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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARÍBA- UEPB PROGRAMA DE INCENTIVO E BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO CAIC JOFFILY COORDENADORA: MAGLIANA RODRIGUES DA SILVA SUPERVISORA DE ÁREA: ALESSANDRA MIRANDA BOLSISTAS: BENILDE CASSANDRA FERNANDA FÉLIX FLÁVIA ROBERTA JOSEILMA BARROS PROJETO PIBID LETRAS Material utilizado para aulas mais dinâmicas e divulgação do projeto. Folheto de cordel encenado na divulgação do projeto em 2016.2 A MULHER QUE VENDEU O MARIDO POR 1,99 Janduhi Dantas 1 1 Disponível em: http://cadernodepoesiaseafins.blogspot.com.br/2012/08/cordel-mulher-que-vendeu-o- marido-por-r.html

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARÍBA- UEPB

PROGRAMA DE INCENTIVO E BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO CAIC

JOFFILY

COORDENADORA: MAGLIANA RODRIGUES DA SILVA

SUPERVISORA DE ÁREA: ALESSANDRA MIRANDA

BOLSISTAS: BENILDE CASSANDRA – FERNANDA FÉLIX – FLÁVIA

ROBERTA – JOSEILMA BARROS

PROJETO PIBID LETRAS

Material utilizado para aulas mais dinâmicas e divulgação do projeto.

Folheto de cordel encenado na divulgação do projeto em 2016.2

A MULHER QUE VENDEU O MARIDO POR 1,99 – Janduhi Dantas1

1 Disponível em: http://cadernodepoesiaseafins.blogspot.com.br/2012/08/cordel-mulher-que-vendeu-o-

marido-por-r.html

Hoje em dia, meus amigos

os direitos são iguais

tudo o que faz o marmanjo

hoje a mulher também faz

se o homem se abestalhar

a mulher bota pra trás.

Acabou-se aquele tempo

em que a mulher com presteza

se fazia para o homem

artigo de cama e mesa

a mulher se fez mais forte

mantendo a delicadeza.

Não é mais "mulher de Atenas"

nem "Amélia" de ninguém

eu mesmo sempre entendi

que a mulher direito tem

de sempre só ser tratada

por "meu amor" e "meu bem".

Hoje o trabalho de casa

meio a meio é dividido

para ajudar a mulher

homem não faz alarido

quando a mulher lava a louça

quem enxuga é o marido!

Também na sociedade

é outra a situação

a mulher hoje já faz

tudo o que faz o machão

há mulher que até dirige

trem, trator e caminhão.

Esse fato todo mundo

já deu pra assimilar

a mulher hoje já pode

seu espaço conquistar

quem não concorda com isso

é muito raro encontrar.

Entretanto ainda existe

caso de exploração

o salário da mulher

é de chamar atenção

bem menor que o do homem

fazendo a mesma função.

Também tem cabra safado

que não muda o pensamento

que não respeita a mulher

que não honra o casamento

que a vida de pleibói

não esquece um só momento.

Era assim que Damião

(o ex-marido de Côca)

queria viver: na cama

sem tirar copo da boca

enquanto sua mulher

em casa feito uma louca...

... cuidando de três meninos

lavando roupa e varrendo

feito uma negra-de-ferro

de fome o corpo tremendo

e o marido cachaceiro

pelos botequins bebendo.

Mas diz o velho ditado

que todo mal tem seu fim

e o fim do mal de Côca

um dia chegou enfim

foi quando Côca de estalo

pegou a pensar assim:

"Nessa vida que eu levo

eu não tô vendo futuro

eu me sinto navegando

em mar revolto e escuro

vou remar no meu barquinho

atrás de porto seguro."

"Na próxima raiva que eu tenha

desse meu marido ruim

qualquer mal que me fizer

tomarei como estopim

e a triste casamento

eu vou decidir dar fim."

Estava Côca pensando

na vida quando chegou

Damião morto de bêbado

(nem boa-noite falou

passava da meia-noite)

e na cama se atirou!

Dona Côca foi dormir

muito triste e revoltada

contudo tinha na mente

a sua ação planejada

pra dar novo rumo à vida

já estava preparada.

De manhã Côca acordou

com a braguilha pra trás

deu cinco murros na mesa

e gritou: "Ô Satanás

eu vou te vender na feira

vou já fazer um cartaz!"

Pegou uma cartolina

que ela havia escondido

escreveu nervosamente

com a raiva do bandido:

"Por um e noventa e nove

estou vendendo o marido."

Assim mostrou ter no sangue

sangue de Leila Diniz

Pagu, Maria Bonita

de Anayde Beiriz

(de brasileiras de fibra)

de Margarida e Elis!

Pegou o marido bêbado

de jeito, pela abertura

da direção do mercado

ela saiu à procura

de vender o seu marido

ia com muita secura!

Ficou na feira de Patos

no mais horrendo lugar

(na conhecida U.T.I.)

e começou a gritar:

"Tô vendendo o meu marido

quem de vocês quer comprar?"

Umas bêbadas que estavam

estiradas pelo chão

despertaram com os gritos

e uma do cabelão

perguntou a Dona Côca:

"Qual o preço do gatão?"

"É um e noventa e nove

não está vendo o cartaz?"

Dona Côca respondeu

e a bêbada disse: "O rapaz

tem uma cara simpática

acho até que vale mais."

Damião estava "quieto"

e de ressaca passado

com cordas nos pés e braços

numa cadeira amarrado

também tinha um esparadrapo

em sua boca colado.

Começou a chegar gente

se formou a multidão

em volta de Dona Côca

e o marido Damião

quando deu fé, logo, logo

encostou o camburão.

Nisso um cabo da polícia

do camburão foi descendo

e perguntando abusado:

"Que é que tá acontecendo?"

Alguém disse: "Esta mulher

o marido está vendendo."

Do meio do povo disse

um velho em tom de chacota:

"Esse caneiro já tem

uma cara de meiota

não tem mulher que dê nele

de dois reais uma nota."

E, de fato, ô cabra feio

desalinhado e barbudo

fedendo a cana e a cigarro

com um jeito carrancudo

banguelo, um pouco careca

pra completar barrigudo.

Nisso chegou uma velha

que vinha com todo o gás

e disse para si mesma

depois de ler o cartaz

"Hoje eu tiro o prejuízo

com esse lindo rapaz!".

Disse a velha: "Francamente!

Eu estou achando pouco!

Por 1 e 99?!

Tome dois, nem quero o troco!

Deixe-me levar pra casa

esse meu Chico Cuoco!".

Saiu a velha enxerida

de braços com Damião

a polícia prontamente

dispersou a multidão

e Côca tirou por fim

um peso do coração.

Retornou Côca feliz

pra casa entoando hinos

a partir daquele dia

teria novos destinos...

Com os dois reais da venda

comprou de pão pros meninos!

Material produzido e utilizado para a aula sobre pluralidade cultural e variação

linguística.

Paraense,: Fala muito ‘égua’ início de

frases, como se fosse ‘eita’ no nordeste,

e tu tbm

Levei o farelo – se deu mal

I Rapaz ta ralado (ta complicado)

Esse cabra é papa chiibé (paraense

legítimo)

Diz que = parece

Leso = doido, abestado

Mano, mana = colega

Pior = verdade

Arreda aí = afasta

Toda Pavulagem = metida, frescura

Eu choro = to nem aí

Caboca (cabocla) caboquice = cafonice

Potoca = metira

Me erra – não enche a paciência

NORTE:

https://www.youtube.com/watch?v=uD

3KrqR61XI

Txire algo dali...

Tu num vê isso aí

Aquele negócio escroto

Maix – meismo – txipo

Nego pede

Carioquêixx

CARIOCA ^

FACEIRA – FELIZ

Bah to muito triste hoje

Tchê é tipo “meu” paulista

Guri e guria – menino e menina

Rapariga – moça

Cipá – talvez

Txe liga

Te larga = sai daqui

Te larguei de ti = te abandonei

Cada uma entra ao ritmo da região que representa.

Paraense- Égua, eu sou a paraense, e falo o português, não sou como uns e outros que

diz que fala mas só ta de pavulagem! (Fala olhando pra Carioca)

Carioca- Nego pede pra nóix esculachar meixmo! O carioca é que fala corretamentxe,

ao contrário de vocêix com esses sotaques ridículos!

Gaúcha- Cipá, txê, se nós gaúchos tivessemos esse sotaque ridículo que essa rapariga

aqui tem! (olhando para a nordestina!

Nordestina- Eitaaa! É o quê? Rapariga é você Sá bicha! Você ta pensando que eu nasci

de 7 mês foi? Te orienta abestalhada! Não troco meu falar por nenhum do de vocês.

Situação 1: A Nordestina inicia falando sobre o preconceito que vem sofrendo na

internet. O principal motivo é a xenofobia. Ela diz que não entende porque existe tanto

preconceito se a sua cultura é tão rica, ela diz: - temos Luiz Gonzaga, o rei do baião,

temos Leandro Gomes de Barros, o rei do Cordel, temos Elba Ramalho, Caetano e

Maria Betânia, além disso o São João daqui é o maior do mundo.

Quando ela acaba de dizer isso chega a Carioca, toda trabalhada no preconceito.

Situação 2: A carioca afirma que os nordestinos não sabem ler, como podem dizer que

tem alguma contribuição para a cultura do país? O carioca sim é o povo mais importante

do Brasil, se não fosse suas praias e o carnaval do Carioca o Brasil não era nada. Além

disso, a mulher do Rio é a maixxgoxtosa.

A nordestina diz: E a música, quer dizer que você não conhece o rei do Baião?

A carioca responde: Que? Aqui a gente sabe o que Baile de Favela, conhece colega?

Nisso, chega a Paraense.

Situação 3: Do que vocês estão falando que me deixaram de lado, esquecida lá na

ponta?

A carioca responde: Extamox falando em cultura, então não txemetxe colega, você não

sabe o que é isso.

E a paraense responde: Como assim eu não sei? Parece que é você que não sabe de

nada, e não me conhece. Fique sabendo que eu sou responsável pela riqueza da minha

região e de grande parte da riqueza do país. Eu tenho o maior minério de ferro, mas

você (se dirigindo à carioca) toma toda a visibilidade que deveria ser minha, só porque

tem praias. Eu tenho o açaí que todo mundo ama, e não se esqueça do meu carimbo.

Entendeu agora? Eu sou a melhor, meu povo é da tradição. Fique na sua!

Ainda em meioà discussão entre as três regiões, chega a gaúcha e fica observando a

confusão sem querer se meter, mas diz:

Situação 4: A gaúcha diz: Barbaredadetchê que confusão é essa? E a paraense explica:

estou explicado a essas duas que elas não são melhor que eu, que eu tenho comidas

típicas, tradições, músicas e sou melhor.

A gaúcha com cara de deboche diz: sinto muito, vocês não se enxergam? Eu sou

melhor. Sou eu quem fala o português mais correto, não falo como vocês que os outros

não entendem. Sou descendente dos povos mais ricos, e a minha região é mais educada

e rica do país. Não tem nada a ver com ferro. A gente tem as melhores frutas, o melhor

clima, e todo mundo quer nos visitar. Não vou nem falar (olhando para a carioca) que as

mulheres gaúchas são as mais bonitas do país.

O ALUNO INTELIGENTE E OS COLEGAS IGNORANTES

(Trechos do cordel de Janduhi Dantas)

Havia numa escola

entre muitos estudantes

quatro colegas de classe

de estilos contrastrantes:

um que era inteligente

e três bem ignorantes.

A cortina se abre e estarão dois dos quatro alunos sentados nas suas respectivas

cadeiras, como em uma sala de aula. (As cadeiras estarão no palco)

'Falso', 'Mínimo', 'Arrependido'

e o quarto 'Quero-Tentar'

eram os quatro meninos

cuja história vou contar

peço a atenção dos leitores

que o desfecho é exemplar!

O aluno 'Falso' era

preguiçoso e vagabundo

se o assunto era estudar

se sentia moribundo

quando era dia de prova

filava de todo mundo.

(Enquanto essa parte é recitada, o ‘Falso’ irá entrar em cena, e irá falar que estudar não

presta (para a platéia)

FALSO: Esse negócio de estudar não presta não, minha gente, eu vou bem deixar de ta

dormindo, ou por aí com meus colegas pra ta aqui?

PROFESSORA: Deixe de conversa e venha pra aula meu filho, faz uma semana que tu

não aparece!

FALSO: Ah professora, eu tava doente.

PROFESSORA: Duas semana todinha, meu filho?

FALSO: É que na primeira eu tava doente, mas na segunda me recuperando.

PROFESSORA: Vá sente logo.

(A professora fica no quadro escrevendo)

O aluno 'Mínimo', 'esperto'

assim vivia pensando:

'Pra eu passar, basta um 7

vou com a barriga empurrando'

era o tal aluno-cobra

que só passa se arrastando!

A professora irá entregar umas provas. Falso não receberá porquê não fez a prova,

PROFESSORA: Mas meu filho, você ainda pode fazer melhor, você tirou nessa prova

6,5, e eu tive que arredondar pra 7,0 pra não ir pra final, você não quer fazer a

recuperação pra tentar uma nota melhor?

MÍNIMO: Ah não professora, 7,0 já ta muito bom. Só de pensar em estudar mais já me

dá sono. Deus me livre!

O aluno 'Arrependido'

faltava muito à escola

faltava três, ia um dia

queria saber de bola

e no seu time jogava

trombadinha e cheira-cola.

Como sempre o “Arrependido” irá chegar atrasado, os colegas (imaginários) irão deixar

ele na porta do auditório, e ele vai chegar como se tivesse se despedindo desses colegas.

PROFESSORA: Isso são horas, meu filho? (batendo o dedo no relógio)

ARREPENDIDO: Se são horas eu não sei, mas que é um relógio, isso é sim

PROFESSORA: Muito engraçadinho você, pode sentar pra ver se você aprende alguma

coisa ainda.

'Quero-Tentar' era esperto

muito vivo, inteligente

não entendendo o assunto

não ficava indiferente

pedia pra professora:

'Nos explique novamente!'

A professora começa a dar aula de gramática e “Quero-tentar” tem muitas dúvidas, ele

pergunta. E os outros ficam zombando dele, dizendo que ele é idiota e babão.

O tempo, que nunca pára

acabou por transformar

aqueles quatro meninos

em adultos, por lhes dar

hoje a oportunidade

de seu destino encontrar.

'Falso' hoje vive mal

pensando que é artista

vive de enganar o povo

é um grande vigarista

dá golpe de toda espécie

(e a polícia em sua pista!).

O aluno 'Mínimo' hoje

vive miseravelmente

sequer um salário mínimo

'Mínimo' ganha atualmente

vive mais desempregado

faz um bico raramente

Hoje em dia 'Arrependido'

não é feliz, não tem paz

está envolvido em tráfico

de droga com marginais

no jornal tem sua foto

nas páginas policiais.

'Quero-Tentar' hoje em dia

é uma grande autoridade

honesto, simples, leal

(sua personalidade)

se tornou o Presidente

do país 'Felicidade'."

PARA SER LIDO:

Esse cordel nos mostra a importância que a escola tem na nossa vida, e que muitas

vezes quem nós somos nela refletirá em quem seremos amanhã. Por isso devemos nos

perguntar “O que realmente queremos ser?

O ‘Falso’ que por sua preguiça de ir em busca de melhoria para a sua vida, passou o

resto da vida aplicando golpes nas pessoas?

O “Mínimo” que devido só pensar no mínimo de tudo em sua vida, acabou por não

conseguir nada além de algo para não morrer de fome.

O “Arrependido” se arrependeu dos dias que preferiu dormir á vir pra escola estudar, de

ter matado tantas aulas, de ter se envolvido com o crime, e por isso nunca irá ter uma

coisa tão preciosa na vida, chamada, paz.

Ou o “Quero-tentar”, esse não sabia o que o futuro lhe reservava, mas sabia dos seus

sonhos, e resolveu tentar, arriscar em tudo na sua vida, e hoje sabe que cada decepção

foi um impulso para tentar novamente, que cada vitória teve um gostinho de suor,

trabalho e esforço, e por todas as suas conquistas vive em paz, bem e feliz.

E aí o quem vocês querem ser? (ENCERRA)