roteiro metodológico para implementação da gestão integrada das Áreas de proteção ambiental

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  • 7/31/2019 Roteiro Metodolgico para Implementao da Gesto Integrada das reas de Proteo Ambiental

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    Parte I

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    Roteiro Metodolgico para Implementao da Gesto Integrada

    das reas de Proteo Ambiental

    I. INTRODUO

    II. GESTO INTEGRADA

    Conselho Gestor

    III. PLANO DE MANEJO

    1- Concepo Metodologica

    2- Diagnstico Socioambiental

    3- Zoneamento Ambiental

    IV. REFERNCIAS

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    I. INTRODUO

    As reas de Proteo Ambiental APAs, tm seu nascimento na dcada de 80, combase na Lei Federal n 6.902, de 27 de abril de 1981, que disps sobre EstaesEcolgicas e reas de Proteo Ambiental. Esta lei estabeleceu em seu Artigo 8 que,havendo relevante interesse pblico, os poderes executivos Federal, Estadual ouMunicipal podero declarar reas dos seus territrios de interesse para a proteoambiental, a fim de assegurar o bem estar das populaes humanas, a proteo, arecuperao e a conservao dos recursos naturais.

    rea de Proteo Ambiental constitui uma categoria de Unidade de Conservao deUso Sustentvel em que podem coexistir atividades socioeconmicas urbanas e rurais ereas de interesse para preservao. A rea pode permanecer sob o domnio privado,o que limita parcialmente, mas no inviabiliza o planejamento do seu uso paraconservao de ecossistemas relevantes, atendendo, assim os interesses sociais eambientais.

    Essas Unidades devem ser vistas, ento, como instrumentos de proteo cuja funobsica a conservao dos atributos naturais, paisagsticos e culturais do Estado,assumidos como patrimnio de seus habitantes e tendo como objetivo principal adequaras atividades econmicas com a preservao da rea, garantindo o desenvolvimentosustentvel e a qualidade de vida das comunidades, ajustando aos princpiosconstitucionais que garantem o direito propriedade privada e a sua funo social.

    No ano de 2000 foi institudo, atravs da Lei Federal n 9.985 de 18 de julho, o Sistema

    Nacional de Unidades de Conservao - SNUC, que adota o seguinte conceito para asAPAs: rea de Proteo Ambiental uma rea em geral extensa, com certo grau deocupao humana, dotada de atributos abiticos, biticos, estticos ou culturais,especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem estar das populaeshumanas, tendo como objetivos bsicos proteger a diversidade biolgica, disciplinar oprocesso de ocupao e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

    No Estado de So Paulo existem diversos remanescentes de ecossistemas contendofauna e flora nativas, reas de mananciais, regies estuarinas e de recarga de importantesaqferos protegidos atravs deste instrumento, num total de vinte e trs APAs, institudasentre 1981 e 2002.

    A partir do processo de implementao destas APAs, verificou-se a necessidade dedisciplinamento do uso e ocupao do solo, atravs da criao de mecanismos degesto conjunta e participativa, para efetivao do desenvolvimento sustentvel dessasreas.

    Sendo as reas de Proteo Ambiental uma categoria de Unidade de Conservao deUso Sustentvel, com caractersticas especiais, o planejamento do uso e ocupao doseu territrio e o processo de apropriao dos seus recursos naturais deve ser realizado,obrigatoriamente, de maneira diferente do que realizado nas Unidades de Conservaode Proteo Integral, considerando que o seu territrio, na maioria das vezes, constitudopor propriedades particulares, o que restringe a capacidade de interveno do Estado.Desta forma, a participao social mecanismo fundamental para o planejamento

    ambiental e para a gesto dos conflitos.

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    Para que o planejamento da APA possa ser efetivado, torna-se necessrio levar emconsiderao a forma pela qual as comunidades fazem a leitura do espao em quevivem, interpretam e resolvem seus problemas cotidianos, pois ser do entendimento davida dessas coletividades e frente s questes que elas mesmas colocam que se poderenvolv-las na proteo ambiental da regio.

    O Sistema Nacional de Unidade de Conservao - SNUC e sua regulamentao, atravsdo Decreto Federal n 4.340/02, estabeleceram uma nova forma para a gesto dasUnidades de Conservao, tendo como principal instrumento o Plano de Manejo.

    Este documento foi elaborado com a inteno de fornecer um roteiro metodolgicopara o processo de implementao da gesto das APAs no Estado de So Paulo, atravsda instituio dos Conselhos Gestores e da elaborao dos Planos de Manejo previstosno SNUC.

    Sem se constituir num manual a ser seguido rigidamente, busca orientar a elaboraodos Planos de Manejo, para que se constituam em mecanismos de planejamentoparticipativo e flexvel, respeitando-se as especificidades de cada uma das APAs e aoprocesso de negociao entre os diversos setores sociais e instituies que atuam narea.

    II. GESTO INTEGRADA

    O sistema de gesto proposto adota o princpio de gesto descentralizada e participativa

    atravs da criao de um Conselho Gestor para cada APA, que promover a articulaoentre o Estado e os demais setores envolvidos, sejam eles entidades locais, organizaesno governamentais ou administraes municipais.

    A gesto integrada e o planejamento partic ipativo das APAs pressupem oestabelecimento do Plano de Manejo que incluia definio das reas de Proteo,Conservao e de Ocupao Dirigida, tendo em vista a definio das diretrizes enormas para o uso e ocupao do solo, bem como os Programas e Planos a seremimplementados.

    Conselho Gestor

    O Sistema Nacional de Unidades de Conservao - SNUC, estabelece que as APAstero um Conselho Gestor, presidido pelo rgo ambiental, com representao doEstado e municpios, da sociedade civil com atuao comprovada na regio da Unidadee, ainda, da populao residente e do entorno, das populaes tradicionais, dosproprietrios de imveis, e dos trabalhadores e setor privado atuantes na regio. Arepresentao dos rgos pblicos e da sociedade civil deve ser, sempre que possvel,paritria.

    Com o objetivo de estruturar os Conselhos Gestores das APAs no Estado de So Paulo,foi editado o Decreto Estadual n48.149, de 10 de outubro de 2003 , que , alm deratificar os critrios estabelecidos pelo SNUC, define que cada Conselho Gestor dever

    ser composto por, no mximo, vinte e quatro membros e no mnimo doze.

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    So atribuies do Conselho Gestor:

    a. elaborar seu regimento interno;b. acompanhar a elaborao, implementao e reviso do Plano de Manejo da APA,garantindo seu carter participativo;

    c. buscar a integrao da APA com as demais Unidades de Conservao e espaosterritoriais especialmente protegidos e com seu entorno;

    d. promover a articulao dos rgos pblicos, organizaes no governamentais,populao residente e iniciativa privada, para concretizao dos planos, programas eaes de proteo, recuperao e melhoria dos recursos naturais existentes na APA;

    e. manifestar-se sobre obras ou atividade potencialmente causadoras de impacto narea de sua atuao;

    f. acompanhar a aplicao dos recursos financeiros decorrentes da compensaoambiental; e

    g. avaliar os documentos e deliberar sobre as propostas encaminhadas por suas cmarastcnicas.

    III. PLANO DE MANEJO

    1-Concepo e Metodologia

    Plano de Manejo pode ser entendido como o processo de articulao das aes propostaspelos diferentes agentes sociais que interagem em um determinado espao, com vistasa garantir a adequao dos meios de explorao dos recursos naturais, econmicos esocioculturais s especificidades do meio ambiente, com base em princpios e diretrizespreviamente definidos.

    A partir deste entendimento, so estruturados sistemas gerenciais, para promover, deforma coordenada, a identificao dos recursos naturais, as restries e as fragilidadesda rea, o uso, o controle, a proteo e a conservao do meio ambiente, com enfoqueno desenvolvimento sustentvel.

    Visando ordenar e compatibilizar a implantao de projetos na rea, so desenvolvidos

    estudos prospectivos e so elaboradas normas para regular a prtica operacional, ouso, o controle, a proteo e a conservao do meio ambiente.

    A Lei que instituiu o SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservao, define oPlano de Manejo como sendo o documento tcnico mediante o qual, com fundamentonos objetivos gerais de uma Unidade de Conservao, se estabelece o seu zoneamentoe as normas que devem presidir o uso da rea e o manejo dos recursos naturais,inclusive a implantao das estruturas fsicas necessrias gesto da unidade.

    O Plano de Manejo deve contemplar o estabelecimento de diretrizes de gerenciamentoda APA que possibilitem organizar o uso e ocupao do territrio, tendo em vista arealizao de aes e projetos de desenvolvimento sustentvel. O plano de manejoinclui o estabelecimento do diagnstico ambiental da APA visando a elaborao do

    zoneamento ambiental e a implantao de programas de gesto com oacompanhamento do Conselho Gestor.

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    O Plano deve ser institudo para o permetro total da APA, visando a minimizao ea eliminao dos impactos ambientais, tendo em vista a proteo da rea por inteiro.Para tanto, deve estar fundado em estudos socioambientais que propiciem o conhecimentoda dinmica e das tendncias gerais da rea, tendo em vista o estabelecimento deestratgias de manejo dos recursos naturais, a regulao do uso e da ocupao dosolo, bem como indicao de atividades compatveis com a capacidade de suporte daAPA.

    O processo de elaborao do Plano de Manejo ser acompanhado pelo ConselhoGestor e coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente, a qual se responsabilizarpela insero dos rgos do SEAQUA, de modo que estes venham fornecer asinformaes e os subsdios tcnicos necessrios a implantao do Plano.

    O Plano de Manejo inicia-se com reunies do Conselho Gestor para discutir o processode elaborao, a definio da equipe responsvel pela conduo dos trabalhos, oscontedos, os objetivos, as diretrizes e os produtos a serem alcanados com a

    implantao do Plano.A sua elaborao dever ser precedida por medidas destinadas a mobilizar a sociedadelocal, para colaborar no processo de levantamento das informaes e na identificaodas parcerias que possam contribuir para a implantao do Plano. Para tanto, deveroser realizadas reunies com as representaes das prefeituras municipais, dos rgosestaduais com atuao local, entidades ambientalistas, representaes patronais e detrabalhadores, associaes comunitrias e outros, com a finalidade de informar asociedade sobre a realizao do Plano. Nesta oportunidade, devem ser identificados osrgos de composio coletiva, tais como, os Comits de Bacia Hidrogrfica,CONDEMAS, Consrcios Intermunicipais, Associaes Comunitrias, para que possamapresentar os planos e aes regionais por eles elaborados e/ou desenvolvidos.

    Devem ser realizadas oficinas de trabalho com o objetivo de incluir as contribuies da

    Vista no Caminhodo Pico Agudo,Sto Antonio doPinhal - APASapuca-Mirim

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    comunidade local no processo de discusso, a anlise e o planejamento da rea,identificando os pontos fortes e as ameaas que pairam sobre a unidade, bem comopara verificar a expectativa da comunidade sobre a influncia da APA na sua vidacotidiana. Estas oficinas devem contar com a participao de tcnicos, professores,pesquisadores e todos que possam contribuir para o avano do conhecimento da reae o seu planejamento sustentvel .

    2 - Diagnstico Socioambiental

    O objetivo do diagnstico ambiental fornecer as bases tcnicas para a diviso doterritrio em reas e zonas de acordo com as necessidades de proteo, conservao erecuperao dos recursos naturais e o desenvolvimento sustentvel. Neste sentido, torna-se necessria a realizao de, estudos do meio, consultas a documentao emapeamentos dos fatores antrpicos, biticos, abiticos existentes na rea e sua relaocom contexto social.

    Os dados gerados devero compor o Sistema de Informaes Geogrficas e devemestar compatveis com a normatizao tcnica, com base nas referencias da AssociaoBrasileira de Normas Tcnicas e da Comisso Nacional de Cartografia.

    O diagnstico deve contemplar quatro etapas, a saber:

    a. Levantamento de Dados e Informaes

    Esta primeira etapa tem como objetivo desenvolver estudos e pesquisas bsicas paraimplantar o Sistema de Planejamento e Gesto. Nesta etapa, devem ser realizados oslevantamentos, a sistematizao e organizao dos dados e informaes secundrias,anlise e mapeamentos, alm de dados complementares, resultantes de trabalhos decampo, visando a consecuo do zoneamento ambiental e o estabelecimento dasdiretrizes e normas de uso e ocupao do solo, contemplando, no mnimo, olevantamento:

    da situao atual da rea, contemplando dados e informaes resultantes das pesquisas,documentao, trabalhos de campo e oficinas participativas;

    do uso e ocupao do solo urbano e rural com a indicao da malha viria, dosloteamentos irregulares e regulares, pontos de captao dgua, lanamento de efluentes,

    sistema de coleta e disposio de resduos slidos; da vegetao remanescente e fauna associada;

    dos aspectos geolgicos e geomorfolgicos com a indicao das reas com maiorsusceptibilidade ambiental;

    dos aspectos scio econmico da regio , indicando as tendncias de ocupao, osindicadores econmicos e populacionais, a infraestrutura, bem como o levantamentodas condies de vida da populao;

    da potencialidade natural da rea , dos aspectos ligados ao patrimnio histrico,paisagstico e cultural, e da fragilidade ambiental definida por indicadores de perda debiodiversidade, vulnerabilidade natural perda de solo, quantidade e qualidade derecursos hdricos superficiais e subterrneos;

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    das propostas existentes de uso e ocupao do solo da rea (zoneamentos municipais,planos diretores municipais, padres urbansticos legais, padres urbansticospredominantes, etc);

    dos Planos, Programas e Projetos existentes, junto aos rgos municipais, estaduais einiciativa privada.

    b. Indicao das reas Homogneas

    Com base nos levantamentos realizados na etapa 1, obtm-se o conhecimento dasituao atualizada da rea, que se constitui em pr requisito fundamental para a fasede identificao das reas prioritrias, para a proteo e recuperao ambiental. Odiagnstico ser aperfeioado, atravs da realizao de oficinas de planejamento

    envolvendo todos os setores, com o objetivo de identificar as reas homogneas tendoem vista o zoneamento da APA.

    Nesta etapa devero ser identificadas as :

    reas de especial interesse para a proteo dos recursos naturais;

    reas degradadas ou em processo de degradao com a indicao das medidas derecuperao;

    reas ambientais estratgicas para definio das aes necessrias sua conservaoou recuperao;

    reas urbanas e de expanso urbana;

    atividades a serem desenvolvidas nas diferentes zonas; reas ambientais estratgicas, para a mitigao e a correo dos impactos, e odesenvolvimento de aes, programas e projetos;

    possibilidades alternativas de uso e ocupao do solo.

    c. Elaborao das Normas e Diretrizes de Ocupao e Manejo

    Nesta etapa, devero ser propostas as normas e diretrizes que serviro de base para aelaborao do Plano de Manejo, contemplando a:

    realizao de oficinas de trabalho envolvendo todos os interessados na discusso doscenrios e do zoneamento preliminar;

    proposio do zoneamento e normas de uso e ocupao do solo para cada zona;

    definio de diretrizes para o incentivo ocupao compatvel com a preservao;

    elaborao de normas contendo mecanismos e instrumentos de gesto ambiental quecompatibilizem a atividade humana com a utilizao sustentvel dos recursos naturais.

    d. Formulao do Plano de Manejo

    Esta etapa refere-se formulao do Plano, onde so estabelecidos programas especficosque garantam a gesto integrada e participativa e as diretrizes de ao a seremdesenvolvidas em conjunto com o Conselho Gestor.

    O Plano de Manejo, portanto, deve conter as metas para a melhoria da qualidade

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    ambiental e as estratgias necessrias para assegurar a proteo e o desenvolvimentosustentvel da APA, consubstanciadas em programas especficos que serviro deindicadores de avaliao das diretrizes propostas no zoneamento ambiental.

    A avaliao da implementao do Plano de Gesto deve ser realizada em prazos nosuperiores a cinco anos, com base nos dados obtidos no desenvolvimento dos programas.

    Cada APA dever desenvolver, no mnimo, os seguintes programas:

    . Programa Integrado de Monitoramento da Qualidade Ambiental;

    . Programa Integrado de Educao Ambiental; e

    . Programa de Intervenes Prioritrias.

    Outros programas podero ser propostos durante o processo de elaborao do Planode Manejo, visando atender a complexidade de aspectos que envolvem o tratamentodas questes ambientais existentes no territrio da APA.

    Para assegurar processo participativo e rito jurdico-institucional adequados, prev-setambm que o Plano de Manejo seja enviado ao CONSEMA, para apreciao erecomendaes.

    A institucionalizao do Plano de Manejo dever ser feita por meio de Decreto Estadual.

    3 - Zoneamento Ambiental

    O Zoneamento Ambiental, nos termos do Sistema Nacional de Unidades de Conservao,

    Serra de So Pedro, Santa Maria da Serra - APA Corumbata

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    constitui-se na delimitao de reas ou Zonas na Unidade de Conservao, para finsde manejo e estabelecimento de normas especficas, com a finalidade de proporcionaros meios e as condies para que todos os objetivos da unidade possam ser alcanadosde forma harmnica e eficaz.

    O processo de zoneamento da APA visa a conservao de seus atributos socioambientais,o uso sustentvel dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida da populao.Neste sentido, so estabelecidas normas para orientar a conservao dos recursosnaturais, definidas as regras para atividades futuras em conformidade com a suacapacidade de suporte, bem como as diretrizes para recuperao de reas degradadase mitigao dos impactos causados pelo processo de ocupao.

    O zoneamento constitui uma importante ferramenta para agilizar o processo delicenciamento e a fiscalizao, direcionar a implantao de empreendimentos, alm de

    orientar o pblico morador e usurio quanto apropriao de seus atributos naturais.Deve ainda, permitir a caracterizao das zonas homogneas, definir os seus limitesgeogrficos e estabelecer as normas para o uso e ocupao do solo.

    O enquadramento em Zonas deve pressupor justificativas claras e critrios precisos.Seus limites devem levar em conta os elementos fsicos ou biticos do territrio, taiscomo cumes de morros, cursos dgua, curvas de nvel, linhas de mars, alm dadinmica scioeconmica que se reflete no espao local.

    Nossa proposta de tipologia de reas para o zoneamento ambiental, a ser implantadono mbito dos planos de manejo das diferentes APAs, criadas ou a serem criadas peloGoverno do Estado de So Paulo, adota as seguintes categorias:

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    3.1- reas de Proteo

    So aquelas de especial interesse para a preservao dos sistemas naturais de umaregio, que apresentam ecossistemas preservados ou susceptveis a riscos ambientais,patrimnios culturais significativos, refgios de fauna, patrimnios paleontolgicos,espeleolgicos e arqueolgicos.

    So diretrizes para o planejamento e gesto das reas de Proteo:

    promover a recuperao e o repovoamento vegetal dos setores do territrio j alterados;

    promover a conservao e expanso da biodiversidade;

    manejar os territrios ocupados de forma compatvel com o objetivo da rea;

    incentivar aes de educao ambiental;

    incentivar a pesquisa cientfica voltada preservao, conservao e recuperaoambiental e manejo sustentvel das espcies de flora e fauna regionais;

    incentivar a implantao de atividades que no alterem as caractersticas ambientaisdas zonas.

    As reas de Proteo podero compreender:

    A- ZONA DE PROTEO MXIMA - So aquelas de interesse para a preservao,conservao e recuperao dos recursos naturais, definidas como de preservaopermanente por legislao federal, estadual ou municipal.

    B-ZONA DE PROTEO ESPECIAL - corresponde a situaes especficas devulnerabilidade ou de ocorrncia de atributos ambientais significativos, como por exemplomanchas isoladas de vegetao natural, ou conjuntos representativos do patrimnioambiental, arqueolgico, paleontolgico, espeleolgico e cultural que, devido suapeculiaridade e importncia regional requerem normatizao especfica.

    3.2- reas de Conservao

    So aquelas de especial interesse para a conservao ambiental, definida atravs desuas caractersticas que lhe conferem funes essenciais para o meio ambiente da regio.A ocupao do territrio sob condies adequadas de manejo e utilizao dos atributos

    e recursos naturais. As reas de Conservao sero estabelecidas de acordo com osatributos especficos a serem conservados.

    So diretrizes de planejamento e gesto das Zonas de Conservao:

    garantir a progressiva melhoria da qualidade ambiental;

    prevenir e corrigir os processos de degradao do solo;

    garantir a permeabilidade do solo;

    promover a instalao de empreendimentos compatveis com os objetivos de cada zona;

    incentivar a implantao de empreendimentos voltados para a educao, cultura,lazer e turismo ecolgico;

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    incentivar a manuteno dos remanescentes de vegetao nativa;

    valorizar as caractersticas cnicas e paisagsticas existentes; incentivar as atividades de pesca artesanal sem a introduo de espcies exticas;

    promover o repovoamento vegetal;

    . prover a melhoria do saneamento ambiental.

    As reas de Conservao podero conter as seguintes Zonas:

    A-ZONA DE CONSERVAO DA VIDA SILVESTRE - So aquelas destinadas conservao e manuteno da vida silvestre, onde permitida a utilizao dos recursosnaturais sob condies de manejo capazes de garantir a proteo do habitat de espcies

    raras, endmicas, em perigo ou ameaadas de extino.B-ZONA DE CONSERVAO DOS RECURSOS HDRICOS - so aquelas destinadas proteo e conservao da qualidade e quantidade dos recursos hdricos superficiais esubterrneos, utilizados para o abastecimento pblico;

    C-ZONA DE CONSERVAO DE INTERESSE TURSTICO - so as zonas cujo valorcnico paisagstico ou cultural propcia a implantao de atividades econmicas voltadasao desenvolvimento do turismo.

    3.3- reas de Ocupao Dirigida

    So aquelas vocacionadas para usos urbanos e rurais, atendidos os requisitos queassegurem a manuteno das condies ambientais necessrias proteo da APA.

    So diretrizes para o planejamento e gesto da reas de Ocupao Dirigida:

    garantir a manuteno dos remanescentes de vegetao nativa;

    estimular a melhoria do sistema pblico de saneamento ambiental;

    prevenir e corrigir os processos de degradao do solo;

    conter o processo de expanso urbana desordenado;

    vincular a implantao de novos empreendimentos instalao de infra-estrutura desaneamento ambiental;

    promover a recomposio das matas ciliares e a recuperao das reas degradadas;

    garantir a manuteno das vrzeas e das reas de mangues;

    estimular a prtica de atividades agrcolas sustentveis;

    fomentar a prtica de agricultura orgnica o manejo ecolgico do solo.

    As reas de Ocupao Dirigida podero conter as seguintes Zonas:

    A - ZONA OCUPAO CONSOLIDADA - compreende a poro territorial da APAonde se localizam manchas urbanas continuadas, onde devem ser estabelecidas diretrizes

    de uso e ocupao compatveis com a proteo da APA.

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    B-ZONA DE OCUPAO DIRIGIDA - compreende a poro do territrio da APA emprocesso de urbanizao, onde a ocupao deve ser planejada e controlada de modoa limitar os impactos sobre as Zonas de Proteo e as Zonas de Conservao.

    C- ZONA DE OCUPAO DIVERSIFICADA - so aquelas destinadas, a preferencialmentes atividades agrosilvopastorim, chcaras de recreio, turismo ecolgico e outrasatividades, desde que desenvolvidos com padres tecnolgicos adequados visandoracionalizar a utilizao dos recursos naturais.

    3.4- rea Estratgica de Recuperao

    O zoneamento ambiental dever contemplara indicao de reas estratgicas de

    recuperao ambiental, caracterizadas comoocorrncias isoladas que apresentem riscoseminentes aos atributos naturais da APA,exigindo intervenes urgentes de cartercorretivo.

    A definio dessas reas estratgicas deveobedecer aos seguintes critrios: locaissubmetidos a impactos ambientais de grandesignificncia; reas de ocupao urbanadesordenada; reas de risco sade humana.Nestas reas devero ser promovidos

    programas especiais de recuperao.

    Vista, Araucria - ApaSapuca-Mirim

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    IV. REFERNCIAS

    1- Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA.Roteiro Metodolgico para Gesto da rea de Proteo Ambiental, Edies IBAMA,Braslia, 2001.

    2- Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA.Termo de Referncia para Elaborao de Plano de Manejo da rea de Proteo Ambientalde Fernando de Noronha, Documento, Braslia, 2003.

    3-Seceretaria de Estado do Meio Ambiente - CPLA - Coordenadoria de PlanejamentoAmbiental - APAs - reas de Proteo Ambiental Estaduais - Proteo e Desenvolvimentoem So Paulo, CPLA, So Paulo, 2001.

    4-CPLA/SMA. reas de Proteo Ambiental no Estado de So Paulo- Propostas deZoneamento Ambiental, CPLA, So Paulo, 1992.

    5-IF/SMA. Plano de Manejo do Parque Estadual do Morro do Diabo, C.D, So Paulo,1993.

    6-Lei Federal n 9.985, de 18 de Julho de 2.000, Institui o Sistema Nacional de Unidadesde Conservao.

    7-Decreto Federal n4.340, de 22 de agosto de2002. Regulamenta artigosda Lei N 9.985 quedispes sobre as Unidadesde Conservao.

    8-Lei Federal n 10.257,de 10 de julho de2001.Regulamenta os artigos 182e183, da ConstituioFederal, estabelece diretrizesgerais da poltica urbana.

    9-Lei Federal n 9.605, de

    Joanpolis, APASistema

    Cantareira

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    12 de fevereiro de 1998. Dispe sobre as sanes penais e administrativas derivadasde condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.

    10-Lei Federal n 6.902, de 27 de abril de 1981,Dispe sobre Estaes Ecolgicas ereas de Proteo Ambiental.

    11-Lei Federal n 7.661, de 16 de maio de 1988. Institui o Plano Nacional deGerenciamento Costeiro.

    12-Lei Estadual n 10.019, de 3 de julho de 1998 - Institui o Plano Estadual deGerenciamento Costeiro.

    13-Decreto Estadual N 48.149, de 9 de outubro de 2003 dispe sobre a criao efuncionamento dos Conselhos Gestores das reas de Proteo Ambiental APAs noEstado de So Paulo.

    14-Lei Estadual N 9886, de 28 de novembro de 1997.Dispe sobre Diretrizes e Normaspara a Proteo e Recuperao das baciashidrogrficas dos mananciais de interesse regionaldo Estado de So Paulo.

    15-Decreto Estadual n 37.678, de 20 de outubrode 1993. Aprova o Regulamento da APA do Parquee Fazenda do Carmo.

    16-Decreto Estadual n 30.817, de 30 denovembro de 1989, Regulamenta a APA de IlhaComprida.

    17-Decreto Estadual n 43.284, de 3 de julho de1998 - Regulamenta a APA de Cabreva e Jundia.

    18-Decreto n 42.837, de 3 de fevereiro de 1998.Regulamenta a APA da Vrzea do Tiet.

    Pedra do Ba