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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE ODONTOLOGIA
KARLA FOPPA ARZE TAMES
SIMARA LIDIA ESSER
AVALIAÇÃO DA AÇÃO DO EXTRATO DA PERSEA CORDATA
COMO MATERIAL CAPEADOR NA FORMAÇÃO DE DENTINA
TERCIÁRIA DE REPARO EM RATOS (Rattus Norvegicus Albinus)
Itajaí, (SC) 2006
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KARLA FOPPA ARZE TAMES
SIMARA LIDIA ESSER
AVALIAÇÃO DA AÇÃO DO EXTRATO DA PERSEA CORDATA
COMO MATERIAL CAPEADOR NA FORMAÇÃO DE DENTINA
TERCIÁRIA DE REPARO EM RATOS (Rattus Norvegicus Albinus)
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção de título de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.
Orientador: Prof. David Rivero Tames
Itajaí SC, 2006
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por nos conceder o dom da vida, saúde e paz para
poder trabalhar nesta pesquisa com ânimo e capacidade para vencer mais esta
etapa e encarar os desafios que estão por vir e acreditar em nossas conquistas.
Aos nossos pais, responsáveis pela nossa formação humana e profissional, e
familiares agradecemos o amor, a compreensão e a expectativa em nós
depositadas.
A quem amamos por ter nos dado força, incentivo, dedicação e compreensão
nas horas em que mais precisamos.
Ao nosso orientador Prof. Dr. David Rivero Tames, pela atenção dispensada
para realização deste trabalho, transmissão de conhecimentos, paciência, carinho e
respeito humano, nossos maiores sentimentos de amizade, admiração e respeito.
Ao Setor de Apoio à Pesquisa do Curso de Odontologia, especialmente ao
Professor Nivaldo Murilo Diegoli, por sua paciência e considerações e à professora
Elisabete Rabaldo Bottan pela orientação segura e objetiva, e pelo esclarecimento
das palavras.
A todos os funcionários do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do
Itajaí, pelo pronto atendimento, simpatia e responsabilidade, em especial a Beatriz
Pacheco Correa e Maria Correa do laboratório pelo auxílio e orientações prestadas.
Aos nossos colegas e amigos pelo companheirismo, respeito e apoio que
ficarão guardados em nossas lembranças de bons momentos vividos... já sentimos
saudades...
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“Jamais considere seus estudos como
uma obrigação, mas como uma
oportunidade invejável para aprender a
conhecer a influência libertadora da
beleza do reino do espírito, para seu
próprio prazer pessoal e para proveito da
comunidade à qual seu futuro trabalho
pertence.”
Albert Einstein
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AVALIAÇÃO DA AÇÃO DO EXTRATO DA PERSEA CORDATA COMO MATERIAL CAPEADOR NA FORMAÇÃO DE DENTINA TERCIÁRIA DE REPARO EM RATOS (RATTUS NORVEGICUS ALBINUS)
Karla Foppa Arze TAMES e Simara Lídia ESSER Orientador: Prof. David Rivero TAMES Defesa: setembro de 2006
Resumo: O objetivo do trabalho foi verificar histologicamente a capacidade indutora do extrato da Persea cordata na formação de dentina terciária de reparo sobre as polpas expostas de molares de ratos (Rattus Norvegicus Albinus). Foram realizadas exposições pulpares em 15 primeiros molares inferiores com broca esférica em baixa rotação e sob abundante refrigeração com água destilada, controlada a hemostasia as polpas foram capeadas com hidróxido de cálcio (Grupo I); complexo de hidróxido de cálcio + Persea cordata (Grupo II); e Persea cordata (Grupo III). Decorrido um período de 21 dias após o capeamento pulpar direto, os animais foram sacrificados. A região dos primeiros molares foi removida e processada pra obter lâminas histológicas coradas com Hematoxilina e Eosina. A análise dos cortes histológicos foi realizada com o auxílio de um microscópio óptico. A formação de dentina terciária de reparo foi encontrada em todos os grupos, porém com abundante formação no grupo da Persea cordata. A calcificação difusa foi encontrada em ambos os grupos, porém foi maior no grupo do hidróxido de cálcio. A inflamação foi menor no grupo capeado com hidróxido de cálcio. Em contrapartida na avaliação da necrose o grupo do hidróxido de cálcio apresentou um índice maior que os outros grupos. Os resultados demonstraram que a Persea cordata teve melhor desempenho na indução da formação de dentina terciária de reparo em comparação aos outros grupos estudados. Palavras-chave: capeamento pulpar direto, Persea cordata, dentina terciária de reparo.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................07
2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................09 2.1 Aspectos introdutórios .....................................................................................09 2.2 Formação de dentina terciária de reparo ........................................................10 2.3 Hidróxido de cálcio ...........................................................................................12 2.4 Estudos sobre agentes capeadores ................................................................14 3 MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................20
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................................26 4.1 Dentina terciária de reparo ............................................................................26 4.2 Calcificação difusa ............................................................................................28 4.3 Hidróxido de cálcio ...........................................................................................28 4.4 Necrose...............................................................................................................30 5 DISCUSSÃO ..........................................................................................................32
6 CONCLUSÃO .........................................................................................................37
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1 INTRODUÇÃO
O capeamento direto da polpa, também designado simplesmente de
capeamento pulpar, consiste na cobertura ou proteção da área exposta da polpa
dental com material que possibilite nova formação dentinária, manutenção da
vitalidade pulpar e de suas funções normais. (DE DEUS,1992)
Este procedimento é indicado nas situações clínicas de exposição pulpar
acidental decorrente de preparo cavitário, quando o tecido pulpar apresenta-se em
condições de saúde, ou seja, de “polpa sadia”. Entre os agentes capeadores tem
sido empregados medicamentos como: anti-sépticos, antiinflamatórios, antibióticos e
enzimas. (COHEN; BURNS, 1997)
Em 1920, Hermann introduziu o hidróxido de cálcio, que se tornou um marco
histórico para a preservação pulpar, pois demonstrou a formação de dentina
reparadora nos pontos de amputação de polpas vivas capeadas com este material.
(COHEN; BURNS, 1997). A partir desta época, várias outras substâncias e
associações foram propostas, desde o cimento de óxido de zinco e eugenol até
materiais mais recentes, como o agregado de trióxido mineral (MTA) e enzimas de
origem animal.
Os produtos a base de hidróxido de cálcio são, atualmente, bastante
difundidos e grandemente utilizados, graças a sua comprovada propriedade de
estimular a formação de dentina esclerosada, reparadora e proteger a polpa contra
os estímulos termoelétricos e ação antibacteriana. (MONDELLI,1998)
Entretanto, alguns trabalhos têm demonstrado reabsorção interna e presença
de calcificações distróficas no tratamento conservador da polpa e sensibilidade pós -
operatória e de cárie secundária. Nos inúmeros trabalhos experimentais de
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capeamento pulpar com o hidróxido de cálcio, foi sempre encontrada uma área
superficial de necrose no tecido pulpar. (DE DEUS, 1992)
As vantagens na conservação da polpa para manter a histofisiologia do
complexo dentina - polpa indicam a busca constante por um material capeador ideal
que promova a formação de uma dentina terciária de reparo contínua e de
qualidade. Mesmo porque para Cohen e Burns (1998) o material mais utilizado
(hidróxido de cálcio) atualmente proporciona apenas 60% de sucesso, na indução de
dentina terciária de reparo.
Entretanto, a literatura não relata o potencial capeador de substâncias
orgânicas de origem vegetal; a investigação neste campo é importante por
possibilitar a obtenção destas moléculas com metodologia relativamente simples e
de baixo custo em relação aos de origem animal. Neste aspecto, já existem dados
da utilização de plantas medicinais como: Passiflora alata (maracujá) e Trigona sp.
(própolis) (GIOVANELLA; PINTO, 2005; SABIR et al., 2005)
A Persea cordata é uma planta medicinal, conhecida popularmente como Pau
Andrade, de fácil obtenção e empiricamente utilizada como antibacteriano e
cicatrizante de feridas superficiais. Na literatura consultada, não foi encontrado
nenhum estudo sobre seu potencial capeador. Por este motivo, nosso objetivo é
verificar se o extrato bruto, obtido das folhas desta planta tem potencial capeador em
polpas de molares de ratos experimentalmente expostas. Este trabalho se insere na
proposta de estudos realizados no laboratório de pesquisas do curso de Odontologia
da UNIVALI, utilizando extratos de diferentes plantas medicinais com conhecida
capacidade cicatrizante e cujos resultados estão em fase de preparo para
divulgação.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Aspectos introdutórios
A polpa é um tecido conjuntivo frouxo de características especiais, que
mantêm íntimo relacionamento com a dentina que a cerca, constituindo uma unidade
funcional designada como complexo dentina-polpa. A intimidade destes dois tecidos
(dentina e polpa) impõe a cada preparo cavitário, cuidados especiais para com a
polpa. Protegê-la ou tratá-la quando necessário, para mantê-la viva, deve ser uma
preocupação constante. (SOARES; GOLBERG, 2002)
A exposição acidental da polpa dental por uma lesão de cárie durante
preparação rotineira de cavidade ou como resultado de uma fratura de dente ou
erosão é, infelizmente, uma realidade clínica e para solucionar o problema um ótimo
tratamento é requerido. (ERSIN; ERONAT, 2005)
Sob o ponto de vista da prática odontológica são reconhecidos vários métodos
de tratamento conservador da polpa dental; capeamento da polpa dental (direto e
indireto), curetagem pulpar e pulpotomia. (DE DEUS, 1992; ESTRELA;
FIGUEIREDO, 1999; LLEWELYN, 2000)
De acordo com Aydos (1985) as vantagens na conservação da polpa são
óbvias e dispensa maiores defesas; o problema é saber-se a oportunidade do
tratamento conservador. Os resultados práticos do tratamento conservador da polpa
podem assim ser enumerados:
profilático: permanência de polpa viva e sadia garantindo a saúde periapical
biológico: permite a complementação da rizogênese em dentes jovens
técnico: mais rápido e fácil diante de dificuldades cirúrgicas
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econômico: é sabidamente uma terapêutica mais rápida e menos dispendiosa
do que o tratamento do canal. O fator econômico não pode ser desprezado,
especialmente porque a nossa realidade revela que apenas 5% da população têm
acesso ao tratamento endodôntico realizado por especialista em clínica particular.
O capeamento pulpar direto é um tratamento onde um agente protetor é
aplicado a uma polpa exposta para permitir a sua recuperação e manter sua
vitalidade e função. Uma polpa exposta é definida de acordo com MeSH (Index
Medicus: Medical Subject Heading) como:
o resultado das mudanças patológicas no tecido duro de um dente causada por lesões de cáries, fatores mecânicos, ou trauma, o que torna a polpa susceptível para invasão bacteriana proveniente do meio externo. (OLSSON et al., 2006, p. 429)
A manutenção da vitalidade pulpar tem sido um desafio para a odontologia
restauradora e ainda é essencial para preservação do complexo dentinopulpar.
(SILVA et al., 2006)
Idealmente, a polpa exposta deveria ser tratada com a finalidade de permitir a
cicatrização com a formação de um novo tecido duro devolvendo o confinamento
normal da polpa dental. A formação de tecido duro tem sido observada após
diferentes procedimentos de capeamento pulpar. (OLSSON et al., 2006)
2.2 Formação de dentina terciária de reparo
Após a exposição da polpa, ocorre uma inflamação aguda no local da
exposição. Os vasos sanguíneos dilatam-se, manifesta edema e leucócitos
polimorfonucleares acumulam-se no local da injúria. (COHEN; BURNS; 1997). Nesta
localização, a formação de uma nova dentina ocorre em decorrência do capeamento
pulpar, que é um tipo de dentina terciária que possui uma estrutura irregular e é
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denominada dentina terciária de reparo, que difere estruturalmente da dentina
normal tendo túbulos irregulares e em menor número. (DE DEUS, 1992)
Após uma injúria em dentina, os prolongamentos odontoblásticos podem ser
expostos ou cortados, podendo os odontoblastos morrer ou se continuarem vivos,
secretar este tipo de dentina. Essa secreção de dentina pode ser influenciada pelo
agente capeador, pelo grau de injúria mecânica e de inclusão pulpar de restos de
dentina durante o procedimento operatório. A Inflamação e infiltração de bactérias
também influenciam negativamente o reparo da dentina. (MURRAY; WINDSOR,
2002; REGIANINI, 2006) Alguns dos odontoblastos são substituídos pela migração
de células indiferenciadas provindas das regiões mais profundas da polpa para
restabelecer o limite com a dentina. Este vedamento da zona afetada ocorre como
um processo de cicatrização iniciado pela polpa. (REGIANINI, 2006)
Os fatores que interferem na cicatrização são as condições da polpa
(presença de hemorragia, destruição tecidual), a remoção de fatores irritantes, a
idade do paciente, a resistência do hospedeiro, o cuidado pós-operatório adequado,
como a vedação apropriada das margens da cavidade contendo um material
capeador biocompatível. Muitas substâncias têm sido empregada como agentes do
capeamento pulpar, tais como: materiais inorgânicos, medicamentos, anti-sépticos,
antiinflamatórios, antibióticos e enzimas. O hidróxido de cálcio Ca(OH)2 , porém, é
aceito geralmente como o material de escolha para o capeamento da polpa.
(COHEN; BURNS, 1997; DE DEUS, 1992; MONDELLI,1998)
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2.3 Hidróxido de cálcio
O hidróxido de cálcio (Ca(OH)2 é um dos materiais capeadores de maior
sucesso por induzir reparo no complexo dentinopulpar (formação de ponte de
dentina), seguido da injúria, e, ainda, é o padrão ouro no tratamento contra novos
materiais que vem sendo testados. (GRAHAM et al., 2006; HUNTER et al.,1998;
HAYASHI et al., 1999; YOSHIBA et al., 1994) Embora exista uma vasta literatura do
uso deste material, os mecanismos de ação são desconhecidos. Vários trabalhos
sugerem que seu efeito benéfico é devido à liberação de íons cálcio; outros autores
sugerem que é devido à presença de íons hidroxila. (HUNTER et al.,1998)
Além disso, o hidróxido de cálcio possui baixo custo, o que permite seu
acesso em níveis de interesse para a saúde pública. Por outro lado, este material
possui uma desvantagem biomecânica, que é sua baixa resistência, além de ser
altamente solúvel, o que leva à degradação de sua interface no decorrer de alguns
anos após sua aplicação. (COX; SUZUKI, 1994)
Para Murray e Windsor (2002), o largo emprego do hidróxido de cálcio dá-se
baseado nas evidências histológicas, como: indução de reparo para lesões
perirradiculares, promove o fechamento apical quando o dente ainda não se formou,
previne ou interrompe o processo de reabsorção radicular. Seu alto pH fornece
atividade bactericida e estimula o reparo tecidual através da secreção de dentina
terciária. Entretanto, este material sofre de instabilidade nas suas propriedades
físicas que permitem que partículas do material migrem para dentro do tecido pulpar,
causando assim inflamação, podendo necrosar.
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Em um estudo in vitro realizado por Cavalcanti (2003) demonstrou que as
substâncias liberadas durante a presa do hidróxido de cálcio não são citotóxicas em
nenhum momento para a polpa.
Dentre as tantas qualidades do hidróxido de cálcio, Cohen e Burns (1997)
citaram que foram feitos muitos estudos que relataram o uso de várias formas desse
material, com índices de sucesso de 30 a 98% . As diferenças dos índices de
sucesso são atribuídas a muitos fatores, incluindo a seleção dos dentes, os critérios
de sucesso e fracasso, as diferenças nas respostas nos diferentes animais, a
duração do estudo, a área da polpa em que o medicamento foi aplicado (coronária
ou cervical) e o tipo de hidróxido de cálcio usado.
O hidróxido de cálcio não é o único material capaz de estimular a deposição
de dentina ou formação de ponte dentinária. A formação de ponte de dentina é uma
resposta intrínseca da polpa exposta na ausência de bactérias. (DEMARCO et al.,
2001) Seguindo esta teoria, experiências com animais isento de germes (germ-free)
demonstraram a importância dos microrganismos na cicatrização de polpas
expostas; polpas lesadas e contaminadas por microorganismos não cicatrizaram,
enquanto nestes animais o tecido cicatrizou, independente da gravidade da
exposição. (COHEN; BURNS, 1997)
Baseando-se numa revisão sistemática de 171 publicações sobre a formação
de barreira de tecido duro em humanos após capeamento pulpar com hidróxido de
cálcio, Olsson et al. (2006) demonstraram que a taxa de fracasso aumentou
conforme o tempo de proservação, considerando-o como incerto quanto ao seu
sucesso o que indica a necessidade de estudos qualificados.
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2.4 Estudos sobre agentes capeadores
De acordo com Mjör et al. (1991) É relatado que na região da polpa
adjascente ao hidróxido de cálcio (agente capeador), ocorrem várias mudanças que
se iniciam com desorganização tecidual, hemorragia com uma inflamação leve e
moderada. Durante a segunda semana ocorre proliferação e diferenciação celular na
superfície da polpa exposta, concomitante à formação de um tecido mais
organizado. Foram observadas células com características similares às dos
odontoblastos, formando uma matriz de pré-dentina que interage com o material
capeador, culminando com a formação da ponte de dentina em seus diferentes
estágios sem a presença de uma camada de polpa necrosada, sendo considerado
um reparo favorável associado com o procedimento capeador.
Schlemper et al. (2001) estudaram o efeito antibacteriano do extrato da
Persea cordata e demonstraram que sua fração hidrocolóide de acetato etílico
mostrou atividade contra bactérias patogênicas o que justifica o uso popular desta
planta.
Com tudo a busca de novos materiais com potencial indutor da dentino-
gênese no reparo da exposição pulpar, tem sido constante, assim: Lovschall et al.
(2001) analisaram a dentinogênese de reparo após o capeamento pulpar com uma
recombinação de insulina e fator de crescimento humano-I (rhIGF-I) em primeiros
molares superiores de ratos Wistar. E como grupo controle o hidróxido de cálcio
(Dycal) foi utilizado. Os animais foram avaliados microscopicamente nos dias 3, 7,
ou 28 após o procedimento de capeamento pulpar. No dia 3 a resposta inflamatória
foi idêntica para ambos os grupos. No dia 7 um tecido de granulação substituiu a
reação inflamatória em ambos os grupos. Após o dia 28, uma completa ponte de
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dentina e uma formação de dentina tubular foi observada mais frequentemente no
grupo que continha a substância rhIGF-I. A resposta reparativa da dentina ao
capeamento pulpar com rhIGF-I foi similar ao usado com Dycal. Porém, as
observações sugerem que o capeamento pulpar em molares de ratos com o
complexo rhIGF-I aumenta a dentinogênese de reparo em comparação com o grupo
controle.
Para explorar os efeitos do derivado de matriz de esmalte (EMD) na
cicatrização pulpar, com especial atenção na habilidade de produzir ponte
dentinária, Nakamura et al. (2001) promoveram cavidades de classe V em pré -
molares superiores de minisuínos adultos, sendo as polpas expostas capeadas com
EMD e os dentes contralaterais serviram como controle e capeados com pasta de
hidróxido de cálcio (Dycal). Após 2 e 4 semanas os dentes foram analisados
histologicamente. No grupo EMD muitas amostras tiveram uma nova dentina
formada e células inflamatórias presentes na área exposta. A análise morfométrica
mostrou que a formação de ponte de dentina pelo EMD foi mais que o dobro quando
comparado ao grupo tratado com hidróxido de cálcio, sugerindo que o EMD é capaz
de promover um processo reparativo na área da polpa exposta mais eficientemente
do que o hidróxido de cálcio.
Para investigar o potencial indutor de quatro compósitos resinosos como
agentes capeadores diretos, Kitasako et al. (2002) obtiveram duzentas e cinqüenta
cavidades expostas de macacos (Macaca fuscata) e capeadas com hidróxido de
cálcio e combinações de resinas compostas. Os dentes foram analisados no terceiro
e sexagésimo dia e demonstraram que o capeamento pulpar com resinas induz uma
inflamação pulpar aceitável e ponte de dentina como resposta, semelhantes ao
hidróxido de cálcio. Embora as resinas compostas mostrem-se como agentes
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capeadores promissores, investigações futuras são sugeridas para otimizar seu
protocolo de aplicação e reduzir a penetração de seu potencial citotóxico dentro do
tecido pulpar.
Six et al. (2002) afirmaram que, embora o mecanismo de formação de dentina
reparativa não tenha sido completamente elucidado, o processo começa com uma
neovascularização, proliferação, migração, e diferenciação de células percussoras
que residem dentro da polpa em odontoblastos ou osteoblasto-similares. Muitos
fatores de crescimento e proteínas extracelular da matriz normalmente são
expressos durante a dentinogenese primária, e assumem um papel no processo de
reparo. A maioria das proteínas morfogenéticas óssea (BMP-7 também chamadas
de OP-1) são membros do TGF-β, uma superfamília de fatores de crescimento e
fatores de diferenciação , que tem importante papel no desenvolvimento embrionário
e reparo tecidual no adulto. Muitas BMP-7 têm sido estudadas experimentalmente,
com o objetivo de induzir dentina reparadora na polpa dental. Assim, BMP-7 em
macacos, minisuínos, e furões, induz a mineralização, bem como a diferenciação de
células odontoblásticas.
Silva e Silva (2003) realizaram um estudo na faculdade de odontologia da
UNIVALI-SC sobre capeamento pulpar direto na polpa de 15 molares inferiores em
ratos Norvegicus albinus. Dividos em 3 grupos igualitariamente sendo o grupo I
capeado com hidróxido de cálcio; grupo II capeado com Carbonato de Cálcio e
grupo III na ausência de material capeador. Após 21 dias os cortes histológicos
foram submetidos à uma análise microscópica, onde a formação de dentina terciária
de reparo encontrou-se em todos os grupos estudados. Porém em percentagem foi
encontrada formação da dentina terciária em 80% das amostras do grupo I, contra
70% do grupo II e em 35% no grupo III.
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Faraco Júnior e Holland (2004) avaliaram o MTA branco como material
capeador pulpar. Foram utilizados 15 dentes de cachorros com 3 anos e 8 meses de
idade. Foram preparadas cavidades na vestibular com exposição pulpar
padronizada. Após um período de 60 dias, os animais foram sacrificados e os dentes
extraídos e processados para análise microscópica. Os resultados obtidos
identificaram, na maioria dos corpos - de - prova, pontes de tecido duro sem uma
zona superficial de necrose e sem defeitos de comunicação entre a polpa dental e o
material capeador. Entretanto, em uma minoria, em torno de 5 casos, foram
observados defeitos na ponte de tecido duro, e em 1 caso uma severa reação
inflamatória com hiperemia. Considerando estes resultados os autores acreditam
que o MTA branco pode ser considerado um efetivo material capeador pulpar.
Sena et al. (2004) realizaram um estudo de capeamento pulpar direto com
cimento de fosfato octocálcico a fim de avaliar a resposta pulpar. Foram utilizados
ratos da espécie Sprague dawley, onde as polpas de 60 primeiros molares foram
expostas e, em seguida, capeadas com cimento de fosfato octocálcico como grupo
experimental e como grupo controle capeadas com pasta de hidróxido de cálcio.
Após 1, 2, 5 semanas os animais foram sacrificados e examinados histologicamente
e houve constatação que uma semana após o grupo controle (hidróxido de cálcio)
teve maior formação parcial de dentina terciária de reparo na área exposta do que o
grupo experimental. Na segunda semana ambos os grupos apresentaram dentina
reparadora coberta por uma camada de odontoblastos. Porém, na quinta semana ,
uma dentina reparadora com túbulos dentinários regulares foi observado mais
freqüentemente no grupo experimental (cimento de fosfato octocálcico),
demonstrando que induziu o reparo na polpa dental dos ratos.
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Ersin e Eronat (2005) avaliaram a biocompatibilidade de um agente adesivo
(Prime&Bond 2.1) no capeamento pulpar comparado ao hidróxido de cálcio
[Ca(OH)2] em polpas expostas de humanos e ovelhas. Seus resultados mostraram
que pontes de dentina foram observadas em todas as polpas capeadas com
Prime&Bond 2.1 no nonagésimo dia. Porém, em dentes humanos não obteve tanto
sucesso como o hidróxido de cálcio, o que mostra que os resultados de estudos de
capeamento pulpar em animais não podem ser extrapolados totalmente para as
condições clínicas humanas.
Giovanella e Pinto (2005) realizaram um estudo de capeamento pulpar direto,
na faculdade de odontologia da UNIVALI-SC, na formação de dentina terciária
reacional e de reparo em 15 ratos Norvegicus albinus. Divididos em 3 grupos: grupo
I: capeados com extrato da Passiflora alata; grupo II: capeado com uma justaposição
de membrana de politetrafuorcarbono (PTFC) e grupo III: capeados com hidróxido
de cálcio, totalizando 10 dentes em cada grupo. Decorrido um período de 21 dias
foram submetidos à análise microscópica e revelaram uma resposta mais intensa na
formação de dentina terciária no grupo I: capeados com Passiflora alata, em relação
aos grupos III e grupo II capeados com hidróxido de cálcio e PTFC respectivamente.
Sabir et al. (2005), com o objetivo de avaliar a resposta pulpar dental frente a
um capeamento pulpar direto com própolis, realizaram um estudo histológico em 27
ratos (Sprague dawley), divididos em 3 grupos, cada um consistindo de 9 animais.
Cavidades Classe I foram preparadas na superfície oclusal do 1o molar superior
direito. As polpas foram expostas e capeadas com uma base de óxido de zinco
como controle (Grupo I), ou flavonóides extraídos de própolis (Grupo II), ou não
flavonóides extraídos de própolis (Grupo III). Os animais foram sacrificados após 1,
2, e 4 semanas. Os resultados mostraram que em menos de uma semana no Grupo
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I e III ocorreu uma inflamação pulpar sem a formação de ponte dentinária. Já em
contraste o Grupo II não apresentou resposta inflamatória pulpar na primeira
semana, porém, foi observado nesse grupo uma média e moderada inflamação na
segunda e quarta semana após o tratamento, respectivamente, e a formação parcial
de uma ponte dentinária foi observada na quarta semana. Portanto, a partir dos
resultados obtidos através desta pesquisa sugere-se que o capeamento pulpar
direto com flavonóides em ratos pode diminuir a inflamação pulpar e estimular a
dentina reparadora.
Diversos trabalhos existentes na literatura utilizam dentes de ratos ou outros
animais para avaliar técnicas e materiais utilizados em capeamentos pulpares e
tratamentos conservadores da polpa dental. (SILVA; Silva, 2003; DAMMASCHKE et
al., 2006; ERSIN; ERONAT, 2005; FARACO; HOLLAND, 2004; GIOVANELLA;
PINTO, 2005; KITASAKO et al., 2002; LOVSCHALL et al., 2001; LOVSCHALL et al.,
2002; MJÖR et al., 1991; NAKAMURA et al., 2001; SABIR et al., 2005; SENA et al.,
2004; SIX et al., 2002.)
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3 MATERIAIS E MÉTODOS
Foram selecionados para este estudo quinze primeiros molares inferiores de
ratos Rattus norvegicus albinus machos com 45 dias de idade, pesando em média
180g. Sua utilização foi aprovada pelo parecer de Comissão de Ética em Pesquisa
da UNIVALI, cadastro 67/06, sendo que os animais foram fornecidos pelo biotério da
Universidade do Vale do Itajaí, SC (UNIVALI).
Para realização do estudo, os animais foram divididos igualitariamente em três
grupos (cinco molares em cada grupo) da seguinte forma:
Grupo I: controle (capeados com hidróxido de cálcio)
Grupo II: experimental A (capeados com hidróxido de cálcio + Persea cordata
1/1)
Grupo III: experimental B (capeados com Persea cordata).
Todos os animais foram anestesiados com injeção intramuscular de cloridrato
de Ketamina (70mg/kg) e cloridrato de xilazina (10mg/kg); em seguida colocados
em uma mesa cirúrgica (figura 1A), e a abertura bucal foi mantida por elásticos de
borracha e ganchos auxiliares. (figura 1B)
Figura 1A: a foto demonstra o animal disposto sobre a mesa cirúrgica.
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Figura 1B: A foto demonstra a abertura bucal mantida por elásticos de borracha e ganchos auxiliares.
A desinfecção da área foi obtida através de bolinha de algodão embebida em
clorexidina, um isolamento relativo foi obtido por bolinhas de algodão estéreis. Com
auxílio de um microscópio cirúrgico (figura 2), uma broca de baixa rotação de ¼ (KG
Sorensen) montada em contra-ângulo e micromotor de baixa rotação, foi
posicionada na fossa mesial dos primeiros molares inferiores (figura 3) e ativada
sobre constante refrigeração com água destilada e aspiração por meio de uma
cânula aspiradora endodôntica. Em seguida, as polpas foram expostas
cuidadosamente pela rotação de uma agulha de insulina, afim de padronizar o
tamanho da área exposta e cones de papel absorvente n.15, estéreis, foram
utilizados para observar sinal de sangramento, confirmando a exposição pulpar. Em
seguida, a cavidade foi irrigada abundantemente com soro fisiológico com o intuito
de remover os restos de dentina da cavidade e promover a hemostasia pulpar.
22
Figura 2: a foto demonstra o procedimento realizado com o auxílio de um microscópio cirúrgico.
Figura 3: A foto demonstra a exposição pulpar, com a uma broca de baixa rotação de ¼ (KG Sorensen), montada em contra-ângulo e micromotor de baixa rotação, posicionada na fossa mesial do primeiro molar inferior esquerdo.
Em seguida, os dentes foram submetidos aos seguintes protocolos:
GRUPO I (Controle) – foi utilizado pasta de hidróxido de cálcio (CaOH2) para o
capeamento pulpar, por ser este o material capeador mais comumente empregado,
23
sendo introduzido na cavidade com auxílio de uma agulha de insulina e sonda
exploradora. (Figura 4)
GRUPO II (Experimental A) – foi realizado o capeamento pulpar direto com
uma combinação (1/1) de Persea cordata e pasta de hidróxido de cálcio os quais,
com o auxílio de uma agulha de insulina e sonda exploradora, foram introduzidos na
área exposta.
GRUPO III (Experimental B) – foi realizado o capeamento pulpar direto com
extrato de Persea cordata com o auxílio de uma agulha de insulina e sonda
exploradora.
Figura 4: a foto acima demonstra o material hidróxido de cálcio sendo introduzido na cavidade com o auxílio de uma sonda exploradora.
Sobre os agentes capeadores, foi utilizado um material protetor, o cimento de
ionômero de vidro (KETAC MOLAR) e em seguida foi efetuado o condicionamento
ácido com ácido fosfórico a 37% em esmalte e dentina por 30 segudos, continuando
com lavagem da cavidade por 30 segundos e aspiração e secagem da cavidade
com bolinha de algodão estéril. O adesivo dentinário foi aplicado com pincel
(microbrush) seguido de um leve jato de ar e fotopolimerizado por 30 segundos. Foi
realizada a restauração com resina composta fotopolimerizável e os dentes
antagonistas desgastados.
24
Vinte e um dias após os animais foram sacrificados por perfusão com
paraformaldeído a 4% em tampão fosfato, pH 7,3; das mandíbulas, as regiões de
molares, foram cirurgicamente removidas e imersas na mesma solução de perfusão
onde permaneceram durante 24 horas na geladeira. Após descalcificação em EDTA
a 7% em tampão fosfato, as peças foram desidratadas em álcoois de concentração
crescente até 100%, clareadas, incluídas em parafina, obtidos cortes com 7µm de
espessura e corados com H.E. para analisar, com microscópio de luz transmitida, a
presença de dentina terciária de reparo, calcificação difusa, inflamação e necrose.
As avaliações foram realizadas de acordo com critérios estabelecidos pela equipe de
pesquisa por nós acadêmicas Karla Foppa Arze Tames e Simara Lídia Esser com o
auxílio do professor orientador David Rivero Tames.
Cada variável foi avaliada, tomando-se por base escores de 0 a 4, sendo o
grau 0 indicador de ausência da variável analisada e o grau 4 indicador do grau
máximo de presença da variável analisada. (Quadro 1)
Para cada grupo testado, foram utilizados 5 dentes, de cada dente foram
obtidos 10 cortes seriados (1/10) e destes selecionados os identificados com
numeração ímpar para a análise microscópica.
Após a emissão do escore para cada lâmina examinada, foi obtida a média
individual para cada dente e calculada a média final para cada variável testada em
cada grupo. (Anexo A)
25
Dentina terciária de reparo 0 - ausência de deposição de dentina terciária de reparo 1 - traços de deposição de dentina terciária de reparo 2 - pouca deposição de dentina terciária de reparo 3 - abundante deposição de dentina terciária de reparo 4 - completa deposição de dentina terciária de reparo (ponte de dentina) Calcificação difusa 0 - ausência 1 - traços 2 - pouca 3 - abundante 4 - completa Inflamação e Necrose 0 - ausência 1 - mínima 2 - focos de inflamação e/ou necrose 3 - parcial, atingindo em torno de dois terços da área total 4 - total
Quadro 1: Escores definidos para avaliação das variáveis que compuseram a análise dos grupos testados
26
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Os resultados do presente estudo foram obtidos através de uma análise
microscópica da reação do complexo dentinopulpar após 21 dias do procedimento
operatório frente aos materiais utilizados.
4.1 Dentina terciária de reparo
Os grupos I e II, tratados com pasta de hidróxido de cálcio e complexo CaOH2
e Persea cordata, demonstraram formação de dentina de reparo semelhante. (figura
6 e 7)
As polpas dentais do grupo III capeadas com Persea cordata formaram
dentina de reparo em quantidade maior que os outros grupos; aparentemente com
poucas inclusões celulares indicando formação dentinária de melhor qualidade.
(gráfico 1 e figura 5)
1,52 1,44
3,2
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
HC HC+PC PC
27
Gráfico 1: Médias do grau de formação de dentina terciária de reparo, segundo os grupos testados (HC= hidróxido de cálcio; HC+PC= hidróxido de cálcio mais extrato de Persea cordata; PC= extrato de Persea cordata)
Figura 5: Presença de dentina terciária de reparo (D) no grupo I: capeado com hidróxido de cálcio. Coloração H.E., aumento aproximado no original: 33 X.
Figura 6: Presença de dentina terciária de reparo (D) no grupo II: capeado com hidróxido de cálcio + Persea cordata. H.E., aumento aproximado no original: 10 X.
Figura 7: Presença de dentina terciária de reparo (D) no grupo III: capeado com Persea cordata. Coloração H.E., aumento aproximado no original: 33X.
D
D
D
28
4.2 Calcificação difusa
Foram encontrados traços de calcificação difusa nos grupos experimentais A
e B (hidróxido de cálcio + Persea cordata; Persea cordata). E no grupo controle
tratado com hidróxido de cálcio a quantidade de calcificação difusa foi muito maior.
( gráfico 2)
1
0,6 0,6
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
HC HC+PC PC
Gráfico 2: Médias do grau de presença de calcificação difusa, dos grupos capeados com hidróxido de cálcio (HC); hidróxido de cálcio mais extrato de Persea cordata (HC+PC) e extrato de Persea cordata (PC).
4.3 Inflamação
Esteve presente sob a dentina terciária de reparo formada de todos os
grupos. No grupo II (hidróxido de cálcio + Persea cordata) a inflamação obteve um
grau maior e no grupo capeado com hidróxido de cálcio o grau menor. Nos grupos I
29
e II, sua presença é observada em continuidade às áreas de necrose pulpar. (gráfico
3 e figuras 8 e 9)
0,8
1,4
1,16
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
1,6
HC HC+PC PC
Gráfico 3: Médias do grau de presença de inflamação, segundo os grupos testados (HC= hidróxido de cálcio; HC+PC= hidróxido de cálcio mais extrato de Persea cordata; PC= extrato de Persea cordata)
Figura 8: Polpa capeada com hidróxido de cálcio, coloração H.E., aumento aproximado no original: 66x. Observar área de inflamação (I), área necrosada (N).
I
N
30
Figura 9: Polpa capeada com complexo de pasta de hidróxido de cálcio e extrato de Persea cordata. Coloração H.E., aumento aproximado no original: 66x. Observar área inflamada (I), área necrosada (N).
Figura 10: Polpa capeada com extrato de Persea cordata. Coloração H.E., aumento aproximado no original: 66x. Observar área de polpa inflamada (I), pequena área de necrose (N).
4.4 Necrose
Foi observada somente em pequenas áreas pulpares no grupo tratado com
Persea cordata (figura 10). Nos outros grupos, foi detectada em áreas maiores e
localizadas sob a região de formação de dentina terciária de reparo. (gráfico 4 e
figuras 8 e 9).
I
N
I
N
31
2,8
2
1,08
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
HC HC+PC PC
Gráfico 4: Médias do grau de presença de necrose, nos grupos testados HC= hidróxido de cálcio; HC+PC= hidróxido de cálcio mais extrato de Persea cordata; PC= extrato de Persea cordata.
32
5 DISCUSSÃO
A exposição acidental da polpa dental por lesão de cárie durante a preparação
rotineira de cavidade ou como resultado de uma fratura de dente ou erosão é,
infelizmente, uma realidade clínica e para solucionar o problema é requerido um
ótimo tratamento. Sob o ponto de vista da prática odontológica, são reconhecidos
vários métodos de tratamento conservador da polpa dental: capeamento da polpa
dental (direto e indireto), curetagem pulpar e pulpotomia. (DE DEUS, 1992; ERSIN;
ERONAT, 2005; ESTRELA; FIGUEIREDO, 1999; LLEWELYN, 2000). Sendo o
capeamento pulpar o mais conservador dos procedimentos citados, é justificável a
realização de estudos tanto de utilização de novos materiais como das respostas
pulpares; é neste contexto que se insere o propósito de nosso estudo.
A preservação da vitalidade pulpar seguida do processo de restauração
depende do grau de sobrevivência das células pulpares, assim como a habilidade
dessas células em detectar e responder à injúria iniciando uma resposta de reparo
apropriada. A resposta mais visível de reparo à injúria é uma deposição de matriz de
dentina terciária. Diferente da dentina primária ou secundária, que se formam ao
longo da polpa dentária, a dentina terciária de reparo é secretada pelas células
pulpares em resposta à injúria (MURRAY; WINDSOR, 2002). Este fato é importante
para devolver ao complexo polpa dentina a sua normalidade histofuncional.
Não é infreqüente que após uma exposição pulpar, a maioria dos dentistas
opta imediatamente pela pulpotomia, por acreditarem que a probabilidade de
sucesso é maior. No entanto, se esquecem da vantagem que o capeamento pulpar
direto possui, que é a de preservar uma maior quantidade de polpa. Assim, a
preservação da polpa obtida com o capeamento pulpar é de fundamental
33
importância para a manutenção da saúde do complexo dentinopulpar, pois a
vitalidade do remanescente pulpar permite que os processos biológicos do dente
ocorram normalmente.
O principal indicador de reparo da polpa exposta, é a ponte de dentina que
pode ser influenciada pelo agente capeador. A procura por um material ideal para a
proteção do complexo dentinopulpar motiva os pesquisadores desde os primórdios
da odontologia. O capeamento pulpar tem recebido, cada vez mais, atenção dos
profissionais, pois, quando bem indicada, é um procedimento simples que pode
evitar um tratamento endodôntico radical.
Em 1920, Hermann introduziu o hidróxido de cálcio, que se tornou um marco
histórico para a preservação pulpar, pois demonstrou a formação de dentina
reparadora nos pontos de amputação de polpas vivas capeadas com este material.
(COHEN; BURNS, 1997). A partir desta época, várias outras substâncias e
associações foram propostas, desde o cimento de óxido de zinco e eugenol até
materiais mais recentes, como o agregado de trióxido mineral (MTA). No entanto, as
pesquisas para um material ideal não param, estimulando cada vez mais os estudos
nesta área.
Numa revisão sistemática de 171 publicações sobre a formação de barreira de
tecido duro em humanos após capeamento pulpar com hidróxido de cálcio, Olsson
et al. (2006) demonstraram que a taxa de fracasso aumentou conforme o tempo de
proservação, portanto, o sucesso do hidróxido de cálcio como agente capeador pode
ser considerado incerto. Isto, no entanto, não significa que não exista nenhum efeito
no procedimento capeador deste material, ou que este não deva ser usado, mas sim
que a insuficiência de evidências indica a necessidade de mais estudos qualificados.
34
Baseados nestes argumentos, desenvolvemos uma pesquisa no intuito de
testar um agente terapêutico mais eficiente, conhecido popularmente por seu
potencial indutor de cicatrização, a Persea cordata. Schlemper et al. (2001)
estudaram o efeito antibacteriano do extrato da Persea cordata e demonstraram que
sua fração hidrocolóide de acetato etílico mostrou atividade contra bactérias. No
entanto, não encontramos trabalhos publicados quanto à utilização do extrato da
Persea cordata em capeamentos pulpares ou outros tratamentos conservadores da
polpa.
Com a metodologia proposta, os resultados do presente estudo mostraram
que as polpas tratadas com hidróxido de cálcio, e as polpas tratadas com o
complexo hidróxido de cálcio e Persea cordata obtiveram pouca deposição de
dentina terciária de reparo, enquanto que nas tratadas somente com o extrato de
Persea cordata, a resposta formadora de dentina terciária de reparo foi abundante
(Gráfico 1).
Cohen e Burns (1997) relataram o uso de várias formas do hidróxido de cálcio
como agente capeador, com índices de sucesso de 30 a 98%. O hidróxido de cálcio
- Ca(OH)2 - é um dos materiais capeadores de maior sucesso por induzir reparo no
complexo dentinopulpar (formação de ponte de dentina) e ainda é o padrão ouro, em
estudos comparativos utilizando novos materiais. (GRAHAM et al., 2006; HUNTER
et al.,1998; HAYASHI et al., 1999) Razão pela qual, neste trabalho, foi utilizado
como sendo o grupo controle.
O hidróxido de cálcio não é o único material capaz de estimular a deposição
de dentina ou formação de ponte dentinária. A formação de ponte de dentina é uma
resposta intrínseca da polpa exposta, na ausência de bactérias. (DEMARCO et al.,
2001, MURRAY; WINDSOR, 2002, REGIANINI, 2006) Considerando-se que o
35
extrato de Persea cordata, como comprovado por Schlemper et al. (2001), tem poder
antibacteriano, acredita-se que este foi o fator propulsor da resposta do grupo
tratado com a Persea cordata.
Seguindo esta teoria, experiências com animais isentos de germes (germ-free)
demonstraram a importância da ausência dos microrganismos no processo
cicatrização, ou reparo, de polpas expostas. Polpas lesadas e contaminadas por
microorganismos não cicatrizam. (COHEN; BURNS, 1997)
Os resultados, que obtivemos em nosso estudo, favoráveis à formação de
dentina terciária, no grupo de Persea cordata, que se mostrou duas vezes superior
aos outros grupos testados, sugerem a possibilidade de se obter uma formulação
medicamentosa que substitua o hidróxido de cálcio. Além de promover uma
abundante formação de dentina terciária de reparo, o grupo da Persea cordata,
também, apresentou o menor grau de necrose, quando comparado aos dois outros
grupos (Gráfico 4). Outra resposta positiva do grupo da Persea cordata refere-se à
presença mínima de calcificação difusa, (Gráfico 2) uma vez que estas calcificações
são manifestações degenerativas da polpa em resposta a agressões ou como
modificação com a idade. A inflamação mostrou-se de mesma intensidade que o
grupo do complexo hidróxido de cálcio + Persea cordata, e em menor grau o grupo
do hidróxido de cálcio, sugerindo que a Persea cordata seja um agente menos
agressivo para a polpa dental.
A maioria dos estudos sobre capeamento pulpar se empenharam em
investigar o potencial indutor de materiais capeadores, embora alternativos, de
natureza mineral semelhante ao hidróxido de cálcio, cujos resultados mostraram
desempenho semelhante ou levemente superior ao hidróxido de cálcio, como os
achados por Kitasako et al. (2002), com compósitos resinosos; Silva e Silva (2003),
36
com carbonato de cálcio; Faraco Junior e Holland (2004), com agregado trióxido
mineral; Sena et al. (2004), com cimento fosfato octocálcico; Ersin e Eronat (2005),
com agentes adesivos.
Certamente que substâncias semelhantes ou idênticas às das matrizes
mineralizadas e que estão relacionadas com o mecanismo biológico da
mineralização devem ter uma capacidade indutora de formação de dentina terciária
de reparo muito melhor que o tradicional hidróxido de cálcio, como os obtidos por
Nakamura et al. (2001), com derivados de matriz de esmalte e Six et al. (2002), com
proteína morfogenética óssea. Entretanto, cabe salientar que a obtenção destas
moléculas e seu preparo para utilização clínica são muito onerosos inviabilizando
sua aplicação imediata.
Neste contexto, poucos trabalhos são relatados na literatura pertinente,
utilizando substâncias orgânicas oriundas de plantas medicinais, fato este que se
torna paradoxal numa região geográfica, como a do Brasil, onde a biodiversidade e a
medicina popular com plantas medicinais é muito rica. Assim, Giovanella e Pinto
(2005) relataram uma melhor performance na indução da dentina de reparo do que o
hidróxido de cálcio, utilizando extrato de Passiflora alata; da mesma forma, sugere o
estudo de Sabir et al. (2005) utilizando flavonóides extraídos de própolis.
Os resultados deste estudo sugerem que o extrato de Persea cordata possa
ser utilizado como agente capeador pulpar uma vez que aparentemente teve um
comportamento melhor do que o do hidróxido de cálcio. Porém, são necessários
mais estudos para uma indicação mais segura.
37
6 CONCLUSÕES
Da análise dos resultados pode-se concluir que:
Todos os materiais utilizados induziram a formação de dentina terciária de
reparo.
A Persea cordata induz uma resposta melhor com formação de reparo
dentinário, do que o hidróxido de cálcio e o complexo pasta de hidróxido de cálcio e
extrato de Persea cordata.
Há evidências de uma relação indireta entre as formações de calcificação
difusa na polpa dental e sua capacidade reacional formadora de dentina terciária de
reparo.
38
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41
8 ANEXOS
Anexo A
Dentina terciária de reparo:
0 - ausência de deposição de dentina terciária de reparo
1 - traços de deposição de dentina terciária de reparo
2 - pouca deposição de dentina terciária de reparo
3 - abundante deposição de dentina terciária de reparo
4 - completa deposição de dentina terciária de reparo (ponte de dentina)
Calcificação difusa:
0 - nada
1 - traços
2 - pouca
3 - abundante
4 - completa
Inflamação e Necrose:
0 - nada
1 - mínima
2 - áreas de inflamação e/ou necrose
3 - parcial
4 - total
42
Grupo I: Controle - Hidróxido de cálcio
Dentina Terciária Calcificação Inflamação Necrose A1: traços 1 traços 1 não 0 total 4 A2: A3: traços 1 traços 1 não 0 total 4 A4:
A5: traços 1 traços 1 não 0 total 4 A6:
A7: nada 0 traços 1 não 0 total 4 A8:
A9: nada 0 traços 1 não 0 total 4 A10:
X=0.6 X=1 X=0 x=4
Dentina Terciária Calcificação Inflamação Necrose B1: traços 1 traços 1 mínima 1 parcial 3 B2: B3: traços 1 traços 1 mínima 1 parcial 3 B4:
B5: traços 1 traços 1 mínima 1 parcial 3 B6:
B7: traços 1 traços 1 mínima 1 parcial 3 B8:
B9: traços 1 traços 1 mínima 1 parcial 3 B10:
X= 1 X= 1 X= 1 X= 3 Dentina Terciária Calcificação Inflamação Necrose C1: traços 1 traços 1 mínima 1 parcial 3 C2: C3: traços 1 traços 1 mínima 1 parcial 3 C4:
C5: abundante 3 traços 1 mínima 1 parcial 3 C6:
C7: traços 1 traços 1 mínima 1 parcial 3 C8:
C9: abundante 3 traços 1 mínima 1 parcial 3 C10:
X= 1.8 X= 1 X= 1 X= 3
Dentina Terciária Calcificação Inflamação Necrose D1: abundante 3 traços 1 mínima 1 áreas 2 D2: D3: abundante 3 traços 1 mínima 1 áreas 2 D4:
D5: abundante 3 traços 1 mínima 1 áreas 2 D6:
D7: abundante 3 traços 1 mínima 1 áreas 2 D8:
D9: abundante 3 traços 1 mínima 1 áreas 2 D10:
X= 3 X= 1 X=1 X= 2
43
Dentina Terciária Calcificação Inflamação Necrose E1: traços 1 traços 1 mínima 1 áreas 2 E2: E3: traços 1 traços 1 mínima 1 áreas 2 E4:
E5: traços 1 traços 1 mínima 1 áreas 2 E6:
E7: traços 1 traços 1 mínima 1 áreas 2 E8:
E9: traços 1 traços 1 mínima 1 áreas 2 E10
X= 1.2 X= 1 X=1 X= 2 Média final de formação de dentina terciária do grupo I: 1,52 Média final de presença de calcificação difusa do grupo I: 1,0 Média final da presença de inflamação do grupo I: 0,8 Média final da presença de necrose do grupo I: 2,8
Grupo II: Experimental A – Hidróxido de cálcio + Persea cordata
Dentina Terciária Calcificação Inflamação Necrose A1: traços 1 traços 1 áreas 2 áreas 2 A2: A3: traços 1 traços 1 áreas 2 áreas 2 A4:
A5: traços 1 traços 1 áreas 2 áreas 2 A6:
A7: abundante 3 traços 1 áreas 2 áreas 2 A8:
A9: abundante 3 traços 1 áreas 2 áreas 2 A10:
X= 1.8 X=1 X=2 X=2
Dentina Terciária Calcificação Inflamação Necrose B1: nada 0 nada 0 áreas 2 áreas 2 B2: B3: nada 0 nada 0 áreas 2 áreas 2 B4:
B5: nada 0 nada 0 áreas 2 áreas 2 B6:
B7: nada 0 nada 0 áreas 2 áreas 2 B8:
B9: nada 0 nada 0 áreas 2 áreas 2 B10:
X= 0 X= 0 X= 2 X= 2
44
Dentina Terciária Calcificação Inflamação Necrose C1: pouca 2 nada 0 mínima 1 áreas 2 C2: C3: pouca 2 nada 0 mínima 1 áreas 2 C4:
C5: pouca 2 nada 0 mínima 1 áreas 2 C6:
C7: pouca 2 nada 0 mínima 1 áreas 2 C8:
C9: pouca 2 nada 0 mínima 1 áreas 2 C10:
X= 2 X= 0 X= 1 X= 2
Dentina Terciária Calcificação Inflamação Necrose D1: traços 2 traços 1 mínima 1 áreas 2 D2: D3: traços 2 traços 1 mínima 1 áreas 2 D4:
D5: traços 2 traços 1 mínima 1 áreas 2 D6:
D7: traços 2 traços 1 mínima 1 áreas 2 D8:
D9: traços 2 traços 1 mínima 1 áreas 2 D10:
X= 2 X= 1 X= 1 X= 2
Dentina Terciária Calcificação Inflamação Necrose E1: pouca 2 traços 1 mínima 1 áreas 2 E2: E3: pouca 2 traços 1 mínima 1 áreas 2 E4:
E5: traços 1 traços 1 mínima 1 áreas 2 E6:
E7: traços 1 traços 1 mínima 1 áreas 2 E8:
E9: traços 1 traços 1 mínima 1 áreas 2 E10:
X= 1.4 X= 1 X= 1 X= 2
Média final da formação de dentina terciária do Grupo II: 1,44 Média final da presença de calcificação difusa do Grupo II: 0,6 Média final da presença de inflamação do grupo II: 1, 4 Média final da presença de necrose do grupo II: 2,0
45
Grupo III: Experimental B – Persea cordata
Dentina Terciária Calcificação Inflamação Necrose A1: abundante 3 traços 1 mínima 1 não 0 A2: A3: abundante 3 traços 1 mínima 1 não 0 A4:
A5: abundante 3 traços 1 mínima 1 não 0 A6:
A7: abundante 3 traços 1 mínima 1 mín. 1 A8:
A9: abundante 3 traços 1 mínima 1 mín. 1 A10:
X= 3 X= 1 X= 1 X= 0,4
Dentina Terciária Calcificação Inflamação Necrose B1: abundante 3 traços 1 mínima 1 mín. 1 B2: B3: abundante 3 traços 1 mínima 1 mín. 1 B4:
B5: abundante 3 traços 1 mínima 1 mín. 1 B6:
B7: abundante 3 traços 1 mínima 1 mín. 1 B8:
B9: abundante 3 traços 1 mínima 1 mín. 1 B10:
X= 3 X= 1 X= 1 X= 1
Dentina Terciária Calcificação Inflamação Necrose C1: abundante 3 traços 1 mínima 1 mín. 1 C2: C3: abundante 3 traços 1 mínima 1 mín. 1 C4:
C5: abundante 3 traços 1 mínima 1 mín. 1 C6
C7: abundante 3 traços 1 mínima 1 mín. 1 C8:
C9: abundante 3 traços 1 mínima 1 mín. 1 C10:
X= 3 X= 1 X= 1 X= 1
46
Dentina Terciária Calcificação Inflamação Necrose D1: abundante 3 pouca 0 mínima 1 áreas 2 D2: D3: abundante 3 nada 0 mínima 1 áreas 2 D4:
D5: abundante 3 nada 0 mínima 1 áreas 2 D6:
D7: abundante 3 nada 0 mínima 1 áreas 2 D8:
D9: abundante 3 nada 0 mínima 1 áreas 2 D10:
X= 3 X= 0 X= 1 X= 2
Dentina Terciária Calcificação Inflamação Necrose E1: completa 4 nada 0 mínima 1 mínima 1 E2: E3: abundante 3 nada 0 áreas 2 mínima 1 E4:
E5: abundante 3 nada 0 áreas 2 mínima 1 E6:
E7: abundante 3 nada 0 áreas 2 mínima 1 E8:
E9: abundante 3 nada 0 áreas 2 mínima 1 E10:
X= 3.2 X= 0 X= 1.8 X= 1 Média final da formação de dentina terciária de reparo do Grupo III: 3,2 Média final da presença de calcificação difusa do Grupo III: 0,6 Média final da presença de inflamação do Grupo III: 1,16 Média final da presença de necrose do Grupo III: 1,08
47