sagarana resumo (ufu)

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 sgogrgdg - fj j oucagr `s rjsg (r`suaj) fj j o ucagr `s rjsg r`suaj n` tjnjs js mjdtjs n` sgogrgdg j eurr cdlj p `nrs ngnjs t Md cmjs dgrrgtcvg mjdtj dgrrgnj dg t`rm`crg p`ssjg. j dgrrgnjr , pjcs, jdcsmc`dt `, d j  pgr tcm cpg n g lcs t rcg . p`rsjdgo`ds 7. s`t `-n` -jurjs6 g dcag h ac nj ` r`sc odgn j, cnj sj, au ctj cn jsj, e `c j cdb` rcjr  mg nj. jutrjs d ja`s qu` tcv `rg gj hjdoj n ` gdjs ` gajs 6 ercdqucd lj, rjh`t`, mlcmj- mlgtj ` mgprcmlj. 5. agfjr sgu hj6 mjrpuh` dtj, qugs` j e`sj, jhlj s v`rn`s. s mja j jhlgr a gdngvg ua  ejc ergvj s` cr n` mgstcoj. `stgvg s`apr` rcdnj6 rcsj orjssj, qugdnj crgnj; rcsj bcdj, qugdn j gh`or`; rc sj aunj, n` d jragh. d j sgecg h`r d` a `smr`v`r , ags mgng  gdj cg ogdlgdnj agcs ncdl`crj, mjaprgdnj agcs ognj ` t`rrgs. =. fj j agdcmj6 vgqu`crj p`qu`dj qu` ajdtju j eurrcdlj s`t`-n`-jurjs dg cng. dg  vjhtg, trjmju n` ajdtgrcg. dg ljrg n` `dtrgr dg oug, r`buoju, gh`ogdnj r`sbrcgnj,  ` `smgpju ng ajrt`. >. b rgdmjhca6 `sp mc` n` s`mr`t rcj nj agfjr sguhj, `dmgrr`ognj n` p r jrn`a djs  vgqu`crjs. je`n`m` m`oga`dt` s jrn`ds nj agfjr. bjc sghvj, dg djct` ng `dml`dt`,  p`hj eurrcdlj s`t`-n`-jurjs. 0. rgyaudn j6 vgqu`crj n` mjdbcgd g nj agfjr sguhj. `dqugdtj tjmga g ejcgng, vgc  mjdt gdn j g lcst rcg nj z `eu mg hudn u. 2. z Orgdn`6 vgc br`dt` ng ejcgng, tjmgdnj j e`rrgdt`. ?. schvcdj6 vgqu`crj; p`rn`u g dgajrgng pgrg egnu ` phgd`fgvg agtgr j rcvgh dg vjhtg, n`pjcs n` n`cxgr`a g ejcgng dj grrgcgh. m`d Ucj bgz`dng ng tgapg, nj agfjr sguhj, dj cdt`rcjr n` acdgs o`rgcs. r`suaj pr`pgrgtc vjs dg bgz`dng ng tgapg, nj agfjr sguhj, js lja`ds `st j uhtcagdnj js  htcajs pr`pgrgtcvjs pgrg sgcr p`hj s`rt j, tjmgdnj uag ejcgng n` ejcs n` mjrt`. j  ncg n` mluvg, ags `hg gcdng dj v`cj. agfjr sguhj jrn`dg qu` js lja`ds pr`pgr`a  js gdcagcs. pjr z`erg, j eurrcdlj s`t`-n`-jurjs, pr`s`dt` ghc dg vgrgdng ng mgsg orgd n`, tgae a `smjhlcnj pgrg g vcg o`a. pgrg ajdt -hj, j agfj r `smjhl`u j  vgq u`crj fj j agdcmj.

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sagarana - joo guimares rosa (resumo) joo guimares rosa

resumo de todos os contos de sagarana o burrinho pedrs dados tCnicos narrativa conto narrado na terceira pessoa. o narrador , pois, onisciente, no participa da histria. personagens 1. sete-de-ouros: animal mido e resignado, idoso, muito idoso, beio inferior cado. outros nomes que tivera ao longo de anos e amos: brinquinho, rolete, chicochato e capricho. 2. major saulo: corpulento, quase obeso, olhos verdes. s com o olhar mandava um boi bravo se ir de castigo. estava sempre rindo: riso grosso, quando irado; riso fino, quando alegre; riso mudo, de normal. no sabia ler nem escrever, mas cada ano ia ganhando mais dinheiro, comprando mais gado e terras. 3. joo manico: vaqueiro pequeno que montou o burrinho sete-de-ouros na ida. na volta, trocou de montaria. na hora de entrar na gua, refugou, alegando resfriado, e escapou da morte. 4. francolim: espcie de secretrio do major saulo, encarregado de pr ordem nos vaqueiros. obedece cegamente s ordens do major. foi salvo, na noite da enchente, pelo burrinho sete-de-ouros. 5. raymundo: vaqueiro de confiana do major saulo. enquanto tocam a boiada, vai contando a histria do zebu calundu. 6. z Grande: vai frente da boiada, tocando o berrante. 7. silvino: vaqueiro; perdeu a namorada para badu e planejava matar o rival na volta, depois de deixarem a boiada no arraial.

cenRio fazenda da tampa, do major saulo, no interior de minas gerais. resumo preparativos na fazenda da tampa, do major saulo, os homens esto ultimando os ltimos preparativos para sair pelo serto, tocando uma boiada de bois de corte. o dia de chuva, mas ela ainda no veio. major saulo ordena que os homens preparem os animais. por zebra, o burrinho sete-de-ouros, presente ali na varanda da casa grande, tambm escolhido para a viagem. para mont-lo, o major escolheu o vaqueiro joo manico.

zebu calundu raymundo conta a histria do touro calundu. no batia em gente a p, mas gostava de correr atrs de cavaleiro. certa vez, na proteo de um grupo de vacas com seus bezerros novinhos, calundu enfrentou uma ona preta, amedrontando a fera e pondo-a para correr. certa feita, o touro calundu matou vadico, filho do fazendeiro neco borges. o pai, vendo filho ensangentado no cho, puxou o revlver para matar o touro. vadico, antes de morrer, pediu que o pai no matasse calundu. neco borges mandou o touro para outra fazenda para ser vendido ou dado a algum. raymundo foi quem levou o bicho. o zebu ficou uma noite apenas no curral. no outro dia, estava morto. cRrego cheio depois da chuva grossa, a boiada chegou ao crrego da fome. estava cheio. a travessia era perigosa, e o major saulo pediu cautela. ali j morrera muita gente. mas a travessia feita sem perda. at o sete-de-ouros atravessou sem reclamar. troca em determinado ponto do caminho, major saulo ordenou que francolim trocasse de montaria com joo manico. a ordem foi obedecida. francolim fez um pedido ao major: que, na entrada do povoado, a troca fosse desfeita. no ficava bem para ele, encarregado do major, ser visto montado no burrinho sete-de-ouros. badu e silvino badu est na fazenda h apenas dois meses e j tomou a namorada do silvino. por isso, os dois viraram inimigos, um querendo prejudicar o outro. francolim j avisou o major sobre o perigo de um matar o outro. raymundo acha que o caso no para morte. a moa meio caolha. o casamento com badu j est marcado. raymundo, em prosa com o major, informou que silvino vendeu umas quatro cabeas de gado por preo abaixo do normal. outra informao que veio do francolim: silvino est com bagagem alm do normal. o major saulo, antes da chegada ao povoado, determinou que francolim, na volta, vigie silvino o tempo todo. o major est convencido de que silvino j planejou a morte de badu. chegada a chegada ao povoado foi uma festa. o povo, mesmo com a meia-chuva, foi para o curral da estrada de ferro ver o embarque. depois, os animais ficaram descansando enquanto os vaqueiros andavam um pouco pelo povoado. partida na hora de ir embora, cada um pegou a sua montaria. badu ficou por ltimo: estava bbado e tinha ido comprar um presente para sua morena. por maldade, deixaram-lhe o burrinho sete-de-ouros. na sada do povoado, algum vaiou: badu era por demais grande para o burrinho pedrs, os ps iam quase arrastando no cho. j no fim do lugar, francolim estava parado no meio da estrada, esperando badu. na estrada francolim deixou badu para trs e foi juntar-se ao grupo. queria mesmo era ficar de olho em silvino. os dois, silvino e o irmo tote, iam bem na frente dos dois. tote tentava dissuadir o mano para no matar badu. mas silvino estava determinado. esperava apenas o momento certo para fazer o servio e cair no mundo. histRia de joO manico joo manico, por insistncia de todos, contou mais uma vez a histria da boiada que estourou noite, quando o major saulo, ainda novo, era tratado por saulinho. no estouro, de madrugada, o gado passou por cima dos dois vaqueiros que estavam de vigia. deles, s restou uma lama cor de sangue. cRrego cheio viajavam noite. de repente, os cavalos empacaram, pressentindo o mar de gua. o crrego da fome transbordara, inundando tudo bem alem das margens. todos aprovaram a idia de esperar badu e o burrinho sete-de-ouros. se o burro entrasse na gua, todos o seguiriam. que burro no entra em lugar de onde no pode sair.

a tragDia sete-de-ouros entrou levando badu s costas. os cavalos seguiram-no. e foi uma tragdia: oito vaqueiros mortos naquela noite. benevides, silvino, leofredo, raymundo, sinoca, z Grande, tote e sebastio. o burrinho sete-deouros, com badu agarrado s crinas e francolim agarrado cauda, conseguiu atravessar o mar de guas em que se transformara o pequeno crrego. j em terra firme, livrou-se de francolim e seguiu ligeiro para a fazenda. ali, livraram-no do vaqueiro, que dormia, e dos arreios. a volta do marido prdigo dados tCnicos narrativa conto narrado na terceira pessoa. o narrador , pois, onisciente, no participa da histria. personagens 1. lalino salthiel: todos o chamam de laio. mulato vivo, malandro, contador de histrias. garante que conhece a capital, rio de janeiro, mas nunca foi l. certa vez, foi realmente conhec-la. 2. maria rita: mulher de lalino; trata-o com especial carinho. 3. marra: encarregado dos servios; depois que a obra acabou, mudou-se do arraial. 4. ramiro: espanhol que ficou com ritinha, a mulher de lalino. 5. waldemar: chefe da companhia. 6. major anacleto: chefe poltico do distrito, homem de princpios austeros, intolerante e difcil de se deixar engambelar. 7. tio laudnio: irmo do major anacleto. esteve no seminrio, vivia isolado na beira do rio. poucas vezes vinha ao povoado. chorou na barriga da me, enxerga no escuro, sabe de que lado vem a chuva e escuta o capim crescer. era conselheiro do major. 8. benigno: inimigo poltico do major anacleto. 9. estvo: capanga respeitado do major anacleto. jamais ria. tinha pontaria invejvel: atirava no umbigo para que a bala varasse cinco vezes o intestino e seccionasse a medula, l atrs. cenRio fazenda da tampa, do major saulo, no interior de minas gerais. resumo i introduo o cenrio apresentado: homens trabalham duro escavando o solo para dele retirar minrio. seu marra o encarregado, de olho em todos para que o trabalhe ande a contento. lalino salthiel um mulato vivo, malandro, que chega tarde ao trabalho e inventa desculpas. em vez de trabalhar duro, como os outros, inventa histrias, conta causos. a maioria admira-o. mas h quem enxergue nele

apenas um aproveitador. generoso acha que ramiro, um espanhol, anda rondando a mulher de lalino. ii partida para a capital laio, naquela noite, no comparece casa de waldemar para a aula de violo. no outro dia, fica em casa vendo umas revistas com fotografias de mulheres. tarde, vai empresa e acerta as contas com marra. est disposto a ir embora. na volta para casa, encontra ramiro, o espanhol que lhe anda cercando maria rita. nasce, imediatamente, um plano: tomar um dinheiro emprestado do espanhol. o argumento convincente: quer ir embora sem a mulher, mas falta-lhe dinheiro para viajar. ramiro empresta-lhe um conto de ris. com o dinheiro no bolso, laio pegou o trem na estao rumo capital do pas. seu miranda, que foi lev-lo, ainda tentou dissuadi-lo. no conseguiu. iii julgamento "um ms depois, maria rita ainda vivia chorando, em casa. trs meses passados, maria rita estava morando com o espanhol". todos diziam que laio era um canalha, que vendera a mulher para ramiro. e assim, passou-se mais de meio ano. iv no rio de janeiro as aventuras de lalino salthiel no rio de janeiro excederam expectativa. seis meses depois, laio estava quase sem dinheiro e comeou a sentir saudades. tomou a deciso: ia voltar. separou o dinheiro da passagem e programou uma semana de despedida: "uma semaninha inteira de esbrnia e fuzu". acabada a semana, laio pegou o trem: queria s ver a cara daquela gente quando o visse chegar! v recepo enquanto atravessava o arraial, laio teve que ir respondendo s chufas dos moradores. finalmente, chegou casa de ramiro, o espanhol que se apossou de ritinha. laio informou-lhe que estava de volta para devolver o dinheiro do emprstimo. ramiro, querendo evitar que laio visse ritinha, perdoou o emprstimo: a dvida j estava quitada. mas laio insistiu: "eu quero-porque-quero conversar com a ritinha"! e disse isso com a mo perto do revlver. o espanhol concordou, desde que no fosse em particular. de repente, laio esmoreceu: no queria mais ver a ritinha. queria s pegar o violo. depois, quis saber se o espanhol estava tratando bem a ritinha. e despediu-se. primeiro pensou em ir casa de seu marra. depois, dirigiu-se para a beira do igarap: era tempo de melancia. depois de apreciar a paisagem, laio deu de cara com seu oscar. trocaram idias, e oscar prometeu que ia falar com o velho (major anacleto) e tentar arranjar um trabalho para laio na poltica. vi major anacleto "alm de chefe poltico do distrito, major anacleto era homem de princpios austeros, intolerante e difcil de se deixar engambelar". quando oscar lhe falou de laio, ele foi categrico: "aquilo um grandessssimo cachorro, desbriado, sem moral e sem temor a deus... vendeu a famlia, o desgraado". tio laudNio tio laudnio era irmo do major anacleto. esteve no seminrio, vivia isolado na beira do rio. poucas vezes vinha ao povoado. chorou na barriga da me, enxerga no escuro, sabe de que lado vem a chuva e escuta o capim crescer. pois foi tio laudnio que intercedeu a favor de laio. o major concordou. era mandar chamar o mulato no dia seguinte.

vii br>cabo eleitoral mas laio no apareceu no dia seguinte. s apareceu na fazenda na quarta-feira de tarde. e topou logo com o major anacleto. quando o major tentou expuls-lo da fazenda, laio deu-lhe notcias de todas as manobras polticas da regio, quem estava com o major e quem o estava traindo. j descobrira a estratgia do benigno para derrotar o major na prxima eleio. em troca de tanta informao, pediu a proteo do estvo, o capanga mais temido do major. assim, o povo do arraial ficou sabendo que laio era o cabo eleitoral do major anacleto e, como tal, merecia respeito. viii visita ao padre major anacleto, depois do relatrio de laio, mandou selar a mula e bateu para a casa do vigrio. o padre teve de aceitar leitoa, visita, dinheiro, confisso e o cargo de inspetor escolar. antes de o major sair, o padre contou-lhe que laio estivera na igreja. tambm se confessara e comungara e ainda trocara duas velas para o altar de nossa senhora da glria. denNcia de ramiro quando o major e tio laudnio passaram em frente casa de ramiro, o espanhol aproveitou para denunciar lalino: o mulato estava de amizade com nico, o filho do benigno. foram juntos Boa vista, com violes, aguardente, e levando tambm o estvo. o major ficou danado de zangado. no via a hora de encontrar o laio. explicaes depois de peregrinar por todas as bandas, o major voltou para a fazenda, onde laio j o esperava. primeiro o major xingou o mulato de muitos nomes feios, depois laio teve tempo de explicar: era tudo estratgia poltica para saber das coisas. passara, sim, em frente casa de ramiro, mas no o insultara. dera vivas ao brasil porque no gostava de espanhis. e tinha mais (coisa que o major no sabia): espanhol no vota porque estrangeiro. ix a traio de oscar houve um perodo de calmaria poltica em que laio ficou tocando viola e fazendo versos no meio da jagunada do major. um dia, pediu um favor a seu oscar, filho do major: que ele fosse ter com ritinha e conversasse com ela, mas sem dizer que era da parte do laio. oscar foi e fez o contrrio: falou mal do mulato, disse a ritinha que o marido andava fazendo serenata para outras mulheres. aproveitou a proximidade e pediu-lhe um beijo. ritinha expulsou-o, no sem antes confessar que gostava mesmo era do laio, que ia morrer gostando dele. de volta, seu oscar contou o contrrio: que ritinha no gostava mais do marido, gostava de verdade era do espanhol. ritinha na fazenda do major certa tarde, depois de dormir um pouco na cadeira de lona, o major foi acordado com uma barulheira dos diabos. o mulherio no meio da casa, os capangas l fora, empunhando os cacetes, farejando barulho grosso. ritinha jogou-se aos ps do major e suplicou-lhe proteo. que no deixasse os espanhis lev-la fora dali. o ramiro, com cimes, queria mat-la, matar o laio e, depois, suicidar-se. disse tudo isso chorando e falando na virgem santssima. raiva e alegria o major mandou chamar o eullio e foi informado de que o mulato estava bebendo juntamente com uns homens que chegaram de automvel. foi a conta: o major pensou que eram da oposio e comeou a xingar o laio. cabra safado, traidor. ia levar uma surra, pelo menos isso. tio laudnio procurava acalm-lo. de repente, l vem o laio dentro de um automvel. e a surpresa foi geral. era gente do governo, sua excelncia o senhor secretrio do interior. a o major desmanchouse em sorrisos e gentilezas. e a autoridade satisfeita, elogiando muito o laio, pedindo ao major que, indo capital, levasse o mulato junto. desfecho o major, contentssimo, mandou trazer maria rita para as pazes com laio. convocou a jagunada e ordenou: "mandem os espanhis tomarem rumo"! se miar, mete a lenha! se resistir, berrem fogo!

sarapalha dados tCnicos narrativa conto narrado na terceira pessoa. o narrador , pois, onisciente, no participa da histria. personagens 1. primo ribeiro: na regio, vem conseguindo sobreviver malria. tem febre e frio todos os dias, o bao sempre inchado, mas vai vivendo. no incio da doena, foi abandonado pela esposa, lusa; ela fugiu com outro homem, um boiadeiro. 2. primo argemiro: como tio ribeiro, vai sobrevivendo malria. os dois moram isolados, numa regio em que a febre j expulsou toda a gente. apesar de ter terras em outra regio, prefere ficar ao lado de primo ribeiro, tal a amizade que os une. 3. prima lusa: mulher de ribeiro. morena, olhos pretos, cabelos pretos... muito bonita. de riso alegrinho, mas de olhar duro. fugiu com um boiadeiro. cenRio fazenda do primo ribeiro, meio abandonada porque a febre o impossibilitava de trabalhar. resumo arraial abandonado na beira do rio par, a malria expulsou a gente de um povoado inteiro. deixaram para trs "casas, sobradinho, capela, trs vendinhas, o chal e o cemitrio". morador, agora, s andando trs quilmetros para cima. moram ali, na fazenda abandonada, trs pessoas: primo ribeiro, primo argemiro e uma preta velha que cozinha o feijo de todos os dias. os homens no podem mais trabalhar, a malria no deixa. passado triste na certo dia, ainda pela manh, primo ribeiro comeou a falar de morte. achava que o seu dia havia chegado. por isso, puxou a conversa que se referia a uma mulher. se ela aparecesse, at a febre sumia. ribeiro confessa que tem argemiro na conta de irmo. por isso, tem coragem de remexer o passado. estava casado com ele h apenas trs anos, e a ingrata fugiu com outro. argemiro quis ir atrs dos dois. queria matar o homem e trazer a mulher de ribeiro de volta. lembranAs amargas agora, ribeiro no tem vergonha de confessar: no foi atrs dos dois porque, se fosse, a obrigao era mat-los. mas faltava-lhe, j naquela poca, a coragem. talvez por causa da malria. argemiro tambm soltou a imaginao. chegou a sentir cimes dela com o marido. e veio o boiadeiro, ficou trs dias na fazenda, com desculpa de esperar outra ponta de gado... "no era a primeira vez que ele se arranchava ali. mas nunca ningum tinha visto os dois conversando sozinhos... ele, primo argemiro, no tinha feito nenhuma m idia..." o segredo ela fugiu com o boiadeiro, e primo argemiro nunca lhe havia confessado o seu amor. arrependia-se disso. se tivesse tido coragem. talvez ela aceitasse, quem sabe at teria fugido com ele, pois o boiadeiro ainda no havia aparecido. no mnimo, ela agora estava pensando que ele era um pamonha. a confissO primo ribeiro no se cansa de dizer que considera argemiro um irmo; nem um filho seria to bom assim. o outro se sente mal. resolve confessar o seu

grande segredo. quando ribeiro ouviu, apesar da febre e da fraqueza, ficou muito zangado e insistiu que o primo fosse embora. argemiro explicou que nunca disse nada a lusa, nunca a desrespeitou, que ela foi embora sem saber de nada. ribeiro negava-se a entender. s conseguia repetir que o primo fosse embora. sentia-se picado de cobra. a separao primo argemiro, no obtendo o perdo de ribeiro, rene as foras para ir embora. caminha com dificuldade, passa pela rocinha de milho, assustando os pssaros pretos que o confundem com um espantalho. o co jil no sabe mais a quem obedecer. quer seguir com argemiro, mas tambm quer ficar com ribeiro. na dvida, ficou. argemiro segue adiante, com os primeiros sintomas da tremedeira. e a lembrana vai buscar luisinha, antes de se casar com ribeiro. ela estava toda de azul. a paisagem ali tambm se enfeitava de flores azuis. bom lugar para se deitar e morrer.

duelo dados tCnicos narrativa conto narrado na terceira pessoa. o narrador , pois, onisciente, no participa da histria. personagens 1. turbio todo: seleiro de profisso, tinha plos compridos nas narinas, chorava sem fazer caretas. papudo, vagabundo, vingativo e mau. 2. dona silivana: esposa de turbio todo; tinha grandes olhos bonitos, de cabra tonta. 3. cassiano gomes: ex-militar, fama de exmio atirador, andava sempre com um rifle ao alcance da mo. solteiro, tinha um caso dona silivana, esposa de turbio todo. 4. vinte-e-um: caipira pequenino, morador do povoado mosquito. cassiano, antes de morrer, salvou-lhe o filho e deu-lhe dinheiro. vinte-e-um matou turbio todo. cenRio arraial de vista-alegre, interior de minas gerais. resumo adultRio turbio todo foi pescar e avisou mulher que s voltaria no outro dia. beira do crrego, faltou-lhe o fumo de rolo para espantar os mosquitos; bateu com os dedos nos tocos e ficou com o p direito ferido. por isso, voltou para casa noite. ouvindo vozes no quarto, olhou por uma fisga da porta e viu que a mulher estava na cama com outro. sem arma e conhecendo bem o outro (cassiano gomes que pertencera polcia e era exmio atirador), turbio no fez nada. afastou-se to macio como se havia aproximado. a volta no outro dia, ao voltar para casa, "foi gentilssimo com a mulher, mandou pr ferraduras novas no cavalo, limpou as armas, proveu de coisas a capanga, falou vagamente numa caada de pacas, riu muito, se mexeu muito, e foi dormir bem mais cedo do que de costume." isso tudo foi na quarta-feira. a tocaia no outro dia, quinta, turbio terminou os preparativos e foi tocaiar a casa de cassiano gomes. "viu-o janela, dando as costas para a rua. turbio no

era mau atirador: baleou o outro bem na nuca. e correu para casa, onde o cavalo o esperava na estaca, arreado, almoado e descansado". o engano turbio todo, iludido pela semelhana e alvejando o adversrio por trs, matara no o cassiano, mas o levindo gomes, irmo daquele. o morto no era ex-militar e detestava mexer com a mulher dos outros. preparativos cassiano gomes fez o enterro do irmo, recebeu as condolncias, trancou bem as portas e as janelas da casa (era solteiro), conferiu as armas, comprou a besta douradilha com arreios e tudo, mandou lav-la e ferr-la. s ento, partiu para vingar a morte do irmo. perseguio cassiano no encontrou turbio na primeira tentativa. o papudo conseguiu engan-lo, voltando por caminho diverso do imaginado. cassiano queria pegar turbio desprevenido. por isso, passou a andar noite e dormir de dia. os planos de cassiano iam fracassando. turbio conhecia a regio como a palma da mo. assim, ia conseguindo escapar com boa margem de estrada e tempo. desencontros foram tantos os desencontros que cassiano trocou pela segunda vez de montada, comprando um cavalo alazo. tambm turbio todo j trocara de animal umas quatro vezes. audCia de turBio turbio todo teve a audcia de voltar ao arraial e passar uma noite de amor com a esposa, dona silivana. at contou a ela, na hora da despedida, sob segredo, o seu estratagema ltimo. estava apostando que o corao de cassiano no ia agentar a perseguio. dona silivana contou isso a cassiano na primeira oportunidade. depois, muita gente sabia da inteno de turbio. cinco meses a correria montona, sem desfecho, j durava mais de cinco meses, e os dois rivais no se encontravam. certa vez, cassiano chegou primeiro margem do rio paraopeba, onde s se atravessava de balsa. o dono da balsa no estava, mas um moleque, seu filho, garantiu que o papudo ainda no chegara por ali. cassiano ficou de tocaia espera do inimigo. noite, houve troca de tiros. no outro dia, chico barqueiro quase agrediu cassiano, pensando que ele fosse um inimigo. explicados os mal-entendidos, ao meio-dia, cassiano despediu-se: estava disposto a dar uma trgua, descansar, esperar que turbio relaxasse. depois que partiu, turbio chegou, pronto para atravessar o rio. em cima da balsa, chico barqueiro ainda o ofendeu. sO paulo depois de atravessar o paraopeba, turbio andou muito, sempre para o sul, at topar o rio par. ali, encontrou uns baianos que iam para so paulo, atrados pela cultura do caf. falaram em dinheiro fcil. apesar da saudade da mulher, turbio foi tambm. depois mandava busc-la. morte prXima turbio cansava-se toa. na parte da tarde, inchava as pernas e os ps. foi ao boticrio que lhe deu vida at o prximo so joo. se piorasse, morreria pelo natal. diante de tal realidade, tomou uma deciso: vender tudo que possua e ir atrs de turbio; precisava mat-lo antes de morrer. morte no mosquito no caminho, turbio piorou e teve que fazer alta no mosquito povoado perdido num cafund de entremorro, longe de toda a parte com trs dzias de casebres. esteve mal, com respirao difcil. quando melhorou um pouquinho, "indagou se por ali no havia um homem valente, capaz de encarregar-se de um caso assim, assim..." pagava at um conto de ris. no havia. nem no povoado, nem na redondeza. cassiano via o tempo passar, dia aps dia, sentado porta de um casebre. a paisagem era triste. vinte-e-um um dia, cassiano assistiu a um irmo grandalho batendo noutro menor.

chamou o menor, de apelido timpim, e indagou-lhe o nome e por que ele no reagia s pancadas do irmo. o nome verdadeiro era antnio, e o apelido oficial era vinte-e-um. que a me dele tivera vinte e um filhos, e ele foi o ltimo. no reagia s pancadas do irmo porque a me lhe dissera que ele no levantasse a mo para irmo mais velho. e todos eram mais velhos. vinte e um era casado, e a mulher dele acabara de ter criana. cassiano deu-lhe dinheiro para comprar galinhas e alimentara a esposa. no outro dia, vinte-e-um fez uma surpresa ao doente: trouxelhe o filho para lhe tomar bno. cassiano ficou emocionado e piorou. um dia, quando cassiano estava pior ainda, vinte-e-um apareceu chorando: o filhinho estava muito doente, ele sem recursos para socorr-lo. cassiano deu-lhe o dinheiro para trazer o mdico at a criana e comprar os remdios necessrios. "veio o mdico; veio o padre: cassiano confessou-se, comungou, recebeu os santos leos, rezou, rezou". sentindo que a morte j estava na porta, deu todo o dinheiro que possua para o compadre vinte-e-um (agora tratavam-se como compadres). logo depois, morreu e foi para o cu. a volta de turBio por meio de uma carta da mulher, que o invocava para o lar, turbio todo ficou sabendo da morte de cassiano. "ele j tinha ganhado uns bons cobres". comprou mala e presentes, ps um leno verde no pescoo para disfarar o papo, calou botas vermelhas de lustre e veio de trem. para perfazer o resto do caminho, alugou arranjou um cavalo emprestado. no caminho, foi alcanado por um cavaleiro mido, montando um cavalo magro. via-se que os dois estavam em petio de misria. depois de continuarem pela estrada, a miniatura de homem perguntou se ele era mesmo o turbio todo, seleiro de vista-alegre, que estava vindo das estranjas. turbio confirmou. a viagem prosseguiu. turbio falava da felicidade prxima: ver a mulher, lev-la para casa, talvez lev-la para so paulo. o caipirinha mostrava-se pessimista: no valia a pena a gente alegrar-se. a morte de repente, no meio da estrada fechada, turbio levou um susto: o capiauzinho falou com voz firme e diferente, segurando uma garrucha velha de dois canos: "seu turbio! se apeie e reza, que agora eu vou lhe matar!" turbio fez voz grossa, mas o caipira explicou: no ia adiantar nada porque ele prometeu ao compadre cassiano, na horinha mesmo de ele morrer. turbio tentou ganhar tempo, fez que ia rezar e puxou o revlver. mas a garrucha no falhou: foram dois tiros, um do lado esquerdo da cara, outro no meio da testa. turbio caiu morto, e vintee-um esporeou a montaria, tomando o caminho de volta.

minha gente dados tCnicos narrativa conto narrado na primeira pessoa. o narrador participa da histria; tem, pois, viso limitada dos fatos que narra. personagens 1. narrador: homem da cidade em passeio pelas fazendas dos tios, no interior de minas gerais. gostava da prima maria irma, mas casou-se com armanda, filha de uma fazendeira. 2. santana: companheiro nas andanas do narrador, tem mania de jogar xadrez, mesmo quando esto andando a cavalo. 3. tio emlio:tio do narrador; sofreu mudana radical depois que se meteu na poltica.

4. maria irma: uma das filhas de tio emlio; no passado, o narrador e ela foram namorados de brincadeira. tem cintura fina, olhos grandes, pretssimos. passou alguns anos no internato. 5. armanda: filha de fazendeiros; estudou no rio de janeiro. terminou casada com o narrador 6. bento porfrio: vaqueiro; gostava de pescar. envolveu-se com uma prima casada (de-loudes) e terminou assassinado a foice pelo marido enciumado (alexandre). cenRio fazenda saco-do-sumidouro (interior de minas gerais), do tio emlio, pai de maria irma. resumo caminhada pelo sertO caminham juntos, pelo serto de minas, a cavalo, o narrador, santana e jos Malvino. o narrador um observador apaixonado das coisas do serto: a paisagem, o cu, os pssaros, as rvores... tudo para ele merece elogios e observaes. a viagem chega ao fim: esto agora numa fazenda. tio emLio dois dias na fazenda, e o narrador achava tudo mudado. mas mudana de verdade notara no tio emlio: rejuvenescido, transfigurado. logo, o narrador descobriu o porqu da mudana: tio emlio estava metido na poltica. sempre atendendo aos pedidos do povo, a qualquer hora, mesmo noite. conversa com a prima a prima maria irma, em conversa com o narrador, fez questo de informar que estava quase noiva. o narrador quis saber de quem, mas ela fez mistrio. histRia de bento porfRio bento porfrio, enquanto pesca com o narrador, vailhe contando uma histria. agripino, bom parente, convidou bento para ir ao arraial. queria apresent-lo sua filha de-lourdes: quem sabe os dois podiam casar. mas bento no foi. preferiu uma pescaria misturada com farra, com mulherda-vida e sanfona pelo meio. tempos depois, "quando bento porfrio veio a conhecer a prima de-lourdes, ela j estava casada com o alexandre". os primos foram-se vendo e gostando um do outro. por pirraa e por falta do que fazer, bento casou-se com bilica. noite de roA o narrador ficou na varanda at anoitecer. a prima irma mudou de modos e, na hora do jantar, sorriu diferente para o narrador. ele ficou desconfiado. "mulher bonita, mesmo sendo prima, uma ameaa". e o narrador lembra bem o conselho de tertuliano tropeiro: "seu doutor, a gente no deve de ficar adiante de boi, nem atrs de burro, nem perto de mulher! nunca que d certo..." noite sem estrelas, noite de roa. o narrador foi dormir. crime no poO o narrador foi novamente pescar no poo com bento porfrio. depois de algum tempo, a histria do adultrio continuou. o marido da prima, o alexandre, no sabe que est sendo enganado. de repente, o marido trado surgiu de trs de uma moita, foice na mo, e matou bento com um s golpe. o corpo caiu no poo, e o narrador, apavorado, no sabia o que fazer. o assassino foi embora, o narrador correu para casa e contou ao tio emlio o ocorrido. as ordens foram dadas: tirar o morto do poo, avisar o subdelegado e ir atrs do assassino. no para mat-lo, mas para proteg-lo das autoridades. ciMes os dias vo passando, e o narrador comea a gostar da prima maria irma. por que no namor-la? um rapaz da cidade veio visit-la e trazer-lhe livros. ela se enfeitou toda para o receber. por que no estava toda enfeitada na chegada do

primo? noite, o narrador fica sabendo que o rapaz se chama ramiro e que namorado da armanda, uma amiga de maria irma, filha da fazendeira do cedro. declarao de amor o narrador no se conteve e fez uma declarao de amor prima. ela ouviu e, depois, disse que no acreditava. ele tentou convenc-la usando argumentos infantis. em vo. desistNcia depois de uma conversa sria com a prima e de obter dele somente negativas, o narrador ameaou ir embora. ela insistiu que ele ficasse: queria apresentar-lhe armanda, a namorada de ramiro. ele, teimoso, partiu no outro dia. iria para trs barras, onde mora o seu tio luduvico. sofrimento em trs barras, o narrador no conseguia esquecer maria irma. depois das eleies, com vitria do partido de tio emlio, o narrador recebeu carta: ele, o tio, queria-o de volta. o narrador ficou muito alegre e nem esperou o outro dia para voltar. armanda de volta, o narrador foi apresentado a armanda. foram passear a p pelos pastos. dali, do primeiro passeio, j nasceu o namoro. em pouco tempo, o noivado e, no ms de maio, o casamento, ainda antes do matrimnio da prima maria irma com ramiro gouveia.

so marcos dados tCnicos narrativa conto narrado na primeira pessoa. o narrador participa da histria e tem viso limitada dos fatos que narra. personagens 1. narrador: jos, um admirador da natureza. gostava de observar rvores, pssaros, rios, lagos e gente. 2. joo mangol: Mangol era um preto velho. morava no calango-frito e tinha fama de feiticeiro. 3. aursio manquitola: sujeito experiente, contador de histrias; conhecia bem todas as pessoas de calango-frito. 4. tio tranjo: sujeito meio leso, vendedor de peixe-de-rio no arraial. ficou indomvel depois de aprender a orao de so marcos. cenRio calango-frito, arraial do interior de minas gerais. resumo brincando com mangol mangol era um preto velho. morava no calango-frito e tinha fama de feiticeiro. o narrador, saindo do povoado (ia caar), passou pela casa de mangol e tirou brincadeira. gritou para o preto velho: "primeiro: todo negro cachaceiro; segundo: todo negro vagabundo; terceiro: todo negro feiticeiro". eram os mandamentos do negro. mangol no gostou da brincadeira. fechou-se na casa e bateu a porta. aurSio manquitola mais frente, na mesma caminhada, o narrador alcana aursio

manquitola. o narrador, por brincadeira, comeou a recitar a orao proibida de so marcos. aursio enche-se de medo. um perigo dizer as palavras dessa orao, mesmo que por brincadeira. tiO tranjO aursio conta ao narrador a histria de tio tranjo, sujeito meio leso, vendedor de peixe-de-rio no arraial. tio amigou-se com uma mulherzinha feia e sem graa. pois o cypriano, carapina j velho, comeou a fazer o tio de corno. mais ainda: os dois, cypriano e a mulher feia, inventaram que foi tio quem tinha ofendido o filipe turco, que tinha levado umas porretadas no escuro sem saber da mo de quem... o gestal da gaita, querendo ajudar o tio, quis ensinar a ele a reza de so marcos. tio trocava as palavras, tinha dificuldade para memorizar. gestal teve que lhe encostar o chicote para fixar a reza. a sim, debaixo de peia, tio tranjo aprendeu direitinho a reza proibida, tintim por tintim. depois da reza decorada, vieram uns soldados prender tio. ele desafiou: com ordem de quem? os soldados explicaram: com ordem do subdelegado. ento, que fossem na frente. ele iria depois. com muito jeito, conseguiram levar tio para a cadeia e l, bateram nele. depois da meia-noite, tio rezou a orao de so marcos e, misteriosamente, conseguiu fugir da cadeia, voltar para casa quatro lguas. no encontrando a mulher, foi direto para a casa do carapina. a, com ar de guerreiro, bateu na mulher, no carapina, quebrou tudo que havia por l, acabou desmanchando a casa quase toda. foram necessrias mais de dez pessoas para segur-lo. cego na lagoa o narrador vai descendo por trilhas conhecidas, reconhecendo rvores, identificando pssaros, at chegar finalmente lagoa. senta-se e pe-se a observar o movimento dos bichos em perfeita harmonia com a natureza. de repente, sem dor e sem explicao, ficou cego. o desespero no veio de imediato. aos poucos, foi concluindo que estava distante, afastado de qualquer ser humano, impossibilitado de voltar para casa. resolveu gritar. gritou repetidas vezes e s teve o eco por resposta. tentou, ento, voltar tateando as rvores. logo percebeu que estava perdido, numa escurido desesperadora. j ferido por espinhos invisveis, machucado de quedas, chegou a chorar alto. reza brava sem pensar, o narrador comeou a bramir a reza-brava de so marcos. e sem entender o porqu, dizendo blasfmias que a reza continha, comeou a correr dentro da mata, tangido por vises terrveis. de repente, estava na casa de joo mangol, tangido por uma fria incontrolvel. e a voz do feiticeiro pedindo pelo amor de deus que no o matasse. os dois rolaram juntos para os fundos da casa. e de repente, luz, muita luz. a viso voltava esplndida. e o negro velho tentando esconder alguma coisa atrs do jirau. depois de levar alguns sopapos, mangol mostrou um boneco. mais alguns socos e o feiticeiro explicou: no queria matar. amarrara apenas uma tirinha de pano preto nas vistas do boneco para o narrador passar uns tempos sem enxergar. tudo terminou em paz. para garantir tranqilidade, o narrador deu um dinheiro a joo mangol. Era a garantia de que, agora, eram amigos.

corpo fechado dados tCnicos narrativa conto narrado na primeira pessoa. o narrador participa da histria e tem viso limitada dos fatos que narra. personagens

1. narrador: mdico morando num arraial do interior de minas. fez amizade com manuel ful. Gostava de ouvir-lhe as conversas. 2. manuel ful: Sujeito pingadinho, quase menino, cara de bobo de fazenda, cabelo preto, corrido. no trabalhava. gostava de moa, cachaa e conversa fiada. 3. beija-flor: besta ruana, de cruz preta no dorso, lisa, lustrosa, sbia e mansa mas s para o dono, manuel ful. 4. das dor: noiva de manuel ful; moa pobre, mas muito bonita. 5. targino: o valento mais temido do lugar. era magro, feio, de cara esverdeada. dificilmente ria. 6. antnio das pedras-guas: era pedreiro, curandeiro e feiticeiro. cenRio laginha, arraial montono do interior de minas gerais. resumo amizade a amizade do narrador com manuel ful nasceu do nada. solidificou-se quando o narrador descobriu que manuel comia cogumelo com carne. manuel ful gostava de moas, de cachaa e de conversa fiada. beija-flor beija-flor era o orgulho de manuel ful. Mais que isso: era uma espcie de complemento. besta ruana, de cruz preta no dorso, lisa, lustrosa, sbia e mansa mas s para o dono. quando manuel ful ficava bbado e isso acontecia todos os domingos atracava-se ao pescoo de beija-flor, e a mula levava-o com todo o cuidado. sabia abrir porteiras. vivendo com ciganos manuel ful conta ao narrador que viveu uns tempos com uns ciganos s para aprender alguns truques. os ciganos gostavam dele porque pensavam que ele era bobo de verdade. com os ciganos, manuel ful aprendeu tudo sobre cavalos. sabia transformar animal ruim em bicho de valor em pouco tempo. quando deixou os ciganos, passou a ganhar dinheiro negociando com animais. freguesia perdida manuel ful contou ao narrador como conseguiu, certa vez, enganar os ciganos. arranjou dois cavalos imprestveis, preparou-os, fez-lhe maquiagens para disfarar defeitos e trocou-os por dois cavalos bem melhores. com isso, perdeu a freguesia. ningum quis mais negociar com manuel ful porque ele era capaz de enganar at ciganos. ameaA de targino uma noite, o narrador e manuel ful estavam bebendo cerveja na venda. de repente, entrou targino e caminhou na direo dos dois amigos. pediu licena ao doutor: queria falar um particular a manuel ful. Pura formalidade, pois targino falou bem alto, na porta da venda, a trs passos do narrador: " escuta, man Ful: a coisa que eu gostei da das dor, e venho visitar sua noiva, amanh... j mandei recado, avisando a ela... um dia s, depois vocs podem se casar... se voc ficar quieto, no te fao nada... se no... e targino, com o indicador da mo direita, deu um tiro mmico no meu pobre amigo, rindo, rindo, com a gelidez de um carrasco". buscando ajuda depois da ameaa, o doutor-narrador levou manuel para a casa dele (do doutor). que fazer? o prprio manuel no via sada. targino era valento, ningum podia com ele. no outro dia, enquanto manuel ainda se recupera do porre, o doutor saiu procura de ajuda. primeiro, foi casa do coronel melgurio. o homem deu de ombros: se algum tivesse coragem de enfrentar o targino... depois, foi a

vez do vigrio: prometeu rezar. de volta, o doutor encontrou a casa cheia: eram os parentes de manuel ful. Pediam ao doutor que no fizesse nada. o correto era entregar para deus. maria das dores estava sozinha com a me, chamando pelo noivo. antNio feiticeiro chamava-se antonico das pedras ou antonico das guas. era pedreiro, curandeiro e feiticeiro. no meio da aflio, foi ter casa do doutor. ali, com ar de pressa, trancou-se no quarto com manuel ful. Um tempo depois, a porta abriu-se, e manuel anunciou com cara de defunto: entreguem a mula beija-flor para seu antnio. o feiticeiro pediu um prato fundo, brasas, linha e cachaa. os apetrechos apareceram, e os dois se trancaram no quarto. enquanto isso, targino saiu rua deserta e caminhava em direo casa onde estava a maria das dores, a noiva ameaada. corpo fechado manuel ful, depois de algum tempo trancado no quarto com antnio feiticeiro, saiu teso, cara de mau, olhar fixo. e assim, caminhou para a rua: ia ao encontro de targino. todos ficaram assustados. antnio feiticeiro explicou: manuel ful estava com o corpo fechado. arma de fogo no tinha poder sobre ele. a me de manuel pediu que segurassem o filho dela, pois seu toniquinho pusera-o doido. "mas ningum transps a porta". e l estavam os dois, targino e manuel ful, frente a frente. manuel falou primeiro, xingando a me do valento. mexeu na cintura e tirou dela uma faquinha quase canivete. cresceu para cima de targino. foram cinco tiros, as balas zuniram. manuel ful pulou sobre targino e aplicou-lhe vrias facadas pela altura do peito. o valento capotou e morreu num timo. manuel ful ainda lhe deu mais facadas, sujando-se todo de sangue. festa manuel ful fez um ms inteiro de festa e at adiou o casamento, pois o padre teimou que no matrimoniava gente bbeda. o narrador foi o padrinho.

conversa de bois dados tCnicos narrativa conto narrado na primeira pessoa. o narrador participa da histria e tem viso limitada dos fatos que narra. personagens 1. tiozinho: menino-guia. odiava o agenor carreiro, pois o malvado vivia fazendo carinho na me de tiozinho, mesmo quando o pai do menino ainda estava vivo, entrevado em cima de um jirau. 2. agenor soronho: carreiro. mandava em tiozinho como se fosse pai dele. 3. janurio: pai de tiozinho. cenRio estrada no interior de minas gerais. resumo carro, bois, carreiro e guia o autor produz uma histria valorizando quatro elementos importantes da paisagem do interior de minas. o carro, puxado por bois, vai cortando o serto, levando rapadura e um defunto o pai de tiozinho (cego e entrevado, j de anos, no jirau) para o arraial. os bois, enquanto arrastam o

carro, vo conversando, emitindo opinio sobre muitas coisas, principalmente sobre os homens. nomes dos bois buscap e namorado: so os bois da guia, os dois que vo bem frente do carro. capito e brabagato: bois que vo mais atrs, tiOzinho o pai de tiozinho, janurio, vivia, h muitos anos, entrevado e cego em cima de um jirau. a me de tio no tinha mais pacincia de cuidar do enfermo. guardava seus carinhos para soronho carreiro. de noite, enquanto todos dormiam, tiozinho ouvia os soluos do pai, um choro dodo, sem consolo. revolta tiozinho odeia agenor soronho. mesmo quando o pai estava vivo, o carreiro tinha autorizao para xingar, bater de cabresto, de vara de marmelo, de pau... que seria dele agora, com o pai morto? tiozinho tentava fazer tudo direito: capinava, tirava leite, buscava os bois no pasto, guiava-os no carro de boi. "quando crescer, quando ficar homem, vai ensinar ao seu agenor soronho... ah, isso vai!... h de tirar desforra boa, que deus grande!..." morte o caminhar cadenciado e montono levou agenor soronho ao sono. o perigo era iminente. se casse, as rodas do carro de boi passariam por cima dele. na frente dos bois, tiozinho andava meio acordado, meio dormindo. nesse quase estupor, o pensamento coincidia com a fala dos bois. era como se o menino fosse boi tambm. os bois entendiam o pensamento dele: falava em vingana, em morte do carreiro. de repente, meio inconsciente, tiozinho deu um grito, os bois saltaram, todos a um tempo, para frente, e agenor soronho caiu. uma das rodas do carro passou por cima do pescoo dele, quase o degolando. estava morto. agora, com dois defuntos, a caminhada ficou mais alegre.

a hora e a vez de augusto matraga dados tCnicos narrativa conto narrado na primeira pessoa. o narrador participa da histria e tem viso limitada dos fatos que narra. personagens 1. augusto matraga: augusto esteves ou nh Augusto. no respeita filha alheia nem mulher dos outros. 2. si Dionra: esposa de nh Augusto. tinha belos cabelos e olhos srios. 3. mimita: filha de nh Augusto e de si Dionra. 4. ovdio moura: homem de quem si Dionra gostava; os dois fugiram, levando mimita. 5. quim recadeiro: companheiro de nh Augusto; tentou vingar a morte do patro e foi assassinado. 6. quitria: preta velha que salvou nh Augusto; ele a chamava de "me quitria". 7. joozinho bem-bem: o bandido mais temido dos sertes. tinha um bando de homens valentes, todos bem armados e elegantes.

cenRio estrada no interior de minas gerais. resumo m notCia nh Augusto estava deitado. quim recadeiro chegou para lhe trazer uma m notcia: si Dinra, esposa de nh Augusto, foi-se embora com outro homem. incontinnti, quim foi atrs dos homens de nh Augusto e voltou com outra notcia m: os homens no queriam mais acompanhar o patro. j estavam trabalhando para o major consilva. nh Augusto resolveu: antes de ir matar ovdio e dinra, ia acertar as contas com o major consilva. marcado a ferro nh Augusto, sozinho, foi enfrentar a jagunada do major consilva. no ptio da fazenda, todos o esperavam. caram-lhe em cima de porretadas e deixaram-no todo quebrado. depois, por ordem do major, levaram-no para longe e, ali, queimaram-no na bunda com o ferro de marcar gado um tringulo inscrito numa circunferncia: a marca do major. augusto deu um berro medonho e reviveu. tentaram segur-lo, mas ele pulou no precipcio. longa recuperao um casal de pretos velhos que morava ao p da serra recolheu os restos de nh Augusto, ainda com sinal de vida. foi uma longa recuperao, do corpo e da alma. s escondidas, at um padre participou da converso de nh Augusto. quando estava pronto para partir, quis levar tambm o casal de pretos. assim, fugiram para o serto, dormindo de dia e viajando noite, como fugitivos que eram. novo homem nh Augusto virou um novo homem. foi morador muito distante, em tombador, um povoado bem nos cafunds de minas gerais. logo ganhou fama de homem trabalhador que gostava de ajudar os outros. trabalhava de sol a sol e at aos domingos. falava sozinho e, assim, aumentava a sua fama de doido. mas o que ele fazia era repetir as palavras que o padre lhe ensinara: "cada um tem a sua hora e a sua vez: voc h-de ter a sua". no fumava, no bebia, no se interessava por mulheres. notCias do passado certo dia, apareceu em tombador o tio da thereza, sujeito que conhecia nh Augusto. e foi dando as notcias: dinra continuava amigada com ovdio e falavam at em casamento na igreja, pois pensavam que nh Augusto estava morto. a filha crescera, botara corpo de mulher e cara na vida. o major consilva arrematara as duas fazendas de nh Augusto. quim recadeiro estava morto: sozinho, fora tentar vingar a morte de nh Augusto, enfrentando os capangas do major consilva. joOzinho bem-bem um dia, chegou a tombador o bando de joozinho bem-bem. nh Augusto convidou o temido jaguno para passar uns dias em sua residncia, e o bandido aceitou. nasceu, ento, uma grande amizade entre nh Augusto e joozinho bem-bem. na despedida, bem-bem ainda convidou o anfitrio para fazer parte do bando. augusto agradeceu. partida um dia, nh Augusto no agentou mais: queria andar, correr mundo. despediu-se de me quitria e, montando num jumento, partiu pelo serto. no tinha destino certo: ia para onde o jegue queria lev-lo. reencontro arraial do o chefe j tinha pai, o reencontro de nh Augusto com joozinho bem-bem aconteceu no rala-coco. ali, mataram traio juruminho, um dos homens de bem-bem. tomado a deciso: ia matar um dos irmos mais novos do assassino, que m