secretário-geral do partido socialista 2013_portugal primeiro, o documento de coimbra

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    Portugal Primeiro

    Secretrio-Geral do Partido Socialista

    O Documento de Coimbra

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    Portugal Primeiro- Bases comuns de orientao estratgica -

    Contedo-1 - O Momento que o pas vive...................................................................... 3

    1.1 Situao actual.................................................................................... 3

    1.2 A natureza da crise.............................................................................. 5

    1.3 Desafios.............................................................................................. 8

    2 - Alternativa forte e credvel....................................................................... 8

    2.1 Vencer a crise com credibilidade e horizonte......................................... 8

    2.1.1 Recusa do empobrecimento. Aposta na economia ........................... 9

    2.1.2 Um Pacto para o crescimento e para o emprego ............................ 11

    2.2 Um pas moderno, justo e solidrio................................................. 12

    2.2.1 Um pas moderno e desenvolvido .............................................. 132.2.2 Um pas justo, coeso e qualificado ............................................ 13

    2.2.3 Uma agenda para o crescimento e emprego .............................. 14

    2.2.4 Um Estado transparente, forte e eficiente .................................. 17

    2.2.5 Na Europa com voz prpria ....................................................... 22

    3 Mobilizar e Reforar a confiana dos portugueses no PS.......................... 23

    3.1 Uma nova forma de fazer poltica....................................................... 243.2 Os objetivos eleitorais: um ciclo vitorioso............................................ 26

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    1 - O Momento que o pas vive

    1.1 Situao actual

    Portugal vive um momento dramtico. Em violao dos seus compromissoseleitorais, o actual Governo PSD/CDS tem vindo a prosseguir uma estratgia de

    empobrecimento do Pas, assente numa violenta poltica de austeridade do

    custe o que custar e numa agenda ideolgica ultraliberal contra as funes

    sociais do Estado. Os resultados desta poltica esto vista:

    a economia est em recesso profunda (-3% em 2012); o desemprego atinge valores nunca vistos (16,5% em Dezembro de

    2012); a dvida pblica continua a aumentar (mais de 120% do PIB) e o prprio dfice oramental, no obstante os enormes sacrifcios dos

    portugueses, falha sistematicamente as metas previstas.

    A ideia de que Portugal est a cumprir o seu Programa de Assistncia

    Financeira, sustentada pelo Governo com a conivncia interessada da troika,

    branqueia o falhano das previses e o incumprimento das metas e, pior do

    que isso, ignora o intolervel grau de destruio da economia e da coeso

    social.

    As principais vtimas desta poltica so os mais pobres e as classes mdias,

    gravemente afectadas nas suas condies de vida, de igualdade de

    oportunidades e de mobilidade social; fortemente atingidas pelo desemprego e,

    em muitos casos, confrontadas com um srio risco de pobreza. Enquanto isso,

    muitos milhares de jovens, incluindo os mais qualificados, so empurrados para

    a fatalidade da emigrao por um Governo sem viso de futuro, que se mostra

    incapaz de lhes abrir um horizonte de esperana. As famlias, por seu turno,

    enfrentam dificuldades cada vez maiores e as taxas de natalidade caem para

    nveis alarmantes. Dois grupos de cidados foram particularmente atingidos

    pelo Governo com os Oramentos de 2012 e 2013: os pensionistas e os

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    funcionrios pblicos, sendo que o Governo tem tentado colocar portugueses

    contra portugueses em diversas circunstncias.

    Perante isto, em vez de arrepiar caminho, o Governo - mais uma vez de formaunilateral, sem envolver a oposio e os parceiros sociais - acordou com a

    troika uma nova reduo do dfice para 2,5% do PIB j em 2014 (metade do

    valor acordado pela Irlanda para o mesmo ano!). Consequentemente, mesmo

    depois de ter decretado um enorme aumento de impostos em 2013, o Governo

    prope-se concretizar, em 2014, uma nova arremetida contra o Estado Social

    por via do corte de 4 mil milhes de euros na despesa, sobretudo nas reas da

    segurana social, da educao e da sade, com inevitveis prejuzos para osservios pblicos e para as transferncias sociais de que depende o rendimento

    de muitas famlias, j gravemente atingidas pelas polticas de austeridade. Esta

    situao agrava as desigualdades sociais do pas.

    A poltica do Governo, alm de inspirada por uma ideologia desajustada das

    necessidades do Pas e dos valores em que se funda o contrato social

    consensualmente estabelecido no Portugal democrtico, assenta numa erradacompreenso da natureza e das causas da crise que o Pas e a Europa

    enfrentam.

    A obsesso do Governo pela austeridade afere-se tambm pelo facto de um dos

    trs objectivos do PAEF, a promoo do crescimento econmico e correo dos

    desequilbrios macroeconmicos ser sistematicamente ignorado. Estamos

    perante um Governo que ignora os compromissos para o crescimento e o

    emprego que decorrem do acordo de concertao social e que na Europa

    sempre dos ltimos a reclamar uma interveno mais efectiva em prol da

    coeso e do crescimento.

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    1.2 A natureza da crise

    O PS rejeita a narrativa simplista e moralista da direita sobre a crise atual, ao

    ignorar o forte impacto da crise internacional na economia portuguesa e ao

    criar a ideia de que os portugueses viveram acima das suas possibilidades.

    O PS rejeita a prtica poltica ultraliberal do Governo que aponta o

    empobrecimento como soluo para a crise.

    O PS reafirma a sua alternativa, pela qual a crise pode e deve ser ultrapassada

    pela via do crescimento econmico e do emprego, conciliada com a necessria

    disciplina oramental.

    O mundo vive h mais de cinco anos numa sucesso de crises: depois do sub-

    prime, inicimos 2008 com receio da escassez e da alta de preos de bens

    alimentares e de petrleo e terminmos esse ano com a falncia de gigantes da

    finana. Dos Estados Unidos da Amrica para o mundo a crise desenvolveu-se

    velocidade da globalizao e dos movimentos financeiros.

    Nos ltimos anos muito foi posto em causa e as vtimas foram-se sucedendo.

    Primeiro, foi preciso apoiar os bancos para que o sistema financeiro no

    colapsasse e como ele a economia. Foi nesse ponto que se comeou a falar no

    risco sistmico. Depois 2009, foi o ano em que forma mais aguda a crise

    financeira se transforma na crise econmica que levou para o desemprego

    milhes de pessoas e obrigou a repensar a estratgia das empresas. A braoscom a maior crise desde a Grande Depresso dos anos 30 do sculo passado,

    fomos confrontados com a crise das dvidas soberanas e com um ataque sem

    precedentes ao euro e talvez pela primeira vez na histria com a incapacidade

    dos Estados regularem a investida e domnio da especulao financeira.

    No final de 2010, depois da crise Grega, Portugal foi apanhado no turbilho das

    dvidas soberanas. Esta crise aconteceu quando Portugal punha em execuo

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    uma poltica oramental contraciclica para combater a crise econmica

    decorrente da crise do subprime americano. Portugal seguiu as orientaes da

    Europa que comeou por assumir que havia uma crise em alguns pases, a

    comear pela Grcia, e s muito tardiamente percebeu que tambm era umacrise do Euro, que radicava na construo incompleta da Unio Econmica e

    Monetria e que punha em causa a estabilidade de toda a UE.

    Em Maio de 2011, na sequncia do chumbo do PEC IV, foi assinado entre o

    Governo portugus por um lado, e a Comisso Europeia, o Banco Central

    Europeu e o Fundo Monetrio Internacional (Troika) um programa de

    ajustamento economico-financeiro at Junho 2014 que exige o cumprimento deum conjunto de medidas. O PSD e o PP acompanharam as negociaes

    comprometeram-se antecipadamente com o cumprimento do Memorando.

    A verdade que a crise das dvidas soberanas mais do que efeito necessrio de

    polticas nacionais rejeitadas pelos mercados, consequncia de uma falha

    sistmica na construo da Unio Econmica e Monetria, prontamente

    explorada pela especulao financeira. O factor decisivo para a subida dos jurosdos pases perifricos foi a ausncia de um mecanismo europeu capaz de

    suster a propagao da crise das dvidas soberanas na zona euro. hoje mais

    evidente do que nunca a importncia decisiva de uma resposta europeia crise

    das dvidas soberanas centrada no BCE. No foram os resultados das polticas

    nacionais de austeridade que devolveram aos mercados a confiana perdida. A

    confiana s comeou a ser recuperada quando, finalmente, o BCE optou por

    uma interveno decidida, por via de volumosas cedncias de liquidez ao

    sistema financeiro e, sobretudo, do anncio de Mario Draghi de que o BCE

    est disposto a fazer todo o necessrio para preservar o euro. E acreditem em

    mim, ser suficiente".

    A crise internacional exps inexoravelmente as nossas fragilidades estruturais.

    Em Portugal a debilidade das finanas pblicas foi amplificada por:

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    i) Fraco crescimento econmico;ii) Forte dependncia externa, com forte peso da componente energtica e

    alimentar;

    iii)Insuficientes reformas econmicas de adaptao ao euro e a um mundo

    globalizado falta de competitividade;

    iv)Desequilbrio das finanas pblicas h dcadas

    Querer assacar a qualquer Governo a responsabilidade pela crise no srio.

    Justo ser reconhecer que todos os Governos tiveram a sua responsabilidade

    na situao do pas.

    O PS assume por inteiro todas as suas responsabilidades passadas e presentes.

    Agora, a questo de fundo, para o PS, continuar a enfrentar as causas

    profundas e antigas das debilidades estruturais da economia portuguesa, a que

    se somou o efeito cumulativo do triplo choque competitivo causado pela

    moeda nica, pelo processo de alargamento da Unio Europeia e pelaafirmao das economias emergentes no comrcio global.

    Perante tais desequilbrios, cuja superao necessariamente difcil e

    demorada, Portugal precisa de prosseguir, com ambio e persistncia o amplo

    movimento de reformas e de modernizao do Pas, da economia e do Estado,

    lanado pelos governos socialistas, com fortes apostas na qualificao dos

    recursos humanos, na cincia, na modernizao tecnolgica, na promoo das

    exportaes e na reduo da dependncia energtica. O desenvolvimento exige

    a qualificao e o pleno aproveitamento dos recursos do Pas, no o

    empobrecimento coletivo.

    hoje mais evidente do que nunca a importncia decisiva de uma resposta

    europeia crise das dvidas soberanas, centrada no BCE. No foram os

    resultados das polticas nacionais de austeridade que devolveram aos mercados

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    a confiana perdida. A confiana s comeou a ser recuperada quando,

    finalmente, o BCE optou por uma interveno decidida, por via de volumosas

    cedncias de liquidez ao sistema financeiro e, sobretudo, do anncio da sua

    disposio de comprar, de forma ilimitada, ttulos de dvida pblica dos pasesda zona euro. esta interveno do BCE que explica a recente descida dos

    juros em todos os pases perifricos, incluindo Portugal. Este facto a melhor

    prova de que a resposta a esta crise sempre esteve mais dependente das

    polticas europeias do que dos esforos isolados de cada pas, sem prejuzo do

    dever que cada um tem de fazer, com rigor, a sua parte.

    1.3 Desafios

    Este um momento extraordinrio na vida do pas. Sair da crise uma

    emergncia. Mas no podemos sair da crise a qualquer preo. Estamos a falar

    de pessoas, das suas vidas e dos seus empregos. Estamos a falar do nosso

    futuro.

    em nome do futuro que o PS deve continuar a exercer uma oposio sria,

    firme e construtiva, colocando Portugal Primeiro.

    Este o nosso compromisso. O compromisso que queremos selar com os

    portugueses atravs de uma proposta alternativa.

    2 - Alternativa forte e credvel

    2.1 Vencer a crise com credibilidade e horizonteA poltica que o Governo executa h 20 meses no credvel, pois no

    concretizou nenhuma das metas a que se props. Falhou no dfice oramental,

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    falhou na divida publica, a economia entrou em espiral recessiva e o

    desemprego o maior de sempre.

    Confrontado com o seu prprio falhano, o Governo, erradamente, reforou a

    dose de austeridade e insiste no tratamento errado. Em consequncia de umaleitura errada da realidade e dos erros de poltica, o Governo pretende fazer em

    trs anos um ajustamento correspondente a mais de 10% do PIB (18.500

    milhes de euros), quando o previsto era de 5% do PIB!

    No h notcia de nenhum pas do mundo o ter feito, que tenha concretizado

    este volume de ajustamento, num perodo de trs anos e meio, e num

    ambiente de recesso econmica.

    2.1.1 Recusa do empobrecimento. Aposta na economia

    A tentativa incessante, e inconsequente, de alcanar os objetivos nominais e

    relativos do dfice oramental sem ter em conta a alterao do quadro

    macroeconmico na Unio Europeia e as dificuldades adicionais provocadas

    pela poltica do Governo, em particular no forte decrscimo da procura interna,

    com impactos substantivos nas receitas fiscais, nas cotizaes para a segurana

    social e na despesa com o subsdio de desemprego, tem vindo a criar uma

    espiral recessiva, que tem tido no aumento do desemprego e nas falncias os

    sinais mais expressivos.

    Esta opo pela austeridade tem conduzido a sucessivas alteraes deprevises, que retiram credibilidade ao processo de ajustamento desenhado, e

    inspira cada vez menos confiana na sociedade portuguesa. Os resultados

    medocres apresentados no cumprimento das metas do dfice, da dvida e do

    desemprego so a prova do erro da poltica prosseguida, o que alis

    reconhecido pelos prprios prescritores da receita, em particular o FMI.

    A primeira prioridade da poltica econmica e oramental estacar a perda devalor (de PIB) da economia portuguesa.

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    Se no curto-prazo esta medida tem efeitos benficos no sentido de limitar o

    efeito recessivo sobre as receitas e as despesas fiscais mais sensveis ao nvel

    da atividade econmica, no mdio/longo prazo afigura-se como uma medidaessencial para que muitas empresas de sectores de bens e servios

    transacionveis possam redirecionar de forma eficaz os seus recursos da

    procura interna para a satisfao da procura externa. S desta forma ser

    possvel igualmente reequilibrar de forma sustentvel a Balana de Bens e

    Servios.

    O PS defende uma trajetria credvel de ajustamento das nossas contaspblicas. O PS quer que Portugal cumpra as suas obrigaes externas e est

    empenhado na consolidao oramental como decorre, nomeadamente, do

    voto favorvel ao Tratado Fiscal. Mas para o fazer tem que adotar uma

    estratgia credvel. Para que isso acontea necessrio renegociar metas e

    prazos credveis. E, simultaneamente, a Unio Europeia deve promover as

    condies favorveis criao de um ambiente amigo do crescimento

    econmico e do emprego.

    Assim, no plano interno, o PS insiste na:

    a) Renegociao das condies de ajustamento com metas eprazos credveis, adequados realidade econmica e social do pas e

    ao desempenho da economia europeia e mundial;

    b) Trajetria de consolidao do dfice oramental com adoo demedidas estruturais, conciliando rigor oramental com

    crescimento econmico;

    c) Renegociaro do alargamento dos prazos de pagamento departe da divida pblica;

    d) Renegociao da postcipao do pagamento de juros dosemprstimos concedidos ao abrigo do programa de assistncia

    financeira.

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    e)Apresentao de projetos de investimento reprodutivo eestruturante (caso da ligao ferroviria de mercadorias Sines Madrid,

    potenciando o Porto de Sines) aos Project bonds;

    2.1.2 Um Pacto para o crescimento e para o emprego

    Como o PS tem defendido, a sada da crise passa por uma resposta articulada e

    coerente ao nvel nacional e ao nvel europeu. Ao contrrio das duas vezes

    anteriores em que solicitmos ajuda externa, Portugal integra uma UnioMonetria com polticas monetrias e cambiais nicas. E como dissemos

    anteriormente, a crise tem uma forte dimenso europeia, em particular no seu

    diagnstico e na opo ideolgica para a enfrentar.

    No plano europeu, o PS defende:

    a) Criao de um Programa Europeu de Combate aoDesemprego Jovem, com ao prioritria em pases com elevada

    taxa de desemprego entre jovens, como o caso de Portugal. O

    financiamento deste programa ser feito atravs de um Fundo com

    duas origens: receitas das taxas sobre as transaes financeiras a

    suportar pelos bancos e 40% dos fundos comunitrios no utilizados,

    do atual quadro comunitrio de apoio (o total das receitas iniciais

    ronda os 100 000 milhes de euros);

    b) Reforo da ao do BCE junto dos mercados financeiros demodo a que diminuam os custos de financiamento dos Estados em

    maiores dificuldades;

    c) Mutualizao de uma parte da divida dos Estados, com aconsequente partilha de soberania oramental de cada Estado;

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    d)A criao da Unio Bancria completa com um sistema comumde garantia de depsito e um mecanismo de recapitalizao

    com poderes para intervir junto dos bancos.

    e)O MEEF deve poder emprestar dinheiro aos bancos semafetar a divida soberana dos Estados;

    f) A proposta defendida na alnea anterior deve aplicar-se, ao abrigo doprincpio de igual tratamento entre Estados Membros, aos pases que

    esto ao abrigo da assistncia financeira (no caso portugus

    representa uma diminuio da divida publica em cerca de 4

    p.p.);

    g) Convergncia fiscal, pondo fim ao dumping fiscal e introduzindoum s concorrncia entre empresas e praas financeiras;

    h) Gesto cambial conduzida de forma a no penalizar as economiasdo sul da Europa

    i) O aprofundamento da Unio Econmica e Monetria comoresposta afirmativa crise do euro;

    j) A correco dos profundos efeitos assimtricos resultantes da moedanica, das diferenas de competitividade e da crise financeira, tendoem vista o cumprimento do objectivo fundador inscrito nos Tratados

    de assegurar a convergncia de desenvolvimento entre regies e

    Estados;

    k) Um prximo ciclo de fundos estruturais com a dimenso eflexibilidade de regulamentao necessrias para se constituir como

    um instrumento decisivo de recuperao econmica e coeso

    territorial e promoo dos factores de competitividade e do

    crescimento inteligente, inclusivo e sustentvel. Assim, devero

    assumir-se como prioridades o combate ao desemprego jovem e

    emigrao qualificada; a melhoria das qualificaes, da capacidade

    cientfica e tecnolgica; a promoo da inovao e modernizao

    empresarial e a reduo do dfice energtico.

    2.2 Um pas moderno, justo e solidrio

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    2.2.1 Um pas moderno e desenvolvido

    Rejeitamos a ideia de que para ser competitivo Portugal tenha que empobrecer.O desafio outro. A nossa prioridade o reforo da centralidade do Pas em

    relao aos mercados globais. Por isso apostaremos nas conexes ferrovirias,

    areas e digitais e optimizaremos as redes de conexes rodovirias j

    existentes.

    Valorizaremos o mximo aproveitamento dos recursos endgenos. O vento, o

    sol, a gua e o territrio so a base para o desenvolvimento de actividadescriadoras de emprego, geradoras de riqueza, promotoras de exportaes e de

    substituio de importaes

    As energias renovveis, o turismo, a explorao mineira e a agro-pecuria so a

    base dinamizadora duma economia em que a inovao limpa, a indstria com

    acesso s modernas tcnicas e tecnologias e os servios de elevado valor

    acrescentado constituem fontes centrais de criao de riqueza e de emprego

    sustentvel.

    Apostaremos num Portugal posicionado na primeira linha da nova economia

    verde e inteligente. Um laboratrio de novas solues. Um Pas rede que no

    aceita ser um protetorado, mas antes afirma o seu papel de ponte entre

    economias, mercados e culturas para se colocar na fronteira tecnolgica e tirar

    partido da criatividade e da capacidade inovadora do seu povo.

    Fomentaremos e apoiaremos as redes competitivas e os clusters de

    especializao para dar dimenso ao nosso potencial, facilitar a

    internacionalizao das pequenas e mdias empresas e fortalecer a dimenso

    global da nossa economia.

    2.2.2.Um pas justo, coeso e qualificado

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    No nos resignaremos a continuar a ser um dos Pases desenvolvidos com

    maiores coeficientes de desigualdade no acesso aos rendimentos e s

    oportunidades. O acesso ao conhecimento a mais poderosa arma ao servio

    da justia social e da capacidade competitividade das sociedades.

    Acreditamos nos portugueses. Conhecemos o seu valor e o seu potencial.

    Queremos qualificar cada vez mais as pessoas para a partir da gerar

    comunidades mais preparadas para os desafios da modernidade, da

    solidariedade e da felicidade.

    Embora Portugal, enquanto Pas sob apoio financeiro internacional estejadispensado do cumprimento obrigatrio do Programa Nacional de Reformas no

    contexto da Estratgia Europa 2020, consideramos que o seu desgnio

    mobilizador no deve ser abandonado e que nada justifica a desistncia das

    metas nele estabelecidas, no que se refere aposta na investigao e na

    inovao, na criao de emprego, na aposta nas energias renovveis e na

    eficincia energtica, no reforo das qualificaes e no combate pobreza.

    O desgnio de permitir que a nova gerao de portugueses tenham pelo menos

    acesso s condies mdias da Unio Europeia no que diz respeito aos

    indicadores de qualificao e justia social no horizonte de 2020 constitui um

    compromisso mobilizador essencial e uma aposta em Portugal e nos

    portugueses que contrasta fortemente com o baixar de braos e os sinais de

    desistncia da maioria ultraliberal que nos governa.

    2.2.2 Uma agenda para o crescimento e empregoA estabilizao da economia portuguesa e o rigor e a disciplina oramental so

    condies mas no sero, por si s, suficientes para que Portugal volte a

    crescer, criar emprego e possa debelar o seu diferencial de competitividade

    face s economias mais desenvolvidas do Mundo, em particular daquelas que

    se encontram dentro do mesmo permetro monetrio e cambial.

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    Uma aposta no progressivo aumento do grau de abertura da economia

    portuguesa, que sustentadamente reequilibre a balana de bens e servios e

    reduza as necessidades de financiamento externo do pas, bem como crie novos

    postos de trabalho, qualificados e com rendimentos do trabalho mais elevados,so objetivos essenciais de uma alternativa credvel que devolva a esperana

    aos portugueses. O incremento progressivo dos rendimentos do trabalho de

    acordo com o aumento da produtividade deve ser um dos objetivos

    programticos da poltica econmica do PS.

    Por outro lado, torna-se urgente que as medidas tendentes concretizao

    destes objetivos com horizonte temporal mais dilatado, possam seracompanhadas por outras, de mais curto-prazo, orientadas criao de

    emprego, satisfao da procura externa e reduo da dependncia

    energtica e alimentar, e que tenham impactos mais imediatos sobre a

    atividade econmica.

    Uma agenda para o crescimento e o emprego que reforce um caminho de

    aumento de valor da oferta portuguesa, atravs de recursos humanosqualificados, com sustentabilidade ambiental, com um territrio que acolha de

    forma eficiente investimento direto estrangeiro (IDE), que aumente o nmero

    de empresas (PMEs) em atividades exportadoras, prosseguindo um caminho de

    diversificao de mercados, e que reduza no curto-prazo o desemprego, em

    particular em sectores que tm vindo a perder de forma mais acentuada postos

    de trabalho, uma pea essencial para construir o pas que queremos ser, e

    que o PS prope sociedade portuguesa. Com estas medidas ser possvel

    tambm contribuir para uma trajetria de ajustamento credvel do dfice

    oramental e de diminuio da dvida pblica.

    Uma agenda para o crescimento e o emprego com sete pilares fundamentais:

    1.Qualificao das Pessoas

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    Utilizar os fundos comunitrios, do QREN (no mbito do POPH), e em particular

    do novo QCA 2014-2020, para combate ao desemprego, promoo das

    qualificaes e reforo da ligao ao terceiro sector.

    2.Financiamento da Economia e Capitalizao das PMEsCriar um Banco do Fomento e promover instrumentos de financiamento e

    capitalizao das empresas, nomeadamente das PME, de modo a que haja

    investimento, exportaes e desenvolvimento dos recursos endgenos da

    economia nacional.

    3.Reduo dos Custos de Contexto do Desenvolvimento daAtividade Econmica

    Assumir a simplificao administrativa, a luta contra a burocracia e um eficiente

    funcionamento do Estado como factores essenciais de competitividade e

    atraco de investimento.

    4.Apoio I&D e Inovao nos Processos e nos ProdutosReforar a ligao dos plos de competitividade e dos clusters ao SistemaCientfico e Tecnolgico e desenvolver um programa de apoio ao

    Empreendedorismo.

    5.Incentivo e Promoo da Economia Verde, das EnergiasRenovveis, da Eficincia Energtica e da Produo Nacional

    Desenvolver um Programa de Reabilitao Urbana, prosseguir o

    desenvolvimento sustentvel do clusterdas energias renovveis, desenvolver a

    Economia do Mar, o sector agrcola e agro-alimentar, a floresta e o turismo.

    6.Promoo das Exportaes e Internacionalizao da EconomiaPortuguesa

    Desenvolver um programa integrado em que a Inteligncia Econmica, os

    instrumentos pblicos de seguro de crdito exportao, os mecanismos fiscais

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    e a diplomacia econmica interajam para aumentar a quantidade e valor das

    exportaes portuguesas.

    7.Captao de Investimento Direto Estrangeiro

    Assumir como estratgica a captao de IDE promovendo um benchmarkingda

    competitividade do territrio e do tecido empresarial portugus e accionando

    instrumentos financeiros e fiscais adequados.

    Esta agenda para o crescimento e emprego, com prioridades definidas,

    conjugando aes com horizonte temporal diferenciado, no curto-prazo para

    estancar a espiral recessiva e o aumento do desemprego, mas no mdio/longo-prazo para que Portugal possa suprir o gapde competitividade estrutural que

    limita a sua capacidade de criar riqueza e suprir as suas necessidades de

    financiamento das funes sociais do Estado, garantir a coeso social e

    territorial e a gerao de novas oportunidades de desenvolvimento e de

    emprego qualificado.

    2.2.3 Um Estado transparente, forte e eficienteA reforma do Estado no pode ser feita pressa, nem nas costas dos

    portugueses. Nem pode ser confundida com um corte de 4.000 milhes de

    euros, por opo do Governo. A reforma do Estado no comea do zero como

    se nada para trs existisse de bem feito, nem existissem dinmicas positivas

    que importa conhecer melhor e incentivar.

    Conhecer a realidade, o ponto de partida, a solidez da fundamentao, devem

    servir para auxiliar a deciso poltica de qualquer reforma.

    A reforma do estado e da administrao publica, enquanto objectivo de

    modernizao da sociedade, deve direccionar-se na defesa e aprofundamento

    do Estado social e da democracia, mediante:

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    1. A concretizao dos direitos dos cidados proteco do interesse pblico,

    com a interveno do Estado no quadro da satisfao equitativa e justa das

    funes da educao, sade, proteco social (a todos assegurando essencial

    dignidade), a racionalizao da eficcia das funes de soberania Justia,segurana interna e defesa, o acesso aos bens pblicos como os transportes, a

    cultura ou a liberdade de informao e as funes da interao econmica e

    financeira, e de representao externa, no mbito da direco estratgica do

    Governo.

    2. A aproximao dos cidados as instncias de deciso administrativa,

    promovendo a reforma descentralizadora da Administrao Central, a suadesconcentrao e desburocratizao e a aproximao dos cidados as

    instncias de deciso administrativa.

    3. A reforma do sistema poltico, desde logo a lei eleitoral a Assembleia da

    Republica, num quadro de respeito das regras da proporcionalidade,

    governabilidade e aproximao dos eleitos aos eleitores.

    Neste enquadramento o Estado tem que garantir o contrato social

    constitucionalmente consagrado reforando o dilogo social, a sustentabilidade

    das funes sociais do Estado e a coeso social e territorial e a eficcia dos

    investimentos pblicos e da disciplina e rigor oramentais.

    0 Estado Social moderno tem que assegurar uma poltica fiscal mais equitativa,

    progressiva, transparente e inovadora. E s um Estado forte pode garantir

    mais justia, mais eficcia, mais democracia.

    O princpio da equidade deve orientar a distribuio de sacrifcios dos

    portugueses. Cada pessoa deve contribuir na medida da sua riqueza e dos seus

    rendimentos de modo justo e equilibrado, no respeito pela Constituio da

    Repblica.

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    O PS deve liderar o debate sobre a reforma do Estado, em defesa dos

    valores de que portador e garante na sociedade portuguesa e na procura de

    solues que garantam a sustentabilidade, a modernizao e a eficcia das

    polticas pblicas e do Estado. Mas o PS recusa a ideia de uma reforma doEstado centrada apenas no Estado Social. Pelo contrrio, os sectores da Justia,

    da Segurana e da Defesa Nacional reclamam uma

    renovada atitude reformista, capaz de enfrentar os interesses instalados. Do

    mesmo modo, reformar o Estado tambm aprofundar a descentralizao no

    territrio continental e no esquecer a regionalizao; aprofundar e

    responsabilizar a componente regional autonmica do Estado, racionalizar o

    Sector Empresarial do Estado central, regional e local; melhorar a gestopblica; retomar o dinamismo perdido da modernizao administrativa e do

    governo electrnico; e assegurar o efectivo funcionamento dos instrumentos de

    valorizao do mrito na funo pblica.

    O PS no recusa polticas dirigidas ao reforo da sustentabilidade e da equidade

    do Estado Social. Pelo contrrio, o PS sabe que defender o Estado Social estar

    atento necessidade de mudana, tendo em conta a evoluo dos riscossociais e das condicionantes da sustentabilidade das polticas sociais. por isso

    que o PS foi sempre o grande partido da construo do Estado Social, mas

    tambm da sua reforma. a defesa do Estado Social que exige do PS uma

    permanente atitude reformista.

    O PS valoriza o Estado Social como um Estado de investimento social, isto ,

    um Estado que age sobre os fatores que determinam a capacidade de

    desenvolvimento do Pas no longo prazo, que promova o combate pobreza e

    a reduo das desigualdades e d prioridade s qualificaes. Ao PS caber,

    uma vez mais, garantir a afirmao da escola pblica como espao de

    oportunidades e direitos para todos, jovens e adultos, independentemente das

    situaes socioeconmicos de partida. Porque o PS sabe que a igualdade de

    oportunidades se joga muito no campo das qualificaes.

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    Um Estado de investimento social tambm aquele que enfrenta outros

    desafios estruturais, como o da evoluo demogrfica, que exige polticas

    sociais destinadas a contrariar a reduo da natalidade, designadamente

    medidas de apoio s famlias, de apoio parentalidade e de conciliao da vidaprofissional e familiar.

    O PS aspira a um Estado Social suficientemente atento para adoptar polticas

    orientadas para a proteco dos riscos ao longo da vida, com a noo clara de

    que, na actual conjuntura, o maior desses riscos o desemprego, em particular

    o desemprego entre os jovens, ao qual no pode deixar de ser dada uma

    resposta sistmica no campo das polticas pblicas. por aqui que passa omaior desafio da necessria estabilizao social, que deve articular-se com uma

    renovada aposta no crescimento econmico. Urge mobilizar recursos,

    designadamente fundos comunitrios, para apostar num programa massivo de

    formao e insero profissional que promova alguma estabilizao de

    rendimentos das centenas de milhares de famlias afetadas pelo flagelo do

    desemprego.

    Quanto ao sistema pblico de segurana social, o PS, como partido reformista,

    compreende as implicaes da mudana na estrutura social e familiar.

    Favorecer as condies de ingresso no mercado de trabalho, apoiar as

    transies, promover polticas ativas de qualificao profissional e manuteno

    da ligao dos trabalhadores ao mercado de trabalho, estimular o

    envelhecimento activo - eis alguns dos desafios prioritrios. Por outro lado,

    depois do progresso alcanado com a reduo da pobreza dos idosos para

    quase metade, importa concentrar recursos no combate pobreza das

    crianas, em particular as inseridas em famlias numerosas e monoparentais

    com baixos rendimentos.

    No mbito do Servio Nacional de Sade - patrimnio maior do PS importa

    continuar a garantir a igualdade no acesso, promover a diminuio da

    ineficincia na prestao dos cuidados hospitalares, reforando os cuidados

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    primrios e os cuidados continuados. Por outro lado, necessrio gerir melhor

    o binmio inovao/planeamento de terapias e cuidados, no quadro da

    autonomia clnica, de modo a garantir sustentabilidade e equidade nos cuidados

    de sade.

    A democracia s pode impr-se como o regime superior de organizao social

    se se afirmar como "o mais justo, mais eficaz e mais forte".

    No que respeita ao sistema poltico nacional estamos empenhados em

    prosseguir um processo participado e partilhado da sua reforma, que refere a

    legitimidade e credibilidade da democracia, o papel do parlamento nacional, atransparncia financeira, o aprofundamento da legitimidade do exerccio poltico

    centrado na responsabilidade cvica, um clara sistema de controlos recprocos e

    separao de poderes entre as autoridades pblicas, a modernizao dos

    sistemas eleitorais, o alargamento dos mecanismos de participao dos

    cidados, o reconhecimento aprofundado do principia da paridade, a

    valorizao da igualdade como contrapartida natural da liberdade e da

    diferena, a adaptao aos novas desafios sociais e tecnolgicos.

    A transparncia, como processo de melhoria da qualidade da democracia,

    implica uma maior responsabilizao e um exerccio mais ativo da atividade

    poltica como funo nobre ao servio de todos os cidados.

    A transparncia e o necessrio corolrio dessa mudana. S assim poder haver

    responsabilizao dos agentes polticos. S assim ser possvel individualizar

    aqueles que, por fora de um sistema opaco, contribuem para criar uma

    imagem de suspeio generalizada sobre a vida pblica, colocando os

    respectivos interesses individuais frente da causa pblica.

    O PS participar na busca de consensos alargados para a definio de regras de

    transparncia, registo e mbito da actividade de lbis.

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    Outro dos nossos eixos da aco poltica ser o combate corrupo. A

    corrupo inimiga do Estado de Direito e est a enfraquecer o nosso regime

    democrtico, apresentando-se como um fenmeno que ultrapassa em muito a

    esfera da actuao pblica, sendo transversal a toda a sociedade portuguesa e,por isso, constituindo-se como uma sria ameaa para o desenvolvimento

    econmico sustentvel.

    2.2.4 Na Europa com voz prpriaPortugal tem um territrio de 92 090 Km2 e 10,5 milhes de habitantes. Num

    forte contexto de globalizao, a integrao poltica e econmica numa regiodo mundo condio necessria para a sobrevivncia do pas. Portugal deve

    reafirmar a sua opo europeia, quer como membro da Unio, quer como

    membro da zona euro.

    Reafirmar a opo europeia exige ter um pensamento claro quanto ao que deve

    ser a Europa e que papel deve Portugal desempenhar no seio da Unio.

    Ao contrrio do Governo que se comporta com um bom aluno, sem voz prpria,

    aceitando e executando tudo o que a liderana europeia lhe transmite, o PS

    entende que, mesmo num quadro de assistncia financeira externa, Portugal

    deve pugnar, de forma ativa, por uma Unio Europeia das pessoas que seja

    capaz de responder aos seus problemas concretos, de que o desemprego o

    mais urgente.

    O somatrio de polticas oramentais nacionais, por mais coordenadas que

    sejam, no origina uma poltica econmica europeia. Muito menos envolto num

    clima de egosmos nacionais e de discursos polticos de pendor nacionalista,

    geralmente caraterizados por uma narrativa de punio moral.

    Basta de ambiguidades, em que a Europa se entretm desde o incio da dcada

    de noventa do sculo passado. preciso fazer escolhas!

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    A Europa dos Governos deve dar lugar Europa das Pessoas e dos Estados.

    Este objetivo deve ser alcanado atravs do princpio da igualdade, estruturante

    dos regimes federais. A partilha de soberania e o seu exerccio em conjunto aexpresso inteligente de uma nova abordagem para a adequao do conceito

    de soberania, real e no formal, aos nossos tempos.

    O PS defende a criao de um processo aberto, participado e transparente de

    reviso dos tratados europeus visando a aprovao de um novo Tratado

    Europeu.

    Este novo Tratado Europeu deve acolher, sem ambiguidades, a governaopolitica e econmica europeia (instituies, competncias e instrumentos) e

    mais democracia (responsabilizao politica, atravs de eleio direta, dos

    principais decisores europeus).

    Um novo Tratado para uma nova Europa exige tambm um oramento europeu

    com dotao superior existente (cerca de 1% do PIB) atravs de receitas

    prprias, com base no federalismo fiscal. Um oramento com mais recursospermite a adoo de polticas anti-cclicas (necessrias para a sada da crise), o

    desenvolvimento econmico (atravs de investimento reprodutivo), elimina os

    vetos aos pases em dificuldades e pe fim aos folhetins confrangedores para

    aprovao dos oramentos da UE, como estamos, infelizmente, a assistir.

    A integrao politica na UE no deve excluir outras formas de cooperao

    multilateral com outras regies ou pases do mundo. Essa cooperao deve

    obedecer a opes polticas claras e a prioridades muito bem definidas. O

    espao da lusofonia, seja atravs da CPLP ou de relaes bilaterais com os

    pases que a integram, deve constituir-se na primeira prioridade da ao poltica

    de Portugal nos domnios da cooperao econmica, cultural e politica.

    3 Mobilizar e Reforar a confiana dos portugueses no PS

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    3.1 Uma nova forma de fazer poltica

    O PS um partido que aspira a governar Portugal. O PS no um partido de

    oposio. O PS est na oposio. Um oposio firme e na defesa dos seus

    valores, responsvel perante os compromissos assumidos e agindo

    construtivamente, apresentando sempre alternativa quando discorda de uma

    proposta do Governo.

    O PS fixou uma regra de ouro: no prometer nada na oposio que no possa

    cumprir quando for Governo.

    Esta postura condio de credibilidade da alternativa do PS.

    A unidade no PS uma condio referencial para o que mais importa fazer: unir

    os portugueses numa larga plataforma de entendimento em torno de solues

    partilhadas para os problemas nacionais.

    Impe-se que o PS em nenhum momento se deixe cair na tentao doisolacionismo. S em torno do PS possvel congregar disponibilidades e

    mobilizar energias criativas. com tal entendimento que o PS se declara

    firmemente empenhado em constituir-se como plo agregador de concertao

    social.

    A concertao social e o dilogo poltico estruturaram o modo de aco

    poltica do Partido Socialista, que se deve assumir como plataforma aberta aoentendimento e participao. Estreitar relaes intensas com

    empreendedores, associaes sindicais e patronais, sem discriminaes,

    instituies de solidariedade social, ONGs e outros movimentos informais

    significar fazer do PS um interlocutor constante dos protagonistas sociais.

    Assim, o PS deve mobilizar o maior nmero de organizaes e cidados para as

    tarefas que o pas mais reclama e de que carece.

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    A consequncia natural desse empenhamento na concertao e no dilogo o

    PS se assumir como interlocutor privilegiado na busca de solues de

    compromisso e entendimento com os demais partidos polticos. Sem quebra da

    sua identidade e do seu iderio, sem hipotecar os seus valores e o rumo deuma estratgia consequente para o Pas, o PS deve empenhar-se em obter do

    eleitorado confiana que lhe permita uma maioria absoluta para governar mas

    deve, igualmente, deixar claro que, seja qual for a dimenso dessa maioria, a

    sua disponibilidade para o dilogo e para o empenhamento na prossecuo de

    solues conjuntas, a todos os nveis da governao, deve ser uma constante e

    um compromisso fundamental com todos os eleitores.

    O PS defende umAcordo de Concertao Estratgica. Este acordo deve ter

    como objectivo travar o empobrecimento, estabilizar as expectativas dos

    agentes econmicos e promover a competitividade da economia. Este acordo

    de confiana deve regular o seguinte:

    1)Estabilizao de mdio prazo do quadro fiscal e dasprestaes sociais;

    2) Evoluo dos salrios em torno dos ganhos de produtividade,da situao econmica do Pas, da taxa de inflao e dos ganhos

    de competitividade relativa com outras economias;

    3)Aumento do salrio mnimo e das penses mais reduzidas,como forma de combate pobreza e apoio recuperao da

    procura interna;

    4) Reposio dos nveis de proteo social assegurados pelocomplemento social para idosos e pelo rendimento social de

    insero;

    5)Valorizao da contratao colectiva, como quadro adequadopara a promoo da melhoria da produtividade nos diferentes

    sectores.

    6)Mobilizar recursos, designadamente fundos comunitrios, paraapostar num programa massivo de formao e insero

    profissional.

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    3.2 Os objetivos eleitorais: um ciclo vitorioso

    Vamos entrar num longo ciclo eleitoral. Um ciclo decisivo para Portugal e para o

    PS. Os portugueses vo, em cada momento eleitoral, ser chamados a envolver-

    se com a afirmao de um projecto para um Portugal justo, moderno e solidrio

    protagonizado pelo PS. Este ciclo eleitoral particularmente relevante porque

    perante o empobrecimento dos portugueses e a pretenso de

    desmantelamento do estado social, os eleitos do PS, nos planos local, europeu

    e nacional, protagonizaro, com empenho, uma resposta que concretize um

    Portugal justo, moderno e solidrio.

    A afirmao de um PS unido, construtivo e com cultura de compromisso

    condio essencial para a apresentao de uma proposta mobilizadora para o

    pas que se traduza em vitrias nas eleies autrquicas, nas eleies europeias

    e nas eleies legislativas.

    A recuperao da confiana dos portugueses materializada nesses sucessos

    eleitorais ser sempre o resultado da unidade na ao poltica do PS e do amplo

    debate em torno das bases comum de orientao estratgica que o Partido

    colectiva e democraticamente aprovar.

    As eleies autrquicas so uma das prioridades polticas do PS em 2013. A

    nossa meta trabalhar para que o PS volte a ser primeiro partido autrquico.No ser tarefa fcil, entre outras razes pelo facto de uma parte substancial

    dos actuais presidentes de cmara, autarcas de prestgio, no se poder

    recandidatar por fora da lei.

    No plano autrquico concorreremos em todo o pas de forma autnoma

    afirmando a nossa matriz e o nosso programa em aliana com as populaes e

    os seus movimentos cvicos de acordo com as dinmicas prprias de cada

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    freguesia e de cada concelho, respeitando a vontade poltica das bases do

    partido.

    O abandono das populaes sua sorte com a extino cega de freguesiasreforou o papel absolutamente central dos autarcas como ltimo elo de ligao

    dos cidados a instituies colectivas imprescindveis para a preservao da

    coeso social e territorial.

    As eleies europeias sero o momento por excelncia de reafirmao do

    projecto europeu e constituiro uma oportunidade para recuperar a confiana

    dos portugueses a partir de um debate lcido e esclarecedor sobre as origensda crise, sobre a importncia das respostas coordenadas no plano europeu e

    sobre a necessidade de uma viso federalista e democrtica da Unio Europeia.

    No mbito da agenda socialista europeia quanto ao que deve ser o futuro do

    projecto europeu, nunca como hoje foi to determinante para o futuro do pas

    a escolha de eurodeputados portugueses. Este ser um momento vital para a

    afirmao do caminho escolhido pelo Partido Socialista para a sada da crise e

    para o cumprimento do seu projecto de alternativa. , alis, condio do seusucesso, o que responsabiliza excepcionalmente os candidatos do PS.

    As eleies legislativas sero o momento determinante para a escolha dos

    portugueses entre duas propostas alternativas: uma proposta ultraliberal que

    deixa os portugueses sua sorte ou uma opo progressista e solidria que

    no deixa ningum para trs. este o grande desgnio do PS neste ciclo

    eleitoral e para o qual o PS se apresenta com uma proposta poltica alternativa

    e ganhadora para governar Portugal.

    O PS lidera a mudana e tem um rumo: Portugal Primeiro.