando o

Distrito de Belo Vale de Bonfim e passando Santana do

Paraopeba e Moeda à condição de Distritos de Belo Vale.

No dia 18/12/1938, às 21 horas, a Rádio Inconfidência

transmitiu a notícia do Decreto-Lei que instituía o Município,

levando a população da Vila de Belo Vale para as ruas com

gritos, folguedo e ovações ao Governador Benedicto

Valladares e demais empreendedores do grande feito.

Em 21/12/1938, às 08 horas e 30 minutos, os Senhores:

Modestino Melo, Joaquim Silva e Simeão Emediato,

desembarcaram na Estação Ferroviária local, com o Decreto

que instituía o Município de Belo Vale.

Em 01/01/1939, o Município foi instalado oficialmente, com a

nomeação do Sr. Joaquim Rodrigues Silva como primeiro

Prefeito Municipal. A sede do Paço Municipal foi no prédio

conhecido como “Casarão dos Araújo”, na época, propriedade

do Sr. Antônio Pinto. A Comissão que elaborou toda a

solenidade, além dos membros da C.P.V., que tanto fizeram

para que Belo Vale fosse emancipado, contava com a atuante

participação dos Senhores: Dr. Vitor Macedo, José Augusto

Teixeira, Coronel Juscelino Luiz do Carmo, Capitão José

Agostinho da Silveira, Major Domingos Rodrigues Rabelo,

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Capitão José Romão Paiva, Ramiro Alves Carmo, Antônio

Vieira Santos, Antônio Lobo, José A. de Matos, Antônio de

Castro Malta, José Ubaldo de Castro Malta, Martiniano Pinto,

Antônio Alves, José Augusto Pedra, Emílio Pedra, Antônio

Emediato, Zeferino Vieira, Amarílio Braga, Ubaldo Teixeira,

Francisco Coutinho, Henrique Penido Filho, Acácio

Guimarães e Sílvio Fernandes.

Em 1940 foi realizado o primeiro Censo do Município de

Belo Vale.

Em 23/11/1947, pela primeira vez na história, os belovalenses

foram às urnas para eleger seu Prefeito e Vice-Prefeito,

sufragando pela maioria de votos, o Sr. José Emílio da Silva

Filho. Este já havia sido Prefeito nomeado anteriormente e

dividiu a chapa com Santareno Pereira Barbosa, que também

assumiu o cargo de Prefeito quando do falecimento do titular.

No dia 01/01/1948, tomam posse o primeiro Prefeito e Vice-

Prefeito eleitos pelo voto direto dos cidadãos belovalenses,

bem como o primeiro Legislativo Municipal.

Em 12/12/1953, ao mesmo tempo em que o Distrito de Moeda

e Coco foram emancipados, instalou-se pela primeira vez a

Comarca de Belo Vale, por intermédio da Lei Estadual 1039,

abrigando os Municípios de Belo Vale e Moeda.

Em 1969, Belo Vale perdeu a condição de Comarca. Em 1986

readquire a condição de Comarca através de Lei Estadual.

Finalmente, a 13/09/1994 a Comarca é reinstalada. Em

19/01/2001, com a publicação no Diário Oficial de Minas

Gerais, Moeda volta a pertencer à Comarca de Belo Vale.

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Nota 1: Segundo Diogo de Vasconcelos, autor de História Antiga de

Minas Gerais, o primeiro lar da Pátria mineira é Ibituruna. O segundo é

São Pedro do Paraypeba, hoje Santana do Paraopeba, Distrito de Belo

Vale, seguidos sucessivamente por Piedade do Paraopeba, Sumidouro,

Tucumbira, Serro Frio, Itamarandiba e assim por diante.

Nota 2: Digno de nota é o fato de que sempre houve uma transferência

da sede da Paróquia, ora em São Gonçalo da Ponte, ora em Santana do

Paraopeba. Transferências estas motivadas pela situação política. Se

remontarmos toda a história, esta alternância fica bem caracterizada.

Quando um grupo prevalecia, a sede era aqui. Quando outro grupo

dominava, mudava-se para ali. Isto se deu principalmente em meados

do século XIX.

Nota 3: A descoberta de ouro em 1730 pelos portugueses Manoel

Teixeira Sobreira e Manoel Machado, merece um estudo mais

aprofundado. Não ficaram vestígios de nenhuma exploração do valioso

metal em nossas redondezas. (?).

Nota 4: Em 2008, por muito pouco a Comarca de Belo Vale não sofria

um duro golpe, com o Município de Moeda deixando de pertencer a

mesma e voltando à Comarca de Brumadinho. Tal evento somente não

se concretizou graças a um movimento suprapartidário, que envolveu

diversos grupos políticos dos dois Municípios, o que fez com que a

Emenda proposta na Assembléia Legislativa fosse retirada. Se tal

tivesse ocorrido, dificilmente a Comarca de Belo Vale permaneceria

instalada.

Nota 5: Segundo a bibliografia pesquisada o “fundador” da região, foi

Matias Cardoso, quando implementou as “roças” para abastecer a

Bandeira de Fernão Dias, em torno do ano de 1675.. Já o que hoje

temos como cidade de Belo Vale, foi fundado por Antônio Gonçalves

Figueira, em algum momento entre os anos de 1675 e 1681, não sendo

ainda possível precisar tal data. Já os portugueses Gonçalo Álvares e

Paiva Lopes, a quem “alguns” creditam o título de fundadores de Belo

Vale, foram estes, os construtores das Igrejas Matriz e de Boa Morte.

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2.2 – PRINCIPAIS DESTAQUES TURÍSTICOS

DE BELO VALE

FAZENDA BOA ESPERANÇA

Construída por volta dos meados do Século XVIII segundo

alguns, pela família Mendonça, sabe-se apenas que o responsável da

construção era um português e que teria cobrado a quantia de

quatrocentos mil réis para acompanhar a obra.

A área da fazenda era de quinze mil alqueires aproximadamente,

com alguns chegando a mencionar tal área em vinte e cinco mil. Hoje

tem uma área de 318 hectares. Foi construída uma capela anexa à

casa grande, com pinturas do famoso Mestre Ataíde, provavelmente

em meados do século XVIII. A construção desta Capela é atribuída a

Francisco Vieira Servas, um dos destaques da arte barroca na época.

O altar da capela é pintado a ouro e o crucifixo ali existente é uma

obra com traços similares aos usados pelo “Aleijadinho”, o que faz

com que alguns mais ousados o identifique como o autor da mesma.

É uma grande fazenda com vinte e cinco cômodos, com senzala

(seus alicerces da mesma podem ser vistos ao lado da casa) e

inúmeros escravos, podendo vir a atingir 1000 escravos

aproximadamente.

Por volta de 1790 foi adquirida pela família Monteiro de Barros,

na pessoa do Coronel Romualdo José Monteiro de Barros, o Barão do

Paraopeba.

Era este, filho de Manuel José Monteiro de Barros, da família

Monteiro de Barros e Castro. Este tinha quatro irmãos: Manoel José

Monteiro de Barros, Matheus Herculano Monteiro, Marcos Antônio

Monteiro de Barros - que veio a ser ordenado Padre - e Lucas

Antônio Monteiro de Barros. Este último veio a ser condecorado com

os títulos de Barão e Visconde de Congonhas.

O Barão do Paraopeba, Romualdo José Monteiro de Barros, por

três vezes fez parte Junta Provisória Governativa de Minas Gerais,

chegando a assumir a Presidência da Província Mineira. Alguns

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relatos dão conta de que D. Pedro I escolher a Fazenda para pernoitar

em uma de suas campanhas pelo movimento da Independência.

Outra figura ilustre que esteve diretamente envolvida com a

Fazenda Boa Esperança, é o poeta Carlos Drumond de Andrade,

quando Chefe do SPHAN, durante o processo de tombamento do

conjunto, sendo um dos pareceristas a opinar sobre o mesmo.

Depois de passar por vários proprietários, entre eles, Joaquim

Pinto Lara de Rezende, José Ferreira de Mendonça, Eleziário Ferreira

de Fróis e Antônio Procópio da Silva, mais tarde, foi adquirida pelo

Governo do Estado de Minas Gerais e doada ao IEPHA/MG, sendo

então, tombada pelo IEPHA/MG.

A Fazenda situa-se a 06 km da sede do Município e em seu auge,

estima-se que tenha tido mais de 800 escravos.

CALÇADA

Esta estrada foi muito usada pela nobreza, que algumas vezes se

hospedava na Fazenda da Boa Esperança e também a utilizava para

transportar sua produção.

Ao que tudo indica, era uma estrada vicinal, que cortava a Serra

do Mascate e que ligava a Fazenda ao Forte das Casas Velhas e,

consequentemente ao Rio de Janeiro e Ouro Preto pela Estrada Real.

Era usada pelos nobres que frequentavam a Fazenda Boa Esperança

também servia para escoamento de sua produção.

Toda feita em pedras, possuía canaletas para as águas pluviais

que ainda podem ser vistas em alguns pontos.

MARCO DA VARGEM DE SANTANA

Local onde foi lavrado o primeiro documento oficial de Minas

Gerais, quando do traslado do corpo de Fernão Dias para São Paulo e

da entrega das posses das feitorias e arraiais fundados.

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Nas proximidades do segundo povoado de Minas Gerais, São

Pedro do Paraypeba, encontraram-se duas bandeiras. Uma vindo de

São Paulo, pelo Rio das Mortes, chefiada por D. Rodrigo de Castel

Branco e pelo filho de Fernão Dias. A outra que voltava do sertão,

das paragens de Vupabuçú e chefiada por Garcia Rodrigues Paes,

trazendo o corpo embalsamado do grande explorador, que morreu

sem encontrar as sonhadas esmeraldas.

Encontra-se, nas proximidades, uma placa colocada pelo então

Prefeito de Belo Vale, Antônio Pinto Ribeiro Júnior. Este marco faz

lembrar a ocorrência deste fato memorável da história mineira e fica

a 07 km da sede municipal. O Poder Público precisa valorizar mais

este monumento histórico.

IGREJA DE SANTANA

Construída pelos portugueses Manoel Teixeira Sobreira e Manoel

Machado, aproximadamente, em 1735, em São Pedro do Paraypeba,

hoje Santana do Paraopeba. Estes descobriram ouro nesta região em

meados de 1730, mais precisamente no dia 26/07.

A tradição diz que por isto, erigiram no alto da colina uma Igreja

homenageando a Santa do dia. Outros argumentam que já existia ali

uma pequena Capela bem rústica, que foi substituída por aquela de

pedra que hoje temos ali. Ainda.

Existem, atrás do altar principal, dois crânios humanos,

tradicionalmente identificados como dos dois construtores da Igreja.

Possui também um cemitério centenário em seu entorno. O certo é

que a Igreja servia de ponto de referência, podendo ser vista de vários

pontos, entre elas, do alto da Serra da Moeda, do alto da Serra do

Mascate, do local denominado “Porto Alegre” às margens do Rio

Paraopeba, entre outros.

Por alguns períodos foi Sede da Paróquia.

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A Igreja, foi administrada por décadas pelo Senhor Luiz de

Castro, legado deixado a seu filho, está situada a 08 km da sede do

Município.

Nota do Autor: Alguns já disseram ser a Igreja de Santana, a

segunda construída em Minas Gerais. O que perto dali realmente

ocorreu, foi a fundação do segundo povoado mineiro, São Pedro do

Paraypeba, conforme os historiadores pesquisados mais confiáveis.

IGREJA DE NOSSA SENHORA DA BOA MORTE

Fundada em 1760 pela bandeira de Gonçalo Álvares e Paiva

Lopes que chegaram nesta região por volta de 1757.

A Igreja apresenta uma talha primorosa, com colunas torsas e

detalhamento barroco. Em sua sacristia, existem algumas pinturas

que são atribuídas ao Mestre Manoel da Costa Ataíde. Um prédio

simples, mas rico nos detalhes em pedra, no Presbitério, Pia

Batismal, Púlpito, possuindo ainda dois altares laterais de tábuas

recortadas.

Está em vias de ser totalmente reformada graças a uma

intervenção da APHAA-BV.

IGREJA MATRIZ DE SÃO GONÇALO

Fundada pelos mesmos portugueses Gonçalo Álvares e Paiva

Lopes em 1764.

Construída toda em pedra, conta com três altares, sendo dois

laterais e o altar-mor, no mais clássico estilo barroco e com esculturas

de anjos, tradicionalmente reconhecidas como esculpidas por

escravos.

Consagrada a São Gonçalo do Amarante, passou a ser conhecida

como São Gonçalo da Ponte, em virtude da construção de uma ponte

de madeira em frente à Igreja. É no estilo tradicional setecentista e

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talha barroca. Em época de seca, pode-se ver os restos dos pilares da

ponte no leito do Rio Paraopeba.

FORTE DAS CASAS VELHAS

Construído em pedras, especialmente o minério fartamente

encontrado no lugar, possui evidências de ter sido constituído de um

muro com postos para sentinelas, algumas construções acessórias,

inclusive um quartel e um depósito.

Estas ruínas da antiga alfândega e forte militar da época do ciclo

do ouro, situa-se no alto da Serra conhecida como do Mascate,

extensão da Serra da Moeda, aproximadamente a 12 km da sede

municipal e que teria servido também de forte militar.

Sendo verídica esta tradição, ali teriam ficado alguns presos

políticos, existindo até mesmo a possibilidade de alguns

Inconfidentes ali terem passado algum tempo.

RUÍNAS DA CHACRINHA DOS PRETOS

Situada a 06 km de Belo Vale, alguns defendem a tese de ter sido

uma espécie de quilombo. Traços deste tipo de comunidade ainda

podem ser notados na vila e nos remanescentes do lugarejo, como a

forma de vida, os casamentos quase sempre entre eles e o

consequente parentesco entre todos.

Tímidos estudos têm sido realizados para a comprovação

histórica deste fato controverso.

Ali também se encontra a ruína de uma fazenda, que conforme

uma tradição criada num passado não muito distante, pertencia a um

senhor chamado José de Paula Peixoto. Este era conhecido como

“Milhão e Meio”, por possuir uma fortuna avaliada nesta quantia.

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Teria sido visitada por D. Pedro I em março de 1822, quando

recebeu da viúva do ditoso fazendeiro, uma doação de cinquenta

contos de réis para a causa da Independência do Brasil.

Não há nenhuma evidência concreta quanto a estes fatos, mas se

tal fazenda realmente existiu por volta da proclamação da

Independência, dificilmente um quilombo nas mesmas imediações se

manteria seguro, com as características próprias deste tipo de

comunidade, o que seria historicamente contraditório.

RUÍNAS DE ARROJADO LISBOA

Localizadas a 12 km de Belo Vale, foi, conforme a tradição

relata, a extensão de uma antiga fazenda pertencente a José de Paula

Alvarenga Peixoto. Este possuía uma boa produção de utensílios para

as Igrejas, para os ricos e nobres de Minas Gerais, por possuir ali um

forno de fundir metais como prata e ouro.

Nota do Autor: Nesta história acontece uma confusão, motivada

talvez por imprudência literária de alguns precipitados “historiadores”.

Há uma provável associação do nome do cidadão conhecido como

“Milhão e Meio”, que na verdade chamava-se José de Paula Peixoto e

ao inconfidente Inácio José de Alvarenga Peixoto. Historiadores mais

confiáveis relatam que o inconfidente Inácio José de Alvarenga Peixoto

e sua esposa D. Bárbara Heliodora foram proprietários sim de um

grande latifúndio que começava na região de São João Del Rei e que

atingia as margens do Rio Paraopeba. Tal fato é comprovado pelos historiadores Décio Lima Jardim, Márcio Cunha Jardim e em especial,

o historiador José Pedro Xavier da Veiga.

MUSEU DO ESCRAVO

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Situado na sede do Município, único no gênero em todo o Brasil.

Possui cerca de três mil peças originais, da época da escravidão,

contando ainda com peças do figurino do filme “Quilombo dos

Palmares”, doadas pelo cineasta Cacá Diegues.

O Museu teve sempre como grande incentivador, o

Reverendíssimo Padre Luciano Penido. Possui também um prédio em

formato de “U”, que lembra as senzalas das grandes fazendas.

Recebeu doações da família de Nelson Moura Brasil, segundo

alguns, aparentado com o humorista Jô Soares e sua construção foi

acompanhada pelo arquiteto europeu Paulo Bojanic.

Seu acervo possui cerca de quase 4000 peças distribuídas em suas

seis salas e na réplica da senzala construída em seu pátio.

Construído originalmente para funcionar na Basílica do Bom

Jesus foi transferido para Belo Vale e inaugurado quando do

Centenário da Lei da Abolição da Escravatura.

CASARÃO DOS ARAÚJO

Conhecido como “sobrado da praça”, construção de 1929 e sede

do primeiro paço municipal.

Pertenceu à família de Antônio Pinto, que o cedeu gentilmente

para sede do Poder Executivo Municipal quando da instalação do

Município, sendo posteriormente transferido à família Araújo.

Todos os esforços para o tombamento e mesmo para aquisição do

imóvel nunca lograram o êxito desejado e necessário, mesmo tendo

sido oficialmente, tombado pelo Conselho Municipal.

CONJUNTO FERROVIÁRIO

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Constituído pela sede da Estrada de Ferro Central do Brasil,

pelo escritório e armazém, por duas plataformas, duas casas

residenciais e uma caixa d’agua para abastecimento dos prédios e

locomotivas, inclusive resfriamento, inauguradas em 1917.

Também chegou a ser tombado pelo Conselho Municipal,

porém nenhum acordo para a sua conservação alcançou sucesso junto

aos proprietários.

Teve uma de suas plataformas descaracterizada e é de se

estranhar que quase todos os prédios das Estações Ferroviárias do

Ramal do Paraopeba estejam preservadas, menos a de Belo Vale.

2.3 – CACHOEIRAS

Cachoeira da Serra – 11 km da sede

Balneário Cachoeira do Moinho – 08 km da sede (Com

hospedaria)

Cachoeira da Boa Esperança – 06 km da sede

Cachoeira do Zé Pinto – 06 km da sede

Cachoeira da Usina (ruínas da antiga usina de energia elétrica) –

06 km da sede

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CAPÍTULO III

SÍMBOLOS CÍVICOS MUNICIPAIS

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HINO DE BELO VALE

O Hino de Belo Vale foi instituído através de concurso

regulamentado pela Lei Municipal no 666 de 27/11/1982 e oficializado

pela Lei Municipal no 673 de 30/12/1982, após ter sido escolhido pela

Comissão especialmente nomeada para este fim.

Letra: Antônio Pinto Ribeiro Júnior

Música: Padre Absalão Martinho Coelho

I

Salve Belo Vale de bonanças

Salve, salve terra dos amores

Da mocidade, fé e esperanças

Passado cheio de honras e valores

Céu apoteótico, iluminado

Esplêndido de estrelas e de sol

Chão magnífico e idolatrado

Perene beleza do arrebol

Montanhas claras ou nebulosas

Tesouros de opulentas riquezas

Metálicas, rudes, majestosas

Plenas de poesia e de beleza

Belo Vale eterno de ideais

Intocável e varonil

II

Nos vergéis de lindos laranjais

Divina sinfonia lá dos céus

Altivo ao infinito salmodiais

As maravilhas das obras de Deus

Parahypeba dos bandeirantes

Das épicas canções dos tropeiros

Dos aboios, dos mitos berrantes

E dos imbatíveis pioneiros

Do mais amado vale do mundo

Nas lonjuras, saudades e dores

E no soluço amargo e profundo

Todos voltam terra dos amores

Belo Vale eterno de ideais

Intocável e varonil

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PARTITURA MUSICAL DO HINO DE BELO VALE

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Nota do Autor: Embora nesta partitura conste o nome Pe.

Absalão Martins Coelho, seu nome correto era Pe. Absalão Martinho

Coelho.

HISTÓRIA DA BANDEIRA E DO BRASÃO

Os símbolos de Belo Vale, além do Hino, são a Bandeira e o

Brasão, regularmente instituídos pela Lei Municipal 468 de

29/08/1972 e criados pelo heraldista e Professor Arcioné Antônio

Peixoto de Faria.

A heráldica brasileira é no estilo daquela primeira usada em

Portugal, mas com forte influência francesa, de onde herdamos

nossos cânones e regras.

O Brasão Municipal é encimado pelo coroa mural, símbolo

dos brasões de domínio, sendo de seis torres. Duas torres à frente, são

vistas na sua totalidade; outras duas, nas laterais, são parcialmente

visíveis e ainda duas semiocultas na outra face da coroa. As torres

são de cor prata e com classificação para uma cidade de terceira

grandeza, sede de Município.

As três merletas pretas no centro do escudo reproduzem as

armas da família Leme e as panóplias constituídas pelos arcabuzes

entrecruzados brocantes sobre chapéu de abas largas, são aqueles

usados pelos bandeirantes. Na parte inferior, o triplo mantel de

argente representa o terreno riquíssimo em minérios de ferro e aço. A

buzina de caça, alude à pecuária e seu principal personagem, o

boiadeiro. O aguado de góles representa o Rio Paraopeba, com suas

águas vermelhas. Os galhos de laranjeiras frutados lembram a época

em que o Município foi um dos maiores produtores de laranja do

Estado de Minas Gerais. As datas fazem referência à emancipação

política em 1938 e à criação do Brasão e da Bandeira Municipal em

1972. As cores teem o mesmo significado especificados nas

representações da Bandeira de Belo Vale.

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Já nossa Bandeira segue a tradição heráldica portuguesa. É

esquartelada, sendo os quartéis azuis, constituídos de duas faixas

brancas carregadas de faixas vermelhas e o Brasão no centro, a

representar o Governo Municipal.

O fato de ser esquartelada em formato de cruz é uma

representação do espírito cristão de seu povo.

A cor branca é símbolo da paz, amizade, trabalho,

prosperidade, pureza e religiosidade. A cor vermelha dedicação, amor

pátrio, audácia, intrepidez, coragem, valentia. O azul simboliza a

justiça, nobreza, perseverança, zelo e lealdade e representando assim,

as propriedades rurais municipais.

VOCABULÁRIO DO HINO E DA DESCRIÇÃO

DO BRASÃO E BANDEIRA

Aboios – Canto plangente dos vaqueiros guiando as boiadas.

Apoteótico – Deslumbrante, visão de glória, elogioso.

Arcabuzes – Armas de fogo antigas da espécie dos bacamartes.

Argente – Prateado, da cor prata.

Arrebol – Vermelhão da aurora ou do por do sol.

Bonanças – Bom tempo, calmaria, sossego, tranquilidade, sereno.

Brasão – Escudo de armas, insígnia da nobreza, timbre.

Brocantes – Cortante, pontiagudos, uma arma de ponta cortante.

Cânones – Regra, decisão de concílio, catálogo, tabela.

Épicas – Que diz respeito à epopeia e aos heróis, ações heroicas.

Esplêndido – Brilhante, magnífico, admirável, grandioso.

Esquartelada – Dividida em quatro partes.

Góles – Esmalte heráldico vermelho com traços verticais.

Heráldica – Arte dos brasões, conjunto dos seus emblemas.

Heraldista – Aquele que domina a heráldica.

Mantel – Toalha de mesa ou de altar, roupas de mesa.

Merletas – Pequenos pássaros vistos de perfil.

Opulentas – Rica, magnífica, pomposa, abundante, copiosa.

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Panóplias – Armaduras de cavaleiros europeus, símbolo de armas.

Parahypeba – Paraopeba, no dialeto indígena: rio do peixe chato.

Perene – Que dura muitos anos, eterno, incessante.

Quartéis – Quarta parte, cada parte de um escudo.

Varonil – Forte, másculo, heroico.

Vergéis – Jardins, pomares.

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CAPÍTULO IV

HISTÓRIA DO PODER

LEGISLATIVO MUNICIPAL

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HISTÓRIA DA CÂMARA MUNICIPAL

DE BELO VALE

O Poder Legislativo é um dos Poderes que formam a

verdadeira democracia, porque é neste Poder que se encontram os

legítimos representantes do povo.

A história brasileira reservou à Câmara Municipal um papel

de destaque, sendo inclusive, a Câmara Municipal, a mais antiga

instituição política do País, datando de 1549, quando na cidade de

Salvador/BA, o primeiro Governador Geral criou a primeira Casa dos

representantes do povo. Isto há mais de 463 anos.

Muitas outras instituições foram criadas e foram extintas ao

longo de nossa história, mas a Câmara Municipal permaneceu.

Somente ausentou-se de sua função nos períodos de exceção, leia-se

ditaduras, como no Governo Getúlio Vargas e na ditadura militar -

quando no máximo, eram ocupadas por representantes dos grupos

dominadores e simplesmente referendavam os interesses da minoria

que ocupava o poder.

A Câmara Municipal, desta forma, é um testemunho vivo e

heroicamente presente no Brasil. Desde o Brasil-Colônia, passa pela

fase do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, Brasil-Império e

se consolida no Brasil-República.

O povo desta região, onde está localizado o nosso querido

Belo Vale, teve seus primeiros representantes Municipais quando o

primeiro Governador de Minas, D. Antônio de Albuquerque, em

1711, criou as Câmaras de Mariana, Sabará e Ouro Preto.

Toda a nossa região pertencia à circunscrição da Câmara

Municipal de Ouro Preto. Posteriormente, ficamos vinculados à

Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete, Congonhas do Campo e

por último, à Câmara Municipal de Bonfim.

Belo Vale não teve sua primeira Câmara Municipal logo que

se emancipou do Município de Bonfim. O Legislativo Municipal só

veio a existir em Belo Vale a partir de 1948. Tal fato se deu em

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função do Município ter sido criado em 1938, na vigência do Estado

Novo e no auge da ditadura de Getúlio Vargas.

Mais tarde, com o fortalecimento dos movimentos

democráticos ao final da 2a Guerra Mundial, incluindo o fim do

Estado Novo, as Câmaras Legislativas foram reabertas e criadas,

como no caso de nosso Município.

Como na maioria dos Municípios brasileiros, a Câmara

Municipal de Belo Vale esteve vinculada ao Poder Executivo, física,

administrativa e financeiramente. Isto não quer dizer que por lá não

tenham passado nobres representantes do povo e defensores

incondicionais da democracia e dos interesses populares.

A partir da posse dos Vereadores eleitos pela 13a Legislatura,

sob a Presidência do Sr. Antônio Geraldo Malta de Moura, a Câmara

Municipal começou a se aproximar mais da população, com reuniões

abertas e divulgação antecipada do calendário das mesmas. Também

começou a ser divulgado em informativos locais, um relatório de

todas as decisões e votações realizadas pela Casa.

Desta Legislatura faziam parte os Srs. Ananias Antônio de

Oliveira, Antônio Geraldo Malta de Moura, Ataídes Geraldo

Teixeira, Dionísio Carlos Fernandes, Giovane Álvaro Vieira Castro,

José Luciano Teixeira, Otacílio José da Silva, Sônia Rezende do

Sacramento e Vicente Moreira dos Santos,

No dia 30/04/1997, numa iniciativa do Presidente da Câmara,

Sr. Antônio Geraldo Malta de Moura, com a anuência dos demais

membros da Mesa Diretora, Srs. Dionísio Carlos Fernandes e

Giovane Álvaro Vieira de Castro, foi encaminhado o Projeto de

Resolução 005/97 mudando o endereço da Sede do Poder Legislativo

e que foi aprovado por unanimidade.

Mais do que a mudança de endereço, isto simbolizava a

desvinculação do Poder Legislativo ao Poder Executivo, que

literalmente saía de debaixo dos “olhos” do Poder Executivo. A

primeira reunião desta nova fase ocorreu em 12/05/1997, numa sala

anexa à Biblioteca Municipal.

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Em 10/09/1997, também por iniciativa do Presidente da

Câmara, Sr. Antônio Geraldo Malta de Moura e com a concordância

dos demais membros da Mesa Diretora, foi aprovado por

unanimidade o Projeto de Resolução 008/97, que criava a

independência administrativa e financeira da Câmara Municipal de

Belo Vale a partir de 1998. Com isto, a C

Nesta mesma Legislatura, ainda foi eleita a primeira mulher

para ocupar uma vaga na Câmara Municipal. Isto ocorreu na pessoa

da Sra. Sônia Rezende do Sacramento, que no biênio 1999/2000 se

tornou também a primeira mulher a ocupar a Presidência do Poder

Legislativo Municipal.

Na 14a Legislatura, sob a Presidência do Sr. Márcio José dos

Santos Malta, foi construída a sede própria da Câmara Municipal de

Belo Vale, completando assim a independência entre os Poderes

Executivo e Legislativo.

Desde então, cada um dos Presidentes que tem passado pela

Casa do Povo tem contribuído com o aprimoramento e

funcionamento do Legislativo, em questões de equipamentos,

infraestrutura e valorização deste Poder, fundamental à democracia.

Muito mais precisa ser feito para que tal independência esteja

consolidada, ficando reservado aos nobres vereadores das futuras

Legislaturas, o papel de serem livres e de promoverem a liberdade

daquela que é a Casa do Povo.

Atualmente e pela segunda vez na história, tem como

Presidente uma mulher, a Senhora Ana Lúcia Fernandes de Castro

Parreiras.

Dezenas de cidadãos belovalenses passaram pela Câmara

Municipal de Belo Vale, sendo que o povo ainda não tem a real

noção da importância do Poder Legislativo, que não pode nem deve

substituir o Executivo nas ações das políticas públicas, nem

tampouco fazer o Vereador o papel de assistente social.

Deve a Câmara Municipal e todos os seus integrantes, legislar

e fiscalizar para que o povo seja dignamente representado.

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LEGISLATURAS

Primeira Legislatura – 01/01/48 a 31/01/51

Amarílio Augusto da Rocha Braga, Antônio Antunes Ribeiro, Eliseu

Alves Goes, Francisco José da Silva, João Cordeiro de Brito, José

Ostórgio da Silva, José Vieira dos Santos, Luiz de Moura Lima,

Oscar Alves Ferreira.

Segunda Legislatura – 31/01/51 a 06/02/55

Abílio Cerqueira Pereira, João Cordeiro de Brito, José Ostórgio da

Silva, Joaquim Antônio Caetano, Joaquim Henrique Alves, Joaquim

Pereira da Silva, Joaquim Rodrigues de Moura, Paulo Jonas da Silva,

Sílvio Fernandes de Araújo.

Também foram empossados ao longo da Legislatura: Domingos do

Carmo Fernandes, substituindo Sílvio Fernandes de Araújo; Miguel

Antônio Cordeiro, substituindo Domingos do Carmo Fernandes e

Sebastião Gomes da Silva, substituindo José Ostórgio da Silva.

Terceira Legislatura – 06/02/55 a 31/01/59

Abílio Cerqueira Pereira, Alcino Antônio da Silva, Antônio Teixeira,

Décio Vieira dos Santos, Francisco Fernandes Filho, José Dias de

Souza, José Sabino Filho, Manoel Alfredo Rezende Pereira, Ramiro

Alves do Carmo.

Também foram empossados ao longo da Legislatura: Francisco de

Castro Teixeira que substituiu Abílio Cerqueira Pereira; Joaquim

Henrique Alves que substituiu Décio Vieira dos Santos; José Augusto

Pedra que substituiu José Dias de Souza; José Vieira de Oliveira que

substituiu Ramiro Alves do Carmo.

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Quarta Legislatura – 31/01/59 a 31/01/63

Abílio Cerqueira Pereira, Alcino Antônio da Silva, José de Assis

Cunha, José do Carmo Fernandes, José Vieira de Oliveira, Joaquim

Henrique Alves, Paulo Lourenço Diniz, Raimundo Antônio Cordeiro,

Sebastião Moreira da Silva.

Também foram empossados ao longo da Legislatura: João Alves de

Moura substituindo José do Carmo Fernandes, Jorge Justino dos

Santos substituindo Abílio Cerqueira Pereira.

Quinta Legislatura – 31/01/63 a 31/01/67

Antônio da Silva Cardoso Filho, Antônio Dias Costa, Antônio José

da Silva, Antônio Monsueto, Euclides Francisco Nicolau, Geraldo

Antônio Cordeiro, Glicério José de Souza, José de Assis Cunha,

Josué Fernandes de Paulo.

Também foi empossado ao longo da Legislatura: Ulisses Gomes dos

Santos em substituição a Antônio Monsueto.

Sexta Legislatura – 31/01/67 a 31/01/71

Belmiro de Oliveira Carmo, Euclides Rodrigues Silva, Francisco

Paulo de Oliveira, Geraldo Magela Maciel, Geraldo Vieira dos

Santos, João Batista Vieira, José Augusto Fernandes Braga, José

Cordeiro da Mata, Rubens Pereira Leijoto.

Também foi empossado ao longo da Legislatura: Antônio dos Santos

Vieira substituiu Geraldo Magela Maciel.

Sétima Legislatura – 31/01/71 a 31/01/73

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Antônio dos Santos Vieira, Antônio Sebastião de Resende, Belmiro

de Oliveira Carmo, Euclides Rodrigues Silva, Francisco Paulo de

Oliveira, Geraldo Vieira dos Santos, Jorge Fernandes do Carmo, Luiz

Gonzaga Maciel, Rubens Pereira Leijoto.

Oitava Legislatura – 31/01/73 a 31/01/77

Antônio Antonino Dias, Antônio de Castro Braga, Antônio Teixeira

da Silva, Belmiro de Oliveira Carmo, Geraldo Marques Sacramento,

Geraldo Vieira dos Santos, José Vieira de Oliveira, Raimundo

Marques Ribeiro, Vicente Fernandes da Mata.

Nona Legislatura – 31/01/77 a 01/02/83

Altamir Rezende, Antônio Gentil Fernandes, Antônio Teixeira da

Silva, Belmiro de Oliveira Carmo, Carlos Teixeira Neto, Dionísio

Antônio Vieira, José Amarílio de Oliveira, Manoel Salustiano do

Prado, Raimundo Marques Ribeiro.

Também foi empossado ao longo da Legislatura: Agostinho Ferreira

Lima substituiu Altamir Rezende.

Décima Legislatura – 01/02/83 a 31/12/88

Antônio de Castro Malta Filho, Antônio Gentil Fernandes, Antônio

Teixeira da Silva, Bernardino Alves de Sena, Íris Monteiro Braga,

José Moroço Braga, Paulo de Castro Moreira, Salvador José Maia,

Simião Januário do Carmo.

Décima Primeira Legislatura – 31/12/88 a 01/01/93

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Ataídes Geraldo Teixeira, Geraldo Vicente do Carmo, João de

Castro, José Eustáquio dos Reis, José Moroço Braga, Luiz Alves

Barbosa, Marconi Augusto Fernandes de Castro Braga, Paulo de

Castro Moreira, Wanderlei de Castro.

Décima Segunda Legislatura – 01/01/93 a 01/01/97

Antônio Geraldo Ferreira, Ataídes Geraldo Teixeira, Carlos Alves de

Souza, Geraldo José Eustáquio da Silva, Geraldo Ribeiro dos Santos,

João de Castro, José Moroço Braga, Luiz Alves Barbosa, Vicente de

Paula das Chagas.

Décima Terceira Legislatura – 01/01/97 a 01/01/01

Ananias Antônio de Oliveira, Antônio Geraldo Malta de Moura,

Ataídes Geraldo Teixeira, Dionísio Carlos Fernandes, Giovane

Álvaro Vieira Castro, José Luciano Teixeira, Otacílio José da Silva,

Sônia Rezende do Sacramento, Vicente Moreira dos Santos.

Décima Quarta Legislatura – 01/01/01 a 31/12/04

Daniel Santana Pedra, Geraldo José Eustáquio da Silva, Geraldo

Ribeiro dos Santos, Giovane Álvaro Vieira Castro, Márcio José dos

Santos Malta, Otacílio José da Silva, Sebastião Tadeu Alves

Teodoro, Sérgio Eli do Carmo, Waltenir Liberato Soares.

Décima Quinta Legislatura – 01/01/05 a 31/12/08

Amarílio Geraldo de Sena, Dionísio Carlos Fernandes, Geraldo José

Eustáquio da Silva, José de Moura Rocha, José Vicente do Carmo,

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Márcio José dos Santos Malta, Rosalee Fernandes Pereira, Valdeci

Fernandes da Mata, Waltenir Liberato Soares.

Também foi empossado ao longo da Legislatura, José Inocêncio de

Souza em substituição a José Vicente do Carmo por determinação do

TER/MG.

Décima Sexta Legislatura – 01/01/09 a 31/12/12

Ana Lúcia Fernandes de Castro Parreiras, Antônio de Castro Malta

Filho, Ataídes Geraldo Teixeira, Dionísio Carlos Fernandes, Geraldo

Salvador dos Santos, José de Moura Rocha, José Vicente do Carmo,

Maurício Rodrigues Pereira e Ronei Barbosa da Silva.

PRESIDENTES EM EXERCÍCIO CÂMARA

MUNICIPAL DE BELO VALE

Antônio Antunes Ribeiro 01/01/48 a 31/01/1951

Abílio Cerqueira Pereira 01/02/51 a 06/02/1955

Abílio Cerqueira Pereira 07/02/55 a 14/11/1958

Manoel Antônio Resende Pereira 15/11/58 a 31/01/1959

Alcino Antônio da Silva 01/02/59 a 31/01/1963

Antônio da Silva Cardoso Filho 01/02/63 a 21/03/1966

Glicério José de Souza 22/03/66 a 31/01/1967

Rubens Pereira Leijoto 01/02/67 a 31/01/1971

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Rubens Pereira Leijoto 01/02/71 a 12/06/1971

Belmiro de Oliveira Carmo 13/06/71 a 26/06/1971

Luiz Gonzaga Maciel 27/06/71 a 15/04/1972

Geraldo Vieira dos Santos 16/04/72 a 31/01/1973

Antônio de Castro Braga 01/02/73 a 31/01/1977

Dionísio Antônio Vieira 01/02/77 a 01/02/1983

Íris Monteiro Braga 02/02/83 a 21/02/1985

Antônio Teixeira da Silva 22/02/85 a 31/01/1987

Salvador José Maia 01/02/87 a 31/12/1988

Geraldo Vicente do Carmo 01/01/88 a 29/12/1990

Paulo de Castro Moreira 30/12/90 a 31/12/1992

João de Castro 01/01/93 a 06/01/1995

Geraldo Ribeiro dos Santos 07/01/95 a 31/12/1996

Antônio Geraldo Malta de Moura 01/01/97 a 31/12/1998

Sônia Rezende do Sacramento 01/01/99 a 31/12/2000

Márcio José dos Santos Malta 01/01/01 a 31/12/2002

Otacílio José da Silva 01/01/03 a 31/12/2004

Waltenir Liberato Soares 01/01/05 a 31/12/2006

Geraldo José Eustáquio da Silva 01/01/07 a 31/12/2008

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Geraldo Salvador dos Santos 01/01/09 a 31/12/2010

Ana Lúcia Fernandes de Castro Parreiras 01/01/11 a 31/12/2012

Nota do Autor: As datas foram devidamente revisadas e atualizadas

após a edição anterior.

PRINCIPAIS REALIZAÇÕES DO LEGISLATIVO

MUNICIPAL

Independência Física e Administrativa da Câmara Municipal

Presidente Antônio Geraldo Malta de Moura

Sede da Câmara Municipal

Presidente Márcio José dos Santos Malta

*****

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CAPÍTULO V

PREFEITOS E VICE-PREFEITOS

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PREFEITOS DO MUNICÍPIO

DE BELO VALE

Joaquim Rodrigues Silva (Nomeado pelo Governador)

01/01/1939 a 10/04/1945

José Emílio da Silva Filho (Nomeado pelo Governador) 11/04/1945 a

23/11/1945

Paulo Emílio Pinto (Nomeado pelo Interventor de MG)*

24/11/1945 a 09/11/1946

José Emílio da Silva Filho (Nomeado pelo Governador)

10/11/1946 a 30/12/1946

Aci Nígri do Carmo (Nomeado pelo Interventor de MG) *

31/12/1946 a 12/01/1947

Roberto Otávio Gonçalves (Nomeado pelo Governador) 13/01/1947 a

12/05/1947

Joaquim Antônio Teixeira (Nomeado pelo Governador)

13/05/1947 a 31/12/1947

José Emílio da Silva Filho

01/01/1948 a 11/10/1950

Santareno Pereira Barbosa

12/10/1950 a 03/02/1951

Amarílio Augusto da Rocha

04/02/1951 a 05/02/1955

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Francisco José da Silva

06/02/1955 a 31/01/1959

Milton Monteiro Guimarães

01/02/1959 a 31/01/1963

Joaquim Rodrigues Silva

01/02/1963 a 31/01/1967

Benevides José Fernandes da Mata

01/02/1967 a 31/01/1971

Antônio Pinto Ribeiro Júnior

01/02/1971 a 31/01/1973

José Vitarelli

01/02/1973 a 31/01/1977

Antônio Pinto Ribeiro Júnior

01/02/1977 a 31/01/1983

José Fernandes Braga

01/02/1983 a 31/12/1988

João Eustáquio

01/01/1989 a 31/12/1992

José Fernandes Braga

01/01/1993 a 31/12/1996

João Eustáquio

01/01/1997 a 31/12/2000

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Matuzalém de Castro Braga

01/01/2001 a 31/12/2004

Wanderlei de Castro

01/01/2005 a 31/12/2008

Wanderlei de Castro

01/01/2009 a 31/12/2012

Nota do Autor: As datas foram devidamente revisadas e

atualizadas após a edição anterior.

VICE-PREFEITOS DE BELO VALE

Santareno Pereira Barbosa - 01/01/1948

Vice de José Emílio da Silva Filho

Paulo Alves do Carmo - 04/02/1951

Vice de Amarílio Augusto da Rocha

Joaquim Pereira da Silva - 06/02/1955

Vice de Francisco José da Silva

Antônio dos Santos Vieira – 01/02/1959

Vice de Milton Monteiro Guimarães

José Vieira de Oliveira – 01/02/1963

Vice de Joaquim Rodrigues Silva

Joaquim Pereira da Silva – 01/02/1967

Vice de Benevides José Fernandes Mata

José Augusto Fernandes Braga – 01/02/1971

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Vice de Antônio Pinto Ribeiro Júnior

Luiz Gonzaga Maciel – 01/02/1973

Vice de José Vitarelli

José Vieira de Oliveira – 01/02/1977

Vice de Antônio Pinto Ribeiro Júnior

Geraldo Ribeiro dos Santos - 01/02/1983

Vice de José Fernandes Braga

Íris Monteiro Braga – 01/02/1989

Vice de João Eustáquio

Simião Januário do Carmo - 01/01/1993

Vice de José Fernandes Braga

José Moroço Braga - 01/01/1997

Vice de João Eustáquio

Ataídes Geraldo Teixeira - 01/01/2001

Vice de Matuzalém de Castro Braga

Antônio Leite Silva - 01/01/2005

Vice de Wanderlei de Castro

Simião Januário do Carmo - 01/01/2009

Vice de Wanderlei de Castro

Nota do Autor: Os Senhores Paulo Emílio da Silva e Aci

Nígri do Carmo, não foram nomeados Prefeitos de Belo Vale. Foram

nomeados para responderem pelo Expediente do Município, pois não

havia a figura do Vice-Prefeito.

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PRINCIPAIS REALIZAÇÕES DAS

ADMINISTRAÇÕES MUNICIPAIS –

EXECUTIVO

Praça Cláudio Pinheiro (Matriz)

Prefeito Milton Monteiro Guimarães

Energia pela CEMIG

Prefeito Joaquim Rodrigues Silva

Ampliação do Sistema de Tratamento de Água

Prefeito Antônio Pinto Ribeiro Júnior

Hospital e Maternidade Henrique Penido

Prefeito Antônio Pinto Ribeiro Júnior, Prefeito José Fernandes Braga

e Prefeito João Eustáquio

Praça dos Três Poderes

Prefeito José Vitarelli

Prédio Sede da Prefeitura Municipal (Paço Municipal)

Prefeito José Fernandes Braga

Asfaltamento da MG 442 a BR 040 – Obra do DER/MG

Obra do Governo Estadual na Adm. Prefeito José Fernandes Braga

Museu do Escravo

Prefeito José Fernandes Braga

Terminal Rodoviário

Prefeito João Eustáquio

Telefonia (DDD) pela TELEMIG/EMBRATEL

Prefeito João Eustáquio

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Velório Municipal

Prefeito João Eustáquio

Ponte sobre o Rio Paraopeba na Chacrinha

Prefeito João Eustáquio

Reinstalação da Comarca de Belo Vale

Prefeito José Fernandes Braga

Viaduto Juquinha Braga

Prefeito José Fernandes Braga

Asfaltamento das Ruas da Sede do Município

Prefeito José Fernandes Braga

Policlínica Municipal

Prefeito Matuzalém de Castro Braga

Instalação de Curso Superior (Convênio UNIPAC)

Prefeito Matuzalém de Castro Braga

Assinatura do Convênio com a COPASA

Prefeito Matuzalém de Castro Braga

Asfaltamento da “Reta” e da Vila Gameleira

Prefeito Matuzalém de Castro Braga

Calçamento Parcial (Bairros Santo Antônio, Boa Vista, Ipanema)

Prefeito Wanderlei de Castro

Passeio que liga o Bairro Niterói ao Bairro Santo Antônio

Prefeito Wanderlei de Castro

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Construção da Nova Ponte Melo Viana

Obra do Governo Estadual na Adm. Prefeito Wanderlei de Castro

Nota do Autor: É evidente que muitas outras obras foram

realizadas, tais como Escolas, Postos de Saúde, Pontes, Iluminação Pública

entre outras, foram implementadas por quase todos os gestores públicos.

Apenas enumeramos as de maior destaque.

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CAPÍTULO VI

CURIOSIDADES POLÍTICAS

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Belo Vale sempre teve disputas políticas acirradas, como manda a

tradição mineira. Histórias de compra de votos, de juízes, escrivães,

urnas violadas, inversão de boletins de resultados. No entanto, nada

foi efetivamente comprovado.

Belo Vale foi palco de muitas histórias. Uma delas diz que um

candidato, acreditando ter muitos votos, dispensou uns e passou

outros para os companheiros. Quando as urnas foram abertas, o

candidato foi surpreendido com apenas um voto.

Também tem a história do vereador que foi eleito por ser mais

velho, ante a um empate com um concorrente.

Não faltam também, algumas folclóricas como aquela do

Vereador que ao ser discutido o “tombamento” de um prédio público,

o mesmo não perguntou se o prédio não dava ainda uma boa reforma.

Outra diz que um Vereador procurou o Prefeito insatisfeito com a

construção de uma obra indagando quem tinha autorizado a mesma.

Foi quando o Prefeito deu uma pigarreada e disse: “Ora foi você

mesmo quando aprovou o projeto”.

Mas hilária mesma, dizem, foi quando um Vereador, ante a um

debate acalorado durante a discussão de um tema, para acalmar os

ânimos assim discursou: “Reuni nóis renói, discuti nóis discote, mas

resolver que é bão, nóis num resolve é nada. Sunga a sessão”.

Se estas histórias são verídicas, não se sabe, é o que corre de boca

em boca. Algumas curiosidades, devidamente registradas nos anais

da história belovalense, são as seguintes:

O primeiro Prefeito de Belo Vale, Sr. Joaquim Rodrigues

Silva, foi nomeado para assumir o Cargo a partir de

01/01/1939 pelo Sr. Governador do Estado, tal qual seu

sucessor, Sr. José Emílio da Silva Filho, em 11/04/1945. Este

se licenciou do cargo, sendo substituído interinamente pelo

Sr. Paulo Emílio Pinto, nomeado pelo Interventor Federal do

Estado de Minas Gerais para responder pelo Expediente da

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Prefeitura. José Emílio da Silva Filho reassumiu suas funções

em 10/11/1946 e afastou-se em 31/12/1946. Nesta mesma

data, O Sr. Aci Nígri do Carmo, foi nomeado pelo Interventor

Federal do Estado de Minas Gerais e respondeu interinamente

pelo Expediente da Prefeitura. Em 13/01/1947, o Sr. Roberto

Otávio Gonçalves, assumiu como Prefeito nomeado pelo

Governador do Estado. Foi substituído em 13/05/1947 pelo

Sr. Joaquim Antônio Teixeira, também Prefeito nomeado pelo

Governo Estadual. Nestas ocasiões, após serem nomeados

pelo Governo Estadual, os Prefeitos eram empossados na

Capital do Estado perante o Secretário de Estado do Interior e

quando regressavam, se dava a transmissão solene do Cargo.

Conta-se que na ocasião do Decreto no

148, que instituía o

Município, veio um certo senhor, Dr. Roberto Coutinho, com

a missão de preparar a cerimônia de instituição do novo

Município e a posse de seu Prefeito. Este senhor não foi

Prefeito de Belo Vale por quatorze dias, como alguns

"historiadores" chegam a afirmar.

Os primeiros atos oficiais do Município de Belo Vale, foram

as nomeações dos servidores, Modestino Melo, Gutemberg

Marinho, José Ubaldo de Castro Malta, Sílvio Fernandes de

Araújo, entre outros.

Os Srs. Paulo Emílio Pinto e Aci Nigri do Carmo, quando

assumiram a direção do Município, o fizeram por nomeação

do Interventor Federal de Minas Gerais, para responderem

pelo Expediente da Prefeitura, na ausência do titular, em

virtude de não haver, em ambos os casos, a figura do Vice-

Prefeito. Assim, o Aci Nígri do Carmo, circunstancialmente,

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entra na lista dos Prefeitos em Exercício de Belo Vale, tendo

exercido tais funções, apenas quatorze dias.

Os Srs. Paulo Emílio Pinto e Roberto Otávio Gonçalves,

foram nomeados oficialmente para responder pelo Município

de Belo Vale nos períodos de 24/11/45 a 10/11/46 e 13/01/47

a 13/05/47 respectivamente. O primeiro respondendo pelo

Expediente e o segundo nomeado Prefeito, sendo que segundo

consta, nenhum dos dois eram belovalenses ou aqui tinham

negócios, tendo suas nomeações, caráter exclusivamente

político. Até o momento não se encontrou nada a respeito dos

dois, que pudesse melhor identificá-los. Já o Sr. Roberto

Coutinho, como já dissemos, não ocupou o cargo de Prefeito.

Já o Sr. Joaquim Antônio Teixeira, nomeado Prefeito, no

período de 13/05/47 a 01/01/48, era da região de Santana do

Paraopeba, tendo sido casado com D. Luíza, popularmente

conhecida como D. Dinhá.

Em 23/11/1947, pela primeira vez na história, os belovalenses

foram às urnas para eleger seu Prefeito e Vice-Prefeito, sendo

sufragado pela maioria de votos, o Sr. José Emílio da Silva

Filho. Este já havia sido Prefeito nomeado anteriormente e

dividiu a chapa com Santareno Pereira Barbosa. Este último

também assumiu o cargo de Prefeito quando do falecimento

do titular. Ou seja, na primeira eleição direta para Prefeito de

Belo Vale, a população elegeu, na prática, dois Prefeitos de

uma só vez.

Primeiro Prefeito eleito de Belo Vale, José Emílio da Silva

Filho e Primeiro Presidente da Câmara Municipal, Antônio

Antunes Ribeiro, curiosamente, pertenciam ao Distrito de

Moeda, do Município de Belo Vale, à época.

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Quando em 1953, Moeda se emancipou de Belo Vale, o Sr.

Paulo Alves do Carmo que foi Vice – Prefeito de Belo Vale

quando da Administração do Sr. “Marico”, articulou para que

a Vila Gameleira e região de Massangano, pertencentes ao

Distrito de Santana do Paraopeba, fossem incorporados pelo

novo Município. Entretanto o Sr. “Totonho Vieira”, grande

líder político da região na época, não aceitou. Argumentando,

inclusive, que não poderiam dividir as terras da Santa

(Santana). O Sr. Paulo Alves do Carmo, que mais tarde seria

Prefeito em Moeda por três mandatos, pressentindo que tal

polêmica poderia inviabilizar a emancipação de Moeda,

aceitou que a divisa entre os Municípios fosse o Rio

Paraopeba, divisa natural e assim conseguiu o apoio

necessário, concretizando seu propósito.

O Sr. Antônio Pinto Ribeiro Júnior, quando foi eleito para o

seu primeiro mandato, foi candidato único. Assim, precisava

atingir um total de votos que fosse superior a 50% daqueles

válidos. Conseguiu com tranquilidade, sendo então eleito para

um mandato de apenas dois anos, naquele que à época era

chamado de “mandato tampão”.

Nenhum político conseguiu três mandatos de Prefeito até o

momento. O Sr. Antônio Pinto Ribeiro Júnior, candidatou-se

duas vezes (1970/1976) e se elegeu em ambas. Em 1996,

tentaria um terceiro mandado, mas afastou-se oficialmente do

pleito. Entretanto, como as cédulas já haviam sido impressas,

seu nome constou da relação e mesmo afastado, ainda recebeu

alguns votos. Já os Srs. José Vitarelli disputou as eleições de

1972, 1982 e 1988 vencendo apenas a primeira. Matuzalém

de Castro Braga (Teco), foi eleito Prefeito em 2000, tendo

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disputado quatro pleitos (1992/2000/2004/2008) e José

Fernandes Braga, seu irmão, igualmente disputou a Prefeitura

por quatro vezes (1982/1992/2000/2008), tendo sido eleito em

1982 e 1992. Um fato interessante é que Matuzalém e José

Braga são irmãos e disputaram simultaneamente os pleitos de

1992, 2000 e 2008.

Joaquim Rodrigues Silva e José Emílio da Silva Filho

obtiveram dois mandatos para Prefeito, sendo que os

respectivos primeiros mandatos se deram por nomeação do

Governador do Estado de Minas Gerais. Posteriormente,

ambos voltaram ao Poder Executivo Municipal nos braços

dos eleitores que os elegeram pelo voto direto. Já os Senhores

Antônio Pinto Ribeiro Júnior, José Fernandes Braga, João

Eustáquio e Wanderlei de Castro também conseguiram dois

mandatos para Prefeito e todos por vontade direta dos

belovalenses.

Apenas uma vez, o Vice–Prefeito assumiu o lugar do titular.

Isto ocorreu quando do falecimento do Sr. José Emílio da

Silva Filho e foi Sr. Santareno Pereira Barbosa que assumiu o

cargo de Prefeito. Curiosamente, o Sr. Santareno foi o

primeiro Vice-Prefeito eleito de Belo Vale e o único a assumir

o cargo em substituição do titular.

Apenas três vereadores conseguiram ocupar o cargo de

Prefeito de Belo Vale: Amarílio Augusto da Rocha (Marico),

em 1951 e Francisco José da Silva, em 1955. Ambos fizeram

parte da Primeira Câmara Municipal. Em 2004, após 50 anos,

o Sr. Wanderlei de Castro também alcançou a façanha se

reelegendo em 2008.

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Apenas dois vereadores conseguiram eleger-se Presidente da

Câmara Municipal em duas Legislaturas: Abílio Cerqueira

Pereira e Rubens Pereira Leijoto, sendo que o primeiro

manteve-se no Cargo por quase oito anos.

Apenas dois Vice-Prefeitos não foram também vereadores.

Em oito das quatorze oportunidades, o Vice-Prefeito saiu

direto da Câmara para a Prefeitura.

Os campeões de eleições belovalenses são os Senhores José

Vieira de Oliveira (Zezito) e Ataídes Geraldo Teixeira. O

primeiro, obteve três mandatos de Vereador, sendo que em

um deles era suplente, mas assumiu o Cargo e dois mandatos

de Vice-Prefeito, cinco mandatos no total. Já o segundo,

obteve quatro mandatos como Vereador e um como Vice-

Prefeito.

Estes dois, são seguidos por José Moroço Braga, que venceu

três disputas consecutivas para a Câmara Municipal, seguida

de um quarto mandato como Vice–Prefeito. Já o Sr. Belmiro

de Oliveira do Carmo (Bilico), e o Vereador Ataídes Geraldo

Teixeira são os Vereadores que mais mandatos legislativos

conquistaram, com quatro eleições. “Bilico” foi ainda o

Presidente da Câmara pelo menor período de tempo, quatorze

dias. Entretanto, o Sr. Antônio Teixeira da Silva (Totonho do

Cinico) exerceu a vereança por praticamente igual período de

tempo, mas sendo eleito para três mandatos, sendo que dois

deles foram prorrogados em decorrência de mudanças na

legislação eleitoral.

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De 1970 a 2008, na disputa pelo Poder Executivo Municipal,

sempre estiveram envolvidos diretamente, em chapas

majoritárias, integrantes das famílias Pinto, Vieira, Braga e

Vitarelli.

Algumas famílias conseguiram eleger pais e filhos para o

cargo de vereador, sendo eles, entre outros: Alcino da Silva e

Antônio Teixeira da Silva; Geraldo Vieira dos Santos e

Dionísio Antônio Vieira; Geraldo Marques do Sacramento e

Sônia Rezende do Sacramento; Antônio de Castro Braga e

Marconi Augusto Fernandes de Castro Braga; Antônio de

Castro Malta Filho e Márcio José dos Santos Malta; João

Cordeiro de Brito e José Cordeiro de Brito; Amarílio Augusto

da Rocha e José Augusto Fernandes Braga; Francisco de

Castro Teixeira e Paulo de Castro Moreira; Manoel Alfredo

Rezende Pereira e Altamir Rezende; Bernardino Alves de

Sena e Amarílio Geraldo de Sena. Francisco Paulo de

Oliveira teve dois de seus filhos eleitos, Josué Fernandes de

Paulo e Ananias Antônio de Oliveira. Já Domingos do Carmo

Fernandes teve três filhos Vereadores: Simião Januário do

Carmo, Jorge Fernandes do Carmo e Geraldo Vicente do

Carmo.

Tradicionalmente, a região de Roças Novas, elege dois

representantes à Câmara Municipal e também elegeu várias

vezes o Vice-Prefeito da região. Na eleição de 2004, num fato

inédito, a região conseguiu eleger quatro vereadores.

Sônia Rezende do Sacramento foi a primeira mulher eleita à

Câmara Municipal de Belo Vale, para a Legislatura de

1997/2000.

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Sônia foi ainda, a primeira mulher a ocupar o cargo de

Presidente da Câmara, no biênio 1999/2000, fato repetido

agora pela Vereadora Ana Lúcia Fernandes de Castro

Parreiras (2011/2012).

Pela primeira vez na história política local, uma mulher, Rita

Rezende, candidatou-se ao Executivo, na chapa do PT,

concorrendo como candidata a Vice-Prefeita em 2004. Já Ana

Maria Marinho foi a primeira mulher a concorrer ao cargo de

Prefeita. Com certeza, marcos divisores na participação

política feminina local.

A Câmara Municipal de Belo Vale obteve sua independência

política e física, deixando de funcionar no prédio do Paço

Municipal em 1997, bem como a independência contábil,

financeira e administrativa, em 1998, no mandato do

Presidente à época 1997/1998, Sr. Antônio Geraldo Malta de

Moura.

A Sede própria da Câmara Municipal foi construída e

inaugurada em 2002 sob a Presidência do Sr. Márcio José dos

Santos Malta, um marco na história do Legislativo.

Outro fato político interessante é que o cargo de Juiz de Paz

era obtido por intermédio de eleições conjuntas com as

eleições municipais, tal como prevê atualmente a Constituição

do Estado de Minas Gerais.

*****

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CAPÍTULO VII

CURIOSIDADES HISTÓRICAS E

“FOLCLÓRICAS” DE BELO VALE

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FATOS HISTÓRICOS E PERSONAGENS

FOLCLÓRICOS

Esta sessão, não contempla todos os acontecimentos,

localidades e personalidades que merecem uma nota de destaque.

Também tudo aqui mencionado merece uma pesquisa mais

aprofundada.

7.1 O NOME PARAOPEBA E O RIO

Para a maioria dos historiadores, o nome Paraopeba, vem da

palavra indígena “Paraypeba”, que quer dizer rio do peixe chato.

Outros pronunciam o nome originalmente como Piraipeba e ainda

Paraupava ou Paraupebas. Além de traduzir o vocábulo para rio do

peixe chato, alguns o traduzem para rio chato, rio plano e rio de água

rasa.

O Rio Paraopeba tem sua nascente ao sul do Município de

Cristiano Otoni e percorre sua extensão de 510 km aproximadamente

até atingir sua foz, na Represa de Três Marias no Município de

Felixlândia.

Entre os seus afluentes neste percurso, destaca-se mais

próximos a nós, o Rio Camapuã vindo de Jeceaba, o Rio Macaúbas

de Bonfim e o Rio Manso em Brumadinho. Por sua vez, é um dos

principais afluentes do Rio São Francisco.

Muitos historiadores, quando citam o nome do povoado de

Paraopeba no Vale de mesmo nome, não se referem ao povoado que

deu origem à cidade mineira de Paraopeba ou o Distrito de Piedade

do Paraopeba em Brumadinho. Fazem referência ao atual povoado de

Santana do Paraopeba, antes São Pedro do Paraopeba e que foi a

primeira localidade de Minas Gerais a levar este vocábulo no nome.

7.2 POVOADO DE VARGEM DE SANTANA

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Provavelmente fundado por Manoel Sobreira e Manoel

Machado, também possui vestígios de uma comunidade de escravos

ou execra-vos que ali se estabeleceram.

Foi neste mesmo ponto, que a tradição diz ser o local do

traslado dos restos mortais de Fernão Dias Paes Leme no encontro

das Bandeiras, oportunidade em que foi redigido o primeiro

documento oficial de Minas Gerais.

7.3 POVOADO DE BOA MORTE

Este povoado, aparentemente foi criado para prover de víveres

e hortifrutigranjeiros, o Forte das Casas Velhas, mas ou menos no

início do Século XVIII.

Segundo a tradição, a partir de um determinado momento, o

povoado de Boa Morte, passou a funcionar como uma vila para onde

eram enviados os escravos velhos da Fazenda Boa Esperança, que já

não podiam trabalhar, para que ali passassem os últimos dias de suas

vidas. O nome foi ratificado com a entronização da imagem de Nossa

Senhora da Boa Morte. Hoje, ainda se percebe traços marcantes dos

seus ancestrais moradores.

7.4 POVOADO DE CHACRINHA

O povoado da Chacrinha, tem uma característica muito

peculiar. É que além de ser constituído na sua quase totalidade, de

integrantes da raça negra, quase todos possuem laços sanguíneos

entre si.

Alguns creditam a esta comunidade a condição de

“remanescente quilombola”, mas tal somente pode ser em função da

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nova significação do termo, que admite hoje, comunidades assim

definidas para grupos de escravos livres que permaneceram juntos.

É que dado à proximidade com a Fazenda da Boa Esperança e

as próprias ruínas de uma antiga fazenda ali existente,

descaracterizam a condição original dos “quilombos”, que se

situavam distantes das grandes fazendas, já que constituíam de

escravos fugidos de seus senhores.

7.5 MANOEL TEIXEIRA SOBREIRA

Construtor da Igreja de Santana, juntamente com Manoel

Machado. Manoel Teixeira Sobreira deixou diversos descendentes na

região. Ainda hoje existem ali remanescentes pela sua árvore

genealógica. Também podem ser encontrados os descendentes dos

escravos que ele possuía. Dizem que conquistou muitas terras pela

imposição e pela força, tornando-se um grande latifundiário.

7.6 O INCONFIDENTE ALVARENGA PEIXOTO

Inácio José de Alvarenga Peixoto, um dos principais

integrantes da Inconfidência Mineira, era proprietário de terras que

formavam um grande latifúndio, formado pelas Fazendas do Engenho

dos Pinheiros, da Boa Vista, Santa Rufina e Fazenda do Paraopeba.

Esta última se localizava já no Vale do Paraopeba,

possivelmente podendo chegar às redondezas de Arrojado Lisboa.

A sede da Fazenda Paraopeba hoje está no Município de

Conselheiro Lafaiete, na região entre São Brás do Suaçuí e próximo a

Congonhas. Suas divisas na época são bastante imprecisas, mas é

certo que atingia os limites das Comarcas do Rio das Mortes, Rio das

Velhas e Vila Rica.

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Da divisa de Congonhas com Jeceaba até a divisa Arrojado

Lisboa, em linha reta são cerca de 8 km, comprovada a proximidade.

Sua esposa Dona Bárbara Heliodora, após o desterro de seu

marido e do confisco de suas propriedades, segundo alguns ficou

louca. Mas outros, entendem também ter sido uma estratégia para

preservação de alguns bens, já que o Advogado Cláudio Manoel da

Costa, conseguiu livrar alguns bens do confisco, alegando que não

pertenciam ao Inconfidente, já que em nome de terceiros.

Se isto de fato ocorreu, como narrado por alguns

historiadores, é mais uma importante informação que coloca Belo

Vale diretamente no caminho do maior movimento de independência

da história brasileira.

Nota do Autor: Estas informações são passíveis de maior

atenção e estudo.

7.7 O BARÃO DO PARAOPEBA

Nascido em Congonhas entre 1770 e 1780, segundo alguns

relatos, desde novo empreendeu-se no ramo da indústria e mineração,

vindo a possuir até uma mina de ouro. Muito interessante, que

juntamente com vários de seus sócios, foi um dos precursores da

exploração de minério de ferro nesta região.

Segundo a narrativa folclórica, o Barão, era “dono” de muitos

escravos e era muito cruel. Conta a lenda, que teria enterrado no pátio

da fazenda, uma considerável quantia em ouro. Pela sua avareza e

crueldade com os escravos, reza a mesma lenda, que nas noites de

sexta-feira, sai pela estrada da fazenda e ruas da cidade arrastando

uma grande e pesada corrente.

Na realidade, ele foi proprietário da Fazenda Boa Esperança e

se chamava Romualdo José Monteiro de Barros. Era rico e dono de

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muitos escravos, dizem que chegou a possuir mais de mil. Tendo

caído nas graças da nobreza, ficou conhecido como “Barão do

Paraopeba”.

O Barão do Paraopeba, por três vezes fez parte da Junta

Governativa Provisória de Minas Gerais, como já dito antes,

chegando a assumir a Presidência da Província Mineira.

Foi ainda Coronel de Milícias e cavaleiro da Ordem de Cristo.

Curioso que foi o título de Barão do Paraopeba, forma como

veio a ser conhecido historicamente, somente foi concedido pelo

Decreto Imperial de 2 de dezembro de 1854, somente um ano antes

de seu falecimento, que é noticiado como tendo ocorrido em

16/12/1855.

7.8 LELECO

Manoel Messias de Almeida foi pai de onze filhos. Sempre

viveu com sua inseparável companheira “branquinha”, como gostava

de denominar a tradicional cachaça da região. Sempre querido por

todos, jamais importunou quem quer que seja.

Era um artista nato. Seus trabalhos com bambu (balaios,

samburás, esteiras, forros para telhados, miniaturas de vários objetos)

eram admirados por todos. Produzia muito, mas consumia tudo com

sua “branquinha”. Era também um trovador, com diversas trovas

decantadas em versos que se perderam no tempo. Uma de suas

pérolas:

“Levantei muito cedinho, cheio de imaginação

Fui sentar no meu jardim, curtindo minha paixão

A Rosinha me chamou, para me dar consolação

Ela diz que também sofre, neste mundo de ilusão.”

Faleceu atropelado na MG 442, via de acesso a Belo Vale, nas

proximidades do Bairro Santo Antônio, em 18/04/2003.

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7.9 COLÉGIO PADRE VIRGÍLIO

Por muitos anos, Belo Vale teve o privilégio de possuir um

dos melhores Colégios da região. Este recebeu o nome de Padre

Virgílio por ele ter empreendido e envidado esforços para que o

mesmo fosse instalado na cidade. Era administrado por Irmãs de

Caridade (Vicentinas) e sua qualidade de ensino sempre foi

reconhecida.

Embora, ainda hoje, o ensino de Belo Vale seja de boa

qualidade, não há que se negar que com a extinção do Colégio,

perdemos, além de uma conceituada instituição, parte de nossa

história. Por ali passaram os belovalenses que puderam prosseguir

seus estudos, além de muitos alunos de cidades vizinhas, como

Moeda, Bonfim, e Jeceaba.

7.10 BELO VALE NA 2a GUERRA MUNDIAL

Belo Vale teve participação na Segunda Guerra Mundial,

sendo que entre outros, defenderam o Brasil, o Sr. Joaquim Damas,

conhecido por Sr. Jacques, tendo este ficado em prontidão no

Nordeste para defender a costa brasileira, José Donato e o Sr. Jorge

Justino dos Santos, o Jorge do Lucas de Laranjeiras, que combateu

nos campos de batalha na Europa e foi recebido com grande festa

quando retornou. Este foi eleito vereador, posteriormente.

Conta-se, que para não ser considerado apto quando da

convocação para a guerra, teve “valente” que chegou a se mutilar

para escapar do alistamento, arrancando o próprio dedo, já que não se

admitia nenhuma deficiência quando do alistamento.

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7.11 A CONSTRUÇÃO DA ESTRADA

BELO VALE/ BR 040

Existe uma corrente de comentários, passados de geração em

geração, relatando que a estrada que liga Belo Vale à BR 040, hoje a

MG 442, tem o atual traçado devido ao fato de um forte político da

época ter sua fazenda na mesma região. Mas o melhor percurso seria

passando por Moeda, o que diminuiria consideravelmente a distância

entre Belo Vale e a Capital. Até hoje este é um sonho de quase todos

os belovalenses.

Outro percurso poderia ser pela Boa Esperança, atingindo a

BR 040 nas proximidades do Posto Belvedere. Disto não há registros,

mas é o que se comenta.

Mas há também uma outra corrente de comentários, também

passados entre gerações, que a estrada na verdade, foi aberta por um

dono de mineração, conhecido como “turco minerador”. Ele teria

aberto uma estrada, precária, para transportar minério do alto da serra

até à estação central em Belo Vale.

Esta polêmica é passiva e merecedora de estudos para que

possa ser devidamente esclarecida, sem que se intente denegrir a

imagem de quem quer que seja, principalmente porque seus reflexos

perduram ainda hoje.

Ainda no que diz respeito à estrada, quando a mesma foi

aberta ou ampliada como alguns queiram, os políticos à época, que se

empenharam para a obtenção de recursos para a empreitada, foram

principalmente os Srs. Otacílio Negrão de Lima, Pimenta da Veiga e

Ermelindo Paixão.

7.12 PATRIMÔNIO E

OBJETOS HISTÓRICOS

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Belo Vale perdeu muito de sua identidade, por falta de uma

política séria em relação ao seu patrimônio. Muito de nossa história

se perdeu no tempo.

Estão no Museu Mineiro, as imagens de Nossa Senhora do

Rosário, São Miguel e um Crucifixo. Infelizmente, as imagens de São

José de Botas, Santa Luzia, Senhor da Coluna, um “Santo do Pau-

Ôco” e uma Custódia, continuam com destino ignorado, quando

deveriam estar em nosso Município.

Há ainda a lenda da bengala da ponta coberta de ouro que

também tomou rumo incerto.

Estas peças com certeza, formam um acervo histórico

riquíssimo e que acrescentariam muito para que as gerações futuras

conhecessem suas origens. Esta polêmica, no entanto, é digna de

futuros e profundos esclarecimentos.

7.13 A REFORMA DA IGREJA MATRIZ

A reforma da Igreja Matriz é envolta por grande polêmica.

Segundo relatos de um integrante da Comissão

Arquidiocesana de Arte Sacra, houve em um passado não muito

distante, um restaurador estrangeiro, Sr. Paulo Bojanic, que impôs

uma descaracterização da Igreja Matriz. Haja visto ter realizado

modificações no Templo, pois considerou aquilo que pode ser visto

em sua terra natal, no distante leste europeu. Muitos foram os que

acreditaram que se restaurava aquilo que deveria ser a obra original

dos verdadeiros construtores.

O prejuízo histórico, cultural e artístico embora não seja

irreversível, com certeza significa um atraso na preservação de nossa

memória. Tudo precisa ser urgentemente confirmado, para que

possamos recuperar nossa verdadeira história.

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7.14 A PARÓQUIA DE SÃO GONÇALO

Após a construção das Igrejas de Sant’Ana (1735), Nossa

Senhora da Boa Morte (1760) e São Gonçalo (1764), houve um

desenvolvimento da religiosidade na região, que culminou como já

dito anteriormente, com a vinda do primeiro Vigário para a Igreja de

São Gonçalo, isto em 1826.

No dia 04/07/1857 o Distrito de São Gonçalo da Ponte foi

elevado a condição de Freguesia, “status” tanto civil quanto

eclesiástico dentro do Governo Imperial, já que a Igreja Católica era a

religião oficial dos monarcas.

Vale reprisar que por aproximadamente 25 anos (1857 –

1881), houve um “vai e vem” da sede da Freguesia, ora sediada em

São Gonçalo da Ponte, ora em Sant’Ana do Paraopeba.

Outro fato interessante ocorrido, é que conforme se

alternavam no poder, as correntes políticas da região, a Paróquia

pertencia ora a Bonfim, ora a Piedades dos Gerais e ainda a

Congonhas.

Por aqui passaram dezenas de Padres, inclusive membros de

famílias locais, como a do Barão do Paraopeba, Monteiro de Barros.

Também tivemos Padres oriundos da terra, seja por nascimento ou

descendentes de famílias belovalenses: Pe. Luciano Jacques Penido,

Pe. Edson Vieira, Pe. João Rezende, Pe. Wallace Maria Emediato

entre outros, bem como aqueles que aqui viveram como Padre

Absalão Martinho Coelho e Padre (Irmão) Joaquim.

Mais recentemente, a partir do século XX, estiveram à frente

da Paróquia de São Gonçalo os seguintes Padres:

Pe. Jacinto Pinheiro, Pe. Virgílio Monteiro de Castro Penido,

Pe. José Mendes de Aguiar, Pe. Antônio Donato de Lima, Pe.

Altamiro de Faria, Pe. José Soares Guimarães, Pe. José Maria

Magalhães, Pe. Francisco de Assis Vale, Pe. Absalão Martinho

Coelho, Pe. Paulo Ribeiro Faria, Pe. Calixto Emanuel Ardisson, Pe.

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Atanásio Coelho, Pe. Eduardo Pedro Lopes e atualmente, Pe. Ivan

Alves da Silva.

7.15 HISTÓRIA DE SÃO GONÇALO

De acordo com pesquisas realizadas na Enciclopédia Barsa,

Gonçalo nasceu por volta do ano 1200, em Arriconha, lugarejo perto

de Guimarães, Portugal. Assim como se dá com sua morte, seu

nascimento também é controverso, com alguns historiadores

colocando seu nascimento na região de Braga, no ano de 1187.

Estudou no Arcebispado de Braga e após sua ordenação

assumiu a Paróquia de São Paio de Riba de Vizela. Pouco tempo

depois, deixou um clérigo, seu parente, em seu lugar e foi fazer uma

peregrinação por Roma e pela Terra Santa. Quando voltou, quatorze

anos mais tarde, o seu substituto, um sobrinho não lhe devolveu a

Paróquia. Gonçalo então foi pregar na região de Entre-Douro-e-

Minho, onde dizem, ter realizado alguns milagres. Ingressou na

ordem de São Domingos (Dominicana) e fixou residência em

Amarante até a sua morte em 10 de janeiro de 1259, embora alguns

coloquem a data do seu passamento por volta do ano 1262. Daí o

nome de São Gonçalo do Amarante.

Embora seja reconhecido como Santo pelos fiéis, é

oficialmente reconhecido pela Igreja como Beato Gonçalo de

Amarante, não tendo sido levado a termo, nenhum dos três processos

de canonização. Entretanto, por autorização do Papa Júlio III, teve o

culto à sua memória liberado em 24 de abril de 1551.

7.16 BELO VALE: NOSSO POVO, NOSSA ARTE

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Já falamos do Leleco e sua arte em bambu, maravilhosamente

admirada e pouquíssima explorada. Marísia do Prado vem

conquistando seu espaço nas artes cênicas, atuando nos teatros da

capital. Denise Nascimento é desenhista e ilustradora de livros. José

Gonçalves cria esculturas em madeira e cimento. Antônio do Hotel

realiza pinturas em tela e couro. Mauro Euzébio trabalha com

pinturas em madeira e cerâmica. "Zé Bitú" é um grande escultor de

peças em madeira. Todos possuem admirável talento e muita

sensibilidade.

No mundo das letras, Newton Emediato já lançou alguns

livros e Sílvia Araújo (Silvinha), belovalense que reside na Capital, é

escritora já com diversas condecorações e escritos.

Também Tarcísio Martins, tem se posicionado como um

ícone, tendo publicado um livro sobre a Fazenda da Boa Esperança,

além de um trabalho jornalístico, social e cultural impar em prol de

nossa comunidade e história.

Destaque especial nesta área, para Antônio Pinto Ribeiro

Júnior, um autêntico poeta da terra, autor da letra do Hino de Belo

Vale.

7.17 BELO VALE E SUA MÚSICA

Belo Vale possui inúmeros talentos na área da música.

O maior destaque ao longo de toda a sua história, é sem

dúvida alguma, a Banda de Música Santa Cecília de São Gonçalo da

Ponte em Belo Vale, por onde passaram dezenas de pessoas, em sua

quase totalidade, belovalenses, que deram sua contribuição à

musicalidade da cidade.

A Banda, fundada em 14/06/1951 por muitos anos participou

de inúmeras celebrações, especialmente religiosas, encantando a

todos com suas execuções.

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Quando da gestão da Senhora Maria de Paula Malta Cardoso,

foram adquiridos por intermédio de parcerias e doações, vários

instrumentos que até hoje ainda servem à Corporação, embora não

tenha mais a mesma atuação. Outros nomes que muito contribuíram

para que a Banda pudesse viver novos tempos, são sem dúvida

nenhuma, Alexandre Rezende (da Dejore) e a incansável Dinha do

Taco.

Muitos outros belovalenses também se destacaram com sua

música, como o Deca do Jóia, Professor Dário, Ronildo, Emílio entre

outros.

Atualmente, alguns jovens valores insistem em seguir a

tradição musical, lutando por um espaço. É o caso do Ronanzinho

Vieira que toca em barzinhos da região, o Marcos Soares e o

Professor Flávio Teixeira, que tocam em bandas na Capital. Por aqui,

temos a Banda Hi-Fi, formada por adolescentes belovalenses que

tocam entre outros estilos, especialmente o rock in rol. São eles: Ian

Duarte, Juninho Vitarelli, Renatinho e Fernando Fernandes.

Também o Grupo Sete Garotos da Vila está conquistando seu

lugar, já tocando em diversos eventos inclusive, em outros

Municípios da região. Sua composição atual é constituída dos jovens

Serginho, Juninho, Edvan, Rafael, Dó, Flavinho e Edmilson.

No estilo Gospel, começa a se destacar o Ministério de

Louvor Além dos Vales, da Igreja Batista em Belo Vale. Atualmente

composto por Adriana, Ariana, Cátia Moura, Célio, Eder, Fernanda,

Guilherme, Jean, Lílian e Lucas Moura, o grupo tem participado de

eventos em Belo Horizonte, Contagem e já chegou a ministrar num

Congresso de Juventude realizado no Rio de Janeiro em 2011.

Existem claro, outros valores, buscando inclusive formação

acadêmica na música, porém, destacando os que por aqui tem

permanecido.

7.18 A ENERGIA ELÉTRICA

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A energia de Belo Vale era precária, mas bem serviu por

muito tempo. A energia era gerada na região da Pedra, onde ainda

hoje podem ser vistos restos da barragem, bem como as ruínas das

casas de força e dos funcionários que ali trabalhavam.

No ano de 1967, com a ajuda do então Deputado Cláudio

Pinheiro, o Município conseguiu junto ao Governador Israel

Pinheiro, o fornecimento de energia elétrica pela CEMIG, com a

transmissão sendo feita através de linhas partindo de Congonhas. Isto

foi um marco para Belo Vale, pois a demanda era maior do que

aquilo que a antiga usina poderia oferecer. Vale destacar que boa

parte do custo de tal investimento foi da própria comunidade, num

claro exemplo de que, com união, a população alcança seus objetivos.

Hoje, muitos vão até à cachoeira da usina tomar banho e mal

sabem que aquelas águas, por muito tempo forneceram iluminação

para nossos pais e avós.

7.19 – DONA NANÁ E A

RELIGIÃO EVANGÉLICA

A primeira notícia que se tem sobre a “fé evangélica” em Belo

Vale, remonta a 26/07/1936, curiosamente uma das datas mais

festivas da região, quando se celebra o dia dedicado à Sant’Ana,

oportunidade em que o Sr. Ramiro Vicente Fernandes, antigo

morador de Roças Novas de Cima, retorna de São Paulo/SP trazendo

uma “nova fé”. Em 29/09/1945 é inaugurado o primeiro templo

evangélico da região, ligado à denominação Batista, no povoado de

Roças Novas de Cima, mais precisamente no local hoje denominado

"Noiva do Cordeiro”.

Na área urbana porém, é com Dona. Lair, da família Pedra

dos Santos, ou simplesmente Dona Naná, como era conhecida por

todos, foi por assim dizer, a precursora da causa evangélica na cidade

de Belo Vale.

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Dona Naná, em uma época na qual a discriminação religiosa

era muito mais imponente e ostensiva, enfrentou os preconceitos e a

tradição local, abrindo as portas para a difusão e propagação da

“religião evangélica”.

Em um pequeno cômodo em sua casa, à Rua Paraopeba, ela

colocou meia dúzia de pequenos bancos e fez daquele lugar um ponto

de pregação. Com uma velha e surrada Bíblia, iniciou uma

“revolução” no tradicional costume religioso local.

Não seria exagero dizer que, nas pegadas de sua caminhada,

encontraram o caminho aberto, as várias correntes evangélicas hoje

aqui existentes (Nova Jerusalém, Universal, Mundial, Deus é Amor),

com destaque para as já consolidadas Assembléia de Deus,

Evangelho Quadrangular e Batista Nacional.

Mas a primeira comunidade evangélica a atuar em solo

belovalense foi a Igreja Batista da Convenção Batista Brasileira

(CBB), que realizou um trabalho missionário nos arredores de Roças

Novas de Cima. Ali foi construído, na primeira metade do século

passado, um pequeno templo de belas características no alto de uma

colina.

Este trabalho começou no dia 26 de julho de 1936, quando o

Sr. Ramiro Vicente Fernandes, um antigo morador do lugar que havia

se mudado para São Paulo, retornou para a terra natal. Este viveu por

certo tempo propagando sua “nova” fé. Em março de 1945 foi

iniciada a construção da “Igrejinha” e inaugurada em 29/09/1945.

Hoje, resta no lugar, como fruto deste trabalho, algumas

famílias que se mantiveram fiéis aos padrões bíblicos. A Capela ficou

muito tempo abandonada, tendo sido recuperada e onde acontecem,

eventualmente, algumas reuniões.

Cabe registrar aqui, os nomes dos Pastores Ailton da

Assembléia de Deus e José Carlos de Souza da Igreja do Evangelho

Quadrangular, que ousadamente se instalaram no início dos anos 80

numa comunidade tradicionalmente católica, propagando a fé

evangélica, deixando um legado que hoje é real e inquestionável.

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7.20 CARTÓRIOS

O Cartório de Registro de Pessoas Naturais de Belo Vale

(Distrito Sede), foi instalado em 26/12/1878, portanto ainda

no período imperial.

O Cartório de Registro de Imóveis foi instalado em

01/04/1955, sendo que até então os registros eram efetivados

em Bonfim, que era a sede da Comarca.

A grande preciosidade, no entanto, é o Cartório de Registro

Civil e Tabelionato de Notas do Distrito de Santana do

Paraopeba (Costas), que data de 16/08/1856. Instalado cerca

de cem anos antes do Cartório de Registro de Imóveis, é sem

dúvida a instituição civil mais antiga do Município.

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CAPÍTULO VIII

A HISTÓRIA DA COMARCA DE

BELO VALE

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Tal qual se deu com a questão da Paróquia, com sucessivas

alterações de sede, também a Comarca de Belo Vale passou por

situação parecida, já tendo pertencido à Comarca de Bonfim e de

Congonhas.

Em dezembro de 1953, quando da emancipação dos Distritos

de Moeda e Coco, a Lei Estadual 1.039 criou a Comarca de Belo

Vale, incluindo o novo Município recém-criado. Em 1969, o

Município perdeu a condição de Comarca readquirindo esta condição

em 1986.

A Comarca só foi reinstalada em 13/09/1994, na

administração do Sr. José Fernandes Braga, com sua jurisdição

abrangendo apenas o Município de Belo Vale.

Com o número reduzido de processos, Belo Vale enfrentou,

constantemente, o “fantasma” de perder a condição de Comarca. Foi

iniciado um trabalho político para sua consolidação, que envolveu os

Prefeitos de Belo Vale e Moeda, à época, Srs. João Eustáquio e Luiz

França, além das duas Câmaras Municipais, Deputados e amigos.

Uma das formas de amenizar, consideravelmente, a situação,

era a volta do Município de Moeda para a jurisdição da Comarca de

Belo Vale. Se existiam pessoas empenhadas para que isto

acontecesse, também se enfrentava forte oposição.

Entre aquelas autoridades que se envolveram na questão, teve

forte participação, a Câmara Municipal de Belo Vale. No dia

26/03/1998, alguns Vereadores belovalenses, juntamente com o

Prefeito de Belo Vale, reuniram-se com o Prefeito de Moeda, Sr. Luiz

França, quando foi sugerida uma visita dos Edis belovalenses à

Câmara Municipal de Moeda.

Coincidentemente, neste mesmo dia, aquela Câmara tinha

sessão ordinária marcada. Os vereadores Antônio Geraldo Malta de

Moura, Presidente da Câmara de Belo Vale, acompanhado do

Vereador do PMDB à época, Vicente Moreira dos Santos, ali

compareceram, sendo muito bem recebidos pelos vizinhos e colegas

edis.

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Durante a reunião do Legislativo Moedense, o Presidente da

Câmara, Antônio Moura, falou da importância da adesão de Moeda à

Comarca de Belo Vale e das vantagens que isto representaria para

todos, principalmente pela distância entre Moeda e Belo Vale ser

bem menor do que entre Moeda e Brumadinho. Destacou também

que os irmãos moedenses e belovalenses tiveram as mesmas origens

e que Belo Vale já era referência entre os Municípios nas áreas de

Educação, Saúde e Bancária.

Após a manifestação de vários vereadores, foi proposto que se

fizesse um pedido oficial àquela Egrégia Casa, discorrendo sobre a

união das duas cidades na mesma Comarca. Assim, no dia

31/03/1998, em reunião ordinária da Câmara Municipal de Belo

Vale, foi aprovada, por unanimidade, a Indicação 002/1998 de autoria

do Presidente Antônio Moura, endereçada ao Legislativo Municipal

de Moeda, na pessoa do então Presidente daquela Casa, Sr. Antônio

Cézar. Posteriormente, ambas as casas, encaminharam o pedido

formalmente, o que é claro, não foi a única razão da vinda de Moeda

para a Comarca de Belo Vale. As autoridades que analisavam a

questão viram ali, na vontade unânime das duas Câmaras

Legislativas, uma manifestação da maioria das duas comunidades,

através dos seus legítimos representantes.

Finalmente, em 19/01/2001, o Diário Oficial de Minas Gerais

publicou a vinculação do Município de Moeda à Comarca de Belo

Vale. Em março de 2001, o jornal “Folha do Paraopeba” publicou a

matéria “Belo Vale e Moeda de mãos dadas”, anunciando a

conclusão do processo, inclusive reportando à aprovação unânime

das duas Câmaras Municipais. Apenas omitiu, que tal aprovação se

deu na Legislatura 1997/2000.

Recentemente, uma Emenda proposta na alteração da divisão

judiciária do Estado de Minas Gerais quase que retornou o Município

de Moeda à Comarca de Brumadinho, o que provavelmente seria a

extinção da Comarca de Belo Vale.

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Uma campanha suprapartidária envolvendo autoridades e

personalidades de ambos os Municípios fez com que a Emenda fosse

retirada.

A campanha que começou com uma publicação e divulgação

no sítio virtual da Igreja Batista de Belo Vale

(www.batistabelovale.com.br) ganhou enorme repercussão e embora

tenha tido vários defensores, coube ao então Deputado Estadual

Lafaiete Andrada, a proposta de retirada da Emenda.

JUÍZES QUE ATUARAM EM BELO VALE COM

MAIOR DESTAQUE

Quando da primeira fase da Comarca (1953-1970), admitia-se

a existência de Juízes “leigos”, inclusive com os Juízes de Paz dos

Municípios vindo a assumir o Exercício das funções de Juiz de

Direito em substituição.

Nesta primeira fase, destacaram-se os Juízes Titulares, Dr.

João Lúcio dos Santos e Dr. João Quintino. Oportunamente, seja por

vacância do cargo, licenciamentos ou férias, foram substituídos pelos

Juízes de Paz, que eram eleitos pelo voto direto do povo, entre eles

destacando os Senhores Tiago Dias e Antônio Teixeira de Moura,

que chegaram a dar algumas sentenças além de vários despachos.

Na nova fase inaugurada em 1994, raríssimas vezes tivemos

um Juiz Titular, sendo que a Comarca funcionou até o presente, na

maioria das vezes, com a presença de Juízes em cooperação das

vizinhas Comarcas de Bonfim, Congonhas e Conselheiro Lafaiete.

Destaque para os Magistrados:

Dra. Luziene Medeiros – Juíza Titular.

Dr. Marco Aurélio Ferrara Marcolino – Juiz Cooperador de

Bonfim.

Dr. Daiton Alves de Almeida – Juiz Cooperador de Bonfim.

Dra. Raquel de Paula Rocha Soares – Juíza Titular.

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Dr. Paulo Roberto Caixeta – Juiz Cooperador de Congonhas.

Dr. José Leão Santiago Campos – Juiz Cooperador de

Congonhas e Conselheiro Lafaiete.

Dr. Francisco Eclache Filho – Juiz Cooperador de Congonhas.

Dr. José Aluízio Neves – Juiz Cooperador de Conselheiro

Lafaiete.

Dra. Flávia Generoso de Mattos – Juíza Cooperadora de

Congonhas.

Se por um lado prevalece este rodízio entre os Juízes que

veem cooperar na Comarca de Belo Vale, maior ainda é a alternância

dos Promotores de Justiça. É que o Ministério Público impõe um

rodízio quadrimestral, o que faz com que algumas dezenas de

Promotores já tenham passado por nossa Comarca, tornando ainda

mais difícil mencionar todos, razão pela qual não registramos

nenhum nome, para se evitar um involuntário esquecimento.

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CAPÍTULO IX

LOGRADOUROS E PRÉDIOS

PÚBLICOS

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NOSSAS RUAS E AVENIDAS

As Ruas e Avenidas, abaixo descritas, receberam suas

respectivas denominações, em homenagem a personalidades que se

destacaram na vida de Belo Vale.

Rua Olívio Villefort (Centro) - Olívio Villefort era um dos

líderes políticos do Partido dos “Periquitos” no Município de

Bonfim, onde se elegeu Prefeito Municipal. Era profundo conhecedor

das leis e adotou Bonfim por sua terra. Belo Vale pertencia à

Comarca de Bonfim e os belovalenses tinham de se deslocar até a

cidade para resolverem suas pendências. Quase sempre, eram

ajudados pelo Sr. Olívio Villefort, que face à amizade com os

belovalenses, foi homenageado com uma rua do centro de nossa

cidade.

Rua Moreira da Rocha – (Niterói) - Moreira da Rocha foi

líder do Partido “João de Barro”, no Município de Bonfim. Foi

Prefeito do Município quando Belo Vale era apenas uma Vila.

Rua Coronel Pedro Rocha (Centro) - Pedro Rocha Possas

era empresário do ramo de laticínios, comerciante e solidário com as

causas sociais. Foi um dos maiores articuladores e membro da

Comissão Pró-Vila, que levou à emancipação de Belo Vale.

Rua Dr. Victor de Freitas (Bairro Niterói) –O Engenheiro

da E.F.C.B., Dr. Victor Figueira de Freitas, desde os primórdios da

Empresa no Município, trabalhou de mãos dadas aos interesses de

Belo Vale. Seu nome figurava antigamente na Rua da Casa Paroquial

que foi alterada para homenagear o Dr. Vitarelli. Passou assim a

denominar uma outra Rua no Bairro Niterói.

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Avenida Governador Valadares (Bairro da Estação) -

Benedicto Valladares Ribeiro foi o Governador de Minas Gerais que

assinou o Decreto que transformou Belo Vale em Município, em

17/12/1938.

Avenida Paiva Lopes (Centro) - Paiva Lopes foi

companheiro de Gonçalo Álvares. Bandeirante, segundo a tradição,

desprovida de fundamentação histórica, foi um dos fundadores do

povoado de São Gonçalo do Amarante, popularmente conhecido

como da Ponte. Na verdade ele influenciou o desenvolvimento do

arraial. Foi também um dos construtores das Igrejas de N. S. da Boa

Morte e de São Gonçalo do Amarante.

Rua Gonçalo Álvares (Centro) - Gonçalo Álvares foi

bandeirante e parceiro de Paiva Lopes nas construções das Igrejas de

N. S. da Boa Morte e de São Gonçalo do Amarante, bem como no

desenvolvimento do arraial.

Rua Mário França Pinto (Bairro Vila Carijós – Curumim) - Mário França Pinto, ao visitar a região e maravilhado com as

belezas naturais do lugar exclamou a célebre frase: “que belo vale!”.

Mal sabia que naquele momento rebatizava nossa querida cidade.

Rua Antônio Teixeira de Moura (Bairro Ipanema) -

Antônio Teixeira de Moura foi um conceituado alfaiate. Também foi

Juiz Substituto de Direito da Comarca de Belo Vale, Delegado de

Polícia nomeado pelo Governador do Estado e Juiz de Paz eleito pela

comunidade em eleições diretas e simultâneas à de Prefeito e

Vereadores, na qual obteve uma das mais expressivas votações.

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Avenida Antônio de Castro Malta (Bairro Niterói) -

Antônio de Castro Malta foi Juiz de Paz, Tabelião do Cartório de

Registro de Notas, Oficial do Cartório de Registro Civil, político

atuante e membro da Comissão Pró-Vila. Atuou na organização e

preparação das solenidades de instalação do Município, quando da

emancipação política de Belo Vale. Também foi o representante do

Poder Público na inauguração da Ponte Melo Viana em 1926.

Rua Delfino Malaquias de Sena (Bairro Ipanema) -

Delfino Malaquias de Sena era ferroviário e participava ativamente

dos Corais da Igreja. Atleta nos áureos tempos do time do Carijós

Atlético Clube. Juntamente com o Irmão Joaquim e seus

companheiros inseparáveis, José Roza (Tibamba), José Nicomedes,

José Pedra, Benevides Oliveira (Xavita ou Jóia) entre outros, fundou

a Associação Católica Esportiva Belovalense (A.C.E.B.), e foi, se não

o maior, o mais fiel de seus torcedores.

Rua Jovelino Pereira da Silva (Bairro Ipanema) - Jovelino

Pereira da Silva, popularmente conhecido como “Dió”, era de origem

humilde e sempre participou dos trabalhos de assistência aos mais

carentes. Foi um “vicentino” nato e muito caridoso. Um dos que

sempre trabalhou pelo ideal da construção de um hospital em Belo

Vale, muito embora tenha sido esquecido pelas autoridades

municipais da época.

Rua Pe. Absalão Martinho Coelho (Bairro Ipanema) -

Absalão Martinho Coelho foi um padre que serviu em Belo Vale por

muitos anos. Estava presente no incêndio que destruiu um dos

prédios do Seminário do Caraça. Era muito querido por todos e um

mestre ao piano. Compôs a música do Hino de Belo Vale.

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Rua Pe. Francisco de Assis Vale (Bairro Ipanema) -

Francisco de Assis Vale, o Padre Vale, serviu por longos anos como

Pároco de Belo Vale. Torcedor “fanático” do Atlético Mineiro, uma

de suas paixões juntamente com a inseparável “latinha de rapé”. Da

geração atual de Belo Vale, batizou, ministrou a primeira comunhão

ou casou quase todos os contemporâneos. Foi sempre muito querido

por todos.

Rua Antônio Rodrigues de Moura (Bairro Ipanema) -

Antônio Rodrigues de Moura era um membro atuante da comunidade

belovalense. Exerceu as funções de Juiz de Paz e Juiz de Direito

substituto.

Rua Milton Monteiro Guimarães (Bairro Ipanema) -

Milton Monteiro Guimarães, foi Prefeito de Belo Vale de 31/01/1959

a 31/01/1963.

Rua José Rafael de Rezende (Bairro Vila Carijós –

Curumim) - José Rafael de Rezende era conhecido como “Juquinha

da Ponte”. Foi dono de uma pequena serraria. Cedeu parte das terras

onde hoje está a entrada principal da cidade.

Rua José Augusto de Rezende (Centro) - José Augusto de

Rezende era o dono do Hotel Paraíso, o mais antigo da cidade. Foi

ainda Juiz de Paz do Município.

Rua Antônio de Freitas Vitarelli (Centro) - Antônio de

Freitas Vitarelli era um médico popular, caridoso e sempre disposto a

atender e ajudar àqueles que precisavam de seus serviços. Muitas

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vezes nem recebia. Com seu chapéu e sua “malinha”, estava sempre

pronto a ajudar aqueles que lhe procuravam, fosse a qualquer hora do

dia ou da noite.

Rua José Ubaldo de Castro Malta - (Bairro Santo

Antônio) - José Ubaldo de Castro Malta foi um dos primeiros

funcionários públicos municipais. Membro da Comissão Pró-Vila,

Juiz de Paz e Delegado de Polícia do Município. Não permitia que os

presos fossem maltratados dando-lhes sempre tratamento digno.

Rua Padre Jacinto - Jacinto Pinheiro foi um dos mais

tradicionais párocos de Belo Vale.

Rua Professor Modestino Melo (Bairro Niterói) -

Modestino de Melo foi o primeiro funcionário nomeado do

Município e orador oficial em todos os eventos de destaque. Também

fez parte da Comissão Pró-Vila.

Rua Joaquim Rodrigues Silva (Bairro Bela Vista) –

Joaquim Rodrigues Silva era um dos principais membros da

Comissão Pró-Vila e redator do Jornal "O Bello Valle". Foi o

primeiro Prefeito de Belo Vale, nomeado pelo Governador Benedicto

Valladares. Anos mais tarde voltou ao cargo máximo do Município,

desta vez, consagrado e eleito pelo povo.

Rua Euclides Rodrigues Silva (Bairro Vila Carijós –

Torre) - Euclides Rodrigues Silva era irmão de Joaquim Rodrigues

Silva e foi eleito vereador de Belo Vale. Também foi integrante da

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Comissão Pró-Vila, que elaborou todos os trabalhos para a

emancipação de Belo Vale.

Rua Salvador José Maia (Bairro Vila Carijós – Torre) -

Salvador José Maia era líder de folia de reis. Também foi vereador e

Presidente da Câmara Municipal de Belo Vale.

Rua Vicente de Paula Carvalho (Bairro Vila Carijós –

Torre) - Vicente de Paula Carvalho, o Vicente do Eurico, foi

comerciante e político, chegando a se candidatar a vereador.

Rua Antônio Alves Filho (Centro) - Antônio Alves Filho foi

um homem empreendedor e teve sempre uma participação ativa na

comunidade local em seus tempos áureos, tanto política como

socialmente.

Rua Augusto Pedra - Augusto Pedra era membro atuante da

comunidade local. A Rua que leva seu nome está onde, antigamente,

possuía uma gleba de terras.

Rua Antônio Marinho (Niterói) - Antônio Marinho foi

membro da Comissão Pró-Vila e cedeu parte das terras para abertura

de ruas na entrada da cidade. Também foi Juiz de Paz.

Avenida Tancredo Neves (Centro – Vila Carijós) -

Tancredo Neves foi Senador da República, Primeiro Ministro do

Regime Parlamentarista, Governador de Minas Gerais e eleito

Presidente da República.

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Praça Padre Virgílio Penido - Virgílio Penido foi pároco de

Belo Vale por muitos anos e membro da Comissão Pró-Vila.

Rua Basilício de Faria (Bairro Niterói) - Basilício de Faria

era o antigo proprietário das terras onde, hoje, está o bairro Niterói.

Cedeu o terreno para o antigo campo do Carijós, sendo também parte

do seu terreno. A rua que hoje leva o seu nome está na principal

entrada da cidade.

Rua Higino Maciel (Bairro Niterói) - Higino Maciel era avô

de dois Vereadores e de um Vice–Prefeito em Bonfim, com forte

apoio da política na região de Belo Vale.

Rua Tereziano (Centro) - Tereziano José Bernardino cedeu

terras para a abertura de ruas na cidade, sendo que seus filhos foram

Juízes de Paz e Tabeliães do Município.

Rua Antônio Martins - Antônio Martins cedeu os terrenos

para a abertura de ruas na Vila Carijós e para a construção do campo

de futebol do Carijós Atlético Clube. Também o campo recebeu o seu

nome.

Rua Victor Mendonça de Castro (Bairro Vila Carijós –

Torre) - Victor Mendonça de Castro era um cidadão estimado e

respeitado por todos. Sempre participou ativamente da vida da

comunidade.

Ponte Melo Viana – A ponte tem uma curiosidade, pois é um

prédio público estadual, ou seja, pertence ao Estado de Minas Gerais

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e não ao Município. Melo Viana foi Senador da República e benfeitor

belovalense. A ponte foi parcialmente com as enchentes de 1997

vindo a desmoronar totalmente naquelas de 2008. Foi reconstruída

em 2010 pelo Governador do Estado, Dr. Aécio Neves.

Viaduto Juquinha Braga - "Juquinha Braga" era irmão do

ex-Prefeito, Sr. Marico. Seus filhos também se destacaram na política

local, com Antônio de Castro Braga, se elegendo vereador e

Presidente da Câmara Municipal. Já os Srs. José Fernandes Braga e

Matuzalém de Castro Braga, foram eleitos Prefeitos de Belo Vale.

Passarela "Seu Zé" - A passarela do viaduto recebeu o nome

de “Seu Zé” em homenagem ao Alício do Cassimiro, morto na

travessia férrea.

*****

NOSSAS PRAÇAS

Praça Cláudio Pinheiro (Centro)

É mais conhecida como Praça da Matriz. Cláudio Pinheiro foi

um Deputado sempre bem votado na região. Entre outros benefícios,

ajudou na vinda da energia elétrica através da CEMIG, durante os

mandatos do Governador Israel Pinheiro e do Prefeito Joaquim

Rodrigues Silva, isto em 1967. Quanto à Praça propriamente dita, foi

totalmente remodelada na gestão do Prefeito Milton Monteiro

Guimarães, juntamente com a urbanização da Avenida Presidente

Kennedy. A praça foi descaracterizada com a construção do viaduto,

que foi uma obra necessária e útil para a cidade, mas que poderia ter

sido construído em outro local.

Praça D. Trindade (Bairro Niterói)

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Maria da Trindade Lara Pinto foi, por duas vezes, Primeira

Dama de Belo Vale. Era incentivadora e organizadora de trabalhos

sociais. A praça foi uma justa homenagem em reconhecimento pela

sua caridade. Também veio abrir um espaço cultural para a cidade,

embora tal espaço não tenha ainda sido descoberto, a não ser em

algumas raríssimas apresentações artísticas.

Praça Maria Cordeiro (Vila)

Conhecida como Praça da Vila, é um ponto de encontro para

os moradores do bairro, com mesas para jogos de damas e baralho,

sendo muito frequentada à noite e nos finais de semana. O nome de

Dona Maria Cordeiro, que residia em frente a Praça, foi uma propícia

inspiração, já que a mesma gostava de “passar o tempo” jogando

baralho e “proseando” com os amigos.

Praça dos Três Poderes (Centro)

Mais conhecida como Praça da Prefeitura, é erroneamente

chamada por alguns de Praça Professor Lara Rezende. De acordo

com as pesquisas feitas no Livro de Leis da Prefeitura, nada foi

encontrado a respeito da alteração do nome da Praça. Foi encontrada

apenas a permissão para se colocar na Praça dos Três Poderes, um

busto do ilustre filho belovalense e escritor Lara Rezende.

Praça Antônio Manoel

A Praça da saída oeste da cidade, no acesso a Catombeira,

leva o nome de Antônio Manoel, ferroviário e líder da Guarda de

Nossa Senhora do Rosário (Congado) por muitos anos.

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Praça Padre Virgílio

O adro da Capela Nossa Senhora do Sagrado Coração de

Jesus, é conhecido como Praça Padre Virgílio, um dos idealizadores e

construtores da Capela e Pároco, à época.

PRÉDIOS PÚBLICOS

Policlínica Municipal D. Maria do Carmo Fernandes

Maria do Carmo Fernandes era mãe do Presidente da Câmara

Municipal, Sr. Antônio de Castro Braga e de dois Prefeitos de Belo

Vale, Srs. José Fernandes Braga e Matuzalém de Castro Braga.

Hospital e Maternidade Henrique Penido

O hospital foi construído e inaugurado pela municipalidade e

mais tarde transferido à rede privada. Recebeu o nome de Henrique

Penido em homenagem a um conceituado farmacêutico local.

Prédio Euclides Rodrigues Silva (Câmara)

A sede do Legislativo Municipal, numa justa homenagem, é

denominada Prédio Euclides Rodrigues Silva, Vereador por dois

mandatos e membro da Comissão Pró - Vila.

Salão Manoel Prado (Câmara)

O Salão Nobre (Plenário) de reuniões da Câmara Municipal

homenageou o Sr. Manoel Salustiano do Prado, Ferroviário,

Vereador, Vicentino e voluntário de trabalhos sociais.

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Fórum José Alves Martins

Sede da Comarca de Belo Vale, homenageia o ex Prefeito de

Bonfim Sr. José Alves Martins que também foi proprietário de uma

farmácia em Belo Vale.

Terminal Rodoviário José Pedro dos Santos

A Rodoviária de Belo Vale leva o nome de José Pedro dos

Santos, Delegado de Polícia e Juiz de Paz do Município e pai do

Coronel da Polícia Militar de Minas Gerais, Sr. Benedito Sebastião.

Ambos, pai e filho, mesmo distantes, sempre defenderam os

interesses da municipalidade.

Prédio do Sindicato Rural

A sede do Sindicato dos Produtores Rurais de Belo Vale,

Moeda e Piedade dos Gerais, leva o nome de Abílio Cerqueira

Pereira. Foi vereador por três mandatos consecutivos, Presidente da

Câmara Municipal em duas Legislaturas, um dos fundadores da

Associação Rural e seu primeiro Presidente. Muito embora não seja

ligado ao Poder Público, merece ser destacado.

Nota do Autor: As Escolas Públicas já foram identificadas no

tópico sobre a educação no Município.

*****

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CAPÍTULO X

ESPORTES

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ESPORTES

No esporte, a juventude pratica principalmente o voleibol e o

ciclismo. Aliás, diversas medalhas foram conquistas por nossos

jovens, inclusive nos Jogos Estudantis de Minas Gerais, onde alunos

da Escola Estadual Gama Cerqueira, sempre tiveram um grande

destaque no voleibol e no xadrez.

No passado, Belo Vale chegou a ter dois bons times de

Voleibol que faziam belos jogos na região e entre si, na antiga quadra

do Colégio Padre Virgílio. De um lado, o “Manchester” criado e

comandado pela Educadora Cenira do Sabino e onde jogavam:

Lisinho, Tintim, Nenem do Willes, Eduardo, Ernane Rodrigues,

Rafael (Faé) e Sidimar Ruz. De outro, o Atlântida DIRIGIDO PELO

Valmor, que trazia o Alecir, Marcelo Armando, Marconi, Vadinho,

Zé Augusto, Gildésio, Dely e Nando do Djalma.

Merece uma menção honrosa, a Escolinha de Xadrez, criada e

mantida pelo incansável Zé Bitu e família. Desde os primeiros passos

neste esporte, até a conquista de medalhas em vários torneios, há todo

um belo trabalho para o desenvolvimento de muitos belovalenses,

não enquanto campeões, mas acima de tudo, cidadãos.

Outro esporte que tem tido uma boa aceitação é o Taekwondo,

modalidade inserida em nosso meio pelo Professor Giovanni,

Delegado de Polícia, desde que aqui chegou. Em vários torneios tem

sido grande o destaque dos atletas de Belo Vale, inclusive, já tendo

obtido conquista interestadual com o jovem Rodrigo Fernandes.

Temos também alguns atletas maratonistas, que têm

representado nosso Município nas principais provas por todo o

Brasil: São Silvestre, Maratonas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo

Horizonte. Dentre estes atletas, destaca-se o Gerson da Chacrinha.

Muitos de nossos jovens, se devidamente acompanhados e

incentivados, possuíram e possuem talentos, para se destacarem em

muitas modalidades esportivas.

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O que tem faltado é apoio ao esporte. Investimentos em áreas

desportivas adequadas e incentivo para que nossos jovens possam

encontrar no esporte, um meio de desenvolverem, mais do que

qualquer outra coisa pessoal, a saúde, a solidariedade, a amizade, o

espírito associativo e comunitário.

Sem dúvida o futebol prevalece sobre todas as demais práticas

esportivas.

Chegamos a ter alguns atletas com passagem pelo futebol

profissional, sem grandes destaques nos últimos tempos, mas tendo

os casos do Walmor e "Tião Moreira", que jogaram na época do

futebol arte, no Náutico de Recife, Vila Nova de Nova Lima e Sete

de Setembro da Capital, como bons exemplos. Também é digno de

nota, a passagem de Agostinho Barbosa, pelos quadros de arbitragem

da Federação Mineira de Futebol. Agostinho chegou ainda a ocupar a

Presidência da Associação dos Árbitros de Minas Gerais e a Vice-

Presidência da Associação dos Árbitros de Futebol a nível nacional.

A supremacia por este esporte pode ser confirmada com

diversas equipes espalhadas por toda a zona rural, com cada povoado

possuindo seu time local.

Na cidade existe a simpática equipe do Vila Nova, mas as

agremiações que se destacaram, e ainda hoje, dividem a atenção dos

desportistas, são o Carijós e a ACEB. Estes são “ferrenhos rivais”

dentro e fora dos campos, apesar de muitos dos principais atletas

belovalenses dos últimos trinta anos, jogarem pelas duas equipes.

No único campeonato municipal, disputado por ambas as

equipes, o Carijós foi o campeão do 1o turno e a ACEB venceu o 2

o

turno.

Motivados pela rivalidade e polêmicas sobre arbitragens, não

disputaram as finais previstas, não se conhece o Campeão daquela

disputa até hoje.

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O “CARIJÓS ATLÉTICO CLUBE”

É o mais antigo clube da cidade, um dos mais tradicionais de

toda região e campeão de vários torneios regionais.

O campo de futebol do Carijós era no bairro Niterói, nas

terras do Sr. Basilício de Faria. O Sr. Antônio Pinto, pai do Sr.

Antoninho comprou aquelas terras, mas a viúva do Sr. Basilício

nunca mencionou a existência de um contrato entre a família e a

Diretoria do Carijós.

O Sr. Antônio Pinto continuou permitindo os jogos do Carijós

em suas terras. Mas certa vez, quando seus filhos, Antoninho e

Geraldo, ainda bem moços, passavam com os animais, justamente

durante um jogo entre o Carijós e um time de Conselheiro Lafaiete, a

molecada espantou os animais. O Sr. Antônio Pinto, lançando mão de

uma foice, foi até ao campo, com a partida em andamento e cortou as

traves que eram de madeira, acabando com o jogo e não mais

permitindo que ali se jogasse futebol.

A Diretoria do Carijós, liderada pelo Sr. Joaquim Silva,

acionou a Justiça, mas não obteve sucesso em permanecer com o

campo, pois não havia nenhum documento assinado pelo Sr. Antônio

Pinto autorizando a utilização do terreno.

A polêmica só foi resolvida quando o Sr. Antônio Martins

cedeu o terreno no alto da vila para a construção do campo do

Carijós, e numa justa homenagem, o Estádio foi denominado

“Estádio Antônio Martins”.

O símbolo original do Carijós, era um “índio” que vinha

estampado na camisa do clube. Em virtude de algumas brigas, o

clube começou a ser rotulado, pejorativamente, de “time dos índios”.

Os carijosenses decidiram mudar o símbolo e a escolha recaiu sobre o

“galo carijó”, mantido até hoje.

Nos gramados de seu estádio e nas arenas adversárias, com a

camisa preta e branca e sob o símbolo do galo carijó, seus atletas

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desfilaram seu talento e habilidades, honrando a agremiação e suando

a “segunda pele”.

Apesar de omitir um ou outro nome, não há como deixar de

citar: Laranjeira, Roque, Bené Rapadura, Delfino, Chico da Duia,

Tute, Nil, Ladico, Nonô do Sanfona, Nonô Cordeiro, Zé Padre,

Nicomedes, Cabaça, Tito, Rato, Tarcísio Salgueiro, Walmor, Tião,

Trovão, Adair, Vaninho, Paulo Diniz, Nenego, João do Bené,

Diquinho, Vadinho, Nem do Rato, Herivelto, Mauro entre outros.

Com certeza, por manter até hoje a invencibilidade na

categoria principal frente ao seu maior rival, não há como esquecer

um jogo, válido pelo campeonato regional. A ACEB vencia por

quatro gols a um, jogando em seus domínios e quando parecia que,

finalmente, obteria sua primeira vitória frente ao rival, o Carijós com

garra e disposição, alcançou um empate dramático e heroico. O

empate teve sabor de conquista de título, face às circunstâncias da

partida.

Sua apaixonada torcida mantém viva a tradição alvinegra,

tendo entre os seus torcedores mais “fanáticos e históricos”, os

Senhores João Maia, João Duarte, Nate e Gute.

*****

A “A.C.E.B.”

A Associação Católica Esportiva Belovalense foi fundada em

07/09/1968, pelo irmão Joaquim, um seminarista que aqui residiu por

alguns anos, vindo mais tarde a se ordenar Padre.

Com o apoio da comunidade e de vários amantes do futebol,

como Delfino, Nicomedes, Zé Pedra, José Roza, Benevides (Jóia),

Ninico, Luiz Barbosa, Siduca, entre tantos. O clube trouxe ao seio da

sociedade, jovens valores tanto como esportistas quanto cidadãos

como Sílvio, Mixirica, Miranda, Tijolo, Dão, Manoel Teixeira,

Paulinho, Manoel Barbosa, Miro, Tilau, Laci, Claret, Rui, Treco,

Délcio, Oduvaldo, Juca, Cabaça, Carlinhos, Tito, Irã e tantos outros.

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Depois de ter sua “casa” no lugar denominado Campo do

Irmão, a ACEB adquiriu seu Estádio próprio, batizado de

“Domingão”, numa justa homenagem a um de seus pioneiros e

técnico, Domingos Eugênio Filho, o Dominguinhos.

Além das jornadas esportivas que lotavam o “campo do

irmão” aos domingos e feriados, a ACEB promovia bailes

memoráveis e as inesquecíveis “horas dançantes” no clube velho

(atual salão irmão Joaquim), no velho salão “cajube” e ainda, na atual

sede social. Bons tempos, nostálgicos e porque não dizer, inocentes,

que não voltam mais.

O clube nunca venceu o Carijós, seu maior rival, na categoria

principal. Seus torcedores, no entanto, não se esquecem de um jogo

válido pela final do 2o turno do único campeonato de Belo Vale

disputado por ambas as equipes. O placar estava 2 x 2 e o empate já

dava o título do returno para a ACEB. No “desespero”, o Carijós foi

todo ao ataque numa cobrança de escanteio. No contra ataque, o

centroavante Manoel Barbosa dominou a bola, ainda no campo de

defesa, ultrapassou a linha média, caminhou pela intermediária e

quando invadiu a área driblando o goleiro carijó, o árbitro apitou

impedimento. Uma grande confusão resultou no término do

campeonato, sem que se houvesse a decisão, já que o adversário tinha

conquistado o 1o turno.

A ACEB também conquistou vários torneios regionais, com

seus atletas trajando primeiro, o verde e amarelo, canarinhos como a

seleção nacional e atualmente o alviceleste.

Sua torcedora símbolo era a D. Nega do Bambu. Coube ao

Deca do Jóia, marcar o primeiro gol da agremiação que nascia, para

“progredir e incentivar o progresso”, seu lema até os dias de hoje.

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CAPÍTULO XI

EPÍLOGO

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A administração do Município de Belo Vale nunca foi, nem

será fácil para ninguém, ainda que alguns possam imaginar que assim

o seja.

Devido a sua enorme extensão territorial, o custo de

manutenção de estradas, escolas, assistência médica e todas as

demais carências e necessidades de seu povo é altíssimo.

Divergências políticas à parte, não há lugar na história, para

críticas pessoais, pois todos, funcionários, assessores, Vereadores,

Vice–Prefeitos e Prefeitos, de uma forma ou de outra, trabalharam e

contribuíram para o crescimento de Belo Vale. Crescimento neste

caso, não tem conexão com valores financeiros ou econômicos

especificamente.

Belo Vale cresceu ao longo dos anos, na cultura, na

solidariedade, na história e principalmente, na formação de sua

identidade única, forjada no íntimo de cada um de seus filhos e de

seus admiradores.

No fim desta narrativa, fica meu tributo a pessoas que eu vi

nos seus singelos cotidianos, vivendo na singularidade deste Vale tão

Belo: Dona Belmira, Dona Ana do Sílvio, Dona Raimunda Leijoto,

Dona Zezé Faria, Eduardo do Sande, João Carlos, Dió, Manoel

Prado, Nicomedes, Delfino, Zé Pedra, Xavita, João do Gomes, Dona

Maria Rocha, entre tantos que fizeram parte de minha infância, ao

lado de meus avós, Vó Mundica, Mãe Sinhá e Pai Moura.

Como disse um desconhecido autor: “Tudo que deixamos

nessa vida, que não seja apagado pelo vento, pela água, pelo fogo ou

pelo tempo, são os rastros deixados pela memória”.

*****

Nossa história não termina aqui...

Continua sendo vivida por cada belovalense, nato ou por

adoção, que alicerçados em seu rico e belo passado, vive o hoje na

luta incansável por dias ainda melhores...

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ANEXOS, MAPAS E FOTOS.

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DECRETO-LEI 148 DE 17/12/1938 QUE CRIOU O

MUNICÍPIO DE BELO VALE

FIXA A DIVISÃO TERRITORIAL DO ESTADO,

QUE VIGORARÁ, SEM ALTERAÇÃO, DE 1º DE

JANEIRO DE 1939 A 31 DE DEZEMBRO DE 1943

E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O Governador do Estado de Minas Gerais, usando de

suas atribuições,

Considerando que o decreto-lei nacional no

311, de 2

de março de 1938, que dispõe sobre a divisão territorial do país

estabeleceu que somente por leis quinquenais poderá ser modificado

o quadro territorial – administrativo e judiciário – de qualquer

Unidade da Federação, tanto na delimitação e categoria de seus

elementos, quanto na respectiva toponímia (artigo 16);

Considerando que, pelo decreto-lei no

522, de 28 de

junho último, o Governo Federal prorrogou até 31 de dezembro

próximo o prazo concedido ao Governo de cada Unidade da Federada

para fixar, de acordo com as instruções baixadas pelo Conselho

Nacional Geografia, em primeira lei quinquenal, o novo quadro

territorial respectivo, ao qual será apensa a descrição sistemática dos

limites de todas as circunscrições distritais e municipais que nela

figurarem;

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Considerando que a Assembléia Geral do Conselho

Nacional de Estatística, em sua Resolução no

108, de 19 de julho de

último, sugeriu normas para a fixação da nova divisão territorial; (...)

Considerando, também, que o decreto estadual no

88,

de 30 de março de 1938, dando execução à lei nacional no 311; (...)

Considerando, ainda, que a efetiva instalação do novo

quadro territorial do Estado, ora fixado, exige múltiplas medidas

administrativas e que essa instalação será parte integrante de um

notável acontecimento nacional conquanto no dia 1o de janeiro de

1939, entrará em vigor, em todo o país; (...)

Considerando, finalmente; (...)

Decreta:

(...)

Art. 3o–A divisão territorial do Estado, que vigorará de

1o de janeiro de 1939 a 31 de dezembro de 1943, é fixada nesta lei.

(...)

Palácio do Governo, em Belo Horizonte, aos 17 de

dezembro de1938.

Benedicto Valladares Ribeiro–Governador do Estado

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18.1 – Anexo 1 do Decreto–Lei 148

de 17 de dezembro de 1938.

Quadro da divisão territorial administrativa e judiciária do Estado

para o quinquênio 1939-1943.

(...)

XXVII – MUNICÍPIO DE BELO VALE (No 48)

a) LIMITES MUNICIPAIS

1 – Com o Município de Bonfim:

Começa no entroncamento do divisor entre os ribeirões de

São Mateus e dos Cordeiros com o divisor da vertente da margem

direita do ribeirão Macaúbas, no alto próximo do “Curral Moreira”;

continua pelo divisor da vertente da margem direita do ribeirão ou rio

Macaúbas até a foz deste, no rio Paraopeba.

2 – Com o Município de Brumadinho:

Começa no rio Paraopeba, na foz do rio Macaúbas; sobe pelo

rio Paraopeba até a foz do córrego dos Gomes; continua pelo divisor

da vertente da margem esquerda do córrego dos Gomes ou Taquaruçu

até o morro do Pai Pedro; segue pelo espigão, contornado as

cabeceiras do córrego Taquaruçu, até defrontar a cabeceira do

córrego de Limeira; desce por este córrego até sua foz, no córrego

dos Martins ou da Papa; atravessa este e segue pelo espigão fronteiro,

passando pelo Alto da Carapuça, até o divisor geral dos rios

Paraopeba e das Velhas.

3 – Com o Município de Itabirito:

Começa no divisor geral entre os rios Paraopeba e das Velhas,

no seu entroncamento com o divisor de águas entre os córregos da

Suzana e da Papa ou dos Martins; continua pelo referido divisor

geral, constituído pela Serra da Moeda, até a Serra das Almas, no

ponto situado entre as cabeceiras do córrego das Almas e ribeirão

Porto Alegre.

4 – Com o Município de Ouro Preto:

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Começa na Serra das Almas, no ponto situado entre as

cabeceiras do córrego das Almas e ribeirão Porto Alegre; continua

pela cumiada da Serra das Almas até a Serra da Boa Morte, no ponto

de entroncamento do divisor entre os rios Paraopeba e Itabira com o

divisor de águas entre o rio Maranhão e ribeirão Mata Porcos.

5 – Com o Município de Congonhas do Campo:

Começa na Serra da Boa Morte, no entroncamento do divisor

do ribeirão Mata Porcos e rio Maranhão com o divisor dos rios

Paraopeba e Itabira; continua pelo divisor da vertente da margem

direita do rio Maranhão, passando pelo alto da Casa de Pedra, serra

do Mascate, até o alto do Batateiro; continua pelo divisor da vertente

da margem direita do ribeirão do Esmeril, passando pelas serras da

Boa Vista e dos Paulistas, até o ponto fronteiro à cachoeira do Salto

no rio Paraopeba; alcança este rio, na referida cachoeira.

6 – Com o Município de João Ribeiro:

Começa no rio Paraopeba, na cachoeira do Salto; desce pelo

rio Paraopeba até a foz do córrego Caiuába; sobe por este córrego até

a Lagoa do Bananal; daí sobe o espigão da margem esquerda do

córrego e segue pelo mesmo espigão, entre os córregos Caiuába e

Capela de Santa Cruz, até o alto da moenda; daí, pela Estrada de

Lagoinha a Belo Vale até atingir o córrego Vargem Grande; desce

por este córrego até sua foz, no ribeirão São Mateus, entre as

fazendas Bela Vista e da Grota; sobe pelo ribeirão São Mateus até a

foz do córrego Tamanqueiro; pelo espigão entre este córrego e o

ribeirão e depois, pelo divisor entre os ribeirões São Mateus e

Cordeiros, até o seu entroncamento com o divisor da margem direita

do ribeirão Macaúbas, no alto próximo do “Curral Moreira”.

*****

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BIBLIOGRAFIA E MENÇÕES

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BIBLIOGRAFIA GERAL DO TRABALHO

LIVROS

BARBOSA, Waldemar Almeida. Dicionário Histórico

Geográfico MG. Editora Itatiaia, Belo Horizonte, 1971, pg.

68.

BARREIROS, Eduardo Canabrava. Roteiro das Esmeraldas.

Editora José Olympio, 1979, págs. 30, 49 a 61.

COSTA, Joaquim Ribeiro. Toponímia de Minas Gerais.

Imprensa Oficial do Estado, 1970, págs. 169 e 363.

GUILHERMINO, César. Minas Gerais, Terra e Povo.

Editora Globo, 1970, pg. 30.

JARDIM, Décio Lima e JARDIM, Márcio Cunha. História e

Riquezas do Município de Brumadinho (págs. 15, 18, 20, 27,

37, 46, 114, 115 e 117) publicado pela Prefeitura Municipal

de Brumadinho, 1982.

MARTINS, Tarcísio. Fazenda Boa Esperança, Belo Vale.

Edição do Autor, Belo Horizonte, 2007.

MOURA, Bertie. Moeda, Nossa Terra, Nossa Gente. Gráfica

e Editora Geraes, 2003, págs. 26, 55.

RESENDE, Antônio de Lara. Memórias (Vol. 1 e 2). Editora

Record, Belo Horizonte, 1972.

SANTOS, Lúcio José dos. História de Minas Gerais.

Imprensa Oficial, Belo Horizonte, 1972, págs. 38 a 43.

SILVA, José Joaquim da. Tratado de Geografia Descritiva

Especial da Província de Minas Gerais. Fundação João

Pinheiro, Belo Horizonte, 1997, pg. 37;

TORRES, João Camilo Oliveira. A Igreja de Deus em Belo

Horizonte. Editora N/d, Belo Horizonte, 1972, págs. 94, 112.

TRINDADE, Cônego Raimundo. Instituições de Igrejas no

Bispado de Mariana. Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 145,

págs. 96, 263, 287.

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VASCONCELOS, Diogo. História Antiga de Minas Gerais.

Editora Itatiaia, Belo Horizonte, 1974, págs. 80 e 88 3a

Edição, Volume I.

LIVROS PÚBLICOS

Lei Orgânica Municipal de Belo Vale. Edição de

Setembro/1999.

Livros de Atas da Prefeitura Municipal de Belo Vale.

Livros de Atas e de Reuniões da Câmara Municipal de Belo

Vale.

Livros de Leis e Livros de Decretos da Prefeitura Municipal

de Belo Vale.

Livros de Portarias e Livros de Registros da Prefeitura

Municipal de Belo Vale.

Livros de Termos de Posse da Prefeitura Municipal de Belo

Vale.

Regimento Interno da Câmara Municipal de Belo Vale.

Edição de Novembro/2000.

PERIÓDICOS E ENCICLOPÉDIAS

Dicionário Escolar de Belo Vale. Adm. 1993/1996 (Com as

devidas correções pelo autor).

Enciclopédia Barsa. Enciclopédia Britannica Editores Ltda.,

Vol. 7, 1966, pg. 87.

Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Edição do IBGE,

1958, págs. 184 a 187.

Jornal “Belovalense”, exemplares editados pela Prefeitura

Municipal.

Jornal “O Bello Valle”, edição especial de 28/12/1938.

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ARTIGOS E PUBLICAÇÕES LITERÁRIAS

MENEZES, Ivo Porto de (Arquiteto). Histórico da Comissão

Arquidiocesana de Arte Sacra (C.A.A.S.) – (Paróquia de Belo

Vale).

MOURA, Antônio de Paiva. Artigo. Informativo da Câmara

Municipal de Moeda n° 01.

VASCONCELOS, Salomão. Publicação na Imprensa sob o

título: “Belo Vale na Cronologia Mineira”.

Os personagens da Inconfidência Mineira (pg. 63) – Volume

XVI.

PUBLICAÇÕES ELETRÔNICAS

Sítio da Câmara Municipal de Congonhas/MG.

˂www.camaracongonhas.mg.gov.br˃. Acesso em 02/03/2012.

Sítio do Instituto de Geociências Aplicadas de Minas Gerais –

IGA (CETEC). www.iga.br˃. Acesso em 02/03/2012.

Sítio do IBGE. ˂www.ibge.gov.br˃. Acesso em 02/03/2012.

Sítio do DER. ˂www.der.mg.gov.br˃. Acesso em 02/03/2012.

Sítio do DNPM. ˂www.dnpm.gov.br˃. Acesso em

02/03/2012.

Sítio das Estações Ferroviárias do Brasil.

˂www.estacoesferroviarias.com.br˃. Acesso em 02/03/2012.

Sítio de Moeda. ˂www.moedamg.com.br˃. Acesso em

02/03/2012.

Sítio de São Gonçalo do Sapucaí.

˂www.tudoave.com/sgs19.htm˃. Acesso em 02/03/2012.

ENTREVISTAS INFORMAIS

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BRAGA, Amarílio Augusto da Rocha.

BRAGA, José Fernandes.

CARDOSO, Maria de Paula Malta.

CARMO, Paulo Alves.

EUSTÁQUIO, João.

MACIEL, Geraldo Magela.

RIBEIRO JÚNIOR, Antônio Pinto.

SILVA, Euclides Rodrigues.

VITARELLI, José.

CITAÇÕES E COMENTÁRIOS SOBRE A EDIÇÃO

DO LIVRO DE “SÃO PEDRO DO PARAYPEBA A

BELO VALE. UMA VIAGEM NA HISTÓRIA...”

PUBLICADA PELO AUTOR EM MARÇO DE 2005.

Lançado em março o livro: De São Pedro do Paraypeba a Belo

Vale. Uma viagem na história... , de Antônio Moura. Diz o autor

com certa simplicidade que a obra “conta uma pequena parte da

gloriosa história do povo belovalense”. Quem já viu sabe da riqueza

de detalhes com que a história é contada por ele.

www.dejore.com.br, abril de 2005.

Agradecemos e ressaltamos o trabalho literário do Dr. Antônio

Moura “De São Pedro do Paraypeba a Belo Vale. Uma viagem na

história...”, obra da qual extraímos diversas informações e que

sugerimos como livro de cabeceira para quem se proponha a

conhecer em detalhes a história da cidade.

D.A. Guimarães, A Gazzetta e Guia Objetivo BV 2008.

MOURA, Antônio Geraldo Malta de. De São Pedro do Paraypeba a

Belo Vale: uma viagem na história. Belo Vale: Autor, 2005. 106p.

Obra muito rica em informações sobre o município de Belo Vale,

tanto na história remota quanto a vida administrativa

contemporânea; as atividades econômicas, culturais e sociais de

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todos os tempos. O autor soube aproveitar-se das fontes primárias,

secundárias e atividades profissionais exercidas no município para

constituir o elenco de informações sobre Belo Vale. Antônio de Paiva Moura Professor da Escola Guignard – UEMG.

Jornal Circuito Notícias de Brumadinho, MG, 14 de janeiro de 2011.

O Belo vira páginas numa emocionante história revelada por

Antônio Moura (Cocoto). Numa pesquisa constante há mais 09

anos, Antônio Geraldo Malta de Moura, lança seu primeiro livro:

“De São Pedro do Paraypeba a Belo Vale. Uma viagem na

história". Sua noite de autógrafos ocorreu no lugar Kakareco às

19:00 horas do dia 24 de março, abrindo histórias perdidas na

lembrança dos belovalenses. Antônio não pretende parar, prepara

sua segunda edição que estará mais incrementada, ampliando,

trazendo toda realidade do passado para o presente. Antônio leva a

população belovalense a viajar no passado em busca de

conhecimentos. Informativo “O Belo Vira Arte” de 19/08/2005, da Secretaria de Educação

da Fundação Vale do Rio Doce.

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O AUTOR

ANTÔNIO GERALDO MALTA DE MOURA

(Popularmente conhecido como “Cocoto”).

Belovalense nascido em 27/10/1964, filho de Sebastião Ferreira

de Moura e Maria da Fé Fernandes Malta Moura. É casado com

Cátia e pai de Lucas e Clara.

Foi Secretário da ACEB na gestão de Adair Pereira.

Chefe de Setor da Mercantil do Brasil Financeira/BH 1984-1995.

Ex-aluno da Escola Gama Cerqueira e do Colégio Padre Virgílio,

concluiu o 2o Grau nos Exames Supletivos da S.E.E./1991.

Credenciado ao Ministério da Igreja Quadrangular/1991.

Formado em Contabilidade no Colégio Minas Gerais, BH/1994.

Líder na Igreja Batista Betel de 1994/1997 e de 2000/2002.

Eleito Vereador de Belo Vale na Legislatura 1997/2000.

Presidente da Câmara no biênio 1997/98.

Vice-Presidente da AVALPA 1997/98.

Atuou na formação dos Conselhos da Saúde, Patrimônio

Histórico, Meio Ambiente e Assistência Social (1997/98).

Bacharelou-se na Faculdade de Teologia Filadélfia

Internacional/1998.

Organizou em 1998, a Associação Evangélica de Belo Vale.

Participou do Censo 2000 como recenseador do IBGE.

Chefe do Serviço da Fazenda do Município de Belo Vale em

2001/2003.

Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do

Adolescente em 2002/2003, organizando a eleição do 1o

Conselho Tutelar Municipal de Belo Vale.

Ajudou a organizar e foi Presidente da Associação dos Bairros

Santo Antônio, Boa Vista e Região (2002/2003).

Membro da Ordem dos Ministros Batistas Nacionais – MG/2002.

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Pastor da Igreja Batista Betel Nacional em Belo Vale desde 2002.

Professor substituto de Filosofia, Sociologia e História na Escola

Estadual Dr. Gama Cerqueira – Belo Vale em 2004.

Bacharelou-se na Faculdade de Direito de Conselheiro

Lafaiete/2005 sendo o Orador de sua turma.

Na ORMIBAN/MG atuou como Membro da Comissão de

Política, da Comissão de Reforma do Estatuto e na Comissão de

Sufrágio.

Membro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção MG/2006.

Pós-graduado (Especialista) em Administração de Casas

Legislativas pela Universidade Gama Filho/2010.

Assessor Jurídico da Câmara Municipal de Belo Vale desde 2006.

Aprovado para lecionar Direito Tributário e Direito Financeiro na

FDCL, não houve compatibilização de horários declinando do

convite, 2012.

Recebeu em 15/12/2010, em Sessão Solene do Legislativo

Municipal de Belo Vale, MG, a condecoração de Moção de

Louvor e Aplauso por seu ativismo comunitário.

Lançou em 2005, a Edição Independente do Livro “De São Pedro

do Paraypeba a Belo Vale. Uma viagem na história...”

Agora em 2012, lança o Segundo Livro “Seguindo Viagem pela

História de Belo Vale”, pela Editora Promove.

ESTA PUBLICAÇÃO RECEBEU O

ESSENCIAL INCENTIVO E MANIFESTO

APOIO CULTURAL DA MINERAÇÃO

POLLARIS LTDA.