saúde para quem

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Analise de risco de adoecer e morrer determinado pelas desigualdades sociais. Reflexões sobre as desigualdades sociais e a saúde no Brasil. Stephani da Costa e Sousa Freire da Silva O capítulo Desigualdades sociais e saúde, retirado do livro “Tratado da saúde coletiva” de 2012, escrito pela Doutora em Medicina Preventiva Rita Barradas Barata (Editora Hucitec; 970 páginas; 171 reais), revisa conceitos e modelos de Determinação Social do processo saúde-doença e a contribuição brasileira no assunto estabelecendo relações com desigualdade social de saúde. No texto, autora faz uma análise de diversos estudos sobre o assunto e faz uma reflexão sobre o tema, analisando as necessidades e os vínculos existentes entre diversos modelos de condições de saúde e a vida, buscando relacionar essas condições com o risco de adoecer e morrer. É abordado que as desigualdades sociais de saúde não é um tema recente, mas que, segundo a autora, teve início no século XIX. Muitos estudos sobre as relações entre situação socioeconômica e saúde tem ressurgido, observando-se o tema pobreza e as análises comparativas entre ricos e pobres sob a nova ótica de exclusão social, ganhando espaço as investigações na perspectiva da iniquidade. Ela conceitua pobreza como sendo privações materiais e analisa as desigualdades sociais em saúde comparando a situação de saúde entre os estados do Sul e Sudeste com a

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Resenha critica

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Analise de risco de adoecer e morrer determinado pelas desigualdades sociais.Reflexes sobre as desigualdades sociais e a sade no Brasil.Stephani da Costa e Sousa Freire da Silva

O captulo Desigualdades sociais e sade, retirado do livro Tratado da sade coletiva de 2012, escrito pela Doutora em Medicina Preventiva Rita Barradas Barata (Editora Hucitec; 970 pginas; 171 reais), revisa conceitos e modelos de Determinao Social do processo sade-doena e a contribuio brasileira no assunto estabelecendo relaes com desigualdade social de sade. No texto, autora faz uma anlise de diversos estudos sobre o assunto e faz uma reflexo sobre o tema, analisando as necessidades e os vnculos existentes entre diversos modelos de condies de sade e a vida, buscando relacionar essas condies com o risco de adoecer e morrer. abordado que as desigualdades sociais de sade no um tema recente, mas que, segundo a autora, teve incio no sculo XIX. Muitos estudos sobre as relaes entre situao socioeconmica e sade tem ressurgido, observando-se o tema pobreza e as anlises comparativas entre ricos e pobres sob a nova tica de excluso social, ganhando espao as investigaes na perspectiva da iniquidade.Ela conceitua pobreza como sendo privaes materiais e analisa as desigualdades sociais em sade comparando a situao de sade entre os estados do Sul e Sudeste com a dos estados Norte e Nordeste, sendo a mortalidade infantil um indicador da situao de sade.A autora buscou citar diversas pesquisas realizadas com o referencial terico, na tentativa de expor a peculiaridade de cada formao social, que determina ajustes constantes nos diferentes modelos de operacionalizao e as dificuldades de conceituar de classes sociais para estudos na rea de sade. Analisando criticamente as diferentes concepes acerca das desigualdades em sade, a autora acredita que os termos desigualdade e iniquidade funcionem com sinnimas, incorporando uma ideia de repartio desigual produzida pelo prprio processo social, ou seja, a percepo de que o acesso a bens e servios e a um dado nvel de sade est fortemente determinado pela posio que os indivduos ocupam na organizao social. Para ela, em sociedades nas quais os valores de cooperao e solidariedade fossem dominantes, essas diferenas poderiam ter valor positivo e produtor de sade, enquanto nas sociedades onde predomina a explorao e a dominao, essas diferenas so negativas e produtoras de doenas. Ela divide as teorias sobre as causas das desigualdades em duas correntes principais: as que produzem uma explicao naturalizada das desigualdades e as que produzem uma explicao politizada, ou scio-histrica delas, focalizando as desigualdades sociais em dois grandes grupos: as que se referem ao estado de sade e ao perfil patolgico da populao e as que se referem a oferta, acesso e utilizao de servios de sade, sendo influencias pelas poltica nacional de sade e pela organizao dos servios.