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Projeto: Elisabeth Von K. R. de Freitas Matemática: Andréa Nívea Santos Inglês: Gabriela Irigoyen Expressão Corporal: Ana Cecília P. Guimarães Educação Física : Carla Cristina Soares Música: Manoela Marinho Rego Teatro: Ângela Maria Q. de Queiroz Artes: Amanda Parreira Lianza Tribo: Maria Cecília Moura Orientação: Andréa Travassos Coordenação e Direção : Maria Teresa Moura e Maria Cecília Moura então um baião falando sobre esse assunto, o "Xote do som": "Meu senhor, minha senho- ra / toda gente que namora / para tudo por agora / sinta a onda sonora// preparem o estribo, a bigorna e o martelo/ dançando es- se xote e arrastando o chinelo" Com a músi- ca criada e decorada, passamos para o ar- ranjo coletivo onde entraram: Flauta doce, pandeiro, caxixi, tambor, triangulo, agogô e reco-reco. Os ensaios foram ricos em partici- pações e idéias. Pudemos trabalhar ali, no- ções de dinâmica musical, regência, prática de conjunto e forma. Com a proximidade do fim do ano, visan- do a realização do vídeo de encerramento, resgatamos a música "Conversa de Pandei- ros" que foi aprendida no primeiro semestre. Além disso, inventamos alguns idiomas para integrarem as filmagens do trabalho de Ex- pressão Corporal. CORAL A utilização das músicas do repertório e de suas partituras como ponto de partida para a introdução de conceitos da linguagem musical, já é uma constante nos ensaios do Coral. Me- diante estas análises e informações sempre colocadas de maneira lúdica e intuitiva, objeti- va-se enriquecer o vocabulário musical dos alunos para que possam, na medida de seu interesse futuro, aproveitar o aprendizado de forma mais natural e desmistificada. No entanto, esta abordagem apenas dá conta de um aspecto do aprendizado - uma maior eficácia na decodificação (leitura) e codificação (escrita) dos signos musicais - mas não resolve nem estimula por si só um aspecto fundamental da arte musical, que é a criatividade. Para dar conta deste aspecto tão importan- te, foi feito um trabalho de estímulo da criativ i- dade dos alunos, inclusive com tarefas propos- tas para casa, para que pudessem trabalhar com células musicais derivadas das melodias originais, e para que criassem as suas pró- prias. Uma maior ênfase deste trabalho foi da- da na música que fechará o filme de final de ano (o tema dos “Contatos Imediatos de Ter- ceiro Grau”) que tem todo um espaço para im- provisação durante sua apresentação. Esta proposta de improviso encontrou um bom eco nas crianças e vivemos momentos muito boni- tos nos ensaios do Coral, com um envolvimen- to bastante grande. No mais, é outro ano que se conclui cantan- do um repertório bastante complexo a até três vozes polifônicas (melodias diferentes canta- das simultaneamente). Uma menção especial deve ser dada à 3ª série de 2003 pela compe- tência demonstrada na superação das novas dificuldades, e também à 4ª série que, com sua maior experiência, pôde demonstrar um senti- do de solidariedade e união. P3T Relatório do Segundo Semestre de 2003 Ensino Fundamental Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 2535-2434 Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950 www.sapereira.com.br / [email protected] TRIBO Ninguém melhor do que as próprias crian- ças para narrar o que foi a Tribo neste semes- tre. Então, desta vez, resolvemos dar a pala- vra a eles. A opção é coerente com a própria proposta da atividade, que tem como principal objetivo exercitar o ouvir, o falar e o pensar, criando mais uma oportunidade de reflexão, além das realizadas no espaço da sala de “Quando falamos sobre a importância da am i- zade”,“A que falamos sobre as regras da esc o- la”, “Quando conversamos sobre os índios, nossas diferenças e semelhanças”, “Quando a turma pensou em formas de ajudar um amigo que estava com dificuldades”, “Quando conver- samos sobre a TV e as propagandas engano- sas”, “Sobre o respeito aos outros” . A Tribo é assim. Um espaço plural em temas, idéias e pontos de vista. Uma reunião aula. Tivemos inúmeras chances de analisar diversas situações que mobilizaram as crian- ças em seu dia-a-dia, dentro e fora da escola, nas quais cada um pôde expressar suas idéi- as, discutir as relações que estabelecem na sala de aula, na escola, no mundo lá fora. Indagadas sobre que conversa teria sido mais importante... “Quando a gente falou sobre a guerra do Iraque”, “Quando pensamos sobre a violência”, Ana de Amorim Freitas / Bárbara Tavares Fonseca / Bruna Vernes Rocha de Salles Abreu / Carolina Vieira Schiller / Dala Mila Carv alho Colo Urrutia Cruces / Gabriel Pereira de Moura / Isabel Tomassini Bonzi Benevides / João Amaral Serra / João Costa Quintella / Julia Gamarski Graneiro / Juliana Franco Pimentel / Laura Mineiro Teixeira / Luiza Teixeira Botner / Maria Clara Reis Nucci / Maria Gabriela Luiz Correa / Maria Lima de Oliveira / Mariana Minuscoli Vianna / Nicolau Balleste Lemme / Nina Alves de Alencar Zur / Nina Vianna / Patrícia Monteiro de Castro / Paula Muricy Louzeiro / Pedro de Milita Pizarro Drummond / Pedro Durão Duprat Pereira / Perola Braune Frank da Rocha

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Page 1: Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 2535-2434 Rua ... · o "Xote do som": "Meu senhor, minha senho-ra / toda gente que namora / para tudo por agora / sinta a onda sonora

Projeto: Elisabeth Von K. R. de Freitas Matemática: Andréa Nívea Santos Inglês: Gabriela Irigoyen Expressão Corporal: Ana Cecília P. Guimarães Educação Física: Carla Cristina Soares Música: Manoela Marinho Rego Teatro: Ângela Maria Q. de Queiroz Artes: Amanda Parreira Lianza

Tribo: Maria Cecília Moura Orientação: Andréa Travassos Coordenação e Direção : Maria Teresa Moura e Maria Cecília Moura

então um baião falando sobre esse assunto, o "Xote do som": "Meu senhor, minha senho-ra / toda gente que namora / para tudo por agora / sinta a onda sonora// preparem o estribo, a bigorna e o martelo/ dançando es-se xote e arrastando o chinelo" Com a mús i-ca criada e decorada, passamos para o ar-ranjo coletivo onde entraram: Flauta doce, pandeiro, caxixi, tambor, triangulo, agogô e reco-reco. Os ensaios foram ricos em partici-pações e idéias. Pudemos trabalhar ali, no-ções de dinâmica musical, regência, prática de conjunto e forma.

Com a proximidade do fim do ano, visan-do a realização do vídeo de encerramento, resgatamos a música "Conversa de Pandei-ros" que foi aprendida no primeiro semestre. Além disso, inventamos alguns idiomas para integrarem as filmagens do trabalho de Ex -pressão Corporal.

CORAL A utilização das músicas do repertório e de

suas partituras como ponto de partida para a introdução de conceitos da linguagem musical, já é uma constante nos ensaios do Coral. Me-diante estas análises e informações sempre colocadas de maneira lúdica e intuitiva, objeti-va-se enriquecer o vocabulário musical dos alunos para que possam, na medida de seu interesse futuro, aproveitar o aprendizado de forma mais natural e desmistificada.

No entanto, esta abordagem apenas dá conta de um aspecto do aprendizado - uma maior eficácia na decodificação (leitura) e codificação (escrita) dos signos musicais - mas não resolve nem estimula por si só um aspecto fundamental da arte musical, que é a criatividade.

Para dar conta deste aspecto tão importan-te, foi feito um trabalho de estímulo da criativ i-dade dos alunos, inclusive com tarefas propos-

tas para casa, para que pudessem trabalhar com células musicais derivadas das melodias originais, e para que criassem as suas pró-prias. Uma maior ênfase deste trabalho foi da-da na música que fechará o filme de final de ano (o tema dos “Contatos Imediatos de Ter-ceiro Grau”) que tem todo um espaço para im-provisação durante sua apresentação. Esta proposta de improviso encontrou um bom eco nas crianças e vivemos momentos muito boni-tos nos ensaios do Coral, com um envolvimen-to bastante grande.

No mais, é outro ano que se conclui cantan-do um repertório bastante complexo a até três vozes polifônicas (melodias diferentes canta-das simultaneamente). Uma menção especial deve ser dada à 3ª série de 2003 pela compe-tência demonstrada na superação das novas dificuldades, e também à 4ª série que, com sua maior experiência, pôde demonstrar um senti-do de solidariedade e união.

P3T

Relatório do Segundo Semestre de 2003 Ensino Fundamental

Rua Capistrano de Abreu, 29 - Botafogo Tel 2535-2434

Rua Cesário Alvim, 15 - Humaitá Tel 3239-0950 www.sapereira.com.br / [email protected]

TRIBO Ninguém melhor do que as próprias crian-

ças para narrar o que foi a Tribo neste semes-tre. Então, desta vez, resolvemos dar a pala-vra a eles. A opção é coerente com a própria proposta da atividade, que tem como principal objetivo exercitar o ouvir, o falar e o pensar, criando mais uma oportunidade de reflexão, além das realizadas no espaço da sala de

“Quando falamos sobre a importância da am i-zade”,“A que falamos sobre as regras da esco-la”, “Quando conversamos sobre os índios, nossas diferenças e semelhanças”, “Quando a turma pensou em formas de ajudar um amigo que estava com dificuldades”, “Quando conver-samos sobre a TV e as propagandas engano-sas”, “Sobre o respeito aos outros” .

A Tribo é assim. Um espaço plural em temas, idéias e pontos de vista. Uma reunião

aula. Tivemos inúmeras chances de analisar diversas situações que mobilizaram as crian-ças em seu dia-a-dia, dentro e fora da escola, nas quais cada um pôde expressar suas idéi-as, discutir as relações que estabelecem na sala de aula, na escola, no mundo lá fora.

Indagadas sobre que conversa teria sido mais importante...

“Quando a gente falou sobre a guerra do Iraque”, “Quando pensamos sobre a violência”,

Ana de Amorim Freitas / Bárbara Tavares Fonseca / Bruna Vernes Rocha de Salles Abreu / Carolina Vieira Schiller / Dala Mila Carvalho Colo Urrutia Cruces / Gabriel Pereira de Moura /

Isabel Tomassini Bonzi Benevides / João Amaral Serra / João Costa Quintella / Julia Gamarski Graneiro / Juliana Franco Pimentel / Laura Mineiro Teixeira / Luiza Teixeira Botner / Maria Clara Reis Nucci /

Maria Gabriela Luiz Correa / Maria Lima de Oliveira / Mariana Minuscoli Vianna / Nicolau Balleste Lemme / Nina Alves de Alenc ar Zur / Nina Vianna / Patrícia Monteiro de Castro / Paula Muricy Louzeiro /

Pedro de Milita Pizarro Drummond / Pedro Durão Duprat Pereira / Perola Braune Frank da Rocha

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nistas, agentes ativos de sua socialização, de sua vida escolar, colaboram de forma crítica na re-invenção contínua desse espa-ço que não se pretende pronto, acabado, mas em constante avaliação, buscando po-der contribuir, cada vez mais e de forma sig-nificativa para a formação e o aperfeiçoa-mento de todos os envolvidos nesse projeto pedagógico, que tem a esperança e o com-promisso ético com um mundo melhor.

PROJETO “O cinema é um modo divino de contar

a vida, de fazer concorrência ao Criador. Nenhum outro ofício consente em criar um mundo que se assemelhe assim tão de perto àquele que se conhece, mas também àqueles outros desconhecidos, paralelos, concêntricos. Ir ao cinema é como voltar ao útero. Você senta no escu-ro e fica esperando, com a inocência de um feto, a tela se acender como a luz da vida”.

Frederico Fellini Quem já não sentiu essa emoção ao ir ao

cinema? Seria possível recriá-la também na

para o diálogo, para dissensos e consensos. Para pensar a vida, para buscar sentido para nossas ações. Para recuperar a conexão com a consciência interior, num movimento que hoje já não se estabelece mais de forma tão natural. Para isso temos como desafio tentar religar o corpo, a mente e a emoção através da meditação, do relaxamento e do trabalho com fantasia e imaginação guiadas . Queremos contribuir para criar uma “consciência da unicidade de todas as coi-sas, um sentimento oceânico”... que permita aos nossos alunos a percepção de que cada um é uma “pessoa inteira no planeta inteiro, planeta inteiro na pessoa inteira”... “Levar o eu para além da egoconstrição para reco-nhecer o eu-no-mundo, o mundo-no-eu”. (David Selby)

Porém, esse é um caminho difícil de ser trilhado. As conquistas são gradativas e de-pendem de um exercício, de um praticar.

Para alguns...“Tudo é muito fácil”, mas para outros, “Tenho dificuldade de achar as palavras certas pra falar”, “Pra mim é difícil

escutar”, “Esperar a vez”, “Ficar em silêncio e prestar atenção nos outros”, “Fechar os olhos e relaxar”, “Ficar relaxados quando estamos agitados”.

Mas esses momentos não são constituí-dos apenas por dificuldades. O prazer e a gratificação também estão presentes. “Meditar”, “Relaxar”, “Dar muitas opiniões”, “Aprender coisas novas”, “Saber mais”, “Ajudar aos amigos”, “Ajudar a escola a me-lhorar”, “Conversar o que vem na cabeça”, “Conversar o que a gente faz na escola”, “Poder dizer o que está ruim na escola”, “Ver vídeos”, “Ouvir histórias”, “Poder ex -pressar e falar o que você acha do assunto”, “Conversar coisas curiosas, legais e interes-santes” são depoimentos que confirmam esse outro lado da experiência.

Reconhecemos nossas crianças como cidadãs de direito. Não só dos direitos que se substanciam pela ação dos adultos, como os de prover suas necessidades básicas e o de proteger dos perigos da vida, mas tam-bém do direito de participação. São protago-

praia filmá-la para o vídeo da Festa de En-cerramento.

EDUCAÇÃO FÍSICA As crianças retornaram das férias cheias

de expectativas em relação ao campeonato de futebol e queimado, que já virou tradição como evento promovido por nós no segundo semestre. Mal sabiam elas que o campeona-to ganharia outro formato e viraria uma ver-dadeira olimpíada, com várias outras modali-dades. Mas foi preciso esperar. Para termos uma semana livre dedicada praticamente ao evento, precisávamos terminar gravações e compromissos que já tínhamos firmado ante-riormente. Escrevemos esse relato na vés-pera de sua realização com a esperança da ajuda de São Pedro, mandando lindos dias de sol para essa última semana de aula, que será dedicada ao jogo e ao esporte.

Durante os meses de espera, demos con-tinuidade às nossas atividades esportivas no Pereirão. Prosseguimos com a pesquisa na qual pretendíamos um vínculo com o Projeto Comunicação: ora fazendo mímica para se comunicar, ora refletindo sobre as informa-ções e regras combinadas para o jogo, que eram fundamentais e determinantes para o melhor desempenho e entrosamento de to-dos na brincadeira, ou ainda, estabelecendo novos códigos dentro dos jogos. Tudo isso num contexto lúdico e motivante que o es-porte abarca tão bem – quando trabalhado nessa ótica pedagógica, que busca fazer com que todos tenham suas potencialidades reconhecidas e seus limites respeitados.

Tivemos ainda, no turno da manhã, uma grande novidade. A entrada do professor Renato como substituto da Carla que não

pôde mais assumir as turmas desse turno. A transição e receptividade das crianças foram ótimas. Quanto ao trabalho, de uma maneira geral, só tende a melhorar, pois agora são duas cabeças pensando e trabalhando de forma bem integrada.

MÚSICA Começamos o semestre resgatando um

pouco do aprendizado da flauta doce. Utiliza-mos para isso a música "Canto do povo de algum lugar", de Caetano Veloso. A música foi apresentada em um arranjo para quatro vozes de flauta doce. Depois de trabalhar-mos algumas aulas sobre esse arranjo e a-pós algumas apresentações internas, as cri-anças estavam prontas para integrar a flauta doce ao trabalho de percussão. Para isso, buscamos inspiração nas aulas de Projeto onde as crianças estudaram o Som. Criamos

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discussões e idéias, importantes instrumen-tos para este trabalho.

Os escritos do profeta Gentileza coroaram este nosso estudo. Depois de conhecer a história deste “personagem” do nosso tempo, apreciamos sua obra e conhecemos a música “Gentileza” de Marisa Monte. As crianças também pensaram em frases de amor e carinho. A pintura do muro do Pereirão empolgou a todos, deixando mensagens importantes e delicadas aos freqüentadores deste local. Este trabalho também fez parte do nosso vídeo de fim de ano, trazendo mensagens gentis a toda co-munidade Sá Pereira.

TEATRO O semestre começou com muita leveza,

trazendo de carona a Música, grande parcei-ra no Teatro. Nossa intenção era, primordial-mente, harmonizar, flexibilizar, emocionar. Trabalhando com os mais diversos estímulos sonoros estivemos muito próximos a Projeto, que estudava a audição.

Iniciamos nossas pesquisas com músicas de gêneros variados e sons do cotidiano co-mo buzina, toque de telefone, sirene, ruídos de fenômenos da natureza e outros. A cada som, crianças deitadas na penumbra, olhos fechados, com todos os sentidos voltados para o escutar, buscavam dentro de si mes-mas, que sentimento ou lembrança lhe vinha à cabeça. A partir dessas memórias, dáv a-

mos início a uma verdadeira enxurrada de idéias. Um pedido despretensioso, feito atra-vés de uma reunião de pais, gerou a recep-ção semanal de, pelo menos, três instrumen-tos ou objetos sonoros. Houve de caixinha de música até sons tirados de copos de plás-tico aliados a toques de mãos, sobre o chão. As crianças estavam realmente muito envol-v idas com a proposta. Era lindo vê-las tra-zendo seu “instrumento” debaixo das cami-sas ou dentro de sacolas, para surpreender os amigos com seu som tão diferente. Além disso, havia muita emoção no momento de mostrar, gestualmente, suas lembranças. Até os últimos dias de aula houve quem trou-xesse algum objeto, como uma manifestação de que o repertório de sons não estava es-gotado e o desejo de viver aquela experiên-cia continuava vivo, presente.

Finalmente, o momento atual é de grande expectativa e euforia, pois, gravaram parte das narrações e imagens de seus trabalhos para exibir no Filme. Todos, sem exceção, esperam fazer o maior sucesso!

EXPRESSÃO CORPORAL O semestre foi bem produtivo para essa

turma que cresceu bastante em respeito e consciência de grupo. Realizamos muitas atividades que deram oportunidade para as crianças desenvolverem-se, aprimorando suas habilidades e experimentando desafios que estimularam sua coordenação motora.

O trabalho de contato e improvisação foi uma rica experiência para o grupo. Todos puderam utilizar sua força, experimentando as qualidades sugeridas em cada momento. Sugerimos primeiro um tipo de força concên-trica ou de empurrar, em seguida a chamada excêntrica ou de puxar e depois a força de suspensão, que era de levantar, com o pró-prio corpo, o corpo dos colegas. Depois de entender cada uma destas forças no traba-lho em duplas, propusemos a mistura de todas elas em grupos maiores. A partir de interessantes improvisos, os alunos criaram uma dança na qual o equilíbrio dinâmico de forças conferia qualidades interessantes à movimentação. Este trabalho foi filmado e apreciado como forma de estudo e avaliação numa das aulas.

Trabalhamos bastante com criações core-ográficas a partir de diferentes estímulos. A forma do símbolo infinito foi o ponto de parti-da para micro movimentos das articulações. Em seguida, aumentando aos poucos a am-plitude dos movimentos, iam preenchendo o espaço com essa forma até traçarem gran-des círculos pela sala. Outro ponto de parti-da foi o estímulo dado pelas seqüências de rolamentos no nível baixo. Formas de estre-las, sementes e giros no chão eram combi-nados em grupos e apresentados para os colegas.

No final do ano montamos uma pirâmide circular com toda a turma e fomos para a

um desafio e também um prazer. Observar com que tipo de texto estamos tratando em cada atividade, saber como o uso dos subs-tantivos, adjetivos ou pronomes pode embe-lezá-los ou adequá-los aos seus objetivos, são habilidades que conquistamos com o tempo e podem facilitar nossa vida. Pensar que a todo momento estamos usando muitos verbos, advérbios e todos esses nomes, desmistifica o seu poder.

No meio do semestre tínhamos a Feira Mo-derna e decidimos privilegiar as Ciências Natu-rais: o estudo do som e da fala. Eram assuntos nos dariam oportunidade de experimentações variadas e produção de um saber científico, relacionado intimamente com a proposta do Projeto. Lançamos a idéia pesquisando que sons eram significativos ou tinham sido impor-tantes para cada um. Assim nos remetemos às primeiras músicas que ficaram na nossa lem-brança. As crianças se envolveram muito e, usando os conhecimentos sobre os sentidos, começaram a levantar as hipóteses sobre a criação, registro, propagação e sensações do som. Fazendo experiências, fizeram suas des-cobertas e com a ajuda dos profissionais da escola ligados aos temas, ampliamos nossas vivências. O Fernando e a Manoela ajudaram a desvendar dúvidas nos resultados de experi-mentações e a Marília, como fonoaudióloga, veio nos contar os segredos dos sons da fala. Dessa forma aconteceram as conexões entre as Ciências Sociais, Naturais e a Língua.

Nesse semestre alguns passeios foram muito representativos. A visita ao Salão do Livro teve um gosto de passaporte para a maturidade. Primeiro lemos várias reporta-gens sobre o evento com resenhas de livros e comentários de autores, depois, cada cri-ança, levando seu dinheiro e seus desejos, visitou os estandes e fez suas compras. Os livros, além do seu valor intrínseco, torna-ram-se troféus de uma conquista sutil, a con-quista da autonomia.

No passeio ao Corcovado vivemos outras experiências inusitadas. A proposta veio a partir de uma conexão de idéias. Na época do aniversário do Cristo, fizemos no compu-tador uma pesquisa sobre esse símbolo da nossa cidade e descobrimos que muitas cri-anças nunca tinham ido lá. Em outros mo-mentos, estamos sempre falando da Paz, da comunicação como meio de nos aproximar-mos dela e lembramos da música “Imagine”

escola? Iniciamos o semestre pensando nis-so, nessa possibilidade de contar a vida. Na verdade, a educação já nos dá essa respon-sabilidade. Estamos na escola a todo mo-mento criando, recriando e tomando conhe-cimento do mundo. Mas quisemos mais, ou-samos registrar os momentos dessa criação com as crianças, oferecendo às famílias o instante mágico em que todos são iguais na sala escura, à espera da luz da vida.

Num ano em que tratamos da Magia da Comunicação, finalizar contando a História da Comunicação com uma linguagem tão significativa seria o grande desafio.

Para chegar lá, precisamos agilizar as pesquisas e começamos com a construção de uma linha do tempo relacionada aos in-ventos do homem ligados à comunicação. Logo nos demos conta que as datas entre um e outro avanço vão se aproximando a cada nova invenção e por fim quase não per-cebemos a distância entre elas, que pare-cem nos chegar aos turbilhões, assim como nos chegam as informações e os apelos da mídia. Paramos aí e, mais uma vez, volta-mos no tempo para compreender o início e, depois do surgimento da fala, era a hora de pesquisarmos a história das letras.

Lemos muitos textos, principalmente, da Ciência Hoje. Acessamos a Internet. Fize-mos um pequeno seminário com os livros da coleção “O homem e a comunicação”, con-

cebida por Otávio Roth e escrita por Ruth Rocha. Elaboramos fichas, refletimos... O assunto agradou as crianças e, usando par-tes das músicas do Coral (para facilitar leitu-ra e socialização), resolvemos fazer nossas próprias escritas: pictográficas, alfabéticas e silábicas. Essa atividade levantou questões sobre que som teriam os símbolos. Aprovei-tando essa deixa, trabalhamos o som das letras do nosso alfabeto e suas regras orto-gráficas. Em grupos, as crianças pensaram e escreveram sobre o som e o uso de algumas daquelas letras que nos causam tanta confu-são: X, Ç, C, S, Z, G... além dos acentos.

É claro, que isso não garantiu uma apro-priação a todos no mesmo nível, mas nos levou a refletir e ajudou na construção de recursos para a revisão.

Por falar em revisão, essa tem sido uma grande meta dessa turma. Acreditamos que a conquista da autonomia e da responsabili-dade para escrever e rever o que se escreve é um grande e difícil passo. É quase um rito de passagem.

A princípio, parece que as crianças se sentem responsáveis apenas por escrever, a correção já é uma proposta que não lhes compete. Desconstruir essa idéia não é fácil e adquirir recursos para essa tarefa também não. Escrevendo e falando estamos usando uma gramática que, nos livros, parece-nos tão distante. Torná-la algo vivo é para nós

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de John Lennon, enquanto a Gabriela, nas aulas de Inglês, explorava seu significado. Daí surgiu a vontade de perguntar o que era a Paz para outras pessoas, de outros paí-ses. Então, aos pés do Cristo e com o im-pacto da cidade a nossa volta, as crianças entrevistando turistas, em inglês, puderam vivenciar a magia da comunicação.

As aulas da Biblioteca foram usadas para as leituras compartilhadas, leituras de poes i-as em grupos e de textos produzidos pelas crianças. Os empréstimos renderam algu-mas boas rodas de literatura, com as crian-ças indicando ou não seu livro para os ami-gos. Elaboramos, também, fichas de leitura que garantiam uma observação mais atenta ao objeto livro e os instigava a pensar nas suas preferências e escolhas.

Houve também o momento da escolha de um livro para a turma. Primeiramente, pen-samos em adotar o Monteiro Lobato e sua “História das Invenções”. Poderíamos assim fazer um contraponto da infância em duas

épocas, início do século XX e do século XXI e ainda trabalhar o nosso tema histórico. No entanto os temas de Ciências Sociais, de certa forma, estavam tão amplos que não ajudavam na reflexão sobre as coisas cotidi-anas, o dia-a-dia das grandes cidades e na difícil comunicação da sociedade. “No olho da rua - historinhas quase tristes”, de Geor-gina Martins, teria o poder de nos levar a pensar no outro, ao mesmo tempo tão próx i-mo e tão distante, a ver o outro, em muitas coisas diferente de nós, mas ser humano como todos nós. E, por isso, foi o livro esco-lhido. Não trouxe soluções. Não deu respos-tas, mas nos emocionou. E, acreditamos que trabalhar com a emoção é sempre funda-mental para essas crianças, que a cultura criada pela sociedade, tenta “ embrutecer”.

Dessa forma, a leitura, sempre surpreen-dente, de Lobato, veio com a apostila que tratou da evolução das invenções e pela “voz” de Dona Benta, pensamos sobre a e-terna inquietude do homem, em busca de

algo que lhe amplie possibilidades, reduzin-do seu esforço físico ou mental. Pudemos sentir e comparar o crescimento da comuni-cação de massa, daquela época (anos 30) e de hoje, e sua influência cada dia maior na cultura planetária.

Trazer esse debate foi uma oportunidade de abrirmos um leque de opções e de refle-xões para essas crianças. Pensar que não estamos sós, não somos os únicos, não so-mos os primeiros, nem os últimos, nos faz mais humildes, mais tolerantes e, principal-mente, mais respeitosos. O respeito, nesse sentido, é maior que a tolerância porque pressupõe troca, pressupõe ver, ouvir, co-nhecer e compreender o outro e não sim-plesmente suportar o outro.

Em pequenas doses poderemos contribuir para uma consciência sobre a cultura plane-tária, ou pelo menos para sua ampliação. Impedir a globalização, impossível, mas lutar contra o seu achatamento irrestrito, acres-centando algo de local e de nosso nela. Abrir

espaços em nossos corações. Vencer a en-xurrada de informações, comparando, sele-cionando, decidindo e atuando sobre elas, são habilidades para o nosso tempo e só com muita reflexão, desconstrução e cons-trução de novos comportamentos podere-mos fazer a diferença para um mundo me-lhor para todos.

MATEMÁTICA “As situações que desencadeiam a-

prendizagem são aquelas que se asseme-lham ao modo como o indivíduo assimila as práticas matemáticas da sociedade, instituídas culturalmente. Assim, é funda-mental que as propostas, na escola, se-jam situações que propiciem buscas, questionamentos, comparações entre di-ferentes soluções.”

Clarissa S. Golbert Recomeçamos o trabalho na turma levando

em conta a meta, mas considerando, principal-mente, o perfil que já possuíamos do grupo - suas habilidades e suas dificuldades.

O livro didático foi o parceiro na maior parte das vezes. Mas os jogos, sem sombra de dúvida, nos ajudaram a promover encon-tros muitos ricos e situações que desperta-ram a turma para a necessidade de dominar mais alguns recursos de cálculo. E a multipli-cação por dois algarismos chegou. De man-sinho, cada um a seu jeito exibia suas estra-tégias. A calculadora veio à sala mais algu-mas vezes. Logo chegamos à técnica opera-tória convencional - a utilizada pelos adultos. Como aqui não acontece por mágica e tam-bém não foi uma mera mecânica ensinada, nessa operação em três etapas os erros ain-da são freqüentes e vão depender da quanti-dade de oportunidades e treino que puder-mos propor de agora em diante. Primeiro o entendimento, depois o domínio.

A Apostila dos Quadradinhos trouxe uma forma diferente de chegar a relações numéri-cas: brincando com quadradinhos de papel e malhas quadriculadas, as crianças puderam experimentar alguns critérios de divisibilidade, conceitos como “ser divisor de” e se aprox i-mar das idéias de área e perímetro. O traba-lho com esse material se encerra com explo-rações geométricas no plano e uma conexão com as Artes Visuais, através de Mondrian.

Prepara mos a apostila da Multiplicação que chegou bem depois da exploração des-sa operação nas aulas. E a idéia era essa

mesmo. Gostaríamos que esse material ser-visse como registro de tantas discussões e tantos questionamentos. Gostaríamos que, dessa forma, com esse registro, nossos alu-nos entendessem que estamos produzindo concretamente conhecimento em cada cor-reção, em cada apresentação, em cada tro-ca de idéias.

Aprendemos muito, uns com os outros. Boa essa sensação de trabalho realizado. Melhor mesmo foi ter tido parceiros tão es-peciais nessa jornada.

INGLÊS Iniciamos o semestre com o desafio de

criar, em grupos, pequenos diálogos e situa-ções nas quais as crianças pudessem utilizar o vocabulário que elas conheciam e as fra-ses e expressões que estavam aprendendo: I’m thirsty (estou com sede), I’m sad (estou triste), I’m bored (estou entediado), I’m happy (estou feliz), I’m hungry (estou com fome) e I’m cold (estou com frio). Escrev e-ram o diálogo, ensaiaram e apresentaram as cenas para os T6. O resultado ficou muito criativo e interessante e também foi registra-do em vídeo para que as crianças pudessem apreciá-lo.

Durante o Halloween abordamos as ori-gens de algumas tradições dessa festa e as crianças escolheram uma delas para, em grupos, escrever um pequeno parágrafo ex -plicativo e fazer uma ilustração para compor o trabalho. As produções mostraram que as crianças têm informações que superam a divulgação apenas comercial dessa festa.

Aproveitamos as discussões sobre a Paz, desenvolvidas nas aulas de Projeto, para aprender a música Imagine do John Lennon. Motivadas por essa integração, pensamos que seria uma boa idéia entrevistar pessoas, de vários lugares do mundo, para saber o que elas pensam que é a paz. Criamos fra-ses simples para abordar os turistas, infor-mar quem somos e o que estávamos fazen-do. Escolhemos um cartão-postal da cidade, o Corcovado, onde encontraríamos pessoas de diferentes lugares e fizemos as nossas entrevistas. Observar as crianças mais confi-antes, utilizando a língua em um contexto real e necessário foi muito animador.

Neste semestre intensificamos o uso do livro Smile e, além dos conteúdos citados acima aprendemos: dias da semana, a per-

guntar e informar sobre rotinas e atividades (On Mondays I go/do/play... /When do you go/do/play..?), a perguntar e informar sobre as horas (What time is it?/ It’s ...), a perguntar e informar sobre algumas ações cotidianas como acordar, tomar banho, brincar, comer.(What’s he/she doing? He’s getting up/ ta-king a shower /eating breakfast/ doing home-work etc).

ARTES PLÁSTICAS As retas e cores de Mondrian

Mondrian foi trazido para as aulas de Artes para fazer parte de um projeto interdisciplinar com as aulas de Matemática. Através da ob-servação dos elementos utilizados na obra ge-ométrica de Mondrian, pudemos criar dois tipos de trabalho: o primeiro seguindo os seus pas-sos e o outro subvertendo suas regras.

Pudemos conversar sobre a escolha das cores primárias feita por este artista e a bus-ca de uma arte pura, compostas apenas de verticais e horizontais. A partir deste conhe-cimento as crianças puderam criar suas pró-prias obras abstratas. O grande divertimento desta atividade foi experimentar o durex co-lorido como um elemento plástico para cons-truir as linhas retas. A escrita na arte

Fizemos uma parceria com os estudos desenvolvidos nas aulas de Projeto sobre a história da escrita e buscamos várias mani-festações artísticas nas quais a escrita está presente. Este projeto gerou diversas abor-dagens e desdobramentos que, sem dúvida, foram muito significativos para as crianças.

O primeiro envolveu a pintura oriental. Depois de observarmos estas obras e perce-bermos nelas a presença constante de poe-sias, as crianças criaram suas pinturas a partir de traduções de haikais japoneses. Todos ficaram impressionados com a caligrafia japonesa e se intrigaram com esta escrita vertical. O mais interessante não foi apenas este exercício, mas, também, buscar perceber a linguagem visual da arte oriental, com muitos espaços vazios e uma grande integração entre o homem e a natureza.

O segundo momento foi a criação de poe-mas, brincando formalmente com as pala-vras. Os poemas concretos de Augusto de Campos e os trabalhos plásticos de Arnaldo Antunes foram apreciados e geraram muitas