secretaria de estado da educa · escola de atuação escola de educação especial recanto da vida...
TRANSCRIPT
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEEDPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL PDE
Título: A organização curricular da escola especial numa perspectiva inclusiva
Autora Denise Maria Barsch Ziegmann
Escola de Atuação Escola de Educação Especial Recanto da Vida
Município da escola Pitanga
Núcleo Regional de Educação Pitanga
Orientadora Ana Aparecida de Oliveira Machado Barby
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do CentroOeste – UNICENTRO
Disciplina/Área Educação Especial
Produção DidáticoPedagogica Caderno Pedagógico
Relação Interdisciplinar
No trabalho houve relação de interdisciplinaridade com a história da Educação Especial, documentos oficiais que dão respaldo legal para as Escolas Especiais, deficiência intelectual, transtornos globais de desenvolvimento, questões curriculares e as teorias de Piaget, Vigotski e a pedagogia de Freinet.
Público Alvo Professores, equipe diretiva e pedagógica da escola de implementação.
Localização Escola de Educação Especial Recanto da Vida
Rua Manoel Mendes de Camargo nº.291 Pitanga.
Levando em consideração que o acesso ao Ensino Fundamental é direito subjetivo, é necessário pensar um currículo, para a Escola Especial, articulado com os
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEEDPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL PDE
Apresentação
objetivos do Ensino Fundamental, ao mesmo tempo em que se preservam os conhecimentos necessários para que possam ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência. O principal objetivo é promover uma discussão sobre a proposta curricular da escola de implementação, numa perspectiva de inclusão. A operacionalização será em forma de encontros, usando a metodologia do grupo focal. Para a sistematização dos temas a exposição dialogada, aliada a recursos tais como slides, textos, trechos de filmes. Esperase como produto final a sistematização de uma proposta curricular para a escola de implementação.
Palavraschave Currículo – Escola Especial – Inclusão
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEEDPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL PDE
APRESENTAÇÃO
As Escolas de Educação Especial de acordo com proposta da Secretaria de Estado da
Educação (SEED), passarão a ser Escolas de Educação Básica – Modalidade Educação
Especial. Ainda considerando que o acesso ao Ensino Fundamental é direito subjetivo, torna
se necessário reavaliar e aprofundar a compreensão das questões curriculares que têm
norteado a organização curricular das Escolas Especiais, para que possam atender e responder
efetivamente às necessidades educacionais dos seus alunos.
Sem negar as especificidades dos alunos das Escolas Especiais em seus processos de
aprender e construir conhecimentos, é urgente pensar um currículo articulado com os
objetivos do Ensino Fundamental, ao mesmo tempo em que se preservam os conhecimentos
que favorecem e são essenciais para que possam ultrapassar as barreiras impostas pela
deficiência.
. Propor um currículo articulado com os objetivos do Ensino Fundamental e procurar
alternativas de acesso a eles é exigência universal para a inclusão em todas as suas dimensões.
Dai decorre que o trabalho nas Escolas Especiais ou Modalidade Educação Especial pode ser
desenvolvido em direção a inclusão.
É hora de deixar para traz o estigma da Escola Especial como reduto só de
treinamentos, controle de comportamentos e atividades terapêuticas. Se é escola, deverá
constituirse como tal, com um currículo que contemple o que é comum com as demais
escolas e o que é próprio da Escola Especial. Currículos abertos, flexíveis e com as
adaptações necessárias, contemplando as expectativas de aprendizagem dos conteúdos do
Ensino Fundamental há de ser o currículo dessas escolas que ao longo de sua história tem se
caracterizado com um espaço reabilitador e assistencialista.
Este material foi organizado com o objetivo de subsidiar discussões sobre “a
organização curricular da Escola Especial numa perspectiva inclusiva”. Seu referencial
teórico esta dividido em cinco títulos. No primeiro, revisitando a história da Educação
Especial, fazse uma retrospectiva histórica das concepções e tratamento dado às pessoas com
deficiência. No segundo, bases legais das Escolas Especiais são apresentados os documentos
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEEDPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL PDE
que dão respaldo legal e que reiteram de uma forma ou de outra a necessidade das Escolas
Especiais. No terceiro, os alunos das Escolas Especiais, abordase de forma sucinta o perfil
do alunado das Escolas Especiais. No quarto, a organização curricular na Escola Especial, o
enfoque é em conceitos, concepções, tipos e níveis de currículo, além de se fazer uma
abordagem sobre as características dos currículos existentes para as Escolas Especiais. No
quinto, concepções norteadoras do currículo buscase uma articulação das teorias de Piaget e
Vigotski e a pedagogia de Freinet, de forma que constituam uma unidade sistemática de
orientações para as reflexões dos componentes curriculares. Permeando estes títulos sugerese
atividades de participação, reflexões, sugestões de textos complementares e filmes.
Tendo este material como referencial pretendese construir com o grupo de
professores, equipe pedagógica e diretiva, uma proposta curricular inclusiva para a escola de
implementação.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEEDPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL PDE
SUMÁRIO
1. PRIMEIRO ENCONTRO........................................................................... 051.1 DESENVOLVIMENTO............................................................................. 051.1.1 introdução reflexiva aos temas............................................................... 051.1.2 sistematização teórica dos temas........................................................... 061.1.3 conclusão reflexiva sobre os temas........................................................ 182. SEGUNDO ENCONTRO............................................................................. 192.1 DESENVOLVIMENTO................................................................................ 192.1.1 introdução reflexiva aos temas................................................................ 202.1.2 sistematização teórica do tema........................................................... 252.1.3 atividade................................................................................................ 262.1.4 conclusão reflexiva sobre o tema........................................................... 273. TERCEIRO ENCONTRO.............................................................................. 273.1 DESENVOLVIMENTO............................................................................... 273.1.1 introdução reflexiva sobre o tema........................................................... 273.1.2 sistematização teórica do tema............................................................... 274. ORIENTAÇÕES/RECOMENDAÇÕES DE USO DO MATERIAL................ 33
5.AVALIAÇÃO................................................................................................ 33
REFERÊNCIAS................................................................................................ 33
5
PRIMEIRO ENCONTRO
CARGA HORÁRIA PRESENCIAL = 08 HORAS
Colegas, neste primeiro encontro farseá uma reflexão e discussão sobre os seguintes temas:
Revisitando a história da Educação Especial.
Bases legais das Escolas Especiais.
Perfil dos alunos das Escolas Especiais.
Com o primeiro tema “Revisitando a história da Educação Especial” procurarseá fazer um
passeio histórico sobre as concepções e o tratamento dado às pessoas com deficiência, tentando
visualizar as diferentes fases, com o objetivo de compreender a influência destes momentos na
Educação Especial.
Com o segundo tema “Bases Legais das Escolas Especiais”, terá como objetivo tomar
conhecimento dos principais documentos oficiais que dão respaldo legal para a existência das
Escolas Especiais.
Com o terceiro tema, o objetivo principal á apresentar de forma sucinta “O perfil do alunado da
Escola Especial”, refletindo sobre o grande desafio que se torna incluir estes alunos.
DESENVOLVIMENTO
INTRODUÇÃO REFLEXIVA AOS TEMAS
ORIENTAÇÃO
Formar grupos de no máximo cinco componentes para pensar, discutir e sistematizar
oralmente para o grande grupo e por escrito, as considerações sobre questões:
1. Inútil para a lavoura e o artesanato e consumidor improdutivo da renda familiar, o
deficiente não tem outro destino senão o asilo, onde se protege do raio e da chuva, ganha
alguma alimentação e deixa em santa paz a família e a sociedade. (PESSOTI, 1984, apud
BARBY, 2005, P.38).
6
Esta afirmação nos remete para a fase da institucionalização, onde os diferentes
eram segregados em instituições públicas.
Fazer algumas considerações sobre o conhecimento que o grupo apresenta sobre
esta fase.
2. Pelo fato de a Escola Especial ter se caracterizado ao longo de sua história como um
espaço reabilitador e assistencialista, justificase seu desmantelamento?
3. A Escola Especial tem sua validade posta em dúvida, pois a realização do direito à
educação escolar tem sido prejudicada com ênfase em programa de habilitação e
reabilitação. (SÀ: http://www.bancoescola.com). Acesso em 3/03/2011.Como clarificar o
significado do papel da Escola Especial e superar tal situação?
SISTEMATIZAÇÃO TEÓRICA DOS TEMAS
REVISITANDO A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Nos primórdios da história, a luta do homem pela sobrevivência, onde só os fortes ou com
mais capacidade de adaptação sobreviviam às agruras do meio, levou os grupos sociais a
idealizarem modelos de pessoas e de corpo, marginalizando aqueles que por algum motivo não se
enquadrassem nos modelos concebidos. (BARBY, 2005).
Não havia lugar para os deficientes, era necessário usar a força física para dominar a
natureza e garantir a sua sobrevivência. Aqueles que não se enquadrassem nos padrões de
normalidade constituídos pelos grupos sociais, eram relegados não só a marginalização e ao
abandono, mas também ao extermínio.
O atendimento educacional e as formas de tratamento das pessoas com deficiência passaram
por várias fases ao longo do processo histórico, cada uma das fases refletindo as concepções
daquele momento.
FORMAS DE ATENDIMENTO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA DE ACORDO COM
A ÉPOCA
7
ERA PRÉ – CRISTÃ MARCADA PELA NEGLIGÊNCIA E AUSÊNCIA TOTAL DE
ATENDIMENTO.
ERA CRISTÃ
O TRATAMENTO VARIAVA SEGUNDO AS CONCEPÇÕES DE
CARIDADE OU CASTIGO PREDOMINANTES NA
COMUNIDADE ONDE A PESSOA COM DEFICIÊNCIA
ESTAVA INSERIDA.SÉCULO XVII E
MEADOS DO
SÉCULO XIX
SEGREGAÇÃO EM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS TAIS COMO
ASILOS, LEPROSÁRIOS E HOSPÍCIOS.
FINAL DO SÉCULO
XIX E MEADOS DO
SÉCULO XX
MARCADO PELO DESENVOLVIMENTO DE ESCOLAS E/OU
CLASSES ESPECIAIS EM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS,
OFERECENDO À PESSOA DEFICIENTE UMA EDUCAÇÃO À
PARTE.
SÉCULO XX
DÉCADA DE 70
COM O CONCEITO DE NORMALIZAÇÃO, EXPRESSANDO
QUE AO DEFICIENTE DEVEM SER DADAS CONDIÇÕES AS
MAIS SEMELHANTES ÀS OFERECIDAS NA SOCIEDADE EM
QUE VIVE, SURGIU O MOVIMENTO DA INTEGRAÇÃO. NO BRASIL
SÉCULO XX
DÉCADA DE 90
SURGE O PARADIGMA DA INCLUSÃO ESCOLAR, COMO
UMA REAÇÃO CONTRÁRIA AO PROCESSO DE
INTEGRAÇÃO. SUA EFETIVAÇÃO PRÁTICA TEM GERADO
CONTROVÉRSIAS E DISCUSSÕES.(MIRANDA, 2003).
(PESSOTI, 1984, apud MIRANDA, 2003).
(BARBY, 2005).
Conforme Miranda (2003), a trajetória da Educação Especial no Brasil não ocorreu com as
mesmas características observadas nos países europeus e norteamericanos. As fases identificadas
em tais países não apareceram na mesma seqüência temporal que no Brasil. Por exemplo: a fases da
negligência foi observada, em outros países até o século XVII, no Brasil foi estendida até o início
da década de 50. Na fase da institucionalização em outros países, no Brasil, não existia nenhum
interesse pela educação das pessoas consideradas idiotas e imbecis, persistindo, deste modo a era da
negligência.
8
PARA MELHOR RETRATAR ALGUNS MOMENTOS HISTÓRICOS, EXIBIR TRECHOS E
RECOMENDAR OS SEGUINTES FILMES:
Filme: O Elo Perdido
Direção: Regis Wargnier
Gênero: Drama
Lançamento: 2005
Conta a história de um jovem médico que se aventura pela inexplorada África em 1879,
para capturar pigmeus. Determinado a provar o “elo perdido” da espécie humana, defende que o
casal de pigmeus capturado demonstra inteligência e sentimentos humanos. O médico vê seus
amigos pigmeus serem expostos no zoológico e serem submetidos a mais injusta humilhação.
Obs: Os zoológicos humanos mencionados no filme são fatos reais que proliferam na Europa no
século XIX, pesquisados pelo diretor do filme.
< http://www.cinepop.com.br./filmes.htm> Acesso em 6/07/2011.
Filme: O Homem Elefante
Direção: David Lynch
Gênero: Drama
Lançamento:
Relata a história de um inglês (18621890), portador de uma doença (neurofibromatose
múltipla) que provocou terríveis deformidades em 90% do seu corpo. Era exibido como aberração
num circo em Londres, onde se alimentava apenas de batatas e era seguidamente espancado.
< http://www.wikipedia.org.wiki/o_homem_elefante> Acesso em 6/72011.
PRIMEIROS MÉTODOS SISTEMATIZADOS PARA O ENSINO DE DEFICIENTES
Miranda (2003) expõe:
JEAN MARC ITARD (17741838). Reconhecido como o primeiro estudioso a usar
métodos sistematizados para o ensino de deficientes. Ele desenvolveu as primeiras tentativas
9
de educar uma criança de doze anos de idade, chamado Vitor, mais conhecido como o
“selvagem de Aveyron”. Ele estava certo de que a inteligência de seu aluno era educável,
apesar de um diagnóstico de idiotia.
EDUARD SEGUIN (18121880). Influenciado por Itard, criou o método fisiológico de
tratamento, que consistia em estimular o cérebro por meio de atividades físicas e sensoriais.
Não se preocupou apenas com os estudos teóricos sobre o conceito de idiotia e com o
desenvolvimento de um método educacional, também se dedicou ao desenvolvimento de
serviços, fundando em 1837, uma escola para idiotas, que segundo ele, o idiota padrão é um
ser que nada sabe, nada pode e nada quer.
MARIA MONTESSORI (18701956). Foi outra importante educadora que contribuiu para
a evolução da Educação Especial. Também influenciada por Itard, desenvolveu um
programa de treinamento para crianças deficientes mentais, baseado no uso sistemático e
manipulação de objetos concretos. Suas técnicas para o ensino de deficientes intelectuais
foram experimentadas em vários paises da Europa e da Ásia.
As metodologias desenvolvidas por estes três estudiosos, durante o século XIX,
foram utilizadas para ensinar as pessoas denominadas idiotas que se encontrava em
instituições. Todas essas tentativas de educabilidade eram realizadas tendo em vista a cura
ou eliminação da deficiência através da educação.
SUGESTÃO DE TEXTO PARA APROFUNDAR CONHECIMENTOS SOBRE O TEMA:
HISTÓRIA, DEFICIÊNCIA E EDUCAÇÃO ESPECIAL (Reflexões desenvolvidas na tese de
doutorado: A prática pedagógica do professor de alunos com deficiência mental, Unimep, 2003).
Este texto se propõe a realizar um rastreamento histórico da Educação Especial, procurando
resgatar os diferentes momentos vivenciados, objetivando compreender que acontecimentos ou
fatos influenciaram na prática do cotidiano escolar, marcando as conquistas alcançadas pelos
indivíduos que apresentam necessidades educacionais especiais... (MIRANDA, 2003). Disponível:
< http://www.histedbr.fae.unicamp.br> Acesso em 16/03/2011.
BASES LEGAIS DAS ESCOLAS ESPECIAIS
10
VALE LEMBRAR!
ATÉ POUCO TEMPO ATRÁS, QUANDO AS PESSOAS QUE APRESENTAVAM UMA DEFICIÊNCIA OU UMA SÍNDROME ERAM REJEITADAS, FORAM AS ESCOLAS ESPECIAIS, HOJE CONSIDERADAS EXCLUDENTES, QUE ACOLHERAM, INVESTIRAM E PROMOVERAM ESTAS PESSOAS. FOI O LUGAR ONDE MUITOS ENCONTRARAM SIGNIFICADO PARA SUAS VIDAS.
De acordo com Miranda (2003), foi na década de 60 (sessenta) que ocorreu no Brasil a
maior expansão de Escolas de Ensino Especial. Em 1968, havia mais de 800 (oitocentos)
estabelecimentos de ensino especial para deficientes intelectuais.
Em 1967, a Sociedade Pestalozzi, criada em 1945, já contava com 16 (dezesseis) instituições por todos os pais. Criada em 1954, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais já contava também com 16 (dezesseis) instituições em 1962. Nessa época foi criada a Federação Nacional das APAES (FENAPAES) que, em 1963, realizou seu primeiro congresso. (MENDES, 1995 apud MIRANDA, 2003, p. 4).
A Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDBEN), em seu artigo 58, parágrafo 2º estabelece que “o atendimento educacional será
feito em classes, escolas ou serviços especializados sempre que, em função das condições
específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular”.
Conforme as Diretrizes Nacionais para a educação especial na educação básica:
A educação escolar de alunos que apresentam necessidades educacionais especiais e que requeiram atenção individualizada nas atividades da vida autônoma e social, bem como ajudas e apoios intensos e contínuos e flexibilização e adaptações curriculares tão significativas que a escola comum não tenha conseguido prover – pode efetivarse em escolas especiais, assegurandose que o currículo escolar observe as diretrizes curriculares nacionais para as etapas e modalidades da Educação Básica e que os alunos recebam os apoios de que necessitam. É importante que esse atendimento, sempre que necessário, seja complementado por serviços das áreas de Saúde, Trabalho e Assistência Social. (MEC; SEESP, 2001).
A Deliberação nº. 02/2003 que normatiza a Educação Especial modalidade Educação Básica
para alunos com necessidades educacionais especiais, no Sistema de Ensino do Estado do Paraná,
estabelece em seu artigo 7º que:
11
O aluno que requeira atenção individualizada nas atividades da vida autônoma e social, recursos ou
ajudas intensos e contínuos, adaptações curriculares significativas que a escola regular não consiga prover,
deverá ser atendido em escolas especiais, públicas ou privadas.
Ainda a mesma Deliberação define a escola especial como:
Serviço especializado destinado exclusivamente a alunos que apresentam casos graves de
deficiência mental ou múltipla, condições de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais
alunos, ou que apresentam condutas típicas de síndromes e quadros psicológicos, neurológicos ou
psiquiátricos (p.18).
O documento intitulado Política Estadual de Educação Especial na Perspectiva da Inclusão
(2009), da Secretaria de Estado da Educação e do Departamento de Educação Especial e Inclusão
Educacional (SEED/DEEIN) que sintetiza o conjunto de princípios e práticas que norteiam as
políticas educacionais implementadas do Estado do Paraná, nesta área, ressalta:
Que a regra é que o alunado da Educação Especial deve estar matriculado na rede regular de ensino, com os apoios especializados disponibilizados para seu processo de aprendizagem. A exceção aos alunos que apresentam altas especificidades, que demandam espaços especialmente preparados, necessidades intensas e contínuas, sobretudo nas áreas de deficiência intelectual e transtornos globais do desenvolvimento, são assegurados o direito de matrícula nas escolas especiais. (p.08).
O mesmo documento reitera que a escola regular, embora seja o local preferencial para a
promoção da aprendizagem dos alunos, existe uma parcela de crianças, adolescentes e adultos que,
em função de seus graves comprometimentos, requerem ainda que seu atendimento educacional
seja realizado em escolas de Educação Especial.
Ainda o mesmo documento esclarece que atualmente no Estado do Paraná existem 394
escolas de Educação Especial; das quais 384 são entidades filantrópicas e possuem convênio de
cooperação técnica e financeira com a Secretaria de Estado da Educação e o Departamento de Educação
Especial e Inclusão Educacional. Dez outras possuem convênio técnico, sendo escolas que integram a rede
municipal. O Estado ainda conta com duas escolas públicas, uma na área de surdez e outra destinada ao
atendimento de alunos que apresentam altíssimas especificidades nas áreas da deficiência intelectual e
transtornos globais de desenvolvimento e múltiplas deficiências.
.
12
Embora haja críticas contundentes às Escolas Especiais, considerando a inclusão
incondicional o único caminho possível, entendese que a Escola Especial pode e deve promover a
inclusão. Não é pelo fato de um aluno freqüentála, pelo tempo que seja maior ou menor, que estará
traçada sua trajetória de fracasso escolar. Dependendo da perspectiva e das bases teóricas que estas
escolas fundamentam sua organização pedagógica, poderão tornarse um suporte fundamental à
inclusão em todas as suas dimensões, impulsionando mudanças de atitudes com relação a toda e
qualquer diferença, colaborando assim, para a concretização do paradigma da inclusão. Uma das
condições primordiais para que isto aconteça, é que as Escolas Especiais deixem de ser redutos
fechados, com ações pedagógicas mecânicas, sem investir nas potencialidades dos alunos.
Na Escola Especial é possível trabalhar com “olhos” para a inclusão, não se evidenciando a
proteção e a segregação típicas destas escolas, mas promovendo as interações múltiplas da vida em
sociedade, não cerceando o acesso às escolas de ensino comum e sim trabalhando para que este
acesso ocorra de forma consciente e com os apoios necessários.
Na atual conjuntura ainda é prematuro extinguir as Escolas Especiais. No momento
acreditase que seja hora ainda de repensar sua estrutura pedagógica, procurando principalmente
reavaliar as suas propostas curriculares, considerando que estas são partes essenciais de todo
processo pedagógico de qualquer escola. Entendese que as propostas curriculares das Escolas
Especiais poderão ser repensadas em uma perspectiva de inclusão. È neste sentido que a Secretaria
de Estado da Educação do Paraná está caminhando, pois as Escolas Especiais estão passando por
uma reestruturação. Uma das propostas é que passem a denominaremse como Escolas de Educação
Básica, na modalidade Educação Especiais.
OBS: As minutas dos documentos que consolidarão as propostas de mudanças das
Escolas Especiais encontramse no <http://www.diadiaeducação.pr.gov.br/diadia/educadores/
> Consulta Pública: Educação especial. Sugerese a leitura como complementação e
atualização sobre este tema.
OS ALUNOS DAS ESCOLAS ESPECIAIS
(...) “È INOVADOR DESFAZER O EQUÍVOCO DE QUE A ESCOLA ESPECIAL
NADA TEM A ENSINAR PARA AQUELE QUE NADA TEM A APRENDER. QUEM PODE
ENSINAR O QUE ESSES ALUNOS PODEM APRENDER SÃO OS PROFESSORES,
13
DESCOBRINDO COMO APRENDEM”. (SÁ: http://www.bancoescola.com). Acesso em
3/03/2011.
Conforme já esclarecido, é assegurado o direito de matrícula nas Escolas Especiais,
sobretudo aos alunos com deficiência intelectual e transtornos globais do desenvolvimento.
A partir da Declaração de Montreal sobre deficiência intelectual aprovada em 06/10/2004
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em conjunto com a Organização PanAmericana da
Saúde (OPAS), o termo “deficiência mental” passou a ser “deficiência intelectual”.
Sassaki (2002) entende que a deficiência intelectual referese ao funcionamento do intelecto
especificamente e não ao funcionamento da pessoa como um todo.
“A Deficiência Intelectual assim como outras características humanas, constitui parte
integral da experiência e da diversidade humana. È entendida de maneira diferenciada pelas
diversas culturas.” (MONTREAL, 2004).
Existe uma grande variedade de abordagens quanto ao complexo conceito de deficiência
mental, procurarseá então, à luz de alguns referenciais fazer uma reflexão sobre o que se entende
por deficiência mental/intelectual.
Um conceito que vem sendo adotado por muitos paises, inclusive o Brasil, é definido pela
Associação Americana para a Deficiência Mental (AAMD)1 da seguinte maneira: “O retardo mental
é o funcionamento mental significativamente abaixo da média, que se manifesta durante o período
de desenvolvimento e se caracteriza pela inadequação da conduta
adaptativa.”(PEREIRA,1977,apud,FERREIRA,1993,p.13).
Mantoan (2006) na palestra proferida no II Congresso Brasileiro sobre Síndrome de Down:
desenvolvimento da inteligência e deficiência mental diz: “as pessoas com deficiência intelectual
demonstram muito pouca habilidade no que concerne a generalização das aprendizagens...” (apud
Texto Problemas de Aprendizagem Identificados no Cotidiano Escolar, SEED/DEEIN, 2007 p.05).
O texto, Problemas de Aprendizagem Identificados no Cotidiano Escolar da SEED/DEEIN
(2007), ainda esclarece que as pessoas com deficiência intelectual apresentam inúmeras
características que lhes são próprias, manifestadas em formas de talentos, capacidades e algumas
incapacidades. Aborda q1,25ue uma das características do sujeito com deficiência intelectual é a
significativa limitação do funcionamento na área intelectual e que esta limitação, seja conceitual, 1Fundada em 1876, como Associação dos Médicos das Instituições Americanas para pessoas idiotas e débeis mentais, passou ainda pelas nomenclaturas: Associação Americana de Deficiência Mental; Associação Americana de Retardo Mental e a partir de 2007 Associação Americana de Deficiência Intelectual e Desenvolvimento (AAIDD). http://www.patofa.com.
14
prática ou social interferem de maneira substancial na aprendizagem e na execução de determinadas
habilidades da vida autônoma, no contexto familiar, escolar e social.
Piaget citado por Ferreira (1993, p.14) diz que “a debilidade de raciocínio dos indivíduos
portadores de deficiência mental testemunharia a possibilidade de uma construção operatória
inacabada.”
Ferreira (1993) ainda expõe que a pessoa portadora de deficiência mental, em relação ao
desenvolvimento intelectual normal, passa pelos mesmos estádios, porém num ritmo lentificado e
com períodos de flutuações, caminhando para um estado de estagnação. No entanto, desenvolvem a
sua inteligência de modo semelhante. Existe uma defasagem entre o desenvolvimento mental e o
biológico e este desequilíbrio precisa ser analisado como um sistema particular e específico.
Segundo Pinheiro (2006) existe alunos com deficiência mental que são capazes de aprender
os conteúdos curriculares referente ao ensino fundamental e têm condições suficientes para adaptar
se socialmente, atuando de forma independente na comunidade e são aptos para adquirir formação
profissional que lhes garanta o sustento, total ou parcial, na vida adulta. Outros apresentam
condições de desenvolver o domínio das habilidades lingüísticas básicas, conseguem ter sucesso na
aquisição de leitura e escrita, outros são capazes de cuidar de si próprios e apresentam condições de
ajustaremse e serem úteis social e economicamente, no lar e na comunidade, auxiliando em tarefas
caseiras, trabalhando em ambientes especiais ou mesmo realizando atividades rotineiras, sob
supervisão.
A deficiência intelectual tem se apresentado como um desafio para o ensino na escola
comum e mesmo para os encaminhamentos no atendimento especializado, mais pontualmente nas
Escolas Especiais, devido às necessidades mais acentuadas de seu alunado.
Tornase evidente, que para o êxito acadêmico da pessoa com deficiência intelectual, é
essencial planejar e programar estratégias educacionais que possam efetivamente ajudalos a
processar e construir suas estruturas cognitivas, de forma que possam tornarse autônomos, tanto
quanto possível, intelectual, econômica e socialmente.
Outro desafio que tem causado angustia tanto para as escolas comuns, como para o
atendimento especializado são os alunos que apresentam Transtornos Globais do Desenvolvimento
(TGD), que de acordo com a Resolução nº. 4, de 02 de outubro de 2009, artigo 4º, parágrafo II, do
Ministério da Educação e Cultura (MEC):
São aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluemse nesta definição alunos com Autismo
15
Clássico, Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância (psicoses) e Transtornos Invasivos sem outra especificação.
Com aporte no texto Transtornos Globais do Desenvolvimento, SEED/DEEIN (2010) o
Autismo Clássico, a Síndrome de Asperger, a Síndrome de Rett, Transtornos Desintegrativo da
Infância (psicoses) e o Transtorno Invasivo do Desenvolvimento sem outra especificação entram na
categoria de Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, sobre os quais se fará uma abordagem
sucinta.
O Autismo é uma palavra de origem grega (autós), que significa por si mesmo. O termo é
usado pela psiquiatria para denominar comportamentos humanos que se centralizam em si mesmos.
É caracterizado por prejuízos na interação social, atraso na aquisição da linguagem e
comportamentos estereotipados e repetitivos. Quando crianças, não demonstram interesse em
brincar com outras crianças, nem mesmo por jogos e atividades de grupo. Apresentam tendências
como cheirar e lamber objetos, bater palmas e mover a cabeça e tronco para frente e para trás.
Podem adquirir sintomas obsessivos, rigidez na rotina e manifestar rituais não funcionais.
Pessoas com Síndrome de Asperger podem ter a inteligência normal, mas apresentam
repertório de interesses restritos e limitações nas interações sociais encontradas nos autistas.
Geralmente apresentam inteligência verbal maior que a não verbal, sendo comum serem
consideradas autistas de bom desempenho.
A Síndrome de Rett, com incidência exclusivamente em meninas, pois os meninos não
resistem, é uma anomalia genética que provoca desordens neurológicas que comprometem as
funções motoras e intelectuais, provoca distúrbios de comportamento e dependência. Seus sintomas
podem ser confundidos com os do autismo. O desenvolvimento é aparentemente normal entre oito e
dezoito meses, a partir daí começa a ocorrer regressão da área de psicomotricidade e desaceleração
do perímetro cefálico. A criança deixa de responder a estímulos, com tendência ao isolamento.
Surgem movimentos estereotipados das mãos, progredindo para a perda das habilidades manuais e
estagnação do desenvolvimento neuropsicomotor.
O Transtorno Desintegrativo da Infância (psicoses) é tradicionalmente traduzido pelos
psiquiatras como um distúrbio da realidade, caracterizado por uma desorganização da
personalidade, podendo ser compreendido como uma confusão entre o mundo imaginário e o real;
sendo o vínculo com a realidade tênue e frágil. Há uma inadequação e falta de harmonia entre o
pensamento e a afetividade. Aspectos da realidade são negados e substituídos por concepções
peculiares que são características da doença.
16
O Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação (TIDSOE) é uma
categoria diagnóstica de exclusão, não bem definida, apresenta comumente sintomas similares aos
do autismo, só que com um quadro mais brando, sendo que alguns sintomas são presentes e outros
não. É composto por um grupo heterogêneo de crianças com tendência a apresentar comportamento
inflexível, intolerância à mudança, manifestações de raiva e birra quando submetidas às exigências
do ambiente ou até mesmo a mudanças de rotina.
Conforme pesquisa realizada por Vasques e Baptista (2006) no grupo que constituem os
sujeitos com TGD é possível visualizar grande diversidade de comportamentos, tais como:
adolescentes que falam “estranho”, discursam sozinhos ou ainda que inventam palavras sem
sentido; crianças fascinadas pelo movimento repetitivo do ventilador; crianças que não saem do
lugar, não se mexem, não olham, não falam; rapazes que falam com espíritos e vivem assombrados
por demônios e gnomos; outros que trabalham, cursam além das séries iniciais do Ensino
Fundamental, apesar de apresentarem inúmeras dificuldades e de muitos anos de Escola Especial.
Considerando o perfil apresentado, os alunos com TGD são identificados como aqueles que
impõem grandes desafios aos processos inclusivos. As propostas educacionais geralmente
apresentamse de forma fragmentada e sem total sistematização, priorizando espaços clínicos e o
controle de comportamentos inadequados, tentando o mais possível enquadrarem o aluno aos
padrões aceitos. (idem).
Santos (2007) esclarece que existe consenso entre educadores e psicanalistas quanto à
relevância da escola para as pessoas com TGD, seja no que diz respeito à socialização, a
conservação das “ilhas de inteligência” qualidades preservadas embora com características de
funcionamento peculiar. Estas, se não reconhecidas e estimuladas podem levar a uma deficiência
intelectual. A frequência a escola tornase fundamental para a manutenção e ou desenvolvimento
das capacidades e saberes, pois estes sem estímulos tendem a desaparecer, no entanto, se as
exigências e expectativas com relação á escolarização delas, não puderem ser correspondidas,
podem funcionar como desencadeador de crises.
Para Ribeiro, 2006, citado por Pletsch, 2009 a colocação de crianças muito comprometidas
em sala de aula comum, sem atentar para a gravidade dos quadros de deficiência, pode colocar em
risco “o desenvolvimento e a segurança de crianças que apresentam necessidades educacionais
acentuadas” (p.53).
Não se pode esperar que a turma comum seja o ambiente de aprendizagem melhor para todos, sobretudo para os que apresentam comprometimentos graves. Há
17
crianças com comportamentos que colocam em risco a si mesmas e aos outros; há aquelas que não se expressam ou movem, e, que sem uma interação próxima, em ambientes mais estruturado, o professor não terá respostas a dar ás suas necessidades educacionais especiais. Somese a isso o fato de que muitas dessas crianças e jovens tiveram seu ingresso na escola tardiamente e não têm qualquer referência Educacional. (GLAT E BLANCO, 2007 apud PLETSCH, 2009, P.54).
Daí decorre que a inclusão desses alunos na escola comum, não pode ser imposta ou feita
sem uma minuciosa avaliação de suas condições. A Escola Especial em muitos casos é o lugar mais
adequado para o desenvolvimento da educação escolar e ao mesmo tempo ofertar um atendimento
educacional especializado que realmente corresponda às especificidades destes alunos. Isto não quer
dizer que este trabalho precisa ser excludente, ele pode ser realizado em direção à inclusão, em
ampla parceria com as escolas comuns, mesmo em um espaço chamado especial O importante é
tornar claro o papel das escolas comuns e especiais, pois uma educação democrática não pode negar
nenhuma delas.
PARA MELHOR COMPREENSÃO DO PERFIL DOS ALUNOS DAS ESCOLAS ESPECIAIS,
EXIBIR TRECHOS E RECOMENDAR OS FILMES:
FILME: SEI QUE VOU TE AMAR
DIREÇÃO: ELISSA DOWN
GÊNERO: DRAMA
LANÇAMENTO: 2008
Um jovem de 16(dezesseis) anos tem que assumir a responsabilidade com seu irmão mais
velho, que tem autismo, quando a sua mãe é confinada à cama por causa da gravidez de risco.
<http://www.filmesgrates.net/seivouteamardualaudio/> Acesso em 6/07/2011.
FILME: UMA LIÇÃO DE AMOR
DIREÇÃO: JESSIE NELSON
GÊNERO: DRAMA
LANÇAMENTO: 2001
18
Um homem com deficiência intelectual cria sua filha com ajuda dos amigos. Porém, assim
que completa sete anos começa a ultrapassar intelectualmente seu pai. Esta situação chama à
atenção de uma assistente social que quer a mesma internada em um orfanato. Com ajuda de uma
advogada ele luta pela filha na justiça. <http://www.adorocinema.com/filmes/ umaliçãodeamor>
Acesso em 6/07/2011.
TEXTO COMPLEMENTAR: ESCOLAS ESPECIAIS E PAPEL DOS EDUCADORES.
(...) “e pobre do alunado pobre que apresenta alguma deficiência física, sensorial, ou
mental...” A autora faz questionamentos tais como: Que escola seria mais adequada para tais
alunos? Quem são os seus educadores? Quais são os pressupostos e paradigmas da Educação
Especial? Sem esgotar as questões faz incursões sobre a função das Escolas Especiais. (SÁ:
http://www.bancoescola.com). Acesso em 3/03/2011.
CONCLUSÃO REFLEXIVA SOBRE OS TEMAS
ORIENTAÇÃO
Com o mesmo grupo formado para a Introdução Reflexiva ao Temas, comentar, discutir,
concordar ou discordar e registrar as considerações sobre as seguintes afirmações:
1. As Escolas Especiais diante das condições em que as pessoas com deficiência viveram ao
longo da história, representaram um avanço muito grande, uma conquista sem
precedentes.
2. As questões teóricas do processo de inclusão têm sido exaustivamente discutidas por toda
a comunidade escolar, mas quanto à aplicação prática pouco se tem feito.
3. Os profissionais de Educação enfrentam o desafio de ressignificar as pressões marcadas
pela excepcionalidade na direção da construção da imagem da instituição,
redimensionando os papeis de professor/ensinante e de aluno/aprendente.
PARA PENSAR:
19
“OS EDUCADORES CONSCIENTES DA AÇÃO QUE PRATICAM E DO PAPEL
QUE DESEMPENHAM NÃO SE CONTENTAM COM A ROTINA PEDAGÓGICA E OS
HÁBITOS ESCOLARES ESTRUTURADOS”.
(HAYDT,1997).
SEGUNDO ENCONTRO
CARGA HORÁRIA PRESENCIAL= 08 HORAS
REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES= 08 HORAS
Colegas, no segundo encontro o objeto de reflexões, discussões e troca de experiências será
“A Organização Curricular na Escola Especial”. O objetivo principal é pensar um currículo
articulado com os objetivos do Ensino Fundamental, ao mesmo tempo em que preservam os
conhecimentos que favoreceriam especificamente os alunos das Escolas Especiais, isto é, aprender
o que é necessário para que possam ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência.
DESENVOLVIMENTO
INTRODUÇÃO REFLEXIVA AO TEMA
EU ENSINEI A TODOS ELES
“Lecionei no ginásio durante dez anos. No decorrer desse tempo, dei tarefas a, entre
outros, um assassino, um evangelista, um pugilista, um ladrão e um imbecil.
O assassino era um menino tranquilo que se sentava no banco da frente e me olhava com
seus olhos azuisclaros; o evangelista era o menino mais popular da escola, liderava as
brincadeiras dos jovens; o pugilista ficava perto da janela e, de vez em quando, soltava uma
risada rouca que espantava até os gerânios; o ladrão era um jovem alegre com uma canção nos
lábios; e o imbecil, um animalzinho de olhos mansos, que procurava as sombras.
20
O assassino espera a morte na penitenciária do Estado; o evangelista há um ano jaz
sepultado no cemitério da aldeia; o pugilista perdeu um olho num briga em Hong Kong; ladrão
se ficar na ponta dos pés, pode ver minha casa da janela da cadeia municipal; e o pequeno
imbecil, de olhos mansos de outrora, bate a cabeça contra a parede acolchoada do asilo estadual.
Todos estes alunos outrora sentaramse em minha sala, e me olhavam gravemente por
cima de mesas marrons. Eu devo ter sido muito útil para esses alunos – ensineilhes o plano
rítmico do soneto elisabetano, e como diagramar uma sentença complexa”. (PULLIAS, E.V;
YOUNG, J. In: PILETTI,C. 1993, p.59)
ORIENTAÇÃO
Formar grupos de no máximo cinco componentes para com base no texto e considerando os
alunos da Escola Especial, responder, registrar e socializar as respostas da pergunta: Quais
conhecimentos ou saberes são considerados importantes ou essenciais para merecer fazer
parte de um currículo inclusivo para a Escola Especial?
SISTEMATIZAÇÃO TEÓRICA DO TEMA
A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR NA ESCOLA ESPECIAL
“O CURRÍCULO É LUGAR, ESPAÇO, TERRITÓRIO.
O CURÍCULO É RELAÇÃO DE PODER.
O CURRÍCULO É TRAJETÓRIA, VIAGEM, PERCURSO.
O CURRÍCULO É AUTOBIOGRAFIA, NOSSA VIDA, CURRÍCULO VITAE.
NO CURRÍCULO SE FORJA NOSSA IDENTIDADE.
O CURRÍCULO É TEXTO, DISCURSO, DOCUMENTO.
O CURRÍCULO É DOCUMENTO DE IDENTIDADE”.
(TOMAZ TADEU DA SILVA)
A partir do conceito etimológico da palavra currículo podese chegar ao conceito
pedagógico. “Etimologicamente, significa “ato de correr”, “percurso”, (do verbo latino currere =
correr)”. (LIBÂNEO, 2004, p.169).
21
Pedagogicamente, então, o currículo poderá ser conceituado como o curso das atividades
norteadoras do ensino aprendizagem, a bússola que aponta os caminhos para o desenvolvimento e
aprendizagem dos alunos, a carta de intenção da escola, sempre levando em conta as diversas
possibilidades de aprendizagem e as formas de planejar as atividades.
“O currículo é a concretização da posição da escola diante da cultura produzida pela
sociedade”. (SACRISTAN, 1998 apud LIBÂNEO, 2004, p.154).
Contreras (1989) citado por Souza (2003) expõe que o currículo diz respeito ao conjunto das
decisões educativas para a escola. Deve ser entendido como uma ferramenta conceitual que visa
uma resposta às perguntas: o que ensinar, como e por quê?
Libâneo (2004) reitera que o currículo é o que viabiliza o processo de ensino, se
constituindo no elemento nuclear do projeto pedagógico da escola. Indica o referencial concreto da
proposta pedagógica, definindo o que ensinar, o para que ensinar, e como ensinar e as formas de
avaliar. (Conteúdo, objetivos, metodologia e avaliação).
O currículo, em qualquer processo de escolarização, transformase na síntese básica da educação. Isto nos possibilita afirmar que a busca da construção curricular deve ser entendida como aquela garantida pela LDBEN, complementada, quando necessário, com atividades que possibilitem ao aluno que apresenta necessidades educacionais especiais ter acesso ao ensino, à cultura, ao exercício da cidadania e à inserção social produtiva (MEC, SEESP, 2001, P.54).
Em “O Planejamento escolar e o projeto pedagógicocurricular” Libâneo (2004), analisa as
concepções, os tipos e os níveis de currículo. A organização curricular decorre das concepções e
posicionamentos teóricos sobre o conhecimento e ensino, o papel da educação e do ensino na
sociedade e para os indivíduos. Assim, o Currículo Tradicional é reduzido a um conjunto de
disciplinas e de conteúdos a serem “passados” aos alunos, ignorando as diferenças individuais,
organizados numa “grade curricular”. O Currículo Racional – Tecnológico (tecnicista) gera um
formato de currículo baseado na tecnologia de elaboração e de aplicação de programas curriculares.
Atualmente, uma derivação dessa concepção é o currículo por competências, em que a organização
curricular resulta de objetivos assentados em habilidades e destrezas a serem dominadas pelos
alunos no percurso de formação. O Currículo Escolanovista coincide quase sempre com a idéia de
currículo centrado no aluno e no provimento de aprendizagens como forma de ligar a escola com a
vida e adaptar os alunos ao meio. Daí a ênfase nas necessidades e interesses dos alunos, na
atividade, no ritmo de cada um. Valorizase bastante a atividade de pesquisa do aluno e o clima
22
psicológico e social da escola e da sala de aula. O Currículo Construtivista está diretamente
associado à influência do pesquisador suíço Jean Piaget e seguidores. Uma das idéiaschave do
construtivismo é a crença no papel ativo do sujeito no processo de aprendizagem, derivandose daí
consequências para a organização curricular. O currículo deve prever atividades que correspondam
ao nível de desenvolvimento intelectual e organizar situações que estimulem suas capacidades
cognitivas e sociais, de modo a possibilitar a construção pessoal do conhecimento. O Currículo
Sociocrítico ou HistóricoSocial tem suas bases teóricas apoiadas no psicólogo russo Vigotski.
Metodologicamente, adere à idéia da aprendizagem como construção do sujeito, da compreensão do
conhecimento como ligado à prática e à solução de problemas. Algumas correntes da abordagem
crítica defendem um tipo de currículo mais informal, centrado valorização de elementos casuais,
fortuitos, da convivência social na escola, minimizando e até recuando um currículo formal. O
Currículo Integrado ou Globalizado destaca a globalização das aprendizagens e a
interdisciplinaridade. O termo globalização está associado a características da estrutura cognitiva e
afetiva dos alunos que acentuam uma maneira própria de atribuir significados e construir e integrar
conhecimentos. O termo interdisciplinaridade acentua a interrelação entre conhecimentos,
superando a separação a separação e falta de comunicação entre as disciplinas. O Currículo como
“Produção Cultural” os autores dessa orientação opõemse às formas de planejamento estatal e
defendem que os conflitos, as discordâncias, são condições para mudança social. Propõe analisar o
saber particular de cada agrupamento de alunos, porque esse saber expressa certas maneiras de agir,
de sentir, falar e ver o mundo.
Além do conhecimento das concepções curriculares para a construção da proposta curricular
é importante decidir entre os currículos fechados e abertos. Nos currículos fechados temse uma
organização por disciplinas isoladas, inscritas em uma grade curricular. Geralmente os objetivos e
conteúdos são prescritos, as escolas e os professores limitamse a seguilos. Os currículos abertos
preocupamse com a integração entre as disciplinas, têm mais flexibilidade na definição de
objetivos e metodologias, os conteúdos podem ser organizados em áreas e temas geradores.
Estudos realizados sobre currículos revelam a existência nas escolas de três níveis de
currículo: formal referese ao currículo estabelecido pelos sistemas de ensino ou instituição
educacional. O currículo formal ou oficial é aquele conjunto de diretrizes normativas prescritas,
como, os Parâmetros Curriculares Nacionais, as propostas curriculares dos Estados e Municípios;
real – é o currículo que, de fato, acontece na sala de aula em decorrência de um projeto pedagógico
23
e planos de ensino. É o que realmente acontece na sala de aula, é a efetivação do que foi planejado,
embora possam acontecer mudanças e intervenções da própria experiência do professor. É o
currículo que sai da prática dos professores, da percepção e do uso que ele faz do currículo f.ormal.
Pode também ser chamado de currículo experienciado; oculto – representa tudo o que os alunos
aprendem pela convivência espontânea em meio ás várias práticas, atitudes, comportamentos que
vigoram no meio social e escolar. Está oculto porque não aparece no planejamento, embora se
constitua como importante fator de aprendizagem.
As Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a construção de currículos inclusivos
do Paraná (2006), concebem que o conhecimento sistematizado pela educação escolar deve
oportunizar aos alunos idênticas possibilidades e direitos, ainda que apresentem diferenças sociais,
culturais e pessoais, efetivandose a igualdade de oportunidades, sobretudo, em condições
semelhantes aos demais.
Concebem ainda, que as dificuldades de aprendizagem dos alunos que apresentam
deficiências ou outros transtornos, incluindo situações leves e transitórias ou graves e permanentes,
que necessitem de recursos e serviços especializados para a sua superação, requerem respostas
educacionais adequadas, envolvendo a flexibilização curricular. A flexibilização implica em
modificações no fazer pedagógico, para a remoção de barreiras que possam impedir a aprendizagem
e a participação dos alunos no processo de escolarização. Esclarece ainda que qualquer ação
pedagógica que tenha a intenção de flexibilizar o currículo para oferecer respostas educativas às
necessidades especiais dos alunos, denominase adaptações curriculares.
Diante desta concepção, essencialmente, na Escola Especial pressupõemse currículos
flexíveis, com possibilidades de abertura para ampliar, reduzir e adequar os componentes
curriculares, mas que estejam comprometidos com o atendimento das necessidades educacionais de
todos os alunos. O currículo comum com as adaptações necessárias e em consonância com os
objetivos do Ensino Fundamental há de ser a referência para a Educação de todos os alunos.
Seria inócuo pensar currículo sem pensar educação, pensar educação, sem pensar qual o seu
objetivo maior. Percebese que é consenso entre os educadores, que educamos para que os
indivíduos possam viver em sociedade, identificandose com ela, mesma linguagem, mesma
cultura, mesmo conjuntos de saberes, e diferenciandose, de acordo com que cada um puder
individualmente incorporar, formando uma identidade, sendo capaz de auto governarse, enfim,
educarse para autonomia.
24
Entendese que a Escola Especial, deve pensar o currículo com o objetivo maior de
potencializar os desenvolvimentos físicos, intelectuais, sociais e afetivos; direcionando a estrutura
curricular à formação de pessoas, tanto quanto possível autônomas intelectual e moralmente.
Acreditase que trabalhando dentro desta perspectiva, em direção a essas intenções, estarseá
trabalhando para a inclusão, pois só pessoas autônomas podem garantir efetivamente acesso
contínuo ao espaço comum da vida em sociedade.
Fazendo uma analogia com o texto de Teixeira e Dayrell (2002) sob o título de Sujeitos e
tempos: um olhar sobre o currículo de Educação de Jovens e Adultos (EJA), podese dizer que
pensar currículo para alunos de Escolas Especiais, dadas às suas características abordadas
anteriormente, tornamse necessário superar os conceitos prévios e os conjuntos de imagens
socialmente construídas a respeito destes alunos. Antes de se pensar em áreas de conhecimentos,
conteúdos, metodologias e formas avaliativas, devese pensar para quem? Colocar os alunos como
centro da proposta e/ou reflexões curriculares é levar em conta o alunos real e concreto. A
centralidade do currículo deve estar nos sujeitos com os quais se vai atuar, senão perde o sentido.
A partir de uma análise feita por Ferreira (1993) sobre os curriculares existentes para alunos
com deficiência mental, constatouse que refletem uma confusão entre educação e reabilitação ou
terapia e que este grupo de alunos frequentemente está sujeito a condições muito restritivas de
ensino; sem uma reflexão mais consistente sobre o currículo pedagógico. Reiterase a constatação
de Ferreira, com base em mais de uma década de experiência em Escola de Educação Especial. Na
realidade os currículos tramitam entre o pedagógico e os serviços das áreas da saúde, trabalho e
assistência social, enfim, a educação escolar não tem sido consistente. Na maioria das vezes as
propostas curriculares valorizam os objetivos afetivos – emocionais, sociais, psicomotores em
detrimento dos cognitivos, que são os relacionados com o ato ou ação de conhecer ou adquirir
conhecimentos.
O artigo 5º da LDBEN preceitua:
O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigilo.
Deste direito decorre que, sem negar a defasagem e as especificidades dos alunos das
Escolas Especiais, em ralação às áreas de conhecimento/desenvolvimento, é necessário que se pense
em um currículo que possibilite a articulação entre os conteúdos básicos do Ensino Fundamental,
25
considerando a possibilidade destes alunos construírem estes conhecimentos, ao mesmo tempo em
que preservam aqueles conhecimentos que favoreceriam especificamente os alunos das Escolas
Especiais, chamados por Mantoan (1989) como “conteúdos adjuntos”. Nestes estariam incluídos
também os conteúdos de caráter pragmático, voltado para atender às necessidades práticas da vida;
para casos muito singulares de comprometimento em que o educando não possa beneficiarse dos
conteúdos básicos do Ensino Fundamental.
Entendese que proporcionar aos alunos das Escolas Especiais um currículo que se aproxime
tanto quanto possível da educação comum é democratizar a educação.
Procurar desenvolver “a capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio
da leitura, da escrita e do cálculo” (LDBEN – art.32, 1996), entendese que é exigência universal
para a inclusão em todas as suas dimensões.
As Escolas Especiais estão passando por um momento de ressignificação necessária, então é
preciso refletir e discutir com certa urgência a questão curricular, voltando toda a atenção para a
busca de alternativas pedagógicas de acesso ao currículo do Ensino Fundamental. È hora de deixar
para traz o estigma da Escola Especial, como reduto só de treinamentos, controle de
comportamentos e atividades terapêuticas. Se é escola, deverá se constituir como tal, com um
currículo que contemple o que é comum com os demais escolas e ao mesmo tempo o que é próprio
da Escola Especial.
Tornase essencial então, um currículo bem estruturado, que possa servir efetivamente de
norteamento para as atividades pedagógicas, mas para que este currículo se torne real, se reverta em
ação, é também essencial, de acordo com Louro (1996, p.119129), considerar o tempo do aluno
especial. Entendendo que o tempo das pessoas se diferencia, é subjetivo, é vivencial, enquanto o
tempo escolar é cronológico, organizado em carga horária e dias letivos. Geralmente os tempos
pedagógicos são sobrepostos pelos tempos administrativos e legislativos. Muitas vezes o aluno é
considerado o “outro”, porque não consegue apreender os saberes nos tempos determinados pelos
sistemas de ensino.
Considerase que é no âmbito da Escola Especial que devem ser discutidos e refletidos
permanentemente as opções/escolhas e modos que vão constituir as proposta curricular.
ATIVIDADE
ORIENTAÇÃO
26
A entrega desta atividade, em data prevista em consenso com o grupo, contará oito horas
na carga horária do projeto.
A atividade poderá ser realizada em grupo de no máximo cinco componentes.
De posse da descrição dos conteúdos das disciplinas de arte, educação física, geografia,
língua portuguesa, ciências, ensino religioso, história, matemática; trabalhados nos anos iniciais
do Ensino Fundamental, tendo como referências a matriz curricular da Secretaria Municipal de
Pitanga, a matriz da escola de implementação e outras sugestões pesquisadas pela professora
PDE, o grupo deverá, para cada conteúdo proposto estabelecer uma expectativa de
aprendizagem, usando as opções a seguir: adicionar um conteúdo não sugerido; modificar o
conteúdo em função das especificidades dos alunos; substituir integralmente um conteúdo ou
parte dele, excluir um conteúdo. Todas as alterações deverão ser justificadas.
CONCLUSÃO REFLEXIVA SOBRE O TEMA
ORIENTAÇÃO
Reflita sobre sua prática pedagógica e analise como tem sido sua caminhada como educador
(a).
MUITOS CAMINHOS EXISTEM...
CABE AO EDUCADOR, DECIDIR, ESCOLHER CRITICAMENTE
E...TRILHAR COM ÉTICA E COMPETÊNCIA.
(TOMAZ TADEU DA SILVA).
TERCEIRO ENCONTRO
CARGA HORÁRIA PRESENCIAL = 08 HORAS
Colegas, no terceiro e último encontro, com o tema Concepções norteadoras do currículo,
procurarse á fazer uma articulação entre as teorias de Piaget e Vigotski e a pedagogia de Freinet,
pois se entende que se em todos os aspectos estas teorias não são convergentes, de modo algum
existe oposição total entre elas. O objetivo principal é constituir uma unidade sistemática de
orientação para os componentes curriculares, com base nestas três teorias.
27
DESENVOLVIMENTO
INTRODUÇÃO REFLEXIVA SOBRE O TEMA
ORIENTAÇÃO
Formar grupos de no máximo cinco componentes para refletir, discutir e socializar para o
grande grupo as considerações sobre a pergunta:
Todo professor pode escolher: olhar para trás, avaliando as deficiências do aluno e o que
já foi aprendido por ele, ou olhar para frente, tentando estimar seu potencial. Qual das opções é
a melhor? (PAGANOTI, rev. Nova Escola, maio 2011).
SISTEMATIZAÇÃO TEÓRICA DO TEMA
CONCEPÇÕES NORTEADORAS DO CURRÍCULO
Partese do pressuposto que o papel da teoria pode ser limitado para explicar as relações
envolvidas no processo educativo. Uma só teoria ou abordagem geralmente não explicam e nem
abrangem todos os aspectos do desenvolvimento/aprendizagem, na maioria das vezes privilegia
alguns. Só os dados do real é que podem fornecer respostas convincentes quanto à consistência da
teoria em subsidiar a orientação do processo educativo. O essencial é que se instale um processo de
discussão e avaliação contínua entre teoria e a prática.
Zabala (1998, p. 34) esclarece o fato de não existir uma única corrente psicológica, nem
consenso entre várias correntes existentes, mas é consenso entre educadores, baseados na prática
que
as aprendizagens dependem das características singulares de cada um dos aprendizes; correspondem, em grande parte, às experiências que cada um viveu desde o nascimento; a forma como se aprende e o ritmo da aprendizagem variam segundo as capacidades, motivações e interesses de cada um dos meninos e meninas; enfim, a maneira e a forma como se produzem as aprendizagens são o resultado de processos que sempre são singulares e pessoais.
Para as reflexões e discussões sobre o currículo da Escola Especial, elegeuse concepções
que buscam a interação, a mediação, a contextualização, a interdisciplinaridade e que tem por
28
princípios básicos a autonomia e a cooperação; além da idéia, de que o conhecimento é construído
com o papel ativo do educando no processo de ensinoaprendizagem. Buscarseá então, para
sustentação teórica, as contribuições da epistemologia genética de Piaget2 ; do enfoque
interacionista ou socioconstrutivista do desenvolvimento de Vygotsky3; e da proposta pedagógica
de Freinet4. Não se trata de ecletismo pedagógico, mas sim de articulação entre as três teorias, de
forma que se constituam em uma unidade sistemática de orientações para as reflexões sobre os
componentes curriculares: objetivos, conteúdos, abordagens metodológicas e critérios de avaliação.
Considerase que estas três teorias têm bases comuns, pois Piaget, Vygotsky e Freinet viam
a criança como sujeito de suas práticas educativas. Apresentam divergências em alguns pontos, mas
também compartilham de concepções, e na totalidade são teorias que se complementam.
Embora as teorias de Piaget e Vygotsky não apresentem um corpo de conhecimentos
estruturados para se constituírem em uma proposta pedagógica, trazem grandes contribuições para o
processo educativo e princípios importantes para orientar a prática dos educadores.
A principal preocupação de Piaget foi com o estudo dos processos de pensamento presentes
desde a infância até a vida adulta. Considerava que só o conhecimento possibilita à pessoa o estado
de equilíbrio interno que o capacita a adaptarse ao meio.
Vygotsky postulava a figura do mediador entre os sujeitos que aprendem e os objetos de
conhecimento. O desenvolvimento é conseqüência da aprendizagem que se dá a partir desta
mediação.
Piaget e Vygotsky são considerados interacionistas/construtivistas, pois concordam que o
desenvolvimento e a aprendizagem não são resultados apenas do meio externo, nem somente das
capacidades inatas do ser humano, contrapondose às concepções inatistas e empiristas. Permitem
uma visão dinâmica do conhecimento. È na interação do sujeito com o mundo físico e social que a
aprendizagem e o conhecimento vão sendo adquiridos. Embora Piaget não tenha dado tanta ênfase
ao papel dos fatores sociais no desenvolvimento humano quanto Vygotsky, seria injusto acreditar
que tal desprezo realmente existiu. “O máximo que se pode dizer é que, de fato, Piaget, não se
deteve longamente sobre a questão, contentandose em situar as influências e determinações da
interação social sobre o desenvolvimento da inteligência.” (TAILLE, 1992, p.11).
Passarseá então, a breves considerações sobre as contribuições mais relevantes que estas
teorias possam oferecer para a discussão do currículo na Escola Especial.2Jean Piaget (1896 – 1980) biólogo e pesquisador suíço.3 Lev Vygotsky (1896 – 1934) psicólogo e pesquisador russo.4 Célestin Freinet (1896 – 1966) educador francês, considerado um dos mais importantes da atualidade.
*Curiosa e coincidentemente, Piaget, Vygotsky e Freinet nasceram no mesmo ano.
29
Em Piaget, a noção de desenvolvimento humano dáse por fases que se interrelacionam e se
sucedem até atingir estágios da inteligência caracterizados por maior mobilidade e estabilidade.
(MIZUKAMI, 1996).
È fundamental que se respeitem as etapas necessárias à evolução cognitiva dos alunos,
prevendo atividades que correspondam ao nível de desenvolvimento intelectual, independente da
idade cronológica, quando se trata de alunos da Educação Especial, tomando o cuidado para não
infantilizar a atividades.
“A proposta curricular deve dar acesso aos conhecimentos, habilidades e valores
considerados relevantes ao ponto de vista social, porém levando em consideração o nível de
desenvolvimento por ela alcançado”. (FERREIRA, 1993).
Com base no construtivismo de Piaget, Ferreira (1993, p.8397), esclarece que para se
realizar uma ação educativa com alunos das Escolas Especiais é preciso estar convicto que estes
alunos são capazes de construir o conhecimento, a partir do encontro com o mundo dos objetos e
das pessoas. As limitações orgânicas desses alunos expressa sob a forma de deficiências motoras ou
sensoriais, devem ser compensadas com arranjos pedagógicos adequados de interação com o meio,
capaz de compensar, na medida do possível, prejuízos de estruturação mental. Então, ao invés de
oferecer aos alunos ambientes rigidamente estruturados e formas de se relacionar com o mundo
condicionadas e estereotipadas, a escola deverá oferecer situações estimulantes e desafiadoras, que
levem o aluno a agir sobre o ambiente.
A Escola Especial tem, indiscutivelmente, que disponibilizar os saberes que o Ensino
Fundamental propõe, buscando o máximo de aproximação possível dos objetivos da educação
comum, o que, poderá ser facilitado pela abordagem construtivista de Piaget.
Na teoria de Vygotsky, entendese que é importante considerar, na concepção curricular, o
conceito de plasticidade cerebral.
Vygotski rejeitou, portanto, a idéia de funções mentais fixas e imutáveis, trabalhando, com a noção do cérebro como um sistema aberto, de grande plasticidade, cuja estrutura e modos de funcionamento são moldados ao longo da história da espécie e do desenvolvimento individual. (OLIVEIRA, 1992, P.24).
Considerando então, a plasticidade cerebral e que o cérebro se modifica paulatinamente
fisiológica e estruturalmente, como resultado de experiências e aprendizagens, é possível fazer um
nexo com o ensinoaprendizagem; pressupondo atividades curriculares que exercitem esta
plasticidade, inclusive com mudanças no ambiente de sala de aula e arranjos pedagógicos
30
diversificados, mas sempre ajustando os padrões de desempenho e expectativas de acordo com
as fases de desenvolvimento intelectual, aliadas à faixa etária.
Outro aspecto muito importante na teoria de Vygotsky, que deve ser levado em
consideração, na concepção curricular, é o conceito de zonas de desenvolvimento.
Vygotsky explica o processo de aprendizagem através de três momentos: a
zona de desenvolvimento potencial, que é o conhecimento que a criança ainda não domina, mas que
se espera que ela seja capaz de saber; a zona de desenvolvimento real, que é caracterizada por tudo
que a criança já é capaz de realizar sozinha, pressupõe conhecimentos prévios; zona de
desenvolvimento proximal, que é tudo o que é capaz de realizar com auxilio de outra pessoa. É de
suma importância que o professor identifique no aluno estes momentos, principalmente a zona de
desenvolvimento proximal, pois só assim poderá realizar uma intervenção mais eficiente e
transformadora, impulsionando e estimulando a aprendizagem dos conhecimentos que ainda não
foram apreendidos. Podese dizer que a zona de desenvolvimento proximal, é o domínio da
constante transformação. Entendese que na proposição de critérios avaliativos, na proposta
curricular, devemse considerar estes conceitos, pois com eles, o ato de errar não deve ser um
indicador de não conhecimento, mas o entendimento de que a aprendizagem é um processo de que
precisa ser estimulado e intermediado efetivamente pelo professor, provocando avanços que não
têm condições de ocorrer espontaneamente.
O texto, perfazendo o caminho do currículo (SUED/SEED, 2009), deixa clara a opção da
SEED pela abordagem históricocultural para embasamento do currículo do Estado. Convém
ressaltar que esta abordagem tem suas raízes nos estudos da psicologia soviética cuja referência é a
escola de Vygotsky. Optando por esta concepção de ensinoaprendizagem, a SEED está indicando,
que o desenvolvimento é consequência do ensino, da aprendizagem e da mediação entre os sujeitos
que ensinam e aprendem e os objetos de conhecimento, que, portanto, o trabalho educativo é
direto e intencional entre o educador e o educando. (Ibidem).
Conforme Vigotski (1993) o aprendizado adequadamente organizado resulta em
desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra
forma, seriam impossíveis de acontecer.
As contribuições das teorias de Piaget e Vygotsky, aqui destacadas, foram as que se
julgaram mais relevantes.
As contribuições de Freinet serão mais especificamente no campo das práticas pedagógicas.
Paiva (1996 p. 12) expõe que Freinet:
31
Partindo da observação da criança, analisando seus interesses e necessidades mais profundos, bem como a maneira como ela constrói seu conhecimento Freinet propõe uma pedagogia “natural”, “nova e popular” que enseja ao aluno não apenas o acesso à informação, mas também a apropriação do saber, uma pedagogia que, avessa ao imobilismo e à abstração, insere alegria e o prazer no processo de ensinoaprendizagem.
Buscava potencializar os saberes infantis com práticas pedagógicas vivas, o professor
deveria incentivar os alunos com suas observações acerca do mundo e da vida, só assim as práticas
pedagógicas teriam sentido e sentimento. Entendese que os princípios de sua pedagogia vêm de
encontro às necessidades educacionais dos alunos das Escolas Especiais.
Os princípios que alicerçam a pedagogia de Freinet, segundo Paiva (1996) são: confiança e
respeito ao ser humano e seus direitos, abertura da escola para a vida e para o futuro,
tateamento experimental, expressão livre, organização cooperativa da classe, educação pelo
trabalho, individualização do trabalho.
Desses princípios destacamse algumas considerações. Para Freinet todos querem ser bem
sucedidos e que o êxito da aprendizagem estimula o aluno a tornarse confiante. A escola deve
estar em processo constante de modernização, ir de encontro com a vida, darlhe objetivo. A
criança tem necessidade e o direito de descobrir e se alegrar com suas descobertas. É pela vivência
coletiva e individual, na expressão livre e no tateamento experimental que a criança realiza sua
trajetória de aprendizagem seguindo seu próprio ritmo. A educação não pode ser buscada em
manuais, mas na expressão livre, em suas múltiplas formas de manifestações (oral, escrita, artística,
musical, expressiva.). A cooperação deverá ser a essência da proposta pedagógica, assim, a criança
sentirseá não como um individuo isolado, mas como parte de uma comunidade, então pouco a
pouco vai aprendendo a assumir responsabilidade, a cumprir compromissos, a tornarse livre e
autônomo. A educação encontrará no trabalho o seu motor essencial, mas um trabalho motivado
pelo desejo do aluno de fazer e conhecer. Devese levar em consideração o atendimento das
diferenças individuais, apoiado na individualização do ensino, pois é irracional pretender que todos
avancem no mesmo ritmo.
Paiva (1996) acentua que a concepção de Freinet não se restringe só a prática pedagógica em
si, mas integra neste contexto a prática da escrita e leitura.
O posicionamento do próprio Freinet quanto ao seu trabalho revela que ele diz não ao
método fixo e definitivo, expressandose dessa forma:
32
No ponto em que se encontram atualmente os conhecimentos psicológicos e pedagógicos, faríamos figura de pretensiosos se apresentássemos um método fixo e definitivo que se dissesse válido para todas as regiões da França, para todas as escolas e para todas as crianças (...) Não vos apresentamos um método. A técnica Freinet é de tal maneira elástica, que cada um pode adaptála às suas possibilidades e às suas necessidades. (FREINET 1968, apud PAIVA, 1996, p.18).
A julgar pelos princípios de sua pedagogia, percebese que as intenções pedagógicas da sua
proposta se aproximam e expressam as teorias de Piaget e Vygotsky.
Conforme Paiva (1996), nas práticas educativas de Freinet, embora voltadas para fins
distintos, estão implícitas as etapas da sequência necessária ao desenvolvimento cognitivo
concebidas por Piaget: da ação à operação, finalizando na comunicação.
Santos (1996) expõe que para Freinet, as crianças resolvem os problemas integrados nos
processos de vida pelos seus próprios meios ou com ajuda de companheiros e adultos e que é
essencial que elas triunfem, pois lhes permitirá ir mais longe quando o aprendido for incorporado.
Nesta visão existe um parâmetro de aproximação do conceito de Vigotsky sobre zonas de
desenvolvimento e da figura do mediador.
Freinet ao propor uma pedagogia avessa ao imobilismo e a abstração, também vai de
encontro às teorias de Piaget e Vygotsky, pois eles também permitem uma visão dinâmica para a
aquisição do conhecimento. Freinet não ignorou que tudo aquilo que é movido para a ação é
fundamental para a criança.
Entendese então que a pedagogia de Freinet não é isolada e nem fecha em si mesmo. Pode
se dizer que encontra eco nas teorias de Piaget e Vygotsky. Se em todos os aspectos estas três
teorias não são convergentes, de modo algum existe oposição total entre elas.
Acreditase que só Piaget, Vigotski e Freinet, podem “dar conta” da complexidade
pedagógica, escolar e social da escola especial.
TEXTOS COMPLEMENTARES:
1. AS RELAÇÕES ENTRE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM PARA
PIAGET E VIGOTSKY
2. CÉLESTIN FREINET
No primeiro texto a autora trata das diferenças e semelhanças entre as duas teorias. “As
diferenças entre Piaget e Vygotsky parecem muitas, mas eles partilham de pontos de vistas
semelhantes”. (SAYEGH, http://profala.com/artpsico60.htm). Acesso em 16/07/2011.
33
No segundo texto tratase sucintamente da vida e da proposta pedagógica de Freinet. “Para
Freinet, a educação deveria proporcionar ao aluno a realização de um trabalho real”. Disponível em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Célestin_Freinet Acesso em 28/07/2011.
ORIENTAÇÕES / RECOMENDAÇÕES DE USO DO MATERIAL
Recomendase este material para subsidiar grupos de estudo e discussões para a construção
de propostas curriculares em Escolas Especiais ou Escolas de Educação Básica – Modalidade
Educação Especial.
AVALIAÇÃO
Além do parecer favorável da professora orientadora da Instituição de Ensino Superior
(IES), este material será avaliado durante o processo de desenvolvimento de intervenção
pedagógica na escola, pelo professor PDE e pelo público alvo.
O instrumento de avaliação será a observação e o registro, a cada encontro, dos trabalhos,
avanços ou retrocessos, na condução das discussões sobre a proposta curricular da Escola Especial
numa perspectiva inclusiva. Se necessário novos encaminhamentos serão realizados para garantir os
objetivos a que se propõe este material.
ESPERO QUE ESTA DISCUSSÃO TENHA CONTRIBUÍDO PARA UMA
AMPLIAÇÃO DE HORIZONTES E UM CONVITE PERMANENTE PARA CONTINUARMOS
REPENSANDO NOSSA ESCOLA, COM O OBJETIVO DE TORNÁLA CADA VEZ MAIS
INCLUSIVA.
REFERÊNCIAS
AAIDD. Associação americana de deficiência intelectual e desenvolvimento. Disponível em < http://www.patofa.com> acesso em: 01/03/2011.
34
BARBY, A.A.de O.M. Inclusão de alunos com deficiência no sistema regular de ensino: o pensar dos futuros professores. Curitiba, 2005. Dissertação.
BATISTA, C.A.M. Educação Inclusiva: atendimento educacional especializado para a deficiência mental. [2.ed.] Brasília: MEC/SEESP,2006.
BRANDÃO, C.R. O que é educação. 42. Ed.São Paulo: Brasiliense, 2003.
BRASIL. Diretrizes Nacionais para a educação especial na educação básica. Brasília: MEC/SEESP, 2001.
BRASIL. Diretrizes para o atendimento educacional especializado na educação básica – modalidade educação especial: Resolução nº. 04 de 02 de outubro de 2009. Brasília: MEC/CNE/CEB. Disponível em< portal. mec.gov.br > acesso em 12/01/2011.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: nº 9394/96. Brasília: 1996.
CANADÁ. Declaração de Montreal sobre deficiência mental. Montreal, 2004.
FARIA, A.R.F. de. Desenvolvimento da criança e do adolescente segundo Piaget. 2. ed. São Paulo: editora Ática, 1993.
FERREIRA, I.N. Caminhos do aprender: uma alternativa para a criança portadora de deficiência mental. Brasília: coordenação nacional para a integração da pessoa portadora de deficiência, 1993.
GOMES, S. R. Grupo focal: uma alternativa em construção na pesquisa educacional. Cadernos de pósgraduação, São Paulo, v. 4, Educação, p.3940, 2005.
HAYDT, R.C.C. Avaliação do processo ensinoaprendizagem. São Paulo: Ática, 1997.
LIBÂNEO, J.C. Organização e gestão da escola. 5ª ed. Goiânia: Ed. Alternativa, 2004.
LOURO, G.L. A escola e a pluralidade dos tempos e espaços. In: COSTA, M.V. Escola básica na virada do século. São Paulo, 1996, p.119129.
MANTOAN, M.J.E. Compreendendo a deficiência mental: novos caminhos educacionais. {São Paulo}: editora Scipione, 1989.
MANTOAN, M.J.E. Desenvolvimento da inteligência e deficiência mental: palestra proferida no II congresso sobre síndrome de Down. In: Problemas de aprendizagem identificados no cotidiano escolar, SEED/DEEIN, 2007.
MIRANDA, A.A.B. História, deficiência e educação especial. Unimep, 2003. Tese de doutorado. Disponível em http://www.histed.br.fae.unicamp.br .Acesso em: 16/03/2011.
MIZUKAMI, M.G.da. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.
35
OLIVEIRA, M.K.de. Vigotski e o processo de formação de docentes. In: LA TAILLE, Y; OLIVEIRA, M.K.de; DANTAS, H. Piaget, Vigotski, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. 3. ed. São Paulo: Summus,1992.PAIVA, Y. M.S. Pedagogia Freinet: seus princípios e práticas. In: ELIAS, M.D.C. (org). Pedagogia Freinet: teorias e práticas. Campinas, S.P: Papirus,1996.
PARANÁ. Conselho Estadual de Educação. Deliberação nº. 02/2003.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: SEED/DEB, 2008.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção de Currículos inclusivos. Curitiba: SEED/DEEIN, 2006.
PARANÁ. Perfazendo o caminho do currículo. Curitiba: SUED/SEED, 2009.
PARANÁ. Política Estadual de Educação Especial na perspectiva da inclusão. Curitiba: SEED/DEEIN, 2009.
PARANÁ. Problemas de aprendizagem identificados no cotidiano escolar: deficiência intelectual, dificuldades de aprendizagem e distúrbios de aprendizagem. Curitiba: SEED/SUED/DEEIN, 2007.
PINHEIRO, L.R. Bases neuropsicológicas do sistema central: transtornos de aprendizagem transtornos invasivos do desenvolvimento. In: Academia Brasileira de Ciências da Educação. {Curitiba}, [200].
PINHEIRO, O.Q.F. Adaptações curriculares de grande porte e o projeto pedagógico das escolas especiais na área de deficiência mental. Curitiba: SEED/SUED/DEEIN, 2006.
PLETSCH, M. D. Repensando a inclusão escolar de pessoas com deficiência mental: diretrizes políticas e práticas pedagógicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Educação – EDU. (Tese de doutorado). Rio de Janeiro, 04/03/2009. Disponível em http://www.eduinclusivapesq Acesso em 11/07/2011.
PULLIAS, E.V; YOUNG, J. A arte do Magistério. In: PILLETI, C. Didática geral. 16. ed. São Paulo: editora Ática,1993
REVISTA BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA. São Paulo: v.28, suppl. 1, maio de 2006. Disponível: http://www.scielo.br/scielophp? Acesso em: 07/2/2011.
SÁ, E. D. de. Escolas Especiais e o papel dos Educadores. Disponível em http://www.bancodeescola.com Acesso em 03/03/2001.
SANTOS, M.L.dos. A vida na sala de aula freinetiana.In: ELIAS. M.D.C. (Org). Pedagogia freinet: teorias e práticas. Campinas, S.P: Papirus,1996.
36
SANTOS, S.A.dos. Transtornos globais do desenvolvimento: construindo olhares trilhando novos caminhos. Curitiba: SEED/SUED/DEEIN, 2010.
SAYEGH, F. As relações entre desenvolvimento e Aprendizagem para Piaget e Vigtski, 2006.Disponível em http://www.profala.com/artpsico 60 .htm. Acesso em 16/07/2011.
SASSAKI, R.K. Terminologia sobre deficiência na era da inclusão. In: Revista Nacional de Reabilitação, São Paulo: ano V, nº. 24, jan./fev.2002.
SAVIANI, D. Pedagogia Histórico – Crítica: primeiras aproximações. 2.ed. São Paulo: Cortez,1991.
SILVA, T.T. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto curricular. São Paulo: Autêntica, 1999.
SILVA, T.T. Documento de identidade: uma introdução ás teorias do currículo.2.ed.Belo Horizonte: autêntica,2004.
TANAKA, O. J.; MELO, C. Avaliação de Programas de Saúde do adolescente: um modo de fazer. São Paulo: Edusp, 2001.
TEIXEIRA, I.; DAYRELL, J. Sujeitos e tempos: um novo olhar sobre o currículo na EJA. In: Debate, [SI]: 2000.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ: Sistema de bibliotecas. Curitiba: Ed.da UFPR, 2000.
VASQUES, C.K.; BAPTISTA, C.R. Educação de sujeitos com transtornos globais de desenvolvimento: traços e circunstâncias. In: BAPTISTA, C.R.; MACHADO, M.A. [et al]. Inclusão e escolarização: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Mediação, 2006.
VYGOTSKY, L. A formação social da mente. COLE, M. [et al] (Org); Neto, J.C.[et al] (Trad.). 6. ed. São Paulo: Ática, 1993.
ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.
WIKIPÉDIA. Transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação. Disponível http://dicionário.sensagente.com . Acesso em: 07/02/2011.