saúde mental cartilha sobre residencias terapeuticas

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As ResidênciAs TeRApêuTicAs no Município do Rio de JAneiRo:

hAbiTAndo A cAsA, A cidAde e A vidA

Série E. Comunicação e Educação em Saúde

SMS2014

FichA TécnicAprefeito da cidade do Rio de Janeiro

Eduardo Paes

secretário Municipal de saúdeHans Fernando Rocha Dohmann

subsecretário de Atenção hospitalar, urgência e emergênciaJoão Luiz Ferreira Costa

superintendente de saúde MentalLeonardo Araújo de Souza

coordenação Geral

coordenação Técnica

Revisão Final

Autores

Projeto GráficoAssessoria de Comunicação – SMS/RJ

escultura da capaArlindo Oliveira da Silva Filho

FotografiaRaphael Vaz Rocha

colaboraçãoCatarine Venas Rodrigues

AGRAdeciMenTos

Aos cAps, por suas direções e equipes que, gradualmente, acolheram a proposta de gestão territorial das Residências Terapêuticas.

Aos coordenadores dos segmentos, acompanhantes terapêuticos e cuidadores das Residências Terapêuticas do Município do Rio de Janeiro, pela disponibilidade temporal e afetiva, e pela integralidade de suas ações de cuidado no cotidiano do morar, da cidade, enfim, da vida em movimento. Todos vocês são co-autores desta história e desta publicação.

À ApAcoJuM (Associação de saúde Mental Juliano Moreira), pela parceria na sustentação desta política.

Aos inúmeros parceiros invisíveis que compõem esta história: proprietários das casas locadas, vizinhos, síndicos e tantos outros.

Por fim, aos queridos moradores das Residências Terapêuticas e Moradias Assistidas, nossa retratação pelos tantos anos de institucionalização sem indicação técnica e consequente privação da “vida como ela é”. Vocês são a razão de existência das Residências Terapêuticas.

Rita de Cássia Ferreira Silverio Maria Luiza Silveira de Andrade

Leonardo Araújo de Souza Pilar Belmonte

Rosemary Gomes

Carolina Bragança Sobreira Dayse Machado D’Almeida

Erínia Maria BelchiorJanaína Santos de Souto

Joana Vieira CuryLuciana Soares de Medeiros

Marcela DiasPatrícia LobatoRegina Cibele Serra dos Santos JacintoRenata Alves Abrunhosa Renata Estrella Rita de Cássia Ferreira Silverio

Rio de Janeiro. Secretaria Municipal de Saúde. Subsecretaria de Atenção Hospitalar, Urgência e Emergência. Superintendência de Saúde Mental. As Residências Terapêuticas no Município do Rio de Janeiro: habitando a casa, a cidade e a vida. – Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Saúde, 2014 (Série E. Comunicação e educação em Saúde)28 p.ISBN 978-85-86074-42-41. Saúde Mental. 2. Residências Terapêuticas 3. Desospitalização. I. Título. II. Série.

CDU 614.2+159.9

Catalogação na fonte – Núcleo de Publicações e Memória SMS/SUBPAV

Catarina Magalhães DahlJoão Vinicius dos Santos Dias

Mariana AbreuPilar Belmonte

Julia Torres

suMÁRio

ApResenTAção ....................................................................................................... 8

o que é ReFoRMA psiquiÁTRicA? ....................................................................... 10

o que são ResidênciAs TeRApêuTicAs? ............................................................ 11

quAis As Leis e poRTARiAs que AMpARAM o pRocesso de desinsTiTucionALizAção? ................................................................................. 12

A queM se desTinAM As ResidênciAs TeRApêuTicAs? ................................... 13

coMo suRGiRAM As ResidênciAs TeRApêuTicAs no Município do Rio de JAneiRo? ................................................................................................................. 14

quAis As ResidênciAs TeRApêuTicAs JÁ iMpLAnTAdAs no Município? ...... 15

RT do cAps iii Maria do socorro santos – Ap 2.1 .................................................. 16

RTs do cAps ueRJ – Ap. 2.2 ................................................................................... 16

RTs do cAps iii João Ferreira Filho – Ap 3.1 ........................................................... 16

RT do cAps Fernando diniz – Ap 3.1 ..................................................................... 16

RT do cAps clarice Lispector – Ap 3.2 ................................................................... 16

RT do cAps espaço Aberto ao Tempo – Ap 3.2 ...................................................... 17

RT do cAps Torquato neto – Ap 3.2 ..................................................................... 17

RT do CAPS Linda Batista – AP 3.3 ........................................................................ 17

RTs do cAps Rubens corrêa – Ap 3.3 .................................................................... 17

RTs do cAps Arthur bispo do Rosário – Ap 4.0 ...................................................... 17

RT do cAps Lima barreto – Ap 5.1 ........................................................................ 18

RT do cAps pedro pellegrino – Ap 5.2 ................................................................... 18

RT do CAPS Profeta Gentileza – AP 5.2 .................................................................. 18

RT do cAps simão bacamarte – Ap 5.3 ................................................................. 18

o que TeMos A dizeR sobRe o TRAbALho dAs equipes de seGMenTo? ....... 19

A FiM de não concLuiR... ................................................................................... 21

bibLioGRAFiA ......................................................................................................... 22

Anexos .................................................................................................................... 24

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ApResenTAção

Esta publicação começou a ser elaborada em meados de 2011, a partir da solicitação de alguns acompanhantes terapêuticos por material escrito que pudesse ser adjuvante ao processo de conversação com o público leigo do território de inserção de cada uma das Residências Terapêuticas. A implanta-ção e a manutenção destes dispositivos de moradia na cidade têm proporcio-nado maior visibilidade ao trabalho de desinstitucionalização em curso. Além disso, essas ações serviram de subsídio à construção de outro olhar para as pessoas em sofrimento psíquico, longamente institucionalizadas e que, há aproximadamente uma década e meia, têm a oportunidade de resgate de sua cidadania. Destarte, esta publicação não se pretende técnica, nem tam-pouco intenta esgotar as possibilidades de aprofundamento sobre a temática dos Serviços Residenciais Terapêuticos, do Acompanhamento Terapêutico, da desinstitucionalização, e de outros temas caros ao campo, e que podem ser encontrados em diversas produções teóricas.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro vem desenvolvendo, no âmbito da Saúde Mental, reconhecido trabalho de substituição do modelo asilar centrado nos hospitais psiquiátricos, pelo cuidado comunitário. Os Serviços Residenciais Terapêuticos1 ingressam, neste contexto, como im-portante aliado ao processo de desinstitucionalização, vindo somar-se aos CAPS em sua lógica de serviços substitutivos, constituindo-se alternativa possível e significativa de saída para o numeroso contingente de pacientes institucionalizados nos hospitais psiquiátricos, muitos deles desprovidos de vínculos sociais e familiares sólidos, proporcionando o retorno à vida na ci-dade e a volta ao convívio social. Por conseguinte, as Residências Terapêuti-cas são recurso estratégico para a reorientação do modelo de atenção – do hospitalocêntrico para o de base territorial – conforme preconizado pela Política Nacional de Saúde Mental.

Cabe destacar que notório avanço fora empreendido no que se refere à implementação da gestão local das Residências Terapêuticas pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre os anos de 2011 e 2013, em cada área programática do município do Rio de Janeiro. Assim, para a inserção dos usuários institucionalizados nestas moradias, é necessário que os CAPS do território de abrangência do paciente possam compartilhar da elaboração

1 ‘Serviço Residencial Terapêutico’ e ‘Residência Terapêutica’ são sinônimos.

do Projeto Terapêutico Singular que considere sua situação clínica e psicos-social, bem como a sua integração à vida na cidade, com a perspectiva de criação de uma rede de proteção social, comunitária, de saúde, de trabalho e de lazer, para a reabilitação e integração social do paciente, de acordo com sua singularidade e história. Valorizar de forma democrática a partici-pação e o protagonismo dos usuários, coordenadores e/ou acompanhantes terapêuticos das equipes de segmento2 nessa interlocução sobre as indica-ções para Residências Terapêuticas é um dos mandatos deste trabalho.

É relevante salientar que os profissionais envolvidos nessa empreitada sus-tentam o trabalho em constante construção coletiva e com muitos desdo-bramentos e desafios, para os moradores e para a própria equipe. E encon-tram na saída do hospital para as Residências Terapêuticas um componente de atenção e cuidado, por meio da possibilidade que os pacientes têm com a desinstitucionalização, de ocupar outro lugar no cotidiano da vida, que não o da exclusão e clausura. Lugar este de protagonistas de suas próprias histórias, cada qual a seu modo e a seu tempo. E de acordo as diversas vi-vências inerentes ao morar, o habitar uma casa, a convivência, a ocupação de lugares diferentes na cidade e na vida, e outros modos de organização e de enfrentamento das dificuldades.

Esta edição é uma maneira de compartilhar esse esforço coletivo empreen-dido na Rede de Saúde Mental do município do Rio de Janeiro. Almejamos que sua leitura esteja ao alcance de todos os interessados em conhecer e participar da execução desta política pública municipal, e resulte elucidativa quanto às principais indagações sobre a prática nas Residências Terapêuticas.

Leonardo AraújoSuperintendente de Saúde Mental da Cidade do Rio de Janeiro

Karen Marcella AquinoAssessora da Superintendência de Saúde Mental

Rita de cássia Ferreira silverioAssessora das Residências Terapêuticas da Superintendência de Saúde Mental

2 Equipes de segmento: equipes que constituem o trabalho nas Residências Terapêuticas, compos-tas por coordenador, acompanhante terapêutico e cuidadores.

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o que é ReFoRMA psiquiÁTRicA?

A Reforma Psiquiátrica Brasileira é um movimento que surgiu na década de 70, na esteira da Reforma Sanitária, a partir de denúncias dos trabalhadores do campo da saúde mental, de familiares e usuários sobre as péssimas con-dições de vida e a violência sofrida pelos pacientes nos manicômios. Este movimento tem como lógica a mudança de um modelo único de cuidado, centrado no hospital psiquiátrico e no saber médico para um modelo de cuidado comunitário em saúde mental.

Alinhando-se ao movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira, a Política Nacional de Saúde Mental ancora-se em dois vetores: a redução de leitos hospitalares em hospitais e macro-hospitais psiquiátricos, e a construção de uma rede substitutiva intersetorial, comunitária e territorial de atenção à saúde mental. Este processo vem sendo implementado através da política de desinstitucionalização de pessoas longamente institucionalizadas para sua reinserção social. Essa é uma Política Pública marcada pela mudança de paradigma em relação à loucura e à lógica de tratamento, não mais restrita às longas internações.

Atualmente, a Rede de Atenção Psicossocial é constituída por serviços e programas já consolidados e em permanente expansão: Centros de Aten-ção Psicossocial (CAPS), Residências Terapêuticas (RTs), serviços de emer-gência, leitos para internações de curta permanência, Centros de Convivên-cia, programa de bolsas de incentivo ao retorno familiar e/ou comunitário, Projetos de Geração Cultura, Trabalho e Renda, Consultórios na Rua, apoio matricial, entre outros.

Os CAPS são serviços estratégicos para reorientação do modelo hospitalo-cêntrico, e são responsáveis pela gestão local ou territorial das RTs, disposi-tivos que, junto aos CAPS, constituem a rede substitutiva em saúde mental no âmbito do morar.

o que são ResidênciAs TeRApêuTicAs?

As Residências Terapêuticas (RTs) surgem no contexto da Reforma Psiqui-átrica como uma das estratégias do processo de desinstitucionalização, destinando-se aos usuários com transtorno mental, egressos de longas in-ternações psiquiátricas, que não possuam suporte social e laços familiares sólidos (Portaria 106/2000).

Tratam-se de casas ou apartamentos alugados e inseridos na comunidade, com suporte cotidiano de uma equipe denominada de segmento3, vincula-da aos CAPS de cada território, visando a reinserção social dos moradores por meio da garantia do exercício de cidadania plena e da construção de um lar. Neste sentido, acredita-se que possuir um lar é apropriar-se deste espaço de maneira muito singular, cabendo à equipe de cuidados sustentar a devida distinção entre o local de morar e o de tratar ou, de outro modo, entre tratamento e moradia.

As RTs podem se configurar como Tipo I ou Tipo II, de acordo com o seu grau de complexidade, conforme a Portaria 3.090 de 23/12/2011. As RTs de Tipo I destinam-se a pessoas com transtorno mental em processo de de-sinstitucionalização, devendo acolher até oito moradores em cada residên-cia. As RTs de Tipo II destinam-se a pessoas que, além do transtorno mental, possuam acentuado nível de dependência, especialmente física, requeren-do, portanto, cuidados intensivos e permanentes. Nesta modalidade de RT, o número de moradores é extensivo a dez por residência.

Na prática, os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs)4 têm se configura-do em dois arranjos: Residências Terapêuticas e Moradias Assistidas. A pri-meira modalidade é indicada aos usuários que necessitem de acompanha-mento diário na realização de atividades domésticas, de lazer, sociais, entre outras. Assim sendo, as RTs se constituem como modalidade de moradia substitutiva à internação psiquiátrica prolongada, de maneira que a mudan-ça de cada usuário do hospital psiquiátrico para uma casa (RT) implique na responsabilização orçamentária por parte do município pelo usuário inseri

3 As equipes de segmento são constituídas, no município do Rio de Janeiro, por coordenador, acom-panhante terapêutico e cuidadores. Esta equipe mínima é responsável pelo acompanhamento dos moradores nas Residências Terapêuticas.

4 Residência Terapêutica é utilizada neste texto como sinônimo de Serviço Residencial Terapêutico.

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do nesta nova modalidade de moradia, ou seja, pelo custeio de aluguel, luz, água, telefone, alimentação e dos recursos humanos que os acompanha-rão. Nesse sentido, os gastos orçamentários antes direcionados unicamen-te à assistência psiquiátrica hospitalar, agora são destinados à manutenção do morador no cotidiano da casa, no tratamento nos CAPS e em outros recursos comunitários. Os moradores de RTs, dependendo do período em que estiveram internados em hospitais psiquiátricos, podem contar ainda com uma bolsa de incentivo à desospitalização (conhecida como Bolsa Rio), regulamentada pela Lei Municipal 3.400 de 2002, no valor de um salário mínimo. Para aqueles moradores de RTs que não atendam aos critérios para o recebimento da bolsa municipal, há ainda a possibilidade de se beneficia-rem do Programa De Volta para Casa (PVC) do Ministério da Saúde, atual-mente no valor de R$412,00, desde que preencham os critérios de inclusão.

Já as Moradias Assistidas são indicadas aos usuários que tenham permane-cido institucionalizados por longo período, mas que tenham maior grau de autonomia e não necessitem de acompanhamento intensivo pela equipe de segmento. Nesses casos, o incentivo financeiro oferecido também é a bolsa municipal de incentivo a desospitalização (Bolsa Rio), no entanto, no valor de dois salários mínimos.

quAis As Leis e poRTARiAs que AMpARAMo pRocesso de desinsTiTucionALizAção?

• Lei 10.216 de 06 de abril de 2001 (Lei da Reforma psiquiátrica ou Lei pau-lo delgado): no ano de 1989, dá entrada no Congresso Nacional o Projeto de Lei do deputado Paulo Delgado (PT/MG), que propõe a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país. É o início das lutas do movimento da Reforma Psiquiátrica nos campos legislativo e normativo. Somente no ano de 2001, após 12 anos de tramitação no Congresso Nacional, ela foi sancionada no país. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de trans-tornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental, privi-legiando o tratamento em serviços de base comunitária.

• portaria 106 de 11 de fevereiro de 2000: cria os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRTs) em Saúde Mental, no âmbito do Sistema Único de Saú-de, para o atendimento ao portador de transtornos mentais. A instituição deste serviço, por meio desta portaria, teve como objetivo, além de sua formalização, garantir a permanência de recursos econômicos na área da saúde mental, já que transfere o custo de uma internação para uma vida fora do hospital.

• portaria 3.090 de 23 de dezembro de 2011: estabelece que os SRTs sejam definidos em Tipo I e Tipo II, definidos de acordo com as necessidades es-pecíficas de cuidado de cada morador, e destina recursos financeiros para seu incentivo e custeio.

• A bolsa auxílio regulamentada pela Lei 10.708 de 31/07/2003 é cha-mada de PVC – Programa ‘De Volta para Casa’. Trata-se de uma lei federal que institui o auxílio-reabilitação psicossocial para usuários acometidos de transtornos mentais egressos de internações por período igual ou superior a dois anos até a data da publicação da lei.

• bolsa Municipal de Tipo i (um salário mínimo: Residências Terapêuticas) e Tipo ii (dois salários mínimo: Moradias Assistidas): Lei Municipal nº 3.400 de 17 de maio de 2002, que garante o incentivo aos usuários internados por um período igual ou maior que três anos até a data da publicação da lei.

A queM se desTinAM AsResidênciAs TeRApêuTicAs?

São destinadas, prioritariamente, aos portadores de transtornos mentais oriundos de internação psiquiátrica em hospitais cadastrados no SIH/SUS ou em hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico, e que, apesar de estarem em condições de alta, continuam no hospital por ter se tornado inviável seu retorno familiar, seja devido à ausência da família ou pela im-possibilidade desta em dar-lhes suporte adequado.

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coMo suRGiRAM As ResidênciAs TeRApêuTicAsno Município do Rio de JAneiRo?

A implantação de Residências Terapêuticas (RTs) no município do Rio de Ja-neiro foi uma experiência pioneira no país, ocorrendo antes mesmo de se-rem formuladas leis e portarias que regulamentassem os referidos serviços. Diante do desafio de pensar estratégias para viabilizar a saída do enorme quantitativo de pessoas que se encontravam internadas nos hospitais psi-quiátricos há muitos anos, e que geralmente haviam perdido todas as refe-rências familiares e os laços com a vida comunitária, surgem as primeiras RTs, com denominações diversas, como lares abrigados, moradias assisti-das, entre outras.

A primeira experiência de criação de RTs, no âmbito das políticas públicas no município do Rio de Janeiro, foi o Lar Abrigado do atual Instituto Philippe Pinel, localizado na AP 2.1, inaugurado em 1998 no bairro de Botafogo. En-tre 2008 e 2011, mais duas residências foram implantadas ainda vinculadas ao instituto. A partir de 2012, com a vinculação das RTs aos CAPS, estas pas-sam à gestão do CAPS UERJ, responsável pela Área Programática 2.2, onde estão localizadas as três RTs com 18 moradores.

Outra importante experiência de desinstitucionalização aconteceu na an-tiga Colônia Juliano Moreira. Sob a perspectiva da mudança de paradigma proposta pela Reforma Psiquiátrica Brasileira, foram criados, em 1995, os “lares alternativos”, projeto que visava conjugar tratamento e moradia, le-vando-se em conta os sujeitos envolvidos no processo, ou seja, os usuários de longa internação. O conjunto destas iniciativas impulsionou a inaugu-ração da primeira RT do atual Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira, no ano 2000. A partir de então, o programa de RTs vem crescendo, e hoje é composto por três equipes de segmento que, desde 2012, estão vinculadas ao CAPS Bispo do Rosário. Juntos, CAPS e RTs acom-panham aproximadamente 200 moradores em 31 residências terapêuticas e 16 moradias assistidas, localizadas no bairro de Jacarepaguá, na AP 4.0.

Experiência semelhante aconteceu no atual Instituto Municipal de Assis-tência à Saúde Nise da Silveira, localizado na AP 3.2, que, a partir da mu-nicipalização em 2000, criou o Programa de Moradias Internas para os pa-cientes longamente internados, e em 2002 o Projeto de Moradias Casa do

Sol para aqueles considerados crônicos à época. A primeira RT foi criada em 2003, com quatro moradores, a partir do trabalho com esses pacientes que se encontravam internados nas moradias internas do IMAS Nise da Silveira. Outras quatro RTs foram criadas gradualmente até o ano de 2008, ocasião em que passam à gestão do CAPS Clarice Lispector, constituindo-se expe-riência inaugural na cidade. O programa possui seis RTs e quatro Moradias Assistidas, com 28 moradores no total.

A partir da solidificação destas experiências pioneiras, o Programa de Resi-dências Terapêuticas foi ganhando legitimidade através de leis, portarias e normas operacionais, provendo as condições para sua ampliação e manu-tenção. Atualmente, as RTs do município do Rio de Janeiro são financiadas por meio de convênios entre Organizações Não Governamentais (ONGs) e a Secretaria Municipal de Saúde, conforme regulamentado pelas Portarias 106/2001 e 3.090/2011.

No presente5, existem na cidade do Rio de Janeiro 51 RTs e 23 Moradias As-sistidas, localizadas nos bairros da Tijuca, Jacarepaguá, Encantado, Campo Grande, Engenho de Dentro, Méier, Realengo, Santa Cruz, Bangu, Guadalu-pe, entre outros, totalizando 315 moradores acompanhados por 14 equi-pes de segmento vinculadas aos CAPS da região onde estão localizadas. E existem outras RTs e Moradias Assistidas em processo de implantação.

quAis As ResidênciAs TeRApêuTicAsJÁ iMpLAnTAdAs no Município?

Além das Residências Terapêuticas (RTs) que surgiram vinculadas aos três Institutos Municipais (Philippe Pinel, Juliano Moreira e Nise da Silveira), e que gradualmente passaram à gestão dos respectivos CAPS dos seus terri-tórios de abrangência, paulatina ampliação destes dispositivos de moradia vem acontecendo, a fim de fazer frente ao quantitativo de pacientes ainda institucionalizados.

5 Os dados de referência desta publicação são de dezembro/2013. A RT do CAPS EAT, por exemplo, não está contabilizada neste capítulo, pois sua implantação data de 2014.

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Neste contexto, apresentamos breve panorama de cada um dos segmentos de Residências Terapêuticas no Município do Rio de Janeiro até o momen-to, dispostos por área programática.

RT do cAps iii Maria do socorro santos – Ap 2.1Em fase de implantação

RTs do cAps ueRJ – Ap. 2.2Desde 2012, o CAPS UERJ é responsável pela gestão de três RTs, sendo duas com acompanhamento 24 horas, onde residem 18 moradores no total, acompanhados por uma equipe de segmento composta por coordenador, dois acompanhantes terapêuticos e cuidadores. A primeira RT foi implanta-da em 1998. Entre 2008 e 2011, mais duas residências foram implantadas. Uma nova RT encontra-se em fase de implantação.

RTs do cAps iii João Ferreira Filho – Ap 3.1Desde 2008, o CAPS III João Ferreira Filho é responsável pelo acompanha-mento de alguns pacientes internados no IMAS Nise da Silveira, oriundos da Casa de Saúde Dr. Eiras de Paracambi. Na construção deste trabalho, o CAPS referenciou dois profissionais para constituir uma equipe de retaguarda, a fim de estar mais próximo neste acompanhamento e implantação das RTs. Em novembro de 2011, foi inaugurada a primeira RT vinculada a este CAPS, onde residem seis moradores. A segunda RT foi implantada em 2012, com nove moradores. Este CAPS é responsável pelo acompanhamento de duas RTs de cuidados 24 horas, e uma Moradia Assistida, perfazendo um total de 16 moradores, acompanhados por uma equipe de segmento compos-ta por coordenador, dois acompanhantes terapêuticos e cuidadores. Além destas, há uma nova RT e uma Moradia Assistida em fase de implantação.

RT do cAps Fernando diniz – Ap 3.1A primeira RT do CAPS Fernando Diniz foi implantada em 2012, onde vivem quatro moradores que, em sua maioria, necessitam de acompanhamento 24 horas. A equipe de segmento desta RT é composta por coordenador, um acompanhante terapêutico e cuidadores.

RT do cAps clarice Lispector – Ap 3.2Desde 2008, o CAPS Clarice Lispector é responsável pela gestão das RTs que, anteriormente, estavam sob a gestão do IMAS Nise da Silveira, o que

constituiu uma experiência pioneira na cidade. À época, este CAPS destinou uma psicóloga de sua equipe para coordenar os processos de desinstitucio-nalização e as RTs. Atualmente, é responsável pelo acompanhamento de seis RTs, sendo duas 24 horas, onde vivem 23 moradores; e quatro Mora-dias Assistidas, com quatro moradores, acompanhados por uma equipe de segmento composta por coordenador, três acompanhantes terapêuticos e cuidadores. Uma nova RT encontra-se em fase de implantação.

RT do cAps espaço Aberto ao Tempo – Ap 3.2Desde 2014, o CAPS EAT é responsável por uma RT com nove moradores acom-panhados 24 horas, oriundos do IMAS Nise da Silveira. A equipe de segmento é composta por coordenador, um acompanhante terapêutico e cuidadores.

RT do cAps Torquato neto – Ap 3.2 Em fase de implantação.

RT do CAPS Linda Batista – AP 3.3Desde 2013, o CAPS Linda Batista é responsável por uma RT 24 horas, onde vivem sete moradores oriundos do IMAS Nise da Silveira, e uma Moradia Assistida, com quatro moradores, acompanhados por uma equipe de seg-mento composta por um acompanhante terapêutico e cuidadores.

RTs do cAps Rubens corrêa – Ap 3.3Desde 2012, o CAPS Rubens Corrêa é responsável pelo acompanhamento de uma RT, onde residem sete moradores oriundos do IMAS Nise da Silvei-ra. Em 2013, o CAPS passou a acompanhar mais uma RT, onde vivem quatro moradores. Ambas RTs oferecem cuidados 24 horas. A equipe de segmento é composta por acompanhante terapêutico e cuidadores.

RTs do cAps Arthur bispo do Rosário – Ap 4.0Desde 2012, o CAPS Arthur Bispo do Rosário é responsável por 31 RTs, até então vinculadas ao IMAS Juliano Moreira e implantadas em 2000, onde vivem 181 moradores, e 16 Moradias Assistidas, onde residem 21 mora-dores, acompanhados por três equipes de segmento compostas por três coordenadores, 14 acompanhantes terapêuticos e cuidadores.

Além destas, desde 2004, o CAPS acompanha nove moradores, oriundos da Clínica das Amendoeiras, de uma RT implantada no mesmo ano como

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“Programa de Residências Terapêuticas de Alta complexidade para Jovens Autistas e Psicóticos”, conforme denominação à época. A criação desta RT, voltada para moradia de jovens autistas e psicóticos de longa permanência institucional, constitui experiência pioneira no Brasil. Esta RT, inicialmente, era acompanhada pela equipe de segmento do CAPS Lima Barreto, e em 2014 passou a ser acompanhada pela equipe de segmento do CAPS Arthur Bispo do Rosário. Devido ao alto grau de dependência dos moradores, esta RT necessita de cuidado intensivo e acompanhamento contínuo, 24 horas.

RT do cAps Lima barreto – Ap 5.1Desde 2012, o CAPS Lima Barreto é responsável por uma RT de cuidados 24 horas implantada em 2011, onde residem seis moradores, acompanhados por uma equipe de segmento composta por coordenador, dois acompa-nhantes terapêuticos e cuidadores. Atualmente, existem duas RTs em fase de implantação.

RT do cAps pedro pellegrino – Ap 5.2Desde 2011, o CAPS Pedro Pellegrino é responsável por uma RT 24 horas, onde vivem seis moradores. Esta RT foi criada já vinculada ao CAPS, cons-tituindo-se como experiência inaugural neste aspecto. Além desta, o CAPS também é responsável por outra RT de cuidados 24 horas, onde vivem cin-co moradores. Estas RTs são acompanhadas por uma equipe de segmento composta por coordenador, um acompanhante terapêutico e cuidadores.

RT do CAPS Profeta Gentileza – AP 5.2Desde 2012, o CAPS Profeta Gentileza é responsável por uma RT 24 horas, onde vivem sete moradores acompanhados por uma equipe de segmento composta por coordenador, um acompanhante terapêutico e cuidadores. Este CAPS tem uma RT em fase de implantação.

RT do cAps simão bacamarte – Ap 5.3Desde 2013, o CAPS Simão Bacamarte é responsável por um RT 24 horas, onde atualmente residem três moradores acompanhados por uma equipe de segmento composta por coordenador, um acompanhante terapêutico e cuidadores.

o que TeMos A dizeR sobRe o TRAbALhodAs equipes de seGMenTo?

Enquanto modalidade substitutiva ao hospital psiquiátrico no âmbito do mo-rar, a Residência Terapêutica prioriza o cuidado ao morador na casa, no terri-tório e na cidade como um todo, iniciando esse processo de cuidados muito antes de sua efetiva desinstitucionalização. A equipe principia a construção dos laços de confiança na instituição onde o futuro morador encontra-se internado. Neste processo, incluem-se grupos de discussão sobre a futura casa (denominados Portas de Saída, Portas de Casa, Grupo Morar etc.), so-licitação de documentos de identificação, contatos com familiares e saídas para compra de móveis e utensílios, tendo como resultado, muitas vezes, a primeira saída do sujeito à cidade após décadas de internação psiquiátrica.

Este trabalho se torna possível a partir das ações compartilhadas de muitos profissionais, tanto no interior da casa, quanto na construção da rede de cuidados para cada morador. Deste modo, o numeroso quantitativo de pro-fissionais, antes inscritos em uma lógica de fragmentação de tarefas impos-tas pela assertiva manicomial, é disposto nas RTs em uma lógica de trabalho coletivo e processual, portanto, de responsabilização e acompanhamento a cada um dos moradores, de acordo com sua singularidade e conjuntamen-te ao CAPS. Aqui cabe salientar que a divisão das tarefas e procedimentos por equipes diferenciadas e especializadas do manicômio, paradoxalmente, não garantiu um cuidado responsável, eficaz e consequente.

Para o acompanhamento e suporte aos moradores das RTs, há uma equi-pe mínima composta por coordenador do segmento, acompanhante tera-pêutico (at) com formação acadêmica superior em saúde, e cuidadores em saúde mental. Esta equipe de suporte diário privilegia o cuidado na casa e na região onde estão localizadas as RTs, expandindo-se gradualmente pela cidade. Sendo assim, não se constitui como equipe responsável pelo trata-mento do morador, embora tenha papel fundamental nesse agenciamento, que deve ocorrer no CAPS e em outros serviços de saúde. Busca-se, deste modo, resguardar a RT como espaço de habitação e não de tratamento, como outrora se constituiu o manicômio de forma totalizante. Prioriza-se que o acompanhamento cotidiano nas casas seja permeado pelas experiên-cias e interesses de cada morador. Este trabalho se inscreve no importante

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processo de apropriação e pertencimento da casa pelos seus integrantes, o que representa uma mudança fundamental de paradigma em relação ao sofrimento psíquico/loucura e a sua relação com o habitar.

O cuidador em saúde mental não é um técnico especializado e tem lugar estratégico no processo de desinstitucionalização, que, inclusive, continua após a desospitalização. Salientamos que o saber dito ‘leigo’ ou ‘não es-pecializado’ do cuidador não dispensa que sejam elaboradas capacitações, qualificações e sensibilizações para esses profissionais, que os possibilitem refletir sobre o trabalho em saúde mental, especificamente nas RTs, e so-bre o campo da saúde em sua abrangência. Portanto, o trabalho implica no exercício de reflexão contínuo sobre o que se faz e sobre o que não se sabe, tarefa de todos nós. Além disso, reconhecemos neste fazer uma formação profissional, mas, sobretudo humana, que se dá em serviço, e mais preci-samente no encontro com os moradores, ampliando as possibilidades de construções cotidianas de todos os profissionais.

O coordenador técnico da RT tem como funções: organizar e integrar as ações dos acompanhantes terapêuticos e cuidadores de seu segmento, oferecendo suporte para o desenvolvimento de suas ações e atividades; avaliar as ações realizadas, garantindo a qualidade do acompanhamento nas RTs; e facilitar a articulação do trabalho das equipes junto ao CAPS de referência e outros setores interinstitucionais.

Os acompanhantes terapêuticos, embora sejam profissionais de nível su-perior, não realizam atividades de cunho psicoterapêutico que demarquem o ambiente de tratamento do paciente. O foco do trabalho destes profis-sionais está na formação de uma rede de proteção social e na construção, junto aos moradores, de diferentes possibilidades de se estar no cotidiano da cidade e da vida, o que implica, inclusive, na desconstrução dos estigmas em torno da loucura e do sujeito em sofrimento.

A FiM de não concLuiR...

Habitar uma casa pressupõe a possibilidade de vir a se constituir um lar, a partir das relações de pertencimento e de afetos ali engendradas. Porém, o habitar não se restringe ao espaço circunscrito pela construção arquitetôni-ca, ampliando-se multidimensionalmente ao bairro, à cidade, à vida e à di-mensão dos encontros com outras tantas e diferentes pessoas e situações. As equipes de segmento em articulação com os CAPS aos quais se encon-tram vinculadas têm, portanto, o importante desafio de dar sustentabili-dade à proposta de desinstitucionalização, que, conforme exposto ante-riormente, se inicia antes da saída do paciente do hospital psiquiátrico, e não tem ponto final com sua ida para a Residência Terapêutica. Ou seja, a desinstitucionalização não se inicia com a saída do hospital, nem se encerra com a desospitalização. Além disso, acompanhar na vida e para a vida não é algo que se prescreva ou antecipe, mantendo uma estreita comunicação entre o imprevisível e o cuidado responsável, no qual se pauta o cotidiano destas equipes. É a política do encontro viabilizada a partir do movimento.

É importante não perder de vista que vivenciamos, como parte deste cuida-do assumido por toda a equipe de segmento, a tensão constante entre ca-minhar com o cuidado PARA TODOS sem perder a dimensão do CADA UM; empreender aquilo que se refere ao cotidiano banal, sem perder a dimen-são da surpresa, da aposta; escutar mais e não falar pelos moradores; fazer COM eles e não sempre PARA eles. E atentar para não atribuir-lhes uma de-ficiência irreparável, mas sim apostar na potência e singularidade de cada um perante a vida. Desafio de cuidar sem segregar! Proteger, sem excluir! Movimento que ocorre na tênue fronteira entre o cuidado e a tutela.

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bibLioGRAFiA

BRASIL.. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Residências Terapêuticas: o que são, para que servem. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004. (Série F. Comunicação e Educação em Saúde).

BRASIL.. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Legislação em Saúde Mental: 1990-2004. 5. ed. ampl. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

BRASIL.. Ministério da Saúde. Declaração de Caracas. In: Legislação em Saúde Mental: 1900-2004. 4. ed. rev. e atua. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

BRASIL.. Ministério da Saúde. Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. In: Legislação em Saúde Mental: 1900-2004. 4. ed. rev. e atua. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

BRASIL.. Ministério da Saúde. Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003. In: Legislação em SaúdeMental: 1900-2004. 4. ed. rev. e atua. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

BRASIL.. Ministério da Saúde. Portaria GM nº 106, de 11 de fevereiro de 2000. In: Legislação em Saúde Mental: 1900-2004. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

BRASIL.. Ministério da Saúde. Portarias nº 52/GM/MS, e nº 53/GM/MS, de 20 de janeiro de 2004. In: Legislação em Saúde Mental: 1900-2004. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

BRASIL.. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.090, de 23 de dezembro de 2011. Disponível em: http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/gm/111278-3090.html

CADERNOS IPUB, nº 22. Desinstitucionalização. A Experiência dos ServiçosResidenciais Terapêuticos. Rio de Janeiro: UFRJ/IPUB, 2006.

CUNHA, Gustavo Tenório. GRUPOS BALINT PAIDÉIA: uma contribuiçãopara a co-gestão e a clínica ampliada na Atenção Básica. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) – UNICAMP, Campinas, 2009.

CUNHA, Gustavo Tenório e DANTAS, Deivisson Vianna. Uma contribuiçãopara a co-gestão da clínica: grupos Balint-Paidéia. In: CAMPOS, GastãoWagner de Sousa; GUERRERO, André Vinícius Pires (Org). Manual dePráticas de Atenção Básica – saúde ampliada e compartilhada. São Paulo:Hucitec, 2008.

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Anexos

Panorama geral das Residências Terapêuticas e Moradias Assistidas do mu-nicípio do Rio de Janeiro6.

ResidênciAs TeRApêuTicAs e MoRAdiAs AssisTidAsiMpLAnTAdAs no Município

Fonte: Superintendência de Saúde Mental / Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

6 Todos os dados constantes deste panorama têm como vigência dezembro/2013. Para efeito deste documento, os óbitos não foram computados.

MoRAdoRes eM ResidênciAs TeRApêuTicAs eMoRAdiAs AssisTidAs iMpLAnTAdAs no Município

Fonte: Superintendência de Saúde Mental / Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

GêneRo7

Fonte: Superintendência de Saúde Mental / Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

7 Refere-se à soma de moradores em RTs e Moradias Assistidas.

Moradores em Moradias Assis�das: 31

Moradores em Residências Terapêu�cas: 284

10%

90%

Masculino: 175

Feminino: 140

Moradores em Moradias Assis�das: 31

Moradores em Residências Terapêu�cas: 284

10%

90%

Masculino: 175

Feminino: 140

56%

44%

26 27

TeMpo nAs ResidênciAs TeRApêuTicAs

Fonte: Superintendência de Saúde Mental / Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

Acima de 11 anos: 20

6 a 10 anos: 52

1 a 5 anos: 175

Menos de 1 ano: 37

18%

7%

13%

62%

FAixA eTÁRiA dos MoRAdoRes dAs ResidênciAs TeRApêuTicAse MoRAdiAs AssisTidAs

Fonte: Superintendência de Saúde Mental / Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.

20 a 30: 18

31 a 40: 23

41 a 50: 36

51 a 60: 80

61 a 70: 68

71 a 80: 52

81 a 90: 9

Acima de 91: 1

Não declarados: 28

5,7%

7,3%

11,4%

25,3%21,5%

16,7%

2,8%

0,3%

9%

28 29

sRTs e sua vinculação ao cAps

númerode RTs

número de

Moradores

sexoMasculino

sexoFeminino

AP 2.2 CAPS UERJ 3 18 11 7

AP 3.1CAPS João Ferreira 2 15 8 7

AP 3.1CAPS Fernando Diniz 1 4 2 2

AP 3.2CAPS Clarice Lispector 6 23 10 13

AP 3.3CAPS Rubens Correia 2 10 6 4

AP 3.3CAPS Linda Batista 1 6 4 2

AP 4.0CAPS Bispo do Rosário 31 181 99 82

AP 5.1CAPS Lima Barreto 1 6 6 –

AP 5.2CAPS Pedro Pellegrino 2 11 7 4

AP 5.2CAPS Profeta Gentileza 1 7 3 4

AP 5.2CAPS Simão Bacamarte 1 3 2 1

ToTAL 51 284 158 126

Moradias Assistidas do CAPS

númerode

MoradiasAssistidas

número deMoradores

em MAs

sexoMasculino

sexoFeminino

AP 2.2 CAPS UERJ – – – –

AP 3.1CAPS João Ferreira 1 1 1 –

AP 3.1CAPS Fernando Diniz – – – –

AP 3.2CAPS Clarice Lispector 4 4 4 –

AP 3.3CAPS Rubens Correia – – – –

AP 3.3CAPS Linda Batista 1 4 1 3

AP 4.0CAPS Bispo do Rosário 16 21 11 10

AP 5.1CAPS Lima Barreto – – – –

AP 5.2CAPS Pedro Pellegrino 1 1 – 1

AP 5.2CAPS Profeta Gentileza – – – –

AP 5.2CAPS Simão Bacamarte – – – –

ToTAL 23 31 17 14

MoRAdoRes eM ResidênciAs TeRApêuTicAs MoRAdoRes poR seGMenTo eM MoRAdiAs AssisTidAs

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