secretaria de desenvolvimento social, criança e juventude · fragilização de vínculos afetivos...
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Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social
Gerência de Projetos e CapacitaçãoCentro Universitário Tabosa de Almeida (ASCES-UNITA)
ATUALIZAÇÃO SOBRE
ESPECIFICIDADE, INTERFACES E
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA NO SUASCURSO
05
Facilitador(a): Brígida Taffarel
Lembrando: O ENFRENTAMENTO À POBREZA NO
BRASIL
1º MOMENTO: Proteção focada no trabalhador formal,
excluindo da rede de proteção social os trabalhadores
sem emprego ou empregados informais
2º MOMENTO: Constituição Federal (88) reconheceu
os direitos sociais de todos os cidadãos brasileiros e
tornou o Estado o responsável por garantir essesdireitos.
Assistência Social é colocada no campo de efetivação de
direitos e passa a ser uma política estratégica no
enfrentamento da pobreza = atua para prover mínimos
sociais de inclusão e para a universalização de direitos,
rompendo com sua tradição clientelista.(YAZBEK, 2012, p.304-305).
Regulada pela Lei Orgânica da Assistência Social, a
política de Assistência Social é responsável por
benefícios monetários, serviços socioassistenciais,
programas e projetos, e integra, com a política de
saúde e previdência social, a seguridade social.
“Art. 194. A seguridade social compreende um
conjunto integrado de ações de iniciativa dos
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência
e à assistência social.”
Três pilares da seguridade social
Previdência social:
• mecanismo público de proteção social e subsistência proporcionados mediante contribuição via mercado de trabalho forma
Assistência social:
• política social de proteção não contributiva aos demandantes e beneficiários
Saúde pública:
• espécie da seguridade social (por efeito da Constituição) destinada a promover a redução de risco de doenças e o acesso a serviços básicos de saúde e saneamento.
COMO FOI ESSE PERCURSO
1988
CF
1993
LOAS
2004
PNAS
2005
NOB
SUAS
2009
TIPIFICAÇÃO
4 ANOS
1 ANO
11 ANOS
5 ANOS
2010CENSO SUAS
1 ANO
2011LEI SUAS
1 ANO
1 ANO
2012NOB SUASPacto
1 ANO
2013PENEP
2011 BSM
“Pobres” são aqueles que, de modo temporário ou
permanente, não têm acesso a um mínimo de
bens e recursos, sendo excluídos em graus
diferenciados da riqueza social.
POBREZA
EXCLUSÃO
RIQUEZA
SOCIAL
O QUE CARACTERIZA A POBREZA NÃO É
APENAS A INSUFICIÊNCIA OU AUSÊNCIA DE
RENDA
...
DIZ RESPEITO TAMBÉM A PRIVAÇÃO DE
NECESSIDADES BÁSICA
PORTANTO,
A POBREZA TEM UM CARÁTER MULTIDIMENSIONAL.
SEGURANÇAS
AFIANÇADAS NA
PNAS
- A PNAS (2004) identifica as seguranças que
devem ser afiançadas para o enfrentamento destas
situações, integrando seu campo protetivo.
• SEGURANÇA DE ACOLHIDA;
• SEGURANÇA DE CONVÍVIO OU VIVÊNCIA
FAMILIAR
• SEGURANÇA DE RENDA
• SEGURANÇA DE AUTONOMIA.
SEGURANÇA DE APOIO E AUXÍLIO
SEGURANÇAS
AFIANÇADAS NA
PNAS
I - acolhida: Deve ofertar serviços e espaços de
curta, média e longa permanência que
contenham:
a) Condições de recepção;
b) Escuta profissional qualificada;
c) Repasse de informações e orientações;
d) Estabelecimento de referência e
contrarreferência;
e) Concessão de benefícios;
f) Aquisições materiais, econômicas, políticas,
culturais e sociais;
g) Abordagem em territórios de maior
vulnerabilidade e de incidência de situações
de risco;
SEGURANÇAS
AFIANÇADAS NA
PNAS
II - convívio ou vivência familiar,
comunitária e social: Oferta de serviços que
garantam oportunidades e ação profissional
para:
a) a construção, restauração e o
fortalecimento de laços de pertencimento,
de natureza geracional, intergeracional,
familiar, de vizinhança e interesses comuns
e societários;
b) O exercício capacitador e qualificador de
vínculos sociais e de projetos pessoais e
sociais de vida em sociedade.
SEGURANÇAS
AFIANÇADAS NA
PNAS
III - renda: Concessão de auxílios
financeiros e da concessão de benefícios
continuados, nos termos da lei, para
cidadãos não incluídos no sistema
contributivo de proteção social, que
apresentem vulnerabilidades decorrentes
do ciclo de vida e/ou incapacidade para a
vida independente e para o trabalho;
SEGURANÇAS
AFIANÇADAS NA
PNAS
IV - desenvolvimento de autonomia:
exige ações profissionais e sociais para:
a) o desenvolvimento de capacidades e
habilidades para o exercício do
protagonismo, da cidadania;
b) a conquista de melhores graus de
liberdade, respeito à dignidade
humana, protagonismo e certeza de
proteção social para o cidadão e a
cidadã, a família e a sociedade;
c) conquista de maior grau de
independência pessoal e qualidade,
nos laços sociais, para os cidadãos e
as cidadãs sob contingências e
vicissitudes.
SEGURANÇAS
AFIANÇADAS NA
PNAS
V - apoio e auxílio: quando sob riscos
circunstanciais, exige a oferta de
auxílios em bens materiais e em
pecúnia, em caráter transitório,
denominados de benefícios eventuais
para as famílias, seus membros e
indivíduos.
TERRITÓRIOLocal de efetivação da proteção social
SPOSATTIhttps://www.youtube.com/watch?v=6xXbp12-i1c(cont)
O QUE NÃO PODEMOS DEIXA DE
CONSIDERAR:
O território enquanto o chão do exercício
da cidadania, pois cidadania significa vida
ativa no território,onde se concretizam as
relações sociais, as relações de
vizinhança e solidariedade, as relações de
poder.
Território evidencia as desigualdades
sociais nas condições visto na diferença da
qualidade de vida entre moradores, a
presença/ausência dos serviços públicos e
dos acessos.
(KOGA, 2003, pg.33)
TERRITÓRIOLocal de efetivação
da proteção social
TERRITÓRIO
COMO PENSO O TERRITÓRIO?
QUAL AS MAIORES VULNERABILIDADES DO MEU MUNICÍPIO E QUAL QUE AÇÃO
PROTETIVA E PREVENTIVA PODE A PSB EXERCER?
A proteção social afiançada pela
política de assistência social:
- Observa a existência de formas
diferenciadas de desproteção que
demanda ações e equipamentos
públicos também diferenciados para
as ofertas de serviços e benefícios.
-Organiza-se em níveis de proteção:
Proteção Social Básica e Proteção
Social especial
OFERTA DAS
PROTEÇÕES
NO SUAS
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA (PSB)
Conjunto de serviços, programas, projetos, benefícios da assistência social que visa prevenir situações de Vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
Ações preventivas:
O termo ‘prevenir’ tem o significado de
“preparar; chegar antes de e tem como
exigência uma ação antecipada, baseada no
conhecimento do território, dos fenômenos e
suas características específicas (culturais,
sociais e econômicas) e das famílias e suas
histórias.
Ações protetiva:
Significa centrar esforços em intervenções que
visam amparar, apoiar, auxiliar, resguardar,
defender o acesso das famílias e seus
membros aos seus direitos.
Ações Proativas: Tomar iniciativa,
promover ações antecipadas ou
imediatas frente a situações de
vulnerabilidade e risco, não esperando
que a demanda bata a sua porta.
RESOLUÇÃO No. 109, DE 11 DE NOVEMBRO
DE 2009 Aprova a Tipificação Nacional de
Serviços Socioassistenciais
ORGANIZAÇÃO DA PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA
SERVIÇOS BENEFÍCIOS
PROGRAMAS
Vivem situação de vulnerabilidade social
decorrente da pobreza, privação (ausência
de renda, precário ou nulo acesso aos
serviços públicos, dentre outros) e/ou
fragilização de vínculos afetivos –
relacionais e de pertencimento social.”
Entender as vulnerabilidades a partir das
especificidades das relações individuais e
coletivas, e das características próprias
em cada território.
A quem se
destina a
Proteção
Social
Básica?
Os princípios e diretrizes da política de
assistência social, os eixos
estruturantes do SUAS estabelecidos
pela PNAS, o Plano Decenal do
SUAS, a Tipificação de Serviços
Socioassistenciais reconhecem as
múltiplas situações de vulnerabilidade
associadas a necessidades objetivas e
subjetivas
A importância de
conceituar o termo
VULNERABILIDADE
Caracterizada por situações de fragilidade
relacional ou social, destacando sua conexão
com as situações de “pobreza, privação
(ausência de renda, precário ou nulo acesso
aos serviços públicos, dentre outros) e, ou,
fragilização de vínculos afetivos – relacionais e
de pertencimento social (discriminações
etárias, étnicas, de gênero ou por deficiência,
entre outras).” (PNAS, 2004; pg. 33).
Vulnerabilidade
na PNAS
VULNERABILIDADES RELACIONAIS
CONFLITOS
PRECONCEITO DESCRIMINAÇÃO
ABANDONO
APARTAÇÃOCONFINAMENTO
ISOLAMENTO
VIOLÊNCIA
• famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade
• ciclos de vida• identidades estigmatizadas em termos étnico,
cultural e sexual• desvantagem pessoal resultante de deficiências • exclusão pela pobreza e, ou, no acesso às demais
políticas públicas• uso de substâncias psicoativas• diferentes formas de violência advinda do núcleo
familiar, grupos e indivíduos• inserção precária ou não inserção no mercado de
trabalho formal e informal• estratégias e alternativas diferenciadas de
sobrevivência que podem representar risco
Caracterizando
o Público da
PSB
A PNAS supera a fragmentação
expressa na abordagem por segmentos
(criança, adolescente, idoso, pessoa
com deficiência, população de rua,
dentre outros), ao definir como público
usuário da assistência social os
cidadãos e grupos que se encontram em
situações de vulnerabilidade e riscos.
Atenção!
• Construir respostas na ausência da proteção e na falta de acesso a serviços públicos, nas situações de abandono, agressões, produzindo garantia de direitos, ações de fortalecimento de vínculos, inserindo os indivíduos e famílias em serviços e/ou benefícios;
• Fortalecer relações de convívio e sociabilidade dos cidadãos, considerando seu cotidiano, sua história de vida, fragilidades e potencialidades;
• Assegurar a condição de acolhida, por meio de espaços de atenção, escuta, cuidados e momentos de reflexão;
• Promover o resgate de autonomia, protagonismo, projetos de vida, respeito e dignidade, para redução das fragilidades de vivência e sobrevivência - geradas muitas vezes por ausência de provimentos e aquisições;
• Reduzir e restaurar danos e riscos sociais e de vitimização, causadas por violência, discriminações, preconceitos e agressões (Caderno CapacitaSUAS2, 2013).
Foco dotrabalhador da PSB noatendimento
EXERCÍCIO
A partir do relato pensar quais os
desafios o caso ou a situação
vivenciada apresenta?
Pensar no enfretamento das
situações de forma articulada e
sistêmica.
O CRAS é a unidade pública municipal, de
base territorial, localizada em áreas com
maiores índices de vulnerabilidade e risco
social, destinada à articulação dos serviços
socioassistenciais no seu território de
abrangência e à prestação de serviços,
programas e projetos socioassistenciais de
proteção social básica às famílias (Loas,
2011, art. 6º-C)
O CRAS e a organização dos serviços socioassistenciais da PSB
FUNÇÕES
DO CRAS:
Identifica , Articula e
Referencia a rede de entidades e
organizações no território
Gestão territorial e gerenciamento dos
processos de forma articulada
É o agente responsável pela
promoção da articulação intersetorial,
conectando serviços das diferentes
políticas, buscando a convergência de
especialidades para uma intervenção no
território que vise à construção de fluxos
referenciados.
• Organizar, segundo orientações do gestor municipal ou do Distrito Federal de assistência social, reuniões periódicas com as instituições que compõem a rede, a fim de instituir a rotina de atendimento e acolhimento dos usuários.
• Organizar os encaminhamentos, fluxos de informações, procedimentos, estratégias de resposta às demandas.
• Traçar estratégias de fortalecimento das potencialidades do território.
• Avaliar os procedimentos, de modo a ajustá-los e aprimorá-los continuamente.
• Articular ações do SUAS e intersetoriais.
ATRIBUIÇÕES DO COORDENADOR DO CRAS
Embora o coordenador do CRAS tenha umpapel fundamental na gestão territorial, aequipe técnica também desempenha umaimportante função na articulação do PAIFcom os demais serviços, programas,projetos e benefícios da Proteção SocialBásica. São, o coordenador e a equipe,responsáveis por promover a integraçãodo PAIF com as ações presentes noterritório de abrangência ou no próprioCRAS por meio de reuniões sistemáticas,visitas às unidades, entre outrasestratégias.
Papel da Equipe
Técnica
CRAS:
• Atuar na perspectiva da prevenção de ocorrências e de reincidências
vigilância socioassistencial = identificar fatores que geram vulnerabilidade e risco.
Diagnóstico do território com demandas e potencialidades
Entretanto,
O CRAS é responsável pelo fornecimento de informações e dados
para o Órgão Gestor Municipal =
elaboração do Plano Municipal; o planejamento, monitoramento e avaliação dos serviços ofertados no CRAS; a alimentação dos Sistemas os processos de formação e qualificação da equipe de referência.
É necessário que o CRAS tenha estrutura física, coordenação e profissionais compatíveis com
as orientações específicas de cada serviço, para que possa ofertá-los adequadamente.
Suas equipes devem prestar informações e orientações para a população de sua área de
abrangência, ofertar as ações socioassistenciais de forma articulada com a rede de proteção
social local, visando à garantia dos direitos de cidadania à população da área de abrangência do CRAS, realizando inclusive a busca ativa aos
usuários ainda não identificados.
CRAS
Equipe de Referência CRAS(NOB RH)
Pequeno Porte I Pequeno Porte II Médio, Grande, Metrópole e DF
Até 2.500 famílias referenciadas
Até 3.500 famílias referenciadas
A cada 5.000 famílias referenciadas
2 técnicos de nível superior, sendo um
profissional assistente social e outro
preferencialmente psicólogo.
3 técnicos de nível superior, sendo dois
profissionais assistentes sociais e
preferencialmente um psicólogo.
4 técnicos de nível superior, sendo dois
profissionais assistentes sociais, um psicólogo e
um profissional que compõe o SUAS.
2 técnicos de nível médio 3 técnicos nível médio 4 técnicos de nível médio
RECURSOS HUMANOS:
RESOLUÇÃO Nº 9, DE 15 DE ABRIL DE 2014. Ratifica e reconhece as ocupações e as áreas de ocupações profissionais de ensino médio e fundamental do Sistema Único de Assistência Social – SUAS.
RESOLUÇÃO CNAS Nº 17, DE 20 DE JUNHO DE 2011.Ratificar a equipe– NOB-RH/SUAS e Reconhece as categorias profissionais de nível superior .
As funções do CRAS são distintas das
funções do órgão gestor da política de
assistência social. Os CRAS são unidades
locais que têm por atribuições a
organização da rede socioassistencial e
oferta de serviços da proteção social básica
em determinado território, enquanto o
órgão gestor da assistência tem por funções
a organização e a gestão do SUAS.
Atenção!
“É preciso destacar que a Assistência Social é responsável por ações de prevenção, de proteção
social e pelo provimento de um conjunto de garantias ou seguranças sociais que cubram, reduzam ou
previnam exclusões, riscos e vulnerabilidades sociais, (Sposati, 1995) bem como atendam às necessidades
emergentes ou permanentes decorrentes de problemas pessoais ou sociais de famílias e
indivíduos.”
“Essas garantias se efetivam pela construção de uma rede de proteção social: conjunto de programas,
projetos, serviços e benefícios voltados ao atendimento de necessidades sociais da população
usuária da assistência social.”
REDE
O termo rede sugere a ideia de articulação, conexão, vínculos, ações
complementares, relações horizontais entre parceiros, interdependência de
serviços para garantir a integralidade da atenção aos segmentos sociais
vulnerabilizados ou em situação de risco social e pessoal. [...] uma rede pode ser
o resultado do processo de agregação de várias organizações afins em torno
de um interesse comum, seja na prestação de serviços, seja na produção
de bens. (Guará, 1998).
REDE
• O trabalho em rede traduz um novo modelo para a atuação do Estado em conjunto com setores organizados da sociedade, numa perspectiva de “relacionamento inter-organizacional, para potencializar esforços, meios e informações que alcancem a integralidade e a completude de respostas devidas à população usuária ou potencialmente usuária dessas prestações” (Caderno Capacita SUAS 2, 2013, p. 88).
• Constituir uma rede em torno de uma política pública é, antes de qualquer coisa, uma decisão política na construção de um novo modelo de atuação integrada, de apoio recíproco.
• Exige um pacto entre gestores, técnicos, saberes, pessoas, serviços e instituições em sintonia com a realidade local, com o território de vivência, com sua cultura de organização social.
REDE
Perguntas Orientadoras:
Como são os CRAS nos municípios que vocês atuam? Eles tem mantido as condições essenciais para seu funcionamento (estruturas e equipes)? Ele tem cumprido suas funções em conformidade com as diretrizes do SUAS? Que serviços oferta? Existem dificuldades? Existem potencialidades? São necessárias mudanças?
Produzam uma caracterização que traga os elementos comuns. Podem indicar particularidades locais, sobretudo
boas práticas.Caracterização livre...
Exercício
Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e JuventudeSecretaria Executiva de Assistência Social
Gerência de Projetos e Capacitação
www.sigas.pe.gov.brE-mail: [email protected]
Telefone: 81 3183 0702
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