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A Agência Paraná de Desenvolvimento é um importante instrumento de apoio a empresas locais e novos investimentos, acompanhando todas as fases do projeto com serviços de classe mundial.

A Agência atua como ponte entre governo e iniciativa privada, auxiliando no levantamento de dados, fornecimento de informações e tomada de decisões estratégicas. Para garantir a segurança do investidor e

melhorar o ambiente de negócios em cada cidade do Paraná, foi criado o Programa Municipal de Atração de Investimentos (PMAI), que trabalha em conjunto com as prefeituras.

www.apdbrasil.org.br1ª Impressão - 2019

Presidente |

Diretoria Executiva |

Gerência Técnica |

Autoria |

Organização e Revisão |

Equipe Técnica | |

|

© 2017 by Jean Carlos Alberini |

Projeto Gráfico |

Diagramação |

José Eduardo Bekin

Paulo A. Morva Martins

Jean Carlos Alberini

Jean Carlos Alberini

Maria Cecilia Flores Cordeiro

Isabela Garcia Valmir César Nogueira Vitor Pestana Ostrensky

Todos os direitos reservados

Letradê Comunicação e Design

Mark Lenz Negrão

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Lista de tabelas

Lista de figuras

Lista de gráficos

Introdução

Contexto teórico

1. Apresentação técnica do PMAI

1.1 Apresentação

1.2 Visão geral

1.3 Objetivo

1.4 Oportunidade

1.5 Nossa proposta

1.6 Resultados esperados

2. Análise de localização

2.1 Perfil geral

2.2 Localização

3. Diagnóstico socioeconômico do município de São Mateus do Sul

3.1 Dados socioeconômicos do município de São Mateus do Sul

3.1.1 Perfil socioeconômico

3.1.2 Demografia

3.1.3 Perfil do mercado de trabalho

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5

6

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8

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18

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Sumário

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6. Resultado do seminário de São Mateus do Sul

6.1 Árvore de problemas

6.2 Matriz do marco lógico

6.3 Mapa estratégico de São Mateus do Sul

7. Considerações finais

8. Referências bibliográficas

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4. Estrutura econômica e produtiva de São Mateus do Sul

4.1 Evolução e composição do PIB em São Mateus do Sul

4.2 Indicadores de especialização produtiva da região deSão Mateus do Sul

4.2.1 QL na indústria

4.2.2 QL no comércio

4.2.3 QL nos serviços

4.3 Avaliação do índice de complexidade econômica do município

4.3.1 Plataforma tecnológica para estudo do desenvolvimento local

4.3.2 Avaliação do nível de complexidade da economia de São Mateus do Sul

4.4 Produção Agrícola

5. Resultado da análise de percepção realizada no município

5.1 Condições de infraestrutura

5.2 Base empresarial

5.3 Clima de investimentos

5.4 Mercado

5.5 Estrutura urbana

5.6 Condição social

5.7 Base educacional

5.8 Condições de relação do trabalho

5.9 Sistema de ciência e tecnologia

5.10 Meio ambiente

5.11 Ambiente institucional

5.12 Conclusão parcial da avaliação de percepção

75

73

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79

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5

Estrutura econômica dos municípios da microrregião de São Mateus do Sul

PIB a preços correntes, PIB per capita e razão sobre a média da região dos 10 municípios com maior produto interno bruto do Paraná

Indicadores dos municípios brasileiros comparáveis a São Mateus do Sul

Faixa de população por municípios do estado do Paraná

População residente em São Mateus do Sul, segundo percentual de grupos de idade

População residente em São Mateus do Sul, segundo percentual de gênero e situação do domicílio

Remuneração média individual dos municípios da região de São Mateus do Sul

Remuneração média de acordo com a atividade profissional em São Mateus do Sul

Remuneração média de acordo com o setor da indústria de transformação em São Mateus do Sul

Percentual de participação no PIB dos setores econômicos de São Mateus do Sul

1.

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Lista de tabelas

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14.

15.

16.

Percentual de participação no PIB dos setores econômicos da microrregião de São Mateus do Sul

Concentração locacional da indústria de São Mateus do Sul

Concentração locacional do setor de comércio de São Mateus do Sul

Concentração locacional do setor de serviços em São Mateus do Sul

Número de optantes por segmento

Estabelecimentos cadastrados como MEI

Grandes temas para análise de percepção

Média geral da análise de percepção

Matriz SWOT de São Mateus do Sul

Matriz de Marco Lógico de São Mateus do Sul

Detalhamento das fases do Projeto 1

Detalhamento das fases do Projeto 2

Mapa do município de São Mateus do Sul e sua região

Processo do círculo vicioso da pobreza

Espaço do comércio internacional

1.

2.

3.

4.

5.

Espaço do mercado de trabalho

Espaço do nível educacional

Espaço das oportunidades econômicas

Árvore de problemas

Mapa estratégico do PMAI - São Mateus do Sul

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7.

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10.

Lista de figuras

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Coeficiente de GINI de São Mateus do Sul, 1991-2000-2010

Coeficiente de GINI municipal da região de São Mateus do Sul

Maiores índices de desenvolvimento humano municipal do Paraná

Evolução do índice de desenvolvimento humano municipal de São Mateus do Sul

Fluxo escolar por Faixa Etária em São Mateus do Sul

Escolaridade da população de São Mateus do Sul

Percentual de habitantes por município do Paraná

Evolução demográfica do município de São Mateus do sul

Variação do salário real de São Mateus do Sul e Paraná

Nível de rendimento por faixa salarial em São Mateus do Sul

Nível de rendimento por faixa salarial no Paraná

Alocação da mão de obra em São Mateus do Sul

Remuneração média por atividade econômica em São Mateus do Sul

Participação da Usina da Petrobras na Massa Salarial

Remuneração média da indústria de transformação em São Mateus do Sul

Remuneração média da indústria de transformação no Paraná

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16.

Lista de gráficos

Evolução do PIB a preços concorrentes em São Mateus do Sul

Avaliação da dinâmica econômica em São Mateus do Sul

Proporção de área destinada a cada cultura

Proporção de área de produção destinada a cada cultura

Condições de infraestrutura

Base empresarial

Clima de investimentos

Mercado

Estrutura urbana

Condição social

Base educacional

Condições e relações do trabalho

Sistema de ciência e tecnologia

Meio ambiente

Ambiente institucional

Média geral do grau de atratividade

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Este trabalho, executado pela Agência Paraná de Desenvolvimento, contém o estudo locacional do município de São Mateus do Sul - Paraná, e se des-tina à atração de investimentos empresariais para o município, tendo em vista os interesses da Pre-feitura Municipal, por meio de sua Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo.

O Programa Municipal de Atração de Investimen-tos – PMAI, visa o alinhamento de estratégias que permitam ao município - juntamente com a Agência Paraná de Desenvolvimento – realizar prospecção de negócios a médio e longo prazo para promoção do desenvolvimento local e, para isto, utiliza-se de metodologia de ação desenvolvida exclusivamente para este fim.

Por meio da metodologia do PMAI, é possível re-alizar uma análise abrangente das condições pre-sentes no município, identificando suas vantagens e seus desafios para a atração de investimentos. O PMAI tem como objetivos principais:

• Criar condições internas para atração do inves-timento;

• Avaliar quais são as dotações internas de fatores (mão de obra, infraestrutura e áreas) dentro da re-gião do município;

• Mensurar indicadores que classifiquem os muni-cípios em grau de atratividade;

• Desenvolver estratégias de divulgação do muni-cípio (marketing);

• Reunir as lideranças locais para definição de es-tratégias de ação para os problemas levantados.

Em suma, o objetivo é preparar os municípios para o recebimento de novos investimentos, além de criar projetos de prospecção para atração de em-presas consideradas chave para impulsionar o cres-cimento da região.

Muitas são as opiniões e conceitos acerca dos pro-cessos de desenvolvimento e crescimento eco-nômico. Desenvolvimento dentro do contexto de melhoria de vida das pessoas torna-se um tema complexo ainda muito discutível, principalmente sob o ponto de vista de sua mensuração. Este traba-lho procura refletir sobre o desenvolvimento regio-nal sob uma ótica pragmática, atuando no “como” e não no “porquê”. Atuar no “porquê” nos levaria a refletir sobre a questão do desenvolvimento eco-nômico considerando suas raízes teóricas e empí-ricas, originadas na maior parte dos casos de crises econômicas do sistema capitalista. Este exercício nos levaria a caminhos infindáveis, sem necessaria-mente chegar a uma solução aplicável na esfera de abrangência a que este programa se propõe.

Este trabalho atua diretamente na esfera municipal, levando em consideração seus recursos, limitações e dimensões e, também, considerando o escopo de atuação da Agência Paraná de Desenvolvimen-to, que é o de gerar desenvolvimento econômico por meio da atração de investimentos produtivos, aproveitando suas externalidades positivas junto às localidades. Hoje, o Estado do Paraná apresenta um quadro singular por conta das estratégias exis-tentes de desenvolvimento econômico estadual. Não há uma visão completa e atualizada do nosso quadro de desenvolvimento. As universidades têm promovido esforços para trabalhar esta questão, porém o ente articulador e orientador do processo de desenvolvimento - que é o Estado - está ainda tomando dimensão do seu papel como formulador de políticas públicas. O processo de desenvolvi-mento é uma questão estratégica, que exige pla-nejamento, que leva à convergência de ações e que pode nos levar a resultados concretos.

Dentro de uma visão mais liberal e aplicável do ponto de vista pragmático, este trabalho diverge em partes da linha adotada pela Cepal1 , a qual atri-bui o desenvolvimento à assimetria das relações internacionais e às causas bloqueadoras internas, como concentração da propriedade e da renda. A li-nha adotada neste trabalho segue a lógica que con-sidera estes fatores menos relevantes e centram

INTRODUÇÃO CONTEXTO TEÓRICO

I N T R O D U Ç Ã O

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sua atenção na acumulação do capital e na adoção de inovações tecnológicas. Nesta linha, conside-ra-se que o desenvolvimento deriva: (a) do cresci-mento industrial acelerado, (b) de transformações estruturais associadas à criação de atividades dire-tamente produtivas, (c) da implantação de infraes-truturas econômicas e sociais, e (d) de combinações mais eficientes dos fatores produtivos. Sob esta ótica, são necessárias estratégias para redução de custos médios, elevação da taxa de lucro e atração de novos investimentos visando à geração de um processo cumulativo de crescimento econômico.

No Brasil, as fortes desigualdades de bem-estar e de desenvolvimento econômico em cada região são de extrema relevância para o entendimento do pac-to federativo. Elas exercem grande tensão sobre as relações políticas e tendem a gerar constantes pressões para a ocorrência de uma situação pendu-lar (sem estabilidade) no federalismo brasileiro. Os principais vetores considerados para aceleração do desenvolvimento local são, na maioria das ve-zes, impulsionados por políticas macroeconômicas exclusivamente de responsabilidade do governo federal, em especial aquelas que afetam o câmbio, variável chave na indústria. No entanto, cada lo-calidade possui ferramentas e meios de ação para a criação de um ambiente de negócios favorável e uma proposta que contribua para criação de ins-trumentos locais para criar um centro dinâmico de desenvolvimento é perfeitamente possível.

A busca do crescimento industrial acelerado en-contra abrigo na teoria de polos de crescimento, que permite maior ligação pelo entrelaçamento de preços, fluxos e expectativas. Para tanto, o pla-nejamento espacial passa a ter um caráter ativo, deixando de ser um objeto simples e passivo. Ele não é adaptado apenas ao impacto das medidas de desenvolvimento econômico; ele as condiciona e pode favorecer ou dificultar o processo. Neste caso, as atenções passam a se concentrar na vari-ável espaço e na interdependência regional, onde se inicia uma dispersão espacial do crescimento em alguns centros secundários.

O fator preponderante no papel da dispersão es-pacial do crescimento está na concepção de indús-trias motrizes, que a princípio seriam as responsá-veis pela promoção e difusão setorial e espacial. Conforme SOUZA (2012 p. 182), a indústria mo-triz, líder do complexo de atividades e formadora do polo industrial, apresenta as seguintes caracte-rísticas: (a) cresce a uma taxa superior à média da indústria nacional; (b) possui inúmeras ligações de insumo-produto, por meio das compras e vendas de insumos efetuadas em seu meio; (c) apresenta-se como uma atividade inovadora, geralmente de grande dimensão e de estrutura oligopolista; (d) possui grande poder de mercado, influenciando os preços de produtos e dos insumos e, portanto, a taxa de crescimento das atividades satélites a ela ligadas; e (e) produz geralmente para o mercado nacional e internacional. A indústria motriz possui efeitos de encadeamento do ponto de vista da ma-triz insumo-produto exercendo impulsos motores significativos sobre o crescimento local e regional.

Dentro do conceito de polarização, os fatores in-ternos do crescimento são: a disponibilidade de recursos naturais, humanos, o mercado interno e a estrutura produtiva. Esses fatores atraem as in-dústrias, que passam a produzir para os mercados local, nacional e internacional. Nesta ótica, a estra-tégia de desenvolvimento consiste em maximizar as vantagens regionais para as indústrias, criando economias externas passíveis de atrair investimen-tos externos. Para SOUZA (apud, BOUDEVILLE,

C O N T E X T O T E Ó R I C O

(1) A Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) foi estabe-lecida pela resolução 106 (VI) do Conselho Econômico e Social, de 25 de fevereiro de 1948, e começou a funcionar nesse mesmo ano. Mediante a resolução 1984/67, de 27 de julho de 1984, o Conselho decidiu que a Comissão passaria a se chamar Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe. A CEPAL é uma das cinco comis-sões regionais das Nações Unidas e sua sede está em Santiago do Chile. Foi fundada para contribuir ao desenvolvimento econômico da América Latina, coordenar as ações encaminhadas à sua promo-ção e reforçar as relações econômicas dos países entre si e com as outras nações do mundo. Posteriormente, seu trabalho foi ampliado aos países do Caribe e se incorporou o objetivo de promover o desen-volvimento social.

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2009 p. 57), a polarização não é uma concepção es-tática, mas dinâmica. A existência da indústria “A” contribui para encorajar a instalação da indústria “B”. Esta, por sua vez, incita o aumento da capacida-de de produção de “A” (HIRSCHMAN, 1974, p. 138).

Os efeitos multiplicadores de instalação de indús-trias motrizes geram polarizações técnicas onde ocorre a difusão intersetorial dos efeitos de en-cadeamento vertical e horizontal. Isso se verifica quando as empresas expandem sua produção e in-vestimentos. A importância desses efeitos depen-derá da magnitude dos índices de encadeamento, do tamanho das empresas e do próprio polo. No que tange a geração de emprego e renda na eco-nomia local, a diversificação industrial, provocada pelos efeitos de encadeamento da produção, gera um segundo momento, o desenvolvimento de in-dústrias produtoras de bens de consumo final e de atividades de serviço. O ambiente de negócios torna-se mais dinâmico em função da polarização psicológica ou geográfica que ocorre no polo por um processo de imitação. O resultado é a concen-tração induzida de atividades secundárias, produ-toras de bens e serviços, ou seja, ligações técnicas e economias externas. (DAVIN, 1964, p. 67).

A formação de complexos industriais localizados, com no mínimo uma indústria motriz, está no con-ceito de aglomerações econômicas geradas nos polos urbanos/industriais. As economias de aglo-meração explicam por que as atividades motrizes se aglomeram, formando complexos industriais localizados. As pequenas empresas, sobretudo, procuram a proximidade das indústrias motrizes por causa das economias externas de aglomeração territorial e do acesso aos mercados e serviços.

As consequências geradas pela busca de proximi-dade das empresas junto às empresas motrizes po-dem ter duas consequências: os efeitos propulsores e os regressivos. Quando os complexos industriais geram efeitos propulsores, há encadeamento da in-dústria motriz sobre atividades movidas de regiões vizinhas. Quando os complexos industriais geram efeitos regressivos, verifica-se a drenagem de fa-

tores e valores de regiões periféricas para a região central. Portanto, as determinações dos efeitos do polo na região devem ser analisadas buscando-se sempre os efeitos propulsores dos complexos.

O incentivo à criação de polos e formação de com-plexos industriais visa consolidar a integração eco-nômica regional. A integração econômica resulta em maior integração setorial que, em consequên-cia, aumenta os fluxos comerciais entre os demais setores. Quanto maior a integração do parque produtivo local, menores serão os vazamentos dos efeitos de encadeamento para outras economias. A integração setorial colabora para o fortaleci-mento espacial, interliga o parque produtivo local e promove a expansão da rede interindustrial pela diversificação do parque produtivo. Para SOUZA (2009 p. 72), a diversificação e o aumento do grau de integração intersetorial acontecem de três ma-neiras principais: (a) pela implantação de pontos de articulação; (b) pela redução do grau de vulnerabi-lidade dos complexos; e (c) pela extensão simples das redes de atividades.

O grande desafio da integração econômica regio-nal é a constituição de pontos de articulação, que teriam o papel crucial na redução da vulnerabili-dade de um complexo através da implantação ou o desenvolvimento de novos ramos capazes de fun-cionar como pontos de articulação adicionais. Se o complexo possuir apenas um ponto de articulação, ele será vulnerável. Essas novas ligações permitem a retenção dos efeitos de encadeamento das ativi-dades na própria região, promovendo o crescimen-to de atividades satélites ligados às atividades-cha-ve, como setores mais tradicionais, a agricultura e os serviços. O aumento das interdependências de uma economia eleva a dimensão do mercado inter-no, fato que favorece o desenvolvimento regional.

C O N T E X T O T E Ó R I C O

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APRESENTAÇÃO VISÃO GERAL

A Agência Paraná de Desenvolvimento é um órgão criado no Governo do Estado do Paraná designada para apoiar o processo de desenvolvimento. Den-tre suas principais atribuições, a Agência se ocupa da atração de investimentos, nacionais e estrangei-ros, sempre com o objetivo de dinamizar a produ-ção, o desenvolvimento econômico e a geração de renda no Estado.

A atuação da Agência Paraná de Desenvolvimento se divide em dois grandes eixos de atendimento:

(1) Projetos de Desenvolvimento Setorial: são projetos concebidos para impulsionar os setores produtivos prioritários do Paraná, onde se busca a atração de empresas-chave com o objetivo de adensamento das cadeias produtivas. Ainda dentro deste eixo de atuação, a Agência presta o serviço de suporte a empresa que queira se instalar no Es-tado fornecendo informações estratégicas, colabo-rando na definição da área e local para implantação e ajudando elucidar os sistemas tributários local e nacional;

(2) Projetos de Desenvolvimento Regional: são projetos de cooperação técnica para elaboração de programas de desenvolvimento econômico para atração de novos investimentos produtivos. Por meio de metodologia especificamente desen-volvida para este trabalho, a Agência Paraná de Desenvolvimento analisa de maneira abrangente as condições presentes no município e, de manei-ra participativa, identifica os desafios e aponta um plano de ação.

A Agência Paraná de Desenvolvimento em seu eixo de Projetos de Desenvolvimento Regional utiliza como ferramenta principal o Programa Municipal de Atração de Investimento – PMAI, embasado na teoria dos polos de crescimento de François Perroux. A teoria foi desenvolvida em 1955 tendo como objetivo estudar as fontes internas do cres-cimento regional, incluindo-se as vantagens loca-cionais, a dotação de fatores, a estrutura urbana (economias de aglomeração), o mercado interno e os polos de crescimento.

A proposta central do programa PMAI é atender às necessidades dos municípios e prepará-los para o recebimento de novos investimentos, bem como criar projetos de prospecção de empresas para atração de investimentos produtivos, considera-dos chave para impulsionar o crescimento do mu-nicípio e sua região. Neste programa as empresas industriais são consideradas atores principais para o processo de crescimento regional e, sendo assim, o trabalho se concentra em preparar os municípios para atender às questões relacionadas ao processo de escolha de localização do empreendimento pelo empresário.

OBJETIVO

Com base nas justificativas teóricas apresentadas, a utilização do Programa Municipal de Atração de Investimentos – PMAI vai ao encontro da necessi-dade de preparar o município para receber inves-timentos advindos de novas empresas. De forma geral, nem todos os municípios – principalmente os de menor porte – têm uma estrutura capaz de aten-der às necessidades das empresas e dos empresá-rios no que se refere a informações que colaborem para a tomada de decisão sobre o local onde será realizado o investimento. Esta decisão está calcada em análises complexas que levam em consideração muitas variáveis, pois, o sucesso do empreendi-mento depende desta escolha.

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Sendo assim, o PMAI, visa atender esta necessida-de dos municípios, oferecendo, por meio de avalia-ções específicas, caminhos que ajudem as cidades no processo de organização de informações para influenciar o processo de escolha do local do inves-timento. Sob estas premissas o projeto se divide em duas etapas: Diagnóstico e Prospecção, cujos obje-tivos principais são:

• Criar condições internas para atração do in-vestimento;

• Avaliar quais são as dotações internas de fato-res (mão de obra, infraestrutura e áreas) den-tro da região do município;

• Mensurar indicadores que classifiquem os mu-nicípios por seu grau de atratividade;

• Desenvolver estratégias de divulgação do mu-nicípio (como um plano de marketing);

• Reunir as lideranças locais para definição de estratégias de ação para os problemas levan-tados.

OPORTUNIDADES

O programa estadual de Incentivos Fiscais “Paraná Competitivo” tem sido um grande diferencial para a atração de investimentos em todo o Estado. Des-de 2011 o Estado atraiu aproximadamente R$ 40 bilhões em novos investimentos produtivos, o que vem contribuindo para a transformação econômica do Estado, tanto em termos de geração de renda quanto de aumento de oportunidades de empregos para os habitantes.

O atual plano de governo prevê a atração de mais R$ 30 bilhões e a geração de 400 mil empregos para os próximos anos, o que se traduz em uma grande oportunidade para os municípios parana-enses. Esta oportunidade traz, também, desafios que devem ser vencidos pelos municípios que se candidatarem para receber estes investimentos, principalmente aqueles relacionados à informação e estratégias de divulgação.

NOSSA PROPOSTA

A proposta de trabalho da Agência Paraná de De-senvolvimento para atendimento aos municípios por meio do Programa Municipal de Atração de Investimentos – PMAI possui sete (7) metas espe-cíficas, quais sejam:

• Meta 1: Elaboração de um diagnóstico socioe-conômico do município;

• Meta 2: Aplicação de pesquisa para avaliação de ambiente de negócios;

• Meta 3: Mapeamento de demandas e gargalos existentes com vistas à promoção do desenvol-vimento econômico sustentado do município;

• Meta 4: Elaboração de projeto para a promo-ção do desenvolvimento econômico sustenta-do;

• Meta 5: Seleção de setores prioritários e pro-posta de valor pautada nos resultados do ma-peamento;

• Meta 6: Criação de estratégias de marketing do município;

• Meta 7: Desenvolvimento de ações de pros-pecção de novos empreendimentos empresa-riais.

Para cada uma das metas estabelecidas para o pro-grama, serão desenvolvidos projetos específicos que atendam às necessidades apontadas pelo es-tudo.

Para atingir as sete (7) metas propostas será exe-cutado um programa composto por dois projetos.

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Fase 1 – Elaboração de diagnóstico socioeconômico do município

Esta fase compreende a organização, bem como a análise do quadro atual do município dentro de aspectos considerados relevantes para a tomada de decisão do investimento. Este diagnóstico fará o levantamento das seguintes informações:

PROJETO 1 – PLANEJAMENTO PARA A PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTEN-TÁVEL DO MUNICÍPI0

• Dinâmica empresarial do município;

• Avaliação de cadeias produtivas;

• Cálculo das aglomerações;

• Dinâmica setorial e comercial;

• Dinâmica da mão de obra;

• Análise dos complexos industriais;

• Pontos de articulação;

• Classificação do grau de atratividade.

Fase 2 – Mapeamento de demandas e gargalos para a promoção do desenvolvimento econômico sustentado do município:

Concluída a fase de diagnóstico, será realizada a demonstração dos resultados encontrados, bem como levan-tamento dos problemas que atualmente dificultam a implementação de medidas para o melhor desenvolvi-mento do município, juntamente com entidades da sociedade civil, partícipes e parceiros estratégicos, além de outros interessados e/ou responsáveis pelo planejamento para a promoção do desenvolvimento econômi-co do município, por meio de uma oficina de trabalho.

Caberá às entidades parceiras a apresentação dos gargalos para a promoção do desenvolvimento econômico da região, tais como de ordem estrutural, fiscal, trabalhista, educacional, dentre outros. Para o cumprimento desta fase serão realizadas as seguintes atividades:

FIGURA 1 – DETALHAMENTO DAS FASES DO PROJETO 1

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A P R E S E N T A Ç Ã O T É C N I C A D O P M A I

• Mobilização de instituição parceiras;

• Preparação de oficina de trabalho;

• Realização de oficina de trabalho;

• Tabulação e sistematização dos dados da oficina.

Fase 3 – Projeto para a promoção do desenvolvimento econômico sustentado

Identificados os principais problemas e levantados os gargalos existentes, será criado um grupo de trabalho que definirá as ações e intervenções necessárias para estruturação de um projeto para a promoção do desen-volvimento econômico sustentado.

Nesse momento, deverá ser ampliado o grupo de atores, com o convite a outras instituições locais, tais como universidades, secretarias e instituições da sociedade civil organizada para execução do referido projeto. Face à expertise de sua equipe técnica e as suas atribuições legalmente definidas, a Agência Paraná de De-senvolvimento coordenará as atividades abaixo elencadas:

• Mobilização das instituições parceiras;

• Realização de reunião do grupo de trabalho para definição de ações e intervenções necessárias para es-truturação de um projeto para promoção do desenvolvimento sustentado;

• Sistematização do documento

E assim conclui-se o Projeto 1, podendo-se dar início à segunda etapa do trabalho.

FIGURA 2 – DETALHAMENTO DAS FASES DO PROJETO 2

PROJETO 2 - PROJETO PARA ATRAÇÃO DE NOVOS INVESTIMENTOS EMPRESARIAIS

PROJETO 2 – Projeto para Atração deNovos Investimentos Empresariais

FASE 2 – Estratégia deAtração de Investimentos

FASE 1 – Seleção deSetores Prioritários

FASE 3 – Açõesde Prospecção

META 5 META 6 META 7

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A P R E S E N T A Ç Ã O T É C N I C A D O P M A I

Fase 1 - Seleção dos setores prioritários e estrutu-ração da proposta de valor pautada nos resultados do mapeamento

Tornando-se base os resultados obtidos com o Projeto 1, será discutido com o município a estru-turação de uma “Proposta de Valor” com vistas à abordagem de empresas com potencial para a ins-talação de novas unidades produtivas. As atvidades que compõem esta fase são:

• Análise das informações resultantes do Proje-to 1;

• Identificação dos elos principais da região;

• Identificação das empresas na região

• Definição da estratégia de abordagem;

• Elaboração da proposta de valor.

Fase 2 - Mapeamento das cadeias produtivas, de-finição das vocações econômicas do município e da estratégia para atração de novos investimentos empresariais.

Nesta fase serão levantadas as principais caracte-rísticas dos setores industriais presentes no mu-nicípio: cadeias produtivas e vocações regionais, suas empresas-âncora, bem como os gargalos que dificultam o desenvolvimento, os elos faltantes e que poderão ser objeto de ações de prospecção de novos investimentos. Nesta fase também será de-finido o plano de ação para a fase 3. As atividades que compõem a fase 2 são:

• Definição do plano de prospecção;

• Contato efetivo com as empresas para apre-sentação da proposta de valor;

• Encaminhamento de empresas investidoras para o município, tendo em vista o alinhamento de interesses.

Fase 3 – Ações de prospecção

Em posse da “Proposta de Valor” e do plano de ação definidos na fase anterior, serão iniciadas as ações de prospecção ativa de novos investimentos. Esta fase não tem data para ser concluída, tendo em vis-ta que a prospecção é uma ação contínua. As ativi-dades previstas nesta fase serão:

• Execução do plano de prospecção;

• Atendimento contínuo.

RESULTADOS ESPERADOS

A expectativa é que, ao término destes projetos, o município passe a contar com um guia de apoio que poderá ser utilizado para o desenvolvimento de es-tratégias de atração de investimentos.

Procurou-se, neste trabalho, utilizar metodologias que envolvessem o maior número possível de pes-soas interessadas – tais como a Prefeitura e suas Secretarias Municipais, entidades da sociedade civil organizada, empresas-âncoras, universidades e demais instituições parceiras, sendo que, na pri-meira fase – a do diagnóstico – de maior interesse dos agentes públicos e, na segunda fase – de atra-ção de investimentos – que interessa à sociedade em geral.

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A P R E S E N T A Ç Ã O T É C N I C A D O P M A I

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2.1 PERFIL GERAL

2.2 LOCALIZAÇÃO

São Mateus do Sul teve sua origem como um posto avançado para os bandeirantes, que possibilitaram o povoa-mento do interior do país. A cidade, na época ainda não povoada, foi um ponto importante pela sua localização, já que vários rios passam pela região, como o Iguaçu, o rio Negro e o Timbó. Imigrantes poloneses se estabele-ceram no final do século XIX e trabalharam no mate e na extração de madeira, que foram as bases da economia local na época. A navegação a vapor fez com que a cidade se tornasse o mais importante porto e centro comer-cial da região.

Com o final do ciclo da navegação do Rio Iguaçu, nos anos 50, iniciou-se um período de estagnação eco-nômica que atingiu toda a região sul. A retomada do crescimento ocorreu no final da década de 60, quan-do a Petrobrás decidiu implantar uma usina experi-mental para o aproveitamento do xisto existente no município. Com a exploração industrial deste miné-rio, São Mateus do Sul recebeu um grande impulso em seu desenvolvimento industrial.

Sua população, segundo o censo do ano de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é de 41.257 habitantes. Em 2017, a estimativa oficial do IBGE conferiu a São Mateus do Sul um total de 45.398 habitantes. Além da Usina de Xisto da Petro-brás, a cidade conta com indústrias de diversos ra-mos, principalmente a indústria ervateira. A produ-ção agropecuária também é de grande importância para o município, correspondendo a 27% do Valor Adicionado Bruto.

A área do Município de São Mateus do Sul é de 1.342,633 km², segundo o IBGE, fazendo limite com os municí-pios de Paulo Frontin, Mallet, Rio Azul, Rebouças, São João do Triunfo, Antônio Olinto, Três Barras-SC e Canoi-nhas-SC. Localizada no sul do estado, a cidade fica a cerca de 150 km da Capital (Curitiba). Fica razoavelmente próxima aos portos de Itajaí (300km) e Paranaguá (229km), além de estar perto do interior do Paraná e de Santa Catarina. Está a 835 metros acima do nível do mar.

RODOVIAS

• Rodovia do Xisto - BR-476, que liga Curitiba a Porto União (BR-153)

• PR-364, que liga a cidade ao município de Irati

• PR-281, que liga a cidade ao município de Mallet

• PR-151, que liga a Palmeira e a Três Barras (SC)

A N Á L I S E D E L O C A L I Z A Ç Ã O

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A N Á L I S E D E L O C A L I Z A Ç Ã O

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A Figura 3, abaixo, traz a localização do município de São Mateus do Sul e seus municípios vizinhos.

FIGURA 3 – MAPA DO MUNICÍPIO DE SÃO MATEUS DO SUL E SUA REGIÃO

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA

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Este estudo trata da análise socioeconômica de São Mateus do Sul, embasado por dados secundários de fontes confiáveis, coletados por meio de pesquisa exploratória em bases de dados oficiais, tais como IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e IPARDES (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), que permitem entender e avaliar a economia local.

Esta seção apresenta o levantamento de dados econômicos e sociais do município de São Mateus do Sul, a fim de traçar um perfil municipal a partir de suas principais informações.

São Mateus do Sul faz parte da microrregião de São Mateus do Sul, composta ainda pelos municípios: Antônio Olinto e São João do Triunfo. No conjun-to desta região, o PIB chega a R$ 1,7 bilhão, sendo que São Mateus do Sul representa 64,14% deste total, seguida por São João do Triunfo com 25,30%. O PIB per capita da microrregião é de R$ 25.947 e São Mateus do Sul tem um PIB per capita de R$ 25.426. O maior PIB per capita é o de São João de Triunfo, com R$ 29.890 e o menor é Antônio Olin-to, com R$ 21.364, como mostra a Tabela 1:

A mensuração de agregados monetários econômicos possibilita uma avaliação quantitativa do produto que uma economia foi capaz de gerar em um determinado período de tempo. Quando ponderado pelo tamanho da população, o PIB per capita é uma medida importante da capacidade de um país (ou região) em gerar bens e serviços, com os quais é possível proporcionar uma melhor qualidade de vida para sua população.

Analisando sob esta ótica, os dados da Tabela 1 revelam a importância do peso da economia de São Mateus do Sul para sua região.

3.1 DADOS SOCIOECONÔMICOS DO MUNICÍ-PIO DE SÃO MATEUS DO SUL

3.1.1 PERFIL SOCIOECONÔMICO

TABELA 1 – ESTRUTURA ECONÔMICA DOS MUNICÍPIOS DA MICRORREGIÃO DE SÃO MATEUS DO SUL

| FONTE: IBGE CIDADES, 2017.

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Quando considerados todos os municípios do Paraná, em primeiro lugar está Curitiba, com um PIB de R$ 79,3 bilhões, e São Mateus do Sul aparece em 47º lugar. Em termos de PIB per capita, o município figura em 160º lugar, abaixo do PIB per capita estadual de R$ 31.411,00.

A Tabela 2 traz os dados dos 10 maiores municípios com base no PIB.

Economicamente, pode-se se dizer que São Mateus do Sul possui indicadores de renda que classificam o município como relevante em sua região e cla-ramente o centro econômico de sua microrregião, mas com relevância econômica limitada no contex-to estadual.

A Tabela 3, a seguir, tem o objetivo de mostrar municípios brasileiros semelhantes à São Mateus do Sul em termos de estrutura econômica. Assim, foram selecionadas as cidades que mais se aproxi-mam do tamanho e composição do Produto Interno Bruto.

TABELA 2 – PIB A PREÇOS CORRENTES, PIB PER CAPITA E VALOR SOBRE A MÉDIA DA REGIÃO DOS 10 MUNICÍPIOS COM MAIOR PRODUTO INTERNO BRUTO DO PARANÁ (SÉRIE REVISADA 2014)

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA A PARTIR DE DADOS DO IBGE CIDADES, 2017.

REGIÃOPIB A PREÇOS COR-RENTES (R$1.000)

PIB PER CAPITARAZÃO SOBRE A MÉDIA

CURITIBA 79.383.343,18 42.934,38 1

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS 25.238.577,27 87.697,29 2,04

LONDRINA 15.930.758,04 29.634,98 0,69

MARINGÁ 13.733.657,42 35.602,21 0,83

PONTA GROSSA 10.280.845,92 31.052,08 0,72

FOZ DO IGUAÇU 9.877.009,86 37.482,77 0,87

CASCAVEL 8.403.194,54 27.496,01 0,64

ARAUCÁRIA 7.360.424,53 56.965,26 1,32

PARANAGUÁ 6.160.076,40 41.556,99 0,97

PINHAIS 4.947.751,55 39.732,04 0,92

TOTAL 181.315.638,71 43.015,40

1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

9.

10.

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É possível perceber que, em geral, são cidades de médio porte, localizadas no interior de seus estados. Além disso, muitas delas tinham forte aptidão agropecuária, mas hoje tem uma indústria consolidada.

TABELA 3 – INDICADORES DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS COMPARÁVEIS A SÃO MATEUS DO SUL

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IBGE, 2015

Outro fator a ser observado é a distribuição dos recursos entre a população, ou seja, o nível de con-centração da riqueza. Para auferir estes resultados, a principal medida utilizada é o Coeficiente de Gini, que consiste em um número-índice situado entre 0 e 1, no qual o 0 corresponde à completa igualdade (no caso do rendimento, por exemplo, toda a popu-lação recebe o mesmo salário, não há concentração de renda) e 1 corresponde à completa desigualdade (onde uma pessoa recebe todo o rendimento e as demais nada recebem, concentração absoluta da renda). Portanto, quanto mais próximo de zero (0), melhor o indicador.

Na análise do município de São Mateus do Sul, o Coeficiente de Gini mostrou forte variação entre os anos 1991 e 2010, conforme apresentado no Gráfico 1, a seguir:

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IGBE -

CENSO DEMOGRÁFICO 1991-2010

GRÁFICO 1 - COEFICIENTE DE GINI DE SÃO MATEUS DO SUL, 1991-2000-2010

Seguindo a tendência nacional dos últimos anos, observa-se que no período compreendido entre 2000 e 2010, últimos dados disponíveis do Censo Demográfico Nacional, houve uma forte redução (22,2%) no Índice de Gini em São Mateus do Sul - passando de 0,56 para 0,48 - e isso implica em uma melhor distribuição da renda local.

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A participação dos 20% mais pobres da população na renda, isto é, o percentual da riqueza produzida no município com que ficam os 20% mais pobres, passou de 2,5%, em 1991, para 3,8%, em 2010, di-minuindo os níveis de desigualdade. Em 2010, ana-lisando a participação dos 20% mais ricos na dis-tribuição da riqueza gerada no município, esta era de 54,5%, que representa 14,3 vezes a riqueza dos 20% mais pobres.

Conforme dados obtidos no Portal ODM - Objeti-vos do Milênio, em 2000, o município tinha 13,1% de sua população vivendo com renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00, percentual que reduziu para 5% em 2010. Mesmo apresentando uma redu-ção de 61,8% no período, são 2.297 pessoas nessa condição de pobreza.

(4) O ODM - Objetivos de Desenvolvimento do Milênio - é um pro-grama criado em 2000 pela ONU - Organização das Nações Unidas, por meio do PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvol-vimento, no qual as nações se comprometeram a uma nova parceria global para reduzir a pobreza extrema, em uma série de oito objetivos a serem atingidos em 2015.

Em comparação a todo o Estado do Paraná, em 2000 o Estado tinha 19,6% de sua população vi-vendo com renda domiciliar per capita inferior a R$ 140,00, e em 2010 apenas 7,3% da população. Mesmo com uma redução de 62,7% neste período, 749.681 pessoas ainda vivem em condições de po-breza no Paraná.

Comparativamente, São Mateus do Sul reduziu de forma semelhante seus índices de pobreza em rela-ção à média do Estado.

Analisando-se os dados da microrregião para os anos selecionados, pode-ser observar que houve desconcentração de renda em todos os municípios, como mostra o Gráfico 2:

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IGBE - CENSO DEMOGRÁFICO 1991-2010

GRÁFICO 2 - COEFICIENTE DE GINI MUNICIPAL DA REGIÃO DE SÃO MATEUS DO SUL

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Estes níveis de concentração de renda demonstram, de uma maneira geral, que todos os municípios da região acompanharam a tendência nacional em relação à queda na desigualdade, quando os ganhos obtidos durante o período de crescimento da economia brasileira beneficiaram as várias regiões do país e esta região não fugiu à tendência. As variações na desigualdade de renda devem-se, frequentemente, a um complexo conjunto de forças antagônicas e as ações locais para redução destas desigualdades talvez seja um dos maiores desafios para os países e localidades neste século.

Outro aspecto que, necessariamente, precisa ser analisado ao se avaliar a qualidade de vida local são os índi-ces de desenvolvimento humano. Estes índices são amplamente comentados - e atualmente estão no centro dos debates econômicos nas principais economias em escala mundial – e refletem o bem-estar socioeconômi-co da população. Estudos recentes revelam que a concentração de renda vem aumentando, ou seja, a riqueza gerada está cada vez mais concentrada e isso prejudica, de forma direta, o desenvolvimento humano.

O IDH - Índice de Desenvolvimento Humano - com-bina três diferentes dimensões:

• Longevidade: indica uma vida longa e saudável, a expectativa de vida ao nascer;

• Educação: acesso ao conhecimento, anos médios de estudo e anos esperados de escolaridade; e

• Renda: um padrão de vida decente, medido pelo PIB per capita.

O IDH é um número-índice que varia entre 0 e 1, sendo que quanto mais próximo de 0, menor o de-senvolvimento humano e quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano da localidade.

De acordo com dados apresentados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, e o Pro-grama das Nações Unidas para o Desenvolvimen-to - PNUD, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) era de 0,726 em 2010, o que situa o muni-cípio na faixa de Desenvolvimento Humano alto (o IDHM situado entre 0,700 e 0,799 é considerado alto). A dimensão que mais contribui para o alto IDHM do município é a Longevidade, com índice de 0,838, seguida pela renda, com índice de 0,711 e da educação, com índice de 0,623.

Para analisar o município de São Mateus do Sul, sempre o situando em conjunto com seus pares, parte-se agora para uma análise mais abrangente de seu IDH.

São Mateus do Sul ocupa a 1331º posição entre os 5.565 municípios brasileiros segundo o IDHM. Nesse ranking, o maior IDHM é de São Caetano do Sul (SP) com 0,862 e o menor é do município de Melgaço (PA) com 0,418.

Quando comparado a outros municípios parana-enses, São Mateus do Sul mostra-se próximo a Palmeira, que possui IDH de 0,726 e ocupa a 136ª posição do estado, sendo que no Paraná, Curitiba é o município que possui o maior IDHM, de 0,823, se-guido por Maringá (0,808), Quatro Pontes (0,791), Cascavel e Pato Branco (0,782) e Londrina (0,778), conforme mostra o Gráfico 3, a seguir:

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Ainda segundo dados do IPEA, o IDHM de São Mateus do Sul passou de 0,434 em 1991 para 0,719 em 2010 – uma taxa de crescimento de 39,63%. O hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 49,8% entre 1991 e 2010, o que representa uma melhoria da qualidade de vida da população do município deste período.

No período 1991-2010, a dimensão cujo índice mais cresceu em termos absolutos foi a educação (crescimen-to de 0,425), seguida pela longevidade e pela renda. O Gráfico 4, abaixo, demonstra o comportamento destas variáveis.

GRÁFICO 3 - MAIORES ÍNDICES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL DO PARANÁ

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IPEA, 2010

Curitiba (1º)

Maringá (2º)

Quatro Pontes (3º)

Cascavel/Pato Branco (4º)

Londrina (5º)

São Mateus do Sul (136º)

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IPEA , 1991 -2010

GRÁFICO 4 - EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL DE SÃO MATEUS DO SUL

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Esta evolução dos índices, especialmente da variável Educação, mostra que o município tem apresentado avanços importantes, não apenas em termos econômicos (como o PIB), mas também em termos sociais.

A análise desta variável em São Mateus do Sul mostra que no município, a proporção de crianças de 5 a 6 anos na escola era de 84,57% em 2010. No mesmo ano, a proporção de crianças de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino fundamental era de 89,15% , a proporção de jovens de 15 a 17 anos com ensino fun-damental completo é de 69,67% , e a proporção de jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo é de 41,59%. Entre 1991 e 2010, essas proporções aumentaram, respectivamente, em 57,46 pontos percentuais, 50,45 pontos percentuais, 56,79 pontos percentuais e 34,51 pontos percentuais, como mostra o Gráfico 5 abaixo:

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO PNUD, FJP, IPEA , 1991 -2010

GRÁFICO 5 - FLUXO ESCOLAR POR FAIXA ETÁRIA EM SÃO MATEUS DO SUL

Dos jovens adultos de 18 a 24 anos, 8,32% estavam cursando o ensino superior em 2010. Em 2000 eram 4,11% e em 1991, 1,80%.

Também compõe o IDHM Educação um indicador de escolaridade de população adulta, o percentu-al da população de 18 anos ou mais com o ensino fundamental completo. Entre 2000 e 2010, esse percentual passou de 30,22% para 47,74% no mu-nicípio.

Em 2010, considerando-se a população municipal de 25 anos ou maisde idade 4,79% eram analfabe-tos, 41,43% tinham o ensino fundamental comple-to, 27,27% possuíam o ensino médio completo e 7,91% o superior completo , apresentado no Grá-fico 6:

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GRÁFICO 6 - ESCOLARIDADE DA POPULAÇÃO DE SÃO MATEUS DO SUL

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO PNUD, FJP, IPEA , 1991 -2010

O Estado do Paraná é composto por 399 muni-cípios e, destes, 27% possuem população entre 10.000 e 20.000 habitantes, ou seja, 109 municí-pios. A capital do Estado do Paraná, Curitiba possui 1,9 milhão de habitantes e a Região Metropolitana soma 3,5 milhões de pessoas. O segundo município em termos populacionais é Londrina, com 506 mil habitantes. São Mateus do Sul, segundo o último

Censo Demográfico (2010) possuía 41.257 mil ha-bitantes, no entanto, na última estatística da con-tagem da população do IBGE Cidades (2017) este número é de 45.398 mil habitantes.

A Tabela 4, a seguir, traz a informação de municí-pios de acordo com a faixa populacional no Estado do Paraná.

3.1.2 DEMOGRAFIA

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FAIXA DE POPULAÇÃO MUNICÍPIO

Até 5.000 98

De 5.001 a 10.000 105

De 10.001 a 20.000 109

De 20.001 a 50.000 55

De 50.001 a 100.000 14

De 100.001 a 500.000 16

Mais de 500.000 2

TOTAL 399

FAIXA DE POPULAÇÃO MUNICÍPIO

Até 5.000 98

De 5.001 a 10.000 105

De 10.001 a 20.000 109

De 20.001 a 50.000 55

De 50.001 a 100.000 14

De 100.001 a 500.000 16

Mais de 500.000 2

TOTAL 399

TABELA 4 - FAIXA DE POPULAÇÃO POR MUNICÍPIOS DO ESTADO DO PARANÁ

Pode-se verificar ainda que mais de duzentos municípios paranaenses possuem menos de 10.000 habitantes e cerca de 80% dos municípios do Estado possuem população inferior a 20.000 habitantes, como apresentado no Gráfico 7 abaixo.

São Mateus do Sul está situado na faixa de municípios que possui entre 20.000 e 50.000 habitantes, são 55 municípios com esta característica populacional. Dentro desta faixa, São Mateus do Sul era o nono mais po-puloso, com 41.257 habitantes, sendo que Prudentópolis - com 48.792 mil habitantes - era o maior em 2010.

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IBGE - CENSO DEMOGRÁFICO, 2010.

GRÁFICO 7 - PERCENTUAL DE HABITANTES POR MUNICÍPIO DO PARANÁ

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IBGE - CENSO DEMOGRÁFICO, 2010.

até 5.000de 5.001 a 10.000de 10.001 a 20.000

de 50.001 a 100.000de 100.001 a 500.000mais de 500.000

de 20.001 a 50.000

25%

26%27%

14%

4%4%

1%

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Em termos de representatividade, São Mateus do Sul representava 0,39% da população do Estado, segundo dados do Censo de 2010.

No tocante à característica geral da população, quando avaliado seu fluxo migratório, observa-se que, no período de 2005 até a realização do Cen-so de 2010, 5,6% da população migrou de outros municípios para viver em São Mateus do Sul, ou seja, 2.332 pessoas passaram a viver no município. Contando as 677 pessoas que imigraram de outras regiões do país, 64% vieram do Sudeste, 19% do Nordeste, 9% do Centro-Oeste e 8% do Nordeste.

Entre 2001 e 2017, São Mateus do Sul apresentou um crescimento populacional de 22,85%, enquan-to a taxa de crescimento do Brasil foi de 16,8% no mesmo período. Na primeira década do sécu-lo, a taxa de urbanização do município passou de 57,78% para 62,32%. O Gráfico 8, a seguir, mostra a evolução demográfica do município de São Ma-teus do Sul, segundo dados do IBGE.

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IBGE

GRÁFICO 8 - EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA DO MUNICÍPIO DE SÃO MATEUS DO SUL

A cidade, conforme foi observado no Gráfico 8, apresenta taxas praticamente estáveis de crescimento populacional. A manutenção da dinâmica do crescimento populacional é importante, pois, caso contrário, a perda de população implicaria em retração do consumo interno de mercadorias, o que afetaria o setor de comércio e serviços, sendo estes os principais demandantes de mão de obra e geradores de renda local.

Os municípios que perdem população ou aqueles em que a população cresce a médias baixas possuem menor capacidade de absorção de novos trabalhadores e também diminuem o seu potencial de geração de renda, bem como as capacidades produtivas.

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Já no Brasil, a razão de dependência passou de 56% em 1991, para 54,94% em 2000 e 45,92% em 2010, enquanto que a taxa de envelhecimento passou de 4,38% para 7,36%, respectivamente.

A maior parte da população residente no município encontra-se na faixa etária produtiva, na faixa de 15 a 64 anos de idade, em geral esta idade revela que o potencial de mão de obra disponível em idade ativa é representativo, de modo que isso é um fator positivo para o dinamismo da economia local. Em comparação ao Estado do Paraná, as característi-cas são semelhantes, com 6,55 milhões de habitan-tes (10,44 milhões).

Ao se avaliar o município como proporção de gêne-ro, percebe-se que São Mateus do Sul não segue o padrão nacional, ou seja, a maioria da população é composta por homens (50,37%). A população urba-na residente é de 62,31% e a população rural é de 37.69% do total de habitantes, conforme mostra a Tabela 6:

Quando realizada a análise da estrutura etária do município, no período entre 2000 e 2010, a razão de dependência no município caiu de 55,59% para 46,06% enquanto a taxa de envelhecimento cres-ceu de 5,20% para 6,66%. Em 1991 esses dois in-dicadores eram, respectivamente, de 64,57% e 4,25%.

A distribuição etária em São Mateus do Sul segundo dados do últimos Censos Demográficos apresenta a con-figuração apresentada na Tabela 5, a seguir:

(5) Razão de Dependência: percentual da população de menos de 15 anos e população de 65 anos e mais (população dependente) em re-lação à população de 15 a 64 anos (população em idade ativa).

TABELA 5 – POPULAÇÃO RESIDENTE EM SÃO MATEUS DO SUL, SEGUNDO PERCENTUAL DE GRUPOS DE IDADE

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IBGE - CENSO DEMOGRÁFICO, 1991 - 2010.

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TABELA 6 – POPULAÇÃO RESIDENTE EM SÃO MATEUS DO SUL, SEGUNDO PERCENTUAL DE GÊNERO E SITUAÇÃO DO MUNICÍPIO

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IBGE - CENSO DEMOGRÁFICO, 2010.

3.1.3 PERFIL DO MERCADO DE TRABALHO

O mercado de trabalho de São Mateus do Sul é for-mado por 1.006 estabelecimentos e 7.286 empre-gos formais em 2016, segundo dados do IGBE, a população ocupada era de 8.185 pessoas em 2016

Destes trabalhadores, 1.205 possuem curso supe-rior completo (15,5%), mas a maioria é formada por pessoas com o ensino médio completo.

No Paraná, em média 14% do contingente de pesso-as, ou seja, 3,1 milhões de trabalhadores têm curso superior, enquanto 43% da força de trabalho possui o ensino médio completo. Em nível de Doutorado e Mestrado, no Paraná, apenas 0,4% da força de tra-balho tem esta titulação, já em São Mateus do Sul 0,23% dos trabalhadores possuem titulação de mes-tre ou doutor, bem abaixo da média verificada no Estado.

A especialização da mão de obra impõe outro desa-fio que é o de manter e reter estes talentos dentro dos limites da localidade. Pessoas qualificadas de-mandam maiores salários e melhores condições de trabalho, portanto, a dinâmica econômica da região deve que ser preservada.

As produtividades do trabalho e do capital aumen-tam com maiores conhecimentos, mais educação e melhor saúde para os trabalhadores, assim como pelo uso de processos e máquinas mais eficientes, o que eleva o ritmo do crescimento econômico. Quanto maior o crescimento do progresso técni-co em relação ao número dos trabalhadores maior será a produtividade do trabalho e tanto mais altas serão as taxas da acumulação de capital e do cres-cimento econômico. O principal elemento que con-tribui para o desenvolvimento de uma região é o perfil da sua mão de obra.

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No município de São Mateus do Sul, a média salarial auferida é de R$ 2.571. A característica de centro regional com forte setor industrial e de serviços do município colabora para que a média salarial esteja um pouco acima da média estadual. No Paraná a mé-dia de salários pagos está em R$ 2.305,07, ou seja, o município tem média salarial é 11,5% maior.

Na microrregião de São Mateus do Sul, a média sa-larial verificada é de R$ 2.416,40, sendo que São Mateus do Sul tem a maior média salarial paga, de R$ 2.571,11, enquanto São João do Triunfo possui a média de R$ 1.813,46 e a menor média salarial veri-ficada é de Antônio Olinto, de R$ 1.664,96.

Na região de São Mateus do Sul estão alocados mais de sete mil trabalhadores formais, o que representa 0,26% da força de trabalho do Estado, sendo que no município de São Mateus do Sul está 81% dos traba-lhadores da região e em São João do Triunfo, 11% deste contingente.

Quando avaliado o nível salarial, por gênero do tra-balhador, os homens percebem um salário médio mensal de R$3.148,61 enquanto as mulheres de R$ 1.844,71, ou seja, a remuneração das mulheres re-presenta 58% da remuneração masculina.

Estudos de abrangência nacional revelam que a re-muneração média das mulheres teve melhor desem-penho do que a renda do trabalho dos homens nos últimos vinte anos. Na década de 1990, sua queda foi menos acentuada e nos anos 2000 seu aumento foi mais significativo. Entretanto, as mulheres ocupadas auferiram rendimentos 30% inferiores aos homens ocupados em 2012: enquanto a remuneração média dos trabalhadores do sexo masculino correspondeu a R$ 1.588,00 naquele ano e a das trabalhadoras foi de R$ 1.100,00.

No que se refere aos salários reais, a década de 1990 caracterizou-se pela forte deterioração dos rendimentos dos trabalhadores e nos anos 2000 por sua vigorosa recuperação. No início dos anos 1990, a renda média do trabalhador era de R$ 881. Após um aumento da estabilização dos preços em 1994, os rendimentos dos trabalhadores caíram até 2003, quando sua trajetória se reverteu. De 2004 a 2011, a remuneração média cresceu 4,6% anualmente, em parte puxada pela nova política de reajustes do salário mínimo, e atingiu R$ 1.380.

Em São Mateus do Sul, a evolução dos salários mé-dios reais no período de 1999 a 2017, considerando a inflação medida pelo IPCA, seguiu a trajetória ilus-trada no Gráfico 9:

Quando comparado aos salários pagos na microrre-gião de São Mateus do Sul, tem-se o quadro apresen-tado na Tabela78, abaixo.

TABELA 7 – REMUNERAÇÃO MÉDIA INDIVIDUAL DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE SÃO MATEUS DO SUL

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DA RAIS/MTE, 2014.

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Em termos reais o salário dos trabalhadores formais aumentou 118% no período. Em 1999, a cidade tinha um salário médio menor do que o estado do Paraná e, ao longo do tempo, ultrapassou a média estadual. Entretanto, mais recentemente diminuiu o ritmo de expansão iniciado no começo deste século.

Quando se analisa a distribuição do rendimento mé-dio no município verifica-se que na faixa salarial de 1 a 3 salários mínimos está a maior parte dos trabalha-dores, 65% da mão de obra, como mostra o Gráfico 10.

GRÁFICO 9 – VARIAÇÃO DO SALÁRIO REAL DE SÃO MATEUS DO SUL E PARANÁ

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DA RAIS/MTE

GRÁFICO 10 – NÍVEL DE RENDIMENTO POR FAIXA SALARIAL EM SÃO MATEUS DO SUL

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DA RAIS/MTE, 2016

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No Paraná a configuração de rendimentos é semelhante, na faixa de rendimento entre 1 a 3 salários mínimos está 71% dos trabalhadores.

A distribuição dos trabalhadores nos setores produ-tivos que mais empregam em São Mateus do Sul é apresentada no Gráfico 12, a seguir:

Como mostra o Gráfico 11, através da observação dos gráficos de faixa salarial é possível concluir que, em São Mateus do Sul, a faixa mais numerosa é a en-tre 1 e 1,5 salários mínimos, enquanto no estado a faixa predominante é de 1,5 a 2 salários mínimos.

GRÁFICO 12 – ALOCAÇÃO DA MÃO DE OBRA EM SÃO MATEUS DO SUL

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DA RAIS/MTE

GRÁFICO 11 - NÍVEL DE RENDIMENTO POR FAIXA SALARIAL NO PARANÁ

| FONTE: Elaboração própria com base em dados da RAIS/MTE.

até0,50

600.000

400.000

200.000

0de 0,50a 1,00

de 1,01a 1,50

de 1,51a 2,00

de 2,01a 3,00

de 3,01a 4,00

de 4,01a 5,00

de 5,01a 7,00

de 7,01a 10,00

de 10,01a 15,00

de 15,01a 20,00

mais de20,00

800.000

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DA RAIS/MTE

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Observa-se que dos mais de sete mil trabalhadores do município, a maioria está empregada no Comér-cio, que responde por 28% da força de trabalho, na sequência está a administração pública, com 888 trabalhadores, ou 12% do total.

Em relação à remuneração média, observa-se uma grande disparidade entre as principais atividades produtivas no município.

Na Tabela 8 é possível observar a média salarial das demais categorias profissionais existentes no município.

A maior média salarial paga é de R$ 18.159,04 em Fa-bricação de produtos derivados do petróleo, seguida pela Intermediação Monetária, com R$5.548,75 e então pela Fabricação de produtos químicos inorgâ-nicos, com R$4.323,02.

No Gráfico 13 são apresentados os dados de remu-neração média das principais atividades econômi-cas:

GRÁFICO 13 – REMUNERAÇÃO MÉDIA POR ATIVIDADE ECONÔMICA EM SÃO MATEUS DO SUL

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DA RAIS/MTE, 2016

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TABELA 8 – REMUNERAÇÃO MÉDIA DE ACORDO COM A ATIVIDADE PROFISSIONAL EM SÃO MATEUS DO SUL

Para efeitos de análise do perfil da mão de obra local, não é possível fazê-la sem considerar o recorte específico da indústria de transformação, que compreende o setor que transforma matéria prima em produto final e/ou intermediário para outras indústrias de transformação.

No Paraná, a indústria de transformação responde pela geração de 677 mil empregos, sendo responsável por 24% do total de empregos da economia. São Mateus do Sul possui 19% da sua força de trabalho na indústria de transformação..

No município, os setores da indústria em ordem de remuneração média estão apresentados na Tabela 9 a seguir, incluindo o total de vínculos de emprego no setor, de acordo com a RAIS/MTE.

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DA RAIS/MTE, 2016

Setores

Vínculos

Salário Médio

(em reais)

Fabricação de produtos derivados do petróleo 313 18159

Intermediação monetária - depósitos à vista 61 5548

Fabricação de produtos químicos inorgânicos 74 4323

Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos, exceto de

tecnologias de informação e comunicação

33 3412

Demolição e preparação do terreno 3 3373

Administração do estado e da política econômica e social 888 3222

Serviços de arquitetura e engenharia e atividades técnicas relacionadas 186 3092

Comércio atacadista especializado em outros produtos 90 3067

Atividades de Correio 17 3042

Fabricação de máquinas-ferramenta 2 2625

Atividades de atendimento hospitalar 64 2433

Fabricação de produtos cerâmicos 402 2296

Extração de pedra, areia e argila 48 2245

Outras atividades de ensino 96 2210

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O setor de petróleo se sobressai na análise do município devido à Usina da Petrobrás localizada em São Mateus do Sul. Conforme pode ser visto no Gráfico 14, a participação da Usina na massa salarial do município tem dimi-nuído, mas ainda é muito expressiva, representando cerca de 30% da massa salarial local.

Assinado em 2017, o Relatório GT Xisto - Avaliação de Alternativas Técnicas para a Recuperação Econômica Sustentável da SIX, tornou-se público e está protocolado no Ministério de Minas e Energia (MME).

O Grupo de Trabalho foi formado por representantes do Sindipetro Paraná e Santa Catarina e FUP da Pe-trobrás e SIX, com mediação do MME. O objetivo foi analisar, debater, e propor alternativas técnicas viáveis para potencializar as operações da Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul, com o objetivo de garantir a continuidade da operação do parque industrial, fundamental para a economia do município e também na região centro sul do Paraná.

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DA RAIS/MTE, 2016

TABELA 9 – REMUNERAÇÃO MÉDIA DE ACORDO COM O SETOR DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO EM SÃO MATEUS DO SUL

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O relatório identificou alternativas técnicas para a SIX que não apenas justificam a manutenção das suas operações, como ampliam a capacidade do par-que industrial e também as que podem ser aplicadas em outra conjuntura econômica ou tecnológica.

O Grupo apontou que o processamento do lastro (borras oleosas de reservatórios), originárias de ou-tras unidades da Petrobrás, cujo descarte tem alto custo e torna-se novos produtos a partir da utiliza-ção na SIX, é uma grande oportunidade de mercado para a Usina e inclusive já está em curso.

Dadas as recentes notícias em relação à presença dessa indústria, dentre as quais que a Usina seria fe-chada, há a necessidade da diversificação de investi-mentos produtivos em São Mateus do Sul.

De acordo com o Gráfico 14, pode-se verificar que a participação da massa salarial da SIX na massa total de São Mateus do Sul semper foi superior a 30%.

Outro fator importante que coloca a indústria de transformação em evidência é a questão salarial. Quando avaliada a massa salarial no Estado do Pa-raná, 18% da massa salarial total – R$ 6,6 bilhões de salários gerados – cerca de R$ 1,2 bilhão vêm da indústria de transformação.

Em São Mateus do Sul, este total equivale a 22% da massa salarial do município, cerca de R$ 12 milhões do montante de R$ 55 milhões do total do municí-pio. Nos Gráficos 15 e 16, a seguir, são apresenta-dos os valores da remuneração média na indústria de transformação em São Mateus do Sul e no Pa-raná.

A potencialização do Projeto Xisto Agrícola também está no rol de negócios viáveis do relatório. Consis-te em utilizar sólidos de xisto e água de xisto como adubo que possui riqueza de nutrientes orgânicos e minerais. A partir dessa prática são gerados os pro-dutos àgua de Retortagem, Calxisto, Finos de Xisto e Xisto retortado.

GRÁFICO 14 - PARTICIPAÇÃO DA USINA DA PETROBRAS NA MASSA SALARIAL

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DA RAIS/MTE, 2016

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GRÁFICO 15 – REMUNERAÇÃO MÉDIA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO EM SÃO MATEUS DO SUL

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DA RAIS/MTE, 2016.

R$

Fabricação de instrumentos e materiais para uso

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A massa salarial mensal do município é de R$ 18,73 milhões, deste montante 40% são gerados pela indústria de transformação, de modo que São Mateus do Sul possui uma participação maior da indústria que a média paranaense, que é de 18% dos R$ 6,6 bilhões em massa salarial.

GRÁFICO 16 – REMUNERAÇÃO MÉDIA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO NO PARANÁ

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DA RAIS/MTE, 2016.

S

FABIRCAÇÃO DE COQUE

FABRICAÇÃO DE VEÍCULOS AUTOMOTORE

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE FUMO

FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS

FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS E APARELHOS

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS FARMOQUÍMICOS

FABRICAÇÃO DE CELULOSE E PAPEL

FABRICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA

METALURGIA

FABRICAÇÕ DE BEBIDAS

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE METAL

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE BORRACHA

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MINERAIS

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS ALIIMENTÍCIOS

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DIVERSOS

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS DE MADEIRA

FABRICAÇÃO DE MÓVEIS

FABRICAÇÃO DE OUTROS EQUIPAMENTOS

PREPARAÇÃO E FABRICAÇÃO DE ARTEFATOS DE COURO

CONFECÇÃO DE ARTIGOS DE VESTUÁRIO

FABRICAÇÃO R$ 4.490

R$ 4.064

R$ 3.578

R$ 3.319

R$ 3.204

R$ 3.152

R$ 3.020

R$ 2.921

R$ 2.756

R$ 2.608

R$ 2.579

R$ 2.143

R$ 2.142

R$ 2.004

R$ 1.947

R$ 1.911

R$ 1.889

R$ 1.870

R$ 1.827

R$ 1.740

R$ 1.694

R$ 1.341

FABRICAÇÃO DE BEBIDAS

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Para avaliação da estrutura econômica e produti-va do município utilizou-se como base teórica das pesquisas o conjunto de teorias desenvolvido por Nurkse , onde o investimento isolado nem sempre apresenta rentabilidade devido à pequena dimen-são do mercado interno. Incentivos governamen-tais concedidos – como redução da carga tributária e melhorias da infraestrutura – aumentam a com-petitividade, porém, são insuficientes para gerar crescimento significativo.

O ponto central da teoria de Nurkse trata do cír-culo vicioso do subdesenvolvimento, onde a baixa acumulação de capital gera lento crescimento eco-nômico e não eleva a produtividade dos fatores e estes, por sua vez, provocam baixos níveis de renda e poupança, reduzindo o mercado interno. A Figura 4, abaixo, ilustra este círculo vicioso:

O baixo nível de consumo da população explica a baixa propensão a investir; esta, por sua vez, entrava o cres-cimento do consumo, ao limitar a expansão da renda. Por esta visão, embora o crescimento econômico possa se apoiar no consumo das elites, a acumulação de capital no longo prazo fica bloqueada pela pobreza e pelo desemprego. Os setores que produzem bens finais não crescem. A pequena dimensão do mercado interno desestimula o investimento pelos altos custos médios, que inviabiliza a produção de certos bens. E sob esta ótica econômica serão realizadas as análises da estrutura produtiva de São Mateus do Sul.

(6) Ragnar Nurkse, economista americano especialista em desenvol-vimento econômico, nasceu na Estônia em 1907. Estudou econo-mia na Universidade de Tartu em 1929 e Viena 1933, fortemente influenciado pela escola austríaca. Entre suas principais teorias está a defesa de que o crescimento depende de muitos fatores e está es-pecialmente ligado aos investimentos em indústrias diversificadas.

BaixaAcumulaçãode Capital

Gera BaixoCrescimentoEconômico

Derrubaa Renda

per Capita

Derruba

Aumentao CustoMédio

o MercadoInterno

Derruba aProdutividade

do Trabalhoe do Capital

Derruba oInvestimento

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM NURKSE.

Diminui

FIGURA 4 – PROCESSO DO CÍRCULO VICIOSO DA POBREZA

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4.1 EVOLUÇÃO E COMPOSIÇÃO DO PIB E SÃO MATEUS DO SUL

O crescimento do PIB em São Mateus do Sul nos últimos anos teve um expressivo incremento, se em 2002 o PIB a preços correntes equivalia a R$ 281 milhões, em 2014 este montante chegou a R$ 1,1 bilhão. O Gráfico 17 ilustra esta condição.

GRÁFICO 17 - EVOLUÇÃO DO PIB A PREÇOS CONCORRENTES DE SÃO MATEUS DO SUL (R$ MIL)

Em 2002 o valor adicionado bruto de São Mateus do Sul era puxado pelo setor da Indústria, com participação de 37%, seguido pelos serviços (33%) e pela agropecuária (17%). Em 2015, a configuração do produto na cidade se alterou. A indústria perdeu espaço relativo, reduzindo para 18% - enquanto o setor de Serviços aumentou sua participação, passando para 43%, assim como o setor agropecuário que agora corresponde por 23% do PIB total do município. A administração pública manteve sua participação no VAB estável (13% e 14%, respectivamente). A Tabela 10 reflete estas alterações:

TABELA 10 – PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO NO PIB DOS SETORES ECONÔMICOS DE SÃO MATEUS DO SUL

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DO IBGE, 2002 E 2014.

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IBGE, 2002 A 2015

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Considerando todos os municípios da Microrregião de São Mateus do Sul em termos de VAB e sua composição, temos a Tabela 11:

Conforme mostra o Gráfico 18, houve uma forte mudança estrutural na composição do Valor Adicionado Bruto em São Mateus do Sul. É possível perceber que o crescimento econômico da cidade foi puxado pela Agricultura e pelos serviços, enquanto a indústria perdeu espaço relativo.

TABELA 11 – PERCENTUAL DE PARTICIPAÇÃO NO PIB DOS SETORES ECONÔMICOS DOS MUNICÍPIOS DA MICRORREGIÃO DE SÃO MATEUS DO SUL

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM DADOS DO IBGE, 2014

GRÁFICO 18 - AVALIAÇÃO DA DINÂMICA ECONÔMICA DE SÃO MATEUS DO SUL

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO IBGE, 2002 A 2015

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Ao longo da história, algumas regiões, principal-mente aquelas onde eram notáveis concentrações de empresas de determinados setores industriais, se destacaram por apresentar um desempenho econômico superior à média da economia em que se inseriam. A concentração geográfica e setorial das empresas é capaz de proporcionar economias externas locais aos produtores que beneficiam sua competitividade. A vantagem competitiva das empresas advém dos efeitos de externalidades associados à disponibilidade de mão de obra espe-cializada no interior da aglomeração, ao ambiente de negócios, o acesso a fornecedores de insumos e equipamentos, as economias externas (tais como menores custos de transporte, infraestrutura, den-tre outros) e os benefícios das economias de aglo-meração.

Para obtenção do Quociente Locacional da Indústria em São Mateus do Sul utilizou-se a forma tradicio-nal de cálculo. Resumidamente, o índice é uma razão entre a proporção de empregos em um determinado setor na cidade e a mesma proporção no estado do Paraná. Calculados o Quocientes Locacionais dos setores em São Mateus do Sul é possível observar que, segundo os critérios pré-estabelecidos, há al-gumas aglomerações industriais, como mostra a Ta-bela 12. Primeiramente, o QL do setor de derivados do petróleo é extremamente alto, dado a existência da Usina do Xisto, muito relevante para a economia local, empregando 313 pessoas. As aglomerações identificadas no município são: Produtos Cerâmicas, Máquinas e equipamentos, Produtos Amiláceos e Alimentos para Animais, Desdobramento de Madei-ra, Estruturas Metálicas e obras de Caldeiraria Pe-sada. Este fato pode ser um ponto a ser trabalhado, pois, o ganho de competitividade e agregação de va-lor das operações depende da estruturação de clus-ters industriais para que os efeitos multiplicadores possam ser estendidos à região.

Para identificação das principais aglomerações produtivas em São Mateus do Sul foi calculado o QL –Quociente Locacional – a fim de se obter o número de aglomerações existentes no município. Em relação aos valores dos índices que podem ser considerados aglomeração, segue-se o conceito adotado por Suzigan et al (2003), que estabelecem que o valor do QL deve ser superior a 2. Além disso, é preciso que o número de estabelecimentos seja considerável, caso contrário, não há aglomeração. Estes cálculos foram realizados de modo a medir as vantagens competitivas geradas pelas especializa-ções produtivas existentes. O recorte metodológi-co utilizado foi selecionado a partir dos setores da indústria, desagregados ao nível de CNAE Grupo três dígitos.

4.2 INDICADORES DE ESPECIALIZAÇÃO PRODUTIVA DA REGIÃO DE SÃO MATEUS DO SUL

4.2.1 QL NA INDÚSTRIA

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM RAIS/MTE

TABELA 12 – CONCENTRAÇÃO LOCACIONAL DA INDÚSTRIA DE SÃO MATEUS DO SUL

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FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM RAIS/MTE, 2016

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM BASE EM RAIS/MTE

TABELA 13 – CONCENTRAÇÃO LOCACIONAL DO COMÉRCIO DE SÃO MATEUS DO SUL

TABELA 14 – CONCENTRAÇÃO LOCACIONAL DOS SERVIÇOS DE SÃO MATEUS DO SUL

4.2.2 QL NO COMÉRCIO

Apesar de não ser uma análise usual, também foi calculado o QL para o setor de comércio. Para o setor comercial foi observada uma grande especialização no setor atacadista não especializado (como de produtos alimentícios, insumos agropecuários e mercadorias em geral). Também fica evidenciada a importância em termos de emprego do setor de produtos novos não especificados anteriormente e produtos usados, que compreende comércio de vestuário, calçados, jóias, gás, entre outros. A Tabela 13 traz os dados das maiores concentrações no comércio:

Enquanto para os setores industriais é interessante calcular o Quociente Locacional com o objetivo de identificar as aglomerações existentes, para o setor de serviços, seu uso tem como função apenas mostrar os setores que são mais representativos na cidade, para avaliar a dinâmica do mercado local. A configu-ração do setor de serviços é apresentada na Tabela 14

Considerando os cálculos realizados, é possível per-ceber que São Mateus do Sul tem um expressivo nú-mero de pessoas empregadas no setor de Arquitetura e Engenharia, se comparado com a média do Paraná.

4.2.3 QL NOS SERVIÇOS

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4.3 AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE COMPLEXI-DADE ECONÔMICA DO MUNICÍPIO

Além das avaliações clássicas de Quociente Loca-cional, este estudo também avança em análises mais avançadas para traçar um perfil mais detalhado das atividades econômicas desenvolvidas no município. Estas abordagens são possíveis porque existem fer-ramentas computacionais que executam este traba-lho.

É importante ressaltar que, apesar de não usual, a análise do Quociente Locacional permite identificar concentrações (ou aglomerações) relevantes no mu-nicípio, visando uma possível atividade de estímulo ao desenvolvimento local por meio das secretarias de Indústria e Comércio, ou ainda das Associações Co-merciais e câmaras de dirigentes lojistas.

Diferentemente do que ocorre com o setor industrial, que promove um aumento do valor agregado por meio da produção de mercadorias, os setores de co-mércio e serviços contribuem para o crescimento da economia local pela circulação de dinheiro, geração de empregos e atividades de suporte aos demais se-tores produtivos.

Por outro lado, estes setores também possuem um alto grau de informalidade (não mensurado pela RAIS) e que pode interferir no cálculo do QL, quando se considera o número de empregados em cada ativi-dade.

Para se dimensionar o peso do setor de comércio e serviços para a economia local, pode-se usar também a quantidade de empregos cadastrados no MEI (Mi-cro Empreendedor Individual) e no Simples Nacional, uma vez que os dois segmentos visam a formalização dos empregos de profissionais que atuam por conta própria.

De acordo com os dados do Portal do Emprendedor, em São Mateus do Sul constam cadastradas as em-presas constantes da Tabela 15:

TABELA 15 - NÚMERO DE OPTANTES POR SEG-MENTO

Destes, as atividades que possuem maior número de cadastros como MEI em São Mateus do Sul estão na Tabela 16, a seguir:

TABELA 16 - ESTABELECIMENTOS CADASTRA-DOS COMO MEI

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2017

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2018

* Portal do Empreendedor - MEI. Estatísticas. Disponível em: <portaldoempreendedor.gov.br/estatisticas>.

Acesso em Julho/2018.

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4.3.1 PLATAFORMA TECNOLÓGICA PARA ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO LOCAL

No tocante às ferramentas para análises mais sofisti-cadas, utiliza-se neste trabalho a plataforma DataVi-va. Trata-se de uma plataforma aberta de pesquisa, que permite ao usuário acessar mais de um bilhão de visualizações com dados socioeconômicos dos mais de cinco mil municípios brasileiros. É uma iniciativa do Governo de Minas Gerais e da Fundação de Am-paro a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fape-mig), fruto de uma parceria com pesquisadores do MIT MEDIA Lab, um dos principais centros de ino-vação do mundo, o DataViva foi elaborado inicial-mente para auxiliar a política de desenvolvimento econômico do governo do Estado de Minas Gerais, o projeto surgiu a partir da necessidade de tornar o acesso aos dados sobre a economia brasileira mais fácil e intuitivo.

Um dos pilares de concepção do DataViva é a tec-nologia do BigData, técnica de geração de conheci-mento e inteligência a partir do processamento de um grande volume de dados. Baseado em referên-cias internacionais, o projeto disponibiliza, na versão atual, dados nacionais dos últimos dez anos, refe-rentes à economia, educação, indústria, mercado de trabalho, entre outras categorias, visualizados por localidade. Ao proporcionar o acesso livre e gratuito a essas informações, o DataViva disponibiliza um co-nhecimento mais detalhado da economia brasileira, gerando insumos para o planejamento e a tomada de decisão por parte de empresários, estudantes, in-vestidores e profissionais de qualquer setor econô-mico e a partir de qualquer lugar do mundo.

Freitas e Andrade (2015) afirmam que a busca pela identificação de fatores que possam explicar a grande he-terogeneidade no desenvolvimento econômico e na qualidade de vida dos países ou regiões. Para avaliação destas questões parte-se de uma metodologia chamada Product Space que, por meio dos dados de exportações estabelece associações que permitem identificar os novos produtos que podem alavancar o desenvolvimento econômico de cada localidade. A metodologia analisa se há evidencias de autocorrelação espacial no nível de sofisticação dos municípios a partir da análise exploratória de dados especiais das exportações, diversidade e da sofisticação dos mesmos. Diante destas explicações teóricas é possível formular algumas questões que poderão ser observadas através dos dados a serem levantados como:

4.3.2 AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE COMPLEXIDADE DA ECONOMIA DE SÃO MATEUS DO SUL

• Entender onde e por que atividades econômicas se localizam no espaço;

• Adoção de estratégias para obter a maximiza-ção individual de cada setor;

• Adoção de parâmetros que resultem em altera-ções na estrutura espacial;

• Interações que promovam retornos crescentes no nível da empresa, custo de transporte e mo-bilidade de fatores de produção, de forma que haja alterações na estrutura espacial e nas ativi-dades econômicas.

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O modelo do Product Space propõe que a possibili-dade de ser competitivo na produção e exportação de determinado produto depende, além da dotação de recursos mensuráveis – como infraestrutura, terra, capital humano e tecnologia, consideradas na teoria econômica tradicional – de uma gama de recursos intangíveis, chamados capabilities (capaci-dades). É a disponibilidade destas capabilities e sua sofisticação que vai determinar as perspectivas de desenvolvimento econômico de cada região.

Assim, para melhor entendimento das correlações produtivas de São Mateus do Sul, foram inicialmente verificados os dados do município, no que se refere a:

a) Espaço do comércio internacional;

b) Espaço do mercado de trabalho;

c) Espaço do nível educacional; e

d) Espaço das oportunidades econômicas.

A seguir, o detalhamento de cada um destes espaços.

FIGURA 5 - ESPAÇO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL

| FONTE: DATAVIVA

O espaço do comércio internacional avalia as transações realizadas pelo município em relação às exportações e importações realizadas. No que se refere aos principais produtos, São Mateus do Sul exportou USD 12,2 mi-lhões e importou USD 739 mil. O principal produto exportado foram artigos cerâmicos vidrados, com USD 6,22 milhões, ou 51% do total. Já a principal importação foi o minério de molibdênio, com USD 510 mil, ou 69% do total. O destino principal do comércio internacional foram os Estados Unidos na exportação, com 32,7% das exportações e Chile na importação, com 69% do total.

Apesar da maior contribuição das exportações do município ser de artigos cerâmicos vidrados, o 2º produto foi erva-mate (29%) e madeira compensada (6,7%), notadamente os principais produtos fabricados em SMS. As importações, por sua vez, além do minério também erva-mate (12,5%) e máquinas (14,7%).

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Vale destacar que as importações do minério de molibdênio tiveram forte aceleração a partir de 2014, utilizado como catalisador na indústria petroquímica e empregado em diversos pigmentos para pintura, tintas, plásticos e compostos de borracha. Por este motivo, também o Chile é o país que possui maior das importações, por ser um dos países produtores de minério de molibdênio.

FIGURA 6 - ESPAÇO DO MERCADO DE TRABALHO

FIGURA 7 - ESPAÇO DO NÍVEL EDUCACIONAL

| FONTE: DATAVIVA

| FONTE: DATAVIVA

Quanto ao mercado de trabalho, a maior concentração de empregados se dá na Administração Pública em Ge-ral, com 942 empregos em 2016, quando o total de empregados formais no município foi de 7286. A principal Ocupação por volume de empregos é a de Vendedores, com 872 empregados. Quanto ao salário, de acordo com dados do DataViva, em 2016, a média era de R$ 2,21 mil, gerando uma massa salarial de R$ 17,5 milhões (2016).

O Polo de Apoio Presencial da Universidade Aberta do Brasil – UAB de São Mateus do Sul-PR foi criado como

“Polo Campus UEPG”, que é mantido pela Secretaria do Estado da Educação em parceria com a prefeitura

municipal de São Mateus do Sul.

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FIGURA 8 - ESPAÇO DAS OPORTUNIDADES ECONÔMICAS

Com base nos dados da plataforma DataViva, pode-se verificar que o município de São Mateus do Sul possui como atividade econômica com menor distância o Cultivo de Soja. Já em relação aos maiores ganhos de oportu-nidade – que mede os novos conhecimentos produtivos que serão adquiridos por uma região quando ela desen-volver vantagem comparativa em um produto – é os Haletos (produtos químicos).

Em um estado com uma grande importância do se-tor rural, como é o Paraná, faz-se necessário analisar a característica da produção agrícola do município. Além da importância do consumo direto, o setor também provém relevantes insumos para a indús-tria, como é o caso da soja, um dos principais produ-tos da agricultura paranaense.

Para demonstrar o panorama do setor rural de São Mateus do Sul, foram utilizados dados provenien-tes da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), realizada pelo IBGE anualmente. O gráfico mostra a área cul-tivada por cultura em relação à area cultivada total.

| FONTE: DATAVIVA

O espaço do nível educacional avalia quatro diferentes vertentes, considerando-se o número de matrículas, quais sejam: universidade, curso de ensino superior, escola e curso básico. Em São Mateus do Sul, segundo da-dos do DataViva (2016), o maior número de matrículas está na Universidade Estadual de Ponta Gross, com 48 alunos, ou 63,2% do total. O curso com mais matrículas é Ciências Contábeis, com 63,2% dos alunos, seguido por Administração, com 36,8%. Cabe lembrar que não há instituições de ensino superior presencial no município, assim, os alunos se dividem entre a UEPG e o Centro Universitário de União da Vitória.

Em nível fundamental e médio, o maior número de matriculas é no Colégio Estadual São Mateus, com 1,34 mil alunos. Já em relação à educação profissionalizante, 60,4% dos alunos cursam Meio Ambiente (275 matricula-dos), 11,9% em Eletromecânica (54) e 10,5% em Agroecologia (48).

4.4 PRODUÇÃO AGRÍCOLA

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GRÁFICO 19 - PROPORÇÃO DE ÁREA DESTINADA A CADA CULTURA

Apesar do predomínio de commodities voltadas à exportação, como a Soja e o Milho, grande parte da produção é de legumes e frutas de consumo domiciliar, provavelmente para abastecimento da região metropolitana. Abai-xo, o Gráfico 31 traz a proporção da produção em relação à produção total.

GRÁFICO 20 - PROPORÇÃO DE PRODUÇÃO DESTINADA A CADA CULTURA

| FONTE: PAM, 2017

| FONTE: PAM, 2017

Soja60,07 Feijão

12,1

Erva−mate (folhaverde) 8,36

Milho6,09

Batata−inglesa5,92

Fumo (emfolha) 4,18 Trigo

2,09

Mandioca0,52

Soja35,51

Erva−mate (folhaverde) 27,50

Batata−inglesa15,81

Fumo (emfolha) 11,61

Milho3,60 Feijão

3,29

Trigo 0,76 Melancia

0,60

Cebola0,39

Mandioca0,29

Batata−doce0,22

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Percebe-se o aumento de participação das frutas e legumes neste gráfico. Dos R$ 330874 mil de produção agrí-cola do município, cerca de R$ 131900 mil vêm da Soja, Milho e Trigo, ou cerca de 39,86% do total.

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P A L M E I R A

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A pesquisa de Percepção de Estrutura pode ser utilizada nas mais variadas áreas do conhecimento, com esta análise pode-se determinar as necessidades de uma população e propor melhorias.

Para alcançar o objetivo proposto, foi aplicado um questionário com finalidade de realizar o diagnóstico da per-cepção do ambiente de negócios do município. O questionário, segundo Alberini, é composto por 165 questões distribuídas em 11 grandes temas, relacionadas à estrutura local, quais sejam:

Segundo Tripodi et al (1981, p. 337), estudos ex-ploratórios têm o objetivo principal de desenvolver ideias e hipóteses. O estudo é classificado de explo-ratório porque os objetivos primordiais da investi-gação são refinar conceitos e desenvolver hipóteses para pesquisas posteriores.

Estudos quantitativos procuram identificar e quan-tificar as variáveis e os fenômenos a serem analisa-dos, os quais expõem a necessidade de uma amostra significativa que possibilite a sua quantificação, bem como a identificação de dados que demonstrem, de forma geral e intuitiva, qual é a sensação das pessoas em relação aos fatos que lhes são colocados.

Para aplicação do referido questionário, ao fim da reunião técnica de apresentação do projeto, foi so-licitado aos participantes que atribuíssem, de forma espontânea, intuitiva e considerando sua base de conhecimento da realidade local, notas variando en-tre zero (0) a dez (10), sendo 10 para muito positiva e zero para negativa ou ausência. Os nove técnicos presentes avaliaram as questões e atribuíram suas notas, sendo os resultados apurados demonstrados nos gráficos a seguir.

TABELA 17 – GRANDES TEMAS PARA ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

FONTE: QUESTIONÁRIO DE PERCEPÇÃO DE ESTRUTURA

QUESTÕES

1 Condições de Infraestrutura

2 Base Empresarial

3 Clima de Investimento

4 Mercado

5 Estrutura Urbana

6 Condição Social

7 Base Educacional

8 Condições e Relações de Trabalho

9 Sistema de Ciência e Tecnologia

10 Meio Ambiente

11 Ambiente Institucional

Nº QUESTÕES

1 Condições de Infraestrutura

2 Base Empresarial

3 Clima de Investimento

4 Mercado

5 Estrutura Urbana

6 Condição Social

7 Base Educacional

8 Condições e Relações de Trabalho

9 Sistema de Ciência e Tecnologia

10 Meio Ambiente

11 Ambiente Institucional

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Quando perguntados sobre qual seria a percepção do grupo em relação aos tópicos de infraestrutura geral, os mesmos atribuíram notas que resultaram em uma média geral de 4,7 pontos.

O maior destaque foi para Energia Elétrica (7,6). As piores pontuações referem-se a Ferrovias e Porto Seco (0,8), Condomínios empresariais (2,1), Aeroporto (2,3) e gás canalizado (2,6).

5.1 CONDIÇÕES DE INFRAESTRUTURA

GRÁFICO 21 – CONDIÇÕES DE INFRAESTRUTURA

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

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A conceituação da base empresarial, sob a ótica proposta, tem a finalidade de avaliar toda a estrutura de representação do empresariado, abrangendo os pontos que permitem identificar se há, no local, sustentação para o franco desenvolvimento das empresas de diversos portes.

A média da pontuação de São Mateus do Sul, em relação à sua Base Empresarial é de 4,6..

5.2 BASE EMPRESARIAL

GRÁFICO 22 - BASE EMPRESARIAL

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

Quando perguntados sobre esta questão, os itens melhor avaliados são Fornecedores de matéria prima (5,5) e Disponibilidade e qualidade dos fornecedores locais (5,4). Os itens com pior avaliação foram Presença de firmas de Classe Mundial (2,9), Rede de empresas (3,6) e empresas de exportação (3,6).

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As maiores pontuações foram Empreendedorismo (5,6) e Relacionamento entre Empreendedores e Base Produtiva Local (5,1). As menores médias foram Instrumentos de Incentivo Fiscal (3,1) e Fluxo de Investimen-tos Recentes (3,3).

O que se observa na análise dos dados é que há muitas possibilidades de melhorias neste quesito, tendo em vista que a pontuação geral foi baixa.

GRÁFICO 23 – CLIMA DE INVESTIMENTOS

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

A avaliação do Clima de Investimentos refere-se aos aspectos municipais ligados ao ambiente econômico e social que contribuem [ou atrapalham] para atração de investimentos e permanência de empresas no muni-cípio. A pontuação média do quesito Clima de Investimentos foi de 4,3 pontos, considerada uma pontuação baixa no âmbito desta análise.

5.3 CLIMA DE INVESTIMENTOS

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Na avaliação do mercado foram aplicadas questões com o objetivo de entender como seria o ambiente para negócios sob o ponto de vista da facilidade de negociação, bem como de sua dinâmica. Aspectos como renda (re-lacionada ao consumo), estrutura comercial, mercado regional e outros, como turismo, evidenciam esta relação.

5.4 MERCADO

GRÁFICO 24 - MERCADO

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

Quando questionados sobre a percepção do mercado local, a maioria dos participantes considerou que o mer-cado local foi insatisfatório com média geral atingiu 4,6 pontos. Os quesitos com maior pontuação foram Renda per capita (5,6), Sistema de Venda e Distribuição (5,8). Os piores avaliados foram Estrutura Turística (3,6), Feiras e Eventos Empresariais (3,6) e Fluxo e Dispêndio Turístico. (3,3).

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A média geral atribuída foi de 5,7 pontos, considerada muito baixa, o que identifica que há conflitos relacio-nados ao uso do espaço físico. Os itens mais bem avaliados foram Tempo de deslocamento, com 6,8 pontos, e Conflito Uso Rural X Urbano (6,4). Os aspectos menos favoráveis são os relacionados à Especulação Imobili-ária (4,4), assim como os itens Transporte Coletivo Metropolitano (4,7) e Mobilidade e Condições de Acessi-bilidade (5,1).

GRÁFICO 25 – ESTRUTURA URBANA

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

Estrutura urbana é o conjunto de infraestruturas que constituem o espaço da aglomeração urbana e do con-junto das instalações dos processos individuais de produção e reprodução que ocupam as localizações daque-le espaço, tal como o uso do solo. Uma representação da estrutura urbana é sempre parcial, focando alguns aspectos essenciais.

As questões apresentadas ao grupo procuraram evidenciar como se dá a divisão do espaço em São Mateus do Sul, principalmente buscando identificar se há, no local, conflitos relacionados à sua distribuição.

5.5 ESTRUTURA URBANA

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As questões relacionadas à Condição Social levam em consideração todos os aspectos ligados à qualidade de vida da população em geral, tanto de estrutura local – habitação, saúde e saneamento – quanto de cultura, lazer, segurança e políticas sociais.

O município apresentou uma média de 6,3 pontos neste quesito.

5.6 CONDIÇÃO SOCIAL

A percepção geral é de que a Condição Social em São Mateus é razoável, demonstrada pela pontuação em muitos dos itens desta questão. Os maiores destaques foram Domicílios ligados à rede de àgua (7,6), Domicí-lios Atendidos com Coleta de Lixo (7,6) e Oferta de àgua residencial (7,4). Quantos aos quesitos que represen-tam preocupação destacam-se Indice de Crimes Violentos (5,1), Índice de Crimes contra a Propriedade (5,5) e Eventos culturais e esportivos (4,1).

GRÁFICO 26 – CONDIÇÃO SOCIAL

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

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Dos 13 itens avaliados os destaques foram para a Taxa de Alfabetização Funcional (7,6) e Disponibilidade e Qualidade do Ensino Privado Fund e Médio (7,6). Aqueles que apresentam maiores oportunidades de melho-rias foram Disponibilidade e Qualidade dos Cursos de Ciências Exatas, Físicas e Naturais (3,4) Condições do Ensino superior (3,8).

GRÁFICO 27 – BASE EDUCACIONAL

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

Ao serem perguntados sobre a base educacional em São Mateus do Sul, de modo geral, os participantes não qualificaram a situação como boa, com pontuação média de 5.9.

Foram avaliados neste tópico 13 itens que descre-vem, de modo abrangente, toda a estrutura educa-cional, bem como a qualidade do ensino. Este tópico em especial é substancialmente importante no que se refere à atração de novos investimentos. A base educacional permite identificar o potencial local na geração de mão de obra qualificada, tanto no pre-sente quanto em relação às perspectivas futuras.

Os aspectos abordados – como Condições de Ensi-no Profissionalizante e Ensino Técnico e Pós Médio – dão a dimensão de quanto o local está preparado para o fornecimento de mão de obra com potencial produtivo para o desempenho de atividades que exijam complexos graus de compreensão, a médio e longo prazo.

5.7 BASE EDUCACIONAL

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A qualidade da mão de obra local é, sem dúvida, um dos aspectos mais importantes quando se avalia o ambiente de negócios, porém, esta análise não está completa até que se verifiquem as condições e o ambiente em que se desenvolvem as relações de trabalho local.

Além de se garantir um ambiente de trabalho saudável, a estabilidade nas relações trabalhistas é de funda-mental importância para a manutenção dos níveis de produtividade.

As questões relacionadas à formalização do merca-do de trabalho local, bem como as condições ofere-cidas aos empregados locais são todos elementos passíveis de conflitos, havendo necessidade de ter no local uma estrutura que possa trabalhar na me-diação e solução dos entraves entre trabalhadores e empresários.

5.8 CONDIÇÕES DE RELAÇÃO DO TRABALHO

GRÁFICO 28 – CONDIÇÕES E RELAÇÕES DO TRABALHO

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

Ao serem questionados sobre como seriam as Condições e Relações do Trabalho local, os participantes classi-ficaram os itens com média de 5,6 pontos, que mostra um nível de instabilidade das relações trabalhistas. Os itens com pior avaliação foram Participação na Gestão, Lucros e Resultados (4,4), Índice de Absenteísmo (5,4), Evolução da Renda Média dos Trabalhadores Ocupados (5,4) e Taxa de Desemprego (5,4).

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Pode-se observar que os indicadores de Sistemas de Ciência e Tecnologia estão bem ruins, apresentando mé-dia de 3,2 pontos. As piores avaliações foram dos itens Oferta de Mestrado e Doutorado (2,2) e Incubadoras e Parques Tecnológicos (2,4). Já as melhores foram dos itens Dispêndio em Especialização de Pessoal (4,4) e Dispêndio em P&D (Produtos e Processos) (4,3).

GRÁFICO 29 – SISTEMA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

5.9 SISTEMA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Para Cassiolato e Lastres (2005), a política de ino-vação deve apresentar claramente um viés pró--emprego. Assim, o governo deveria estimular, com clareza, sistemas produtivos e inovativos caracteri-zados pela alta importância de inovações de produ-to, dado que estes tendem a apresentar um efeito líquido positivo de geração de novos empregos. Por outro lado, sistemas produtivos e inovativos nos quais as inovações de processo são mais rele-vantes, deveriam combinar as necessárias políticas de inovação a outras que amortecessem a queda no

emprego, resultante deste processo. Com uma óti-ca direcionada para as questões de negócios e ge-ração de renda local, o quesito Sistema de Ciência e Tecnologia procura avaliar a percepção dos par-ticipantes em relação a questões que demonstras-sem qual a composição de Sistemas de Inovação e Tecnologia e de que forma é dada a interação entre o que se é produzido em termos de trabalhos técni-cos e científicos, o que exatamente isso tem gerado de inovações e qual a interação entre governo lo-cal, empresas e institutos de pesquisa.

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5.10 MEIO AMBIENTE

Os efeitos climáticos nunca estiveram tão presen-tes nas discussões globais como nos dias atuais. As preocupações com o aquecimento global gerado pelas as emissões de CO2 estão no centro das aten-ções das grandes potências. O aquecimento do pla-neta traz uma série de consequências desastrosas que desorganizam o padrão climático global inter-ferindo diretamente no nosso modelo de vida atual.

Assim, no quesito meio ambiente, quando avaliado sob uma ótica mais local e regional, as dimensões são ampliadas para medidas de qualidade de vida da população. Excelentes níveis de controle e me-didas preventivas para correção de efeitos nocivos que, porventura, atividades produtivas possam ge-rar, são, evidentemente, elementos que determi-nam níveis de saúde pública e bem-estar geral da população.

Em São Mateus do Sul, pela indicação da percepção dos participantes da pesquisa, neste quesito o município apresenta bons resultados. A média geral atribuída foi de 6,5 pontos. Os itens que mais se destacaram na percepção dos entrevistados foram Sustentabilidade da Oferta de água (7,3) e Qualidade da água dos Rios e Reservatórios (7,3). No outro extremo, os itens que foram avaliados de forma mais negativa foram Recicla-gem de Resíduos (5,9) e Programa Visual (5,9).

GRÁFICO 30 – MEIO AMBIENTE

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

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Quando avaliada a questão do Ambiente Institucional, pela percepção dos participantes, o item com maior pontuação, e destacado como mais positivo neste quesito, foi Confiança nas Instituições, com 6,4. Em seguida estão os itens Representatividade das Entidades de Trabalhadores (6,3) e Administração e Gerência (6,3). Por outro lado, o ponto que apresentou oportunidades de melhorias foi o item Instituições de Ensino e Pesquisa (4,5).

GRÁFICO 31 – AMBIENTE INSTITUCIONAL

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

Assim como os sistemas de inovação e tecnologia são de fundamental importância para criação de ambientes favoráveis ao desenvolvimento de ne-gócios com valor agregado, a organização do am-biente institucional completa as condições para que os negócios se desenvolvam com estabilidade e segurança.

A estabilidade na relação das empresas com as instituições, assim como a estabilidade das regras para funcionamento das empresas sem mudanças no arcabouço legal, uma gestão urbana eficiente voltada para a solução dos problemas da população e de empresas, completam uma estrutura virtuosa que proporciona maior atratividade de negócios ao local.

5.11 AMBIENTE INSTITUCIONAL

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Após a análise da Percepção de Estrutura foi possí-vel identificar, por meio da investigação da percep-ção dos técnicos entrevistados, que o município de São Mateus do Sul reúne todos os elementos para que se construa uma base industrial diferenciada.

De uma forma geral, os técnicos que participaram da pesquisa consideraram que questões relaciona-das às Condições de Infraestrutura e Base Empre-sarial são destaques que aumentam a atratividade do município para atração de novos investimentos.

5.12 CONCLUSÃO PARCIAL DA AVALIAÇÃO DE PERCEPÇÃO

TABELA 18 – MÉDIA GERAL DA ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

| FONTE: QUESTIONÁRIO DE PERCEPÇÃO DE ESTRUTURA

Apesar de todas as áreas não terem sido muito bem avaliadas pela equipe envolvida, ficou evidente que algu-mas áreas são mais passíveis de melhorias, como as que estão relacionadas ao Sistema de Ciência e Tecnolo-gia, à Base Empresarial e ao Clima de Investimentos. O Gráfico 30, a seguir, identifica essas relações:

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No quesito Sistema de Ciência e Tecnologia os pon-tos que mais apresentam oportunidades de melho-ria são:

o Incubadoras e Parques Tecnológicos;

o Oferta de Mestrado e Doutorado;

o Centros de Metrologia e Normatização Técnica.

No quesito Base Empresarial os pontos que mais apresentam oportunidades de melhorias são:

o Presença de Firmas de Classe Mundial;

o Empresas Exportadoras;

o Rede de Empresas.

No quesito Clima de Investimentos os pontos que mais apresentam oportunidades de melhorias são:

o Instrumentos de Incentivo Fiscal;

o Fluxo de Investimentos Recentes;

o Instrumentos e Incentivos a Investimen-tos.

Os resultados coletados com base na percepção dos participantes serão passíveis de confirmação, sendo que, sua confirmação real se dará por meio do levantamento dos dados no decorrer deste projeto, em suas etapas posteriores, especialmente quando houver maior envolvimento dos representantes da indústria, comércio e outras entidades ligadas ao desenvolvimento econômico do Município.

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA – QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DE PERCEPÇÃO

GRÁFICO 32 – MÉDIA GERAL DO GRAU DE ATRATIVIDADE

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Desenvolvimento Regional é um processo de mu-dança estrutural localizado, que tem como finalida-de o progresso permanente da região, da comunida-de regional como um todo e de cada indivíduo nela residente. O desenvolvimento traz consigo alguns objetivos implícitos, quais sejam:

a) aperfeiçoamento do território, entendido não como mero continente e suporte físico de ele-mentos naturais, mas como sistema físico e social de estrutura complexa (com diversidades de subsiste-mas, com articulações lineares e não lineares), dinâ-mico e delimitado;

b) aperfeiçoamento da sociedade ou comuni-dade que habita o território que serve de referência de identidade e cultura;

c) aperfeiçoamento de cada pessoa que per-tence a essa comunidade e habita esse território.

Não há transformações estruturais sem que ocorra efetiva participação da comunidade local, a constru-ção de ambientes consolidados de desenvolvimento passa, necessariamente, sobre a compreensão e o entendimento da comunidade para aquilo que ela considera bom para melhorar o seu nível de vida.

Considerando que a proposta de desenvolvimen-to do município é uma construção conjunta com os atores locais, foi realizado um seminário composto de membros da sociedade civil para debater, discutir e apontar possíveis soluções para os problemas en-contrados no diagnóstico.

A metodologia utilizada para organização das pro-postas apontadas e recolhidas no evento foi a do Marco Lógico, também conhecido como Matriz Ló-gica ou Quadro Lógico. Esta é uma das mais difun-didas metodologias utilizadas no planejamento, mo-nitoramento e avaliação de programas e projetos. O marco lógico tem como seu principal produto a Ma-triz do Marco Lógico (MML) ou Matriz de Planeja-mento (MPP). Descritivamente é uma matriz quatro por quatro, começando do nível básico (geralmente atividades ou insumos) no canto inferior esquerdo e

subindo numa hierarquia logicamente organizada, do mais simples e parcial, para o mais complexo e global.

O primeiro passo na construção do Marco Lógico é a construção de uma Árvore de Problemas. A Árvore de Problemas é uma metodologia destinada a rela-cionar os problemas existentes em uma área de for-ma integrada, obtendo um esquema em que se defi-nem os que são causas e os que são consequências. Analiticamente, o Marco Lógico consiste em uma es-trutura de implicações lógicas de causa-efeito com relação a uma situação-problema, e de meios fins em relação à intervenção proposta para mudar a situa-ção-problema. Consiste, portanto, em um conjunto de conceitos inter-relacionados que define as causas de uma intervenção (projeto), bem como o que deve ser feito (estratégia) para alcançar o resultado dese-jado.

6.1 ÁRVORE DE PROBLEMAS

Com base nos pressupostos metodológicos e re-sultados obtidos nos diagnósticos realizados, foi possível levantar informações estruturais relacio-nadas ao município na visão dos técnicos que par-ticiparam da análise de percepção.

Estas informações foram trabalhadas em forma de uma matriz SWOT e apresentadas à sociedade civil convidada para o seminário, em que foi realizado um exercício com proposições de possíveis ações.

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Abaixo as questões colocadas, conforme as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças de São Mateus do Sul:

TABELA 19 - MATRIZ SWOT DE SÃO MATEUS DO SUL

Estes problemas foram formulados com base em estudos anteriores constantes neste trabalho. Com os prob-lemas relacionados, seguindo a metodologia do marco lógico, foi possível construir a árvore de problemas.

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA

- Mão de Obra qualificada

- Muitas propriedades rurais

- Logística

- Encerramento da Usina de Xisto (SIX)

FORÇAS FRAQUEZAS

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

- Mão de obra industrial subutilizada

- Promoção de marketing do município

- Aproveitamento do Erva-Mate

- Falta de uma instituição de ensino de grande porte

- Ecossistema de tecnologia

- Oferta de cursos técnicos

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FIGURA 9 - ÁRVORE DE PROBLEMAS

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM DADOS DO DIAGNÓSTICO TÉCNICO PMAI

6.2 MATRIZ DO MARCO LÓGICO

Após as equipes se reunirem e discutirem sobre os temas aos quais foram designadas foi possível extrair os principais objetivos a serem alcançados dentro de um projeto maior. Os assuntos levantados pelos partici-pantes foram organizados em uma ordem lógica o que abriu a possibilidade de construção de uma Matriz do Marco Lógico. Este modelo de matriz segue o conceito aplicado pelo Banco Interamericano de Desen-volvimento BID. Trata-se de uma matriz quatro por quatro que tem a vantagem de induzir à objetividade na elaboração e descrição de programas e projetos, além de, propiciar uma rápida e sintética visualização dos programas e projetos permitindo uma rápida visualização dos principais fatores para acompanhamento e avaliação de programas e projetos.

Forte dependência da Usina de Xisto

Ausência de ecossistema de inovação

Logística Frágil

Diversificação Produtiva

Concentração Industrial

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i. Objetivo Superior: é uma definição de como o projeto ou programa contribuirá para a so-lução do problema;

ii. Objetivo do Projeto: é o impacto direto a ser obtido como resultado da utilização dos com-ponentes produzidos pelo projeto. É uma hipótese sobre o impacto ou benefício que se deseja obter;

iii. Componentes: são obras, serviços e ativi-dades de capacitação que o executor deve realizar de acordo com o contrato. Estes devem ser expres-sos em termos de trabalhos concluídos;

iv. Atividades: as atividades são as tarefas que o executor deve cumprir para completar cada um dos componentes do projeto que implicam em custos. Deve ser elaborada uma lista de atividade em ordem cronológica para cada componente.

Estes tópicos estão relacionados ao resumo descritivo dos objetivos do projeto e seus principais desdobra-mentos, sendo que:

- Indicadores: tem a função de medir o impacto geral que terá o projeto considerando os objetivos superiores, os objetivos do projeto, componentes e atividades, todos eles relacionados ao prazo, qualidade e horizonte temporal e também o orçamento;

- Meios de Verificação: são as fontes de informação que se pode usar para verificar se os objetivos foram atingidos. Assim também se aplica aos objetivos do projeto, componentes e atividades;

- Suposições: são os acontecimentos, condições ou decisões importantes e necessárias para a susten-tabilidade dos benefícios gerados pelo projeto.

Dentro da estrutura da Matriz do Marco Lógico encontram-se tópicos distribuídos entre linhas e colunas com o objetivo de mostrar a identidade principal do projeto, abaixo uma descrição e definição dos conceitos apli-cados a matriz:

Resumo Descritivo de Objetivos: (1º coluna) é composto por quatro (4) itens, quais sejam:

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6.3 MAPA ESTRATÉGICO PMAI SÃO MATEUS DO SUL

O mapa estratégico é um instrumento importante de representação gráfica para otimização da tomada de decisões. Após o desenvolvimento do problema central através de várias perspectivas, foi possível condensá--lo em um mapa que facilitará a tomada de decisões por parte da organização da sociedade civil e também do poder público com intuito de dar maior velocidade e eficiência às ações propostas.

| FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA COM UTILIZAÇÃO DA METODOLOGIA DO MARCO LÓGICO DO BID

Nas colunas que se seguem são tratados os acompanhamentos de cada item, como mostra a Tabela 20, a seguir.

TABELA 20 - MATRIZ DE MARCO LÓGICO DE SÃO MATEUS DO SUL

Descrição: Resumo descritivo dos objetivos

Indicadores Meios de Verificação Suposições

OBJETIVO SUPERIOR: Promover o desenvolvimento econômico pela otimização dos recursos locais

Impactos gerais esperados: avaliação do Valor Adicionado Bruto

Crescimento de setores industriais e estabelecimento de novas empresas no local

Criação de leis e regulamentos específicos para manutenção das atividades no longo prazo

OBJETIVO DO PROJETO: Organização de cursos voltados aos setores estabelecidos no município; Promover rodada de negócios com empresários do ramo industrial para promover e alongar as cadeias produtivas locais; Promover comercialmente as vantagens locacionais do município

Reuniões com instituições ligadas ao setor educacional para formatação de cursos específicos; Levantamento junto a empresários para definição de demandas quanto à qualificação da mão de obra; Rodada de negócios para fortalecimento das cadeias produtivas; Eventos comerciais e turísticos.

Criação de projetos com acompanhamento de metas

Criação de Grupo de trabalho com técnicos da Prefeitura e Agência Paraná de Desenvolvimento

COMPONENTES: Criação de um grupo de trabalho para elaboração de três projetos pilotos para atingir os desafios estipulados dos objetivos anunciados

Criação do grupo de trabalho para formulação do projeto

Projetos com definição metodológica específica

Criação de Grupo de trabalho com técnicos da Prefeitura e APD

ATIVIDADES: Parceria entre técnicos da Prefeitura e da APD para elaboração dos projetos

Criação de grupo com definição de cronograma

Avaliação e acompanhamento das atividades do grupo

Definição do Portfólio de projetos

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A Figura 10, a seguir, traz o mapa estratégico de São Mateus do Sul.

FIGURA 10 - MAPA ESTRATÉGICO DO PMAI SÃO MATEUS DO SUL

Aumento do número de novos negócios no município

AVALIAÇÃO DA DEMANDA DE MÃO DE OBRA AMBIENTE DE NEGÓCIOS PROMOÇÃO COMERCIAL

Promoção comercial

Campanha comercial de atração de investimentos

Definição de calendário para eventos de negócios

Estímulo a cadeia do Mate

Reavaliação das ofertas de cursos e redirecionamento para os setores estabelecidos

Rodada de negócios para ampliação das cadeias produtivas locais

Qualificação damão de obra

Gasoduto

Fortalecimento de cadeias produtivas

(fornecedores)

Intensificação de eventos comerciais

Elevação do nível dearrecadação municipal

Diversificação setorial e diminuição daconcentração industrial

OS

Diversificação setorialInovação Tecnológica

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA

Com o objetivo de explicitar a hipótese da estratégia e para que cada indicador possa se converter em parte integrante da cadeia lógica de causa e efeito que conecta resultados almejados da estratégia, o mapa estra-tégico descreve o processo de transformação de ativos intangíveis em resultados tangíveis para os clientes e, por conseguinte, em resultados financeiros. Essa ferramenta fornece um referencial para a descrição e ge-renciamento da estratégia.

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O aspecto mais preponderante no processo de desenvolvimento econômico é o que gera a convergência dos interesses dos atores das comunidades em questão. Partindo da premissa de que todo o processo de desen-volvimento deve ser participativo, buscando a canalização de todos interesses da comunidade em questão, pode-se concluir que este trabalho atingiu sua finalidade.

Durante os meses em que este trabalho foi desenvolvido, houve um grande esforço intelectual no sentido de apurar indicadores econômicos que de fato contribuíssem para sinalizar e identificar os principais vetores do desenvolvimento local. Estes Indicadores são de fundamental importância no processo de direcionamento de ações para o desenvolvimento. Contudo, o indicador numérico sozinho é desprovido de vida, por isso o elemento fundamental deste trabalho é a participação ativa da comunidade, no sentido de validar e participar das ações que materializem os anseios demonstrado através dos gráficos e tabelas.

A segunda parte deste trabalho focou na interação dos resultados numéricos apurados com os resultados da percepção da comunidade local. Não há como realizar um trabalho de atração de investimentos robusto sem que a população tenha a real dimensão de suas potencialidades. A percepção é um indicador subjetivo e quali-tativo, entretanto, dentro de seus resultados, é possível sentir e avaliar o grau de conhecimento da população em relação aos seus gargalos bem como suas fortalezas.

Toda estrutura deste projeto está voltada ao trabalho de conhecimento do sistema econômico e social de um município para melhor explorar suas vocações. Dificilmente um trabalho de atração de investimentos poderia prescindir de tal mecanismo, já que não há como desenvolver de forma induzida sem considerar os elementos que compõe o cenário analisado.

Diante de todos estes aspectos esse trabalho chega em sua fase mais importante, que é onde se concentra o valor dele. Ou seja, os projetos resultantes das diversas análises e pesquisas realizadas. A finalização deste trabalho é a sua própria continuidade, é preciso colocar em prática todas as possibilidades aventadas através dos números expostos em tabelas e gráficos. Os projetos que, naturalmente, transcorrem dentro um instante temporal finito são os instrumentos mais importante para se pôr em prática todos as tendências mapeadas através dos números.

O objetivo agora, é colocar em ação todos os números levantados colocando-os em forma de indicadores e ações que possam ser acompanhados através de metas muito bem definidas e de escopos muito bem formu-lados. Além disso, responsáveis serão designados para que as etapas se desenvolvam com rapidez e eficiência dando assim vida e consistências às ideias aventadas. Esta é a forma mais eficiente de trabalhar situações complexas que envolvem o desenvolvimento local.

No caso específico do município de São Mateus do Sul, um dos principais desafios está em fortalecer a uti-lização de tecnologias para as potencialidades locais. Para isso, é preciso que haja um redirecionamento dos cursos para atender os setores alvos, além disso é necessária uma maior integração entre as empresas e a instituições de ensino. Um dos entraves no município é a questão da infraestrutura, que precisa ser melhor direcionada tanto aos negócios quanto ao turismo, como estradas e o Aeroporto. Também se faz necessária a promoção comercial das potencialidades locais, por meio de eventos.

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