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SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE

AV. MONTE CASTELO, 60, INDEPEDÊNCIA CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM, ES CEP: 29306-500

TEL: 3155-5327 / [email protected] www.cachoeiro.es.gov.br/servicos/site.php

RELATÓRIO

1 – HISTÓRICO DA ÁREA Conforme informações colhidas junto a antigos funcionários da empresa Consórcio de Limpeza Municipal – CLIM, servidores municipais e moradores próximos, alguns dos

quais atuaram no passado na área em estudo. Para melhor entendimento designaremos de “Área I” o local de lançamento de Resíduos Sólido Urbano – RSU (platô inferior),

“Área II” local de lançamento de Resíduos da Construção Civil – RCC e “Área III” local de lançamento de Resíduo de Serviço de Saúde – RSS, ambos no platô superior.

Constatamos:

a) A referida área vem servindo a depósitos de Resíduos Sólidos – RS,

aproximadamente 50 anos. No passado era feita queima dos resíduos no local.

Com o aumento significativo dos resíduos deixou-se a pratica da queima, tornando

a área um lixão a céu aberto com lançamento RSU, RCC, RSS e Resíduos

Perigosos (baterias, pilhas, lâmpadas fluorescentes entre outros) sem qualquer gerenciamento e controle. Essa situação descontrolada iniciou aproximadamente

28 a 30 anos atrás.

b) No ano de 1994 o Município requereu a Licença de Instalação junto a SEAMA, para

as atividades de serviços de coleta, transporte e tratamento de resíduos sólidos

domiciliares, público e hospitalares. De 1994 até inicio de 1997, o área foi

administrada pela empresa Consórcio de Limpeza Municipal – CLIM, com melhora expressiva no gerenciamento das referidas áreas. Foram implantadas drenagens

para recepção de águas pluviais, drenos para a queima de gazes, drenos para a

interceptação de chorume e capeamento com solo argiloso sobre os resíduos

lançados. Neste período a CLIM, trabalhou o platô superior do setor acima para

lançamento de RCC e RSS, iniciando atividade de terraplanagem para construção

de uma central de transbordo e coleta seletiva. c) Com a suspensão do contrato com a CLIM, ficou sob a responsabilidade do

Município o gerenciamento da área de deposito de Resíduos Sólidos. Em setembro

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de 1997, venceu a Licença de Operação a qual não foi renovada, instalando-se o

caos em lançamento de resíduos. A partir deste período ocorreram lançamentos na área superior ao lado, Área II com RCC e na Área III com RSS em valetas

escavadas. Segundo informações ora e outra lançavam RSU nessas áreas superior em conseqüência da total desordem na Área I abaixo e assim que

melhorava as condições do setor inferior abaixo, retornavam com os resíduos para a mesma.

d) Nessa área superior ao lado da Área II e Área III, durante um período foi feito

deposito de sucatas como veículos abandonados e máquinas do Município e de

terceiros, sendo mais tarde retirados. Ocorreram também lançamentos de RCC

porem em quantidade pouco expressiva.

e) Durante os primeiros meses de 2005 houve um elevado índice de precipitação

pluviométrica ocorrendo o deslizamento do talude para jusante, ocasionando

verdadeiro caos ambiental a jusante da Área I, com a contaminação do solo, da

água, do ar e do meio biótico, principalmente pelo extravaso de chorume o qual foi

levado pelo Córrego Urtiga adiante. Mediante a gravidade dos fatos, foi no final de

abril de 2005 paralisada definitivamente o lançamento de resíduos nas áreas citadas, passando o Município a enviar para aterro sanitário terceirizado situado no

Município de Vila Velha, gerenciada pela Central de Tratamento de Resíduos de

Vila Velha CTRVV. Na atualidade os RSU do Município são direcionados para

aterro sanitário localizado em São Joaquim, neste Município.

2 – DAS ÁREAS CONTAMINADAS Atendendo as solicitações do item 3.2.1, objeto do TCA 02/13:

a) Anexo a este relatório planta de situação georreferenciada, com as coordenadas

geodésicas dos seus vértices (1ª planta de situação). A poligonal maior com área

total de 65.014,00 m2 compreende a área de lançamento direto dos resíduos. Na 3ª

planta de situação foram georreferenciadas 03 áreas distintas, considerando o tipo de resíduos lançados. Estes polígonos correspondem a lançamentos de grandes

massas de resíduos, cada um desses com suas peculiaridades.

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b) Na área do polígono maior, nota-se a área bastante desmatada, predominando por

plantio recente em quase toda a área verde presente, árvores de leucenas (Leucaena leucocephala) e gramíneas do gênero brachiaria sp. (2ª planta de

situação).

c) A área em questão não possui Áreas de Reserva Legal.

d) A área esta afeta a Área de Preservação Permanente do Córrego Urtiga (2ª planta). e) Conforme planta de situação (1ª planta de situação), a área não esta afeta à

Unidade Conservação e à Zona de Amortecimento do monumento natural do Itabira

(Lei Municipal nº6260/2009). Não esta afeta a Zona de Proteção Ambiental – ZPA

(Lei Municipal nº 5890/2006).

f) As Massas D’águas estão representadas na planta de situação (2ª planta de

situação), Córrego Urtiga e no seu percurso a jusante, três lagoas e o Rio

Itapemirim. Não há nascentes e represas na área de interesse.

g) A área esta fora do limite do perímetro urbano consolidado da sede do Município, a

mesma encontra-se no perímetro urbano em expansão segundo a Lei municipal nº

5890/2006 (1ª planta situação).

h) Quanto a Faixas de Domínio conforme Lei Municipal nº 5890/2006 em seu Anexo X (Recuo Viário), a Rodovia Cachoeiro / Rio Novo, ES – 488, a área em questão

encontra-se aproximadamente 15 metros do centro da rodovia, quando a distancia

mínima são 20 metros, portanto afeta a Faixa de Domínio da rodovia. Não há rede

elétrica perpassando a área de deposito (3ª planta de situação).

3 – DETALHAMENTOS DOS POLÍGONOS Conforme citado anteriormente, cada polígono corresponde a uma área de

deposito de resíduo mais específico (predominante):

3.1 – Área I

Maciço predominantemente de Resíduos Sólidos Urbano; levemente

abaulado no seu platô medial, conseqüente a degradação dos resíduos em seu

interior. Predomina neste platô, gramínea do gênero brachiaria e em seu entorno

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arvores de leucenas, vegetações essas sobre a cobertura de aterro lançado. O

capeamento com esse aterro lançado teve a finalidade de dirimir as infiltrações

pluviais diminuindo assim a intensidade de líquidos infiltrantes. Apesar da aparente

estabilidade, este platô corre o risco de escorregamento, principalmente pelo fato

das bordas laterais (talude de resíduos expostos) estarem totalmente descobertos,

favorecidos assim pela percolação das águas pluviais. Esse platô tem uma área aproximada de 36.928,00 m2.

Não se observa externamente a esse platô e talude de resíduos expostos, o

extravasamento de chorume e o odor do biogás principalmente gás metano,

entretanto em alguns locais no talude de resíduos expostos, quando socando com

os pés percebemos um som oco (eco), provável indícios de bolsões de gazes e

líquidos (chorume).

Na lateral direita e abaixo do platô, antes uma antiga estrada para se chegar

ao sopé do talude, pela total falta de manutenção, os processos erosivos

decorrentes e recorrentes das águas pluviais, escavaram a estrada causando

grande voçoroca a poucos metros do sopé do talude de resíduos o qual poderá

deslizar em pouco tempo ou caso ocorra um evento pluviométrico acima do comum no Município, na região em foco, (Fotos: 04, 05).

A lateral esquerda do talude de resíduos esta toda assentada na APP do

Córrego Urtiga, lançando na atualidade ainda que coma precipitação pluviométrica

normal, resíduos diretamente sobre o mesmo. A obra de engenharia “galeria

aberta” para passagem do córrego, esta com algumas avarias e não tem altura

suficiente para reter os resíduos, (Fotos: 09, 10, 11, 12, 13).

Outras obras de engenharia, manilhas e caixas coletoras de lixiviados

(chorume), dutos de saída de gases, rede de drenagem perimetral das águas

pluviais encontram-se obstruídas e/ou destruídas, (Foto: 08, 15, 16, 17).

3.2 – Área II

Área situada em local acima a direita do polígono anterior,

predominantemente de Resíduos da Construção Civil, tem parte desse platô de

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resíduo assentada sobre terreno geotecnicamente seguro. Outra parte encontra em

área de encosta, apresentando sinais evidentes de rastejo, podendo ocorre grande

movimentação de massa, provocando o assoreamento do Córrego Urtiga e parte

da planície a jusante. Nota-se a presença de voçoroca neste talude de resíduo.

(Foto: 18).

Partes dos resíduos foram lançados em cava decorrente da retirada de solo argiloso para cobertura alternadas na área de deposito RSU abaixo, no passado.

Houve no pretérito lançamento de RCC ao longo da margem esquerda da estrada

e posteriormente lançados abaixo da estrada com trator. Tem-se a presença de

muitas arvores de leucenas sobre este platô instável e gramíneas do gênero brachiaria sp na parte geotecnicamente estável do terreno. A área desse polígono

é aproximadamente 7.689,00 m2.

3.3 – Área III

O deposito neste setor é de Resíduos de Serviço de Saúde. Encontra-se no

platô superior ao lado do deposito RCC. Está recoberto por aterro, e com gramíneas do gênero brachiaria sp, e parte do seu entorno principalmente com

arvores de leucenas. No passado era escavada valetas onde fazia o aterro deste

resíduo. A área deste depósito é estável, sem riscos de escorregamento tendo um

solo abaixo bastante argiloso classificado como pedzólico amarelo textura argilosa

a muito argilosa, o que dificulta a percolação de líquidos. Essa área não esta afeto

a APP’s. Esse polígono é de aproximadamente 4.301,00 m2.

4 – CONCLUSÃO

Com a delimitação, caracterização e identificação de questões críticas dessa área,

medidas e ações com obras civis de engenharia, geotecnia e controle ambiental, fazem-

se necessário o quanto antes para evitar possíveis danos e impactos sócio-ambientais irreparáveis, principalmente pela instabilidade geotécnica presente.

Diante destes fatos, o Município vem articulando medidas observando critérios para

a recuperação desta área degradada em observância ao Termo de Referência – TR

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01/2013, elaborado pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e recursos Hídricos – IEMA.

Nota: A confecção da planta de situação georreferenciada, coube ao Gerente de

Geoprocessamento da SEMDURB – CI, Luciano Quirino de Freitas, com

acompanhamento e informações prospectadas em campo pelo geólogo, Alexandre

Ferreira Coimbra da SEMMA –CI, responsável por este relatório.

Cachoeiro de Itapemirim – ES, 18 de outubro de 2013

__________________________

Alexandre Ferreira Coimbra Geólogo / CREA – ES 023.144/D

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FOTO 05: Antiga via de acesso lateral ao lixão. Processos erosivos acentuados.

Coordenadas UTM (Datum, WGS 84, 24k) 282.923 / 7.692.287

FOTO 07: Talude do lixão ao lado da antiga via de acesso lateral.


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FOTO 08: Manilhas ( receptores de chorume).


FOTO 13: Deslocamento da proteção lateral da galeria do Córrego. Talude do lixão ao longo da galeria /

Córrego. Coordenadas UTM (Datum, WGS 84, 24k) 283.050 / 7.692.349

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FOTO 18: Rastejo Coordenadas UTM (Datum, WGS 84, 24k) 282.819 / 7.692.340

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