rupturas e potencialidades das redes sociais na geraÇÃo y...

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1 Curso de Jornalismo Artigo original RUPTURAS E POTENCIALIDADES DAS REDES SOCIAIS NA GERAÇÃO Y BREAKS AND POTENTIAL OF NETWORKS IN GENERATION Y Rachel Milhomem Freire de Lima 1 1 Aluna do Curso de Jornalismo Romoaldo de Souza Orientador Resumo O artigo busca compreender as influências que a geração Y sofreu e ou ainda sofre, pelas redes sociais bem como elencar as possíveis rupturas e potencialidades quanto a sua utilização pela geração por este artigo estudado. A investigação é conduzida sem assumir a ideia de nocividade quanto à utilização das redes sociais, mas, procura identificar as potencialidades e fragilidades que tal influência possa ter exercido sobre a geração. O objetivo deste estudo está em tentar reconhecer, as relações pessoais e de mercado de trabalho, na geração Y em um dado grupo de estudantes e sua relação com as redes sociais, estabelecendo as possíveis implicações que tal influência exerça sobre a sociedade, bem como suas potencialidades de transformação de um pensamento psicossocial devido à influência. Buscou-se estabelecer a possível constatação do explicitado, na literatura sobre o assunto, aplicando questionário fechado a 100 estudantes de um dado polo de Educação à Distância situado em São Paulo. Observou-se com a reflexão dos dados coletados que o perfil do grupo estudado apresenta algumas divergências com relação à descrição de alguns autores quanto à liberdade de escolha profissional e a saúde física. Tais dados podem significar um amadurecimento da geração Y ou uma peculiaridade específica do grupo investigado, cabendo aqui à recomendação de aplicação do questionário em outros grupos semelhantes para que seja possível um estudo mais aprofundado. Jornalismo, geração Y; Redes Sociais; Internet; Novas Tecnologias da Comunicação. Summary This article sought to demonstrate the influences that generation "Y" suffered or still suffers, through its use of social networks, listing the possible disruptions and/or potential. Research was conducted without taking into consideration the idea of harmful use of social networks, seeking only to identify the strengths and weaknesses such influence has or does exercise over Generation “Y”. The objective of this study was to recognize work-related and personal effects on Generation “Y” in a given group of students and how they interacted with social networks. It observed the possible implications of such influences on society, as well as its processing potential of a psycho- social attitude. Through literature on the subject this article sought to establish the possible link of social networks as an implicit instru- ment. A closed questionnaire was given to 100 students who took distance learning education classes in Minas Gerais. The data indi- cated that the group showed some differences with respect to the description of some authors about freedom of career choice and physical health. The data implied either a maturing generation “Y” or a specific peculiarity of the investigated group, which allows the recommendation of the use of the questionnaire to other similar groups for further possible studies. Journalism, generation "Y"; Social Networks; The Internet; and New Communication Technologies. Contato: [email protected] INTRODUÇÃO No século passado criou-se o costume de se separar as gerações dando-lhes nomes. Hoje se encontram varias gerações interligando-se socioculturalmente e profissionalmente. São na maioria as chamadas gerações Baby Boomers (1948-1963), X (1964-1979), Y (1980-1999) e Z (após 2000). A chamada geração Y recebeu esta denominação devido a muitos de seus membros terem seu crescimento associado ao uso das tecnologias; eles as dominam e as utilizam em

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Curso de Jornalismo Artigo original

RUPTURAS E POTENCIALIDADES DAS REDES SOCIAIS NA GERAÇÃO Y BREAKS AND POTENTIAL OF NETWORKS IN GENERATION Y

Rachel Milhomem Freire de Lima1

1 Aluna do Curso de Jornalismo Romoaldo de Souza Orientador

Resumo

O artigo busca compreender as influências que a geração Y sofreu e ou ainda sofre, pelas redes sociais bem como elencar as

possíveis rupturas e potencialidades quanto a sua utilização pela geração por este artigo estudado. A investigação é conduzida sem

assumir a ideia de nocividade quanto à utilização das redes sociais, mas, procura identificar as potencialidades e fragilidades que tal

influência possa ter exercido sobre a geração. O objetivo deste estudo está em tentar reconhecer, as relações pessoais e de mercado

de trabalho, na geração Y em um dado grupo de estudantes e sua relação com as redes sociais, estabelecendo as possíveis

implicações que tal influência exerça sobre a sociedade, bem como suas potencialidades de transformação de um pensamento

psicossocial devido à influência. Buscou-se estabelecer a possível constatação do explicitado, na literatura sobre o assunto, aplicando

questionário fechado a 100 estudantes de um dado polo de Educação à Distância situado em São Paulo. Observou-se com a reflexão

dos dados coletados que o perfil do grupo estudado apresenta algumas divergências com relação à descrição de alguns autores

quanto à liberdade de escolha profissional e a saúde física. Tais dados podem significar um amadurecimento da geração Y ou uma

peculiaridade específica do grupo investigado, cabendo aqui à recomendação de aplicação do questionário em outros grupos

semelhantes para que seja possível um estudo mais aprofundado. Jornalismo, geração Y; Redes Sociais; Internet; Novas Tecnologias

da Comunicação.

Summary

This article sought to demonstrate the influences that generation "Y" suffered or still suffers, through its use of social networks, listing

the possible disruptions and/or potential. Research was conducted without taking into consideration the idea of harmful use of social

networks, seeking only to identify the strengths and weaknesses such influence has or does exercise over Generation “Y”. The objective

of this study was to recognize work-related and personal effects on Generation “Y” in a given group of students and how they interacted

with social networks. It observed the possible implications of such influences on society, as well as its processing potential of a psycho-

social attitude. Through literature on the subject this article sought to establish the possible link of social networks as an implicit instru-

ment. A closed questionnaire was given to 100 students who took distance learning education classes in Minas Gerais. The data indi-

cated that the group showed some differences with respect to the description of some authors about freedom of career choice and

physical health. The data implied either a maturing generation “Y” or a specific peculiarity of the investigated group, which allows the

recommendation of the use of the questionnaire to other similar groups for further possible studies. Journalism, generation "Y"; Social

Networks; The Internet; and New Communication Technologies.

Contato: [email protected]

INTRODUÇÃO

No século passado criou-se o costume de

se separar as gerações dando-lhes nomes. Hoje se encontram varias gerações interligando-se socioculturalmente e profissionalmente. São na

maioria as chamadas gerações Baby Boomers (1948-1963), X (1964-1979), Y (1980-1999) e Z (após 2000).

A chamada geração Y recebeu esta denominação devido a muitos de seus membros terem seu crescimento associado ao uso das tecnologias; eles as dominam e as utilizam em

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muitos aspectos de suas vidas, particularmente na comunicação.

Estes nativos digitais também conhecidos, como geração Millennials. A expressão Millennials foi utilizada por Niel Howe e William Struass, no livro Millennial Rising(2000). Musacchio afirma que:

A geração Millennials, também conhecida pela geração Y, de nascidos entre 1980 e 2000, e se desenvolveram combatendo os maus hábitos da geração Woodstock, onde grande parte dos comportamentos era de revolta, de busca pela liberdade de expressão, de comportamentos, buscando identidades próprias. (MUSACCHIO, 2012, p.1)

Os componentes dessa geração parecem ter mais tempo para deixar a casa dos pais do que as gerações anteriores, muitas vezes voltando para casa depois de cursar a faculdade, são estudantes ou participantes relativamente recentes para a força de trabalho. Segundo Musacchio (2012, p.1)

Esta nova geração, que inicia o terceiro milênio, tem suas próprias ideologias, filhos e netos da geração Woodstock, logo compreenderam que deveriam criar suas próprias revoluções, adaptando-se a um mundo em constante mudança.

Enfim, é frequentemente descrito como tecnologicamente mais experiente e mais visualmente sofisticada de qualquer geração. A necessidade de interagir com os outros é uma das principais razões para o uso da geração Y nas redes sociais (PALFREY & GASSER, 2008).

Esta geração de usuários das tecnologias, que estão na faixa de 18 a 34 anos de idade, tende a preferir as redes sociais para interações com conhecidos, amigos e familiares. Costuma valorizar a opinião dos outros e de se sentir importante quando fornece feedback1 sobre as marcas ou produtos que usa (EMARKETER, 2011).

A comunicação online permite uma interação com o público inexistente em outras mídias. É possível analisar imediatamente os resultados de uma ação, identificar e modificar estratégias que não estão funcionando, enviar respostas em tempo real, além de

1 Realimentar ou dar resposta a uma determinado pedido ou acontecimento.

compartilhar e expor materiais facilmente. Sites, comunidades, blogs e redes sociais em geral são canais de comunicação da marca com o consumidor (e vice-versa). Porém, é importante lembrar que não são canais exclusivos: uma informação publicada na web está sujeita a ser encontrada e replicada por qualquer pessoa, independente se positiva ou negativamente. (BENINI et al., GIARDELLI, 2011 p.12)

Existe um consenso geral sobre a tendência

da geração em buscar constante conexão procurando ficar ligados em multitarefas através da tecnologia (RAWLINS et al. FELDMMAN, 2008).

Por outro lado, estudos sobre estudantes universitários (um subconjunto de geração Y) sugerem que eles gastam uma quantidade considerável de tempo simplesmente consumindo conteúdo (PEMPEK et al. FELDMMAN, 2008).

Para buscar a validação de que hipoteticamente as redes sociais influenciaram a geração Y, de tal forma que se identifique as potencialidades e fragilidades que elas exercem sobre tal geração, as mudanças no mercado, local de trabalho e na sociedade, inclusive apontando para novos modelos de relacionamentos sejam eles pessoais, de negócios, e produtos, que vão muito além dos que se pretende aqui discutir, considerou-se importante reconhecer e planificar historicamente a geração em questão; estabelecer a possível influência que as redes sociais possam fundir sobre ela; identificar os pontos positivos e os efeitos nocivos (ou "Dark Side2") da influência que as redes sociais exercem, bem como estabelecer as possíveis implicações que tal influência possa exercer sobre a sociedade. A GERAÇÃO Y E SUAS PECULIARIDADES

A geração Y nasceu em um mundo

emergente tecnologicamente, os componentes da geração aqui abordada tiveram seu crescimento cercado por smartphones, laptops, tablets e outros aparelhos eletrônicos. Em 2012 representava, segundo Afonso Borges em seu livro “Social Target”, cerca de 20% da população global.

A geração Y testemunhou a revolução da tecnologia e da criação de um novo mundo, o mundo cibernético.

De alguma forma os discursos rebeldes dos anos 1960 e 1970 são hoje modelos de comportamentos implantados nas pessoas e têm como consequências mais visíveis os atuais

2 Lado escuro.

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conflitos de gerações que observamos em diversos cenários da nossa sociedade.

A geração Y não pode ser vista apenas por clichês desgastados e irreais, que atribuem a esse grupo características como “infiéis, insubordinados, arrogantes e questionadores”, pois na verdade estas peculiaridades são próprias dos jovens de qualquer geração.

Não é muito simples identificar uma geração apenas pelo período de nascimento, já que existem outros fatores que interferem na formação de um ser humano, tais como cultura, família, educação, padrão, econômico e localização.

Não é incorreto utilizar uma classificação que tenha como objetivo apontar diferenças comportamentais resultantes de períodos históricos com grandes movimentos sociais que interferiram e continuam interferindo na sociedade.

Não seria prudente abordar o tema que aqui se propõe deixando de lado sua origem histórica e antropológica, por tanto cabe mencionar que a mesma deu-se cronologicamente falando a partir do surgimento de cinco gerações que marcam profundamente a sociedade atual. São elas as:

Geração ‘, que englobou um período de 10 anos de nascimento populacional, mais especificamente entre 1920 e 1930, tendo como centro da geração indivíduos de 75 anos de idade, com a característica marcante de pessoas idealistas e sonhadoras. Foi uma geração que ficou conhecida por sua dedicação ao trabalho, disposição ao sacrifício, senso prático e respeito à hierarquia, poder-se-ia até apontá-la como submissa em algumas ocasiões (OLIVEIRA, 2012).

Já a geração Baby Boomers, que sucedeu a Belle Epoque, composta por indivíduos nascidos entre 1940 a 1950, tendo como centro da geração indivíduos de 60 anos de idade, com a característica marcante de pessoas estruturadas, construtoras de novos saberes, transformadoras da sociedade da época. A famosa e estruturada geração Baby Boomers, sempre foi otimista, focada, auto motivada e com uma disposição para quebra de regras e estruturas. (OLIVEIRA, 2012).

Esta foi uma geração que ficou conhecida por sua disposição revolucionária.

A cética geração X, composta por indivíduos nascidos entre 1960 a 1970, tendo como centro da geração indivíduos de 45 anos de idade, uma geração que assistiu toda rebeldia e contestação dos anos 60 e 70, mas sempre assumindo uma postura apática aos interesses coletivos, inclusive familiares, buscando desenvolver prioritariamente a competência individual. Com a característica marcante de serem pessoas em busca de facilidades. (OLIVEIRA, 2012). Esta geração é marcada pela chegada dos computadores pessoais (PC) no Brasil. Dá-se início a uma nova maneira de pensar tecnologicamente. Um grande abismo social se faz presente nesta geração devido as tecnologias e ao pouco acesso das

camadas B e C da sociedade. A conectada geração Y, de indivíduos

nascidos entre 1980 e 2000, a geração que se engloba na mudança de um milênio a outro, que surge com uma postura muito mais decidida e direta, sem receio de questionar e apresentar ideias, muitas vezes radicais, Tendo como centro da geração indivíduos de 20 anos de idade, ficam conhecidos como desestruturados e contestadores. São os indivíduos cuja atenção é maior, neste artigo, por se tratarem de indivíduos na mesma faixa etária da pesquisadora e por enfrentarem o mesmo incômodo que a mesma sente, o de buscar inovações, mas sem experiência, escalando a “pico do sucesso” sem a permissão do erro (OLIVEIRA, 2012).

No entanto, esta já não é mais a chamada geração atual, visto que os indivíduos nascidos no período de 2000 a 2010 fazem parte da geração Z, que busca o equilíbrio para este milênio, estes parecem já nascer conectados e relacionadas com uma postura focada no equilíbrio tanto do ser como de sua ambiência natural. O centro da Geração Z está nos indivíduos de 10 anos de idade (OLIVEIRA, 2012).

Um fato marcante no que se refere as gerações aqui abordadas é que as cinco gerações existem em convivência na atualidade.

Uma das grandes questões que envolvem o tema geração Y é o que vem se manifestando como fenômeno, tanto no Brasil como no mundo, principalmente nos últimos três anos.

Estamos falando de jovens que nasceram durante o surgimento de diversas tecnologias de entretenimento e comunicação das décadas de 1980 e 1990 e, portanto, desenvolveram comportamentos influenciados por esse cenário (que ainda está em transformação).

É indispensável destacar a internet como principal catalisador de novos comportamentos. Isso aconteceu em escala global, abrindo as fronteiras de todos os países para uma cultura mais globalizada.

Manifestações culturais e sociais, antes restritas a pequenos grupos sociais, agora estão acessíveis e fazem parte das referências comportamentais da geração que chega ao inicio da vida adulta.

Responsáveis por novos padrões comportamentais sejam por manifestações individuais ou colaborativas, mas o efeito da internet é ainda mais profundo.

Um fato curioso é que, apesar de o maior volume de acesso à internet ter origem na China, grande parte do conteúdo publicado esta em inglês.

Comportamentos que eram considerados apenas em pessoas com maior poder aquisitivo agora são observados amplamente em todas as classes sociais.

No Brasil, depois das novas tecnologias de acesso, principalmente por meio do telefone

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celular e da popularização da banda larga e de equipamentos como notebooks e tablets, e do crescimento econômico que tem facilitado a inclusão digital da sociedade emergente, não se pode mais afirmar que a internet é uma ferramenta restrita às classes sociais privilegiadas.

Segundo o comitê, gestores de internet no Brasil, 32 milhões de brasileiros acessaram a internet em 107 mil lan houses espalhadas pelo Brasil.

Estes usuários são, na maior parte, jovens entre 14 e 24 anos que trabalham e/ou estudam e tem renda pessoal de até R$1.200,00. Estão concentrados em regiões carentes do nordeste e do sudeste e desembolsam em média, R$2,00 por hora para ter acesso a serviços de internet no mundo.

Na internet não há ricos nem pobres, feios ou bonitos, altos ou baixos. Basta criar um “avatar” em uma rede social, que a pessoa pode, em algumas realidades virtuais, assumir qualquer forma tradicional de classificação social.

A internet é um marco definitivo no comportamento global da sociedade e, certamente, a principal ferramenta na transposição de comportamentos entre os diversos países e culturas.

O aumento da expectativa de vida contribui para a intensidade nos conflitos, pois existem mais gerações lutando por um lugar no mundo.

Os jovens da geração Y são mais pragmáticos e não se apegam aos valores que serviram de referência para as crianças da realidade atual. Estão sempre buscando desafios e esperam receber feedback com muita rapidez. Surpreendem líderes ao ignorar os padrões conhecidos, principalmente quando se apresentam um bom desempenho no estudo, no trabalho ou em seu estilo de vida, enquanto escutam musicas e navegam em redes sociais.

Mentoring 3 deve se considerar como grande legado que o verdadeiro líder deixa após sua passagem como gestor de uma equipe de trabalho.

Em um mundo onde as transformações alcançam conceitos exponenciais, a competitividade se transforma em posicionamento estratégico, e os relacionamentos estabelecem diferenciais concorrentes definitivos. Pais, gestores e educadores precisam adotar um novo posicionamento, muito mais alinhado com os conceitos atribuídos hoje aos jovens da Geração Y, que representam a maior fatia do mercado consumidor e de profissionais na próxima década.

A situação já deixou de ser apenas uma circunstância passageira para se transformar em um fenômeno corporativo que, como tal, merece atenção intensa dos gestores nas empresas.

É sem duvida, a geração com maior número de jovens preparando-se para o mundo

3 Tutoria, mentoria, mentorado ou apadrinhamento.

corporativo. Os jovens da geração Y concorrem a diversas posições, desde as mais operacionais até as disputadas vagas nos programas de trainees4, em que é esperada a melhor e mais completa formação acadêmica.

Os jovens de hoje estão cada vez mais “famintos” por desafios que os levem a alcançar experiências, mas para isso precisam falhar. Somente assim alcançarão a experiência que leva ao engajamento e ao comprometimento com a própria trajetória profissional. Por isso o novo papel dos mais veteranos não é mais o de esperar que a geração Y seja um sucesso sem fracassos, mas de ajudá-la a desenvolver o aprendizado que as falhas proporcionam para o crescimento de todos nós.

Não existe nada mais desafiador para os jovens de hoje do que entender o mundo corporativo. Ele tem códigos incoerentes, regras de relacionamentos artificiais e mutantes, diversos profissionais motivados apenas por interesses pessoais e exige de forma quase insana “o resultado” – custe o que custar.

Se não fosse absolutamente inevitável, o jovem jamais se aventuraria por esse bizarro cenário; afinal, é muito mais interessante viajar pelo mundo em infindáveis aventuras. Aliás, esse é um dos mais concorrentes sonhos que encontro em meus contatos com pessoas da geração Y.

Os jovens querem “conhecer o mundo” e sabem que esse é um sonho possível, pois os relacionamentos agora são globais, ancorados pelo advento das redes sociais.

A geração Y não pode ser condenada por querer usufruir de todas as facilidades que dispõe.

A principal deficiência observada é a falta de experiência, sobretudo da cultura corporativa, que possui sutilezas que somente são alcançadas depois de pequenas cicatrizes profissionais.

Alguns autores externaram preocupação de que em longo prazo, o uso excessivo da tecnologia pode levar a uma diminuição na taxa de atividade e, portanto, tornando-se o excesso de peso, bem como problemas de saúde mental, como a dependência e ansiedade. (WHO 2011; KOIVUSILTA et al 2007).

No entanto a Geração Millennials é apontada por Musacchio (2012, p.1) como:

[...] mais saudável, mais esportiva, esta geração luta para abandonar certos vícios como tabagismo, mas, no entanto ainda lutam freneticamente contra o álcool, cujos índices são muito altos nesta faixa de idade. São adeptos ao ar puro, viajam mais, gostam de passeios a países que possuem estruturas para caminhadas, escaladas, hotéis fazenda, gostam de animais de estimação, respeitam o verde, organizam o lixo, são contra qualquer tipo

4 Treinamento.

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de matança a animais, defendem o meio ambiente, levantam bandeiras da sustentabilidade planetária, se preocupam com a qualidade do ar, discutem melhorias alternativas ao combustível fóssil e passam a maior parte do tempo participando de movimentos pela qualidade de vida, através das redes sociais. (MUSACCHIO, 2012, p.1)

Sites de redes sociais tornaram-se parte da

nossa cultura, mas tem que cruzar a linha entre a nossa vida cibernética e nossa vida real?

Como as pessoas desta geração estão constantemente ligadas à tecnologia, consequentemente a tecnologia ganha aspecto essencial da vida destas pessoas.

Observa-se, nesta geração um rápido crescimento de líderes empresariais e de negócios, consultores de RH e gestores e líderes talentosos.

Musacchio afirma ainda que a geração Y não costuma abrir mão de suas ideologias e para que os faça mudar de ideia há necessidade de argumentos muito fortes. É uma geração sem medo do trabalho, no entanto, não vestem a camisa da empresa e mudam facilmente de empregos em busca do que realmente lhes dão prazer em fazer. Colocam o coração no tipo de trabalho que gostariam de desenvolver.

Amando-os ou odiando-os nos basta saber que é uma geração que veio para deixar seu legado tecnológico. São autores da maioria dos blogs, gestores de comunidades nas redes sociais.

As principais características que definem esta geração são a preferência por se comunicarem de forma mais rápida e eficaz via e-mail, redes sociais ou mensagens de texto em oposição aos meios tradicionais de comunicação, desejam trabalhar para empresas que estão adotando estes novos meios de comunicação e implementá-las em negócios ao contrário de organizações com uma mentalidade mais tradicional.

Não se trata de uma geração de reativos como a que os antecede, nem adaptáveis como seus sucessores, como aponta Batista e Oliveira (2010) sendo considerados cívicos, Echo Boomers, tendo grande valor a educação, com pais profundamente envolvidos e filhos mimados entre outros atributos. No entanto, para Oliveira (2012) Muitas questões surgem quando se analisa o jovem da geração Y, contudo é necessário entender que este jovem usa outras ferramentas para interagir com o mundo. As principais são descritas no quadro a seguir, adaptadas do artigo “O desafio de construir o futuro dos Jovens” de autoria do próprio Oliveira e publicado em seu site oficial.

A CONECTIVIDADE A INTEGRIDADE

Onde o jovem identifica

conexões entre situações complexas e ambíguas

sem relação óbvia, além de desenvolver grande intimidade com novas tecnologias e com as

ferramentas de conexões, utilizando-as amplamente

com instrumentos de produtividade pessoal.

Ele valoriza a transparência e a

coerência em suas atitudes e expõe suas

ideias e opiniões abertamente, sem preocupações com

percepções diferentes, agindo com honestidade em relação aos próprios

sentimentos.

A INOVAÇÃO O RESULTADO

O jovem apresenta

sempre seus questionamentos, com isso busca contestar

abertamente o "status quo" de forma

contributiva, apontando oportunidades específicas

de mudanças, criando sempre, uma ambiente propício ao aprendizado

individual e coletivo.

Este jovem tem foco em resultados desde que

aprendeu a avaliar seu desempenho nos jogos de

videogame, por isso persegue seus objetivos

com energia e persistência e define altos

níveis de performance individuais, superando

obstáculos e incertezas.

A COLABORAÇÃO O RECONHECIMENTO

Quando o jovem constrói alianças estratégicas e networks5, onde busca

alcançar benefícios mútuos, que promovem seus objetivos e seus

sonhos.

Considera o feedback

como principal instrumento pessoal de

alinhamento de performance e de

resultados e busca novos desafios como forma de

desenvolvimento pessoal.

O autor afirma ainda que se deve considerar

inegável que a geração Y seja a mais questionadora e impaciente de todos os tempos, com o paradoxo de ser também a mais qualificada e informada. Esta característica não é muito bem aceita pelas outras gerações que acabam por taxá-los muitas vezes, de arrogante e sem foco.

Fordismo é um termo que se refere ao modelo de produção em massa de um produto, ou seja, ao sistema das linhas de produção. O Fordismo foi criado pelo norte-americano Henry Ford, em 1914, revolucionando o mercado automobilístico e industrial da época.

O objetivo do empresário Henry Ford era criar um método que reduzisse ao máximo os custos de produção da sua fábrica de automóveis, consequentemente barateando os veículos para a venda, atingindo um maior número de consumidores.

Até o surgimento do sistema fordista, os automóveis eram feitos artesanalmente, um processo caro e que levava muito tempo para ficar

5 Rede de contato

6

pronto. No entanto, mesmo sendo mais baratos e fáceis de produzir, os veículos do fordismo não tinham a mesma qualidade atribuída aos feitos artesanalmente, como acontecia com o Rolls Royce, por exemplo.

O fordismo foi um processo que se popularizou bastante durante o século XX, ajudando a disseminar o consumo de carros entre todas as classes econômicas ao redor do mundo. Foi um modelo que surgiu a partir da racionalização do capitalismo, criando as chamadas "produções em massa" e o "consumo de massa".

O termo consumo pode ser compreendido como o ato de consumir um dado produto ou serviço para sanar uma necessidade. Um exemplo simples seria a compra de uma garrafa de água por um indivíduo que sente sede, a relação com o consumo está diretamente relacionado a tal necessidade quando o indivíduo tem sede mas quer água com gás.

Um estudo realizado em 1946 por um psicólogo, até hoje é utilizado no que se refere a sanar as necessidades prioritárias dos indivíduos. É conhecido atualmente como pirâmide das necessidades de Maslow.

Fonte: Adaptado de Maximiliano (2011)

Apontou-se a teoria de Maslow porque o ato

de consumir necessita de uma motivação, esta tem uma relação estreita com as necessidades.

Uma vez que a necessidade é ativada, imediatamente se dá início a uma tensão que impulsiona o consumo. Isso ocorre porque o indivíduo deseja sair de um estado atual em busca de um estado ideal.

A teoria de Maslow se torna importante, pois, aponta que as diferentes necessidades são distintas também e cada ser, justamente por este motivo há necessidade de conhecer o nicho de mercado que se deseja atender.

Por coincidência, no despertar da geração Y, 1980, inicia-se, também, estudos mais apurados sobre a importância do consumo na

sociedade moderna e sua cultura. Barbosa em seu livro “A sociedade de consumo” aponta o ato de consumir como fator importante para o desenvolvimento de qualquer sociedade.

Bem, com esta afirmação, percebe-se que há uma mudança na maneira de se compreender o consumo que deixa de ser somente para sanar necessidades, para ser um consumo colaborativo, que pode-se caracterizar por aquisição como por troca ou aluguel do que se deseja.

A geração Y vê o ambiente de trabalho de forma diferente que as demais, em vez de trabalhar longos turnos de trabalho preferem horários mais flexíveis e um equilíbrio trabalho / vida. O que não significa que sejam mais ou menos acomodados do que outras gerações, é, no entanto uma geração que valoriza o convívio familiar acima do profissional procura o tempo todo, adequar o tempo, acredita-se que isso tenha ocorrido por fazerem parte de uma geração cujos pais apresentaram excesso de trabalho e isso os impulsionou a uma nova percepção para o trabalho. “Talvez queiram projetar imagens positivas para os colegas ou satisfazer desejos não expressos de membros da família” (BOONE; KURTZ, 2009, p. 163)

A geração mais velha pode ver isso como uma questão de compromisso, no entanto, a geração Y é simplesmente ver a vida de forma diferente e quer encontrar a melhor combinação de uma vida agradável, com um ambiente de trabalho gratificante.

O mercado publicitário olha esta fatia com muita atenção, poder-se-ia dizer que esta geração mudou o marketing6, Calligaris (apud FILDEMMAN, 2008) argumenta que “são numerosos e dispõem cada vez mais de dinheiro. Mas interessam ao mercado também pela influência que exercem sobre a decisão e consolidação de modas, que transformam os modelos de consumo de muitos adultos”.

Segundo Gunter e Furnham (1998, p. 53): “Tal influência inclui os comentários que os colegas possam realizar acerca dos próprios produtos ou marcas e sobre a forma como são utilizados”.

A geração Y é ambiciosa e confiante para assumir papéis importantes dentro das organizações, assim que eles adentram ao mercado de trabalho, são ainda criativos e buscam o desenvolvimento com liberdade de ação, recursos que necessitam para ver o desenvolvimento de maneira estratégica para as empresas.

O trabalho em equipe está no topo da agenda desta geração e para manter isto em prioridade se encontram regularmente em reuniões que permitam a colaboração de todos os colegas, adotam reuniões produtivas e com

6 É o conjunto de técnicas e métodos destinados ao desenvolvimento das vendas.

7

direcionamento. Esperam que haja transparência da administração e colegas em buscar uma equipe que jogue com a mesma mentalidade dentro de uma organização.

Mais estudiosa, compenetrada, são “nerds” e estão buscando os estudos como meta de melhorar a vida e não somente seu status profissional de busca de melhores salários. Estão mais preocupados em conhecer, saber, do que se capacitar, habilitar. É uma geração de atitudes fortes, marcantes, individuais e ao mesmo tempo de movimentos grupais que os identifiquem. Facilmente levantam bandeiras contra o sistema que os reprime, que os rebelem principalmente sistemas comprometidos com o uso indiscriminado das potencialidades planetárias e que se escassa rapidamente. (MUSACCHIO, 2012, p.1)

Para a geração Y a comunicação é

fundamental, no entanto, tem de ser nos termos que estejam de acordo com uma determinada ética que engloba um retorno rápido de um e-mail, mensagem no Facebook, chamada telefônica, por Skype. Dentro do ambiente do escritório da Geração Y preferem a comunicação via e-mail ao passo que a geração baby boomer (década de 40 a 50) prefere pegar o telefone. Comunicação que é rápida, eficaz e se depender da Geração Y é realizada em um piscar de olhos.

AS REDES SOCIAIS

A Internet está se tornando um modo de vida. Milhares de usuários são membros de uma ou mais redes sociais, são relações entre os indivíduos na comunicação por computador. O que também pode ser chamado de interação social, cujo objetivo é buscar conectar pessoas e proporcionar a comunicação e, portanto, utilizar laços sociais.

Na primeira década do século XXI, o uso das mídias sociais cresceu muito, em última análise, tornou-se parte integrante da sociedade.

No entanto, as redes sociais não são tão novas como sempre se observa apontado nos textos.

No século XX, mais precisamente nos anos

80, era comum observarem-se brincadeiras

relacionadas a comandos em ação, falcon,

playmobil, ou mesmo sair com a galera para andar

de bicicross, ou fechar a rua para jogar uma

pelada. E como será que isso ocorria? Simples,

convidavam-se os amigos do bairro ou da escola

ou da rua para participar da empreitada. Os

amigos sempre chamavam a outro e a notícia se

espalhava, o POKE assim era gerado! (POKE:

funcionalidade do Facebook que permite enviar

pequenas mensagens a alguém que as irá receber

em forma de alerta na sua página principal). “[...]

Moleques sem ter nada o que fazer em casa, iam

para as ruas procurar as mais diversas formas de

entretenimento, geralmente da mesma região, é a

mesma COMUNIDADE.” (PONCE, apud

GIARDELLI 2011, p.15).

Quando se desejava identificar o melhor

brinquedo ou o lançamento de um novo, recorria-

se a aquele cara que sabia de todas as novidades

e era o Master. Bastava que alguém aprovasse

para dias depois todos estarem buscando o

sugerido. Lead por indicação! Nada como seguir o

mais “antenado” de todos (mera coincidência

digital, não?). Parece espantoso, mas não é de fato as

redes sociais sempre estiveram presentes e mesmo assim, a maioria insiste em falar delas como se fosse a última novidade. Basta se reportar a antropologia para descobrir que os homens das cavernas já se juntavam em bando para caçar.

[...] e a métrica utilizada era quantos

homens daquela tribo seriam alimentados

através da caça abatida. Ataque planejado

em grupo para sustentar um grupo ou

comunidade com características

semelhantes. (PONCE, apud GIARDELLI

2011, p.14).

O autor afirma ainda que a comunicação

atual pode ser descrita por três C’s, “C” de Comunidade, Conversar e Compartilhar.

Será mesmo que isso é novidade? Compartilhamento de brinquedos, de discos ou a promoção de diálogo sobre as tendências da época, brincadeiras e os mais diversos assuntos sem nenhum compromisso era motivo suficiente para reunir a meninada da rua, sempre unidos nas bagunças. (PONCE, apud GIARDELLI 2011, p.15).

Estatisticamente, aponta-se que geração Y passa cerca de um terço de seu dia utilizando as redes sociais.

O interessado deve acessar um dos sites de rede social onde poderá efetuar um cadastro que o identificará na nova rede de relacionamentos.

Através de um cadastro realizado em um site de rede social, pode-se buscar por nomes de conhecidos e ao encontrar pode-se convidá-lo para participar de sua rede de relacionamentos, você pode convidar seus amigos e os amigos dos amigos e assim sucessivamente, consequentemente aumentando sua rede de relacionamento.

Possuindo uma rede social, pode encontrar e estreitar os laços com pessoas que antes

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acreditava-se nunca mais encontrá-las. Permite compartilhar informações com um amigo ou com todos ao mesmo tempo. Os sites de rede sociais mais usados no mundo segundo pesquisas realizadas em 2014 pela Taylors Lakeside University - Malaysia é o Facebook, Instagram e Twitter.

O avanço das redes sociais mudou a forma como usufruímos essas plataformas. Estas plataformas são usadas especialmente pela geração Y não só como um meio de autoexpressão, mas também como uma ferramenta de negócios para atrair novos clientes. Facebook fundador Zuckerberg (2005) afirmou que essa mídia social plataforma pode reunir pessoas para uma ampla variedade de relações citados Lewis (2010). Kaplan e Haenlein (2010) afirmou que os conteúdos das redes sociais podem atuar como poderosa tecnologia web que conecta pessoas sem fronteiras, permitindo que os usuários possam gerar conteúdos relevantes.

Defini-se rede social como uma plataforma on-line onde as pessoas partilham as suas opiniões e experiências com os outros. Consantinides (2009) e Richardson (2009) classificam as mídias sociais em oito títulos principais, a saber: sites de redes sociais, blogs7, micro blogs, sites de compartilhamento de conteúdo, wikis8, software9, sites e fóruns. Criar uma página pessoal não requer quaisquer competências específicas. A teoria de Piaget (1958) afirma que as experiências diretas, o compromisso de erros e a busca de soluções são fundamentais na integração e adoção de conhecimento. Nascendo na sociedade digital idade, a geração Y refere-se à experiência de ser ensinada e são desejam na busca de informações através da Internet.

Eles são destinados para o sucesso, orientados para objetivos, determinados, confiantes e otimistas.

A rede social é considerada pela geração Y como uma ferramenta essencial para compartilhar seus interesses, emoções e atividades por meio de compartilhamento de fotos, mensagens instantâneas e jogos. A rede social criou uma nova maneira de comunicar e distribuir informações. Como evidenciado por uso extensivo da juventude das redes sociais, este conceito tornou-se conhecido, especialmente com esta geração. O uso frequente de plataformas como o Facebook, LinkedIn, Twitter e Instagram.

As redes sociais possuem recursos e ferramentas que permitem uma maior interação com os membros da rede, como compartilhar fotos, criar Comunidades ou Páginas que são grupos de amigos com perfis parecidos, com o

7 Diário online. 8 Extremamente rápido, veloz. 9 Utilizada para designar qualquer programa de computador.

intuito de aumentar as afinidades entre os mesmos e identificar suas áreas de interesses.

No âmbito sentimental as redes sociais permitem que o participante informe em seu perfil seu estado civil e suas qualidades e atributos, com o intuito de atrair e localizar membros com perfis parecidos com o seu.

No ramo profissional as redes sociais estão sendo cada vez mais exploradas pelas empresas que buscam nos perfis dos membros participantes o que melhor se adéqua ao perfil da empresa, assim com seu currículo atualizado na rede social você tem maior chance de ser localizado por um contratante que pode ver no seu perfil e currículo o que sua empresa procura.

AS REDES SOCIAIS E AS INFLUÊNCIAS SOBRE A GERAÇÃO Y

Mais frequentemente do que seja possível imaginar, a geração Y usa seu smartphone para acessar a mídia social e checar as contas de rede social antes mesmo de pôr os pés para fora da cama de manhã.

Essa geração certamente não tem vergonha de discutir marcas on-line e os comentários que surgem nem sempre são positivos para as marcas, por serem de fácil acesso podem afetar rapidamente a reputação da marca, se tais comentários não forem tratados corretamente.

Então, em suma, graças à geração Y, as empresas têm presença online, quer as empresas gostem ou não.

Os profissionais de marketing, por exemplo, necessitam dar atenção à maneira em que a geração Y compra. Devido ao fato das redes sociais fazerem parte de suas vidas, podendo-se dizer que como apêndice da geração que aqui se estuda, junto com sua voz poderosa, podem ser considerados um nicho potencial de mercado, afinal são:

Mais globalizado procuram entender o que se passa no mundo todo, através dos veículos de comunicação, das redes sociais, dos movimentos mundiais instantâneos. Não possuem barreiras geográficas, diferenças etárias, socioeconômicas. Aglutinam-se facilmente ao redor de grandes projetos, mudanças sociais, soluções urbanas, políticas, econômicas. São mais interessados em serem autores das grandes revoluções e modificações que o planeta precisa do que receptores. Perceberam há muito tempo que possuem o poder da comunicação e por nada abrirão mão desses para se expressarem. (MUSACCHIO, 2012, p.2)

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No entanto, não se deixe enganar, pois não é suficiente ter apenas uma presença na rede social, para que as marcas se tornem top de linha, precisam tornar-se úteis para os seus clientes, fornecendo-lhes informações, apoio e o "incentivo" sempre popular.

Esta competição vai percorrer um longo caminho para se tornar, aos olhos da geração Y, a melhor marca. Assim, a geração Y e as redes sociais caminham lado a lado e se você é uma marca é melhor começar a planejar sua estratégia de mídia social, rápido! O Facebook é o líder do mundo social on-line e está começando a se tornar uma parte não só da geração Y, mas também do mundo social de seus antecessores. Essa relação entre as redes sociais e a geração Y tem prós e contras. Com a tecnologia vêm os efeitos na saúde negativos e positivos, alguns mais óbvios do que outros. Os efeitos positivos para a saúde da tecnologia é que ela é um facilitador de informações relacionadas à saúde e também ajuda o desenvolvimento de habilidades sociais dessa geração.

Há pesquisadores que insistem em afirmar que as redes sociais estão gerando indivíduos sedentários, (CAMPOS E SILVA (2012). As autoras alertam ainda que há um número grande de crimes sendo efetuados pela internet além do cyberbullying10 ou bullying virtual.

A pesquisadora Luciana Alvarez publicou em 2013, na Revista Educação um artigo intitulado “O jeito nova geração”, onde levanta um questionamento, no mínimo intrigante, o que acontece quando a geração Y chega ao mercado de trabalho, e decide assumir a profissão docente.

Em seu artigo ela traz a declaração do professor Lucio Teles, da UnB, que aponta ser normal que esta geração provoque:

[...] conflito de gerações dentro das escolas. "Um professor inovador que cultiva relações mais horizontais e menos autoritárias pode causar um certo temor junto àqueles professores que se posicionam de maneira mais tradicional. A inovação pedagógica na escola é sempre um fator desestabilizante, pois a maioria dos professores infelizmente ainda se apega à noção tradicional de 'transferência de conhecimentos (ALVAREZ, 2013).

Cabe lembrar que Perrenoud (2000) aponta como uma das competências necessárias para se ensinar no século XXI a utilização das novas tecnologias. O autor reforça ainda a necessidade das tecnologias viabilizando a rotina da sala de

10 Tipo de violência praticada contra alguém através da internet ou de outras tecnologias relacionadas.

aula e que a competência de comunicação deve-se utilizar de todas as ferramentas de multimídia e telemática. Todo e qualquer instrumento que facilite a comunicação será que inclui o telefone? Motivo de tanta discórdia em sala de aula. ANÁLISE E REFLEXÃO DOS DADOS

Em busca de se entender melhor a geração aqui estudada, foram aplicados, aleatoriamente, indiferentemente do curso em que atuam, via digital (WhatsApp), 100 questionários, em estudantes de um dado Instituto de Educação, cujo trâmite burocrático e a falta de tempo hábil para aprovação, pela mantenedora da Instituição de Ensino Superior, não permite a divulgação de sua razão social.

Tal instituição que doravante será identificada pelo pseudônimo de “UNV”, possui graduação (bacharelado, licenciatura, cursos de tecnólogos e extensão) e pós-graduação em diversas áreas do saber.

A “UNV” é uma instituição privada, com fins lucrativos, que surgiu do sonho de uma família, motivo pelo qual se define como Empresa Familiar Híbrida, que segundo Eric Lethbridge11, pode-se:

[...] destacar, (a) grosso modo, três tipos

básicos de empresa familiar: a tradicional, que mais corresponde ao

estereótipo da instituição, o capital é fechado, existe pouca transparência administrativa e financeira e a família exerce um domínio completo sobre os negócios; a híbrida, onde o capital é

aberto, mas a família ainda detém o controle, havendo, contudo, maior transparência e participação na administração por profissionais não familiares; e a de influência familiar, em

que a maioria das ações está em poder do mercado, mas a família, mesmo afastada da administração cotidiana, mantém uma influência estratégica através de participação acionária significativa.

Em âmbito mundial, ainda seguindo a linha

de pensamento do autor, as empresas familiares revelam uma grande heterogeneidade quanto ao tamanho e grau de competitividade.

A IES aqui investigada é conceituada no nicho de mercado de ensino superior em EaD da região, seu Índice Geral de Curso, instituído pelo MEC, é de valor 3.

É uma instituição particular em sistema atuante no mercado com mais de trinta polos de Educação à Distância espalhados pelo sudeste,

11 Economista do Convênio BNDES/Pnud. Tendências

da Empresa Familiar no Mundo.

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norte e nordeste do país. Dos questionários enviados somente 85

retornaram respondidos e destes somente 55 pertencem à geração Y. Portanto a amostra desta investigação compõe-se de cinquenta e cinco indivíduos dos quais 30 são do sexo masculino e 24 do sexo feminino. O gênero feminino se apresenta com idade variando de 30 a 35 anos enquanto o gênero masculino apresenta-se com idade variando entre 18 a 35 anos. O Gráfico 1 demonstra que houve uma equivalência entre os gêneros, apresentando-se uma média de 27 anos, portanto foram estudados indivíduos nascidos no intervalo de 1980 a 1987.

Gráfico 1: GÊNERO

Fonte: A pesquisadora

Quanto à profissão em que atuam observou-

se (Gráfico 2), que ha predominância de indivíduos que trabalham como professor ou que ainda não trabalham efetivamente, assumindo somente a função de estudante se assim é possível intitular.

Gráfico 2: PROFISSÃO

Fonte: A pesquisadora

Partindo do pensamento de Emarketer,

(2011), de que é uma geração que prefere as redes sociais para se comunicar, até mesmo com a família, questionou-se o tempo em que dedicam diariamente as redes sociais e dos respondentes, 48% afirmaram dedicar somente 2h diárias para acessar, 22% dedicam de 2 a 6 horas e 30% ficam

mais de 6 horas diárias, como ilustrado no Gráfico 3.

Gráfico 3: TEMPO DEDICADO AS REDES SOCIAIS

Fonte: A pesquisadora

Oliveira (2011) aponta que os profissionais de recursos humanos utilizam-se também deste recurso para a captação de jovens talentosos e justamente por este motivo, esta comunicação fácil e descontraída também requer atenção.

Ironicamente, a nova realidade não é mais de profissionais procurando emprego, mas de empresas procurando bons profissionais. Diante desse novo contexto, o jovem precisa se readaptar e construir canais de comunicação mais claros e adequados se quiser ser encontrado para um bom emprego. (OLIVEIRA, 2011, p.58)

O autor ainda sugere que o jovem que deseja ser encontrado seja original, objetivo, contemporâneo, coerente maduro e verdadeiro.

Foi possível observar ainda, fazendo uma correlação entre o gráfico 2 e o 3 que existe uma relação entre os indivíduos que comumente estudam como quem permanece mais tempo nas redes sociais.

Dos respondentes, pode-se observar que todos afirmaram acessar as redes sociais pelo telefone celular, destes somente 41% afirmaram acessar a internet pelo computador também, ilustrado no Gráfico 4.

Gráfico 4: COMO ACESSA AS REDES SOCIAIS

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Fonte: A pesquisadora

Procurou-se saber se os indivíduos

pesquisados buscam prestar concurso para o serviço público ou não. Quanto a isto, constatou-se que 69% já tentaram ou já fazem parte do quadro de funcionários públicos. (Gráfico 5).

Gráfico 5: CONCURSO PÚBLICO

Fonte: A pesquisadora

O que se pode observar é que o concurso

público é a saída que a Geração Y encontrou para a principal deficiência observada por Oliveira (2012) que é a falta de experiência, sendo este considerado pelo autor como o principal impecílho para a inserção no mercado de trabalho, o autor observa, ainda, que os jovens:

[...] São precionados a ser sempre um sucesso, as falhas são punidas com rigor e a única possibilidade aceita é a vitória. A baixa tolerância ao fracasso e, principalmente, às perdas, tem como consequência o adiamento de escolhas [...](OLIVEIRA, 2012, p.108).

Resta saber se a carreira pública, no

modelo tradicional ao qual se tem, ainda em pleno século XXI, satisfaz as necessidades de desafio, inovação e criatividade desta geração.

Quanto a área de saber que os

respondentes buscaram, junto ao polo de EaD, observou-se uma busca por duas áreas em especial, sendo elas administração (26%) e pedagogia (24%) com a diferença entre uma e outra somente de um respondente. (Gráfico 6)

Gráfico 6: CURSOS

Fonte: A pesquisadora

Os dois cursos mais escolhidos somam mais de 50% dos entrevistados e cabe ainda ressautar que 13% dos respondentes fazem pós-graduação, o que significa, no olhar da pesquisadora, que poucos estão buscando se especializar em áreas distintas.

Mediante ao que contribuiu Ponce (2011) em relação à comunicação, questionou-se aos respondentes se os mesmos sofrem influência de outros participantes de suas redes sociais na hora da aquisição de algum objeto ou serviço e surpreendentemente 48% responderam que não e 44% responderam que sim, o que demonstra, ainda uma forte influência no que se refere ao consumo e os 7% restantesun afirmaram que as vezes, são influenciados sim por indicações de participantes de suas redes sociais. (Gráfico 7).

Gráfico 7: INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS

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Fonte: A pesquisadora

Mediante ao fato de que a geração por este estudada sofre ainda forte influência pelos participantes de suas redes sociais, parecia provável que os mesmos realizassem compras pela internet, hipótese que foi refutada pois 85% dos respondentes afirmaram comprar somente as vezes, pelos meios digitais. (Gragico 8). Gráfico 8: COMPRAS PELA INTERNET

Fonte: A pesquisadora

Outro fator investigado foi a prática de atividade física, visto que existem controvérsias quanto ao assunto pois, Who (2011) afirma que é uma geração com excesso de peso enquanto Musacchio (2012) diz que é uma geração que busca hábitos saudáveis com prática de exercícios e luta para mudar o quadro de dependentes compulsivos.

Quanto a isso os respondentes afirmaram sim praticar atividade física, num montante que corresponde a 63% dos mesmos. (Gráfico 9).

Gráfico 9: PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA

Fonte: A pesquisadora

O que leva a crer que este quesito requer

uma atenção maior, quiça uma investigação específica com relação a alimentação e prática de esportes da Geração Y.

CONCLUSÃO Seguindo a ordem natural da vida a geração

Y cresceu, adentrou ao mercado de trabalho e já apresenta sinais de amadurecimento de relacionamento com a geração anterior o que deixará reflexos para a próxima geração também.

O mercado de trabalho começa a dar indícios de como aproveitar o potencial criativo e tecnológico da geração Y visto que são pessoas inteligentes e abertas para receber constante feedback de suas ações.

O maior problema do qual se tem registro está na falta de experiências, a geração acumula saberes que não os foram oportunizados a colocá-los em prática e por este motivo algumas empresas vêm fazendo um trabalho de realimentação de conhecimentos proporcionando encontros e capacitações, para prepará-los.

A investigação constatou que existe ainda um número considerável de indivíduos que compõe esta geração que só estudam o que significa que buscam saberes que os sustentem no mercado de trabalho.

A maioria dos investigados buscou se especializar em profissões de cunho administrativo e pedagógico.

Ao contrário do que a literatura aponta é um grupo que pratica exercícios físicos o que demonstra cuidados com sua saúde.

Acessam as Redes Sociais pelo menos duas horas por dia e na maioria pela telefonia móvel e buscam as tecnologias até para procurarem o emprego que mais se encontra com seus desejos.

Apesar de gostarem da liberdade quanto ao horário de trabalho e criação, estão se submetendo a realização de concursos públicos ou já foram aprovados em um deles.

É um grupo representativo da geração Y que compra às vezes pela internet, mas se encontra bem dividido quanto a consumir o que os componentes de suas Redes Sociais indicam.

O perfil do grupo estudado apresentou algumas divergências com relação à descrição de alguns autores tanto quanto à liberdade de escolha profissional quanto à saúde física.

Os dados aqui apresentados podem significar um amadurecimento da geração Y ou uma peculiaridade específica do grupo investigado.

Recomenda-se a aplicação do questionário em outros grupos semelhantes para que seja constatado ou não o amadurecimento da geração Y.

Trabalhando nessa investigação

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compreendi muito sobre a geração Y, principalmente no que diz respeito à tecnologia e seu impacto sobre ela.

É fácil julgar ou subestimar uma geração, ou até mesmo superestimá-la, no entanto, para futuras referências aprendi que é sempre importante para reunir todas as investigações necessárias e não basear meu trabalho em meus próprios pressupostos, pois pertenço à geração, e é preciso observar fidedignamente, da janela, o quintal da minha própria casa. AGRADECIMENTOS

Registro meus agradecimentos a todos os

que compartilharam o trilhar de mais esse caminho percorrido, contribuindo, direta e indiretamente, para que eu realizasse esta pesquisa, auxiliando-me e dando-me forças nos momentos em que mais precisei.

Minha gratidão, em primeiro lugar, a Deus, por estar comigo em todos os momentos e iluminando-me, sendo meu refúgio e fortaleza nos momentos mais difíceis. A Ele, minha eterna gratidão.

Agradeço, especialmente, à minha família, pelo apoio para que eu concretizasse essa pesquisa: minha mãe e meu pai, meu marido e meu filho, que foram incansáveis e passaram várias noites sem a minha companhia; e, em especial, a geração Y que se permitiu deixar ser investigada.

Ao professor Romoaldo, que cuidadosamente me orientou e que possibilitou-me aprendizagens únicas, por meio do grande incentivo que me foram concedidos durante essa jornada.

Aos colegas e professores, por tudo o que com eles aprendi e por ajudar-me na edificação de minha estrutura profissional.

A instituição mãe, que me proporcionou a formação e a todos os que fazem parte desta comunidade.

A todos, muito obrigada.

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REFERÊNCIAS:

1- BORGES, C; AFONSO: L. Social Target: tirar partido das redes sociais e potenciar o seu negócio.

Top Books, 2013.

2- ALVAREZ, L. O jeito nova geração. Revista Educação, Outubro/2013. Disponível em: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/198/o-jeito-nova-geracao-298693-1.asp, acesso em: 28 de abril de 2015.

3- BOONE, L. E.; KURTZ, D. L. Marketing Contemporâneo. 12 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009. Disponível em: http://propmark.uol.com.br/mercado/33983:pesquisa-detalha-habitos-dageracao-y. Acesso em: 21 de abril de 2015.

4- CAMPOS, M P de; SILVA, L P da. Redes Sociais: benefícios e malefícios. Disponível em: http://upplay.com.br/restrito/nepso2012/uploads/Culturas_da_Infancia_e_da_Juventude/Artigo/11_43_42_Artigo_-_Redes_Sociais_-_Beneficios_e_Maleficios.pdf, acesso em: 23 de abril de 2015.

5- EMERKETER. Consolidation of Online Ad Market Continues as Google Grabs More Share. 2011.

Disponível em:

http://www.emarketer.com/Article.aspx?R=1008452&dsNav=Ntk:basic|google+ad+revenue|1.

Acesso em: 20 de maio de 2015.

6- GIARDELLI, G. Inovações digitais: não use velhos mapas para encontrar novas terras. BENINI, R. Branding

online e engajamento do consumidor. Gaia Criative. (fund. 2009) / São Paulo, 2011. Disponível em: www.gaiacreative.com.br. Acesso em: 27 de março de 2015.

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1- FELDMMAN H. O comportamento de consumo do adolescente e a teoria do consumidor. Dissertação de Mestrado da UFRG. Porto Alegre. 2008.

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3- MUSACCHIO. C. Millennials – A geração que está mudando o Mundo. 2012. Disponível em: http://www.baguete.com.br/colunistas/colunas/824/claudio-de-musacchio/24/06/2012/millennials-a-geracao-que-esta-mudando-o-mund, acesso em: 20 de maio de 2015.

4- OLIVEIRA, S. O desafio de construir o futuro dos Jovens. Disponível em: http://www.sidneioliveira.com.br/samba/Artigos/o-desafio-de-construir-o-futuro-dos-jovens.html, acesso em 23 de abril de 2015.

5- OLIVEIRA, S. GERAÇÃO Y –

6- Ser potencialmente ou ser talento? Faça por merecer. S. Paulo, Integrare Editora. 2011.

7- OLIVEIRA, S. Jovens para sempre - como entender o conflito de gerações.S. Paulo, Integrare Editora. 2012.

8- PALFREY, J; GASSER U. Born Digital: Compreender a primeira geração de nativos digitais. Basic

Books, 2008. Disponível em: http://ijoc.org/index.php/ijoc/article/viewFile/950/474, acesso em: 20

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9- PERRENOUD, P. 10 Novas Competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.

10- WHO 2011; KOIVUSILTA et al .Adolescent physical activity predicts high education and socio-economic position in adulthood. 2007. Disponível em: http://eurpub.oxfordjournals.org/content/22/2/203.long, acesso em: 20 de maio de 2015.