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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL ADEMILSON SABINO EDERSON TEIXEIRA GUILHERME GIACOMETI AVALIAÇÃO DO RUÍDO A QUE ESTÃO EXPOSTOS OS TRABALHADORES EM UMA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA NA CIDADE DE CUIABÁ - MATO GROSSO CUIABÁ - MT 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIADEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

ADEMILSON SABINO

EDERSON TEIXEIRA

GUILHERME GIACOMETI

AVALIAÇÃO DO RUÍDO A QUE ESTÃO EXPOSTOS OS TRABALHADORES EMUMA ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DE ÁGUA NA CIDADE DE CUIABÁ - MATO

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ABSTRACT

Exposure to continuous intensity of noise or high intensity peaks can cause several problems to

workers' health in water pumping stations - due to production noise by booster pumps waterand lack of adequate protection for workers - for example, problems in the body (hard of

hearing), disturbance in sleep, psychological and social problems, changes in the circulatory

system and noise-induced hearing loss - NIHL. This work aimed at identifying the produced

noise and its intensity found in the pumping station water raw water catchment stream of Lipa,

located in Cuiabá - Mato Grosso, based on literature review and experience gained by other

water companies and sewage has been possible to obtain measurements from handsets methods

such as a dosimeter-300 g, this apparatus was used to obtain the noise level, by daily

measurements 08 hours and also analyzing the reality of space uptake and occupational their

 physical characteristics, beyond the experience of each operator in relation to living with that

 physical agent. With possession of this data are offered solutions for suitability of occupational

space in order to preserve the health of the operator of these stations and consequently the

improvement in the service offered to the population.

Keywords: Noise, Noise Induced Hearing Loss, pumping stations of water.

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SUMÁRIO 

1  INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 5 

2  ÁREA DE ESTUDO ......................................................................................................... 7 3  OBJETIVO ..................................................................................................................... 10 

3.1 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 10

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................ 10

4  JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 11 

5  METODOLOGIA ........................................................................................................... 12 

6  REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................... 13 

6.1 SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .......................................................... 13

6.1.1  OPERADORES DO SANEAMENTO EM ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUA .................. 14 

6.2 RUÍDO ......................................................................................................................... 14

6.2.1   RUÍDOS LESIVOS ............................................................................................... 17  

6.2.2  CONSEQUÊNCIA DA EXPOSIÇÃO PROLONGADA AO RUIDO .................... 17  

6.2.3   EFEITOS NO ORGANISMO ................................................................................ 19 

6.2.4   EFEITOS DOS RUÍDOS NO SONO .................................................................... 20 

7  RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................. 22 

8  CONCLUSÕES ............................................................................................................... 25 

9  BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 26 

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1  INTRODUÇÃO

Em função das diversas atividades produtivas realizadas pelo homem e o aumento naquantidade de máquinas utilizados no desempenho de funções na indústria e serviços veem-se

como consequência a elevada produção de ruídos e a problemática que essa causa na saúde e

 bem estar dos operadores e operários. (MELLO, 2012).

O ruído ocupacional a que os trabalhadores são expostos tem como consequência,

entre outras, a perda da audição (Perda auditiva Induzida por Ruído - PAIR), esse é um

 problema cada vez mais frequente, principalmente em regiões onde a saúde do trabalhador não

é avaliada de maneira criteriosa. Mesmo com o avanço dos sistemas de avaliação da saúde do

trabalhador esse problema tem sido identificado em diversas áreas do sistema produtivo

(MAIA, 2012).

Vários trabalhos são realizados na identificação de padrões de ruídos gerados pelas

indústrias ou fabricas associado ao impacto que causa na saúde do trabalhador e medidas

 preventivas bem como programas de controle para garantir o bem estar de quem está em um

ambiente como o citado. Os programas de redução de ruídos e conservação da qualidade doambiente fracassam muitas vezes pela falta de consciência dos colaboradores na utilização do

EPI (Equipamento de Proteção Individual), associada à ineficiência da empresa em adquirir

maquinas que emitem uma menor quantidade de ruídos e ausência de ambientes com proteção

acústica (FUNDACENTRO, 2012).

Para o trabalhador o nível de ruído e o tempo de exposição podem provocar danos

gravíssimos a sua saúde, em especial a sua audição. Uma perda auditiva induzida por ruído

obviamente causa graves problemas na comunicação auditivo-oral, além de outros. Para umaaudição normal o aparelho auditivo composto por (orelha externa, media e interna) deve

apresentar condições normais. A exposição a ruídos excessivos pode provocar sequelas a esse

aparelho auditivo (BARROS, 1998).

Em estações elevatórias de água o ruído é o principal problema encontrado devido a

sua continuidade (alcançando tempo de bombeamento de até 24 horas por dia) e seu elevado

nível de ruído emitido, esse é causado pela presença de máquinas (Bombas elevatórias) que são

utilizadas para a inserção de energia mecânica no bombeamento de água, sendo que este

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trabalho foi realizado para identificar o nível de ruído emitido, bem como impactos causados

 pela poluição sonora e possíveis soluções para esta problemática (FÜHR, 2012).

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2  ÁREA DE ESTUDO

A captação do Lipa, localizada na Avenida Antártica fornece água bruta a três estaçõesde tratamento de água: ETA RIBEIRÃO DO LIPA (localizada na mesma área da captação),

ETA CENTRAL e ETA SÃO SEBASTIÃO E PRESIDENTE MARQUES. Apresenta 5

conjuntos motobomba, onde 4 operam 24 horas por dia e 1 de reserva. Tais CMB alimentam 3

linhas de abastecimento, 2 de 600 mm e 1 de 550 mm com uma vazão total média de 4855 m³/h

e pressões médias superiores a 90 mca. Os motores que alimentam esses CMB são todos de 600

cv de potência funcionando em uma rotação de aproximadamente 1760 rpm. A Localização da

captação é apresentada a seguir:

Foto 1 –  Vista da área da captação do Lipa –  Cuiabá/MT

Fonte: Google Earth, 2015.

CAPTAÇÃO

ETA

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Foto 2 –  Vista Frontal da Captação e Sala do Operador.

Fonte: Acervo Pessoal.

Foto 3 –  Conjuntos motobomba da captação.

Fonte: Acervo Pessoal.

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Foto 4 –  Motor 600 cv captação. Foto 5 –  Pressão de recalque.

Fonte: Acervo Pessoal. Fonte: Acervo Pessoal.

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3  OBJETIVO

3.1 

Objetivo geral

Identificação do nível de ruído encontrado na casa de bombas de uma estação de

 bombeamento de água bruta, associando este ruído ao impacto que poderá causar à saúde do

trabalhador, bem como possíveis ações a serem tomadas para evitar estes impactos

ocupacionais.

3.2 

Objetivos específicos

•  Identificar e medir os níveis de ruídos encontrados no sistema próximo ao

conjunto motobomba e dentro da acomodação do operador na casa de bombas da

estação de bombeamento;

•  Identificar os principais impactos causados pelo nível de ruído encontrado, com

 base em pesquisas encontradas na literatura;

•  Apresentar o tempo de exposição máximo para cada nível de ruído associando

ao encontrado no estudo deste trabalho;

•  Propor medidas de adequações do ambiente para redução do impacto causado

 pelos ruídos encontrados.

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4  JUSTIFICATIVA

Visto que os problemas ocasionados pela excessiva quantidade de ruídos em ambientesde trabalho tem sido cada vez mais frequentes em sistemas de operação de abastecimento de

água, o presente trabalho busca avaliar as condições a que os trabalhadores estão submetidos

no ambiente de trabalho, referente ao ruído produzido pelas máquinas, além disso, durante a

revisão bibliografia constatou-se a grande quantidade de problemas ocupacionais referente à

exposição a ruídos excessivos na indústria ou na operação de sistemas. Muitas empresas não

apresentam preocupação a respeito deste tema, levando assim a degradação da saúde de seus

colaboradores. Em um sistema de distribuição de água, a captação é de suma importância vistaa necessidade da operação ser continua, principalmente para uma cidade de grande porte. Assim

sendo, a identificação do ruído existente na estação pode prevenir riscos associados a sua

exposição, associado à preocupação de preservar a saúde do operador, garantindo um ambiente

saudável e consequente qualidade na realização do serviço a qual o trabalhador é designado.

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5  METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido em duas etapas distintas:

Primeiramente o trabalho em questão foi desenvolvido através de revisão bibliográfica

a respeito da temática, obtidos em livros, trabalhos científicos, normas e meios eletrônicos.

Assim observando os limites propostos para trabalho com ruídos e impactos por ele causados,

além de formas de remediar e controlar tal impacto físico.

 Na segunda etapa, fora coletado dados na captação de água bruta com auxílio do

aparelho denominado dosímetro (Q-300) durante um intervalo de 8 horas de operação em

associação a uma entrevista por meio de questionário com os funcionários responsáveis pela

operação, a fim de se obter informações do dia a dia de trabalho e possíveis problemas sofridos

 por eles.

Os dados obtidos foram compilados de acordo com a jornada dos mesmos (12x36

horas). Foram analisados dados de coleta de 7 dias seguidos cujo os dados justificam a

 proposição de medidas de controle visando assegurar a saúde do trabalhador das estações

elevatórias de água.

Foto 6 –  Dosímetro (Q-300) para medição dos ruídos.

Fonte: Acervo Pessoal.

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6  REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

6.1 

SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Um sistema de abastecimento de água tem por objetivo fornecer a população água emvazão, pressão e qualidade, para alcançar este objetivo a água passa por diversos processocomo:

  Manancial: fonte de onde se retira a água.

  Captação: conjunto de equipamentos e instalações utilizado para a tomada de água domanancial.

 

Adução: transporte da água do manancial ou da água tratada.  Tratamento: melhoria das características qualitativas da água, dos pontos de vista

físico, químico, bacteriológico e organoléptico, a fim de que se torne própria para oconsumo. É feito na chamada ETA –  Estação de Tratamento de Água.

  Reserva: armazenamento da água para atender a diversos propósitos, como a variaçãode consumo e a manutenção da pressão mínima na rede de distribuição.

  Rede de distribuição: condução da água para os edifícios e pontos de consumo, pormeio de tubulações instaladas nas vias públicas.

  Estações elevatórias ou de recalque: instalações de bombeamento destinadas a

transportar a água a pontos mais distantes ou mais elevada, ou para aumentar a vazãode linhas adutoras.

Em sistemas de abastecimento de água geralmente há várias estações elevatórias, tanto para recalque de água bruta como para o recalque de água tratada. Também é comumencontrar a estação elevatória tipo booster, que se destina a aumentar a pressão em redes dedistribuição.

A estação elevatória de água bruta (EEAB) é responsável pela captação da água brutados rios ou barragens e bombeamento através de motores e bombas para a Estação de

Tratamento de Água (ETA), onde a água passará por processos para se tornar potável.

Ormsbee et al comentam que existem regras operacionais para uma estação elevatóriade água bruta, que consistem em um conjunto de normas ou diretrizes que indicam quandouma bomba ou conjuntos de bombas deve ser ligado ou desligado para um determinadotempo.

Para a estação elevatória os componentes estão divididos em:

  Equipamento eletro-mecânico, Bomba, Motor;

 

Tubulações, Sucção, Barrilete, Recalque;  Construção civil, Poço de Sucção, Casa de bombas.

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6.1.1  OPERADORES DO SANEAMENTO EM ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE

ÁGUA

A atividade realizada pelos operadores de saneamento nas estações elevatórias de água

 bruta consiste principalmente no monitoramento dos conjuntos de bomba motor, mas este

também é responsável pelo registro diário de cota da barragem, verificação do pluviômetro,

 preenchimento diário de um relatório com informações sobre a vazão da água e o horário de

início e término de operação de cada bomba, serviços de limpeza e manutenção da unidade,

abertura e fechamento de comportas e acionamento e desativação de motores submersos.

 Nos intervalos entre uma atividade e outra, os operadores devem permanecer em salas

destinadas a sua permanência. O problema reside no fato de que algumas estações elevatórias

de água não possuem esta sala, obrigando os trabalhadores a permanecer no interior da casa de

 bombas para se proteger do sol e da chuva, expondo-os a ruídos contínuos, que em alguns casos

extrapolam os limites definidos pela norma. Além disso, há também estações onde a sala do

operador existe, mas está diretamente ligada a casa de bombas sem que haja um isolamento

acústico adequado.

6.2  RUÍDO

Para definirmos ruído, serve como explicação o que muitos especialistas descrevem,

sendo grande parte dos sons são complexos, com diferentes ondas superpostas como a fala, a

música e os ruídos. Não existe diferença, em termos físicos, entre som e ruído.

RUSSO (1993) considera o termo ruído, para descrever um sinal acústico aperiódico,

originado da superposição de vários movimentos de vibração com diferentes frequências, as

quais não apresentam relação entre si.

LACERDA (1976) aponta que no ruído podem-se distinguir dois fatores principais. O

 primeiro diz respeito à frequência, que consiste no número de vibrações por segundo emitidas

 pela fonte sonora, medida em Hz, atribuindo aos ruídos a seguinte classificação: de baixa

frequência (graves) entre 20 a 300 Hz; frequências médias de 30 a 6.000 Hz; altas frequências

(agudas) os de 6.000 a 20.000 Hz. Os sons abaixo de 20 Hz são denominados de infrassons e

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acima de 20.000 Hz, de ultrassons. Os sons de alta frequência são mais nocivos à orelha humana

e os ruídos de baixa frequência, mesmo sendo suportáveis pela orelha, produzem efeitos

orgânicos mais acentuados. O segundo fator ligado ao ruído é a intensidade, medida em decibel

(dB), considerando que os ruídos inferiores a 40 dB são apenas desagradáveis, enquanto os

ruídos entre 40 - 90 dB são capazes de favorecer distúrbios nervosos, e, os superiores a 90 dB

agem de forma traumatizante na orelha.

De acordo com a Norma - ISO 2204/1973 (INTERNATIONAL STANDARD

ORGANIZATION), os ruídos podem ser classificados segundo a variação de seu nível de

intensidade com o tempo, como: contínuo, cujas variações de nível são desprezíveis

(aproximadamente 3 dB), apresentando maior duração durante o período de observação;

intermitente , que apresenta uma variação contínua de um valor aplicável (aproximadamente 3

dB) no período de observação e de impacto ou impulso, seus picos de energia acústica de

duração são inferiores a um segundo. FEIDMAN & GRIMES (1985), citados por RUSSO

(1993), caracterizam-no como um fenômeno acústico associado a explosões e é considerado

um dos ruídos mais nocivos à audição, com intensidades que variam de 100 dB - ruído de

impacto - e acima de 140 dB - ruído impulsivo. A exposição contínua a ruídos acima de 85 dBA

 pode provocar perdas auditivas permanentes e, com aumento de apenas 5 dB, representa uma

redução do tempo de exposição ao ruído pela metade.

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De acordo com FERNADES (2002), os ruídos podem ser:

• Contínuos: são aqueles cuja variação de nível de intensidade sonora é muito pequena

em função do tempo. São ruídos característicos de bombas de líquidos, motores elétricos,engrenagens, etc. Exemplos: chuva, geladeiras, compressores, ventiladores.

Figura 2. Gráfico ruído continuo

• Impulsivos ou de impacto: apresentam altos níveis de intensidade sonora, num

intervalo de tempo muito pequeno. São os ruídos provenientes de explosões e impactos. São

ruídos característicos de rebitadeiras, impressoras automáticas, britadeiras, prensas.

Figura 3. Gráfico ruído de impacto

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 pela exposição ao ruído excessivo (80 a 120 dB(A)). Em geral é bilateral, cumulativa e

manifesta-se depois de alguns anos de exposição.

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6.2.3  EFEITOS NO ORGANISMO

As doenças e mortes decorrentes das alterações do meio podem ser identificadas por

qualquer pessoa. A poluição sonora, mesmo em níveis exagerados, produz efeitos moderados eimediatos. Seus efeitos atuam no corpo lentamente e somente com o tempo percebem-se

alterações como a surdez que vem, às vezes, acompanhada de assustadores desequilíbrios

 psíquicos e de doenças degenerativas. 

PIMENTEL-SOUZA (1992) comenta que muitas pessoas perdidas no redemoinho das

grandes cidades não conseguem identificar o ruído como um dos principais agentes agressores

e, cada vez mais, vão ficando desorientadas por não saberem localizar a causa de tal mal.

DOWGHERTY & WELSH, citados por LACERDA (1976), nos EUA, estimavam que

“a contaminação da atmosfera urbana” pelo ruído se converteu em ameaça à saúde pública.

LACERDA (1976) acrescenta que graves prejuízos poderiam advir para a audição e a saúde em

geral de milhares de pessoas, em consequência da poluição acústica, causada pelos ruídos

excessivos dos grandes centros urbanos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ruído até 50 dB (A) pode

 perturbar, mas é adaptável. A partir de 55 decibéis acústicos a poluição sonora provoca estresse,

causando dependência e gerando durável desconforto. Efetivamente, o estresse degrativo inicia-

se em torno de 65 dB (A) com o desequilíbrio bioquímico, elevando o risco de enfarte, derrame

cerebral, infecções, osteoporose e outros.

Em torno de 80 dB (A) o organismo já libera morfinas biológicas no corpo,

 provocando prazer e completando o quadro de dependência. Por volta de 100 dB (A) pode

ocorrer perda imediata da audição.

PIMENTEL-SOUZA (1992) afirma que a ativação permanente do Sistema Nervoso

Simpático do morador da metrópole pode condicionar negativamente a sua atuação com as

agressões. Muitas pessoas procuram se livrar dessa reação, por tornar-se desagradável (por

exemplo, de uma palpitação), usando drogas (tranquilizantes ou cigarro), para bloqueá-la. O

corpo se vê diante de um conflito, sendo atacado sem saber o motivo e como se defender. É um

conflito gerador de ansiedade, pois o nível de ruído do ambiente urbano encontra-se quase

sempre acima dos limites do equilíbrio, conduzindo para o caminho de estresse crônico.

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O ruído estressante libera substâncias excitantes no cérebro, tornando os indivíduos

sem motivação própria, incapazes de suportar o silêncio. Também libera substâncias

anestesiantes, tipo ópio e heroína, provocando prazer, conduzindo ao uso de fortes drogas

 psicotrópicas.

A dependência do ruído gera depressão nas pessoas na presença de ambientes

silenciosos, promovendo agitação e incapacidade para meditação e reflexões.

6.2.4  EFEITOS DOS RUÍDOS NO SONO

PIMENTEL-SOUZA (1992) refere que a percepção de SCHOPENHAVER previu há

mais de um século as provas científicas de hoje ao afirmar que “o barulho é a tortura do homemde pensamento”. A ciência tem desvendado nobres funções do sono, como: as psicológicas, as

intelectuais, as da memória, as do humor e as da aprendizagem. O sono parece ser o período

mais propício para consolidar os traços teóricos e geradores de criatividade. Segue ainda

observando que o ruído é um dos sincronizadores ou perturbadores mais importantes do ritmo

do sono. Distúrbios do ritmo do sono produzem sérios efeitos à saúde mental.

CIPOLLA - NETO (1989) e FISCHER et al. (1989), citados por PIMENTEL-SOUZA

(1992), verificaram em seus estudos que os operários de turnos noturnos geralmente possuem

um sono de má qualidade no período diurno, muitas vezes incontroláveis e responsáveis pelo

maior número de acidentes entre 3 a 5 horas da manhã.

CZEILER et al. (1981) consideram que o atraso contínuo do sono pelos horários de

trabalho e variações do ritmo das atividades sociais, facilitados pelo uso de luz elétrica e

atrações noturnas, podem levar à constante insônia.

Segundo as Associações Internacionais de Distúrbios do Sono (ASDA, 1990), cercade 5% das insônias são causadas por fatores externos ao organismo, principalmente pelo ruído,

10% são devidas a má higiene do sono, ou seja, comportamento inadequado para o sono,

sobretudo nas duas horas que o precedem, e 15% são resultantes de internalizações no cérebro

dos fatores perturbadores externos por meio de mecanismos de condicionamento apreendidos

de forma involuntária.

 Num mundo moderno predominantemente visual, em que as informações variam em

90% do universo atual, atribui-se ao ruído uma importante contribuição indireta através do

estresse diurno e noturno. Além de gerar má higiene do sono, produz efeitos traiçoeiros que

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 passam despercebidos pelos indivíduos por não terem efeitos imediatos e não deixarem pistas

visíveis; tornando o sono mais leve, causando danos fisiológicos, psicológicos e intelectuais.

O Centro de Estudos de Perturbações e de Energia (CERNE, 1979), na França,reconheceu que o ruído de baixos níveis permite adaptação. Mas, após vários anos, os déficits

no sono sob níveis de até 55 dB (A) internos são acumulativos, modificando a estrutura do sono

como se fossem de pessoas envelhecidas precocemente. Pessoas de 35 anos estudadas estavam

dormindo como se fossem de 55 - 60 anos, não expostas ao barulho. Conclui que dormir e

desempenhar mal não são necessariamente causados pela idade.

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7  RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com base na metodologia proposta, resultados foram obtidos e despostos a seguir, primeiramente investigação da rotina de trabalho do operador mediante a o questionário. Com

isso foram encontradas tais respostas:

Tabela 1 –  Questionário realizado com os operadores da estação elevatória.

Local   Captação Captação Captação Captação

Operador   1 2 3 4

Idade   59 32 54 56

Tempo de função   5 3 6 4

Quantas horas de turno ?   12/36 12/36 12/36 12/36

Se encomada com o barulho?   sim sim sim sim

Acha o seu serviço estressante?   não sim não não

Usa equipamentos (EPI) ?   sim sim sim sim

Quais?   plug e abafador plug e abafador plug e abafador plug e abafador

Possui algum problema auditivo?   não não não não

Problemas para dormir?   não raramente raramente não

Escuta algum ruido permanente

fora do horario de serviço?  não não não não

Dor de cabeça, enchaqueca?   sim sim não sim

Já teve que passar por médico?   checkup empresa checkup empresa checkup empresa checkup empresa

Quantas vezes?   1/2x 1/2x 1/2x 1/2x

Questionário

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Analisando os dados coletados, pode-se obter algumas informações além de propor

soluções para a situação encontrada, assim melhorando as condições de trabalho.

Porém, antes da abordagem de tais informações, serão feitas algumas observações dosdados obtidos.

1. Mesmo com o uso de EPI regularmente, o ruído incomoda;

2. Não há isolamento acústico na sala;

3. Em levantamento por perito especializado;

a. Dentro da sala 85 db;

 b. Área dos CMBs 100 db.

4. Um conjunto estava desligado.

A partir dos dados obtidos pode-se inferir que a situação do trabalhador na estação

elevatória de água não é a ideal. Mesmo com a utilização do EPI (obrigatório) o ruído incomoda.

Com base nos dados obtidos durante 08 horas por dia, pode constar que na sala do operador o ruído

mesmo com intensidade alta (79 dB) não está acima do máximo permitido conforme literatura (85dB durante 08 horas de trabalho), porém como o turno de trabalho é de 12 horas/dia a intensidade

de ruído supera a máxima permitida.

Durante as vistorias realizadas nos conjuntos motobomba os operadores são sujeitos a

intensidade de 90 dB que é um nível intenso e prejudicial à saúde do trabalhador devido como

citado na revisão a variação do ruído com picos é a principal causa de problemas de audição.

Portanto, a partir destas informações e constatação da problemática são necessárias

adequações no espaço ocupacional da sala de bomba, uma melhoria com proteção acústica na sala

do operador, onde ele passa maior parte do tempo, é tido como a principal solução para o problema

de ruído e preservação da saúde do funcionário e fiscalização por parte da equipe de segurança de

trabalho da empresa na confirmação da utilização dos EPI´s por parte dos funcionários, além de

um projeto de isolamento dos conjuntos motobomba em relação a sala do operador, com isso

amortecendo o impacto do ruído para o ambiente ocupacional.

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8  CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos pode-se notar que o agente físico ruído está mais que presente no ambiente ocupacional da casa de bombas na captação do Lipa. Com isso, existe um

risco a saúde do operador que convive neste meio. É visível a falta de atenção da equipe de

segurança do trabalho da empresa responsável pelo fato da não adequação do ambiente de

trabalho, com instalações precárias, e ausência de projeto ou perspectiva de melhora deste

ambiente como, por exemplo, no isolamento do conjunto moto bomba e melhoria acústica da

sala do operador. Além de não ocorrer a troca constante dos protetores ou abafadores

auriculares dos operadores.

Portanto, este trabalho apresenta a problemática do ruído que persiste e acontece em

diversas estações elevatórias e sistemas de captação de água do país, com ações permanentes

de avaliação da condição de trabalho dos operadores, é possível avaliar alternativas para

eliminação ou minimização dos riscos envolvendo esse tipo de trabalho, e propor medidas

 permanentes para a manutenção de um ambiente de trabalho salubre.

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