saúde mental de trabalhadores vítimas de assédio moral · do assédio moral para a saúde mental...

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Psicologia.pt ISSN 1646-6977 Documento publicado em 29.04.2018 Daniella Teixeira do Nascimento 1 facebook.com/psicologia.pt SAÚDE MENTAL DE TRABALHADORES VÍTIMAS DE ASSÉDIO MORAL 2018 Daniella Teixeira do Nascimento Estudante de Bacharelado de Psicologia do Centro Universitário Jorge Amado (Brasil) E-mail de contato: [email protected] RESUMO O assédio moral no trabalho, situação de violência psicológica extrema, favorece o sofrimento psíquico, podendo levar ao adoecimento físico e/ou mental do trabalhador vítima. É uma prática que tem o propósito incessante de desqualificar, humilhar, diminuir e constranger a vítima. Este trabalho tem por objetivo analisar estudos empíricos sobre a saúde mental de trabalhadores que são vítimas do assédio moral, buscando estabelecer relações entre os efeitos para as vítimas e as categorias de trabalho que aparecem nos estudos, além da prevalência entre gêneros. O delineamento da pesquisa é a revisão sistemática de literatura, para a qual foram selecionados 14 artigos. A categoria trabalhista que mais prevalece nos estudos sobre os efeitos do assédio moral para a saúde mental do trabalhador é a de enfermeiros, e/ou técnicos de enfermagem e as mulheres são as maiores vítimas do fenômeno. O assédio moral pode trazer as mais diversas consequências para as vítimas, que vão desde a depressão, ansiedade, distúrbios do sono e digestivos, chegando, em casos extremos, ao suicídio. Palavras-chave: Assédio moral, saúde, trabalhador. Copyright © 2018. This work is licensed under the Creative Commons Attribution International License 4.0. https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/

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ISSN 1646-6977 Documento publicado em 29.04.2018

Daniella Teixeira do Nascimento 1 facebook.com/psicologia.pt

SAÚDE MENTAL DE TRABALHADORES

VÍTIMAS DE ASSÉDIO MORAL

2018

Daniella Teixeira do Nascimento

Estudante de Bacharelado de Psicologia do Centro Universitário Jorge Amado (Brasil)

E-mail de contato:

[email protected]

RESUMO

O assédio moral no trabalho, situação de violência psicológica extrema, favorece o

sofrimento psíquico, podendo levar ao adoecimento físico e/ou mental do trabalhador vítima. É

uma prática que tem o propósito incessante de desqualificar, humilhar, diminuir e constranger a

vítima. Este trabalho tem por objetivo analisar estudos empíricos sobre a saúde mental de

trabalhadores que são vítimas do assédio moral, buscando estabelecer relações entre os efeitos para

as vítimas e as categorias de trabalho que aparecem nos estudos, além da prevalência entre gêneros.

O delineamento da pesquisa é a revisão sistemática de literatura, para a qual foram selecionados

14 artigos. A categoria trabalhista que mais prevalece nos estudos sobre os efeitos do assédio moral

para a saúde mental do trabalhador é a de enfermeiros, e/ou técnicos de enfermagem e as mulheres

são as maiores vítimas do fenômeno. O assédio moral pode trazer as mais diversas consequências

para as vítimas, que vão desde a depressão, ansiedade, distúrbios do sono e digestivos, chegando,

em casos extremos, ao suicídio.

Palavras-chave: Assédio moral, saúde, trabalhador.

Copyright © 2018.

This work is licensed under the Creative Commons Attribution International License 4.0.

https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/

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1. INTRODUÇÃO

Nas sociedades capitalistas, o trabalho é representado por condições dualistas como

realização e insatisfação, construção da identidade e transformação do potencial humano em

valores de troca, manifestação e omissão da criatividade. Assim, as atividades laborais tanto podem

ser meio de progresso quanto fator determinante para problemas de saúde, dependendo da maneira

que essas atividades são realizadas (CODO; SAMPAIO, 1995). Nesse sentido, a prática do assédio

moral no trabalho, situação de violência psicológica extrema, favorece o sofrimento psíquico,

podendo levar ao adoecimento físico e/ou mental desse trabalhador (SOBOLL, 2014).

O assédio moral é um conjunto de atos hostis, que ocorre de forma constante e prolongada

(SOBOLL, 2008/2014). Ações abusivas direcionadas a outra pessoa por meio de comportamentos,

palavras, gestos ou atitude (HIRIGOYEN, 2010). Tem o propósito incessante de desqualificar

(HELOANI, 2005), humilhar, diminuir e constranger a vítima (FREITAS, 2007), atentando contra

a sua integridade física ou psíquica (HIRIGOYEN, 2010).

Para Hirigoyen (2010), o caráter repetitivo da ação dos ataques é um dos pontos cruciais a

ser considerado na identificação de uma situação envolvendo assédio moral. A autora destaca que

a gravidade não está nos ataques isolados. A constância e repetição dos atos de violência constitui

a agressão e produz um efeito traumático. Desse modo, a escritora chama a atenção para o cuidado

em não julgar agressões pontuais, situações de estresse, pressão no trabalho, de desentendimento

ou mesmo conflito velado, como assédio moral.

No que se refere à direção dos ataques, de acordo com sua origem, o assédio moral pode ser

identificado como assédio moral vertical (descendente e ascendente), assédio moral horizontal e

assédio moral misto. O assédio moral descendente ocorre a partir de ações de um funcionário de

nível mais elevado na escala hierárquica contra seus subordinados. No assédio moral ascendente,

modalidade mais rara, a perseguição parte dos subordinados contra um superior hierárquico, em

geral, nessa modalidade, o assédio acontece em grupos (SOBOLL; GOSDAL, 2009). O assédio

moral horizontal ocorre entre trabalhadores de mesmo nível de hierarquia e no assédio misto

pessoas de diversas hierarquias se unem para assediar um funcionário. (SOBOLL; GOSDAL,

2009).

As práticas de assédio moral podem decorrer tanto de relações interpessoais quanto do

incentivo ou tolerância das organizações. Nessa perspectiva, o fenômeno do assédio moral pode

ser classificado em interpessoal e organizacional (SOBOLL; GOSDAL, 2009).

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O conceito de assédio moral interpessoal (de pessoa para pessoa) coincide com a própria

definição de assédio moral (SOBOLL, 2014) e tem por característica ações constantes de

humilhação, destruição da identidade e isolamento, de modo a causar dano a uma ou algumas

pessoas específicas. (SOBOLL; GOSDAL, 2009). O uso do termo assédio moral é mais indicado

para representar situações que envolvem pessoalidade e má-intencionalidade (SOBOLL, 2008).

Já o assédio moral organizacional refere-se às relações entre o indivíduo e a organização ou

administração da empresa (SOBOLL, 2014). A instituição adota práticas de assédio como

estratégia de administração, de redução de gastos e/ou, para estimular o aumento da produção ou

ter mais controle sobre os funcionários (SOBOLL; GOSDAL, 2009). Nessa modalidade, o alvo é

generalizado e formado pela maioria ou toda equipe de trabalho, liderados para atingir um objetivo

ou meta da corporação (SOBOLL, 2014).

Contudo, Soboll e Gosdal (2009) destacam que, mesmo os casos de assédio que são

estritamente interpessoais, costumam se desenvolver por responsabilidade da empresa, que ao agir

de modo negligente ou de estímulo a tais práticas, colabora para que o fenômeno perdure. Heloani

(2005) afirma que quando as práticas organizacionais encorajam uma dose de perversão moral,

chega-se facilmente a um processo de assédio moral. No que diz respeito aos contextos que mais

favorecem a ocorrência do assédio moral, Hirigoyen (2010) assinala que apesar de não haver um

modelo de perfil psicológico para as vítimas, há sem dúvidas contextos em que as condutas

classificadas como assédio se desenvolvem mais facilmente. Cenários em que predominam um alto

nível de estresse e desorganização, instituições que ocultam práticas perversas individuais e que

utilizam da perversão em suas práticas de gestão.

Para Soboll e Gosdal (2009), ambientes de precarização do trabalho, que intensificam o

individualismo e a falta de solidariedade, colaboram para a ocorrência do assédio moral no

trabalho. Cenários em que a competição é exagerada, lugares onde a cultura e clima

organizacionais fortalecem as relações entre os indivíduos de forma desrespeitosa, apresentam-se

como contextos que favoráveis à prática (FREITAS, 2007). Relações laborais que ocorrem de

forma extremamente competitiva, consumista, sem respeito ao fazer do outro (BARRETTO;

HELOANI, 2015). Um local que promove relações de solidariedade e reconhecimento do outro

não permite condutas abusivas e hostis, assédio moral e sexual, bem como outras práticas de

violência no trabalho (SOBOLL; GOSDAL, 2009).

No que se refere às consequências do assédio moral no trabalho, Freitas (2007) advoga que

o fenômeno provoca danos de grandes proporções para a vida do trabalhador, por estar relacionado

ao mesmo tempo com fatores do âmbito individual, social e organizacional desse indivíduo. Soboll

e Gosdal (2009) consideram que o assédio moral não é um evento relacionado a vítimas e

agressores apenas. O assédio moral é um tema amplo e que desperta interesse de estudo por

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diversas áreas, dentre elas a psicologia, que busca explorar em suas pesquisas os possíveis impactos

do assédio moral para a saúde mental dos trabalhadores.

Hirigoyen (2010), ao abordar as consequências específicas do processo de assédio moral,

cita fatores como depressão, distúrbios psicossomáticos, vergonha e humilhação, perda do sentido

e modificações psíquicas. Freitas (2007) aponta que pesquisas realizadas no Brasil e na Europa

trazem como resultados altos índices de problemas relacionados às tentativas de suicídio, depressão

e pensamentos de autodestruição entre as vítimas do assédio moral.

Na atualidade, a discussão sobre assédio moral vem ganhando destaque, uma vez que o

fenômeno se intensifica e cresce cada vez mais nos cenários de trabalho onde as relações são

permeadas pela falta de respeito, que favorecem as práticas de violência contra o empregado. Ante

o exposto e pela relevância do tema para a sociedade, refletiu-se acerca da necessidade de

desenvolver esse estudo, cujo direcionamento está voltado para as seguintes questões norteadoras:

Em que categoria de trabalho é maior a incidência do assédio? As situações de violência moral

ocorrem de forma igual entre os gêneros? Quais são as consequências negativas para a saúde física

e psíquica que mais aparecem nas pesquisas? A que categorias de trabalho estão mais relacionadas?

Sendo o assédio moral uma violência extrema, e, portanto, em muitos casos, difícil de se abordar,

pois podem trazer à tona sensações desagradáveis, quais os critérios de inclusão e a forma de acesso

aos participantes que as pesquisas utilizam? Buscando responder a tais questionamentos, elaborou-

se esse estudo que tem por objetivo analisar as produções científicas sobre a saúde mental de

trabalhadores que são vítimas do assédio moral, buscando estabelecer relações entre os efeitos para

a vítima e as categorias de trabalho que aparecem nos estudos.

O trabalho não é apenas uma maneira de subsistência para o ser humano. É, antes de tudo,

produtor de sentido e significado para a vida das pessoas. A motivação para a escolha do tema está

ligada às práticas de Estágio Supervisionado Profissionalizante em Psicologia das Organizações,

já que uma das atribuições do psicólogo é agir promovendo saúde e bem-estar, nesse caso, no

ambiente laboral. Dessa forma, é de suma importância, conhecer mais sobre essa temática crescente

no mundo do trabalho, de modo a poder desenvolver estratégias de combate, prevenção e

conscientização contra esse fenômeno que pode provocar danos graves à saúde das suas vítimas.

Este trabalho possui uma estrutura dividida em: introdução, composta pelo conceito de

assédio moral, as características do fenômeno, os tipos, os fatores que contribuem para a ocorrência

e as consequências para a vida do trabalhador; além da justificativa e o objetivo da pesquisa. Logo

em seguida, o percurso metodológico que explica o processo de construção do estudo, a análise e

discussão dos dados retirados dos artigos selecionados para a produção, e por fim, as considerações

finais.

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2. MÉTODO

Essa pesquisa foi desenvolvida no modelo de delineamento denominado revisão sistemática

de literatura. A procura dos artigos ocorreu através da consulta às bases de dados da Scientific

Eletronic Library Only (SciELO) Brasil, Portugal e Espanha, Periódicos Eletrônicos de Psicologia

(PePSIC), Literatura Latino Americana em Ciências da Saúde (LILACS), Red de Revistas

Científicas da América Latina Y el Caribe, Espanha e Portugal (REDALYC) e da Base de Dados

EBSCO, nos meses de julho e agosto de 2017.

Foram utilizadas as seguintes palavras-chave: assédio, moral, saúde e trabalhador. Os termos

assédio AND moral, assédio AND saúde, assédio AND trabalhador foram cruzados entre si, com

o objetivo de delimitar a pesquisa às produções que apresentassem os descritores selecionados.

Para definição da amostra estudada, adotou-se os critérios de inclusão: delimitação temporal

(publicações entre 2006 e 2017), artigos em versão completa disponível digitalmente, publicado

em língua portuguesa ou espanhola e referentes a pesquisas empíricas. Foram excluídos artigos de

revisão de literatura, bem como estudos que, ao analisar os resumos notou-se que não abordavam

acerca da temática proposta. Assim, na base da SciELO foram encontrados 38 artigos, na PePSIC

17 pesquisas, 47 produções na LILACS, 36 artigos na Base de Dados EBSCO, totalizando 196

estudos sobre a temática assédio moral. Inicialmente foram retirados 86 artigos com repetição e 18

estudos após análise dos títulos. Em seguida, ao fazer a leitura dos resumos, excluiu-se 71

produções. Por fim, depois da verificação dos resultados, eliminou-se 7 trabalhos, restando 14

artigos para estudo, conforme tabela abaixo:

Tabela 1 – Identificação e seleção dos artigos para revisão sistemática sobre a saúde mental de

trabalhadores vítimas de assédio moral

Bases de dados SciELO PePSIC LILACS REDALYC Base de dados

EBSCO TOTAL

Quantidade de

artigos 38 17 47 58 36 196

Artigos repetidos Excluídos após leitura dos títulos Excluídos após leitura dos resumos Excluídos após leitura dos

resultados

86 18 71 7

Total de artigos selecionados para estudo

14

Fonte: Base de dados consultadas para a seleção do material a ser analisado

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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise dos principais instrumentos utilizados nas produções ocorreu por meio da

elaboração de um quadro contendo as seguintes informações: título do artigo, autor, ano de

publicação, a abordagem utilizada, meio de coleta de dados, o tipo de estudo e a técnica de análise

de dados, conforme apresentado no quadro 1:

QUADRO 1 – Principais instrumentos utilizados na elaboração e produção dos artigos

Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos dos artigos

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Os estudos mostram prevalência da abordagem qualitativa, modalidade utilizada nas

pesquisas em que a coleta de dados é feita por meio de interações sociais, em que o pesquisador

analisa de forma subjetiva, tipo de pesquisa que se preocupa com o fenômeno, que é a interpretação

particular do fato (MARTINS; BICUDO, 1989 apud APPOLINÁRIO, 2011). O tipo de estudo

que mais aparece nos artigos é o exploratório, que tem por objetivo aumentar a compreensão de

um fenômeno ainda pouco conhecido ou de uma pesquisa que apresente um problema ainda pouco

delineado (APPOLINÁRIO, 2011) e a entrevista semiestruturada foi identificada como meio de

coleta de dados mais utilizado. No que diz respeito à técnica de análise dos resultados dos artigos,

nota-se a prevalência de artigos que utilizaram a análise de conteúdo, na qual os elementos da

comunicação são identificados, numerados e categorizados, sendo analisados posteriormente de

acordo com uma teoria específica. Com relação ao ano, 2012 aparece com o maior número de

publicações, a produção mais antiga é de 2008, sendo que não foram encontradas publicações que

se enquadrem nos critérios de inclusão referentes aos anos de 2006 e 2007. As duas publicações

mais atuais correspondem ao ano de 2017, o que demonstra a relevância e constantes atualizações

sobre a temática. Os artigos (NUNES; TOLFO, 2015) e (NUNES; TOLFO, 2012) pertencem aos

mesmos autores e possuem semelhanças com relação ao público alvo da pesquisa, ao tipo de estudo

escolhido, ao meio de coleta de dados e à técnica de análise do conteúdo, diferenciando-se apenas

com relação ao tamanho da amostra a ser estudada.

O método de seleção dos participantes ocorreu, em sua maioria, através do estabelecimento

dos critérios de inclusão que atribuíam características para a participação da população a ser

estudada, conforme consta no quadro 2:

Os artigos (NUNES; TOLFO, 2015 e NUNES; TOLFO, 2012) utilizaram do envio de

questionários por e-mail e comunicação através dos sindicatos, além de entrevistas com

participantes que se disponibilizaram a participar da pesquisa, aspecto que merece destaque, já que

o número de participantes da entrevista foi significativamente menor. Dessa forma, uma pergunta

que pode ser feita é se essa quantidade mínima pode estar ligada ao fato do desconforto em falar

sobre o fenômeno, já que provoca na vítima diversas sensações desagradáveis.

Outra observação que merece destaque é que dentre os estudos, o que diz respeito ao artigo

(JACOBY, 2019), os dois participantes se propuseram a participar do estudo por se considerarem

vítimas de assédio moral, o que vai de encontro à hipótese levantada anteriormente sobre a evitação

em falar sobre o assédio moral por ser algo desagradável. Os estudos qualitativos ocorreram com

um número pequeno de participantes, podendo-se atribuir essa pequena amostra à escolha do tipo

de estudo, que analisa o fenômeno de forma subjetiva. Uma das técnicas utilizadas foi o de “bola

de neve” (artigo ANTUNES; CARLOTTO; STREY, 2012), feito com populações escondidas ou

de difícil acesso.

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QUADRO 2 – Método de seleção dos participantes para estudo

Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos dos artigos

Código METODO DE SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES

1

Através de critérios de inclusão: ser enfermeiro atuante no Hospital durante a realização da coleta de

dados, isto é, não estar na viência de licença médica, férias ou outros afastamentos; possuir, no

minimo três anos de serviços prestados no hospital; e ter vivenciado o assédio moral no ambinete de

trabalho nos últimos três anos.

2Não aleatorio. Todos agentes comunitários de São Luis foram convidados. Os que compareceram

participaram do estudo.

3 Amostragem por redes Número de participantes foi condicionado pela saturação da informação.

4

Seleção por critérios: Atuar há, pelo menos, um ano na referida unidade; estar em atividade

profissional durante o período da coleta de dados e ter disponibilidade e interesse em participar da

pesquisa.

5

Amostragem não probalística. Amostra eleita por acessibilidade. Critérios de inclusão: estar exercendo

atividades no distrito sanitário referenciado, no momento da coleta de dados apresentar no minimo,

seis meses de atuação proffissional; aceitar participar da pesquisa.

6Divulgação de questionário on-line por e-mail e também por comunicação dos sindicatos de cada

classe. Entrevista com os sujeitos que se disponibilizaram ao responderem o questionário.

7

Trabalhadores que buscavam recolocação no mercado de trabalho por meio de uma agência de

emprego, situada em uma cidade da região metropolitana de Porto Alegre. Critérios de inclusão: ter

vivenciado, por mais de seis meses, situações consideradas, por eles, como assédio moral.

8

Técnica de amostragem "bola de neve". Usado em estudos qualitativos em populações escondidas

ou de difícil acesso. O acesso a tais populações requer o conhecimento de pessoas que possam

localizar indivíduos de interesse da pesquisa. Contato inicial via telefone e entrevistas agendadas em

local que mais lhes conviesse.

9

Respondentes de questionário on-line divulgado por e-mail or um setor de divulgação da organização,

da instituição, comunicação pelos sindicatos de cada classe e tambbém por mensagens encaminhadas

pelos pesquisadores.

10Técnica de indicações sucessivas entre os participantes (bola de neve), em que para cada

entrevistado peguntava-se se poderia indicar algum conhecido para participar da pesquisa.

11Operários acometidos por LER/DORT que voltaram ao trabalho, que estavam em tratamento,

pertencentes a uma mesma empresa do ramo calçadista.

12 Participação voluntária e anônima.

13Os participantes se propuseram a participar do estudo, porque consideravam estar sendo vítimas de

alguma situação de assédio moral.

14

Processo de amostragem em três tempos. Os estabelecimentos de saúde foram estratifcados em

grupos. Para estes grupos , calculou-se o numero de profissionais de saúde de cada estabelecimento

e dividu--se em três grupos. A distribuição da amostra foi feita da seguinte maneira: cada

estabelecmento enviou uma lista de trabalhadores, incluindo o local de trabalho e a categoria

profissional.

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No que diz respeito aos dados sociodemográficos, a análise foi feita utilizando os critérios:

gênero dos participantes, categoria de trabalho/ função, tipo de empresa, segmento de atuação e o

local em que os estudos foram realizados, conforme apresentado mais adiante, no quadro 3.

QUADRO 3 – Dados sociodemográficos dos artigos selecionados para estudo.

Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos dos artigos

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O sexo feminino aparece em maior número nos resultados dos estudos sobre vítimas de

assédio moral, com destaque para os artigos (MESQUITA, 2017), (SILVA et al, 2015), e

(XAVIER et al, 2008) que apresentam uma diferença significativa no que diz respeito à violência

ao gênero. Na produção de (ANTUNES; CARLOTTO; STREY, 2012) o total da população

pesquisada é de mulheres. Ao falar dos resultados de seus estudos, Hirigoyen (2010) cita que há

uma grande diferença entre a distribuição dos sexos em relação à ocorrência de assédio: 70% de

mulheres contra 30% de homens. Segundo a autora, o resultado de sua pesquisa está de acordo

com o trabalho de Dr. Chiaroni, realizada na região de PACA (Provença-Alves-Costa Azul) com

auxílio de médicos do trabalho, que apresentou o resultado de 73% de mulheres. Já Béatrice Seiler

e a associação Mots pour Maux au Travail, em Estrasburgo, encontraram resultados diferentes em

seus estudos: 43,5% de mulheres assediadas contra 56,5% dos homens. Assim como os trabalhos

de Heinz Leymann, na Suécia, com os resultados de 55% para as mulheres e 45% para homens, o

que não constitui um afastamento significativo no que diz respeito ao ponto de vista estatístico.

Dessa forma, atribui tais porcentagens ao contexto sociocultural em que, nos países latinos, o

machismo impera e na Alemanha e países Escadinavos há uma preocupação com a igualdade de

oportunidades entre ambos os sexos. Na América Latina e em países como a Itália e Espanha,

muitos homens acreditam que a cada mulher que trabalha é responsável por desempregar um

homem. (HIRIGOYEN, 2010).

Entretanto, diferente do que foi exposto anteriormente com dados da literatura, o artigo

(SILVA; OLIVEIRA; SOUZA, 2011), em que a população de estudo refere-se a operários de uma

fábrica em Campina Grande, apresenta em seus resultados o sexo masculino tendo o maior número

de vítimas do assédio moral. O equivalente a 80% dos entrevistados homens e 20% de mulheres.

Uma pergunta que pode ser feita é se esse resultado é proveniente de uma maior contratação do

sexo masculino, já que o tipo de trabalho requer uma força braçal e a empresa pode realizar uma

divisão do trabalho por gênero. Também, no artigo (VERGEL; RODRIGUEZ, 2011) os homens

aparecem como maiores vítimas. Porém, não há um afastamento significativo, já que os resultados

são de 54% homens e 46% mulheres.

Segundo Coutinho, [200?], em publicação no site da OIT (Organização Internacional do

Trabalho), as mulheres são as maiores vítimas do assédio moral por conta das relações de gênero

presentes no mundo do trabalho. Relação de desigualdade e constante desvalorização. Para

Hirigoyen (2010), o sexo feminino está mais sujeito às situações de assédio e sua ocorrência

acontece de maneira diferente dos homens. Muitas situações onde as mulheres são vítimas ocorrem

de forma machista ou sexista, sendo, portanto, o assédio sexual uma evolução do assédio moral.

Os dois fenômenos têm por característica a humilhação e pensamento de que o outro é um objeto

disponível. A intenção na humilhação é atingir o íntimo e isso também acontece quando se trata de

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sexo. A agressão perdura quando é quase imperceptível e uma atmosfera sexista e hostil é muito

difícil de vir à tona.

Com relação ao tipo de empresa, o setor público se destaca como o que mais aparece nas

pesquisas sobre assédio moral. Segundo o Conselho Nacional do Ministério Público (2016), na

administração pública, algumas características tornam o ambiente mais propício à ocorrência de

assédio moral, tais como: a existência de uma estrutura hierarquizada, o excesso de burocracia,

falta de compromisso, alta competitividade e a existência de uma regulamentação insuficiente. A

Comissão de Combate ao Assédio Moral (2008) destaca o seguinte: já que não possuem o poder

de demitir, os chefes, que muitas vezes não são nomeados por competência, e sim por relações de

parentesco ou amizade, perseguem, humilham e sobrecarregam o trabalhador com tarefas sem

utilidade.

A categoria trabalhista que mais prevalece nos estudos é a de enfermeiros, e/ou técnicos de

enfermagem. Leite (2012) aponta que na área da enfermagem algumas condições e características

favorecem a ocorrência do assédio moral: longas jornadas, turnos desgastantes de trabalho, riscos

de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho, multiplicidade e funções acumuladas, além do

controle por parte das chefias, dentre outras. Diferentemente do resultado desses estudos, o

Sindicato dos Bancários e Financiários do Estado de São Paulo, Osasco e Região [200?] advoga

que os bancários estão entre as principais vítimas de assédio moral, já que há uma constante pressão

dos bancos no cumprimento de metas abusivas e produtividade. Situações que ocorre com a metade

dos brasileiros que trabalham em bancos. Citando pesquisa feita em 2006 pela Confederação

Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), tem-se por resultado que cerca

de 40% dos bancários já sofreram assédio moral no trabalho, problema que tem refletido na saúde

dos empregados. De acordo com o Ministério Publico do Trabalho (2013), a evolução para um

patamar de imediatidade, que permite rapidez das transações financeiras, trouxe aos correntistas a

circulação de riquezas e, para os bancários, exigências no incremento de suas funções.

O setor bancário possui algumas características que propiciam a ocorrência de assédio moral.

São elas: estrutura hierarquizada, forte pressão por metas, metas impostas que não consideram a

situação econômica conjutural/estrutural, a baixa importância para a empresa da relação

profissional/cliente, tratamento hostil que funcionários convalescentes recebem de gestores e de

colegas, dentre outras (MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO, 2013).

No que se refere ao local, a Paraíba é o estado que mais aparece nas pesquisas. Há também

uma publicação de estudo no estado do Ceará e uma no Maranhão, destacando dessa forma, o

Nordeste como a região que aparece com o maior número de publicações. Vale pontuar que duas

pesquisas são de publicações de países da Europa (Espanha e Portugal).

Os principais dados dos resultados encontrados nos estudos foram categorizados por eixos

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temáticos e divididos em consequências psicossomáticas e consequências psíquicas, conforme

apresentado no quadro 4 mais adiante.

QUADRO 4 – Resultados dos estudos da relação assédio moral e saúde mental divididos por eixos

temáticos

Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos dos artigos

Nos estudos de Hirigoyen (2010), os distúrbios psicossomáticos foram encontrados em 52%

dos casos. A autora aborda que esses transtornos, após algum tempo de assédio, passam quase

sempre ao primeiro plano, seu desenvolvimento é impressionante e acontece de forma

impressionante e grave. “O corpo registra a agressão antes do cérebro, que se recusa a enxergar o

que não entendeu. Mais tarde, o corpo acusará o traumatismo, e os sintomas correm o risco de

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prosseguir sob a forma de estresse pós-traumático” (p.161). Assim, ocorrem em forma de

distúrbios digestivos (gastrites, colites, úlceras, de estômago), emagrecimentos intensos ou então

aumento de peso de forma muito rápida, distúrbios endocrinológicos (problemas de tireoide,

menstruais), vertigens, doenças de pele, indisposições, hipertensão arterial descontrolada, mesmo

sobre tratamento. Os resultados dos artigos analisados mostram a prevalência de problemas

relacionados a distúrbios do sono/insônia em enfermeiros, em servidores docentes técnico-

administrativos e em vendedores. Já as perturbações relacionadas ao aparelho digestivo (vômitos,

úlceras nervosas, problemas estomacais) também estão mais relacionadas aos profissionais de

enfermagem (TEIXEIRA; FERREIRA; BORGES, 2016 e ANDRADE et al., 2015), bem como aos

vendedores (ANTUNES; CARLOTTO; STREY, 2012) e JACOBY, 2009). As consequências

como fadiga, cansaço extremo e estafa, nos estudos, aparecem relacionados apenas aos enfermeiros

e servidores docentes e servidores técnicos administrativos. As dores de cabeça apareceram nos

estudos (NUNES; TOLFO, 2015) e (NUNES; TOLFO, 2012), ambos referentes aos servidores

docentes, assim como as dores musculares, aumento de peso e dores no peito. A pneumonia surgiu

como problema de saúde para vendedor e advogado (JACOBY, 2009).

No que diz respeito às desordens psíquicas, a depressão prevalece nos resultados dos estudos

(HAGOPIAN; FREITAS; BAPTISTA, 2017), (ANDRADE et al., 2015), NUNES; TOLFO, 2015),

(SCUR; CARLOTTO, 2012), (ANTUNES; CARLOTTO; STREY, 2012), (NUNES; TOLFO,

2012), (SOARES; VILLELA, 2012) e (JACOBY, 2009). Para Hirigoyen (2010), nos casos em que

o assédio moral se prolonga por mais tempo, pode haver a permanência de um estado depressivo

mais forte. É importante que se esteja atento aos estados depressivos, pois há grave risco de

suicídio. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual do Ceará (2009), o

trabalhador humilhado desenvolve depressão, angústia, conflitos internos, dentre outros, já que a

humilhação apresenta-se como uma das formas mais poderosas de violência sutil nas organizações.

A ansiedade aparece nos artigos em que o público alvo é composto por agentes comunitários

de saúde, enfermeiros, servidores docentes e servidores técnicos administrativos (MESQUITA,

2017), (SILVA, 2015), (NUNES; TOLFO, 2012) e (JACOBY, 2009). O estresse está presente nas

pesquisas com agentes comunitários de saúde, enfermeiros, técnico auxiliar administrativo, técnico

em equipamentos, secretária executiva, gerência, auxiliar de Rh, estagiária de arquitetura. Aspectos

como sofrimento mental, sofrimento e medo e memórias perturbadoras apareceram nos agentes

comunitários de saúde, operários e profissionais de saúde, respectivamente.

Voltando à questão da relação de acordo com o gênero, o Sindicato dos Trabalhadores no

Serviço Público Estadual do Ceará (2009) aborda que quando humilhado o trabalhador passa a

vivenciar depressão, angústia, distúrbios relacionados ao sono, sentimentos confusos, além de

conflitos internos. Independentemente do sexo, as relações são a base do ser humano, porém nas

situações de constrangimento e humilhação as manifestações ocorrem de forma diferenciada. As

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mulheres são mais humilhadas e expressam a indignação com choro, tristeza e ressentimento. Os

homens se revoltam, se sentem desonrados e com vontade de vingar-se; isolam-se da família e

amigos passando a conviver com depressão, distúrbios do sono, tremores, palpitações, hipertensão,

dores generalizadas, alteração da libido, dentre outras.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O assédio moral é tema que vem sendo estudado há décadas e cada vez mais possui

notoriedade e debates sobre sua ocorrência nas organizações. O fenômeno é considerado uma

violência sutil, muitas vezes silenciosa e invisível, embora suas consequências e efeitos possam

ser severos a ponto de degradar o clima e as condições de trabalho da vítima, bem como levar ao

adoecimento físico e/ou mental desse trabalhador,

Este trabalho é uma revisão sistemática de literatura, que teve por objetivo fazer um

mapeamento sobre as relações existentes entre o assédio moral e as classes de trabalho encontradas

nos estudos, bem como analisar a incidência do fenômeno sobre as categorias de gênero dos

participantes. Nota-se que o assédio moral está bastante presente nos contextos dos profissionais

de saúde, sobretudo os da área de enfermagem, grupo com maior número em pesquisas sobre o

tema. Porém, vale ressaltar, que alguns órgãos representantes dos direitos dos trabalhadores,

defendem que os bancários são a categoria que mais sofre assédio no trabalho. Dessa forma, nota-

se a necessidade de mais estudos voltados à classe bancária, de modo esclarecer como essas

relações se estruturam e os meios para prevenção e combate.

Nesse sentido, o papel do Psicólogo Organizacional é de grande importância, já que pode

atuar sobre os problemas ligados à gestão de Recursos Humanos e relações interpessoais entre os

colaboradores e gestores, além de promover ações constantes de educação dos líderes e dos

trabalhadores, campanhas de divulgação, de modo a revelar e prevenir o fenômeno. Assim, esse

profissional tem a função de difundir normas de adequado comportamento social na organização

por meio da criação de grupos de discussão e a capacitação dos profissionais responsáveis pela

área de recursos humanos.

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