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J O S I N E I D E G A L D I N O D E L I M A D I S T R I B U I Ç Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S E L Í Q U I D O S D I S T R I B U I Ç Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S E L Í Q U I D O S D I S T R I B U I Ç Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S E L Í Q U I D O S D I S T R I B U I Ç Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S E L Í Q U I D O S
A C É U A B E R T O N A C I D A D E DE I T A B A I A N A − PBA C É U A B E R T O N A C I D A D E DE I T A B A I A N A − PBA C É U A B E R T O N A C I D A D E DE I T A B A I A N A − PBA C É U A B E R T O N A C I D A D E DE I T A B A I A N A − PB
João Pessoa 2001.1
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
D I S T R I B U I Ç Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S E L Í Q U I D O S D I S T R I B U I Ç Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S E L Í Q U I D O S D I S T R I B U I Ç Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S E L Í Q U I D O S D I S T R I B U I Ç Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S E L Í Q U I D O S
A C É U A B E R T O N A C I D A D E DE IA C É U A B E R T O N A C I D A D E DE IA C É U A B E R T O N A C I D A D E DE IA C É U A B E R T O N A C I D A D E DE I T A B A I A N A − PB T A B A I A N A − PB T A B A I A N A − PB T A B A I A N A − PB
Monografia apresentada para obtenção de grau de bacharelado em Geografia na UFPB
Josineide Galdino de Lima
João Pessoa 2001.1
D I S T R I B U I Ç Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S E L Í Q U I D O S D I S T R I B U I Ç Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S E L Í Q U I D O S D I S T R I B U I Ç Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S E L Í Q U I D O S D I S T R I B U I Ç Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S E L Í Q U I D O S
A C É A C É A C É A C É U A B E R T O N A C I D A D E DE I T A B A I A N A − PBU A B E R T O N A C I D A D E DE I T A B A I A N A − PBU A B E R T O N A C I D A D E DE I T A B A I A N A − PBU A B E R T O N A C I D A D E DE I T A B A I A N A − PB
Aprovada em _______/_______/2002.
BANCA EXAMINADORA
________________________________
Prof. Paulo Roberto de Oliveira Rosa
Orientador
________________________________ Membro da banca examinadora
________________________________ Membro da banca examinadora
S U M Á R I O
Resumo Lista de Figuras Lista de Quadros Lista de Anexos
Primeira Parte
Introdução Referencial Teórico-conceitual Metodologia
Segunda Parte
Uma Abordagem Histórico-Geográfico da Cidade e dos Distritos de Itabaiana Abordagem Sócio-Econômica da População de Itabaiana Relação Sociedade-Natureza: deposição dos resíduos sólidos e líqüidos na cidade de Itabaiana
Terceira Parte Considerações finais
Bibliografia
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Introdução
Dentro do processo de atividades sócio-econômicas, deparamos com o fato da
produção de resíduos resultante da ação humana no manuseio de recursos e sua deposição
sobre meio. As matérias-primas oriundos de qualquer setor da economia; seja, primário,
secundário ou terciário, são elementos transformados, processados e consumidos
diariamente, desse consumo resulta uma enorme variedade de resíduos que são lançados no
ambiente. O acúmulo dos resíduos existentes é resultado de uma sociedade de elevada
produção industrial, inevitavelmente é consumista, acontecendo habitualmente nas áreas
mais urbanizadas, pois nessas áreas é onde ocorre uma maior concentração da população.
O que se costuma ver ainda hoje é a prática de deposição de resíduos a céu aberto,
tornando-se mais difícil resolver essa questão devido à mistura com outros rejeitos,
diminuindo a possibilidade de um reaproveitamento de materiais tipo o plástico, o vidro, o
papel entre outros. Como conseqüência deste amontoamento, surge um ambiente propício
à ocorrência assim como à multiplicação de insetos como as moscas e mosquitos; de
roedores como ratos e gambás; aves como os urubus, desse elenco populacional diverso o
acúmulo de resíduos a descoberto e sem tratamento provoca um ambiente que emite odores
desagradáveis e, conseqüentemente, um mau estar aos moradores da decomposição desses
resíduos.
Outro problema grave com os resíduos está no destino final após a coleta, ou seja,
onde é feita a deposição. A deposição deve ser feita de acordo com o tipo de resíduo que
está sendo produzido. Os domiciliares por exemplo, seu destino final pode ser um aterro
sanitário; já o caso dos lixos hospitalares o mais adequado são as usinas insineradoras. O
destino final dos esgotos, na sua maioria, quando não são lançados nos rios, são expostos
livremente nas ruas. Muitas vezes, mesmo havendo o sistema de esgoto na cidade não é
feito o uso deste. A cidade de Itabaiana, no início do baixo rio Paraíba apresenta problemas
relativos à deposição de resíduos não só por moradores como também pelo comércio local,
por isso procuramos estudar e também mapear o modo da distribuição dos resíduos, ao
longo do sítio urbano nesta cidade. Ela já foi historicamente centro de comércio, e pode se
tornar um local de atrativos turístico devido à sua história, no entanto é conveniente alertar
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à administração municipal sobre os efeitos negativos que envolvem a estética da cidade,
com resíduos dispostos a céu aberto e fundamentalmente na margem direita do rio Paraíba.
O destino dos resíduos sólidos, coletados pela prefeitura municipal, é o lixão, que
está situado na entrada do município, na faixa de domínio público que fica próximo à
rodovia estadual, e um outro que se estende nas margens do Paraíba. Anteriormente o lixo
hospitalar da cidade era lançado diretamente no rio Paraíba, hoje é levado para os coletores
e depois jogado no lixão. Existe no município um projeto de uma usina incineradora em
Campo Grande o qual teve início, porém não foi concluído.
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Referencial Teórico-conceitual
Para discutir a questão da análise da distribuição dos resíduos sólidos com um
pouco mais de propriedade procuramos nos pautar em Othon M. Garcia, pois ele assim
esclarece que análise é a decomposição de um todo em suas partes, uma operação do
espírito em que se parte do mais complexo para o menos complexo, ou, em outras
palavras, do todo para suas partes (GARCIA,1978).
Adicionaremos a este conceito, outros também importantes para nosso estudo.
Resíduos...descontrole entre os fluxos de certos elementos em um dado sistema ecológico,
implicando na instabilidade do próprio sistema.(FIGUEIREDO, Paulo Jorge Moraes)
MunicípioO município é uma subdivisão territorial de Estado-membro de uma federação,
dotada de autonomia administrativa, e, até certo ponto, política.(Enciclopédia Mirador Internacional)
Cidade
Cidade é o espaço contínuo ocupado por um aglomerado humano considerável,denso e permanente, cuja evolução e estrutura (física, social e econômica) sãodeterminadas pelo meio físico, pelo desenvolvimento tecnológico e pelo modo de produçãodo período histórico considerado e cujos habitantes têm ‘status’ urbano
(FERRARI, Célson)Deposição
Ato ou efeito de depor.
(FERREIRA, Aurélio)
Esse elenco de conceitos nos encaminha para um olhar mais apurado sobre o
ambiente, no entanto não há como deixar de ver que a questão do resíduo ambiental como
um agente de contaminação à saúde pública. Esta situação acaba por provocar um
rebaixamento no índice de qualidade de vida da população. O índice de qualidade de vida a
que nos pautamos enquanto referência teórica, está assim estabelecido em Maria de F. M.
de Souza: a qualidade de vida deve ser compreendida como sendo uma condição de
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existência dos homens sempre referida ao modo de viver em sociedade, isto é, dentro dos
limites que são colocados em cada momento histórico para se viver o cotidiano.
(SOUZA:1993).
A qualidade de vida está vinculada a dois aspectos: o primeiro refere-se ao grau de
liberdade que cada nação é capaz de oferecer aos seus cidadãos, o segundo consiste na
capacidade de usufruto das conquistas técnicociêntíficas pelo conjunto das populações, o
que equivale a estabelecer uma correspondência entre a idéia de cidadania e o direito de
consumidor.
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Metodologia
O método de pesquisa a que nos pautamos para desenvolver a pesquisa, é a análise
da distribuição espacial dos resíduos domésticos em ambiente urbano. A análise significa a
compartimentação do todo em partes. Partindo desse princípio, procuramos definir o que
seria o todo, que neste caso, refere-se ao resíduo depositado a céu aberto em ambiente
urbano. Nesta situação, é importante verificar que há uma relação direta entre o indivíduo
cultural, seu nível sócio político e, consequentemente, o nível de consumo e participação
enquanto cidadão. A deposição de resíduos a céu aberto pode ser vista como um processo
de desinformação, pois os resíduos são fontes para que vetores de patologia a distribuam
em hospedeiros, neste caso o ser humano que é um animal bastante vulnerável.
As técnicas utilizadas para verificação dessas deposições e depois estabelecer uma
distribuição espacial, são relativamente simples. Primeiro estabelecemos uma excursão
com o propósito de observar o ambiente urbano da cidade de Itabaiana. A excursão tem um
caráter empírico e a partir do contato com o ambiente podemos sentir a gravidade da
relação sociedade-natureza.
A captura da relação homem e meio ambiente é, enquanto técnica, uma realidade
representada. Essa captura foi feita a partir de equipamentos fotográficos em que
utilizamos câmeras convencionais e digital. A outra técnica utilizada refere-se à anotação
do fato observado. Procuramos, através de entrevistas não estruturadas, conversar com os
moradores próximos aos lugares em que estavam depositados os resíduos domésticos e ou
comerciais, nestas conversar informais, realizamos as devidas anotações.
O caminhar sobre as ruas e os recantos da cidade de Itabaiana foi possível devido a
dois elementos importantes. Primeiro visualizamos o ambiente como uma espacialidade, já
cartografada pela SUDENE (FOLHA SB.25-Y-C-II-3-NE Escala 1:25.000, 1974)e
também por uma carta elaborada pelo serviço de saúde local. Esta carta a que tentamos
melhorá-la, nos serviu para localização das ditas deposições, facilitando a visualização da
distribuição de resíduos no ambiente urbano. Num segundo momento, recorremos a uma
moradora da cidade, Maria do Carmo Martins Silva, que conhecia bem os caminhos, para
nos auxiliar na localização dos pontos que continham os resíduos dispostos à céu aberto.
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Neste trabalho, nosso principal objetivo é tentar solucionar o problema dos resíduos
(sólidos e líquidos) a céu aberto na cidade de Itabaiana. Senão solucionar (pois acreditamos
ser esta causa resolvida a longo prazo), pelo menos alertar a população para o problema,
real, que todos convivem cotidianamente com ele. Iniciamos com uma visita preliminar
para observação dos pontos onde estavam sendo deposicionados os resíduos da cidade.
Como forma de registro, utilizamos máquinas fotográficas do tipo digital (Epson 650) e
convencional (Pentax Z20) com filme Kodakolor asa 100. Foi utilizado também a carta do
município com escala de 1:25.000. Além desta, uma fotocópia ampliada para uma escala
aproximada de 1:4.807 e outros materiais como o Teodolito, a Bússola e o GPS. Os
procedimentos para obtenção da escala 1:4.807 se deram:
1) Num primeiro momento transformamos o denominador 25.000 para metros e
obtivemos 250 m;
2) Em seguida medimos um lado do cemitério (0,5 cm) na carta de 1:25.000, e fizemos
uma regra de três para sabermos o comprimento no real, que foi de 125m;
1 cm ____250 m
0,5 cm ____X
3) O outro passo foi a utilização da fórmula da escala E = D/d , onde D = 125m e d = 0,5
cm, resultando numa escala aproximada de 1: 4.807.
Os procedimentos para obtenção das coordenadas na carta ampliada foram feitos:
1) medindo com régua na carta 1:25.000, da quina do cemitério para a coordenada métrica
9190000, e obteve-se 0,2 cm;
2) depois multiplicamos 0,2 por 250 m (obtido da transformação do denominador 25.000
em metros), que foi igual a 50m (distância no real);
3) em seguida, transformamos o denominador da escala da carta ampliada em metros,
que é igual a 48 m.. E por fim foi feito uma regra de três com os seguintes valores:
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1 cm _____ 48 m
X _____ 50 m
Onde X é igual a 1,04 cm, que é a distância na carta ampliada da quina do cemitério para a
coordenada 9190000.
Em uma das visitas a cidade, as quais tinham como objetivo a Plotagem para
produção de uma carta digitalizada, procedemos da seguinte forma:
a). Num primeiro momento tivemos como ponto nº 01, a ponte principal da cidade, onde
nos posicionamos na entrada, tendo como referência o posto de abastecimento total. Neste
ponto fizemos 05 (cinco) leituras das coordenadas métrica, com o objetivo de tirar uma
média do ponto:
242044 242045 242046 242045 242045
9189572 9189572 9189572 9189571 9189573
b). O ponto nº 02 foi medido na mesma ponte, porém no final, tomamos como referência o
poste de alta tensão, tendo como resultado as leituras:
242277 242277 242278 242276 242276
9189378 9189379 9189379 9189378 9189380
c). O próximo ponto foi o de nº 04, na rua Cônego Tranquilino, já que o nº 3 por estar
muito próximo do nº 2, não iria influir na produção da carta. Nossa referência foi a Fábrica
de Sabão Riase. Deste ponto só foi possível fazer03 (três) leituras por haver variação entre
as mesmas.
242752 242751 242750
9189795 9189796 9189797
d). Continuando a plotagem, o ponto nº 05 foi o Cemitério da cidade, onde a referência é a
quina do cemitério, à esquerda de quem entra:
15
242950 242950 242951 242951 242951
9190081 9190082 9190082 9190081 9190082
e). O ponto nº 06 também foi o cemitério, porém nossa referência foi a quina, à direita de
que entra. As leituras foram:
243014 243015 243013
9190187 9190187 9190187
f). O ponto de nº 07 se encontra na rua Travesso Felix Antonio, sem referência alguma:
242683 242683 242683 242684 242682
9189616 9189615 9189614 9189614 9189615
g). O ponto seguinte, o de nº 08, foi a ponte na rua Coronel F. Rodrigues, tendo como
referência a parede de trás da Igreja:
242578 242575 242575 242574 242576
9189406 9189407 9189408 9189408 9189407
h). O ponto nº 09 envolve a ponte da Travessa sem nome, no qual tem como referência a
EMATER:
242548 242547 242548 242547
9189337 9189337 9189336 9189336
i). O ponto de nº 10, foi a ponte na rua Santa Cecília, situada em frente a Serralharia São
Francisco. Deste ponto fizemos as seguintes leituras:
242545 242544 242546 242545 242544
9189130 9189131 9189131 9189130 9189130
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j). O de nº 11
242471 242472 242473 242471 242471
9189034 9189034 9189033 9189035 9189033
l). Seguindo para o ponto nº 12, a ponte de trem situada na rua João Feliciano de Luna,
teve como referência uma antena da cidade, onde coletamos as seguintes coordenadas:
242258 242256 242256 242255 242254
9189110 9189109 9189107 9189107 9189107
m). Devido a distância do ponto 13 para o ponto 12, decidimos coletar as informações do
nº 15, já que este ficava mais próximo de onde nos encontrávamos. Este ponto também
trata-se de uma ponte na mesma rua João Feliciano de Luna:
241973 241972 241971 241972 241973
9188853 9188852 9188852 9188851 9188851
n). O de nº 16, corresponde a uma ponte na rua dos Ferroviários. Coletamos as seguintes
coordenadas:
241983 241981 241980 241980 241982
9188780 9188780 9188781 9188782 9188782
o). Seguindo para o ponto de nº 17, o qual trata-se de uma ponte na rua Vereador Luiz
Carvalho, fizemos as seguintes leituras:
241945 241946 241944 241944
9188680 9188680 9188680 9188679
p). Na rua Prefeito Antonio Santiago entre a ABB e o INSS, coletamos as coordenadas do
ponto nº 14:
241893 241892 241893
9188943 9188944 9188944
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q). Na rua Epitacio Pessoa, tendo como referência o Banco do Brasil e o Busto da Praça,
coletamos as coordenadas do nº 13:
242070 242069 242070 242070
9189070 9189069 9189069 9189068
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Segunda Parte
Uma Abordagem Histórico-Geográfica da Cidade e dos Distritos de Itabaiana.
Tratamos neste primeiro momento, de forma elementar, da situação histórico-
geográfica do município, com base no documento emitido pelo SEBRAE. Pontuamos fatos
importantes na transformação do espaço Itabaianense, assim como procuramos mostrar a
cidade de Itabaiana geograficamente, ainda utilizando o folheto do SEBRAE que indica a
localização da cidade na zona fisiográfica da caatinga, a sudoeste do Estado; na
Mesorregião do Agreste e Brejo Paraibano e na Microrregião Agro-Pastoril do Baixo
Paraíba. A cidade de Itabaiana possui uma área de 204,7 km ², com baixa a altitude de 45
metros acima do nível do mar. Esse fato torna-se importante pois a cidade fica no piemonte
do Planalto da Borborema, dista a 63 km da capital João Pessoa, tendo como limite ao
Norte os municípios de Gurinhém, Pilar e Mogeiro; ao Sul, Juripiranga, Salgado de São
Felix e o Estado de Pernambuco; a Leste limita-se com Pilar e a Oeste com Mogeiro e
Salgado de São Felix.
O município é banhado pelas águas do rio Paraíba, o qual, recebe o rio Ingá, os
riachos Salgado e Nogueira. Além disso alguns açúdes públicos e particulares se espalham
pela região, como o Açude Mogeiro, o Rio Barrado e o Riachão da Gameleira. As maiores
elevações são as Serras do Aburá e a do Piraná, onde está o Pico do Quicê, a 660 m de
altitude.
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O clima na região em que está situado o município, é do tipo tropical megatérmico,
quente e subúmido, quase semi-árido. A temperatura média anual fica entre máximas de 30
e mínimas de 20 graus centígrados. Itabaiana era constituída por formações vegetais da
Floresta Atlântica de Planície, Encosta e Agreste. O município encontra-se situado numa
área de transição entre essas formações, no entanto, atualmente, a vegetação do lugar está
modificada por atividades sócio-econômicas, predominando as pastagens para o pastoreio
do gado principalmente o bovino, no campo denota atualmente predominância de abacaxi e
cana-de-açúcar.
Antes de sua colonização, Itabaiana era povoada pelos índios da tribo Tupi. Em
meados do século XVIII teve início a formação do povoado que mais tarde originou o
município de Itabaiana, com os fundamentos da Missão do Pilar, estabelecidos no local
pelos padres Jesuítas. O povoado foi elevado à vila, através da lei nº 723, de 1º de outubro
de 1881 e seu nome passou a ser Vila de Itabaiana do Pilar, tornando-se sede do município
e de comarca do Pilar. – A lei de nº 800, de 08 de outubro de 1885, mantém Itabaiana
como vila e faz voltar a sede do município, bem como a comarca para a vila do Pilar. O
município foi criado pelo decreto nº 14,de 23 de abril de 1890, do governador Venâncio
Neiva, primeiro governador do Estado da Era Republicana e posteriormente assinou o de
nº 22, de 14 de junho de 1890, instituindo a comarca. Em 26 de maio de 1891, Itabaiana
recebe os foros de Cidadania, no entanto hoje o Município está bastante diminuído em
termos de extensão, pois cedeu áreas para outros municípios. Suas primeiras habitações
foram edificadas as margens do rio Paraíba.
Construir cidades as margens de rios é um procedimento que vem de séculos,
Desde a mais remota Antiguidade, o homem constrói suas cidades a margem dos rios.
Algumas das civilizações mais antigas de que se tem conhecimento, como a Assíria e a
Babilônia, existiram numa região chamada Mesopotâmia, que significa ‘entre dois rios’,
porque estava situada entre os rios Tigre e Eufrates. A água sempre foi muito importante,
quer para abastecimento da cidade, quer para irrigação de plantações, quer ainda como
fonte de alimentos ou local para despejo final de detritos. Há porém, uma outra razão tão
importante quanto as outras para o homem querer viver próximo aos rios: é que eles são
muito bonitos, constituindo um importante elemento paisagístico (BRANCO:1997).
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Observam-se ao longo da história do município, algumas alterações de valores que
implicaram na degradação ambiental da cidade. Se olharmos a questão da ocupação do
espaço e do uso do rio, veremos que o povoamento se deu as margens do Paraíba. O uso
que se fez de suas águas, que antes eram para consumo da população, se compararmos
hoje, veremos que as águas do Paraíba servem de destino final para os resíduos da cidade
que são lançados diretamente em suas águas, como também colocado as suas margens,
contaminando o rio. Seja na forma de lixo ou de esgoto, a cidade vem criando condições
que permitem a contaminação do ambiente como podemos ver na Figura 1.
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Figura 1 – Riacho urbano em Itabaiana totalmente poluído: 2001.Foto: Maria J. V. de Barros
Segundo SABINIANO MAIA (1976) o documento mais antigo contendo por
escrito o nome de Itabaiana, data de 11 de setembro de 1721, citado por Irineu Pinto. Em
1943 uma comissão encarregada da revisão do quadro territorial do Estado, sugeriu entre
outras alterações, a retirada do I inicial de Itabaiana, passando a ser chamada de Tabaiana
para que não fosse confundida com outra de mesmo nome em Sergipe, voltando a receber
o antigo nome em 31 de dezembro de 1943.
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Com relação ao significado do nome, alguns intérpretes da época alegaram que
seria de difícil interpretação Itabaiana com o I inicial, ficando melhor sem a letra inicial.
Assim alguns interpretaram como sendo taba-y-nhame que quer dizer a aldeia sobre o rio
que dá enxurrada. Entre outras, a que teve melhor aceitação, Sabiniano Maia considera
taba-anga, que quer dizer morada das almas.
Foi por volta de 1890, em Itabaiana, no local onde se realizava a feira de gado, Alto
dos currais, encontraram-se ossadas humanas, postas em jarras, essa descoberta se deu por
ocasião da abertura de alicerces para construção de casas residenciais, em ruas adjacentes
aos currais da feira. Nesta época, o autor narra que a cidade não deu a importância
merecida ao achado, até que J. C. Carneiro Monteiro, João Batista Lins de Albuquerque e
Heráclito Cavalcante, vinte anos depois, em 1910, ali foram e constataram: - restos dessas
antigüidades expostas à chuva e ao sol. No ano seguinte, 1911, o Instituto Histórico e
Geográfico Paraibano, constituiu comissão integrada de J. C. Carneiro Monteiro, Isaac
Leão Pinto, Heráclito Cavalcanti e Edmundo Coelho de Alverga para – fazer estudos e
investigações em restos pré-históricos encontrados na cidade de Itabaiana.
Havia ainda na época uma dúvida, pois sabia-se que no período do descobrimento,
com os tupis quase à beira-mar e, os tapuias no altiplano da Borborema, a região entre São
Miguel do Taipu e Campina Grande apresentava-se como que desocupada. Sendo assim,
como poderia haver a possibilidade de existência de um cemitério indígena em Itabaiana?
Segundo alguns estudos nesse sentido, descobriu-se que, Itabaiana foi desocupada foi pelos
brancos europeus e não pelas tribos que ali viveram. De acordo com a descoberta do
cemitério indígena, como prova da residência ali do índio tupi: - tabajaras ou potiguaras,
que seacredita na interpretação feita ao nome da cidade, como “morada das almas “.
Resgatando seus aspectos físicos, a cidade sempre careceu de árvores. Apesar do
crescimento em 1905, Itabaiana tinha como única arborização apenas uma secular
gameleira, na então rua Grande (atual Rua Presidente João Pessoa), frente ao “Hotel
Hospedaria Melo”, e que ficava no trecho compreendido entre a Matriz e a Rua do Meio
(atual Rua Almeida Barreto).
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O prefeito Francisco Resende de Melo, tendo assumido o exercício de suas funções
no ano de 1904 e no ano seguinte, derrubou a gameleira para dar lugar ao calçamento que
tencionava fazer, enquanto que transferia a feira de cavalos, que se realizava à sombra
desta árvore. Depois do fato acontecido o prefeito, como forma de rever o que havia feito
decidiu arborizar a cidade, plantando muitas árvores em substituição a velha gameleira. A
derrubada fora em começos do ano de 1905, e logo a 24 de maio desse mesmo ano, era
feita a primeira festa da árvore em Itabaiana. Sendo afinal declarada em 1908, como festa
oficial da prefeitura, a se realizar em cada 24 de maio, em homenagem aos heróis
Itabaianenses.
As árvores que substituíram, eram castanholas, plantadas enfileiradas às margens
das calçadas, sombreando as ruas, com suas copas achatadas. Durante o mandato do
prefeito Odilon Maroja, em 1918 as castanholas foram destruídas, sob a acusação de que
entulhavam as ruas de folhas secas, de aninhar lagartas de fogo e, também, para evitar
braços quebrados dos meninos da rua, subindo e despencando de seus frágeis galhos. Em
substituição foi plantado o Ficus Benjamin, um arbusto de ornamentação.
Anos depois o prefeito Luiz Paulino da Silva começou nova derrubada, tida como
necessária ao serviço de um novo calçamento, tal qual o ex-prefeito Francisco Resende o
fizera decênios antes, a Câmara Municipal correu em socorro aos ficus, proibindo a
derrubada.
Em 1956, na administração do prefeito José Benedito da Silveira, a lei proibitiva foi
revogada, ensejando total destruição de todas árvores, desta vez, para que pudesse ser
instalada a nova rede elétrica destinada a suportar a energia de Paulo Afonso. E foram
derrubadas várias espécies vegetais: os ficus, os tamarinndus e os oitizeiros, toda a
arborização, para implantar a luz e a energia elétrica, de Paulo Afonso, a primeira a ser
implantada em todo o Estado.
Depois deste fato, todos os anos, em cada 24 de maio, uma rua da cidade recebia
sua arborização. Ao ser construída em 1901 a estação da estrada de ferro, no sopé do morro
de Santa Rita, ficou a mesma avistando o oitão da matriz, mas isolada no período
invernoso, pelas águas do Riacho das Pedras que corria pelo meio da cidade. Deste modo,
24
o prefeito Francisco Resende de Melo construiu, por sobre o riacho, pequena ponte
possibilitando a passagem do pedestre em qualquer momento do ano, continuando seu
trabalho de urbanização, nesta mesma Rua conhecida como Av. 24 de Maio (atual Praça 24
de Maio), primeira da cidade iluminada à luz de lampiões de querosene e lateralmente
ajardinada, a banda de música fazia as suas primeiras retretas.
De 1901 a 1904, na gestão do Presidente do Conselho Municipal Manoel Germano
de Araújo, a cidade era iluminada por simples candeeiros de querosene. Em 1906, o seu
substituto, prefeito Francisco Resende de Melo, retirando os candeeiros, dotou as ruas de
sessenta e oito lampiões de luz dupla. Francisco Sótter de Figueiredo Castro, um mecânico
vindo do Recife, trouxe a luz elétrica e o telefone para a cidade. O prefeito Manoel Pereira
Borges, solicitou ao mesmo que fosse fincado postes de madeira nas ruas, seguidos logo do
estendimento dos fios e colocação de lâmpadas.
Quando algumas das artérias estavam assim dispostas, concordaram todos em que
se inaugurasse oficialmente a luz elétrica em Itabaiana, o que ocorreu a nove de março de
1912. Itabaiana sempre se encheu de orgulho ao proclamar a meio mundo, a inauguração
do seu sistema elétrico de iluminação seis dias antes da Capital. Em 1918, Sotter, não
podendo mais arcar com a responsabilidade técnica de sua empresa, paralisou o seu
funcionamento. Para que a cidade não ficasse por mais tempo no escuro, o então prefeito
Dr. Odilon Maroja, contratou novo serviço com a firma recifense J. Alves da Silva & Cia.,
deixando depois o cargo de prefeito antes da reinauguração.
Antes de chegar o abastecimento de água a cidade, a população fazia cacimbas que
eram cavadas no leito do rio Paraíba. A água foi instalada ao município em 1911, antes
mesmo da capital do Estado, o que provocava orgulho aos habitantes de Itabaiana no
entanto a água que vinha do rio Paraíba não era para todos, mas para alguns privilegiados.
A Inspetoria Federal de Obras contra as Secas – IFOCS, responsável pelo abastecimento
passou a construir para o público, chafarizes, foram feitos três: um no oitão da matriz,
outro no interior do mercado, e um terceiro no começo da rua da Cajazeira (atual Praça
Epitácio Pessoa). Aos que não podiam abastecer sua casa através das torneiras ou dos
chafarizes, por algum motivo seja ele de saúde ou outro qualquer, restava o recurso dos
carregadores de água, trazida pelos jumentos para a cidade.
25
A povoação de Itabaiana, assim considerada e definida entre os anos de 1780 a
1800, cresceu acompanhando o caminho dos tangerinos que conduziam o boi do sertão
para a capital. E cresceu partindo da Rua do Rio (a qual foi dividida em duas Ruas:
Heroína Maria Cleide, à esquerda da ponte e Rua Nezinho de Almeida, à direita), a
primeira deu origem ao povoado, passou para a Rua da Feira Velha (atual Rua Marieta
Medeiros) e avançou pela Rua da Conceição (atual Praça Manoel Joaquim de Araújo).
Segundo MAIA (1976) o primeiro cemitério da cidade era cercado de varas, este foi
improvisado em um pequeno terreno, onde puzeram-lhe uma porteira de bater e mais nada.
As varas secas do marmeleiro apodreciam e as miunças e os porcos iam pastar e focinhar
por sobre as catacumbas, o boi metia a ponta na porteira e a jogava ao canto do moirão,
espesinhando as covas rasas dos recém-sepultados.
Em 1880, quase um século depois da fundação do povoado, o cercado do cemitério
foi subistituído por muros de tijolos. Pequeno que era, e não sendo mais condizente com a
expansão da cidade que já o centralizara, o prefeito Manoel Pereira Borges, na sua primeira
administração encerrada em 1915,adquirira para esse fim, um terreno que ficava mais
adiante, na direção de Maracaípe, inteiramente fora de portas. Iniciado sua construção em
janeiro de 1917, foi inaugurado oficialmente a 25 de abril de 1918, pelo Presidente do
Estado Dr. Camilo de Holanda. Em 1859, só existia na cidade uma capela, que era a
dedicada a N. S. da Conceição, segundo todos os registros de 1832 para cá, em 1892 além
da Conceição, existia a do Livramento, construída entre os anos de 1859 a 1892.
A nova igreja matriz recebeu como padroeira a N. S. da Conceição, passando a
antiga capela deste nome a ser chamada de -–Capela de Santo Antônio, situada na Praça
Álvaro Machado, atrás do Coreto (esse importado diretamente da Inglaterra, pela
prefeitura, em 24 de maio de 1914) que pode ser visto na Figura 2. Sob esta nova
invocação, a capela permaneceu em erguida até o ano de 1918, quando foi demolida. O Dr.
Odilon Maroja assumiu o governo municipal assumiu a 30 de junho de 1915 e dirigiu-se ao
Cel. Antônio Pessoa, Presidente do Estado, afirmando ter a idéia de desapropriar dita igreja
para poder aumentar a área ajardinada em sua frente, bem como aproveitar o seu material
na construção da futura sede do conselho Municipal.
26
Figura 2 - Coreto da cidade de Itabaiana – abril de 2002.Foto: Josineide G. de Lima
Em 1896, o Cônego Dr. Tranquilino Cabral de Vasconcelos, iniciou a construção
de um novo templo bem mais espaçoso que a primitiva capelinha do século dezenove. Ao
falecer em 1898, iam bem adiantados os trabalhos da construção. Seu sucessor, o padre
Francisco Targino Pereira da Costa continuou os trabalhos com tal decisão, que D. Adauto
Aurélio de Miranda Henriques, o primeiro bispo, desejando premiar tamanho esforço
decretou a 2 de fevereiro de 1903, a criação da Freguesia de N. S. da Conceição, elevando
em igual data, o novo templo, que pode ser visto na Figura 3, à categoria de igreja Matriz.
27
Figura 3 – Igreja da Matriz de Nossa Senhora da Conceição – abril/2002.Foto: Josineide G. de Lima
28
Abordagem Sócio-Econômica da População de Itabaiana.
O município de Itabaiana atraiu pessoas em função de existir no lugar um ambiente
apropriado para o desenvolvimento do gado, pois o lugar era contemplado com vegetação
própria para atividade relacionada ao criatório, constituída por um rico pasto motivando a
instalação de fazendas. A criação de gado se fez tão importante que em 1864 foi criada a
feira de gado que teve um papel importante no progresso e povoamento da cidade. O
município tradicionalmente desenvolveu a agropecuária, assumindo atividade de destaque
na região. Na agricultura destacaram-se o algodão, milho, feijão, amendoim e mandioca.
Um dos principais motivadores para o crescimento e desenvolvimento da cidade,
foi o comércio Itabaianense, que teve seu crescimento em função da chegada da linha
férrea, e ao findar do século XIX, mais especificamente durante os anos de 1881 a 1885,
acentuou-se o progresso do lugar, de modo tal, que de simples povoado que era, passou a
categoria de vila, sediando não só o município, como também, a comarca do Pilar. Por
força desse progresso, as transações comerciais muito aumentaram, proporcionando grande
movimento econômico se estendendo a todo o município. As suas feiras semanais
realizavam-se nas terças-feiras, dia escolhido para o prefeito vir da vila do Pilar, despachar
os papéis na sua nova sede que era em Itabaiana.
Contavam os mais velhos que a feira de gêneros começara a se formar, pelo ano de
1830, mais ou menos. O comércio acompanhou-lhe o desenvolvimento, sendo os feirantes
cada vez mais numerosos, faltando-lhes, contudo, uma “casa de mercado” que os
abrigassem do sol e da chuva dando início as primeiras nuances do que estava sendo
desenhado como o Mercado Público.
No Conselho de Intendência do Pilar, tudo se facilitou para que a 29 de março de
1890 fosse assinado o contrato do mercado de Itabaiana, entre o Conselho Pilarense e o
empresário João Lourenço. Passando definitivamente ao domínio da Prefeitura em 1925.
29
O prefeito Josué Dias de Oliveira, no seu período administrativo de 1969 a 1973,
demoliu o velho mercado com seus oitenta anos de vida e de reformas, para erguer um
outro de linhas mais modernas e divisões bem mais funcionais. O antigo ocupava metade
da Praça Venâncio Neiva, este outro, mais amplo que aquele, tomou toda a área do referido
logradouro.
Entre 1900 e 1914 eram os “carros de boi”, como eram conhecidos, que
transportavam as mercadorias dos armazéns e estação de ferro e vice-versa. Somente esses,
nas décadas de 1900 e 1910, transportavam mercadorias dos armazéns para a estação da
estrada de ferro, e desta para àqueles. Tropas de animais chegavam constantemente à
cidade, trazendo fardos de lã, dos descaroçadores das fazendas, não só do município, como
também dos vizinhos. Na estação da estrada de ferro The Great Western of Brasil Railway
Company Limited (G.W.B.R), após o descarrego, os veículos eram novamente lotados com
as mercadorias recém-chegadas nos últimos trens de carga e entre as mercadorias havia
tecidos, ferragens, chapéus, farinha de trigo, bebidas, medicamentos, móveis, entre outros.
As carrocinhas que serviram aos comerciantes até 1914, cederam a vez aos bondes
puxados a tração animal que as substituíram até próximo do ano de 1929. Além de alguns
comerciantes remanescentes da época das carroças e outros do período do bonde iniciaram
a introdução de veículos à combustão como Daniel Ribeiro & Cia, agentes da Ford,
vendendo automóveis e caminhões.
Surgiram efetivamente os bondes, mas não partiram do Riacho das Pedras como se
esperava, e sim, da estação G.W.B.R. (The Great Western of Brasil Railway Company
Limited), resolvendo em parte, o problema viário da cidade. Inaugurado a 15 de novembro
de 1914. E assim eram os nossos bondes de burros, que não suportando a concorrência dos
automóveis e dos caminhões, desapareceram dali por volta de 1929, do mesmo modo como
as carrocinhas compridas e estreitas de um boi só, sumiram-se nos idos de 1914. Em 1864,
a feira de gado de Guarita, foi transferida para Itabaiana, em lei votada pela Assembléia
Provincial. A criação da feira de gado, representou o estopim para a explosão do progresso.
A povoação, depois dela, cresceu e prosperou tanto, que a 23 de abril de 1890, conquistou
a sua independência, tornando-se município.
30
Com a abertura das rodagens e o aparecimento do automóvel, propiciando a
comercialização do gado nas próprias fazendas com saídas diretas para os diversos centros
consumidores, começou o declínio da célebre feira de gado de Itabaiana, hoje extinta.
Perdurou por cem anos: - 1864-1964. Nos começos deste século, em Itabaiana realizavam-
se cinco feiras: a de gado, a de gêneros, a de cavalos, a do bacurau e a do capim. As de
gênero e a de cavalo, não registram os documentos consultados os seus começos, acredita-
se que tenham tido início nos idos de 1820 ou de 1830.
A feira do capim como as duas anteriores, não apresenta a data de sua criação,
entretanto, tudo indica vir dos fins do século XIX, em conseqüência do aumento da
população da cidade, a qual, não tendo serviço de canalização d’água, precisava dos jericos
(jumento) para abastecê-la, com suas ancoretas1.
Ao por do sol, quando o carregador entregava na freguesia a última carga d’água,
dirigia-se à feira do capim, onde se abastecia de forragem verde, para a alimentação do seu
animal durante a noite e no dia seguinte, no descanso do meio-dia. A feira do capim
situava-se na margem direita do rio Paraíba, na confluência da Rua da Marieta Medeiros e
a antiga Rua do Rio. Ali, eram vendidos capins verdes, olhos de cana, palha de milho e até
bagaço de cana caiana, que sobrava das moendas de madeiras dos destorcedores, que
durante o dia forneciam caldo de cana, em copos e em cabaças, aos fregueses do caldo
fresco e do caldo azedo. Se não há datas certas de criação das feiras de gêneros, de cavalos
e do capim, o mesmo não se pode dizer das duas restantes, de vez que, a de gado foi
instituída pela lei n° 140, de 4 de novembro de 1864, e a do bacurau, data de 29 de março
de 1890, quando se instalou o Mercado Público (ver Fig. 5).
1 Barris para transporte de água no lombo do burro.
31
Figura 4 – MercFoto – Conrad R
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trem e tinha sua vivência nas segundas-feiras à noite. Era p
que ali iam jantar. As feiras de gêneros e de cavalo tran
século para a Rua Presidente João Pessoa (antiga Rua Gr
à Matriz da Conceição. Daí, o seu primitivo local ter ficado
Feira Velha. No primeiro trecho da Rua Pres. João Pessoa,
Barreto (antiga Rua do Meio), ficou a dos cavalos e no segu
cadura da Rua Almeida Barreto, realizava-se a de gêneros
iro de 1901, chegou a vez de Itabaiana receber em festas
la “Recife-Limoeiro” pois a G.W.B.R., assinou contrato c
e julho de 1904 sendo que os ingleses não perderam tempo
que, a 2 de outubro de 1907, partia de Itabaiana o prim
ina Grande.
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32
O calendário social de Itabaiana no começo do século, apresentava características
interessantes para certos dias da semana. Os domingos significavam missa e retreta no
coreto; as segundas-feiras, valiam por suas feiras de gado à tarde, no Alto dos Currais, e a
do bacurau à noite, nos fundos do Mercado; as terças-feiras proporcionavam as grandes
concentrações de gêneros alimentícios e tudo mais, estendendo-se pelas ruas Heráclito
Cavalcante, Mons. Walfredo Leal e Venâncio Neiva. As sextas-feiras pertenciam aos
pedintes: necessitados, cegos, aleijados e chagados neste dia as famílias preparavam-se
para atendê-los, dando-lhes um vintém, um pão de ontem, uma bolacha-família, uma xícara
de farinha.
33
Relação Sociedade-Natureza: deposição dos resíduos sólidos e líqüidos na cidade de
Itabaiana
Após de um breve passeio pela história da cidade, apresentaremos o quadro atual do
ambiente urbano de Itabaiana, sendo a tônica a relação da sociedade com a natureza e
principalmente como está sendo tratada a questão da deposição dos resíduos no município.
Observamos atentamente que esses resíduos, tanto os sólidos quanto os líquidos são
considerados hoje uma das grandes preocupações ambientais do mundo moderno –
sociedade industrial e consumista. Essa sociedade tem um crescimento relevante por isso
avança sobre a natureza, que é a fonte de abastecimento de matérias-prima, de forma
degenerativa em relação aos recursos naturais. De modo geral, os bens produzidos têm
vida útil limitada, transformando-se rapidamente em lixo, processo este que permite uma
quantidade tão rápida de resíduos que não se sabe o que fazer com eles.
Em Itabaiana, o processo de produção dos resíduos se dá em maior quantidade em
dias de feira que continua ocorrendo às terças-feiras. Observamos em uma das visitas
realizadas, que ao término de um dia de feira as ruas próximas ao mercado e
principalmente a rua Epitácio Pessoa, ficam repletas de lixo (ver.Fig. 5). Dos pontos de
vista sanitário e ambiental, a adoção de soluções inadequadas para o problema do lixo faz
com que seus efeitos indesejáveis se agravem; os riscos de contaminação do solo, do ar e
da água, a proliferação de vetores e de doenças e a catação. Com grande concentração de
pessoas nas cidades e o aumento da produção individual de lixo, os locais de tratamento e
destinação final devem inspirar maiores cuidados, de modo a não tornarem irreversíveis os
danos ambientais daí decorrentes. Atualmente, a existência de lixões (vazadores), locais
onde são descarregados os resíduos sem quaisquer cuidados, representa uma grave ameaça
à saúde pública e ao meio ambiente, conforme se observa na Figura 5.
34
Figura 5 – Lixo produzido na feira da cidade – abril/2002Foto: Josineide G. de Lima
Com o crescimento e o progresso efetivo da cidade que lhe conferiram questões que
antecederam à própria capital, a cidade de Itabaiana intitulou-se a Rainha do Vale. No
entanto com o decorrer de novas formas de uso do espaço percebe-se que esta auto-
titulação, ligada aos adjetivos riqueza, beleza, pureza, etc., não se faz mais tão presente. O
quadro que apresenta atualmente a cidade, com relação à questão do ambiente urbano, é
que o acúmulo do lixo em locais inadequados, como o interior das casas, terrenos baldios
ou lixões, faz com que o sítio urbano perca toda sua beleza paisagística, e ao mesmo tempo
desassocie o adjetivo “pureza”, pois é impossível pensar em ambiente puro e belo diante de
tantos resíduos dispostos de forma aleatória ou agrupada a céu aberto, fazendo parte da
estética da cidade. Assim, não podemos associar o adjetivo “riqueza” à cidade de Itabaiana,
uma vez que está praticamente afundada no lixo.
A questão do lixo tem a ver com a questão da qualidade dos produtos, neste sentido
podemos indicar que há alguns anos atrás esses produtos eram considerados de boa
qualidade, quando possuíam durabilidade resistindo-se ao tempo. Atualmente, a vida dos
produtos diminuiu bastante, sendo inclusive considerados de boa qualidade aqueles que são
descartáveis. É por esse e outros motivos que cresce a cada dia o montante de resíduos, em
especial os sólidos no ambiente urbano.
35
Andando pela cidade de Itabaiana, pode-se observar que existe uma grande
quantidade de resíduos domésticos, que são lançados nas ruas. No caso dos resíduos
sólidos, são visíveis os locais onde estes são dispostos a céu aberto, atraindo animais como
cabras que acabam espalhando os detritos por toda parte. Os esgotos também estão
distribuídos de forma irregular, provocando a multiplicação dos insetos como vemos nas
Figuras 6, 7 e 8.
Figura 6 – Lixo disposto no rio que corta a cidade – abril/2002.Foto: Conrad Rosa
36
Figura 7 – Cabras alimentando-se dos resíduos deixados na rua – 2001.Foto: Maria J. de Barros
Figura 8 – Esgoto residencial – abril/2002.Foto: Josineide G. de Lima
37
Do ponto de vista econômico, a produção exagerada de lixo e a disposição final
cujos critérios também representam um desperdício de matéria e de energia, são depósitos
sem possibilidade de reaproveitamento para compostagem ou mesmo seleção de materiais,
que poderiam ser reaproveitados em outros tipos de indústrias. Se os resíduos fossem
depositados em condições adequadas, estes materiais poderiam ser reutilizados,
diminuindo assim:
• o consumo dos recursos naturais;
• a necessidade de tratar, armazenar e eliminar os dejetos;
• os riscos para a saúde e para o meio ambiente.
Fonte: Estudo de impacto ambiental. P. 73
Conforme a normatização proposta pela ABNT - NBR 10004/1987, os resíduos sólidos
podem ser de:
Classe I – perigosos: são aqueles que, em função de suas propriedades físicas,
químicas ou infecto-contagiosas, podem apresentar riscos a saúde pública
ou ao meio ambiente, ou ainda os inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos
ou patogênicos.
Classe II – não-inertes: são aqueles que não se enquadram nas classes I e III, e
que podem ser combustíveis, biodegradáveis ou solúveis em água.
Classe III – inertes: São aqueles que, ensaiados segundo o teste de solubilização
da norma ABNT NBR 10006/1987, não apresentam qualquer de seus
constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de
potabilidade da água, excetuando-se os padrões de cor, turbidez, sabor e
aspecto.
Um resíduo pode ser classificado em mais de uma forma. Estas diversas
classificações tem como função comparar situações ou ajudar a analise de como lidar com
os vários tipos de resíduos.
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Tipo de Resíduos sólidos Características
LIXO DOMICILIAR É gerado das atividades diárias nas residências, constituído de restos
de alimentação, embalagens, plásticos, vidros, latas, material de
varredura, folhagens, lodos de fossas sépticas, etc.
LIXO COMERCIAL É produzido em estabelecimentos comerciais, e suas características
dependem das atividades ali desenvolvidas. Por exemplo, no caso de
restaurantes predominam os resíduos orgânicos; já nos escritórios
verifica-se grande quantidade de papéis.
LIXO INSTITUCIONAL É produzido em instituições públicas e privadas, sendo que suas
características podem permitir sua classificação como lixo de tipo
comercial.
LIXO PÜBLICO É constituído por resíduos da varrição. Capina, raspagem, etc.,
provenientes dos logradouros públicos (ruas, praças, etc.), bem como
animais mortos, entulhos de obras, móveis velhos, galhos grandes e
outros materiais deixados pela população indevidamente nas ruas ou
retirados das residências através do serviço de remoção especial.
LIXO ESPECIAL É aquele que, em função de características peculiares que apresenta,
necessita de cuidados especiais em seu acondicionamento, transporte,
manipulação e disposição final. Pode compreender lixo industrial,
hospitalar e radioativo, e lodos proveniente de estações de tratamento
de água e de esgotos. Além destes, o lixo proveniente de portos,
aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários, pode requerer
cuidados especiais em situações de emergência, principalmente
visando à prevenção e ao controle de epidemias.
LIXO DE UNIDADE
DE SAÚDE
É constituído de resíduos provenientes de hospitais, postos de saúde,
farmácias, drogarias, laboratórios, clínicas médicas e odontológicas e
assemelhados.
LIXO SÉPTICO OU
RESÍDUOS
INFECTANTES
É a parcela do lixo hospitalar que compreende os resíduos contagiosos
ou suspeitos de contaminação e os materiais biológicos (sangue,
animais usados em experimentação, excreções, secreções, meios de
cultura, órgãos, agulhas de seringas, resíduos de unidades de
atendimento ambulatorial, de laboratórios de análises clínicas e de
sanitários de unidades de internação de enfermaria, etc).
LIXO INDUSTRIAL É originário das diferentes atividades industriais, com uma
composição variada que depende do processo industrial. Os resíduos
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de alguns tipos de indústrias (como padarias e confecções) podem ser
classificados como domiciliares ou comerciais.
LIXO URBANO É composto por resíduos sólidos gerados num aglomerado urbano,
excetuados os resíduos industriais perigosos, hospitalares sépticos e
de aeroportos e portos.
Fonte: Manual de Saneamento e Proteção Ambiental para os Municípios.
Uma vez coletado, o lixo é levado para seu local de destino, onde deve ser isolado e
colocado distante do centro urbano. Muitas vezes, por motivo de economia, ele é colocado
a céu aberto, atraindo animais como urubus, ratos, porcos. Além de provocar mau cheiro.
O destino final dos resíduos sólidos pode ser acompanhado no quadro a seguir
Tipos de Destino Final
de Lixo
Características
LIXÃO É jogar o lixo em terreno afastado da cidade.
ATERRO SIMPLES
RECOBERTO
Quando ao ser descarregado é coberto por uma camada de terra
que impede o contato dos ratos e insetos. Com o tempo o lixo
vai se decompondo gerando gases combustíveis e um líquido,
fruto da composição da matéria orgânica, chamado “chorume”,
líquido esse mais poluidor que o esgoto sanitário, e que
seguramente vai poluir o lençol freático da região não só com
matéria orgânica mas com metais pesados e outros produtos
existentes no lixo.
ATERRO SANITÁRIO Há o planejamento da ocupação da área e da movimentação de
materiais fazendo com que o trânsito das máquinas ajude na
compactação do lixo já disposto. O aterro deve dispor também
de um sistema de drenos para recolher o “chorume” e evitar
que este polua o lençol freático.
COMPOSTAGEM É uma unidade onde o lixo sofre uma fermentação depois de
ocorrer uma catação de alguns materiais mais facilmente
separáveis. O produto da fermentação transforma-se em um
tipo de adubo, porém de uso mais restrito, só podendo ser
usado, com cuidados de manuseio, em jardins e gramados.
40
INCINERAÇÃO O lixo é queimado em usinas de incineração. É a única solução
adequada para lixo hospitalar, tóxicos, queima de dinheiro fora
de circulação ou falso. As usinas de incineração podem, ainda,
poluir a região em face dos seus gases produzidos e geram
cinzas que precisam ser dispostos.
Fonte: Manual de Saneamento de Cidades e Edificações.
A partir das orientações de referência técnica, é conveniente observar que o lixo
disposto a céu aberto na área urbana, mesmo que esses depósitos sejam estabelecidos em
momentos de lapso de tempo relativamente pequeno, há a deterioração dos compostos
orgânicos, e nesse sentido passamos a acreditar que os resíduos, no caso os sólidos, em
fase de deterioração ao relento, acabam por permitir tanto o desenvolvimento quanto o
crescimento significativo de populações microbianas, cuja ação dos indivíduos tem
elevado teor patogênico. O título dado pela população de Itabaiana à cidade, de Rainha do
Vale não condiz com sua realidade. Não resta dúvida que a sociedade itabaianense tem
primado por manter uma aparência da cidade, podendo ser constatada pelas nuances
deixadas àquela sociedade, em que os detalhes da arquitetura e dos edifícios nos induzem a
imaginar tempos de certa pujança econômica (ver Figuras 9 e 10).
41
Figura 9 – Vista dos detalhes de uma residência antiga - 2002.Foto: Josineide G. de Lima
Figura 10 – O nome Rainha do Vale é motivo de marca para os negócios -abril/2002.Foto: Josineide G. de Lima
42
A partir das imagens que exprimem a realidade em si procuramos observar com
olhos mais subjetivos esses e outros monumentos, vistos nas Figuras 11 e 12, que fazem
parte do acervo arquitetônico da cidade os quais consideramos como relevo histórico-
cultural.
Figura 11 – Ponte sobre o rio Paraíba – 2002.50
Figura 12 – Coreto no meio da praça – 2002..Fotos 11 e 12: Josineide G. de Lima
43
A cidade foi instalada à margem direita do rio Paraíba, imediatamente próximo ao
terraço fluvial abandonado, e quando houve a enchente excepcional na década de 1980, a
ponte que liga a margem esquerda à cidade foi arrastada e nesta época a cidade viveu
momentos difíceis, devido à situação de isolamento.
A situação marcante em que se encontra assentado o sítio urbano nas proximidades
do rio, acaba por apresentar outro processo agravante contra o próprio rio Paraíba, pois nos
momentos de precipitações um pouco mais acentuadas o escoamento pluvial é carreado
direta e indiretamente para o rio, em alguns casos para os rios e riachos urbanos que
cortam a cidade e são afluentes desse rio. Quando a chuva precipita-se sobre a superfície
impermeabilizada da cidade, o material residual que se encontra disposto a céu aberto é
carreado de forma direta para o rio, acarretando o aumento da poluição fluvial.
Após a cidade ser cartografada, realizamos o mapeamento dos depósitos de
resíduos sólidos e lígüidos a céu aberto ao longo da cidade. Algumas visitas forma feitas ao
lugar e em dois momentos diferentes procuramos verificar in loco, a distribuição do lixo e
do esgoto fazendo a comparação das áreas que abrigam os resíduos em tempos diferentes
A partir dessa observação, destacamos o intervalo de tempo que perfaz seis meses, entre
uma visita e outra notamos regularidade dos depósitos de lixo ao longo da superfície
urbana.
Verificamos na visita inicial na Av. João Feliciano de Luna, conhecida rua da Linha
(por haver uma linha férrea), a presença de lixo domiciliar na encosta da linha férrea, o
qual se prolonga por toda avenida (ver Fig. 13). Passando pelo Bairro Açude das Pedras,
vimos o lixo da comunidade lançado nas ruas, nos quintais das casas (ver Figura 14). Na
rua Manuel Barbosa de Andrade encontramos um riacho, que segundo um morador da rua
Paulo Ovídio de Lucena (rua transversal a Manuel B. de Andrade), ele vem da CAGEPA
quando sangra, e nele são lançados fossas e esgotos da maioria das casas do bairro (ver
Fig. 15). Verificamos também um grande esgoto passando da rua da Linha para o rio
Paraíba e lançado nas suas margens uma grande quantidade de lixo, aparentando um
grande lixão a céu aberto (ver Fig.16). Em uma das avenidas no lado esquerdo da Matriz,
44
na rua da Antiga Estação, observamos um outro esgoto, que também passa por trás da
Indústria de Sabão e Velas Riase Ltda seguindo até o rio Paraíba (ver Fig.16).
Figura 13 – Lixo depositado no riacho e ao lado da via férrea – 2002Foto: Josineide G. de Lima
45
Figura 14 – Lixo jogado a céu aberto no bairro Açude das Pedras –2002.Foto: Josineide G. de Lima
Figura 15 – Lixo e esgoto junto as residências na rua Paulo Ovídio de Lucena / 2002.Foto: Josineide G. de Lima
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Figura 16 – Lixão a céu abertoFoto: Josineide G. de Lima
Em passagem a rua ao lado direito da Escola Estadual de Ensino Fundamental e
Médio Antônio Batista Santiago, encontramos mais lixo a céu aberto e uma das
observações mais impressionantes na cidade foi perceber a disposição de tantos resíduos ao
longo de todo o vale que margeia o curso da margem direita do rio Paraíba, área muito
próxima à cidade.
A partir da comprovação desse fatos com imagens fotográficas, pudemos ampliar
nossa visualização, mesmo não sendo na totalidade, porém podemos dizer que a cidade
está perdendo sua capacidade de “Rainha do Vale”, grande orgulho dos habitantes de
Itabaiana, pois os resíduos estão dispostos por diversos pontos da cidade (ver Fig. 17 e
planta em anexo).
Rio Paraíba
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Figura 17 – Planta atual da cidade de Itabaiana com os pontos da distribuição do lixo.
LEGENDA:
PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO DE RESÍDUOS A CÉU ABERTO EM ITABAIANA-PB
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Considerações Finais
Resgatar a história de Itabaiana é de fundamental importância para chamar a
atenção da população e também seus dirigentes para o quadro atual do ambiente urbano da
cidade. Nela vemos ainda registrada em suas antigas construções uma Itabaiana
promissora, humanizada, verdadeiro orgulho da população; de um outro, uma Itabaiana
que desaparece em meio ao lixo, perdendo a cada dia sua identidade.
É claro que a responsabilidade de manter a cidade limpa é de todos os moradores. A
Administração Municipal por sua vez, tem o dever de executar os Serviços Públicos. O que
ocorre é que muitas vezes a população lança ao lixo uma grande quantidade de material,
aparentemente imprestável, mas na verdade teria utilidade se houvesse maiores
preocupações com o lixo. No caso do ambiente urbano, há materiais que podem ser
reaproveitados, mas como não se tem o controle desse fluxo de resíduos que são lançados
diariamente, tem-se como resultado a contaminação do ambiente e, conseqüentemente,
prejuízos a saúde da população.
A nossa preocupação volta par o fato de conscientização de que cada indivíduo
assumir seu papel de cidadão, contribuindo em prol da qualidade de vida, através dos
cuidados que devem ser tomados com relação ao destino do lixo produzido por cada
morador, bem como esperamos ações por parte das autoridades competentes no sentido de
propiciarem às populações condições favoráveis de vida.
Uma breve sugestão seria que o governo municipal, através de sua Secretaria de
Educação, promovesse uma campanha educativa de caráter permanente, junto com a
Secretaria do Meio Ambiente, procurando estabelecer projetos de coleta seletiva de lixo,
mutirão da limpeza urbana, na tentativa revigorar o corpo estético da cidade.
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A N E X O