secretaria de estado da educaÇÃo · dentadura do bisavô, da autora sylvia orthof, orientando...
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
Fundação Universidade Estadual de Maringá
MATERIAL DIDÁTICO: UNIDADE DIDÁTICA
ÁREA: Língua Portuguesa NOME DA PROFESSORA PDE: Lucia Franco dos Santos
NOME DA ORIENTADORA: Profª Drª Marcele Aires Franceschini
2012
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1.IDENTIFICAÇÃO
1.1 ÁREA: Língua Portuguesa
1.2 PROFESSORA PDE: Lucia Franco dos Santos
1.3 PROFESSORA ORIENTADORA: Profª.Drª. Marcele Aires Franceschini
1.4 IES VINCULADA: Universidade Estadual de Maringá
1.5 NRE: Cianorte
1.6 ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Escola Estadual Professor Léo Kohler –
(Município: Terra Boa – PR)
1.7 PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: 9° ano do Ensino Fundamental
1.8 PROJETO: PDE 2012
2. TEMA DE ESTUDO DA INTERVENÇÃO: O conto contemporâneo como gênero textual
3. TÍTULO: O conto: uma viagem a novos horizontes
4. MATERIAL DIDÁTICO SELECIONADO: Unidade Didática
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UNIDADE DIDÁTICA
1. INTRODUÇÃO
Esta produção didática (unidade didática) tem por objetivo atender às
necessidades dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, da Escola Estadual
Professor Léo Kohler (Município de Terra Boa, PR). A preocupação principal é de
auxiliar o aluno a alcançar o mais amplo e melhor domínio da linguagem oral e
escrita, partindo de contos contemporâneos humorísticos.
Sabemos que todo conhecimento, bem como toda interação social, passa
pela linguagem. Dessa forma, qualquer área do conhecimento ou qualquer
profissão conjetura certo domínio da linguagem. Por meio de atividades que
incentivem as práticas de leitura e as habilidades interpretativas, ensinando aos
alunos os elementos de uma narrativa, despertando o gosto pela leitura crítica e
recreativa. Este trabalho visa a produção textual, o estímulo à reescrita, o
trabalho coletivo com o texto e a preocupação de salientar a prática da escrita,
sempre que possível, com uma função social real, o que estimula o aluno a
perceber seu valor social. Tfouni observa:
A alfabetização refere-se à aquisição da escrita enquanto
aprendizagem de habilidades para leitura, escrita e as chamadas
práticas de linguagem. Isso é levado a efeito, em geral, por meio
do processo de escolarização e, portanto, da instrução formal. A
alfabetização pertence, assim, ao âmbito do individual. O
letramento, por sua vez, focaliza os aspectos sócio-históricos da
aquisição da escrita. Entre outros casos, procura estudar e
descrever o que ocorre nas sociedades quando adotam um
sistema de escritura de maneira restrita ou generalizada; procura
ainda saber quais práticas psicossociais substituem as práticas
"letradas" em sociedades ágrafas (1988, p. 16).
O objetivo principal proposto neste trabalho é aguçar mais a curiosidade
do educando através de atividades que envolvam leitura, escrita, escuta e
reescrita dos diferentes gêneros textuais, proporcionando assim, a formulação de
noções sobre o gênero ―conto‖.
O presente material didático tem ainda a finalidade de refletir sobre a
relação fala/escrita a partir do estudo do gênero textual ―conto‖, levando os
alunos a desenvolver habilidades de oralidade, leitura e escrita.
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1.1 METODOLOGIA
Primeiramente o professor possibilitará aos alunos uma breve explanação
desse Projeto de Intervenção, no qual abrirá espaço para questionamentos e
exporá todos os objetivos a serem atingidos, deixando claro que será focado o
gênero discursivo: "Conto Contemporâneo" e que toda leitura será baseada nos
autores: Stanislaw Ponte Preta, Sylvia Orthof e Millor Fernandes.
Posteriormente os alunos serão conduzidos à sala de informática para que
possam ter acesso a vários links ―de contos‖ (esses links serão direcionados pelo
professor), com o intuito de aprofundar o conhecimento do gênero
discursivo/textual em questão e consequentemente o ―Conto Contemporâneo‖.
Após o reconhecimento do gênero textual, os alunos, em duplas, escolherão
um conto de sua preferência e o apresentarão aos colegas. Nessa exposição, o
professor mencionará também que ao final do projeto toda a produção por eles
desenvolvida será reunida num ―Caderno Especial‖, a ser organizado sob a
coordenação e orientação do professor. Tal caderno será exposto à comunidade
escolar.
Num segundo momento, será disponibilizado em sala o vídeo ―A Velha
Contrabandista‖, curta baseado no conto homônimo de Stanislaw Ponte Preta. Por
meio desse vídeo, o professor fará um questionário sobre todas as partes que
compõem um conto, focando os elementos da narrativa: personagem, tempo,
espaço, tipo de narrador, entre outros. Momento em que o professor
disponibilizará o texto escrito desse mesmo conto e chamará a atenção para as
semelhanças e diferenças que ocorrem na interface fala/escrita.
Na sequência, o professor passará em power point o terceiro conto: ―A
dentadura do bisavô‖, da autora Sylvia Orthof, orientando cada aluno a lê-lo e
reescrevê-lo com um final/desfecho diferente, para apresentá-lo ao restante da
turma.
Na etapa final o professor poderá dispor de inúmeros recursos ao
enriquecimento de cada uma das etapas a serem cumpridas na produção do
conto, que será feita em duplas e com mídias direcionadas pelo professor, como:
computadores, vídeos, televisão, aparelho de data-show, aparelho de som e
biblioteca informatizada, proporcionando subsídios para tal processo de
avaliação. Ainda será proposta uma ação interdisciplinar com o professor de
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―Arte‖: após a escolha dos contos que farão parte do caderno, os alunos com mais
aptidão artística serão os ilustradores.
Quanto à produção individual, será priorizada a escolha do tema de acordo
com a vontade de cada aluno no tocante à avaliação e seleção dos melhores
contos para serem veiculados ao "Caderno Especial" e posterior divulgação no
jornal do município.
1.2 AVALIAÇÃO OU ACOMPANHAMENTO
A avaliação será realizada de modo contínuo e analítico, pois todas as
etapas da prática do projeto serão trabalhadas de acordo com o desempenho e a
adesão dos alunos. Os alunos deverão, substancialmente, entender o processo
criativo e produzir textos. Tais textos receberão a avaliação pertinente a cada
atividade proposta.
1.3 RESULTADOS ESPERADOS
Nossa intenção é propor ao aluno do 9º ano do Ensino Fundamental um
mais amplo domínio da leitura e, principalmente, da escrita. Nossa visão é que o
estudante compreenda e absorva o prazer da leitura, sem que as atividades
possam lhe soar impostas, como ―obrigações‖. Que a prática da escrita
arrebanhe um amplo de número alunos, pois além de atividade didática de
excelência, a escrita literária proporciona ao educando uma nova e maravilhosa
maneira de olhar o mundo ao seu redor.
1.4 RECURSOS A SEREM UTILIZADOS
Disponibilizaremos distintos recursos para o ensino do gênero ―conto‖, tais
como: contos impressos (cópias), vídeos dos contos trabalhados em sala, data-
show para disponibilizar os slides criados, som e material gráfico.
1.5 CRONOGRAMA
Esta Unidade Didática será aplicada durante todo o primeiro semestre do
ano letivo de 2013
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ATIVIDADES PROPOSTAS:
É importante apresentar a proposta aos alunos, lembrando a que todos
gozam da capacidade de produzir textos narrativos. A partir da confecção dos
textos, a capacidade de cada um será revelada, de forma que trabalham
veementemente, produzindo e aprendendo. A intenção é propor que participem
das atividades e mostrem que sabem, são capazes e podem transformar as
palavras em arte, levando o leitor a um mundo criado por eles próprios.
Queremos ainda que os ―novos escritores‖ comunguem da capacidade de viver
situações e episódios das personagens por eles inventadas.
Dialogando com o professor: Nesta unidade, o professor
proponente deverá fazer aos alunos uma breve explanação do
Projeto, apresentando os objetivos que pretende atingir,
deixando claro que será enfocado o gênero textual conto
contemporâneo de humor. Deverá explicitar também que as
melhores atividades serão reunidas num “Caderno Especial”,
a ser organizado sob a coordenação e orientação do
professor; e dentre os melhores, um será divulgado no jornal
do município, a fim de que a comunidade possa conhecer e
reconhecer o trabalho realizado pelos alunos.
Professor (a): Faz-se necessário nesse momento determinar e
sondar o conhecimento do nosso leitor. Para tanto faremos
alguns questionamentos orais e escritos com relação a sua
experiência como leitores.
Dialogando com o aluno: Este material foi produzido com a
intenção de auxiliar você a melhor compreender o gênero
conto. Vamos estudá-lo na sua interface fala/escrita, pois
enquanto cidadãos, entre inúmeras razões, estamos na
escola para aprender a melhor falar e escrever, refletindo
sempre sobre o que, por que, como e quando falamos ou
escrevemos de determinada maneira.
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1) Você se lembra de algum livro que você leu na escola da 1ª a 4ª série? O
que marcou para você neste livro?
2) De 5ª a 8ª série há algum livro que o marcou? Por quê?
3) Você costuma ler fora da escola? O que você gosta de ler? Por quê?
4) Que tipo de texto você já leu? Cite alguns?
5) Você tem dificuldade para ler e compreender algum texto? Há textos mais
difíceis ou mais fáceis de compreender?
6) Você se lembra de algum texto ou história que achou engraçado(a)? Qual?
7) O que mais chama sua atenção em um texto? O assunto? O tamanho? A
maneira como foi escrito?
8) Diante de um texto mais longo ou difícil de entender, qual é a sua atitude
ou reação? Insistir na leitura? Pular partes? Desistir?
9) O que significa ―conto‖ para você?
10) Você já ouviu ou leu algum conto? Cite-o.
11) Se ouviu, quem o contou? Se leu, onde foi?
12) Você gosta de ler contos? Por quê?
13) Você gosta de ler outros tipos de textos? Comente.
14) Quais foram os contos mais marcantes para você? Por quê?
Professor(a): Explicar o gênero textual “conto” e suas
características, pautando detalhadamente suas
características.
Aluno(a),
responda:
a:
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CONTO
(Imagem 1: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/search.php?query=conto&inst-bar-pesquisar-submit=&action=results#,
acessado em 23/10/12)
O conto é uma obra de ficção que cria amplos universos de seres e
acontecimentos, de fantasias ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o
conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e enredo.
Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua pequena extensão.
Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem uma estrutura fechada,
desenvolve uma história e tem apenas um clímax ou desfecho. Num romance, a
trama desdobra-se em conflitos secundários, o que não acontece com o conto. O
conto é mais conciso. Vejamos as opiniões de alguns escritores e teóricos:
No século XIX, começa a ser configurado o conto moderno e a imprensa
permite a publicação massiva dos contos em revistas e jornais. Aparece em cena
o escritor norte-americano Edgar Allan Poe (1809 – 1849), contista e teórico do
conto, que revolucionou o estudo literário do gênero e inovou trazendo aos
contos o efeito de suspense e de horror. Leiamos agora um de seus conceitos
sobre o gênero:
Temos necessidade de uma literatura curta, concentrada,
penetrante, concisa, ao invés de extensa, verbosa,
pormenorizada... É um sinal dos tempos... A indicação de uma
época na qual o homem é forçado a escolher o curto, o
condensado, o resumido, em lugar do volumoso. (SÉRGIO, R. In: http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/1576196, acessado em 12/09/2012).
Em sua formação, o conto é o registro de histórias contadas pelo povo, a
partir do século XIX; porém, ele se torna uma das narrativas mais exploradas
pelos escritores, que passam a criar seus próprios enredos. A tradição do conto é
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vasta e objeto de muita pesquisa na área da teoria literária. Mas o que determina
essa modalidade? Qual a sua estrutura? O conto é uma narrativa breve, concisa,
precisa, que gira em torno de único núcleo dramático. Apresenta poucos
personagens: o principal (protagonista) e mais alguns, todos gravitando em torno
de uma ação central.
O início do conto apresenta certa ―calmaria‖ em relação aos personagens e
ao cenário no qual se movimentam. Do início para o meio, surge uma
―desordem‖. A ―calmaria‖ inicial é rompida por um conflito, algo que rompe a
ordem anterior, incitando o personagem central a resolver tal impasse. Do meio
para o final da narrativa, teremos o desenvolvimento desse conflito, com a
intenção de restaurar a situação primeira, na maioria das vezes, com ganhos,
sejam para o personagem, sejam para a realidade com a qual ele convive. Dá-se
então o desfecho.
Cléo Bussato, em Práticas de oralidade na sala de aula, observa:
Tempo e espaço são bem delimitados. Existem várias modalidades
de conto, e cada uma delas apresenta suas marcas: conto de fada,
conto maravilhoso, conto de assombração, conto de ensinamento,
conto de exemplo, conto de suspense, conto policial, conto
erótico, etc. (2010).
Segundo Moisés (2001, p. 64), o conto pode ser associado à fotografia. O
contista se esforça em ―lograr um flagrante da realidade, transfundir em palavras
a intriga condensada, aparentemente estática, da fotografia‖.
Como forma literária, o conto compõe uma narrativa cuja característica
central condiz à dramaticidade. Nas palavras do crítico: ―O conto é, pois, uma
narrativa univalente: constitui uma unidade dramática, uma célula dramática,
visto gravitar ao redor de um só conflito, um só drama, uma só ação‖ (id. ibidem,
p. 39).
Isso significa que ―o núcleo do conto‖ é representado por uma situação-
conflito possuidora de dramaticidade, cujos demais elementos da narrativa atuam
como ―satélites‖, já que não contêm força dramática.
O êxito ou o insucesso do conto, segundo Moisés, evidencia-se na
articulação ou desarticulação entre o núcleo dramático e o seu aspecto não-
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dramático. Um e outro podem se formar dos mesmos materiais narrativos
(personagens, ação, espaço, tempo, etc.), mas os componentes do núcleo
ostentam sentido dramático, ou seja, empenham-se na exposição de um conflito,
ao passo que os ingredientes periféricos não exibem conotações dramáticas.
Dentro dessa perspectiva de análise, o que importa em um conto são os
personagens em conflito, não aqueles que se apresentam secundários e
dependentes; o espaço onde o drama se desenrola, não os lugares por onde
transita o personagem, e assim por diante. Desse modo, o grande desafio do
contista consiste no ―jogo narrativo‖ que intenciona prender o leitor até o
desenlace.
CONTO - história curta e de enredo simples, caracterizando-se por uma
grande concentração temporal e espacial. Suas características principais: 1)
Unidade dramática; 2) Unidade de espaço e tempo; 3) Número reduzido de
personagens; 4) Predomínio do diálogo.
Recapitulando:
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(Imagem 2: http://www.fabulasecontos.com.br/?pg=descricao&id=22, acesso em 23/10/12)
Professor(a): Neste momento, para cada aluno da turma o
professor entregará uma cópia impressa do conto “Três é
demais”, bem como a biografia do autor Millôr Fernandes.
Notando-se que este será o PRIMEIRO CONTO trabalhado.
Será proposto aos alunos a leitura individual e coletiva, e por
se tratar de um texto fácil, curto e engraçado, bem ao gosto
de suas expectativas, sabe-se que os alunos, de modo geral,
tenderam a gostar. Eles preferem os textos mais leves e
curtos.
Após a leitura, pela que teçam comentários, compreendam e
interpretem (oralmente), emitam opiniões sobre que ouviram e
relacionem com outros textos que têm conhecimento.
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TRÊS É DEMAIS
(Millôr Fernandes)
Joana esperava na esquina pelo marido, que já tinha prometido encontrar-
se com ela três e meia. Já eram quatro horas. Nesse momento, passou o Andrada,
velho amigo dela, também amigo do marido. ―Quem estás esperando?‖
perguntou o Andrada. Estou esperando meu marido‖, respondeu Joana. ―Então
vamos tomar uma Coca-Cola ali na esquina‖, convidou o Andrada.‖Pois não‖,
aceitou Joana, morta de raiva do marido. E foram. E beberam a Coca-Cola. E
voltaram ao local em que o marido deveria se encontrar com Joana.E ainda não
encontraram com o marido. Tornaram a esperar. E mesmo assim o Serpa – que
era o marido – não veio.
Pois então o Andrada – que tinha carro – convidou Joana para levá-la até
em casa. Levou-a, e nada de mal nisso, ué. Mas então Joana convidou-o para
entrar em sua casa, ai, ai, ai! Os dois se sentaram num sofá e ficaram palestrando.
Joana telefonou para o escritório, o marido tinha saído há muito‖. ―Que diabo‖,
deveria ela ter pensado. E assim o tempo foi passando, enquanto os dois iam
bebericando qualquer coisinha. Afinal, a conversa foi esquentando, pois ambos
eram jovens e já tinham ouvido falar repetidas vezes que a ocasião faz o ladrão.
No caso, a ocasião fez mais a ladra, pois foi Joana quem começou a sugerir coisas
para o Andrada. Ele, a princípio, fingiu que não compreendia – ética masculina,
sabeis, o Serpa era o seu melhor amigo. Mas afinal, depois de insinuar milhares
de coisas, falemos claro, leitores, Joana sempre gostara de Andrada; falemos mais
claro, Mr. Sigmund, ela sentia também desejo de vingança pelo marido, pois
estava frustrada.
Mas o Andrada estava duro. Bebe que bebe, bebe que bebe, ele firme.
Afinal, ela fora direto no assunto: ―Não adianta, Andrada, eu sempre amei você.
Sempre amarei você. Só me casei com meu marido porque não podia casar com
você, você, você, você, você, você.‖
Andrada se engasgou com o uísque, sentiu o fogo do álcool descendo-lhe pela
garganta e o contra o fogo do desejo subindo-lhe da planta dos pés, e os dois
fogos cruzados se encontrando no estômago numa explosão de sentimentos e
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recalques etc, etc. Mas homem é homem e sua noção de Bem está acima de todas
as coisas. Andrada tapou os olhos e reagiu: ―Não, não,
não e não, Serpa era meu amigo‖. Sim, ele também a desejava ela também
sempre a amara, ela, ela, ela, ela, ela, ela, mas aquilo não podia ser. Não; aquilo
era traição.
E Andrada, impávido, continuava a repetir que não, ele, ELE, Andrada
nunca faria uma coisas dessas, embora todas as ânsias de sua alma fossem para
amá-la. E abotoando o casaco, declarou: ―Não, querida Joana, vou embora.
Mesmo que nada houvesse entre nós, já é tarde, e se Serpa me encontrasse aqui
não gostaria. Boa noite.‖
E foi nesse momento que o telefone tocou. A despedida ficou pairando no
ar enquanto Joana atendia ao telefone. Disse textualmente: ―Sim‖. ―Ah, é você?‖.
―Ah, eu suspeitava. Sim, não tem importância, meu bem‖. ―Sim, até logo‖. E
desligou.
Estendeu os braços para Andrada: ―Por favor, fique. Agora pode ficar. Não
tenha receio, porque você não trairá seu amigo. Ele acaba de me telefonar para
dizer que vai chegar muito tarde. Está em sua casa jogando buraco com você‖.
(Fonte: http://books.google.com.br/books?id=SUZTIca=conto%20tr%C3%AAs%20%C3%A9%20demais%20de%20millor%
20fernandes&f=false, acessado em 23 set. 2012)
Aluno:
1. O texto “Três é demais” é um conto. Os
gêneros ficcionais apresentam alguns
elementos em comum, como fatos,
personagens, tempo, espaço, narrador. No
conto lido:
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a) Quais são as personagens envolvidas na história?
b) Quais suas principais características?
c) Onde acontecem os fatos narrados?
d) Existe no texto um narrador? Ele participa dos fatos narrados ou apenas
conta?
e) Quais expressões marcam o tempo da narrativa?
f) Você achou o texto engraçado? O que dá ao texto seu tom humorístico?
g) Trata-se de um fato real (algo que realmente aconteceu) ou apenas ficção?
Comente.
2. Em que trecho a narrativa começa a criar expectativa no leitor?
3. Onde desenvolve esse conflito?
4. Como foi o desfecho?
Professor(a): mostrar ao aluno a estrutura do conto, seguindo
a sequência temporal, os elementos narrativos e a linguagem
despojada de Millôr. É importante que o aluno aprenda,
através de suas próprias respostas, sobre o gênero. Logo
após, ele deve responder:
Aluno:
Agora a atividade é a seguinte: dê o
SEU desfecho ao conto.
Reescreva o final como se você fosse
o autor.
Professor (a): complemente a atividade pedindo para que os
alunos troquem os textos entre si. Cada um deverá ler, no
mínimo, três desfechos.
Os mais votados serão escolhidos entre os próprios alunos.
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VÍDEO 1:“A velha contrabandista”.
(Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=s6BbcI8I7VA, acessado em 02 nov. 2012)
Observação: O vídeo, disponível no Youtube, tem a autorização de reprodução do site Mídias em Educação, do Ministério da Educação: http://webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/index6.html.
A VELHA CONTRABANDISTA
(Stanislaw Ponte Preta)
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela
passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da
lambreta. O pessoal da Alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar
da velhinha.
Professor(a): Na sequência, daremos ênfase ao SEGUNDO
TEXTO, “A velha contrabandista”, de Sérgio Porto, ou o famoso
Stanislaw Ponte Preta.
O professor exibirá aos alunos um curta baseado no conto
homônimo, e por meio deste vídeo fará um questionário sobre
todas as partes que compõem um conto, focando os elementos
da narrativa: personagem, tempo, espaço, tipo de narrador,
entre outros. Momento em que o professor chamará a atenção
dos alunos para as semelhanças e diferenças que ocorrem na
interface fala/escrita.
Professor(a): Após o vídeo, o mesmo conto será mostrado na
versão escrita, devendo ser apontados como se estabelecem
os elementos da narrativa na forma textual. É realmente
importante que exista o movimento recorrente de apropriação
do texto, pois a cada nova leitura o aluno fica mais íntimo da
linguagem e do estilo do autor, bem como do funcionamento
da estrutura do gênero.
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Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da
Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim
pra ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco
aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros,
que ela adquirira no odontólogo, e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a
velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal
esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha
que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia
atrás.
Mas o fiscal desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com
areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte,
quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez.
Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O
fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a
velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo
essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é
contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta,
quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não
apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o
contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha.
- Juro - respondeu o fiscal.
- É lambreta.
(Fonte: http://pensador.uol.com.br/texto_a_velha_contrabandista/, acessado em 23/09/2012)
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(Imagem 3: disponível em http://www.educacao.pr.gov.br/search.php?query=imagens&inst-bar-pesquisar-submit=&action=results#, acessado
em 28 out. 2012).
1. Reconheça a estrutura deste conto: início, meio e fim.
2. Qual é o conflito? E o desfecho?
3. Encontre no texto os indicadores de temporalidade; ou, em outras
palavras, as expressões que marcam o tempo da narrativa.
4. Qual é o personagem principal? E suas características?
5. Qual o personagem secundário? E suas características?
6. Onde acontecem os fatos narrados?
7. Quanto tempo durou a ação acontecida?
8. O texto está narrado em 1ª ou 3ª pessoa?
9. Por que você acha que o autor usou a palavra ―espaia‖, no final? O
que ele quis com isso?
Alunos:
Vamos trabalhar as
respostas!
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Professor(a): Esse é bom momento para você trabalhar com
o conceito de “oralidade” nos textos literários. O verbo
“espalhar”, adaptado ao linguajar popular “espaia”, é
apenas um exemplo. A seguir, atividade sugerida:
Aluno:
Procure termos orais, que
gramaticalmente são considerados
“errados”, mas que se adaptam à fala
brasileira, dependendo de sua região.
Você sabia?
O regionalismo na literatura não é novo. Ele tem uma
tradição de quase 150 anos. Surgiu em meados do século
19, principalmente nas obras de romancistas como
Bernardo Guimarães, Visconde de Taunay e Franklin
Távora. No entanto, com os modernistas, na primeira
metade do século XX, alcançou grandes dimensões. Entre
os nomes dos escritores que trabalharam com
expressões e a fala regional no Brasil, podemos destacar
no Nordeste José Lins do Rego, Graciliano Ramos,
Ascenso Ferreira, Ariano Suassuna e Jorge Amado; em
Minas Gerais, Guimarães Rosa; e no Sul Érico Veríssimo.
Mas cuidado!!!! Por “regionalismo” entende-se a literatura
que põe o seu foco em determinada região do Brasil,
visando retratá-la. De modo que os autores do gênero não
focalizam apenas a região geográfica, mas os hábitos,
costumes, crenças, linguajar e modo de vida de certas
regiões de nosso imenso país!
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10. Você sabe o que é contrabando? O que acha disso?
11. Se você fosse o fiscal, teria percebido qual o contrabando? De que
forma?
12. Quando não pedimos uma nota fiscal ao fazer uma compra há
também um prejuízo para toda população. Você sabe que prejuízo é
esse?
13. Você sabe como o governo controla a fronteira do país? Pesquise e
responda.
14. Quem sai prejudicado quando uma pessoa adquire um CD pirata?
15. A linguagem que usamos no dia a dia e nas conversas com amigos e
familiares recebe o nome de linguagem informal. No texto, esse tipo
de linguagem aparece em vários trechos. Por exemplo: ―O pessoal
da alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da
velhinha‖.
Agora responda: O que o narrador quis dizer com ―tudo malandro
velho‖? (Marque a única opção correta.)
a) Que os fiscais já eram idosos;
b) Que qualquer um podia passar os fiscais pra trás;
c) Que os fiscais eram malandros e não trabalhavam direito;
d) Que os fiscais da alfândega eram muito espertos e experientes e que
ninguém os enganava, porque conheciam os truques empregados pelos
contrabandistas.
Professor(a): mudando o enfoque da temática.
Aluno:
Vamos para uma
nova discussão!
Atenção!
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16. Na primeira vez que o fiscal examinou o saco que a velhinha levava e
viu que era areia, ele ficou encabulado, sem graça. Por quê?
a) Porque ficou sem graça de desconfiar de uma velhinha;
b) Porque encontrou contrabando dentro do saco de areia que a
velhinha carregava;
c) Porque a velhinha ficou brava por ele ter desconfiado dela;
d) Ele ficou sem graça, pois pensou que certamente iria encontrar
algum contrabando dentro do saco.
17. O texto diz que as personagens fazem um acordo.
a) Qual foi o acordo proposto pelo fiscal?
............................................................................................................
......................................................................................................
b) Qual foi a condição que a velhinha impôs para contar ao fiscal o
que ele contrabandeava?
............................................................................................................
......................................................................................................
b) Qual era, afinal, o truque que ela usava para enganar os fiscais da
alfândega?
.............................................................................................................
......................................................................................................
18. Leia novamente o 4º parágrafo do texto e responda:
Quando o narrador citou os dentes que ―ela adquirira no
odontólogo‖, a que tipo de dentes ele se referia?
............................................................................................................
.....................................................................................................
19. Na expressão: ―Com um bruto saco atrás da lambreta‖, a palavra
grifada significa:
( ) estúpido ( ) grande ( ) mal educado
20. ―Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha...‖. A
palavra sublinhada significa:
( ) deteve ( )liberou ( )vigiou ( ) derrubou
21
21. No final do texto a velhinha dá a resposta que o fiscal tanto queria
saber. O que você acha que aconteceu depois disto?
..................................................................................................................
...........................................................................................................
22. Produza uma notícia a partir do texto ―A velha contrabandista‖.
O BISAVÔ E A DENTADURA1
(Sylvia Orthof)
SLIDE 1:
Eu ouvi esta história de uma
amiga, que disse que isso
aconteceu, de verdade, em
Montes Claros, Minas Gerais.
Para contar a história, é preciso
imaginar uma velha fazenda
antiga. Dentro da fazenda, uma
vetusta (socorro que palavrão!)
1 Slides feitos pela própria autora deste trabalho, baseado na obra de Sylvia Orthof. In: Jogando conversa fora (
São Paulo, FTD 1998).
Professor(a): Vamos passar agora ao TERCEIRO TEXTO,
“O bisavô e a dentadura”, de Sylvia Orthof. Ele será
trabalhado em slides durante as apresentações aos
alunos.
A seguir, seguem-se os slides, montados a partir do
texto, retirados do livro “Literatura em minha casa”
22
SLIDE 2:
SLIDE 3:
mesa colonial, muito comprida,
de jacarandá, naturalmente.
Em volta da mesa, uma família
mineira. Por cima da mesa tudo
que mineiro tem direito para um
bom almoço: tutu, carne de
porco, lingüiça, feijão-tropeiro,
torresminho, couve cortada bem
fina...
SLIDE 4:
23
SLIDE 5:
E eu nem posso descrever mais,
porque já estou co excesso de
peso, só de pensar: hum, que
delícia!
A família era enorme e comia
reunida, em volta da toalha
bordada: pai, mãe, avó, avô,
filhos, netos, sobrinhos,
afilhados, a comadre que ficou
SLIDE 6:
viúva, a solteirona que era irmã
da avó da Mariquinha... e o
bisavô Arquimedes. O bisavô
Arquimedes usava dentadura.
Naturalmente, cada integrante
tinha à sua frente o seu saboroso
prato de tutu, couve, torresmo,
feijão-tropeiro, carninha de
porco, lingüiça, etc.
SLIDE 7:
E tal. E todos mastigavam e
repetiam porque a fartura, ali, em
Montes Claros, naquele tempo,
era um espanto, de tanta! E cada
um, evidentemente, tinha o seu
copo. Pois os copos e o bisavô
Arquimedes, diariamente,
sofriam a seguinte brincadeira:
24
SLIDE 8:
– Toninho, ocê vai beber desse
copo aí, na sua frente?
Olha o bisavô deixou a
dentadura dele de molho, bem
no seu copo, Toninho, na noite
passada!
SLIDE 9:
SLIDE 10:
– Num foi no meu, não: foi no
copo da Maroca! O bisavô deixou
a dentadura dentro do copo da
Maroquinha!
– Ó gente, num brinca assim
quem eu ficou com nojo, uai!
O velho bisavô Arquimedes
ouvia, sorria, mostrando a
dentadura.
25
SLIDE 11:
Quando cegava o doce de leite,
queijinho, a goiabada e uma tal
de sobremesa que tem o nome
de “mineiro-de-botas”, que tem
queijo derretido, banana, canela,
cravo, sei lá mais que
gostosuras, o pessoal comia,
comia. E depois de comer tanto
doce, a sede vinha forte, e a
SLIDE 12:
chateação começava, ou
recomeçava, ou não terminava:
– Tia Santinha, não beba do
copo da dentadura do bisavô,
cuidado! Tenho certeza de que a
dentadura ficou no seu copo, de
molho, a noite inteira!
SLIDE 13:
O bisavô ouvia e ia mastigando,
o olhinho malicioso, nem te ligo
para a brincadeira, comendo a
goiabadinha, o “mineiro-de-
botas”, o doce de leite, o
queijinho... E mexendo a
dentadura pra lá e pra cá, pois a
gengiva era velha e a dentadura
26
SLIDE 14:
já estava sem apoio. Mas o
bisavô tinha senso de humor... E
falava pouco. O pessoal
cochichava que ele era mais
surdo do que uma porta.
Bestagem, porque se existe
coisa que não é surda é porta:
mesmo fechada, deixa passar
cada coisa...
SLIDE 15:
Um dia, de repente, o bisavô
apareceu sem a dentadura. E
todos perguntaram para ele o
que tinha havido. O Velho
Arquimedes sorriu, um sorriso
banguela, dizendo:
– Ocês tavam perturbando
demais, todos com nojo dela,
resolvi não usar, uai!
SLIDE16:
Aí, a família ficou sem jeito,
jurando que não iria falar mais da
dentadura, que tudo brincadeira,
que todos adoravam o velho
Arquimedes, que ele
desculpasse.
27
SLIDE 17:
– Tá desculpado, nem tem
importância. Eu já tava me
aborrecendo com a história, mas
tão desculpados. Mas até que tô
achando bom ficar banguela: vou
comer tutu e sopa... E doce de
leite mole, ora!
SLIDE 18:
A família insistiu, pediu perdão,
mas o bisavô botou fim na
conversa, dizendo:
– Ocês num insistam. Resolvi e
tá resolvido. O dia que eu deixar
de resolver, boto a dentadura
outra vez!
E passaram-se vários dias.
SLIDE 19:
Ninguém mais fazia a brincadeira
do copo. De vez em quando, o
bisavô lembrava:
– Tô sentindo falta...
– Da dentadura, bisavô?
– Não, da traquinagem de ocês...
Ninguém tá com nojo de beber
água do copo, né?
28
SLIDE 20:
– Ora, o senhor não deve levar a
mal, foi molecagem, a gente não
faz mais, pode usar a dentadura,
bisavô.
Um dia, de repente, o avô voltou
a usar a dentadura.
Todos na mesa se cutucaram e
começaram a rir, muito
disfarçado, quando bebiam água,
SLIDE 21:
pensando... Sem dizer, pois
haviam prometido.
Depois da sobremesa, boca
pedindo água depois de tanto
doce caseiro, o velho
Arquimedes disse:
– Ocês tão bebendo tanta água,
sem nojo...
– Bisavô, era brincadeira!
SLIDE 22:
29
SLIDE 23:
– Eu também fiz uma
brincadeira: durante todo esse
tempo que fiquei banguela,
minha dentadura ficou de molho,
dentro do filtro!
FIM!
1- O texto retrata uma situação vivida por um bisavô.
a) O que o bisavô fazia que deixava os membros da família com nojo?
............................................................................................................................
....................................................................................................................
b) Cite algumas das comidas apreciadas por essa família mineira:
............................................................................................................................
....................................................................................................................
c) Geralmente os membros de uma família costumam fazer brincadeiras uns
com os outros. Que tipo de brincadeira essa família fazia?
............................................................................................................................
....................................................................................................................
Aluno:
Agora vamos
interpretar o
texto!
30
d) Como o bisavô Arquimedes reagia às brincadeiras?
............................................................................................................................
....................................................................................................................
e) Identifique no texto um trecho que afirma que a brincadeira com o bisavô
era constante.
............................................................................................................................
....................................................................................................................
f) Depois de tanta chateação, qual foi a atitude que o bisavô tomou? Explique
o que ele fez.
............................................................................................................................
....................................................................................................................
2) Na expressão: ―E todos mastigavam e repetiam porque a fartura ali em
Montes Claros, naquele tempo, era um espanto de tanta [...]‖. A palavra grifada
significa:
( ) abundância ( ) prejuízo ( ) estrago ( ) pobreza
3) Segundo o texto, a história ocorrida em Montes Claros, Minas Gerais, é real
ou imaginária? Comprove com um trecho do texto.
...........................................................................................................................
...................................................................................................................
4) É comum, em situações informais, fazermos uso da expressão a gente; Leia
o trecho do texto ―O bisavô e a dentadura‖ observe o uso dessa expressão.
―— Ora, o senhor não deve levar a mal, foi molecagem, a gente não faz mais,
pode usar a dentadura, bisavô‖.
Agora reescreva esse trecho, utilizando a linguagem formal. Antes, porém,
informe qual dos pronomes pessoais abaixo pode substituir a expressão: a
gente.
( ) eles ( ) nós ( ) vocês
31
Faça o mesmo com as frases a seguir:
A gente tem essa coisa de ir até o fim.
............................................................................................................................
....................................................................................................................
No próximo mês, a gente vai viajar para Montes Claros, Minas Gerais.
............................................................................................................................
....................................................................................................................
Antes de continuarmos a analisar o gênero discursivo
“conto”, vamos relembrar um pouco de gramática, pois não
podemos negar sua importância em qualquer língua, seja ela
materna ou estrangeira. Quando obtemos o domínio da língua,
apresentamos também a habilidade de interpretar diversos textos
(gêneros discursivos), compreendê-los e modificá-los!
GRAMÁTICA:
Estudar a gramática e dominá-la é colocar em prática o bom uso
da língua, que sucessivamente levará aquele que a estuda
a falar e a escrevê-la bem!
(Travaglia, 2001).
32
PRONOMES POSSESSIVOS2
Pronome possessivo é o tipo de pronome que indica a que pessoa do
discurso pertence o elemento ao qual se refere.
Ex: Meu carro está estragado.
Quadro dos pronomes possessivos
Número Pessoa Pronomes possessivos
singular primeira meu, minha, meus, minhas
segunda teu, tua, teus, tuas
terceira seu, sua, seus, suas
plural primeira nosso, nossa, nossos, nossas
segunda vosso, vossa, vossos, vossas
terceira seu, sua, seus, suas
Os pronomes possessivos concordam em gênero e número com a coisa
possuída, e em pessoa com o possuidor.
(eu) Vendi minha moto.
(tu) Releste tua prova?
(nós) Compramos nosso carro.
Quando o pronome possessivo determina mais de um substantivo, ele
deverá concordar em gênero e número com o substantivo mais
próximo.
Ex.: Vou lavar minhas sandálias e tênis.
Emprego dos pronomes possessivos
Seu, sua (s): a utilização do pronome seu (e flexões) pode gerar frases
ambíguas: podemos ter dúvidas quanto ao possuidor.
Ex: A menina disse ao colega que não concordava com sua reprovação.
↔ (Reprovação de quem? Da menina ou do colega?)
2 Informações obtidas de CABRAL, M: http://www.brasilescola.com/gramatica/pronomes-possessivos.htm-,
acesso em 21/11/12.
33
Para evitar esse tipo de ambiguidade, usa-se dele (dela, deles, delas)
Ex.: A menina disse ao colega que não concordava com a
reprovação dela. ↔ A reprovação dela (da menina)
A menina disse ao colega que não concordava com a reprovação
dele. ↔ A reprovação dele (do colega)
Existem casos em que o pronome possessivo não exprime
propriamente ideia de posse, podendo ser utilizado para indicar
aproximação, afeto ou respeito:
Ex:
Aquele museu deve ter seus cem anos (aproximação)
Meu caro amigo, cuide melhor de sua saúde (afeto)
Sente-se aqui, minha senhora (respeito)
Seu: anteposto a nomes próprios não é possessivo, mas uma alteração
fonética de Senhor.
Ex.: Seu José, o senhor poderia emprestar-me seu celular?
Releia a seguir um trecho do diálogo do texto:
— Toninho, (...) o bisavô deixou a dentadura dele de molho bem no seu copo,
Toninho, na noite passada!
— Num foi no meu, não: foi no copo da Maroca! O bisavô deixou a dentadura
dentro do copo da Maroquinha!
Vamos ao
trabalho!
34
a) Assinale a(s) alternativa(s) correta(s):
( ) As palavras destacadas no trecho acima estão se referindo a um
substantivo, dando a ideia de posse.
( ) As palavras destacadas no trecho acima estão se referindo a um
substantivo, atribuindo-lhe uma qualidade.
( ) As palavras em destaque indicam a quem pertence o copo.
b) As frases abaixo foram apresentadas sem os pronomes. Complete-as,
utilizando os pronomes apresentados no quadro a seguir.
meu minha seu teu
— Bisavô Arquimedes, eu bebi suco no ........................ copo!
— Hoje é aniversário do .............................. bisavô.
— Meu bisavô pegou .......................... bolsa emprestada.
— Bisavô Arquimedes colocou a dentadura no ................... copo.
6) Jogo dos erros:
No texto abaixo há erros de grafia e também o uso de linguagem informal.
Descubra esses erros, grife as palavras com essa grafia errada e a linguagem
coloquial e reescreva o texto de acordo com a linguagem formal.
— Tá desculpado, num tem importância. Eu já tava me aborrecendo com a
história, mas tão desculpados. Mas até que tô achando bom ficar banguela: vou
comer tutu e sopa... e doce de leite mole, ora!
— Toninho, ocê vai beber desse copo aí, na sua frente?
— Ó gente, num brinca assim que eu fico cum nojo, uai!
— Ocês tavam pertubando demais, todos cum nojo dela, resolvi não usar, uai!
............................................................................................................................
............................................................................................................................
....................................................................................................................
35
AGORA VAMOS ANALISAR O GÊNERO DISCURSIVO
O conto3 é um texto curto que pertence ao grupo dos gêneros narrativos
ficcionais, tendo como maior qualidade os fatores concisão e brevidade.
Caracteriza-se por ser condensado, isto é, por apresentar poucas
personagens, poucas ações, tempo e espaço reduzidos. Isso, porém, não pode
afetar a qualidade do texto, que tem de exercer seu papel junto ao leitor com a
mesma competência de uma narrativa longa.
1- No conto ―O bisavô e a dentadura‖:
a) Quais são as personagens envolvidas na história?
............................................................................................................................
....................................................................................................................
b) Onde acontecem os fatos narrados?
............................................................................................................................
....................................................................................................................
c) Há no conto expressão que indica quando se passa a ação. Qual é essa
expressão?
............................................................................................................................
....................................................................................................................
d) Levante hipóteses: Qual é o tempo de duração dos fatos relatados no
conto?
............................................................................................................................
.....................................................................................................................
3 CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens, 9º ano. 5 ed. São Paulo: Atual,
2009.
36
2) O conto pode ter tanto narrador-observador quanto narrador-personagem.
Que tipo de narrador o conto ―O bisavô e a dentadura‖ apresenta? Justifique
sua resposta:
............................................................................................................................
....................................................................................................................
3) No conto, as características dos personagens são apresentadas com maior
profundidade, por receberem um tratamento que lhes confere características
psicológicas mais complexas.
a) Quais são as características que aproxima o bisavô do restante da família?
............................................................................................................................
....................................................................................................................
b) Que características psicológicas do bisavô são exploradas no conto?
............................................................................................................................
....................................................................................................................
4) Nos gêneros narrativos, a seqüência de fatos que mantêm entre si uma
relação de causa e efeito constitui o enredo. Um dos mais importantes
elementos que compõem o enredo é o conflito. Identifique o conflito o conto
―O bisavô e a dentadura‖:
............................................................................................................................
....................................................................................................................
5) O enredo do conto tradicional estrutura-se com base nas seguintes partes:
introdução, complicação, clímax e desfecho. Identifique nesse conto o clímax,
isto é, o momento de maior tensão.
............................................................................................................................
.....................................................................................................................
6) No desfecho do conto geralmente ocorre a solução do conflito ou uma
revelação para a personagem. A revelação acontece quando um fato ou uma
situação muda o modo de pensar ou agir da personagem, levando-a romper
37
com determinados valores, a questionar seu modo de vida, etc. No desfecho
do conto lido ocorre a solução do conflito, uma revelação ou ambos?
............................................................................................................................
....................................................................................................................
7) Observe a linguagem do conto lido:
a) Que tipo de variedade linguística foi empregada?
............................................................................................................................
b) Que tempo verbal predomina no conto lido?
............................................................................................................................
8) Geralmente os contos se relacionam com alguma temática presente em
nosso cotidiano. Assinale a alternativa correta:
a) O conto ―O bisavô e a dentadura‖ de Sylvia Orthof, relaciona-se com:
( ) casamento ( ) família ( ) profissão
b) Conforme sua organização, trata-se de um conto de:
( ) humor ( ) fantástico ( ) mistério e terror
9) Você conhece seus bisavós? Tem algum contato com eles?
....................................................................................................................
10) Você sabia que existe o Estatuto do Idoso? Vamos discutir sobre ele.
............................................................................................................................
38
Vozes do discurso
Você sabia que quando lemos um texto, há um narrador, que é quem conta o
fato? Pois é, esse locutor ou narrador pode introduzir outras vozes no texto para
auxiliar a narrativa. E para fazer a introdução dessas outras vozes, a voz principal
ou privilegiada, chamada de ―narrador(a)‖, usa o que chamamos de ―discurso.
Mas o que vem a ser discurso dentro do texto?
Discurso é a forma como as falas são inseridas na narrativa. O locutor pode
optar por três tipos de discurso: o discurso direto, o discurso indireto e o discurso
indireto livre. Entretanto, esses três discursos não precisam estar separados,
podendo aparecer juntos em um texto. Tudo depende de quem o produz4.
Discurso direto: reproduz fiel e literalmente algo dito por alguém. Um bom
exemplo de discurso direto são as citações ou transcrições exatas da declaração
de alguém. Usa-se a primeira pessoa (eu, nós) nesse tipo de discurso – é o
narrador quem fala, usando aspas ou travessões para demarcar que está
reproduzindo a fala de outra pessoa.
Exemplo de discurso direto:
―Não gosto disso‖ – disse a menina em tom zangado.
4 Texto adaptado de http://raquelrfc.wordpress.com/2008/08/19/discurso-direto-indireto-e-direto-livre/,
acessado em 18 out. 2012.
Agora vamos
estudar a
classificação dos
tipos do discurso:
39
Discurso indireto: o narrador, usando suas próprias palavras, conta o que foi
dito por outra pessoa. Temos então uma mistura de vozes, pois as falas dos
personagens passam pela elaboração da fala do narrador. Usa-se a terceira
pessoa – (ele[s], ela[s]) para esse tipo de discurso – o narrador só usa sua
própria voz, o que foi dito pela personagem passa pela elaboração do narrador.
Não há uma pontuação específica que marque o discurso indireto.
Exemplo de discurso indireto:
A menina disse, em tom zangado, que não gostava daquilo.
Discurso indireto livre: É um discurso em que se pode conter os dois tipos de
discursos anteriores ―direto e indireto‖. Há uma maior liberdade, pois o narrador
insere a fala do personagem de forma sutil, sem fazer uso das marcas do discurso
direto. É necessário que se tenha muita atenção para não confundir a fala do
locutor ou narrador com a fala do personagem, já que ela aparece de repente em
meio à fala do narrador.
Exemplo de discurso indireto livre:
A menina perambulava pela sala, irritada e zangada. Eu não gosto disso! E
parecia que ninguém a ouvia.
(Veja nesse exemplo que a fala da menina aparece junto à fala do narrador.)
Outro ponto a ser ressaltado é o tempo verbal que se integra ao fator
determinante dos discursos. Você poderá analisar as especificidades dos tempos
verbais. Por exemplo, o discurso indireto estará sempre no passado em relação
ao discurso direto.
Observe os tempos verbais no Discurso Direto:
Presente do indicativo: ―Não gosto disso‖ – diz a menina em tom zangado.
Pretérito perfeito do indicativo: ―Não gostei disso‖ – disse a menina em tom
zangado.
40
Futuro do indicativo: ―Não gostarei disso‖ – disse a menina em tom zangado.
Imperativo: – Vista o agasalho, meu filho.
Observe agora os tempos verbais no Discurso Indireto:
Pretérito imperfeito do indicativo: A menina afirmou que estava zangada.
Pretérito-mais-que-perfeito do indicativo: A menina afirmou que estivera
zangada (composto – A menina afirmou que tinha estado zangada)
Futuro do pretérito: A menina disse que estaria zangada.
Pretérito imperfeito do subjuntivo: A mãe recomendou-lhe que vestisse o
agasalho.
1. No texto ―O bisavô e a dentadura‖, observa-se a presença de mais de um
discurso: o do narrador e o das personagens.
a) Que tipo de discurso foi empregado na fala das personagens: o direto ou o
indireto?
.................................................................................................................................
b) Qual sinal de pontuação foi usado antes das falas das personagens?
.................................................................................................................................
Vamos agora analisar o conto
“O bisavô e a dentadura”
agregado às Vozes do
Discurso:
41
c) Passe para o discurso indireto a frase ―— Eu também fiz uma brincadeira:
durante todo esse tempo que fiquei banguela, minha dentadura ficou de molho,
dentro do filtro!‖
.................................................................................................................................
2. No texto também se nota a presença de mais de um discurso: o do narrador e o
do menino.
a) Identifique no texto as falas do narrador. Circule-as.
b) Há algum sinal de pontuação antes da fala dos personagens?
.................................................................................................................................
c) As conjunções que ou se ou verbos de elocução (dizer, falar, perguntar,
comentar, etc.) são utilizados para introduzir essa fala?
.................................................................................................................................
d) A escolha de um ou outro tipo de discurso nos textos narrativos está vinculada
ao sentido que se pretende construir. Que efeito de sentido é criado pela mistura
de discursos no texto?
.................................................................................................................................
Agora que você já analisou, no texto “O bisavô e a dentadura” o discurso do
narrador funde-se com o discurso do menino. Entre um discurso e outro não
há as conjunções que e se nem a presença de verbos de elocução. Além
disso, na fala das personagens mantêm-se os tempos verbais e os pronomes
na 1ª pessoa, como aparecem no discurso direto. Quando isso ocorre, temos
o discurso indireto livre ou semi-indireto. Mas o que isso quer dizer?
42
Resposta: Isso que dizer que no discurso indireto livre ou semi-indireto há a
fusão da fala ou do pensamento da personagem com o discurso do narrador.
Fácil, não é? Vamos então avaliar sua aprendizagem na prática!5
1. Marque a alternativa, em que há predominância do discurso indireto:
(a) Os homens falaram que não iriam trabalhar na obra.
(b) Disse-me, com veemência: ‖Não virei mais aqui‖.
(c) Como saber se aquilo era verdade ou mentira? Não podia acreditar no que
acontecera.
(d) É possível que o assaltante tenha dito, nunca ganhei dinheiro tão fácil.
(e) E o menino corria mais do que era capaz, para poder chegar a tempo.
2. Mantendo a correspondência entre os tempos verbais, converta o trecho a
seguir para o discurso indireto6.
Chegando ao local do evento o artista não gostou muito do que viu. Então,
dirigindo-se a coordenação, ele questionou:
— Vocês querem que eu me apresente num palco tão pequeno?
— É o que temos por ora, explicou o promotor por ora, explicou o promotor
da festa.
— Desculpe-me, mas, nesse cubículo, eu não farei o show.
3. Identifique no texto a seguir trechos que correspondem ao discurso indireto
livre:
Reformador do mundo7
Existia um homem que punha defeito em tudo o que via. Para ele, o mundo estava
todo errado, inclusive no que diz respeito à natureza. Quando perguntado se
5 Baseado em CEREJA & MAGALHÃES, 2009, op. cit.
6 Adaptado de http://centraldasletras.blogspot.com.br/2011/08/discurso-direto-indireto-e-semi.html,
acessado em 23/11/12. 7 Adaptado de: http://www.slideshare.net/eedrp/discurso-indireto-livre#btnNext, acessado 23/11/12.
43
estava bem, sempre respondia com azedume, como poderia se viver bem em um
mundo tão errado? Não aceitava opiniões e passava a enumerar os erros do
mundo, achando que estava certo em tudo. Aborrecia-se até com os espaços que
as aboboreiras ocupavam. Dizia ele que se as abóboras dessem em árvores,
sobraria mais espaço no chão. Assim, há os que acham erro em tudo, mas suas
soluções não são proveitosas. É importante ser crítico, mas também é preciso ter
bom-senso. Já imaginou se ele estivesse cansado e resolvesse dormir embaixo de
uma árvore de aboboreiras e de repente caísse uma em sua cabeça?
a) Enredo – Faça uma síntese de sua história contando os principais
acontecimentos.
b) Narrador – Seu narrador será um de seus personagens (narrador-
personagem – foco narrativo em 1ª pessoa) ou você prefere um narrador
que conhece os fatos e os narra em 3ª pessoa (narrador-observador)?
Talvez você queira um narrador que, mesmo em 3ª pessoa conhece todos
os pensamentos e sentimentos das personagens (narrador-onisciente).
c) Personagens – quem serão suas personagens? Tem nomes?
Características?
d) Espaço – onde vai acontecer sua história: num único espaço? Em mais de
um espaço? Caracterize-o.
e) Tempo – quando acontecem os fatos narrados? Um dia específico? Uma
época específica? Haverá flash-back?
44
Agora é o momento principal! Já estudamos vários contos, lemos,
analisamos todas as suas características e chegou o momento de testar seu
conhecimento. Escreva um conto sobre o tema que você quiser, mas lembre-
se que há uma sequência a ser seguida: você precisa prestar atenção a todas
as etapas que já exploramos nas atividades anteriores. Faça um rascunho, leia,
analise e peça para seu professor avaliar. Aí sim você poderá passá-lo a limpo.
Então boa sorte!!!
↔ Agora que você já terminou o rascunho da sua história, antes de entregá-
lo ao seu professor, leia o roteiro de avaliação a seguir, faça um X ao lado de
cada item e veja se é necessário mudar alguma coisa.
45
ROTEIRO DE AVALIAÇÃO ESTÁ
O.K.
PRECISO
MUDAR
O seu conto é uma narrativa ficcional curta?
Apresenta poucas personagens?
As personagens apresentam características?
Apresenta poucas ações?
Apresenta tempo?
Apresenta espaço?
O enredo está estruturado em introdução, complicação,
clímax e desfecho?
A linguagem empregada está de acordo com a variedade
padrão da língua?
Os diálogos estão pontuados corretamente para que o
leitor possa identificar facilmente quem é que está
falando?
Há muita repetição de palavras como ―daí‖, ―então‖ e
―depois‖?
Na história, os acontecimentos estão separados em
diferentes parágrafos?
Tem um título bem sugestivo?
Tabela 1 – Baseada em Amaral & Gagliardi, 2001.
46
Depois de responder à sua autoavaliação, releia o texto prestando
atenção à ortografia. Reescreva as palavras que você tem dúvidas,
consultando o dicionário.
Agora que você já mudou o que foi preciso, entregue seu rascunho
para a professora, que irá fazer alguns comentários sobre a sua
história e sugerir, se for o caso, as últimas alterações. Depois disso, você irá
passar a limpo seu conto!
5. CRONOGRAMA DO PROJETO
Mês de Fevereiro/2013
SEMANA HORÁRIO NORMAL DE AULAS
CONTRATURNO
1ª semana 04 a 08/02
- Apresentação do Projeto de Intervenção aos alunos pelo professor. Duração: 1 hora-aula - Questionamentos orais e escritos com relação a sua experiência de leitores. Posteriormente o professor apresentará textos sobre as características de um conto aos alunos, chamando-lhes a atenção para como este se organiza. - O professor exporá aos alunos em “power point” um conto contemporâneo, enfatizando suas características.
- Apresentação do Projeto de Intervenção aos Professores, Diretor e Equipe Pedagógica. Duração: 1 hora-aula - Apresentação do Projeto de Intervenção aos pais dos alunos. Duração: 1 hora-aula
E não se esqueça de que os melhores
contos serão publicados no jornal!
Vamos lá! Encare o desafio!
Você consegue!
47
Duração: 2 horas-aulas
2ª semana 18 a 22/02
- Alunos em duplas escolherão um conto e apresentarão aos demais. Duração 2 horas-aulas
-Pesquisa na sala de informática para ter acesso a vários links de “contos” direcionados pelo professor. Duração: 2 horas-aula. - Aprofundamento e discussões sobre o gênero discursivo “conto” entre os alunos, direcionados e orientados pelo professor. Duração: 2 horas-aula
3ª semana 25 a 28/02
- O professor entregará uma cópia impressa do conto “Três é demais”. de Millôr Fernandes. Leitura individual e coletiva. Duração: 1 hora-aula - Após, os alunos tecerão comentários de interpretação, relacionando-o com outros textos já conhecidos. Duração: 2 horas-aula
- Pesquisa na sala de Informática sobre a vida e obras de “Millor Fernandes”, orientado pelo professor. Duração: 2 horas-aula
Mês de Março/2013
1ª semana 04 a 08/03
- Alunos individualmente farão a compreensão e interpretação do conto “Três é demais”. Duração: 2 horas-aula - Alunos vão reescrever outro final para o texto, depois cada um lerá seu desfecho aos colegas. Duração: 3 horas-aula
- Em equipes de cinco alunos, será feita a leitura dos desfechos. Alguns serão escolhidos para fazer a ilustração em cartolina. Posteriormente o trabalho será apresentado às demais equipes. Duração: 3 horas-aula
2ª semana 11 a 15/03
- Professor e alunos assistirão a um curta baseado no conto homônimo “A velha contrabandista”. Após, o professor fará questionamentos sobre as partes que compõem um
- Debate sobre contrabando e outras infrações (como sonegações de impostos). Duração: 2 horas-aula - Pesquisa na sala de Informática sobre a vida e
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conto, focando os elementos da narrativa. Duração: 2 horas-aula - Depois o mesmo conto será mostrado na versão escrita, apontando-se os elementos da narrativa na forma textual. Duração: 1 hora-aula
obras de “Stanislaw Ponte Preta”, orientado pelo professor. Duração: 2 horas-aula
3ª semana 18 a 22/03
- Trabalhar a estrutura, compreensão e interpretação do texto “A velha contrabandista”, de Stanislaw Ponte Preta Duração: 2 horas-aula
- Alunos lerão novamente o conto “A velha contrabandista” e farão sua encenação. Duração: 3 horas-aula
4ª semana 25 a 29/03
- O professor apresenta aos alunos alguns questionamentos sobre o termo “contrabando” e oferece um espaço para argumentação. Duração: 2 horas-aula - Após debate para apresentação dos argumentos, o professor pedirá que os alunos continuem o desfecho do conto “A velha contrabandista”, sabendo-se que o fiscal deve tomar uma atitude em relação ao contrabando de lambretas. Duração: 2 horas-aula
- Pesquisa com comunidade sobre o hábito de pedir nota fiscal de produtos em estabelecimentos comerciais e quais as consequências desse ato para a sociedade. Duração: 3 horas-aula - Palestra sobre “Receita Fiscal” ministrada aos alunos por um profissional a ser convidado pelo professor. Duração: 2 horas-aula
Mês de abril/2013
1ª semana 1º a 05/04
- O professor passará em power point o terceiro conto: “A dentadura do bisavô”, da autora Sylvia Orlof e pedirá a cada aluno para lê-lo e reescrevê-lo com um final/desfecho diferente, para apresentá-lo ao restante da turma. Duração: 2 horas-aula - Os alunos farão a
- As equipes darão início ao trabalho de pesquisa sobre a vida e obras de Sylvia Orlof na sala de informática, com o auxílio do professor. Duração: 2 horas-aula
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interpretação e compreensão do texto “A dentadura do bisavô”, texto impresso disponibilizado pelo professor. Duração: 2 horas-aula
2ª semana 08 a 12/04
- O professor chamará atenção para os aspectos linguísticos presentes no conto (pronomes possessivos, discurso direto e indireto, linguagem formal e informal) Duração: 2 horas-aula
- Pesquisa na sala de informática sobre a linguagem formal e informal. Professor pedirá para que os alunos reescrevam as falas do conto “O bisavô e a dentadura” na linguagem formal, sempre sob orientação. Duração: 2 horas-aula
3ª semana 15 a 19/04
- O professor solicitará aos alunos que planejem o seu conto. - Depois de planejado, o aluno irá produzir seu conto. - O professor retorna às características do conto e o aluno vai avaliar o seu texto (se é necessário haver mudanças). Duração: 2 horas-aula
- Pesquisa sobre o Estatuto do Idoso Duração: 2 horas-aula
4ª semana 22 a 26/04
- Os alunos passarão seu texto a limpo, fazendo as modificações necessárias. Duração: 2 horas-aula
- O professor, juntamente com uma equipe formada de professores e pedagogos, irá escolher os melhores textos para compor o caderno especial. Duração: 1 hora-aula -Depois de escolhidos os textos, juntamente com o professor de Arte e alunos com aptidão artística farão a ilustração destes. Duração: 2 horas-aulas.
TOTAL DE HORAS TOTAL DE HORAS: 32 TOTAL DE HORAS: 32
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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2012
Título: “O conto: uma viagem a novos horizontes”
Autor Lucia Franco dos Santos
Disciplina/Área (ingresso no
PDE)
Língua Portuguesa
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização
Escola Estadual Professor Léo Kohler – Ensino Fundamental
Município da escola Terra Boa
Núcleo Regional de Educação Cianorte
Professor Orientador Profª Drª Marcele Aires Franceschini
Instituição de Ensino Superior Fundação Universidade Estadual de Maringá
Relação Interdisciplinar
Arte
Resumo
Para ampliar novas perspectivas de leitura, o presente estudo se
centraliza na concepção de ensino da linguagem por meio do
gênero textual ―conto‖. Vem proporcionar aos alunos do 9º ano do
período da manhã o contato com o gênero textual ―conto
contemporâneo‖ através de atividades agradáveis e prazerosas,
que incentivem as práticas de leitura e as habilidades
interpretativas da Língua Portuguesa. O objetivo é oferecer novas
expectativas quanto à melhora de leitura, familiarizando o aluno
com o ―conto‖ na Língua Portuguesa, bem como permitindo uma
ampla variedade de leitura do real ao imaginário e ofertando um
larguear de bens culturais. Incentiva-se explorar o gênero conto
de maneira simples e eficaz, que possa despertar o interesse do
discente na aprendizagem.
Palavras-chave Leitura, conto contemporâneo, produção textual
Formato do Material Didático Unidade Didática
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Bibliografia:
AMARAL, Heloisa; GAGLIARDI, Eliana. Trabalhando com os gêneros do
discurso: narrar: contos de fadas. São Paulo: FTD, 2001.
BUSATTO, Cléo. Práticas de oralidade na sala de aula. São Paulo: Cortez, 2010.
(Oficinas aprender fazendo).
CABRAL, Marina. Pronomes possessivos. Disponível em:
http://www.brasilescola.com/gramatica/pronomes-possessivos.htm-, acesso em
21/11/12. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagens,
9º ano. 5. ed. São Paulo: Atual, 2009.
DISCURSO indireto livre. Disponível em:
http://www.slideshare.net/eedrp/discurso-indireto-livre#btnNext, acessado em
23/11/2012.
FERNANDES, Millôr. Contos Fabulosos (v. 2). Rio de Janeiro: Desiderata, 2007.
___________________. Três é demais. Disponível em:
http://books.google.com.br/books?id=SUZTIca=conto%20tr%C3%AAs%20%C3
%A9%20demais%20de%20millor%20fernandes&f=false, acessado em 23 set.
2012.
MACHADO, Ana Maria, et al. Quem conta um conto? São Paulo: FTD, 2001.
(Coleção literatura em minha casa), v.2.
MOISÉS, Massaud. A análise literária. 7. ed. São Paulo: Cultrix, 1984.
________________. A criação literária: Prosa I. 18. ed. São Paulo: Cultrix, 2001.
ORTHOF, Sylvia. Jogando conversa fora. São Paulo: FTD, 1998.
PONTE PRETA, Stanislaw (Sérgio Porto). A velha contrabandista. Disponível em:
http://pensador.uol.com.br/texto_a_velha_contrabandista/, acessado em
23/09/2012.
SÉRGIO, Ricardo. Conceito de escritores sobre o conto. Disponível em:
http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/1576196, acessado em
12/09/2012).
TFOUNI, L.V. Adultos não alfabetizados: o avesso do avesso. Campinas: Pontes,
1988.
52
TRAVAGLIA, Luis Carlos. Linguística aplicada ao ensino de língua materna: uma entrevista com Luiz Carlos Travaglia. Revista Virtual de Estudos da Linguagem,
v. 2, n. 2, março de 2004.
VOZES do discurso. Disponível em:
http://raquelrfc.wordpress.com/2008/08/19/discurso-direto-indireto-e-direto-
livre/, acessado em 18 out. 2012.
IMAGENS:
Imagem 1:
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/search.php?query=conto&inst-bar-
pesquisar-submit=&action=results#, acesso em 23/10/12.
Imagem 2:
http://www.fabulasecontos.com.br/?pg=descricao&id=22, acesso em 23/10/12.
Imagem 3:
http://www.educacao.pr.gov.br/search.php?query=imagens&inst-bar-pesquisar-
submit=&action=results#, acesso em 28 out. 2012.
VÍDEO:
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=s6BbcI8I7VA, acessado em 02 nov.
2012.
Observação: O vídeo, disponível no Youtube, tem a autorização de reprodução
do site Mídias em Educação, do Ministério da Educação:
http://webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/index6.html.