secretaria de estado da educaÇÃo · título o ensino da matemática associado à questão...
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Ficha de Identificação - Artigo Final Professor PDE/2012
Título O Ensino da Matemática Associado à Questão Ambiental: Água na Medida Certa
Autor Simara Teresinha Verona
Escola de Atuação Escola Estadual Dom Carlos Eduardo – Ensino Fundamental
Município da Escola Realeza
Núcleo Regional de Educação Francisco Beltrão
Professor Orientador Rogério Luis Rizzi
Instituição de Ensino Superior Unioeste
Disciplina/Área de ingresso no PDE
Matemática
Resumo: (de 100 a 250 palavras, fonte Arial, tamanho 10 e espaçamento simples).
O artigo apresenta o tema “O Ensino da Matemática Associado à Questão Ambiental: Água na Medida Certa”, buscando contribuir com o processo de ensino e aprendizagem da Matemática e com a disseminação da Educação Ambiental na Educação Básica das Escolas Públicas Paranaenses. Apresenta resultados relativos à implementação da proposta do material pedagógico – Unidade Didática, referente ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), realizado junto aos alunos do 6⁰ Ano da Escola Estadual Dom Carlos Eduardo – Ensino Fundamental. Foram desenvolvidas atividades educativas articuladas ao ensino de medidas (volume e capacidade) em Matemática com questões ambientais (uso sustentável da água). Tais articulações deram-se através das abordagens metodológicas da Modelagem Matemática e da Resolução de Problemas, utilizando-se diferentes estratégias de ensino e possibilitando aos educandos a realização de cálculos e transformações de volume e capacidade, através de resolução de problemas e de atividades individuais e em grupos. As discussões sobre a importância do uso sustentável da água consolidaram-se por meio do filme “Animais Unidos Jamais Serão Vencidos”, da leitura do texto “Desperdício e o Consumo da Água” e do estudo da fatura de água de suas residências, analisando o gasto mensal em metros cúbicos e em litros e os valores
monetários de seu consumo. Observou-se grande motivação e sensibilização dos alunos e verificou-se que é possível relacionar o tema ambiental “água” articulando ao conteúdo de medidas de volume e capacidade, tornando mais significativa a aprendizagem dos educandos.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Educação Ambiental; Modelagem Matemática e Resolução de Problemas; Uso Sustentável da Água.
1 Professora PDE/2012-2013, Graduada em Ciências/Habilitação em Matemática, Especialização em
Supervisão Escolar, e-mail: [email protected] 2
Professor Orientador PDE/2012-2013, Graduado em Licenciatura em Ciências com Habilitação em Matemática e Licenciatura em Matemática, Mestrado em Matemática e Doutorado em Ciências da Computação, e-mail: [email protected]
O ENSINO DA MATEMÁTICA ASSOCIADO À QUESTÃO AMBIENTAL: ÁGUA NA MEDIDA CERTA
Simara Teresinha Verona1
Rogério Luis Rizzi2
RESUMO O artigo apresenta o tema “O Ensino da Matemática Associado à Questão Ambiental: Água na Medida Certa”, buscando contribuir com o processo de ensino e aprendizagem da Matemática e com a disseminação da Educação Ambiental na Educação Básica das Escolas Públicas Paranaenses. Apresenta resultados relativos à implementação da proposta do material pedagógico – Unidade Didática, referente ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), realizado junto aos alunos do 6⁰ Ano da Escola Estadual Dom Carlos Eduardo – Ensino Fundamental. Foram desenvolvidas
atividades educativas articuladas ao ensino de medidas (volume e capacidade) em Matemática com questões ambientais (uso sustentável da água). Tais articulações deram-se através das abordagens metodológicas da Modelagem Matemática e da Resolução de Problemas, utilizando-se diferentes estratégias de ensino e possibilitando aos educandos a realização de cálculos e transformações de volume e capacidade, através de resolução de problemas e de atividades individuais e em grupos. As discussões sobre a importância do uso sustentável da água consolidaram-se por meio do filme “Animais Unidos Jamais Serão Vencidos”, da leitura do texto “Desperdício e o Consumo da Água” e do estudo da fatura de água de suas residências, analisando o gasto mensal em metros cúbicos e em litros e os valores monetários de seu consumo. Observou-se grande motivação e sensibilização dos alunos e verificou-se que é possível relacionar o tema ambiental “água” articulando ao conteúdo de medidas de volume e capacidade, tornando mais significativa a aprendizagem dos educandos. Palavras-chave: Educação Ambiental. Modelagem Matemática e Resolução de Problemas. Uso Sustentável da Água.
1 Introdução
Com esse trabalho, propôs-se dar uma contribuição ao Ensino Público
Paranaense da Matemática utilizando metodologias que efetivem uma abordagem
educativa apropriada à Educação Básica tendo como pressuposto básico de que a
Matemática é parte ativa e integrante dos conhecimentos técnicos, científicos e
humanísticos do educando.
Essa concepção decorre que não é possível admitir um ensino da Matemática
descontextualizado da realidade social e econômica do educando, limitando-o a uma
abordagem de resolução e memorização de fórmulas ou algoritmos repetitivos. Em
aulas ministradas nesses moldes, o educando torna-se um mero expectador de
ações e atividades tratadas de modo mecânico e sem atrativos a ele. Remete
apenas às considerações de atendimento de conteúdos e de carga horária
elencados num plano de ensino, sem preocupar-se com a aprendizagem do
educando.
O que se verifica no cenário atual da Educação, é que a Matemática
apresenta resultados insatisfatórios, constatados através de testes e exames
rotineiros e confirmados pelas avaliações periódicas realizadas a nível nacional. Sob
esse ponto de vista, na Escola Estadual Dom Carlos Eduardo, em que atuo, as
últimas avaliações oficiais mostraram que os resultados do Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) nos anos de 2005, 2007 e 2009 foram
respectivamente 4.3, 4.1 e 5.3, indicando que ocorreram avanços no processo de
aprendizagem. Mas ainda é necessário melhorar, pois apesar de estar acima da
meta estadual que foi 3.3, 4.0 e 4.1 respectivamente, a Escola deseja atingir média
6.0 nas próximas avaliações.
Com o objetivo de melhorar esses índices e articular um ensino de melhor
qualidade, o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), integrado às
atividades da formação continuada em Educação, visa proporcionar aos professores
da Rede Pública Estadual, subsídios teórico-metodológicos para melhorar as suas
ações educacionais através do redimensionamento da prática pedagógica.
O PDE consiste em uma política pública que estabelece o diálogo entre os
professores da Educação Superior e os da Educação Básica, através de atividades
teórico-práticas orientadas tendo como resultado a produção de conhecimentos e
mudanças qualitativas na prática escolar das escolas públicas paranaenses.
Considerando tal oportunidade e a situação que se encontra a Educação
Pública, o professor PDE tem a chance de investigar, estudar e propor concepções
teóricas e metodológicas de ensino e de aprendizagem adequadas ao cenário
educativo que atua, visando aperfeiçoar sua prática pedagógica.
São distintas as abordagens metodológicas através das quais se pode
oportunizar ao educando atuações interativas num efetivo processo de ensino e de
aprendizagem. Entre elas destacam-se a Modelagem Matemática e a Resolução de
Problemas. Enquanto com a Modelagem Matemática efetiva-se uma interação entre
realidade e a Matemática, que interagem pela construção ou não de um modelo
matemático, na Resolução de Problemas desenvolve-se estratégias de resolução e
de interpretação das soluções.
Além disso, essas abordagens possibilitam o estudo de questões ligadas ao
cotidiano dos educandos de tal maneira que os conteúdos matemáticos são
relacionados ao dia-a-dia dos alunos, propiciando a tradução de situações reais para
a linguagem matemática e através da ativa participação do educando. Essa
participação é associada à motivação e à curiosidade deles, pois como na visão de
MENEZES (2007, p. 35), “as crianças são curiosas por natureza, mas só aprendem
se tiverem espaço para a participação. E isso só existe quando há conversa, fala e
argumentação e não um ambiente de apatia”.
Para oportunizar tais atuações com relação às metodologias da Modelagem
Matemática e da Resolução de Problemas, abordou-se nesse trabalho a questão
ambiental, visto que é uma relevante temática transversal na Educação Básica. O
emprego da sala de aula como locus à disseminação e sensibilização das questões
ambientais está inserida dentro da Política Nacional de Educação Ambiental, que
busca mudanças nas atitudes dos educandos quanto à preservação da natureza.
No Brasil, a Política Nacional de Educação Ambiental foi aprovada e
regulamentada pela Lei nº. 9.795 de 27/04/1999, e incumbiu, além de outros setores
da Sociedade, as Instituições de Ensino de promover a educação ambiental de
maneira associada aos programas educacionais que desenvolvem. Consistente com
essas orientações, e de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica
Estadual, a disciplina de Matemática prevê um plano de trabalho que aborde “[...]
problematização de situações do cotidiano, onde ao mesmo tempo em que propõe a
valorização do aluno no contexto social, procura levantar problemas que sugerem
questionamentos sobre situações de vida” (PARANÁ, 2008, p. 64).
Abordar questões ambientais articuladas com a Matemática requer, porém,
tempo, criatividade e pesquisa bibliográfica por parte do docente de matemática,
pois o educando deve receber educação de qualidade, tanto dos conteúdos
matemáticos quanto dos aspectos conceituais da temática ambiental tratada.
Oportuniza-se, porém, a perspectiva de trabalhar a Matemática por meio de ricas
problematizações que abordam situações voltadas à realidade do aluno e de forma
interdisciplinar, associando a temática ambiental e os conteúdos matemáticos.
Na proposta de trabalho deste Projeto PDE escolheu-se o tema “água”, por se
tratar do mais importante recurso natural que vem sendo utilizado inadequadamente,
com consequências que irão aparecer e refletir no futuro do educando. Essa
temática foi articulada ao conteúdo de medidas de volume e de capacidade,
integrantes do programa de Matemática abordado no 6º ano da Educação Básica,
transcende os aspectos da Educação Matemática, refletindo-se numa sensibilização
para a formação de consciência individual e coletiva para o uso da água.
Este trabalho visou contribuir com o processo de ensino e de aprendizagem
ao abordar o conteúdo Matemático de “medidas”, que muitas vezes é ensinado aos
alunos do 6º ano de maneira formal, sem ligação com sua prática diária, além de ser
algumas vezes tratado de forma aligeirada dada a escassez de tempo. Consumada
a situação descrita nesse quadro contextual, deixa-se de lado o tratamento
pedagógico adequado e a integração dos conteúdos com relevantes temas
transversais, como o caso da análise quantitativa e qualitativa do consumo da água.
Os estudos realizados para o desenvolvimento do Projeto PDE e da Unidade
Didática, mais os resultados decorrentes das atividades de Implementação na
Escola, mostraram que a Modelagem Matemática e a Resolução de Problemas
contribuíram para o ensino e aprendizagem de “medidas” associado ao tema “água”.
A integração desse conteúdo temático com a disseminação da consciência
ambiental viabilizou mostrar mais naturalmente ao educando que a Matemática é
uma Ciência que o ajuda a compreender e a refletir sobre suas ações cotidianas.
A seguir, será discutida a fundamentação teórico-metodológica para a
elaboração e execução deste trabalho.
2 Fundamentação Teórica e Metodológica
A Educação Matemática é uma Área que engloba distintos conhecimentos,
em que apenas a experiência de magistério e o conhecimento da Matemática não
são suficientes para pautar adequadamente a atuação docente (FIORENTINI &
LORENZATO, 2001). Envolve fatores que influenciam direta ou indiretamente os
processos de ensino e de aprendizagem em Matemática (CARVALHO, 1991). Como
campo de estudos desses processos, a Educação Matemática possibilita ao docente
balizar sua ação e conceber a Matemática como uma atividade humana. Isso remete
um diferente olhar, tanto do modo de ensinar e do aprender Matemática, quanto do
seu pensar e fazer e da sua construção histórica (MEDEIROS, 1987).
Dentre as várias tendências em Educação Matemática algumas delas
consolidaram-se como Metodologias de Ensino, destacando-se entre elas a
Modelagem Matemática e a Resolução de Problemas, que foram adotadas neste
trabalho para fundamentá-lo metodologicamente.
Do ponto de vista histórico, a Modelagem Matemática foi sistematicamente
desenvolvida a partir do início do século XX para a representação matemática de
uma enorme variedade de problemas, às mais variadas áreas das Ciências e
Tecnologias. Empiricamente falando não existe atividade humana que não possa ser
“matematizada”, com maior ou menor grau de aproximação.
Existem distintas visões e diferentes concepções sobre Modelagem. Em
algumas delas o termo “Modelagem Matemática” indica a compreensão, o
desenvolvimento e a realização de modelos que expressem matematicamente uma
situação real com certo nível de aproximação. Embora seja uma aproximação, um
modelo em geral, retém as características essenciais do fenômeno modelado,
possibilitando uma boa análise qualitativa e quantitativa dos fatos. Associada ao
evento estudado, a Modelagem Matemática transforma um problema escrito na
forma não matemática, num problema escrito simbólica e matematicamente.
A Modelagem Matemática enquanto concepção de Ensino de Matemática foi
desenvolvida no Brasil a partir de 1980 (BARBOSA; BORBA, 2000), consolidando-se
como uma Metodologia. É importante, pois, discutir algumas visões da Modelagem
Matemática, relevantes à compreensão das atividades realizadas neste trabalho.
Algumas concepções pertinentes à Educação Matemática são aquelas que
consideram a Modelagem Matemática como “[...] um processo que emerge da
própria razão e participa da nossa vida como forma de constituição e de expressão
do conhecimento” (BIEMBENGUT; HEIN, 2000, p. 11). Ou, de acordo com
Bassanezi (2002, p. 16), como “[...] na arte de transformar problemas da realidade
em problemas matemáticos e resolvê-los interpretando suas soluções na linguagem
do mundo real”. Do modo de ver de Barbosa (2001, p. 06), a Modelagem “[...] é um
ambiente de aprendizagem no qual os alunos são convidados a indagar ou
investigar, por meio da matemática, situações oriundas de outras áreas da
realidade”. Para Burak (1992, p. 62), “a Modelagem Matemática constitui-se em um
conjunto de procedimentos cujo objetivo é construir um paralelo para tentar explicar,
matematicamente, os fenômenos presentes no cotidiano do ser humano, ajudando-o
a fazer predições e a tomar decisões”.
Dessas diferentes concepções de Modelagem Matemática, a adotada para
fundamentar metodologicamente as atividades de modelagem realizadas neste
trabalho, foi aquela em que a Matemática a ser trabalhada na escola deve partir dos
interesses e do contexto social em que os alunos estão inseridos, proporcionando
que o conteúdo trabalhado tenha origem em temas oriundos da problematização da
realidade. Assim, a Modelagem Matemática enquanto metodologia de ensino deu-se
como preconizado por BIEMBENGUT e HEIN (2002, p. 19), e que pode ser
sistematizada em cinco etapas como:
1. Diagnóstico: realizou-se através de discussões coletivas um diagnóstico da
realidade e dos interesses dos alunos bem como o grau de conhecimento deles.
2. Escolha do tema ou modelo matemático: escolheu-se o tema água para
desenvolver o conteúdo programático de medidas de volume e capacidade, que
está inserido numa situação problemática.
3. Desenvolvimento do conteúdo programático: deu-se através do reconhecimento
e da resolução de situações-problema, envolvendo o conteúdo de medidas.
4. Orientação de modelagem: o aluno foi incentivado à pesquisa, a desenvolver na
criatividade e na habilidade de formular e resolver problemas e a aplicar o
conteúdo matemático. Nesse processo, o aluno foi conduzido à formulação de
hipóteses, à constituição de alternativas para solucionar as situações-problema.
5. Avaliação do processo: avaliou-se a produção e o conhecimento matemático, a
produção do trabalho de modelagem e a extensão e aplicação do conhecimento.
Embora em (BIEMBENGUT, HEIN, 2002) advogue-se a formulação de um
modelo matemático no final do processo, esse não foi o caso para este trabalho já
que a realização efetiva do modelo não foi necessária.
Já para fundamentar certas atividades e as estratégias de resolução e de
interpretação dos problemas, empregou-se a Resolução de Problemas a qual é uma
abordagem metodológica que ganha cada vez mais espaço na Educação Básica,
devido sua adequação à integração dos conteúdos aplicados em sala de aula com
os elementos da vida cotidiana do aluno.
E assim como existem diferentes formulações para a Modelagem Matemática,
também há distintas visões da Resolução de Problemas. Mas em geral todas
advogam que o educador assuma um papel de mediador do conhecimento, dando
suporte aos alunos e possibilitando meios para que os educandos criem suas
próprias estratégias para interpretar e resolver situações-problema e reconstruir
conceitos, objetivando um melhor e mais eficiente processo de ensino e de
aprendizagem.
D’Ambrósio (2010), considera que a Resolução de Problemas é de grande
importância no ensino da Matemática por desenvolver a forma de pensar dos
educandos, potencializar seu raciocínio lógico-matemático, desenvolver sua
criatividade, iniciativa e independência, levando-o a perceber que a Matemática
pode ajudá-lo na solução de diversos problemas que surgem diariamente na sua
vida. Na visão de Diniz (2001), a Resolução de Problemas trata de situações que
não possuem soluções evidentes e que exigem que o aluno combine seus
conhecimentos e decida pela maneira de usá-los em busca das soluções. Pozo
(1998) complementa que, ao invés dos alunos esperarem pela resposta pronta dos
livros didáticos ou do professor, que os mesmos tentem resolver problemas,
habituando-os a encontrar por si próprios, respostas às perguntas que os inquietam
ou que precisam responder. Carvalho (1994) sugere que é necessário preparar os
alunos para lidarem com novas situações, para que possam transformar e interagir
com a sua realidade e resolverem problemas que se apresentam.
Para Onuchic (1999) e Allevato (2005), a terminologia "problema" está
constantemente presente no trabalho realizado pelos docentes, mas nem sempre
seu uso vem acompanhado de um consciente posicionamento metodológico e
pedagógico sobre o seu significado, pois muitas vezes os educadores não têm
clareza sobre as distintas concepções da Resolução de Problemas.
É relevante, pois, conhecer mesmo que de modo condensado, as visões da
Resolução de Problemas, já que existem diferentes formas de concebê-la, cada uma
com suas particularidades, finalidades e potencialidades pedagógicas. Com efeito,
de acordo com Mendonça (1993), a Resolução de Problemas na Matemática pode
ser interpretada de três maneiras diferentes.
Um modo é como “um objetivo”, e nesse caso a Matemática é ensinada para
resolver problemas e a meta final é a Resolução de Problemas matemáticos. Um
outro modo é como “um processo”, e então Resolução de Problemas é um meio
para desenvolver o potencial heurístico do aluno e trabalha-se para o desempenho
do indivíduo como resolvedor de problemas. Outro modo é como “um ponto de
partida”, e assim, a Resolução de Problemas serve de meio que desencadeará o
processo de construção do conhecimento matemático.
A concepção de Resolução de Problemas adotada neste trabalho, a de “ponto
de partida”, que é advogada por Onuchic e Allevato (ONUCHIC, 1999), (ONUCHIC,
ALLEVATO, 2009), apresentam essa abordagem como composta por etapas, que
incluem a preparação e seleção do problema gerador visando à construção de um
novo conceito ou procedimento; a leitura individual pelos educandos antes da
resolução das atividades; a leitura em grupo pelos alunos para a interpretação do
problema; a resolução do problema por eles após a compreensão do enunciado da
atividade; o observar e incentivar os educandos pelo professor, enquanto eles
resolvem o problema; o registro das soluções na lousa após o término da resolução
de cada atividade; a realização da plenária onde os educandos esclarecem suas
dúvidas; a busca do consenso depois de sanadas as dúvidas e analisadas as
resoluções e soluções obtidas. Por fim, após o consenso sobre o resultado correto,
ocorre a formalização do conteúdo matemático pelo educador.
No mesmo modo, também existem distintas abordagens de Resolução de
Problemas, como descrito por Schroeder e Lester (1989), que são ensinar “sobre”
Resolução de Problemas e nesse caso, o professor trabalha com conceitos relativos
à Resolução de Problemas enquanto unidade temática. Outra abordagem é ensinar
“a” resolver problemas, onde se concentra na maneira como a Matemática é
ensinada e o que dela pode ser aplicada. Dá-se relevância ao uso do conhecimento
adquirido anteriormente em diversos tipos de problemas.
Por fim, pode-se ensinar Matemática “através” da Resolução de Problemas,
sendo que nessa abordagem a Resolução de Problemas é uma metodologia de
ensino, um meio de se ensinar matemática. O professor formaliza os conceitos
matemáticos construídos pelos alunos durante o processo de resolução de um
problema gerado ou uma situação-problema.
Assim, por consistência metodológica com a visão de Onuchic e Allevato, a
opção neste trabalho é ensinar matemática “através” da Resolução de Problemas,
visto que com essa postura pedagógica possibilita-se que a Aprendizagem seja
Significativa ao educando, no sentido da Teoria de Aprendizagem de Ausubel.
Com efeito, um apropriado processo de ensino via Resolução de Problemas e
Modelagem Matemática, deve partir dos conhecimentos prévios do educando, de
modo que os novos conhecimentos sejam incorporados à estrutura cognitiva do
aluno através da interação deles com os conceitos já preexistentes, que lhe servem
como “âncora” cognitiva para a assimilação e organização mental das informações.
Essa concepção de Aprendizagem Significativa é fundamentada na Teoria de
Cognitivista de Ausubel (1980), que a formulou supondo que a aprendizagem se
efetiva quando as novas informações interagem com conceitos relevantes já
existentes na estrutura cognitiva do educando. No entendimento de Ausubel, para
haver Aprendizagem Significativa é necessário que o educando esteja disposto a
aprender de modo significativo e que a informação a ser aprendida deva ser
potencialmente significativa.
Ausubel atribui à informação um significado lógico, que é a natureza dela e
um significado psicológico, que é a experiência que cada indivíduo tem. Assim, cada
educando faz uma filtragem das informações que têm significado, ou não para si, o
que varia de pessoa a pessoa, em função das experiências educacionais, e em
relação a fatores como idade, ocupação, condições sócio-culturais, entre outros.
A aprendizagem passa a ser Significativa quando houver uma interação entre
o conteúdo matemático ensinado e o já aprendido. É possível, portanto, estabelecer
uma forte relação entre as Metodologias de Resolução de problemas e de
Modelagem Matemática e a Teoria de Aprendizagem Significativa, visto que para
todas elas se aproveitam os conhecimentos dos educandos e os que lhes sejam
potencialmente significativos para realizar a.atividades pedagógicas, considerando a
disposição deles para se relacionar de maneira compreensiva com as informações.
3 Modelagem Matemática e Resolução de Problemas e a Questão Ambiental
Quando se fala em temática do meio ambiente, é relevante lembrar que uma
das questões mais importantes no contexto atual é o correto uso da água. De acordo
com a Declaração Universal dos Direitos da Água, “ela é seiva do nosso planeta e
condição essencial da vida na terra”. Ainda no seu artigo 8°, “sua proteção constitui
uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza”. Corson
(1993, p. 412), alerta para o fato de que "a água tem sido tratada como um recurso
ilimitado, que é fornecido o mais barato possível e em qualquer quantidade
desejada. Se tal atitude continuar levará as deficiências críticas na quantidade e
qualidade da água disponível".
A preocupação com o meio ambiente é tema de grande destaque nas mídias
e em posicionamentos oficiais de Governos, que objetivam sensibilizar as pessoas
de que é preciso haver mudanças drásticas de determinadas ações humanas,
considerando que elas estão alterando o clima e consumindo os recursos naturais
com velocidade alarmante. Em consequência, secas, inundações, aquecimento
global, efeito estufa e desertificação, se agravarão ainda mais, segundo
especialistas na área (IPCC, 2013).
Procurando inserir discussões ambientais na agenda do cidadão, o Governo
Federal brasileiro alterou parte da legislação pertinente, tornando obrigatório o
estudo do meio ambiente nas disciplinas como tema transversal. Com efeito, no ano
de 1997, através da Secretaria de Educação Fundamental do Ministério da
Educação e do Desporto, elaborou-se os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN),
com o objetivo de, entre outros, incorporar os Temas Transversais nas Áreas já
existentes e no trabalho educativo da escola. Eles foram instituídos devido à
necessidade de reflexões dos alunos quanto às questões sociais e ambientais.
Assim, por força de Lei, e por questões de consciência humana, é necessário
um trabalho formal na Educação Básica sobre Educação Ambiental, que aborde
questões sócio-econômicas-educativas e ambientais do dia-a-dia do cidadão e
promova discussões sobre a mudança de atitudes na interação do ser humano com
a natureza, tanto na dimensão coletiva quanto na individual (BRASIL, 1998).
A Lei nº. 9.795/99, que dispõe sobre a Educação Ambiental, em seus
capítulos I e II, institui que, como parte do processo educativo mais amplo, todos os
níveis de ensino têm direito à educação ambiental. As instituições educativas ficam
encarregadas de promovê-la de forma integrada aos programas educacionais que
desenvolvem. As ações deverão se voltar para o desenvolvimento de instrumentos e
metodologias, visando à participação dos interessados na formulação e na execução
de pesquisas relacionadas à problemática ambiental. No que se refere a Educação
Matemática, D’Ambrósio afirma que:
A questão ambiental se apresenta com urgência como tema central dos programas escolares. Dificilmente essas questões poderão ser abordadas sem Matemática. Isso implica a apresentação de novos conteúdos e metodologias que permitam capacitar o aluno para o fazer matemático, como aquilo que a modelagem possibilita (2001, p. 17).
Oportuniza-se, portanto, que na disciplina de Matemática se trabalhe
temáticas relativas ao meio ambiente, tendo como pauta o entendimento de
transformações no meio ambiente decorrentes da poluição, desmatamento,
desperdício de recursos naturais, entre outros fatores, utilizando para os estudos
conceitos e procedimentos matemáticos, como a formulação de hipóteses, a coleta,
organização e interpretação de dados, e a realização de cálculos.
Motivados por essas discussões, neste projeto PDE implementou-se uma
proposta de atividades e ações pedagógicas que enfocou o ensino da Matemática
associado à questão ambiental do uso sustentável da água, utilizando-se das
Metodologias da Modelagem Matemática e da Resolução de Problemas.
Numa abordagem estruturada sob essas abordagens, os alunos fizeram um
estudo da conta da água de suas residências, analisando o consumo mensal em
metros cúbicos, m3, e em litros, l, e os valores pagos para consumi-la, bem como os
comparativos entre mês anterior e o atual dos diferentes consumos em cada
residência dos educandos. A dinâmica para tais estudos contemplou trabalhos em
grupos e a construção de um quadro demonstrativo, relacionando a quantidade de
residentes numa casa e o consumo da água em determinado período.
As ações e atividades pedagógicas realizadas consideraram os problemas
geradores propostos tendo como mediador, o educador que buscou a resolução das
atividades através do consenso coletivo. Para motivar e deixar o educando disposto
a aprender, empregou-se uma sensibilização sócio-ambiental enfatizando-se a
temática água através da exibição do filme “Animais unidos jamais serão vencidos”.
Culminou-se essas atividades com uma produção individual de um texto sobre as
considerações apontadas e da leitura e discussão do texto “Manual do uso da água”.
4 Articulação entre a Unidade Didática, o GTR e os Planos de Aulas
A Produção Didático-pedagógica é uma elaboração teórica que toma um
formato prático a ser implementada com objetivos pertinentes a práxis, ou seja, a
ação permeada pela reflexão teórica (PARANÁ, 2007). O Projeto PDE e a respectiva
Unidade Didática foram consolidados nos Planos de Aulas que foram executados
em 23 aulas no período de 18/03 a 19/04, resultado de planejamento pautado em
um processo de ensino-aprendizagem fundamentado e, em encaminhamento
teórico-metodológico à Matemática, articulado com temática transversal.
Na Unidade Didática também se discutiu a contribuição do Grupo de Trabalho
em Rede (GTR), através do qual se socializou o trabalho realizado e se refinou
algumas ideias quanto a aplicação prática da proposta. Nas ações do GTR foram
abordados o Projeto de Intervenção Pedagógica, a Produção Didática e as
Estratégias de Implementação.
Os participantes do GTR destacaram a importância de se articular as
abordagens ambientais com conteúdos matemáticos tratados e se posicionaram
positivamente à problematização desses conteúdos, correlacionando-os com o
cotidiano dos alunos e o contexto social no qual se encontram inseridos. Salientaram
o quanto as aulas se tornam mais envolventes e dinâmicas, à medida que levam o
aluno a analisar as situações discutidas e se sentir desconfortável com a realidade
em que está inserido.
Na opinião dos participantes do GTR, o Projeto seria aplicável na totalidade
nas escolas, considerando que o tema abordado é de interesse coletivo, e a
conscientização sobre a necessidade de se preservar o meio ambiente é de grande
importância e dever de todos os setores da sociedade. Isso vale, sobretudo, para a
escola, lugar onde se realiza com os educandos a transposição do saber científico
em saber escolar, oportunizando a construção de novos conhecimentos e saberes.
Alguns integrantes do GTR, consideraram que é importante os professores de
Matemática aproveitarem as oportunidades que surgem em relação à Educação
Ambiental em suas aulas, para que os alunos possam ter uma consciência mais
abrangente em relação à necessidade de se preservar o meio ambiente. Também
reforçaram a ideia de que quando trabalhada a problematização, estamos
mostrando a realidade ao aluno e lhe dando condições para conhecer a amenizar o
impacto sobre o meio ambiente.
Os participantes concordam que a implementação da Unidade Didática então
proposta, propicia uma contribuição ao ensino da Matemática associado à questão
ambiental do uso sustentável da água. Enfatizaram a importância de que esses
projetos de cidadania não fiquem somente no âmbito escolar, mas para a vida do
educando. Concluíram ser interessante a abordagem proposta unindo a Matemática
com as questões ambientais para destacar atitudes frente à realidade e, contribuir
para o desenvolvimento da capacidade de assimilação de conhecimentos nos
alunos com ensino da Matemática, Significativo e integrado à Sociedade.
O tema de estudo abordado na Unidade Didática foi o conteúdo estruturante
Grandezas e Medidas, abrangendo os conteúdos específicos Medidas de Volume e
Capacidade de forma associada à questão ambiental água e sua sustentabilidade.
As atividades desenvolvidas foram direcionadas aos alunos do 6⁰ ano do Ensino
Fundamental. São discutidas a seguir estratégias de ação e atividades realizadas
objetivando detalhar alguns aspectos do trabalho.
4.1 Estratégias de ação e Atividades Realizadas
Para enfatizar a temática água, sua correta usabilidade e importância de
preservação, bem como motivar o educando foi exibido o filme “Animais Unidos
Jamais Serão Vencidos”. Ao término do filme foi elaborado um texto abordando
aspectos como as atitudes do ser humano influenciam a natureza e a vida dos
animais, e a importância da água para a sobrevivência dos seres vivos.
O filme alerta, em resumo, para uma possível catástrofe caso o ser humano
não use de modo sustentável o meio ambiente. Leva a uma reflexão sobre a
indisponibilidade da água se ela não for bem administrada. Relata a história de um
grupo de animais que decide sair da região onde vivem na África, pois lá estão
ameaçados pela seca. Chegando ao novo lar eles se deparam com falta de água
devido à intervenção humana, pois o dono de um hotel de luxo construiu uma
represa e os animais ficam sem água no local que prometia ser o paraíso. Os bichos
resolvem realizar uma conferência paralela àquela que está sendo feita entre os
políticos e declaram guerra contra os humanos pelo direito à água. A união entre
todas as espécies de animais fez com que lutassem e vencessem a disputa por este
direito, voltando a usufruir da água.
Com essa atividade apresentou-se ludicamente aos alunos a conscientização
sobre as questões ligadas ao meio ambiente, mais especificamente sobre a
importância da água em nossas vidas. O filme foi produzido na Alemanha em 2010
sob a direção de Reinhard Klooss e Holger Tappe, com duração de 93 minutos.
Para formulação de problemas geradores considerou-se questões próximas à
realidade dos educandos tendo, por exemplo, enunciados como “No encanamento
de uma casa, há um pequeno buraco que desperdiça, aproximadamente, 80 litros de
água por dia. Qual seu desperdício durante uma semana?” E em um mês de 30
dias? A efetivação de cálculos e resoluções dessas situações-problemas requer o
conhecimento do desperdício durante uma semana (80x7=560 litros) e do
desperdício durante um mês (80x30=2400 litros). As metodologias de ensino foram
empregadas para pautar a leitura e a interpretação individual e coletiva. Os alunos
calcularam a quantidade de água desperdiçada associando o tempo gasto com a
quantia perdida. Após, foram feitos os registros das respostas na lousa, chegando-
se ao consenso sobre a solução através da plenária.
Quanto a esses e outros resultados das atividades realizadas, salienta-se que
houve a participação ativa de todos os educandos envolvidos. Em geral os
educandos não apresentaram dificuldades em entender o processo do cálculo de
volume e conseguiram diferenciar as dimensões das figuras geométricas do cubo e
do paralelepípedo retangular. Apresentaram algumas dificuldades na designação
para “aresta”, alguns dizendo “riscos”. Nas atividades que envolveram os cálculos de
volume do cubo e do paralelepípedo, houve certas dificuldades em desenhar as
figuras geométricas em virtude da falta experiência por alguns alunos.
Também, o entendimento do processo de transformação das unidades foi
mais complicado, pois os alunos apresentaram certas dificuldades na transformação
de unidades, principalmente quando estas eram representadas por números
decimais. Acharam a tabela utilizada para a mudança das unidades “complicada de
entender”. E como os exercícios de transformações constantes na Unidade Didática
não foram suficientes para aprenderem a fazer tais procedimentos, foi necessário
elaborar algumas atividades extras específicas de transformações de unidades. A
maioria dos alunos conseguiu resolver e interpretar as situações-problemas
Com o objetivo de diagnosticar conhecimentos prévios sobre o tema água e
sua correta usabilidade, os educandos escreveram um texto sobre o assunto e
apresentaram conhecimento quanto à temática. Após a leitura dos textos, verificou-
se que a maioria dos alunos tem noção da importância da água em nossas vidas e
sabem que devemos preservá-la. E no estudo de texto apresentado pelo educador,
“Desperdício e o Consumo da Água”, houve participação de todos os alunos, sendo
inicialmente realizado a sua leitura para, após, cada educando ler o trecho que mais
lhe chamou a atenção, realizando comentário sobre ele.
Quanto ao filme, os educandos assistiram com atenção e comentaram o quão
a aula foi interessante e que deveriam ter mais vezes esse tipo de atividade. Houve
grande participação dos alunos na discussão sobre o filme, sendo que no início
todos queriam falar ao mesmo tempo, pois eles ainda têm dificuldades em aguardar
o colega terminar de falar para somente então dar sua opinião. Relataram a
importância de se cuidar da água e observaram que ela é necessária tanto para os
seres humanos, como para os animais. Alguns discutiram sobre as queimadas, lixos
nos rios, desmatamentos e outras causas de problemas ambientais.
Na análise das contas de água surgiram dúvidas pelo fato da maioria dos
alunos não conhecerem uma fatura de água da Sanepar. Ao longo dos comentários,
alguns alunos se mostraram indignados com o fato de o pagamento mínimo ser
sobre 10 m3 de água, que equivale a 10.000 litros. Surgiram perguntas do tipo
“professora, se eu gasto menos que o limite estipulado, porque tenho que pagar a
taxa mínima?”. Outros ainda indagaram “porque vou economizar se tenho que pagar
igual pelo que não consumi?”. Sobre certos questionamentos aproveitou-se para
reforçar que o consumo adequado da água é uma questão de consciência
ambiental, nem sempre se podendo dar maior importância ao valor monetário em
detrimento ao uso sustentável da água.
Ao final da implementação, os educandos redigiram um texto conclusivo
sobre os aspectos trabalhados na temática água e, demonstraram que a mensagem
sobre a mesma, bem como sua importância, foi devidamente repassada. Todos
abordaram questões pertinentes ao trabalho feito ao longo da implementação e os
objetivos propostos pela mesma foram atingidos em sua maioria.
5 Conclusões
Com este trabalho espera-se contribuir para o processo de ensino-
aprendizagem Matemática nas Escolas Públicas Paranaenses, especificamente aos
alunos do 6˚ ano da Escola Estadual Dom Carlos Eduardo - Ensino Fundamental.
Objetivou-se realizar atividades educativas articulando o ensino de medidas às
questões ambientais, empregando as Metodologias da Modelagem Matemática e da
Resolução de Problemas. Oportunizou-se ao educando a realização de cálculos e
transformações de volume e capacidade e a discussão sobre a importância do uso
sustentável da água, considerando um adequado contexto sócio-educacional.
Empregando concepções e abordagens metodológicas adequadas, os
resultados obtidos na conclusão deste Projeto, que consistiu na implementação de
uma proposta de Educação Matemática e Educação Ambiental nas escolas, indicam
que é possível relacionar com sucesso conteúdos de medidas de volume e
capacidade à temática água e sua sustentabilidade.
6 Referências:
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Matemática) - Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Rio Claro, 2005. 370 p. ANIMAIS UNIDOS JAMAIS SERÃO VENCIDOS. Direção Reinhard Klooss e Holger
Tappe. Alemanha, 2010. Disponível em: http://iosfilmes.com/filmes/animacao/animais-unidos-jamais-serao-vencidos-720p-dual-audio.html. Duração 93 min. AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Psicologia educacional, Rio de Janeiro: Editora Interamericana, 2ª edição, 1980. 623 p. BARBOSA, J. C. Modelagem na Educação Matemática: contribuições para o debate teórico. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 24. 2001. 30 p. BARBOSA, J. C.; BORBA, M, C. Uma perspectiva para a modelagem matemática. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE ESTUDANTES DE PÓS-
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