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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
Ficha para Identificação da Produção Didático-Pedagógica
Professor PDE/2012
Título: Um olhar para o ensino de Língua Portuguesa na leitura.
Autor Cleusa Teresinha Dalchiavon
Disciplina/Área (ingresso no PDE) Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto
e sua localização
Escola Estadual Elias Abrahão – EF
Rua Elpídio dos Santos, s/n
Município da escola Honório Serpa
Núcleo Regional de Educação Pato Branco
Professor Orientador Adriana Aparecida Vaz da Costa
Instituição de Ensino Superior Unicentro
Relação Interdisciplinar
(indicar, caso haja, as diferentes
disciplinas compreendidas no trabalho)
Será um trabalho envolvendo as
disciplinas de Educação Física, Arte e
Ciências
Resumo (descrever a justificativa,
objetivos e metodologia utilizada. A
informação deverá conter no máximo
1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte
Arial ou Times New Roman, tamanho 12
e espaçamento simples)
Com esse projeto, “um olhar para o ensino da Língua Portuguesa na leitura”, esperamos desenvolver nos alunos habilidades de leitura, compreensão, análise linguística e produção de textos a partir do gênero textual fábula (a cigarra e a formiga), possibilitando o debate de ideias e a construção de valores morais e éticos. Contudo a função da escola não é só de ensinar a ler mecanicamente, mas ensinar ler criticamente, a interpretar os diferentes tipos de leitura, para evitar a reprodução das desigualdades sociais, conhecendo-as e buscando superá-las através da aquisição da leitura e da escrita, e assim tornar a sociedade mais igualitária. Para tanto, a escola deve
considerar a leitura como meio imprescindível para a conscientização e construção de saberes, devendo buscar estratégias para que todas as crianças tenham o pleno desenvolvimento da escrita e da leitura, não fazendo da leitura uma prática constante apenas na alfabetização e nas séries iniciais, mas uma prática diária em todas as fases da vida escolar.
Sendo assim, a leitura é uma aquisição necessária a todos os indivíduos, para que possam tornar-se verdadeiros cidadãos sociais. Portanto, é um instrumento de acesso à cultura e à realidade social de grande importância no desenvolvimento do ser humano. Como fonte de informação, possibilita a percepção da realidade do indivíduo, de seus problemas e conflitos, facilitando a aquisição de diferentes pontos de vista sobre esta realidade, pois a pessoa bem informada tem noção dos seus direitos e deveres, podendo exercer sua cidadania com maior facilidade.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Gênero textual; fábula; leitura;
escrita; literatura..
Formato do Material Didático Sequência Didática
Público Alvo (indicar o grupo para o
qual o material didático foi desenvolvido:
professores, alunos, comunidade...)
Será aplicado com os alunos do 7º ano,
na Escola Elias Abrahão em Honório
Serpa.
APRESENTAÇÃO
Caro(a) professor(a) ...
A presente produção didático pedagógica, construída como atividade
obrigatória e individual, elaborada durante o segundo período do PDE – 2012
(Programa de Desenvolvimento Educacional), constitui uma das estratégias de
ação da intervenção pedagógica, a ser desenvolvida na Escola Estadual Elias
Abrahão, Ensino Fundamental, que está localizada na Rua Elpídio dos Santos,
centro, na cidade de Honório Serpa – PR, NRE de Pato Branco, com alunos do
7º. ano. Nesta Escola frequentam aproximadamente (400) quatrocentos alunos.
Com este trabalho, “Um olhar para o ensino da Língua Portuguesa na
leitura”, pretendemos criar condições para que os alunos estabeleçam relações
entre a obra literária e suas experiências pessoais e sociais, ampliando assim o
universo de conhecimentos, sendo sujeitos da sua própria história.
A Escola é o centro irradiador de atitudes e hábitos de leitura. E a leitura
é uma atividade essencial na vida do sujeito enquanto criança, adolescente,
jovem e adulto. É através dela que obtemos informações, que se cria e recria, se
evolui e entramos em contato com as novas descobertas dos jovens no seu
convívio em geral, pois os professores ainda encontram barreiras e obstáculos
que dificultam a essência do seu trabalho, hoje os meios eletrônicos estão
“substituindo” os livros de leitura dos nossos alunos.
O contato direto com o livro serve para provocar e incentivar o aluno na
busca de conhecimentos onde o aprender ler significa também ler o mundo, dar
sentido a ele e a nós também, o que bem ou mal, fazemos mesmos sem ser
ensinados, pois a leitura sensorial começa muito cedo e nos acompanha por toda
a vida.
A multiplicidade de leituras desperta no aluno uma visão do mundo,
enriquece o vocabulário, além de saciar a sede de leitura e aproveitá-las no seu
cotidiano. A leitura nos garante um espaço mais efetivo para a produção, reflexão,
enfim um espaço para o exercício da crítica, pois a sala de aula constitui-se num
espaço privilegiado e, na nossa realidade, talvez o único onde a leitura tem seu
espaço garantido.
Após um longo período de trabalho com leitura, análise, reflexão,
produção e troca de ideias visando a melhoria da aprendizagem em sala de aula
e percebendo os desafios referentes a leitura e produção de textos e as
dificuldades que enfrentamos com nossos alunos no trabalho com a leitura,
percebi a necessidade de buscar alternativas que pudessem contribuir em sala de
aula, no sentido de buscar novos conhecimentos para melhoria da qualidade do
ensino, desenvolver o interesse pela leitura e tentar amenizar alguns problemas
encontrados nas aulas de leitura em meu percurso como professora. Dessa
observação, surge o interesse em trabalhar com a leitura como uma forma de
intervenção prática e, ao mesmo tempo reflexiva.
Uma obra literária é desafiadora, ela produz serenidade diante da vida.
Neste estudo vamos buscar conhecimento por meio de textos; ler implica
competências para interagir com o texto, com o autor e ir além do escrito. É o
desafio de ler, pesquisar, provocar curiosidades, criar expectativas nos leitores.
O professor precisa estar sempre motivado e motivando, precisa sentir o
gosto pela leitura para poder transmitir e exigir que o aluno também adquira o
mesmo gosto pela leitura, se ambos não estiverem envolvidos jamais o objetivo
será atingido.
O hábito de ler deve ser cultivado desde o início da vida escolar, o
professor deve sempre direcionar para a importância, para o gosto de ler, deve
incentivar a refletir, a questionar, a interpretar, a buscar as melhores respostas,
não esperar que venham sempre prontas.
Atualmente a televisão e o computador estão ocupando muito tempo das
pessoas, principalmente dos alunos, o que dificulta a criatividade, o raciocínio,
gerando polêmicas em sala de aula, pois aceitam tudo passivamente diminuindo
drasticamente o número de pensadores críticos e questionadores.
Ler é sobretudo uma atividade voluntária que dá prazer e bem estar e que
deve ser levada em conta quando ensinamos. Os alunos e os professores
necessitam estar motivados a adentrar no mundo literário para aprender e ensinar
a ler. Essa leitura deverá ter uma finalidade para que ambos possam
compreender e compartilhar, sendo assim, devemos estimular no aluno o
interesse e o prazer pela leitura e consequentemente pela produção de textos
demonstrando e revelando o conhecimento e entendimento adquiridos, através do
gênero literário fábula.
Neste estudo, optamos pelo Gênero Fábulas, por serem textos acessíveis
na escola e pela beleza das narrativas, capazes de envolver o leitor. São histórias
curtas, com contribuição e participação dos animais falantes que dialogam ao
longo do texto e preservam as características das narrativas tradicionais. As
fábulas são narrativas que expressam arte e o poder da palavra, partindo do
trabalho artístico com a linguagem, a interpretação crítica dos textos, sendo capaz
de denunciar a miséria e as desigualdades sociais.
Nas atividades propostas, iremos trabalhar com um gênero discursivo já
conhecido seu: a FÁBULA. Um tipo de narrativa que faz a gente pensar, não
permite que fiquemos quietos, mas que nos provoca a analisarmos, a refletirmos
e nos convida a participar do debate.
Na leitura, o gênero fábula é marcado pela beleza da expressão da
linguagem. O ser humano é considerado o principal responsável pela narrativa
oral, pela necessidade de comunicação e na transmissão de ideias.
Assim, o trabalho com as fábulas visa levar o aluno a perceber as
diferenças entre um enunciado fabular e outros quanto ao seu conteúdo, aos seus
aspectos formais. Visa também fazer com que o educando perceba que boa parte
de tudo o que ele faz passa pela linguagem, em situações de interação social e
que, o domínio da mesma, é fundamental para a sua vida, para conviver, para
aprender, para resolver situações do seu cotidiano, para argumentar, defender os
seus pontos de vista, seja na oralidade ou na escrita. Portanto, considera-se
muito importante o estudo, a instrumentalização e a aprendizagem dos conteúdos
trabalhados na escola. E o trabalho com os gêneros, bem organizado,
sistematizado e mediado pelo professor poderá ser uma ferramenta valiosíssima
neste processo.
A leitura é um elemento fundamental no processo de ensino e também
um instrumento de conhecimento ou meio de aquisição do mesmo, pois é na
escola, com o professor, que há possibilidade de maior inserção do sujeito no
mundo da escrita, onde o leitor deve construir um repertório e a partir do mesmo a
compreensão será possível. Com o acesso e o domínio da escrita em nossa
sociedade, a informação é moeda forte e o conhecimento transforma-se no
principal fator de produção, comprovando assim que há relação dialética entre a
educação, política e o poder.
Se a comunicação se realiza por intermédio dos textos, deve-se
possibilitar aos estudantes a oportunidade de produzir e compreender textos de
maneira adequada a cada situação de interação comunicativa.
Ensinar estratégias de leitura parte do princípio de que, apossar-se dos
mecanismos necessários à compreensão e interpretação de textos, o aluno se
tornará um leitor autônomo, capaz de desvendar os implícitos presentes na
infinidade de gêneros textuais com os quais irá se deparar, não somente durante
o período escolar, pois será um aprendizado que se pretende seja apreendido e
incorporado ao seu ato de ler e que o acompanhará para o resto da vida.
Nesta Sequência Didática, o aluno terá a oportunidade de conhecer mais
sobre as fábulas: sua história, seus objetivos, os principais autores; e, por meio
delas, descobrir como viveram os homens de determinadas épocas, quais eram
os seus valores, como agiam e como se comportavam em sociedade, frente à
determinadas situações.
Haverá a apresentação, leitura e trabalho com a fábula “A cigarra e a
formiga”, em diversas versões. Também será apresentada aos alunos a fábula
em forma de poesia, dos autores José Paulo Paes e La Fontaine com tradução de
Bocage, bem como o rap da Cigarra e da Formiga de Jô Soares baseado em La
Fontaine. Serão trabalhadas versões musicalizadas, (CD), vídeos, data show.
Serão feitas comparações e relações entre os diferentes gêneros discursivos, no
caso, a fábula e a poesia (gênero épico e poético), a narrativa fílmica (desenho
animado de uma fábula), entre outras diversas fábulas que serão apresentadas,
trabalhadas e interpretadas no decorrer das aulas.
Caberá, certamente, neste momento, a interação da disciplina de
Português com Educação Física e Arte para o trabalho com os desenhos,
ilustrações, coreografias e dramatizações; também será apresentada aos alunos
a fábula “O lobo e o cordeiro” de Monteiro Lobato, na qual o autor apresenta
diversos argumentos entre os personagens onde o lobo tenta comer o cordeiro.
Trazendo para a nossa realidade, devemos especificar o papel que cada
personagem representa. Um exemplo será analisar o lobo com o mundo lá fora,
onde a classe dominante para atingir seus objetivos, passa por cima, não tem
escrúpulos, ofende, maltrata e discrimina. O cordeiro pode ser comparado com o
dominado, com aquele que não tem voz e nem vez. Serão feitas atividades de
interpretação da fábula, apresentada em duas versões.
Na sequência, haverá a leitura e o trabalho sistematizado com a fábula “
A Coruja e a Águia”, de Monteiro Lobato. Nesta fábula, o autor critica e denuncia
as injustiças, a discriminação e a falta de bom senso, expõe sentimentos, a
beleza interior, a dedicação, critica a tirania e a ousadia da personagem “águia”, o
uso da força e do seu tamanho, da intimidação, da inteligência, da esperteza, o
uso ou não da razão, a garantia de direitos, o cumprimento ou não do que é
acordado entre os indivíduos. Enfim, é um enunciado que possibilita o trabalho
interdisciplinar com Ciências (atividades que focalizam quais os animais utilizados
pelo autor na narrativa, suas características predominantes, qual o seu papel no
reino animal, na cadeia alimentar e outros aspectos), logo após será feita a
interpretação oral e escrita dos conhecimentos já existentes e os adquiridos com
este trabalho.
Na área de Educação Física e Arte, sugerimos o envolvimento através da
confecção de fantoches, pinturas, uso da massa de modelar, dramatizações e
outras atividades, ornamentação do ambiente e confecção do cenário, conforme o
desenvolvimento e o interesse da turma. Em Língua Portuguesa, serão
trabalhadas a oralidade, a leitura, a escrita e a pesquisa, bem como, aspectos
formais e composicionais do gênero fabular e de outros enunciados que
pertencem a variados gêneros; também será estudada e efetivada a transposição
de um gênero para outro, (produção de um determinado enunciado). Será
proposto que o aluno faça a transposição de um enunciado fabular para um
enunciado poético ou jornalístico. Por exemplo, faria uma notícia sobre os
acontecimentos narrados em “A cigarra e a formiga”, tais noticias poderiam ser
organizadas em jornais escritos e televisionados. Ou, ainda, poderiam ser
transpostas fábulas para o gênero épico, onde os alunos em grupos ou individuais
fariam poemas; poderiam ser organizadas histórias em quadrinhos. O professor
oferecerá alguns exemplos e os alunos em duplas ou trios, escolherão a fábula
preferida e farão a transposição.
O aluno estudará e será levado a descobrir aspectos específicos das
fábulas: seus contextos, suas intenções, as características típicas de suas
personagens e o uso de animais personificando atitudes humanas. Analisará o
título da fábula, as ilustrações, alguns tipos de situação-problema apresentados
neste gênero discursivo e moral da história (sua função no enunciado e na
sociedade, em determinadas épocas). Relacionará os fatos narrados ao dia-a-dia
na atualidade: a vida em família, a escola, o governo, enfim, com a sociedade e
verificará se determinados ensinamentos contidos nas fábulas serviriam para a
sociedade contemporânea.
Será incentivado a buscar outras fábulas que tratem da mesma temática.
A seguir, ocorrerão as discussões e a produção de registros escritos. O educando
será orientado a escrever, a produzir uma fábula (ou outro enunciado estudado),
observando quais são os seus elementos básicos. Haverá, por parte do professor,
a orientação sobre os passos a serem seguidos para a produção escrita:
levantamento e discussão sobre a temática, a escolha do gênero, elaboração do
primeiro rascunho, apresentação ao professor, reescrita e reestruturação, a
intervenção do professor e a elaboração e apresentação da versão definitiva;
podendo ser uma fábula já existente ou uma criada pelos próprios alunos, que
será veiculada entre os alunos da turma e na sequência a todo o grupo escolar.
Inclusive os pais serão convidados a assistir a apresentação feita pelos alunos.
Haverá o envolvimento dos professores de outras disciplinas para a confecção do
material e a coreografia a ser criada e ensaiada para a apresentação. Serão
confeccionados e utilizados conforme os recursos e possibilidades disponíveis na
escola: painéis, fantoches, fantasias, cartazes, confecção de livretos, veiculação
na biblioteca, nos corredores, no saguão da escola e outros.
Assim, acredita-se que o trabalho com as fábulas, numa perspectiva de
interação, o aluno, além da apropriação do conhecimento específico do gênero,
se apropriará também de conteúdos específicos de Língua Portuguesa que serão
trabalhados, conforme as necessidades detectadas no contexto de sala e,
especialmente, nos momentos de produção escrita. Ocorrerá, também, a
dramatização feita pelos alunos, de uma fábula para ser apresentada aos pais e
ao grupo escolar, podendo ser uma fábula conhecida ou, uma inédita, produzida
pelos alunos.
Pretendemos envolver também os professores de arte e educação física
para criarmos juntos com os alunos, sujeitos da pesquisa, um ambiente agradável
e decorativo com a beleza das aventuras das fábulas. Será um espaço receptivo
para a realização das atividades, enfim, o cenário. Ele vai determinar as
circunstâncias que darão realidade e verossimilhança às narrativas. Será uma das
estratégias favoráveis e agradáveis para que juntos possamos prender a atenção
e envolvimento, provocando nos alunos encantamento pelas histórias (fábulas).
APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO
Professor(a)
Apresente um MOTIVO, uma necessidade de interlocução para motivar o
estudo, a análise e produção do gênero textual FÁBULA. Por exemplo, fala que
você percebeu que na biblioteca da escola há muitas fábulas já conhecidas e que
seria interessante criar outras. Ressalte a importância de haver versões diferentes
da mesma história, por isso exponha pontos de vista diferenciados e que
enriqueçam o trabalho com a linguagem.
Neste momento propor aos alunos que eles sejam autores de versões
modernas, ou seja, com base nas fábulas já conhecidas e outras que conhecerão
no decorrer do trabalho, PRODUZAM novas versões, com as quais depois de
prontas poderemos confeccionar um livro para ser doado à biblioteca e lido por
muitas outras pessoas que por aqui passarem, deixando a nossa contribuição
para o enriquecimento da leitura e para adquirir conhecimentos.
Antes, porém, de iniciar a produção das novas versões, proponha um
trabalho de reconhecimento do gênero para facilitar a atividade da produção
escrita.
IDENTIFICANDO O GÊNERO TEXTUAL
FÁBULA
MOTIVAÇÃO
1) Com certeza você já leu e ouviu muitas fábulas, as vezes até sem
saber do que se tratava. Vamos tentar lembrar agora algumas das fábulas que
você conhece. Em grupos, conversem e anotem em forma de resumo a respeito
das fábulas que lembrarem.
2)
Personagens:
Resumo:
Narre a fábula relembrada para a turma. Conversem sobre elas: são
realmente fábulas? Por quê? O que as fazem pertencer a esse tipo de texto?
3) Com as informações obtidas, tente definir o gênero FÁBULA.
Professor(a)
Na sequência haverá sua interferência, onde mostrará as diferenças e
semelhanças existentes entre o que foi comentado e dará os conceitos de
“fábula”. A Partir de agora vários conceitos serão vistos, mas todos com o mesmo
objetivo, o mesmo interesse, a mesma importância. Eis alguns deles que
encontramos nos dicionários, nos livros, nas enciclopédias. Vamos lá.
Segundo o dicionário MICHAELIS, fábula é: História curta que contém um
ensinamento, uma moral.
A fábula é uma das mais antigas maneiras de se contar uma história. O
autor grego Esopo usava muitos bichos como personagens de suas fábulas,
como tartarugas, lebres, raposas, formigas e cigarras. Através das histórias ele
criticava os valores da sociedade de sua época, para mostrar o que é certo e o
que é errado.
O que é uma fábula?
A fábula é uma narrativa alegórica em forma de prosa ou verso, cujas
personagens são geralmente animais com características humanas, sustentam
um diálogo, cujo desenlace reflete uma lição de moral, característica essencial
dessa. É uma narrativa inverossímil, com fundo didático. Quando os personagens
são seres inanimados, objetos, a fábula recebe o nome de apólogo. A temática é
variada e contempla tópicos como a vitória da fraqueza sobre a força, da bondade
sobre a astúcia e a derrota de presunçosos.1
Para darmos início aos nossos trabalhos vamos assistir um vídeo muito
interessante, contando para nós a fábula da Cigarra e da Formiga, onde retrata
um pouco da história desses animais, como deve ser o nosso preparo para as
atividades diárias e o que virá como consequência dos nossos atos, também
poderemos observar e promover uma discussão sobre os valores morais que são
destacados. Vamos lá pessoal! Após o vídeo a professora irá relatar algumas
observações e deixar os alunos também expressarem e comentar o que puderam
observar.
Vídeo: Era uma vez... A Cigarra e a Formiga.2
Professor(a)
Esta informação sobre a fábula da Cigarra e a formiga é para nós
professores tomarmos conhecimento e repassar para os alunos, fazendo uma
análise interpretativa através de comentários para perceber as diferenças
existentes, despertar o interesse, o conhecimento e o entrosamento dos alunos
com o conteúdo que está sendo proposto. Este gênero narrativo existe até hoje e
por ser um texto curto tem o poder de prender a atenção, de entreter e deixar uma
mensagem, um ensinamento.
A mesma história, porém com foco narrativo completamente
diferente é a versão de La Fontaine que escreve em forma de verso e Esopo em
prosa, porém nas duas histórias o narrador é observador, ambas são fábulas e os
1Disponível em: http://www.madesp.com.br/contaumconto/DEFINI%C3%87%C3%83O.HTM
acesso em 10/10/2012
2 Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=hqVvZmr3dhE&feature=related 4’22” Acesso
em 28/10/2012.
personagens são os animais onde ilustra vícios ou virtudes e termina com uma
lição de moral.
A versão de La Fontaine reforça a tese de que o comportamento da
formiga em relação à cigarra é o de supervalorizar o seu trabalho e menosprezar
o da cigarra, para a formiga não faltam à cigarra habilidades e condições para
incorporar o trabalho, sendo que ela prioriza outras atividades e valores em sua
vida e a formiga fica indignada com a falta de ação de trabalho da cigarra e,
portanto responde com um tom irônico à situação que a cigarra se colocou.
A versão de Esopo mostra que a formiga tem inveja da cigarra que canta,
a formiga fala a verdade de uma forma grosseira deixando assim a cigarra na
posição de vítima. Aqui a arte (o canto) é exaltada em detrimento do trabalho
excessivo. A inveja da formiga é explicitada pela sua frustração e não pelo prazer
ao seu trabalho.
O propósito crítico contido na versão da fábula contada por La
Fontaine, é que favorece apenas o momento presente em função daqueles que
são previdentes e se preocupam com o futuro. Nessa linha de pensamento, quem
trabalha tem retornos melhores do que quem apenas se diverte.
Vamos ler, ouvir e comentar mais uma versão da fábula A Cigarra e a
Formiga, esta escrita por Esopo.
A CIGARRA E A FORMIGA
Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para
secar suas reservas de comida. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham
ficado molhados. De repente aparece uma cigarra:
- Por favor, formiguinhas, me dêem um pouco de comida!
As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra seus princípios, e
perguntaram:
-Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se
lembrou de guardar comida para o inverno?
Falou a cigarra:
-Para falar a verdade, não tive tempo, Passei o verão todo cantando!
Falaram as formigas:
-Bom... Se você passou o verão todo cantando, que tal passar o inverno
dançando? E voltaram para o trabalho dando risadas.
Moral da história: Os preguiçosos colhem o que merecem.
As Fábulas de Esopo, Rio de Janeiro – RJ. 20093
A cigarra e a formiga
La Fontaine (1621 – 1695)
Tradução de Bocage (1765 – 1805)
Tendo a cigarra, em cantigas,
Folgado todo o verão,
Achou-se em penúria extrema,
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
3Disponível em: http://asfabulasdeesopo.blogspot.com.br/2009/04/cigarra-e-
formiga.html , acesso em 9/10/2012
- Amiga – diz a cigarra
- Prometo, à fé de animal,
Pagar-lhe, antes de abril,
Os juros e o principal.
A formiga nunca empresta,
Nunca dá; por isso junta.
- No verão, que fazias?
Boa vida? – ela pergunta.
Responde a outra: - Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.
- Oh! Bravo! – torna a formiga
- Cantavas?
Pois então dança agora!
LIÇÃO DE VIDA: Os que não pensam no dia de amanhã, pagam sempre
um alto preço por sua imprevidência.
Fábulas de La Fontaine. Tradução: Bocage, Rio de Janeiro: Editora
Brasil- América, 1985.
A Cigarra e a Formiga
Num dia soalheiro de Verão, a Cigarra cantava feliz. Enquanto isso, uma
Formiga passou por perto. Vinha afadigada, carregando penosamente um grão de
milho que arrastava para o formigueiro.
- Por que não ficas aqui a conversar um pouco comigo, em vez de te
afadigares tanto? – Perguntou-lhe a Cigarra.
- Preciso de arrecadar comida para o Inverno – respondeu-lhe a Formiga.
– Aconselho-te a fazeres o mesmo.
- Por que me hei de preocupar com o Inverno? Comida não nos falta... –
respondeu a Cigarra, olhando em redor.
A Formiga não respondeu, continuou o seu trabalho e foi-se embora.
Quando o Inverno chegou, a Cigarra não tinha nada para comer. No entanto, viu
que as Formigas tinham muita comida porque a tinham guardado no Verão.
Distribuíam-na diariamente entre si e não tinham fome como ela. A Cigarra
compreendeu que tinha feito mal...
Moral da história: Não penses só em divertir-te. Trabalha e pensa no futuro.4
Agora vamos assistir um vídeo da releitura da fábula A cigarra e a
formiga, muito interessante, onde a cigarra e a formiga, contam um pouco de suas
histórias. Prestemos atenção nas cenas para em seguida fazermos os
comentários.
A versão em vídeo é outra releitura, que acompanha o sentimento de
solidariedade, que contraria as versões conservadoras em que a formiga se
morde de inveja e é avarenta:
Há inúmeras versões desta fábula. Monteiro Lobato, precursor da História
Infantil no Brasil, em seu livro Fábulas, introduziu a fábula da formiga boa, pois a
outra é uma avarenta e invejosa. Na sua versão ele finaliza dizendo: "OS
ARTISTAS - POETAS, PINTORES, MÚSICOS - SÃO AS CIGARRAS DA
HUMANIDADE".5
4 Disponível em: http://fabulasinfantis.blogs.sapo.pt/902.html .- ACESSADO EM 9.10.2012, Editado por Jean de La Fontaine
5 A cigarra e a formiga – releitura Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=9v8VjXkhZdo
acesso em 10/10/2012 – 8’12”.
A FORMIGA E A CIGARRA
Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque,
sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava
uma folha pesada,perguntou:
- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente
aproveitar! O verão é para gente se divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso
trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o
bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.
Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra
pesada folha. A cigarra então aconselhou:
- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos,
formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!
A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra
levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga.
Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se
divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha
terminado a vidinha boa.
A rainha das formigas falou então para a cigarra:
- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai
passar fome e frio.
A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou:
- Hum! O inverno ainda está longe, querida!
Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje,
sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar
alimento? Pura perda de tempo.
Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia
seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da
formiga.
Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de
frio. Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e
deliciosa.
Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra:
- No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco,
cumpra o seu dever: toque e cante para nós.
Para cigarra e para as formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas
vidas.
"A FORMIGA SÓ TRABALHA PORQUE NÃO SABE CANTAR" (RAUL SEIXAS)
Professor (a),
Fazer os comentários pertinentes às cenas assistidas e as lições que
podemos aproveitar e guardar como ensinamentos para o futuro. Qual o
comportamento que cada animal apresenta? O que mais chamou nossa atenção?
Como o ser humano se comporta diante de determinadas situações em que
encontra no dia a dia? E várias outras situações que acontecerão no decorrer do
trabalho ...,
Este vídeo que vamos assistir conta a mesma história com cenas e fatos
diferenciados, onde aparecem os mesmos personagens, mostrando a
valorização, a solidariedade, a amizade, o coleguismo que deve existir entre as
pessoas, nos mostra que nem todas as pessoas tem aptidão para as mesmas
coisas, mas devemos ser sensíveis e estarmos sempre atentos para as
oportunidades que surgirem em nossas vidas. A música é muito importante em
nossas vidas, nos faz bem, podemos viver só de música ou não?
Vídeo - A cigarra e a formiga – Fábula Coleção Disquinho - Animação
Veronica Fraga. (Valorização da poesia e lição de vida).6
6 Disponível em:http://www.youtube.com/watch?v=9j1skNmbmj8&feature=related - 8’42 “ acesso
em 10.10.2012
Após termos visto e formulado alguns conceitos sobre o que é uma
fábula. O que ela nos apresenta. O que devemos levar conosco como
ensinamentos. Também lemos e observamos outras fábulas sobre o mesmo
tema, onde nós percebemos as diferenças existentes em cada uma delas, vamos
fazer uma leitura do texto a seguir observando os elementos que a compõem, a
forma como se apresenta para fazermos a interpretação, em seguida a análise
linguística através das atividades propostas.
Vamos lá pessoal.
A Cigarra e as Formigas
No inverno, as formigas estavam fazendo secar o grão molhado, quando
uma cigarra faminta lhes pediu algo para comer. As formigas lhe disseram:
__ Por que, no verão, não reservaste também o teu alimento?
A cigarra respondeu:
__ Não tinha tempo, pois cantava melodiosamente.
__ Pois bem, se cantavas no verão, dança agora no inverno.
A fábula mostra que não se deve negligenciar em nenhum trabalho, para
evitar tristeza e perigos.
Esopo: Fábulas completas. Tradução de Neide Smolka. São Paulo, Moderna, 1994.
Atividades de leitura e interpretação
1-Pense e responda:
a) Com quem você relacionaria a formiga hoje?
b) E a cigarra?
c) Você acha importante o trabalho da formiga?
d) Você considera o canto da cigarra como uma forma de trabalho? Por
quê?
e) Como você explica a moral da história?
2- Assinale a alternativa correta:
a) Quando as formigas secavam os grãos molhados?
( ) No verão ( ) No inverno ( ) Na primavera
b) Quando foi que a cigarra cantava melodiosamente?
( ) No verão ( ) No inverno ( ) Na primavera
c) Quando foi que a cigarra pediu ajuda às formigas?
( ) No verão ( ) No inverno ( ) Na primavera
3) Responda:
a) Por que os grãos estavam molhados?
b) Por que a cigarra estava faminta?
c) Você concorda com as formigas ao negar ajuda à cigarra? Por quê?
Atividades de Análise Linguística:
1-Releia o primeiro parágrafo:
“No inverno, as formigas estavam fazendo secar o grão molhado, quando
uma cigarra faminta lhes pediu algo para comer. As formigas lhe disseram.”
a)As palavras destacadas foram empregadas no texto para evitar a repetição de
dois nomes. Que nomes são esses?
Lhes: __________________________
lhe:____________________________
1-Releia os seguintes trechos:
“__ Porque, no verão, não reservaste também o teu alimento?”
a) A palavra “teu” foi empregada para falar do alimento de quem?
“__ Pois bem, se cantavas no verão, dança agora no inverno.”
b) Quem é que “cantavas” no verão?
Explicar:
“Como você viu, quando produzimos um texto, podemos evitar as
constantes repetições com o uso de pronomes (lhe, lhes, teu) e com o emprego
do verbo sem sujeito (cantavas)”.
Professor (a)
Neste momento, se for necessário, observando as dificuldades dos
alunos, deve-se trabalhar os pronomes pessoais do caso reto e pessoais do caso
oblíquo, citando a tabela e exemplos.
Professor(a)
Conheça um pouco mais sobre as Características da fábula:
O professor deve participar ativamente das atividades, estimulando os
alunos a participarem e a se posicionarem criticamente diante do texto,
incentivando-os a comentarem as ações desenvolvidas pelos personagens e que
reflitam sobre a situação apresentada, relacionando-a com fatos da vida real.
- A fábula é uma narrativa curta que trata de certas atitudes humanas,
como a disputa entre fortes e fracos, a esperteza e a lerdeza, a ganância e a
bondade, a gratidão e a avareza, o bondoso e o ruim;
- A fábula pode e deve ser vista como um excelente exercício de reflexão
sobre o comportamento humano;
- Alguns animais assumem características específicas conforme seu
comportamento, havendo até uma comparação com as atitudes humanas. Por
exemplo: a raposa simboliza a esperteza, a astúcia, por isso alguns políticos são
ironicamente chamados de raposas.
- Muitas vezes, no final das fábulas aparece uma frase destacada
chamada de MORAL DA HISTÓRIA, com provérbio ou não; outras vezes esta
moral está implícita Nas últimas linhas do texto.
- Presença de animais nas histórias com características humanas.
- O título aparece destacado com nomes de animais (O leão e o rato,; A
cigarra e a formiga ...)
- É comum aparecer diálogo entre os animais.
- O tempo aparece de forma indeterminada (Certa vez...), o que garante,
a esse gênero, sua atualidade, ou seja, é atemporal, tanto que servem de lição
para qualquer época.
- Narrador em 3ª. Pessoa (o narrador conta como se tivesse visto a cena).
Professor(a)
Se os alunos não souberem o que é provérbio, este pode ser o momento
da explicação, conceito e citar alguns exemplos.
Conheça um pouco mais sobre o gênero fábula, conversando com seu
(sua) professor(a) sobre:
• Quando surgiram as fábulas?
• Com que objetivo elas foram criadas, ou seja, qual é a sua função na
sociedade?
• Qual é o primeiro e mais importante fabulista?
• Quais outros fabulistas se destacaram?
• Geralmente, qual é o suporte e o veículo de circulação das fábulas?
Apresentamos agora uma versão da fábula O lobo e o cordeiro de
Monteiro Lobato, onde retrata e expõe o poder dos mais fortes sobre os mais
fracos, o que muitas vezes acontece em nossa sociedade, e com isso muitos são
condenados injustamente por faltar voz e vez em seus argumentos.
O LOBO E O CORDEIRO
Monteiro Lobato
Estava o cordeiro a beber num córrego, quando apareceu um lobo
esfaimado, de horrendo aspecto.
- Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber? – disse o
monstro arreganhando os dentes. – Espere, que vou castigar tamanha má-
criação!…
O cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com inocência:
- Como posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do
senhor para mim?
Era verdade aquilo e o lobo atrapalhou-se com a resposta. Mas não deu o
rabo a torcer.
- Além disso – inventou ele – sei que você andou falando mal de mim o
ano passado.
- Como poderia falar mal do senhor o ano passado, se nasci este ano?
Novamente confundido pela voz da inocência, o lobo insistiu:
- Se não foi você, foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.
- Como poderia ser meu irmão mais velho, se sou filho único?
O lobo, furioso, vendo que com razões claras não vencia o pobrezinho,
veio com uma razão de lobo faminto:
- Pois se não foi seu irmão, foi seu pai ou seu avô! E – nhoque! –
sangrou-o no pescoço.
Contra a força não há argumentos.
(Monteiro Lobato, Fábulas, São Paulo, Brasiliense)
Interpretação do texto:
1. O texto que você acabou de ler é:
a. ( ) uma crônica em que o autor trata de um assunto do dia-a-dia.
b. ( ) uma fábula, isto é, uma pequena história com ensinamento moral.
c. ( ) um conto de fadas.
2. Quais são os personagens do texto?
3. O lobo e o cordeiro, sendo animais, são personagens do texto por quê?
a. ( ) antigamente os animais falavam.
b. ( ) na história, eles agem, falam e raciocinam como se fossem pessoas.
c. ( ) o texto fala sobre eles.
4. O autor caracteriza o lobo como um animal:
a. ( ) carnívoro e que se alimenta de outros animais.
b. ( ) de aspecto horrível, cruel, ruim, e injusto.
c. ( ) muito faminto.
5. Como o autor caracteriza o cordeiro?
6. As respostas e os argumentos que o cordeiro apresentou ao lobo:
a. ( ) eram sem fundamentos.
b. ( ) foram respostas com fundamentos, válidas e justas.
c. ( ) eram respostas que o lobo não conseguia entender.
7. Observando as respostas que o cordeiro deu ao lobo, podemos perceber que ele tratou bem ao lobo. Que palavra aparece repetida nas respostas do cordeiro, provando esse bom tratamento?
8. O lobo e o cordeiro foram ao mesmo córrego. Com que finalidade cada um se dirigiu para lá?
9. O autor quis sugerir no final da história, quando o cordeirinho foi devorado pelo lobo, que:
a. ( ) a força sempre vence a razão.
b. ( ) nem sempre quem tem razão vence uma disputa.
c. ( ) podemos explorar os mais fracos.
10. Explique, com suas palavras, a moral da história ( a última linha do texto ).
O lobo e o cordeiro
Como naquele verão fazia muito calor, um lobo dirigiu-se a um ribeirinho.
Quando se preparava para mergulhar o focinho na água, ouviu um leve rumor de
erva a mexer-se. Virou a cabeça nessa direção e viu, mais adiante, um
cordeirinho que bebia tranquilamente. “Vem mesmo a propósito!” – pensou o lobo
de si para si. - “ Vim aqui para beber e encontro também o que comer...”Aclarou a
voz, pôs um ar severo e exclamou
- Eh! Tu aí!
- É comigo que está a falar, senhor? - respondeu o cordeiro. – Que
deseja?
- O que é que desejo? Mas é evidente, meu malcriado! Não vês que ao
beber me turvas a água? Nunca ninguém te ensinou a respeitar os mais velhos?
- Mas... senhor? Como pode dizer isso? Olhe como bebo com a ponta da
língua... Além disso, com sua licença, eu estou mais abaixo e o senhor mais
acima. A água passa primeiro por si e só depois por mim. Não é possível que
esteja a incomodá-lo! – respondeu o cordeirinho com voz trêmula.
- Histórias! Com a tua idade já me queres ensinar para que lado corre a
água?
- Não, não é isso... só queria que reparasse...
- Qual reparar nem meio reparar! Olha que não me enganas! Pensas que
te escapas, como no ano passado, quando andavas por aí a dizer mal da minha
família? “Os lobos são assim... os lobos são assado...” Tiveste muita sorte por eu
nunca te ter encontrado, senão já te tinha mostrado como são os lobos!
- Não sei quem lhe terá contado tal coisa, senhor, mas olhe que é falso,
acredite. A prova é que no ano passado eu ainda não tinha nascido.
- Pois se não foste tu, foi o teu pai! - rosnou o lobo, saltando em cima do
pobre inocente.
Moral: Para alguém decidido a fazer o mal a todo o custo, qualquer razão
serve, ainda que seja uma mentira.7
Autor: Esopo
Interpretação do texto:
1. Enumere, pelos menos, três adjetivos definidores do caráter do lobo e
do cordeiro.
2. O encontro do lobo e do cordeiro acontece “nas águas limpas de um regato”. É
7 Disponível em:http://testesdeportugues.blogspot.com.br/2011/02/o-lobo-e-o-cordeiro.html
acesso em 20.11.2012
possível determinar a localização exata do cenário onde se passa a ação?
Justifica a tua resposta.
3. No verso “foi que falaste mal de mim no ano passado”, a expressão destacada
permite situar a ação no tempo? Explica a tua resposta.
4. O que nos permite afirmar que o lobo e o cordeiro eram velhos conhecidos?
5. Enumere os argumentos usados pelo lobo para justificar o castigo imposto ao
cordeiro.
6. A fábula apresenta um ensinamento ao leitor. Que ensinamento é este e quem
o transmite?
7. Porque é que o segundo verso – (nem sempre o Bem derrota o Mal) - está
colocado entre parênteses? O que significa a expressão “nem sempre”?
8. Complete a frase, explicando-a com as suas palavras: A razão do mais forte é
a que vence no final, pois
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Professor(a)
É muito importante que você esteja preparado(a) para esse bate papo.
Portanto, antes disso, pesquise e conheça um pouco mais sobre o gênero,
buscando maiores informações sobre Esopo (primeiro e mais importante
fabulista). La Fontaine (outro autor muito importante), Monteiro Lobato (primeiro
fabulista brasileiro) e sobre outros que achar interessante.
Pesquise ainda sobre quando surgiram as fábulas, onde e por que elas
foram criadas. Estando bem informado, você repassará mais e melhores
informações a seus alunos, contribuindo e incentivando cada vez mais para a
ampliação do conhecimento e desenvolvendo o interesse e a paixão pela leitura.
Agora vamos conhecer um pouco da história dos principais autores das
fábulas:
O(a) professor(a) fará alguns comentários e em seguida poderá levar os
alunos até o laboratório de informática para tomar conhecimento da biografia, das
obras, da cultura, do histórico, enfim será um momento interessante e divertido,
haverá também imagens para serem analisadas e comentadas por todos.
Poderemos ir até a biblioteca da escola para juntos pesquisarmos a biografia,
algumas curiosidades, fazermos a comparação do que já foi visto na internet e o
que está escrito nos livros a respeito dos autores trabalhados. Podemos fazer a
leitura individual ou coletiva e anotar o que for mais importante a respeito de cada
escritor.
OBS: A citação feita aqui sobre os escritores é mais uma informação para
tomarmos conhecimento do histórico, não necessariamente precise ser
trabalhada a que aqui foi mencionada, pois teremos acesso a muito mais
informações.
Esopo, as fábulas e suas características
Conforme nos conta a história, Esopo foi um escravo que viveu no século
VI a.C, foi o introdutor da fábula na Grécia, na tradição escrita. Muitas fábulas que
foram atribuídas a ele já haviam sido divulgadas,no Egito, quase mil anos antes
de sua época, e na Índia, onde houve inúmeros fabulistas. Algumas foram
reproduzidas por autores modernos e pertencem ao fabulário hindu, como
o Panchatantra, que atribuem ao sábio Bildpai, o Esopo do orientais.
O Panchatantra é a mais antiga coleção de fábulas indianas conhecida.
Originalmente era uma coleção de fábulas com animais em verso e prosa
em sânscrito (hindu) e em pali (budista). O texto original em sânscrito, atualmente
perdido, que foi provavelmente composto no século III é atribuido a Vishnu
Sarma. Entretanto, sendo baseado em tradições orais mais antigas, seus
antecedentes entre contadores de histórias provavelmente são tão antigos quanto
a origem da língua e dos primeiros agrupamentos sociais do subcontinente de
caçadores e pescadores reunidos em torno de fogueiras. É certamente o produto
literário da Índia mais traduzido e possui mais de 200 versões em mais de 50
línguas.
Características das fábulas esopianas:
• narrativas, geralmente, curtas, bem-humoradas e relacionadas ao cotidiano
• encerram em si uma linguagem simples, pois dirigem-se ao povo
• apresentam-se repetições vocabulares num texto em prosa
• contém simples conselhos sobre lealdade, generosidade e as virtudes
do trabalho
• a moral é representada por um pensamento, nem sempre relacionado
diretamente à narrativapersonagens são, basicamente, animais que
apresentam comportamento humano. 8
8 Disponível em: http://dyrcene.blogspot.com.br/2009/06/blog-post.html acesso em 24.10.2012
Jean de La Fontaine
De acordo com a pesquisa feita Jean de La Fontaine, nasceu aos 8 de
julho de 1621 em Paris, e faleceu aos 13 de abril de 1695) foi um poeta e
fabulista francês
Era filho de um inspetor de águas e florestas, e nasceu na pequena
localidade de Château-Thierry. Estudou teologia e direito em Paris, mas seu
maior interesse sempre foi a literatura.
Por desejo do pai, casou-se em 1647 com Marie Héricart. Embora o
casamento nunca tenha sido feliz, o casal teve um filho, Charles.
Em 1652 La Fontaine assumiu o cargo de seu pai como inspetor de
águas, mas alguns anos depois colocou-se a serviço do ministro das finanças
Nicolas Fouquet, mecenas de vários artistas, a quem dedicou uma coletânea de
poemas.
Escreveu o romance "Os Amores de Psique e Cupido" e tornou-se
próximo dos escritores Molière e Racine. Com a queda do ministro Fouquet, La
Fontaine tornou-se protegido da Duquesa de Bouillon e da Duquesa d'Orleans.
Em 1668 foram publicadas as primeiras fábulas, num volume intitulado
"Fábulas Escolhidas". O livro era uma coletânea de 124 fábulas, dividida em seis
partes. La Fontaine dedicou este livro ao filho do rei Luís 14. As fábulas
continham histórias de animais, magistralmente contadas, contendo um fundo
moral. Escritas em linguagem simples e atraente, as fábulas de La Fontaine
conquistaram imediatamente seus leitores.
Em 1683 La Fontaine tornou-se membro da Academia Francesa, a cujas
sessões passou a comparecer com assiduidade. Na famosa "Querela dos antigos
e dos modernos", tomou partido dos poetas antigos.
Várias novas edições das "Fábulas" foram publicadas em vida do autor. A
cada nova edição, novas narrativas foram acrescentadas. Em 1692, La Fontaine,
já doente, converteu-se ao catolicismo. A última edição de suas fábulas foi
publicada em 1693.
Antes de vir a ser fabulista, foi poeta, tentou ser teólogo e cafifa. Além
disso, também entrou para um seminário, mas aí perdeu o interesse.
Aos 26 anos casou-se, mas a relação só durou onze anos. Depois disso,
La Fontaine foi para Paris, e iniciou sua grande carreira literária. No início,
escrevia poemas, mas em 1665 escreveu sua primeira obra, chamada “Contos”.
Montou um grupo literário que tinha como integrantes Racine, Boileau e Molière.
No período de 1664 a 1674, ele escreveu quase todas as suas obras. Nas
suas fábulas, contava histórias de animais com características humanas.
Em 1684, foi nomeado para a Academia Francesa de Letras.
Onze anos depois, já muito doente, decidiu aproximar-se da religião. Até
pensou em escrever uma obra de fé, mas não chegou a escrevê-la.[carece de
fontes]
A sua grande obra, “Fábulas”, escrita em três partes, no período
de 1668 a 1694, seguiu o estilo do autor grego Esopo, o qual falava da vaidade,
estupidez e agressividade humanas através de animais.
La Fontaine é considerado o pai da fábula moderna. Sobre a natureza da
fábula declarou: “É uma pintura em que podemos encontrar nosso próprio retrato”.
Algumas fábulas escritas e reescritas por ele são A Lebre e a
Tartaruga, O Homem, O Menino e a Mula, O Leão e o Rato, e O Carvalho e o
Caniço.
Está sepultado no cemitério Père-Lachaise, em Paris, ao lado
do dramaturgo Molière.9
9 Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_de_La Fontaine acesso em 24.10.2012
Biografia de Monteiro Lobato
Conforme descreve Cristiane Madanelo de Oliveira, Monteiro Lobato
nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Em homenagem ao
seu nascimento, neste dia comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil.
Era filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Augusto Lobato.
Seu nome verdadeiro era José Renato Monteiro Lobato, mas em 1893 o autor
preferiu adotar o nome do pai por desejar usar uma bengala do pai que continha
no punho as iniciais JBML.
Juca, apelido que Lobato recebeu na infância, brincava em companhia de
suas irmãs com legumes e sabugos de milho que eram transformados em
bonecos e animais, conforme costume da época. Uma forte influência de sua
própria experiência reside na criação do personagem Visconde de Sabugosa.
Ainda na infância, Juca descobriu seu gosto pelos livros na vasta
biblioteca de seu avô. Os seus prediletos tratavam de viagens e aventuras. Ele
leu tudo que lá existia, mas desde esta época incomodava a ele o fato de não
existir uma literatura infantil tipicamente brasileira.
Um fato interessante aconteceu ao então jovem Juca, no ano de 1895: ele
foi reprovado em uma prova oral de Português. O ano seguinte foi de total estudo,
mergulhado nos livros. Notável é o interesse de Lobato escritor no que diz
respeito à Língua Portuguesa, presente em alguns de seus títulos. É na
adolescência que começa a escrever para jornaizinhos escolares e descobre seu
gosto pelo desenho.
Aos 16 anos perde o pai e aos 17 a mãe. A partir de então, sua tutela fica
a encargo do avô materno, o Visconde de Tremembé. Formou-se em Direito pela
faculdade de seu estado, por vontade do avô, porque preferia ter cursado a
Escola de Belas-Artes. Esse gosto pelas artes resultou em várias caricaturas e
desenhos que ele enviava para jornais e revistas.
Em 1907, 3 anos após sua formatura, exerceu a promotoria em Areias,
cidadezinha do interior. Retirou-se depois para uma fazenda em Buquira que
herdou do avô, falecido em 1911. Este município, onde surgiu um Lobato
fazendeiro, recebeu seu nome em sua homenagem.
Casou-se com Maria Pureza da Natividade, em 28 de março de 1908. Do
casamento vieram os quatro filhos: Edgar, Guilherme, Marta e Rute.
Em 1918 lançou Urupês, e o êxito fulminante desse livro de contos
colocou-o numa posição de vanguarda. Neste mesmo ano, vendeu a fazenda e
transferiu-se para São Paulo, onde inaugurou a primeira editora nacional:
Monteiro Lobato & Cia. Até então, os livros que circulavam no Brasil eram
publicados em Portugal. Por isso, as iniciativas de Lobato deram à indústria
brasileira do livro um impulso decisivo para sua expansão.
Em 1926, foi nomeado adido comercial da embaixada brasileira nos
Estados Unidos, de onde trouxe um notável livro de impressões: América. Usou,
assim, suas principais armas em prol do nacionalismo no tocante à exploração de
ferro e petróleo no Brasil: os ideais e os livros.
Preocupado com o desenvolvimento econômico do país, chegou a fundar
diversas companhias para a exploração do petróleo nacional.. O fracasso dessa
iniciativa deu-lhe assunto para um artigo: O Escândalo do Petróleo. Já sob o
Estado Novo, sua persistência em abordar esse tema como patriota autêntico
valeu-lhe três meses de prisão.
No público infantil, Lobato escritor reencontra as esperanças no Brasil.
Escrever para crianças era sua alegria, por isso adorava receber as cartinhas que
seu pequenino público escrevia constantemente. Achava que o futuro deveria ser
mudado através da criançada, para quem dava um tratamento especial, sem ser
infantilizado. O resultado foi sensacional, conseguindo transportar até hoje muitas
crianças e adultos para o maravilhoso mundo do Sítio do Picapau Amarelo.
Faleceu em São Paulo, no dia 4 de julho de 1948, aos 66 anos de idade,
por causa de um derrame.
A obra lobatiana é composta por 30 volumes. Tem um lugar indisputável
na literatura brasileira como o Andersen brasileiro, autor dos primeiros livros
brasileiros para crianças, e também como revelador de Jeca Tatu, o homem do
interior brasileiro.
Apesar de ter sido, em muitos pontos, o precursor do Modernismo, a ele
nunca aderiu. Ficou conhecida a sua querela com modernistas por causa do
artigo "A propósito da exposição Malfatti". Ali critica a mostra de pintura moderna
da artista, que caracterizava de não nacional.10
O poeta José Paulo Paes também escreveu uma versão para a fábula “A
cigarra e a formiga”, não optou pelo jeito tradicional em forma de prosa, mas por
uma outra maneira em forma de poesia e revelou que de alguma maneira todos
são úteis, necessários e interessantes.
Veja como ficou:
SEM BARRA
(versão poética de José Paulo Paes)
Enquanto a formiga
Carrega a comida
Para o formigueiro,
A cigarra canta,
Canta o dia inteiro.
A formiga é só trabalho.
10: CRISTIANE MADANÊLO DE OLIVEIRA. "MONTEIRO LOBATO (1882-1948) - BIOGRAFIA" [online] Disponível na internet via WWW URL: http://www.graudez.com.br/litinf/autores/lobato/biografia.htm - acesso em 24.10.2012
A cigarra é só cantiga.
Mas sem a cantiga
Da cigarra
Que distrai da fadiga,
Seria uma barra
O trabalho da formiga!
PAES, José Paulo. Poemas para brincar. São Paulo: Ática, 1989.
1) O autor reescreveu a fábula a seu modo, criando um novo jeito de contar. Que
tipo de texto ele produziu? Que características observadas no texto, justificam sua
resposta.
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2) Ele alterou somente a forma ou o conteúdo da fábula também?
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3) O que você percebeu sobre a posição do poeta? Ele concorda com a fábula “A
cigarra e a formiga”? Explique.
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4) No poema de José Paulo Paes, o canto da cigarra completa o trabalho da
formiga; nas versões tradicionais lidas antes, o canto da cigarra é oposto ao
trabalho da formiga.
Assinale a resposta correta:
A - A partir da comparação, podemos concluir que na versão do poeta:
( ) O trabalho do artista é menos importante que os demais trabalhos;
( ) O trabalho do artista é tão importante quanto qualquer outro trabalho.
B - Nas versões tradicionais:
( ) O trabalho do artista também é importante;
( ) Só o trabalho que produz bens materiais é importante.
5) Observe a ilustração da fábula na versão tradicional e a ilustração do poema de
José Paulo Paes, que mudança ocorreu na caracterização da formiga? O que
aconteceu para que isso fosse possível?
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Professor (a):
Antes de fazer a leitura deve-se fazer um comentário sobre as diferentes
formas de se falar do mesmo assunto, neste caso fazer a apresentação do rap da
cigarra e da formiga uma adaptação da fábula de La Fontaine, escrita por Jô
Soares. O rap é uma espécie de narrativa musical, um canto falado, em que a
rima fixa o ritmo, que também possui gírias e formas diferenciadas de expressão
conforme a região de predominância. Devemos observar o conhecimento que os
alunos possuem e se for necessário aprofundar mais sob determinado estilo.
Rap da Cigarra e a Formiga (Jô Soares)
A CIGARRA E A FORMIGA(La Fontaine)
A cigarra, sem pensar em guardar,
a cantar passou o verão.
Eis que chega o inverno, e então,
sem provisão na despensa,
como saída, ela pensa
em recorrer a uma amiga:
sua vizinha, a formiga,
pedindo a ela, emprestado,
algum grão, qualquer bocado,
até o bom tempo voltar.
"Antes de agosto chegar,
pode estar certa a senhora:
pago com juros, sem mora."
Obsequiosa, certamente,
a formiga não seria.
"Que fizeste até outro dia?"
perguntou à imprevidente.
"Eu cantava, sim, Senhora,
noite e dia, sem tristeza."
"Tu cantavas? Que beleza!
Muito bem: pois dança agora..."
LA FONTAINE REVISITADO:
RAP DA CIGARRA E A FORMIGAJô Soares
Saca essa fábula, bicho,
que vai te deixar cabreiro.
Num depósito de lixo
tinha um bruta formigueiro.
O formigueiro falado,
na verdade não era mixo.
Foi só pra ficar rimado
que eu falei que era no lixo.
As formigas, ligadonas,
trabalhavam noite e dia.
Ficavam muito doidonas
plugadas nessa mania.
Podes crer, não é mentira.
Um dia uma punk louca
que se chamava cigarra
e achava que era touca
trabalhar tanto, na marra,
se meteu com a formigada
e falou, pontificando:
- Trabalhar é uma jogada
devagar, quase parando.
Coisa careta, uma fria,
bobeira que eu não assumo.
E avisou que não curtia
formigueiro de consumo.
As formigas, sem ligar,
responderam na maior:
- Se você não trabalhar,
vai acabar na pior.
A cigarra se mandou
dizendo que era besteira.
Das formigas se afastou
cantando um rock pauleira.
Só voltou quando era inverno.
As formigas, pra esnobar,
em vez de um papo fraterno,
foram se bacanear.
Disseram logo as formigas:
- Olha, se quiser guarida
vai pedir pras tuas amigas.
Nós não damos boa vida.
E a cigarra: - Eu tô na minha…
Não vim aqui pedir nada.
Só vim dizer que eu, sozinha,
fiz a Sena acumulada.
Moral: para alguém ganhar sozinho a Sena acumulada, tem que ser leão. Ou então cigarra, bicho. Enfim, bicho: bicho.
(Jô Soares. Revista Veja. São Paulo: Editora Abril, 31 out. 1990, p.17)
Estudo do texto11
1) Considerando que La Fontaine é o autor da fábula “A cigarra e a formiga”, na sua opinião, por que “O rap da cigarra e a formiga” é “La Fontaine revisitado”?
2) A expressão “formigueiro de consumo” pode ser associada a “sociedade de consumo”, uma vez que a fábula revela, pela personificação de animais, comportamentos do ser humano, suas virtudes e vícios.
a) Qual seria o papel da cigarra nessa sociedade, de acordo com o texto?
b) O que as formigas sugeriram com a expressão “vai acabar na pior”?
c) Na sua opinião, quem está com a razão: a cigarra, a formiga, ambas ou nenhuma delas? Por quê?
3) O rap é uma espécie de narrativa musical, um canto falado, em que a rima fixa o ritmo. Busque no texto exemplos de:
a) Gírias próprias do grupo ou da comunidade a que pertencem os praticantes do rap.
b) Rimas que dão o ritmo à música.
11 Atividade Disponível em: http://sugestoesdeatividades.blogspot.com.br/2012/09/rap-da-cigarra-
e-formiga-jo-soares.html.
4) O narrador se dirige ao leitor algumas vezes durante o texto.
a) De que palavra ele se vale para se dirigir ao leitor?
b) Essa palavra é usada na linguagem coloquial (informal) ou na linguagem culta (formal)?
c) Com que objetivo esse recurso de se dirigir ao leitor é utilizado?
5) A moral da fábula “A cigarra e a formiga” é que os que não pensam no dia de amanhã pagam um preço alto por isso (pois a cigarra ficou sem comida no inverno, por não querer trabalhar no verão, só cantar). A idéia transmitida na oral de “O rap da cigarra e a formiga” é a mesma? Qual foi o objetivo de Jô Soares?12
Neste momento o professor apresentará outra fábula (A coruja e a águia)
para que os alunos percebam como devemos estar atentos e alertas para os
desafios que a vida nos apresenta. Na sequência faremos o comentário e a
interpretação escrita.
A CORUJA E A ÁGUIA
Coruja e águia, depois de muita briga resolveram fazer as pazes.
— Basta de guerra — disse a coruja.
— O mundo é grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os
filhotes uma da outra.
— Perfeitamente — respondeu a águia.
— Também eu não quero outra coisa.
12Texto e atividades disponíveis no site:
http://sugestoesdeatividades.blogspot.com.br/2012/09/rap-da-cigarra-e-formiga-jo-soares.html
— Nesse caso combinemos isso: de agora em diante não comerás nunca
os meus filhotes.
— Muito bem. Mas como posso distinguir os teus filhotes?
— Coisa fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem
feitinhos de corpo, alegres, cheios de uma graça especial, que não existe em
filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus.
— Está feito! — concluiu a águia.
Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três
monstrengos dentro, que piavam de bico muito aberto.
— Horríveis bichos! — disse ela. — Vê-se logo que não são os filhos da
coruja.
E comeu-os.
Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe chorou
amargamente o desastre e foi ajustar contas com a rainha das aves.
— Quê? — disse esta admirada. — Eram teus filhos aqueles
monstrenguinhos? Pois, olha não se pareciam nada com o retrato que deles me
fizeste…
Moral da história: Para retrato de filho ninguém acredite em pintor pai. Já diz o
ditado: quem ama o feio, bonito lhe parece.
Em: Fábulas, Monteiro Lobato, São Paulo, Brasiliense, s/d, 20ª edição.
CONSTRUINDO O SENTIDO DO TEXTO
01. Quem são os personagens principais?
02. A fábula tem algumas características especiais. Quais são elas?
03. Como a coruja descreveu seus filhotes?
04. Por que a águia não reconheceu os filhotes da coruja?
05. Segundo a moral, há uma diferença no modo de as pessoas perceberem as
outras. Explique.
06. Transcreva uma fala de cada personagem do texto:
Leia novamente o texto A coruja e a águia e assinale as alternativas corretas:
1) Um dia quando a águia estava caçando encontrou um ninho com:
a) dois filhotinhos lindos c) dois filhotinhos horríveis
b) três filhotinhos lindos d )três filhotinhos horríveis
2) A coruja disse para a águia que seus filhotes eram:
a) lindos e tristes c) lindos e alegres
b) alegres e feios d) feios e tristes
3) A águia quando encontrou os filhotes da coruja não os reconheceu porque:
(a) achou-os muito bonitos (b) eles estavam dormindo
(c) eles eram horríveis para a águia (d) eles estavam piando muito alto
4) A moral “ Quem ama o feio, bonito lhe parece”, nos ensina que:
a) Não devemos amar as pessoas feias
b) Quando gostamos de alguém, mesmo que ela seja feia nos parecerá ser
bonita.
c) O amor torna as pessoas mais feias
d) A beleza não é tudo.
5) A razão para a coruja considerar seus filhotes muito bonitos é porque:
(a) era cega (b) era muito convencida
(c) não enxergava muito bem (d) era a mãe deles
6) Essa história trata especialmente de:
a) incompreensão (b) mentira ( c) esperteza (d) ingratidão
7) Esse texto é:
(a) uma poesia (b) Texto informativo (c) um conto de fadas (d) uma fábula
Professor(a)
Sugerimos agora, a leitura de três versões diferenciadas de “A cigarra e a
formiga” para logo em seguida, propor atividades de oralidade, leitura e
compreensão, análise de sua estrutura e análise dos seus elementos linguísticos:
Texto 1:
A CIGARRA E A FORMIGA
Era verão, e a cigarra vagabundeava estendida numa folha, abanando-se
preguicosamente.
“Que vida boa!, pensou a cigarra. “Está um belo dia, e me sinto realmente
feliz!” E olhava com pena as lagartas e as formigas que se cansavam ao sol.
Pare de trabalhar – disse afinal a cigarra a uma formiga – e venha se
divertir comigo!
Mas a rainha das formigas disse a formiga operária para não ouvir os maus
conselhos da cigarra e continuar trabalhando com suas companheiras.
Enquanto o vento do outono fazia cair as últimas folhas, a cigarra
continuava a cantar, e as formigas seguiam trabalhando a fim de acumular
provisões para o longo inverno. Chegou o inverno, e a cigarra não tinha nenhum
alimento para comer, nem abrigo para proteger-se do frio.
“Como foi descuidada!”, reprovava-se a cigarra. “Por que não recolhi as
provisões para o inverno como fizeram as formigas?”
A cigarra já estava morrendo de fome e frio; mas algumas formigas a
socorreram e levaram para sua caverna, onde todas as formigas estavam
descansando, desfrutando as férias de inverno.
As corajosas formigas socorreram a cigarra; tiraram-lhe as roupas
molhadas e lhe deram de comer.
- Veja o estado em que você ficou por causa da sua maluquice! -
repreendeu-a a rainha das formigas.
A cigarra pediu desculpas e prometeu não ser mais preguiçosa e
insensata; e para retribuir a ajuda das formigas tocou e cantou para elas.
QUEM É PREVIDENTE NAO CORRE RISCOS.
(Coleção de fábulas do bosque. Versão de Felix Maria Samaniego.
Tradução: Olga Caflcchio. Sao Paulo: Maltese, 1993)
Texto 2:
A FORMIGA MÁ
Já houve, entretanto, uma formiga má que não soube compreender a
cigarra e com dureza a repeliu de sua porta.
Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo
com seu cruel manto de gelo.
A cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro, e o
inverno veio encontrá-la desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se, nem
folhinhas que comesse.
Desesperada, bateu a porta da formiga e implorou - emprestado, notem! –
uns miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela comida de
empréstimo, logo que o tempo permitisse.
Mas a formiga era uma usuraria sem entranhas. Além disso, invejosa.
Como não soubesse cantar, tinha ódio da cigarra por vê-la querida de todos os
seres.
- Que fazia você durante o bom tempo?
- Eu... eu cantava!...
- Cantava? Pois então dance agora, vagabunda! - e fechou-lhe a porta no
nariz.
Resultado: a cigarra ali morreu entanguidinha; e quando voltou a
primavera, o mundo apresentava um aspecto mais triste. E que faltava na música
do mundo o som estridente daquela cigarra, morta por causa da avareza da
formiga. Mas se a usuraria morresse, quem daria pela falta dela?
Os artistas - poetas, pintores, escritores, músicos - são as cigarras da
humanidade.
( Monteiro Lobato – Fábulas, São Paulo, Editora Brasiliense, 1966)
Texto 3:
A FORMIGA BOA
Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé do
formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento, então, era
observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.
Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos,
arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.
A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco, metida em grandes
apuros, deliberou socorrer-se de alguém.
Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro.
Bateu – tique, tique, tique...
Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.
- Que quer? – perguntou, examinando à triste mendiga suja de lama e a
tossir.
- Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...
A formiga olhou-a de alto a baixo.
-E que fez durante o bom tempo que não construiu a sua casa?
- Eu cantava, bem sabe...
- Ah!... - exclamou a formiga recordando-se. - Era você então que cantava
nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?
- Isso mesmo, era eu...
-Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que
sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraia e aliviava o trabalho.
Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga,
que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias
de sol.
Moral: Os artistas – poetas, pintores, músicos – são as cigarras da
humanidade.
( Monteiro Lobato: Fábulas, São Paulo, Editora Brasiliense, 1994)
Professor(a):
É muito importante que se discuta com os alunos um texto de cada vez,
esclarecendo bem a ideologia que está subentendida em cada um em relação ao
trabalho e a vida em sociedade. Neste caso exponha aos alunos sobre quem
esses animais estão representando, ou seja, quem são as cigarras e as formigas
atuais, fazer comparações com a atualidade, com o comportamento e atitude das
pessoas, com as necessidades e dificuldades que surgem e como resolver
encontrando soluções. Também antes de propor as atividades o professor
deverá retomar alguns conceitos e exemplos para facilitar a resolução das
questões propostas. Tais como: uso do dicionário; revisão das classes
gramaticais - adjetivos, substantivos, verbos; sinônimos e antônimos;
discurso direto e indireto. Também as atividades poderão ser acrescentadas
e adaptadas conforme a necessidade e as dificuldades encontradas na
turma.
ATIVIDADES
1. Complete as tabelas comparando o que faz a formiga em cada versão da fábula:
TEXTO 1
CIGARRA FORMIGA
TEXTO 2
CIGARRA FORMIGA
TEXTO 3
CIGARRA FORMIGA
2. Como a formiga é considerada:
TEXTO 1 TEXTO 2 TEXTO 3
Pelo narrador
Pela cigarra
Por ela própria
3. Observando a atividade anterior e pela leitura e discussão feita dos textos,
quais são as características atribuídas a formiga e a cigarra nessas versões da
fábula de La Fontaine e Esopo?
CIGARRA FORMIGA
Texto 1
Texto2
Texto 3
Professor(a)
Expor para os alunos que as características atribuídas à cigarra e a formiga são chamadas, pela gramática normativa, de adjetivos, exemplificar, com passagens do texto, para que os alunos possam coletivamente assimilar um conceito de adjetivos, que seja claro e objetivo.
O ADJETIVO é essencialmente um modificador do substantivo. Serve:13
1º. Para caracterizar os seres, os objetos ou as noções nomeadas pelo substantivo, indicando-lhes:
13 Conteúdo disponível em: CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português
Contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.
a) uma qualidade (ou defeito): inteligência lúcida. Homem perverso.
b) o modo de ser: pessoa simples. Rapaz dedicado.
c) o aspecto ou aparência: céu azul. Vidro fosco.
d) o estado: casa arruinada. Laranjeira florida.
2º. Para estabelecer, com o substantivo, uma relação de tempo, de
espaço, de matéria, de finalidade, de propriedade, de procedência.
Nota mensal (= nota relativa ao mês)
Movimento estudantil (= movimento feito por estudantes)
Casa paterna (= casa onde habitam os pais)
Vinho português (= vinho proveniente de Portugal)
4) Que outro adjetivo você daria às personagens dos textos lidos e que ainda não
foram dados?
5. Observe o adjetivo sublinhado:
- Cantava? Pois dance agora vagabunda! (Texto 2)
a) Que imagem da cigarra o autor passa ao leitor com o uso desse adjetivo?
6. Observe as seguintes frases do Texto 2, depois responda os itens a e b.
“Mas se a usurária morresse, quem daria pela falta dela?
“Resultado: a cigarra ali morreu entanguidinha...”.
a) Procure no dicionário o significado dos adjetivos sublinhados e copie-os.
b) Reescreva a frase substituindo as palavras usurária e entanguidinha por um
dos significados que você encontrou. A frase mudou de sentido? Por que?
c) Desenhe a formiga usurária e a cigarra entanguidinha e mostre que você
realmente entendeu o significado das palavras.
7. Observe estes parágrafos do Texto 1:
Era verão, e a cigarra vagabundeava estendida numa folha, abanando-se preguiçosamente.
“Que vida boa!”, pensou a cigarra. “Está um belo dia, e me sinto realmente feliz!” E olhava com pena as lagartas e as formigas que se cansavam ao sol.
- Pare de trabalhar - disse afinal a cigarra a uma formiga - e venha se divertir comigo!
Mas a rainha das formigas disse à formiga operária para não ouvir os maus conselhos da cigarra e continuar trabalhando com suas companheiras.
( Atividades referente ao texto1)
a) Pinte os trechos do narrador de uma cor e os trechos das personagens de outra.
b) Por que em alguns trechos foram utilizadas as aspas [ “ ” ] ?
c) Por que foi utilizado também o travessão [ - ]?
d) Que conclusão você pode tirar sobre o uso desses dois sinais de pontuação?
Comente com o professor e os colegas.
e) Qual a imagem da cigarra que o autor do texto nos passa nesse trecho?
f) Quais palavras reforçam essa imagem?
8. No trecho acima citado, o autor usou o discurso direto, ou seja, aparece a fala
da personagem, a qual é demonstrada com o uso do travessão e o pensamento
com o uso das aspas. Reescreva esse trecho usando o discurso indireto: somente
o narrador contando os fatos sem a fala da personagem.
9. Agora faça o contrário. Reescreva os parágrafos seguintes empregando o
discurso direto e usando travessão para indicar as falas das personagens.
a)Mas a rainha das formigas disse a formiga operária para ouvir os maus
conselhos da cigarra e continuar trabalhando com suas companheiras. (texto 1)
b) Desesperada, bateu a porta da formiga e implorou – emprestando, notem! –
uns miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela comida de
empréstimo, logo que o tempo permitisse. (texto 3)
10. Releia o parágrafo seguinte:
As corajosas formigas socorreram a cigarra; tiraram-lhe as roupas
molhadas e lhe deram de comer.
a) As palavras sublinhadas foram empregadas no texto para evitar a
repetição de um nome. Qual?
Professor(a)
Considerando que os alunos já adquiriram um bom conhecimento sobre o
gênero textual Fábula após as atividades propostas, é momento de colocarem em
prática o que aprenderam.
OBA! Até que enfim chegou a nossa vez. Vamos juntos criar uma
coletânea de fábulas. Que tal! Cada um de nós irá produzir uma. Vejam no final
quantas serão? Que legal, será esse o nosso envolvimento com o mundo da
fantasia, das aventuras..., usaremos um bocado de nossa criatividade. Seremos
autores a partir de agora.
Alguém tem dúvidas? Parece complicado, mas não é não! Vamos lá.
Com certeza com tudo o que já lemos, vimos e ouvimos, mais o conhecimento
que cada um tem e trouxe na bagagem para compartilhar conosco e a experiência
já adquirida ficará muito mais fácil. Estamos muito bem preparados e cheios de
ânimo, conhecimento, garra e vontade para desenvolvermos esta atividade. Pois
já tivemos a oportunidade de conhecer o que é uma fábula, diversas fábulas
escritas, ilustradas, lidas, assistidas através de vídeo, no data show,
pesquisamos, buscamos em livros, revistas, enfim nosso campo de conhecimento
está bem amplo e diversificado.
Estamos encantados com a sabedoria dos escritores nestas histórias tão
cheias de ensinamentos, que serviram e servirão por muito tempo para nós
buscarmos inspiração. Claro não precisamos acreditar em tudo o que está escrito,
somos livres para vivermos e fazermos a nossa própria história, temos o nosso
jeito especial de ver, pensar e acreditar no mundo.
E agora é o momento para começarmos a expor nossos pensamentos e
ensinamentos sobre tudo o que foi estudado durante este período
Vamos relembrar de todas as fábulas trabalhadas durante esse tempo e
vamos fazer como La Fontaine, Monteiro Lobato entre tantos outros fabulistas,
que produziram novas versões das fábulas que já conheciam ou muitos criaram a
sua própria fábula, nos transmitindo vários pensamentos críticos, amáveis,
solidários, amigos, enfim, cada um tem um fundo que nos cativa e nos motiva à
meditação.
Temos aqui em mãos uma série de fábulas, algumas já conhecidas,
outras ainda não. Cada um pode escolher a que mais lhe chamar a atenção, ler,
analisar as gravuras e tentar interpretar a seu modo. Podemos nos questionar: Se
eu fosse o autor, como escreveria essa fábula, usando estes personagens?
Lembrem que a fábula é uma pequena narrativa, cujos personagens
geralmente são animais que falam e agem como se fossem seres humanos e o
final é sempre com um ensinamento para nos questionar, nos chamar a atenção
para a forma como pensamos e agimos.
Professor(a)
Para isso, leve outros textos do gênero para a sala de aula e deixe os
livres para:
1- Escolher uma e reescrevê-la, dando uma nova versão, podendo inclusive
colocar novos elementos, mudar a época, o cenário dos acontecimentos, sempre
adaptando para a nossa realidade e tendo claro seu objetivo no texto.
2- Produzir, se quiserem, uma nova fábula, ao invés de fazer uma nova
versão diferente de uma que já existe.
Propomos alguns passos que julgamos essenciais no processo de
produção escrita para provocar, no aluno, a atitude de reler o próprio texto,
analisando-o quanto as marcas de interlocução – se atende a situação de
interlocução, tendo em vista o suporte e/ou veículo de circulação – à estrutura
organizacional do gênero, sua estrutura tipológica, suas marcas linguísticas –
flexão das palavras, escolha do léxico, prováveis efeitos de sentido – as questões
ortográficas e de pontuação. Nesse sentido orientamos que:
a) Deixe que cada aluno produza, individualmente sua fábula.
b) Produza a primeira versão recolha-as e guarde-as (não é necessário
que sejam lidas nesse momento).
Primeira produção:
É só rascunho! O aluno deverá ficar atento para que seu texto não perca
suas características peculiares da fala, as quais deverão ser relembradas nesse
momento. A primeira produção deve ser feita individualmente. Isso permitirá ao
professor avaliar as capacidades já adquiridas e elaborar as próximas atividades
conforme as dificuldades e necessidades reais da turma. Obviamente essa
produção não receberá uma nota, mas servirá para que o professor perceba quais
os conhecimentos que o aluno já desenvolveu em relação ao gênero. É
importante que o professor estabeleça um combinado com o aluno de que a
primeira produção é sempre um rascunho, portanto ela será entregue ao
professor e retomada numa próxima aula.
Segunda produção: (Primeira reescrita)
Em outra aula, os textos serão entregues a seus autores, os quais farão
uma leitura atenciosa de suas fábulas observando, em primeiro lugar, se o seu
texto tem realmente as características essenciais para que seja considerada uma
fábula. Depois oriente para que cada um analise se usou adequadamente os
sinais de pontuação, se a ortografia está correta, se não há problemas de
concordância nominal e verbal, enfim, observe todos os aspectos que possam
comprometer a compreensão do interlocutor que, no caso, serão os usuários da
biblioteca.
Forneça aos alunos um roteiro de avaliação para que cada um preencha
e perceba o que deve mudar, acrescentando ou tirando do seu texto.
ROTEIRO DE AVALIAÇAO
Está bom Preciso
mudar
As personagens da história são típicas de uma fábula?
O tempo é indeterminado como nas fábulas?
Na situação criada, as atitudes das personagens podem
ser comparadas com atitudes humanas?
A resolução está combinando com a sua intenção e com a
moral da história?
A moral da história combina com a fábula e sua intenção?
O narrador conta o que aconteceu como se tivesse visto a
cena?
As falas das personagens aparecem sinalizadas por
parágrafo e travessão?
Não há repetição de palavras para indicar as
personagens?
Apresenta as características dos personagens?
O título é adequado ao texto?
Neste momento, você, professor(a), deverá circular pela sala,
observando se os alunos estão fazendo as correções. Você pode, e deve, mediar
sempre que necessário. Depois de feita a revisão, o aluno reescreve seu texto,
em outra folha, fazendo os ajustes necessários. Você faz, então, a sua correção,
adequando ao uso da língua e fazendo as observações após o texto ou ao lado,
conforme combinado com o aluno.
Professor(a):
Corrija o texto reescrito, na sala junto com o aluno, ou fora da sala de
aula, diagnosticando o(s) problema(s). Depois, proceda à prática da reescrita
coletiva, ou devolva-o ao seu aluno, com suas anotações, para que ele proceda a
uma segunda reescrita, neste caso, de forma individual.
Terceira Produção (segunda reescrita). Após a correção do professor, o
aluno passará seu texto para o suporte definitivo. Porém, se ainda houver
necessidade de uma terceira reescrita, ela deve ser feita. Para essa situação, o
texto pode ser entregue em folha de caderno, já que serão digitados
posteriormente, onde o aluno terá a oportunidade de ilustrar a sua fábula,
desenhando e pintando para torná-la mais atrativa, envolvente e encantadora.
Professor(a):
Este é considerado o momento mais importante da sequência didática,
pois é quando ela realmente se concretiza e quando se consolida a função social
da escrita. Portanto em hipótese alguma esta etapa deve ser esquecida.
Depois de todos os textos prontos, entregá-los ao(à) coordenador(a) e
ao(à) diretor(a) e pedir para que viabilizem a digitação e encadernação dos
mesmos, deixando um espaço em cada página para que cada aluno ilustre sua
fábula para torná-la mais encantadora e chamativa. Depois de digitados ficará a
cargo da direção a quantidade de cópias que serão disponibilizadas. Quando
estiverem encadernados, em grupos, os alunos passarão nas salas fazendo a
divulgação do trabalho e informando que os “livros” estarão disponíveis na
biblioteca para quem quiser lê-los. Entregar os livros na biblioteca para que sejam
registrados e depois emprestados aos leitores.
Professor(a)
Neste momento, enquanto os livros são digitados e preparados para a
encadernação, vamos juntamente com os professores de arte e educação física
preparar o ambiente, ou seja, o cenário, ensaiando algumas coreografias,
preparando alguns fantoches, a ornamentação para que o ambiente se torne
agradável e aconchegante, enfim o que se fizer necessário e ensaiar algumas das
fábulas produzidas ou já existentes para apresentarmos e dramatizarmos para os
demais alunos, professores, funcionários da escola e se a direção achar oportuno
convidaremos os pais para assistirem, participarem e prestigiarem das atividades
desenvolvidas pelos seus filhos.
Também como foi proposto no projeto é o momento de conversar com os
professores das demais disciplinas para ouvir seus relatos e ver se houve
mudanças quanto ao comportamento e o desenvolvimento da aprendizagem dos
alunos que estiveram participando das atividades. Quais as mudanças
percebidas? Houve crescimento em sala de aula, quanto ao aprendizado? Quanto
ao comportamento? Quanto a participação em outras atividades? E o interesse
aumentou em relação ao estudo? Enfim o que pode ser percebido como mudança
durante o período da aplicação do projeto?
REFERÊNCIAS
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MENEGASSI, Renilson José. Leitura e ensino. 2ª. Ed. Maringá, Eduem,
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ORLANDI, Eni Pulcinelli. Discurso e leitura. 8ª. Ed. São Paulo, Cortez,
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CEREJA, William Roberto Cereja. Ensino de Literatura. Uma proposta
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Língua Portuguesa, Sala de Apoio e Aprendizagem. Curitiba, Seed – PR, 2005.
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Básica – Caderno de Atividades, Língua Portuguesa, Anos Iniciais do Ensino
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LOBATO Monteiro, Fábulas , Circulo do Livro S/A
LOBATO, Monteiro. Fábulas, São Paulo, Brasiliense, s/d, 20ª edição.
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http://fabulasinfantis.blogs.sapo.pt/902.html .- ACESSADO EM 9.10.2012
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miga2.jpg
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http://www.girafamania.com.br/tudo/a_lfabula.html acessado em
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ZANCHETT, Nicéas Romeo, As Fábulas de Esopo. Rio de Janeiro-
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formiga.html>,acesso em outubro de 2012.