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SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE GUARAPUAVA PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL 2007 – 2008 CADERNO PEDAGÓGICO A totalidade do conhecimento na escola 5ª SÉRIE - ENSINO FUNDAMENTAL ORIENTADORA: PROFESSORA DOUTORA ANGELA HIDALGO ORGANIZAÇÃO: PROFESSORA PDE DILCEIA CAMARGO MACHADO COLABORADORES: PARTICIPANTES GTR.

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SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE GUARAPUAVA

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

2007 – 2008

CADERNO PEDAGÓGICO A totalidade do conhecimento na escola

5ª SÉRIE - ENSINO FUNDAMENTAL

ORIENTADORA: PROFESSORA DOUTORA ANGELA HIDALGO

ORGANIZAÇÃO: PROFESSORA PDE DILCEIA CAMARGO MACHADO

COLABORADORES: PARTICIPANTES GTR.

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APRESENTAÇÃO

Esse trabalho é o início de uma prática que deve tornar-se permanente e criar

produções para estudo. É busca da possibilidade de uma prática pedagógica que trabalhe os

conteúdos de forma contextualizada em todas as áreas do conhecimento humano, aumentando o

rendimento dos alunos para garantir a efetivação do processo ensino-aprendizagem. É discussão

sobre procedimentos pedagógicos para os professores utilizarem no trabalho com a leitura,

escrita e interpretação em cada campo específico do conhecimento.

Considerando que essas são as maiores dificuldades que os alunos da 5ª série

apresentam, necessitamos de uma nova organização do trabalho pedagógico, sugerindo aqui a

interdisciplinaridade. Com um Caderno Pedagógico Interdisciplinar que auxilie e dê condições

do professor experimentar uma nova forma de tratamento dos conteúdos, há de ser uma

experiência inicial no processo de engajamento à interdisciplinaridade no ensino fundamental

da rede pública de ensino.

De acordo com Gasparim (2002), esse fazer pedagógico é uma forma que permite

compreender os conhecimentos em suas múltiplas faces dentro do todo social. Cada conteúdo é

percebido não de forma linear, mas em suas contradições, em suas ligações com outros

conteúdos da mesma disciplina ou de outras disciplinas. Assim, cada parte, cada fragmento do

conhecimento só adquire seu sentido pleno à medida que se insere no todo maior de forma

adequada.

No mundo das divisões do conhecimento, das especificidades que possibilitam e, freqüentemente, proporcionam a perda da totalidade, busca-se, cada vez mais, a unidade, a interdisciplinaridade, não como forma de pensamento unidimensional, mas como uma apreensão crítica das diversas dimensões da mesma realidade (GASPARIM, 2002).

Pretende-se verificar na prática da escola pública, se a interdisciplinaridade possibilita

ou não uma maior aprendizagem dos conteúdos da 5ª série do Ensino Fundamental. Há

pressupostos teóricos que apontam nessa possibilidade e também há hipóteses de que cause

impactos sobre o envolvimento dos alunos nas aulas, causando mais interesse e o gosto pelos

conteúdos, possibilitando condições de mais desenvolvimento da interpretação sobre os fatos

abordados, garantindo mais estreitamento na relação professor-aluno e diante disso, melhora na

disciplina da turma como um todo.

Como principal organizador do PPP, o profissional da educação denominado Professor

Pedagogo, terá a tarefa de elaborar a partir da comunidade escolar e sua realidade, momentos

junto aos professores para selecionar os conteúdos, o tempo, o espaço a serem utilizados e a

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responsabilidade do profissional de cada disciplina. A equipe pedagógica da escola dará o

suporte de sustentação a esse trabalho, com autonomia de escolha e o necessário preparo ao

professor, através da formação continuada, sem absolutamente ferir os princípios adotados nas

diretrizes curriculares do Estado.

Diante da necessidade de pesquisa sobre o tema, este Caderno Pedagógico auxiliará o

trabalho do professor que, muitas vezes sente-se inseguro em realizar um planejamento

interdisciplinar.

É um novo desafio para a escola que, conforme Gasparim (2002), o ponto de partida é

a tomada da realidade social mais ampla devendo cada conteúdo ser analisado, compreendido e

apreendido dentro de uma totalidade dinâmica.

Para FRIGOTTO (2001) esse desafio só será decifrado, buscando a

interdisciplinaridade como algo que historicamente se impõe como imperativo. Para esse autor:

Para tornar-se dominante uma concepção de totalidade concreta de conhecimento é preciso que essa totalidade vá se concretizando no plano da produção da vida social. Isto significa dizer que é, ao mesmo tempo, um problema ético-político, econômico, cultural e epistemológico. É neste terreno que iremos perceber a complexidade do desafio a enfrentar quando temos como convicção ético-política a necessidade de lutarmos em todos os planos para suplantar as relações sociais de alienação e exclusão (FRIGOTTO, 1995 – pág. 40).

Diante de tantas considerações sobre o trabalho interdisciplinar, aqui o foco é o

trabalho com a 5ª série, pensando a organização pedagógica, na responsabilidade do pedagogo,

na concentração e persistência do trabalho que essa série nos exige.

Será preciso um conjunto de esforços de todos os professores, direção e equipe

pedagógica, para conhecerem e compreenderem novos fatos, analisarem os elementos

envolvidos no planejamento interdisciplinar, de aplicarem seus conhecimentos em novos

problemas, de sintetizarem interpretações diferentes de um mesmo assunto no processo de

ensino-aprendizagem.

SUMÁRIO

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 04

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2. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO ........................................................ 13

3. PLANEJAMENTO INTERDISCIPLINAR ........................................................... 17

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 24

5. ANEXOS ...................................................................................................................... 26

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para FRIGOTTO (1995), interdisciplinaridade não é uma questão de método de

investigação e nem de técnica didática, ainda que se manifeste enfaticamente neste plano.

Sustenta que a questão da interdisciplinaridade se impõe como necessidade e como problema

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fundamentalmente no plano material histórico-cultural e no plano epistemológico. A

necessidade do trabalho interdisciplinar decorre da própria forma de o homem produzir-se

enquanto ser social e enquanto sujeito e objeto do conhecimento social.Essa necessidade funda-

se no caráter dialético da realidade social que é, ao mesmo tempo, una e diversa e na natureza

intersubjetiva de sua apreensão.

O caráter uno e diverso da realidade social nos impõe distinguir os limites reais dos sujeitos que investigam os limites do objeto investigado. Delimitar um objeto para investigação não é fragmentá-lo, ou limitá-lo arbitrariamente. Ou seja, se o processo de conhecimento nos impõe a delimitação de determinado problema, isto não significa que tenhamos que abandonar as múltiplas determinações que o constituem. E, neste sentido, mesmo delimitado, um fato teima em não perder o tecido da totalidade de que faz parte indissociável. (FRIGOTTO, 1995, p. 27).

Para MACHADO, compreender é apreender o significado de um

objeto ou de um acontecimento; é vê-lo em sua relação com outros

objetos ou acontecimentos. Os significados constituem, pois, em feixes de

relações que por sua vez se entretecem, se articulam em teias, em redes,

construídas socialmente e individualmente e em permanente estado de

atualização (MACHADO, N. J., 1994, p..21).

É preciso recuperar a discussão sobre a configuração, o plano e o desenvolvimento

prático do projeto educativo e cultural da escola. É uma forma de complementar o discurso

pedagógico desde a racionalização das idéias e valores que orientam as decisões em torno de

seus conteúdos até a racionalização dos meios para obtê-los e comprovar seu bom resultado.

Os desafios no plano da realidade que se quer conhecer não são menores sobretudo quando o objeto do conhecimento é a própria práxis humana. Quando nos esforçamos para conhecer determinado aspecto ou fato das múltiplas práticas e relações sociais que os homens estabelecem num determinado tempo, numa determinada cultura, percebemos que mediata ou imediatamente o sujeito que busca conhecer este aspecto da realidade está nela implicado (FRIGOTTO, 1995, p. 32).

A discussão sobre a apresentação dos conteúdos por meio da interdisciplinaridade é

compreendida como um ato de troca, de reciprocidade entre as disciplinas ou ciências

(FAZENDA, 2005, p. 22). Para Ivani Fazenda, o termo interdisciplinaridade não possui um

sentido único e estável, é uma proposta de substituição da concepção fragmentária para a

unitária do ser humano.

São muitas as concepções que os professores têm ao chegar a escola, sendo necessário

uma formação continuada que dê conta das dificuldades da formação inicial dos professores. O

profissional que tem o papel de buscar a unidade do trabalho pedagógico é o professor

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pedagogo (profissional responsável pela organização do trabalho pedagógico). Mas, o

referencial teórico metodológico que norteia sua prática cotidiana, está em consonância com

esse momento histórico, de reflexão sobre currículo, estabelecendo a coordenação e cooperação

entre as disciplinas? O ambiente escolar propicia esse trabalho coletivo?

Esse trabalho depende da auto-organização, da responsabilidade e da cooperação

consciente de todo o grupo (FAZENDA, 2005, p. 42).

Esse mesmo grupo, que questiona como absurdo que na 5ª série não se adquira as

capacidades básicas da leitura, da escrita e da interpretação, muitas vezes trata a questão como

se o aprendizado fosse uma aptidão natural e espontânea. E, no entanto, trata-se de habilidades

adquiridas com esforço, não de modo espontâneo. Trata-se de um processo histórico, fruto e

motor da humanização do homem. A essas habilidades só se pode chegar por um processo

discutido e contínuo, sendo organizado.

Em Marx, tanto a produção do objeto opera a humanização do próprio objeto, como a

objetivação do homem significa ao mesmo tempo a apropriação do objeto pelo homem. Esta

“apropriação do objeto significa apropriação da força essencial do homem que se tornou

objetiva” e que não ocorre espontaneamente, mas é mediada pelos adultos – conseqüentemente,

pela sociedade (MARKUS, 1974, p. 52-53 in HIDALGO, 2004, p. 75).

A aprendizagem fora da escola também ocorre por um processo de ensino

humanizador, ocorrendo até mesmo de forma espontânea, mas é na escola o espaço de estudo

sistematizado para humanizar o homem. Aprendizagem pressupõe ensino, e ensino na escola

pressupõe conceitos científicos.

Os estudos de Vygotski indicam a existência dos conceitos espontâneos, cotidianos ou

educação informal (apreendidos pela experiência, observação e interação da criança) e dos

conceitos científicos, ou seja, conhecimentos escolares, educação formal (relacionados aos

conhecimentos sistematizados que exigem o domínio de noções complexas, e que são formados

pela mediação do ensino).

É de conhecimento de todos os profissionais da educação que, as disciplinas existem

para a formação desses conceitos científicos, que cada área produziu um campo de

conhecimento que não pode ser negado. Essa é uma afirmativa também da Pedagogia Histórico

Crítica que coloca que ensinar é compatível com o conteúdo e que o professor pode definir o

currículo a ser trabalhado, restabelecer a síntese das partes, pois as disciplinas formam um todo.

Para HIDALGO (2004), os conteúdos escolares são, nesta perspectiva, os principais

elementos para a construção dos conceitos, os quais, considerando as experiências sociais dos

sujeitos, são confrontados com os elementos ideológicos e culturais presentes nos

conhecimentos elaborados pelos alunos com base em sua experiência empírica. Este confronto é

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que permite que tanto professores como alunos elaborem sínteses criadoras, num processo

permanente de revisões e reelaborações, tanto das experiências vividas, dos elementos culturais

específicos, como da dimensão ideológica do conhecimento científico e da cultura hegemônica.

Portanto, a didática da pedagogia histórico-crítica, coerentemente com esta postura de confronto

entre diferentes elaborações, toma a prática social como ponto de partida, passando pela

problematização desta realidade vivida, sua compreensão a partir dos conhecimentos históricos-

sociais, e volta à prática social para a construção de uma compreensão articulada dos elementos

que a condicionam.

A proposta da pedagogia histórico-crítica, sugere uma atividade inicial de

“mobilização dos alunos para a construção do conhecimento”, em que estes buscam “o

conhecimento da prática social imediata a respeito do conteúdo curricular proposto”, momento

este seguido da problematização dos conteúdos. Posteriormente a problematização, os

professores promoveriam uma série de atividades de “instrumentalização” e, por último,

atividades de “catarse” (GASPARIN, 2002, P. 15 in HIDALGO, 2004, p. 110).

Na atividade inicial, antes do desenvolvimento do tema proposto, criam-se situações

em que os alunos manifestem suas percepções da realidade social, suas vivências, necessidades

e expectativas. De acordo com HIDALGO (2004), é exatamente neste momento do processo

que o professor reconhece o ponto de partida do trabalho pedagógico, que consiste no

reconhecimento dos conceitos que os alunos adquiriram na experiência concreta, cujas

características percebidas com maior facilidade são as visuais. Para que a criança descubra as

propriedades essenciais dos conceitos, a partir da percepção da explicitação das contradições

entre as concepções oriundas da vida cotidiana com os conhecimentos científicos, desenvolve-

se a relação ensino-aprendizagem, cujo início requer esta contextualização do conteúdo a ser

trabalhado.

No segundo momento, a problematização, momento em que se inicia o trabalho com o

conteúdo (Gasparim, 2002), realiza-se o confronto entre a realidade e o conteúdo, ou seja, as

questões sociais precedem a seleção dos conteúdos.

No momento seguinte, o da instrumentalização, o professor apresenta de forma

sistemática o conteúdo e os educandos desempenham ações intencionais para apropriação do

conhecimento, recriando-o e tornando-o seu, realizando ao mesmo tempo a continuidade e a

ruptura entre o conhecimento do cotidiano e o científico (GASPARIM, 2002).

Finalizando a didática da pedagogia histórico-crítica, Gasparim (2002) apresenta a

catarse, momento em que o aluno apresenta oralmente ou por escrito a síntese, a reelaboração

dos conceitos espontâneos confrontados com o conhecimento sistematizado, tendo uma visão de

totalidade integradora daquilo que antes parecia partes dispersas (GASPARIM, 2002).

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A alternativa é uma perspectiva reflexiva que entende que o conhecimento dado no

currículo como legítimo deve ser o resultado de uma discussão que foi objeto de revisões e de

críticas, resultado de uma organização democrática contínua.

O currículo deverá traduzir essa organização dispondo o tempo, os agentes e os

instrumentos necessários para que os esforços do alfabetizando resultem em sucesso na

aprendizagem.

Tendo por base essa afirmativa, o presente estudo é de quando uma criança não

aprende a ler ou a escrever, ou ambos, é preciso levar em consideração a escrita como um

sistema que é uma manifestação da capacidade humana de simbolizar; o educando, seu período

de desenvolvimento e sua experiência cultural; o professor, a qualidade da mediação realizada

por ele, sua formação profissional e seu conhecimento pedagógico; a escola, a organização do

tempo e do espaço, a gestão e o contexto de desenvolvimento por ela oferecido; o

conhecimento, o momento histórico em que ocorre o ensino-aprendizagem; a cultura e a prática

pedagógica, principalmente a dinâmica dos processos que acontecem na sala de aula (LIMA,

2002).

Pensando na organização do trabalho pedagógico, é importante refletir que desde a

Grécia de Platão e Aristóteles, quando a escolarização se torna uma atividade de massas

(Hamilton e Gibson, 1980. Citado por Goodson, 1989, p.13) necessita uma ordem e uma

seqüência na escolarização. Aparecendo como um sistema educativo complexo, freqüentado por

muitos alunos, deve organizar-se e, servindo a interesses sociais, tende a ser controlado,

implicando a idéia de regular e controlar a distribuição do conhecimento. Desde então, até hoje

podemos ver no currículo o que se dá idéia e se obriga a aprender e como fazê-lo. Para a

mudança dos modelos concretizados nos currículos, é preciso elaborar novamente a prática, o

pensamento e o plano dos professores e as tarefas acadêmicas para que se alcance um currículo

em ação.

Para maior entendimento sugere-se aprofundamento teórico sobre a constituição

histórica e social dos processos de elaboração do conhecimento humano, a partir da elaboração

do materialismo histórico-dialético. “O conhecimento constitui-se o conjunto de representações

mentais conceptualizadas (elaboradas pelo pensamento na base da experiência); portanto, ele se

apresenta sob a forma de relações conceptuais, expressão mental das interconexões e unidade

da realidade objetiva, captada pela experiência humana, pelo pensamento...”(HIDALGO, 2004,

p. 71).

No âmbito específico da Educação, é também necessária a análise de como os processos de transmissão e reelaboração do conhecimento escolar constituem-se momentos simultâneos e complementares, tendo em vista que, no embate entre as

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diferentes vertentes do pensamento educacional, ocupa posição central a questão do caráter transmissivo dos processos educativos, o qual seria, segundo algumas perspectivas, incompatível com as possibilidades de desenvolvimento dos sujeitos com autonomia necessária para a promoção das transformações das estruturas sociais (HIDALGO, 2004, p.88).

A perspectiva de acordo com Nereide Saviani, é de que a ciência tem um papel

fundamental que é de elevar o nível de pensamento dos alunos , bem como, proporcionar-lhes o

conhecimento da realidade, sabendo interpretar o mundo para atuar nele e transformá-lo.

A Secretaria Estadual de Educação do Paraná, trabalha com esta premissa sobre

transformação das estruturas sociais, desenvolvendo a coletividade nas decisões da escola.

Através de uma construção coletiva das Diretrizes Curriculares Estaduais (DCEs) evidencia-se

um retrato mais real do que é a prática dos professores, do que é o chão da escola.

É por esta razão que este Caderno parte das Diretrizes Curriculares Estaduais do

Paraná, propondo a defesa da escola pública paranaense, que demonstra o compromisso com o

resultado da discussão de todos os profissionais da educação, num currículo dinâmico e

democrático. Reafirmando o valor deste trabalho, as palavras de Saviani:

(...) o fundamental hoje no Brasil é garantir uma escola elementar que possibilite o acesso à cultura letrada para o conjunto da população. Logo, é importante envidar todos os esforços para a alfabetização, o domínio da língua vernácula, o mundo dos cálculos, os instrumentos de explicação científica estejam disponíveis para todos indistintamente. Portanto, aquele currículo básico da escola elementar (Português, Aritmética, História, Geografia e Ciências) é uma coisa que temos que recuperar e colocar como centro das nossas escolas, de modo a garantir, que todas as crianças, assimilem esses elementos, pois sem isso elas não se converterão em cidadãos com a possibilidade de participar dos destinos do país e interferir nas decisões e expressar seus interesses, seus pontos de vista. (SAVIANI, 1986:82)

Uma crítica aos currículos escolares que trazem na ciência moderna a fragmentação

dos conteúdos, é o rompimento com o conhecimento fragmentado, pode-se discutir a idéia de

seu oposto, ou seja, a integração do conhecimento, trabalhar as disciplinas numa perspectiva

relacional, ou seja, interdisciplinar para que a fragmentação do conhecimento escolar possa ser

diminuída, pela integração dos saberes escolares com os saberes cotidianos em contraposição a

visão hierarquizada e dogmática do conhecimento (BERNSTEIN, 1996).

O trabalho interdisciplinar depende muito de profissionais formados em disciplinas

bem definidas, que em determinados momentos buscam conhecimentos e estabelecem formas

de cooperação com pessoas de outras áreas (em formação continuada), produzindo novos

saberes. O que o professor precisa saber fazer é elaborar questões interdisciplinares e avaliar as

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mesmas; enquanto o que o aluno precisa saber fazer é compreender no ato de ler e compor no

ato de escrever fazendo intercâmbio entre as disciplinas.

Há que se ter claro que os princípios para um planejamento bem feito são adequados

instrumentos de interdisciplinaridade, implicando também clareza de comunicação, evitando

todo e qualquer obstáculo que dificulta, para o aluno, tanto a compreensão do que se solicita,

quanto à resposta ao que se pede. Para isso, o trabalho da Equipe Pedagógica é de coordenar,

acompanhar e avaliar junto aos professores todo esse processo.

Não há saberes que sejam mais formativos ou críticos, existem sim, predicados que

vêm com os profissionais, e não com áreas de conhecimento. As áreas ou as disciplinas não

podem ser hierarquizadas com mitos de relevância. Para a compreensão dessa afirmação é

necessário abertura, simpatia, generosidade e humildade. A humildade consiste em levar a sério

a relatividade de nossos valores e de nossa cultura.

Segundo Japiassú, “a interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade das trocas

entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um mesmo

projeto de pesquisa...” como é o caso do Projeto Político Pedagógico da Escola, principal

condutor de nossas ações educativas e compromisso profissional.

No contexto da proposta curricular do Estado do Paraná que tem uma base disciplinar

dando ênfase aos conteúdos científicos e aos saberes escolares das disciplinas que compõem a

matriz curricular, faz-se necessário retomar as discussões sobre conteúdos curriculares para a

educação básica, pensando numa escola e num ensino que ampliem essa concepção, sem deixar

de lado o conteúdo construído historicamente pela humanidade.

Para isso, os professores das diferentes disciplinas da Educação Básica, devem estar

subsidiados pela compreensão do conceito de conteúdos estruturantes, numa formação

continuada sobre as Diretrizes Curriculares Estaduais.

Nereide Saviani (1994) coloca que somente quando há domínio dos conteúdos por

parte dos professores, bem como dos seus métodos e técnicas, é que se tem um compromisso

político capaz de ultrapassar as aparências e captar distorções para favorecer o processo

transmissão-assimilação/apropriação.

O enfoque deste trabalho está justamente no tempo de ensinar institucional e o tempo

de aprender do sujeito. A organização dos saberes na escola, bem como o seu Plano de Ação,

deve ter meios de acompanhar o ritmo de aprendizado de cada aluno, que pode ser respeitado

quando os professores inter-relacionam as disciplinas. É comum encontrarmos alunos que não

entenderam a matéria com a explicação de um professor e depois de mais uma explicação com

outro professor acabam por entendê-la. Além do tempo aí investido para a compreensão do

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conteúdo, também a diversidade de metodologias entre os professores apresenta-se como fator

positivo na aprendizagem.

Demerval Saviani (1991), coloca que enquanto o aprendiz não dominar os atos

básicos que tem que praticar é dominado por eles, não tendo condições de se desenvolver. Só

quando os atos são praticados automaticamente conseguimos a possibilidade de nos libertar,

criar e dar atenção a novos conhecimentos. Na alfabetização, entende-se que atingimos a

capacidade de apreciar outros conhecimentos depois de dominarmos os conceitos básicos da

leitura e da escrita. Para ser criativo no exercício dessa atividade, é preciso que o processo de

aprendizagem se complete. Então com os conhecimentos básicos incorporados é possível

aplicá-los em outros domínios. No caso da alfabetização, só é possível aprender Matemática,

Ciências, História, etc. depois de dominar os mecanismos próprios da linguagem escrita.

(...) é preciso fixar certos automatismos, incorporá-los, isto é, torná-los parte de nosso corpo, de nosso organismo, integrá-los em nosso próprio ser. Dominadas as formas básicas, a leitura e a escrita podem fluir com segurança e desenvoltura. Na medida em que vai se libertando dos aspectos mecânicos, o alfabetizando pode, progressivamente, ir concentrando cada vez mais sua atenção no conteúdo, isto é, no significado daquilo que é lido ou escrito. (SAVIANI, p.27)

Visto que é angustiante para o professor receber crianças na 5ª série, com problemas

de alfabetização, ele deve considerar que o mais comum é a criança já dominar a base

alfabética, mas ter sérios problemas de ortografia e interpretação. Daí a impressão de que ela

não sabe ler e escrever. O objeto de estudo do Caderno são estas dificuldades e a tentativa de

superação gradativa dos principais obstáculos à efetivação do trabalho interdisciplinar, bem

como uma orientação segura aos professores de como iniciá-lo.

Demerval Saviani (1991) sugere como critério para selecionar os conteúdos, saber

distinguir o que é essencial e o que é secundário. E ainda ter a noção do que é o “clássico”, ou

seja, os conhecimentos que se firmaram historicamente como fundamentais.

São esses conhecimentos fundamentais que as Diretrizes Curriculares Estaduais

(DCEs) trazem para, além de garantir um processo coletivo em favor da democracia, também

para vencer as limitações e obstáculos ao alicerce de um processo democrático, sendo que o

autoritarismo que toma conta (muitas vezes) da nossa prática educacional deva ser enfrentado e

solucionado através da transformação da interdependência e da disputa para a interdependência

associada a novas formas de cooperação. Cooperação para almejar rumos à reflexão e respostas

serem construídas coletivamente. É desafio e não receituário de ações. É dar possibilidades

como apoio pedagógico para que o professor decida em fazer ou não fazer de acordo com a

realidade de cada turma. O caminho é incentivar a experimentação pedagógica, através de

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novas possibilidades interdisciplinares. Essa mudança exige esforço contínuo, solidariedade e

paciência nas pequenas ações.

Uma experimentação é proposta aqui, como algo mais que uma possibilidade, mas

menos que uma solução. Não podemos criar falsas expectativas, pois como tudo, a educação

deve estar em movimento constante, sempre em busca.

É urgente o compromisso entre professores, equipe pedagógica e direção, para

proporcionarem um ensino de mais qualidade ultrapassando limites de tempo e divisões

disciplinares estanques, confiando na capacidade de aprendizagem de todas as crianças e jovens

a partir de objetivos e oportunidades que levem em conta suas possibilidades e interesses.

Neste sentido, é necessário apresentar os pressupostos que fundamentam a natureza

deste trabalho, já que eles é que servirão como quadro geral de referências para a análise que

faremos da apresentação dos conteúdos da 5ª série do Ensino Fundamental, correspondente a

uma etapa imperiosa do processo de formação científica que teve início nas séries anteriores e

que será o diferencial para as posteriores.

Tendo em vista então, a idéia de que a 5ª série é um momento crucial do

desenvolvimento da leitura, da escrita e da interpretação, qual deve ser a principal tarefa do

professor dessa série? Todos sabemos que o professor é o responsável pela transmissão de

conceitos, conteúdos e métodos que fazem parte da sua disciplina, ou seja, é o responsável pelo

desenvolvimento da capacidade do aluno pensar lógica e criticamente. Ao passo que trabalha o

conteúdo deve integrá-lo aos outros saberes para que o aluno desenvolva sua leitura de mundo,

e isso só será possível se ele dominar a leitura, a escrita e a interpretação.

Na discussão sobre instrução formal e papel da escola na construção do conhecimento

científico por parte dos alunos, é imprescindível tentarmos compreender os estudos de Vygotsky

sobre o processo de formação de conceitos (in Vygotsky, 1991):

• a percepção e a linguagem são indispensáveis à formação de conceitos;

• a percepção das diferenças ocorre mais cedo do que a das semelhanças porque esta

exige uma estrutura de generalização e de conceitualização mais avançada;

• o desenvolvimento dos processos que resultam na formação de conceitos começa

na infância, mas as funções intelectuais que forma a base psicológica do processo

de formação de conceitos amadurece e se desenvolve somente na adolescência;

• a formação de conceitos é o resultado de uma atividade complexa, em que todas as

funções intelectuais básicas (atenção deliberada, memória lógica, abstração,

capacidade para comparar e diferenciar) tomam parte;

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• os conceitos novos e mais elevados transformam o significado dos conceitos

inferiores.

Para que as práticas pedagógicas objetivem a formação de conceitos científicos, de

acordo com Cleide Nébias (1999), a resistência para substituir alguns conceitos, só é superada

se o conceito científico trouxer maior satisfação: for significativo, fizer sentido e for útil. Os

conceitos científicos facilitam a mudança. Considera-se que a repetição de definições não

garante a formação de conceito, deve-se estimular o aluno a considerar soluções alternativas

para um mesmo problema.

De acordo com Vigotsky, as estruturas mentais superiores, como a capacidade de

resolver problemas, usar adequadamente a memória, formar novos conceitos, surgem no campo

social, na interação com o outro. Assim se dá a apropriação da experiência acumulada

historicamente que lhe é transmitida. Entende-se assim, que o desenvolvimento integral do

homem é dever do ensino sistematizado, ou seja, da escola.

A produção de texto (sugerida nesse trabalho como atividade de catarse do processo

de construção do conhecimento) como avaliação dos conceitos estudados, possibilita o aluno

retomar seu processo de trabalho, explicando suas idéias e analisando a evolução das mesmas.

Daí a importância do planejamento interdisciplinar que desenvolverá formas de pensar que se

estendam para outras áreas e para situações que transcendem a sala de aula.

2. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Para o desenvolvimento dessa proposta pedagógica, foram buscadas na teoria

psicológica histórico-cultural as bases para a elaboração dos conceitos científicos na escola, de

acordo com GASPARIM (2005), que conclui em seu livro Uma Didática para a Pedagogia

Histórico-Crítica a resposta do método dialético de construção do conhecimento é prática-

teoria-prática. Desse modo, fundamenta-se todo o trabalho aqui proposto, nos cinco passos da

pedagogia histórico-crítica, propostos por Saviani em seu livro Escola e Democracia.

O primeiro passo é a Prática Social, busca-se uma concepção de prática seguida da

ação do professor que anuncia os conteúdos a serem trabalhados através de um diálogo sobre o

assunto, quando os alunos colocam suas experiências sobre o conteúdo.

É o momento de todos os professores da 5ª série, preocuparem-se com a forma como

se lê um texto, pois é ela que vai determinar o entendimento do conteúdo. Pensando nisso, o

professor deverá esclarecer termos específicos da sua área e problematizar questões a serem

respondidas por outras áreas do conhecimento e também pelas experiências dos alunos.

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De acordo com a experiência de Lizmari Cristiane Merlim Greca, professora

pedagoga com especialização na área da surdez, atualmente trabalhando na SEED/ DEEIN,

Curitiba – PR, que trabalha com alunos surdos, é preciso considerar uma proposta metodológica

para atendimento aos alunos não alfabetizados na 5ª série. A proposta é que todas as disciplinas

iniciem o trabalho com os conteúdos a partir de um texto e explorem a parte ilustrativa desse

texto, para que todos os alunos tenham a possibilidade de interpretar e relacionar a sua

experiência com o conhecimento científico. Assim, teremos a preocupação real com a forma

que cada um pode “ler” um texto para entender o conteúdo.

O segundo passo é a Teoria, que respeitando a prática social inicial dos alunos, teoriza

metodologicamente o processo de análise do conteúdo escolar. É a problematização do

conteúdo formal através de debate.

Aqui é importante ressaltar que além do debate, a boa leitura do texto é

imprescindível, pois a responsabilidade de termos alunos que não compreendem as mensagens

dos livros didáticos e demais materiais que os professores levam para a sala de aula é com

certeza de toda a comunidade escolar (cada um com sua função). Uma vez que trabalhamos

para a aprendizagem, todos devem estar envolvidos com a leitura, escrita e interpretação na

escola, pois grande parte dessa aprendizagem é adquirida por meio das habilidades de lerem e

compreenderem textos. Assim, projetos devem ser elaborados para que a escola inteira possa se

comprometer com a leitura com diferentes propósitos. Há que se considerar o tempo dedicado à

leitura como ritual escolar cotidiano.

O terceiro passo é a Instrumentalização, ou seja, a construção dos conceitos

científicos, especificando as possíveis ações pedagógicas docentes e discentes.

O quarto passo é a síntese, isto é, a condição do aluno de unir intelectualmente a sua

experiência anterior com o científico, a teoria com a prática, demonstrando quando avaliado, o

que sabe sobre as possíveis soluções para as problemáticas levantadas no início do processo.

Nesse momento, o objetivo é a construção do texto interdisciplinar em caderno próprio do

aluno, como síntese de toda a aprendizagem. Lembrando de considerar a sugestão da Professora

Lizmari Cristiane Merlim Greca, sobre a importância da ilustração do texto construída pelo

aluno, caso ele tenha dificuldades para escrever. No início do processo, por que não

considerarmos também o que o aluno consegue desenhar?

O quinto passo é a Prática Social, em que o aluno demonstrará seu novo agir agora

fundamentado teoricamente e as possibilidades de compromissos sociais.

Para a organização de todo esse trabalho, sugere-se que cada Bloco de Conteúdos seja

planejado de maneira que juntos constituam um plano integrado das disciplinas. Com base no

conteúdo escolar, de acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná, será possível

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priorizar a vivência cotidiana dos alunos e da sociedade, problematizando, interrogando e

conhecendo o saber escolar, buscar a síntese que será realizada pelo aluno no final do processo

e como usará o novo conhecimento em seu cotidiano enriquecendo suas experiências para a

compreensão e transformação da sociedade.

2.1. CONSIDERAÇÕES DA METODOLOGIA A SER DESENVOLVIDA:

Considerando a metodologia explicitada, é fundamental sugerir atividades que

auxiliem os professores das diversas áreas do conhecimento, nos encaminhamentos para o

trabalho com a leitura, como princípio básico para a aprendizagem dos conteúdos.

Esse Caderno dá ênfase à leitura dos conteúdos específicos de cada disciplina, de

acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná. Um trabalho a ser realizado através

de produção de textos na tentativa de possíveis relações entre os conteúdos trabalhados por

todos os professores da 5ª série.

Cito algumas sugestões de trabalho com a escrita, a leitura e a interpretação, de acordo

com Paola Gentile (2007)*, e produzo outras considerando que nesse processo é possível

respeitar a especificidade de cada área do conhecimento:

1ª) Deixe claro o objetivo da leitura explicando a idéia central do texto e/ou do

conteúdo*.

2ª) Problematize questões que serão respondidas no texto (do livro didático ou outra

fonte), iniciando pela interpretação do título do texto e ilustrações*.

3ª) Organize a leitura compartilhada para depois a individual ou em dupla. Estimule o

aluno a expressar-se, sem medo de reprovação, mostrando a necessidade da leitura para a

compreensão. Promova reflexão do conteúdo da leitura de cada aluno.

4ª) Grife as palavras ou conceitos chaves junto com os alunos*.

5ª) Aproveite todos os comentários para relacionar o conteúdo com as experiências

dos alunos.

6ª) Explique os conceitos difíceis*.

7ª) Questione a turma sobre as respostas das problematizações iniciais*.

8ª) Proponha oralmente questões como: o que? Quando? Quem? Como? Por quê?

9ª) Solicite que os alunos produzam um resumo ou esquema sobre o assunto estudado.

Essa atividade pode ser individual no caderno da disciplina ou coletiva (no quadro) sendo o

professor o escriba.

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10ª) De acordo com estudos de diversos autores, sugere-se que esse momento seja a

atividade interdisciplinar, pois os alunos, com a ajuda do professor dependendo do grau de

dificuldade do conteúdo exposto, deverão iniciar ou dar continuidade ao texto produzido por

outros professores de outras áreas, em caderno próprio. Nesse caderno, a cada conteúdo

estudado (de todas as disciplinas) é feito uma produção curta, ou um parágrafo, iniciando ou

dando continuidade a uma produção de texto que deve estar complementando informações já

produzidas junto a outros professores em aulas anteriores de outras disciplinas. É preciso que o

professor mostre aos alunos a relação das idéias para que o texto tenha seqüência lógica. Com

essa prática, objetiva-se que os alunos tenham significativas situações de aprendizagem

interdisciplinar, relacionando os conteúdos de todas as disciplinas. Também é o momento em

que todos os professores estarão trabalhando a leitura, a escrita e a interpretação de texto.

Podendo ir além, exige-se do aluno a capacidade de inter-relacionar os conhecimentos do texto

com os conhecimentos da prática social, de forma a confrontá-los com a realidade,

enriquecendo a produção do texto sobre a matéria.

Conforme Denise Schirlo Duarte (2005), para formar leitores com plena capacidade

de atribuir sentidos aos textos que lêem, é preciso conceber a leitura como um movimento

interdisciplinar que não se dissocia da sociedade e da história.

Com o planejamento prévio do professor, as aulas de Português, História, Inglês,

Geografia, Educação Física, Artes, Matemática, Ensino Religioso e Ciências, podem tornar-se

um exercício freqüente de leitura e produção de pequenos textos.

Na seqüência apresentar-se-á sugestão de produção de texto por blocos de conteúdos.

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3. PLANEJAMENTO INTERDISCIPLINAR - 5ª SÉRIE – 1º SEMESTRE

O planejamento desses conteúdos para o primeiro semestre de aula é apenas uma

sugestão. Também fica a critério de cada professor, o trabalho com outros conteúdos além

desses e os conteúdos que serão contemplados para a produção de texto.

De acordo com as Diretrizes Curriculares Estaduais de Língua Portuguesa, trabalhar a

Língua Materna com os estudantes significa estabelecer parceria em sala de aula, dar-lhes voz,

escutar o que têm a dizer, em experiências de uso concreto da língua.

Apostando nesse encaminhamento metodológico, sugere-se que o professor da

disciplina de Português priorize a produção de texto interdisciplinar, fazendo a síntese dos

conteúdos trabalhados em todas as disciplinas.

A Língua Estrangeira Moderna, de acordo com as DCEs, é uma disciplina que

favorece a utilização de textos orais, escritos e ou visuais, trabalhará o vocabulário conforme a

necessidade dos conteúdos, sendo abordados através de questões sociais.

A avaliação é somativa, contínua e permanente de acordo com o planejamento de cada

professor.

1º BLOCO DE CONTEÚDOS – Conceito científico: Historicidade da Ciência

Português – Conteúdos Estruturantes: leitura, oralidade e escrita.

Leitura, análise do texto, reestruturação do texto.

Frase, oração e pontuação.

Ortografia.

Acentuação das Palavras.

História – Conteúdos Estruturantes: Dimensão Política e Cultural.

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O tempo na História (Pré-História Arqueologia Brasileira): contagem e o registro do tempo

(nos estudos arqueológicos relaciona com o solo). Linha do Tempo (Numeração Decimal).

Relacionar com o modo de vida (questões sobre saúde e doença) em diferentes épocas

(apresentar numeração romana) apresentando produções artísticas.

Matemática – Conteúdos Estruturantes: Números e Tratamento da Informação.

SND – Sistema de Numeração Decimal e não decimal. A importância da História, dos registros

para a compreensão da Matemática hoje. Pesquisar gráficos sobre as doenças que mais afetaram

ou afetam a população, apresentando as medidas de tempo.

Quatro Operações e situações problemas.Artes – Conteúdos Estruturantes: Elementos Formais e Composição.

Desenho de Observação, releitura de obra de arte rupestre. Apresentar obras que ilustram modos

de vida de todos os tempos (observando as linhas e figuras geométricas), ressaltando a

importância das medidas de tempo que possuímos.

Ciências – Conteúdos Estruturantes: Universo e Biodiversidade.

Saúde – Doenças: as descobertas durante a História, bem como a importância das inter-relações

entre os seres vivos e o ambiente em diferentes tempos. Sobre as descobertas, enfocar o

trabalho dos arqueólogos no solo: tipos e composição.

Geografia – Conteúdo Estruturante: Dimensão Socioambiental.

Meio Ambiente: a relação entre os seres vivos em todos os tempos, as doenças que são

provocadas pela destruição do meio ambiente. Apresentação de mapas sobre a situação das

florestas brasileiras de ontem e de hoje. A importância do solo para a sobrevivência dos seres

vivos.

Educação Física – Conteúdo Estruturante: Manifestações Esportivas.

Esportes – linha do tempo.

Modo de vida das pessoas. Relação esporte e saúde. Relação esporte e meio ambiente.

Ensino Religioso – Conteúdo Estruturante: Paisagem Religiosa.

Dificuldades e conquistas sobre a diversidade religiosa através dos tempos. Os lugares onde o

sagrado se manifesta.

Inglês – Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social.

Árvore genealógica ou linha do tempo da família.

2º BLOCO DE CONTEÚDOS - Conceitos Científicos: Cultura e Ambiente

Português - Conteúdos Estruturantes: leitura, oralidade e escrita.

Leitura e Análise de texto, Produção e estruturação de textos Narrativos, Descritivos.

Frase, oração e pontuação.

Ortografia.

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Acentuação das Palavras.

Educação Física – Conteúdo Estruturante: Manifestações estético-corporais na Dança e

no Teatro

Danças de ontem e de hoje, desenvolvendo formas corporais rítmico-expressivas.

Matemática – Conteúdos Estruturantes: Tratamento da Informação e Geometria

Leitura e Interpretação de dados sobre o meio ambiente, comparando passado e presente.

Mapa de ocupação indígena antes da chegada dos portugueses no Brasil e mapa de ocupação

indígena atual.

Figuras geométricas utilizadas nos artesanatos indígenas.

Gráfico de barras e colunas sobre impactos ambientais.

Artes – Conteúdo Estruturante: Artes Visuais

Pintura Rupestre.

Linhas e Figuras geométricas (observação das linhas, figuras geométricas e cores utilizadas na

arte rupestre nos artesanatos indígenas).

Artesanato indígena enfatizando as cores das tintas produzidas pelos índios e extraídas da

natureza (tintas vegetais).

História – Conteúdo Estruturante: Dimensão Cultural

A Pré-história: Arqueologia brasileira.

Surgimento das primeiras civilizações e registros através da arte rupestre.

Relacionar a História com os primeiros habitantes do Brasil, os índios.

Ciências – Conteúdo Estruturante: Ambiente

Inter-relações entre os seres vivos e o ambiente. Impactos ambientais.

A relação dos índios com o meio ambiente. Artesanato indígena.

Geografia – Conteúdo Estruturante: Dinâmica Cultural e Demográfica

Pintura Rupestre. A cultura indígena.

Paisagem natural e transformações ocorridas pela destruição do homem. As cores na natureza.

Inglês – Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social.

Animals (domestic and wild).

3º BLOCO DE CONTEÚDOS – Conceito Científico: Universo

Português - Conteúdos Estruturantes: leitura, oralidade e escrita.

Leitura e Análise de texto, Produção e estruturação de textos Narrativos, Descritivos.

Frase, oração e pontuação.

Ortografia.

Acentuação das Palavras.

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Geografia – Conteúdo Estruturante: Dimensão Sócioambiental

A origem do Sistema Solar. Os astros. Orientação. Terra.

Artes – Conteúdo Estruturante: Artes Visuais

Monocromia, policromia e isocromia presentes na paisagem natural.

Pontilhismo.

Desenho de observação do céu.

Ciências - Conteúdo Estruturante: Ambiente

Astronomia e Astronáutica. De acordo com a História da Antiguidade como eram as primeiras

hipóteses sobre a formação do universo.

História – Conteúdo Estruturante: Dimensão Cultural

A construção do saber histórico. A observação dos astros para os primeiros estudos sobre a

formação do universo.

Matemática – Conteúdo Estruturante: Números

Escritas numéricas para compreensão de dados dos textos informativos.

Mapa de ocupação indígena antes da chegada dos portugueses no Brasil e mapa de ocupação

indígena atual.

Números fracionários e decimais.

Quatro Operações e situações problemas.

Inglês – Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social.

Planets of solar system.

4º BLOCO DE CONTEÚDOS – Conceito Científico: Tempo

Português - Conteúdos Estruturantes: leitura, oralidade e escrita.

Leitura e Análise de texto, Produção e estruturação de textos Narrativos, Descritivos.

Frase, oração e pontuação.

Ortografia.

Acentuação das Palavras.

Artes – Conteúdo Estruturante: Artes Visuais

As formas de registro da história de cada um.

Fotografia, retrato e auto-retrato.

Educação Física – Conteúdos Estruturantes: Manifestações Esportivas

Percepção Corporal: consciência corporal e expressão corporal.

Atividade física para crianças.

História – Conteúdos Estruturantes: Dimensão Cultural, Política e Econômica

O tempo na História. Periodização. A minha linha do tempo.

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Civilizações afro-orientais: Egípcios, como foi registrada a história desse povo.

Ciências – Conteúdos Estruturantes: Ambiente e Corpo Humano e Saúde

Inter-relações entre os seres vivos e o ambiente.

Relações entre eu e o mundo. Minha história de vida.

Ensino Religioso – Conteúdo Estruturante: Paisagem Religiosa

Respeito à diversidade religiosa.

Inter-relações entre eu e os outros.

Geografia – Conteúdo Estruturante: Dimensão Socioambiental

Meio ambiente.

As transformações da natureza através dos tempos.

Matemática – Conteúdos Estruturantes: Números e Álgebra

Medidas de tempo.

Como a História foi registrada e contada.

A contribuição dos egípcios para o desenvolvimento do sistema de numeração.

Quatro operações e situações problemas.

Inglês – Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social.

Parts of the body/ Descriptions.

5º BLOCO DE CONTEÚDOS – Conceito Científico: Água

Português - Conteúdos Estruturantes: leitura, oralidade e escrita.

Leitura e Análise de texto, Produção e estruturação de textos Narrativos, Descritivos.

Frase, oração e pontuação.

Ortografia.

Acentuação das Palavras

Ensino Religioso – Conteúdo Estruturante: Paisagem Religiosa

Lugares Sagrados. O planeta Terra.

O respeito com a natureza.

A presença da água nos rituais religiosos.

Ciências – Conteúdo Estruturante: Ambiente e Saúde

Planeta Terra ou Planeta Água?

Água no ecossistema.

Matemática – Conteúdo Estruturante: Números

Medidas de comprimento e de capacidade (água na natureza).

Quatro operações e situações problemas.

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Geografia – Conteúdo Estruturante: Dimensão sócio-ambiental

Terra: forma, oceanos, mares, continentes.

Mapa: observar Mar Mediterrâneo e Mar Vermelho.

Artes – Conteúdo Estruturante: Música

Músicas brasileiras que alertam para as questões da água.

Paisagem marinha.

Construções Egípcias.

História – Conteúdos Estruturantes: Dimensão Cultural, Política e Econômica

Egípcios: O Rio Nilo. Mapa de localização do Egito.

Inglês – Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social.

The biggest rivers of Brazil and EUA.

6º BLOCO DE CONTEÚDOS – Conceito Científico: Lugar

Português - Conteúdos Estruturantes: leitura, oralidade e escrita.

Leitura e Análise de texto, Produção e estruturação de textos Narrativos, Descritivos.

Frase, oração e pontuação.

Ortografia.

Acentuação das Palavras.

Educação Física – Conteúdo Estruturante: Jogos, Brinquedos e brincadeira

Psicomotricidade: noções de espaço, lateralidade, ritmo, espaço temporal, coordenação motora

fina e grossa; através do jogo e da brincadeira.

Geografia – Conteúdo Estruturante: Dinâmica Cultural e Demográfica

O que é lugar. Esquema da própria casa, maquete da sala de aula, mapa da escola e da cidade.

Paisagem da cidade e do campo.

Artes – Conteúdo Estruturante: Teatro

Teatro sobre a paisagem e a vida urbana e rural.

Símbolos Egípcios.

Matemática – Conteúdo Estruturante: Tratamento da Informação

Perímetro e área. (casa, sala de aula, escola, etc.)

Quatro operações e situações problemas.

História – Conteúdo estruturante: Dimensão Cultural, Política e Econômica

Egípcios e Hebreus. Lugar: Povos do Oriente.

Ciências – Conteúdo Estruturante: Ambiente

O solo e a agricultura no campo. Relações entre zona urbana e zona rural.

Trabalhadores do campo.

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Ensino Religioso – Conteúdo Estruturante: Paisagem Religiosa

Lugares onde o Sagrado se manifesta: montanhas, rios, etc.

Inglês – Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social.

Prepositions of place/maps.

7º BLOCO DE CONTEÚDOS – Conceito Científico: Relações Econômicas

Português - Conteúdos Estruturantes: leitura, oralidade e escrita.

Leitura e Análise de texto, Produção e estruturação de textos Narrativos, Descritivos.

Frase, oração e pontuação.

Ortografia.

Acentuação das Palavras.

Matemática – Conteúdo Estruturante: Números

Sistema Monetário: representação de dados por meio de tabelas e listas.

Artes – Conteúdo Estruturante: Artes Visuais

Colagem cômica e absurda. Caricatura. Charges.

Ensino Religioso – Conteúdo Estruturante: Textos Orais e Escritos Sagrados

A visão sobre a ambição humana nas diferentes religiões.

Relação com os impactos ambientais.

Geografia – Conteúdo Estruturante: Dimensão Sócioambiental

Impactos ambientais. Mapas sobre destruição da natureza.

Matemática – Conteúdo Estruturante: Números

Números. Animais em extinção no Brasil.

Quatro operações e situações problemas.

Ciências – Conteúdos Estruturantse: Ambiente e Saúde

Ecologia e Saúde. A ambição do homem destruindo o planeta.

História – Conteúdo Estruturante: Dimensão Econômica, Cultural e Política

O Estado e a sociedade no Egito. Como eram tratadas questões relativas à natureza e à

economia.

Educação Física – Conteúdo Estruturante: Manifestações Esportivas

Exporto Competitivo e Exporto Participativo.

Inglês – Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social.

Vocabulary sports and health Junk food X healthy food.

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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DOURADO, Luiz Fernandes. PARO, Vítor Henrique (organizadores). Políticas públicas & educação básica. 1 ed. São Paulo: Xamã, 2001.

FAZENDA, I. C. A. Integração e Interdisciplinaridade no Ensino Brasileiro. São Paulo: Edições Loyola, 1993.

FAZENDA, I. C. A. (org.) Práticas interdisciplinares na escola. 10. ed., São Paulo: Cortez, 2005.

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HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2001.

JANTSCH, Ari Paulo. BIANCHETTI, Lucídio (orgs). Interdisciplinaridade: para além da filosofia do sujeito. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.

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LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1995.

MARX, Karl. ENGELS, Friedrich. Textos sobre Educação e Ensino. 4ª ed. São Paulo: Centauro, 2004. Biblioteca do Professor.

MOREIRA, Antonio Flávio Barbosa (org). Conhecimento Educacional e Formação do Professor: questões atuais. Campinas, S. P.: Papirus, 1994.

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NÉBIAS, Cleide. Formação de Conceitos Científicos e Práticas Pedagógicas. IX Endipe – Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, Águas de Lindóia, SP, 1998.

NOGUEIRA, Adriano (org.). Contribuições da Interdisciplinaridade: para a ciência, para a educação, para o trabalho sindical. Petrópolis, R. J.: Vozes, 1994.

PARO, Vitor Henrique. Escritos sobre a educação. São Paulo: Xamã, 2001.

PISTRAK, M. Fundamentos da Escola do Trabalho. São Paulo, S. P.: Expressão Popular, 2000.

REVISTA NOVA ESCOLA, Editora Abril, nº 190, março de 2006.

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SACRISTÁN, J.G. & GÓMEZ, A.I.P. Currículo: planejamento, plano de ensino e o papel dos professores. Porto Alegre: Artmed, 1998.

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SAVIANI, Demerval. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. 3 ed. São Paulo: Cortez: Autores associados, 1992.

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SAVIANI, Nereide. Saber Escolar, Currículo e Didática. Problemas da Unidade Conteúdo/ Método no Processo Pedagógico. 1ª ed. Campinas: Autores Associados, 1994. 235 p.

SCHWARTZMAN, Simon. O sentido da interdisciplinaridade. Publicado em A Redescoberta da Cultura, EDUSP, 1997.

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TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo, Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

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WACHOWICZ, Lilian Anna (org.) A Interdisciplinaridade na Universidade. Curitiba: Champagnat, 1998.

ANEXOS

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De acordo com a proposta inicial desse trabalho, a de participação dos professores do

Grupo de Trabalho em Rede como colaboradores, é apresentado a seguir atividades

interdisciplinares desenvolvidas em algumas escolas da rede estadual do Paraná.

SUGESTÕES DE TRABALHOS INTERDISCIPLINARES

PROFESSORAS DO GRUPO DE TRABALHO EM REDE 2007/ 2008

Professora Cristina Maria de Almeida Conde:

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- Trabalhar DVDs : este trabalho é prazeroso aos alunos, pois envolve o que eles gostam e o

que professor pode sugerir e direcionar no que deseja trabalhar com os filmes.

1º Selecionar o filme que contenha o conteúdo que se queira trabalhar, no caso leitura, escrita e

interpretação.

2º O mesmo filme poderá contemplar o conteúdo de Ciências, História, Matemática e outros.

3º Desenvolver atividades interdisciplinares que abordem o conteúdo desejado.

Filmes sugeridos:

“O Sorriso da Monalisa”: partir da problemática social sobre resistência em romper com valores

conservadores. Como está essa resistência em nossas escolas? Por quê? Produção de texto,

leitura, escrita e interpretação. História, Geografia e Artes.

“Formiguinha Z”: partir da problemática social sobre condições de trabalho, salário, diferenças

sociais, profissionais que rompem com as verdades estabelecidas pelo sistema, etc. Produção de

texto, leitura e interpretação. História, Artes, Ciências, Educação Física e Matemática.

“A Fuga das Galinhas”: partir da problemática social sobre dificuldades de participação coletiva

em propostas de mudanças na sociedade. Em nossa escola, quais as práticas pedagógicas que

tratam sobre as relações de poder? Produção de texto, leitura e interpretação. Matemática,

Educação Física, Ciências, História e Arte.

Professora Pedagoga Eliana Mara Sanches, especialista em Metodologia do Ensino e

Didática e Educação Especial, Diretora do Colégio Estadual Papa Paulo VI – EFM,

município de Nova América da Colina, núcleo de Cornélio Procópio.

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Sugestão de roteiro para um trabalho interdisciplinar com base em valores, sobre o Estatuto da

Criança e do Adolescente (ECA).

LÍNGUA PORTUGUESA – Conteúdos Estruturantes: leitura, oralidade e escrita.

- Lendo e interpretando textos legais; a linguagem da lei; palavras típicas das normas legais;

verbos no texto legal; tema de redação: os menores da minha rua; os menores do meu bairro; os

menores da minha cidade; a antecipação da maioridade.

GEOGRAFIA - Conteúdos Estruturantes: a dimensão econômica da produção do/no

espaço.

- As grandes cidades e as concentrações de menores abandonados; a distribuição de carências

pelo país; concentração e a distribuição dos serviços de atendimento aos menores e onde

encontrá-los no seu espaço de vivencia.

CIÊNCIAS -Conteúdos Estruturantes: Conhecimentos Biológicos

- Alimentação, nutrição e desenvolvimento da criança; a relação entre pobreza, região e

abandono infantil; doenças e deficiências mais comum nos menores; sexualidade infantil e

juvenil.

ENSINO RELIGIOSO - Conteúdos Estruturante:texto sagrados

- Como as mais variadas religiões encaram a educação de menores e o problema do menor

abandonado; o comportamento de diversas sociedades , influenciadas por suas religiões, com

relação às infrações de menores; punir ou não punir de acordo com as convicções religiosas.

ARTES - Conteúdos Estruturantes: produções/manifestações artísticas

- As manifestações culturais e artísticas típicas das crianças e dos adolescentes; grafite e

adolescência, as expressões artísticas das crianças e dos adolescentes nas regiões mais pobres e

nas mais ricas do país; a importância da musica no convívio social e no combate a violência.

MATEMÁTICA - Conteúdos Estruturantes: números e tratamento de informações.

- Confecção de gráficos, através de pesquisa no município, sobre menores que trabalham para

ajudarem no orçamento domestico.

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HISTÓRIA - Conteúdos Estruturantes: Dimensão Política e Cultural

- A defesa dos direitos humanos, dos menores ao longo da história e em outros países.

LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA - Conteúdos Estruturantes: Discurso como

Prática social.

- Pesquisa sobre textos semelhantes, em inglês ( declaração dos direitos humanos, menoridade e

maioridade, punição e capacidade de discernimento)

TEMA: “SABER ATUAR PARA MUDAR O MUNDO”

CATEGORIA: EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA

TEMA DO PROJETO: RESÍDUOS SÓLIDOS

TÍTULO DO PROJETO: RECICLARTE

DISCIPLINA: ARTE

ESCOLA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL “MARIA DE NAZARÉ” – APAE

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PROFESSORA: SIDNÉIA MARIA DE OLIVEIRA

JACAREZINHO-PR

INTRODUÇÃO

Atualmente consumimos um grande número de produtos que vêm em embalagens

descartáveis. Passamos a viver então a “era dos descartáveis”, onde a maior parte dos produtos

são inutilizados e jogados fora. Torres1 (2007) comprova esse pensamento afirmando que:

A última geração consumiu uma quantidade maior de recursos do que

todas as populações desde o aparecimento do homem na terra. Essa

escala de produção gera uma enorme pressão ambiental sobre os

recursos naturais, que já demonstram sinais de escassez e ainda geram

uma grande quantidade de resíduos, que causam impactos ambientais

com graves reflexos na população. A solução do problema gerado pelos

resíduos deve, portanto, iniciar com uma revisão nos padrões de

consumo das populações, que é bastante desigual entre as populações

ricas e pobres.” (p. 327)

Dessa forma, devemos nos conscientizar que o que é considerado lixo para uns é a única

fonte de sobrevivência para muitos seres humanos. Diante desse fato, está posto então o grande

desafio da atualidade: implementar um conjunto de medidas que envolvam a coleta e o

tratamento adequado de todos os resíduos que afetam a qualidade ambiental e a saúde da

população.

Entretanto, de acordo com Torres (2007) estima-se que cerca de 40% do lixo produzido

no Brasil não é sequer coletado, deixando como conseqüências canais, córregos, rios e praias

com toneladas de lixo que são transformados em enchentes nas épocas de chuva, contaminando

o ambiente e comprometendo a saúde humana.

É essencial afirmar que esse problema só se resolverá à medida que compreendermos

que a solução não está somente em novas tecnologias e nem no plano de trabalho dos

governantes, mas sim na mudança de mentalidade, que produza atitudes diferentes, que

eduquem e modifiquem hábitos, mediante um trabalho processual, em que as pessoas possam

agir, transformando velhos paradigmas, criando uma forma mais responsável de relacionarem-

se com o meio ambiente.

1 TORRES, Patrícia Lupion (Org.). Alguns fios para acontecer o pensar e o agir. Curitiba: SENAR-PR, 2007. 704p.

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Nesse aspecto, o ser humano de hoje precisa ser educado a praticar a reciclagem:

processo pelo qual um determinado material retorna ao ciclo de produção industrial, como

matéria-prima, para que possa ser transformado em um bem de consumo.

Sendo assim, a coleta seletiva é uma alternativa ecologicamente correta que desvia do

destino dos aterros sanitários ou “lixões” os resíduos sólidos que poderiam ser reciclados.

Dentro dessa perspectiva, a educação ocupa um papel de grande importância, por isso

deve ser repensada, para que a escola torne o aluno competente e crítico, um ser pensante, capaz

de enfrentar esse tipo de situação e saber como atuar em sociedade para melhorar a sua

realidade. Para isso escola deve ser acolhedora, enraizada na comunidade. Escola e comunidade

não podem mais estar distantes uma da outra.

Porém, isso só é possível quando o educador supera questões de ordem teórico-

metodológicas e busca de saídas que atendam às necessidades sociais, políticas e econômicas

que considerem os interesses e motivação dos alunos.

Partindo desse pressuposto Torres2 (2003) salienta que a interdisciplinaridade e

transversalidade devem fazer parte da prática pedagógica de todo professor, pois são elementos

de fundamental importância, que fazem com que o professor rompa com as propostas

pedagógicas tradicionais, as quais elegem temas centrais e fragmentam o processo educacional

em compartimentos.

Acreditando nisso, foi elaborado o Projeto Pedagógico “Reciclarte”, partindo do

pressuposto de que os conteúdos curriculares de Artes (assim como devem ser todas as

disciplinas) não podem ser impostos aos alunos como verdades, onde o professor apresenta-se

como o detentor de todo o conhecimento. Mas pelo contrário, o bom profissional deve ver no

aluno um sujeito que utiliza sua experiência e conhecimento para resolver problemas.

É importante ressaltar que, o material didático enviado pelo Projeto Agrinho muito

contribui para o desenvolvimento desta experiência, tanto na elaboração do projeto, como na

prática em sala de aula. É um recurso pedagógico muito rico, que vem acrescentar às nossas

atividades.

OBJETIVOS

O objetivo inicial deste trabalho foi utilizar resíduos sólidos (sucatas) nas aulas de artes

para a construção de brinquedos, jogos e materiais pedagógicos, estimulando assim, a coleta

seletiva do lixo e incentivando a reciclagem.

Dentro desse objetivo principal, desenvolveram-se muitos outros objetivos específicos,

dentre eles:

2 TORRES, Patrícia Lupion (Org.). Uma leitura para os temas transversais: ensino fundamental. Curitiba: SENAR-PR, 2003. 620p.

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- desenvolver o senso crítico;

- preservar o meio ambiente;

- desenvolver a atenção, imaginação e criatividade;

- desenvolver habilidades, criticidade e raciocínio;

- aperfeiçoar a coordenação motora restrita e ampla;

- estimular a socialização (trabalho em equipe, respeito mútuo);

- canalizar excessos de energia, favorecendo a descarga emocional;

- aprender cores, tamanhos, quantidade.

DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS

A escolha deste tema justifica-se pelo fato dos educandos demonstrarem interesse pelo

assunto, através de conversas informais, uma vez que, alguns alunos ou suas famílias utilizam-

se do trabalho da reciclagem como única fonte de renda.

Após a escolha do tema do projeto, a professora realizou diversas leituras de bases

teóricas específicas para a elaboração do mesmo.

Com o projeto em mãos apresentou-o aos alunos. A problematização foi levantada pela

professora com o intuito de estimulá-los a envolverem-se no projeto, criando uma situação com

diversos problemas a serem trabalhados e resolvidos pelas crianças.

Os educandos acataram a idéia do projeto e sentiram-se motivados a trabalhar, uma vez

que a professora considerou o conhecimento prévio e a experiência de vida dos mesmos, além

de aceitar suas opiniões e sugestões para o projeto de pesquisa.

1ª ETAPA : TRABALHOS MANUAIS COM MATERIAIS RECICLADOS

Nas aulas seguintes começaram a ser confeccionados os trabalhos artísticos com sucatas.

Esta primeira fase do projeto foi prática e não teórica, devido à dificuldade de atenção e

concentração dos alunos. Todas as turmas participaram desta fase do projeto. As atividades

foram propostas aos alunos de forma simples e agradável, o que despertou o interesse das

turmas.

Todos os trabalhos manuais foram elaborados com antecedência pela professora, para

que assim tivesse condições de orientar os alunos a construírem seus próprios trabalhos, sem a

frustração de não darem certo.

Em cada aula os alunos tinham o dever de trazerem de casa seu próprio material

(pedidos previamente pela professora) com o intuito de praticarem a coleta seletiva e a

reciclagem.

Ao iniciar cada aula, a professora estimulava o grupo através de conversação, mostrando

um trabalho pronto (brinquedo ou jogo) e explicando o passo a passo da sua confecção

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(limpeza, corte, recorte, colagem, pintura, montagem etc). O desenvolvimento de cada trabalho

foi individual, sofrendo interferência e auxílio da professora, quando necessário.

Quanto aos recursos didáticos estes foram bastantes diversificados:

- caixas (leite, fósforo, sabão, remédios etc);

- garrafas pet e de água;

- latas de diversos tamanhos (nescau, extrato de tomate, etc);

- caixas de papelão;

- bandejas de isopor;

- tampas de garrafas;

- copos plásticos (água, danone etc);

- latas de refrigerante;

- canudos;

- rolos (papel higiênico, papel toalha etc);

- cones;

- embalagens diversas;

- tesoura, cola, tinta;

- retalhos de papéis e tecidos;

- outros.

2ª ETAPA : PESQUISA DO TEMA NA BIBLIOTECA DA CIDADE

Na Biblioteca Municipal “Rui Barbosa”, realizaram uma pesquisa sobre o tema

“Resíduos Sólidos”. Utilizaram algumas revistas, livros e coleções pedagógicas que abordam o

assunto.

Os próprios alunos selecionaram alguns textos para leitura. Após, escolheram textos

para copiarem nos respectivos cadernos.

3ª ETAPA : PESQUISA DO TEMA E APRESENTAÇÃO DE VÍDEO

Pesquisa na Internet, sobre a coleta seletiva. Os sites acessados foram:

- www.compam.com.br;

- www.recicloteca.org.br;

- www.reciclagem.com.br;

- www.lixo.com.br;

- www.cempre.org.br.

Assistiram à reportagem “Reciclagem”, do repórter André Trigueiro, que apresenta o

programa “Cidades e Soluções” do canal Globo News.

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A duração do vídeo é de 23m. Ele pode ser acessado no site www.globo.com/videos. É

um vídeo muito interessante, que retrata muito bem a realidade brasileira quando o assunto é

coleta seletiva.

4ª ETAPA : APRESENTAÇÃO DO DESENHO (EM DVD) DA “TURMA DO

COCORICÓ”

Assistiram ao DVD da “Turma do Cocoricó”, cujo tema: Saúde e Meio Ambiente.

5ª ETAPA: VISITA À USINA DE RECICLAGEM

O responsável pela Usina, mostrou e explicou passo a passo todo o funcionamento do

local, bem como o destino final de cada produto.

Foi gravado um vídeo com os principais momentos desta visita.

Os alunos expuseram suas dúvidas, demonstrando ter conhecimento prévio, criando

hipóteses e percebendo a Usina como um final correto para o lixo da cidade.

6ª ETAPA: VISITA AO ATERRO SANITÁRIO

Os alunos tiveram a oportunidade de comparar duas realidades: a de uma usina de

reciclagem e de um aterro sanitário.

Próximos do local, ainda na condução, sem a professora dizer nada, os alunos já

identificaram o problema e exclamaram que aquele modo de finalização dos resíduos sólidos

não era o correto.

O técnico em meio ambiente da prefeitura de Jacarezinho, mostrou aos alunos a

realidade do aterro e explicou-lhes que aquela não é a forma adequada de se trabalhar com lixo

da cidade.

Em seguida apresentou às crianças as futuras instalações da Usina de Reciclagem de

Jacarezinho e afirmou que a prefeitura receberá nos próximos meses os equipamentos

necessários para o seu funcionamento.

Mostrou o projeto de plantio de árvores silvestres ao redor do local. Após tirar as

dúvidas das crianças, convidou-as a retornar no início do próximo ano para registro das

mudanças positivas.

7ª ETAPA: EXPOSIÇÃO DOS TRABALHOS À FAMÍLIA

As famílias dos alunos foram convidadas para irem à escola. A professora conversou

com os pais, explicando-lhes os principais objetivos do projeto e a importância de incentivarem

e valorizarem os trabalhos acadêmicos de seus filhos.

Após, assistiram ao vídeo da visita à Usina de Reciclagem de Ribeirão Claro e depois

apreciaram os trabalhos artísticos com materiais reciclados, confeccionados pelos seus filhos.

8ª ETAPA: ENTREGA DO PROJETO À PREFEITURA DA CIDADE

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Com o intuito de tornar o aluno um cidadão responsável, crítico, consciente de seus

direitos e deveres, foram à Secretaria do Meio Ambiente para entregar em mãos, às pessoas

responsáveis, uma cópia do Projeto Reciclarte.

Essa atitude foi muito importante para os alunos, pois através dela, exerceram o seu

direito de cidadania, uma vez que a transformação da realidade não está só nas mãos dos

governantes, mas depende de cada um de nós.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todas as atividades desenvolvidas neste projeto fizeram com que os alunos sentissem

responsáveis, desenvolvendo assim, habilidades e aprendizado.

Como afirma Torres (2007) quando há a interação entre pessoas de forma colaborativa,

por meio de uma atividade autêntica, elas trazem seus esquemas próprios de pensamento e suas

perspectivas para a atividade. Ou seja, cada aluno envolvido neste projeto, conseguiu ver o

problema de uma perspectiva diferente e está apto a negociar e gerar significados e soluções

mediante um entendimento compartilhado.

A propósito, Torres (2007) enfatiza que, a participação ativa em contextos sociais,

culturais, históricos e políticos, a interação dialógica entre indivíduos e o intercâmbio de idéias

promove o desenvolvimento cognitivo do sujeito, pois os conhecimentos são socialmente

definidos e o sujeito depende da interação social para construção e validação dos conceitos.

Ao término deste trabalho, pode-se assegurar que muitos foram os resultados positivos

obtidos pelos alunos, dentre eles destacam-se:

- a melhoria da auto-estima;

- o desenvolvimento do pensamento crítico;

- maior motivação intrínseca;

- maior capacidade em aceitar as perspectivas dos outros;

- atitudes positivas para com a escola, professores e colegas;

- menos tendência para faltar à escola.

REFERÊNCIAS

TORRES, Patrícia Lupion (Org.). Uma leitura para os temas transversais: ensino fundamental. Curitiba: SENAR-PR, 2003. 620p.

TORRES, Patrícia Lupion (Org.). Alguns fios para acontecer o pensar e o agir. Curitiba: SENAR-PR, 2007. 704p.

TORRES, Patrícia Lupion (Org.). Algumas vias para entretecer o pensar e o agir. Curitiba: SENAR-PR, 2007. 196p.

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VALADAREZ, S.; DINIZ, C. Arte no cotidiano escolar. 1. ed. Editora FAPI: Belo Horizonte, 2001.

VALADAREZ, S.; DINIZ, C. Educação artística no cotidiano escolar. 11. ed. Editora FAPI: Belo Horizonte, 2004.

PLANO DE TRABALHO

1) IDENTIFICAÇÃO

1.1 – Ensino Fundamental

1.2 – Professora GTR: Teresângela Medeiros Pereira

1.3 – Escola Estadual Professor Jucundino Furtado

1.4 – Professora Tutora do GTR: Dilceia Camargo

1.5 – Distrito de Mirante do Piquiri

1.6 – Município de Alto Piquiri – PR

1.7 – NRE de Umuarama

2) TEMA

Interdisciplinaridade

3) TÍTULO

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Leitura de Jornal: uma Proposta Interdisciplinar de Incentivo à Leitura

4) PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

O Professor é o profissional da reconstrução do conhecimento tendo como prática educativa a pesquisa. O professor já não é mais o indivíduo habilitado apenas em dar aulas, pois ministrar aulas não representa mais tática fundamental de aprendizagem. O educador atualizado é aquele que não só executa com competência sua profissão, mas que corre em busca de renovação. Nós educadores sabemos que os nossos conhecimentos são enriquecidos, partindo do que já conhecemos. A tarefa fundamental é, portanto socializar conhecimento, disseminando informações e culturas, não só transmitindo, mas reconstruindo. A aprendizagem é sempre acontecimento de reconstrução social e política, e não é só reprodutivista, pois temos o compromisso de fazer o aluno aprender através do conhecimento e da prática. A melhor maneira de fazer com que isso aconteça é através da interdisciplinaridade, que deve ir além da simples justaposição de disciplinas, ao interagimos em busca de objetivos comuns. Devemos através do trabalho pedagógico arrolar as disciplinas em atividades ou projetos de estudo, projetos de pesquisa e ação. A interdisciplinaridade poderá ser uma prática pedagógica e didática eficaz ao cultivarmos um diálogo constante de questionamento, de aprovação, de indeferimento, de acréscimo, e de transparência de percalços não apontados. Na interdisciplinaridade os alunos aprendem a visão do mesmo objeto sob prismas distintos. A prática da interdisciplinaridade possui uma linha de trabalho integradora que pode agregar um objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção. Quando problematizamos uma situação, o problema causador do projeto, pode ser uma experiência, um desencadeamento de ação para interferir na realidade. Devemos nos conscientizar que o projeto é interdisciplinar em sua compreensão, cumprimento e avaliação.

De acordo com Gasparim (2002), esse fazer pedagógico é uma forma que permite compreender os conhecimentos em suas múltiplas faces dentro do todo social. Cada conteúdo é percebido não de forma linear, mas em suas contradições, em suas ligações com outros conteúdos da mesma disciplina ou de outras disciplinas. Assim, cada parte, cada fragmento do conhecimento só adquire seu sentido pleno à medida que se insere no todo maior de forma adequada.

No mundo das divisões do conhecimento, das especificidades que possibilitam e, freqüentemente, proporcionam a perda da totalidade, busca-se, cada vez mais, a unidade, a interdisciplinaridade, não como forma de pensamento unidimensional, mas como uma apreensão crítica das diversas dimensões da mesma realidade(GASPARIM, 2002).

Pretende-se verificar na prática da Escola Estadual Professor Jucundino Furtado, se a interdisciplinaridade possibilita ou não uma maior aprendizagem dos conteúdos da 5ª série.

Diante da necessidade de pesquisa sobre o tema, o projeto visa refletir sobre o trabalho interdisciplinar com os professores das diferentes disciplinas e posteriormente elaborar-se-á um Projeto Pedagógico, em conjunto com os professores, objetivando enfocar o ato de ler como ponto de partida para a construção do pensamento lógico e com isso viabilizar a argumentação e a capacidade do aluno de construir suas relações diante do mundo que o cerca. PrOpõe-se assim um trabalho interdisciplinar utilizando jornais.

5) DEFINIÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

Trabalho com jornais de forma interdisciplinar buscando a efetivação da realização do processo ensino aprendizagem na 5ª série da Escola Estadual Professor Jucundino Furtado – Ensino Fundamental, com a finalidade de estabelecer uma articulação entre o universo epistemológico

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e o universo pedagógico, procurando verificar o valor, a utilidade, a aplicabilidade da interdisciplinaridade no ensino, bem como seus obstáculos e possibilidades de efetivação.

6) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este projeto trata de reiniciar uma discussão sobre a apresentação dos conteúdos por meio da interdisciplinaridade, “sendo compreendida como um ato de troca, de reciprocidade entre as disciplinas ou ciências” (FAZENDA, 2003). Para Ivani Fazenda, o termo interdisciplinaridade não possui um sentido único e estável, é uma proposta de substituição da concepção fragmentária para a unitária do ser humano.

A interdisciplinaridade, atualmente, está sendo tratado como a solução para o restabelecimento de uma nova ordem na educação-ensino, no país.

O termo interdisciplinaridade significa uma relação de reciprocidade, de mutualidade, que pressupõe uma atitude diferente a ser assumida rente ao problema do conhecimento, ou seja, é a substituição de uma concepção fragmentária para uma concepção unitária de ser humano.

A interdisciplinaridade pressupõe:

-uma atitude de abertura, não preconceituosa, onde todo o conhecimento é igualmente importante, onde o conhecimento individual anula-se frente ao saber universal;

-uma atitude coerente, sendo que é na opinião crítica do outro que fundamenta-se a opinião particular, supondo uma postura única, engajada e comprometida frente aos fatos da realidade educacional e pedagógica.

A atitude interdisciplinar nos ajuda a viver o drama da incerteza e da insegurança. Possibilita-nos darmos um passo no processo de libertação do mito do porto seguro. Sabemos o quanto é doloroso descobrirmos os limites de nosso pensamento, mas é preciso que façamos (Japiassú, 1976).

É na intersubjetividade desse processo, que ocorre a interação e o diálogo, como únicas condições de possibilidade da interdisciplinaridade. A ação pedagógica de efetivação da interdisciplinaridade se dá pelo desenvolvimento da sensibilidade, de uma formação adequada e necessária na arte de entender e esperar, e no desenvolvimento da criação e imaginação.

Nessa ação a relevância metodológica é indiscutível, "porém é necessário não fazer-se dela um fim, pois interdisciplinaridade não se ensina nem se aprende, apenas vive-se, exerce-se e por isso, exige uma nova Pedagogia..." (FAZENDA, 1993).

Segundo Japiassú, "a interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real das disciplinas no interior de um mesmo projeto de pesquisa...", como é o caso do Projeto Pedagógico da Escola, fio condutor de nossas ações educativas e compromisso profissional. Pode-se desenvolver outros projetos afins, e, principalmente aqueles de interesse coletivo, que de uma forma ou de outra, está contemplado no ideário do Projeto maior.

Para esclarecer alguns problemas de terminologia dentro da questão e do conceito de interdisciplinaridade aqui desenvolvido, "e abrir caminho a uma reflexão epistemológica. G. Michand propõe uma distinção terminológica, em cinco níveis de significados, a saber:

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Disciplina - conjunto específico de conhecimentos com suas próprias características sobre o plano do ensino, da formação dos mecanismo, dos métodos, das matérias.

Multidisciplina - justaposição de disciplinas diversas, desprovidas de relação aparente entre elas. Ex.: Música + Matemática + História

Pluridisciplina - justaposição de disciplinas mais ou menos vizinhas nos domínios do conhecimento. Ex.: domínio científico: Matemática + Física.

Interdisciplina - interação existente entre duas ou mais disciplinas. Essa interação pode ir da simples comunicação de idéias à integração mútua dos conceitos diretores da epistemologia, da terminologia, da metodologia, dos procedimentos, dos dados e da organização referentes aos ensino e à pesquisa. Um grupo interdisciplinar compõe-se de pessoas que receberam sua formação em diferentes domínios do conhecimento (disciplinas) com seus métodos, conceitos, dados e termos próprios.

Transdisciplina - resultado de uma premissa comum a um conjunto de disciplinas (Ex.: Antropologia considerada como a ciência do homem e de suas obras.)"

Conclui-se, que existe uma preocupação em definir-se terminologias a respeito do entorno interdisciplinar, embora as definições baseiam-se em diferentes pressupostos. Os cinco níveis acima definidos são os mais utilizados na bibliografia especializada no assunto, como salienta Japiassú, "que existe uma gradação entre esses conceitos, gradação essa que se estabelece ao nível de coordenação e cooperação entre as disciplinas".

Interdisciplinaridade não é ciência, nem ciência das ciências, mas é o ponto de encontro entre o movimento de renovação da atitude frente aos problemas de ensino e pesquisa e a aceleração do conhecimento científico. Também não é uma panacéia que garantirá um ensino adequado, ou um saber unificado mas um ponto de vista que permite uma reflexão aprofundada, crítica e salutar sobre o funcionamento do mesmo. Podemos dizer que é a possibilidade de eliminação do hiato existente entre a atividade profissional e a formação escolar.

É condição de volta ao mundo vivido e recuperação da unidade pessoal, pois, o grande desafio está na tomada de consciência sobre o sentido da presença do Ser humano no mundo, portanto, requer uma mudança de postura na relação metodológica entre quem ensina e quem aprende, com um método científico, que leve em conta os pressupostos de substituição de uma concepção fragmentária, pela concepção unitária de Ser humano no sentido da recuperação da totalidade.

Para se efetivar um trabalho interdisciplinar faz-se necessário a eliminação das barreiras entre as disciplinas e entre os profissionais que pretendem se envolver nesse Projeto.

A análise do documento "Projeto Pedagógico da escola, face aos seus referenciais teórico-metodológicos nele apontados, revelou-se uma urgente necessidade de maior elucidação referente à integração e interdisciplinaridade, na tentativa de buscar-se um novo debate sobre o Ser humano-cidadão que se pretende construir, e com a consciência efetiva de uma educação permanente.

Ao lado desse compromisso com o Projeto, está a tentativa de superação gradativa dos principais obstáculos à efetivação do trabalho interdisciplinar, sendo que o mais importante seria o estabelecimento de uma consciência crítica sobre o valor e significado do mesmo, bem como uma orientação segura de como iniciá-lo.

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Considerando a Política Educacional da Secretaria Estadual de Educação do Paraná (SEED), que construiu num processo coletivo as Diretrizes Curriculares Estaduais (DCEs), neste projeto é proposto um trabalho com Jornais de forma Interdisciplinar para a 5ª série do Ensino Fundamental, tendo por objetivo maior o trabalho de todas as disciplinas com a leitura, escrita e interpretação. Busca-se mais subsídios teóricos e práticos para atender aos alunos que apresentam dificuldades de alfabetização.

Compreender é apreender o significado de um objeto ou de um acontecimento; é vê-lo em sua relação com outros objetos ou acontecimentos. Os significados constituem, pois, em feixes de relações que por sua vez se entretecem, se articulam em teias, em redes, construídas socialmente e individualmente e em permanente estado de atualização (MACHADO, N. J., 1999).

7) DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO

Num primeiro momento será apresentada a proposta de Interdisciplinaridade à equipe pedagógica da escola. Após análise do projeto realizar-se-á um estudo,com os professores sobre o tema interdisciplinaridade, para posteriormente elaborar um projeto interdisciplinar utilizando jornais, tendo como objetivos o bom desempenho do aluno na leitura, o desenvolvimento da capacidade de interpretar e produzir textos.

8) ELABORAÇÃO DO PROJETO

O projeto interdisciplinar a ser organizado para a 5ª série relacionado ao objeto de estudo Interdisciplinaridade contribuirá para o avanço do aluno na leitura, escrita e interpretação de textos.

No mês de maio acontecerão 02( dois) encontros, um de estudos sobre o tema Interdisciplinaridade com os professores e outro para a Elaboração do projeto “Leitura de Jornal: uma Proposta Interdisciplinar de Incentivo à Leitura.

Pela impossibilidade de aplicação do projeto ficou acordada, com a escola e professores, a sua execução durante o ano de 2008.

9) REFERÊNCIAS

1- FAZENDA, Ivani (org.). Interdisciplinaridade: qual o sentido? São Paulo; Paulus, 2003.

2- ___________________. Práticas Interdisciplinares na Escola. São Paulo. Cortez. 1993.

3- GASPARIM, J. L. Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica. Campinas. São Paulo. Autores associados, 2002.

4- JAPIUSSÚ, Hilton. Interdisciplinaridade e Patologia do Saber. Rio de Janeiro. Imago. 1976.

5- MACHADO, N.J. Epistemiologia e Didática: as Concepções de Conhecimento e Inteligência e a Prática Docente. São Paulo. Cortez. 1999

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PROFESSORA GTR: TERESANGELA.......

ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR JUCUNDINO FURTADO - ENSINO FUNDAMENTAL

MIRANTE DO PIQUIRI - MUNICÍPIO DE ALTO PIQUIRI - PR

IMPLEMENTAÇÃO DA PROPOSTA NA ESCOLA

PROPOSTA BÁSICA:

A) TEMÁTICA: Interdisciplinaridade

B) TÍTULO: Leitura de Jornal: uma Proposta Interdisciplinar de Incentivo à

Leitura

C) JUSTIFICATIVA

Os educadores da 5ª série da Escola Estadual Professor Jucundino Furtado vêm se preocupando com o desenvolvimento de um processo ensino-aprendizagem vivo, rico funcional voltado para a realidade. Preocupação esta, que não é nova e nem só dos professores desta escola, principalmente quanto as idéias inertes, idéias que são simplesmente recebidas pelo aluno, sem que seja utilizadas ou testadas em novas combinações. Para tanto é necessário uma proposta de Interdisciplinaridade que vise o trabalho coletivo dos professores de 5ª série para alcançarem melhores resultados diante das dificuldades que esses alunos apresentam na escrita, leitura e interpretação.

Em função do exposto propõe-se o Projeto: Leitura de Jornal: uma Proposta Interdisciplinar de Incentivo à Leitura.

É importante que o aluno experimente a sensação da descoberta, perceba o valor da aplicabilidade das informações e das idéias e não as receba passivamente.

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Tradicionalmente, predomina a exposição oral que exige, em maior parte, a atividade do professor ou o trabalho de grupo que se operacionaliza em simples transcrição de livros por parte dos alunos .

Nem sempre se pede aos alunos que observem, defina, questionem, até parecendo ser isto uma atribuição especifica do professor.

Segundo Dewey, in Revista AMAE Educando, o que os alunos fazem em sala de aula é o que eles aprendem, e, segundo Mc Luhan, o que eles aprendem é a mensagem.

De acordo com Paulo Freire em “A Importância do Ato de Ler” afirma que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não pode prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto, a ser alcançada por uma leitura crítica, implica na percepção das relações entre textos e contexto”.

Uma vez aprendida a leitura da palavra, o aluno precisa continuar a leitura do mundo. O jornal permite não somente a leitura da palavra, mas também a leitura do mundo.

O volume de informações comunicadas pelo jornal, embora se reconhecendo o alto valor do livro e do texto didático, invade os muros da escola e penetra na sala de aula, O jornal atinge grande público, em tempo relativamente curto e mesmo simultaneamente; a natureza da comunicação é pública, rápida, transitória, mas principalmente, verídica e atual.

A utilização do jornal possibilita ao aluno um processo dialógico com o contexto, emergindo daí uma força de agir crítica, consciente e reflexiva.

O jornal e seus textos regulam as interpretações, administrando a memória coletiva. E nas mãos dos alunos, está a força da Imprensa, precisa ser avaliada e reconhecida. A leitura de jornais, na escola, deve ir além do uso de recortes de matérias jornalísticas específicas para enriquecer este ou aquele momento do currículo. Ler jornais deve significar a construção de escolhas do leitor diante dos vários autores no jornal.

Esse projeto interdisciplinar justifica-se, portanto, pela necessidade de que os alunos e comunidade escolar precisam conhecer textos com informações atuais, uma vez que os educandos são desprovidos de material atualizado para a leitura.

Por isso é imprescindível a leitura de jornais, para que os educadores possam capacitar leitores críticos da comunicação, priorizando o exercício da cidadania, o pluralismo de idéias e oferecendo ao aluno oportunidade de demonstrar competência para protagonizar a vida democrática numa leitura crítica da sociedade.

D) OBJETIVO GERAL:

Levar o aluno a gostar de ler e de se informar diariamente incorporando novos conhecimentos e comparando-os com os armazenados anteriormente, a fim de alcançar melhor desempenho na leitura, escrita, interpretação e produção de textos.

E) OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Dar ao educando a oportunidade crescer e aprimorar-se como leitor;

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- Oportunizar aos educandos uma maior compreensão e inserção no mundo através da leitura de jornais;

- Analisar criticamente as informações lidas em jornais, bem como a sua própria realidade;

- Utilizar técnicas que desenvolvam a leitura crítica e a interpretação de textos lidos nos jornais;

- Aproximar o aluno da realidade social e conscientizá-lo dos problemas da cidade e região.

- Incorporar novos conhecimentos via leitura de matérias jornalísticas;

- Incentivar melhor domínio e manejo da linguagem oral e escrita;

- Motivar o aluno a participar de pesquisas na comunidade a partir de temas estudados na sala de aula;

- Promover a necessária interdisciplinaridade na escola;

- Promover a utilização do jornal como veículo de formação de cidadania;

- Proporcionar aos professores subsídios teóricos e práticos sobre a Interdisciplinaridade;

- Possibilitar uma metodologia de trabalho em que todos os professores estejam conscientes de sua responsabilidade e de sua importância como autores do desenvolvimento de seus alunos na escrita, leitura e na interpretação.

F) PROCEDIMENTOS:

- Solicitar ao Excelentíssimo Prefeito Municipal a doação dos jornais de sábado e domingo que são enviados à Prefeitura municipal e que não são utilizados

- Discutir com os professores as várias atividades que poderão ser realizadas a partir da leitura de jornais nas várias disciplinas.

- Realizar a cada 15 dias atividades relacionadas com a leitura dos jornais e montar o mural de talentos.

- Após a realização dos trabalhos de leitura, nas aulas de Educação Artística, promover a reciclagem de jornais realizando trabalho de artesanato.

- Selecionar notícias, artigos, reportagem em vários jornais sobre um determinado assunto, criando uma Hemeroteca.

- Oferecer os jornais que restarem aos alunos para que a família faça a leitura dos mesmos obtendo assim informações atualizadas.

- Organizar uma caixa com pequenas notícias para leitura independente dos alunos;

- Organizar um jornal mural;

- Ensinar o aluno a conhecer o jornal ;

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- Criar o Jornal Escolar;

A lista de sugestões para o emprego do jornal na sala de aula não termina aqui. Cada professor com sua criatividade e experiência de classe, devem acrescentar novas sugestões que atendam a seus propósitos e aos interesses de seus alunos.

G) METODOLOGIA

As atividades do projeto serão desenvolvidas no ano de 2008, de acordo com a aceitação e progressos alcançados na escola. Para tal propõe-se reuniões com toda equipe para discutir meios para a execução dos trabalhos.

Assim, será realizada, a cada 15 dias a leitura dos jornais e atividades relacionadas com a leitura dos mesmos em todas as disciplinas em sala de aula, inclusive, no mesmo momento, todos os funcionários da escola farão a leitura dos jornais.

As atividades serão fotografadas e posteriormente, expostas e mostrados os trabalhos desenvolvidos pelos alunos, bem como as informações e resultados obtidos durante a execução do Projeto, complementando assim o “Projeto Mural de Talentos”.

H) AVALIAÇÃO

A avaliação será formativa, através de observações conforme a elaboração das tarefas e as respostas aos questionamentos, levando em consideração o envolvimento, o esforço e o prazer do educando na execução das atividades e na superação de suas dificuldades.

I) PROPOSTA DE ATIVIDADES POR DISCIPLINA

- LINGUA PORTUGUESA: Leitura, Escrita, Produção textual, Interpretação de textos.

- HISTÓRIA, GEOGRAFIA E CIÊNCIAS; Relacionar fatos atuais com os conteúdos de cada disciplina, loclização dos fatos em mapas, portfólio de notícias relacionadas aos conteúdos.

- EDUCAÇÃO ARTÍSTICA: Organizar um Jornal Mural, transformar textos jornalísticos em Histórias em Quadrinhos e Vice- Versa, Reciclagem dos jornais que sobram na confecção de artesanato.

- MATEMÁTICA: O jornal permite inúmeras leituras matemáticas do cotidiano como: palavras, números, diagramação, porcentagens, frações, confecção e resolução de problemas, gráficos, trabalho com a geometria, operações, etc...

- EDUCAÇÃO FÍSICA: O professor pode enfocar os conteúdos: Qualidade de vida, Saúde, Exercícios físicos, esportes, Jogos coletivos e individuais, etc...

J) REFERÊNCIAS:

- FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler. – São Paulo, Cortez, 1982.

- REVISTA AMAE Educando nº 216, Belo Horizonte, Minas Gerais, AMAE, 1990.

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- FADUL, Ana Maria. Sobre a recuperação crítica dos meios de comunicação de massa no Brasil: Um relato de experiências. São Paulo, Intercon, 1983.

K) CRONOGRAMA

23 DE MAIO – 1 hora

Apresentação da Proposta à Equipe Pedagógica

26 DE MAIO – 2 horas

Apresentação da proposta e estudo de textos referente à Interdisciplinaridade.

31 DE MAIO – 4 horas

Elaboração do Projeto “ Leitura de Jornal: uma Proposta Interdisciplinar de Incentivo à Leitura”

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ELIANA MARA SANCHES

TRABALHO GRUPO DE ESTUDO PDE

PROJETO DE AÇÃO PEDAGÓGICA

RECICLAR É PRECISO

Alunos beneficiados: alunos das 5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental, Colégio Estadual Papa Paulo VI – EFM.

Números de alunos envolvidos: 170

Áreas envolvidas: Todas as disciplinas da Matriz Curricular

Período de execução: maio e junho de 2008.

Justificativa:

A finalidade deste projeto é conscientizar e estimular a comunidade sobre mudança de atitude em relação ao lixo, envolvendo professores, funcionários, alunos e comunidade em geral.

O lixo sempre foi um problema, porém atualmente tomou outra dimensão, sua composição e seu destino. Muitos destes materiais (lixo) podem ser reaproveitados ou reciclados, diminuindo assim, as enormes montanhas formadas no lixão de cada município e melhorando conseqüentemente a degradação do meio ambiente. A importância de reciclar, além da consciência ecológica é um fator social e econômico.

A execução deste projeto visa compreender a importância da reciclagem do lixo urbano e rural, através dos conteúdos das diversas disciplinas do Ensino Fundamental.

Objetivos:

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• Trabalhar o tema “Reciclar é Preciso” de forma interdisciplinar, tendo em vista as Diretrizes Curriculares;

• Criar condições para o exercício de cidadania em relação à melhoria da qualidade ambiental;

• Compreender a importância da reciclagem dos materiais para a preservação do meio ambiente e conservação dos recursos naturais.

Desenvolvimento:

Artes: elaboração de cartazes sobre o tema e confecção de brinquedos feitos com sucatas;

Ciências: pesquisa sobre o destino do lixo e a causas/consequências dos lugares impróprios onde são colocados os lixões;

Educação física:confecção de tabuleiros de xadrez com materiais de sucata e estudo sobre o tema “Meio Ambiente e Qualidade de Vida”;

Geografia: degradação do meio ambiente;

História: a história do destino do lixo atráves do tempo;

Língua Portuguesa: elaborar textos, paródias e poesias, sobre preservação do meio;

Matemática: confecção de problemas e gráficos envolvendo o número de pessoas do seu bairro que separam o lixo para coleta seletiva, os que tem rede de esgoto, água encanada, etc.;

Língua Inglesa: fazer maquete sobre conservação do meio e destino do lixo com palavras para demonstração em inglês.

Avaliação:

• conscientização sobre uma qualidade de vida melhor, socialização e trabalho coletivo, despertando a valorização da importância de reciclar e preservar o meio ambiente.

Nova América da Colina, maio de 2008

Eliana Mara Sanches

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1.1 – Ensino Fundamental

1.2 – Professora GTR: Lizmari Crestiane Merlin Greca

1.3 – Escola Estadual ....(não estou na escola)

1.4 – Professora Tutora do GTR: Dilceia Camargo

1.5 – Município : Curitiba/PR

1.6 – NRE de Curitiba

2) TEMA

Interdisciplinaridade

3)JUSTIFICATIVA

O presente projeto pretende trabalhar com as atuais políticas inclusivas , informando a comunidade escolar a respeito da cidadania surda: cultura, identidade e direito. Há a necessidade de um trabalho sistemático com o ensino da Língua Portuguesa para os alunos, uma vez que, estes são usuários da Libras - Língua Brasileira de Sinais, assim sendo a Língua Portuguesa escrita é considerada a sua segunda língua. Será de responsabilidade de todas as áreas do conhecimento a alfabetização/letramento dos alunos surdos.

OBS: Será necessário a presença do profissional tradutor/ intérprete de Libras na mediação da comunicação entre surdos e ouvintes.

4) OBJETIVO

Desenvolver um trabalho sistematizado de alfabetização/letramento com os alunos surdos inclusos no estabelecimento regular de ensino.

5) METODOLOGIA

Sabe-se que a experiência visual é a porta de acesso das pessoas surdas ao mundo da linguagem e dos conhecimentos. Portanto, a exploração de materiais visuais são imprescindíveis para a construção da prática pedagógica.

6) AVALIAÇÃO

A avaliação será contínua e processual, os professores deverão realizar reuniões períodicas para verificar as produções escritas dos alunos surdos.

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CRISTINA MARIA DE ALMEIDA CONDE

Apresentação Narrativas Literárias: partindo da leitura à escrita - Série: 7ª (Ensino Fundamental). Projeto realizado pelas disciplinas de Português (Professora Cristina Maria de Almeida Conde Ferri e história (Professora Marisa Lemes Bernardino).

Para exercemos nosso papel de cidadãos atuantes e críticos na sociedade,

precisamos estar bem informados.

Despertar o prazer pela leitura é a grande preocupação, pois a leitura é um

meio de se chegar a comunicação e informações e com assuntos variados, fazendo

assim despertar o prazer pela leitura de todos os leitores.

Narrativas Literárias será a base para que os alunos desenvolvam novos

conceitos que os envolvam na leitura, pois tem como objetivo apoiar ações que

proporcionem ainda ao educando o interesse pela leitura diversificada e

conseqüentemente a leitura eficiente.

Essas ações deverão ser voltadas a atividades que despertem o “desejo de

ler” no aluno; para isso, o lúdico, o artístico, fantástico e o humorístico, além do

analítico e critico, deverão fazer parte das estratégias motivadoras a serem usadas

para que o educando sinta-se motivado a encontrar no livro, no jornal, na revista, em

uma paisagem, no teatro, no filme, em histórias em quadrinhos, enfim na diversidade

textual, aquilo que o interessar e que seja necessário para desenvolver-lhe o

intelecto.

A narrativa é a possibilidade de manifestar ou construir através da linguagem

as histórias que se deseja contar: é a arte, possível apenas ao homem, de narrar

suas histórias. Partindo desse pressuposto, foi acrescentada a disciplina de História,

com o conteúdo: Revolução Industrial, visando influenciar o interesse do aluno em

pesquisar sobre o assunto e ainda o incentivo à leitura e por fim a escrita.

Juntamente com a professora de História foi montado um museu sobre a Revolução

Industrial, onde os alunos providenciaram objetos, fotos antigos e posteriormente

realizaram comparações entre as vantagens que a Revolução Industrial ofertou á

humanidade. Coube a disciplina de Português organizar as pesquisas sobre o objeto

de estudo, já mencionado e também produzir falas e textos sobre o mesmo, pois

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terminado esse período de busca de conhecimento, elaboração, organização

conceitual os alunos, apresentaram á comunidade escolar os frutos de sua

pesquisa, em que todos puderam observar o que foi apreendido.

Dentre a diversidade de textos que circulam socialmente, há uma enorme

variedade de textos que são narrativos: contos, fábulas, romances, lendas, mitos,

crônicas, novelas, piadas, relatos, cartas, diários, etc. Desses, muitos são literários.

Cada um deles tem uma forma própria de se organizar que precisa ser ensinada e

aprendida.

Definido o tema aqui em específico o qual foi selecionado relatos,

“texto científico e informativo sobre a Revolução Industrial”, foi preciso levantar

previamente desde as dificuldades mais elementares até as enormes vantagens que

eles oferecem.

A concepção de que somente depois de aprender a ler e escrever, o aluno

torna-se capaz de produzir bons textos já não se sustenta mais. Trata-se de

processos diferentes. Um analfabeto pode produzir bons textos como os escritos

sem saber escrever. É o que faz quando dita cartas, às vezes com expressões

bastante formais. É possível produzir bons textos sem saber escrever e saber

escrever sem produzir bons textos.

Desse modo, cabe salientar a importância da leitura para a produção de

textos, a leitura não é suficiente para a produção de textos. A capacidade de produzir

os próprios textos não brota naturalmente da experiência como leitor. Com muita

leitura, mas sem uma intervenção pedagógica não se produzem bons textos, a

menos que se tenha um talento especial. Para produzir bem diferentes textos é

preciso conhecê-los, tanto por meio da leitura como da análise de suas

características.

Fundamentação Teórica

Considerando que o homem é um ser de ação e relação capaz de

transformar-se e de transformar o mundo que o cerca, acredito que um trabalho

diferenciado é um instrumento para que as mudanças se efetivem. Com a leitura

pode-se realizar qualquer ato ou intento de fazer alguma coisa.

Transpondo e relacionando a citação a cima com as discussões teóricas

realizadas durante o curso, esta forma de trabalhar ( a interdisciplinaridade) foi uma

iniciativa diversificada onde a partir do conhecimento e questionamento da realidade,

o que gera o aprendizado de conceito e valores. A redescoberta de valores consiste

em permitir ao ser humano que compreenda o complexo problema de adaptação do

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homem às condições de vida na terra de forma de tornar exeqüíveis ações de

intervenção na realidade com o intuito de aumentar a eficiência escolar, eliminando a

pedagogia do desânimo, dando lugar à pedagogia da busca, do desafio, do

encontro, da esperança, do afeto, da realização, da transformação.

Quando todos os envolvidos sabem para onde ir e estão de acordo, o

processo se torna mais ágeis as decisões e as diversificações fluem. O trabalho

ganha agilidade, e os envolvidos ganham motivação.

Sendo assim, os desafios são aceitos e os obstáculos são superados,

prevalecendo os objetivos, eliminando-se resistência, o medo do novo e os conflitos.

Não aceitar e não promover mudanças é um erro. Faz-se necessário estar

plugado no contexto atual, globalizado e tecnológico, estar ciente das mudanças em

todas as esferas, políticas econômicas, culturais, pois as mesmas apontam as novas

necessidades na esfera educacional, no mercado de trabalho.

Assim, todos da comunidade escolar atualmente, precisam rever suas

crenças e contrapor a antiga visão sobre como se procede a aquisição do

conhecimento, com base em Vigotsky, Piaget, Frenet e outros teóricos que

consideram o conhecimento uma constante construção coletiva a partir das

concepções prévias dos educando, seu cotidiano, suas dúvidas, seus problemas –

problemas esses que, se devidamente explorados, permitem o desenvolvimento da

criatividade sensibilidade explorados, permitem o desenvolvimento da criatividade,

sensibilidade, intuição, senso crítico, capacidade de análise, de síntese, formulação

e resolução de problemas.

Dessa forma estaremos proporcionando aos alunos adequar-se ao contexto

tecnológico e globalizante. “Ensina, quem de repente aprende”, afirma Paulo Freire,

e concordo, acrescentando: Aprende quem vivencia situações concretas ainda que

simples.

Metodologia

Como já foi citado dentre as narrativas literárias, foi selecionado relatos.

Então foi desenvolvido:

- Leituras diárias de diversos temas, no caso a Revolução Industrial

-Solicitar que eles próprios analisem para depois discutir coletivamente e

sistematizar alguns aspectos identificados com a ajuda do professor;

- Análise dos próprios textos, tendo como critério esse aspectos identificados;

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- Escrever e submeter sua escrita à avaliação do professor e dos colegas

considerando os aspectos que precisam estar garantidos, etc.

- Organizaram-se falas produzidas pelos alunos, cujo destino foi a apresentação das

peças do museu de História (sobre a Revolução Industrial).

Com os textos escritos, realizou-se, revisão de vários itens, como:

- discutir com os alunos eventuais problemas de construção do texto, sempre

salientando, a importância de uma boa leitura, na introspecção de produzir bons

textos.

- intervenção do professor, quanto à organização dos conteúdos: (abertura, corpo.

Fechamento), distribuição de parágrafos, recursos de pontuação para garantir

coesão e coerência, substituição de termos, quando uso de expressões da oralidade

for excessivo e comprometer a compreensão.

Quando o professor propõe um trabalho diferenciado, cria situações reais,

para que o aluno tenha acesso à leitura e conseqüentemente tenha produções

textuais boas.

A escola em si, juntamente com professores tem função social para

desenvolver em seus alunos o hábito da leitura e da escrita, embasados na

realidade necessária de formar cidadãos que obtenham essa qualidade e que

saibam sobressair das situações corriqueiras.

Referências BAKHTIN: Da Teoria Literária à Cultura de Massa/ Robert Stam. CHATIER. R. Práticas de leituras. São Paulo: Estação da Luz. MARCHI, Diana Maria. A leitura e o leitor in: Neves, Iara Conceição Bitencurt ET AL (org.). Ler e escrever compromisso de todas as áreas. Porto Alegre: UFRGS, 2004. LIMA, Luiz Costa (org.). A literatura e o leitor: textos de estética da recepção. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. Literatura infantil brasileira: histórias & histórias. 3 ed. São Paulo: Ática, 1987.

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Dilceia adorei esta experiência a qual colaborou para meu crescimento profissional, pois é através dos desafios que crescemos e compreendemos o quão são necessários.

Beijos Profª Cristina

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