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SÉRIE DESCOBRINDO A PALAVRA

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I S B N 978-1-60485-299-8

9 7 8 1 6 0 4 8 5 2 9 9 8

T0251

Brasil: Caixa Postal 4190, Curitiba/PR 82501-970 E-mail: [email protected]

Portugal: Rua da Cinquenta, 59, 4500-712 Nogueira da Regedoura E-mail: [email protected]

EUA: Departamento P, P.O. Box 177, Grand Rapids, MI 49501-0177 E-mail: [email protected]

Internet: www.ministeriosrbc.org

Muitas pessoas, até mesmo através de pequeníssimas doações, capacitam Ministérios RBC a alcançar outros com a sabedoria transformadora da Bíblia. Não recebemos recursos financeiros nem doações de nenhum grupo ou denominação.

SÉRIE DESCOBRINDO A PALAVRA

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ELIAS Um homem comum em tempos incomuns

Enquanto Jesus cumpria sua sentença de morte sobre uma cruz, os observadores

pensaram ouvi-lo chamar por Elias, para que viesse socorrê-lo. Alguém foi imediatamente oferecer-lhe vinagre para aliviar Sua dor. Outros disseram: “Deixe-o estar. Vejamos se Elias vem salvá-lo.” Por que Elias? Quem é esse profeta que causou tanto impacto na história de Israel, que pessoas ainda falavam sobre ele centenas de anos depois?

Nas páginas seguintes, Bill Crowder, diretor de Ministérios com Igrejas da RBC, descobre detalhes na história de Elias que muito nos revelam sobre o nosso Deus — e sobre nós mesmos.

Martin R. De Haan II

Sumário

regular em importância ....... 2

Tempos de coragem .............. 6

Tempos de treinamento ....... 9

Tempos de fé .........................15

Tempos de conflito ..............20

Tempos de fragilidade..........25

“o tempo é hoje” ................32

Título original: Elijah: An Ordinary Man In Extraordinary Times iSBN: 978-1-60485-299-8ilustração da capa: © rBC ministries, Terry Bidgood PorTuGuESEAs citações bíblicas são extraídas da Ed. revista e Atualizada de J. F. de Almeida © 1993 Soc. Bíblica do Brasil. © 2010 rBC ministries, Grand rapids, michigan, uSA Printed in USA

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REgULAR Em ImpoRtâncIA

John Wayne foi um superastro de cinema. Na realidade, os estúdios de

cinema costumavam programar seus lançamentos anuais baseados em sua popularidade. Esta popularidade era tão comerciável, que seus filmes atraíam multidões às salas de projeção, nas décadas de 1940–60 — muitas delas cheias de garotos deslumbrados como eu, que assistíamos as aventuras de Duke [apelido de John Wayne] com a respiração suspensa, imaginando-nos cavalgando ao seu lado, para que tudo terminasse bem. John Wayne era um herói nacional.

Entretanto, havia algo a respeito de Duke que não compreendi até ficar mais velho. O Wayne não era um grande ator. Diferentemente de Gregory Peck, que se perdia no personagem de qualquer papel que estivesse representando, John Wayne era sempre John Wayne. Se o ator representasse um delegado; um marinheiro da Segunda Guerra Mundial

ou um detetive dos tempos modernos atuava sempre como se fosse ele mesmo — não o personagem.

Esta frustrante descoberta mostrou-me algo que preferia não saber. Como um herói da tela, Wayne era maior que a vida, mas como ator, era apenas mediano. Para mim era muito difícil compreender como era possível ser apenas mediano sob vestes de grandeza. Esta consciência forçou-me a reavaliar minhas concepções.

Um homem como John Wayne?Esta mesma tensão atingiu-me há alguns anos, quando estudei a vida de um grande profeta da antiga Israel. Cresci ouvindo histórias sobre Elias na escola dominical. Ele também prendeu a minha imaginação. Como super-herói do Antigo Testamento, Elias parecia ser capaz de fazer tudo menos saltar altos edifícios com um pulo só.

O profeta Elias traz à lembrança algumas imagens bem fortes:

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• Desafioaudacioso a um rei;

• Ressurreiçãodeummenino;

• Pedidodefogovindo do céu;

• Subidaaocéuemcarruagem de fogo.E o fato de semelhante

homem aparecer nas páginas da Bíblia ajuda, também, a torná-lo maior que a realidade. É difícil imaginar Elias esperando um ônibus ou comprando sanduíches. Entretanto, o Novo Testamento faz questão de nos informar que Elias era, afinal, uma pessoa muito comum.

Um homem como nósO Novo Testamento afirma que Elias era sujeito às mesmas emoções e humores, aos quais também somos. Embora sua vida tenha sido marcada por milagres, cinco palavras nos ajudam em nossa identificação com ele. O apóstolo Tiago falou que Elias “…era homem semelhante a nós…” (Tiago 5:17).

Tiago, possivelmente, referia-se às lendas que descreviam Elias mais como um deus do que um homem. Deste modo, enquanto o apóstolo enfatizava que Deus concedeu-nos a oração para nos ajudar em nossas fraquezas, esclarecia também que Elias era alguém como nós. Ele tinha as mesmas fraquezas e fracassos que contam a história de nossas próprias vidas.

Este profeta, que se envolveu em tantos acontecimentos surpreendentes na Bíblia, na realidade, não era o Super-Homem. De certo modo, ele era um homem comum como cada pessoa é. Padeceu o desânimo, temores e dúvidas que de tempos em tempos também suportamos. Ele nos demonstra a fragilidade humana, a dependência espiritual e a grande necessidade da oração em nossa caminhada com Deus.

Um homem de mistérioElias aparece abruptamente nos registros sobre os reis de

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Israel do Antigo Testamento, surgindo nas páginas da Bíblia com pouquíssima introdução — sem descendência, sem genealogia e sem currículo. O livro de 1 Reis 17:1 simplesmente relata:

…Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade…Não podemos ter certeza

do que se pretende dizer ao chamá-lo de “o tesbita”. Alguns pensam ser uma referência a Tisbé, uma cidade além do Jordão, na tribo de Gade. A palavra tishbe, entretanto, pode também ser traduzida como “peregrino ou viajante”. Poderia significar, simplesmente, que ele não tinha casa e vagava por Gileade, antes da Bíblia chamar nossa atenção a ele.

O máximo que podemos afirmar é que Elias era “dos moradores de Gileade”. Esta cidade ficava a leste do rio e Jordão, era habitada pelas tribos de Israel (Rubem, Gade e a meia tribo de Manassés) que, nos dias de Josué, não entraram na Terra Prometida.

Esta falta de informação histórica aumenta o mistério a

respeito de “Elias o tesbita”. Por vir até nós na obscuridade, alguns escritores tentam preencher as lacunas, especulando demoradamente a respeito de sua parentela, nascimento miraculoso, e educação na escola dos profetas.

O que parece mais óbvio, no entanto, é que as Escrituras usam a obscuridade de Elias para enfatizar que sua importância está em seu Deus, não no profeta. Seu nome hebraico é Eliyahu (literalmente, Yah é El), significando que Jeová é Deus. No desenrolar de sua história, percebemos a importância de seu nome — Elias foi enviado para demonstrar a Israel que Yah (Jeová), e não Baal é o único Deus verdadeiro.

Um homem para tempos incomUnsRalph Waldo Emerson disse: “Este tempo, como todos os tempos, é esplêndido, se soubermos o que fazer com ele”. Emerson nos faz

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lembrar que a nossa reação às condições de nossas vidas é mais importante do que a natureza de nossas circunstâncias.

Elias é um antigo mostruário de tal sabedoria. Existem apenas poucos períodos na Bíblia nos quais vemos uma onda de “sinais de milagres”. Na maioria dos períodos da história, os servos de Deus não andam ao redor curando os doentes, levantando os mortos e chamando fogo do céu.

No entanto, Elias e seu protegido Eliseu viveram durante um desses tempos excepcionais. Os milagres que distinguiram suas vidas públicas assemelhavam-se à demonstração sobrenatural de poder que marcou dois outros períodos da história. Durante o êxodo sobrenatural de Israel, os milagres de Moisés mostraram que Deus estava libertando Israel da escravidão do Egito. Muitos anos mais tarde, os milagres de Cristo e Seus apóstolos deixariam claro que o mesmo Deus estava libertando pessoas de todas as

nações e de todos os tempos, do castigo e escravidão espiritual do pecado.

Portanto, o que estava acontecendo nos dias de Elias que exigia tal demonstração sobrenatural? O reino do norte de Israel tinha começado a deslizar para o interior da escuridão da idolatria. Na verdade, as condições espirituais haviam se deteriorado de tal forma, que Elias pensou erroneamente, ser ele, a única pessoa a ainda crer no Deus de Israel (1 Reis 19:10). Em uma das horas mais sombrias da história de Israel, Deus interveio para se revelar como Senhor dos senhores e Deus dos deuses.

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tEmpoS dE coRAgEm (1 REIS 17:1)

Então, Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos segundo a minha palavra.

Com estas poucas palavras, Elias entrou nas páginas da Bíblia e

bem no centro de um ninho de vespas. A economia de Israel era baseada na agricultura. Agora, em resposta à oração de Elias, Deus estava prestes a suspender as chuvas da estação. Por quê? Para uma chamada de alerta ao Seu povo. Era o momento de julgamento corretivo. Israel se envolvera no culto a Baal. A retirada das chuvas em um clima já seco seria um golpe fatal.

Enquanto a mão corretiva de Deus caía sobre Seu povo, Elias — um joão-ninguém sem

procedência, entrou no palácio do rei Acabe para anunciar a verdade nos corredores do poder.

o pecado de acabeO rei de Israel tinha violado o primeiro mandamento de Moisés. Estava levando seu próprio povo de volta à idolatria.

Esta não era a primeira vez que o povo de Deus esqueceria Aquele que os libertara do Egito, lhes dera provisões no deserto e os guiara ao entrar nessa Terra Prometida. Desde os dias do Sinai e do bezerro de ouro até o tempo de Ezequiel e o Santo dos Santos infestado de ídolos, o povo escolhido de Deus fora novamente seduzido pelos deuses da terra.

No Século 21, podemos nos considerar esclarecidos demais para nos envolvermos em algo tão primitivo como a adoração aos ídolos. A idolatria, no entanto, nada mais é que colocar algo mais — qualquer coisa — no lugar de Deus. O professor de ensino da

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Bíblia, Gene Getz lembra-nos de que fazemos isso, hoje em dia, em vários níveis, pois temos os nossos:• deuses humanos, neles

incluídos, uma vasta sucessão de pessoas tais como: astros esportivos, músicos e líderes.

• deuses materialistas, “…Não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mateus. 6:24), ou coisas que o dinheiro compra.

• deuses sensuais, “Sabei, pois isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus” (Efésios 5:5).

• deuses relacionais. Até mesmo algo tão maravilhoso como relacionamentos saudáveis podem se transformar em ídolos. Jesus advertiu: “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mateus 10:37).

Deus confrontou Acabe a respeito do que Paulo nos adverte em Romanos 1:23 — evitar adorar a criatura em lugar de adorar o Criador.

a reação de deUs…Nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra (1 Reis 17:1)O professor de ensino

da Bíblia John Whitcomb escreveu: “Como um meteoro riscando de súbito o céu escurecido, Elias aparece em cena sem genealogia, sem descendência histórica e sem aviso. Ouve-se o trovejante julgamento dos céus através de seus lábios, e ele subitamente desapareceu sem deixar vestígios!” Solomon To The Exile, p. 50 (Ida de Salomão ao exílio).

A mensagem de Elias a Acabe tinha um forte precedente. Anos antes, Moisés tinha advertido que a apostasia da nação faria as chuvas cessarem (Deuteronômio 11:16-17).

Ainda que notificado inúmeras vezes, Israel fora

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infiel a seu Deus. Deste modo, como prometido, Suas bênçãos sobre a terra seriam suspensas. Diante dos olhos de Acabe, a terra experimentaria mais de três anos de seca.

a oração de eliasO livro de Tiago 5:17-18 relata que a oração foi o meio que Deus usou para sinalizar e suspender tais julgamentos. É surpreendente que um joão-ninguém como Elias pudesse ter essa espécie de coragem e ousadia espiritual. Ele era um homem como nós, no entanto, Tiago afirma que suas orações eram seguidas de resultados notáveis.

Não se faz menção da oração de Elias em 1 Reis, mas Tiago nos diz que ele orou “com instância” para que não chovesse sobre a terra. E assim foi!

E ele orou especificamente, para que não houvesse orvalho ou chuva — nenhuma umidade sequer.

Por três anos e meio, Deus usou as orações de um homem semelhante a nós para

confrontar aqueles que tinham se desviado do Seu amor.

AplicandoElias compreendeu o poder da oração, e o praticou — dando-nos algumas questões importantes sobre as quais podemos refletir:• Achamosqueanossa

eficácia para Deus é dependente dos nossos talentos ou posição? Ou dependemos do próprio Deus?

• Vemosoverdadeiro Deus como o primeiro e único objeto da nossa adoração? Ou nossos corações e mentes estão anuviados por outros deuses?

• Vivemossobarealidade do recurso da oração, através do qual Deus pode fazer coisas surpreendentes segundo Sua vontade?

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tEmpoS dE tREInAmEnto (1 REIS 17:2-10)

Muitos anos atrás, o fabricante de calçados esportivos

Nike lançou uma série de propagandas com o tema: “Você está se preparando para …?” Uma delas apresentava um jogador da Liga Nacional de Futebol Americano, lançando-se de um alto rochedo. Outra mostrava um jogador de futebol fazendo tudo que é possível imaginarmos com seus pés. O motivo? O que fazemos hoje nos prepara para alguma coisa.

Você está se preparando para o quê? Seja o que for, será necessário treinamento:• Horasaopianoaprendendo

escalas e estudando sonatas;

• Diassobosolquentedeverão, suportando dois treinos diários de futebol;

• Anosdelaboratóriopreparando-se para uma carreira em pesquisa médica.

Parece que há estações de preparação, para grande parte da vida. E quanto mais intenso algo for, mais intenso será o treinamento. Para Elias foi assim também. Deus tinha um plano para desenvolver mais profundidade de caráter e confiança em Seu servo. O professor de ensino da Bíblia Vernon McGee escreveu:

Tem-se a impressão que Elias era um indivíduo rude, e era mesmo. Entretanto, há algo mais que deve ser dito sobre ele — Deus precisou treiná- -lo. Deus sempre utiliza um método para treinar os homens que usa, levando- -os ao deserto […] Este é o método de Deus para treinar Seus homens. Ele, agora, levará Elias e ensinar-lhe-á diversas lições que ele precisa aprender [Thru The Bible (Através da Bíblia), Vol II, p.283].

a direção de deUs (vv.2-4)

Veio-lhe a palavra do Senhor, dizendo: Retira-te daqui, vai para o lado

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oriental e esconde-te junto à torrente de Querite, fronteira do Jordão. Beberás da torrente; e ordenei aos corvos que ali mesmo te sustentem.Gileade ficava a leste do

rio Jordão, sendo assim, Deus enviou Elias de volta para casa, para um local onde havia um riacho que não era mais que uma torrente — um córrego sazonal com águas somente durante as chuvas de inverno. A torrente de Querite parece ser um lugar estranho para Deus providenciar alimento e água durante uma seca de três anos. Talvez lá houvesse uma caverna ou um abrigo. Não sabemos. O que sabemos, entretanto, é que a torrente de Querite fica no agreste do deserto — um lugar difícil de viver e aprender.

Elias teria que viajar por volta de 50 quilômetros a pé, através de terras áridas, para chegar a um lugar nada hospitaleiro. Mas foi para esse lugar que Deus o enviou. Elias tinha muito que aprender, e os dias de solitude

trariam os momentos de reflexão e aprendizado muito necessários.

a reação de elias (v.5)

Foi, pois, e fez segundo a palavra do Senhor; retirou-se e habitou junto à torrente de Querite, fronteira ao Jordão.Note que as promessas

que Deus fez a Elias estavam diretamente ligadas à sua reação: Ele obedeceu à Palavra de Deus, creu em Sua promessa e foi à torrente de Querite. Sem dúvida, a fé é sempre uma questão crítica em nosso relacionamento com Deus, e Elias reagiu com confiança e obediência.

Elias fez uma longa caminhada até aquele lugar solitário e lá se estabeleceu. O primeiro dia em Querite deve ter sido interessante. Será que ele observava os céus, enquanto imaginava se os corvos iriam realmente aparecer? Esta era uma experiência nova para Elias. Como o biógrafo alemão F. W. Krummacher escreveu:

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Venha, vamos fazer uma visita a esse homem de Deus em sua nova moradia. Reina um silêncio mortal, interrompido, talvez, pelo canto de uma solitária galinha do pântano, enquanto, entre o cerrado e as moitas de zimbro, o avestruz choca. Tudo é deserto e solitude. Nenhuma pegada humana à vista, citado por W. J. Petersen, Meet Me On The Mountain, p.37, (Encontre- -me na Montanha).

…a fé é sempre uma

questão crítica em nosso

relacionamento com Deus.

Imagine o isolamento que ele sentiu. Sozinho no deserto, neste lugar tão difícil, Elias aprenderia mais sobre o seu Deus.

a provisão de deUs (v.6)

Os corvos lhe traziam pela manhã pão e carne, como também pão e carne ao anoitecer; e bebia da torrente.Deus entregou o

suprimento que prometera para nutrir Elias, ali, junto à torrente de Querite. Repare como Deus o sustentou:• Corvos,vorazesavesde

rapina, nunca cederiam seu alimento espontaneamente. Deus pode ter usado esses pássaros, em particular, para demonstrar a Elias a verdadeira fonte de seu alimento, para que ele confiasse em Deus por Sua provisão, em vez de confiar em pássaros.

• Pãoecarne,duasvezesaodia (comparados ao maná e codornizes, no deserto).

• ÁguadoQuerite.Deus o sustentou de

maneira singular, trazendo dessa maneira as lembranças de expressões de Sua fidelidade. Deus sempre se utiliza dos meios apropriados para realizar Seus propósitos

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e treinamento nas vidas de Seus filhos; sejam esses meios naturais (as torrentes de Querite) ou sobrenaturais (os sanduíches entregues pelos corvos). Ele permanece Jeová-Jireh, “o Senhor que provê”. A promessa divina fielmente cumprida faz parte da preparação de Elias.

Deus sempre se utiliza dos meios apropriados para

realizar Seus propósitos e

treinamento nas vidas de Seus filhos.

o treinamento de elias (vv.7-10)

Mas, passados dias, a torrente secou, porque não chovia sobre a terra. Então lhe veio a palavra do Senhor dizendo: Dispõe-te e vai a Sarepta, que pertence a Sidom, e demora-te ali, onde ordenei a uma mulher viúva que te dê comida. Então, ele se levantou e se foi a Sarepta…Os estudiosos da

Bíblia acreditam que Elias permaneceu no deserto por mais de um ano, e, embora o alimento chegasse diariamente, seu nível de ansiedade devia estar subindo, porque, à medida que a seca continuava, o rio tornava-se um córrego, a seguir um riacho, e depois um mero fiozinho de água.

Isso fazia parte do treinamento de Deus para Elias. Imagine o que devia estar acontecendo com a fé daquele profeta, enquanto o nível da água ia descendo mais e mais. Deus poderia ter tirado a água das rochas, como havia feito para Israel no deserto, mas, nessa ocasião,

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não o fez. A água estava acabando.

Lembre-se, Elias era um “homem semelhante a nós”. Como será que ele reagiu?• Desejandosedesesperar?• Querendodesistiremorrer?

(como mais tarde desejou).• Desejandorevertero

julgamento de Deus, pois este o afetava pessoalmente?Tudo isso faz parte do

processo de treinamento. Elias precisava saber que podia confiar em Deus muito mais do que confiar no suprimento de água — mesmo no deserto quando o riacho secou. Ele precisava aprender que:

Deus sabia o tempo todo que o riacho secaria. Era inevitável. A torrente dependia das fortes chuvas do final do outono e início do inverno. Essas chuvas não chegaram e o riacho desapareceu.

Deus não restringiu Seu cuidado quando o riacho secou. Seria fácil para Elias deduzir que fora esquecido por Deus, no entanto, ele precisava aprender que era

dependente de Deus, não do riacho.

Deus ainda estava no controle da situação, mesmo após o riacho secar. Na verdade, era tal o controle de Deus, que Ele rompeu completamente a zona de conforto à qual Elias havia se acostumado, para que ele amadurecesse de maneiras diferentes.

Quando nossa zona de conforto é destruída, não significa que Deus perdeu o controle, mas pode significar que paramos de ouvir a Sua voz por nos sentirmos confortáveis demais.

Elias ainda permaneceu junto ao riacho, enquanto as águas secavam, até ser instruído a ir para outro lugar “Dispõe-te e vai” (v.9). As lições de confiança e obediência estavam sendo gravadas em seu coração.

Deus então o enviou da torrente a uma jornada para Sarepta. O que sabemos desta cidade?• Ficavaa130-140

quilômetros ao norte de Querite, na costa marítima

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em terras de gentios, não de judeus.

• Situava-senocoração de uma terra dominada pela adoração a Baal.Era a terra da Rainha

Jezabel, sacerdotisa de Baal, o deus a quem Elias havia desafiado. Ele estava se movendo da frigideira diretamente para o fogo. O que Elias encontraria lá? Uma viúva para cuidar dele, o que não era muito encorajador. As viúvas geralmente são as pessoas mais pobres dentre os pobres. Em tempos de fome, elas seriam as primeiras pessoas que ficariam sem alimento, não as últimas. Elias, então, recebe ordens para ir a um território hostil, procurar alguém que nada terá para cuidar dele, pois Deus está treinando Seu servo para andar pela fé, não por visão — e ninguém disse que isto seria fácil.

AplicandoQuais lições podemos aprender deste Centro de Treinamento Espiritual da torrente de Queritel?”

• Algumasvezes,osfilhos de Deus sofrem com os não cristãos.

• Algumasvezes,quandopensamos que estamos prontos para o monte Carmelo, Deus nos envia ao Querite porque não estamos tão prontos como pensamos.

• Àsvezes,oesconderijodeDeus não é um lugar fácil.

• Algumasvezes,asliçõesque precisamos aprender exigem que nossas circunstâncias piorem antes de melhorar.Bem-vindo ao mundo

de Elias, enquanto ele experimenta pessoalmente o poder do treinamento espiritual. O autor W. J. Petersen escreve:

Algumas vezes não entendemos os tratamentos de Deus. Para começar, não compreendemos a razão de termos sido enviados ao Querite; não valorizamos o fato de Deus usar corvos imundos para nos alimentar; e certamente não compreendemos por que o riacho precisa secar. O fato

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de não compreendermos é simplesmente um sinal de que o processo educacional de Deus ainda não está completo. Ele ainda está nos ensinando e nós ainda estamos aprendendo, Meet Me On The Mountain, p.44 (Encontre-me na Montanha).

tEmpoS dE fé (1 REIS 17:10-24)

A lguém definiu “fé” com a frase “Deixando tudo, confio nele.” Foi

certamente o que aconteceu com Elias. Ele renunciou a tudo para confiar em Deus. Depois que ele confrontou o rei Acabe e ridicularizou seu ídolo, Baal, Elias fugiu para o deserto, mas teve que confiar em Deus para prover suas necessidades em um lugar ermo.

Elias havia aprendido que Deus podia sustentá-lo, mas ainda precisava aprender que Deus poderia fazer o mesmo por outras pessoas, também.

A vida não se resumia simplesmente em Elias — Ele precisava ver as necessidades de muitos outros e reagir com interesse por eles. Elias aprenderia essa lição em Sarepta.

o teste de Uma mUlher (vv.10-16)Deus enviou Elias à viúva de Sarepta. Nos dois anos seguintes, ele seria sustentado por ela — apesar de sua pobreza. Ela era uma mulher gentia que confiava no Senhor (“Tão certo como vive o Senhor, teu Deus…” [v.12]). E agora, Elias a convoca para confiar nas promessas de Deus, dizendo: “Porque assim diz o Senhor, Deus de Israel” (v.14). Como ela reagiria à ordem de Deus de utilizar sua última porção de alimento e preparar uma refeição para Elias? (vv.11-13).

Provavelmente, este foi um enorme teste para ela. Pense no que aconteceu. Elias pediu uma refeição e prometeu suprimentos (v.14), mas não lhe deu qualquer evidência de que poderia

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cumprir sua palavra. Ela tinha duas opções:• Comeroquerestavade

seus alimentos, crendo que a morte seria iminente.

• ConfiarnapromessadeElias de que Deus proveria. Ela havia acabado de conhecer o profeta.A viúva não tinha prova

alguma de que Deus cumpriria as promessas de Elias. Você cederia a sua última refeição? Lembre-se:

Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem (Hebreus 11:1).A mulher reagiu com fé

quanto ao que esperava, mas ainda não podia ver. “Foi ela e fez segundo a palavra de Elias” (v.15). Ele lhe pediu que o alimentasse primeiro, e quando a viúva o obedeceu, o Deus da provisão a abençoou.

O constante suprimento divino de grãos e óleo foi um milagre. Ilustra a promessa de Jesus em Mateus 6:33, “…buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas

vos serão acrescentadas”. Ela colocou os propósitos de Deus em primeiro lugar, e Deus supriu, graciosamente.

a crise de Uma família (v.17)

Depois disso adoeceu o filho da mulher, da dona da casa, e a sua doença se agravou tanto, que ele morreu.Quanto tempo Elias já

estava morando na casa da viúva, antes de seu filho adoecer, não sabemos ao certo. Nesse meio tempo, porém, Deus havia feito provisões para todos eles. As circunstâncias, então, mudaram. O filho da viúva adoeceu seriamente — tão sério que, na verdade, parou de respirar, e morreu.

Não há crise maior para qualquer mãe do que ver seu filho em perigo. O filho único desta viúva era a sua única alegria — e ela o perdeu para um inimigo invisível, com o qual não podia lutar.

Diante disto, dizemos: “Não é justo. Ela fez tudo certo, confiou e obedeceu,

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tinha o coração de uma serva. O que mais ela poderia fazer?” Se pensarmos que o fato de confiarmos em Deus e o obedecermos nos eximirá de problemas, estamos enganados. Deus não é um gênio em uma garrafa que faz tudo o que queremos, a um pedido nosso, e à nossa conveniência.

Devemos reconhecer e confiar

nos propósitos de Deus, mesmo nas dolorosas crises

da vida.

Deus é totalmente bom e Todo-poderoso, mas não o controlamos. Ele não nos dá um cheque em branco para ser gasto como acharmos por bem. Elias e a mulher precisaram aprender que Deus está no controle — e assim, também, nós. Devemos reconhecer e confiar nos propósitos de Deus, mesmo nas dolorosas crises da vida.

a dor de Uma mãe (v.18)

Então, disse ela a Elias: Que fiz eu, ó homem de Deus? Vieste a mim para trazeres à memória a minha iniquidade e matares o meu filho?Observe a batalha interior

enfurecendo em seu coração:raiva. Que fiz eu, ó

homem de Deus? Infelizmente, em tempos de dor, muitas vezes atacamos aqueles que são mais próximos de nós — até mesmo aqueles que muito fizeram por nós. É como se a viúva tivesse dito: “Gostaria que você nunca tivesse vindo.”

culpa. Vieste a mim para trazeres à memória a minha iniquidade? A viúva suspeitou que a proximidade de um profeta permitiu que Deus visse seus pecados mais claramente.

acusação. E matares meu filho? Não nos é dito o que motivou o seu pensamento de que Deus a estava julgando, mas ela estava certa de que a morte de seu filho era o pagamento pelo seu pecado.

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a compaixão de Um profeta (vv.19-23)

Ele lhe disse: Dá-me o teu filho; tomou-o dos braços dela, e o levou para cima, ao quarto, onde ele mesmo se hospedava, e o deitou em sua cama (v.19).Observe a ternura de Elias

ao reagir à dor do coração desta mulher.

Ele tomou o menino “dos braços dela” e o carregou para seu próprio quarto, onde poderia ficar sozinho com o menino e com o seu Deus.

a oração de elias. Repare a oração de Elias a Deus:

Então, clamou ao Senhor e disse: Ó Senhor, meu Deus, também até esta viúva, com quem me hospedo, afligiste, matando-lhe o filho? E, estendendo-se três vezes sobre o menino, clamou ao Senhor e disse: Ó Senhor, meu Deus, rogo- -te que faças a alma deste menino tornar a entrar nele. (vv.20-21).

Ele orou a Deus suplicando por Sua misericórdia para esta mãe desolada . Sua primeira oração (v.20) expressa sua compaixão pela viúva que, depois da fome na terra, agora tinha que sofrer a perda de seu filho. Contudo, ao fazer esta oração, Elias também demonstrou um misto de emoções.

a confusão de elias. Ele estava confuso, questionando Deus abertamente a respeito de Seus propósitos. Lembre-se, Elias era um homem igual a nós (Tiago 5:17), e nós, também, frequentemente nos sentimos confundidos pela vida. As boas-novas são de que Deus não rejeita nossas perguntas honestas. São as nossas exigências arrogantes que Ele rejeita.

Mesmo em meio à confusão, na segunda oração de Elias (v.21) temos a evidência de que ele está aprendendo a compreender a grandeza de Deus. Como? Considere isto: Elias estava pedindo a Deus por algo que jamais tinha acontecido na

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história humana. Não há um acontecimento sequer registrado do início do livro de Gênesis a 1 Reis 17, sobre o fato de Deus ter ressuscitado alguém dos mortos. Elias estava orando por algo novo na experiência humana. Por quê? Porque ele cria em um Deus que podia fazer o impossível.

O Senhor atendeu à voz de Elias; e a alma do menino tornou a entrar nele, e reviveu. Elias tomou o menino, e o trouxe do quarto à casa, e o deu a sua mãe, e lhe disse: Vê, teu filho vive. (vv.22-23).a resposta de deus.

As esperanças da viúva e de Elias foram recompensadas. A vida retornou ao corpo do menino. Imagine a alegria da mulher quando viu seu filho — vivo novamente! Agora, o propósito de Deus era evidente. O pecado dela não era a questão. O propósito de Deus era que Elias e a viúva aumentassem a sua confiança nele.

Aplicando É bem verdade que não podemos controlar o que nos acontece, mas podemos controlar como reagimos ao que nos acontece.• Emtemposdecrise,

estamos aprendendo a correr para a presença e cuidado de Deus?

• Emtemposdecrise,estamos aprendendo a enfrentar qualquer empecilho que possa enfraquecer nossa confiança em Deus?

• Emtemposdecrise,estamos aprendendo a confiar na vontade de Deus, não somente para o futuro, mas também no presente?

• Emtemposdecrise,estamos aprendendo a recorrer ao poder do Deus da ressurreição?

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tEmpoS dE confLIto (1 REIS 18:20-46)

P ilatos perguntou a Jesus: “…Que é a verdade?” (João 18:38).

Hoje as pessoas ainda fazem essa pergunta.

Nos dias de Elias, a questão era a mesma — o povo havia rejeitado o Deus da verdade pelas mentiras dos deuses da terra. A verdade havia sido perdida numa cultura de idolatria.

No tempo que se passara desde que o profeta havia deixado Sarepta, o palco havia sido montado para a apresentação final. Havia chegado a hora das mentiras dos deuses falsos serem expostas à verdade de Deus — no altar de ídolos do monte Carmelo. No Carmelo, os sacerdotes de Baal e do poste-ídolo — em número de 850 (v.19) — levantaram-se em oposição ao Deus de Israel e ao Seu solitário representante, Elias.

o assUnto é esclarecido (vv.20-21)

Então, enviou Acabe mensageiros a todos os filhos de Israel e ajuntou os profetas no monte Carmelo. Então, Elias se chegou a todo povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu.Elias iniciou com uma

pergunta direta: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos?” (v.21). Em nome do Deus de Israel, ele confrontou o povo quanto à sua mente incerta, e lhes disse que tinham que escolher. “Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o.”

Podemos servir e adorar, verdadeiramente, a um Deus somente, de todo o nosso coração. Esta é a base para a nossa eternidade. Onde colocaremos nossa confiança?

Atente para o silêncio da multidão: “…Porém o povo nada lhe respondeu.” Eles não sabiam como reagir. É perigoso

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equivocar-se em assuntos espirituais, portanto Elias exigiu que eles decidissem a quem seguiriam.

as condições são estabelecidas (vv.22-24)

Então, disse Elias ao povo: Só eu fiquei dos profetas do Senhor, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinquenta homens. Deem-se-nos, pois, dois novilhos; escolham eles para si um dos novilhos e, dividindo-o em pedaços, o ponham sobre a lenha, porém não lhe metam fogo; eu prepararei o outro novilho, e o porei sobre a lenha, e não lhe meterei fogo. Então, invocai o nome de vosso deus, e eu invocarei o nome do Senhor; e há de ser que o deus que responder por fogo esse é que é Deus. E todo o povo respondeu e disse: É boa esta palavra.Elias propôs submeter

esta questão a um teste, e então estabeleceu as regras da disputa:

escolher um animal. Elias permitiu que os sacerdotes de Baal escolhessem um dos dois novilhos providenciados, e ele usaria o outro.

preparar um sacrifício. Os sacerdotes preparariam cerimonialmente o animal e o colocariam no altar. Eles, porém, não deveriam colocar fogo sob ele. Esta era a chave. O fogo era necessário para queimar uma oferta, mas este era o teste. Já estava provado que o Deus de Elias controlava a chuva (1 Reis 17:1) — agora os sacerdotes veriam que Ele podia também fazer chover fogo.

orar. Elias disse aos sacerdotes para que clamassem a Baal, e ele clamaria ao Senhor. O Deus que respondesse com fogo seria o Deus que todos passariam a adorar. Elias parecia lhes dar a vantagem ao fazer um teste através do fogo, porque Baal era o deus- -sol, o deus do fogo e do clima.

O povo respondeu que era uma proposta razoável, e a prova começou.

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os profetas são hUmilhados (vv.26-29)

Tomaram o novilho que lhes fora dado, prepararam- -no e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém não havia uma voz que respondesse; e, manquejando, se movimentavam ao redor do altar que tinham feito (v.26).seu desespero. Os

profetas de Baal prepararam seu sacrifício e clamaram a seu deus por fogo. Seus esforços foram divididos em dois segmentos: • “Desde a manhã até ao

meio-dia” (v.26), eles suplicaram por fogo divino. “…se movimentavam ao redor do altar.” Que cena! E ainda não havia resposta, fazendo com que Elias zombasse deles (v.27). Eles continuaram…

• “Passando o meio-dia […] até que a oferta de manjares se oferecesse” (v.29), dançando, cortando-se

com facas, orando, e agindo de maneiras bizarras. Sendo Baal o deus-sol, talvez esperassem que, ao meio-dia, quando o sol estivesse em seu zênite, o fogo caísse sobre o seu sacrifício, mas a esperança tornou-se em desespero, e eles começaram a agir como lunáticos. O resultado? “Não houve voz, nem resposta.”a zombaria de

elias. Nesse ínterim, Elias começou a defesa do Deus vivo e verdadeiro, zombando das frágeis tentativas dos sacerdotes em fazer Baal responder. Perceba como ele expôs as limitações de Baal no verso 27:• “Clamaiemaltasvozes”

— gritem e façam mais barulho. Ele não pode ouvi-los.

• “Porqueeleédeus” — vocês o adoram, mas ele não os está ouvindo.

• “Eleestámeditando” — pode ser que esteja tão concentrado em seus pensamentos que

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vocês precisem chamar sua atenção.

• “Eleestáocupado” — pode ser que esteja ocupado com o problema de alguém ou mesmo “atendendo a necessidades”.

• “Eleestádeviagem” — pode ter saído de casa. Chamem-no e tragam-no de volta.

• “Eleestádormindoeprecisa ser acordado” — Baal está cansado demais para ajudá-los.Não se ouviu voz alguma,

e nenhum fogo foi enviado. Os profetas de Baal haviam fracassado no teste.

os preparativos de elias são realizados (vv.30-35)Nos versos 30-35, Elias assumiu o controle:

Ele chamou o povo (v.30). Elias queria que o povo visse o que Deus iria fazer. Eles, então, deixaram os profetas de Baal e observaram-no atentamente.

Ele restaurou o altar de Deus que estava em ruínas (vv.30-31). Naquele lugar, havia existido um altar a Jeová, no passado, provavelmente construído no tempo dos juízes.

Ele cavou uma vala ao redor do altar (v.32). A valeta foi alargada e aprofundada.

Ele permitiu que o povo encharcasse o altar com água (vv.33-35). Isso foi feito para descartar qualquer suspeita de que pudesse haver fogo escondido sob o altar. O altar foi repetidamente ensopado com água para colocar o milagre acima de qualquer suspeita.

Após todos estes preparativos, Elias começou a orar.

elias ora (vv.36-37)A oração de Elias, nos versos 36-37, foi breve. Incluiu as seguintes afirmações:

Identificação (v.36). “Senhor Deus de Abraão, de Isaque e de Israel.” O Senhor ainda era o Deus deles,

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embora o tivessem deixado e seguido outros ídolos.

Defesa (v.36). “Fique, hoje, sabido que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo e que, segundo a tua palavra, fiz todas estas coisas.” Suas ações eram para a glória de Deus, não para a confirmação de Elias.

Explicação (v.37). “Responde-me, Senhor, responde-me.” A repetição exprime o peso em sua alma.

Note que Elias não diz: “Mande fogo.” Esta era verdadeiramente uma oração de fé. Ele estava confiando tão completamente em Deus a respeito do resultado, que o verdadeiro pedido não foi expresso. Ele não pediu fogo, mas pediu, sim, para que Deus fosse honrado.

o poder de deUs é demonstrado (vv.38-46)O fogo caiu (v.38). “Então, caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a terra, e ainda lambeu a água que estava no rego.” O fogo não

veio do altar. Ele caiu do céu, consumindo o sacrifício, lenha, pedras, água, terra — completamente.

O povo caiu (v.39). “O que vendo todo o povo, caiu de rosto em terra e disse: O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!” O povo “caiu de rosto em terra” perante a demonstração do poder de Deus, e reconheceu que Jeová é o único Deus de Israel — não Baal. Em reverência a Deus e em grande admiração pelo fogo do céu, eles deixaram seus ídolos e adoraram o seu Deus.

Os profetas de Baal caíram (v.40) “Disse-lhes Elias: Lançai mão dos profetas de Baal, que nem um deles escape. Lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou.”

A chuva caiu (vv.41-45). “Dentro em pouco, os céus se enegreceram, com nuvens e vento, e caiu grande chuva” (v.45). A disciplina de Deus havia cumprido o seu propósito, e o povo

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havia retornado ao Senhor. A seca chegara ao fim.

AplicandoQuais lições podemos tirar deste assombroso acontecimento?• Asquestõesrelacionadasà

verdade não são resolvidas pelo voto da maioria, mas pela Palavra de Deus.

• Ocompromissosinceroe até mesmo apaixonado com o erro pode ser autodestrutivo.

• Asquestõesrelacionadasaoerro e à verdade precisam de períodos de confrontação vigorosa e frequentemente desconfortável.

• Descobriraverdadearespeito de Deus requer que tomemos decisões sobre a nossa fé e os deuses de nossa própria cultura.

tEmpoS dE fRAgILIdAdE (1 REIS 19:1-18)

P oucas emoções expõem tão rapidamente a fragilidade dos homens

e mulheres como a emoção do desespero. Quando batalhamos com nossos próprios corações — qualquer que seja o motivo para a luta — podemos nos encontrar em uma guerra de vida ou morte. O desespero, uma das emoções humanas mais obscuras, pode nos enredar, seduzir e até mesmo nos destruir. Algumas vezes o enfrentamos…• emnossoserviço,quando

não recebemos o que achamos ter merecido;

• emnossafamília,quandonossas expectativas permanecem frustradas;

• emnossaigreja,quandoinevitavelmente nos desiludimos com pessoas frágeis e falhas.Esta é uma das batalhas

mais difíceis que uma pessoa pode enfrentar, e Elias a

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enfrentaria em uma caverna. Lembre-se, Elias era um homem como qualquer um de nós — e em nenhum lugar isto é tão óbvio, do que quando ele é emaranhado nas garras do desespero. Neste sentido, ele se torna um homem com o qual podemos nos identificar, porque a maior batalha de Elias foi travada, não no monte Carmelo, mas em uma caverna em Horebe — não tão diferente de situações em que todos nós já nos encontramos. A batalha, agora, não era contra Baal, mas contra si mesmo.

as raízes do desespero (vv.1-2)Acabe contou à rainha Jezabel o que havia acontecido no alto do monte Carmelo: Os profetas de Baal (que a rainha havia trazido para Israel) estavam mortos, e Baal havia sido derrubado. Sua resposta? Jezabel enviou uma mensagem a Elias: “Façam-me os deuses como lhes aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um deles.” Em outras palavras: “Você vai receber o mesmo

tratamento que deu aos meus profetas — execução.”

Qual foi a resposta de Elias à ameaça de Jezabel? Ele fugiu. Espantosamente, o mesmo Elias que apenas alguns dias antes havia derrotado os profetas de Baal, agora fugia dessa mulher. O homem que havia dito: “Se o Senhor é Deus, segui-o,” estava agora fugindo em desespero. O que contribuiu para o seu desespero?

sucesso. Há sempre um enfraquecimento após momentos de grande sucesso. Com as luzes esvaecendo depois da vitória, pode ser difícil enfrentar os desafios da vida normal.

fadiga. O cansaço frequentemente ocorre após intensos períodos de estresse, especialmente quando acompanhado por exaustão física. Este é o Elias “pós monte Carmelo” — desgastado, fatigado, e, consequentemente, vulnerável.

frustração. É provável que Elias estivesse decepcionado com o povo. No monte Carmelo, eles

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gritaram: “O Senhor é Deus!” E agora, provavelmente deixariam que o matassem. Àsvezes,odesesperoacontecequando as pessoas não se comportam da maneira como pensamos que deveriam fazê-lo.

solidão. Este é um fardo da liderança. Em seu livro Elijah: A Man Of Like Nature p. 119, (Elias, um homem de natureza semelhante) Theodore Epp escreveu:

Um líder é um homem solitário. […] e impulsionado por um intenso desejo de alcançar alvos que para outros parecem visionários ou impraticáveis. Eles são olhados com desconfiança por pessoas comuns. Homens que lideram são alvos certos para as mordazes farpas de criticismo.São estas as raízes que

motivam o desespero de Elias. Ele está cansado, decepcionado e só, e mal desceu do monte Carmelo. Elias tinha esperado três anos e meio por um único dia de

triunfo — e agora ele estava esgotado e sozinho. Como foi que esse “homem como nós” reagiu ao desespero que crescia em seu coração?

as reações motivadas pelo desespero (vv.3-4)Observe os passos que o profeta deu para descer — atitudes que apenas tornariam seu desespero ainda mais profundo. Seu caminho era compreensível, mas completamente errado.

desejo de fuga (v.3). “Temendo, pois, Elias, levantou-se, e, para salvar sua vida, se foi, e chegou a Berseba, que pertence a Judá…” Elias havia fugido 160 quilômetros para o deserto, ao sul. Mas ali a situação não era melhor.

Todos os dias, muitas pessoas tentam escapar — através do álcool, drogas, prazeres. No entanto, nenhum de nós escapa dos problemas apenas fugindo deles. Somos nossos maiores problemas.

desejo de solidão (v.3). “[Elias] ali deixou seu

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moço.” Solidão gera solidão. Desejando maior solitude, Elias deixou seu servo e prosseguiu sozinho.

desejo de morrer (v.4). “E pediu para si a morte e disse: Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma.” Algumas vezes, sob estresse, a morte parece a única saída. Repare que esta é a quinta oração de Elias, que encontramos registrada. Ele orou, e…• achuvaparou,• umfilhovoltouàvida,• ofogocaiudocéu,e• achuvavoltou,apóstrês

anos e meio de seca.Todas as primeiras quatro

orações foram respondidas, com exceção da quinta. Essa última oração era egocêntrica. Elias havia perdido de vista o poder de Deus, e isto permitiu que seu coração enxergasse a morte como algo melhor do que uma vida de confiança em Deus.

deserto de autocomiseração (v.4). “Pois não sou melhor do que meus pais.” Você o ouve, esse homem é como nós! Poucas

coisas são mais trágicas do que alguém cheio de autocomiseração. Elias sentiu que:• Todososoutros

estavam errados.• Eleeraavítima.• Avidaerainjustacomele.• Nuncafizeraprogresso.• Nuncadescansara.

É fácil nos identificarmos com Elias no deserto, mais do que no monte Carmelo. Sob um zimbro (v.4), ele era mais “normal”. Deus, porém, não o abandonaria naquele local.

o remédio para o desespero (vv.5-18)Repare como Deus lidou com Elias. Ele usou um misto de firme confronto e terna compaixão.

conforto e cuidado (vv.5-8). “Levantou-se, pois, comeu e bebeu; e com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus” (v.8).

Deus providenciou-lhe comida e descanso para cuidar de sua fadiga. Elias pediu a

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morte, mas em lugar disso, Deus lhe trouxe uma refeição para mantê-lo vivo. Algumas vezes, quando estamos desesperados precisamos de repouso e uma refeição leve, mais do que de qualquer outra coisa. Sem isso, não temos a força necessária para a recuperação. Assim, com as forças renovadas, Elias viajou por mais 40 dias, parando em uma caverna em Horebe.

confronto com deus (vv.9-14). Este confronto teve dois desdobramentos:

Uma pergunta penetrante (vv.9-10). “Eis que lhe veio a palavra do Senhor e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?” (v.9).

Esta é uma pergunta-chave. Deus havia enviado Elias a Samaria, Querite, Sarepta, e Carmelo, mas não a Horebe. E lhe perguntou: “Por que você está aqui?” Uma reposta superficial poderia ter sido: “Estou com medo de Jezabel.” Encontramos a verdadeira resposta, nas palavras de Elias (v.10): “Tenho sido zeloso pelo Senhor, Deus dos exércitos, porque os filhos de

Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida.”

Em outras palavras, “Estou aqui porque não sou apreciado e estou cheio de autocomiseração.” Atitude flagrantemente diferente de sua ousada proclamação no monte Carmelo.

Um encontro surpreendente (vv.11-12). “Disse-lhe Deus: Sai e põe-te neste monte perante o Senhor. Eis que passava o Senhor; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante do Senhor, porém o Senhor não estava no vento; depois do vento, um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto; depois do terremoto, um fogo, mas o Senhor não estava no fogo; e, depois do fogo, um cicio tranquilo e suave.”

Deus enviou mensageiros da natureza — fogo, vento, e um terremoto — para lembrar Elias de que Deus é Deus, e que Elias não deveria ser governado

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pelo desespero. A voz tranquila e suave de Deus falou, e foi aí que Elias escondeu seu rosto. Ele esperava o poder de Deus, mas foi confrontado pela Pessoa de Deus. Nesse lugar de tranquila comunhão, Elias…• lembrou-sedopoder

de Deus,• lembrou-sedocaráter

de Deus, e• lembrou-sedoamor,

misericórdia e paz de Deus.chamado para ajudar

(vv.15-17). Nos versos 15-17, Deus disse a Elias para se envolver com as necessidades de outras pessoas. Ele foi instruído a ungir dois reis e a treinar seu próprio substituto — Eliseu.

O desafio é desviar nossos olhos de nós mesmos, pois só então poderemos

ver claramente as necessidades

dos outros.

Para termos perspectivas em meio ao nosso desespero é necessário envolvermo-nos com a vida de outras pessoas, interessando-nos por elas. Um escritor do século 18, John Simpson, expressou-se assim:

A única esperança para pessoas em tais circunstâncias é sair de seus esconderijos solitários, e envolver-se ativamente em algumas ocupações úteis e benevolentes. […] começar a fazer algo que requeira esforço muscular, e que beneficiará outras pessoas. Por isso Deus orientou Elias a deixar seu local solitário, o que apenas aumentava a tristeza e a irritação de seu espírito; e lhe deu uma tarefa para executar (citado por W. J. Petersen em Meet Me On The Mountain, p.120, Encontre-me na Montanha).O desafio é desviar nossos

olhos de nós mesmos, pois só então poderemos ver claramente as necessidades dos outros. Alguém já disse: “Eu chorava por não ter

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sapatos; mas encontrei um homem que não tinha pés.”

clareza da verdade (v.18). “Também conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda a boca que não o beijou.”

Elias precisava de uma dose de realidade para ajudá-lo a despertar de seu desespero. Nossa perspectiva raramente é clara, quando a vemos através de olhos desesperançados. Elias precisava acordar e ver as coisas como realmente eram — não como ele achava que deviam ser. Não era o único servo fiel a Deus, afinal — era apenas o único escondido em Horebe.

Nós também, exatamente como Elias, amamos as grandes conquistas e as vitórias empolgantes. Mas, e as silenciosas batalhas da alma? Elias pensou que fosse forte, mas precisava aprender o quanto era fraco, e quão desesperadamente precisava de Deus. Também precisamos aprender isso.

Aplicando Deus em Sua misericórdia reconstruiu a vida de Elias das cinzas do desespero e ainda o usaria mais uma vez. Quais lições encontramos aqui?• SerdedicadoaCristo

não nos imuniza contra o abatimento e o desespero.

• Afadigapodenostornarmais suscetíveis ao desespero.

• Precisamosinvestirnossas energias em outras pessoas, em vez de sermos absorvidos por nossa dor.

• AcomunhãocomDeusé o único caminho para preservar a força necessária para as batalhas da vida.

• Precisamosaprenderadescansar no cuidado gracioso de Deus.

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“o tEmpo é hojE”

O grupo musical The Association (Associação) cantou,

nos anos de 1960, “O Tempo é Hoje”, chamando os jovens a viver por algo mais do que eles próprios — para fazer diferença no mundo de sua própria geração. Esse mesmo chamado é feito aos seguidores de Cristo nos dias de hoje. Nesta época temos este momento para representarmos o nosso Deus neste mundo. E, como Elias, também vivemos em tempos incomuns.

Podemos nos consolar, pois quando se aguardava um grande homem para vir em socorro, Deus escolheu um homem comum — Elias. Este homem comum, preparado apenas com o recurso da oração a um Deus extraordinário foi um instrumento divino para causar impacto numa geração.

Vimos, entretanto, como Elias estava longe de ser perfeito, e lutava com os mesmos problemas que hoje

enfrentamos. Isso me encoraja. Se Deus usou Elias, um joão- -ninguém, de lugar nenhum, quem sabe Ele poderá usar pessoas como nós! O desafio, no entanto, não é ir atrás da grandeza, mas nos tornarmos disponíveis ao desejo do nosso grande Deus, o qual é trabalhar em nós e através de nós.

Se você ainda não conhece o Deus que ama e se importa profundamente com cada pessoa na terra, tenho boas notícias: O amor do Pai Celestial foi plenamente estendido a você. Lemos em João 3:16, um dos versículos mais conhecidos da Bíblia:

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.A promessa de vida eterna

é oferecida por esse Deus incomum às pessoas comuns. Você aceita o Seu presente gratuito? O momento — é hoje.

o texto inclui o acordo ortográfico conforme Decreto n.º 6.583/08.

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