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ANÁLISE DOS NÍVEIS DE RUÍDO INCIDENTES EM TRABALHADORES PRÓXIMOS A AERONAVES Danilo Antunes Sampaio (UTFPR ) [email protected] Rodrigo Eduardo Catai (UTFPR ) [email protected] LUNA OLLIN STEFFEN DE OLIVEIRA (UTFPR ) [email protected] O transporte aéreo no Brasil passa por mudanças, tanto pela utilização de novos usuários como também no aumento do transporte de cargas, isto acarreta na ampliação e modernização dos terminais de passageiros e de cargas aéreas. Novos modeloos de gestão e de implementação nos aeroportos estão sendo praticados pelo Governo Federal que detém os principais aeródromos do país. Com este crescimento, aumentam os postos de trabalho e é necessário aumentar a quantidade de mão-de-obra empregada nos aeroportos, expondo cada vez mais os trabalhadores aos riscos ocupacionais desse ambiente. Desta foram este artigo tem como objetivo avaliar a dose diária de ruído dos postos de trabalho do serviço de rampa, que atendem a aeronave em solo dentro do pátio de um aeroporto e comparar com a legislação. Para tanto foram feitas medições em quatro postos de trabalho, com um dosímetro de ruído para caracterizar o nível de ruído existente. Os resultados mostraram que em 50% dos postos de trabalho analisados o nível de ruído está acima do limite de tolerância do Anexo 1 da NR 15 e 100% dos postos de trabalho estão acima do limite de tolerância impostos pela NHO-01, contudo se observou em todos os postos de trabalho o uso de protetores auriculares. Conclui-se, portanto, que níveis de ruído observados sobrepõe os limites da legislação na maioria dos casos e o protetor auricular fornecido pelo empregador com nível de atenuação de 18dB não é suficiente para o tempo de exposição a que os trabalhadores estão expostos. Palavras-chave: Aeroportos; Ruído; EPI, Segurança do Trabalho. XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil João Pessoa/PB, Brasil, de 03 a 06 de outubro de 2016.

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ANÁLISE DOS NÍVEIS DE RUÍDO

INCIDENTES EM TRABALHADORES

PRÓXIMOS A AERONAVES

Danilo Antunes Sampaio (UTFPR )

[email protected]

Rodrigo Eduardo Catai (UTFPR )

[email protected]

LUNA OLLIN STEFFEN DE OLIVEIRA (UTFPR )

[email protected]

O transporte aéreo no Brasil passa por mudanças, tanto pela

utilização de novos usuários como também no aumento do transporte

de cargas, isto acarreta na ampliação e modernização dos terminais de

passageiros e de cargas aéreas. Novos modeloos de gestão e de

implementação nos aeroportos estão sendo praticados pelo Governo

Federal que detém os principais aeródromos do país. Com este

crescimento, aumentam os postos de trabalho e é necessário aumentar

a quantidade de mão-de-obra empregada nos aeroportos, expondo

cada vez mais os trabalhadores aos riscos ocupacionais desse

ambiente. Desta foram este artigo tem como objetivo avaliar a dose

diária de ruído dos postos de trabalho do serviço de rampa, que

atendem a aeronave em solo dentro do pátio de um aeroporto e

comparar com a legislação. Para tanto foram feitas medições em

quatro postos de trabalho, com um dosímetro de ruído para

caracterizar o nível de ruído existente. Os resultados mostraram que

em 50% dos postos de trabalho analisados o nível de ruído está acima

do limite de tolerância do Anexo 1 da NR 15 e 100% dos postos de

trabalho estão acima do limite de tolerância impostos pela NHO-01,

contudo se observou em todos os postos de trabalho o uso de

protetores auriculares. Conclui-se, portanto, que níveis de ruído

observados sobrepõe os limites da legislação na maioria dos casos e o

protetor auricular fornecido pelo empregador com nível de atenuação

de 18dB não é suficiente para o tempo de exposição a que os

trabalhadores estão expostos.

Palavras-chave: Aeroportos; Ruído; EPI, Segurança do Trabalho.

XXXVI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCÃO Contribuições da Engenharia de Produção para Melhores Práticas de Gestão e Modernização do Brasil

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1. Introdução

Um dos sistemas de transporte mais dinâmicos e de rápidas transformações é o modal aéreo.

Este sistema contribui diretamente para o giro econômico da riqueza mundial e com seu

crescimento, os benefícios para a humanidade foram muitos, a mobilidade cresceu de forma

inimaginável e as relações comerciais se reinventaram, o mundo passou a ser mais integrado

(globalizado) e a aviação é um dos principais responsáveis.

O Brasil é o quinto maior país do mundo em área e o transporte aéreo vem evoluindo com a

economia desde 1927. No país, após o êxito do plano de estabilização econômica de 1994, o

transporte aéreo experimentou um notável crescimento em seus diversos segmentos e este

crescimento é claramente percebido no turismo brasileiro. O turismo vem se firmando como

uma das grandes vocações do país para geração de emprego e renda, principalmente após ser

escolhido para sediar importantes eventos esportivos em escala global, como por exemplo, os

jogos de futebol da FIFA de 2014 e os jogos olímpicos de 2016, o que impulsionou

significativamente o setor de transporte aéreo brasileiro, expandindo os aeroportos em muitos

estados e melhorando a infraestrutura rodoviária (DOS SANTOS, 2015).

A atividade do setor aeroviário por ter sua tecnologia muito desenvolvida, requer mão de-obra

especializada e qualificada, como os pilotos, engenheiros, pessoal de manutenção, etc. Com o

crescimento da demanda de postos de trabalho no setor aeroportuário, a preocupação em

garantir a saúde e segurança dos trabalhadores dos aeroportos, que estão expostos aos riscos

desse ambiente, aumenta. Os principais riscos ocupacionais encontrados nos aeroportos são: o

ruído intenso das aeronaves, a exposição a hidrocarbonetos de combustíveis e os riscos de

abalroamento com os equipamentos de rampa: como tratores, caminhões de abastecimento,

esteiras de carga, pranchas de bagagem e equipamentos de push back (SUGUI, 2013).

Este trabalho analisa o agente físico ruído, que incide nos trabalhadores que ficam próximos

às aeronaves na área de movimento e de operação para pouso e decolagem e, tem como

objetivo, quantificar a dose diária de ruído de quatro postos de trabalho que atendem o serviço

de rampa dentro do pátio de um aeroporto brasileiro bem como compará-los com os limites

impostos pela NR-15 e NHO-01.

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2. Revisão bibliográfica

2.1 Modal aéreo no Brasil

No Brasil existem 710 aeroportos aptos a receber voos regulares, dentre eles, somente 17 são

aeroportos internacionais e apenas 109 recebem voos regulares. Destes, 63 são administrados

pela Infraero e recebem mais de 90% dos passageiros transportados no país (PORTAL

BRASIL, 2014a).

Segundo Sugui (2013) os aeroportos são aeródromos públicos ou privados dotados de

instalações e de facilidades para apoio as operações das aeronaves no embarque e

desembarque de pessoas e cargas. O Brasil tem 2.463 aeródromos registrados pela Agência

Nacional de Aviação Civil distribuídos em 1.806 privados e 657 públicos (ANAC, 2016).

2.2 Saúde dos Trabalhadores

Com evolução das operações industriais e das técnicas de trabalho, os conhecimentos

progridem significativamente e a legislação torna-se mais rigorosa. Isto propicia uma redução

relativa da incidência dos acidentes de trabalho e dos casos de doenças ocupacionais, contudo

as ocorrências de acidentes dificilmente deixam de existir e ao longo dos anos causam

transtornos a saúde dos trabalhadores e às instituições trabalhistas (GANIME et al., 2010).

Ainda segundo os mesmos autores, os custos dos acidentes de trabalho e doenças

ocupacionais são de tal montante que os prejuízos aos trabalhadores também afetam a saúde

financeira das empresas e dos cofres públicos. Sendo assim, as empresas, os governantes, os

próprios trabalhadores e vários segmentos sociais empenham-se cada vez mais em adequar os

meios que reduzam e previnam as ocorrências indesejáveis à segurança e higiene do trabalho,

bem como a eliminação de seus efeitos.

2.3 Ruído

De modo geral, ruído é considerado todo sinal acústico aperiódico, vindo da superposição de

vários movimentos de vibração com diferentes frequências que não apresentam relação entre

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si, de modo subjetivo é considerado toda sensação de desconforto, desagrado e/ou de

intolerância decorrente de uma exposição sonora (TELES et al., 2007).

A definição de ruído pode variar com relação a diferentes autores, pois o que pode causar

desconforto para uns, pode ser considerado não incômodo para outros. De acordo com

Grandjean (1998) a definição mais direta de ruído é a de que o mesmo é um som que causa

incômodo. Segundo a OMS – Organização mundial da saúde, o nível de conforto auditivo

para o trabalhador é de 70 decibéis.

2.3.1 Efeitos e alterações

Trabalhadores expostos a níveis elevados de pressão sonora podem ter, ao longo dos anos,

uma perda auditiva neurossensorial irreversível. Inicialmente, podem ocorrer alterações

temporárias do limiar auditivo, isto é, um efeito de curto prazo da redução da sensibilidade

auditiva, que retorna gradualmente ao normal depois de cessada a exposição. A alteração do

limiar auditivo depende do tempo de exposição, do nível sonoro da emissão acústica, da

frequência do som emitido e da sensibilidade individual. Através da exposição continuada

podem ocorrer alterações permanentes do limiar de audição (RIBEIRO; CÂMARA, 2006)

Ficar exposto ao ruído pode provocar efeitos variados nos trabalhadores, tanto de ordem

auditiva quanto de ordem extra-auditiva a depender das características do risco, da exposição

e do indivíduo exposto. São efeitos auditivos reconhecidos: o zumbido, a mudança temporária

do limiar auditivo e a mudança permanente do limiar auditivo e são efeitos extra-auditivos:

distúrbios no cérebro e nos sistemas nervoso, circulatório, digestório, imunológico, muscular,

vestibular, nas funções sexuais e reprodutivas, no psiquismo, no sono, na comunicação e no

desempenho de tarefas físicas e mentais (TELES et al., 2007).

2.3.2 Legislação relacionada

Duas das legislações brasileiras que abrangem especificamente o ruído e seus limites de

tolerância, são a norma regulamentadora NR-15 e a norma de higiene ocupacional NHO-01.

Segundo a NR-15 entende-se por limite de tolerância, a concentração ou intensidade máxima

ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará

danos à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. Esta norma apresenta os limites de

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tolerância para ruído contínuo ou intermitente que um trabalhador poderá ser exposto em um

dia de trabalho, como apresentado na Tabela 1. Pode-se observar que a cada 5 decibéis de

acréscimo de ruído, o valor de exposição cai pela metade (BRASIL, 2015b).

Tabela 1 - Limite de tolerância para ruído contínuo e intermitente segundo a NR 15

Fonte: Adaptado de NR-15 (BRASIL, 2015b)

Já segundo a NHO-01 o limite de tolerância ou limite de exposição, é o parâmetro de

exposição ocupacional que representa condições sob as quais a maioria dos trabalhadores

possa ser exposta, repetidas vezes, sem sofrer efeitos adversos que comprometam sua

capacidade de ouvir e entender uma conversação normal; a tabela 2 apresenta esses limites.

Pode-se observar que a cada 3 decibéis de acréscimo de ruído, o valor de exposição cai pela

metade (BRASIL, 2001).

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Tabela 2 - Limite de tolerância para ruído contínuo e intermitente segundo a NHO-01

Fonte: Adaptado de NHO-01 (BRASIL, 2001)

2.3.3 Atenuação de protetores auriculares

Os protetores auriculares devem ser capazes de reduzir a intensidade do ruído para baixo dos

limites de tolerância. A fim de constatar se o nível de proteção oferecido pelo protetor é bom

e satisfatório, calcula-se a sua atenuação baseada no fator de proteção do equipamento

(SALIBA, 2004).

Segundo Saliba (2004), o método mais simples e mais utilizado a nível nacional atualmente é

o método em que utiliza-se o NRRsf (Noise Reduction Rate Subject Fit), o qual é obtido em

testes de laboratório. As correções já estão embutidas no índice de atenuação obtido, portanto

não é necessária nenhuma correção, basta subtrair o valor do NRRsf fornecido pelo protetor

auricular do nível de pressão sonora a que o trabalhador está exposto.

Os níveis de intensidade de ruído que devem chegar à orelha protegida devem ser da seguinte

forma: valores acima de 85 dB(A) estão acima do limite de tolerância e, portanto, a atenuação

do EPI é insuficiente; valores entre 80 e 85 dB(A) estão abaixo do Limite de Tolerância;

valores entre 75 e 80 dB são considerados os ideais, pois não proporcionam o risco de

superatenuação e previnem a perda da audição; valores entre 70 e 75 dB(A) ainda são

considerados aceitáveis, mas já mostram indícios de atenuação muito alta e valores abaixo de

70 dB(A), chegando dentro de uma orelha protegida, são considerados muito baixos e há uma

clara superproteção (BRASIL, 2015a)

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3 Metodologia

A presente análise foi feita em um aeroporto brasileiro de grande porte no mês de agosto de

2015, e as medições feitas durante o horário comercial.

Para alcançar os objetivos propostos pelo artigo foi utilizado um equipamento de medição

simultânea para a taxa de troca de 5 e 3 dB(A), conforme NR 15 e NHO-01. Este

equipamento para medição do ruído chama-se dosímetro ou audiodosímetro e é capaz de

fornecer a dose de ruído ou o efeito combinado e o nível equivalente de ruído (Leq), além de

disponibilizar histogramas com a variação do ruído durante a medição. Foi utilizado o

dosímetro calibrado da marca CIRRUS modelo RC112V, para fazer as medições operando no

circuito de compensação “A”. Para a captação e armazenamento dos níveis de pressão sonora

foram utilizados cones (microfones) da marca Dose Badges modelo CR119AIS devidamente

calibrados.

Ao todo foram analisados quatro postos de trabalho com atividades desenvolvidas diretamente

no pátio do aeroporto, sendo três funcionários auxiliares de rampa, ficando o primeiro no

pátio, o segundo na esteira de desembarque e o terceiro na esteira de embarque, e um

operador de equipamentos. As funções desempenhadas pelos auxiliares de rampa são fazer a

triagem das bagagens e a carga e descarga das aeronaves, varredura de objetos estranhos no

pátio, colocação e retirada de calços na aeronave e dos cones de segurança em torno da

aeronave, já as funções desempenhadas pelo operador de equipamento são dirigir o trator

rebocador de aeronave (push back), dirigir o trator de carga, operar a esteira móvel e fazer o

planejamento e posicionamento dos equipamentos para atendimento a aeronave; a jornada de

trabalho de ambos postos de trabalho é de 6 horas.

Com os parâmetros da medição inseridos no dosímetro fez-se o reset dele e em seguida a

calibração do cone Dose Badges, modelo CR110AIS pelo próprio dosímetro. Fixou-se o cone

na lapela do uniforme do trabalhador, próximo ao seu ouvido e o cone foi ligado com a

utilização do dosímetro. Após o período de avaliação o cone foi desligado com auxílio do

dosímetro e foi realizada a transferência de dados do cone para o dosímetro. Os dados

registrados pelo dosímetro, alimentaram o software do equipamento e assim, foram obtidos os

valores da medição e gráfico da curva da medida das taxas de 5 e 3 dB(A).

Durante o levantamento todos os trabalhadores analisados utilizavam EPI’s (equipamento de

proteção individual) para atenuação de ruído, essa proteção auditiva era do tipo concha. Para

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se analisar os níveis de proteção dos EPI’s foram considerados os níveis de atenuação

proporcionados (NRRsf) obtidos através da indicação do CA - Certificado de Aprovação

emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Através do cálculo de atenuação, obteve-se o

nível de ruído que chegava de fato até o canal auditivo do trabalhador, sendo possível desta

forma, analisar se o nível de proteção fornecido pelo empregador foi corretamente

dimensionado. Para a verificação dos níveis mais adequados de atenuação, foram utilizadas

como referências, conjuntamente, as disposições legais previstas na NR-15 e na NHO-01.

4 Resultados e discussões

4.1 Equipamento de proteção auditiva

O equipamento de proteção auditiva que os trabalhadores utilizavam durante as avaliações,

possuía CA (Certificado de Aprovação) válido, e proporciona segundo o fabricante uma

atenuação de NRRsf = 18dB.

4.2 Resultados da dosimetria

As denominações usadas para as medições dos quatro postos de trabalho foram de auxiliar de

rampa 1 no pátio, auxiliar de rampa 2 na esteira de desembarque, auxiliar de rampa 3 na

esteira de embarque e operador de equipamentos 2 no pátio.

As figuras 1 e 2 apresentam os resultados da dosimetria para o auxiliar de rampa 1.

Figura 1 – Resultado dosimetria para taxa de 5dB auxiliar de rampa 1

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Fonte: Os autores (2015)

Na dosimetria do auxiliar de rampa 1, como mostrado na figura 1, nota-se que o valor do nível

médio de ruído (Lavg) é de 90,3 dB(A) para a taxa de troca de 5 dB, isso indica que o posto

de trabalho é insalubre segundo os limites normativos. O nível de pico máximo é de 141,3 dB

(L) e excede o valor de 115 dB estipulado na norma. No tempo de medição de 3:21horas,

constata-se 1 pico entre 135 dB e 137 dB e 3 picos acima de 137 dB.

Já a figura 2 mostra o resultado da dosimetria do auxiliar de rampa 1 para a taxa de troca de 3

dB e o valor do nível equivalente de ruído (LAeq) é de 94,2 dB(A) e indica que o posto de

trabalho é local insalubre segundo a NHO-01. O gráfico mostra os picos registrados que

ocorrem no intervalo da medição, são picos com espaçamento de tempo muito curto e

contribuem para elevar o valor da integração da curva pois sobem o nível de pressão sonora a

cada pico que registra.

Figura 2 – Resultado dosimetria para taxa de 3dB auxiliar de rampa 1

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Fonte: Os autores (2015)

As figuras 3 e 4 apresentam os resultados da dosimetria para o auxiliar de rampa 2 na esteira

de desembarque.

Figura 3 – Resultado dosimetria para taxa de 5dB auxiliar de rampa 2

Fonte: Os autores (2015)

Figura 4 – Resultado dosimetria para taxa de 3dB auxiliar de rampa 2

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Fonte: Os autores (2015)

Na dosimetria do auxiliar de rampa 2 na figura 3, observa-se que o valor do Lavg é de 76,0

dB(A) para a taxa de troca de 5 dB(A), isso indica que o posto de trabalho não é insalubre. O

nível de pico máximo é de 129,4 dB e excede o valor de 115 dB imposto pela norma. No

tempo de medição de 4:09horas, não se observa nenhum pico entre 135 dB e 137 dB e

nenhum acima de 137 dB.

Na figura 4 mostra o resultado da dosimetria do auxiliar de rampa 2 para a taxa de troca de 3

dB onde o valor do LAeq é de 84,3 dB(A), isso demonstra que o posto de trabalho não é local

insalubre segundo a NHO-01.

As figuras 5 e 6 apresentam o resultado da dosimetria do auxiliar de rampa 3 na esteira

embarque.

Figura 5 – Resultado dosimetria para taxa de 5dB auxiliar de rampa 3

Fonte: Os autores (2015)

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Figura 6 – Resultado dosimetria para taxa de 3dB auxiliar de rampa 3

Fonte: Os autores (2015)

Na dosimetria do auxiliar de rampa 3 para a taxa de troca de 5 dB mostrado na figura 5, o

valor do Lavg é de 81,7 dB(A), essa análise indica que o posto de trabalho não é insalubre, o

nível de pico máximo é de 128,3 dB (L). Para o tempo de medição de 4:08horas, não se

observa nenhum pico entre 135 dB e 137 dB e nenhum acima de 137 dB.

O resultado da dosimetria do auxiliar de rampa 3 para a taxa de troca de 3 dB representado na

figura 6 mostra o valor do LAeq de 86,7 dB(A) e significa que o posto de trabalho não é local

insalubre segundo a NHO-01. O gráfico mostra os picos registrados que ocorrem no intervalo

da medição, são picos com espaçamento de tempo muito curto e contribuem para elevar o

valor da integração da curva porque sobem o nível de pressão sonora a cada pico que registra.

As figuras 7 e 8 mostram o resultado da dosimetria do operador de equipamentos 2 no pátio.

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Figura 7 – Resultado dosimetria para taxa de 5dB operador de equipamentos 2

Fonte: Os autores (2015)

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Figura 8 – Resultado dosimetria para taxa de 3dB operador de equipamentos

2

Fonte: Os autores (2015)

Na dosimetria do operador de equipamentos 2 para a taxa de troca de 5 dB como apresentado

na figura 7, o valor do Lavg é de 89,0 dB(A) e a análise indica que o posto de trabalho é

insalubre. O nível de pico máximo é de 136,1 dB e para o tempo de medição de 3:42horas,

consta 1 pico entre 135 dB e 137 dB e nenhum pico acima de 137 dB.

Já na figura 8 o resultado da dosimetria do operador de equipamentos 2 para a taxa de troca de

3 dB mostra o valor do LAeq de 92,7 dB(A) e isso indica que o posto de trabalho é local

insalubre. O gráfico mostra os picos registrados que ocorrem no intervalo da medição, são

picos com espaçamento de tempo muito curto e contribuem para elevar o valor da integração

da curva porque sobem o nível de pressão sonora a cada pico que registra.

4.3 Discussão da dosimetria

A partir da análise das figuras das dosimetrias e dos gráficos que se obtém dos postos de

trabalho, calcula-se os valores dos itens desta avaliação baseados nas formulações disponíveis

na norma de higiene ocupacional NHO-01 e nos parâmetros disponíveis nesta mesma norma e

no anexo 1 da norma regulamentadora NR-15.

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Os cálculos mostrados na tabela 3 analisam os níveis de pressão sonora relativos a medição,

tanto para taxa de troca de 5dB da NR-15 (Lavg), quanto para a taxa de troca de 3dB da

NHO-01 (Laeq), o tempo de medição (T) da dosimetria, o máximo de exposição diária

permissível para o nível medido (C) tendo como resultado a dose diária em que o trabalhador

está exposto (Dm) considerando o tempo de medição e, a dose permitida para jornada de

trabalho de 6 horas (Dp), que não poderá exceder o valor 1 (um) que é a dose correspondente

a 100% do permitido.

Exposições inferiores a 85dB(A) não foram consideradas no cálculo da dose para a NR-15, e

inferiores a 80dB(A) não foram consideradas no cálculo da dose para a NHO-01.

Tabela 3 – Cálculo da dose de ruído diária para 6 horas de trabalho

Auxiliar de

rampa 1Salubidade

Auxiliar de

rampa 2Salubidade

Auxiliar de

rampa 3Salubidade

Operador de

equipamento 2Salubidade

Data 18/08/2015 18/08/2015 18/08/2015 19/08/2015

Horário 08:30-12:00 12:00-16:00 12:00-16:00 08:30-12:00

Local Pátio Esteira Esteira Pátio

T (h) 03:21 04:09 04:08 03:42

Lavg (dB) 90,3 89,0

T (min) 201 222

C (min) 210 270

Dm (dB) 0,96 0,82

Dp (360min) 1,71 Insalubre 1,33 Insalubre

Laeq 94,2 84,3 86,7 92,7

T (min) 201 249 248 222

C (min) 47,62 480 302,38 75,59

Dm (dB) 4,22 0,52 0,82 2,94

Dp (360min) 7,56 Insalubre 0,75 Salubre 1,19 Insalubre 4,76 Insalubre

Cálculo não se aplica

pois a exposição é

inferior a 80dB

Salubre

Info

rmaçõ

es

Cálc

ulo

da d

ose

Dp

para

6 h

ora

s

seg

un

do

NR

-15

Cálc

ulo

da d

ose

Dp

para

6 h

ora

s

seg

un

do

NH

O-0

1

Dados

Cálculo não se aplica

pois a exposição é

inferior a 80dB

Salubre

Fonte: Os autores (2016)

Analisando a tabela 3 observa-se que os postos de trabalho do auxiliar de rampa 1 e do

operador de equipamentos 2 que se avalia pela taxa de troca de 5 dB são atividades insalubres,

pois a dose diária ultrapassa o valor 1,00 como estabelece o item 6 do anexo 1 da norma NR

15; a dose diária dos postos de trabalho do auxiliar de rampa 1, do auxiliar de rampa 3 e do

operador de equipamentos 2 que se avalia pela taxa de troca de 3 dB são atividades insalubres,

pois ultrapassam a dose diária de 1,00 como estabelecido no item 5.1.1.1 da norma NHO-01;

e a dose calculada de acordo com a NHO-01 é maior do que aquela que se obtém de acordo

com a NR-15 e varia de 257% a 341%, para os postos de trabalho do auxiliar de rampa 1 e do

operador de equipamentos 2.

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Para os cálculos de atenuação, como mostra a tabela 4, foi calculado o nível representativo de

exposição diária (Nrep), bem como o grau de atenuação necessário do EPI para proporcionar

ao trabalhador uma proteção auditiva de qualidade e dentro dos padrões normativos

analisados. Para a exposição diária de 6 horas, o valor do nível de ruído permitido em função

da exposição foi retirado das tabelas 1 e 2. Com esses dados associados com o nível de

atenuação de 18dB proporcionado pelo protetor auditivo tipo concha, fornecido pelo

empregador, foi possível verificar se o EPI atende ou não as normas. O valor de “A” na tabela

4 representa a subtração do nível de atenuação necessário pelo nível de atenuação do EPI

disponibilizado, caso “A” seja menor que zero, o equipamento atende as necessidades, caso

contrário, não atende.

Tabela 4 – Cálculo do nível de atenuação do EPI

Auxiliar de

rampa 1

Avaliação do

EPI

Auxiliar de

rampa 2

Avaliação

do EPI

Auxiliar de

rampa 3

Avaliação

do EPI

Operador de

equipamento 2

Avaliação do

EPI

Data 18/08/2015 18/08/2015 18/08/2015 19/08/2015

Horário 08:30-12:00 12:00-16:00 12:00-16:00 08:30-12:00

Local Pátio Esteira Esteira Pátio

T (h) 03:21 04:09 04:08 03:42

Nrep dB (A) 91 89,2

N dB (A) 87 87

NRRsf dB (A) 4 2,2

NRRsfprotetor dB (A) 18 18

A dB (A) -14 Atende -15,8 Atende

Nrep dB (A) 91 89,2

N dB (A) 70 70

NRRsf dB (A) 21 19,2

NRRsfprotetor dB (A) 18 18

A dB (A) 3 Não atende 1,2 Não atende

Nrep dB (A) 126,2 116,1 118,1 124,2

N dB (A) 87,0 87,0 87,0 87

NRRsf dB (A) 39,2 29,1 31,1 37,2

NRRsfprotetor dB (A) 18,0 18,0 18,0 18

A dB (A) 21,2 Não atende 11,1 Não atende 13,1 Não atende 19,2 Não atende

Nrep dB (A) 126,2 116,1 118,1 124,2

N dB (A) 70 70,0 70,0 70

NRRsf dB (A) 56,2 46,1 48,1 54,2

NRRsfprotetor dB (A) 18 18,0 18,0 18

A dB (A) 38,2 Não atende 28,1 Não atende 30,1 Não atende 36,2 Não atende

Cálc

ulo

da

ate

nu

ação

seg

un

do

NH

O-0

1

e O

MS

Cálc

ulo

da

ate

nu

ação

seg

un

do

NR

-15

e

OM

S

Cálculo não se aplica

pois a exposição é

inferior a 80dB

Cálculo não se aplica

pois a exposição é

inferior a 80dB

Atende Atende

Cálc

ulo

da

ate

nu

ação

seg

un

do

NH

O-0

1

Dados

Info

rmaçõ

es

Cálc

ulo

da

ate

nu

ação

seg

un

do

NR

-15

Cálculo não se aplica

pois a exposição é

inferior a 80dB

Cálculo não se aplica

pois a exposição é

inferior a 80dB

Atende Atende

Fonte: Os autores (2016)

Fazendo a análise da tabela 4 vê-se que a atenuação do protetor auricular tipo concha de

NRRsf= 18 dB, atende a todos os postos de trabalho, quando os resultados são calculados

com a taxa de troca de 5 dB, conforme a norma NR 15, porém quando se leva em

consideração o nível de conforto acústico de 70dB estabelecido pela OMS somente dois

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postos de trabalho atendem o nível de conforto e são o de auxiliar de rampa 2 e de auxiliar de

rampa 3. A atenuação do protetor auricular tipo concha de NRRsf = 18 dB, não atende

nenhum dos postos de trabalho quando se utiliza a taxa de troca de 3 dB, conforme a norma

NHO-01 e quando se leva em consideração o nível de conforto de 70dB estabelecido pela

OMS o cenário se repete, nenhum dos postos de trabalho atende ao nível de conforto acústico.

5 Conclusões

A partir dos levantamentos realizados conclui-se que 50% dos postos de trabalhos estão acima

do limite de tolerância pela NR 15 e 100% dos postos estão acima do nível de ruído máximo

permissível segundo a NHO-01 para 6 horas de jornada de trabalho.

Na comparação entre as duas normas, é possível afirmar que a NHO-01 é mais rigorosa que a

NR 15, por isso requer medidas de proteção e prevenção mais eficientes. O EPI utilizado

atende a atenuação nos quatro postos de trabalho somente quando considerada a NR-15, já

quando é considerada a NHO-01, nenhum atende. Quando o nível de conforto acústico

estabelecido pela OMS de 70dB é considerado, somente os auxiliares de rampa 2 e 3 atendem

a solicitação quando o nível é calculado de acordo com a NR-15, calculado de acordo com a

NHO-01, todos não atendem. Uma solução para o problema é que os empregadores forneçam

EPI’s com maior nível de atenuação, outra é que a jornada de trabalho possa ser readequada

para que os postos de trabalho atendam os limites de tolerância de ruídos contínuos e

intermitentes.

REFERÊNCIAS

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<http://www.anac.gov.br/>. Acesso em: 15 abr. 2016.

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75a. Edição. São Paulo: Atlas, 2015a.

BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora NR 15. Manuais de Legislação Atlas,

75a. Edição. São Paulo: Atlas, 2015b.

BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Norma de Higiene Ocupacional - NHO 01 - Avaliação da

exposição ocupacional ao ruído. FUNDACENTRO, 2001

DOS SANTOS, Daniel Nery. Análise do ruído sonoro no entorno de grandes aeroportos: um estudo de caso do

Aeroporto Internacional de São Paulo. Boletim Gaúcho de Geografia, v. 42, n. 1, jan, 2015.

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FONSECA, Cristina de Souza. Impactos socioespaciais do uso e ocupação do solo urbano na área de

entorno do Aeroporto Internacional de São Paulo - Guarulhos - Andre Franco Montoro. 2013. 67 f. Trabalho

de conclusão de curso (bacharelado - Geografia) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e

Ciências Exatas, 2013.

GANIME, J. F., ALMEIDA DA SILVA, L., ROBAZZI, ML do C. C., VALENZUELA SAUZO, S. e

FALEIRO, S. A. El ruido como riesgo laboral: una revisión de la literatura. Enfermería global, n. 19, 2010.

Disponível em: <http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1695-

61412010000200020&lng=es&nrm=iso>. Acesso em 15 abr 2016

GRANDJEAN, Etienne. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. Bookman, 1998.

PORTAL BRASIL. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2014/06/na-ultima-decada-

transporte-aereo-registrou-crescimento-3-5-vezes-maior-do-que-o-pib> Infraestrutura Aeroportuária Portal

Brasil. Publicado em: 02 jun. 2014.

RIBEIRO, Ana Maria Dutra; CÂMARA, Volney de M. Perda auditiva neurossensorial por exposição continuada

a níveis elevados de pressão sonora em trabalhadores de manutenção de aeronaves de asas rotativas. Cadernos

de Saúde Pública, v. 22, n. 6, p. 1217-1224, 2006.

SALIBA, Tuffi Messias. Curso básico de segurança e saúde ocupacional. São Paulo: LTr. 2004. 453 p.

SUGUI, Vinicio Rossi. Garantindo a Segurança do Trabalho em Aeroportos através da Implantação da

Norma OHSAS 18.001. Curitiba, dez, 2013.

TELES, Renata de Mesquita; MEDEIROS, Márcia Pinheiro Hortencio de. Perfil audiométrico de trabalhadores

do distrito industrial de Maracanaú-CE. Rev. Soc. Bras. Fonoaudiologia, v. 12, n. 3, p. 233-239, 2007.