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25 DE ABRIL MANUEL MACHADO VAI SER O TREINADOR DO BERÇO SC P.21 AS MEDIDAS ADOTADAS PELO VITÓRIA PARA REGRESSAR AOS TREINOS P.18 APENAS ONLINE: As próximas edições do jornal disponíveis GRATUITAMENTE RUA NOSSA SENHORA DA AJUDA (EN105), 101, MOREIRA DE CÓNEGOS 4815-368 GUIMARÃES TLF: 253 521 315 | [email protected] NOVAS INSTALAÇÕES WWW.CASADASBATERIAS.COM Já somos 49.101 junte-se a nós em facebook.com/maisguimaraes N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020 MAIS GUIMARÃES - O JORNAL · SEMANÁRIO · DIRETOR: ELISEU SAMPAIO 1,00€ Guimarães celebrou a Liberdade em casa P.17 CONCELHO EM GUIMARÃES Freguesias distribuem máscaras pela população P.13 Plataforma do BE recolhe denúncias a empresas P.06 Câmara requalifica a zona da Caldeiroa e Ribeira de Couros O VALOR DA ADJUDICAÇÃO DA OBRA ULTRAPASSA OS 500 MIL EUROS P.09 ANTIGA ESTAÇÃO DA CP RECEBE SEGUNDA UNIDADE DE RASTREIO P.09 “É importante que continuemos a trabalhar para reduzir o crescimento do número de infetados” P.10 ENTREVISTA: PEDRO CUNHA www.guimaclinic.pt Onde a sua Saúde sorri. FISIATRIA FISIOTERAPIA GINECOLOGIA MEDICINA DENTÁRIA ORTOPEDIA PEDIATRIA PODOLOGIA PSICOLOGIA PSIQUIATRIA TERAPIA DA FALA UROLOGIA MEDICINA GERAL E FAMILIAR MEDICINA ESTÉTICA NUTRIÇÃO OTORRINOLARINGOLOGIA A NOVA CLÍNICA EM GUIMARÃES 253 035 510 | 935 625 131 RUA TEIXEIRA PASCOAIS, Nº211 JUNTO AOS CTT NEM PALCO NEM PLATEIA PEQUENO COMÉRCIO REABRE DIA 04 P.07 P.04 e 05 “Soon it`s over”, de Tiago Simães quer levar esperança aos quatro cantos do mundo MÚSICA P.22

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Page 1: RUA NOSSA SENHORA DA AJUDA (EN105), 101, MOREIRA DE ... · Lugar da Pinta - Apartado 1221 - 4471-909 Maia T 229 411 085 Redação Pedro Castro Esteves | Mafalda Oliveira | Nuno Rafael

25 DE ABRIL

MANUEL MACHADO VAI SER O TREINADOR DO BERÇO SC P.21

AS MEDIDAS ADOTADAS PELO VITÓRIA PARA REGRESSAR AOS TREINOS P.18

APENAS ONLINE: As próximas edições do jornal disponíveis GRATUITAMENTE

RUA NOSSA SENHORA DA AJUDA (EN105), 101,MOREIRA DE CÓNEGOS 4815-368 GUIMARÃES

TLF: 253 521 315 | [email protected]

NOVAS INSTALAÇÕES

WWW.CASADASBATERIAS.COM

Já somos 49.101 junte-se a nós em facebook.com/maisguimaraes N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020 MAIS GUIMARÃES - O JORNAL · SEMANÁRIO · DIRETOR: ELISEU SAMPAIO1,00€

Guimarães celebroua Liberdade em casa P.17

CONCELHO

EM GUIMARÃES

Freguesias distribuemmáscaras pela população P.13

Plataforma do BE recolhe denúncias a empresas P.06

Câmara requalifica a zona daCaldeiroa e Ribeira de CourosO VALOR DA ADJUDICAÇÃO DA OBRA ULTRAPASSA OS 500 MIL EUROS P.09

ANTIGA ESTAÇÃO DA CP RECEBE SEGUNDA UNIDADE DE RASTREIO P.09

“É importante que continuemos a trabalhar para reduzir o crescimento do número de infetados”P.10

ENTREVISTA:

PEDRO CUNHA

www.guimaclinic.pt

Onde a sua Saúde sorri.

FISIATRIAFISIOTERAPIAGINECOLOGIAMEDICINA DENTÁRIA

ORTOPEDIAPEDIATRIAPODOLOGIAPSICOLOGIA

PSIQUIATRIATERAPIA DA FALA

UROLOGIA

MEDICINA GERAL E FAMILIARMEDICINA ESTÉTICANUTRIÇÃOOTORRINOLARINGOLOGIA

A NOVA CLÍNICA EM GUIMARÃES

253 035 510 | 935 625 131 RUA TEIXEIRA PASCOAIS, Nº211 JUNTO AOS CTT

NEM PALCONEM PLATEIA

PEQUENO COMÉRCIOREABRE DIA 04

P.07

P.04 e 05

“Soon it`s over”, de Tiago Simães quer levar esperança aos quatro cantos do mundoMÚSICA P.22

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N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020

Estatuto editorial de “Mais Guimarães - O Jornal”“Mais Guimarães – O Jornal” é um jornal regional generalista, independente e pluralista, que priviligia as questões ligadas à área em que está inserido, o concelho de Guimarães. “Mais Guimarães – O Jornal” é um órgão de comunicação semanal e ter uma tiragem de 4.000 exemplares, impressos a cores, por edição. “Mais Guimarães – O Jornal” pode ser adquirido pelos leitores nos diversos quiosques do concelho de Guimarães. “Mais Guim-arães – O Jornal” pretende ser um jornal atraente, moderno e de fácil leitura, atualizado com os problemas e acontecimentos regionais, divulgando as atividades das institu-ições, coletividades e associações locais, bem como o património e tecido empresarial da região. “Mais Guimarães – O Jornal” é uma publicação independente, demarcada de qualquer partido ou ideologia política, distanciando-se de qualquer forma de censura ou pressão, tendo como objetivo único o de prestar serviço público, servido a democracia e os leitores. Eliseu Sampaio / Agosto de 2015

Mais Guimarães - O Jornal - Semanário · Tiragem 4.000 ExemplaresProprietário Eliseu Sampaio - Publicidade, Lda. NIPC 509 699 138Sede Rua de S. Pedro, No. 127 - Serzedelo 4765-525 Guimarães Telefone 917 953 912Sede da Redação Av. São Gonçalo 319, 1.º piso, salas C e D, 4810-525 – GuimarãesEmail [email protected] Diretor e Editor Eliseu de Jesus Neto SampaioRegistado na Entidade Reguladora Para a Comunicação Social, sob o no. 126 735Depóstio Legal No 399321/15 Design Gráfico e Paginação João Bastos / Luís Freitas Impressão e Acabamento Naveprinter - Indústria Gráfica do Norte S.A. / EN 14 (km 7.05) - Lugar da Pinta - Apartado 1221 - 4471-909 Maia T 229 411 085Redação Pedro Castro Esteves | Mafalda Oliveira | Nuno Rafael GomesDepartamento Comercial Eliseu SampaioColunistas Permanentes Ana Amélia Guimarães | Ângela Oliveira | António Rocha e Costa Carlos Guimarães | César Machado | Esser Jorge Silva | José João Torrinha | José Rocha e Costa | Manuela Sofia Ferreira | Marcela Maia | Maria do Céu Martins | Paulo Novais | Rui Armindo Freitas | Tiago Laranjeiro | Torcato Ribeiro | Wladimir BritoFotografia Joaquim Lopes | Marco Jacobeu | João Bastos

Os espaços de opinião são da exclusiva responsabilidade dos seus autores, incluindo no que concerne à utilização ou não do acordo ortográfico.

Agora que está decretada a reabertura da economia e da sociedade, a partir de 04 de maio, é hora de esfriar os âni-mos e dizer-lhes que temos que conseguir conter esta enorme vontade, que todos teremos, de sair por aí em abraços a toda a gente, de visitar os nossos fa-miliares e marcar umas jantara-das, daquelas que temos sau-dade. Não, não é hora! Há 15 dias que tinha definido que a atividade do Mais Guima-rães retomaria alguma normali-dade a partir de 04 de maio. É, parece-me, o tempo equilibra-do para o fazermos. Pela urgên-cia da retoma económica num período em que há uma esta-bilização dos casos de covid-19, sobretudo no que respeita aos doentes internados e dos que necessitam de cuidados inten-sivos. Refira-se, relativamente a este aspeto, que a ocupação dos cuidados intensivos do Ser-viço Nacional de Saúde, não ul-trapassou os 60 %. Consegui-mos uma grande vitória aqui! Este é também o momento em que o Governo consegue ga-rantir que há material de pro-

teção disponível às populações, em supermercados e em outros espaços comerciais, nomeada-mente máscaras comunitárias, agora fabricadas por empresas portuguesas, e de acordo com as regras técnicas definidas pelo Infarmed. Imagino que, com a abertu-ra do pequeno comércio e dos serviços, a 04 de maio, tenha-mos de novo as ruas de Guima-rães cheias de gente, e temo, por isso, que tal venha a gerar uma onda brutal de casos de Covid-19 no concelho. Quando escrevo estes textos, desta-co que estamos no epicentro desta epidemia em Portugal. A região Norte lidera, nomeada-mente no número de mortos, contabilizando 546, mais do que todas as outras regiões do país juntas. Evitar isso, como evitamos an-teriormente o colapso do nosso Serviço Nacional de Saúde é o que temos de conseguir fazer agora, nesta segunda fase do combate. Não podemos faci-litar. Saiamos de casa, porque tem mesmo de ser, mas com muita cautela e muito juízo!

Com cautela, e muito juízo!

A principal motivação que levou a candidatar-me a presidente da Junta da União de Freguesias de Airão Santa Maria, Airão São João e Vermil foi a possibilidade de criar e incentivar dinâmicas sociais, culturais e educacionais, capazes de construir uma comunidade mais resiliente aos desafios da vida em comunidade. Estas três áreas, trabalhadas em conjunto, são transformadoras da vida em comunidade, tornando-a mais humana, mais solidária e mais de-senvolvida. Ao longo destes dois anos e meio na presidência da Junta de Fre-guesia e dois anos na qualidade de presidente do plenário da CSIF Oeste, e com o trabalho dos par-ceiros sociais e associativos exis-tentes no território e da Câmara Municipal de Guimarães, fomos capazes de dar uma nova dinâmi-ca ao território Oeste do concelho de Guimarães. São exemplos dis-so, o Centro de Convívio e Ativida-des de Vermil, o Centro e Labora-tório Artístico de Vermil, o projeto “Pequenos Cuidadores” em parce-ria com a EB1 de Poças Airão San-ta Maria, a introdução do xadrez e do ensino dos cavaquinhos na EB1 de Poças Airão Santa Maria, o transporte escolar gratuito para os alunos da EB1 de Airão San-ta Maria e EB1 de Airão São João que cativou alunos dos concelhos vizinhos de Famalicão e Braga, o aumento em mais de 200% das sinalizações e apoio aos idosos do projeto “Guimarães 65+” em todo o território Oeste, a intervenção social na área da saúde mental, o

nascimento de uma associação na área da violência doméstica e dos direitos humanos, entre outras atividades. É justo dizê-lo aqui, de forma aberta e franca, que a Câmara Municipal de Guimarães, na pes-soa do seu presidente, tem-se mostrado presente e empenhada na ação para ultrapassar as as-simetrias resultantes do facto de estarmos localizados na periferia do concelho, fruto de um diálogo frequente e construtivo. O estado de confinamento social que vivemos hoje está a ser uma experiência aterradora e um teste às nossas respostas sociais. O re-sultado não se fez esperar e rapi-damente surgiram os vimaranen-ses anónimos, os empresários, as associações e as instituições. Guimarães é um território forte e coeso, de vimaranenses solidá-rios e abnegados. É ver freguesias pioneiras a nível nacional na dis-tribuição de máscaras sociais para toda a população, é ver a Câmara que rapidamente disponibilizou espaço para abrigo dos sem-abri-go, é ver os empresários que mu-daram as suas linhas de produção para o fabrico de equipamentos de proteção individual, é ver em-preendedores a criar ventiladores para o Hospital Senhora da Olivei-ra, é ver os artistas a criar formas inovadoras de chegar ao público. O próximo desafio é combater a pobreza. Após este primeiro con-finamento social surgirá, de for-ma mais exposta e generalizada, a pobreza, resultado do problema estrutural da nossa sociedade que

Guimarães,um território resiliente

Artigo de opinião

é o endividamento das famílias e que agora serão mais afetadas. Resultará, pois, numa maior sen-sibilidade para a necessidade de não desperdiçar e para a econo-mia circular. Os próximos tempos não serão fáceis, mas acredito que o tra-balho desenvolvido até agora foi importantíssimo para nos colocar num patamar de segurança capaz de dar resposta às dificuldades sentidas pelos vimaranenses. Eu acredito em Guimarães. •

Marçal SalazarPresidente da União de Fregue-sias de Airão Santa Maria, Airão S. João e Vermil

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DESTAQUEP.04

O regresso das plateias e dos palcos: entre incertezas, agendas vazias e vidas em suspenso Instituições, programadores e associações culturais vimaranenses continuam a trabalhar para que, mal se possa, se regresse aos concertos, às peças de tea-tro e aos espetáculos de dança com a normalidade possível. Quando? Não se sabe. Mas é certo que este será um período difícil. • Nuno Rafael Gomes

Entre analogias como “mares nunca antes navegados”, “vidas suspensas” e “terreno desconhe-cido”, há uma só certeza: tudo é, agora, incerto. E expressões como “não se sabe ao certo” re-fletem a incerteza que se vive em todos os setores, sobretudo no cultural. O isolamento não durou só duas semanas, as restrições alongar-se-ão calendário fora e pouco ou nada se sabe, porque tudo é novo. Perante um vírus que esvaziou agendas culturais, como se gere uma situação nun-ca antes vivida? “É um desafio para todos”, diz José Manuel Go-mes, programador dos Banhos Velhos e dos festivais L’Agosto e Suave Fest. Para Luísa Alvão, presidente da associação cultu-ral Capivara Azul e produtora e programadora do Shortcutz Gui-marães, a logística “não é chata, mas antes complicada”. Do lado d’ A Oficina, mantém-se esta ideia: “É um processo moroso, muito trabalhoso”, aponta Ricar-do Freitas, diretor executivo da

cooperativa. N’ A Oficina, há várias aborda-gens a estudar e medidas ade-quadas a cada um dos espaços. “A nossa perspetiva é regressar de forma paulatina ao Centro Cultural Vila Flor [CCVF]”, começa por explicar o diretor executivo. É provável que, mediante a evolu-ção da pandemia, o CCVF só abra portas “em setembro”. “A Casa da Memória, o Palácio Vila Flor e o Centro Internacional das Artes José de Guimarães [CIAJG] abrirão antes dessa data, em princípio”, adianta. O motivo? “São espa-ços amplos, a entrada do públi-co será faseada quer para visitas individuais quer para visitas de grupos.” Ainda assim, aguardam--se decisões do Governo para analisar ainda melhor o regresso. A redução da lotação das salas — através de uma organização diferente que prevê a disposição do público em intervalos de filas e de lugares — poderá ser um dos caminhos a seguir, mas, para Rui Freitas, a prioridade é garantir

que o regresso seja “organizado, tranquilo e em segurança” para os trabalhadores d’ A Oficina e, claro, para o público. Fazer com que o público se sinta seguro poderá, também, ser um dos maiores desafios. O medo de sair à rua poderá vir a ser difícil de contornar. “Há este mecanis-mo psicológico de que o perigo está na rua. E inatividade pode fazer com que as pessoas per-cam o hábito de ir a sítios”, consi-dera Luísa Alvão. A presidente da associação cultural vimaranense é da opinião que pode ser cria-do o hábito de consumir cultura “através do telemóvel ou da te-levisão” e que tal “vai criar entro-pias para ter uma vida cultural mais ativa e participativa”. Já José Manuel Gomes crê que “as pes-soas vão valorizar mais por se te-rem visto privadas”. No entanto, o programador cultural concorda que “haverá, inicialmente, um limbo que teremos de ultrapas-sar, o medo, portanto a valoriza-ção pode não acontecer logo”. No

entender de Ricardo Freitas, “na área do espetáculo, é necessá-ria uma ligação presencial entre artista e público, palco e plateia”.

A cultura em casa

Ainda assim, outra questão le-vanta-se: a gratuitidade ineren-te aos diretos partilhados nas redes sociais, que não se revela sustentável a longo prazo para artistas — e não só, já que técni-cos de som ou de luz, bem como outros trabalhadores do meio, ficam sem rendimentos se a nor-ma for, durante muito tempo, o espetáculo caseiro e gratuito. Assistindo-se a “uma grande mobilidade da comunidade ar-tística no início” das medidas de isolamento social através de di-retos nas redes sociais por parte de artistas, instituições ou com-panhias, Luísa Alvão aponta que, agora, é tempo de “encontrar uma resposta”: “Os artistas têm de continuar a produzir e nós a

consumir.” Ricardo Freitas garan-te que a política d’ A Oficina não passa por “atuar de forma gratui-ta” e que essa não é uma opção “para continuar”: “Se inicialmen-te foi uma resposta que quise-ram dar, de forma imediata, tam-bém há a discussão de que os espetáculos têm de ser pagos.” José Manuel Gomes vê, por outro lado, uma oportunidade nesta solução temporária: um artista pode fazer com que “as pessoas não se esqueçam dele” e promo-ver-se, havendo “retorno mais tarde”. Todavia, o programador reconhece que a pandemia “veio a pôr a nu as dificuldades e as poucas condições que a cultura em Portugal tem”. “Para quem vive exclusivamente disto, será um período muito difícil”, frisa. O presidente da Câmara Muni-cipal de Guimarães, Domingos Bragança, e a vice-presidente e vereadora da Cultura, Adeli-na Paula Pinto, reuniram já com vários agentes da cultura vima-ranense. O foco, de acordo com

N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020

CULTURA

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DESTAQUEO JORNAL N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020 P.05

o comunicado divulgado pelo município sobre a reunião, são os grandes eventos da cidade. E isso, para José Manuel Gomes, “é bom”: “Saber que essa conver-sa existiu é bom, mas isto exige uma resposta a nível nacional, que não existe, para já. E estou desiludido com o que se tem vin-do a fazer.” Luísa Alvão aponta que é neces-sária uma “maior mobilização” no que diz respeito às artes: “Há pessoas que têm maior e menor visibilidade.” “O público percebe que os músicos ficaram sem tra-balho, mas não têm noção das pessoas que trabalham para que concertos existam e festivais aconteçam. Quem tem mais voz são os artistas e, dentro da co-munidade artística, os músicos têm uma situação de maior visi-bilidade”, acrescenta. O mesmo aplica-se ao cinema: “As salas estão fechadas, o investimento no cinema está parado, as roda-gens estão paradas. As pessoas

precisam de dinheiro para viver e ninguém sabe quando é que se pode continuar e quais as medi-das de segurança.”

Ajustar a agenda

A Capivara Azul anunciou, nas redes sociais, que a programa-ção delineada e orçamentada para este ano se mantém; con-tudo, “as datas dos espetáculos serão reajustadas quando for possível voltar à normalidade”. “Há 4 concertos planeados, as-sim como o segundo ano do ci-clo de programação de músicas do mundo Terra, a que daremos seguimento assim que seja pos-sível”, lê-se na publicação parti-lhada pela associação. No que diz respeito ao Shortcutz, es-perava-se que “duas semanas” bastariam para que se retomas-se o trabalho. Não foi o caso: agora, o Shortcutz passa “curtas antigas”, disponíveis nas telas

do público, que consome cultura em casa. “O Shortcutz vive muito de ter pessoas e é isso que faz sentido. O que vai acontecer de-pois? Uma sessão com cinco ou dez pessoas, porque a sala não pode ter muito mais? Não sei se faz sentido.” A incerteza também tolda a res-posta de José Manuel Gomes quanto ao L’Agosto: “Não há nada muito definido.” Perante uma situação que pode mudar “a qualquer momento”, optou tam-bém, em conjunto com a direção da Taipas Termal, adiar a progra-mação cultural de 2020 dos Ba-nhos Velhos para o ano seguinte. Contudo, não se põe de parte a realização de algum evento no final do verão, dependendo da evolução da pandemia. Quanto à Oficina, e segundo o diretor executivo, alguns espe-táculos passaram para o último quadrimestre de 2020, ao pas-so que outros ocorrerão no pri-meiro trimestre de 2021. Apenas

dois espetáculos foram cance-lados. E “há uma grande pro-babilidade” de Festival Manta, que marca a rentrée cultural da cooperativa, não se realizar este ano. No que diz respeito a finan-ças, “a Oficina está a manter os seus compromissos”, garante. O pagamento dos espetáculos que passaram para o primeiro trimestre de 2021 “está escalo-nado para 2020”, ao passo que os eventos cancelados foram pagos na íntegra. Nesse plano, a Capivara Azul adiantou o valor do cachet para garantir “o rendimento aos ar-tistas” com concertos contra-tualizados. “Temos usado e usaremos os nossos canais de comunicação para divulgar todas as iniciativas de apoio ao meio artístico e cultural que sejam úteis para o apoio dos profissio-nais da cultura. A Capivara Azul tem as suas portas abertas para o diálogo com os agentes artís-tico e culturais para encontrar

novas formas de apoio ao setor, seja com ações a tomar durante o surto de covid-19, seja no pe-ríodo seguinte”, lê-se na publica-ção partilhada nas redes sociais da associação. Não se sabe quando é que assistiremos ao regresso dos eventos culturais e em que mol-des, mas Ricardo Freitas acredi-ta que esta “pausa”, no que diz respeito à “apresentação”, pode trazer “projetos de maior quali-dade artística, mais pensados e mais trabalhados”. E que tal “será positivo”. José Manuel Go-mes perspetiva que, em 2021, “a cultura poderá ser vista com outros olhos pelo público, que muitas vezes se queixada de dar cinco euros” por um espetácu-lo. “Vão passar a valorizar mais. Quero muito acreditar nisso”, conclui. Já Luísa Alvão diz que a prioridade é manter a calma e “pensar na saúde pública em primeiro lugar”. “E tentar, quan-do houver respostas, criar.” •

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Plataforma criada pelo Bloco de Esquerda no contexto da pandemia vê o número de denúncias crescer desde o primeiro dia. Em Guimarães, as denúncias apontam para incumprimentos de regras de saúde e segurança, mas também imposições.

Imposições de horários alarga-dos ou de férias. Incumprimento de regras de saúde e de segu-rança. Salários em atraso. Estas são algumas das expressões que mais se encontram no site des-pedimentos.pt, uma plataforma que visa “mapear a irresponsa-bilidade social de quem despede e abusa dos trabalhadores em plena pandemia”, como expli-ca Sónia Ribeiro, Coordenadora Concelhia de Guimarães do Blo-co de Esquerda (BE). Nos primei-ros dez dias, a plataforma criada pelo partido recebeu “mais de 800 denúncias”. “Começou-se logo a suspeitar que iriam ocor-rer inúmeros atropelos”, diz. Uma das empresas denuncia-das é a Tearfil, mas há uma res-posta por parte da empresa. A delegada de Higiene e Seguran-ça do Trabalho da empresa afir-ma que se cumprem todas as medidas para conter a propa-gação da covid-19. Ali já houve

casos confirmados: “Tivemos três casos suspeitos, dois deles positivos, mas que já estavam em casa há algum tempo.” Cris-tina Castro, a fonte da empre-sa ouvida, aponta que a Tearfil emprega 200 trabalhadores e não 150, ao contrário do que a denúncia que consta do site in-dica. Acrescenta ainda que foi realizado um reforço do mate-rial, como os dispensadores, mas observa que existe “algum desperdício” dos meios. “Há máscaras disponíveis, há lu-vas. O trabalho que alguns tra-balhadores executam em de-terminadas zonas torna difícil usar luvas, mas a possibilidade de cruzamento entre trabalha-dores é reduzida. Uma pessoa está disponível para cinco más-caras”, explica. A delegada re-fere ainda que alguns trabalha-dores “estiveram na iminência de processos disciplinares” por não utilizarem o álcool gel dis-

ponibilizado. Também a Filocora conta com uma denúncia, mas, até ao fe-cho desta edição, não foi pos-sível contactar a empresa que, de acordo com o site, terá en-cerrado no dia 28 de março por duas semanas. “Ao encerrar, foi imposta a marcação de férias aos trabalhadores”, uma deci-são tomada “unilateralmente, sem consulta aos trabalhado-res e anunciada repentinamen-te pela administração”. No que diz respeito à empresa Pimba, a denúncia que chegou ao site despedimentos.pt aponta que a empresa estará "a impor ho-rários de trabalho alargados”, sendo que os trabalhadores es-tarão a fazer “horas extra”. No site encontra-se ainda uma denúncia referente à empre-sa Malhas Texal, uma empresa têxtil especializada na confeção de pijamas. De acordo com a denúncia, a empresa “mantém

Plataforma do BE conta com várias denúncias a empresas vimaranenses

EM GUIMARÃESP.06 N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020

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s entre 20 a 25 das trabalhado-ras em atividade presencial, em condições que não respeitam as recomendações da Dire-ção-Geral da Saúde”. Contudo, a resposta da administração da empresa desmente a infor-mação patente na plataforma, garantindo que “a distância de segurança se cumpre” e que há máscaras e álcool gel dis-poníveis para os trabalhadores. “Os fornecedores não entram”, informa ainda a mesma fonte, acrescentando: “O patrão é o maior defensor dos trabalhado-res”.

BE leva questiona Governo sobre a SomelosQuanto ao Grupo Somelos, na plataforma lê-se que a empresa “não cumpre as regras de higie-ne e segurança no trabalho e põe em causa a saúde dos seus trabalhadores”. De acordo com a denúncia, o gel desinfetante “é apenas disponibilizado aos clientes”. “Sabe-se também que há várias tentativas de impo-sição de rescisão amigável de contratos e ameaças de despe-dimentos, aproveitando-se da situação de apreensão vivida pelos trabalhadores nas várias fábricas do grupo”, refere a de-núncia publicada. O Mais Gui-marães tentou o contacto com o grupo, mas ainda não recebeu uma resposta conclusiva. Ainda assim, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda questionou o Governo sobre a situação la-boral no grupo e pediu inter-venção da Autoridade para as Condições do Trabalho para assegurar os direitos dos traba-lhadores. Em causa estão, igualmente, as denúncias acima referidas. “A situação está a gerar gran-de apreensão entre os traba-lhadores e trabalhadoras, por sentirem que o posto de traba-lho está ameaçado, e cria difi-culdades à sua vida, colocando em causa o cumprimento dos compromissos assumidos, no-meadamente o pagamento das prestações das rendas e dos créditos à habitação”, alertam, no documento entregue na As-sembleia da República, os dois deputados bloquistas eleitos pelo círculo de Braga (José Ma-ria Cardoso e Alenxandra Viei-ra) e o deputado José Soeiro. No documento, os deputados do Bloco de Esquerda afirmam que

“os atrasos nos pagamentos de salários no Grupo Somelos são recorrentes”. “Na Somelos Teci-dos S.A. os salários do mês de março foram pagos apenas a parte dos trabalhadores e que, no início do ano, verificou-se também incumprimentos nos pagamentos de salários na So-melos Mix – Fios Têxteis, S.A.”, referem os deputados. “Este agravamento das condições so-ciais destas famílias pode gerar uma crise social grave, pelo que se exige intervenção urgente do Governo e da Autoridade para as Condições do Trabalho para proteger os direitos dos trabalhadores, garantindo a li-quidação dos pagamento dos salários em atraso e afastar es-tratégias que visam descartar os trabalhadores”, concluem.

Empresas em "grandes dificuldades" Para Sónia Ribeiro, o ponto de situação nas empresas vimara-nenses “é complicado” e “tende a ficar ainda mais”. “O lay-off nunca foi a primeira situação apontada. Obrigaram os traba-lhadores a gozar férias ao pri-meiro sinal de abrandamento das encomendas. Entretanto, chegou-se à conclusão de que não seria passageiro e houve empresas que iniciaram o aces-so ao lay-off simplificado”, ex-plica. A bloquista indica ainda que a proteção dos trabalha-dores fica comprometida pe-las próprias limitações da ACT: “Para já, têm um trabalho mui-to limitado no que diz respeito à burocracia. Os processos são muitos e são muito burocráti-cos. Nesta questão em especí-fico, parece um contrassenso, já que a maioria dos trabalha-dores da ACT está em teletra-balho. A intervenção no terreno está limitada.” Em relação ao resto do país, Sónia Ribeiro ga-rante indica que o número de denúncias no distrito de Braga “é relativamente grande”, no-tando-se em Guimarães uma maior incidência de casos do setor têxtil. “E temos uma sé-rie de micro e médias empresas que passam grandes dificulda-des”, acrescenta. O Mais Guimarães tentou con-tactar o Sindicato Têxtil do Minho e Trás-Os-Montes, mas, também até ao fecho desta edição, não foi possível recolher informações acerca do assunto. • NRG

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Domingos Bragança diz que “não podemos baixar a guarda”

EM GUIMARÃESO JORNAL N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020 P.07

No regresso à “nova” normalidade, o presidente da Câmara Municipal de Guimarães, frisou que é necessário continuar a cumprir normas. “A responsabilidade é de todos”, disse o Edil

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ães Guimarães prepara regresso à

“nova” normalidade, mas sem baixar a guarda de proteção. Em comunicado, a autarquia escreve que o presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança, apela aos munícipes para o cum-primento das normas em vigor. O país está em estado de emer-gència até dia 02 e o cumprimen-to das normas estipuladas, asso-ciadas ainda à ativação no dia 28 de março do Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil de Guimarães, é fundamental para evitar a propagação da pande-mia da Covid-19. Essa foi uma das conclusões na reunião da Comissão Municipal de Proteção Civil, realizada esta quinta-feira, no sentido de preparar o regres-so à “nova normalidade”, pode ler-se no mesmo comunicado. De acordo com o mesmo docu-mento, o presidente da Câmara Municipal, Domingos Bragança, recordou que foram assumidas medidas necessárias no sentido de proteger a população e apela

ao cumprimento das mesmas. “É importante que os nossos muní-cipes respeitem todas as reco-mendações, com rigor, no sentido de ultrapassarmos este período incomum. Estamos a fazer um trabalho de máxima cooperação com as entidades e instituições envolvidas na Comissão Munici-pal da Proteção Civil, no sentido de manter uma atitude de alerta máximo para o cumprimento das restrições impostas”, salientou ainda Domingos Bragança. “A responsabilidade é de todos e de cada um, para combater esta pandemia e não podemos baixar a guarda”, ressalvou o autarca de Guimarães. Domingos Bragança destacou ainda a máxima res-ponsabilidade para o previsível regresso à “nova normalidade”, mas não pode baixar-se a guarda da proteção de todos. “Temos de ter o nosso Plano de regresso à nova normalidade após o estado de emergência para ganharmos o futuro de um modo sustentá-vel”, afirmou. •

Município doa bens alimentares

O Município de Guimarães proce-deu à entrega de 29 mil pacotes de leite por várias instituições do concelho e famílias carenciadas, no âmbito dos bens recolhidos pela estrutura da Rede de Apoio Social de Emergência em parceria com a Cruz Vermelha de Guimarães. “Agradecemos aos agrupamentos escolares e à DGESTE a cedência do leite esco-lar e de outros bens alimentares, à Cruz Vermelha Portuguesa, as-sim como aos cidadãos, grupos organizados, todas as empresas e particulares que têm contribuí-do com a entrega bens alimen-tares, produtos de têxteis-lar e higiene, no sentido de apoiar ainda as unidades criadas para o isolamento social e de apoio aos sem-abrigo, no âmbito do Plano de Ação de Emergência face ao surto pandémico da COVID-19”, escreveu o Município numa nota publicada no Facebook. •

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EM GUIMARÃESP.08

Hospital já recebeu doações e “tem meios para tratar adequadamente os doentes”Henrique Capelas, presidente do Conselho de Administração do Hospital Senhora da Oliveira, nega as acusações de que o material terá sido “desviado” para Lisboa e garante que algum desse mesmo material já chegou à unidade de saúde.

N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020

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O presidente do Conselho de Ad-ministração do Hospital Senhora da Oliveira, Henrique Capelas, nega a notícia avançada pelo Porto Canal na passada sexta--feira, que anunciava que o ma-terial que foi doado ao Hospital de Guimarães teria sido desviado para a região da Grande Lisboa. A mesma reportagem anunciava que as ofertas já tinham sido feitas há quase dois meses e

que, até agora, nada tinha sido entregue à unidade de saúde. Ao Mais Guimarães, Henrique Capelas diz ser impossível “es-clarecer uma coisa que é men-tira”. O responsável máximo da unidade de saúde diz entender que haja “alguma ansiedade”, por parte das pessoas que oferecem, os mecenas, (“a quem nunca é demais agradecer”), de que os materiais cheguem.

Henrique Capelas assegura que as doações que foram disponi-bilizadas por esses empresários, empresas e instituições serão totalmente aplicadas em Guima-rães. “Alguns equipamentos até já nos chegaram há 8 dias ou 10 dias, como 10 ventiladores. Há três ou quatro dias, ligaram-me a avisar que vinham a caminho mais três ventiladores. Estamos constantemente a receber equi-

Mulheres e maiores de 65 são os mais afetados pela redução da atividade física

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A diminuição da atividade física durante o confinamento teve um impacto maior na população com mais de 65 anos e nas mulheres, de acordo com as conclusões do questionário sobre os “Hábitos de atividade física durante o período de confinamento social profilático – Covid-19” promovido pela Tempo Livre, através do Centro de Estudos do Desporto. O estudo pretendeu aferir e comparar hábitos de atividade fí-sica da população de Guimarães – antes e depois do período de confinamento social profilático resultante do surto de Covid-19 – a eventual alteração de há-bitos alimentares e a eventual alteração de rotinas de sono. Responderam ao inquérito 384 pessoas, tendo sido aplicada a estratificação das faixas etárias pelos intervalos do Instituto Nacional de Estatística (Censos 2011). Em comunicado, a cooperativa municipal revela que os maiores de 65 anos e as mulheres foram os grupos que revelaram estar a sentir mais os impactos negati-vos do confinamento.

No caso das mulheres, é, segun-do a Tempo Livre, “particular-mente relevante, para além da questão da prática de atividade física, a relacionada com os hábi-tos alimentares e das rotinas de sono alteradas”. A redução da prática de ativi-dade física é mais acentuada na faixa etária superior a 65 anos que passou de 85% (antes do confinamento) para os 56% (durante o confinamento), sendo também notória uma diminuição nas mulheres cuja prática de atividade física diminuiu dos 84% para os 72% (antes e após o confinamento). No escalão etário dos 40 aos 64 anos assinalou-se também uma queda dos 81% para os 75%. No estudo, que foi realizado entre 27 de março e 16 de abril, sobressai, ainda, uma conclusão “pertinente” que “estabelece uma relação direta entre a prá-tica de atividade física durante o confinamento e a perceção de uma boa condição mental”. De acordo com o estudo, os que estão a praticar atividade física dizem sentir-se melhor mental-

mente. A maioria das pessoas que respondeu ao questionário afirmou praticar atividade física, com regularidade, antes do confinamento, mantendo-se uma forte tendência (73%) para a continuidade da prática depois de ser decretada a limitação. Um total de 319 indivíduos (83% da amostra) afirmou praticar ativi-dade física antes da pandemia e 280 (73%) declarou manter a prática durante o confinamento. Dos inquiridos que praticam atividade física no confinamento, 55% realiza-a por sua iniciati-va e 26% segue conselhos e sugestões de exercícios pelas redes sociais, sendo que 33% a desenvolve em casa, com uma regularidade acima das quatro vezes por semana (34%) e com a duração de 30 a 45 minutos (40%). O estudo da Tempo Livre conclui ainda que o nível médio de condição física durante o con-finamento é superior naqueles que praticavam atividade física antes do confinamento, quando comparados com os que não praticavam atividade física. •

pamentos”, garante. O presiden-te do Conselho de Administração do Hospital Senhora da Oliveira explica que, as doações, que são monetárias e atingem cerca de meio milhão de euros, não contemplam apenas ventilado-res, mas também equipamentos como monitores ou bombas perfusoras. “Ainda há oito dias recebemos 17 monitores”, conta. O responsável recorda que “o ideal seria encomendarmos e estar aqui tudo amanhã. Mas o ideal não existe”. “É do conheci-mento público das necessidades por todo mundo. As fábricas estão a dar o seu máximo a fabricar e vão fornecendo à me-dida das dificuldades”, aponta. O responsável recorda ainda que, “normalmente, os empresários não têm acesso para ir comprar diretamente um ventilador, por exemplo”. “Nós encomendamos e depois vamos comunicado aos empresários para irem pagando à medida que chegam. O ideal seria que chegasse de uma vez, mas infelizmente não é possível”, avisa. O Hospital aguarda, por

isso, “confiante” pelo material que tem encomendado. “Não só desse tipo de material, mas es-sencialmente dos equipamentos de proteção individual, como máscaras. É também um equipa-mento que consumimos muito, mas felizmente o fornecimento tem chegado de uma forma que nos permite estar confortáveis no tratamento dos nossos doen-tes”, frisa.O líder máximo da unidade de saúde assegura que as encomendas de material têm decorrido a um ritmo que deixa o Hospital “confortável” para tratar os casos de Covid-19 que ocorrem na nossa região. “Que-remos deixar uma mensagem de serenidade às populações. O Hospital tem meios, felizmente, para tratar adequadamente os doentes. Aumentamos a capa-cidade nos Cuidados Intensivos para os doentes Covid-19, que está longe de estar esgotada. Felizmente estamos preparados, se um agravamento houvesse, para dar resposta a todas as situações”, garante. • MO

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Deputados assinalaram 25 de Abril para que se “dê valor” à LiberdadeFoi através das redes sociais que os deputados municipais vimaranenses deixaram a sua mensagem para este 25 de Abril. Do apelo a que se “cumpra Abril” às chamadas de atenção para “os populismos que emergem”, assim se assinalou Abril em Guimarães.

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EM GUIMARÃESO JORNAL N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020 P.09

Por Guimarães, os representan-tes dos partidos com assento parlamentar na Assembleia Municipal também celebraram o 25 de Abril. Os seus discursos fo-ram divulgados através de uma série de vídeos divulgados no Facebook da Câmara Municipal. O presidente da Assembleia Mu-nicipal de Guimarães, José João Torrinha, sublinhou a “necessida-de de não se apagar a memória de Abril” e “transmitir aos mais novos que as coisas não foram sempre assim” e que podem “deixar de ser”. “Essa memória não se pode perder. Não tome-mos nada como garantido. A liberdade é o bem mais precioso que temos”, acrescentou. Para José João Torrinha, “os riscos estão aí para quem os quiser ver”, dentro e fora de portas, designadamente com “a emer-gência de discursos xenófobos, de políticas isolacionistas e da desconfiança crónica relativa-mente a quem nos representa”. O presidente da Assembleia Mu-nicipal frisou ainda a importância de celebrar a liberdade, mesmo numa altura em que estamos “a abdicar de alguma parte dela, a de nos deslocarmos, trabalhar e es-tar com quem gostamos”. Ainda assim, “a lição que Abril nos en-sina é a da esperança”, recordou. Do lado do partido com maior representação na Assembleia Municipal, o socialista Paulo Lo-

pes Silva lembrou que Abril trou-xe “o debate político, o regular funcionamento das instituições, o estado social, a escola pública, a proteção, o acesso à cultura para todos, e, fundamentalmente o Serviço Nacional de Saúde, que tem sido o pilar deste combate”. O deputado do Partido Socialista deixou igualmente uma mensa-gem de “esperança”. “Tenhamos esperança e perseverança em Abril e nas suas conquistas, no sistema político que construímos nestes 46 anos, no qual continua a residir as propostas que nos permitem acreditar num futuro melhor”, apontou. Além disso, é necessário estar atento aos “pe-quenos focos que vão surgindo assentes no populismo, em dis-cursos obscuros e de medo pro-curando que os receios que estes tempos trazem, se traduzam em rejeição do outro ou em divisões por estrato social, crença ou local de nascimento”, defendeu.

As lutas aindapor travar Por sua vez, do PSD, a mensa-gem chegou pela deputada Pau-la Lemos Damião, que defendeu que a “Revolução de Abril não se esgota no memorável 25 de abril de 74”. “Comemorar abril não é colocar um cravo na lapela e di-zer “Abril sempre”. Não uso cravo nem dele preciso, sendo que o

respeito”, apontou. A deputada falou ainda sobre “o avassala-dor momento da pandemia da Covid-19”, que, defendeu, “não mostrou ainda a alguns que, nes-tas circunstâncias, todos somos iguais”. “E os que exercem altas magistraturas têm que dar o exemplo. É o Covid-19 e a exigên-cia de manter a distância social que impõe que estejamos mas-carados em locais fechados onde estejam muitas pessoas. E quem tal questiona, não cumpre e des-considera a diretriz, não faz jus à estatura do cargo”, comentou. Já Paulo Peixoto, da Bancada Parlamentar do CDS-PP, disse que “são momentos como estes que nos fazem dar o verdadeiro valor ao sentido de liberdade”. “De um dia para o outro, ficaram privados da sua liberdade, a de se movimentarem, a de frequen-tarem os mesmos locais, a de manterem os filhos nas mesmas escolas, a de manterem os pais nas mesmas instituições, a de manterem o mesmo nível de vida”, apontou. O centrista disse ainda que “quem tem a missão de comandar os destinos do país, numa época absolutamente ex-traordinária e difícil” deve saber “interpretar a liberdade que o 25 de Abril nos concedeu, associada à tolerância conquistada no 25 de Novembro, no sentido de ultrapassarmos esta fase difícil” Por sua vez, Pedro Ribeiro, da

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Antigo edifício da estação da CP vai ser casa da segunda unidade de rastreio em GuimarãesA Câmara Municipal de Guimarães está a efetuar testes de rastreio à COVID-19 a todos os utentes e funcionários dos lares do con-celho. Até ao final desta semana ficarão concluídos os testes a todos os funcionários, resultado de uma parceria com a Seguran-ça Social, informa a autarquia. O município vimaranense anuncia ainda que na próxima semana abre mais uma unidade de rastreio da covid-19. Locali-zada no rés-do-chão do antigo edifício da estação da CP, esta resulta do protocolo efetuado com a Escola de Medicina da Universidade do Minho e o Hospital Senhora da Oliveira. O Presidente da Câmara Muni-cipal de Guimarães, Domingos Bragança, reuniu na passada

quinta-feira com os represen-tantes de todos os Lares do Concelho – com resposta à terceira idade, pessoas com deficiência e ainda Unidade de Cuidados Continuados – “no sentido de fazer uma avaliação conjunta e integrada da situa-ção sobre a evolução desta pandemia”, avança o município. “Destaque para o registo de um reduzido número de infetados, onde se eleva a qualidade do trabalho desenvolvido pelos profissionais, colaboradores das instituições e dos elementos que compõe os órgãos sociais, assim como a eficácia dos seus planos de contingência, tal como o empenho e dedicação de todos que se entregam a estas causas”, refere a nota. •

bancada da CDU, apontou as conquistas de Abril, destacando o Serviço Nacional de Saúde. “Abril é Serviço Nacional de Saúde. Universal e acessível para todos. Hoje vemos o valor e importância do Serviço Nacional de Saúde, um dos pilares da democracia e uma conquista de Abril”, elogiou. Porém, para o deputado, Abril tem de continuar a ser sinónimo de luta. “É luta contra o abuso, a arbitrarieda-de, o ataque aos direitos dos trabalhadores. Luta de um país que tem hoje um milhão de tra-balhadores em lay-off e milhares de novos desempregados. É luta contra as férias forçadas, corte nos salários, desregulamentação dos horários de trabalho, bancos

de horas, violação das mais ele-mentares regras de segurança e higiene no trabalho, pressões, chantagem, medo” reforçou. Da Bancada Parlamentar do Bloco de Esquerda, a deputada Sónia Ribeiro, reforçou que, em altura de pandemia, se deve “cumprir Abril”. “Que haja cora-gem e determinação para tomar as decisões que se impõem”, defendeu. “A austeridade não é solução agora como não foi então. Que se cumpra Abril. Que aprendamos com os erros do passado. Não podem ser sempre os mesmos a pagar a fatura. É preciso valorizar o emprego e quem trabalha. Que haja coragem e determinação”, apelou Sónia Ribeiro. • MO

Obras de reperfilamentona Caldeiroa condicionam trânsito

A obra de reperfilamento da Rua de Caldeiroa arrancou na passada segunda-feira, 27 de abril. A primeira fase ficará con-cluída no final do mês de agosto, segundo a Câmara Municipal. Em comunicado, a autarquia revela que o projeto inclui o redimensionamento do perfil da rua, um novo desenho urbano e a respetiva repavimentação.A obra provocará alterações no

trânsito. Nesta primeira fase, está prevista intervenção desde o Largo Valentim Moreira de Sá à Travessa da Caldeiroa (saída do Parque de Estacionamento de Camões). Nesse trajeto, será proibido o trânsito. Em alterna-tiva, durante este período, para garantir o acesso local, o trânsito far-se-á em dois sentidos entre a travessa da Caldeiroa e a Rua Padre Augusto Borges de Sá.

A segunda fase prevê o reperfila-mento desde a travessa da Cal-deiroa ou Madroa até à rua Padre Augusto Borges de Sá, com a implementação de uma zona pe-donal e estacionamento lateral ordenado, destinado a pessoas com mobilidade condicionada e a cargas e descargas, assim como a criação de passadeiras (à mes-ma cota dos passeios acessíveis a todos os peões incluindo os que possuem mobilidade reduzida).Nesta obra está contemplada ainda a requalificação de toda a rede de águas pluviais da Rua da Caldeiroa, através da constru-ção de um novo coletor, assim como a intervenção no canal da Ribeira de Couros para permitir o aumento da capacidade de escoamento das águas. O valor de adjudicação desta obra é de 490.357,21€ (acrescido de IVA). •

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Pedro Cunha: “Este capítulo ainda não está encerrado. Temos de continuar a lutar”Pedro Cunha, Médico de Medicina Interna no Hospital Senhora da Oliveira e membro da Comissão Acompanhamento do Covid-19, em en-trevista ao “Em casa, à conversa com...”. A entrevista está disponível na íntegra no Facebook e no canal do YouTube do Mais Guimarães. •

Mais Guimarães (MG): Em que fase da pandemia estamos?

Pedro Cunha (PC): Já há algumas semanas estamos numa fase que a Organização Mundial de Saúde e a Direção Geral de Saú-de determinam como fase de mitigação, ou seja, existe uma transmissão na comunidade e não é possível estabelecer uma cadeia de contacto e perceber exatamente quem transmite a quem a doença. Estamos numa fase em que tentamos, de algu-ma forma, reduzir o contacto das pessoas e tomar medidas que li-mitem a velocidade de propaga-ção do vírus. Essa fase começou há algumas semanas no nosso país depois das medidas que fo-ram tomadas, o encerramento de espaços públicos, das escolas, o confinamento social, as pessoas a terem uma interação social muito reduzida e a manterem-se nos seus domicílios tanto quanto lhes é possível num ato cívico. É uma dádiva. As pessoas que con-seguem fazer isto durante este tempo, sendo-lhes pedido que fiquem em casa confinados ao espaço de habitação, para quem tem uma vida ativa diária estabe-lecida, é particularmente difícil. É uma dádiva que temos de agra-decer e salientar, que as pessoas ofereceram não só a eles pró-prios, aos seus entes queridos e cidadãos, mas também a nós profissionais dos hospitais. Isso permitiu, na realidade, que hou-vesse um abrandamento da velo-cidade de propagação do vírus e do crescimento do número de ca-sos. Isso permitiu que, nesta fase, conseguíssemos, com os ajustes que foram necessários fazer aqui no Hospital, acertar melhor os re-cursos que tínhamos disponíveis com o afluxo maior deste tipo de doentes que tivemos. Nesta fase ainda não estamos propriamente numa fase em que possamos di-zer que podemos baixar os bra-ços ou prestar menos atenção.

MG: Sobre isso mesmo esta se-mana renovam o apelo à popu-lação para que fique em casa e não baixe os braços no combate a esta pandemia.

PC: Exatamente, se é que nos é permitido pedir mais aos nossos concidadãos. Nós entendemos que apesar de ser algo difícil de solicitar e apesar das pessoas te-rem já feito esta dádiva e terem conseguido através dela adequar a procura de cuidados de saúde àquela que, de facto, é a ofer-

ta existente, entendemos que é importante renovar e dizer às pessoas que está decretado um estado de emergência nacional, e, apesar de verem a redução da velocidade de propagação do vírus, este período não está ter-minado nem este capítulo está encerrado. De acordo com as medidas que a tutela e autorida-de de saúde vão definindo, temos que, de alguma forma, continuar a lutar para que não haja mais pessoas infetadas ou que se esse número seja, pelo menos, o míni-mo possível. As pessoas olham para a curva de crescimento do número de casos e, como todos nós, ficam satisfeitas quando percebem que a velocidade au-menta é menor. Porém, todos os dias há um aumento do número de casos e a percentagem de au-mento do número de casos tem vindo a reduzir relativamente ao total. Isso quer dizer que percen-tagem total do número de con-tágios é menor. O que é preciso salientar é que, do ponto de vista do Sistema de Saúde e da comu-nidade, não deixa de existir um número absoluto de casos que continua a aumentar todos os dias no nosso país. Continuamos progressivamente a ter mais pes-soas com a doença, mais pessoas com potencial de contaminar ou-tras e mais pessoas que podem precisar dos recursos de saúde. É importante que continuemos a trabalhar para reduzir este ritmo de crescimento e que a determi-nada altura, o ideal seria que este número parasse de crescer, que não tivéssemos contágios, que o número de pessoas que estão com este problema de saúde re-solvido seja cada vez mais e do número de casos ativos sejam cada vez menos. Nessa altura sim, conseguiremos estar num caminho seguramente melhor, pelo menos na perspetiva de quem está no hospital e continua a receber pacientes que necessi-tam de cuidados de saúde.

MG: Qual é a capacidade de res-posta do Hospital nesta altura?

PC: Continuamos a fazer acertos na distribuição de pacientes do nosso Hospital e a fazer a reorga-nização da estrutura assistencial aos pacientes internados, traba-lhando em rede com instituições hospitalares com quem man-temos uma ligação de trabalho igual no nosso dia-a-dia. Conse-guimos dar resposta a todos os casos que necessitam de interna-mento no nosso Hospital. Neste

momento não há um constrangi-mento específico para esses pa-cientes. Há uma necessidade de organizar bem o nosso trabalho e gerir os pacientes que estão in-ternados em conjunto, e de uma forma dinâmica com estas ou-tras instituições hospitalares para podermos, em conjunto, manter esta resposta, que é importante. Esses constrangimentos não são na realidade diferentes, nem em grau, nem em tipo daqueles que a própria tutela já vem referindo. Houve alguma necessidade de acertar a nossa capacidade de diagnóstico do ponto de vista la-boratorial. Isso também tem vin-do a aumentar progressivamente e temos conseguido, de alguma forma, dar uma resposta mais célere e mais precisa aos nossos pacientes. Enquanto isso foi pos-sível também tomamos medidas para ajustar o cuidado dos pa-cientes e fazer propositadamente para que as pessoas pudessem ter segurança, até que tivessem conhecimento do seu status de infeção. Tivemos esse cuidado. Agora estamos precisamente a tentar manter esta capacidade, que acertamos para ir dando res-posta aos novos casos que vão surgindo.

MG: E como está a resposta ao tratamento de outras necessi-dades dos cidadãos?

PC: Relativamente à gestão dos outros pacientes, diria que, como de costume estamos abertos, dis-poníveis e com capacidade para tratar os nossos concidadãos que precisam de apoio noutras pa-

tologias que não o Covid-19. Se houve preocupação que tivemos no Hospital foi de organizar o flu-xo de doentes por forma a poder garantir segurança na gestão de outros problemas de saúde dos pacientes. Criámos áreas que são dedicadas a pacientes com infeção Covid-19 conhecida e se-paramo-las claramente de outras áreas em que não há pacientes com infeção Covid-19 e tratamos de outras patologias. Mantive-mos unidades de tratamento di-ferenciado no que diz respeito por exemplo ao enfarte agudo do miocárdio, como é o caso coroná-ria do serviço de cardiologia, que continua a funcionar, também com uma estratégia de gestão que permite acomodar pacien-tes suspeitos de Covid-19 e se-pará-los. Continuamos a geri-los da mesma forma que geríamos antes do serviço da pandemia. Quem diz estas unidades pode-mos referir um grande conjunto de patologias, na área da cirur-gia, ortopedia, otorrino, urologia, … Não queria nomear todos, mas é difícil fazer uma longa lista. Di-zer-lhes que continuamos dispo-níveis e asseguramos que existe capacidade de dar resposta a si-tuações urgentes que surjam na nossa população. Tem sido nossa preocupação, ao ver que houve uma diminuição do recurso a ur-gência dos nossos pacientes com este tipo de problemas, muitos por algum receio relativamente a infeção. Queremos passar uma mensagem de total segurança e de apoio para que, se tiverem sin-tomas, que recorram porque, de facto, nós previmos essas situa-

ções atempadamente para poder continuar a oferecer isso a popu-lação de todas as comunidades que servimos.

MG: Vemos agora que, por exem-plo, na China, há doentes a quem foi diagnosticado o Covid-19, que posteriormente realizaram tes-tes negativos, e que, passados 50 dias, deu positivo. Não há imunidade há doença?

PC: Essa pergunta vale um milhão de dólares, desculpem-me o cli-chê. Sabemos muito pouco deste vírus e da forma como ele coexis-te connosco, humanos. Ele é de facto novo. Nós temos dificuldade em compreender toda a dinâmica da sua interação com o ser huma-no. Há de facto duas coisas dis-tintas…. Há dados que vêm dessa comunidade que, obviamente, utilizamos para tentar perceber de uma forma precoce o que vai acontecer com nossos pacien-tes. Temos estado atentos como evolui. Há, por um lado, 14% dos pacientes a quem é dado um cer-tificado de cura, digamos assim, ou seja, testam negativos para a presença do vírus em dois testes consecutivos e que, depois, vol-tam a aparecer positivos. Ainda não se percebe. Na comunidade científica não há uma explicação clara ou definitiva. Não se sabe se corresponde a uma reinfeção ou se corresponde ao facto de, depois de terem ficado curados, o vírus permaneceu no seu or-ganismo durante algum tempo, coexistindo com o hospedeiro. Há aqui um conjunto coisas que ain-da não sabemos. •

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EM GUIMARÃESP.10 N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020

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Rua da Índia nº 462, 4835-061 Guimarães (No edifício verde junto à Rodovia de Covas) | Alameda Professor Abel Salazar nº 29, 4805-375 RonfeDe segunda a sábado, das 08h00 às 20h00

Em Creixomile Ronfe

PS reúne com trabalhadores e empresários

EM GUIMARÃESO JORNAL N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020 P.11

Luís Soares e Sónia Fertuzinhos ouviram os agentes económicos locais. Luís Soares considerou que alguns setores não têm condições para reabrir.

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Os deputados socialistas vi-maranenses reuniram com os agentes económicos locais, com o objetivo de perceber a sua perspetiva relativamente à retoma do funcionamento da Economia local. Em comunicado, o PS esclarece que a reunião de-correu com trabalhadores e com empresários de setores como calçado, têxtil, hotelaria e restau-ração, de serviços. Luís Soares e Sónia Fertuzinhos “registaram a preocupação de todos relativa-mente à necessidade de retomar o funcionamento da economia,

respeitando as condições de higiene e segurança que vierem a ser definidas”. Os deputados consideram que “há setores cujas exigências sanitárias para o funcionamento tornam praticamente inviável a reabertura”. À margem da reunião, Luís Soa-res explicou, em comunicado, que os empresários e os traba-lhadores do setor da hotelaria e da restauração de Guimarães têm motivos para estar preocu-pados: “O setor do Turismo, da hotelaria e da restauração que

JSD de Guimarães propõe alargamento da tarifa social da água aos jovens

estava em franco crescimento em Guimarães é dos setores mais afetados. O turismo internacional está estagnado, e a próxima época alta esta condenada pelo receio das pessoas em viajar, pelas condições económicas, mas também pelas limitações sanitárias que terão que ser impostas para a reabertura de hotéis, restaurantes e similares”, refere. Por isso, os socialistas consi-deram que, além dos apoios específicos do estado para o setor do Turismo, “é necessário olhar para esta realidade e pensar de que forma podemos coletivamente ajudar um setor que representa muito para a economia de Guimarães e de Portugal” Para além desta realidade, os Deputados reuniram com os Sindicatos do Têxtil e do Calça-do da região. Sónia Fertuzinhos frisa, em comunicado, que “o momento para estes dois seto-res é delicado e difícil”. •

A JSD de Guimarães quer ver alargada a tarifa social da água da Vimágua aos mais jovens. Nesse sentido, enviou, esta terça-feira, ao presidente da câmara, Domingos Bragança, e ao presidente do Conselho de Administração da Vimágua, Armindo Costa e Silva, uma carta a propor o alargamento da Tarifa Social da água para os jovens até aos 30 anos que se encontrem em situações mais vulneráveis. Os sociais-democratas suge-rem que o Conselho de Admi-nistração da Vimágua pondere alargar a tarifa social da água e, ainda, que a isenção passe dos 5 metros cúbicos para 15 metros

cúbicos para todos os jovens até aos 30 anos que habitem sozi-nhos ou com parceiros/as e que provem que tenham sido despe-didos no âmbito do Covid-19 e/ou apresentem quebras no seu rendimento iguais às quebras previstas pelo regime de lay-off simplificado (1/3 do vencimento mensal).A JSD sugere que, para os jovens que foram despedidos, a Vimá-gua os isente deste pagamento durante seis meses, a começar a partir do momento em que os jovens são despedidos. “A isen-ção de seis meses é para que os jovens, no pós-Covid-19, tenham a estabilidade necessária para a procura de novo emprego”, justi-ficam os sociais-democratas. Para os jovens colocados em regime de lay-off simplificado e para os jovens profissionais libe-rais e/ou proprietários de peque-nos comércios, a JSD sugere que fiquem na tarifa social durante os meses em que permaneçam no regime de lay-off simplificado ou apresentem uma quebra no seu vencimento mensal igual ou superior a 1/3. •

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Vimaranense costura e oferece máscaras a quem precisa Cristina Ribeiro costura e oferece máscaras a quem necessita, principalmente “a pes-soas que têm deveres a cumprir, que estão a fazer o bem".

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A Rede de Apoio Psicológico do Município de Guimarães já reali-zou 110 atendimentos, segundo a autarquia. O serviço surge da observação da necessidade de disponibilizar apoio à população, no âmbito da pandemia da Covid-19, através da Rede de Emergência criada pelo Município de Guimarães. Os 110 atendimentos foram resultado de dezenas de telefo-

nemas efetuados com munícipes após referenciação. “Vamos conseguindo alterar as situações, efetuar aconselhamento e/ou encaminhamento e colmatar algumas questões do isolamento social”, refere uma das psicólogas deste projeto, em comunicado da autarquia. A Rede dispõe de 18 psicólogos, cinco técnicos municipais, aos quais se juntaram 12 psicólogos

SOCIEDADEP.12 N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020

Na passada quarta-feira, 21 de abril, “a música tradicional portu-guesa ficou mais pobre”.Esta frase é repetida incessante-mente, entre várias homenagens encontradas nas redes sociais, a propósito do falecimento de Domingos Castro. Considerado um dos maiores tocadores de cavaquinho em Portugal, o vi-maranense era conhecido preci-samente como o “Mestre do Ca-vaquinho”. “Um grande artista da música tradicional portuguesa e do Cavaquinho que fala, em parti-cular. Nas suas mãos, o som estri-dente de uma qualquer melodia”, descreve, por exemplo, o grupo SolMinho.Domingos Castro nasceu em 1960, é natural de Azurém e aprendeu a tocar cavaquinho aos nove anos, ensinado pelo pai. Posteriormen-te, fez parte parte do Grupo Fol-clórico Infantil de Fermentões. “Era um homem da música por quem tinha muita simpatia e um tocador como havia poucos”, re-corda ao Mais Guimarães Daniel Fernandes, cantador ao desafio. “No lugar da ponte, onde acaba Azurém, convivia com ele num café, tipo tasco, que se chamava Meia Lua”, lembra. Era nesse café que se juntavam para cantares ao desafio. “Estamos a falar de algo que aconteceu há 20 anos, nos meus inícios de cantar ao desafio. Juntávamo-nos la com o seu pai. Lanchávamos, bebíamos uma ca-nequinha e cantávamos ao desa-fio”, conta.

"A sua paixão era o cavaquinho"Nos últimos anos, Daniel Fernan-des não convivia com a mesma frequência com Domingos Cas-tro, mas lembra-se que o amor pelo cavaquinho era já de família. “O pai dele era grande tocador de cavaquinho. Foi um amor que começou no pai e passou para os dois filhos” explica. Domingos Castro era “filho de uma família humilde". O pai era o "sapateiro da ponte” e ele próprio trabalhou na área do calçado. “Mas a sua paixão era o cavaquinho”, frisa.

Mestre do Cavaquinho e um “fora de série”Domingos Castro fazia parte do grupo de Cantares Populares “Os Amigos do Borguinha”. O grupo foi formado oficialmente a 25 de Fevereiro de 2008, na freguesia de São Mamede de Este, no con-celho de Braga, onde realizavam os ensaios. Percorrem o país, com especial destaque para o minho, entre festas populares, concertos e muita animação.“Conhecemo-nos nas borgas, nas romarias. Ele tocava cavaquinho, eu toco concertina e assim come-çámos”, revela o criador do grupo, Borguinha de Braga. O tocador de concertina bracarense conta que partilhou o palco “centenas de vezes” com Domingos Cas-tro. “Sempre disse que aquele homem o mestre do cavaquinho porque tocava aquilo como nin-guém. Desde aí, chamávamos-lhe o Mestre. Era sempre assim que o apresentávamos nos espetácu-los”, recorda. Para o Borguinha de Braga, Domingos Castro era mes-mo um “fora de série”.Esse envolvimento valeu-lhe re-conhecimento no mundo da mú-sica popular nacional. “Era muito conhecido no mundo da música tradicional portuguesa, também a nível de emigrantes. Nas redes sociais vemos mensagens de sentimentos de muita gente, de emigrantes nossos amigos e de-les. Toda a gente o conhecia. Era uma boa pessoa”, relata Daniel Fernandes. Entre centenas de mensagens nas redes sociais, le-se, por exemplo, a de José Amorim: “A sua forma brejeira e muito tra-dicional de tocar cavaquinho fez dele um dos maiores e mais co-nhecido tocador de Cavaquinho em Portugal”, escreve.Outra mensagem é deixada, por exemplo, por Herminio Pedro Go-mes, que frisa que o cavaquinho de Domingos Castro “irá sempre tocar e dar os sons eternamente”. "A música tradicional portuguesa ficou mais pobre. Perdeu um dos seus filhos", finaliza. •

Domingos Castropor Mafalda Oliveira

Retratode Perfil

ENome

Domingos Castro

Natural deAzurém

ProfissãoMúsico

Rede de Apoio Psicológicojá realizou 110 atendimentos

Cristina Ribeiro costura dezenas de máscaras diariamente para oferecer a quem mais precisa. A vimaranense conta ao Mais Guimarães que a ideia surgiu quando viu notícias de que haveria pessoas com dificuldade em encontrar máscaras. “Com o decorrer do tempo, vi que se falava na possibilidade de cos-turar máscaras 100% algodão para proteger quem vai à rua. Entretanto, como estou desem-pregada, decidi vir a garagem fazer máscaras”, recorda. Na altura, Cristina Ribeiro pen-sou na possibilidade de fazer as máscaras para quem tinha difi-culdade em encontrar. “Quem se queixava muito eram as pessoas que estavam a trabalhar, que iam levar alimentação aos velhinhos, entretanto, peguei e costurei duas ou três e partilhei nas redes sociais a dizer que oferecia. A partir daí, tive vários contactos de pessoas a pedirem máscaras”, relata. Residente em Urgezes, Cristina Ribeiro distribui gratuitamente as máscaras a quem lhe vai pedindo, como “a pessoas que têm deveres a cumprir, que estão a fazer o bem, como a entregar

refeições”. Para oferecer, Cristina já costu-rou cerca de 200 máscaras. “Ás vezes perguntam se posso fazer cinco e eu dou dez”, conta. Esta foi também uma forma de Cristina conseguir ocupar o seu tempo em casa, em tempos de pandemia. “Como estava parada, isto faz-me esquecer a situação, porque fico concentrada. Os meus dias mudaram comple-tamente. Isto preenche-me o tempo e faz-me ver coisas além

do que estava a ver”, conta. Além disso, são “os agradeci-mentos” que preenchem a vi-maranense. “Consegui encontrar uma coisa que me faz mesmo feliz. Dá-me gosto de fazer, porque sei que são pessoas que precisam”, confessa. No futuro, Cristina só irá parar quando os pedidos também terminarem. “Só vou parar se houver um dia que não me digam nada. Se me ligam a pedir, claro que faço”, garante. •

provenientes dos agrupamentos de escolas e uma voluntária de uma instituição privada, todos em regime de voluntariado. De acordo com a nota informa-tiva, sintomatologia de humor deprimido e de ansiedade, sensa-ção de isolamento e desespero, dificuldades na gestão de rotinas novas e da acumulação da tarefa de cuidador com as já habituais (quer seja de menores ou de idosos), dificuldades na gestão de processos de luto e de doença própria estão na base das proble-máticas detetadas e que estão a ser devidamente acompanhados através de sugestões e estraté-gias devidamente elencadas. As consultas ocorrem em moda-lidade de atendimento telefónico que é articulado com os técnicos da rede e cuja regularidade de contacto vai sendo definida pelos psicólogos de acordo com as situações em questão. Quando se observa a necessidade de um apoio mais intensivo é encami-nhado para os serviços de psico-logia das entidades parceiras. •

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Juntas de freguesia e cidadãos unem-se para distribuir máscaras pela população

Várias Freguesias

Em Urgezes, há 10 mil máscaras para distribuir por cidadãos e instituições da freguesia. A distribuição iniciou-se no sábado passado e o presidente da junta apela a que os espaços comerciais da freguesia também vendam máscaras. Já em Caldelas, o Espaço de Convívio Sénior "Este lugar não é para velhos" iniciou um projeto de confeção de máscaras de proteção.

CONCELHOO JORNAL N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020 P.13

A Junta de Freguesia de Urgezes adquiriu 10 mil máscaras, das quais seis mil serão distribuídas pela população. As restantes qua-tro mil máscaras serão entregues a instituições de saúde e lares. O anúncio é feito em comunicado pela autarquia local. Seis mil máscaras sociais (em tecido e TNT) serão distribuídas pela população, sendo que será

colocado um kit em todas as ha-bitações. A distribuição iniciou-se no sábado passado, na zona da Igreja de Urgezes, Trofas, Remé-dios até ao Bairro Económico e municipal, sendo que o objetivo é, durante a próxima semana, chegar a todas as habitações da freguesia. Já as restantes quatro mil más-caras, cirúrgicas. chegarão aos

que estão “na linha da frente do combate à pandemia”, designa-damente Hospital Nossa Senhora da Oliveira, Centro de Saúde de Urgezes, SAD – Apoio domiciliá-rio dos Amigos de Urgezes, Lar Rainha D. Leonor, assim como a voluntários que estão nos proje-tos sociais e ainda pessoas consi-deradas de risco. Em comunicado, a Junta escre-

Banco de emergênciasocial já está a ajudar

Briteiros Santo Estêvão e Donim

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As freguesias de Santo Estêvão de Briteiros e Donim têm, ago-ra, um Banco de Emergência Social, que recolhe “contributos para ajudar aqueles que mais precisam nesta altura de pan-demia”. Segundo comunicado de imprensa enviado às redações, esta é uma iniciativa solidária que conta com a participação da Gasmave (Grupo de Apoio Social na Margem do Ave). O propósito é “angariar bens alimentares, de higiene pessoal” e equipamen-

tos de proteção individual “que permitam auxiliar pessoas ou famílias em situação de carência económica”. As empresas ou ci-dadãos que tenham interesse em apoiar podem fazê-lo através do endereço [email protected]. A junta de freguesia indica que a resposta está a ser garantida aos “casos já sinalizados”, mas apela a que outras situações de fragilidade e necessidade lhe sejam reportadas para alargar a resposta. •

Trecho da Estrada Nacional 310, que ligaGuimarães à Póvoa de Lanhoso, vai ser reparado

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local, Miguel Oliveira, insiste para que as pessoas “fiquem em casa” e que, em casos que tenham de sair, o façam “em segurança”. “Principalmente se nos encon-trarmos com outras pessoas (no supermercado, no talho, na far-mácia, etc.), que seja com más-cara, para não só nos proteger a nós, como também para prote-germos os outros”. A Junta de Freguesia pretende ainda sensibilizar todos os esta-belecimentos comerciais abertos, e os que vão abrir, para que pos-sam ter nos seus espaços másca-ras. A ideia é que as tenham “não só para os seus clientes que vão fazer as suas compras”, como também para a venda das más-caras ” a preço de custo” já que, “não sendo este o seu objeto so-cial, dariam assim um contributo social à comunidade”. Por sua vez, a Junta de Freguesia de Caldelas, através do seu Espa-ço de Convívio Sénior “Este lugar não é para velhos”, iniciou um projeto social para a confeção de

máscaras de proteção.A junta revela, nas redes so-ciais, que recolheu em empresas têxteis da região tecido 100% algodão respirável e adquiriu elásticos para a confecção des-tes equipamentos de proteção individual no combate à pande-mia por Covid-19. O material foi entregue aos utentes do espaço de convívio sénior, que produzi-rão este equipamento de acordo com as diretrizes técnicas indica-das pela Direcção Geral de Saú-de. As máscaras reutilizáveis per-mitirão até 20 lavagens a 60ºC, o que permitirá que as máscaras descartáveis (cirúrgicas e outras) fiquem para utilização apenas dos profissionais de saúde e dos profissionais do setor social. A autarquia local “agradece a oferta do tecido” e apela ainda “a todas as empresas que se quei-ram associar a esta iniciativa e a todos os cidadãos que tenham condições e pretendam produzir este equipamento que, uma vez produzido, será oferecido pela Junta de Freguesia”. •

A Junta de Freguesia de Caldelas informou, através de comunica-do, que a Infraestruturas de Por-tugal (IP) vai “proceder à repara-ção do pavimento do trecho da Estrada Nacional/Regional 310, que liga Guimarães à Povoa da Lanhoso”. Esta via atravessa a vila de Cal-das das Taipas e um dos alvos de intervenção será a Avenida 25 de Abril, segmento que liga a rotun-da de acesso a Braga, perto da Escola Secundária das Taipas, à rotunda de acesso a Longos e ao Avepark. “Face à reclamação da Junta de Freguesia de Caldelas, a Infraes-truturas de Portugal compro-meteu-se a proceder à repara-ção do pavimento do trecho da Estrada Nacional/Regional 310 que liga Guimarães à Povoa da Lanhoso, na parte que diz res-peito à nossa freguesia, mais concretamente entre a Bomba de Gasolina da Galp e a Rotunda do Avepark”, informa a autarquia local. A Junta indica que “a estrada apresenta buracos e fissuras

que dificultam a circulação e co-locam em causa a segurança de pessoas e veículos”. Devido às restrições que a covid-19 está a provocar no país, a IP não indicou

uma data concreta para a execu-ção do trabalho, mas estima-se o mês de maio para a resolução deste problema”, lê-se na nota informativa. •

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No regresso às aulas em Vizela, alunos,professores e funcionários serão testados

Vizela

Em Vizela, os alunos do 11.º e 12.º anos de escolaridade realizarão testes serológicos quando reto-marem as atividades letivas no contexto de desconfinamento, disse à Lusa o presidente da Câ-mara Municipal, Vítor Hugo Sal-gado. De acordo com o autarca, os tes-tes serão realizados no primeiro dia de regresso às aulas (aponta-do para 18 de maio). A ideia desta medida é, explicou o presidente daquela autarquia, fazer “testes serológicos rápidos”, que “dão os resultados em cerca de 15 minu-

tos”, com 91% de precisão, indi-cando se a pessoa está contami-nada ou se já conta com algum tipo de imunidade. “A ideia é pre-venir o contágio na comunidade escolar”, frisou. Os testes serão realizados por uma equipa formada por um en-fermeiro e outro técnico de saú-de. A equipa percorrerá as duas escolas do concelho, em articula-ção com os estabelecimentos de ensino. Ainda assim, os testes só se realizarão mediante uma auto-rização prévia dos encarregados de educação. Os resultados serão

comunicados aos pais e/ou esco-las, em função de uma indicação prévia dos encarregados de edu-cação, num formulário próprio. De acordo com a Lusa, estima-se que sejam testados 265 alunos, 61 professores e 112 funcionários. O município quer ainda distribuir máscaras comunitárias a profes-sores, alunos e funcionários, con-fecionadas por empresas do con-celho. A autarquia pagará metade dos custos aos comerciantes do concelho que se queiram sub-meter ao testes, de acordo com a agência noticiosa. •

ZONA NORTE | OPINIÃOP.14 N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020

Câmara devolve IRS e cria isenções para taxa de derramaVieira do Minho

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s A Câmara Municipal de Viei-ra do Minho vai abdicar da percentagem de 5% do IRS e isentar da taxa de derrama as empresas com volume de ne-gócios inferior a 250 mil euros, anunciou aquela autarquia. As medidas inserem-se no “plano de reação municipal à pande-mia provocada pela covid-19 e pretendem diminuir os impac-tos negativos desta crise nas famílias, nas empresas e insti-tuições”, refere o município em comunicado. A percentagem de IRS a abdicar aplica-se a rendi-mentos de 2020. A isenção da

taxa da derrama às empresas que preencham os requisitos referidos também é referente a 2020.“A Lei das Finanças Locais des-tina às câmaras municipais 5% do imposto sobre os rendimen-tos singulares coletado nos respetivos municípios, uma verba que a autarquia vai de-volver na totalidade aos muní-cipes, que ficam assim com um imposto mais leve no momen-to de pagar, ou um reembolso mais elevado no momento de receber”, explica a autarquia no mesmo comunicado. •

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“Também sou jurista e sei a ca-pacidade enorme que os juristas têm de inventar problemas”. Vol-tei a fita atrás. Era mesmo. Repe-ti. Confirmou-se. António Costa disse mesmo isto aos microfones das televisões. Pois bem, Caro Colega, andou mal, deixe-me di-zer-lhe, não disse tudo. E foi um tanto injusto. Na verdade, poderia ter dito que os juristas têm uma capacidade enorme em inventar problemas (no que estaríamos de acordo), acrescentando, no entanto, que revelam igualmente grandes competências para criar soluções, para decidir e agir no imprevisto, sem recurso a tra-tados anteriores porque não os há, para intervir sensatamente e com medida em momentos de crise aguda e generalizada, nos quais ninguém sabe muito bem o que fazer por falta de referências que permitam adoptar receitas “by the book”, que revelam espe-cial competência para encontrar consensos difíceis em ocasiões que nos colocam todas as inter-rogações e inseguranças. Caro Colega, como muitos, considero que temos a sorte de ter a Presi-dente da República e a Primeiro Ministro dois juristas, experien-tes e astutos, que têm revelado uma enorme capacidade para lidar com esta singular situação de enormíssima complexidade, sentando à mesa representan-tes de sectores fustigados por uma crise demolidora e sem precedentes, e, o que é notável, conseguindo obter equilíbrios e entendimentos, mesmo quan-do os interesses são claramen-te conflituantes, e, não raro, se confirma o dito segundo o qual “em casa onde não há pão, todos ralham e todos têm razão”. Por incompleta, aquela frase inicial é injusta sobretudo para estes dois juristas, o Presidente da Repú-blica e o Primeiro Ministro. E já

agora, se me permite, no caso deste último, mais ainda. É que, com o afã de “inventar” próprio de jurista que é, e por não se demitir do que entende serem as suas responsabilidades, qua-lidade que também abona os juristas dignos desse nome, o nosso primeiro ministro permi-tiu-se “inventar” soluções para a política europeia, apontando medidas nunca antes adoptadas, quer pela sua natureza, quer pela sua magnitude, reforçando, sem tibiezas, que nestes momentos é que se vê quem está e quem não está, atirando à cara e batendo o pé, curto e grosso, a altivos re-presentantes de países que na União Europeia costumam falar desse modo, não tanto a ouvir desse modo, porque, ostentando finanças mais robustas se per-mitem fazê-lo, como quem fala “de cima da mula” para aquela malta lá do sul… Ora, o nosso “ju-rista” e Primeiro Ministro “inven-tou largo” nesta sua intervenção. Confesso que, como português, fiquei orgulhoso, com esta sua atitude. E também é verdade que fico igualmente muito con-fortado quando vejo a admira-ção com que os chefes políticos estrangeiros se referem às suas intervenções. Essa coisa de dar um murro na mesa quando é ne-cessário também é característica dos juristas, podia tê-lo dito. Ao que vemos por esse mundo fora estamos muito bem servidos. No meio do azar, é opinião corrente que nem tudo corre mal. A come-çar pelas duas principais figuras do Estado, que se têm revelado à altura do momento, merecen-do bem o nosso agradecimento. Colega António Costa, invente que o seu inventar tem sido mui-to bom, tal como o do Presidente da República. Que não lhes falte imaginação e inventiva, coragem e sorte. •

COSTA,O “INVENTOR”

Opinião deCésar Machado

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OPINIÃOO JORNAL N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020 P.15

EVOLUIR REGREDINDO

ESTADO DE AMBIGUIDADE

A proliferação desregrada e selvagem do turismo nos últimos anos fez crescer em mim uma preocupação. Tenho-o manifes-

tado mas nunca fui entendido. A invasão turística devorava tudo à sua passagem e crescia como uma planta invasora num solo

É inevitável falar (outra vez) da COVID-19. Há meses que vivemos presos por ela e, até mais ver, mais meses virão, sem data anunciada de soltura. É precisamente sobre isso que hoje escrevo. Sobre liberdade, ou melhor, sobre liberdades e

direitos fundamentais. Por razões de pungente neces-sidade económica de descon-finar - que não discuto – e não por razões de saúde pública (essas continuam a aconselhar todo o recolhimento possível), o Governo estará a estudar a pos-

Opinião deCarlos Guimarães

Opinião deVânia Dias da Silva

que a sociedade oferecia cada vez mais fértil. Era a galinha dos ovos de ouro. A identidade dos sítios e das gentes perdia-se na sua adaptação à voracidade turística. Uma terra sem turismo era considerada uma espécie de terra atrasada e sem processo evolutivo, um sítio onde não passou Cristo. Era evidente que a propagação do mal teria de ser interrompida, mas as atitudes e medidas por parte das pessoas, dos Estados, e da grande mãe economia, ordenava o contrário. A multiplicação do dinheiro co-manda as mentes, a inteligência e o desejo das pessoas. Dava-se o cumprimento da regra do mais e mais, quanto mais melhor, está tudo bem e quem diz o contrário não sabe o que diz. Por nossa vontade e disciplina não fomos capazes de ver o erro, de parar para pensar e definir um novo rumo para a atividade turística. Deixamos a bolha crescer e insuflamos a bolha muito além do tolerável. Não fomos capazes de o fazer de forma controlada e a coisa fez-se com estrondo segundo as regras da natureza e da pior maneira, o colapso. Agora sabemos que o futuro do turismo e da nossa maneira de ser e estar na vida será obrigatoriamente diferente. A natureza definiu o rumo sem deixar livro de instru-

ções, cabe a nós escrever o guião e cumprir. Hoje exibimos fotos da nossa horta com orgulho e felicidade, ontem as fotos eram de praias exóticas. As atitudes moldam-se, os hábitos ajus-tam-se e a felicidade adapta-se. Não vamos ficar todos bem, já aprendemos muito, falta agora concretizar. Temos tempo. As flores existem para serem apreciadas presas ao solo, onde nascem, crescem e morrem para voltar a nascer, mas nós teimamos em metê-las em jarras onde definham até morrer e não germinam de novo. Temos de evoluir regredindo e se não conseguirmos dar esse passo atrás seremos enganados ao seguir para diante. Está na hora de olhar e meditar em nós pró-prios, de ajustar as nossas vidas centralizando-as naquilo que é verdadeiramente importante, o nosso bem estar focado no es-sencial e refutando o acessório. Fechados em casa tivemos de nos reinventar, arrumamos o nosso espaço para criar mais es-paço e libertamo-nos do entulho. Apercebemo-nos que também fomos vítimas do consumismo selvagem e prometemos que adiante será diferente. Se já o fizemos em casa, teremos de o fazer connosco, arrumar o lixo que acumulamos ao longo da

sibilidade de, já em Maio, propor o fim do estado de emergência e, aparentemente, impor o estado de calamidade que, a acreditar no que vamos ouvindo, manterá níveis diferenciados de proibi-ções e de restrições de direitos fundamentais. Vamos por partes. A Consti-tuição é clara: o exercício de direitos, liberdades e garantias não pode ser suspenso excepto em caso de estado de sítio ou de emergência. Donde, nenhuma lei infra-constitucional pode suspendê-los sem que haja sido declarada qualquer uma dessas circunstâncias. Ora, o estado de calamidade, previsto na Lei de Bases da Protecção Civil, não é nem uma coisa nem outra. Simplificando, digamos que está no patamar inferior do estado de emergência, destinando-se a enfrentar uma situação de acidente grave ou de catástrofe, com o fim de reagir ou repor as condições de vida nas áreas atingidas. Pressupõe, pois, uma localização geográfica específica e, entre os efeitos mais limitado-res, a racionalização de alguns bens essenciais e a fixação de condicionamentos à circulação de pessoas entre concelhos de-limitados com cercas sanitárias ou de segurança. E, logo, não permite restringir as liberdades de circulação e de permanência com a abrangência que em esta-do de emergência se lhes pode

dar, especialmente a imposição da obrigação de confinamento. Até admito a discussão, difícil, sobre se, em estado de calami-dade, é possível limitar, por todo o país, o número de pessoas num supermercado, num restaurante ou nos transportes públicos. O que está para lá do razoável é considerar a hipótese de impor a obrigação de isolamento de determinados conjuntos de pessoas e impedi-las de circular, como é o caso dos mais velhos. De resto, sem estado de emergência, o direito de resis-tência dos cidadãos retoma a normalidade constitucional, os quais podem, legitimamente, não acatar os conselhos das autoridades que, em estado de calamidade, podem não passar disso mesmo - recomendações. E este é o ponto. Pretender aca-bar com o estado de emergência para retomar, paulatinamente, a (nova) normalidade e substituí-lo pelo estado de calamidade, com as mesmas restrições de direitos fundamentais, redundará, no mínimo, em estado de ambigui-dade e, no limite, em estado de arbitrariedade. Coisa que, com ou sem pandemia, é intolerável num Estado de Direito Democrático. Mas mais: além do inaceitável perigo constitucional de um es-tado de calamidade que mantém restrições apenas admissíveis em estado de emergência, sob o ponto de vista da saúde pública

pode revelar-se um fracasso com consequências épicas. Basta ver o que a simples menção do fim do estado de emergência fez ao recolhimento dos portugueses. Aconselha, por isso, a prudência que, sim, se abra a economia mas que, ainda que com medidas suavizadas, se mantenha o esta-do de excepção constitucional. •

vida para ganhar mais espaço para receber e dar o que é fun-damental. Se assim for, não só ficaremos bem, mas ficaremos melhor. •

As flores existem para serem apreciadas presas ao solo, onde nascem, crescem e morrem para voltar a nascer, mas nós teimamos em metê-las em jarras onde definham até morrer e não germinam de novo.

Pretender acabar com o estado de emergência para retomar, paulatinamente, a (nova) normalidade e substituí-lo pelo estado de calamidade, com as mesmas restrições de direitos fundamentais, redundará, no mínimo, em estado de ambiguidade

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Na sexta-feira, dia 24 de Abril, a Associação Artística Vimaranense promoveu um debate online entre José Adelino Maltez, André Freire e Francisco Teixeira. O mote para a conversa entre os dois politólogos e o filósofo foi a questão: está a pandemia a ameaçar a democracia?

Como forma de celebrar o 25 de Abril, em estado de emergência, respeitando o confinamento, a ASMAV colocou à conversa os dois conhecidos professores ca-tedráticos de ciência política e um professor de filosofia. O primeiro tema lançado para o debate foi o conceito de “democracia”, uma vez que a palavra é usada para re-ferir regimes muito distintos. José Adelino Maltez fala de “um sonho” que vem da Grécia Antiga e que está hoje inscrito no projeto euro-peu, mas vai lembrando que todos os países, com exceção de algu-mas monarquias absolutas, como a Arábia Saudita e o Vaticano, se afirmam como democracias. Para o politólogo, aquilo em que nos devemos focar é na condição sine qua non para haver “coisa públi-ca”, ou seja, “só há democracia quando saímos do doméstico e podemos ter praça pública”. Nes-

te momento, conclui José Adelino Maltez, estamos “condenados” a um isolamento nas nossas casas, de vez em quando falamos na net uns para os outros… mas isto não é praça pública, isto é uma peque-na fuga…” André Freire lembra que a Euro-pa e os EUA são os contextos em que historicamente a democracia liberal e representativa se desen-volveu e distingue esta experiên-cia de outras que, afirmando-se democratas, lhes faltavam estas duas características. Para André Freire, a componente liberal da democracia é fundamental, já que, é aí que reside a limitação de po-deres, os direitos das minorias, a separação de poderes e a resis-tência à tirania. “Concordo que a democracia é um ideal”, afirma André Freire, lembrando que o risco da situação em que vivemos é o recuo da componente liberal.

A democracia em estado de emergênciaEM GUIMARÃESP.16 N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020

A georreferenciação, a discrimi-nação das pessoas por idade, as tecnologias, “tudo isso tem sido usado por alguns governos para limitar as liberdades”, afirma o pro-fessor de ciência política. “Nada disto é garantido”, afirma Francisco Teixeira logo a abrir, lembrando os casos da Hungria e da Polónia. Embora não veja no horizonte português os problemas que se afiguram a estes Estados, Francisco Teixeira não está pro-priamente otimista. A afirmação de Rui Rio de que criticar o gover-no, neste momento, seria antipa-triótico, “é altamente perturbador”, adverte Francisco Teixeira. O pro-fessor de filosofia alinha ao lado de André Freire na preocupação relativamente ao uso das tecno-logias e lembrou, com apreensão, que “duzentas personalidades, entre as quais o presidente da UGT, pediram ao governo a geor-referenciação dos ‘infetados’ com COVID”. Francisco Teixeira previne para o insólito de se pretender co-locar militares nas escolas a ins-truir alunos e professores sobre as medidas de proteção, “é espanto-so…pode simplesmente fazer-nos sorrir, ou podemos achar que há aqui algo que, se não afeta dire-tamente as instituições, pode ser verdadeiramente mortífero a pra-zo para a democracia”. Segundo a análise de Francisco Teixeira, com exceção do “Chega”, todos os partidos e deputados na Assembleia da República são de-mocratas. “O 25 de Abril é a gran-

de transformação que se consoli-dou com a constituição de 1976”, e isso faz com que o momento tenha um lugar especial na liturgia da democracia. “Eu não tenho pro-blema nenhum em por uma vela ao 25 de Abril”, afirma o professor de filosofia. Falando de rituais do 25 de Abril, José Adelino Maltez indigna-se com os “donos do 25 de Abril”, que “andaram a sitiar a Assembleia Constituinte de onde veio a Constituição de 1976”. Em 1978, Mário Soares fez um acordo de governo que levou a ministros os membros do CDS e, em 1979, a direita venceu as eleições. Segun-do Adelino Maltez, esta alternância de poder foi a grande conquista da revolução. André Freire recorda os dias que decorreram após o 25 de Abril, como “uma tentativa de evitar a construção de um sistema demoliberal”, o que levou a que o PS durante muito tempo preferis-se “despachar com o PSD e com o CDS”. André Freire concorda com a necessidade de celebração mas alerta que não deve haver “exclu-sivismos”. Relativamente à situação inter-nacional, Francisco Teixeira mos-tra-se preocupado com os EUA, “a construção democrática mais sóli-da que se conhecia”, que tem um grande apoio nas camadas popu-lares mas também na grande in-dustria. Francisco Teixeira sublinha que não está só nesta inquietação, “o New York Times, diz que há cla-ramente uma tentativa de Trump de usurpação constitucional”.

Adelino Maltez afirma-se eterna-mente grato aos norte-america-nos “por nos terem ajudado a fa-zer a Europa”. Para o fundador da Associação Portuguesa de Ciência Política, não há nenhuma razão para preocupações com a América e com “aquele senhor que lá está”, esta não é a primeira vez que os americanos se fecham. Adelino Maltez lembra que quando foi fundada a Sociedade das Nações, apos a Grande Guerra, os EUA, com um governo republicano, não participaram. Os fechamentos da América são cíclicos, “mas há uma energia na sociedade norte-ame-ricana que é vital para a democra-cia e ela vai triunfar”. André Freire mostra-se preocu-pado com o nível que classifica de “indigência” intelectual quer do presidente americano quer de Bolsonaro. “Se eu fosse america-no ou brasileiro tinha vergonha de ter um Trump ou um Bolsona-ro”, confessa. Sendo o presidente americano o “grau zero da políti-ca”, para André Freire, “às vezes ele acerta”, é o caso “da necessi-dade de infletir a globalização, in-troduzir algum nacionalismo, al-gum protecionismo e não termos aqui uma vaca sagrada que é o livre câmbio, o livre comércio, “eu acho que isso era uma boa ideia que ele trouxe, da forma errada.” André Freire terminou falando da necessidade de separar o libera-lismo económico, que é preciso refrear, do liberalismo político e cultural. • Rui Dias

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A Família agradece as condolências e as manifestações de pesar pelo falecimento do seu ente querido, Fernando Ribeiro da

Silva, natural de São Sebastião, Guimarães, falecido no dia 21 de março de 2020, com 94 anos, no Rio de Janeiro, Brasil, onde se

realizaram as exéquias fúnebres.

A Família

Fernando Ribeiroda Silva

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VITÓRIA SCP.18 N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020

André Almeida: “Desdepequeno que tinha este sonho”Jovem médio fez toda a formação no Vitória e chegou à equipa principal. Não tem jogado, mas lembrou o “iní-cio de época de sonho”. “Deixei de ser opção, mas continuo a trabalhar para voltar ao onze“, afirma.

André Almeida foi uma das “su-bidas” promovidas por Ivo Vieira. No início da época, o médio de 19 anos figurou no lote de jogadores que deram o salto para a equipa principal dos Conquistadores. “No inicio da temporada não pensava que ia fazer os jogos que fiz”, re-feriu, tendo, inclusive, aludido ao jogo contra o Arsenal, em Londres. “Foi um início de sonho”, resume.

No entanto, o leque de opções para ocupar o meio-campo do Vi-tória foi crescendo e o ímpeto ini-cial de André Almeida foi perdendo fulgor. Algo que não desanima o jovem. “Deixei de ser opção, mas continuo a trabalhar para voltar ao onze, para jogar, é aí que eu sou feliz”, atira, a partir de casa, numa conversa com os jornalistas atra-vés de vídeoconferência. “Não me

Pêpê garante que o Vitória vai re-gressar “em grande força”, para alcançar lugares europeus, um objetivo que está “ao alcance” da equipa. Em declarações aos jor-nalistas, o atleta vitoriano disse concordar com as declarações do técnico Ivo Vieira, que disse que “o campeonato do Vitória não está a ser muito bom”, ao progra-ma Quarentena da Bola. “Claro que concordo. No Vitória, a exi-gência é muito grande e o plantel é muito bom. Para o campeonato estar a ser muito bom estaríamos em terceiro ou em segundo lugar, como disse o mister”, frisou. Apesar disso, Pêpê recordou que o Vitória estava “no bom cami-nho” para chegar à Liga Europa. “Estávamos a conseguir várias vitórias. Queremos que campeo-nato recomece para atingirmos esse objetivo. Vamos entrar em grande força”, reforçou. Questionado se estaria a viver melhor momento da carreira aquando da pausa do campeo-nato, Pêpê disse esperar que não. “Quero atingir mais e melhor. Quero evoluir a cada dia. Estava num bom momento, mas espero q não tenha sido o melhor”, apon-tou. Pêpê admitiu ainda ter “sauda-des de bola”. “É o nosso traba-lho e, acima de tudo, é uma coi-sa que gostamos muito de fazer. Em casa damos uns toques, mas não tem nada a ver com o que é um jogo ou um treino”, confes-sou. Apesar disso, os atletas só regressam aos treinos “quando estiverem reunidas as condições para tal”, recordou. “Num treino podemos estar quatro jogadores num campo e ninguém se toca. Agora, num jogo, é impossível manter a distância”, confessou. Por casa, os atletas têm mantido a atividade física, com treinos diá-rios. “Mas é totalmente diferente treinar em casa do que no cam-po”, reforçou. •

“O regresso do Vitória aos treinos vai acontecer num futuro pró-ximo e está a ser preparado em articulação estreita ente depar-tamento médico, administração da SAD e equipa técnica. Vai se-guir todas as recomendações das entidades sanitárias e da Direção Geral de Saúde”. As palavras são do médico dos Conquistadores, Filipe Guimarães, que, num vídeo publicado pelo clube, explicou os procedimentos que vão ser ado-tados quando a equipa regressar

aos treinos. “O nosso objetivo é que [o re-gresso] aconteça com o máximo de segurança para todos os inter-venientes neste processo: atletas, equipa técnica e staff de apoio, a quem iremos realizar testes de rastreio à covid-19”, afirmou. Os treinos vão decorrer na Aca-demia, “que foi submetida a um processo de higienização” e foram definidos fluxos de cir-culação de pessoas “Todos os elementos relacionados com o

treino vão diariamente respon-der a um questionário relaciona-do com a covid-19 e ser-lhes-á medida a temperatura. Nesta fase de treinos individualizados os atletas virão equipados de casa e não vão utilizar as insta-lações de balneários e ginásios da Academia”, referiru, assegu-rando que tudo vai ser feito “com paciência, sentido de responsa-bilidade e esperança, possamos vencer este desafio e possamos estar todos juntos”. •

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Questionários, medição de temperatura e equipamento:o que muda no regresso do Vitória aos treinos

sinto inferior. Estou ali para jogar e evoluir. Vou evoluir muito para no futuro ser melhor”. Há praticamente 11 anos nos qua-dros do Vitória, o vimaranense não esconde a satisfação por ter che-gado à equipa principal: “Já desde pequeno que tinha este sonho e quando somos pequenos sonha-mos em grande. É um motivo de orgulho ver o meu pai — que tam-bém é adepto do Vitória — feliz por me ver jogar no estádio”. Posto isto, seria “um prazer e um orgu-lho”, usar, um dia, “a braçadeira do Vitória”.

André André, o exemploAinda está fresca na memória a conquista da Taça de Portugal frente ao SL Benfica. Tinha André 12 anos e na memória ficaram al-gumas referências na posição que ocupa: Tiago Rodrigues e André André, com quem partilha o bal-neário e que vê “como um exem-plo”. O trajeto para chegar à compa-nhia dos melhores foi longo e o jovem acredita que há muitos jo-gadores com quem jogou nos es-calões de formação que podem al-mejar alcançar o mesmo patamar. No entender do centro-campista há um pedigree a ter em conta: “Os jogadores do Vitória sentem o clube de forma diferente”. Com muitos anos de Vitória, o mé-dio até podia partilhar o balneário com algum jogador com quem te-nha convivido durante os anos de

formação - seja como apanha-bo-las num jogo ou no acompanha-mento dos jogadores em campo. Mas lembrou, em tom jocoso, que as únicas vezes que acompanhou, de mão dada, os jogadores até ao centro do terreno aconteceram com jogadores adversários: “Sem-pre que fui de mão dada com os jogadores ia para a equipa adver-sária. Cheguei a entrar com o Rui Patrício e com o James Rodriguez.”

O inesperado golo de cabeçaCom a chegada à equipa principal, chegou também o primeiro golo. Um marco especial para qualquer jogador, ainda para mais quando a mística do clube foi sendo incu-tida ao longo dos anos. O golo foi marcado no Estádio dos Arcos, em Vila do Conde e André fez uso de uma arma pouco usual para um médio: o jogo aéreo. “Foi o destino que me pôs ali”, assina-la, aproveitando para lembrar que “nunca tinha marcado um golo de cabeça. “Se me dissessem que o meu primeiro golo ia ser assim, não acreditava”, realça. Para regressar aos golos, é pre-ciso que os jogos regressem. E antes da bola rolar haverá um período de treino, uma espécie de mini pré-época. Algo que o vimaranense anseia. “Sinto mui-tas saudades de ter a bola nos pés, do ambiente antes dos trei-nos. Estou ansioso que comece. Quando for o melhor momento o Vitória vai-nos informar”, atira. •

Pêpê: “Vamos regressar em grande força”

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MOREIRENSE F. C.

Emprestado pelo SC Braga aos Cónegos, Luther Singh é um dos nomes a reter na caminhada do Moreirense nesta edição do campeonato. Mesmo ausente dos relvados durante um longo prolongado, as exibições na primeira metade da temporada parecem ser suficientes para que o Moreirense alimente esforços para manter o internacional sul-africano no plantel. Segundo a edição desta terça-feira do diário desportivo O Jogo, o clube de Moreira de Cónegos quer manter Luther Singh nos quadros na próxima temporada. A mesma fonte indica que o clube até está a estudar a possibilidade de avançar para a compra do passe. Os Cónegos terão, no entanto, de negociar com o SC Braga. Os bracarenses são os detentores do passe do extremo, que ainda tem três anos de ligação contratual com o clube da cidade dos Arcebispos. “O meu futuro depende sempre dos planos que o SC Braga tem para mim. Não sei se continuo

O presidente do conselho fiscal do Moreirense, André Ferreira, morreu esta segunda-feira, aos 52 anos, vítima de “doença pro-longada”, informou o clube Có-nego. “O Moreirense Futebol Clube endereça as mais sentidas con-dolências à família de André Ferreira, Presidente do Conselho Fiscal do nosso clube, pelo seu falecimento devido a doença prolongada. Neste momento de profunda dor, fica para sempre na nossa memória o homem que honrou as cores do Morei-rense Futebol Clube durante vá-rias décadas da sua vida”, lê-se numa nota publicada na passa-da segunda-feira no site oficial do clube de Moreira de Cónegos. Após ter desempenhado ou-tros cargos no Moreirense, An-dré Ferreira assumiu a liderança do conselho fiscal em 2017, na sequência da morte do então presidente, Júlio Sampaio, es-clareceu à Lusa fonte oficial do emblema da vila de Moreira de Cónegos. •

Cónegos vão tentar manter Luther Singh

Morreu André Ferreira, presidente do conselho fiscal

Pasinato e o potencial do clube: “Oferece todas as condições” e “procura boas classificações”O guardião com mais defesas da liga e totalista nos jogos para o campeonato considera que “o futebol português exige mais taticamente de todos”. Acerca da sua primeira temporada no clube, Pasinato destaca que “o mais importante é ter os objetivos do clube conquistados”

Moreirense Moreirense

Mateus Pasinato tem sido sinó-nimo de segurança. O guardião brasileiro está a atravessar a sua primeira experiência no futebol europeu, mas não precisou de muito tempo para convencer os responsáveis do clube a delegar--lhe o lugar entre os postes: para além de ser o guarda-redes da Primeira Liga com mais defesas é também totalista na baliza do Moreirense nos jogos para o cam-peonato. São dados que deixam Pasinato satisfeito, contudo o “mais impor-tante é ter os objetivos do clube conquistados”, disse o brasileiro, na última sexta-feira, através de uma videoconferência promovida pelo clube Cónego. Um dos temas abordados foi o primeiro contacto com o futebol europeu e as expectativas do guarda-redes quando chegou a Portugal. “Cheguei para suprimir a saída do Jhonatan e sabia que podia jogar como não podia”, re-feriu. O início foi “o melhor pos-sível” e o ímpeto inicial tem-se prolongado. Uma das principais

diferenças entre o futebol portu-guês e o brasileiro, pelo menos no que toca aos guarda-redes, é a vertente do jogo de pés. Segundo o guardião, “o futebol português exige mais taticamente de todos”, inclusive da posição que ocupa. É colocado mais em prática a parte tática. Os treinos são muito deta-lhados”, destaca.

O futuro passa pela EuropaO jogador emprestado pelos bra-sileiros do XV de Piracicaba tem rubricado exibições seguras e traçou o cenário ideal para os últimos dez jogos do campeona-to: “A permanência era o nosso principal objetivo na época. Agora queremos ajudar o Moreirense a obter a melhor classificação pos-sível. Na época passada, o clube chegou ao 6.º lugar. A Europa não vem ao caso. No futebol, nós po-demos conquistar os objetivos como não podemos. O futebol é muito relativo. Como jogadores, queremos colocar os nossos no-

no Moreirense, se regresso, ou se sou novamente emprestado. Tenho mais três anos de contrato, por isso podem acontecer várias coisas diferentes”, afirmou recentemente o atleta de 22 anos. Singh disputou catorze jogos com a camisola dos Cónegos esta temporada. •

© Direitos Reservados © Direitos Reservados

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FUTEBOLO JORNAL N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020 P.19

mes na história do clube”. Pasinato tem feito por isso, po-rém, o guardião de 27 anos não pertence ao clube de Moreira de Cónegos. O empréstimo con-templa uma clausula de compra e o brasileiro vê com bons olhos manter-se no futebol europeu: “Há essa cláusula do meu con-trato. Se o clube quer exercer é porque está a acreditar no meu trabalho e eu tenho correspondi-do. O Moreirense está a crescer, oferece todas as condições, está a construir a academia, e procura boas classificações. Quando vim para cá, um fator que pesou foi o facto do presidente Vítor Maga-lhães ser uma pessoa que honra os seus compromissos. Temos feito um bom trabalho. Sendo bom para os dois…” E no futuro? “Todos os jogadores querem ter uma grande experiên-cia, num grande clube, nos gran-des campeonatos. Agora estou a ajudar o Moreirense a alcançar os objetivos. Um ajuda o outro e todo o mundo fica feliz”, resume o joga-dor natural de Santa Catarina. •

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Xico prepara o regresso e elaborou um planopara “estabilizar um ambiente imprevisível”

“Atenta” e “vigilante”, a ACM avalia o regresso à estrada Candoso anuncia reforço goleador“Atentos, vigilantes e preparados para regressar, quando e como for possível, de forma responsá-vel e que constitua um exemplo”. Foi esta a ideia que a Associa-ção de Ciclismo do Minho (ACM) transmitiu na passada quarta--feira na reunião informal que teve com clubes e agentes des-portivos minhotos. Numa reunião que contou com a participação de Delmino Pereira, presidente da Federação Portu-guesa de Ciclismo (FPC), marca-ram presença diretores desporti-vos, organizadores, comissários e ciclistas que colocaram as suas dúvidas quanto a um possível re-gresso da modalidade e a forma como ele poderá decorrer. José Luís Ribeiro, presidente da ACM, reforçou a ideia de que “o ciclismo será um fator positivo e de esperança na tarefa de renas-cer Portugal”, mas, “ao regres-sar, quando e como for possível”, deve fazê-lo “de forma responsá-vel e que constitua um exemplo”. O dirigente minhoto prometeu que “a ACM vai continuar atenta e interventiva para que o ciclis-mo possa regressar mais forte e determinado”, ao mesmo tempo que pede responsabilidade para que “o nosso regresso seja um exemplo”. José Luís Ribeiro com-

O Clube Recreativo de Candoso anunciou que o pivot João Mi-guel é reforço para a temporada 2020/2021. Depois de uma época produtiva no Rio Ave, João Miguel assinou pelo clube de Guimarães, que se vai manter entre os melhores do futsal nacional na próxima tem-porada. “João Miguel, de 28 anos, apon-tou 21 golos na época passada e conta com um interessante per-curso no futsal, com destaque para a sua passagem pelo Rio

Ave, SC Braga, Bovalino Calcio A5 (Itália) e AD Fafe”, anunciou o clu-be da freguesia de São Martinho de Candoso. Esta oficialização surge poucos dias depois do cluber ter infor-mado que o experiente guardião Sandro Barradas vai continuar a vestir as cores dos vimaranen-ses. Durante o mês de março, o clube anunciou a renovação do capitão Fábio Miranda, Pirica e Cristiano. O clube comemorou o 45.º ani-versário na semana passada. •

Ciclismo Futsal

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MODALIDADESP.20 N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020

© Marcelo Lopes/ACM

O Xico Andebol foi uma das pri-meiras instituições desportivas vimaranenses a responder ao surto de covid-19. O último treino da equipa no Pavilhão Francisco de Holanda foi no dia 10 de março. Esta interrupção permitiu ao Xico começar a preparação de tempos atípicos. De forma metódica e pla-neada, o clube começou a transi-ção para os treinos à distância. “[A decisão de cessar atividades] permitiu-nos preparar um con-junto de materiais para podermos trabalhar em casa. Houve equipas que pararam no dia 10 e no dia 20 já estavam em treino diário, de forma organizada, à distância”, indica o vice-presidente do clube, Mauro Fernandes. Mais de um mês volvido desde o último treino, o Xico Andebol pre-para o regresso “a casa”. “Mesmo quando o Pavilhão perde o ruído e o brilho dos nosso atletas, o rit-mo de trabalho não baixa, para que dentro em breve tudo volte a ser possível”, indica a instituição, na rede social Facebook. E para que o retorno seja uma possibi-lidade, os responsáveis do clube engenharam um plano de con-

tingência que permita, de forma gradual, voltar ao pavilhão. “O que estamos a fazer não termi-na”, refere Mauro Fernandes, que alerta que o plano está sujeito a alterações devido ao atual esta-do de emergência. O plano ela-borado conta com a colaboração de treinadores e jogadores, fruto da comunicação diária entre res-ponsáveis e equipa. No fundo, o plano acaba por “estabilizar um ambiente instável e imprevisível”. “Estamos a dar um recado, uma mensagem de alguma estabilida-de, para voltarmos aos treinos”, salienta o vice-presidente. Garantir condições de higieniza-rão e proteção de atletas, a reor-ganização dos horários – “numa fase inicial, vamos ter um treino por semana presencial”, adianta o responsável, – e dos treinos e re-forçar o atendimento à distância” são os objetivos do plano delinea-do pelo clube vimaranense. Em termos de medidas operacionais, no capítulo da higiene, o Xico vai, entre outras medidas, “promover a necessidade de cada membro do clube ter os seus próprios ma-teriais”; a “desinfeção de espaços

e equipamentos” – para além da manutenção, criar uma rotina an-tes e pós treino; e desativar os balneários. Reorganizar os treinos implicou um trabalho conjunto com os trei-nadores, que “tiveram de adaptar a metodologia” para um novo ce-nário. Assim, o Xico vai “reforçar, sempre que possível, os treinos no exterior” e “limitar o núme-ro de atletas por área de treino. “Está definindo que, no campo, não pode haver mais que quatro atletas”, resume. Ainda não se sabe se a competi-ção regressa e, caso regresse, em que moldes o fará. Mauro Fernan-des assegura que o Xico está pre-parado para os cenários e desta-ca o trabalho coletivo do clube, em plena pandemia: “A ânsia é óbvia, mas a forma intensiva que temos trabalhado tem criado ou-tras valências, todos veem gran-de proveito de um trabalho que estava bem definido. Treinadores melhoraram, tiveram tempo para estudar a metodologia e criou-se espaço para melhorar e apurar procedimentos”. •

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prometeu-se ainda a dar conti-nuidade ao processo com vista à obrigatoriedade de todos os eventos desportivos serem ofi-cializados pelas federações de-tentoras do Estatuto de Utilidade Pública Desportiva. Já Delmino Pereira lembrou que a “Federação Portuguesa de Ci-clismo foi a primeira federação a tomar a decisão de suspender as competições, uma decisão difícil, mas que, como se provou, tinha que ser tomada”. O líder federati-vo explicou ainda que a FPC está

em permanente contacto com os responsáveis para preparar um possível regresso da atividade quando e se for possível. “Desde a primeira hora que te-mos vindo a acompanhar a si-tuação. Todos nós queremos ver sinais de abertura. Estamos sempre à espera de ver uma luz ao fundo do túnel para que possamos regressar à atividade, mas também sabemos que te-mos que ser responsáveis”, re-feriu o presidente do organismo federativo. •

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+ DESPORTOO JORNAL N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020 P.21

Berço oficializa Manuel Machadopara a próxima temporada

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Campeonato de Portugal

Manuel Machado é o treinador es-colhido pelo Berço SC para atacar a próxima temporada. A oficiali-zação aconteceu na passada sex-ta-feira.O contrato será de uma época. Segundo um comunicado emiti-do pelo clube vimaranense, o Ber-ço vai ter no banco “um manager com poderes transversais na es-trutura do futebol” e “um nome de destaque no Futebol Nacional”. “O professor Manuel Machado é um técnico de excelência em Portugal e uma voz autorizada no fenómeno futebolístico. Para o

Berço Sport Clube, é um orgulho tremendo contar com um profis-sional de qualidade inegável, algo que também constituirá um de-safio interno para o nosso clube, pois vamos evoluir com um vima-ranense que já deixou um legado no futebol português”, registou o presidente da direção, Joaquim Martins, na nota informativa. Segundo o jornal desportivo O Jogo, o treinador já estava a au-xiliar o clube vimaranense no capítulo da prospeção e ambas as partes concordaram em levar avante um novo compromisso.

O técnico de 64 anos não orien-tava qualquer equipa desde ou-tubro de 2017, altura em que dei-xou o Moreirense, na Liga NOS. Manuel Machado estava já ligado ao clube vimaranense, como con-selheiro. O treinador prepara-se para voltar ao ativo ao serviço do clube de Guimarães que disputa a Série A do Campeonato de Portu-gal. O treinador abraça, agora, um projeto de um clube em ascen-são: o Berço subiu do terceiro es-calão distrital da AF Braga até ao Campeonato de Portugal. •

Liga pode arrancar na primeira semana de junhoRestam dez jornadas para a edi-ção 19/20 do campeonato termi-nar. Facto incontornável que, devi-do ao surto de covid-19, tem dado azo à cogitação de dezenas de ce-nários durante o último mês. Va-mos ter campeonato? Se sim, em que moldes? Segundo um esboço da Liga Portugal a que o jornal Re-cord teve acesso, a intenção de re-gressar à competição na primeira semana de junho.O plano compreende três fases: treinos individualizados em todos os clubes a partir de 4 de maio; treinos coletivos a partir de 18 de maio e o regresso oficial das com-petições entre 1 e 6 de junho.Caso este cenário se confirme, o campeonato estaria fechado na segunda metade de julho (tendo em conta que se vão jogar duas partidas por semana).A Liga também terá delineada a possibilidade de todos os jogos que faltam se realizarem em, pelo menos 4 estádios - no máximo serão seis, segundo avança o jor-nal Record - distribuídos pelo país.

Campeonatos

O intuito é diminuir ao máximo o contacto entre agentes desporti-vos.Todos os jogos seriam no conti-

nente, porém, um dos clubes in-sulares, o Santa Clara, disse estar disponível para efetuar todas as partidas no continente. •

ARÕESSANTA MARIA

SERZEDELOPORTO D’AVETORCATENSE

JOANECAÇ. TAIPAS

VIEIRASANTA EULÁLIA

S. PAIO D’ARCOSPEVIDÉMVILAVERDENSEPRADOCABREIROSBRITORIBEIRÃOFORJÃESDUMIENSE/CJP II

Jornada 191-30-20-01-30-01-20-01-11-1

PRO-NACIONALAF BRAGA

OP. CAMPELOSTAGILDE

ASES STA. EUFÉMIADESP. S. COSME

UD CALENDÁRIOCD LOUSADOGONDIFELOS

SÃO CLÁUDIO

GD SELHOSANTO ADRIÃOU. ALDÃO E CANOLONGOSOP. FAMALICÃOEMILIANOS FCDELÃESPRAZINS E CORVITE

Jornada 121-10-33-12-30-12-00-2VS

CD LOUSADOOP. CAMPELOSUD CALENDÁRIOGONDIFELOSGD SELHODESP. S. COSMEEMILIANOS FCPRAZINS E CORVITESANTO ADRIÃOASES STA. EUFÉMIATAGILDEDELÃESU. ALDÃO CANOOP. FAMILICÃOLONGOSSÃO CLÁUDIO

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BRITOPEVIDÉMCAÇ. TAIPASVILAVERDENSEFORJÃESRIBEIRÃOJOANEPRADOARÕESTORCATENSES. PAIO D’ARCOSSANTA EULÁLIAVIEIRADUMIENSE/CJP IISANTA MARIAPORTO D’AVECABREIROSSERZEDELO

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1ª DIVISÃOAF BRAGA

Série C

PINHEIROS. MASCOTELOS

GDCR FAREJAGRC ROSSAS

FC GANDARELAPEVIDÉM BAC GONÇA

ACR GUILHOFREI

GD SILVARESGCD REGADASGDC MOSTEIROFERMILENSEMOTA FCGD CAVEZTABUADELOARCO BAÚLHE

Jornada 126-01-02-14-12-31-0ADI1-1

ACR GUILHOFREIAC GONÇAGCD REGADASTABUADELOPEVIDÉM BS. MASCOTELOSFC GANDARELAGDCR FAREJAGRC ROSSASFERMILENSEARCO BAÚLHEGD SILVARESGD CAVEZPINHEIROGDC MOSTEIROMOTA FC

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1ª DIVISÃOAF BRAGA

Série D

DIV. HONRAAF BRAGA

Série B

SANDINENSESSÃO PAIO

POLVOREIRAANTIME

NINENSECELORICENSE

FRADELOSAIRÃO

VIATODOSAMIGOS URGESESBAIRRO FCRONFEPICARUIVANENSELOUROPONTE

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PONTENINENSEOS SANDINENSESPICARONFEBAIRRO FCANTINEAIRÃOAMIGOS URGESESVIATODOSPOLVOREIRACD CELORICENSEFRADELOSSÃO PAIORUIVANENSELOURO

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Jornada 16MERELINENSE

PEDRAS SALGADASMIRANDELA

S. MARTINHOMARÍTIMO B

MARIA DA FONTEMONTALEGRE

CERVEIRACÂMARA DE LOBOS

VIZELABERÇO SCVITÓRIA BCHAVES SATÉLITEFAFEBRAGA BU. MADEIRABRAGANÇAOLIVEIRENSE

CAMP. PORTUGALSérie A

SOUTO GONDOMARGÉMEOS

CASTELÕESSÃO FAUSTINO

CALVOSPINHEIRO

MAIS POLVOREIRAINFIASABAÇÃOINFANTASMONTESINHOSSÃO CRISTÓVÃO

Jornada 111-20-50-02-11-01-2

VIZELABRAGA BFAFEVITÓRIA BMARIA DA FONTEMERELINENSEBERÇO SCMONTALEGREMARÍTIMO BS. MARTINHOU. MADEIRAMIRANDELAPEDRAS SALGADASCHAVES SATÉLITEBRAGANÇAOLIVEIRENSECERVEIRACÂMARA DE LOBOS

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17º18º

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SUPER LIGAPOPULAR

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Page 22: RUA NOSSA SENHORA DA AJUDA (EN105), 101, MOREIRA DE ... · Lugar da Pinta - Apartado 1221 - 4471-909 Maia T 229 411 085 Redação Pedro Castro Esteves | Mafalda Oliveira | Nuno Rafael

“Já se antecipava uma queda”, diz Carlos A. Correia. A vida que existia antes da pandemia que fechou mais de metade da po-pulação mundial em casa era “acelerada”, uma “correria”. Ruas cheias, gente cheia de pressa — até que algo obriga a um trope-ção em que a consciência quase se esvai e, aí, numa síncope in-duzida por algo que não se vê, cai-se. Tempo para reflexão. “É neste momento que nos encon-tramos. Queremos regressar ao mundo que tinha imensos pro-blemas, mas refletimos sobre o mesmo e na vida que levávamos e que nos apoquentava”, aponta. Sem saber, Carlos A. Correia lan-çou um EP para “isto que vive-mos”. “Síncope” foi lançado este mês e é, para o seu autor, “uma alegoria”. O disco tem o selo da Discos de Platão, a editora vi-maranense pela qual foram lan-çados, nas últimas semanas, os discos de Dada Garbeck e Unsafe Space Garden, dos quais já fala-mos aqui. Ao longo de mais de 20 minu-tos, o também diretor do projeto Outra Voz explora “três vetores” ou, se quisermos, três fases para a viagem a que se propõe “Sín-cope”: essa sociedade acelerada

(o ser humano como “ser econó-mico”), o desmaio/ queda (onde entra o “ser social”) e, finalmen-te, a separação entre “o que está no interior e no exterior”, a pele como fronteira (a “carne”). Um exercício apoiado, também, na teoria da sociedade líquida do sociólogo polaco Zygmunt Bau-man. Entre a permeabilidade e a fluidez dos dias e das ações, Carlos A. Correia terminou a mistura do disco “em dezembro passado”. “Eu estava em contac-to com algumas editoras e tinha vontade de que fosse lançado com algum peso e medida sem o dever da ideia de mercado”, con-ta, acrescentando: “Então lancei este desafio à Discos de Platão. Basicamente, isto aconteceu há cerca de três semanas. Só fazia sentido lançar agora.” Para além de um retrato sonoro de uma época que agora nos pa-rece um sonho e da qual só res-tam fragmentos, “Síncope” parte, também, da “exploração vocal”. “Dedico-me a isso, também no trabalho que desenvolvo no Ou-tra Voz. Ando em torno desta ideia de ultrapassar os limites que a voz humana tem”, explica. E, por isso, o primeiro disco par-te, no sentido estético, “do ponto

da palavra” — “que não nos é ina-to, é todo um trabalho que existe de castração da voz humana até falarmos, com códigos de comu-nicação que são mais corretos e dogmáticos”, repara. “Trabalho sempre em torno da voz e isso tanto me leva à música tradicio-nal como ao formato mais ‘Fes-tival da Canção’ ou ao formato spoken word”, refere. E desmontar tudo isso é o propó-sito, mas “lentamente”: explorar “a voz como som, como coisa cantada ou coisa ruidosa”. Como um instrumento sem limites e que se cola à existência através de algo tão importante quanto “esse universo da cultura oral” — do “falar do alto da montanha” às cantigas “para aligeirar a du-reza do trabalho pesado”. A me-mória que se constrói através da oralidade mora, claro, neste dis-co: “O álbum fala muito do que a sociedade era.”Para o futuro de “Síncope”, Carlos A. Correia prevê, assim que pos-sível, algo mais: “A componente sonora desta ideia que tem por trás uma grande vontade em tornar-se numa performance teatral, que misture concerto e teatro, mas que será encenada.” Até lá, reflitamos. • NRG

ARTES E ESPETÁCULOSP.22 N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020

Disco do também diretor do projeto Outra Voz estava preparado antes da pandemia,mas cola-se à realidade que hoje se vive como se fosse concluído hoje. "Síncope" conta com o selo da Discos de Platão.

"Síncope", de Carlos A. Correia, a banda sonora para o que fomos e a reflexão para o que seremos

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ireitos Reservados

Arianna Casellas dá concerto através do CLAV Live Sessions

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ireitos Reservados

Esta sexta-feira, dia 01, há mais uma CLAV Live Session, iniciativa dinamizada pelo Centro e Labo-ratório Artístico de Vermil.

Desta feita, a convidada é Arian-na Casellas, cantora nascida na Venezuela e que cresceu e vive, neste momento, em Portugal. Também integra projetos como os Melifluo, Sereias e Zygosis. A estrear o EP “Concepto de Ma-dre”, Arianna “canta o seu proto diário de viagem”, entre “his-tórias de aventuras, nostalgia e muita família, acompanhado por sonoplastias discretas que espreitam nos momentos narra-dos das canções”, num momen-to sonoro transatlântico. O concerto será transmitido via livestream na página do CLAV, mas também na Comunida-de Cultura e Arte, e tem início marcado para as 19h00. O CLAV organizou estas transmissões para contornar a impossibilida-de de realizar concertos com público. A última sessão foi com o pianista vimaranense Pedro Emanuel Pereira. •

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“Enquanto formos vivos certa-mente não mais esqueceremos esta pandemia nem as lições que dela iremos guardar.” Para Tiago Simães, há mais para re-cordar para além de tudo o que a pandemia causada pela covid-19 trouxe ao mundo. Por isso, o músico vimaranense compôs uma música que, espera, ficará “para sempre como me-mória desta época”. Com “Soon It’s Over”, Tiago Simães espera que a mensagem de esperança do tema chegue aos quatro can-tos do mundo — e a própria can-ção contou com a participação de diversas figuras do universo musical. “Não esqueceremos as vidas que foram roubadas, a quarentena que estivemos fe-chados em casa, os esforços e dificuldades que sentimos, as alegrias (que também as houve) e tristezas, os novos hábitos que ganhamos e a esperança que em nós resistiu”, lê-se na descri-

"Soon It's Over": uma música para guardar na memória

ção do tema, numa publicação partilhada pelo músico nas re-des sociais. Tiago Simães empresta a voz à canção, sendo ele também res-ponsável pelo piano, teclas e sintetizadores, bem como gui-tarra acústica, bateria e baixo. No tema também participaram

José Duarte (guitarra elétrica) e Joel Ferreira (saxofone), bem como um coro composto por Sara Salazar, Filipe Gomes, Eli-sabete Abreu, Ana Silva, Pedro Almeida, Joana Nuno, Carla Sil-va, Suzana Costa, José Cruz e Pedro Mouga. A letra é de Elisa-bete Abreu. •

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PASSATEMPOS E INFORMAÇÕES ÚTEISO JORNAL N239 QUARTA-FEIRA 29 ABRIL 2020 P.23

Quarta-feira 29 de abril

Farmácia Paula MartinsRua Teixeira Pascoais - Tlf: 253 415 833

Quinta-feira 23 de abril

Farmácia Lobo Avenida Londres - Tlf: 253 412 124

Sexta-feira 30 de abril

Farmácia Vitória (Creixomil)Guimarães Shopping- Tlf: 253 517 180

Sábado 01 de maio

Farmácia HórusLargo do Toural - Tlf: 253 517 144

*Farmácia FariaR. do Calvário, 201, Serzedelo - Tlf: 253 532 346

Domingo 02 de maio

Farmácia do ParqueR. Dr. Carlos Saraiva 46 - Tlf: 253 516 046

Segunda-feira 03 de maio

Farmácia PereiraAlameda S. Dâmaso - Tlf: 253 412 950

Terça-feira 04 de maio

Farmácia da PraçaRua Paio Galvão - Tlf: 253 523 167

*Em regime de disponibilidade

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Portugal à mesa com

400gr de esparguete, 400gr de tomates maduros, 1 cebola, 2 den-tes de alho, 1 cenoura, 4 colheres de queijo ralado parmesão, 4 co-lheres de polpa de tomate, 4 co-lheres de sopa de azeite, 8 azei-tonas descaroçadas, folhinhas de mangericão, azeite, sal, pimenta. Receita com porções e ingredien-tes para 4 pessoas. Para 400gr de massa, fervem-se 4l de água. Adicionam-se; 1 colher de sobremesa de sal, 1 colher de sopa de óleo, para impedir que a massa se pegue enquanto coze. O esparguete introduz-se aos pou-cos de maneira a cair na água fer-vente de forma intensa. Mexe-se com a ajuda de utensílio de cozi-nha. Vai-se provando a sua textu-ra. Não deve ficar dura, não deve ficar com sabor a farinha, nem ficar demasiado cozida. Escorrer

e reservar 4 colheres de sopa da água da cozedura. Efetuar um puxado com 4 colhe-res de sopa de azeite, a cebola e o dente de alho picados, a cenoura em rodelas finas e deixar cara-melizar. Adicionar o tomate sem as grainhas, em pequenos cubi-nhos, aproveitando todo o seu sumo. Adicionar a água reserva-da da cozedura e as folhinhas de manjericão. Deixar ferver em lume brando até que fique reduzido, num creme. Temperar de sal e pi-menta. Passar este creme por um passador. Com a ajuda de utensilio adequa-do, colocar uma porção de espar-guete em cada prato, o molho de tomate a gosto. O queijo pode co-locar-se em cima ou em recipiente separado. Decorar com folhinhas de mangericão e azeitonas.

Envie as suas sujestões para: [email protected]

Mário Moreira

Bom apetite! Um abraço gastronómico.

“À Mesa de quarentena”

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Farmáciasde serviço

Dê sangue!

Todas as Terças-feirasdas 14h30 às 19h00

Primeiro e terceiro Sábadode cada mês das 09h00 às 12h30

Local Casa do dador (Azurém)

COLHEITA PERMANENTE

O que acontece na sua rua,

no seu bairro, na sua freguesia...

É NOTÍCIA!

INFORMARCONTAMOS CONSIGO PARA

L I G U E 2 5 3 5 3 7 2 5 0

[email protected] FACEBOOK.COM/MAISGUIMARAES

RIGOR, INDEPENDÊNCIA E PLURALIDADE

Telefones ÚteisPolícia Municipal 253 421 222P.S.P. 253 540 660G.N.R. 253 422 575Hospital 253 540 330

BV Guimarães 253 515 444BV Taipas 253 576 114SOS 112CM Guimarães 253 421 200

“Esparguete com molho de tomate”

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Mortes causadaspor covid-19

Vimaranenses assinalaram 25 de

Abril em casa

Até ao fecho desta edição eram 24.322 o número de

casos confirmados comv Covid-19.

Estão internadas 936 pessoas e há 172 pessoas nos cuidados

intensivos. O novo coronavírus já

provocou 948 mortes em território nacional.

Entre debates, concertos, discursos em formato vídeo

e fotografias a celebrar #aLiberdadeemCasa, foram

muitas as formas de celebrar os 46 anos de Liberdade em

Guimarães.

PSP deteve cidadão por desobediênciaqualificada em São Lourenço Sande

Última

A Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve, na passada segun-da-feira, um cidadão com 45 anos de idade, por desobediência quali-ficada. Numa nota informativa, a PSP re-vela que o suspeito foi intercetado a conduzir um veículo na situação de apreendido, por falta de seguro e inspeção. A detenção deu-se pe-las 16H40, na Avenida Conde Agro-longo, na freguesia de São Louren-ço Sande. O detido foi informado que irá ser notificado, posteriormente, para comparecer no Tribunal Judicial de Guimarães. •

maisguimaraes.pt

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