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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa Universidade Federal da Paraíba 15 a 18 de agosto de 2017 ISSN 2236-1855 2729 RURALISMO PEDAGÓGICO NO BRASIL: CONSIDERAÇÕES SOBRE ASPECTOS DE PRODUÇÕES ACADÊMICO- CIENTÍFICAS DESENVOLVIDAS ENTRE AS DÉCADAS DE 1990 E 2010 1 Agnes Iara Domingos Moraes 2 Introdução Nesta comunicação apresentam-se considerações sobre aspectos de produções acadêmico-científicas desenvolvidas entre as décadas de 1990 e 2010 por pesquisadores brasileiros sobre a temática do ruralismo pedagógico no Brasil. O objetivo principal desse levantamento foi identificar textos para subsidiar pesquisa de Doutorado em Educação (MORAES, 2015), cujos dados básicos são enunciados adiante. Para realização desta comunicação foram realizadas buscas na Plataforma Lattes (por assunto), no Banco de Teses da Capes, no Google acadêmico e na Scielo. Foram selecionados textos que trazem em seus títulos as seguintes palavras-chave: ruralismo pedagógico, ruralista pedagógico, ruralista do ensino, ruralista e ruralização do ensino. Ainda que o critério de busca tenha sido a presença dessas palavras-chave no título, foram consideradas também algumas produções que não se enquadravam nesse critério, pois, de alguma forma, sabia-se de aspectos principais de seus conteúdos, que foram considerados relevantes para a realização da pesquisa em referência. Foram recuperados 88 textos, cujos tipos e outros dados são apresentados adiante. Esta comunicação está vinculada à pesquisa de Doutorado em Educação intitulada “Circulação de referenciais educacionais para o ensino primário rural no Brasil (1930 e 1950)”. Essa pesquisa, orientada pela Profª. Drª. Rosa Fátima de Souza, está, por sua vez, vinculada ao Projeto “Formação e Trabalho de Professoras e Professores Rurais no Brasil: PR, SP, MG, RJ, MS, MT, PE, PI, SE, PB, RO (décadas de 40 a 70 do século XX)”, coordenado por essa Professora e financiado pelo CNPq. A pesquisa de Doutorado tem por objetivo geral investigar a circulação do ruralismo pedagógico no Brasil entre as décadas de 1930 e 1950. 1 Financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 2 Doutoranda em Educação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC), Campus de Marília. E-Mail: <[email protected]>.

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Anais Eletrônicos do IX Congresso Brasileiro de História da Educação João Pessoa – Universidade Federal da Paraíba – 15 a 18 de agosto de 2017

ISSN 2236-1855 2729

RURALISMO PEDAGÓGICO NO BRASIL: CONSIDERAÇÕES SOBRE ASPECTOS DE PRODUÇÕES ACADÊMICO-

CIENTÍFICAS DESENVOLVIDAS ENTRE AS DÉCADAS DE 1990 E 20101

Agnes Iara Domingos Moraes2

Introdução

Nesta comunicação apresentam-se considerações sobre aspectos de produções

acadêmico-científicas desenvolvidas entre as décadas de 1990 e 2010 por pesquisadores

brasileiros sobre a temática do ruralismo pedagógico no Brasil.

O objetivo principal desse levantamento foi identificar textos para subsidiar pesquisa

de Doutorado em Educação (MORAES, 2015), cujos dados básicos são enunciados adiante.

Para realização desta comunicação foram realizadas buscas na Plataforma Lattes (por

assunto), no Banco de Teses da Capes, no Google acadêmico e na Scielo. Foram selecionados

textos que trazem em seus títulos as seguintes palavras-chave: ruralismo pedagógico,

ruralista pedagógico, ruralista do ensino, ruralista e ruralização do ensino. Ainda que o

critério de busca tenha sido a presença dessas palavras-chave no título, foram consideradas

também algumas produções que não se enquadravam nesse critério, pois, de alguma forma,

sabia-se de aspectos principais de seus conteúdos, que foram considerados relevantes para a

realização da pesquisa em referência. Foram recuperados 88 textos, cujos tipos e outros

dados são apresentados adiante.

Esta comunicação está vinculada à pesquisa de Doutorado em Educação intitulada

“Circulação de referenciais educacionais para o ensino primário rural no Brasil (1930 e

1950)”. Essa pesquisa, orientada pela Profª. Drª. Rosa Fátima de Souza, está, por sua vez,

vinculada ao Projeto “Formação e Trabalho de Professoras e Professores Rurais no Brasil:

PR, SP, MG, RJ, MS, MT, PE, PI, SE, PB, RO (décadas de 40 a 70 do século XX)”, coordenado

por essa Professora e financiado pelo CNPq.

A pesquisa de Doutorado tem por objetivo geral investigar a circulação do ruralismo

pedagógico no Brasil entre as décadas de 1930 e 1950.

1 Financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 2 Doutoranda em Educação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Filosofia e Ciências

(FFC), Campus de Marília. E-Mail: <[email protected]>.

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Para o desenvolvimento desta pesquisa optou-se pela pesquisa documental e

bibliográfica, a serem desenvolvidas por meio dos procedimentos metodológicos de

localização e análise de fontes documentais. Esses procedimentos fundamentam-se na

literatura sobre história conectada, circulação, representação e apropriação, produzida

especialmente por Chartier (1985, 2011, 2009) e por Gruzinski (2001a, 2001b, 2003).

As fontes selecionadas para o desenvolvimento da pesquisa de Doutorado são: o acervo

de Sud Mennucci; dois periódicos de âmbito nacional – a Revista Brasileira de Estudos

Pedagógicos, de 1944 a 1959, e a Revista Brasileira dos Municípios, de 1948 a 1959; um

periódico de âmbito estadual – A Revista do Professor, de 1934 a 1959; além de textos de

autoria de ruralistas pedagógicos produzidos ou em circulação no período delimitado para a

pesquisa, como, por exemplo, de Alberto Torres (20023), Antonio Carneiro Leão (1958), Sud

Mennucci (1931; 1946; 20024), Noemia Saraiva de Matos Cruz (1936), dentre outros.

Notas sobre o ruralismo pedagógico

No Brasil, entre as décadas de 1920 e 1950, o ensino primário destinado às populações

de áreas rurais era precário e incipiente, não obstante o fato de que, à época, a maior parte

das populações nacionais estava localizada nessas áreas (ÁVILA, 2013; MORAES, 2014;

SOUZA, 2009).

Eram vários os problemas constatados nas escolas primárias rurais, entre eles,

condições precárias de trabalho docente, dificuldades de acesso dos professores às escolas,

instalações inadequadas e situação de dependência dos professores em relação aos

fazendeiros ou seus administradores que cediam espaço para instalação de escolas

(MARCONDES, 2012; SOUZA, 2009).

Entretanto, no Estado de São Paulo, por exemplo, foram implementadas algumas

escolas típicas de ensino primário rural, que se diferenciavam, pois previam programas de

ensino específicos, exigiam formação ou especialização agrícola de todos os profissionais que

nelas trabalhavam, tinham critérios específicos para sua instalação, como, por exemplo, área

de terra destinada à execução de atividades agrícolas e pastoris, entre outros fatores

(MORAES, 2014).

No período de implementação dessas escolas esteve em discussão no Estado de São

Paulo o que seria considerada a concepção mais adequada de educação escolar – a ser –

propiciada às populações de áreas rurais, assim como a finalidade desse ensino (SOUZA;

3 A primeira edição é datada de [19--]. 4 A primeira edição é datada de 1930.

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ÁVILA, 2013; 2014)5.

Segundo Ávila (2013, p. 121), mais especificamente entre as décadas de 1930 e 1940,

coexistiram, no Estado de São Paulo, dois modelos de escola primária rural, quais sejam,

“[...] as escolas isoladas e grupos escolares localizados na zona rural, cujo programa era o

mesmo desenvolvido nas escolas urbanas e as escolas isoladas e grupos escolares típicos

rurais, com uma organização de ensino de caráter vocacional-agrícola [...]”.

Nessa conjuntura ganha destaque a atuação do ruralismo pedagógico que

caracterizavam-se como

[...] uma tendência de pensamento articulada por alguns intelectuais que [...] formulavam idéias que já vinham sendo discutidas desde a década de vinte [1920] e que, resumidamente, consistiam na defesa de uma escola adaptada e sempre referida aos interesses e necessidades hegemônicas [do setor rural]. (PRADO, 1995a, p. 6).

Segundo Souza e Ávila (2013, p. 9), “A ruralização do ensino ganhou força sobretudo

nas décadas de [19]30 e [19]40 quando alguns intelectuais e educadores passaram a defender

uma escola com características e finalidades específicas para a zona rural.”

Na década de 1930 alguns educadores, como, por exemplo, Sud Mennucci, passaram a

defender a ruralização do ensino. Conforme Monarcha (2007, p. 20),

[...] o ruralismo de Sud Mennucci, sem dúvida um moderno de sua época, trafega na contramão do contagiante imaginário urbano-industrial em ascensão denominado ‘Escola Nova’, segundo ele próprio das sociedades de grande avanço industrial, porém inadequado para um Brasil agrário.

A escola, para os ruralistas pedagógicos, deveria ser adequada ao ambiente onde estava

localizada. Deveria, ainda, atender às necessidades das áreas rurais e preparar os estudantes

para o trabalho agrícola. Essa concepção de ensino defendia uma escola adaptada ao projeto

sócio-político-econômico hegemônico vigente à época no Brasil, com vistas inclusive a

impedir o êxodo rural, difundir o sanitarismo e preparar as populações para o trabalho

agrícola (PAIVA, 1987).

Conforme Souza e Ávila (2013, p. 13) “A configuração da escola rural ocorreu

inicialmente pelo reconhecimento de uma diferença espacial, ainda que a simplificação dos

programas e a redução do tempo de duração do ensino primário esquadrinhasse contornos

de uma diferença pedagógica significativa.”

5 Algumas dessas discussões continuam presentes no cenário educacional brasileiro na atualidade, principalmente em pesquisas relacionadas à educação do campo (CALDART, 2012; RIBEIRO, 2012). Na atualidade, ainda que a questão da educação para/no/do5 campo possa não ser apresentada ou não ser interpretada como relevante, trata-se de um assunto importante e estratégico em diferentes sentidos (MORAES, 2014; TORRES; SILVA; MORAES, 2014).

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Para essas autoras (2013), ainda que as primeiras políticas públicas para o ensino

primário rural datem da Primeira República, somente no final da década de 1940 foram

implementados projetos destinados à constituição de uma escola primária pedagogicamente

rural. Até então, a diferença entre as escolas primárias rurais e as demais escolas primárias

caracterizava-se unicamente pela questão espacial, isto é, pela localização geográfica. A

pertinência da hipótese de uma escola primária pedagogicamente rural, aventada por essas

autoras, pode ser verificada ao se analisar, por exemplo, o programa de ensino dos Grupos

Escolares Rurais e das Escolas Típicas Rurais (MORAES, 2014).

Souza (2009, p. 150, grifos da autora), fazendo referência aos ruralistas, ressalta que

para esse grupo uma escola homogênea “[...] não servia ao homem do campo.” pois era

Inadequada totalmente ao meio concorria, tão somente, para o êxodo rural. Dessa maneira, eles viam na criação da Escola Rural a possibilidade de fixação do homem no campo. Imbuídos da crença nas vantagens da agricultura como alternativa para o desenvolvimento do país, defendiam a formação de professores para a educação rural, programas de ensino apropriados às necessidades e interesses da população do campo e a ampliação das finalidades sociais da escola para esse meio.

Entre os ruralistas pedagógicos destacam-se Alberto Torres, Antonio Carneiro Leão,

Noemia Saraiva de Matos Cruz e principalmente Sud Mennucci6 (MORAES, 2014).

A concepção de educação dos ruralistas, fortemente difundida por Sud Mennucci, ia ao

encontro de projetos que tentavam fazer do Brasil um país eminentemente agrário. Nesse

sentido, Sud Mennucci concordava com Alberto Torres (2002, p. 165), para quem

O desequilíbrio das sociedades modernas resulta, principalmente, da deslocação constante das populações das zonas rurais para os centros populosos, da agricultura para as indústrias, do esforço produtivo para as manufaturas e para o comércio. O Brasil tem por destino evidente ser um país agrícola: toda a ação que tender a desviá-lo desse destino é um crime contra a sua natureza e contra os interesses humanos.

As ideias do ruralismo pedagógico foram defendidas por vários educadores de

diferentes regiões do país e estiveram, de alguma forma, articuladas a referenciais

estrangeiros em circulação no Brasil e em âmbito internacional.

Notas sobre as produções acadêmico-científicas

Da pesquisa realizada nos banco de dados mencionados, foram localizadas e

posteriormente analisadas produções publicadas em forma de anais de evento, de Tese, de

6 Há diversos artigos na Revista do Professor que mencionam a importância de Sud Mennucci para a difusão da ruralização do ensino.

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Dissertação, de artigo, de capítulo de livro e de livro sobre o ruralismo pedagógico.

Apresenta-se a seguir quadro com os tipos de textos, quantidade e década de publicação.

QUADRO 1

TIPO DE TEXTO POR DÉCADA DE PUBLICAÇÃO

TIPO DE TEXTO

DÉCADA DE PUBLICAÇÃO TOTAL POR TIPO DE TEXTO 1990

-

1999

2000

-

2009

2010

-

2016

Dissertação 1 2 2 5

Tese - 2 3 5

Livro - - 2 2

Capítulo de livro

- 2 4 6

Artigo em periódico

2 6 6 14

Texto em anais de evento

1 38 17 56

TOTAL POR DÉCADA

4 50 34 -

TOTAL GERAL 88

Fonte: Dados levantados pela autora.

Analisando-se o quadro 1. Tipo de texto por década de publicação, verifica-se que não

foram recuperadas produções anteriores à década de 1990. Uma possível explicação para isso

poderia ser o fato de a década de 1990 ser um marco importante na questão da Educação do

Campo, especialmente em decorrência da atuação do Movimento Nacional por uma

Educação do Campo e outros movimentos sociais ou organizações dos povos do campo. No

entanto, não são desconsideradas outras razões para a realização de pesquisas relacionadas a

esse tema.

Das produções recuperadas, a maior parte está concentrada na década de 2000, com

50 produções, seguida pela década de 2010, com 34 produções, e pela década de 1990, com 4

produções, totalizando 88 textos.

Ao se cotejar a produção da década de 1990 com a produção da década de 2000,

constata-se um aumento significativo, já que no primeiro período foram recuperadas quatro

produções, enquanto que na segunda década, foram recuperadas 52 produções. Em relação a

esse aumento, é importante destacar que a partir da década de 2000 houve um aumento

significativo de pesquisas sobre a história do ensino primário rural no âmbito da área da

história da educação.

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Já no que se refere ao cotejamento entre as décadas de 2000 e 2010, constata-se um

decréscimo nessa produção. No entanto, independentemente dessa redução, considera-se

que essa produção é significativa. Há que se relevar, ainda, que as produções dessa última

década tendem a aumentar, pois a última década ainda está em curso e sabe-se que há

pesquisas em andamento em diferentes Programas de Pós-Graduação no Brasil cujas

temáticas envolvem, direta e indiretamente, a questão do ruralismo pedagógico.

Ressalta-se, ainda, que, como destacado, o critério adotado para realização das buscas

foi a apresentação das palavras-chave mencionadas nos títulos dos textos. Contudo, tem-se

conhecimento de produções não tratam exclusiva ou principalmente do ruralismo

pedagógico, mas, abordam aspectos relacionados a esse movimento. Exemplos disso são as

produções de Mendonça (2006), Nagle (20097) e Paiva (19878).

Em relação aos tipos de produção, verifica-se que a maior quantidade é de textos

publicados em anais de evento, que totaliza 56 textos; artigos em periódicos, totalizando 14

textos; capítulos de livro,67 textos; Teses, 5 produções; Dissertações, 5 produtos; e livros,

totalizando 2.

No que se refere a Dissertações, destaca-se a de autoria de Valdeir Justino (1990) que

teve início em 1986 e foi defendida em 1990 na Universidade Federal de São Carlos

(UFSCar). Já em relação a Teses, destacam-se as de autoria de Luiz Bezerra Neto (2003) e de

Maria Isbela Gerth Landell de Moura (2003). A primeira, realizada na UFSCar, teve início em

1999; a segunda, realizada na USP, teve início em 2000.

Destaca-se que os dois livros recuperados são resultantes de pesquisas de Mestrado e

de Doutorado. Um deles é de autoria de Mirelle Araújo da Silva, publicado em 2011 sob o

título “O Lavrador: a função do jornal na formação do professor ruralista de Juazeiro do

Norte” (SILVA, 2011), cuja Dissertação foi defendida em 2009 (SILVA, 20019). O outro, de

Luiz Bezerra Neto, foi publicado em 2016, no formato de e-book, com o seguinte título

“Educação rural no Brasil: do ruralismo pedagógico ao movimento por uma educação do

campo” (BEZERRA NETO, 2016), cuja Tese foi defendida em 2003.

O primeiro capítulo de livro recuperado é de autoria de Antonio Germano Magalhães

Junior e de Isabel Maria Sabino de Farias (2007). Nesse artigo os autores abordam a questão

da Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte, a primeira Escola Normal Rural do Brasil.

7 A primeira edição é datada de 1974. 8 A primeira edição é datada de 1973.

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Quanto aos artigos em periódicos, o primeiro artigo recuperado é de autoria de Adonia

Antunes Prado (1995a). Esse artigo é recorrentemente citado em produções sobre a temática

em tela, especialmente para definir o ruralismo pedagógico.

Adonia Antunes Prado (1995b) também é autora do primeiro texto recuperado em

anais de evento. Homônimo ao artigo acima mencionado, esse texto foi publicado nos Anais

da 47ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, no ano de 1995.

Ressalta-se que, por um lado, há casos de autores dos quais foi recuperada apenas uma

produção sobre o tema, como por exemplo, Valdeir Justino (1990). Por outro lado, há autores

que têm significativa quantidade de produções, como por exemplo, Antonio Germano

Magalhães Junior e Luiz Bezerra Neto. Destaca-se, ainda, que há casos de autores que se

destacam também como orientadores de Teses e Dissertações relacionadas ao ruralismo

pedagógico, como por exemplo os autores mencionados. Isso, por conseguinte, coloca em

evidência as instituições às quais esses autores estão vinculados, respectivamente, UFSCar e

Universidade Estadual do Ceará (UECE). Bezerra Neto, autor recorrentemente citado em

parte dos textos recuperados, é líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação no

Campo (GEPEC) e desenvolve estudos sobre a temática da educação no/do campo,

estabelecendo interface com a área de política educacional, especialmente na perspectiva da

história do tempo presente.

Considerando-se os objetivos estipulados para a realização da pesquisa de Doutorado

mencionada, foram estabelecidas quatro categorias para fins de análise dos textos

recuperados. Essas categorias são: definição de ruralismo/ruralistas; sujeitos; meios/objetos

culturais e circulação nacional/internacional. São apresentados a seguir dados levantados a

partir dessas categorias.

O ápice da difusão do ruralismo pedagógico no Brasil ocorreu entre as décadas de 1930

e 1950. No que se refere à definição de ruralismo pedagógico, destaca-se que não há

significativas divergências entre os textos recuperados. Conforme mencionado, Prado (1995)

é a autora mais citada para fins de apresentação da definição desse movimento.

Destacam-se alguns sujeitos relacionados direta ou indiretamente à questão do

ruralismo pedagógico. Entre eles podem ser citados: Alberto Torres (TOTTI; MACHADO,

2013); Amália Xavier de Oliveira (NOGUEIRA, 2008); Carneiro Leão (SANTOS, 2016); Sud

Mennucci (MENEZES, 2015; SANTOS, 2015); Thales de Andrade (BRAGION, 2007).

Entre os meios pelos quais ocorreu a difusão da concepção de educação dos ruralistas

pedagógicos, destacam-se alguns eventos de âmbito nacional ou internacional que se

sobressaem por tematizarem o ensino primário rural, como por exemplo, a Conferência

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Interestadual de Ensino Primário, realizada no Rio de Janeiro, em 1921; a 1ª Conferência

Nacional de Educação, realizada em Curitiba, em 1927; a 1ª Conferência de Ensino Primário,

realizada em Florianópolis, em 1927; a 3ª Conferência Nacional de Educação, realizada em

São Paulo, em 1929; o Congresso Nacional de Ensino Regional, em 1935; a I Conferência

Nacional de Educação, em 1941; o 8º Congresso Brasileiro de Educação, realizado em

Goiânia, em 1942; a Conferência Interamericana, realizada em Caracas, em 1957; a XXI

Conferência Internacional da Instrução Pública da Unesco, realizada em 1959, e o IV

Congresso Nacional de Professores Primários, realizado em 1960 (ARAÚJO, 2012; PAIVA,

1987).

Destacam-se, ainda, a criação de sociedades para a difusão do modelo ruralista de

educação, como por exemplo, a “Sociedade Brasileira de Educação Rural”, em 1937, e a

criação da “Sociedade dos Amigos de Alberto Torres”, em 1932, uma organização cujo

trabalho teve repercussão exitosa em outras Unidades da Federação. Destaca-se, ainda, a

“Sociedade Luiz Pereira Barreto”, com objetivos semelhantes aos da “Sociedade Amigos de

Alberto Torres”, e que tinha atuação restrita ao Estado de São Paulo (MATTOS, 2004;

MOURA, 2003).

Segundo Paiva (1987, p. 197), um evento que contribuiu para esse processo de difusão

foi a Campanha Nacional de Educação Rural, criada em 1952, “[...] depois da realização da

experiência de Itaperuna. Sua criação é um dos pontos altos de todo o movimento em favor

do ensino rural, de grande importância [...] desde os anos 20.”

Outra forma de circulação da concepção de educação dos ruralistas pedagógicos foram

as várias viagens, conferências, palestras, entre outras iniciativas, levadas a termo por

referências desse movimento, tais como, Sud Mennucci, Noêmia Saraiva Mattos Cruz e Luiza

Guerra (MATTOS, 2004). Moura (2003) destaca, ainda, a criação, em 1921, do Clube do

Milho, em Piracicaba, com o objetivo de despertar nas crianças amor e respeito pela vida

rural.

Segundo Moura (2003, p. 118), outra iniciativa foi o lançamento do livro Saudade, de

Thales de Andrade, considerado uma “espécie de evangelho ruralista”. Esse autor publicou

“[...] sobretudo na primeira metade do século XX, diversos livros de cunho ruralista,

destinados a servir como leitura complementar nas escolas primárias do país.” (MOURA,

2003, p. 118).

Destacam-se, também, conforme aponta Mendonça (2006, p. 145), “[...] a Comissão

Brasileiro-Americana de Educação das Populações Rurais (CBAR) – que atuaria através de

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um tripé institucional composto por Clubes Agrícolas9, Centros de Treinamento e Semanas

Ruralistas [...]”. Essas iniciativas foram decorrência principalmente de acordos firmados

entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos da América, acordos esses “[...] celebrados

ora com o Ministério da Agricultura, ora com o da Educação, ora com ambos, visando

expandir a ‘educação’ rural.”

Em relação à circulação de referenciais estrangeiros, alguns exemplos são reveladores.

Segundo Paiva (1987, p. 197) “[...] muitas esperanças se voltaram para a aplicação dos

princípios combinados da ‘organização social de comunidade’ com as influências recebidas

das Missões Rurais mexicanas e das recomendações do Seminário Interamericano.”

Conforme apontam Ávila (2013) e Souza (2013), em 1951, Manoel Bergstrom Lourenço Filho

realizou visita ao México, por deliberação do Ministro da Educação do Brasil, com vistas a

conhecer as experiências de educação levadas a termo naquele país.

Considerações

Com base no levantamento efetuado, constata-se o crescimento, nas últimas décadas,

de pesquisas sobre o ruralismo pedagógico. Esse levantamento foi importante para levantar

dados que corroboram com o objetivo da pesquisa de Doutorado mencionada, em especial no

que se refere às categorias mencionadas.

Considera-se que a análise dessas produções – bem como de outras que eventualmente

venham a ser incorporadas à pesquisa de Doutorado – propiciará dados para uma síntese

sobre o ruralismo pedagógico no Brasil e sobre diferentes formas de compreender esse

movimento, que continua a ser objeto e a demandar pesquisas.

Referências

ARAÚJO, Jaqueline Veloso Portela de. Ruralismo pedagógico e escolanovismo em Goiás na primeira metade do século XX: O Oitavo Congresso Brasileiro de Educação. 2012. 217 f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. ÁVILA, Virgínia Pereira da Silva. História do ensino primário rural em São Paulo e Santa Catarina: uma abordagem comparada. 1. ed. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2013.

9 Sobre os Clubes Agrícolas ver: Fiori (2002) e Silva (1957).

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ISSN 2236-1855 2738

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