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Page 1: SECRETARIA DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO …...Às dezenove horas foi aberta a sessão, sendo lida e aprovada a ata da 11 a sessão. ... a Presidência e tomar o compromisso. MOd

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TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL SEÇÃO DE SECRETARIA DE DOCUMENTAÇÃO E I NFORMAÇÃO

ARQUIVO COORDENADORIA DE COMUNICAÇÓES

SÉRIE: 2000 A TlVIDADES JUDICIÁRIAS

SUBSÉRIE: 2000-0 POLÍTICAS E NORMAS

DOSSIÊ: 2000-0.02 ATA DE SESSÃO

-ATA DA 13a SESSAO EM 20 DE FEVEREIRO DE

2003

"'" ,

SESSAO ORDINARIA

*-~q fel--Observação:

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Data do arquivamento: 19/0212004 Responsável pelo arquivamento: Bruno Ney Cardoso. -ID ~bi'5

Data da Caixa Data da publicação Quantidade de Destino Final

Assinatura páginas

PERMANENTE Endereço

20/02/2003 08/08/2003 07 n.l)'l Á-;).,~

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ATA DA 13" SESSÃO, EM 20 DE FEVEREIRO DE 2003

SESSÃO ORDINÁRIA

Presidência do Senhor Ministro Sepúlveda Pertence. Presentes a Senhora Ministra Ellen Gracie e os Senhores Ministros Carlos Velloso, Sálvio de Figueiredo, Barros Monteiro, Fernando Neves e Luiz Carlos Madeira. Procurador-Geral Eleitoral o Dr. Geraldo Brindeiro. Secretário, Fernando Maciel de Alencastro. Às dezenove horas foi aberta a sessão, sendo lida e aprovada a ata da 11 a

sessão.

HABEAS CORPUS N° 456 ORIGEM: BELÉM - PA

JULGAMENTOS

RELATOR: MIN. LUIZ CARLOS MADEIRA IMPETRANTE: EDUARDO JOSÉ DE FREITAS MOREIRA PACIENTE: EDUARDO JOSÉ DE FREITAS MOREIRA ADVOGADO: EDUARDO JOSÉ DE FREITAS MOREIRA ÓRGÃO COATOR: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORALlPA Decisão: O Tribunal, por unanimidade, concedeu parcialmente a ordem de Habeas Corpus, nos termos do voto do Relator. Votaram com o Relator a Ministra Ellen Gracie e os Ministros Carlos Velloso, Sálvio de Figueiredo, Barros Monteiro, Fernando Neves e Presidente.

RECURSO ORDINÁRIO N° 534 ORIGEM: CUIABÁ - MT RELATOR: MIN. BARROS MONTEIRO RECORRENTE: COLIGAÇÃO UNIDADE DEMOCRÁTICA V ADVOGADA: THAís HELENA MARQUES DE SOUZA RECORRENTE: DIRETÓRIO REGIONAL DO PMDB ADVOGADOS: ADMAR GONZAGA NETO E OUTRO RECORRIDOS: DANTE MARTINS DE OLIVEIRA E OUTROS ADVOGADOS: EDUARDO FERRÃO E OUTROS Decisão: O Tribunal, por unanimidade, recebeu os Recursos como Especiais, deles conhecendo e a eles dando provimento, nos termos do voto do Relator. Falou pelo recorrente, Diretório Regional do PMDB, o Dr. Admar Gonzaga Neto. Votaram com o Relator a Ministra Ellen Gracie e os Ministros Luiz Carlos Madeira, Carlos Velloso e Sálvio de Figueiredo. Impedido o Ministro Fernando Neves.

PETiÇÃO N° 1304 ORIGEM: BRASíLIA - DF RELATOR: MINISTRA ELLEN GRACIE REQUERENTE: DIRETÓRIO NACIONAL DO PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO - PTB, POR SEU DELEGADO Decisão: O Tribunal, por unanimidade, deferiu o pedido de incorporação do PSD ao PTB, nos termos do voto da Relatora. Votaram com a Relatora os

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P . J . - T RI B UNA L S U PER I OR E L E ITORAL

Ministros Carlos Velloso, Sálvio de Figueiredo, Barros Monteiro, Fernando Neves e Luiz Carlos Madeira.

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL N° 19941 ORIGEM: CUIABÁ - MT RELATOR: MIN. BARROS MONTEIRO RECORRENTE: COLIGAÇÃO UNIDADE DEMOCRÁTICA ADVOGADOS: RENATO GOMES NERY E OUTRO RECORRIDOS: DANTE MARTINS DE OLIVEIRA E OUTROS ADVOGADOS: EDUARDO FERRÃO E OUTROS INTERESSADO: DIRETÓRIO REGIONAL DO PMDB ADVOGADOS: ADMAR GONZAGA NETO E OUTRO Decisão: O Tribunal, por unanimidade, julgou prejudicado o Recurso, nos termos do voto do Relator. Votaram com o Relator a Ministra Ellen Gracie e os Ministros Luiz Carlos Madeira, Carlos Velloso e Sálvio de Figueiredo. Impedido o Ministro Fernando Neves.

ELEiÇÃO PARA PRESIDENTE E VICE-PRESIDENTE

O SENHOR MINISTRO SEPÚLVEDA PERTENCE (Presidente em exercício): Com o término do segundo biênio do eminente Ministro Nelson Jobim na representação do Supremo Tribunal Federal nesta Corte, extinguiu-se o mandato de S. Ex8 na Presidência. Procederemos em conseqüência à eleição do presidente do Tribunal. Extraida a zerésima, constata-se que os três candidatos elegiveis, ministros do Supremo Tribunal Federal, estão com zero votos. Procederemos à votação. que, em sinal da seriedade do Tribunal, ao contrário de outras Cortes, far-se-á na uma eletrônica.

(PROCEDE-SE Á VOTAÇÃO)

O DR. MIGUEL AUGUSTO FONSECA DE CAMPOS (Diretor-Geral): Ministro Sepúlveda Pertence, 6 votos; Ministra Ellen Gracie, 1 voto.

O SENHOR MINISTRO SEPÚLVEDA PERTENCE (Presidente em exercício): Em conseqüência, renuncio à Vice-Presidência. Procederemos agora à eleição do vice-presidente. Extraida a zerésima, constata-se que os candidatos elegíveis estão com zero votos. Procederemos à votação.

(PROCEDE-SE À VOTAÇÃO)

DR. MIGUEL AUGUSTO FONSECA DE CAMPOS (Diretor-Geral): Ministra Ellen Gracie, 6 votos; Ministro Carlos Velloso, 1 voto.

POSSE DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE

o SENHOR MINISTRO SEPÚLVEDA PERTENCE (Presidente em exercício): Convido a Ministra Ellen Gracie, no exercício da Vice-Presidência, para assumir a Presidência e tomar o compromisso.

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F" • ...I . - T R I BU N A L S U PER I OR eLEITORAL

A SENHORA MINISTRA ELLEN GRACIE (Vice-presidente no exercício da presidência): Convido o Exmo. Sr. Ministro Sepúlveda Pertence a proferir o seu compromisso para o cargo para o qual foi eleito.

O SENHOR MINISTRO SEPÚLVEDA PERTENCE: Prometo bem e fielmente cumprir os deveres do cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral, de conformidade com a Constituição Federal e as Leis da República.

A SENHORA MINISTRA ELLEN GRACIE (Vice-presidente no exercício da presidência): Declaro empossado o Excelentíssimo Senhor Ministro José Paulo Sepúlveda Pertence como presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Solicito ao Senhor Diretor-Geral que leia o termo de posse respectivo.

(O DIRETOR-GERAL LÊ O TERMO DE POSSE)

O SENHOR MINISTRO SEPÚLVEDA PERTENCE (Presidente): Convido a Senhora Ministra Ellen Gracie a proferir o seu compromisso regimental para o cargo de vice-presidente desta Corte.

A SENHORA MINISTRA ELLEN GRACIE (Vice-presidente eleita): Prometo bem e fielmente cumprir os deveres do cargo de vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral , de conformidade com a Constituição Federal e as Leis da República.

O SENHOR MINISTRO SEPÚLVEDA PERTENCE (Presidente): Declaro empossada a Senhora Ministra Ellen Gracie como vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Solicito ao Senhor Diretor-Geral que leia o termo de posse respectivo.

(O DIRETOR-GERAL LÊ O TERMO DE POSSE)

O SENHOR MINISTRO FERNANDO NEVES: Senhor Presidente. Sei que Vossa Excelência, adotando o espirito autoritário que dessa cadeira emana, determinou que sua posse no cargo de dirigente maior da Justiça Eleitoral fosse feita da maneira mais simples, sem os convites e os discursos próprios de tão relevante momento. Vou, respeitosamente, divergir, como é normal. Não para fazer o discurso que Vossa Excelência e a eminente Ministra EUen Gracie, eleita e empossada Vice-Presidente do Tribunal, primeira mulher a assumir tal cargo em um Tribunal Superior Brasileiro, mereceriam, mas apenas para registrar a satisfação de seus pares com o resultado da eleição, que hoje, também pela primeira vez na nossa história, foi realizada com auxílio de umas eletrônicas. Há mais de três séculos o espanhol Baltasar Gracián escreveu que caráter e inteligência são os pólos que fazem luzir os predicados. Um sem a outra é apenas meia felicidade. Não basta ser inteligente; é preciso também ter o caráter apropriado. Vossa Excelência possui essas qualidades e é verdadeiro paradigma para toda uma geração de advogados, membros do Ministério Público e juízes que se dedicam a estudar e a aplicar o direito. A função não lhe é nova. Já a exerceu de junho de 1993 a novembro de 1994. Bem sabe, portanto, dos problemas e desafios que o esperam. Estamos todos tranqüilos,

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até porque terá a seu lado, a eminente Ministra Ellen Gracie, pessoa preparada, amável e firme em suas convicções, que também já deu provas de ser competente administradora. Seu antecessor, o nobre Ministro Nelson Jobim, deixou a casa organizada. Sem favor nenhum, temos que reconhecer que seguiu a tradição dos grandes presidentes que este Tribunal já teve. Cuidou das questões jurídicas e das administrativas que lhe foram postas. E saiu-se muito bem, como anotou o eminente Ministro Sálvio de Figueiredo na belíssima saudação que lhe dirigiu por ocasião de sua despedida. Isso não significa, entretanto, que o trabalho terminou. Não. Seguramente não! Mas, como já disse, a Corte está confiante pela excelência de seus novos comandantes. Sei e sabemos todos como é difícil dizer não a alguém. Os juízes têm essa obrigação sempre. Se uma das partes da contenda obtém sucesso, a outra sai derrotada. Não é possível condenar o escrivão. O Padre Antônio Vieira, em um de seus famosos Sermões, ensinou que negar solicitações (dizer não) é incômodo tanto para os reis quanto para os pretendentes, mas inevitável. "Se um não é tão duro para quem o ouve, creio eu - disse Vieira - que não é menor a sua dureza para quem o diz; e tanto mais quanto mais generoso for o coração e mais soberano o ânimo que o houver de pronunciar". Esse é o perfil de Vossa Excelência: generoso e capaz, dói-lhe negar algo a alguém. Mas esse é um dever do qual não se desvia. Sempre cumpre, com dignidade e competência, a promessa que antes de fazê-Ia em atenção ao protocolo, a tomou como um modo de vida. Vossa Excelência sempre agiu e decidiu de acordo com os bons princípios do Direito, com as leis vigentes e com a sua sábia consciência . Recebam, Senhor Ministro e Senhora Ministra, o agradecimento de seus pares por haverem aceitado a responsabilidade dos cargos que ora assumem.

o OR. GERALDO BRINDEIRO (Procurador-geral eleitoral): Senhor Presidente, Ministro Sepúlveda Pertence. Senhora Vice-Presidente, Ministra Ellen Gracie. Senhores Ministros. Senhores Magistrados aqui presentes. Advogados, membros do Ministério Público, senhoras e senhores. Quero, nesta ocasião, em meu nome e em nome do Ministério Público Eleitoral, cumprimentar V. Ex·, Sr. Ministro Sepúlveda Pertence, pela sua eleição - na verdade, reeleição, uma vez que V. Ex· foi eleito presidente desta Casa tempos atrás. Gostaria de destacar que esta, como todos nós vimos, foi a eleição para Presidência mais bem organizada da Casa, com a utilização da urna eletrônica, o que tem um caráter pedagógico para todo o País. A importância das urnas eletrônicas nas eleições brasileiras é um marco na História da Justiça Eleitoral. V. Ex·, com a longa experiência que tem como ex-procurador-geral eleitoral, ex­ministro da Casa, ex-presidente - e agora, novamente, preSidente - do Tribunal Superior Eleitoral, certamente contribuirá para a continuidade do aprimoramento da Justiça Eleitoral, num momento em que, mais uma vez, se fala em reformas políticas e também em que se aproximam as eleições municipais, que ocorrerão no ano vindouro. Gostaria de cumprimentar também a Ministra Ellen Gracie por assumir a Vice-Presidência da Casa e, como, aliás, não poderia deixar ser, por ter sido a primeira mulher nomeada para o Supremo Tribunal Federal. Como vice-presidente desta Corte - com o extremo rigor demonstrado nas sessões administrativas - promoverá melhorias na organização da Justiça Eleitoral. E também, certamente, com sua grande simpatia, com seu talento e com sua inteligência, contribuirá significativamente não só para engrandecer a Corte e a

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direção da Casa, mas também para, permita-me dizer, embelezá-Ia. Cumprimento a V.Exa, Ministro Sepúlveda Pertence, e a Ministra Ellen Gracie pela posse de ambos. Muito obrigado.

DR. BENEDITO JESUS TAVARES (Defensor público da União): Excelentissimo Senhor Ministro Presidente. Excelentissima Senhora Ministra EUen Gracie. Excelentíssimos Senhores Ministros. Excelentíssimo Senhor Procurador-Geral Eleitoral, na pessoa de quem cumprimento a todos os integrantes do Ministério Público aqui presentes. Excelentissimos Senhores Advogados. Autoridades presentes a esta sessão. Nobre serventia da Casa. A Defensoria Pública da União, pelo defensor público presente a este ato, tem a satisfação de parabenizá-los, Sr. Ministro Pertence e Sra. Ministra Ellen Gracie, pela eleição e posse do novo presidente e vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral, pedindo ao Onipotente que continue a protegê-los no exercício da nobre função, rogando muitas felicidades, individual e profissional, com saúde e muitos anos de vida. Esta felicitação é extensiva ao Excelentíssimo Senhor Ministro Cartos Velloso, pelo seu regresso à Corte Superior Eleitoral. Muito obrigado.

o OR. PEDRO GORDILHO: Senhor Presidente. Senhores Ministros. Senhor Procurador-Geral Eleitoral. Meus colegas advogados. Meus senhores e minhas senhoras. Os advogados que militam perante esta egrégia Corte têm a grande satisfação, Sr. presidente, de trazer-lhe esta palavra de saudação no momento em que V. Ex", anos depois, volta a ocupar a presidência deste egrégio Tribunal, trazendo o brilho da sua inteligência, da sua retidão e da sua grande cultura jurídica, que nos tem apontado tantos caminhos a seguir, no bom exercício da atividade judicante perante esta egrégia Corte. Ao lado de V. Ex· está a eminente Ministra Ellen Gracie, a quem levamos também os nossos cumprimentos, com a certeza de que estará ao lado de V. Ex·, trazendo o brilho invulgar da sua inteligência e da sua beleza para encantar também as salas do Tribunal, como disse tão bem o eminente procurador-geral eleitoral. São estas as palavras que desejamos deixar registradas para constar da ata, em nome dos advogados que militam perante o Tribunal Superior Eleitoral. Muito obrigado.

O SENHOR MINISTRO SEPÚLVEDA PERTENCE (Presidente): Senhora Ministra Ellen Gracie, vice-presidente do Tribunal. Meus eminentes colegas. Senhor Procurador-Geral Eleitoral. Senhores Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso. Senhores Subprocuradores-Gerais Eleitorais. Senhores Advogados. Senhor Diretor-Geral. Senhores Servidores da Casa. Senhoras e senhores. Há quase dez anos, em 1993, sucedendo o eminente Ministro Paulo Brossard, cabia-me ocupar a Presidência deste Tribunal para quase dois anos de trabalhos intensos, marcados pelas eleições gerais de 1994. Esses anos foram seguidos pela fascinante experiência da Presidência do Supremo Tribunal Federal. Depois de tudo isso, a volta à Presidência desta Casa, para muitos, é um ato da mais pura insensatez e eu mesmo não estou longe de compartilhar desse juízo. Mas, aos mais severos, cabe-me suplicar a única atenuante para os atos de insensatez: serem eles praticados por amor. São vínculos de amor que me fazem assumir

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novamente a Presidência deste Tribunal. Em parte, pela significação biográfica da minha vida profissional, já tão longa. Desde quando, em tempo sombrios -às vésperas das eleições com que se buscava uma capa de legitimação para o regime autoritário sob qual vivíamos-, aqui comecei a advogar intensamente, em 1970. Depois, a fascinante experiência da Procuradoria-Geral, exatamente no momento em que o País retomava o processo de democratização, marcado neste Tribunal pelo restabelecimento de uma ampla liberdade de organização partidária e pelo início, com o recadastramento do eleitorado brasileiro, destes anos de intensa modernização tecnológica dos trabalhos eleitorais no País. E, finalmente, como juiz, desde 1992, com poucos intervalos, até esta hora. Mas também porque, além deste significado biográfico muito carinhoso para mim, o Tribunal Superior Eleitoral tem sido a forma e o momento de contribuição pessoal que tenho podido dar aos meus eminentes pares, das diversas épocas em que aqui servi, neste ensaio imperdível de retomada do processo democrático e de construção de uma democracia consolidada no País. A essa luta pela retomada do processo democrático, dediquei décadas da minha vida e o que me restava de juventude. Caprichos do destino fizeram com que, à superação do regime autoritário, fosse eu convocado, primeiro, para a Procuradoria-Geral da República e, depois, para o Supremo Tribunal Federal, de modo a distanciar-me da militância política a que me acostumara desde os tempos colegiais. Não me libertei, no entanto, dos compromissos democráticos de minha formação. Feito magistrado, tenho participado da angústia de todo juiz comprometido com a construção da democracia pela falência do sistema judiciário e pela conseqüente incapacidade de juízes e tribunais em corresponder à multiplicação dramática da demanda de jurisdição, sendo essa uma faceta da democracia, porque a demanda de jurisdição cresce na razão direta do aprofundamento de uma consciência da cidadania e de uma libertação do medo. Sentimo-nos, os juízes comprometidos, também responsáveis pela frustração que neste campo a sociedade tem experimentado. Depois de um momento fulgurante de descoberta da Justiça como um espaço de afirmação da cidadania, rui por terra essa expectativa, pela incapacidade da máquina judiciária de responder a essas esperanças. Mas, devo confessar, se há um bálsamo para essa angústia, ele tem estado na Justiça Eleitoral. Repito uma vez mais que, entre tantos desalentos da nossa História republicana, a Justiça Eleitoral é uma instituição vitoriosa. Em meio às suas deficiências, típicas de um país pobre, e às resistências do status quo político, a Justiça Eleitoral, desde a sua criação, tem estado sempre na vanguarda do aperfeiçoamento do processo eleitoral brasileiro, sendo nesse início de milênio responsável por uma organização e uma prática eleitoral de um nível de excelência que, para o País, representa hoje a segurança de uma absoluta legitimidade formal de suas eleições. Claro, não confundo essa legitimidade formal, essa superação dos vícios formais do processo eleitoral, com a plenitude da realização democrática que, primeiro, é sempre um ideal a alcançar-se, e não uma obra acabada. De qualquer modo, o Brasil está longe de alcançá-Ia. Mais do que as nossas dívidas financeiras de toda sorte, a nossa mora - ou o que Norberto Bobbio chamou "as promessas não cumpridas da democracia" - é imensa, a começar pela exclusão social, pelos bolsões de miséria - com os quais temos de conviver - que, evidentemente, tornam a cidadania a cidadania para os grandes segmentos da população. Não tenho ilusões, a democracia formal que

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alcançamos, de cuja consolidação se tem dado mostras inegáveis nesses 15 anos da retomada do processo, não assegura - nem aqui nem em parte alguma -, por si só, a solução dos problemas estruturais, mas alimenta a esperança das revoluções silenciosas, qüinqüenais, graduais e lentas, que constituem a expectativa de um país mais justo. Para viabilizá-Ias há desafios de toda sorte, alguns dos quais tocam uma vez mais à Justiça Eleitoral. O maior dos quais é o de crescer em dinamismo e em eficácia, para enfrentar o grande desafio que permanece após a superação dos vícios formais do processo eleitoral: a contenção do abuso do poder econômico, ainda visível e inescondível no País, sobretudo nas pequenas eleições, como são as eleições proporcionais. De minha parte, eminentes ministros, senhoras e senhores, estou consciente de que as imensas vitórias da Justiça Eleitoral têm sido fruto sempre de um esforço plural deste Tribunal, da Procuradoria-Geral Eleitoral, do magnífico corpo de advogados atuantes nesta Casa, dos seus funcionários, dos Tribunais Eleitorais, dos juízes e dos membros do Ministério Público de todo o País. Por isso, não faz sentido nenhuma promessa pessoal de quem apenas cumpre o dever - nas regras informais, mas muito eficazes, do nosso rodízio - de assumir as responsabilidades da Presidência na personificação deste trabalho comum da Justiça Eleitoral brasileira. Apenas manifesto a esperança em um esforço comum que nos espera e explicito o compromisso que posso prestar: o de fidelidade a este gesto de amor que para mim representa a volta à Presidência do Tribunal Superior Eleitoral. No nome da eminente Ministra EUen Gracie e em meu próprio, agradeço as saudações generosas do Ministro Fernando Neves, cuja presença neste Tribunal é um testemunho eloqüente da minha velhice, porque o conheci de calças curtas, depois o recebi como estagiário em meu escritório, e hoje é colega: um colega a pedir esclarecimentos e a votar contra. Agradeço ao meu prezado amigo Procurador­Geral Geraldo Brindeiro, ao dedicado defensor público perante este Tribunal, e a meu velho e fraterno amigo destes 40 anos de Brasília, este notável advogado, Pedro Gordilho. Agradeço a presença rigorosamente espontânea das autoridades - em particular, dos três Tribunais Regionais Eleitorais -, com a qual honram o Tribunal; dos membros do Ministério Público; dos advogados -os de todos os dias e os outros que aqui vieram especular, nessa solenidade sem convites, em nome da amizade -; dos servidores da Casa, com cuja dedicação de cada um tenho a certeza de novamente poder contar; das senhoras e dos senhores.

Nada mais havendo a tratar foi enmM~s vinte horas e trinta e cinco minutos. E, para constar, eu, Fernando Maciel de Alencastro, Secretário, lavrei a presente ata que vai assinada pelo Senhor Ministro Presidente deste Tribunal.

Brasília,

-nistro SEPÚL VEDA PERTEIIJtE

Presidente

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