saber viver nº12

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PUBLICAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DA COOPERATIVA DE HABITAÇÃO CAJUEIRO n.º 12 Julho/Agosto/Setembro HABITAÇÃO DESIGN DECORAÇÃ0 CULTURA LAZER SABORES Passeámos pela nossa capital e ouvimos as suas histórias CULTURA A MAGIA DE LUANDA VELA EM ANGOLA Fomos na regata do Clube Naval e sentímos a paixão pelo mar CONDOMÍNIOS CAJUEIRO Regras e conselhos de boa convivência

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O mundo da Coopertativa Cajiueiro

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Page 1: Saber Viver nº12

P U B L I C A Ç Ã O D E D I S T R I B U I Ç Ã O G R A T U I T A D A C O O P E R A T I V A D E H A B I T A Ç Ã O C A J U E I R O

n.º 12 • Julho/Agosto/Setembro

H A B I T A Ç Ã O • D E S I G N • D E C O R A Ç Ã 0 • C U L T U R A • L A Z E R • S A B O R E S

Passeámos pela nossa capital e ouvimos as suas histórias

cultura

a maGia de luanda

Vela em anGolaFomos na regata do clube naval

e sentímos a paixão pelo mar

condomÍnios caJueiroregras e conselhos de boa convivência

Page 2: Saber Viver nº12

editorial

Saber Viver é uma referência nos condomínios da Coo-

perativa Cajueiro onde pode encontrar toda a tranqui-

lidade e o bem-estar com que sempre sonhou. Estas

são as máximas que defendemos e que pretendemos estender

a um maior número de pessoas com o lançamento de novos

produtos. Ficou decidido na última Assembleia Geral, a 17 de

Abril, que vamos abrir a Cooperativa não só a trabalhadores

da Sonangol e do Ministério dos Petróleos, como também a

outras entidades, como bancos, outros ministérios, empresas

subsidiárias da Sonangol etc. Desta forma, teremos um leque

mais abrangente na distribuição de habitação ao público.

Nesta edição da Saber Viver, agora com um novo rosto, damos

destaque também à descaracterização de alguns condomínios

por infracção dos condóminos, uma problemática que tentamos

combater e que estamos a punir severamente.

E como Saber Viver é saber desfrutar de pequenos prazeres

falamos do prazer de velejar, do café em Angola e dos grandes

investimentos na produção e reabilitação das antigas fazendas,

de decoração para que aponte algumas “dicas” para a sua

casa e de um dos melhores hotéis do mundo, na Escócia, no

caso de querer marcar as suas férias.

Sabemos que esta é a sua revista de eleição, por isso tenha uma

agradável leitura à sombra de um dos condomínios Cajueiro.

NoVos proDutos Cajueiro

ProPriedade Sociedade Cooperativa de Habitação CAJUEIROrua samuel bernardo, n.º 8/10, r/c ingombota — Luanda teLeFoNes 00244 226 440 001 / 2 / 3 / 4Fax 00244 226 440 005

escolHa diFÍcil

as outras quatro imagens de capa que nos puseram a refl ectir.Fotos de capa: Duarte Mexia

04

16

p u b l i c a ç ã o d e d i s t r i b u i ç ã o g r a t u i t a d a c o o p e r a t i v a d e h a b i t a ç ã o c a j u e i r o

Saber Viver

n.º 12 • Julho/Agosto/Setembro

h a b i t a ç ã o • d e s i g n • d e c o r a ç ã 0 • c u l t u r a • l a z e r • s a b o r e s

Passeámos pela capital e ouvimos as suas histórias. Ângela Mingas

falou-nos do futuro

arquitectura

a Magia de Luanda

VeLa eM angoLas

Fomos na regata do Clube Naval e sentímos a paixão pelo mar

condoMínios cajueiroRegras e conselhos de boa convivência

p u b l i c a ç ã o d e d i s t r i b u i ç ã o g r a t u i t a d a c o o p e r a t i v a d e h a b i t a ç ã o c a j u e i r o

Saber Viverh a b i t a ç ã o • d e s i g n • d e c o r a ç ã 0 • c u l t u r a • l a z e r • s a b o r e s

n.º 12 • Julho/Agosto/Setembro

Passeámos pela capital e ouvimos as suas histórias. Ângela Mingas

falou-nos do futuro

ArquitecturA

A MAgiA de LuAndA

VeLA eM AngoLAs

Fomos na regata do Clube Naval e sentímos a paixão pelo mar

condoMínioS cAJueiroRegras e conselhos de boa convivência

p u b l i c a ç ã o d e d i s t r i b u i ç ã o g r a t u i t a d a c o o p e r a t i v a d e h a b i t a ç ã o c a j u e i r o

n.º 12 • Julho/Agosto/Setembro

h a b i t a ç ã o d e c o r a ç ã 0 • c u l t u r a • l a z e r • s a b o r e s

Passeámos pela capital e ouvimos as suas histórias. Ângela Mingas

falou-nos do futuro

arquitectura

a Magia de Luanda

VeLa eM angoLas

Fomos na regata do Clube Naval e sentímos a paixão pelo mar

condoMínios cajueiroRegras e conselhos de boa convivência

p u b l i c a ç ã o d e d i s t r i b u i ç ã o g r a t u i t a d a c o o p e r a t i v a d e h a b i t a ç ã o c a j u e i r o

Saber Viver

n.º 12 • Julho/Agosto/Setembro

h a b i t a ç ã o • d e s i g n • d e c o r a ç ã 0 • c u l t u r a • l a z e r • s a b o r e s

Passeámos pela capital e ouvimos as suas histórias. Ângela Mingas

falou-nos do futuro

arquitectura

a Magia de Luanda

VeLa eM angoLas

Fomos na regata do Clube Naval e sentímos a paixão pelo mar

condoMínios cajueiroRegras e conselhos de boa convivência

CARLOS GIL DA CUNHAPresidente da Cajueiro

Page 3: Saber Viver nº12

Presidente Carlos Gil da Cunha

secretária-Geral Deolinda Canifa

comunicação e marketinG Lucinda Mangueira

tiraGem 10 000 exemplares

04 Na Casa De… Vanda da Cruz dos santos

08 Debaixo Do Cajueiro regras de boa convivência nos condomínios

12 Debaixo Do Cajueiro Colégio "o Cajueiro" um ensino de excelência

16 (De)Coração Quartos com imaginação para os seus filhos

20 oLha só... Fomos ao mercado de benfica

22 passeio CuLturaL a cidade de Luanda e os seus segredos

28 a Dois passos Do paraíso a tradição de velejar em angola

32 LuGares De soNho edimburgo, o coração da escócia

36 peQueNos prazeres o café mais caro do mundo

38 CuLtura a ii trienal de Luanda é já em setembro

42 troCaDo eM MiúDos Quantos Queres?

46 ViDa sauDáVeL os perigos do sol

48 eNtre os taChos eugénia da Conceição esteves

51 Vai ser NotíCia Lista de eventos a não perder

28

42

12 38

Publicidade 00244 935 525 264

Belas Business Park, Edifício Luanda, sala 102 – Talatona, Luanda Sul

Page 4: Saber Viver nº12

4 julho/agosto/setembro 2010

a família santos vive no condomínio Cajú

(zr1), em Luanda desde Maio de 2009.

Desde então o modo de vida mudou radi-

calmente. trocaram a “selva de betão",

como apelidam, pelo campo. Moravam na

Maianga, a 10 minutos do emprego, mas

mesmo assim optaram por esta mudança. tudo o que aqui

vivem compensa os minutos que passam no trânsito que,

dizem, está melhorar dia após dia. Vanda santos, a técnica

trabalhadora da sonangol Direcção de aviação nunca hesitou

na decisão: “optámos pela qualidade de vida. Nós vivíamos

na Maianga, mas a família cresceu, a vida na cidade é dife-

rente e viver em apartamentos é sempre mais complicado,

com todas as restrições que envolve. aqui há qualidade de

vida, sossego, tranquilidade e principalmente espaço aberto.

aqui cada um tem o seu lugar e lá era tudo muito mais redu-

zido. tudo isto e o facto de se ter que acordar mais cedo...”

Vanda e Fernando santos têm três fi lhos, a soraia com 25

anos, o Neylor com 23 anos e a caçula da família, a jorvana

de 6 anos. os mais velhos já trabalham, um é piloto da taaG

e a mais velha é empregada numa petrolífera.

uMa DeCoração ViraDa para o jarDiM…

TExTo ana MaurícioFoToS tiago jales toméLocaLização Condomínio Cajú (zr1) EndErEço Camama

na casa de...

a FoToSLocaLizaçãoEndErEço

e a mais velha é empregada numa petrolífera.

a família cresceu e a vida no centro da cidade estava a fi car complicada. Mudaram-se para o condomínio Cajú e quase sem dar por isso a casa começa agora pelo jardim.

Page 5: Saber Viver nº12

saber viver 5

também para eles foi importante esta mudança

de vida. esta foi uma casa muito

ansiada e desejada. Vanda ainda

se lembra de quando requereu esta

habitação, logo após a constituição

da Cooperativa Cajueiro, em 2000,

uma oportunidade que não deixou fugir,

sendo uma feliz contemplada com uma

casa, recebeu a chave em 2007 e só não

foi logo ali morar porque ainda não existiam

todas as infra-estruturas. Mudou defi nitiva-

mente, em 2009.

agora Vanda dedica-se a um dos grandes

prazeres que é a jardinagem, uma espé-

cie de terapia no fi m de um dia de trabalho.

o que mais lhe agrada quando chega a casa é cui-

dar das fl ores e plantas que serpenteiam por todo o

exterior. isto é o seu orgulho, e não é para menos, pelo

gosto com que decora cada recanto. a juntar-se a este

prazer, um outro, o de gostar de acolher. “agora temos um

espaço para receber os amigos, a família, tanto eu como o

meu marido, somos de famílias numerosas e então, todos

os sábados e Domingos, recebemos os irmãos, os sobri-

nhos, os amigos. todos vêm para cá e a nossa casa é super

TExTo ana MaurícioFoToS tiago jales toméLocaLização Condomínio Cajú (zr1) EndErEço Camama

PERFIL

NOME Vanda da Cruz dos Santos

IDADE 44 anos

NATURALIDADE Malange

PROFISSãO Engenheira Química (Chefe de secção do

controlo operacional da Direcção de Aviação)

HOBBIES Jardinagem; decoração da casa; Ler e ouvir música

PRATO FAVORITO Como gosto de cozinhar não tenho

nenhum em especial, mas adoro cozinhar para os amigos.

DESPORTO Tive uma curta passagem pelo ténis, pratiquei

basquetebol, fui federada do Sporting de Luanda, mas

depois a minha mãe tirou-me do basquete para me

dedicar mais aos estudos e a seguir vieram outras coisas,

o namoro, o casamento os fi lhos.

LEMA DE VIDA A honestidade, o respeito pelo próximo, os

valores morais, os valores familiares.

Page 6: Saber Viver nº12

6 julho/agosto/setembro 2010

movimentada ao fi m-de-semana. para eles que vivem em

Luanda também é uma terapia, porque eles saem daquela

confusão e vêm desfrutar deste espaço pitoresco”.

as infra-estruturas em Luanda sul também estão a crescer

com mais supermercados, mais serviços e gostava também

que houvesse mais escolas públicas, centros de saúde e hospi-

tais. tal como no condomínio a água e a electricidade sem res-

trições, segurança, escolas e creches que a Vanda acredita que,

quando abrirem os serviços sociais, tudo vai fi car ainda melhor.

por enquanto, vivem sem o sufoco do estacionamento na cidade,

na tranquilidade e conforto de um ambiente saudável, livre

de poluição que só os condomínios do Cajueiro oferecem.

Page 7: Saber Viver nº12
Page 8: Saber Viver nº12

8 julho/agosto/setembro 2010

saber ViVer eM CoMuNiDaDe«Devemos apelar ao bom senso dos moradores e lutar contra práticas que violam as normas internas do condomínio e de convivência social.»

TExTo ana MaurícioFoToS ana MaurícioLocaLização Cajueiro zr1EndErEço talatona – Luanda sul

debaixo do Cajueiro

arlete santos, 38 anos é engenheira civil, tra-

balha na Cooperativa desde janeiro de 2004.

hoje é chefe do departamento de gestão de

condomínios. um departamento que acom-

panha todas as obras a serem realizadas nos

condomínios, tanto a nível das infra-estru-

turas como das benfeitorias realizadas nas habitações, assim

como do funcionamento dos mesmos por via da administra-

ção dos condomínios e da empresa gestora. Fora da grande

capital, a gestão dos condomínios é feita por representantes

de cada província, mas com o apoio de arlete santos.

só em Luanda, a Cooperativa Cajueiro, gere condomínios como

o Gepa, o acácias, o pitanga, o zr1 e o Girassol que está a ser

habitado há quatro meses. “este último é um condomínio que

precisa de toda a nossa atenção porque ainda não tem todas

as condições de habitabilidade como água e energia, todas as

outras infra-estruturas estão concluídas e mesmo a ligação

domiciliária das redes técnicas estão concluídas em 80 por

cento. a taxa de ocupação deste condomínio é de 15 por cento.

De momento ainda não tem energia de rede e tem apenas

uma fonte alternativa que só atende no período das 18 h às

9 h da manhã. esta-se a reunir todos os esforços junto da

eDL, eNe e da epal para se resolver a questão do forneci-

mento de energia e água. a água que temos no condomínio

ainda não está com o caudal que se deseja.

está em curso um projecto de reforço de água através de

uma outra conduta para se aumentar o caudal.

a gestão de condomínios é um trabalho árduo e permanente.

são muitas as questões com que se depara diariamente,

por vezes, nem sempre da responsabilidade da Cooperativa.

«o condomínio Gepa, por exemplo, tinha um problema com o

abastecimento de água. a conduta que inicialmente o abaste-

cia foi desviada pela população que vive nos arredores e, para

resolver este problema, a cooperativa fez furos para a captação

de águas subterrâneas, no condomínio Gepa. Neste momento,

os furos estão prontos, a água foi levada para o laboratório

para se definir a unidade de tratamento a fazer, e, em breve,

fornecer água sem restrições. o mesmo acontece no condo-

mínio zr1. o caudal da água é insuficiente, construiu-se, por

isso, furos para captar águas subterrâneas, de forma a refor-

çar o caudal, uma vez que as casas que se encontram locali-

zadas em zonas mais altas não recebem água com a mesma

pressão das casas localizadas em cotas mais baixas».

relativamente às alterações requiridas pelos condóminos,

a cooperativa elaborou um padrão de projectos para ofere-

cer aos que as solicitassem, mas nem sempre estes mode-

los seguidos e recomendações cumpridas. esta é uma das

“guerras” com que a Cooperativa se depara constantemente.

«os condóminos em de vez de executarem as obras con-

forme o projecto fornecido, alteram o projecto. Quando as

obras não se enquadram no padrão aprovado, nem no per-

fil arquitectónico do condomínio, nós intervimos e a punição

passa pela demolição».

outro alerta de quem faz a gestão dos condomínios tem que

ver com os inertes que os condóminos colocam nos passeios

e à frente das residências. tem que haver regras de boa con-

vivência e a eng. arlete não se cansa de as frisar – «os condó-

minos têm que ter cuidado com os seus animais domésticos

(cães e gatos) que não devem deixar à solta, pois podem

ameaçar a integridade dos moradores; a poluição sonora com

motos 4, a condução e o arranque em veículos a alta veloci-

dade. Deve-se apelar ao bom senso dos moradores e alertar

que estas práticas violam as normas internas do condomínio

e de convivência social e são passiveis de multas».

Page 9: Saber Viver nº12

saber viver 9

Page 10: Saber Viver nº12

10 julho/agosto/setembro 2010

CONDOMÍNIO CAJÚ

a entrada da sua casa é como um cartão-de-visita.

tenha gosto na decoração, invista na jardinagem

e mantenha-a sempre impecavelmente bem tra-

tada. Vai sentir-se bem, alegrar os seus vizinhos e

quem o visita. temos aqui um excelente modelo

de saber viver. parabéns!

CONDOMÍNIO CAJÚ

outro bom exemplo de bem saber morar em

condomínio. Mesmo dentro de casa, neste caso,

no quintal, esta fotografi a ilustra o bom gosto e

a manutenção.

CONDOMÍNIO PITANGA

No condomínio pitanga, o gosto pelo perfeito

e harmonioso mantém-se. prova é este belíssimo

jardim cuidado, onde não faltam palmeiras de

jardim.

SABER VIVER NOS CONDOMÍNIOS CAJUEIRO

BONS EXEMPLOS

Page 11: Saber Viver nº12

saber viver 11

SABER VIVER NOS CONDOMÍNIOS CAJUEIRO

MAUS EXEMPLOS

CONDOMÍNIO CAJÚ

Como é que eu entro em casa? esta é uma verdadeira fl o-

resta até chegar à fechadura da porta. Cuide do seu jardim,

cuide das plantas, não as deixe ao abandono. Dê um bom

exemplo aos seus vizinhos e visitantes.

CONDOMÍNIO CAJÚ

“Dentro de minha casa mando eu” é assim que se costuma

dizer, mas não custa manter pelo menos a fachada limpa e

ausente de detritos, inertes mesmo que a sua casa esteja

em obras, tenha isso em atenção! esconda no quintal ou

mantenha os materiais que vai usar arrumados. os seus

vizinhos não têm que ser incomodados com as suas obras.

CONDOMÍNIO GEPA

o espaço exterior à porta de sua casa é um espaço comum.

preste atenção! Mantenha o passeio e as estradas limpas

de inertes e outros objectos ou aparelhos.

CONDOMÍNIO VIANA

a construção deste anexo não permitido pela Cooperativa

Cajueiro, pois não está de acordo com o projecto aprovado

pela mesma. há regras e normas que devem ser cumpridas

com rigor. Não faça da sua casa um mau exemplo para

quem vive em comunidade.

Page 12: Saber Viver nº12

12 julho/agosto/setembro 2010

a Cooperativa Cajueiro

possui um vasto

conjunto de condo-

mínios e continua

a construir muitos

outros por todo o

território de angola. Numa muito lou-

vável preocupação com a educação

dos filhos das famílias que habitam

nesses condomínios, tem construído

colégios em cada um deles e tem

como premissa ministrar um ensino

de excelência. Nesta senda, entra a

empresa de direito angolano "apren-

der Melhor", empresa que se dedica

à educação e deseja desenvolver em

angola um sistema educativo que

possa vir a ser uma referência pela

sua elevada qualidade.

os pais do século xxi desejam para

os seus filhos uma educação onde se

desenvolvam essencialmente capaci-

dades de um processo, como a inicia-

tiva, a determinação, a criatividade, a

TExTo ana MaurícioFoTograFia susana homemLocaLização Luanda, angola

«...formar futuros cidadãos que, no contexto de um mundo exigente, competitivo e em constante mudança sejam pessoas livres, seguras, responsáveis e com espírito de iniciativa, capazes de construir em torno de si uma rede de vinculações e de trabalhar em equipa, preocupadas com o bem comum e capazes de intervir activamente na sociedade...»

coLégio “o cajuEiro”

uM eNsiNo De exCeLêNCia para...

debaixo do Cajueiro

Page 13: Saber Viver nº12

saber viver 13

liberdade de pensamento imaginativo.

a par destas capacidades, é posta

maior ênfase nas competências,

enquanto conhecimentos em acção,

bem como na capacidade de reso-

lução de problemas, como forma de

ultrapassar dificuldades.

o sistema educativo que se

pretende implementar nos

colégios procura responder

a estas inquietações, valorizando as

competências referidas e contribuindo

assim para a evolução de uma cultura

de dependência para uma cultura de

empreendimento.

Como proposta desta empresa, cada

um dos colégios da Cooperativa, deve

possuir um corpo docente capacitado

para utilizar metodologias de ensino e

aprendizagem actualizados e eficazes.

uma exigente selecção dos professo-

res e, muito especialmente, um inves-

timento na sua formação.

Page 14: Saber Viver nº12

14 julho/agosto/setembro 201014 julho/agosto/setembro 2010

assim, pretende-se criar um

colégio central que seja uma

escola de referência, onde se

possam formar os professores que irão

desempenhar as funções de orienta-

ção pedagógica nos restantes colégios.

um colégio central com a função for-

mativa a ser instalado no condomínio

Cajú (zr1), em talatona, Luanda sul.

estes colégios que designaremos por

colégio “o Cajueiro”, seguirá os currícu-

los escolares angolano e português, a

fim de ser reconhecido pelos respecti-

vos países bem como pela união euro-

peia. a importância de ser um colégio

reconhecido pelo Ministério da educa-

ção português é tornar possível, sem

perdas de regalias, o recrutamento de

professores em portugal com uma qua-

lificação suficientemente elevada para

poderem formar outros professores.

os professores abrangidos pelo regime

do Ministério da educação português

estão sujeitos, obrigatoriamente, a uma

formação contínua e a uma avaliação

exigida pela lei e o ensino será do pré-

escolar ao pré-universitário.

o sistema educativo proposto tem

como objectivo fundamental o aluno

enquanto pessoa. por um lado, a for-

mação integral da sua personalidade

em todas as suas vertentes: física,

afectiva, social, intelectual e espiritual

e, por outro lado, a formação acadé-

mica, ou seja, a relação dinâmica com

o mundo das ideias e do saber, cons-

truindo o seu próprio conhecimento e

adquirindo competências.

É objectivo da Cooperativa Cajueiro

a educação. Formar cidadãos que,

no contexto de um mundo exigente,

competitivo e em constante mudança

sejam pessoas livres, seguras, res-

ponsáveis e com espírito de iniciativa.

Capazes de construir em torno de si

uma rede de vinculações, de trabalhar

em equipa, preocupadas com o bem

comum e capazes de intervir activa-

mente na sociedade.

este sistema educativo, já em vigor em

portugal e experimentado com muito

bons resultados, segue uma orientação

pedagógica na qual é possível detec-

tar uma forte influência dos países do

Norte da europa. É um sistema peda-

gógico que tem como núcleo central a

pedagogia de Kentenich que tem uma

forte componente afectiva e que procura

fomentar em cada aluno a sua auto-

educação, a fim de o ajudar, enquanto

ser individual e social, a descobrir-se a

si próprio e a desenvolver, em plenitude,

todo um leque de potencialidades, no

sentido de construir um projecto pes-

soal de vida.

uma pedagogia que centra todo pro-

cesso educativo na pessoa do aluno, que

desenvolve as competências para pla-

nificar o trabalho, para investigar, para

debaixo do Cajueiro

Page 15: Saber Viver nº12

saber viver 15saber viver 15

sistematizar os conhecimentos adqui-

ridos e para os comunicar e defender.

para além da pedagogia de Kentenich

integra ainda vertentes de outras peda-

gogias e metodologias de ensino que

reforçam e conferem uma melhor ade-

quação ao meio escolar.

exemplos: o inglês será leccionado desde

os três anos por professores de língua

materna inglesa; Na matemática irá ser

utilizada uma metodologia de ensino /

aprendizagem especialmente eficaz;

Valorizar-se-á o ensino experimental

das ciências, enfatizando as matérias

relacionadas com os recursos naturais

angolanos; a formação moral e espiritual

terá uma orientação católica; a educa-

ção física e o desporto serão especial-

mente valorizados, aproveitando os sete

campos de jogos que o colégio possui;

as tecnologias da informação e comu-

nicação estarão constantemente dispo-

níveis desde o jardim-de-infância.

Page 16: Saber Viver nº12

16 julho/agosto/setembro 2010

(de)coração

o mundo fantástico da decoração infantil é

o melhor dos pretextos para pais e fi lhos

embarcarem numa aventura de perso-

nagens, alegria, cor e diversão. apesar

de criado para agradar aos mais peque-

nos, também aos adultos é difícil resis-

tir à variada oferta que hoje em dia se encontra no mercado.

o quarto é o espaço onde as crianças passam uma grande

parte do seu tempo. Deve ser pensado de forma a ser-

vir para as várias actividades que ali se realizam, dor-

mir, ler, estudar e brincar. para além da cama convêm

investir numa pequena secretária, armários ou pratelei-

ras para arrumação e bastante espaço livre para recreio

e brinquedos.

Quartos CoM iMaGiNaçãoa importância da cor e da criatividade no quarto dos seus fi lhosTExTo sofi a Couto e sérgio antunesSELEcção dE iMagEnS sofi a Couto e sérgio antunesLocaLização Quarto dos seus fi lhos

Quartos CoM iMaGiNaçãoQuartos CoM iMaGiNação

Page 17: Saber Viver nº12

saber viver 17

nestas páginas, da esquerda para a direita, de cima para baixo

cadeira eco Fish – SaTYEndra PaKHaLE caPPELLini E WaLT diSnEY – www.cappellini.it

relógio kuckuck – dEnniS nino cLaSEn – www.clasen.tv

lençóis Pikku Bo Boo – KaTSuji WaKiSaKa MariMEKKo – www.marimekko.fi

estante calligrafi a capo – FLou – www.fl ou.it

cadeira Bite me – KariM raSHid xo – www.xo-design.com

nestas páginas, da esquerda para a direita, de cima para baixo

www.cappellini.it

– www.clasen.tv

www.marimekko.fi

– FLou – www.fl ou.it

www.xo-design.com

Page 18: Saber Viver nº12

18 julho/agosto/setembro 2010

se pretende adaptar um quarto da casa ao universo infantil

existem alguns princípios que devem ser levados em conta:

— os materiais devem ser resistentes e no caso dos teci-

dos, laváveis.

— Dar preferência a cores vivas e alegres, não esquecendo que

para além da tinta existem papeis de parede ou autoco-

lantes em vinil muito divertidos, com desenhos e padrões.

— optar por uma luz artifi cial suave que deve ser comple-

mentada por um candeeiro de secretária e luzes de pre-

sença a pensar nos pesadelos nocturnos.

— procurar camas cujo espaço inferior é aproveitado para

gavetões de arrumação ou para ter um colchão de reserva

para receber um amigo.

nestas páginas, da esquerda para a direita, de cima para baixo

toucador Hello kitty – c.i.a. – www.ciaarredamenti.it

mesa Pallas – KonSTanTin grcic cLaSSicon – www.classicon.com

candeeiro de mesa lolita – niKa zuPanc Moooi – www.moooi.com

banco eames elephant – cHarLES and raY EaMES ViTra – www.vitra.com

tapete Puzzle – SaTYEndra PaKHaLé MagiS – www.magisdesign.com

cama makù – c.i.a. – www.ciaarredamenti.it

Page 19: Saber Viver nº12

saber viver 19

Page 20: Saber Viver nº12

20 julho/agosto/setembro 2010

olha só...

MerCaDo De beNFiCa

20 julho/agosto/setembro 2010

olha só...

MerCaDo De beNFiCa

ESCULTURAS EM MADEIRA

esculturas em madeira são mais que muitas neste mer-

cado. podem ser cabeças de animais, fi guras alusivas a

acontecimentos, outras que simbolizam o homem ou a

mulher numa actividade profi ssional. objectos que deno-

tam poder, como espadas, lanças ou simples utensílios

de uso no quotidiano.de uso no quotidiano.

esculturas em madeira são mais que muitas neste mer-

A HISTÓRIA DO MERCADO DE BENFICA

o mercado do artesanato foi criado em 1985 por um

pequeno grupo de artistas que, no princípio, expu-

nham as suas peças de forma rudimentar. Neste

momento, está prevista a construção de um espaço

junto do Museu da escravatura, o projecto chama-se

Centro de arte benfi ca. É um complexo, uma grande

praça, um espaço coberto para as pessoas exerce-

rem a actividade de venda, mas de uma forma mais

condigna. o mercado estrutura-se em quatro áreas: a

arte e pintura, o artesanato, a cestaria e a tecelagem.

Page 21: Saber Viver nº12

AS MÁSCARAS

as máscaras são um dos atractivos do mercado. executadas em diferentes técnicas,

desempenham um papel importante na afi rmação e consagração das diferentes ceri-

mónias e rituais, quer de iniciação masculina, quer feminina ou casamentos. a cada

cerimónia, uma máscara cuja pessoa que a coloca orienta os movimentos entre os bai-

larinos. as máscaras detêm um poder sobrenatural e são mediadoras entre o mundo

dos vivos e os espíritos dos antepassados.

Page 22: Saber Viver nº12

22 julho/agosto/setembro 2010

passeio cultural

era um Domingo particularmente solarengo.

De mochila às costas, e sem hora para regres-

sar, iniciámos o que seria um fi nal de fi m-de-

semana extremamente agradável.

o local marcado era o Largo do baleizão, nos

Coqueiros, ingombota e as catorze horas, o

ponto de partida, para uma tarde de refl exão sobre a importân-

cia histórica do património classifi cado da cidade de Luanda.

uMa CiDaDeCoM Muito para CoNtar...

Com cada vez mais adeptos, o turismo cultural ganha forma por todo o mundo. uma política de turismo bem defi nida, aliada ao património invejável da cidade de Luanda, são os ingredientes necessários para a capital tornar-se num destino ainda mais apelativo.

TExTo susana homemFoToS Nelson Nascimento e ana MaurícioLocaLização Luanda / angola

Cidade de Luanda (capital)Fundada a 25 de Janeiro de 15754.500.000 Habitantes

Page 23: Saber Viver nº12

saber viver 23

Chegados ao local, a animação era evidente, e ao sabor do

vento vários espaços convidavam os visitantes a participa-

rem no Movimento reviver.

uma exposição temática, vários bazares, uma ofi cina de acti-

vidades destinada especialmente aos mais novos, uma zona

de palestras e um espaço para danças de Luanda, da respon-

sabilidade da associação Chá de Caxinde, eram algumas das

muitas surpresas que o Núcleo de estudos de arte, arquitec-

tura, urbanismo e Design, da universidade Lusíada de angola,

juntamente com a associação Kalu, tinham para oferecer.

Passeios Guiados a PÉ ou de autoBus

indecisos então, entre a possibilidade de um passeio a

pé ou de mini bus acabámos por optar pelo mais longo e

mais ambicioso. atentos, ao discurso dos nossos acompa-

nhantes o grupo, que contava com mais de vinte pessoas,

Page 24: Saber Viver nº12

24 julho/agosto/setembro 2010

começou por viajar no tempo.

a primeira paragem foi um sobrado abandonado, originá-

rio do século xix, que ainda hoje imortaliza a praça infante

D. henrique com o nome dos seus sorvetes e gelados. Na

altura, a cervejaria e geladaria, que funcionava como ponto

de encontro conquistou os luandenses com os seus balei-

zões vendidos em cone ou entre duas bolachas.

também as tão famosas patas de elefante, nome utilizado

para designar as canecas de vidro, grandes e largas, servidas

de cerveja gelada e acompanhadas de marisco, castanha de

caju ou outros petiscos fi zeram, com que este local, entrasse

inevitavelmente para a memória da capital.

FortaleZa de s. miGuel

PatrimÓnio nacional

erguida no ano de 1575 pela decisão e fi rmeza de paulo

Dias Novais, neto de bartolomeu Dias e primeiro capitão e

governador de angola, a Fortaleza de s. Miguel foi a primeira

estrutura defensiva a ser construída no país.

Localizada no antigo Monte de s. paulo, a fortaleza tinha

a função de salvaguardar a soberania local protegendo-a

dos povos invasores. Curiosamente, durante o período de

ocupação holandesa, cerca de sete anos, foi baptizado de

Fort aardenburgh.

atentos ao discurso, fi camos a perceber, que vista do céu,

a edifi cação apresenta uma planta com formato poligo-

nal, com baluartes nos vértices, de forma a aumentar a sua

função defensiva, e que no século xx foi classifi cada como

Monumento Nacional.

a caminhada contínua. o calor é muito mas nenhum de nós

ousa sequer pensar em desistir. protegidos por chapéus e pro-

vidos de garrafas de água, para saciar a sede, o grupo prosse-

gue pelo que outrora foi o caminho de escravos.

hoje são poucos os vestígios da calçada romana, mas enquanto

descemos as calçadas dos enforcados e a de s. Miguel é-nos

Page 25: Saber Viver nº12

saber viver 25

dito, que o Largo do pelourinho além da sua contribuição his-

tórica pertenceu a uma área considerada como sendo o seio

cultural da cidade.

entre ele e a igreja dos remédios (sé) existiu uma forte con-

centração de jornais e indústrias gráfi cas que marcaram o

último quartel do século xix e do primeiro do xx.

o clima que outrora, emanava daquelas ruas, foi também

ancorado pelo teatro da providência, com a imprensa Nacio-

nal, a Casa dos rapazes e pelo Grande hotel de Luanda, com

as suas tertúlias culturais e pela primeira indústria gráfi ca, a

Minerva, considerada como a escola dos mestres tipógrafos.

Foi com uma tristeza acentuada, que tivemos de deixar o

esplendor dessa época, para nos depararmos com as ruínas

do famoso hotel, símbolo da luxúria do início do século xx.

Felizmente e depois do susto fomos informados que está

contemplada para breve a restauração do edifício. Num pro-

jecto conjunto de angola e brasil, a Casa de Cultura do bra-

sil vai honrar o espaço trazendo, de certo, os tempos áureos

de outros momentos.

um esPÓlio a não Perder

a paragem seguinte foi no Museu de Nacional de antropolo-

gia. um edifício recuperado recentemente e que tem ao dispor

do cidadão um espólio variado, que se distribui entre a cultura

e as diversas actividades do quotidiano do povo angolano.

o ambiente é acolhedor e o guia cativa de imediato a nossa

atenção. De forma apaixonada começa por fazer a apresen-

tação do espaço, dando-nos as boas-vindas, convidando-nos

a voltar e quem sabe a trazer mais alguém. “É esta a nossa

missão”, diz no seu ar de investigador da ciência, que estuda

o homem e a humanidade.

«Devemos não só preservar o património mas também con-

quistar a essência cultural para transmiti-la às sociedades vin-

douras. temos a responsabilidade de valorizar e reafi rmar a

identidade de todos os angolanos, e para que isso aconteça é

fundamental prosseguir com as pesquisas pelas várias provín-

cias de Luanda, porque muito há para descobrir; são as nos-

sas origens», remata não perdendo o fôlego do entusiasmo.

sem perder tempo contextualiza-nos o edifício. De imediato

diz-nos, que a sua recuperação foi posta em prática de forma

exemplar pela endiama. e a partir desse momento o tempo

parece voar.

inebriados pela sua voz, pelos seus ensinamentos percorre-

mos as catorze salas onde estão expostas peças tradicionais

da cultura do país. utensílios agrícolas, de caça e de pesca,

instrumentos musicais, jóias e máscaras usadas nos rituais

dos povos bantos são algumas das atracões.

ao som de um “voltem sempre e obrigado a todos” saímos

cheios de vontade de continuar.

e tanto Por descoBrir

Mais à frente espera-nos a sé Catedral de Luanda, antiga

igreja Nossa senhora dos remédios.

É singular na sua arquitectura. enaltecida pelas suas torres,

encimadas por cúpulas e pelas palmeiras que a ladeiam,

a sé teve o início da sua construção em 1636 e a sua inau-

guração em agosto de 1679.

por momentos, no silêncio do cair da tarde, ficamos ali a

contemplá-la na sua grandiosidade, na sua imponência.

Minutos depois deparamo-nos com o Largo infante D.

henrique.

para nossa curiosidade na parede de um edifício, ainda per-

manece uma placa toponímica com as inscrições do nome

do largo e com o brasão dessa altura.

a imagem da Nossa senhora de assunção comprova a his-

tória da cidade de são paulo de assunção de Luanda.

Page 26: Saber Viver nº12

26 julho/agosto/setembro 2010

cidade com duPla Protecção

reza a história que a capital angolana foi fundada

em janeiro de 1575.

Mas conta também, que muito antes dessa data,

o nome de Loanda era já a designação utilizada

para o que paulo Dias Novais conheceu como a

ilha das Cabras, aquando da sua expedição.

sinónimo de terra rasa, sem montes, formação

arenosa, instável, ao sabor das marés do oceano

e do caudal do rio Kwanza, Loanda foi a opção

do explorador português para baptizar a cidade.

No entanto, e em homenagem ao dia da sua che-

gada adicionou-lhe o nome do santo desse dia

resultando em são paulo de Loanda.

Curiosamente, e depois do período de ocupação

holandesa entendeu-se, que o nome não podia

manter-se daquela forma, pois apresentava uma

semelhança inoportuna com holanda.

assim, fez-se de novo um agradecimento pela

protecção divina dada a reconquista da cidade.

e já que o dia da chegada era regido por Nossa

senhora da assunção, a cidade ficou baptizada

como são paulo da assunção de Luanda.

o grupo contínua coeso e em passos largos apro-

ximamo-nos das ruínas da casa de alfredo troni,

que não fazem justiça ao seu admirável percurso

enquanto jornalista brilhante, pioneiro da imprensa livre e

fundador do jornal de Loanda, advogado, político e escritor.

Fruto do seu carácter humanitário, e sendo uma pessoa de

rara inteligência e cultura, deu também um contributo muito

significativo na luta contra a escravatura sendo, inclusiva-

mente ele, o autor do regulamento que declarou definitiva-

mente extinto o estado de escravidão.

e depois de várias horas a caminhar, ali estávamos nós,

exaustos mas conscientes de que um vasto património,

classificado e em risco de extinção, deve contribuir de forma

positiva, para o desenvolvimento sociocultural e para a pro-

jecção internacional da história e cultura de angola.

Fo

to: a

na

Ma

uríc

io

Page 27: Saber Viver nº12

saber viver 27saber viver 27

Page 28: Saber Viver nº12

perde-se no tempo a invenção da vela, há

notícia das primeiras embarcações nas

redondezas do Mar Mediterrâneo, com

os gregos e depois os romanos. a vela

chamada latina, com um corte quase em

forma de triângulo e manobrável foi utili-

zada nos barcos pesqueiros no fim da idade média, pelos

genoveses no comércio, depois há história ainda com os

Vikings que aperfeiçoaram o sistema de quilha e vela, uti-

lizando tanto a forma de vela quadrada como a de vela

em triângulo de acordo com a adversidade do mar e só

depois com os navegadores ibéricos, na época dos des-

cobrimentos com as suas caravelas.

a Vela ou Latismo é o nome dado ao desporto que envolve

barcos movidos exclusivamente pela força do vento.

as competições envolvem os mais diferentes tipos de

embarcações separadas em classes, podendo ter um ou

dezenas de tripulantes. o Windsurf é a mais simples e

os grandes catamarãs de oceano, os mais complexos e

velozes. as provas são disputadas em percursos delimi-

a dois passos do paraíso

o prazer De VeLejarVelejar é uma tradição em angola. Na cidade capital existem dois clubes desportivos, o náutico e o naval de Luanda. segundo reza a história, este último é o mais antigo de áfrica.

TExTo ana MaurícioFoToS ana MaurícioLocaLização baía de Luanda

28 julho/agosto/setembro 2010

Page 29: Saber Viver nº12

tados por bóias, ilhas ou continentes, variando em dura-

ção desde poucas horas até mesmo vários dias, no caso

das travessias oceânicas.

as competições da Vela são formadas por uma série de

regatas, como são chamadas as competições de iatismo.

a cada regata o barco soma determinado números de

pontos, de acordo com sua posição de chegada. Vence a

competição a equipa que somar o menor número de pon-

tos ao final da série de regatas. a Vela é também um des-

porto olímpico desde 1900.

em angola, o Comité olímpico foi criado em Feve-

reiro de 1979 e, desde então, tem assegurado a par-

ticipação angolana em todos os jogos olímpicos,

depois da independência. esteve presente em Moscovo,

seul, barcelona, atlanta e sidney, com a ausência em Los

angeles, pelas razões de ordem política conhecidas. Foi

nos jogos olímpicos de Verão de 1992, em barcelona que

angola participou, pela primeira vez, na modalidade de

Vela com três atletas masculinos: joão Neto, Luvambu

Filipe e eliseu Ganda.

saber viver 29

Page 30: Saber Viver nº12

Velejar é uma tradição em angola. Na cidade capital exis-

tem dois clubes desportivos, o náutico e o naval de Luanda.

segundo reza a história, este último é o mais antigo de áfrica e,

quiçá, o segundo mais antigo do mundo, uma vez que a asso-

ciação Naval de Lisboa é o mais antigo do mundo. o Clube

Naval de Luanda, fundado a 23 de Maio de 1883 e com sede

na ilha do Cabo, coloca à disposição da comunidade aulas

de iniciação e aperfeiçoamento das técnicas de competi-

ção, organiza regatas e outras provas desportivas, promove

a realização de conferências, festivais de carácter despor-

tivo, recreativo e cultural.

o prazer de velejar é único e são muitos os que procuram esta

modalidade. para aprender ou simplesmente para desfrutar

de horas de prazer em alto mar.

Na vertente social, é um clube sem fins lucrativos, em que

todas as verbas investidas no clube se destinam única e

exclusivamente, em primeiro lugar, para a formação e depois

para competição.

prova disso é a formação gratuita que dão aos adolescentes

da ilha de Luanda, crianças na sua maioria de rua. o objec-

tivo é poder entreter e ajudar os que não podem por falta de

recursos financeiros. Desta forma encaminham esses meninos

no desporto, uma forma de os educar e evitar que sigam por

maus caminhos. para este trabalho, o clube conta com o apoio

de empresas e particulares no que respeita aos custos com as

embarcações e os materiais.

No mês passado, o Clube Naval de Luanda festejou mais um

aniversário, já lá vão 127 anos e, como já é habitual, com algumas

actividades, entre elas, um concurso de pesca desportiva infan-

til Cath and release (agarra e larga), canoagem, remo e vela

de cruzeiro e ligeira e regatas de Vaurien, optimist e Lazer.

um livro dos irmãos nuno

e Pedro silveira ramos

Mais de 30 anos depois,

a publicação dos factos

ajuda-nos a compreender

um período pouco explo-

rado da nossa história e

da nossa memória colec-

tiva. “tartan, as Velas da

Liberdade” foi publicado

este ano e é um relato fiel

e emocionado de uma via-

gem que soltou amarras e deixou viver. trata-se

de uma história real de angola em 1978. “em plena

guerra civil e no dia das comemorações do terceiro

aniversário da independência, seis rapazes fogem

de Luanda num veleiro de apenas 13 metros. orien-

tados por uma bússola, um mapa rudimentar e

um rádio a pilhas, cruzam um oceano de dúvidas,

medos e anseios. o seu destino é portugal, onde

acabam por chegar depois de mil e uma vicissitu-

des. esta aventura foi uma fuga, foi a forma encon-

trada para fugirem de Luanda que, naquela altura,

vivia momentos difíceis”. a chegada destes jovens

a portugal teve cobertura mediática na altura, mas

a história completa ficou por contar, por isso este

livro 32 anos depois.

José nuno Bobela-motta da silveira ramos nasceu

no huambo em 1964. após o início da guerra civil,

viveu com a família no Namibe, em benguela e em

Luanda. Meia dúzia de anos depois da independên-

cia saiu do país com um salvo-conduto temporário

e viajou para portugal. em 1987 partiu para Macau,

onde estudou Comunicação Gráfica e Guitarra Clás-

sica e onde exerceu funções de realizador de rádio

na teledifusão de Macau, profissão que viria a reto-

mar no regresso a portugal, depois de 1999.

Pedro João Bobela-motta da silveira ramos nasceu

em Lisboa em 1959 e meses depois viajou para angola.

passou a época colonial no huambo e, tal como os

seus familiares, passou o tempo de guerra civil em

fuga entre Lubango, Namibe, benguela e Luanda.

Na capital angolana, ainda estudante, fez nata-

ção de competição no Clube Nun’álvares pereira

e desenvolveu a sua paixão pelo mar e pela vela.

em 1978, foi um dos que regressou a portugal no

veleiro tartan. actualmente, trabalha numa empresa

de observação de golfinhos no algarve.

tartaN – as Velas da Liberdade

ProPosta de leitura

30 julho/agosto/setembro 2010

Page 31: Saber Viver nº12
Page 32: Saber Viver nº12

32 julho/agosto/setembro 2010

lugares de sonho

Le MoNDe No Coração Da esCóCia

uma cidade maravilhosa, um hotel único e chiquérrimo. uma experiência inesquecível para quem visita.

TExTo Marta LançaFoToS paulo sousa Coelho, Duarte Mexia e hotel Le MondeMorada 16 George street, New townLocaLização edimburgo, escócia, reino unidoSaBEr MaiS www.lemondehotel.co.uk www.edinburgh.org

O Le Monde fica em pleno centro da

bela cidade de edimburgo, na escócia,

perto da princes street e da estação

de Waverley. tem quartos com uma

decoração original, todas as comodi-

dades que possa imaginar e ganhou o

melhor 'scottish boutique hotel’ de 2009. pode usufruir de

algumas promoções que regularmente oferece e passar uns

dias de sonho num dos mais glamorosos hotéis da europa.

A CIDADE DA HISTÓRIA

edimburgo é um grande centro turístico, com a sua oferta

cultural de museus, galeria encantadoras e boa vida

nocturna. No momento alto do Festival de edimburgo

em agosto a população passa de 400 mil para 800 mil,

simplesmente o dobro.

pode divertir-se bastante e ficar igualmente bem servido

se optar por comer e beber somente dentro do hotel. e

conhecerá gente de todas as proveniências. se vai para

edimburgo de férias, e quiser saber o que ver e fazer, a vida

nocturna e os encantos da cidade é só perguntar que lhe

indicam os mais atraentes lugares para visitar.

será uma óptima oportunidade para conhecer a bonita

capital escocesa com toda a imponência e sabedoria da

velha europa. o hotel está situado na rua George street,

bem no coração da cidade, cheia de lojas, restaurantes e

bares. o centro é compacto, portanto, andar a pé é uma

excelente opção. pode fazer compras na princes street,

que divide o centro ao meio onde pode visitar galerias, o

Page 33: Saber Viver nº12

saber viver 33

alto scott Monument, a torre de relógio do balmoral hotel

e a principal estação de comboios Waverley. se quer visitar

lojas luxuosas dirija-se a Multrees Walk, a cinco minutos

a pé, criado num ambiente moderno e atractivo. pode

dar uma volta no edinburgh Dungeon que o convida para

uma divertida jornada através de horríveis fragmentos

da história. os actores ao vivo, um passeio de carruagem

entre espectáculos e efeitos especiais transportam-no

para tempos negros.

New town, toda esta zona a norte de princes street, é um

exemplo da arquitectura urbana georgiana com as suas

fachadas elegantes e amplas ruas. Foi construída no final

de 1700, proporcionando aos ricos uma fuga da sobrelotada

e congestionada old town, mas ainda hoje edimburgo tem

muitas desigualdade sociais. É o segundo centro financeiro

das ilhas britânicas e a sedo do parlamento escocês.

o hotel Le Monde também não fica longe do histórico

Castelo rock de edimburgo ocupado por volta de 1000

Page 34: Saber Viver nº12

34 julho/agosto/setembro 2010

e ainda, já que estamos a inventariar as componentes

deste hotel de luxo: elevador, serviço de lavandaria

/ limpeza a seco, instalações para conferências,

serviços e equipamentos de qualidade superior.

pensando também no seu lazer e convívio há bares abertos

até à uma da manhã, que se chamam Viena, Milão e paris

e dois restaurantes (onde pode provar a cozinha escocesa

inspirada em tudo o que vem de fora e um pequeno-almoço

que não lhe sairá da cabeça). para os mais noctívagos ofe-

rece o clube nocturno, de nome xangai, homenageando a

cidade chinesa do ópio e das apostas (ganhar dinheiro de dia

para gastar à noite), à sua disposição até às três da manhã.

Com esta ampla gama de comodidades e pessoal afável

e atencioso, preparado para lhe preparar um cocktail ao

mesmo tempo que o aconselha sobre coisas a ver e fazer

em edimburgo, não é de admirar que os hóspedes voltem

sempre ao Le Monde, um hotel de luxo, com decoração

distinta que leva a pensar que está a pairar pelo mundo

inteiro. pode reservar um quarto através da internet, tem

todas as facilidades de marcação. Disfrute!

a.C. na idade do bronze. situado no centro de basalto de

um vulcão extinto, o Castelo de edimburgo é uma antiga

fortaleza que domina a silhueta da cidade de edimburgo

a partir da sua posição no topo do Castle rock (rochedo

do Castelo) com uma vista estratégia para o estuário do

Forth. trata-se de um dos mais importantes castelos do

país, sendo a segunda atracção turística mais visitada na

escócia,ao receber anualmente cerca de um milhão de

pessoas. Lá dentro podemos ver o edifício mais antigo

da cidade e outros edifícios do século xii ao século xx,

reflectindo a sua evolução para fortaleza, palácio real,

guarnição militar e prisão estatal.

Charlotte square, no extremo ocidental da New town, é o

clímax da primeira fase desta arquitectura com novos con-

ceitos arquitectónicos. aí o mais importante a visitar é Moray

estate, uma série de grandes casas ligadas que formam um

crescente uma oval e, por fim, uma praça com doze lados.

UM HOTEL COM SERVIÇO INCORRIGÍVEL

os 18 quartos do hotel, com três níveis de luxo à sua esco-

lha, foram baptizados com nomes de cidades mundiais e

inspirados por cada uma delas. Lá dentro tem tudo o que

precisa. se for em trabalho pode usar internet Wi-Fi e uma

secretária. pode deliciar-se a assistir a filmes num plasma

de tV e nada faltará para a sua comodidade: roupões de

banho, óptimos artigos de toilette, ar condicionado, o jornal

diário, secador de cabelo, tábua de engomar, cofre no quarto

para depositar os seus bens, serviço de quartos 24 horas.

Page 35: Saber Viver nº12

saber viver 35

Page 36: Saber Viver nº12

36 julho/agosto/setembro 2010

Kopi Luwak ou café Civet, é um café produ-

zido com grãos de café que foram comi-

dos e passaram pelo sistema digestivo do

civeta. este animal é uma espécie de doni-

nha ou toupeira, alimenta-se de insectos,

dos frutos mais doces, maduros e averme-

lhados do café. existem apenas na indonésia nas ilhas suma-

tra, java e sulawesi e nas Filipinas. estes animais comem

os grãos de café e, à medida que o grão passa pelo sistema

digestivo do animal, ele sofre um processo de modifi ca-

ção parecido com o utilizado pela indústria cafeeira para

remover a polpa do grão de café, mas que envolve bacté-

rias diferentes das usadas pela indústria, além das enzimas

digestivas do animal e, ao serem dejectados, fi cam intactos

e com um sabor especial. Dizem os especialistas, uma mis-

tura de chocolate com sumo de uva. Menos ácido e amargo

que os cafés normais.

Dada a produção destes grãos ser limitada, cerca de 230

quilos, ao ano, cada quilo, deste que é considerado o melhor

café do mundo, pode custar mil dólares.

O CAFÉ EM ANGOLA VOLTOU A SER UMA REALIDADE

«Depois de ter atingido lugares cimeiros na produção e expor-

tação, nos anos 70, voltou-se à reabilitação das fazendas

destruídas e ao cultivo de café no uíge».

o primeiro empreendimento comercial da cultivação de café

em angola foi iniciado por um fazendeiro vindo do brasil em

1837 na região do concelho de Cazengo.

Depois dessa altura, a produção de café conheceu altos e

baixos. só para se ter uma ideia, em 1973, só a província do

uíge era responsável por mais de 35 por cento da produção

total em angola, com mais de 74 mil toneladas das 200 mil

que país exportava por ano.

Kopi LuWaK

TExTo ana MaurícioFoToS Direitos reservadosLocaLização indonésia e Filipinas

pequenos prazeres

o CaFÉ Mais Caro Do MuNDo

HISTÓRIA DO CAFÉ A LENDA DE UM PASTOR

Não se sabe ao certo como foi descoberto, mas

existem algumas lendas. Contamos aqui a mais

conhecida e que relata a possível origem, a do

pastor Kaldi que viveu na absínia, hoje etiópia,

há cerca de mil anos.

Conta a lenda que Kaldi observando as cabras,

notou que elas fi cavam alegres, com mais vida

e energia depois de mastigarem uns frutos de

coloração amarelo e avermelhado dos arbus-

tos existentes em alguns campos de pastoreio.

o rebanho conseguia assim percorrer mais quiló-

metros e fazer subidas íngremes. ao comentar este

feito com um monge, ele resolveu experimentar.

Começou a utilizá-lo na forma de infusão e, assim

que percebeu que a bebida o ajudava a resistir

ao sono enquanto orava, tornou-se um hábito.

esta descoberta espalhou-se rapidamente, diz-

se que o primeiro cultivo de café aconteceu

nos mosteiros islâmicos, no Yemen.

Foi torrado, pela primeira vez,

na pérsia e hoje, o brasil, é o

maior produtor mundial

do café, seguido do

Vietname e da

Colômbia.

Kopi LuWaK

TExToFoToSLocaLização

pequenos prazeres

o CaFÉ Mais Caro Do MuNDo

HISTÓRIA DO CAFÉ A LENDA DE UM PASTOR

Não se sabe ao certo como foi descoberto, mas

Page 37: Saber Viver nº12

saber viver 37

Kopi LuWaK

sala de provas de Boekenhoutskloof, áfrica do sul

o CaFÉ Mais Caro Do MuNDo

Neste momento, existe todo um envolvimento por parte dos

governadores e instituições nacionais e internacionais para

que se volte a falar de produção de café em angola, projec-

tando novamente o nome das províncias que, outrora, foram

conhecidas por liderar a produção cafezeira.

para que tal aconteça é necessário que os cafeicultores pro-

duzam grandes quantidades, na escala familiar e nas asso-

ciações, e que as colheitas se façam sentir até ao último e

precioso grão, como se registou na fazenda Kinfuma, aldeia

Kawenda, no município do Negage.

estão a ser desenvolvidas várias acções que visam incen-

tivar, apoiar os produtores de café e massifi car a produção

no país. Neste sentido, pretende-se dar formação, conceder

micro-créditos e comprar equipamentos, assim como ajudar

na comercialização estimulando os agricultores.

o instituto Nacional do Café de angola (iNCa), apurou, só

no uíge, 9.152 toneladas de café Mabuba, no município de

Mucaba, 60 quilómetros a Norte da cidade do uíge.

CAFÉ GOURMET

a variedade de café angolano amboím vai ser aproveitada

para o projecto africano de produção de “Café Gourmet”

da organização inter-africana do Café. esta é uma inicia-

tiva do uganda que na palestra sobre “a situação da cafei-

cultura em áfrica- os desafios do futuro e sua contribuição

no desenvolvimento” sugeriu aos membros presentes que

angola e a tanzânia integrassem e adoptassem o programa.

Com isto espera-se a criação de centros de excelência de

conservação de germo-plasmas com vista a fornecer o

material genético para os referidos bancos. este projecto

visa ainda a retoma e o relançamento e comercialização

do café, actividade que

desempenha um papel

preponderante na cria-

ção de postos de traba-

lho, bem como na geração

da riqueza.

Page 38: Saber Viver nº12

38 julho/agosto/setembro 2010

cultura

GeoGraFias eMoCioNais, arte e aFeCtos«o ser humano é uno. Como é que isso se refl ecte na cultura? Como é que a geografi a, as relações humanas se refl ectem na cultura e a arte como afecto».

TExTo ana MaurícioFoToS ana Maurício, Claudia Veiga e DrLocaLização Luanda

três anos depois a ii trienal de luanda…

É verdade, a primeira trienal da Cultura de Luanda foi inau-

gurada em Dezembro de 2007 e foi até Fevereiro de 2008.

Foi bastante empolgante porque teve dois anos de ante pro-

jectos em todas as vertentes, concertos, teatros, exposições

no campo das artes e cultura. Foi um teste ao público, sentir

como as pessoas iam reagir e, ao mesmo tempo, permitir o

acesso das pessoas à arte contemporânea produzida naquela

época por artistas angolanos, africanos e internacionais. No

fundo foi um ensaio, um termómetro da nossa parte, em ter-

mos da cultura angolana para sentirmos como é que estava

a cultura, foi um exercício nosso, interno.

e o termómetro, qual a temperatura que marcava em 2007?

tinha uma temperatura equilibrada, apesar do cenário cultu-

ral e artístico dos últimos anos, de toda a trajectória política,

social e económica do país. a sociedade estava ávida desses

acontecimentos que pacifi cam que transcendem o espírito,

a alma, que abrem pontos de visão, observação de vida, de

vários fenómenos do Modus Vivendi das pessoas.

como vai ser apresentar a ii trienal de luanda?

a ii trienal de Luanda começa a 12 de setembro de 2010 e vai

até dia 19 de janeiro 2011. estas são as datas ofi ciais, é pos-

sível que se estenda um pouco mais. Vão ser 14 semanas no

total, esta exposição tinha que abranger o mesmo número,

tinha que ter o mesmo carácter da primeira, os mesmos ele-

mentos culturais e artísticos, mas de uma forma mais com-

pacta, mais científi ca. a primeira era abrangente, tinha como

título – “arte, Cultura, história e política contemporânea”.

Foi uma trienal bem aberta, foi uma exposição contempo-

rânea africana, um estudo, um termómetro a nível do conti-

nente. esta ii trienal tem como tema “Geografi as emocionais,

arte e afectos ”, o tema é sugestivo, é um scanner, é um mape-

amento. Geografi as emocionais, saber a que lugares as pes-

soas pertencem, quais são as referências dela como pessoa,

qual a geografi a dela emocional, por exemplo eu sou de um

lugar, mas a partir do momento em que eu circulo por outros

pontos do planeta crio vínculos afectivos com várias pessoas.

o ser humano é uno e como é que isso se refl ecte na cultura?

Como é que a geografi a, as relações humanas se refl ectem

na cultura e a arte como afecto.

Qual a metodologia desta trienal?

a i trienal foi concebida pelo Fernando alvim e esta ii trienal

também. a trienal é um projecto de autor onde vão partici-

par vários artistas. a lista ainda não está defi nida, fechada,

as pessoas que quiserem participar podem enviar projec-

tos, está completamente aberta. em termos de programa-

ção a trienal é dividida em dois eixos: Geografi as emocionais

e arte e afectos. estes dois títulos vão ser multiplicados por

quatro núcleos: artes visuais; artes Cénicas; projectos cultu-

rais e edições culturais. Cada um destes núcleos são dividi-

dos por mais sete matérias ou temas, por exemplo, nas artes

visuais, temos sete exposições, nas artes cénicas temos sete

disciplinas cénicas: conferências; moda; performance; teatro;

dança; música e cinema. são sete porque é uma para cada

dia da semana. Às 2ª feiras, a partir da data de inauguração

da trienal, durante as 14 semanas, vamos ter conferências, as

3ªfeiras estão destinadas à disciplina da moda, às 4ªfeiras são

as performances, às 5ªfeiras teatro, às 6ªfeiras a dança, aos

sábados Música e aos Domingos, o cinema. Nós montámos

Page 39: Saber Viver nº12

saber viver 39

MARITA SILVA

30 ANOS, ARQUITECTA E URBANISTA

E DIRECTORA-GERAL DA FUNDAÇãO

SINDIKA DOKOLO APRESENTOU O PROJECTO

DA II TRIENAL DE LUANDA À REVISTA SABER VIVER

saber viver 39

um calendário e defi nimos os dias exac-

tos onde irão acontecer os projectos.

os conteúdos dependem exclusiva-

mente dos artistas.

e quais os espaços escolhidos para

esta ii trienal de luanda?

a trienal vai acontecer em dois pólos

específi cos. as artes visuais vão aconte-

cer no cinema nacional Chá de Caxinde.

Nós temos um convénio, Fundação sin-

dika Dokolo com a associação recreativa

Chá de Caxinde para restaurar a sala de

espectáculos e já começámos a fazer

isso. Vamos colocar piso em madeira no

palco, trocar todas as cadeiras, a pintura

já está a ser feita, criámos três paredes

no palco que, no fundo, são armários

na parte de trás, que vai servir para

colocar arquivos, os acessórios, vão ser

áreas de apoio, estamos a trocar toda

a parte de iluminação interna, colocar

equipamento adequado de som, telas,

um ecrã de cinema. e depois vamos ter

também alguns espaços paralelos ao

espaço central, a siexto, o Museu de

história Natural.

a trienal vai continuar a ir às escolas?

um dado importante que difere da

i trienal é que nesta ii trienal temos a

parceria com o Governo provincial de

Luanda. Não vai participar em termos

fi nanceiros, mas vai disponibilizar meios

que no fundo é uma enorme ajuda.

No caso específi co da educação, nós na

i trienal trabalhamos com 100 escolas e,

desta vez, o GpL e a nossa Governadora,

extremamente envolvida, vão disponi-

bilizar autocarros para ir buscar alunos

e estudantes universitários para virem à

trienal aqui na cidade. e também desta

vez a trienal vai até às escolas. Como?

esta inovação está ligada ao banco de

Desenvolvimento de angola, o bDa não

faz patrocínios culturais, mas considerou

este projecto de educação da ii trienal,

como um projecto de desenvolvimento.

Page 40: Saber Viver nº12

40 julho/agosto/setembro 2010

em cada uma das escolas, nas 100 escolas, nós vamos entre-

gar 100 projectores e 100 DVDs e projectar os trabalhos da trie-

nal, depois da trienal os projectores são doados a cada escola.

É vosso objectivo levar a trienal da cultura de luanda a um

maior número de pessoas…

sim e temos outra inovação. a trienal vai começar desde os espa-

ços fechados até aos espaços públicos que são os tapumes da

cidade. o GpL vai ceder os tapumes, mais especificamente, os

que estão próximos dos espaços onde vão estar a acontecer as

exposições da trienal. Como a fundação tem já acordos com as

gráficas, nós vamos cobrir os tapumes com projectos culturais

desde obras de arte, a história da cidade, textos em grande. as

pessoas vão a andar e dão de caras com uma obra de arte. e

o Governo provincial dá o apoio como? retirando as taxas de

publicidade. o que encare-se mais um outdoor é a publicidade,

um outdoor publicitário não tem a mesma vertente, o mesmo

carácter de informação que um outdoor cultural.

o tema da exposição da ii trienal é fotografia áfrica. então

vamos ter 100 outdoors na cidade em 20 bairros de Luanda

com imagens da história da fotografia africana, desde fotogra-

fia de 1928/ 1930 até 2010 de vários países africanos. isto faz

parte da colecção reveu Noire, uma revista criada por artistas

africanos que foi extinta, uma compilação sobre a história da

fotografia, um acervo rico e histórico com mais de 12 anos que

o sindika Dokolo comprou e vamos expor toda essa colecção

nos outdoors.

convidam portanto todos a visitarem a trienal de cultura

de luanda?

Claro, normalmente as pessoas para terem acesso a obras

internacionais teriam que ir a um museu internacional em

Nova iorque, e nós então vamos ter essas obras aqui. Nós

temos desde artistas angolanos, africanos e internacionais.

Luanda é frenética, Luanda tem um ritmo específico, mas

deixa muito a desejar e as pessoas comentaram isso após

a i trienal de Luanda. as pessoas virão nem que seja pelo

factor curiosidade.

Para quem não conhece a marita onde é que estudou e o

que a fez regressar a angola?

Fiz arquitectura e urbanismo, dois cursos num só, no brasil,

em Curitiba. estou em Luanda apenas há cinco anos. andei

um pouco pelo mundo. Vivi seis anos na antiga jugoslávia,

kiluanji

sindika doloko e simon njami – 1º Pavilhão africano na 52ª Bienal de VenezaFotografia: Fernando alvim

samuel Fosso – sPirits ihosvanny – 1 camPus 2 Faces

Page 41: Saber Viver nº12

saber viver 41

vinha sempre passar férias a angola, andava entre lá e cá

e isso ajudou-me a não perder as referências. regressar a

angola foi uma escolha minha, um dia acordei e disse, eu

vou para angola. os meus pais batalharam por mim, tinha

a bolsa da Fundação agostinho Neto, todo um aparelho do

meu país apostou em mim, o mais justo é que eu contribua

para o meu país, até porque o mercado brasileiro está muito

saturado e ia ser mais uma entre muitos. eu tinha que voltar

ao meu país e devia isso ao meu pai, ele que faleceu justa-

mente no ano da minha formatura. tudo isso pesou e foi a

melhor decisão que tomei na minha vida.

hoje não consigo separar o trabalho do prazer e o prazer

do trabalho, está tudo muito saudavelmente mesclado e

todos os dias vou aprendendo, nem que seja para conhe-

cer o olhar de um artista

este trabalho da trienal não se trata só de colocar quadros

na parede, mas trata-se de uma política, de uma estratégia

cultural em termos de visibilidade de angola para o mundo

e também internamente para o acesso da nossa sociedade,

para o desenvolvimento da nossa sociedade que passa tam-

bém pela educação.

tem exercido a arquitectura aqui em angola?

Na i trienal nós recuperámos sete espa-

ços na cidade, como não existem cen-

tros de arte contemporânea em Luanda…

a Fundação já tem um projecto, meu e do

Fernando alvim, que se chama NaaC Núcleo

africano de arte e Cultura Contemporânea,

ainda não temos espaço, mas é um projecto

de um centro de arte contemporânea, enquanto isso, não

acontece, reabilitamos os espaços que já existem, é tor-

nar o espaço mais perfeito possível em termos de equipa-

mentos arquitectónicos.

tenho também um projecto que ele próprio foi rectificado

pelo presidente da república que é o mercado de artesanato

de benfica, vamos construir um espaço junto do Museu da

escravatura, o projecto chama-se Centro de arte benfica. É

um complexo, uma grande praça, um espaço coberto para

as pessoas exercerem a actividade de venda, mas de uma

forma mais condigna. este projecto fi-lo no projecto final

de graduação. eu tenho um contrato com o Governo da

província e na verdade já devia estar a ser construído.

nick cave – soundsuit – 2007

Page 42: Saber Viver nº12

42 julho/agosto/setembro 2010

o Colégio Flores do Cajueiro fica

no Condomínio Gepa, no Morro

bento, em Luanda. está aberto

desde 2002 e, desde então, tem

formado meninos e meninas,

no seio de um espaço tranquilo.

Neste momento, tem nove salas e 350 alunos que

se dividem pelo ensino primário e o primeiro ciclo.

há apenas uma turma pré-escolar com 35 alunos, a

que fomos visitar na companhia da professora ester

Cardoso. a proposta desta edição foi fazer-se um

jogo, o “Quantos Queres”, porque é a brincar que os

mais pequenos gostam de aprender, uma boa fonte

de motivação e de exploração da criatividade.

TExTo ana MaurícioFoToS ana MaurícioLocaLização Colégio Cajueiro do GepaEndErEço Morro bento / Luanda

o JoGo “Quantos Queres”:

trocado em miúdos

QuaNtos Queres?

até a mais pequena brincadeira pode ser educativa, os pequenos Cajús do Colégio Flores aprendem brincando...

ter uma folha quadrada.Dobrar a folha ao meio. Depois dobra nova-mente ao meio. a folha fica assim dividida em quadrado.

1 Dobra os cantos da folha até ao meio, onde os vincos se cruzam.

2 Vira o papel ao con-trário de forma a que as partes dobradas fiquem viradas para baixo. Continuas a ter vincos desenhados.

3

Volta a dobrar todos os cantos até ao meio, onde os vincos se cru-zam. Quando todos os cantos estiverem dobrados a folha vai ter oito triângulos à vista.

4 segure na folha virada para si, dobra-se ao meio (para o lado) e volta a abrir. Faz a mesma coisa, mas agora dobra-se ao meio para cima e volta a abrir.

5 abre os cantos e dese-nhe frutos, animais, algo que entusiasme a criança para brincar.

6

Vira outra vez ao contrário, põe os dedos dentro dos cantos e ajeita a folha para ficar no formato do “Quantos Queres”. por fora pode colocar números ou desenhar bolas com cores diferentes.

7

Page 43: Saber Viver nº12

saber viver 43

como JoGar:

o jogador que manipula o Quantos Queres?

pergunta: Quantos Queres? o parceiro do

jogo responde por exemplo, “quero 15”. então,

o outro abre e fecha em sentido de pinça

o Quanto Queres durante 15 vezes. Depois, mostra

a parte de dentro do Quanto Queres, para que o

companheiro escolha um número, uma cor, o que

estiver desenhado e levantando a respectiva face,

lê ou mostra o desenho que o parceiro obteve.

Page 44: Saber Viver nº12

O Grupo veda. Lda. tem como campo de acção as áreas de Arquitectura; Construção Civil; Electrici-

dade; e Prestação de Serviços. O Grupo veda protagonizou, sobretudo nos últimos 5 anos, um cres-

cimento regular e sustentado que lhe permitiu assumir-se como uma Empresa de âmbito nacional,

capaz de responder aos mais ousados e diversificados desafios do mercado. A articulação cons-

tante de factores como experiência, capacidade técnica, cumprimento de prazos, inovação e dina-

mismo, a adopção de uma sensata política de Recursos Humanos bem como a garantia de elevados

padrões éticos, de respeito pelo Meio Ambiente, Segurança e Higiene do Trabalho, são aspectos

em que assenta o crescente prestígio que o Grupo Veda tem granjeado no sector. Procura assim

manter uma relação de parceria duradoura com todos os agentes do mercado, alicerçada numa ver-

dadeira e permanente cultura de qualidade, está sempre focada no Desenvolvimento de Angola.

O Grupo Veda é uma empresa habituada a executar obras de qualquer natureza.

Na expectativa de um breve posicionamento dos leitores, apresentamos a nossa maior consideração

e estima.

Grupo Veda.

O Grupo Veda é uma empresa de direito Angolano, portadora do Alvará da CUNICLE desde 2001, empenhada em contribuir para a melhoria das condições sociais do nosso Povo. O trabalho e os esforços dignificam a sua grandeza. Tem como Presidente do Concelho de Administração o Empresário Carlos Ventura, Angolano, com grande experiência profissional na Europa, mais precisamente na Holanda e Portugal.

Se pretende construir não hesite, contacte-nos:

Km 30 – Benfica – Rua Grupo Veda, n.º 100. Luanda / Angola

(00244) 923 035 177– 912 100 500 [email protected] www.grupoveda.com

Page 45: Saber Viver nº12

Arquitectura• Topografia• Viabilidade de Construção;• Estudo Prévio / Desenhos;• Planeamento e Urbanismo;• Projectos;• Arquitectura de Interiores;• Projectos de Execução;• Arquitectura Paisagística;• Estudo de Viabilidade de Custos.

Construção Civil• Demolições• Remodelações;• Obras de Reabilitações;• Construção de Raiz: Edifícios,• Condomínios, Habitações, etc;• Construção de Jangos e Piscinas;• Casas Económicas e de Alto Padrão;• Casas Pré-fabricadas;• Saneamento e Canalizações.

Electricidade• Serviços de electricidade para privados e estatais.• Iluminação Pública;• Montagem de Ramais de Baixa,

Média, e Alta Tensão;• Fornecimento e montagem de PTs.

Prestação de Serviços• Construção e Manutenção de Jardins;• Terraplanagens;• Manutenção de Edifícios,• Condomínios e Piscinas;• Aluguer de maquinaria;• Entrega de água ao domicílio;• Venda de Inertes: Burgau e Areia;• Limpezas em geral;• Recolha de Lixos.

Page 46: Saber Viver nº12

46 julho/agosto/setembro 2010

vida saudável

NeM seMpre o soL, É o Nosso MeLhor aMiGoos perigos do sol

TExTo susana homemFoTograFia Direitos reservados

Nos desenhos das crianças, o sorriso inspira confiança. a cor

amarela alaranjada convida a um passeio ou um mergulho na

praia. Mas atenção, nem sempre o sol, é o nosso melhor amigo.

unidades, dezenas, centenas e milhares, não chegariam para

a quantidade de anúncios, campanhas, panfletos, brochuras

e sites que se usam para o alerta.

Falam da importância da prevenção, sensibilizam para os peri-

gos, aconselham-nos o uso de chapéus com abas grandes,

óculos de sol e roupas escuras. Contagiam-nos de fragrâncias

e dão-nos inúmeras opções de protectores solares.

são óleos, loções, géis, cremes e sprays. De aparência fluida ou

compacta, hoje são já muitos, os produtos com multifunções.

em combate directo à celulite, com activos dinâmicos de

anti-idade, com reforço para peles sensíveis ou com aler-

gias, e ultimamente com protecção para picadas de alforre-

cas e de mosquitos; eles estão disponíveis no mercado e há

que usar e abusar!

Mas interroga-se o leitor, do porquê de tantas recomendações,

para fugirmos a sete pés da estrela central do sistema solar?

afinal, durante anos de aprendizagens nos bancos das esco-

las, foi-nos revelado a sua importância no processo da fotos-

síntese, no movimento dos oceanos, na formação dos ventos

e até no desencadeamento da produção da vitamina D, tão

importante no fortalecimento dos ossos.

a razão é simples e não retira de forma alguma a exclusividade

que o sol tem na vida de todos os seres vivos no planeta terra.

se nos debruçarmos nos livros, percebemos rapidamente, que

a maior parte da radiação ultravioleta emitida pelo sol é absor-

vida pela atmosfera terrestre. e por isso mesmo, devemos ter

especial atenção às frequências uVa e uVb.

46 abril/maio/junho 2010

Page 47: Saber Viver nº12

saber viver 47

– colocar protector solar uma hora

antes da exposição

– repetir de duas em duas horas

ou após mergulhar

– evitar o sol das 11 às 17 horas

– abusar de protecção nas crianças

já que a sua pele é mais sensível

as Frutas Podem aJudar

a pêra, além de pouco calórica,

é óptima para ser consumida na

época balnear. as fi bras, o potássio,

o cálcio, o enxofre e o magnésio

fazem com que fortaleçam o cora-

ção e os ossos e previna a queda

do cabelo.

o maracujá é 100 por cento aprovei-

tável, ou seja pode ser aproveitada

desde a casca até às sementes.

poderoso antioxidante, rico em

vitaminas do complexo b, é famoso

pelo seu efeito calmante, pela cica-

trização de ferimentos e pela par-

ticipação na síntese de colágeneo

na pele.

a maçã, com as suas elevadas

quantidades de antioxidantes, é

uma aliada na luta contra o can-

cro. Nas variedades Fuji, Gala, red

Delicious e Granny smith é impres-

cindível na saúde e no bem-estar.

o caju conta com cinco vezes mais

vitamina C do que a laranja! tam-

bém as fi bras e os caratenóides

promovem o fortalecimento do

sistema imunológico, a prevenção

de infecções, o combate a alergias

na pele e ao cansaço. betacaroteno

e licopeno fazem o restante trabalho

na sua acção anticancerígena.

a goiaba, com o seu aroma e paladar

inconfundível, previne as cefaleias

e enxaquecas. Combate bactérias

nocivas, que estejam no intestino,

reduzem a prisão de ventre, agem

contra os radicais livres e é efi caz

no equilíbrio de líquidos no corpo.

a ameixa é recomendada para regu-

larizar a digestão, acabar com a prisão

de ventre, reduzir inchaços e a celulite.

o segredo, dizem os estudiosos da

universidade de de innsbruck, na

áustria é ingeri-la, o mais madura

possível.

tendo estas últimas maior energia, são as mais danosas e con-

sequentemente, as que habitualmente se denominam de car-

cinogênicas, ou seja causadoras de câncer. já os uVa, embora

tenham intensidade constante, durante as várias estações do

ano e ao longo do dia, não são inofensivos.

ao penetrarem profundamente na derme, são responsáveis

pela foto envelhecimento e, em caso de danos nos núcleos

das células, podem originar o melanoma, considerado pelos

especialistas como o cancro mais perigoso da pele.

e é exactamente aqui que tudo acontece. a pele, juntamente

com os pêlos e as unhas, faz parte do sistema tegumentar, que

ao revestir os corpos dos seres vivos, tem a função de os pro-

teger da tentativa de entrada de microrganismos.

representa no homem, quinze por cento do peso corporal e

cobre quase todo o corpo. praticamente idêntica nas diferen-

tes etnias tem no entanto, características próprias, que exigem

cuidados adequados.

ainda que a tez negra tenha mais vantagens do que a cútis clara,

já que é mais fi rme, mais espessa, mais resistente e mais elástica,

não tendo tanta propensão a rugas ou marcas de expressão,

não signifi ca que possa dispensar o uso de um bom protector

solar. Com uma actividade maior nas peles escuras, os mela-

cinótipos funcionam como um protector natural, aumentando

a resistência cutânea o que justifi ca o menor número de casos

de câncer. Mas os dermatologistas são unânimes e sugerem

a todas as pessoas os mesmos cuidados na exposição solar.

regras como o uso, no mínimo de factor 20 e a proibição de

realização, durante a época do verão, de peelings, lasers ou

tratamentos que utilizem substâncias ácidas ou à base de

álcool devem ser tidas em conta.

saber viver 47

Page 48: Saber Viver nº12

48 julho/agosto/setembro 2010

entre os tachos

É natural de bragança,

portugal e está em

angola desde 1991.

primeiro abraçou o

projecto do restau-

rante barracuda, no

final da ilha de Luanda e passado

pouco tempo abria o tambarino, no

centro da cidade. Depois seguiu para

no restaurante pimm´s onde está há

13 anos a fazer as delícias dos clientes.

Formada em hotelaria, cozinha e

pastelaria trabalha há mais de 25

anos neste ramo.

Mentor nunca teve, aqui em angola

teve que aprender um pouco sozinha,

ser autodidacta «na altura não havia

muitos profissionais de cozinha para

me apoiar e foi pesquisando, nos livros,

na internet que fui melhorando».

No seu dia-a-dia normalmente orienta

e supervisiona os trabalhos na cozinha.

aguarda a chegada da mercadoria

(peixes, mariscos, legumes) e verifica

se os pratos estão a ser bem confec-

cionados. «os olhos são os primeiros

a comer. esta é uma expressão que

uso quando está para sair um prato».

Da riqueza da cozinha angola o que

mais destaca são as ervas, a gimboa,

os quiabos e tudo o que um bom mer-

cado angolano oferece, os legumes e

frutas da época. Na sua cozinha são

várias as iguarias que saem diaria-

mente, e os clientes quase que fixos,

as mais requisitadas são o bacalhau

à Lagareiro, o bacalhau com broa,

Magret de pato, a Feijoada, o Cabrito,

nas entradas, o famoso Carpaccio

de Garoupa.

Na sua opinião esta é uma profissão

em que se tem que estar nela por

gosto. uma profissão onde tanto

homens como mulheres estão em

pé de igualdade, embora “a mulher

seja mais sensível e o homem mais

criativo. a cozinha necessita sempre

de muita atenção.

euGÉNia Da CoNCeição esteVes «os olhos são os primeiros a comer. uma expressão que uso quando está para sair um prato».

Começamos por descascar as

gambas deixando a cabeça e o

rabo. Depois temperamo-las com

sal d´alho, vinagre e vinho branco.

Fritamo-las em azeite. Quando

prontas, juntamos alho picado

e deixamos estalar o alho.

refrescamos com vinho branco

e adicionamos coentros picados.

servem-se com o molho por cima

e acompanhamos com arroz de

manteiga.

1,8 KG GAMBAS 2 DL VINHO BRANCO

SAL E VINAGRE Q.B

50 GR ALHO

1 RAMINHO DE COENTROS

ARROZ:1 CHAVENA ARROZ

MEIA CEBOLA

50 GR MANTEIGA,SAL Q.B, 2,5 CHAVENAS AGUA

RECEITA

INGREDIENTES

Gambas com alho e Coentros

Page 49: Saber Viver nº12

saber viver 49Transformando sonhos em realidade.

Constituída no ano de 2000 a Cooperativa Cajueiro foi criada por trabalhadores da Sonangol, E.P. com o objectivo de ajudar

a resolver os problemas de habitação dos seus membros, tornando possível o sonho da casa própria. Passados 10 anos,

a Cooperativa conta com 7973 sócios efectivos repartidos pelo nosso vasto país e bene�ciou já 2222 associados, um

número que demonstra bem a grandeza e a responsabilidade desta instituição sem �ns comerciais.

AQUI É POSSIVEL REALIZAR O SEU SONHO.

AnuncioCAjueiro_v5.pdf 1 10/08/18 12:07

Page 50: Saber Viver nº12

50 julho/agosto/setembro 2010

aconteceu vai ser notícia

entre 30 de julho e 1 de agosto no

Cine atlântico o Luanda international

jazz Festival promoveu o regresso de

todos os nossos ritmos à casa, diz antó-

nio Cristóvão, Director Geral da ritek,

o mentor e patrono do festival.

CARTAz

os cabeças de cartaz deste ano, foram

o pianista Cubano Chucho Valdés e

a cantora americana Dianne reeves.

Valdês é um decano do piano Cubano

com 83 álbuns gravados e vencedor de

sete Grammys.

Dianne reeves é considerada a vocalista

de jazz feminino do mundo de hoje, foi a

angola no topo da sua carreira artística

consolidada de sucessos.

a dividir o palco com estes grandes

músicos, estiveram o guitarrista / voca-

lista Waldemar bastos e o músico Filipe

Mukenga, ambos de angola.

para dar ao festival um forte sabor lusó-

fono, estiveram presentes duas bandas:

Lura, uma cantora Cabo-Verdiana e um

quarteto de Moçambique conhecido

como 340ml.

a parte mais popular do Festival ficou

a cargo dos Freshlyground a banda que

está na ribalta um pouco por todo o

mundo. Freshlyground é uma banda

que incorpora elementos da música

tradicional de áfrica do sul, como kwela

africano e folk, blues e jazz. são a primeira

banda sul-africana a receber um MtV

europe music award para best african

act. Chegam a Luanda com um CD

recém-lançado com a mistura de kwela

afro-beat, folk, funk, rock and soul.

jonas Gwangwa foi outro convidado

sul africano no Luanda international

jazz Festival. a sua presença em angola

marcou o regresso a casa. Gwangwa,

que é o único artista africano a ter sido

nomeado duas vezes para um óscar,

viveu durante algum tempo em angola

na década de 80, quando fugiu de seu

país natal e veio para o exílio.

o Luanda internacional jazz Festival está

a posicionar-se rapidamente como um

importante evento no calendário mundial

do jazz, graças à parceria entre a ritek

e a espafrika conhecida produtora do

prestigiado"Cape town international

jazz Festival".

II TRIENAL DE CULTURA DE LUANDA

a cidade de Luanda acolhe de 12 de

setembro a 19 de Dezembro a segunda

edição da trienal com o tema: "Geo-

grafias emocionais – arte e afectos".

um evento destinado a promover

e divulgar a cultura angolana, em

especial os aspectos históricos da

capital do país. Com o objectivo de

valorizar a cultura angolana e africana,

bem como despertar nos cidadãos

o interesse pela arte e a criatividade

dos artistas nacionais.

Durante 14 semanas serão apresen-

tados 196 projectos de artes cénicas,

28 conferências sobre angola e o

mundo, igual número de eventos

de moda, teatro, cinema, dança e

música.

U2 VãO ARRASAR

a digressão dos u2 360 Graus conti-

nua este ano, após o cancelamento

da digressão norte-americana moti-

vada pela lesão do vocalista bono

Voz. Calcula-se que o cancelamento

dos espectáculos nos estados uni-

dos já deu um prejuízo de 90 milhões

de euros .a digressão vai retomar a

estrada em turim, itália, no dia seis

de agosto. portugal recebe a banda

a dois e três de outubro no estádio

Municipal de Coimbra, a cidade dos

estudantes. já há bilhetes à venda na

internet por 600 euros (imagine-se!).

uma pequena fortuna!

só apaixonados é que pagam estes

valores para ver a sua banda favorita

ao vivo! será o seu caso?

5ª EDIÇãO DA ALIMENTÍCIA ANGOLA

salão internacional da alimentação,

bebidas, mobiliário e equipamento

para hotelaria e restauração, entre

os dias 23 a 26 de setembro.

o Mercado angolano está em profunda

transformação e forte desenvolvi-

mento, nomeadamente num sector

vital para a economia – o agro-ali-

mentar- reorganizando e assumindo

cada vez mais canais formais de distri-

buição, desenvolvendo a capacidade

de produção e transformação.

esta edição da alimentícia angola

aposta numa estratégia de sectores

mais alargada e abrangente, numa

óptica de complementaridade da

oferta, passando a partir de agora

a integrar os sectores agricultura e

pescas, o que permitirá uma verdadeira

mostra desde a produção/ extracção,

passando pelo sector da indústria

transformadora até à Distribuição e

Consumidor Final.

CONSTRÓI ANGOLA

De 14 a 17 de outubro a Constrói angola

inclui a realização de uma Conferência

ao mais alto nível com representantes

do governo, organismos do sector,

empresas de construção, arquitectos,

entidades financeiras, comunicação

social e outros decisores angolanos.

É uma grande oportunidade para

contactar com o mercado angolano,

cimentando negócios já existentes e

fazer novos contactos.

O FESTIVAL DE JAzz ESTEVE EM LUANDA

Page 51: Saber Viver nº12

saber viver 51

C

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anuncioTILCA230x275mm.pdf 1 10/03/19 16:50

Page 52: Saber Viver nº12

Construímos sombras à sua medida.

A sombra que o acolhe

A semente vai ao solo. Com

cuidado, resistência e v i g o r, e l a

g e r m i n a . Depois cresce e fortalece.

Quando adulta oferece sombra, para

todos acolher.

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anunciofitametrica230x275mm.pdf 1 10/03/19 16:55